Ineagro-Cabugi: conexões empreendedoras para criação de startups
Objetivos
Esse trabalho objetiva demonstrar as ações da Incubadora Tecnológica e Multisetorial
do Sertão do Cabugi - Ineagro Cabugi na articulação e desenvolvimento de redes de negócio,
inovações e parcerias estratégicas que tem permitido o surgimento de startups em tecnologia
da informação e comunicação, assim como o fomento ao empreendedorismo na Universidade
Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA.
Forma de abordagem/metodologia
A presente pesquisa foi construída com base na metodologia de estudo de caso (YIN:
2005). A incubadora foi fundada em 2005. Quanto às estratégias voltadas ao incremento ao
segmento de TICs em 2013, a Ineagro Cabugi desenvolveu duas principais estratégias:
fomento ao empreendedorismo digital na graduação e apoio do programa de incubação de
startups.
Procurou-se avaliar os resultados que a incubadora Ineagro-Cabugi alcançou a partir
do desenvolvimento de diferentes estratégias e operações. O desenvolvimento das variadas
ações justifica que a Ineagro Cabugi seja percebida como um case a ser estudado,
justificando-se este estudo. Entre as iniciativas desenvolvidas para o estímulo ao
empreendedorismo, destacam-se: 1 - Participação no Startup Weekend Natal- dois alunos
foram premiados na terceira colocação e com a participação de outro membro na equipe que
ficou em segundo; 2 - Condução à visita técnica ao Porto Digital e Porto Mídia e Cais do
Porto em Recife; 3 - Participação de cinco alunos no StartUp Weekend Edu, em Recife.
O conjunto dessas variadas ações configuram uma política de fomento ao
empreendedorismo digital. Quanto às ações de incubação em TICs destaca-se a atuação da
empresa incubada Inovatix, a única entre as doze empresas que atua no segmento. A empresa
desenvolveu um portal para divulgar serviços turísticos no Rio Grande do Norte. A empresa
tem ampliado seu network a partir do apoio da incubadora.
Limitações práticas
O pouco tempo da atual gestão da Ineagro Cabugi dificulta mensurar de maneira
efetiva os resultados atuais, além de um quebra de paradigmas para pensar numa forma
extensionista que gerem empresas, partindo dos alunos.
Impactos na sociedade
A viabilização de negócios digitais dentro do corpo discente da Ufersa em Angicos
proporcionará os benefícios da tecnologia para o melhoramento da Região Central, além de
amenizar o problema de evasão escolar ao motivar os alunos ao empreendedorismo. Nesse
contexto, a Ineagro-Cabugi tem fomentado o empreendedorismo nos cursos de licenciatura
em Computação e Informática e o Curso de Bacharelado em Sistema de Informação.
Originalidade do trabalho
A ênfase da Ineagro Cabugi no empreendedorismo digital vem proporcionando o
interesse dos discentes na formação profissional e no crescimento de uma percepção das
oportunidades e possibilidades de interface da empresa incubada com os alunos de graduação
tornando este artigo original a partir do relato da experiência.
Palavras-chaves
Empreendedorismo, startups, incubadora, tecnologia da Informação, inovação.
Ineagro-Cabugi: creating connections to entrepreneurial startups
Objectives
This work aims to demonstrate the actions of Technology Incubator and Multisetorial of
Sertão of Cabugi - Ineagro Cabugi for the articulation and development of business networks,
innovations and strategic partnerships that have allowed the emergence of startups in
information and communication technology, as well as promoting the entrepreneurship at the
Federal Rural University of the Semi-Arid - UFERSA.
Form of approach / methodology
This research was built on the methodology of case study (YIN: 2005). The incubator was
established in 2005. About strategies to increase the ICT sector in 2013, the Ineagro Cabugi
developed two main strategies: fostering entrepreneurship in the digital undergraduate and
support startup incubation program.
Results achieved
We sought to evaluate the results of the incubator Ineagro-Cabugi achieved from the
development of different strategies and operations. The development of the various actions
that justifies Ineagro Cabugi be perceived as a case to be studied, justifying this study. Among
the initiatives to encourage entrepreneurship, include: 1 - Participation in Natal Startup
Weekend - two students were awarded the third score with the participation of another
member of the team that came in second; 2 - Driving the technical visit to the Porto Digital
and Porto Mídia in Recife; 3 - Participation of five students in StartUp Weekend Edu in
Recife city.
All of these varied actions constitute a policy to promote the digital entrepreneurship.
Regarding the shares of ICT-hatching highlights the company's performance incubated
Inovatix, the only one of the twelve companies that operates in the segment. The company has
developed a portal to promote tourism services in Rio Grande do Norte. The business has
expanded its network of support from the incubator.
Practical limitations
The short time the current management Ineagro Cabugi difficult to measure effectively the
current results, including a paradigm shift to think of a way that extension running companies,
starting with the students.
Impacts on society
The feasibility of digital business within the students of UFERSA Angicos campus provide
benefits of technology to improve the Central Region of Rio Grande do Norte State, apart
from reducing the problem of truancy to motivate students to entrepreneurship among the
courses of Computer and Information Technology and Bachelor of Information System.
Originality of work
The emphasis of Ineagro Cabugi in digital entrepreneurship is providing the interest of
students in vocational training and growth of a perception of opportunities and possibilities to
interface the company incubated with undergraduate students making this unique item from
the report of the experience.
Keywords
Entrepreneurship, startups, incubators, Information, innovation technology.
1 - Introdução
Este trabalho objetiva demonstrar as ações da Incubadora Tecnológica e Multisetorial
do Sertão do Cabugi - Ineagro Cabugi na articulação e desenvolvimento de redes de negócio,
inovações e parcerias estratégicas que tem permitido o surgimento de startups em tecnologia
da informação e comunicação, assim como o fomento ao empreendedorismo na Universidade
Federal Rural do Semiárido - UFERSA.
É importante caracterizar que a região do semiárido nordestino, na qual a Ineagro-
Cabugi se insere, mais especificamente na cidade de Angicos, estado do Rio Grande do Norte.
A região possui baixo índice pluviométrico e dificuldades de abastecimento de água
demandando soluções criativas e um comportamento empreendedor.
Nesse sentido, iniciativas voltadas ao empreendedorismo podem ser importantes
iniciativas para criar uma cultura inovadora nas cidades. Nesse caso as incubadoras funcionam
geralmente associadas às universidades e instituições de ensino. No caso do Rio Grande do
Norte se proliferaram diferentes iniciativas de incubação nas instituições de ensino superior:
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte ( IFRN) e Universidade Federal Rural do Semi-Árido -
UFERSA.
Portanto, a Incubadora Tecnológica e Multisetorial do Sertão do Cabugi - Ineagro
Cabugi é uma importante iniciativa para irradiar uma cultura de inovação em um contexto de
empreendimento rurais que operam com sistemas produtivos predominantemente extensivos
de baixo nível tecnológico, incapazes de assegurar renda suficiente para produtores e
trabalhadores e de evitar a contínua degradação dos recursos naturais.
Nesse contexto, a Ineagro-Cabugi percebeu que o desenvolvimento de
empreendimentos na área de tecnologia da informação e comunicação seria uma
oportunidade, potencializando as competências e oportunidades para estudantes dos cursos de
licenciatura em Computação e Informática e o Curso de Bacharelado em Sistema de
Informação.
2 - A Incubadora Tecnológica e Multisetorial do Sertão do Cabugi - INEAGRO
CABUGI
A Incubadora Tecnológica e Multisetorial do Sertão do Cabugi - INEAGRO CABUGI
foi fundada em 2005 e passou por duas grandes transformações: a primeira em 2010 quando
tornou a sua atuação multisetorial deixando de concentrar-se na área de caprinovinocultura e a
segunda realizada em 2013 quando realizou ações voltadas ao fomento do empreendedorismo
na universidade e o incremento de empreendimentos na área de TICs.
Na cidade de Angicos (RN), o tipo de agricultura praticada é de subsistência
oferecendo chances mínimas de sucesso enquanto que a pecuária, pela sua menor
vulnerabilidade aos efeitos da seca, tem se constituído no principal fator de fixação do homem
no campo e de favorecimento de crescimento na renda.
Referente à atuação multisetorial em 2010, merece destaque o desenvolvimento de
negócios na área de alimentação, com destaque ao surgimento de empresas que inovaram na
fabricação do sorvete de “pêlo”(fruto da palma) e linguiça de curimatã, relatos esses que
ganharam o prêmio de melhor poster no Seminário Nacional da ANPROTEC 2013.
No cenário acima apresentado encontra-se a Região Central do Estado do Rio Grande
do Norte que, como tantas outras, necessita de um projeto para promover uma nova economia
indissociável à preservação ambiental e convivência com a seca. A área de tecnologia de
informação e comunicação pareceu aos gestores uma excelente alternativa.
A área de atuação da INEAGRO-CABUGI pode ser visualizada na figura 1, com
destaque para o Sertão do Cabugi.
Figura 1 - Mapa do RN com destaque para o Sertão do Cabugi
Fonte: Cruz; Rezende (2005).
A Ineagro Cabugi é uma incubadora de empresas que iniciou suas atividades com o
setor tradicional da economia (Caprinocultura), adotando a modalidade de incubação não-
residente (à distância) tendo em vista que devido às características dos empreendimentos a
serem apoiados não haverá necessidade dos mesmos se instalarem fisicamente em suas
dependências.
Entre as possíveis modalidades de incubação, os empreendimentos foram apoiados em
três categorias:
a) A categoria de pré-incubação que tem por objeto apoiar empreendedores para a
criação de novos empreendimentos do agronegócio da caprinovinocultura e que ainda não
detenham condições suficientes para o início imediato dos mesmos, tais como completa
definição de seu produto ou processo, plano de negócios totalmente definido, comprovação da
viabilidade técnica e recursos financeiros assegurados para investimentos e/ou
desenvolvimentos. Também podiam participar nesta categoria empreendimentos pré-
existentes cujos responsáveis estejam abertos à adequação ou ampliação dos mesmos através
de inovação tecnológica e/ou gerencial.
b) A categoria de incubação tem o objetivo de dar continuidade ao programa de pré-
incubação além de apoiar empreendimentos do agronegócio da caprinovinocultura
constituídos, com domínio da tecnologia de produção processo ou serviço, com capital
mínimo assegurado e plano de negócio bem definido mas que identifiquem na Ineagro-Cabugi
uma oportunidade de, através dos serviços oferecidos, alavancar seu empreendimento
assegurando sua sustentabilidade e aumentando sua competitividade.
c) A categoria empreendimento graduado associado tem como objetivo apoiar
empreendimento ou empreendedor depois de sua saída, em decorrência de sua graduação ao
final do período de incubação, do sistema de incubação de empresas da Ineagro-Cabugi.
A estrutura organizacional da Ineagro-Cabugi quando a sua mantenedora era a
Associacao Dos Criadores de Ovinos e Caprinos do Sertao Cabugi pode ser visualizada na
Figura 2.
Figura 2 – Organograma da INEAGRO-CABUGI
Fonte: Cruz; Rezende (2005).
Portanto, esses eram órgãos e instâncias da incubadora em seu primeiro estágio:
O conselho deliberativo da incubadora, com função política e estratégica, constituído por um
representante das instituições parceiras, tendo como atribuição apreciação e deliberação sobre
suas principais ações.
O conselho consultivo da incubadora, com função técnica e operacional, constituído por
profissionais convidados pela incubadora e / ou indicados pelas instituições parceiras, tendo
como atribuição assessorar a incubadora e os incubados nas mais diversas áreas (tecnológica,
jurídica, gestão, contábil, etc) do agronegócio da caprinovinocultura.
A diretoria executiva com a atribuição gerenciar todas as ações, projetos e programas da
incubadora e constituída pelas seguintes coordenações: Coordenação Técnica e de Projetos,
Coordenação de Marketing e Comercialização e Coordenação Administrativa Financeira.
A coordenação técnica e de projetos uma unidade da incubadora responsável pela
orientação e acompanhamento dos projetos dos empreendimentos incubados, de modo a evitar
desvios na execução dos projetos aprovados quando da incubação. Essa coordenação tem
também a função de identificar editais e chamadas públicas ou privadas de interesse da
incubadora, além de desenvolver atividades de orientação e assessoria no desenvolvimento de
projetos que contribuam com a consolidação da incubadora e dos empreendimentos
incubados.
A coordenação de marketing e comercialização da incubadora como unidade
responsável pela orientação e acompanhamento dos empreendimentos incubados nas questões
relativas as estratégias de desenvolvimento de produtos, estabelecimento de preços, conquista
de praças e programas de promoção e comercialização.
A coordenação administrativa financeira, como o próprio nome indica, será a unidade
da incubadora responsável pelos seus aspectos financeiros e operacionais.
A diretoria executiva possui ainda com uma secretaria executiva e com pessoal para a
realização de serviços de apoio e limpeza. Sob essa estrutura são oferecidos os seguintes
serviços aos empreendedores atendidos pelo programa de incubação:
Disponibilização de espaço físico de uso compartilhado constituído de: secretaria,
auditório, sala de reunião e área de exposições.
Capacitação, treinamento e formação gerencial e tecnológica dos empreendedores.
Capacitação em segurança alimentar e ambiental para que os empreendimentos
incubados adotem princípios que visem preservar o meio ambiente, utilizem processos
de produção limpos e não representem ameaças ambientais e à saúde do consumidor.
Promoção e divulgação dos empreendimentos incubados através da internet, de
eventos e de feiras agropecuárias, permitindo a troca de informações e de experiências
além de propiciarem o surgimento de novos negócios.
Prospecção de oportunidades de financiamento público e privado favorável aos
empreendimentos participantes do programa.
Viabilização de parcerias para cooperação e acesso a informações, bibliotecas e
laboratórios.
Apoio na elaboração, orientação e acompanhamento de projetos dos empreendedores
incubados.
Apoio nas áreas de design e de marketing.
Para a implantação e desenvolvimento de um empreendimento de natureza tecnológica
é fundamental a existência de parcerias. Nesse sentido, identificou-se possíveis parceiros da
Ineagro-Cabugi além de instituições que desenvolvem atividades de extensão e/ou pesquisa
científica e/ou tecnológicas aplicadas à caprinovinocultura, instituições governamentais
municipais ou estaduais, agentes financeiros e instituições de fomento ao movimento de
incubadoras.
Tendo em vista a tipologia, os objetivos e a forma de operacionalização da incubadora,
num primeiro momento, foram disponibilizadas vagas para pré-incubação de
empreendimentos de produção, processo ou serviço, prioritariamente as áreas econômicas já
estabelecidas na região. Para isso os empreendedores deverão se apresentar abertos à
adequação do processo produtivo pela absorção de novas tecnologias ou pela mudança na
forma de gerenciamento do negócio.
Num segundo momento, após a efetivação da incubação dos primeiros
empreendimentos e na proximidade de graduação dos inicialmente incubados, foi viabilizada
a abertura de mais um ciclo do processo de incubação, tendo dessa vez ocorrido o
acolhimento de outros empreendimentos pré-existentes, mas principalmente na expectativa do
surgimento de novos empreendimentos.
Dessa forma, percebe-se que a INEAGRO-CABUGI nasceu com a expectativa de vida
de inovar no ramo de caprinocultura, dependendo fundamentalmente da capacidade de
trabalho de sua equipe gerencial para viabilizar o atendimento da demanda posta.
Em 2010, quando a Universidade Federal Rural do Semiárido instalou-se na cidade de
Angicos (RN), a Ineagro Cabugi iniciou uma avaliação sobre qual seria a melhor estrutura
para adequar-se a sua atuação no Campus Angicos. Dentre essas discussões, procedeu a
filiação da incubadora como um programa de extensão universitária. Depois de consultoria
recebida pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores
(ANPROTEC) para planejar e executar a metodologia Centro de Referência para Apoio a
Novos Empreendimentos (CERNE). A Ineagro Cabugi aderiu a uma chamada pública para as
incubadoras de modo a se habilitarem a operarem conforme a metodologia CERNE. O
funcionamento da incubadora foi determinado conforme estrutura estabelecida através de
portaria descrita no quadro abaixo.
Figura 3 - Portaria de designação da equipe
Fonte: UFERSA (2013).
Com as denominações dos cargos e as funções para atendimento às premissas do
CERNE, teve início efetivo das atividades da incubadora na UFERSA em 2012. Trabalhou-se
com as empresas tradicionais, as quais conseguiram bons resultados, quanto ao
desenvolvimento de novos produtos, como o sorvete de “pêlo”, linguiça de curimatã e
esculturas de personalidades em madeira. Os produtos foram desenvolvidos por empresas
incubadas na categoria não residente.
Quanto às estratégias voltadas ao incremento ao segmento de TICs em 2013, a Ineagro
Cabugi desenvolveu duas principais estratégias: fomento ao empreendedorismo digital na
graduação e apoio do programa de incubação de startups.
3 - Referencial teórico
Nota-se que a incubadora de empresas estudada funciona integrada à Universidade
Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA. Desse modo, a incubadora se contextualiza
enquanto um importante mecanismo de interação entre governo, universidade e empresa, mais
conhecido como hélice tripla.
A proposta conceitual da Hélice Tripla (LEYDESDORF; ETZKOWITZ,1996,
LEYDESDORFF; ETZKOWITZ, 1998) foi concebida de forma pioneira e aplicada no
contexto da América Latina sob a designação “Triângulo de Sábato” (SÁBATO; BOTANA,
1968) defendendo a cooperação empresa-universidade na inovação tecnológica e a sua
relevância para o desenvolvimento econômico e social da América Latina (PLONSKI, 1995).
Em comum, os conceitos “Hélice Tripla” e “Triângulo de Sábato” caracterizam o processo de
desenvolvimento econômico como resultado da ação múltipla e coordenada de três elementos
fundamentais para o desenvolvimento das sociedades contemporâneas: o governo, a estrutura
produtiva e a infra-estrutura científico e tecnológica. Na perspectiva do desenvolvimento
econômico destaca-se também a utilização do conceito de Arranjos Cooperativos Inter-
Organizacionais (CHILD; FAULKNER, 1998, BARNEY; 1991, HAMEL, 2004; OLIVER,
1990; POWELL, 1998) para a compreensão dos propósitos de uma política pública de
desenvolvimento econômico, tendo em vista que a sua formação possibilita às empresas
responderem de modo mais rápido às demandas de mercado e estimular a investigação das
aptidões e diferenciais existentes no contexto organizacional para o desenvolvimento de
arranjos cooperativos (HAMEL, 2004).
As abordagens teóricas da Hélice Tripla/Triângulo de Sábato também são associadas à
temática dos Sistemas Locais de Inovação (LASTRES et al., 1999; JAFFE; TRAJTENBERG;
HENDERSON, 1993, LÓPEZ; LUGONES, 1999) que teriam seu uso explicado ao justificar a
ocorrência da atividade de pesquisa e desenvolvimento de forma mais eficiente quando as
empresas ou instituições estão mais próximas geograficamente, permitindo o
compartilhamento, a transferência e acesso de recursos qualificados, assim como a interação
entre elas (LÓPEZ; LUGONES, 1999). De modo esclarecedor, Bronzo e Honório (2005, p. 9)
descrevem:
“A região - entendida como a construção de uma ordem social, cultural e política particulares
– aparecerá sempre caracterizada por um certo nível de regulação microinstitucional, que
facilita ou dificulta a emulação de comportamentos inovativos e capacidades associativas por
parte das empresas. Por um lado, tem-se a face reguladora da região, que influencia a ação e a
consciência coletiva dos atores por meio de suas instituições. Por outro, a região sofre as
influências não somente do próprio comportamento das firmas, mas também (e em grande
medida) de parâmetros nacionais e restrições internacionais. O conceito de sistemas
regionais(locais) de inovação faz referência à atuação de empresas, situadas parcial ou
totalmente em uma mesma base local, que envidam esforços complementares para
desenvolver e sustentar a inovação em áreas geográficas específicas”.
De acordo com Nelson (1993) e Hage e Hollingsworth (2000), um dos atributos das
estratégias de inovação seria garantir a competitividade internacional (PORTER, 1986). Desse
modo, propõe-se como uma condição básica à competição das empresas locais o
desenvolvimento de capacidades de relacionamento com organizações e mercados
internacionais, em que a apropriação de conhecimentos relativos aos ACIs torna-se uma
necessidade. Entre outros instrumentos a serem incorporados ao desenvolvimento de uma
capacidade de inovação mais intensa destacam-se a constituição e organização de sistemas
locais de inovação (ARCHIBUGI; PIANTA, 1992) e o desenvolvimento de formas de
coordenação desses sistemas.
O ritmo das mudanças tecnológicas é rápido, o ciclo de vida dos produtos é curto, e os
mercados têm se tornado mais especializados. Nesse sentido, as firmas estão respondendo a
essas pressões de várias maneiras e uma delas é através de empresas colaborando com
fornecedores e distribuidores (POWELL, 1987).
As políticas públicas de inovação têm sido vistas como fundamentais para nações que
buscam uma vantagem competitiva internacional. De acordo com alguns autores como Nelson
e Winter (1982), Dodgson e Rothwell (1991), Cooke (1996), Branscomb e Keller (1999) e
Llerena e Matt (2005) essas políticas têm sido muito usadas nos países industrializados com o
objetivo de descentralização e fortalecimento das iniciativas locais e regionais, visando o
desenvolvimento industrial e econômico. Portanto, em países em desenvolvimento como o
Brasil, a valorização das políticas públicas de inovação se faz ainda mais necessária.
Percebe-se que as incubadoras de empresas podem ser vistas como importantes
ferramentas de promoção das políticas públicas de inovação. Desse modo, as incubadoras de
empresas como a Ineagro Cabugi é uma dessas iniciativas que podem levar desenvolvimento e
promover o compartilhamento de uma cultura de inovaçao e empreendedorismo.
4 - Metodologia
A presente pesquisa foi construída com base na metodologia de estudo de caso (YIN:
2005). Os procedimentos metodol gicos utilizados neste estudo foram de natureza descritiva.
O estudo se utilizou de levantamento bibliográfico sendo elaborado um estudo de caso. ara a
coleta de dados adotou-se a observação direta e a análise de documentos. ara a análise e
interpretação dos dados foi utilizada a técnica da triangulação. oi feito uso da istoriografia,
de modo a resgatar os acontecimentos ocorridos ao longo do tempo.
5 - Avaliação dos resultados alcançados pela Ineagro-Cabugi
Procurou-se avaliar os resultados que a incubadora Ineagro-Cabugi alcançou a partir
do desenvolvimento de diferentes estratégias e operações. O desenvolvimento das variadas
ações justifica que a Ineagro Cabugi seja percebida como um case a ser estudado,
justificando-se este estudo. Entre as iniciativas desenvolvidas para o estímulo ao
empreendedorismo, destacam-se:
- Seminário sobre Gestão de Startup empreendedorismo em TI (novembro 2013), o qual
trouxe um jovem que é empresário em TI e discursou como foi e é sua vida empreendedora
(Eduardo Costa, proprietário da Lua 4, a empresa que é incubada na Inova Metrópole,
incubadora do Instituto Metrópole Digital, maior centro de Tecnologia de Informação do Rio
Grande do Norte) e também palestra com Sergio Oliveira empreendedor da startup Meu
Peludo;
- Seletiva de alunos que apresentaram ideias de negócios para participarem do Startup
Weekend Natal com o intuito de despertar soluções em TI e ampliar o network);
- Participação de cinco alunos no Startup Weekend Natal, inscrições e transporte oferecido
pela Ineagro Cabugi (na oportunidade dois alunos foram premiados na terceira colocação e
com a participação de outro membro na equipe que ficou em segundo);
- Condução à visita técnica ao Porto Digital, as incubadoras Porto Mídia e Cais do
Porto; Visita a Mobiclub, startup que ganhou prêmio da empresa Telefônica e encontra-se e
foi incubada no Cais do Porto; visita a empresa de marketing digital que foi incubada e hoje
encontra-se em centro empresarial, contando como foi a trajetória;
- Participação no 16° Encontro da Local Web com a participação de profissionais de internet
na área de empreendedorismo digital. A incubadora providenciou a hospedagem e o
transporte. Essa ação foi em conjunto com a empresa Cake Roll, a qual é uma empresa
pernambucana, que tem como missão desenvolver uma internet mais rica. Sendo liderada pelo
empreendedor Érick de Albuquerque, criador da primeira Pós-Graduação Lato Sensu em
Front-end Engineering do Brasil, idealizador do evento FEEC BRAZIL (evento o qual já foi
realizado em na UFERSA Angicos, na sua versão light ) e a convenção internacional para
profissionais de internet e Diretor Executivo da A&C Holding Group. Criou-se um link com
instituições, as quais estão antenadas com o que se está utilizando de melhor em conceitos e
práticas relacionadas a internet e startups digitais.
- Participação de cinco alunos no StartUp Weekend Edu, em Recife. O evento teve foco em
soluções em educação. Três estudantes foram contemplados com a segunda colocação. A
incubadora pagou as inscrições e concedeu o transporte. Nessa conseguiu-se conectar a
pessoas que tentam soluções em educação e que empreendem nesse mercado como forma de
startup, como a GYMBO, que apresenta solução para melhor aproveitamento no Exame
Nacional do ensino Médio –ENEM, sendo bastante interessante a troca de experiências para
saber como é a execução das atividades nesse tipo de empreendimento.
- Visita a dois Coworks em Natal, para saber como funciona a dinâmica (Inovae e a
Mandacarú) e a troca de experiência com os gestores das iniciativas, o proprietário da Inovae
e da DND Tecnologia) e a troca de experiência na Mandacarú e com os sócios da empresa
Meu Peludo, startup que foi segundo lugar na Rio Info. Com essa os discentes conseguem
obter referências sobre com quem se conectar para marcar reuniões, caso seus negócios
tenham atividades em Natal, assim como ter um network mais próximo com profissionais e
empreendedores da área, sendo algo importante para a atual e futura atuação profissional.
- Apoio ao evento realizado pelos participantes do Startup, na Ufersa falando sobre a
experiência de conexões fora da Universidade. A iniciativa dos alunos executarem um evento
com o aporte da incubadora fortalece o pensamento empreendedor dentro da universidade,
fazendo com que surjam novas ideias de negócio e se desperte para trabalhar juntamente com
os colegas de curso que estejam empreendendo.
- Inscrição no Evento Be Mean sobre programação em Java Script (6 discentes), para
melhoramento da capacidade técnica e antenada nas ações do mercado. Com essa qualificação
os alunos desenvolveram novas competências com os profissionais que estão desenvolvendo
técnicas mais agéis, além de dominar conhecimentos os quais podem colaborar para o
desenvolvimento dos seus projetos de startup, que estão sendo trabalhados após os StartUp
Weekend.
- Participação no StartUp Campina Grande (8 discentes) com a ampliação de network e
mentoria para a planejamento e execução das ideias. Além de mais alunos entrando em
contato com o empreendedorismo digital, nota-se que se está criando uma sinergia entre os
discentes, trazendo para o Campus Angicos os olhares de instituições que trabalham essa
temática. Isso pode viabilizar parcerias mais facilmente construindo-se bons relacionamentos
para o mercado , de pessoas que são líderes em suas instituições.
- Participação no Encontro do Jerimum Valley para informar de como será a seletiva para Rio
Info 2014, com o representante em Natal na Feira. Nesse encontro além de informar sobre
como é a feira de negócios, como pode-se viabilizar negócios advindos dos produtos criados
pelos alunos, além de interagir com advogados que estavam presente no encontro para
consultoria e possíveis investimentos nos projetos.
- reunião com o gestor do Projeto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Sebrae-RN
(Protic), responsavél por desenvolver ações voltadas às startups pelo Sebrae/RN, mostrando
as oportunidades de capacitação na área e as oportunidades de mercado e incentivos os quais o
Sebrae está realizando, como a aproximação dos investidores anjos no Rio Grande do Norte
junto aos empreendedores. Dessa maneira, os alunos estão criando um link com o órgão
bastante importante no fomento de negócios e possam viabilizar suas iniciativas com mais
independência, não só dependendo de iniciativas acadêmicas empreendidas pela universidade.
O conjunto dessas variadas ações configuram uma política de fomento ao
empreendedorismo digital.
Outra maneira de fortalecer o ecossistema de inovação foi aliar esforços à comunidade
de empreendedores do RN, ao se participar de fóruns como o Jerimum Valley. A comunidade
Jerimum Valley é constituída de pessoas envolvidas e comprometidas com o desenvolvimento
do ecossistema de empreendedorismo digital no Rio Grande do Norte. Para difundir e
fomentar empreendedorismo esse grupo promove ações voltadas para realização de encontros
entre os membros da comunidade. Busca-se colaborar na estruturação do cenário das startups
através de uma abordagem que fomenta o espírito empreendedor, apresentando-se ideias de
possíveis negócios, assim como alertando e promovendo eventos, acontecimentos e
oportunidades que estão acontecendo sobre o mundo das startups. Um evento realizado por
eles foi o StartUp Weekend Natal realizado em fevereiro de 2014, em Natal, capital do Rio
Grande do Norte.
Quanto às ações de incubação em TICs destaca-se a atuação da empresa incubada
Inovatix, a única entre as doze empresas que atua no segmento. A empresa desenvolveu um
portal para divulgar serviços turísticos no Rio Grande do Norte, o Natal2014.com, e está
desenvolvendo um aplicativo com as mesmas funcionalidades. A empresa tem ampliado seu
network a partir do apoio da Ineagro Cabugi. Em virtude de questões legais a Inovatix
precisou mudar o nome do portal de turismo para TurismoLand. A empresa possui um
escritório que funciona em Natal.
6 - Conclusões
A viabilização de negócios digitais dentro do corpo discente da Ufersa em Angicos
proporcionará os benefícios da tecnologia para o melhoramento da Região Central, além de
amenizar o problema de evasão escolar ao motivar os alunos ao empreendedorismo, que é um
caminho que além de poder trazer sua sustentabilidade financeira; trará desenvolvimento
profissional e acadêmico devido à interação de seus conhecimentos com a concomitância do
que o mercado exige, fazendo essa interação de influenciar o mercado com o que se discute na
Universidade e proporcionar trazer para a sala de aula o que o que o mercado deseja de
soluções na área técnica, além do desenvolvimento de habilidades humanas, com o
estreitamento das relações interpessoais necessárias para a execução das atividades e
atingimento dos objetivos anteriormente delineados.
Nesse contexto, a Ineagro-Cabugi visualizou uma excelente oportunidade para
desenvolver o empreendedorismo entre dois cursos os quais estão inseridos na UFERSA,
campus da cidade de Angicos: o curso de licenciatura em Computação e Informática e o
Curso de Bacharelado em Sistema de Informação que estão distantes dos centros urbanos e
consequentemente de empresas e necessitam de estratégias que superem esses obstáculos.
A ênfase da Ineagro-Cabugi no empreendedorismo digital vem proporcionando o
interesse dos discentes na formação profissional e no crescimento de uma percepção das
oportunidades e possibilidades de interface da empresa incubada com os alunos de graduação
tornando este artigo original a partir do relato da experiência.
O pouco tempo da atual gestão da Ineagro Cabugi dificulta mensurar de maneira
efetiva os resultados atuais. De qualquer modo nota-se que a gestão tem procurado uma
mudança paradigmática para pensar numa forma extensionista que gerem empresas, partindo
dos alunos, mas acredita-se que essas ações de hoje terão efeitos significativos em anos
posteriores.
Recomenda-se que a gestão documente as variadas ações que vem realizando e que
procure fazer uso de redes sociais para divulgar as variadas ações que vêm realizando.
Recomenda-se que a incubadora busque novas fontes de financiamento de suas atividades e
que o conselho da incubadora se reúna regularmente de modo a analisar novas candidaturas
para o processo de incubação de empresas.
Referências
ARCHIBUGI, D.; PIANTA, M. The technological specialization of advanced countries.
Kluwer Academic, Dordrecht, 1992.
BARNEY, Jay. Firm resources and sustained competitive advantage, Journal of
Management, 1991, Vol. 17, No. 1, 99-120.
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