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O Sculo XIX e as Exposies Universais
RESUMO
Cidades como Paris, Barcelona e Lisboa, assim como outras cidades da Europapassaram por profundas mudanas e forte crescimento durante o sculo XIX. Nesse momento as
cidades eram caracterizadas pela continuidade de traados clssicos e barrocos e pelo
surgimento de novas tipologias que vo preparando a cidade moderna. Tambm foi o sculo das
invenes, vinculadas nas Exposies Universais, que comearam a serem organizadas em
Londres no ano de 1851. A sociedade da poca, principalmente a europia assistia a
consolidao do sistema de fbricas, as descobertas das novas invenes e ascenso de uma
classe burguesa. As dezesseis exposies que ocorreram, condensaram o que o sculo XIX
entendeu como modernidade. As cidades onde as exposies foram montadas Londres, Paris,
entre outras foram os epicentros da modernidade. No Brasil durante a segunda metade do sculo
XIX, a sociedade brasileira passou por mudanas fundamentais nos campos polticos, sociais e
consequentemente na forma de ver e entender a nova realidade que estavam vivendo. O Rio de
Janeiro se transformava em um novo projeto de Brasil, inserindo o pas na modernidade, atravs
do urbanismo e da arquitetura com a reurbanizao do prefeito Pereira Passos. Desta forma o
meio encontrado para a divulgao de todas estas reformas e civilizao do progresso brasileiro
foi a realizao de uma grande Exposio. A data escolhida foi o Centenrio da Abertura dos
Portos em 1908 e o local do evento no bairro da Urca, a entrada oficial do Brasil no mercado
internacional, acabando definitivamente com o vnculo colonial.
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SUMRIO
RESUMO---------------------------------------------------------------------------------------------------------------01
LISTA DE FIGURAS ------------------------------------------------------------------------------------------------03
1- INTRODUO ----------------------------------------------------------------------------------------------------04
2- O SCULO XIX
2.1 A arquitetura e a cidade --------------------------------------------------------------------------05
2.2 - Paris palco de transformaes ------------------------------------------------------------------05
3- AS EXPOSIES UNIVERSAIS
3.1 - A cincia e a tcnica na construo do progresso -------------------------------------------08
3.2 - As principais Exposies Universais--------------------------------------------------------------08
4- O BRASIL E AS EXPOSIES
4.1 - O Rio de Janeiro no inicio do sculo XX---------------------------------------------------------14
4.2 - A Exposio Nacional de 1908---------------------------------------------------------------------16
5- CONSIDERAES FINAIS -----------------------------------------------------------------------------------20
6- REFERNCIAS ---------------------------------------------------------------------------------------------------21
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LISTA DE FIGURAS
Fig. 01 -As demolies para a Rue de Rennes----------------------------------------------------------06
Fig. 02 - Diviso de Paris em 20 arrondissements-------------------------------------------------------07
Fig. 03 - Palcio de Cristal, em Londres, 1851------------------------------------------------------------09
Fig. 04- Palais de l'Industrie-----------------------------------------------------------------------------------09
Fig. 05 -Grand Palais des Champs-Elyses--------------------------------------------------------------10
Fig. 06 - Galerie des Machine---------------------------------------------------------------------------------10
Fig. 07 - Fora do edifcio oval----------------------------------------------------------------------------------11
Fig. 08 - Palais du Trocadro----------------------------------------------------------------------------------11
Fig. 09 - O Palais de Chaillot(Trocadero)------------------------------------------------------------------12
Fig. 10 -A multido no Campo de Marte-------------------------------------------------------------------12
Fig. 11 - Construo da Torre Eiffel--------------------------------------------------------------------------13Fig. 12 -Torre Eiffel----------------------------------------------------------------------------------------------13
Fig. 13 -Vista parcial da Av. Central-------------------------------------------------------------------------15
Fig. 14 -Alargamento da Rua da Carioca------------------------------------------------------------------16
Fig. 15 -Planta da Exposio de 1908 no Rio de Janeiro----------------------------------------------17
Fig. 16 -Panormica da Exposio de 1908---------------------------------------------------------------17
Fig. 17 - Vista area da Exposio de 1908----------------------------------------------------------------18
Fig. 18 -Portal Monumental da Exposio de 1908------------------------------------------------------18
Fig. 19 -Pavilho do Estado de So Paulo-----------------------------------------------------------------19Fig. 20 - Teatro Joo Caetano----------------------------------------------------------------------------------19
Fig. 21 - Palcio dos Estados-----------------------------------------------------------------------------------20
Fig. 22 -Pavilho do Estado da Bahia e Pavilho do Estado de Minas Gerais--------------------20
Fig. 23 -Palcio Manuelino--------------------------------------------------------------------------------------21
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1 - INTRODUO
O presente trabalho tem por objetivo investigar sobre as Exposies Universais, que
tinham como objetivo reunir e celebrar os melhores resultados de todas as atividades do trabalho
do homem, exaltando a produo mecanizada capitalista, sua importncia para a sociedadeindustrial e como as idias de modernidade vinculadas nesses eventos influenciaram a
arquitetura e as cidades do sculo XIX.
No primeiro captulo deste trabalho, intitulado O sculo XIX, trata-se sobre a
arquitetura e a cidade deste perodo, com destaque para a cidade de Paris, que foi palco de
transformaes e modelo de cidade no sculo XIX. No segundo captulo, intitulado As
Exposies Universais, pesquisou - se sobre a cincia e a tcnica desenvolvida na construo
desse perodo, e sobre as principais Exposies Universais. Foram citadas as dezesseis
exposies realizadas no sculo XIX at a virada do sculo XX, ou seja, entre os anos de 1851 a
1900, destacando-se as mais importantes exposies universais. No terceiro captulo, intitulado
O Brasil e as Exposies, destaca- se a cidade do Rio de Janeiro, na poca capital do Brasil e
palco das transformaes do prefeito Pereira Passos, inspirado nas idias de Haussmann. Nesse
mesmo perodo ocorre uma das maiores e mais importantes Exposies Nacionais, a de 1908.
A importncia deste trabalho justifica-se pela importncia de se entender como a
Europa influenciou o Brasil neste processo de insero na modernidade. Esse novo paradigma
vindo da Europa, no decorrer do sculo XIX, penetra na elite Latina - Americana, que tambmpassa a querer trilhar os mesmos caminhos: ser moderna, participar da rota do progresso,
tornar-se uma grande nao, desfazer a imagem do exotismo tropical do atraso e da inrcia.
(PESAVENTO, 1997, p. 16)
No Brasil foi a cidade do Rio de Janeiro, influenciada pela Frana, o centro irradiador
de costumes, hbitos, modas e idias, que representava a entrada da modernidade no pas. Em
1908, com a justificativa de comemorar o Centenrio de Abertura dos Portos do Brasil para as
naes amigas, o Rio de Janeiro sediou uma grande festa.
Na realidade um dos objetivos da Exposio Nacional era apresentar a nova capital
da Repblica, urbanizada pelo prefeito Pereira Passos e saneada por Osvaldo Cruz para as
diversas autoridades nacionais e internacionais.
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2 O SCULO XIX
2.1 - A arquitetura e a cidade
A arquitetura do sculo XIX passou por inmeras transformaes estticas que se
traduziram em movimentos chamados revivalistas e pelas inovaes tecnolgicas, ou ainda porrazes culturais e contextos especficos, os arquitetos do perodo viam na cpia da arquitetura do
passado os tratados de uma linguagem esttica original.
Como resultados das grandes transformaes industriais, tiveram como
consequncias degradao do meio urbano, ms condies de vida das populaes operrias,
poluio atmosfrica, m utilizao do solo, concentrao de mo de obra, concentrao das
unidades industriais nos centros urbanos com maior populao. Comeam a surgir zonas
somente industriais geralmente em posies perifricas e surgem os bairros operrios, onde em
pouco espao se tenta colocar o maior nmero de pessoas, embora sem quaisquer condies.
Benvolo cita que os bairros operrios tomaram formas e caractersticas diferentes
nos vrios pases, mas todos tinham em comum uma regularidade fria e atroz, e uma grande
densidade no que se refere ao aproveitamento do terreno, tirava-se maior partido do solo
prescindindo-se de espaos livres e ptios. As casas tinham poucas janelas para a rua. Grande
parte dos habitantes no tinham luz nem ventilao. A esta soluo desumana seguiram-se
outras com pequenos ptios intermedirios que no passavam de um pequeno alvio para uma
situao grave que subsistia.
Foi de suma importncia presena deste captulo na pesquisa, pois a partir do
estudo das cidades no perodo do sculo XIX, pode-se compreender as transformaes
urbansticas na qual ir se pensar em uma cidade para uma nova sociedade, em que a
burguesia como classe dominante impe uma nova ordem baseada no racionalismo, no
liberalismo, no esprito de progresso e nsia de modernidade.
2.2 - Paris palco de transformaes
No sculo XIX Paris era a capital cultural do ocidente, fornecia o modelo de
paisagens, gostos e hbitos cotidianos que deveriam ser seguidos por qualquer cidade que
pretendesse ser moderna. Paris est inserida neste contexto pelo fato de ter sido a cidade de
maior remodelao e reconstruo sistemtica sofrida na poca, tornando-se assim o bero da
modernidade.
As transformaes promovidas pelo prefeito Eugenne Haussmann, que traou o
complexo plano de reordenamento do tecido urbano de Paris, permitiram a cidade segundoBenvolo (1989) um programa urbanstico coerente num tempo bastante curto. O mesmo
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Haussmann triplica a rede de iluminao, reordena o sistema de transporte pblico,
modifica a Sede administrativa da Capital, levando o limite da cidade a coincidir com as
fortificaes, alm de criar uma via que circunda a cidade; abaixo na figura podemos observar a
linha mais grossa que define o antigo cinturo alfandegrio do sculo XVIII.
Fig. 02 Diviso de Paris em 20 arrondissementsFonte: Livro Histria da Cidade, Leonardo Benvolo.
Com todas essas mudanas, Paris ressurge como uma nova metrpole, a cidade luz,
efervescente, que conta com largas avenidas para facilitar a rapidez do trfego expanso da rede
de esgotos e abastecimento de gua, a sextuplicao da rede ferroviria ligando todo o pas a
Paris e a todo o continente, assim como a valorizao dos terrenos, as novas oportunidades de
emprego, o amplo afluxo internacional possibilitado pela centralizao dos entroncamentos,
enfim, esses e outros benefcios foram possveis mediante a ousadia e empreendimento do
prefeito Eugne Haussmam.
3 AS EXPOSIES UNIVERSAIS
A primeira exposio industrial francesa teve lugar no Champ-de-Marsem Paris, em
1791, o local das manifestaes nacionais aps a queda da monarquia. Teve lugar numa galeria
arqueada que contornava um largo espao quadrado remanescente de uma praa de mercado.
Durante o meio sculo seguinte, similares exposies tiveram lugar em Manchester, Leeds,
Birmingham, Dublin, Ghent, Berlim e Viena. Estas feiras nasceram devido ao crescimento da
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produo da indstria mecanizada, e por outro lado, tiveram um enorme efeito nas artes e
manufaturas dos prprios pases.
3.1 - A cincia e a tcnica na construo do progresso
As cidades estavam crescendo trazendo a necessidade de construes maiores e
mais altas. As fbricas floresciam e se tornavam mais complexas, exigindo novas tecnologias
para superar os limites. Ferrovias e portos precisavam ser ampliados e modernizados para
garantir o transporte mais barato de mercadorias e pessoas.
Segundo Pesavento (1997) as Exposies Universais apresentaram-se como
manifestaes de prestgio e ostentao, exposies onde as naes afirmavam seu poder
econmico, tecnolgico e at cultural, revelando suas aspiraes ao progresso.
As dezesseis exposies que ocorreram condensaram o que o sculo XIX entendeu
como modernidade. As cidades onde as exposies foram montadas Londres, Paris, entre outras
foram os epicentros da modernidade. A idia era mostrar e ensinar as virtudes do tempo
presente e confirmar a previso de um futuro excepcional.
No tpico a seguir, ser comentada as principais exposies universais, o ano e o
local em que cada uma delas aconteceu e sua importncia para a evoluo da modernidade.
3.2 - As principais Exposies Universais
Segundo Benvolo (1989), a primeira exposio universal foi aberta em Londres em
1851. Atravs de um concurso onde participaram 245 competidores, o projeto de Horeau foi
escolhido para abrigar a exposio. Este projeto consistiu num armazm construdo em ferro e
vidro. Contudo, todos os projetos, at mesmo o vencedor, foram considerados inviveis por se
tratarem de construes que utilizariam grandes elementos no recuperveis depois de sua
demolio. A partir desta deciso, Joseph Paxton, um construtor de estufas, juntamente com o
Comit de Construo e alguns empreiteiros, sugeriu um projeto todo em ferro, madeira e vidro
que pudesse ser reaproveitado.
Benvolo (1989) explica que o sucesso da construo do Palcio de Cristal em
Londres, ocorreu principalmente em funo da formao de seu projetista que no era arquiteto e
sim experiente construtor de estufas para plantas e engenheiro perito em jardins.
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Fig. 03 Palcio de Cristal, em Londres, 1851Fonte: omundopreepostorreeiffel.blogspot.com/ Acesso em: 07/03/2009
Na exposio de Nova York em 1853, Paxton tambm o projetista, porm nesta
construo foi inserida uma cpula monumental no projeto semelhante ao do Palcio de Cristal
de Londres.
A terceira Exposio Universal realizou-se em Paris no Champ de Mars, desde 15 de
maio de 1855 a 15 de novembro do mesmo ano. Esta exposio aconteceu no Palais de
l'Industriejunto aos Champs-lyses. Nesta exposio foram expostos artigos relacionados com
a agricultura, a indstria e as belas artes.
Fig. 04- Palais de l'IndustrieFonte: www.wikipedia.com.br- acesso em: 22/04/2009
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Como cita Benvolo (1989), desta vez utilizou-se revestimento de alvenaria
circundando o edifcio, o que limitou o uso do ferro, foi utilizado em todas as exposies
subseqentes at 1900, quando foi demolido dando lugar ao Grand-Palaisque foi considerado o
maior ambiente coberto construdo em ferro sem sustentao.
Fig.05Grand Palais des Champs-ElysesFonte: www.sinsitio.es/displayimage.php?album=10&pos=7 acesso em: 22/04/2009
Benvolo (1989) descreve que a segunda exposio de Paris, em 1867 foi construda
no Campo de Marte. Na Galerie des Machineforam expostos objetos de ferro que comprovavam
o avano da indstria siderrgica, no campo da construo civil a novidade era o elevador
hidrulico. A exposio desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do movimento
da indstria francesa.
Fig.06 Galerie des MachineFonte:www.avenuedstereo.com/modern/images_week07.htm - acesso em 01/05/2009
Segundo Benvolo (1989) somente aps seis anos aconteceu em Viena a Exposio
Universal de 1873, na qual foi construdo um edifcio que composto por uma gigantesca
rotunda com 102 metros de dimetro.
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Fig.07 Fora do edifcio ovalFonte:www.avenuedstereo.com/modern/images_week07.htm - acesso em 01/05/2009
A Exposio Universal de Paris de 1878 foi a terceira exposio universal que teve
lugar nesta cidade, realizando-se entre 20 de Maio a 10 de Novembro de 1878. A mostra teve
como tema:Agricultura, Artes e Indstriae serviu para demonstrar a recuperao econmica e a
pujana industrial da Frana depois da crise causada pela derrota na Guerra Franco-Prussiana
de 1870.
Nesta Exposio foram construdos dois grande edifcios, segundo Benvolo (1989),
um no Campo de Marte chamado de provisrio e outro na colina de Chailot, que o Palais du
Trocadro. O provisrio possuia as paredes de cermica multicolorida, j o Trocadro possua
uma estrutura em alvenaria e o ferro estava apenas na cobertura. O edifcio foi demolido para a
construo do Palais de Chaillot.
Fig. 08 - Palais du TrocadroFonte:www.avenuedstereo.com/modern/images_week07.htm - acesso em 01/05/2009
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Fig. 09- O Palais de Chaillot (Trocadero)
Fonte:www.avenuedstereo.com/modern/images_week07.htm - acesso em 01/05/2009
Segundo Benvolo (1989) depois da Exposio de 1878 surgem em todas as partes
do mundo Exposies Universais: Sidney (1879), Melbourne (1880), Amsterd (1883), Anturpia
e New Orleans (1885), Barcelona, Copenhague e Bruxelas (1888).
A mais importante Exposio do sculo XIX, segundo Benvolo (1989) a Exposio
em Paris de 1889, que acontece no centenrio da tomada da Bastilha. realizada no Campo de
Marte e composta de vrios prdios porm a atrao principal foi uma torre de 300 metros
construda por Gustave Eiffel.
Fig.10 A multido no Campo de Marte, Paris, 1889.
Fonte: Livro Exposies Universais, Sandra Pesavento, 1997, p.43.
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Fig. 11 Construo da Torre Eiffel
Fonte: parisseculoxix.blogspot.com/- - acesso em 01/05/2009
A Torre Eiffel, apesar de ter sido a grande atrao da festa, era uma estrutura
revolucionria para a poca, sendo inaugurada pelo Prncipe de Gales, futuro Rei Eduardo VII da
Inglaterra. At 1889, a estrutura mais alta do mundo era a Pirmide de Quops no Egito. A partir
deste ano, e at 1930, a Torre Eiffel seria a construo mais alta do mundo.
A sua construo e design no acolheram opinies unnimes e muito favorveis na
poca. De fato passaram muitos anos at a torre ser integrada nas representaes obrigatrias
da cidade de Paris. Previa-se, de qualquer modo, a sua demolio no final da Exposio.
Fig. 12Torre Eiffel
Fonte: www.diariodoturismo.com.br/texto.asp?codid=12844 - Acesso em : 05/05/2009
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O estudo das exposies universais serviu para conhecermos as primeiras
manifestaes da industrializao triunfante do sculo XIX, pois as exposies universais foram
espelhos de sua prpria poca, exibindo a ostentao das naes que pretendiam afirmar o seu
crescimento tecnolgico, econmico, industrial e a grandiosidade ostensiva da prpria
arquitetura. Elas representaram, de certo modo, a mais convincente exposio de arquitetura quese possa imaginar, servindo, neste sentido, de campo frtil para o debate arquitetural.
4 O BRASIL E AS EXPOSIES
Durante a Segunda metade do sculo XIX, a sociedade brasileira passou por
mudanas fundamentais nos campos polticos, sociais e conseqentemente na forma de ver e
entender a nova realidade que estavam vivendo. Foi nesse perodo que se mudou a forma de
governo, foi feita a Constituio, se iniciou a substituio do trabalho escravo pelo trabalhoassalariado e as fazendas de caf e outras lavouras brasileiras modernizaram-se. As cidades
cresceram e nelas as primeiras indstrias se instalaram.
Pereira Passos, particularmente, alm de ter exercido um papel importante na
ampliao da malha ferroviria brasileira, havia estudado em Paris, onde tivera a oportunidade
de acompanhar de perto o final das aes de Haussmann.
A to sonhada insero do Brasil no mundo moderno, trouxe grandes transformaes,
tanto ideolgicas, quanto espaciais. As transformaes no espao urbano, ficam evidentes no
deslocamento de pessoas e atividades, para outras reas da cidade e na construo do prprio
espao para as exposies, conforme veremos no Rio de Janeiro do incio do sculo XX.
4.1 O Rio de Janeiro no inicio do sculo XX
Com a reurbanizao do Rio, muitas ruas e avenidas foram alargadas, e algumas
outras abertas. Destas, a mais importante foi a Avenida Central, que cortou a cidade com seus 2
quilmetros de comprimento e seus 33 metros de largura, ligando as avenidas do Cais e Beira-
Mar. Alm de estabelecer um anel virio que facilitaria o fluxo dos transportes, essa avenida seria
o marco de uma cidade renovada. Ela reformularia sua paisagem, instituindo uma nova
arquitetura, e substituindo os cortios, estalagens, e pequenas lojas, por grandes
estabelecimentos comerciais, instituies religiosas, escolas, teatros e museus. A cidade arejada
estaria livre das epidemias, mas tambm da presena do proletariado, dos ociosos, dos mestios
e de todos os rostos considerados inadequados imagem de um Brasil moderno.
Para abrir a Avenida Central, foram desapropriados e demolidos, cerca de 600
prdios, que compunham 1700 propriedades, numa ao que ficou conhecida como bota-abaixo.
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Fig. 13Vista parcial da Av. Central do Rio de Janeiro, atual Av. Rio BrancoFonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148- Acesso em: 22/08/2009
A seguir temos o alargamento da Rua da Carioca em 1905, tendo todos os seus
imveis, em um dos lados da rua (direito) sendo demolidos.
Fig. 14Alargamento da Rua da CariocaFonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148- Acesso em: 22/08/2009
Para abrigar a populao que habitava o centro, foi proposta a criao e adequao
de bairros proletrios mais afastados, a exemplo do que ocorrera em Paris. Mas no h dvida
de que os investimentos se voltaram mais para a remodelao do centro, do que para esses
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assentamentos. E, dadas as particularidades geogrficas dessa cidade, abandonar as moradias
do centro significou, j nesse momento, uma ocupao ainda mais desordenada dos morros.
4.2 A Exposio Nacional de 1908
O Rio de Janeiro se transformava em um novo projeto de Brasil, inserindo o pas na
modernidade, atravs do urbanismo e da arquitetura. Desta forma o meio encontrado para a
divulgao de todas estas reformas e civilizao do progresso brasileiro foi a realizao de uma
grande Exposio, inicialmente de carter nacional, para mostrar as obras de reestruturao do
espao pblico e saneamento, realizadas no inicio do sculo. A data escolhida foi a
comemorao do Centenrio da Abertura dos Portos em 1808. Essa exposio ocorrida em 1908
iria sacramentar, segundo Pesavento (1997), a entrada oficial do Brasil no mercado internacional
e marcaria um novo caminho do Brasil, tentando acabar definitivamente com o vnculo colonial.
Outras exposies nacionais j haviam sido realizadas no Rio de Janeiro, mas tinham
sido instaladas em prdios j existentes. Na realidade, a Exposio Nacional de 1908 foi a
primeira para a qual foi criado um espao, um cenrio, com a construo de prdios destinados
especificamente realizao do evento. Abaixo temos a planta de implantao do evento, com
destaque para os pavilhes e uma imagem panormica da Exposio de 1908.
Fig. 15Planta de implantao da Exposio de 1908 no Rio de JaneiroFonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148- Acesso em: 22/08/2009
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Fig. 16Panormica da Exposio de 1908 no Rio de JaneiroFonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148- Acesso em: 22/08/2009
O local escolhido para a exposio foi o atual bairro da Urca, at ento desconhecido
de muitos habitantes da cidade na poca. Abaixo a foto mostra a Avenida dos Estados, a
principal da Exposio, e a Praa Brasil.
Fig.17 Vista area da Exposio de 1908 no Rio de JaneiroFonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148- Acesso em: 22/08/2009
A variedade de estilos que aparece nas construes nos d bem a dimenso do
repertrio ecltico adotado.
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Fig. 18Portal Monumental da Exposio de 1908 no Rio de JaneiroFonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148- Acesso em: 22/08/2009
O Pavilho do Estado de So Paulo, foi um dos maiores da Exposio e
apresentando caractersticas eclticas.
Fig. 19Pavilho do Estado de So PauloFonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148- Acesso em: 22/08/2009
A Exposio de 1908, oferecia aos visitantes vrias atraes como: restaurantes e o
Teatro Joo Caetano, onde eram apresentadas as peas dramticas, musicais, consertos
sinfnicos e peras atraindo a intelectualidade da poca.
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Fig. 20Teatro Joo CaetanoFonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148- Acesso em: 22/08/2009
A foto abaixo mostra o Palcio dos Estados ou Palcio da Exposio. um dos
prdios que ainda existem no bairro da Urca, da poca da Exposio. Ao fundo da foto observa-
se o Portal Monumental.
Fig. 21Palcio dos EstadosFonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148 - Acesso em: 22/08/2009
Na prxima imagem, observa-se o Pavilho do Estado da Bahia (lado direito) e o
Pavilho de Minas Gerais (lado esquerdo), este ltimo, juntamente com o Pavilho do Estado de
So Paulo eram os dois maiores da Exposio. Entre o Pavilho do Estado da Bahia e o
Pavilho de Minas Gerais est a Avenida Brasil.
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Fig. 22Pavilho do Estado da Bahia ( direita), Pavilho do Estado de Minas Gerais ( esquerda).Fonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148- Acesso em: 22/08/2009
O nico pavilho estrangeiro, o Palcio Manuelino trouxe a imagem da colonizao,
com um estilo que homenageava a poca dos grandes descobrimentos, ou seja, da colonizao
portuguesa em vrias partes do mundo.
Fig. 23Palcio Manuelino.Fonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=827148- Acesso em: 22/08/2009
5 - CONSIDERAES FINAIS
As Exposies Universais, queriam ser um retrato em miniatura do mundo moderno
avanado, composto de espetculos nos campos da cincia, das artes, da arquitetura, dos
costumes e da tecnologia, definindo sua importncia para as cidades do sculo XIX e porque no
dizer tambm as cidades do sculo XX. A idia de mostrar e ensinar as virtudes do tempo
presente e confirmar a previso de um futuro excepcional.
Elas surgem em um mundo onde desponta a cidade moderna, a grande metrpole
que tem, inicialmente, em Londres e Paris os seus maiores expoentes. Com isso, as Exposies
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Universais vm determinar a marca da sociedade do espetculo e transformar a cincia, a
tecnologia e a engenharia, enfim, na marca do progresso humano.
6 - REFERNCIAS
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