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Hipertireoidismo
Felino
Liza Crissiuma GershonyMestranda UFF
Abril 2010
Disciplina de Tópicos Especiais na Clínica Médica de Felinos
Felino Adulto (> 4 anos)
Queixa Principal:
Vômito e/ou Emagrecimento
DRC Hipertireoidismo
Doença IntestinalInflamatória Diabetes
Mellitus
Introdução
Aumento na prevalência
Doença nova?
1º diagnóstico em 1979
Endocrinopatia mais comum em gatos
� Humanos – Doença de Graves (AC estimulantes da tireóide)
Bociogênicosambientais
Bociogênicosdietéticos
LongevidadeAumento no diagnóstico
Doença nova?!
Etiologia
� Desordem multi-sistêmica� �T4 total
� Nódulos adenomatosos hiperplásicos funcionais (98-99%)
� 1-2% são carcinomas
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Etiologia
� Aumento unilateral � 20 - 30%� Lobo contra-lateral atrofiado� Supressão do TSH
Etiologia
� Aumento bilateral � >70% � 80% assimétrico
� 3-5% - tecido ectópico hiperplásico (mediastino)
Epidemiologia
� Gatos idosos � =12-13 anos � <5% com <10 anos
� Sem predileção sexual ou racial� Siamês e Himalaya � < risco
Epidemiologia
� Maiores riscos:
Confinados
Expostos a herbicidas, pesticidas, fertilizantes
Epidemiologia
� Maiores riscos
Alimentados com > 50% de ração enlatada (pp peixe ou fígado) > o tempo de exposição, > o risco)
Alimentados com rações contendo derivados da soja – isoflavonas (�TT4 e T4 livre) Sinais Clínicos
� Sinais clínicos comuns:� Perda de peso
� PF/PU/PD
� Vômitos e/ou diarréia intermitentes
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Sinais Clínicos
� Sinais clínicos comuns:� taquicardia (>240bpm)� sopro sistólico
� hiperatividade/ irritabilidade (?)
Sinais Clínicos
� Tireóide palpável (>95% dos casos)
Sinais Clínicos
� OBS: Tireóide não palpável � Cavidade torácica (raro)� Tecido ectópico (raro)
Sinais Clínicos
� Outros sinais:� Esteatorréia� Anormalidades dermatológicas (regiões de
alopecia, pelagem mal cuidada)� Taquipnéia� Hipertermia� Hipertensão arterial sistêmica
Sinais Clínicos
� Sinais incomuns - hipertireoidismoapático - 5-10%:� atividade diminuída, depressão, letargia� anorexia� ritmo de galope� arritmias� dispnéia
� retinopatia hipertensiva / cegueira
Diagnóstico
� Histórico e Anamnese� Sinais clínicos� Palpação da tireóide
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Diagnóstico
� Palpação da tireóide – método clássico
Diagnóstico
� Palpação da tireóide – método modificado (Gary Norsworthy)
Diagnóstico
� Palpação da tireóideAté 95% dos casos
� Escala de 1 – 6 1 � nódulo discretamente palpável 6 � nódulo > 2cm
Diagnóstico
� Aferição da pressão arterial ( antes do exame clínico!)
Diagnóstico
� Exames laboratorias (triagem)� Hemograma
� � discreto do VG (Ht)� Eritrocitose, macrocitose� Corpúsculos de Heinz �� Macroplaquetas� Leucograma de estresse
Diagnóstico
� Bioquímica sérica� � ALT, AST ou FA (~ 90%)� Hiperfosfatemia� Azotemia� Hiperglicemia discreta
� EAS (pode ter � densidade)� Exames de imagem
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Diagnóstico
� Exclusão de outras doenças!
� Diagnóstico diferencial: � Diabetes mellitus� DII� Linfoma alimentar� DRC� IPE (PF, diarréia e perda de peso)� Hepatopatias (PU/PD)
Diagnóstico
� T4 total � Baixo custo� Específico� 90-98% dos hipertireoideos têm �TT4
OBS: hipertireoidismo inicial � TT4 no limite máximo de normalidade
Repetir após 3-6 semanas
Diagnóstico
� Dificuldades diagnósticas
� Hipertireoidismo discreto – T4 pouco elevado
� Flutuações diárias, ligação às proteínas plasmáticas ou supressão por doenças concomitantes graves
OBS: No hipertireoidismo moderado ou grave, estes efeitos não devem ser significativos
Diagnóstico
� T4 livre por diálise de equilíbrio� T4 livre é proporcional ao T4 total
� 98% hipertireoideos apresentam �T4 livre� Menor influência de doenças� Exame + caro � Útil nos casos de SC + TT4 normal
ATENÇÃO: 12% gatos eutireoideus com doença extra-tireoidiana:
� T4 livre e TT4 no limite mínAssociar T4 livre com T4 total
Diagnóstico
� Testes de função tireoidiana� Supressão pelo T3
� Para gatos com tireóide palpável, sinais clínicos e T4 total Normal
� Confirmar eutireoidismo� Excluir hipertireoidismo
� Hipertireoidismo � não suprime
� 4 dosagens hormonais� Administração de 7 doses de T3 TID
Diagnóstico
� Estimulação pelo TRH ou TSH� Custo elevado� Efeitos colaterais� Contra-indicados
� Sinais de ICC� Radiografia torácica� ECG� ECO
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Tratamento
� Clínico� Cirúrgico� Terapia com Iodo Radioativo
Tratamento
� Clínico� Metimazol (Tapazol®) ou carbimazol� Inibição síntese de T4 e T3� Longo prazo� Boa eficácia� 5mg carbimazol = 3mg de metimazol
Tratamento
� Clínico� Metimazol
� Dose: 2,5 – 15mg/dia (÷ em 2-3 doses)
� Inicial : 2,5mg SID, 2 semanas2,5mg BID, 2 semanas (BID + eficaz)
� � dose em incrementos de 2,5mg� 5mg AM/ 2,5mg PM, 2 semanas
� Nova dosagem de T4 total (após 4 semanas)� Tto crônico: mín dose eficaz (5-10mg/dia)
Tratamento
� Methimazol� Gel transdérmico - luvas p/ proprietário!
� Universidade de Wisconsin-Madison (LL Sartor, LA Trepanier, M Kroll,* I Rodan,* L Challoner)
� Eutireoidismo� Após 2 sem de tto(87,5% VO vs 56% Transd) – dif. signif.� Após 4 sem de tto(81,8% VO vs 66,7% Transd) – sem dif.
� � efeitos adversos GI
Tratamento
� Efeitos colaterais (1os 3 meses)
� Vômitos, anorexia e depressão � �Eos, � Linf, � Linf
� Auto-escoriação da cabeça e pescoço
� � plaquetas, granulocitopenia, anemia hemolítica imuno-mediada (<5% dos animais)
� � enzimas hepáticas
Brandos – não requer suspensão do tratamento
Graves –Requer suspensão do tratamento
Tratamento
� Objetivo do tratamento� T4 total no limite mínimo ou abaixo� Não ocorre hipotireoidismo (T3 normal)
� Acompanhamento� T4 total cada 3-6 meses
� Outra alternativa� Atenolol (β-bloqueador seletivo)
� Curto prazo, �FC� Contra-indicado em caso de ICC
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Tratamento
� Cirúrgico – Tireoidectomia� Simples, rápido e curativo� Requer tratamento clínico inicial� Unilateral� Bilateral (30 dias de intervalo)
OBS: Recorrência 15% dos hipertireoideos bilaterais só apresentam 1
lobo macroscopicamente alterado
Tratamento
� Cintilografia da tireóide
A B
CD
Tratamento
� Tireoidectomia� Extra-capsular� Intra-capsular
� Risco: hipoparatireoidismo e hipocalcemia(principalmente no extra-capsular)
� 1995 Northsworthy – re-implantação da paratireóide
Tratamento
� Cirúrgico - Complicações:� Hipoparatireoidismo e hipocalcemia pós-
operatória� Hemorragia� Síndrome de Horner� Edema de laringe� Paralisia de laringe
� Recorrência do hipertireoidismo
OBS: Produção de T4 normaliza após cirurgia
Tratamento
� Terapia com Iodo Radioativo� 131I� Técnica mais eficaz, segura e simples� Administração IV ou SC� Objetivo: retornar ao eutireoidismo com menor dose
eficaz, evitando hipotireoidismo
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Tratamento
� Terapia com Iodo Radioativo� Efeitos colaterais mínimos� Recorrência do hipertireoidismo e hipotireoidismo
podem ocorrer (raro)
� Dificuldades: estrutura e isolamento do animal (5-20 dias)
Hipertireoidismo e DRC
� T4 promove � da TFG� Tratamento do hipertireoidismo �T4 total = � TFG � azotemia
Avaliar uréia, creatinina e densidade urinária ANTES de iniciar tratamento!
Caso ocorra IR, tratamento deve ser clínico, com a dose mínima – hipertireoidismo discreto
Caso Clínico
� Zig Marley� Macho, SRD� 15 anos
� PA = 175mmHg
Caso Clínico
� Após o metimazol e normalização do T4 total:
� PA = 160mmHg
Caso Clínico
� Luly, SRD, 24 anos� Emagrecimento (ECC 1)� Apetite normal� PA= 172 mmHg� Tireóide palpável (~ 1,5cm)� Peso: 2,500kg (1ª cons)
Caso Clínico
� � T4 Total� Início do tto com metimazol – 2,5mg SID� Peso: 2,300kg
� Revisão – 1 semana de tto� Peso: 2,300kg� PA = 146 mmHg
� Revisão – 2 semanas de tto� Peso: 2,550kg