GT Ciências Contábeis – Controladoria
Modalidade da apresentação: Comunicação oral
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA A AVALIAÇÃO DE
DESEMPENHO DAS EMPRESAS
Resumo: O objetivo deste artigo é debater sobre a importância da contabilidade
gerencial para a avaliação de desempenho das empresas, em tempos de crise
econômica e elevada competitividade empresarial. A crise constitui-se numa das fases
do ciclo econômico, fenômeno que afeta todos os países capitalistas avançados há mais
de 150 anos. As crises financeiras tornaram-se fenômenos mundiais recorrentes entre
1825 e a Segunda Guerra Mundial, destacando-se, pela sua severidade, as crises
bancárias que tiveram lugar durante a Grande Depressão. De fato, a crise faz parte do
capitalismo e, portanto, as empresas precisam estar devidamente preparadas para se
adaptar as mudanças, pois sempre ocorrerão períodos turbulentos nesse sistema. É
nestes momentos que surge a importância da contabilidade gerencial, enquanto área
contábil autônoma. Ou seja, por meio do uso da informação contábil/gerencial, com
enfoque no planejamento, esta disciplina contribuirá para subsidiar a avaliação de
desempenho das empresas, no objetivo de buscar a sua eficiência, eficácia e/ou
efetividade. Os procedimentos metodológicos utilizados neste estudo foi a pesquisa
bibliográfica e dados secundários.
Palavras-chave: crise econômica, contabilidade gerencial, sistema de informação gerencial, avaliação de desempenho.
.
Durante a década de 1990, as empresas foram estimuladas a elevar suas
redes de informação visando o aumento da competitividade, tendo em vista o
processo de abertura de mercados, que elevou a participação de empresas
estrangeiras na economia brasileira. Este incremento, por sua vez, foi resultado
do processo de privatização, particularmente nos setores financeiros e de
telecomunicações, bem como das transformações que estas novas empresas
promoveram no seu ambiente produtivo e administrativo, de forma a conseguir
melhores vantagens competitivas que as empresas instaladas no país.
Numa visão ampla, define-se competitividade como “a capacidade da
empresa formular e programar estratégias concorrenciais que lhe permitam
ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no
mercado” (FERRAZ, et. al., 1995, p. 3). Neste sentido, para as empresas
sustentarem-se num mercado competitivo, globalizado e em crise econômica,
precisam conhecer o ambiente onde estão inseridas, e então, formular
estratégias, a fim de reduzir os custos e os preços dos seus produtos.
Como exemplo de vantagens competitivas das empresas estrangeiras,
podemos citar: a possibilidade de acesso privilegiado aos mercados de capitais,
bem como aos recursos provenientes da matriz, os quais proporcionavam lucros
mais elevados que alteravam as condições de concorrência do mercado interno
em favor das empresas estrangeiras (SCHERER, 1999).
Assim, sem o tratamento da informação adequada, dificilmente as
empresas nacionais conseguirão alcançar seus objetivos e metas, num mundo
onde prevalece as empresas multinacionais com seu poderio financeiro. O fato
é que o processo de decisões empresariais, na atualidade, acha-se,
gradativamente, “submetido a uma lógica financeira, o que impõe uma outra
natureza de exigências quanto à rentabilidade, ao prazo de maturação e à forma
desses investimentos, atingindo, também (e, talvez, principalmente), os
investimentos multinacionais” (SCHERER, 1999, p. 82).
Segundo dados da revista Exame (Maiores e Melhores, 2002),
apresentados por LAPLANE e SARTIR (2002, p. 70), no grupo das 500 maiores
empresas brasileiras, houve um elevado crescimento na participação das
empresas estrangeiras, em particular no caso das vendas e das importações.
“No ano 2000, 46% das 500 maiores empresas no Brasil eram estrangeiras (em
1989 as estrangeiras eram apenas 30%).
A participação das empresas estrangeiras no grupo era significativa: 56%
do faturamento, 49% das exportações e 67,2% das importações”. Estes dados
sugerem como, a partir da abertura da economia nos anos de 1990, a
competitividade no ambiente empresarial brasileiro vem se intensificando
significativamente ao longo dos anos, tornando necessária a obtenção e o
compartilhamento do conhecimento, visando desenvolver novas capacitações
para ação e criar um processo de aprendizagem (GIBSON, 1998).
Além disso, o elevado número de empresas que concorrem no mercado
nacional e internacional aliada às transformações nas demandas dos
consumidores, o aumento da carga tributária e as elevadas taxas de juros são
alguns dos fatores que exigem do empresário administre bem o conhecimento e
dê especial atenção a questões relativas à aprendizagem, criatividade, formatos
do conhecimento e influência da tecnologia e dos sistemas de informação.
Segundo SPÍNOLA e PESSOA (1998, p.98), um “Sistema de Informação (S.I.) é
um sistema que cria um ambiente integrado e consistente, capaz de fornecer as
informações necessárias a todos os usuários”.
Portanto, o empresário que deseja superar os momentos de crise
econômica e desenvolver vantagens competitivas para o sucesso do seu
empreendimento, deve utilizar os instrumentos oferecidos pela Contabilidade
gerencial para medir seu o desempenho atual, isto é, averiguar a correção das
ações organizadoras e identificar as necessidades de revisão e melhoria.
Em se tratando do futuro da empresa, é preciso que os gestores se
emprenhem na elaboração de planejamentos estratégicos e orçamentos
empresariais anuais, os quais darão suporte aos mesmos na toma da de
decisões, no intuito de atingir os objetivos da empresa.
Outro motivo para o uso da Contabilidade gerencial está no fato que o mercado
competitivo não gera uma situação eficiente, pois várias circunstâncias levam ao
surgimento de falhas de mercados. Ou seja, as informações são assimétricas, exigindo
assim uma melhor comunicação entre os setores da organização. Estas falhas são
geralmente provocadas por imperfeições do mercado, nomeadamente informação
incompleta dos agentes econômicos, custos de transações elevadas, existência de
exterioridades e ocorrência de estruturas de mercado do tipo concorrência imperfeita.
Em decorrência destas falhas, a informação contábil/gerencial contribui para a
correta aplicação das informações diferenciadas contidas nos relatórios contábeis, no
sentido de proporcionarem uma visão e mensuração de resultado econômico. Por
exemplo, as informações sobre os custos atuais dos recursos utilizados no processo
produtivo servirão para guiar a tomada de decisões gerenciais no futuro. Tais decisões
terão a finalidade de ajudar a empresa a sobreviver num ambiente em constante
mutação, tanto no que se refere às reestruturações internas do empreendimento quanto
às oscilações da conjuntura econômica.
Portanto, o objetivo deste artigo é refletir sobre a importância da
contabilidade gerencial para a avaliação de desempenho das empresas, em
tempos de crise econômica e elevada competitividade empresarial. No segundo
tópico faremos uma breve revisão teórica acerca do conceito, uso e importância da
Contabilidade gerencial. No segundo tópico, mostraremos a importância da
Contabilidade gerencial para a avaliação de desempenho nas empresas, pois
entendemos que é preciso alinhar os objetivos organizacionais com os objetivos
profissionais dos colaboradores.
2 Contabilidade gerencial: conceito, uso e importância.
Com a abertura econômica dos anos de 1990, neste cenário de elevada
informação assimétrica e mercados imperfeitos, a contabilidade gerencial, passou a ter
uma maior importância no universo da Controladoria. De acordo com Orleans Martins
(2005), a função da Controladoria é garantir informações adequadas ao processo
decisório dos gestores, colaborando para uma melhor eficácia por parte da empresa e
de suas subdivisões, levando-se em conta o aspecto econômico. Já para ATKINSON
et. al. (2000, p. 36) “contabilidade gerencial é o processo de identificar, mensurar,
reportar e analisar informações sobre os eventos econômicos das empresas”. As
palavras chaves para a contabilidade gerencial são informação e gestão. IUDÍCIBUS
(1998) caracteriza a contabilidade gerencial como:
[...] um enfoque especial conferido às várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise de balanços, etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório
(IUDÍCIBUS, 1998, p. 21).
Na visão de Padoveze (1986), a contabilidade gerencial apresenta subdivisões
que irão compor o Sistema de Informações Gerenciais de uma empresa, sendo elas:
a) Contabilidade de Custos: as informações obtidas na contabilidade
de custos referem-se ao detalhamento e a departamentalização dos custos
industriais, a fim de que a empresa saiba o custo unitário de cada produto, bem
como o custo total da fábrica, o preço de venda e o ponto de equilíbrio. A emissão
dos relatórios é feita por produto, por setor, por filiais e por unidades de negócios.
b) Controle da folha de pagamento: as informações obtidas com a
folha de pagamento ajudam a compreender os dados referente aos custos de
pessoal, o tempo de serviço, os acordos de dissídios com sindicatos, as
modificações no INSS, no Imposto de Renda e outros. No entanto, as
informações coletadas devem contribuir para agregar valor aos colaboradores,
sem comprometer a sua segurança.
c) Controle de Estoques: referem-se as informações que tratam do
controle unitário dos custos de aquisição ou custo de fabricação dos produtos
em estoque.
d) Controle de Gastos Gerais: com este controle é possível
conhecermos a divisão e distribuição das despesas ou investimentos por
unidade, o setor ou departamento, visando a obter a evolução dos gastos por
local e geral da empresa.
e) Contas a Pagar e Contas a Receber: as duplicatas a pagar, por
compras a prazo, são controladas por data de vencimento. Portanto, tais dados
permitirão simulações futuras de desembolsos de caixa.
f) As duplicatas a receber, por vendas a prazo, são controladas por
volume, valores e prazos, para cobrança bancária ou local. Elas informam ao
caixa sobre futuros ingressos.
g) Sistema Orçamentário: as informações passadas e as previsões
futuras são aproveitadas para a realização do orçamento. O sistema
compreende a previsão, o controle e a avaliação.
h) Fluxos de Caixa: diz respeito as previsões de ingressos e
desembolsos de curto prazo.
i) Análise Financeira: a checagem e o feedback fornecem elementos
que ajudam nos cálculos comparativos dos resultados alcançados, em
determinado período, para toda a empresa e segmentada por tipo de gerências
De acordo com a pesquisa realizada pela Associação Nacional das Instituições
de Crédito, Financiamento e Investimento (ACREFI) em 2016, referentes ao mês de
outubro, em decorrência da crise econômica, 83% da população havia reduzido os
gastos com consumo, de forma que vários setores perderam clientes e,
consequentemente, receita e lucros. Os cortes nos gastos atingem o lazer com mais
força (83%), o vestuário (79) e a alimentação (74%), transporte (38%), saúde (48%) e
educação (34%) (ver figura 01)
FIGURA 1 – MUDANÇAS NO PADRÃO DE CONSUMO
DECORRENTE DA INFLAÇÃO
Fonte: ACREFI (2016, p. 22).
Entre Julho e agosto de 2016, o SEBRAE (2016), realizou uma pesquisa com
2.006 empresas, criadas nos anos de 2011 e 2012, a fim de verificar os fatores que
determinam a sobrevivência/mortalidade das empresas (ver figura 2).
FIGURA 2 – VARIÁVEIS QUE CONTRIBUEM PARA A
SOBREVIVÊNCIA/MORTALIDADE DAS EMPRESAS
Fonte: SEBRAE (2016, p. 54).
Segundo a pesquisa do SEBRAE (2016), dentre os fatores que influenciaram no
fechamento das empresas com menos de dois anos de abertura foram as que abriram
a empresa por necessidade, porque o proprietário estava desempregado, não tiveram
tempo suficiente para planejar o negócio, não conseguiram negociar com fornecedores,
não conseguiram empréstimos nos bancos, não qualificaram sua mão-de-obra, não
faziam acompanhamento rigoroso das receitas e das despesas e não investiram na sua
própria capacitação administrativa, em suma, não possuíam um Sistema de Informação
Gerencial adequado.
3. A importância da contabilidade gerencial para a avaliação de
desempenho.
Conforme vimos anteriormente, o uso das ferramentas da contabilidade
gerencial é essencial na vida das empresas em tempos de crise econômica e elevada
competitividade. Isto porque concede técnicas e procedimentos contábeis úteis à gestão
empresarial para facilitar o planejamento, o controle e a avaliação de desempenho,
evitando assim o fechamento das empresas. Enquanto planejar é decidir de forma
antecipada o futuro da organização, o controle é o processo pós-planejamento, ou seja,
“(...) deve ser um instrumento que permita à organização entender o quão próximos
estão seus resultados em relação ao que planejou para dado período” FREZATTI (1999,
p. 40)
Já a avaliação de desempenho, segundo HARPER e LYNCH apud CERPA
(2007), constitui-se numa técnica ou procedimento que busca medir de forma
sistemática e objetiva o rendimento dos empregados de uma empresa, seja pública ou
privada. Essa avaliação, no entanto, só pode ocorrer sobre a base do trabalho que foi
desenvolvido pelos colaboradores da empresa, dos objetivos fixados e das
responsabilidades assumidas. Ou seja, diz respeito a ações passadas. É um processo
que serve para julgar ou sistematizar o valor, a excelência e as qualidades de uma
pessoa, sobretudo, qual é a sua contribuição para a organização.
Neste conceito, o objetivo da avaliação de desempenho da organização é
estabelecer estratégias de intervenção no comportamento manifesto do avaliado,
procurando melhorar a sua performance, reduzindo a defasagem porventura existente
entre as expectativas desejadas e os resultados reais. Isto porque todo colaborador
precisa conhecer como estão realizando suas tarefas.
Para CAIDEN e CAIDEN (2001, p. 83), as medidas de desempenho não se
limitam a avaliação de indivíduos, mas constituem-se em estimativas quantitativas ou
qualitativas que são realizadas, durante certo período de tempo, a fim de se conhecer
as atividades realizadas, bem como os efeitos que estas atividades produzem dentro de
uma organização. Neste sentido, as informações coletadas pela contabilidade
empresarial são extremamente necessárias. De acordo com estes autores, a avaliação
de desempenho pode ocorrer nas seguintes categorias:
1. Insumos (inputs) – é preciso conhcer os tipos de insumos utilizados pela
organização no processo produtivo: energia, a informação, as matérias-primas,
dinheiro, pessoal, equipamentos e materiais, etc.
2. Resultados (outputs) – diz respeito às informações referentes aos
produtos gerados e que são colocados no mercado, tais como: quilômetros de
estradas construídas, número de estudantes graduados, etc.
3. Impactos (outcomes) – diz respeito às transformações ocorridas na
sociedade em virtude das ações realizadas pela organização. Por exemplo, o
número de enfermidades prevenidas, obtenção dos níveis de pureza do ar,
quantidade de pessoas que saíram da linha de pobreza, entre outros.
4. Carga de trabalho (workload) ou níveis de atividades: são as informações
referentes aos pedidos processados, inspeções realizadas, alunos em sala de
aula, etc.
5. Produtividade (productivity), diz respeito à quantidade de casos atendidos
por especialistas, número de pedidos processados por indivíduos, etc.
6. Custos: diz respeito aos custos empresariais. Por exemplo: quais os
custos para construir uns quilômetros de estrada, educar uma criança, manter
uma piscina pública ou outras instalações públicas.
7. Medir a satisfação do usuário (customer satisfaction), tais como o número
de reclamações recebidas, resultados de pesquisas realizadas, etc.
8. Medir a qualidade dos serviços (service quality and timeliness), como por
exemplo: o tempo de resposta da polícia, capacidade de atendimento de uma
agência, entre outros.
Dos vários métodos de avaliação de desempenho que existem na literatura atual,
podem-se destacar os três tipos mais usados, quais sejam, os padrões de desempenho,
indicadores e o método benchmarking. Os padrões de desempenho são métodos
utilizados quando a organização estabelece objetivos estratégicos no médio e no longo
prazo. Constitui-se exemplo de objetivos de longo prazo: aumentar a clientela em 60%
dentro de três anos. Com relação as metas de médio prazo a serem alcançadas,
podemos citar: atingir um nível de satisfação do cliente em 3,9 no ano corrente.
Os indicadores são usados quando os resultados não podem ser medidos de
forma direta. Segundo JANNUZZI (2001), a formulação de indicadores sociais é muito
relevante no setor público, por exemplo, pode contribuir para que os Estados e os
Municípios formulem políticas sociais adequadas às necessidades regionais e locais:
Se bem empregados, os indicadores sociais podem enriquecer a interpretação empírica da realidade social e orientar de forma mais competente a análise, formulação e implementação de políticas sociais. Na negociação das prioridades sociais, os indicadores sociais podem contribuir no apontamento da magnitude das carências a atender nas diversas áreas de intervenção (JANNUZZI, 2001, p. 2).
O método benchmarking, por sua vez, é utilizado quando o objetivo da
organização é identificar e implementar as melhores práticas visando comparar
os resultados a fim de reduzir os seus custos e aprimorar o seu desempenho.
É importante destacar que os sistemas de informação gerencial
contribuem para avaliar o desempenho as empresas, não apenas no setor
privado, mas também no setor público visando elevar sua eficiência e o bem-
estar da população em geral, já que o lucro não é objetivo das empresas
públicas. De acordo com ALONSO (1999, p. 4), a avaliação de desempenho
permite, assim, a sistematização da medição de custos na administração pública
federal brasileira.
Sem um sistema de avaliação de resultados e de custos, a administração pública abre margem para encobrir ineficiência (...) a inexistência de medidas de desempenho é, por si só, uma forte indicação de ineficiência nas organizações do governo (...) a experiência nacional e internacional tem demonstrado que a apuração e a divulgação de medidas de desempenho constituem um poderoso instrumento nos processos de mudança organizacional (ALONSO, op. cit., p. 4).
No entanto, conforme CARDOSO e SANTOS (2001), as medidas de
desempenho aplicadas às ações governamentais precisam ser acompanhadas
de um tipo de gestão comprometida com os resultados. Isto é, os serviços
precisam funcionar regularmente respeitando os princípios da transparência,
equidade e disciplina fiscal. Além disso, as satisfações dos usuários devem estar
em primeiro lugar; e, deve haver uma distribuição eficiente dos recursos capaz
de responder às demandas do processo de crescimento da economia.
Neste contexto, a avaliação de desempenho, antes adotada apenas no
setor privado, passou a ser desenvolvida nas empresas públicas, principalmente
a partir das reformas liberalizantes dos anos de 1990, tais como, a redução da
regulamentação estatal sobre a economia, o processo de privatização de
empresas públicas, a maior abertura do país ao capital internacional e a tentativa
de desregulamentação das relações trabalhistas. É realizando a avaliação de
desempenho, após obtidas as informações pelos sistemas de informações
gerenciais existentes nas organizações, que será possível às empresas
planejarem e controlares suas atividades operacionais, fugindo assim do
fantasma da falência.
Conclusão
Neste trabalho buscamos refletir sobrea importância da contabilidade
gerencial para a avaliação de desempenho das empresas, em tempos de crise
econômica e elevada competitividade empresarial. Mostramos que a crise
econômica atual atingiu mais fortemente os setores de lazer, vestuário e
alimentação, implicando numa redução das vendas, das receitas e, portanto, da
lucratividade.
A importância da contabilidade gerencial para a avaliação de desempenho,
pode ser observada na medida em que a disciplina fornece um sistema de
informação que contribuirá para conhecer a performance atual, não apenas dos
gestores e colaboradores, mas de toda a organização. Conforme a pesquisa
realizada pelo SEBRAE, as empresas que fecham suas portas, com dois anos
de existência são aquelas que não utilizam a contabilidade gerencial como
ferramenta de auxílio à gestão empresarial. Portanto, não realizam o
planejamento e não acompanham a evolução das receitas e despesas. Sem
estes elementos, não há como elaborar o planejamento estratégico e os
orçamentos empresariais anuais, os quais darão suporte aos mesmos na toma
da de decisões, no intuito de evitar a sua falência.
É preciso que o gestor compreenda a realidade do sistema capitalista. Ou
seja, é um sistema que está sempre apresentando crises cíclicas. Portanto, é
preciso conhecer todas as variáveis que incidem sobre a produção, as vendas,
o fluxo de caixa, entre outros, levando em consideração que haverá momentos
turbulentos nos negócios. Além disso, realizando a correta avaliação de
desempenho dos gestores e colaboradores, a empresa poderá investir na
capacitação dos sócios e da mão-de-obra. De fato, as empresas que conseguem
sobreviver após dois anos, segundo o SEBRAE, investiram na capacitação dos
empregados, por meio da qualificação.
Concluímos, então, que a falta da avaliação desempenho, com o apoio da
contabilidade gerencial, as empresas ficam vulneráveis e abre caminho para
encobrir ineficiência. A pesquisa realizada pelo SEBRAE demonstrou que sem a
correta informação sobre as atividades da empresa, não há como promover um
processo de mudança organizacional
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