Disciplina:
Psicologia - Psicoterapia Breve na FEBEM
Enviado pelo aluno em: 10/07/2008
FEBEM E A PSICOTERAPIA BREVE:
FEBEM
HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO:
• A Febem (Fundação Estadual do Bem Estar do Menor) é uma instituição ligada à Secretaria do Estado da Justiça e defesa da cidadania.
• Tem como função aplicar as normas estabelecidas no ECA com o objetivo de propor soluções e auxiliar adolescentes entre 12 e 18 anos considerados infratores.
• Atualmente o Estado de São Paulo, cerca de 24 mil adolescentes estão vinculados a Febem, seja em uma de suas unidades privadas de liberdade, em semi-liberdade ou liberdade assistida.
• De acordo com as informações da própria instituição, a Febem tem como missão executar direta ou indiretamente as medidas sócio educativas, com eficiência, eficácia e efetividade garantindo os direitos previstos em lei e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social.
• A Febem coloca ainda como principais valores a justiça, ética e respeito aos ser humano
INTRODUÇÃO
A psicoterapia breve é inserida nesse contexto devido à importância do trabalho focal nas questões pertinentes aos jovens infratores na Febem e diante da extensa demanda possibilita resultados rápidos e eficazes.
De acordo com a pesquisa realizada, Winnicott tem suma importância no trabalho com jovens institucionalizados na Febem utilizando psicoterapia breve, vista que permite uma análise acerca da substituição do “brincar” pelo comportamento anti-social.
Internos da FEBEM Tatuapé durante a rebelião
INTRODUÇÃO
O trabalho dirigido aos adolescentes privados de liberdade por atos infracionais, necessita da promoção da sua capacidade criativa, para que ele possa ser capaz de se ver existindo no tempo e espaço.
É importante distanciar do jovem o senso de futilidade de sua existência, que pela falta de capacidade de brincar, insiste em se apresentar como sendo sua única e legítima posse, a posse da sensação de não ser significativo para ninguém, nem mesmo por aqueles que o viram nascer e crescer.
Internos da FEBEM no corredor da instituição.
O aumento da violência, na infância e na juventude, vem assumindo números assustadores. Em 1999, eram 3 mil jovens institucionalizados, 4 anos depois já eram 5 mil.
Esse crescimento torna difícil para o governo oferecer algo mais do que medidas sócio-educativas. Assim, criam-se mais unidades de intervenção para absorver todos e deixa-se de investir em medidas preventivas.
MEDIDAS PREVENTIVAS
• A intervenção na gravidez e infância precoce para famílias em situação de risco.
• Visitas desde o nascimento até ações efetuadas na pré escola com objetivo de verificar abuso físico, sexual e psicológico e perceber distúrbios no comportamento das crianças, programas médicos de família já presente em municípios brasileiros.
• Treinamento para pais elucidando métodos disciplinares e favorecimento da comunicação familiar, nos quais, são propostos treinamentos curtos ou terapias para famílias em situação de risco social.
• Programas realizados em escolas buscando prevenção primária dos crimes e da violência promovem estimulação intelectual e aumento das habilidades cognitivas.
• Além de programas de intervenções precoces para jovens infratores, como os que promovem reabilitação, reinserção social, profissional e familiar adequados as necessidades dos adolescentes.
ENTREVISTA- PALESTRA
Winnicott:
• Enxerga mais o funcionamento do
indivíduo do que a estrutura
• Oferece uma boa estrutura para o indivíduo neurótico retomar o seu desenvolvimento normal
• Tem uma linguagem existencialista.
• Não enxerga a patologia, vê como se o indivíduo estivesse com a existência comprometida e assim tenta facilitar a existência
• Tem um olhar cuidador (cuidar da dor), uma vinculação maior, oferece o seu ego como um ego auxiliar assim como a mãe faz com o bebê. A mãe se afasta quando percebe que o bebê tem recursos.
• A mãe deve ser suficientemente boa, se for muito boa ou muito má prejudica a criança da mesma forma, são movimentos contrários, porém prejudiciais da mesma forma.
• Cria o conceito de falso self como indicação de saúde mental para se proteger e evitar conflito.
• Sem a teoria de Winnicott não é possível enxergar o trabalho da Febem.
ENTREVISTA- PALESTRA
O psicólogo da Febem trabalha somente o consciente, utiliza-se de medidas sócio-educativas e só mostra aos jovens o que eles fizeram de errado.
Muitos dos jovens internos relatam que os monitores da instituição não cumprem o que o ECA garante ao menor infrator, e por isso se utilizam de medidas agressivas e coercitivas para demonstrar autoridade sobre eles.
Uma das coisas que o ECA garante ao jovem é o direito a integridade física o que não é preservado pelos monitores que sabendo que serão punidos caso agridam fisicamente algum interno, se utilizam de meias cheias de areia para bater nos internos e não deixar hematomas.
Os jovens não têm o que perder e por isso se drogam, roubam, e cometem outros atos considerados infrações. Quem tem a perder não comete tais atos, pois pensa que tem alguém a magoar.
No caso dos jovens infratores, eles tem a sensação de que nunca foram convidados a estar nesse mundo, pois não foram percebidos e legitimados por alguém (mãe).
Não adianta dar banho, alimentar, higienizar o bebê, se não ocorre um contato o mesmo desconfia se é bem vindo. Pela sensação de não ter sido esperado, ele passa a se preservar para não ser rejeitado.
ENTREVISTA- PALESTRA
Psicoterapia Breve de base winnicottiana:
• É feita uma entrevista semi-estruturada para ajudar a
organizar as informações trazidas na queixa. É realizado um procedimento de escuta baseada no EDAO (setores: afetivo relacional, produtividade, orgânico e sócio cultural). A queixa não interessa, mas a forma de chegada.
• A Partir da entrevista é feito o planejamento de psicoterapia Breve. É identificado o núcleo conflitivo e estabelecido o foco de trabalho.
A PSICOTERAPIA BREVE NA FEBEM MÉTODO:
• Entrevista• EntrevistaEvolutiva de foco• Revisão de meio de processo• Anúncio de término• Sessão de término• Anúncio de Follow up
Método:
A diretoria da Febem percebeu que não era a parte consciente do infrator que precisava ser trabalhada. As crianças tiveram pouco contato com suas mães e se utilizam de uma lógica que deixa qualquer pessoa chocada.
Possuem um “buraco” afetivo, falta maternagem, angústia, falta de afeto.
Tal buraco faz com que ele busque algo fora para preenchê-lo, pode ser comparado com bulímicos e dependentes químicos. O roubo é uma tentativa de preencher esse buraco. O foco não é nas drogas, na comida ou no roubo. Se o buraco é preenchido, o menor não precisa mais desses artifícios.
O término do processo é visto como muito significativo com o objetivo do paciente sair com uma transferência positiva, muitas vezes o individuo na terapia sofre alterações, mas não se dá conta.
Assim, se trabalhado o término com o paciente, a melhora ocorre e o mesmo se dá conta. O Follow up é realizado até o paciente notar que não necessita mais de acompanhamento.
De 90 psicólogos da Febem, 45 receberam o curso de P.B gratuitamente, eram agentes que nitidamente tinham dificuldades. Esses agentes já faziam triagens, mas só trabalhavam o lado consciente dos meninos.
No ano de 2005 foram 4000 horas de atendimento prestado a Febem.
Top Related