FACULDADES INTEGRADAS ICESP PROMOVE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO
CEDO DEMAIS
LIVRO-REPORTAGEM
Estudante: Patrícia Ferreira de Faria Goulart
Orientador: Prof. Luiz Reis
Brasília-DF
2014
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PATRÍCIA FERREIRA DE FARIA GOULART
CURSO DE GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL
CEDO DEMAIS
LIVRO-REPORTAGEM
Relatório de projeto experimental apresentado às
Faculdades Integradas ICESP como requisito parcial
do curso de Comunicação Social com habilitação em
Jornalismo, para obtenção do título de bacharel, sob
a orientação do Professor Luiz Reis.
Brasília-DF
2014
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PATRÍCIA FERREIRA DE FARIA GOULART
CEDO DEMAIS
LIVRO-REPORTAGEM
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Prof. Dr. Luiz Carlos Menezes dos Reis
ORIENTADOR
____________________________________ Prof. Me. Dácio Renault da Silva
____________________________________ Prof. Esp. Francisco de Paula Lima Júnior
Brasília-DF, _____ de __________ de 2014
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DEDICATÓRIA
Às minhas filhas, que me dão forças e me fazem querer ser o melhor de mim.
Ao meu marido, por me apoiar nos desejos, incentivar os planos, vibrar com as
ideias e ser essencial nas conquistas.
Aos meus pais, por me mostrarem o valor da busca pela satisfação pessoal e
profissional. Por sempre me apoiarem, principalmente nas horas difíceis. Por
todo amor e dedicação.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu marido Eduardo pela imensa ajuda e compreensão, às
minhas filhas Laís e Betina, aos meus pais Graça e Otávio, à minha sogra
Lúcia e aos meus irmãos Priscilla e Otávio. Sem a colaboração e
compreensão da minha família, minha base para todos os meus objetivos, a
busca pela minha realização profissional não seria possível. Obrigada.
Agradeço ao professor orientador Luiz Reis; ao Coordenador do curso de
jornalismo, professor Dácio Renault, à professora Ana Seidl e a todos os
professores que contribuíram para o meu aprendizado. Todos serão lembrados
como excelentes educadores e comunicadores.
À Cristina e Marco Antônio Del’Isola, por me receberem em suas casas,
concederem entrevistas, e, principalmente, por confiarem a mim contar a
história de Maria Cláudia.
A todos os entrevistados, especialistas e colaboradores listados abaixo:
Kátia Aguiar, jornalista e amiga da família Del’Isola;
Debora Costa da Assessoria de Imprensa do Colégio Marista;
Guilherme Alcântara, advogado criminalista;
Suely Sales Guimarães, Professora Doutora em Psicologia;
D.A Press Conteúdo Online;
Banco de Dados da Folha de S. Paulo;
Irmã Joaquina do Instituto Nossa Senhora da Piedade;
Marta Pantuzzo, coordenadora do Movimento Maria Cláudia Pela Paz;
Tereza Mello, professora de inglês do Centro de Línguas Setor Leste;
Maria das Graças Martins, bibliotecária do Colégio Marista;
Manuela Pimentel, secretária executiva da ACM-DF; e
Renata Rodrigues, secretária executiva da ACM-DF.
Sem vocês a realização deste trabalho não seria possível.
Obrigada, meu Deus, por me fortalecer e nunca me deixar desistir.
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EPÍGRAFE
“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim:
esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e
depois desinquieta. O que ela quer da gente é
coragem.”
Guimarães Rosa
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RESUMO
O livro-reportagem CEDO DEMAIS é uma narrativa de não-ficção da
história de Maria Cláudia Siqueira Del’Isola, estudante de 19 anos que foi
violentada, estuprada e assassinada pelos dois empregados da família. O
crime aconteceu no ano de 2004, na casa onde a vítima morava com seus pais
no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, no Distrito Federal. O assassinato de
Maria Cláudia teve repercussão em todo o país pela forma desumana com que
os crimes foram cometidos; pela vítima ter sido uma estudante de classe média
alta de Brasília; e, pelo fato de os assassinos serem os empregados de
confiança da família, até então.
A elaboração do livro-reportagem CEDO DEMAIS, foi desenvolvido com
o objetivo de romper as correntes burocráticas do lead, para alertar a
sociedade sobre um crime que poderia ter acontecido com qualquer um, dentro
de suas próprias casas e por pessoas, aparentemente, acima de qualquer
suspeita.
Palavras-chave: Jornalismo. Livro-reportagem. Linguagem literária.
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ABSTRACT
The book-entry EARLY TOO is a nonfiction narrative story of Maria
Claudia Siqueira Del'Isola, 19 student who was raped, raped and murdered by
two family employees. The crime occurred in 2004, in the house where the
victim lived with his parents in South Lake, upscale neighborhood of Brasilia,
the Federal District. The murder of Maria Claudia had repercussions throughout
the country by the inhumane way in which the crimes were committed; the
victim was an upper middle class student of Brasilia; and, because the killers
are family trust of employees, so far.
The preparation of the book-entry EARLY TOO, was developed in order
to break the bureaucratic chains of lead, to warn society about a crime that
could have happened to anyone, within their own homes and by people
apparently above suspicion.
Keywords: Journalism. Book-entry. Literary language.
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SUMARIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................10
2. JUSTIFICATIVA........................................................................................11
3. OBJETIVOS DA PESQUISA ......................................................................................12
3.1Objetivo Geral .....................................................................................12
3.2 Objetivos Específicos ..........................................................................................12
4. REFERÊNCIAL TEÓRICO...........................................................................................13
4.1 O livro-reportagem como extensão do jornalismo...............................13
4.2 Classificação dos livros-reportagem....................................................14
4.3 O texto literário no livro-reportagem....................................................16
5. UMA BREVE HISTÓRIA DO LIVRO-REPORTAGEM NO BRASIL..........17
6. METODOLOGIA DE TRABALHO..............................................................18
6.1 Pesquisa, planejamento, representação.............................................19
6.2 Técnicas utilizadas na captação de dados na elaboração do livro-reportagem CEDO DEMAIS...........................................................................20
6.2.1 Entrevistas de compreensão............................................20
6.2.2 Histórias de vida...............................................................21
6.2.3 Observação participante...................................................21
6.2.4 Memória............................................................................22
6.2.5 Documentação..................................................................23
7. MEMORIAL DESCRITIVO DO LIVRO-REPORTAGEM............................23
7.1 Projeto Gráfico.....................................................................23
7.2 Orçamento...........................................................................24
7.3 Cronograma.........................................................................24
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................25
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................26
10. ANEXOS – LISTA DE ILUSTRAÇÕES
10
1. INTRODUÇÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é realizado, por meio, da
elaboração do livro-reportagem CEDO DEMAIS. Livro-reportagem é um veículo
de comunicação não periódico onde a narrativa de não-ficção e a linguagem
literária são utilizadas para contar uma história de relevância social, como a
história de Maria Cláudia Del’Isola. Daí a escolha da elaboração deste produto.
Segundo Lima (2009), livro-reportagem é um veículo de comunicação
jornalística que presta informação ampliada sobre fatos, situações e ideias de
relevância social, abrangendo uma grande variedade temática. Pena (2013),
afirma que escrever um livro-reportagem significa reforçar os recursos do
jornalismo, exceder os limites dos acontecimentos cotidianos, oferecer visões
extensas da realidade, exercer a cidadania, romper as regras do lead¹, evitar
as mesmas fontes e, principalmente, garantir perenidade e profundidade aos
relatos.
Os recursos jornalísticos utilizados foram imprescindíveis na elaboração
do livro-reportagem CEDO DEMAIS. O contato direto com personagens e
ambientes, entrevistas, pesquisas, estudo de documentos e consulta a
especialistas garantiram a profundidade aos relatos e proporcionaram uma
visão ampla da realidade com uma abordagem ética. A extensa quantidade de
informação apurada resultou numa grande reportagem, inviável nas páginas de
jornais e revistas, comprometidos com peculiaridades do trabalho jornalístico
cotidiano como periodicidade e atualidade. A pesquisa bibliográfica foi baseada
em livros, jornais, artigos, processos e sites. Foram entrevistados, além dos
pais de Maria Cláudia e uma amiga da família, pessoas que tiveram alguma
convivência com ela, como ex-colegas de trabalho e ex-professora. Também
foram entrevistados dois especialistas: um advogado da área criminal e uma
psicóloga da área de vivência do luto. Uma irmã (religiosa), responsável por
uma das bibliotecas com o nome de Maria Cláudia, também foi entrevistada.
Todas as entrevistas foram feitas pessoalmente, por meio de anotações, uso
do gravador e registro com fotografias.
1.Segundo Noblat (2008), o lead é o primeiro parágrafo de uma notícia ou reportagem nas quais devem
estar respondidas as seguintes perguntas: O que? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê? (p.97)
11
2. JUSTIFICATIVA
O livro-reportagem CEDO DEMAIS foi desenvolvido para transmitir ao
público em geral, por meio de um produto jornalístico, relatos de uma história
que chocou e indignou o país. Além de contribuir com a disseminação do livro-
reportagem no Brasil. Maria Cláudia, personagem principal, era uma estudante
de 19 anos de idade que buscava conhecimento com o objetivo de trabalhar
para ajudar as pessoas, principalmente crianças. Estudava psicologia e
pedagogia. Morava num bairro nobre em Brasília com seus pais e sua irmã
mais velha. A família se mudou para uma casa ampla e contrataram dois
empregados: uma doméstica e um caseiro. Após dois anos de trabalho e
convivência os dois empregados colocaram um plano diabólico em prática, por
motivo torpe, deixando toda a família estarrecida. Amarraram, estupraram,
violentaram e assassinaram Maria Cláudia e depois esconderam o corpo no
interior da casa, onde trabalhavam e moravam com a família. O objetivo deste
trabalho é alertar a sociedade em geral, de todas as classes sociais, sobre a
violência que pode ocorrer até mesmo dentro de suas próprias casas, como
relatado no livro. Ninguém está imune a este tipo de acontecimento. Pessoas
aparentemente normais e de confiança cometeram crimes após uma
convivência harmoniosa com a vítima. Qual sentimento que os pais da vítima
têm em relação aos ex-empregados de confiança e assassinos da filha? Por
qual motivo os crimes foram cometidos? Como lidar com a dor da perda de um
filho assassinado? Como uma lei que deveria amparar o cidadão de bem,
beneficia criminosos? Estes e outros questionamentos são respondidos
durante a leitura do livro-reportagem CEDO DEMAIS.
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3. OBJETIVOS DA PESQUISA
3.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral da pesquisa é produzir o livro-reportagem CEDO
DEMAIS, sobre um tema de interesse geral: violência, com a finalidade de
contribuir com a disseminação do produto jornalístico livro-reportagem.
Problemas sociais como a educação; segurança, incluindo o despreparo de
policiais; desigualdade social; e, falhas na legislação gerando impunidade,
contribuem, cada vez mais, para o aumento dos índices de criminalidade no
país. Os assassinos de Maria Cláudia tiveram a pena reduzida em 20 anos e a
maior parte dessa redução deve-se a uma modificação na Lei 12.015, realizada
em 2009. Esta Lei trata de crimes sexuais e com a alteração, a punição para
dois crimes cometidos em conjunto, agora é uma só.
Espero também, com este trabalho, contribuir com um alerta aos
estudantes de direito e futuros legisladores, para que atentem sobre a
importância de uma legislação criminal eficaz no combate à impunidade, e,
consequentemente, à violência.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Contribuir com a disseminação do produto jornalístico livro-reportagem;
Preencher um vazio deixado pelos periódicos;
Alertar a sociedade para assuntos relacionados à violência doméstica,
como estupro e atentado violento ao pudor;
Alertar a sociedade sobre criminosos, com algum tipo de transtorno
mental, ou não, mas que apresentam comportamento de pessoas
aparentemente normais;
Ajudar outras mães e familiares, que perderam seus filhos e entes
queridos, no processo de elaboração do luto;
Fazer com que o assassinato de Maria Cláudia não seja esquecido. Que
seja lembrado como um tipo de crime que deve ser evitado, com
precauções;
Maria Cláudia, em vida, semeava o bem. Que permaneça seu legado.
13
4.REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 O LIVRO-REPORTAGEM COMO EXTENSÃO DO JORNALISMO
A elaboração de um livro-reportagem é, muitas vezes, o resultado das
inquietações de um jornalista, que não encontra espaço no veículo em que
trabalha para dizer algo com profundidade. A maioria dos profissionais que
escreve um livro-reportagem é um jornalista que cumpre a importante missão
de preencher vazios deixados pelos jornais, revistas, emissoras de rádio,
noticiários de televisão e sites jornalísticos, comprometidos com a
periodicidade, atualidade, publicidade e peculiaridades do trabalho jornalístico
cotidiano. Textos curtos para ceder mais espaço para publicidade é uma
prática cada vez mais comum na mídia impressa. O tempo que leva para
desenvolver e finalizar um livro-reportagem é muito superior àquele disponível
nos periódicos, reproduzidos com intervalos de tempo curto e sempre iguais,
como jornais impressos, noticiários de televisão e rádio, revistas semanais,
quinzenais e mensais. Apesar de ser uma publicação difundida coletivamente e
apresentar uma temática tão variada como nos jornais e revistas, o livro-
reportagem não apresenta periodicidade e tem quase sempre caráter
monográfico.
Para a elaboração de um livro-reportagem, os recursos técnicos utilizados
são jornalísticos, onde o autor pode resgatar o passado, testemunhar
acontecimentos e construir algo para o futuro, sempre fazendo uso do
conteúdo real, factual. O repórter vai a campo para o mundo em busca
informações e vivências. Interage com diversas pessoas e suas
particularidades. Observa detalhes de lugares, personagens e emoções para
informar, explicar e orientar, por meio da escrita, acontecimentos reais com
vivacidade, proporcionando uma prazerosa leitura. Afinal, como diria o autor de
páginas ampliadas, “nosso trunfo é contar histórias. Todas histórias que valem
a pena, verdadeiramente, contar” (LIMA, 2009, p.448).
O livro-reportagem distingue-se dos demais livros pelo conteúdo, tratamento
e função. O conteúdo deve corresponder ao real, ao factual, sendo
fundamentais a veracidade dos fatos e a verossimilhança. Quanto ao
tratamento, a linguagem, a montagem e a edição do texto deverão ser
14
jornalísticos. Quase sempre a narrativa será na terceira pessoa. Na linguagem
deve haver exatidão, precisão, clareza e concisão. Quanto a função, além de
informar, orientar e explicar, a narrativa deve ser extensiva, com
horizontalização de dados e fatos, superior aos periódicos.
O livro-reportagem tem um estreito vinculo com o jornalismo cotidiano e
pode se originar de uma grande reportagem ou de reportagens veiculadas
anteriormente na imprensa cotidiana; e, também, ser originado especificamente
para ser um livro-reportagem. Pode ser uma narrativa de um tema com
repercussão atual ou temas um pouco mais distantes do tempo, que sejam
relacionados com situações perenes.
4.2 CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS-REPORTAGEM
Lima (2009) classifica os livros-reportagem por apresentarem uma
variedade temática e narrativas distintas, de acordo com os seguintes grupos:
Livro-reportagem-perfil: evidencia o lado humano do personagem, sendo ele
anônimo ou uma pessoa pública que desperta algum interesse.
Livro-reportagem-biografia: os relatos são em torno da vida do personagem,
do seu passado, carreira e tudo que desrespeito a sua trajetória de vida.
Livro-reportagem-depoimento: quando o acontecimento é narrado pela
própria testemunha ou com a visão desta.
Livro-reportagem-retrato: regiões geográficas, setores da sociedade e
segmentos da atividade econômica são retratados quase sempre com a
finalidade de explicar ou prestar um serviço educativo.
Livro-reportagem-ciência: divulga assuntos científicos, podendo levar o leitor
a crítica ou reflexão.
Livro-reportagem-ambiente: trata de assuntos relacionados ao meio-
ambiente, podendo auxiliar na conscientização do homem com a natureza e
apresentar crítica ou prevenção.
Livro-reportagem-história: evidencia temas do passado com conectores do
tempo presente.
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Livro-reportagem-epopéia: relata, com grandeza, acontecimentos históricos
de grande relevância social.
Livro-reportagem-nova consciência: trata de temas que surgem no mundo
como novos comportamentos, culturas, economias, estilos de vida e religião.
Livro-reportagem-instantâneo: são relatados fatos concluídos recentemente,
cuja finalização já é identificada.
Livro-reportagem-atualidade: a narrativa aborda temas atuais com maior
perenidade, mas os desdobramentos finais ainda são desconhecidos.
Livro-reportagem-antologia: reúne reportagens de diversos temas e
diferentes jornalistas que foram publicadas anteriormente na imprensa
cotidiana ou em outros livros.
Livro-reportagem-denúncia: como o nome já diz, esse grupo tem apelo de
revelar culpados, injustiças e abusos de poder por meio de investigações de
acontecimentos marcados pelo escândalo.
Livro-reportagem-ensaio: a opinião do autor sobre o tema é evidenciada com
o uso da narrativa na primeira pessoa, para convencer o leitor a chegar no
mesmo ponto de vista do autor.
Livro-reportagem-viagem: lugares são retratados por meio de viagens a
regiões específicas. Sua história, habitantes, cultura e peculiaridades próprias
do local são narradas.
Todos os quinze grupos de livros-reportagem tratam de temas de
natureza distintas, cada qual com um objetivo específico para informar com
profundidade por meio da narrativa, seja ela, em primeira ou terceira pessoa. O
livro-reportagem CEDO DEMAIS está inserido no grupo livro-reportagem perfil,
por sua principal característica de humanização dos personagens. Evidencia a
humanização dos personagens, relatando seus valores, motivações e receios.
Mas, o apelo para as incorreções da justiça e a narrativa de um acontecimento
do passado com elementos do presente, como a violência, podem confundi-lo
com os grupos de livro-reportagem denúncia e história, respectivamente.
16
4.3 O TEXTO LITERÁRIO NO LIVRO-REPORTAGEM
O texto literário como uma nova técnica de tratamento da mensagem
jornalística, surgiu no Brasil no final do século XIX. Os jornalistas da época
buscavam inspiração para narrar histórias reais, evitando a objetividade
presente nas notícias diárias, introduzindo um valor estético aos textos. O
termo jornalismo literário foi adaptado pelos norte-americanos para denominar
a narrativa jornalística que aplica recursos literários. Entre 1960 e 1970, Tom
Wolfe, Gay Talese e um grupo de escritores norte-americanos passaram a
escrever sobre as fortes mudanças sociais e culturais que aconteciam nos
Estados Unidos, misturando a narrativa jornalística com a literária. Daí surgiu o
gênero jornalístico chamado New Journalism ou Novo Jornalismo, onde a
narrativa de não-ficção tem como principais características, unir o texto literário
com a narrativa jornalística. Os novos jornalistas contavam histórias de uma
forma diferente, com uma ampla visão da realidade que estava sendo vivida.
Segundo Pena (2006), Tom Wolfe deixou registrado quatro recursos básicos do
Novo Jornalismo: reconstruir a história cena a cena; registrar diálogos
completos; apresentar as cenas pelos pontos de vista de diferentes
personagens; e, registrar hábitos, roupas, gestos e outras características
simbólicas do personagem.
No Brasil, ainda na década de 60 o Novo Jornalismo foi influenciado por
dois veículos de comunicação: revista Realidade e o Jornal da Tarde. Ambos
notados por utilizar o novo gênero, proporcionando aos leitores valor estético
aos textos, e, consequentemente, uma prazerosa leitura. O jornalismo literário
e o livro-reportagem, em sintonia, potencializam a narração de acontecimentos
reais, relevantes para a sociedade. A informação é relatada com profundidade
e a emoção, sentimentos, lugares, personagens e objetos são detalhados com
vivacidade ao leitor. Recursos jornalísticos exigidos nas redações para relatar
acontecimentos diários como a observação, apuração, ética e clareza,
ultrapassam os limites cotidianos quando aliados ao jornalismo literário. Pena
(2006) ressalta que não se trata apenas de praticar a veia literária num livro-
reportagem e de escapar das regras impostas nas redações. Trata-se de
fortalecer recursos jornalísticos, favorecer diferentes visões da realidade,
praticar a cidadania, desacorrentar-se do lead, exceder os limites dos
17
acontecimentos do dia a dia, entrevistar novas fontes e assegurar profundidade
e perenidade aos relatos.
A preocupação do Jornalismo Literário é contextualizar a informação
da forma mais abrangente possível – o que seria muito mais difícil no
exíguo espaço de um jornal. Para isso, é preciso mastigar as
informações, relacioná-las com outros fatos, compará-las com
diferentes abordagens e, novamente, localizá-las em um espaço
temporal e de longa duração. (PENA, 2006, p.14).
5. UMA BREVE HISTÓRIA DO LIVRO-REPORTAGEM NO BRASIL
Os Sertões (1902), escrito por Euclides da Cunha, foi a primeira obra que
estimulou a prática do livro-reportagem no Brasil. O engenheiro-jornalista foi
enviado pelo jornal O Estado de São Paulo para cobrir a Guerra de Canudos
que ocorreu no sertão da Bahia entre 1893 e 1897. As matérias publicadas no
jornal originaram a obra, considerada uma das melhores coberturas
jornalísticas e um clássico da literatura brasileira. Além de utilizar recursos
próprios do jornalismo, Euclides da Cunha, relatou suas impressões sobre o
sertão, os habitantes e sobre o conflito fazendo uso de elementos literários e
descrições detalhadas. “Euclides da Cunha foi desbravador de fronteiras da
narrativa, tendo como cenário o sertão agreste inconquistado pelas lentes da
mente intelectual...” (LIMA, 2009, p.218).
Entre 1900 e 1920, período de transição no Rio de Janeiro rumo à
modernidade, João do Rio inovou relatando os acontecimentos com uma nova
forma de coletar informações. Além das entrevistas, o jornalista se dedicava a
observar minuciosamente a realidade. A forma como abordava os temas e
captava dados tinha características de grande reportagem, impulsionando a
prática no Brasil.
João do Rio foi o descobridor de horizontes possíveis da reportagem
de campo no espaço urbano ainda por reconhecer-se, dada a sua
própria evolução rumo a novos níveis de complexidade. Sua
contribuição pioneira vai além, contudo, para dentro da especificidade
da comunicação social factual, porque seu trabalho é
demarcadamente jornalístico. (LIMA, 2009, p.218).
18
Houve pouca evolução na história da reportagem no Brasil durante os
primeiros 20 anos do século XX. Somente após a Segunda Guerra Mundial a
evolução da reportagem passa a ser significativa. O Cruzeiro foi a primeira
revista semanal brasileira, criada em 1928. Atingiu seu auge apenas em 1950
dando uma atenção especial a reportagem. Mas, foi a revista Realidade,
lançada em 1965, que representou o auge da prática de informar utilizando a
estética com liberdade. Foi inovadora nos recursos estilísticos ao conteúdo e
na utilização de técnicas de captação de dados. O Jornal da Tarde (1966) teve
importante contribuição para o aperfeiçoamento da reportagem no Brasil.
Atualmente, livros-reportagem de autores nacionais podem ser encontrados
com facilidade em livrarias de todo o país, como A Vida que Ninguém Vê, O
Olho da Rua e Coluna Prestes: O Avesso da Lenda, escritos pela jornalista
Eliane Brum. Mas, embora o veículo de comunicação livro-reportagem esteja
consagrado no país, ainda precisa amadurecer. De acordo com Lima (2009) há
uma dificuldade em se obter conceitos precisos sobre o livro-reportagem
porque ainda há uma carência de referência acadêmica sobre o assunto.
6. METODOLOGIA DE TRABALHO
O livro-reportagem CEDO DEMAIS, além de ter sido produzido para ser
apresentado no trabalho de conclusão do curso de jornalismo, também será
apresentado a editoras para possível publicação, tornando este trabalho
acessível, não somente a estudantes de jornalismo, direito e psicologia, como
também ao público em geral. Para a produção do livro-reportagem foram
realizadas entrevistas, pesquisas em documentos, livros, artigos e sites. Visitas
a lugares, como a casa atual dos pais da vítima, escolas em que Maria Cláudia
estudou e trabalhou, bibliotecas que tem o nome da estudante e a parte frontal
da casa onde Maria Cláudia foi assassinada, foram realizadas com o objetivo
de coletar dados por meio da observação participante, uma das técnicas
praticadas para a captação de dados. A produção do livro-reportagem foi
dividida em três etapas: pesquisa, planejamento e representação.
19
6.1 PESQUISA, PLANEJAMENTO E REPRESENTAÇÃO
Como a ideia de produzir um livro-reportagem surgiu antes da definição do
tema, iniciei as pesquisas lendo livros-reportagem de variados assuntos com o
objetivo de me familiarizar com o produto jornalístico escolhido. Após a
definição do tema, foram realizadas diversas pesquisas em sites jornalísticos e
não-jornalísticos sobre o assassinato de Maria Cláudia. Consultas ao processo
de ação penal dos assassinos foram essenciais na busca de informações,
proporcionando relatos detalhados da história com veracidade. Foram
entrevistados dois especialistas, um advogado da área criminal e uma
psicóloga que trata a vivência do luto em pacientes, para que os dois assuntos
específicos abordados, lei e luto, fossem compreendidos para serem
explicados ao leitor. Familiares, amigos, ex-colegas de trabalho, ex-professoras
e conhecidos da personagem principal, também foram entrevistados para
garantir verossimilhança aos relatos. Nas entrevistas utilizei gravador, câmera
fotográfica e bloco de anotações.
O planejamento consiste na parte prática do livro, etapa em que foram
definidos o objetivo do trabalho, um cronograma para o seu desenvolvimento, o
projeto editorial e o projeto gráfico. O perfil do livro-reportagem só foi definido
após esta etapa. Na fase de representação do produto todo o conteúdo foi
diagramado. Nesta fase o título e a foto de capa também foram selecionados.
O título CEDO DEMAIS, foi escolhido porque Maria Cláudia morreu cedo, aos
19 anos de idade. A mãe da vítima postou um vídeo no You Tube em
homenagem a filha. O vídeo apresenta uma narração da mãe com fortes
lembranças entre as duas e dos momentos em família. Enquanto a voz
emociona, fotografias da estudante são mostradas ao som da música Os bons
morrem jovens, de Renato Russo. A frase CEDO DEMAIS aparece com
frequência na letra da música, inclusive, são as últimas palavras da canção. O
título é simples, curto e de fácil memorização. Para a capa foi escolhida uma
fotografia de rosto da personagem principal sorrindo. O subtítulo descrito
abaixo foi escolhido com a finalidade de atrair o maior número de leitores,
preocupados com a violência no país.
Uma narrativa da história real de Maria Cláudia Del’Isola. Um crime que chocou
e indignou o país.
20
A ideia da capa neste formato é fazer com que seja notada e
memorizada, atraindo o maior número de leitores. O programa utilizado para a
diagramação do livro foi da Adobe InDesign CC versão 9.0. Fotografias tiradas
por mim e outras cedidas, de arquivo pessoal, foram inseridas em páginas do
livro. Imagens de páginas de jornais do ano de 2004, cedidas e algumas
compradas de empresas de comunicação, também foram inseridas no livro
com a finalidade de mostrar a repercussão do assassinato de Maria Cláudia. A
ilustração da capa do livro infanto-juvenil O conto e o encanto de uma estrela,
escrito em homenagem a Maria Cláudia, também foi inserido no interior do livro
com a finalidade de aproximar o leitor de um projeto realizado pela mãe da
vítima. A impressão do livro foi realizada em gráfica.
6.2 TÉCNICAS DE CAPTAÇÃO DE DADOS NA ELABORAÇÃO DO LIVRO-
REPORTAGEM CEDO DEMAIS
Uma boa pauta orienta o jornalista no processo de elaboração do livro-
reportagem e deve conter a definição do tema, objetivo da pesquisa, problemas
formulados e um plano de captação. Mas, as limitações impostas pela pauta no
jornalismo cotidiano devem ser eliminadas no processo de elaboração do livro-
reportagem. Lima (2009) cita algumas técnicas utilizadas para a
complementação pela captação de informações. Cinco delas foram utilizadas
durante a elaboração do livro-reportagem CEDO DEMAIS. Entrevistas de
compreensão, histórias de vida, observação participante, memória e,
documentação, conforme descritas abaixo.
6.2.1 ENTREVISTAS DE COMPREENSÃO
No processo de elaboração do livro-reportagem, as entrevistas são
realizadas com a finalidade de compreensão dos assuntos abordados para que
o jornalista desenvolva o texto de forma que o leitor compreenda. Na maioria
das vezes a espetacularização nas entrevistas é descartada. A criatividade,
tanto na elaboração das perguntas quanto no desenvolvimento do texto, é
favorecida pelo contato entre o entrevistador e o entrevistado. Isso ocorre
porque a pauta que dá início ao livro-reportagem não é fechada como no
jornalismo cotidiano. No livro-reportagem CEDO DEMAIS, as entrevistas de
21
compreensão foram fundamentais no processo de elaboração dos textos,
principalmente, os que abordam assuntos específicos, como lei e luto.
Entrevistas com especialistas de cada área foram indispensáveis. Um
advogado criminalista foi entrevistado para esclarecimentos sobre a
modificação na Lei 12.015/09, que beneficiou os assassinos de Maria Cláudia.
Também foi entrevistada uma psicóloga, especialista em situações de luto,
para explicar sobre o processo de elaboração do luto, como vivenciado pela
família da vítima. A mãe de Maria Cláudia também foi entrevistada,
possibilitando um perfil humanizado, tanto da entrevistada como da vítima, ao
livro-reportagem. Nos veículos periódicos dificilmente são encontrados perfis
humanizados desta forma, com esta dimensão.
6.2.2 HISTÓRIAS DE VIDA
São realizadas entrevistas para a captação de depoimentos de histórias
de vida com possíveis reproduções de diálogos. A humanização fica ainda
mais realçada quando utilizada este recurso. Numa grande reportagem as
entrevistas e depoimentos são suportes de pesquisa essenciais para que a
narrativa seja detalhada com veracidade e humanização. No livro-reportagem
CEDO DEMAIS esta técnica foi praticada em quase todos os capítulos, mas,
evidenciada em: Moça do Sorriso Encantador e A dor da saudade.
Depoimentos da mãe da vítima, ex-colegas de trabalho e de uma ex-
professora, proporcionaram a humanização da personagem, vítima de
assassinato, com extensão e de forma detalhada. No capítulo A dor da
saudade, a mãe da vítima expõe seus sentimentos de dor, por meio de relatos
coletados em entrevista.
6.2.3 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
A observação participante é um processo de captação de informações
em que os jornalistas tentam vivenciar no mesmo ambiente, situações e
particularidades de seus personagens para relatar seu testemunho com
vivacidade, impressões e sensações. O contato direto com pessoas, locais,
comportamentos, objetos, atividades e acontecimentos proporcionam ao
jornalista-investigador detalhar com riqueza tudo o que foi observado e sentido.
22
Lima (2009) relata que a observação participante teve seu auge no livro-
reportagem na década de 60 nos Estados Unidos, que passava por inovações
e transformações sociais, comportamentais e culturais. Surgiam alternativas
para os padrões de vida convencionais norte-americanos. Jovens
questionavam valores e buscavam estilos e filosofias de vida alternativas. A
exacerbação da sensualidade como percepção do mundo era motivada neste
movimento contracultura, encerrado com a realização do festival de música de
Woodstock em 1969. “Sentir, perceber, emocionar, usar o potencial sensório
do corpo era a ordem dos novos tempos” (LIMA, 2009, p.122). Jornalistas
adeptos ao Novo Jornalismo descobriram que “não há como retratar a
realidade senão com cor, vivacidade, presença” (LIMA, 2009, p.122).
No livro-reportagem CEDO DEMAIS a técnica da observação
participante foi praticada em quatro capítulos: Dia 9 dia de oração, Movimento
Maria Cláudia Pela Paz, Oratório Sorriso de Anjo e Homenagens. Com esta
forma de captação de informações, tive a oportunidade de presenciar o
acontecimento da oração dedicada a Maria Cláudia, observar personagens,
como os pais da vítima, voluntários do Movimento e amigos da família.
Também pude observar o ambiente, objetos, imagens, roupas, sons, cores,
gestos e emoções. As falas foram ouvidas com atenção, anotadas e gravadas.
As imagens, fotografadas. O relato detalhado dos acontecimentos, lugares e
personagens só foram possíveis com a prática da observação participante.
6.2.4 MEMÓRIA
Método de captação em que o narrador resgata informações de
acontecimentos do passado, sejam sociais ou psicológicos. O texto é
enriquecido pela reconstrução de episódios, excedendo os limites de informar
apenas. Este método de captação foi bastante utilizado no livro-reportagem
CEDO DEMAIS, principalmente, pela história narrada no livro girar em torno de
uma personagem que já morreu. Por meio de entrevistas e documentos, o
assassinato de Maria Cláudia foi relembrado para ser contado no livro, assim
como parte de sua história de vida.
23
6.2.5 DOCUMENTAÇÃO
Para que histórias reais sejam relatadas com profundidade e veracidade,
a coleta de dados em registros documentados torna-se essencial. Na
elaboração do livro-reportagem CEDO DEMAIS, além de consultas em jornais,
sites, livros, artigos e depoimentos de fontes vivas, a consulta ao processo de
ação penal dos acusados pelo crime de Maria Cláudia, foi fundamental.
7. MEMORIAL DESCRITIVO DO LIVRO-REPORTAGEM
7.1 PROJETO GRÁFICO
O projeto gráfico do livro foi desenvolvido com o objetivo de torná-lo
atrativo, com uma leitura prazerosa. Muitas imagens foram inseridas entre
conteúdos para que o leitor visualize personagens e ambientes reais,
proporcionando maior compreensão dos relatos. A leitura é aprimorada com a
interpretação das imagens disponíveis no produto jornalístico. O conjunto de
elementos formados no projeto gráfico definiu a identidade do livro, com
características próprias, conforme descrição abaixo.
FONTE TAMANHO
TÍTULO
Viner Hand ITC Regular 40 pt
SUBTITULO
Arial Bold Italic 11 pt
AUTOR
Ebrima Regular
16 pt
TEXTO
Times New Roman Regular 12 pt
Entrelinha 16 pt CAPÍTULOS
Viner Hand ITC Regular 24 pt
LEGENDAS
Times New Roman Bold Italic 10 pt
CRÉDITOS
Times New Roman Regular 8 pt
Número de páginas: 109
Formato: 130X190mm
Orientação: vertical
Margens:
24
Superior: 20mm Inferior: 20mm Esquerda: 20mm Direita: 20mm
Sangria: 3mm de cada lado
Medianiz: 4,23mm
Cor: preto e branco
Ilustrações: 32
7.2 ORÇAMENTO
O livro foi impresso na gráfica Alphagraphics localizada no endereço CLS 206
Bloco C - Loja 12 - Asa Sul, Brasília – DF, com as seguintes especificações:
Capa couche fosco 250 gr/ frente e verso colorido laminação bopp fosca.
Acabamento hot melt. miolo papel AP 75gr. 4/4 cores.
Valor da impressão por unidade: R$ 103,00 (Cento e Três Reais)
A impressão do livro encadernado com 28 páginas frente e verso em papel A4
ficou no valor de R$ 21,00 (Vinte e Um Reais), por unidade.
7.3 CRONOGRAMA
CRONOGRAMA 2014
ATIVIDADE MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Pesquisa Bibliográfica
Planejamento
Coleta de dados
Apuração
Organização, produção e edição de matérias
Seleção e edição de imagens
Revisão
Diagramação
Entrega do projeto
25
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O livro-reportagem CEDO DEMAIS aborda um tema que assombra cada
vez mais os brasileiros. Problemas sociais contribuem intensamente para o
aumento da violência no país. Falta de segurança pública, educação, sistema
carcerário inadequado, falhas na legislação penal e desigualdade social estão
entre os diversos fatores favoráveis ao índice de criminalidade. Maria Cláudia
foi mais uma das inúmeras vítimas de agressão sexual e assassinato. Numa
pesquisa realizada este ano, no mês da mulher, pelo IPEA (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada), estimou-se que a cada ano, no mínimo, 527 mil
pessoas são estupradas no Brasil. Mas, apenas 10% desses casos chegam ao
conhecimento da polícia. A maioria esmagadora dos agressores é do sexo
masculino e 89% das vítimas são do sexo feminino. Em geral, 70% dos
estupros são cometidos por parentes, namorados ou amigos/conhecidos da
vítima. Este trabalho foi desenvolvido como forma de transmitir ao público em
geral uma história real de traição, agressão, violência, desumanidade e
injustiça. Uma família traída por empregados de confiança; uma estudante que
só fazia o bem, agredida, estuprada, violentada e morta de forma trágica; a
desumanidade dos assassinos; e, a modificação numa lei que beneficiou os
criminosos, são episódios da triste e lamentável história relatada no livro-
reportagem CEDO DEMAIS.
26
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUM, Eliane. O olho da rua: uma repórter em busca da literatura da vida real.
São Paulo: Ed.Globo, 2008. 422 p.
BRUM, Eliane. A vida que ninguém vê. 8.ed. Porto Alegre: Arquipélago
Editorial, 2006. 208p.
CUNHA, Euclides. Os sertões. São Paulo: Martin Claret, 2003. 560p.
FRANCHINI, Roger. Richthofen: O assassinato dos pais de Suzane. São
Paulo: Planeta, 2011. 190p.
HERSEY, John. Hiroshima. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. 176p.
LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão
do jornalismo e da Literatura. 4.ed. Barueri-SP: Manole, 2009. 470p.
NOBLAT, Ricardo. A arte de fazer um jornal diário. 7.ed. São Paulo:
Ed.Contexto, 2008. 174p.
PENA, Felipe: Jornalismo Literário. 2.ed. São Paulo: Contexto, 2013. 142 p.
SECUNHO, Celiane. Resiliência: a arte de enfrentar a adversidade no ciclo da
vida. 1.ed.Brasília: Thesaurus, 2012. 176p.
Artigos:
CARVALHO, Rafaela. Sem Resposta: Dor, luta e esperança na busca por
pessoas desaparecidas. São Paulo, 2013.
COSTA, Janelise e IGUIMAR, Valerio. Transtorno de personalidade anti-social
e transtornos por uso de substâncias: caracterização, comorbidades e desafios
ao tratamento. Temas psicol. Ribeirão Preto-SP, 2008. vol.16, no.1, p.119-132
Sites:
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Acesso em 1 de agosto de 2014
O Conto e o Encanto de uma Estrela. Disponível em
<http://www.mariaclaudiapelapaz.org> Acesso em 1 de agosto de 2014
Caso Maria Cláudia Siqueira Del’Isola. Disponível em
<http://teratologiacriminal.blogspot.com.br/search?q=maria+cl%C3%A1udia>
Acesso em 30 de agosto de 2014
Sentença de Adriana caso Maria Cláudia. Disponível em
<http://sdrv.ms/1fpHU24> Acesso em 30 de agosto de 2014
27
Sentença de Bernardino. Disponível em <http://sdrv.ms/19q4l2m> Acesso em
30 de agosto de 2014
Jornalismo Literário. Disponível em
<http://www.edvaldopereiralima.com.br/index.php/jornalismo-
literario/conceitos> Acesso em 1 de setembro de 2014
Processo de Ação Penal Bernardino do Espírito Santo Filho.
Disponível em <http://tjdf19.tjdft.jus.br/cgi-
bin/tjcgi1?NXTPGM=tjhtml101&SELECAO=2&ORIGEM=INTER&CIRC=ZZ&CH
AVE=BERNARDINO+DO+ESPIRITO+SANTO+FILHO> Acesso em 19 de
setembro de 2014
Processo de Ação Penal Adriana de Jesus Santos. Disponível em
<http://tjdf19.tjdft.jus.br/cgi-
bin/tjcgi1?NXTPGM=tjhtml101&submit=ok&SELECAO=2&CHAVE=&CIRC=ZZ
&CHAVE1=ADRIANA+DE+JESUS+SANTOS&ORIGEM=INTER>
Acesso em 19 de setembro de 2014
Acordão Processo de Ação Penal. Disponível em
<http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-
web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.Visa
oBuscaAcordaoGet&idDocumento=445836> Acesso em 24 de setembro de
2014
Lei 12.015/2009. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l12015.htm> Acesso em 23 de setembro de 2014
Estupro Antes e Depois da lei 12.015/2009. Disponível em
<http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3296>
Acesso em 23 de setembro de 2014
Retrato do Real. Disponível em <http://rascunho.gazetadopovo.com.br/retrato-
do-real/> Acesso em 19 de setembro de 2014
Jornalismo Literário. Disponível em
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nder_o_jornalismo_literario> Acesso em 19 de setembro de 2014
Sentença de Bernardino do Espírito Santo Filho. Disponível em
<https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=A818B9552A75CB2F!823&app=Wo
rdPdf&authkey=!AAAkXBSqlKxEGNc> Acesso em 2 de outubro de 2014
28
Mudança na Lei beneficia caseiro que matou Maria Cláudia. Disponível em
<http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/08/24/interna_c
idadesdf,209449/mudanca-na-lei-beneficia-caseiro-que-matou-maria-claudia-
del-isola.shtml> Acesso em 9 de outubro de 2014
Modificação na Lei 12.015/2009. Disponível em
<http://mpbertasso.wordpress.com/2009/08/10/a-revogacao-do-atentado-
violento-ao-pudor-e-a-continuidade-delitiva-do-crime-de-estupro/>
Acesso em 9 de outubro de 2014
Homenagem à Maria Cláudia Siqueira Del’Isola. Disponível em
<http://www.youtube.com/watch?v=OEKfMHB0lvg> Acesso em 10 de outubro
de 2014
Homenagem à Maria Cláudia Siqueira Del’Isola (Tatinha). Disponível em
<http://www.youtube.com/watch?v=ml8Mek7bUq4>
Acesso em 10 de outubro de 2014
Luto. Disponível em <http://www.institutoegos.com.br/2014/06/morte-
separacao-demissao-entenda-o-luto.html> Acesso em 14 de outubro de 2014
Luto. Disponível em <http://www.institutoegos.com.br/search/label/luto>
Acesso em 14 de outubro de 2014
Modificação na Lei 12.015/2009. Disponível em
<http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-modificacao-introduzida-pela-lei-
120152009-e-seus-reflexos,35217.html> Acesso em 21 de outubro de 2014
Estupro. Disponível em <www.pucsp.br/.../agenda/site_nucci_estupro.doc>
Acesso em 21 de outubro de 2014
Crimes Sexuais. Disponível em <http://www.conjur.com.br/2010-mar-13/lei-
crimes-sexuais-abrange-cometidos-antes-modificacao>
Acesso em 21 de outubro de 2014
Lei de Execução Penal. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm>
Acesso em 22 de outubro de 2014
Índice de estupros no Brasil. Disponível em
<http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=
21849> Acesso em 22 de outubro de 2014
29
Índice de depressão em idosos. Disponível em
<Phttp://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2008000100010&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 24 out 2014
Índice de depressão em idosos no Brasil. Disponível em
<http://www.bluestar.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=14>
Acesso em 28 de outubro de 2014
30
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1 – Maria Cláudia Del’Isola...........................................................Capa Crédito: Acervo Cristina Del’Isola Ilustração 2 – Nossa Senhora Peregrina no altar..............................................12 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 3 – Cristina acompanhando Nossa Senhora até o altar....................13 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 4 – Cristina e Marco Antônio em momento de oração......................18 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 5 – Distribuição dos alimentos às instituições ..................................23 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 6 – Cristina dedica boa ação à filha Maria Cláudia...........................24 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 7 – Quadro exposto no Oratório Sorriso de Anjo..............................29 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 8 – Capa do jornal Correio Braziliense do dia 13 de dezembro de 2004..............................................................................................................54 Crédito: Arquivo CB/D.A Press. Ilustração 9 – Página 21 do caderno Cidades do dia 14 de dezembro de 2004 do jornal Correio Braziliense .............................................................................55 Crédito: Arquivo CB/D.A Press. Ilustração 10 – Página 24 do caderno Cidades do dia 14 de dezembro de 2004 do jornal Correio Braziliense..............................................................................56 Crédito: Arquivo CB/D.A Press. Ilustração 11 – Página 23 do caderno Cidades do dia 14 de dezembro de 2004 do jornal Correio Braziliense..............................................................................57 Crédito: Arquivo CB/D.A Press. Ilustração 12 – Página 22 do caderno Cidades do dia 14 de dezembro de 2004 do jornal Correio Braziliense..............................................................................58 Crédito: Arquivo CB/D.A Press.
Ilustração 13 – Página C1 da Folha Cotidiano do dia 14 de dezembro de 2004 do jornal Folha de São Paulo.............................................................................59 Crédito: Acervo Folha de São Paulo Ilustração 14 – Página 10 do dia 9 de junho de 2012 do jornal Correio Braziliense.........................................................................................................60
31
Crédito: Arquivo CB/D.A Press. Ilustração 15 – Cristina em momento de oração...............................................65 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 16 – Capa do livro O Conto e o Encanto de uma Estrela.................74 Crédito: Amílcar Mendes Ilustração 17 – Maria Cláudia com a cadela Daia.............................................77 Crédito: Acervo Cristina Del’Isola Ilustração 18 – Dia dos pais na ACM-DF...........................................................85 Crédito: Acervo Manuella Pimentel Ilustração 19 – Festa junina na ACM-DF...........................................................85 Crédito: Acervo Manuella Pimentel Ilustração 20 – Biblioteca Maria Cláudia Del’Isola no Instituto Nossa Senhora da Piedade.........................................................................................................90 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 21 – Biblioteca Maria Cláudia Del’Isola no Instituto Nossa Senhora da Piedade.........................................................................................................90 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 22 – Foto da entrada da biblioteca Maria Cláudia Del’Isola no Colégio Marista de Brasília 915 Sul................................................................................93 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 23 – Foto do interior da biblioteca Maria Cláudia Del’Isola no Colégio Marista de Brasília 915 Sul................................................................................93 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 24 – Foto do interior da biblioteca Maria Cláudia Del’Isola no Colégio Marista de Brasília 915 Sul................................................................................93 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 25 – Cristina e Marco Antônio unidos na dor, na fé e esperança...101 Crédito: Patrícia Faria Ilustração 26 – Maria Cláudia com os pais Cristina e Marco Antônio..............102 Crédito: Acervo Cristina Del’Isola Ilustração 27 – Maria Cláudia com a irmã Maria Fernanda.............................102 Crédito: Acervo Cristina Del’Isola Ilustração 28 – Maria Cláudia no meio, entre sua mãe Cristina e sua madrinha Nilda. Atrás, sua irmã Maria Fernanda............................................................102 Crédito: Acervo Cristina Del’Isola
32
Ilustração 29 – Maria Cláudia ao lado da sua avó materna dona Fernanda...103 Crédito: Acervo Cristina Del’Isola Ilustração 30 – Maria Cláudia com a madrinha Nilda......................................103 Crédito: Acervo Cristina Del’Isola Ilustração 31 – Maria Cláudia quando criança.................................................103 Crédito: Acervo Cristina Del’Isola Ilustração 32 – Maria Cláudia quando bebê....................................................103 Crédito: Acervo Cristina Del’Isola
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