FÁBRICA SOCIAL
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da disciplina “Trabalho de Projecto” do Curso Superior de Arquitectura da Escola Superior Artística
do Porto, no anos lectivos 2006/2007 e 2007/2008.
Ana RuivoPedro Carvalho
Samuel CarvalhoSamuel Rodrigues
Design com Dário Cannatà
Porto 2008
FÁBRICA SOCIAL
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Este livro é o fruto de um processo de aprendizagem e crescimento. Surge no âmbito do trabalho de fim de curso, que representa uma transição nos nossos caminhos pessoais. É um registo, forçosamente selectivo, de um processo aberto e vivo de cooperação, realizado ao longo de dois anos na Fábrica Social.
É também o resultado de uma forma de trabalhar que, desde cedo, se tornou essencial no desenvolvimento dos nossos projectos – o trabalho de grupo. Todo o nosso percurso académico foi desenvolvido em conjunto, com a partilha do espaço de trabalho, de reflexões e propostas. Criamos aquilo a que podemos chamar um extenso património comum. Os nossos métodos de trabalho são o resultado de todas estas trocas.
Para este trabalho final, procuramos um projecto com uma forte vertente prática e experimental, tendo como pano de fundo uma fábrica abandonada no centro do Porto e os objectivos que o seu proprietário, o escultor José Rodrigues, delimita para este espaço e para a cidade.
Para gerir este trabalho, criamos um método, uma matriz, capaz de articular as ideias do grupo, sem, todavia, eliminar o espaço de expressão da individualidade ou, até, das polaridades. A metáfora da nuvem contribui para captar esta dinâmica. As partículas que a constituem conferem-lhe, no seu conjunto, uma forma mais ou menos definida, mas sempre mutável. Cada partícula é a representação de uma ideia, de uma personagem, o registo de um momento... Estas agrupam-se e relacionam-se, criando zonas de maior ou menor densidade. Sendo este um sistema dinâmico e reactivo, surgem, espontaneamente, novas relações, capazes de absorver e potenciar mudanças, erros, incertezas, fricções e contradições.
Este livro é a condensação da nuvem.
Aos nossos olhos, vista de longe, a nuvem assume agora a forma de uma Fábrica Social.
Introdução
TECIDO POR DEFEITO64
46 DESENVOLVIMETO URBANO
QUARTEIRÃO50
PLANO DE PORMENOR52
RESISTÊNCIA E CONFLITO48
TRIMONTIUM66
FÁBRICA SOCIAL32
PALIMPSESTO38
EDÍFICIO36
HISTÓRIA34
INTRODUÇÃO29
FONTINHA44
ESTRATÉGIA178
NOÇAO DE PATRIMÓNIO92
BÚSSULA100
BIBLIOGRAFIA202
MAPA IDEOLÓGICO176
OBRA ABERTA104PORTO78
GAMP82
PORTUGAL86
ENVOLVENTE70
MAPAS68
REABILITAÇÃO90
FÁBRICA SOCIAL
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A Fábrica Social foi construída por volta de 1880, na cidade do Porto, e alojou, ao longo da sua existência, diferentes proprietários e actividades.
Fábrica de Chapéus | A sociedade Gonçalves, Filhos e Companhia fundou, em 1852, a Fábrica Social, desconhecendo-se a localização das suas primeiras instalações. Referenciada num almanaque de 1854-55 como “Fábrica Social de Chapéus de Seda e Castor”, esta sociedade dedicava-se à indústria da chapelaria e foi uma das mais importantes do país. Foi a primeira, em Portugal, a descobrir o processo de fabricação a vapor dos chapéus chamados cocos, que tiveram grande aceitação.
Por volta de 1880, a empresa muda de instalações. O Inquérito às Indústrias de 1881 refere-a como “...reinstalada recentemente (…) localizada no Alto da Fontinha”. Nesta fase, empregava 192 operários. No Porto desta época, além de um certo número de pequenas oficinas de chapéus, existiam apenas duas grandes fábricas: a Real Fábrica Social e a Real e Imperial Chapelaria a Vapor, na rua da Firmeza.
Em 1881, já não produzia chapéus de seda, por força da diminuição de procura, dedicando-se, antes, à produção de sacos, camisas e chapéus de feltro. Devido à complexidade do processo de preparação do feltro, a fábrica possuía um conjunto de material mecânico diverso, desde máquinas a vapor, fornos, locomóveis e caldeiras. Dada a importância da água em todo este processo de produção, a disposição dos equipamentos dependia da existência de grandes tanques e reservatórios.
Fábrica de acessórios para a Indústria Têxtil | Por volta de 1940, a fábrica mudou de proprietários, passando à produção de acessórios para a indústria têxtil, nomeadamente peças para teares.
Armazém de Plásticos | No início da década de noventa, a fábrica foi adquirida para as instalações da empresa “Representações Jafe”, dedicada à importação e distribuição de artigos à base de plástico. As obras de reabilitação então iniciadas nunca foram concluídas por esta empresa.
Atelier José Rodrigues | Em 1998, o escultor José Rodrigues instala o seu atelier de trabalho na Fábrica e, em 2006, decide reabilitar a fábrica para criar a Fundação José Rodrigues, espaço cultural para a conservação e divulgação da sua obra e para a promoção de novos artistas.
História
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A Fábrica Social é uma unidade fabril, ocupando cerca de meio hectare, implantada num grande patamar. Possui apenas uma entrada para pessoas e veículos, localizada na rua da Fábrica Social. É composta por um conjunto de edifícios que esquematicamente dividimos em três conjuntos principais 1,2 e 3, e cinco edifícios singulares A, B, C, D e E.
O conjunto 1, correspondente às primeiras construções. Quer pela centralidade, quer pela dimensão, é a principal unidade do complexo.
Constituído por pavilhões amplos, com orientação norte-sul, tem uma grande continuidade espacial através de ligações transversais. O alçado sul, fachada principal da Fábrica, com dois arcos de entrada, destaca-se pela sua escala e relação com uma praça.
O conjunto 2, de área mais reduzida, encontra-se ligado ao conjunto 1, tendo, no entanto, os pavilhões uma orientação este-oeste.
O conjunto 3, de escala mais reduzida e carácter mais íntimo, localiza-se na parte norte da Fábrica. Construído numa fase posterior, é uma tipologia mais próxima da residencial. Constitui-se por um edifício com dois pisos que se organiza em volta de um pátio e um grande tanque. A articulação entre os espaços é bastante complexa, havendo várias diferenças de cotas nos pavimentos.
O edifício A corresponde a uma pequena habitação de um piso, junto a uma pequena praça.
O edifício B, localiza-se junto ao acesso principal da Fábrica. De desenho pré-modernista, corresponde a uma habitação bastante extensa com dois pisos e um terraço amplo na cobertura.
O edifício C, ligado ao conjunto 1, corresponde a uma torre de habitação de três pisos.O edifício D, localizado no centro do complexo e ligado ao conjunto 1, corresponde a
uma torre de escritórios de três pisos e um terraço acessível com vista panorâmica sobre a cidade.
O edifício E, localizado no extremo norte da Fábrica, corresponde a uma pequena torre arte deco, da qual se destaca uma pérgula na cobertura com vistas sobre a cidade.
Edifício
O lote encontra-se na sua maioria ocupado, com a excepção de caminhos de circulação e alguns espaços comuns. Existe um eixo norte-sul de circulação, desde a entrada principal até ao extremo norte da Fábrica e três espaços exteriores que correspondem a uma praceta junto à entrada, um pequeno espaço junto ao edifício D e um pequeno pátio no conjunto 3.
Não existem espaços verdes, com excepção de algumas árvores de crescimento espontâneo, junto ao edifício E.
No geral, os elementos que caracterizam o complexo são a predominância da estrutura pavilhonar, uma grande densidade de ocupação do terreno, uma organicidade espacial, fruto de acrescentos e ampliações, e uma relação privilegiada com a paisagem.
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Ao longo da sua existência, a Fábrica Social sofreu várias transformações e ampliações Da mudança de proprietários e actividades resultaram camadas sobrepostas, palimpsestos. Apresentamos aqui, uma síntese das principais intervenções no edifício, divididas em quatro fases cronológicas, identificadas a partir de quatro documentos principais.
1892 | A primeira fase, correspondente à fábrica de chapéus, está patente no levantamento do Porto de Telles Ferreira de 1892 ( pág. 58), primeiro documento a registar a existência da Fábrica. Nesta fase, existiam só os conjuntos 1 e 2, que, presumimos, assumiam já uma estrutura de pavilhão, e os edifícios A e B. Na zona mais a norte da fábrica ainda não havia construção. Existia, no entanto, uma grande cisterna, à volta da qual, o conjunto 3 se irá articular no futuro.
1939 | A segunda fase, correspondente à fábrica de acessórios para a indústria têxtil, regista a evolução do edifício desde a planta de 1892 até um foto aérea de 1939 (pág. 60). O conjunto 1 regulariza-se, sofrendo algumas ampliações e ganha um corpo novo a nascente. A torre C é construída, embora não se saiba a sua função original. A torre D foi ampliada, tanto em implantação, como em altura. No conjunto 3, surgem alguns edifícios térreos em volta da cisterna, que definem já a implantação das intervenções posteriores. Surge também o edifício E, embora, nesta fase, seja só um edifício térreo, sobre o qual se construirá, mais tarde, uma torre.
Palimpsesto
E
3
2
D
1B
c
A
39
1892 1939
1992 2007
1992 | A terceira fase, correspondente ao armazém de plásticos, regista a evolução do edifício desde 1939 até o levantamento efectuado nesta data. Os conjuntos 1 e 2 sofreram remodelações no interior e demolições de paredes, dando uma maior continuidade espacial aos pavilhões. O edifício B sofreu uma ligeira ampliação em largura e observa-se que a torre C sofreu uma ampliação, tanto em implantação, como em altura, reconvertendo-se numa residência. A torre central D também foi ampliada, em implantação e altura. O conjunto 3 foi o que sofreu mais transformações. Metade da cisterna foi transformada numa sala, permanecendo a outra como tanque. Aos edifícios térreos existentes foi acrescentado um andar e, ligada a estes, construiu-se uma longa galeria coberta, formando um edifício em torno de um pátio. O edifício E foi transformado numa pequena casa-torre, de estilo arte déco, com um terraço acessível com uma pérgula.
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2007 | A quarta fase, correspondente ao atelier José Rodrigues, regista a evolução desde o levantamento de 1992 até uma foto aérea de 2007. Durante este período, apenas se demoliram alguns volumes da fase anterior. O conjunto 3 apresenta, nesta fase, um estado de abandono e de ruína.
O edifício da Fábrica Social evoluiu organicamente através de operações localizadas, promovidas pelos proprietários, de pequenas demolições e ampliações, sem grandes rupturas ou transformações.
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A Fontinha resulta da expansão urbana do Porto do séc. XIX.A organização do território desta zona da cidade tem origem
nos planos dos Almadas que, na segunda metade do séc. XVIII, projectaram e levaram a cabo um conjunto de obras públicas que tinham como principal objectivo o ordenamento do crescimento da cidade fora das muralhas. Numa estrutura de circulação radial, as novas vias traçadas integram-se num plano geral de regularização das velhas estradas que ligavam o Porto ao resto do território. Juntamente com as transversais, estas vias definiram a estrutura básica da cidade para além do seu núcleo medieval. Assim, foram construídos quatro grandes eixos: rua de Almada, rua de St. Catarina, rua Direita de St. Ildefonso e rua de Cedofeita. Graças a esta estrutura, pretendia-se incentivar o crescimento urbano do Porto no séc. XIX, no entanto a realidade não correspondeu às expectativas e, entre estes grandes eixos de desenvolvimento, vastas extensões de terreno ficariam por urbanizar e ocupar durante a maior parte do século.
A Fontinha, cuja toponímia evoca uma antiga fonte de água nascente, formou-se em meados do séc. XIX, no monte entre a rua de Bonjardim (antiga estrada para Guimarães) e a rua de St. Catarina (antiga rua Bella da Princesa), vias que se uniam a norte, na Praça de Aguardente (hoje Praça do Marquês).
Ao longo do séc. XIX, as actividades industriais adquiriram grande importância na cidade. Em 1852, no limiar da Regeneração, o Porto contava com 496 unidades fabris e 6.050 operários. É nos anos 70 que, como no resto do país, se verifica o mais importante surto de industrialização do século. Segundo o inquérito de 1881, empregavam-se na indústria 37.777 operários, um terço da população do Porto. A Fontinha cresce, assim, na segunda metade do séc. XIX, com a instalação de algumas fábricas, sendo a Fábrica Social a principal, e torna-se num aglomerado urbano de carácter operário.
Desenvolvimento urbano
O crescimento demográfico e a industrialização acentuaram a diferenciação social dos espaços da cidade. As ilhas alastram no miolo dos quarteirões e em zonas degradadas da cidade. O aumento da população, através da atracção exercida pela expansão do mercado do trabalho industrial, sobre as populações da periferia rural, criou uma maior procura de alojamento, estimulando diferentes formas de especulação imobiliária. Em 1832, existiam na cidade cerca de 200 ilhas. É nas zonas correspondentes aos principais focos que se verificou maior expansão, na segunda metade do século XIX. No último quarto do século, as ilhas atingiam uma dimensão impressionante, albergando cerca de um terço da população. Várias destas ilhas surgiram na Fontinha.
Nos anos 30 e 40 do séc. XX, a zona conheceu um novo impulso urbanístico, com a abertura de novas ruas, como a de Camões, da Constituição e de Gonçalo Cristóvão.
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A Fontinha foi palco de importantes acontecimentos do movimento operário portuense na segunda metade do séc. XIX.
Com o desenvolvimento do sistema industrial, o aumento da população operária e o afastamento físico e social entre patrões e trabalhadores, desenvolvem-se novas formas de resistência e conflito. Proclamando a livre iniciativa de produzir, o liberalismo lutara pela supressão das corporações de ofícios, considerados “estorvos à indústria nacional”. A lógica da livre concorrência entre os produtores sobrepunha-se à lógica defensiva das corporações de artesãos e, por via de consequência, limitava drasticamente o direito de associação.�
Cresce, todavia, o associativismo operário entre 1852 e 1856, à escala nacional e sob a influência do despontar das ideias socialistas, na sequência dos acontecimentos de 1848 em França. Este movimento é indissociável dos problemas resultantes do dinamismo industrial que o Porto conhece e que se prendem com as relações conflituosas entre patrões industriais e operários, com o agravamento das condições de vida das camadas populares e, finalmente, com os conflitos entre empresários capitalistas e pequenos artesãos, ameaçados pela proletarização. Nos anos difíceis de 1855-56, marcados pela crise dos cereais, a crise dos vinhedos, os fluxos migratórios, as epidemias, a fome, as doenças e o desemprego, são fundadas diversas associações.
Na mesma altura, aparecem, ainda, os primeiros jornais operários que denunciam as desigualdades sociais e divulgam as ideias do socialismo utópico que, apesar de dar forma às reivindicações operárias, mantém, muitas vezes, a proximidade com a ideologia corporativa do artesanato. “Em 1875, apareceu nas imediações da Fontinha, mais concretamente na rua do Bonjardim, nas proximidades do actual largo Dr. Tito Fontes, o ‘Jornal Artístico Social’." �
Nos anos setenta, assiste-se a um novo surto reivindicativo que tem na zona da Fontinha um dos principais focos. O movimento operário adopta novos modelos de organização, mobilização e acção. Fazem-se sentir as influências socialistas da Internacional, da Comuna de Paris e do movimento operário espanhol. “O sítio onde se realizavam os maiores comícios operários desses tempos era (…) num velho edifício situado na esquina da rua de Gonçalo Cristóvão e do actual largo Dr. Tito Fontes. Defronte ficava outra casa célebre, a sede da Laboriosa em cujo salão se realizaram importantes e agitadas reuniões operárias.” �
Resistência e conflito
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“Em Abril de 1874 um pequeno núcleo de operários fundou, na rua de Santa Catarina, na esquina com a Calçada do Luciano, hoje rua da Escola Normal, a Associação dos Trabalhadores que, dois anos depois, transferiu a sua sede para o Largo da Fontinha, onde se manteve, em permanente actividade, por muitos anos mais. Nesta associação, que reunia operários dos mais diversos ramos da indústria, pontificava o cidadão francês Joseph Delarue, fabricante de pianos, que estivera implicado nos acontecimentos da Comuna, e por causa dos quais deixara França para se radicar no Porto”.�
Entre 1875 e 1877, verificam-se greves importantes no Porto, sobretudo a dos chapeleiros. Em 1875, o aparecimento do partido operário socialista traduz a adopção das directivas da Internacional, em que domina a tendência marxista, e a transformação do movimento operário em movimento político. As associações do Porto são as mais bem organizadas. Mas nos finais dos anos setenta, o movimento associativo operário conhece uma nova fase: todos os movimentos juntam-se no partido socialista.
Nessa altura, funda-se a cooperativa de Tecidos de Algodão que se instala ao lado da Associação de Trabalhadores, no Largo da Fontinha, pelo que este núcleo de socialistas passou a ser apelidado por “Grupo da Fontinha.” Todavia, por volta de 1880, este núcleo mais activo do movimento operário e socialista do Porto desmembra-se. Vários militantes afastam-se do grupo da Fontinha e formam os seus próprios núcleos. Um dos grupos acompanha o serralheiro Ermelindo António Martins, em cuja oficina da Rua das Carvalheiras se passa a reunir, com a designação da Associação União dos Trabalhadores, sob a influência do colectivismo anarquista.
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O quarteirão da Fontinha localiza-se num morro granítico, na área central da cidade do Porto, delimitado pela rua do Bonjardim, a poente, a rua de Santa Catarina, a nascente (vias históricas importantes de saída da cidade) e pelas ruas de João de Oliveira Ramos, a norte e de Gonçalo Cristóvão, a sul.
A sua estrutura actual, como se observa na Planta de Telles Ferreira de 1892 (pág. 58), encontrava-se já definida no século XIX, tendo como vias dominantes do quarteirão as ruas Bonjardim e Santa Catarina, assim como a rua de Gonçalo Cristóvão, enquanto eixo estruturante da cidade.
“Apresentando características físicas e morfológicas muito próprias, a área da Fontinha/Carvalheiras não acompanhou as dinâmicas de crescimento urbano da cidade. De facto, o seu relevo muito acentuado, que historicamente condicionou a adopção de soluções favoráveis de acessibilidade e ocupação do seu interior, e a circunstância de se constituir como formação orográfica com a mesma orientação das vias de penetração norte/sul (não as obstaculizando) contribuíram, entre outros aspectos, para o agravamento das condições de estruturação dos espaços das Carvalheiras, Fontinha e Alto da Fontinha, que assim resultam definitivamente como intersticiais”. � Assim, “parece que a área de intervenção ficou como que “enquistada” num enquadramento que remonta aos princípios deste Século”. �
No entanto, este isolamento teve consequências positivas:• A salvaguarda de um espaço de invulgar panorâmica sobre a cidade;• A manutenção de um local em que a silhueta citadina não foi alterada por construções
em altura;• A conservação de algumas construções de interessantes características arquitectóni-
cas.De facto, a fraca acessibilidade e a quase ausência de atravessamentos neste quar-
teirão são as principais condicionantes das suas especificidades: uma forte presença de espaços verdes, característica invulgar no centro da cidade; o abandono do edificado, que apresenta um carácter pouco urbano, lembrando um ambiente rural.
O sistema viário que estrutura este quarteirão caracteriza-se por ser demasiadamente periférico, uma vez que a sua penetração se limita a algumas vias que se localizam ap-enas na zona Sul do quarteirão.
O quarteirão caracteriza-se, assim, por uma periferia de frente urbana consolidada e um
Quarteirão
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interior com grandes diferenças nas zonas Norte e Sul. A zona Norte é constituída por uma série de logradouros privados, na sua maioria num
estado de abandono ou selvagem, que, conjuntamente, formam uma grande mancha verde com 3.5 hectares. Este vazio apresenta um grande potencial, enquanto estrutura ecológica de cariz urbano, necessitando, para isso, de melhores acessibilidades e de maior unidade.
A zona Sul, melhor servida em matéria de acessos e atravessamentos, tem uma maior concentração de edificado onde se encontram os equipamentos mais dinamizadores do interior do quarteirão: a escola EB1 da Fontinha e o respectivo ATL; os espaços públicos que, apesar de pouco dinamizadores e mal conservados, apresentam bastante potencial (especialmente o Largo da Fontinha), enquanto espaços nucleares de convivência ur-bana, designadamente através da promoção de relações de vizinhança.
À semelhança do que se verifica em toda a zona central da cidade do Porto, o quarteirão apresenta um elevado nível de degradação do edificado, assim como de abandono.
Sistema viário
R. João O. Ramos
R. B
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R. A
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R. das Musas
R. Bela da Fontinha
R. Raúl D
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R. d
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R. d
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ha
R. Gonçalo Cristovão
Escola Superior Técnica de Saúde
Fábrica Social
Escola EB1 Fontinha
Creche de S. Vincente de Paulo
ATL Fontinha
R. S
anta
Cat
arin
a
Espaço público e equipamentos
Edifícios degrada-dos e abandonados
Área verde
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Sectores
Carvalheiras
Alto daFontinha
Fontinha
AcçõesVias existentes e vias propostas
Vias existentes
Edificaçãoproposta
SínteseEspaços verdes propostos
Equipamentos propostos
Análise do plano de pormenor Fontinha/Carvalheiras
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A Fontinha encontra-se contemplada em três documentos de planeamento urbano: o Plano Director Municipal, o Masterplan SRU e o Plano de Pormenor da Fontinha/Carvalheiras. Como o PDM e o Masterplan SRU seguem as indicações do Plano de Pormenor, fizemos uma leitura particularmente atenta deste último documento.
O plano foi desenvolvido, em 1995, no âmbito do concurso de “Ideias de elaboração do Plano de Pormenor da Fontinha/Carvalheiras”, integrado nas unidades de ordenamento L2 e L3 definidas pelo respectivo Plano Director Municipal. Elaborado pelo arquitecto Rui Mealha, foi apresentado posteriormente, em 1997, como Anteplano do Plano de Pormenor. Continuou a ser desenvolvido até 1999, mas com a mudança do executivo, o projecto não teve seguimento, apesar de várias das soluções propostas terem sido integradas no PDM de 2005.
No plano, a área de intervenção encontra-se delimitada pela rua do Bonjardim a poente, a rua de Santa Catarina a nascente, a rua de João de Oliveira Ramos a norte e a rua Gonçalo Cristóvão a sul. Devido às especificidades da zona, o plano em geral apresenta uma proposta orientada para a reabilitação. “A área em estudo apresenta assim um conjunto de características que motivam a adopção de metodologias específicas de intervenção, para reabilitação, modificação e renovação parcial das estruturas parciais em presença”�. Segundo a memória descritiva, o projecto foi definido pelas seguintes vertentes estratégicas: o desenho dos espaços colectivos de carácter vivencial, o desenho de arquitectura urbana e de soluções de infra-estruturação, a regulamentação de parâmetros urbanísticos para definir ocupações e aproveitamentos parcelares, o desenvolvimento de procedimentos de consulta destinados à negociação e o enquadramento estratégico das acções em desenvolvimento.
O plano foi dividido em três sectores de intervenção, “sectores fundamentais, a confirmar como unidades operativas a contemplar pelo projecto urbano nas suas vertentes de projecto plano, arquitectura urbana e espaços colectivos”�
Sector da Carvalheiras | Estruturado pelas ruas das Carvalheiras e de Raul Dória, este sector, com fortes afinidades com a rua Gonçalo Cristóvão, apresenta uma proposta que se apoia num princípio de continuidade ou de transição espacial e programática interior/exterior do quarteirão. Um novo espaço público (Praça da Carvalheiras) e um edifício recuado de habitação e comércio ocupam um terreno disponível na rua das Carvalheiras. A poente da praça, eleva-se uma construção de frente única para
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estacionamento, comércio e serviços, implantada contra uma escarpa e colmatando a frente de rua. O perfil das ruas das Carvalheiras e de Raul Dória sofrem beneficiações, através de realinhamentos e alargamentos.
Sector da Fontinha | Com uma malha onde predomina a habitação operária, este sector é objecto de uma estratégia de renovação através da implantação de 30 novos fogos em edifícios de frente urbana (entretanto construídos), repondo uma estrutura de quarteirão tradicional. Mantêm-se alguns conjuntos edificados, de interesse urbanístico relevante, e substituem-se estruturas edificadas consideradas deficientes, nomeadamente as casas operárias da rua da Fábrica Social e do Alto da Fontinha. O Largo da Fontinha é sujeito a uma reformulação, através do seu alargamento e requalificação. Com o objectivo de melhorar a articulação entre o equipamento escolar existente e os edifícios destinados a acolher equipamentos sócio-educativos complementares, há uma sistematização dos percursos pedonais, de que são exemplos a ligação da rua Bela da Fontinha à rua do Bonjardim e as ligações desta última, através de equipamentos, ao Alto da Fontinha.
Sector do Alto da Fontinha | Localizado na zona mais alta do morro, este sector contém um grande miolo formado por logradouros privados. A proposta apresenta uma área de índole cultural, recreativa e de lazer. É criado um jardim panorâmico, com ligações às ruas do Bonjardim, de Santa Catarina e de João de Oliveira Ramos, pontuado por equipamentos autónomos.
Propõe-se a reabilitação da Fábrica Social para equipamento cultural de grande importância e, a nascente, um edifício destinado a estacionamento, cuja cobertura constitui um espaço público, articulado com a fábrica e com o parque urbano. É também proposta a edificação de novas frentes de fechamento do quarteirão, através de edifícios de habitação e de alojamentos para estudantes.
Devido ao carácter intersticial do quarteirão, verifica-se que a mancha de acções incide principalmente no seu interior, cosendo-o e integrando-o na malha urbana. São propostos equipamentos de articulação à rede escolar e de carácter comunitário, habitação para estudantes, edifício de estacionamento, um parque urbano e o centro cultural da Fábrica Social.
Dada a debilidade dos acessos ao quarteirão, mais notória no Alto da Fontinha, o plano propõe uma reestruturação viária. Prolonga-se a rua do Alto da Fontinha, penetrando os
logradouros, até à rua de João de Oliveira Ramos, com ligações transversais à rua do Bonjardim e de Santa Catarina.
Em conclusão, realçamos os principais aspectos positivos e negativos do plano:Destacam-se como pontos positivos: a criação do jardim panorâmico no Alto da
Fontinha; a abertura do interior do quarteirão e a sua integração na malha urbana envolvente; a criação de um sistema de equipamentos públicos.
Como principais pontos negativos, destacamos a excessiva quantidade de construção proposta, tendo em conta a situação actual de abandono e degradação do edificado no centro da cidade. O princípio que consiste em colmatar o tecido existente com uma frente urbana contínua impossibilita a implementação de novos modelos de ocupação do tecido tradicional (sobreposição de uma grelha nova à matriz antiga ou criação de zonas sem edificado). A continuidade da lógica de quarteirão fechado no Alto da Fontinha compromete o potencial do jardim proposto. Em termos de mobilidade, parece-nos errada a importância atribuída à circulação automóvel.
1813
1892
1939
2007
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Tecido por defeito define o padrão territorial que resulta de um desenvolvimento urbano não planeado, num quadro de livre-iniciativa, típico do liberalismo económico. Nele se lê, com muita evidência, as condicionantes económicas, tecnológicas e políticas de uma dada época.
No desenvolvimento urbano do Porto do séc. XIX, adoptou-se um padrão de ocupação definido pela estrutura viária, pelas características de loteamento e pelo tipo de edificado, que se manteve até hoje, organizado em torno da tripa, da frente consolidada, do logradouro, da trama burguesa.
Este padrão tem a sua génese nos planos dos Almadas. Estes incluíam projectos de fachadas uniformes, por vezes, para frentes de ruas inteiras. A ordem formal estabelecida nestes projectos impunha-se a lotes de uma grande variedade de tamanhos. Para as zonas que não estavam, ainda, loteadas foi definido um padrão de loteamento regular, com base num lote de 25 palmos (5,5 metros) de largura, habitualmente muito comprido, atingindo por vezes os 100 metros. “Depois da revolução de 1820, o novo poder político da burguesia reflectir-se-ia claramente na cidade, não só como motor económico do seu desenvolvimento mas também na sua forma física, expressando arquitectonicamente a individualidade dos diferentes lotes que compunham as ruas. No séc. XIX, a rua tornou-se uma simples adição de lotes individualmente desenvolvidos, o que se reflectia na fachada das ruas. A rua passou a caracterizar-se pela completa disparidade dos projectos individuais que a compunham ou pela repetição exaustiva do mesmo modelo”. Esta liberdade de composição expressava directamente os processos económicos de desenvolvimento da cidade e a total liberdade de acção de que dispunham os promotores urbanos.� “O lote individual passou a ser a unidade fundamental de desenvolvimento da cidade.
Tecido por defeito
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A regularidade dos lotes urbanos foi o padrão lógico para o desenvolvimento da cidade no séc. XIX e, simultaneamente, sua
consequência. Esta regularidade tornava todas as operações de planeamento económico e espacial extremamente simples. A terra tornara-se um bem negociável e o desenvolvimento da
cidade passou a ser regido pelas leis do mercado. Esta situação reflectia-se agora formalmente na cidade e representava não
só um processo diferente de desenvolvimento, mas também um conceito diferente da cidade. A filosofia liberal da livre iniciativa
dava cobertura a tais práticas e legitimava-as.” �“O estreito lote urbano de 5,5 metros, por vezes 6, de largura foi adoptado para a maior parte dos novos desenvolvimentos
urbanos do Porto do século XIX. Esta dimensão de lote aumentava o número de edifícios possíveis numa determinada
frente de rua, reduzindo, ao mesmo tempo, os custos de urbanização por unidade habitacional, adequava-se à tecnologia
de construção utilizada à época no Porto” �. Segundo esta tecnologia, a largura correspondia ao vão máximo de uma
viga de madeira, sustentada por paredes-mestras construídas de ambos os lados do lote, Contribuía igualmente para a normalização de alguns componentes de construção,
promovendo o desenvolvimento de modelos arquitectónicos que os mestres-de-obras aprenderam a construir e repetiram por
toda a cidade.Por referência aos conceitos de espaço público/privado,
produziram-se quarteirões definidos por uma frente fechada no perímetro do quarteirão, uma muralha, à face da rua, e
logradouros interiores de grandes dimensões, completamente inacessíveis à cidade.
Hoje, com o défice de espaços públicos e de espaços verdes, este tecido torna-se objecto de uma reestruturação com grande
potencial.
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O Trimontium descreve o sistema urbano definido pela estrutura topológica de três montes – Lapa, Fontinha e Pedreiros – e as correspondentes centralidades que originaram.
O conjunto localiza-se na zona norte da primeira cintura que envolve o centro histórico. Com orientações norte-sul, estes montes foram determinantes na expansão da cidade.
Os grandes eixos norte-sul de ligação da cidade ao resto do território passavam nos vales destes montes, adaptando-se à topologia.
Com o desenvolvimento da cidade, o povoamento acompanhou estes eixos e as centralidades foram reforçadas pela presença de grandes equipamentos, aproveitando as vantagens paisagísticas oferecidas por estes montes.
O Monte da Lapa distingue-se pela influência do conjunto formado pela Igreja da Lapa e o cemitério. Em 1755, foi construída uma pequena capela junto à estrada em direcção a Braga (hoje, rua Antero Quental), que estimulou o desenvolvimento de um pequeno aglomerado. Com a construção em 1784 da igreja actual esta centralidade ganhou mais dinamismo.
No cimo do monte, existe uma torre com um miradouro panorâmico da cidade, antiga torre de sinalização para as navegações que entravam na barra do porto.
O Monte da Fontinha (antigo Bairro Alto) situa-se entre a rua do Bonjardim e a rua de Santa Catarina, ruas que se ligavam entre si e seguiam para Guimarães. O lado do monte ligado à rua do Bonjardim desenvolveu-se primeiro, perto de uma pedreira.
O principal crescimento deu-se com a instalação da Fábrica Social no Alto da Fontinha, promovendo um aglomerado composto por um bairro operário, ilhas e pequenas habitações.
Apesar de várias tentativas de planos para criar atravessamentos este-oeste, a topologia constituiu uma forte condicionante, conduzindo à criação de um quarteirão extenso, com um grande miolo inacessível e contribuindo para o estado intersticial que, ainda hoje, se sente.
Também conhecido por Monte Tadeu (antigo Monte dos Congregados), o Monte dos Pedreiros distinguiu-se inicialmente pela presença do Convento dos Congregados.
A urbanização do monte conheceu um maior impulso com a instalação da Cooperativa dos Pedreiros, junto da rua da Alegria. Este conjunto inclui uma grande fábrica, depósitos e uma torre de água. A fábrica motivou a construção de um bairro operário e de ilhas,
Trimontium
67
assim como atraiu muita habitação.Dos três montes foi o que acompanhou mais a modernização da cidade, através
da construção em 1969, por iniciativa da Cooperativa dos Pedreiros, de uma torre-miradouro, com diferentes funções como habitação, hotel, restaurante e espaços comerciais.
Por corresponder ao vale mais largo e com declive menos acentuado, a zona entre a Lapa e a Fontinha, ligada às principais entradas e saídas do centro da cidade (através da rua Faria Guimarães e rua de Camões), regista uma maior densidade de ocupação, com muita habitação.
O vale entre a Fontinha e os Pedreiros não teve a mesma dinâmica, já que a ocupação fica limitada à rua de Santa Catarina, gerando-se grandes quarteirões só com construção no perímetro e grandes miolos sem penetrações.
68
69
Este capítulo é constituído pela compilação de mapas organizados em escalas sucessivamente maiores.Em cada um, isolamos e simplificamos uma determinada dimensão da realidade para que esta se torne mais evidente.Os mapas tornam-se assim peças gráficas que transmitem valores, de uma forma imediata.
70Sistema viário
Envolvente
71 Metro + parques de estacionamento
72Espaços verdes e ruas arborizadas
73 Edificado degradado
74Equipamentos
AESCOLA SECUNDÁRIA AURÉLIA DE SOUS
SMAS
RESERVATÓRIOS DA ÁGUA
ESCOLA SUPERIOR DE MÚSICA E ARTES DO ESPECTÁCULO
ESCOLA EB 2/3 AUGUSTO GIL
SILO-AUTO
ESCOLA EB1 DA FONTINHA
ESTAÇÃO DE METRO DA TRINDADE
HOSPITAL DA ORDEM DA
TRINDADE
CTT + GBINETE DO MUNÍCIPE + SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS
PARQUE DE ESTACIONAMENTO DA TRINDADE
CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO
MERCADO DO BULHÃO
FACULADADE DIREITO DA
UNIVERSIDADE DO PORTO
QUARTEL MILITAR
IGREJA E CEMITÉRIO DA LAPA
HOSPITAL NOSSA SENHORA DA LAPA
CLUBE DESPORTIVO ACADÉMICO PORTO
COLÉGIO D. DUARTE
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA VITÓRIA
HOSPITAL DE SANTA MARIA
EB 23 IRENE LISBOAASSOCIAÇÃO DE TÉNIS DO PORTO
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DO PORTO
ESCOLA SECUNDÁRIA ARTISTICA SOARES DOS REISIGREJA DA
TRINDADE
CENTRO COMERCIAL VIA CATARINA
ESCOLA PROFISSIONAL DE ESTUDOS ECONÓMICOS E SOCIAIS JOSÉ MOREIRA DA SILVA
CENTRO COMERCIAL CENTRAL SHOPPING
ESCOLA DE FUTEBOL HERNÂNI GONÇALVES
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PAULA FRANSINETTI
INSTITUTO PROFISSIONAL DO TERÇO
GRANDE COLEGIO UNIVERSAL
CAMPO DA CONSTITUIÇÃO
75 Espaços públicos
76Síntese
ESCOLA SECUNDÁRIA AURÉLIA DE SOUSA
SMAS
RESERVATÓRIOS DA ÁGUA
ESCOLA SUPERIOR DE MÚSICA E ARTES DO ESPECTÁCULO
ESCOLA EB 2/3 AUGUSTO GIL
SILO-AUTO
ESCOLA EB1 DA FONTINHA
ESTAÇÃO DE METRO DA TRINDADE
HOSPITAL DA ORDEM DA TRINDADE
CTT + GBINETE DO MUNÍCIPE + SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS
PARQUE DE ESTACIONAMENTO DA TRINDADE
CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO
MERCADO DO BULHÃO
ADE DIREITO DA DADE DO PORTO
QUARTEL MILITAR
IGREJA E CEMITÉRIO DA LAPA
HOSPITAL NOSSA SENHORA DA LAPA
CLUBE DESPORTIVO ACADÉMICO PORTO
COLÉGIO D. DUARTE
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA VITÓRIA
HOSPITAL DE SANTA MARIA
EB 23 IRENE LISBOAASSOCIAÇÃO DE TÉNIS DO PORTO
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DO PORTO
ESCOLA SECUNDÁRIA ARTISTICA SOARES DOS REISIGREJA DA TRINDADE
CENTRO COMERCIAL VIA CATARINA
ESCOLA PROFISSIONAL DE ESTUDOS ECONÓMICOS E SOCIAIS JOSÉ MOREIRA DA SILVA
CENTRO COMERCIAL CENTRAL SHOPPING
UTEBOL HERNÂNI GONÇALVES
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PAULA FRANSINETTI
INSTITUTO PROFISSIONAL DO TERÇO
NDE COLEGIO UNIVERSAL
CAMPO DA CONSTITUIÇÃO
77
78
Vias Estrutura ecológica
Ferrovias Verde público
Parques de estacionamento Verde canal
Porto
79
Escolas Equipamentos culturais e educacionais
Limites administrativosFaculdades
Equipamentos culturais Síntese
Bonfim
28578 hab
Campanhã
38757 hab
Paranhos
48686 hab
St. Ildefonso
10044 hab
Cedofeita
24784 hab
Ramalde
37647 hab
Massarelos
7756 hab
Lordelo do Ouro
22212 hab
Aldoar
13957 hab
Nevogilde
5257 hab
Foz do Douro
12235 hab
Miragaia
2810 hab
Vitória
2720 hab
São Nicolau
2937 hab
Sé
4751 hab
Por
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82
GAMP
Vias
Ferrovias
Fluxos
Estrutura ecológica
83
PÓVOA DE VARZIM
POPULAÇÃO: 65452 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: -3%
TROFA
POPULAÇÃO: 39166 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 4%
SANTO TIRSO
POPULAÇÃO: 39166 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 4%
MAIA
POPULAÇÃO: 130254 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 8%
MATOSINHOS
POPULAÇÃO: 168451 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 1%
VALONGO
POPULAÇÃO: 91274 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 6%
VILA DO CONDE
POPULAÇÃO: 75981 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 2%
PORTO
POPULAÇÃO: 238954 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: -9%
GONDOMAR
POPULAÇÃO: 169239 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 3%
VILA NOVA DE GAIA
POPULAÇÃO: 300868 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 5%
SANTA MARIA DA FEIRA
POPULAÇÃO: 142295 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 5%
ESPINHO
POPULAÇÃO: 31703 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: -6%
AROUCA
POPULAÇÃO: 24019 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: -8%
SÃO JOÃO DA MADEIRA
POPULAÇÃO: 21102 hab
VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 2%
Densidades populacionais
População
Limites administrativos
Síntese
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AEROPORTO DE FARO
AEROPORTO DA PORTELA
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PORTO DE LEIXÕES
PORTO DE AVEIRO
PORTO DE LISBOA
PORTO DE SETÚBAL
PORTO DE SINES
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Portos e aeroportos
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AEROPORTO DE FARO
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AEROPORTO FRANCISCO SÁ CARNEIRO
PORTO DE LEIXÕES
PORTO DE AVEIRO
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PORTO DE SETÚBAL
PORTO DE SINES
Conurbações metropolitanas
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Conurbações não metropolitanas
Áreas verdes protegidas
Cidades
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Para organizar as tendências ou as atitudes assumidas por vários arquitectos perante obras de reabilitação de edifícios existentes, decidimos evitar os glossários extremamente técnicos e minuciosos. Estes pecam pela sua rigidez e ineficácia na análise das obras, na sua relação com outras.
Optamos por organizar um referencial de dois eixos, ao longo dos quais dispomos as várias obras que vão surgindo como referências. As variáveis são relativas à forma, "entendida como estrutura essencial e interna".
O eixo vertical organiza as variações entre uma atitude de continuidade com a forma existente ou uma de ruptura.
O eixo horizontal organiza as variações entre ampliações ou restituições. "Novo no velho ou velho no velho ".
No extremo do 1º quadrante colocamos a obra Spliting em Englewood; no extremo do 2º quadrante colocamos o Edifício da OCAD de Wil Alsop; no extremo do 3º quadrante colocamos a reabilitação da casa dos bicos de Daniel Santa Rita e Manuel Vicente; e no extremo do 4º quadrante colocamos a reabilitação do Palácio do Freixo de Fernando Távora.
O centro representa a preexistência intocada.Esta experiência da Bússola da Reabilitação permite uma orientação intuitiva na
crescente complexidade de possibilidades perante o existente.
Bússola
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VELHO NO VELHONOVO NO VELHO
RUPTURA
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A experiência deste trabalho foi essencialmente de procura, de crescimento e de experimentação.
Obra aberta descreve o modo como este trabalho se desenvolveu em simultâneo com uma realidade nunca estável.
Chegámos à Fábrica à procura de um espaço de trabalho para nos instalarmos. Encontramos a oportunidade de um exercício de projecto. Uma ruína e um programa estimulantes. Uma antiga Fábrica chapeleira a transformar em centro de criatividade e produção artística.
As instalações para o nosso espaço de trabalho estavam disponíveis mas degradadas. Surgiu assim a oportunidade do contacto com a prática. Começamos as obras e, mais tarde, esta experiência revelou-se importante na orientação do exercício. Depois de o escritório estar concluído, começaram o projecto e as obras para o resto do edifício onde nos encontrávamos e onde se pretendia realizar mais salas de trabalho semelhantes. Mais tarde, percebemos que, como um gatilho, este edifício despoletou muito rapidamente obras por quase toda a fábrica, processo que tentamos acompanhar o mais possível, apesar de toda a inexperiência.
Propusemos finalmente que o nosso trabalho fosse a reabilitação da Fábrica Social, a criação de uma “fábrica de criatividade” e uma fundação cultural.
Ao enquadrar a Fábrica com os planos urbanos em curso ou existentes, cruzamos as propostas do plano de pormenor do Arquitecto Mealha com as propostas da SRU para a Fontinha e decidimos desenvolver quatro projectos âncoras para o quarteirão: a fundação, um parque de estacionamento, a reabilitação de habitação de tipologia pequena e um jardim panorâmico. Estes projectos surgem informados pelos desejos do cliente e dos moradores da Fontinha que, em algumas conversas e num encontro organizado, expuseram algumas carências do bairro. Os transtornos do estacionamento clandestino descontrolado e a crescente degradação das casas são as que se destacaram.
Ivan Illich e Joseph Beuys são as grandes referências. Convivialidade e Escultura Social são ideias que, já presentes nas discussões, ganham consistência como inspiração.
Obra aberta
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O contacto próximo com os moradores despertou-nos também para o tema da participação pública na arquitectura ou na cidade. Investigamos alguns processos semelhantes, como a experiência de intervenção social associada a uma intervenção arquitectónica em Marselha relatada por Michel Anselme, ou os processos SAAL no Porto.
Na tentativa de construir a ideia de “Fábrica Social”, e convictos de que, na obra aberta, programa é arquitectura, envolvemo-nos com outros grupos, nalgumas iniciativas públicas que explorassem o edifício enquanto ruína. Uma peça de teatro, uma exposição de arquitectura e outras iniciativas mais pequenas, ajudaram-nos a construir um programa, a conhecer o edifício e a construir uma ideia.
A participação durante uma semana num workshop de bioarquitectura com o arquitecto Johan Van Lenguen do Tibá; o contacto com este, a aprendizagem de uma nova forma de entender a arquitectura e, ainda, a construção efectiva de protótipos construtivos apropriáveis foram um ponto de viragem importante no nosso percurso pessoal e no nosso trabalho. Fortalecemos a nossa convicção numa arquitectura mais integrada com a natureza e na importância do trabalho prático para o espírito do homem.
Foi assim, com os pressupostos do exercício abalados, que tomamos a decisão de que os quatro projectos estariam localizados na Fábrica, na tentativa de construir e controlar nós próprios um projecto e um programa.
Concentramo-nos na zona mais degradada da Fábrica que não iria ser abrangida pelas obras já avançadas, destinada ao programa “Laboratório das Artes” – zona de jovens criadores.
Rapidamente, começamos as limpezas do entulho e lixo, a desmontagem de estruturas degradadas e o levantamento dessa parte da Fábrica.
Ainda sob o impulso do Workshop do Tibá, iniciamos paralelamente algumas experiências de técnicas, texturas e coloração em cimento e construímos um lavatório como protótipo.
Passamos, assim, alguns meses de trabalho essencialmente experimental e prático que nos ajudaram na nossa definição pessoal e colectiva.
Durante as limpezas de um pequeno espaço livre no limite da Fábrica e do “laboratório das artes”, descobrimos uma passagem para um dos lotes da grande mancha verde do interior do quarteirão. Exploramos o terreno e descobrimos verdadeiramente todo o potencial deste enorme jardim esquartejado, abandonado e vedado à cidade.
Progressivamente, sentimos o impulso de sair de novo dos limites da Fábrica, uma vez que esta já se encontrava num estado avançado de reabilitação, através de quatro projectos periféricos que, em conjunto com a Fábrica, seriam elementos de regeneração urbana:
Um equipamento localizado no grande jardim vocacionado para a sua manutenção e abertura à cidade;
A reabilitação da única zona da Fábrica ainda em ruínas para a criação de um Laboratório de fabricação pessoal;
Um parque de estacionamento e um conjunto de ateliers de apoio à Fábrica;A reabilitação do bairro operário, criando habitação para artistas residentes.
As obras da fábrica começam finalmente a chegar ao fim. Ao mesmo tempo, a vontade de estabilizar uma boa parte do trabalho convida a uma revisão de todos os temas abordados e a uma reflexão sobre todo o processo e a experiência.
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FÁBRICA
Joseph BeuysConceiro apliado de arte - arte é vida“Todo o homem é um artista”Kunst = capital = a ideia de capacitação atravez da noção alargada da artesocial sculpture e sculpture = thinking
TibáArquitectura ao alcance de todosTecnologias e materiais apropriáveis e cológicos
Rural studioAprendizagem da arquitectura de uma forma práticaTónica na responsabilidade individual e no serviço comunitárioAjuda real das comunidadesDesenvolvimento de tecnologias e materiais low tech
Ivan IllichAutonomiaDesinstitucionalização da sociedadeConvivialidade | Ferramentas conviviaisPedagogia integrado no mundo prático do trabalhoCapacitação (por oposição à formatação)Ensinar e não educarRedes pedagógicas
AnarquitecturaEspaço desligado dos canones da arquitecturaRuptura dos limites entre a arte e a arquitectura
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SOCIAL
Mais do que um edifício, Fábrica Social é a tentativa de criar um programa, uma alternativa de cidade e, talvez, uma alternativa de sociedade. Sentimos a necessidade de criar aquilo a que chamamos um mapa ideológico. Este mapa organiza e relaciona personagens, ideas e referências de forma dinâmica. É um documento aberto; pode crescer, ramificar-se e interlaçar-se.
VernadskyNoção abrangente de ecologiaNooesfera“Mente Global”
Web 2.0Conteúdo gerado pelo utilizadorConteúdos com base na colaboração de redes sociaisOpen source
Fab LabCriação de pequenas unidades de produçãoFabricação pessoalInovação “bottom up”“Ferramentas para fazer quase tudo”
Bauhaus | Arts and CraftsArte integrada no quotidianoNão separar a noção de artesão e de artistaAuto-gestãoIntegração das Artes
Marx | MorrisNoção de alienaçãoEliminar dicotomia entre capital e trabalhoEliminar dicotomia entre trabalho e lazerEliminar dicotomia entre trabalho intelectual e manual
SituacionistasPsicogeografiaDetournement
ESTRATÉGIA
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Estratégia
BAIRRO
FÁBRICA
JARDIM
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Muitos dos quarteirões do Porto, resultantes da expansão urbana do século XIX, estão num impasse. O tecido urbano não está adaptado àquilo que consideramos ser uma vivência urbana saudável.
Este Tecido por Defeito (pág. 64) fragmenta a cidade, dificulta a mobilidade e isola grandes áreas no interior dos quarteirões que poderiam ser integradas nos vários siste-mas urbanos (espaços públicos e culturais, estruturas produtivas, zonas verdes).
A Fontinha encontra-se também neste impasse. Todo o quarteirão é delimitado por uma frente urbana contínua. O seu interior divide-se em duas zonas: a sul, um bairro habita-cional de cariz operário, fortemente marcado pela presença das antigas ilhas e a norte, um grande numero de logradouros privados deixados ao abandono que, no seu conjunto, definem uma grande mancha verde.
O principal objectivo da nossa proposta é dar coerência à mancha verde, permitindo que esta contamine todo o quarteirão e se integre no sistema ecológico, produtivo e cultural de toda a cidade. Esta estrutura natural é, para nós, um elemento activo de reabilitação, com o potencial de se transformar num grande jardim público, que alberga actividades de produção, lazer, ensino e cultura, dando nova vida aos espaços.
Em alternativa a um plano regulador extensivo, característico dos planos de pormenor, adoptamos os princípios da “acupunctura urbana”, propondo intervenções pontuais que estimulem uma regeneração urbana orgânica e, principalmente, participada.
Propomos a criação de novas vias de penetração na mancha verde (adoptadas do Plano de Pormenor do arquitecto Mealha pág. 52) e, como intervenção principal, um campus dedicado à criatividade que tem como centro a Fábrica Social.
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Para o campus, a imagem que nos serve de referência é a das catedrais medievais. Obras em constante reconstrução que apenas faziam sentido quando integradas com unidades de produção, ensino, trabalho, serviços e habitação. Estes estaleiros funcio-navam como verdadeiras escolas de formação holística, fundadas na prática das várias dimensões da vida em comunidade. Promoviam uma verdadeira capacitação e participa-ção dos trabalhadores na transformação destas pequenas cidades.
A Fábrica é a Catedral, uma Obra Aberta que promove a capacitação dos residentes na participação activa da reabilitação da Fábrica, do tecido envolvente e do jardim.
Propõe-se assim quatro programas: A reabilitação de casas do bairro para residências de artistas, adaptando uma tipologia
tradicional a novas formas de habitar, promovendo também uma maior diversidade cul-tural e geracional.
A criação de um parque de estacionamento que permite que grande parte das ruas da Fontinha se tornem pedonais e um conjunto de novos ateliers que reforçam a vertente produtiva da Fábrica Social.
A reabilitação de uma unidade da Fábrica para um laboratório de fabricação pessoal que permite o desenvolvimento de tecnologias apropriáveis e conviviais.
Um centro de estudos do meio ambiente, tendo como objectivo a pesquisa e o desen-volvimento de novas práticas ecológicas e de regeneração da mancha verde.
Como elemento estruturante deste campus, uma rua no céu que sobrevoa a Fábrica. É uma referência visual numa zona elevada da cidade (pág. 66) mas também uma nova ligação pedonal entre a zona habitacional e o jardim. Na Fábrica, a rua no céu cria uma nova entrada, novas formas de circulação e funciona como elemento simbólico da “obra aberta”, uma grua ou uma teia de suporte para equipamentos técnicos ou intervenções artísticas.
Cria-se assim um projecto em que o caminho é em si um fim.
FUNDAÇÃO JOS
PARQUE E
RESIDÊNCIA PARA ARTISTAS
AQUEDUTO
Ateliers
Loja
Recepção
Bar
Res
idên
cia
SecretariaAdministração
Exposição
Exposição p
Exposição p
Multiu
SÉ RODRIGUES LABORATÓRIO
CENTRO ESTUDOS DO MEIO AMBIENTE
STACIONAMENTO + ATELIERS
Ateliers
temporária
permanente
permanente
sosArrumos
Oficinas
Oficinas Oficinas
Oficinas
Oficinas
Escritório
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Fábrica social | História• Alves, Jorge Fernandes (2002), A Indústria Portuense em Perspectiva Histórica – Actas do Colóquio, Centro Leonardo Coimbra/Faculdade de letras da universidade do Porto, Porto• (1881), Relatório apresentado ao Governador Civil do Distrito do Porto, Presidente da Comissão Distrital de Inquérito ás Industrias pela sub-comissão encarregada de visitas aos estabelecimentos industriais, Porto
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Fontinha | Quarteirão• JA, Jornal Arquitectos (1995), Concurso de Ideias, Elaboração do Plano Pormenor da Fontinha / Carvalheiras no Porto – 2º prémio Ex-aequo – Arquitectos J. Teixeira de Sousa, J. Carlos de Sousa e J. Luís Torres, Nº145/146• JA, Jornal Arquitectos (1995), Plano de Pormenor da Fontinha / Carvalheiras – Arquitectos Rui Mealha e Manuel Ribau Nunes, Nº154
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Fontinha | Tecido por defeito• Teixeira, Manuel C. (1996), Habitação Popular na Cidade do Porto – As Ilhas do Porto, Edição Fundação Calouste Gulbenkian / Junta Nacional de Investigação Cientifica e Tecnológica
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Fontinha | Trimontium• Ramos, Luís A. De Oliveira (2000), História do Porto, 3ª edição, Porto Editora, Porto• Oliveira, J.M. Pereira de (2007), O Espaço Urbano do Porto, Edição Facsimilada da edição original de 1973, Edições Afrontamento, Porto
Reabilitação• Appleton, João (2003), Reabilitação de Edifícios Antigos (Patologias e técnicas de intervenção), Edições Orion, Amadora.• Architécti (2000), Restauro e Recuperações, Nº 49, Lisboa• FEUP; DGEMN (2005), 2º Seminário «A intervenção no Património. Práticas de conservação e reabilitação», FEUP publicações, Porto.• JA, Jornal Arquitectos (2003), À la recherche du temps perdu, Nº213, Ordem dos Arquitectos, Lis-boa.• Koolhaas, Rem; OMA/AMO (2004), Content, Taschen, Koln.• Peixoto, Paulo, O Património mundial como fundamento de uma comunidade humana e como re-curso das indústrias culturais urbanas, FEUC – Centro de estudos sociais, Coimbra.• Rosas, Lúcia Maria Cardoso (1995), Monumentos Pátrios. A arquitectura religiosa medieval – património e restauro (1835-1928), FLUP, Porto.
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NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
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Fábrica social | Palimpsesto• Levantamento do Porto de Telles Ferreira de 1892• Levantamento fotográfico aéreo do Porto de 1939• Levantamento topográfico da Fábrica Social do arquitecto Paulo Lemos de 1992• Levantamento fotográfico aéreo Google Earth de 2007
Fábrica social | Plano de pormenor• Anteplano do Plano de Pormenor Fontinha Carvalheiras
Mapas | Envolvente• Plano Director Municipal• Junta Metropolitana do Porto• Masterplan SRU
Mapas | Porto• Plano Director Municipal• Câmara Municipal do Porto
Mapas | GAMP• Instituto Nacional de Estatística• Junta Metropolitana do Porto
Mapas | Portugal• PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território• Centro Nacional de Informação Geográfica• Instituto Nacional de Estatística
FONTES
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