Julho de 2013
Projecto Nitrogénio Estudo Sectorial – Fertilizantes
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 1
Índice
1. Enquadramento de trabalhos 2
2. Sumário executivo 4
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector dos fertilizantes 7
1. Enquadramento competitivo macro 7
2. Diagnóstico do sector em Angola 24
3. Estudo de pré-viabilidade 28
4. Parceiros potenciais 40
5. Medidas de acção do IFE 42
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 2
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector dos fertilizantes
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 3
O Instituto do Fomento Empresarial (IFE) é uma entidade pública constituída em 2011, actuando em plena articulação com todos os órgãos Ministeriais. O IFE tem
como missão implementar, regulamentar, supervisionar e controlar a implementação das políticas e estratégias de fomento empresarial.
Neste contexto e na sequência da elaboração do Programa de Apoio às Grandes Empresas e Clusters Empresariais de Outubro de 2012, o IFE propôs-se analisar
em detalhe o potencial de actuação no sector dos Fertilizantes.
Dessa análise resulta o presente documento, que será estruturado da seguinte forma:
Fertilizantes
1. Enquadramento competitivo macro: Análise da distribuição da produção e consumo mundial de fertilizantes; posicionamento de Angola em
relação ao resto do mundo actualmente; identificação das tipologias de fertilizantes existentes e evolução de preços mundiais; análise à
cadeia de valor e principais players mundiais; ambiente competitivo e tendências de mercado.
2. Diagnóstico do sector em Angola: Análise a volumes de importação e exportação.
3. Estudo de pré-viabilidade: Plano de negócios e análise de rentabilidade de um investimento-tipo na produção de fertilizantes.
4. Parceiros potenciais: Identificação de eventuais parceiros no desenvolvimento do sector.
5. Medidas de acção do IFE: Proposta do papel do IFE para o sector e plano de acção a seguir.
Enquadramento de trabalhos
1. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 4
1. Enquadramento de trabalhos
1. Sumário executivo
1. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector dos fertilizantes
Índice
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 5
Sumário executivo (1/2)
Produção e consumo mundial de fertilizantes
• Nos fertilizantes, existe alguma
coincidência entre os principais
países produtores de fertilizantes e
os principais consumidores.
Destes destacam-se:
• China
• Índia
• EUA
• Rússia (na produção)
• Brasil
Principais regiões produtoras e
consumidoras
Legenda -
NITROGÉNIO
FÓSFORO
POTÁSSIO
Escassez /
Necessid
ad
e +
Fertilizantes em Angola Principais intervenientes
Tipologias de fertilizantes
• Os fertilizantes em
Angola são actualmente
totalmente importados
representando 69
milhões de USD em
2012.
• Os principais países de
origem são a Bélgica,
Vietname e Portugal.
• Actualmente, apenas
unidade de granulação e
mistura poderia fazer
sentido em Angola
devido aos reduzidos
níveis de consumo.
Principais importadores por peso
Unid: mil ton
• Existem duas etapas no processo de
produção de fertilizantes: i) produção de
fertilizantes básicos; ii) mistura e
granulação formando fertilizantes
compostos NPK.
• Os principais componentes dos fertilizantes
são o nitrogénio, o fósforo e o potássio. A
componente de nitrogénio é transformada
com recurso ao gás natural.
• Em Angola, os fertilizantes NPK com a
formulação 12-24-12 são muito utilizados
na agricultura, no entanto o custo de
importação é significativo.
Consumo mundial de
fertilizantes (por tipo de base)
• Os principais players do sector de fertilizantes no mundo têm uma presença
transversal na cadeia de valor, desde a extracção mineral, transformação
química, produção e distribuição dos fertilizantes tanto de base nitrogenada,
fosfórica ou potássica.
• As unidades de produção de fertilizantes básicos caracterizam-se pela sua
complexidade, requerendo assim pessoal altamente qualificado e por serem
capital intensivas. As unidades de mistura e granulação por sua vez são mais
simples, existindo inclusivamente produtores agrícolas que têm unidades desta
natureza.
• De seguida apresentam-se alguns dos principais players internacionais:
FERTILIZANTES
16 (K)
24%(P)
60%(N)
Média 2006-2010
-
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
2008 2009 2010 2011 2012
Taurus Omnia Angola Fertiangola Outros Louis Dreyfus
2. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 6
Sumário executivo (2/2)
Estudo de pré-viabilidade
Medidas de acção do IFE
Da elaboração de um plano de negócios de uma unidade de mistura,
granulação e ensacamento de fertilizantes compostos, com financiamento a
50% por capitais próprios, resulta um montante de investimento pelo accionista
de cerca de USD 5,6 M e uma rentabilidade esperada de 22,0% com um
payback a 8 anos.
Estes resultados poderão ser significativamente melhorados se existir:
Optimização das despesas de investimento iniciais;
Capacidade negocial na compra das matérias primas (fertilizantes base);
Estabelecimento de relações comerciais duradouras com os principais
agricultores em Angola;
Implementação de soluções logísticas que assegurem um fluxo de produto
sem falhas até ao consumidor e optimização de custos comerciais;
Localização da unidade logístico-industrial em instalação portuária;
Acesso a soluções de financiamento flexíveis e competitivas.
Fluxo de caixa para o accionista
Unid: milhões de USD
• Apresentação de oportunidade de investimento a investidores nacionais ou
estrangeiros.
• Selecção dos investidores elegíveis para o desenvolvimento da unidade,
servindo os melhores interesses do país.
• Facilitador na obtenção de parcerias entre os promotores e as empresas
distribuidores e principais produtores agrícolas de forma a escoar a produção.
• Parceiro na obtenção de licenças, certificações e na facilitação de processos
e desbloqueador de constrangimentos na fase de aferição de interesse e de
investimento por parte dos promotores.
• Apoio na obtenção de incentivos fiscais.
• Apoio na determinação da localização óptima para a unidade e facilitação do
processo de obtenção do terreno.
• Realizar um acordo para compra de fertilizantes por entidades públicas que
são revendidos aos produtores a preços subsidiados.
• Monitorização de desempenho.
Angariação das parcerias Parceiro na promoção do investimento e operacionalização de uma
unidade de mistura de fertilizantes
FERTILIZANTES
-5,6
0,0 0,0 0,31,8 1,2 1,7 1,8 1,7
2,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 7
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector dos fertilizantes
1. Enquadramento competitivo macro
2. Diagnóstico do sector em Angola
3. Estudo de pré-viabilidade
4. Parceiros potenciais
5. Medidas de acção do IFE
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 8
Estudo sectorial dos fertilizantes
Notas introdutórias
I A crescente procura de produtos agrícolas e a estagnação das áreas de cultivo colocam pressão sobre a produtividade
dos solos, fomentando a utilização de fertilizantes;
II Na produção de fertilizantes identifica-se duas etapas industriais principais: a produção de fertilizantes básicos e a
mistura dos mesmos consoante necessidades dos solos;
III Nos últimos 3 anos a produção mundial cresceu cerca de 5% / ano. China, EUA e Rússia mantêm-se como os três
principais países produtores mundiais de fertilizantes. A África Subsaariana apresenta níveis baixos de produção, sendo
muito dependente da importação;
Os preços dos fertilizantes são formados internacionalmente, acompanhando os preços das matérias primas usadas na
sua produção, particularmente do gás natural; IV
V A região da África Subsaariana apresenta os menores níveis de consumo de fertilizantes por área de plantação (1,3
kg/ha) e produtividade das plantações (11 ton/ha);
VI A procura mundial de fertilizantes deverá evoluir a uma taxa de crescimento média anual de 2,3%, impulsionada pela
evolução dos principais drivers de procura atingindo as 191 milhões de toneladas em 2015;
Não existe produção de fertilizantes em Angola, sendo os volumes consumidos (cerca de 60 mil toneladas) totalmente
importados; VIII
Existem notícias recentes sobre projectos de investimento de grande dimensão na produção de fertilizantes quer numa
lógica de substituição de importações quer numa lógica de exportação. IX
VII Presença transversal na cadeia de valor dos principais players. Elevada concentração na primeira fase de produção, por
dificuldade de acesso à matéria prima e existência de economias de escala na produção;
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 9
O aumento da procura de produtos agrícolas resultante do aumento da população mundial, da melhoria das condições de vida em
países com menor nível de rendimento per capita e da produção de biocombustíveis e, por outro lado, a estagnação das áreas de
cultivo, conduzem ao desgaste dos solos (uma boa parte dos nutrientes naturais são retirados progressivamente com as colheitas) e
obrigam a aumentos de produtividade agrícola.
O papel do fertilizantes é suprir eventuais necessidades de nutrientes dos solos e contribuir para crescentes níveis de
produtividade agrícola.
Tipologia de fertilizantes
Insuficiência de nutrientes nos solos
Aumento da produtividade agrícola
A crescente procura de produtos agrícolas e a estagnação das áreas de cultivo colocam
pressão sobre a produtividade dos solos, fomentando a utilização de fertilizantes
Produtividade agrícola1 vs. Consumo de
fertilizantes
1961-2002
Entre 1961 e 2002, um aumento do consumo de fertilizantes de
3,9x correspondeu a um aumento da produtividade agrícola de
2,2x.
1 Produção mundial de cereais
+
-
Aumento da produtividade
e tamanho das colheitas
Nutriente mais importante
e escasso nos solos
Promoção da qualidade
das colheitas
Escassez de fontes
minerais
Consumo mundial de fertilizantes (por tipo de base)
NITROGÉNIO
FÓSFORO
POTÁSSIO
Nota – Os restantes nutrientes não têm expressão económica no
sector uma vez que são utilizados em quantidades muito reduzidas.
Escassez /
Necessid
ad
e
Fonte: FAOSTAT; Banco Mundial; análise Deloitte
16 (K)
24%(P)
60%(N)
Média 2006-2010
0
20
40
60
80
100
120
0
20
40
60
80
1961 1970 1979 1988 1997
Kg
/ h
a
mil
hg
/ h
a
Produtividade agrícola (mil hg/ha)
Consumo de fertilizantes (kg/ha)
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 10
Na produção de fertilizantes identifica-se duas etapas industriais principais: a produção
de fertilizantes básicos e a mistura dos mesmos consoante as necessidades dos solos
Nitrogénio
O nitrogénio existe no ar de forma inerte e
insolúvel, não acessível pelas plantas. O
aproveitamento do nitrogénio é efectuado através
de outro gás, a amónia, principal componente de
todos os fertilizantes nitrogenados, contendo 82%
de nitrogénio. Trata-se de um gás obtido através da
reacção do nitrogénio do ar com hidrogénio
proveniente de gás natural, nafta ou derivados
de petróleo, a altas temperaturas e pressão, na
presença de um catalisador.
Fósforo
O fósforo é extraído de depósitos geológicos
naturais de rocha fosfática existente na crosta
terrestre. De forma a tornar o fósforo numa
solução solúvel e acessível às plantas, através da
reacção de rocha fosfática com ácido sulfúrico
(obtido a partir de enxofre e piritas) ou ácido
nítrico é obtido o ácido fosfórico, produto
intermédio na produção de fertilizantes fosfáticos.
Potássio
O potássio provém de depósitos minerais
subterrâneos e da água do mar, estando as
maiores reservas localizadas no que era o fundo de
mares entretanto evaporados.
Recursos
Naturais
Produtos
Intermédios
Fertilizantes
básicos MAP;
DAP
Gás Natural;
Petróleo;
Resíduos pesados;
Nafta
Enxofre
natural;
Piritas
Rocha
Fosfática
Rocha
Potássica
Ureia;
nitrato de
amónio;
nitrocálcio;
sulfato de
amónio
Cloreto de
Potássio
(MOP)
Mistura
N+P+K Granulação
Distribuição e Comercialização
CONSUMO
Amónia Enxofre
Ácido
nítrico
Ácido
sulfúrico
Ácido
fosfórico
Rocha
Fosfática
Nitrogénio (N) Fósforo (P) Potássio (K)
rocha acidulada
termosfosfato;
superfosfatos;
Cad
eia
de v
alo
r d
os f
ert
iliz
an
tes
Pro
du
çã
o d
os
fert
iliz
an
tes
bás
ico
s
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 11
Breakdown da Produção / Região
Milhões de Toneladas
Num segmento com crescimento de 5% nos últimos 3 anos, China, EUA e Rússia
mantêm-se como os três principais países produtores mundiais de fertilizantes
Ex-Im
-0,9
Ex-Im
13,0
Ex-Im
-6,6
Ex-Im
-9,9
Ex-Im
-9,13
Ex-Im
9,36
>15Milh. de Tons (MT)
[5MT:15MT]
<05MT
Evolução da Produção 2002-2010
Milhões de Toneladas
Fonte: FAOSTAT
Top 10 produtores mundiais, produção agregada (base N; P e K)
Produção média 2006-2010; Milhões de Toneladas
TCMA 2008-2010; %
32%
17%
16%
11%
24% 100%
151 157 168 171 173 181 171 172188
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
TCMA02-10 2,8% TCMA08-10 4,9%
59,7
188,4
32,4
30,3
20,1
45,8
LesteAsiático
Américado Norte
Américado Sul
Sul daÁsia
Resto doMundo
Total
Rank 1
Produção 52,5
TCMA08-10 6,9%
Rank 3
Produção 16,5
TCMA08-10 5,3%
Rank 2
Produção 18,9
TCMA08-10 0,9%
Rank 9
Produção 3,2
TCMA08-10 -4,0%
Rank 8
Produção 3,5
TCMA08-10 3,5%
Rank n.a.
Produção n.a.
TCMA08-10 n.a.
Rank 4
Produção 14,0
TCMA08-10 9,9%
Rank 5
Produção 12,3
TCMA08-10 16,1%
Rank 6
Produção 5,4
TCMA08-10 1,5%
Rank 7
Produção 3,9
TCMA08-10 6,4%
Rank 10
Produção 2,9
TCMA08-10 4,2%
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 12
A produção dos fertilizantes básicos está concentrada em países com disponibilidade
das matérias primas fundamentais (gás natural, rocha fosfática e potássio)
Top 10 produtores mundiais
Milhões de Toneladas; Média 06-10
Nitrogénio (total = 103,8)
Fósforo (total=41,8)
Potássio (total=31,5)
Fonte: FAOSTAT; Banco Mundial
À excepção da última fase de produção - mistura NPK e a granulação, desenvolvida em diversos
países - a produção de fertilizantes e a concentração de países produtores está
positivamente correlacionada com a proximidade e facilidade de acesso aos factores de
produção:
Nitrogénio – A matéria prima usada para a produção de fertilizantes de base nitrogenada é de
fácil acesso dado os canais actualmente existentes nos mercados internacionais. O maior
produtor mundial, a China, é responsável por 35% da produção mundial, passando a cerca de
75% se o âmbito da análise passar ao top 10. Destes, apenas Ucrânia e Polónia não pertencem
ao top 20 de produtores de uma das principais matérias primas, o gás natural, com EUA e Rússia
à cabeça.
Fósforo – As reservas de rocha fosfática não estão equitativamente distribuídas pela crosta
terrestre estando os maiores depósitos de fosfato situados no Norte de África, China, Índia, EUA,
Brasil, Austrália e Rússia, consistente com o facto de serem estes também os maiores produtores
mundiais. Deste modo, a dispersão da produção de fertilizantes fosfatados é um pouco menor
que a dos nitrogenados sendo os dois maiores países responsáveis por 57% da população
mundial e o top 10 por 84%.
Potássio – A distribuição das reservas de potássio é ainda menor uma vez que pouco mais de 10
países extraem potássio, sendo o Canadá detentor das maiores reservas a nível mundial. No
período em análise o top 7 produziu cerca de 90% da produção mundial
35,9
11,0
8,17,23,2
3,02,5
2,52,41,7
26,1
China
Índia
EUA
Russia
Indonésia
Canadá
Paquistão
Ukraine
Egito
Polónia
Arábia Saudita
14,0
9,83,0
2,8
1,9
1,20,9
6,7
China
EUA
Índia
Russia
Brasil
Marrocos
Tunísia
Austrália
Polónia
França
Restantes
9,0
6,54,5
2,6
2,6
2,2
1,11,00,7
0,5 0,8 Canadá
Russia
Bielorrussia
Alemanha
China
Israel
Jordânia
EUA
Chile
Espanha
Restantes
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 13
Para além de EUA e China, apresenta-se como um dos principais países
consumidores mundiais de fertilizantes a Índia
Ex-Im
-0,9
Ex-Im
-6,6
Ex-Im
-9,9
Ex-Im
-9,13
Ex-Im
9,36
>15Milh. de Tons (MT)
[5MT:15MT]
<05MT
Fonte: FAOSTAT; Datamonitor;Análise Deloitte
Top 10 consumidores mundiais, produção agregada (base N; P e K)
Consumo médio 2006-2010; Milhões de Toneladas
TCMA 2008-2010; %
Top 10 consumidores mundiais
Milhões de Toneladas
Nitrogénio
Fósforo
Potássio
Utiliz
ação d
e f
ert
ilizante
s
por
tip
o d
e p
lanta
ção
A produção mundial de fertilizantes representou cerca de
$130,1 mil milhões em 2010, com uma taxa de
crescimento média anual entre 2006 e 2010 de 13,8%
33,8
15,0
11,3
3,0
2,7
2,6
2,1
1,8 1,7 1,3China
India
EUA
Pakistan
Indonesia
Brazil
France
Canada
Germany
Turkey
13,2
6,5
3,7
3,3
0,90,8
0,6 China
India
EUA
Brazil
Australia
Pakistan
Canada
Viet Nam
Argentina
New Zealand
6,4
4,03,6
3,1
0,9
0,80,7
0,60,50,4 Canadá
Russia
Bielorrussia
Alemanha
China
Israel
Jordânia
EUA
Chile
Espanha
17%
16%
15%
15%
5%5%
16%
2006/07 (%)
Outras
Soja
Açucar
Algodão
Oil seeds
Outros cereais
Arroz
Trigo
Milho
Fruta e vegetais
Rank 1
Consumo 53,4
TCMA08-10 6,8%
3. FERTILIZANTES
Rank 7
Consumo 3,1
TCMA08-10 -0,2%Rank 3
Consumo 19,0
TCMA08-10 6,5%
Rank 4
Consumo 9,6
TCMA08-10 0,2% Rank 5
Consumo 4,0
TCMA08-10 1,6%Rank 120
Consumo 0,0
TCMA08-10 -45,9%
Rank 2
Consumo 24,6
TCMA08-10 7,9%
Rank 8
Consumo 2,7
TCMA08-10 1,3%
Rank 10
Consumo 2,1
TCMA08-10 -0,8%
Rank 9
Consumo 2,3
TCMA08-10 14,7%
Rank 6
Consumo 3,8
TCMA08-10 10,7%
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 14
Os preços dos fertilizantes são formados internacionalmente, acompanhando os
preços das matérias primas usadas na sua produção, particularmente do gás natural
Evolução dos preços Urea (N) vs MP
Jan 2010 = 100
Fonte: Banco Mundial; Análise Deloitte
Evolução dos preços DAP(N) vs MP
Jan 2010 = 100
Evolução dos preços MOP(N)
Jan 2010 = 100
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 15
Dados relativos a 2009. O Ranking
considera apenas países da África
Subsahariana Continental com
consumo/ano>5mT. A posição de
Angola é relativa aos 47 países da
Região.
A região da África Subsaariana apresenta os menores níveis de consumo de
fertilizantes por área de plantação (kg/ha) e produtividade das plantações (ton/ha). Na
região, em 2009, Angola apresentava-se respectivamente, nas posições 29 e 36
>10 kg/ha
[10:2]kg/ha
<2 Kg/ha
LEGENDA: Produtores africanos
!
Consumo de fertilizantes vs.
produtividade das plantações
Legenda: Por ordem – Leste Asiático e Pacífico; América do Norte; América Latina e
Caraíbas; Médio Oriente e Norte de África; Europa e Ásia Central; África Subsaariana
Fonte: Banco Mundial; FAOSTAT
A análise da correlação entre consumo de fertilizantes por hectar e a
produtividade das colheitas deve ter em consideração o efeito da
qualidade dos solos e o nível de tecnologia aplicado nas culturas.
Quando comparada com o resto do mundo, a região da África
Subsahariana apresenta os mais baixos níveis de consumo de
fertilizantes por área de cultivo,11kg/ha, e de produtividade, 1,3 ton/ha.
303
99 91 78 69 11
05
06
03
03
03
01
LA&P AL&C A.N MO&NA E&AC ASSah
Cons. Fert. (Kg/ha)
Produtividade (Ton/ha)
3. FERTILIZANTES
Rank 1
Cons/ha 49,2
Prod/ha 4,4
África do Sul
Rank 2
Cons/ha 32,4
Prod/ha 1,2
Quénia
Rank 3
Cons/ha 28,5
Prod/ha 2,1
Malawi
Rank 4
Cons/ha 28,0
Prod/ha 0,4
ZimbabweRank 5
Cons/ha 27,3
Prod/ha 2,1
Zâmbia
Rank 6
Cons/ha 20,3
Prod/ha 1,7
GanaRank 7
Cons/ha 17,7
Prod/ha 1,8
Etiópia
Rank 8
Cons/ha 15,9
Prod/ha 1,7
Costa do Marfim
Rank 9
Cons/ha 9,1
Prod/ha 1,0
Burkina Faso
Rank 10
Cons/ha 8,7
Prod/ha 1,1
Tanzânia
Rank 11
Cons/ha 7,9
Prod/ha 0,6
Sudão
Rank 12
Cons/ha 7,6
Prod/ha 1,6
Mali
Rank 13
Cons/ha 6,7
Prod/ha 1,7
Camarões
Benin
Rank 14
Cons/ha 6,5
Prod/ha 1,4
Senegal
Rank 15
Cons/ha 4,9
Prod/ha 1,1
Moçambique
Rank 16
Cons/ha 4,4
Prod/ha 1,0
Madagascar
Rank 17
Cons/ha 2,7
Prod/ha 2,9
Rank 18
Cons/ha 2,1
Prod/ha 1,5
Nigéria
Rank 19
Cons/ha 2,1
Prod/ha 1,6
Uganda
Niger
Rank 20
Cons/ha 0,4
Prod/ha 0,4
Rank 29
Cons/ha 1,1
Prod/ha 0,6
Angola
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 16
O consumo de fertilizantes deverá continuar a aumentar na próxima década, fruto da
pressão dos principais drivers de procura
Diminuição da área disponível para cultivo per capita, uma vez que sua expansão se prevê a um ritmo inferior
ao aumento populacional estimado para a próxima década;
Aumento do consumo de alimentos per capita, superior a 8% no Leste da Europa, Ásia, Norte de África e
América Latina, regiões do globo onde se prevêem as evoluções de rendimento per capita mais consistentes;
Aumento do ritmo de produção de biocombustíveis, devido ao aumento dos preços dos combustíveis fósseis e
da pressão institucional para o aumento da quota de utilização de energias limpas.
Crescimento da população, ainda que a um ritmo inferior que nas décadas anteriores, estima-se que a população
mundial atinga os 7.700 milhões em 2020, sobretudo impulsionada pelo crescimento nos países em
desenvolvimento;
Alteração de hábitos alimentares, fruto do aumento do rendimento disponível nos países mais populosos, em
particular com o aumento do consumo de carne que exige a produção de alimentos para a criação de gado;
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 17
O crescimento da população, alteração dos padrões de consumo alimentar e o
aumento da produção de biocombustíveis terão um impacto significativo no sector
Produção / Consumo de Cereais; População mundial
(base 2000=100)
Fonte: FAO – Food and Agriculture Outlook; Internacional Fertilizer Association.
Consumo de alimentos per capita
(04:06 =100)
Crescimento populacional anual por região
(01/10 vs 11/20)
Os países em vias de
desenvolvimento, para os quais
se estimam crescimentos da
população superiores a 2% na
próxima década terão aumentos
do rendimento per capita na
ordem dos 3%, que se reflectirá
num aumento do consumo de
alimentos per capita
80
90
100
110
120
130
140
150
160
2000 2010 2020
Eur de Leste e Ásia Cent.
Amér. Latina
Nor. de Áf e Méd. Ori.
Ásia e Pac.
África SubS
Eur. Ocidental
Oceanía
Amér. Norte
80
90
100
110
120
130
140
150
2000 2010 2020
Produção mundial de cereais
Consumo mundial de cereais
População mundial
2,3% 1,2% 1,1% 1,2% 1,0% 0,1%2,2% 1,0% 0,9% 0,9% 0,9% 0,1%
1,2%
1,1%
África Ásia ePacífico
Oceania AméricaLatina
e Caraíbas
Américado Norte
Europa
2001-2010
2011-2020
Mundo 01-10
Mundo 11-10
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 18
Biocombustíveis
O crescimento da população, alteração dos padrões de consumo alimentar e o
aumento da produção de biocombustíveis terão impacto significativo no sector
Consumo trigo
Milhões de Toneladas
Variação 2018 vs 2006/08
Percentagem
Consumo de outros cereais
Milhões de Toneladas
Países em
desenvolvimento
Países
desenvolvidos
A produção de
biocombustíveis
manterá a pressão na
procura mundial de
alimentos, incentivada
sobretudo pela
evolução dos preços
dos combustíveis
fósseis, transmitindo
volatilidade dos preços
dos mercados de
energia para o mercado
agrícola.
Comida
(food)
Alimentação
(feed)
Outros Fonte: FAO Associação Internacional de Fertilizantes.
131
139
323
369
102
111
24
34
14
34
35
40
42
0 100 200 300 400 500
2008/10
2020
2008/10
2020
32
37
166
199
341
367
286
362
118
160
72
74
93
108
0 100 200 300 400 500 600 700 800
-5%
5%
15%
25%
35%
45%
55%
Wheat Coarse grains Rice Oilseeds Oilmeals Vegetable Oils Sugar
OECD Prod. non-OECD Prod. OECD Cons. non-OECD Cons. World Prod.
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 19
A procura mundial de fertilizantes deverá evoluir entre 2011 e 2015 a uma TCMA de
2,3%, estando previstos investimento no sector no montante de 88 biliões de dólares
Oferta / Procura de Nitrogénio
Milhões de Toneladas
Oferta / Procura de Fósforo
Milhões de Toneladas
Oferta / Procura de Potássio
Milhões de Toneladas
Entre 2010 e 2015, prevê-se uma expansão da
capacidade de produção de Ureia estando
projectada a construção de 58 novas fábricas,
41 localizadas fora da China. Numa análise
regional, os maiores aumentos líquidos de
capacidade ocorrerão na Ásia, África e
América Latina.
A oferta potencial de rocha fosfática deverá
aumentar, especialmente em África que será
responsável por 50% do crescimento esperado
até 2015
Até 2015, está projectada a construção de cerca
de 40 novas unidades de produção de
fertilizantes fosfáticos, distribuídas pelo norte de
África, Ásia América Latina e Cazaquistão.
A oferta de potássio deverá aumentar 34%
no médio prazo, impulsionada por cerca de
30 projectos a lançar até 2015, sendo no
final do período os EUA (39% quota de
mercado) o maior país produtor seguido da
Ex-União Soviética (29%).
TCMA da Procura (11-15): 1,95%
TCMA da Procura (11-15): 2,49%
TCMA da Procura (11-15): 3,18%
Fonte: Associação Internacional de Fertilizantes
25,4 26,6 27,5 28,4 28,7
105,2 107 108,8 110,6 112,4
163,2171,5
175,9182,7
188,8
134,5140,2 143,7
149,9156,3
2011 2012 2013 2014 2015
Outra procura Procura para Fertilizantes
Capacidade Oferta
6,4 6,7 6,8 7,0 6,9
34,3 35,4 36,3 37,2 38,0
51,4 52,954,9
56,6 57,6
42,144 45 46,4 47,8
2011 2012 2013 2014 2015
Procura para Fertilizantes Outra procura
Capacidade Oferta
3,5 3,6 3,8 3,9 3,9
28,7 29,9 30,8 31,7 32,6
47,349,7
52,354,7
56,7
39,842,5
4548,3
52,3
2011 2012 2013 2014 2015
Procura para Fertilizantes Outra procura
Capacidade Oferta
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 20
O sector global dos fertilizantes apresenta elevados níveis de concentração, na
extracção e primeira fase de transformação no sector. Os principais players mundiais
apresentam tipicamente uma presença transversal ao longo da cadeia de valor
Presença transversal dos
players de referência
desde a extracção mineral,
transformação química produção
e distribuição de fertilizantes ,
tanto de base nitrogenada, fósforo
ou potássica
Produção fina de
fertilizantes e distribuição
mais próxima dos
mercados de destino
com maior diversidade de
players e localização um
pouco por todo o mudo
Indústria próxima dos factores
produtivos
As empresas que actuam na primeira
fase da cadeia de valor estão
localizadas próximo dos factores de
produção, não sendo necessariamente
oriundas desses países
Elevada concentração na
primeira fase industrial, devido à dificuldade de acesso à
matéria prima, bem como à
existência de economias de
escala na produção
Principais drivers de produção são
acesso a matéria prima e
necessidades de consumo
Principais empresas do sector são
oriundas de países com acesso à
matéria prima, e/ou exportadores
líquidos de alimentos e/ou países
populosos
Índice baixo de produção e
consumo em África,
Sobretudo na África Sub Sahariana que
apresenta os mais baixos índices de
produção de fertilizantes, tendo
inclusivamente diminuído na última
década e sendo extremamente
dependente das importações
Características
do sector
P
P
P
P
P
P
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 21
Produção Distribuição
Os principais players do sector têm presença transversal na cadeia de valor. Os
segmentos mais capital intensivos, exigem margens consistentes
Empresa Margem
Bruta
Volume de
Negócios
P
Margem
Operacional Pessoal # N P K
P P 14.800
7.627
7.700
11.910
2.400
10.170
20.801
25.000
6.100
3.425
Presença na
cadeia de valor
P P P
P P
Média: 33% Média: 23% Unidade: mil milhões de dólares
Média: 5,98
P P P
P P
P P P
P P P
P P P
P P P
P P P
3. FERTILIZANTES
2,8
2,8
3,4
4,5
5,9
6,1
7,1
9,9
10,3
15,5
14%
35%
44%
52%
6%
47%
45%
31%
25%
28%
n.a.
7%
28%
31%
2%
43%
27%
27%
16%
14%
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 22
Apresentação
Empresa portuguesa integrada no Grupo espanhol
Fertiberia, dedica-se à produção (mistura e
granulação) e comercialização de fertilizantes para
a agricultura com foco em Portugal e Espanha;
A ADP Fertilizantes exporta, adubos clássicos e
especialidades para diversos países da Europa,
África, Médio e Extremo Oriente e Austrália;
A empresa foi adquirida em 2009 pelo grupo
Fertiberia à CUF – Adubos de Portugal
Abaixo efectua-se uma apresentação sumária dos principais intervenientes no sector
de fertilizantes português, espanhol e brasileiro
Principais KPI’s
Milhões Euros
608
380
392
Principais KPI’s
Milhões Euros
Apresentação
A Espanhola Fertiberia, integrada no grupo
espanhol Villar é um dos principais players do
sector de Fertilizantes na EU.
Possui uma capacidade produtiva de 5 milhões
de toneladas entre produtos intermédios e finais,
que representam 75% do sector em Espanha.
A empresa possui 5 unidades de produção em
Espanha, e oito delegações de venda que
cobrem a totalidade do território nacional.
1.0861.074
1.004
Apresentação
A Fertipar desenvolve extracção mineral, produz e
comercializa fertilizantes NPK, fosfáticos, ácido
sulfúrico, enxofre e outros produtos.
Também desenvolve formulações específicas
customizadas de acordo com as necessidades dos
clientes, desenvolvendo serviços de gestão de
stocks, manuseamento e industrialização de
fertilizantes.
A empresa detém no Brasil, 4 unidades industriais,
3 de mineração e uma unidade portuária.
Principais KPI’s
Milhões Euros
254,7
2011Volume de Negócios
1.400823,1
420,1
692,8753,1
641,1674,4
18,3%
-6,1%
12,9%
2008 2009 2010
Volume de Negócios Activo Total Margem Ebitda %
174,8
209,0
229,9
168,1
142,7 150,0
-0,5%
9,2%13,6%
2006 2007 2008
Volume de Negócios Activo Total Margem Ebitda %
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 23
O sector dos fertilizantes apresenta-se como sector com atractividade, beneficiando de
barreiras à entrada relevantes (acesso a matéria prima e volume de investimento)
Rivalidade na indústria
O elevado grau de concentração no sector, nomeadamente nos
fertilizantes base, resultante de necessidades de elevadas de
matéria prima não acessíveis facilmente e da existência de
economias de escala na produção limita a entrada de novos
players e a rivalidade. Na mistura e distribuição, onde o acesso
e a concentração é menor, os produtos fornecidos são pouco
diferenciados.
Atractividade reduzida
Atractividade média
Atractividade elevada
Nível de
rivalidade
Barreiras à
entrada
Poder
negocial de Fornecedores
Ameaça de produtos
substitutos
Poder
negocial de
Clientes
Concorrência
no sector
O sector dos fertilizantes, sobretudo no que diz respeito à extracção e transformação
química apresenta economias de escala, dados os custos fixos elevados. Necessidades
de capital para aquisição da maquinaria necessária.
Na segunda fase de transformação a concentração de empresas é menor, bem como as
dificuldade de entrada, no entanto também influenciadas pela curva de aprendizagem e
acesso aos canais comerciais. Elevada /
Moderada
Apesar de ser um produto essencial, dada relativa indiferenciação do mesmo, os clientes
podem mudar de fornecedor sem incorrer em custos relevantes.
Reduzido
Os principais substitutos, fertilizantes orgânicos, têm um custo de produção relativamente
baixo e contribuem para uma economia mais sustentável, no entanto, a sua exploração
industrial afigura-se muito difícil dado o nível de procura mundial.
Elevada
Os fornecedores de matérias primas (gás, por exemplo) para a produção de fertilizantes
efectuam tipicamente contratos de longo prazo com custos de mudança elevados,
beneficiando da posse dessas matérias primas.
Moderado
Barreira à entrada
Nível de Atractividade: Reduzido
Poder negocial de clientes
Ameaça de produtos substitutos
Poder negocial de fornecedores
1
2
3
4
1
2
3
4
5
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 24
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector dos fertilizantes
1. Enquadramento competitivo macro
2. Diagnóstico do sector em Angola
3. Estudo de pré-viabilidade
4. Parceiros potenciais
5. Medidas de acção do IFE
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 25
Não existe produção de fertilizantes em Angola, sendo os volumes consumidos cerca
de 69 M USD
Angola importa a totalidade dos produtos químicos usados como fertilizantes, tendo sido registado um valor de importações de
69 milhões de USD em 2012 (mais 47% que em 2011), correspondente a um volume de 96 mil toneladas. Estima-se que cerca de 2/3
(cerca de 60 mil toneladas) destas importações sejam relativas a fertilizantes.
-
Os principais países de origem dos produtos químicos usados como fertilizantes em 2012 foram Bélgica (32%), Vietname (21%)
e Portugal (14%). Por tipo de fertilizante base utilizado, predominam os nitrogenados (57%). Os fertilizantes fosfatados (23%) e
potássicos (20%) apresentam relevância similar.
-
Dado o relevo da agricultura na economia familiar de subsistência em Angola, o Estado tem vindo a apoiar o acesso aos
fertilizantes pelas famílias e pequenos produtores. -
Existem notícias recentes sobre projectos de investimento de grande dimensão na produção de fertilizantes quer numa lógica
de substituição de importações quer numa lógica de exportação (ver noticias). -
Existirão cerca de 20 entidades a actuar neste sector em Angola, entre importadores, representantes e distribuidores. Entre estas
identificaram-se Fertiangola, Taurus, Omnia Angola e Louis Dreyfus. -
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 26
As importações da Bélgica tiveram um aumento substancial nos últimos anos,
destacando-se também Portugal e o Vietname
Principais países de importação por valor (M USD) Principais países de importação por peso (mil ton)
Nota: na informação apresentada, obtida através do SNA, existem importações de produtos químicos semelhantes aos de fertilizantes, por parte da indústria extractiva. Foi-nos
indicado pelos players do sector que o volume de importações de fertilizantes em 2012 seria cerca de 60 mil toneladas.
-
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
2008 2009 2010 2011 2012
Vietname Portugal Singapura
África Do Sul Bélgica Outros
# Peso líquido 2008 2009 2010 2011 2012 MédiaUnid: mil toneladas
1 Bélgica 1,9 28,4 32,1 31,0 29,4 24,6
2 Vietname - 5,1 1,0 11,9 23,8 8,4
3 Portugal 5,8 4,5 6,6 14,2 12,2 8,6
4 Singapura - - - 0,2 7,4 1,5
5 África Do Sul 8,3 3,5 1,3 4,0 6,4 4,7
6 Outros 6,2 22,7 16,5 9,2 16,6 14,2
Total 22,1 64,1 57,3 70,6 95,8 62,0Taxa cresc. 189% -10% 23% 36% n.a.
# Valor 2008 2009 2010 2011 2012 Média
Unid: M USD
1 Bélgica 1,8 21,3 21,8 21,6 22,3 17,8
2 Vietname - 5,5 0,6 7,0 14,3 5,5
3 Portugal 6,2 4,2 5,0 9,1 9,6 6,8
4 Singapura - - - 0,2 5,4 1,1
5 África Do Sul 8,2 2,9 1,1 3,1 4,7 4,0
6 Outros 6,7 18,1 11,6 6,5 13,2 11,2
Total 23 52 40 47 69 46
Taxa cresc. n.a. 126% -23% 18% 47% n.a.
-
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
2008 2009 2010 2011 2012
Vietname Portugal Singapura
África Do Sul Outros Bélgica
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 27
Os 5 principais importadores têm uma representatividade no total de importação
muito significativa sendo a Louis Dreyfus (Cegonha) o principal player
Principais importadores por valor (M USD) Principais importadores por peso (mil ton)
Nota: na informação apresentada, obtida através do SNA, existem importações de produtos químicos semelhantes aos de fertilizantes por parte da indústria extractiva. Foi-nos
indicado pelos players do sector que o volume de importações de fertilizantes em 2012 seria cerca de 60 mil toneladas.
-
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
2008 2009 2010 2011 2012
Taurus Omnia Angola Fertiangola Outros Louis Dreyfus
# Valor 2008 2009 2010 2011 2012 Média
Unid: M USD
1 Louis Dreyfus - 10,9 8,0 10,2 23,6 10,5
2 Taurus 0,4 5,5 6,7 11,5 10,9 7,0
3 Omnia Angola - - 0,8 4,7 7,6 2,6
4 Fertiangola 6,4 2,5 3,8 7,6 7,1 5,5
5 Outros 16,3 33,2 20,9 13,2 20,2 20,7
Total 23 52 40 47 69 46
Taxa cresc. n.a. 126% -23% 18% 47% n.a.
-
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
2008 2009 2010 2011 2012
Taurus Omnia Angola Fertiangola Outros Louis Dreyfus
# Peso líquido 2008 2009 2010 2011 2012 Média
Unid: mil toneladas
1 Louis Dreyfus - 18,5 17,5 19,6 39,2 18,9
2 Taurus 0,4 8,3 12,3 16,8 16,5 10,9
3 Omnia Angola - - 1,0 7,1 11,1 3,8
4 Fertiangola 5,9 3,3 5,9 11,0 10,0 7,2
5 Outros 15,9 33,9 20,8 16,1 19,0 21,1
Total 22 64 57 71 96 62
Taxa cresc. n.a. 189% -10% 23% 36% n.a.
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 28
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector dos fertilizantes
1. Enquadramento competitivo macro
2. Diagnóstico do sector em Angola
3. Estudo de pré-viabilidade
4. Parceiros potenciais
5. Medidas de acção do IFE
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 29
O estudo de pré-viabilidade tem como base uma unidade de granulação, mistura e
ensacamento de fertilizantes, tendo sido usada informação recolhida em reuniões
realizadas com alguns dos principais intervenientes do sector
Âmbito do estudo de pré-viabilidade
Uma unidade industrial de produção de
fertilizantes base revela-se viável para
níveis de produção nunca inferiores a 500
mil toneladas. Assim, dada a dimensão
actual do mercado angolano, o presente
estudo de pré-viabilidade incidiu sobre um
projecto de granulação, mistura e
ensacamento de fertilizantes.
Para tal foi recolhida informação junto dos
principais operadores de fertilizantes
actualmente em actividade em Angola, bem
como do Ministério da Agricultura e da ADP
Fertilizantes/Fertiberia (produtor de
fertilizantes multinacional).
Enquadramento
Porto de Luanda
Porto de Lobito
Unidade de produção de
fertilizantes granulados com
mistura e ensacamento junto a
um porto, onde chegam as
matérias-primas.
A produção terá como destino
principal o mercado interno,
tendo como objectivo
internalizar uma parte do valor
acrescentado do produto
actualmente importado.
Conceito Localização potencial
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 30
Abaixo descrevem-se os pressupostos de receitas e custos adoptados no estudo de
pré-viabilidade Indicador Drivers Descrição
Receitas
Cu
sto
s o
pe
rac
ion
ais
Custo das
matérias primas
Pessoal directo
Fornecimentos e
serviços de
terceiros
Valores de facturação anual decorrentes da actividade de venda de
fertilizantes em sacos de 50kg.
Custos com a importação fertilizantes base (DAP, sulfato de
amónio, cloreto de potássio, entre outros).
Custos com pessoal para a operação da unidade logístico-
industrial.
Custos com combustíveis, água, electricidade, deslocações e
estadas e outros.
• Volume de produção
• Preço de venda dos fertilizantes
• Quota de mercado
• Mercado total de fertilizantes
• Custo por tonelada
• Número de trabalhadores
• Salário anual
• Custo anual em combustíveis para geradores e
transportes
• Custo com água
• Custo com electricidade de rede pública
• Custo com deslocações e estadas
Estrutura
Custos com pessoal da estrutura administrativa, operacional e
comercial da fábrica: director geral, director comercial, director
financeiro, director de produção e logística.
Custos com suporte administrativo: colaboradores para trabalhos
de registo contabilístico, apoio à actividade comercial e à direcção
geral da fábrica.
• Salário mensal dos colaboradores
• Número de trabalhadores
• Número de meses de salário
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 31
Os pressupostos de investimento foram igualmente apurados junto dos produtores,
com base em práticas actuais de mercado
Inve
sti
me
nto
Terrenos
Edifícios e outras
construções Custos com construção do armazém de recepção com cinco tulhas
necessárias para a operação da unidade logístico-industrial.
Custos de aquisição e infra-estruturação dos terrenos. • Custo global para aquisição e infra-estruturação
por hectare
• Custo de construção das naves da fábrica
• Custo de construção das tulhas
• Custo de construção do edifício administrativo
Equipamentos Custos com aquisição de maquinaria para mistura, ensacamento e
de geradores
• Custo por equipamento
• Número de equipamentos
Reposição Custos com reposição da capacidade instalada, nomeadamente em
termos de maquinaria.
• Amortização económica dos equipamentos e
instalações
Equipamentos de
transporte Custos com aquisição de camiões para transportar os fertilizantes.
• Custo por camião
• Número de camiões
Indicador Drivers Descrição
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 32
Em ano cruzeiro a unidade logístico-industrial deverá ter uma produção de 50 mil ton e
permitir um ganho estimado face às alternativas actuais de 25% de custo para os
agricultores Principais pressupostos
A unidade de granulação,
mistura e ensacamento de
fertilizantes considerada terá
uma produção em ano cruzeiro
de cerca de 50 mil toneladas,
tendo-se assumido que teria
uma quota de mercado de
50%, admitindo um mercado
de 100 mil toneladas de
fertilizantes compostos
No primeiro ano não se
considerou qualquer produção
uma vez que a unidade fabril
demorará cerca de 12 meses a
ser construída.
Actualmente os custos das
matérias-primas (N, P e K)
será de cerca de 560 USD/ton,
acrescido a um custo de cerca
de 65 USD/ton pelo transporte.
O preço dos fertilizantes
comercializados foi estimado
com uma margem de cerca de
130 USD/ton, resultando num
preço de 38 USD/saco de 50
kg que compara com preços
actuais de venda ao
consumidor de cerca de 50
USD/saco de 50 kg.
Evolução da produção e preços
Unid: mil ton; USD/ton Evolução das receitas
Unid: M USD
-
16
36
50 50 50 50 50 50 50
754 769 784 800 816 832 849 866 883 901
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Produção total (mil ton) PVP por ton (USD)
-
12
28
40 41 42 42 43 44 45130%
42%
2% 2% 2% 2% 2% 2%
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Receitas totais Taxa de crescimento
Receitas Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
PVP por ton (USD) 754 769 784 800 816 832 849 866 883 901
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Produção total (mil ton) - 16 36 50 50 50 50 50 50 50
Taxa de crescimento n.a. n.a. 125% 39% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Mercado total (mil ton) 70 80 90 100 100 100 100 100 100 100
Quota de mercado (em ton) 0% 20% 40% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50%
Receitas totais - 12.305 28.241 40.008 40.808 41.624 42.456 43.305 44.172 45.055
Taxa de crescimento n.a. n.a. 130% 42% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Custo das mercadorias vendidas - (10.332) (23.712) (33.593) (34.264) (34.950) (35.649) (36.362) (37.089) (37.831)
% das receitas n.a. 84% 84% 84% 84% 84% 84% 84% 84% 84%
Custo por ton (USD) 633 646 659 672 685 699 713 727 742 757
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Margem Bruta - 1.973 4.528 6.415 6.543 6.674 6.808 6.944 7.083 7.224
% das receitas n.a. 16% 16% 16% 16% 16% 16% 16% 16% 16%
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 33
Foram estimados custos operacionais com pessoal directo, serviços externos e
estrutura de gestão e de suporte
Principais pressupostos
Pessoal directo: 25 operários
da fábrica com um salário
anual médio de 14.000 USD.
Fornecimentos e serviços de
terceiros: custos com
combustíveis para geradores
(45 k USD) e transportes (29 k
USD), água, electricidade,
deslocações e estadas e
outros.
Estrutura - custos com:
Director Geral: 250 k USD
/ ano
Director comercial: 200k
USD / ano
Director financeiro: 200 k
USD / ano
Director de produção e
logística: 200 k USD / ano
Funcionários
administrativos: 10
funcionários com custo de
1.500 USD / mês cada.
Outros custos operacionais Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
2. Pessoal directo (70) (357) (364) (371) (379) (386) (394) (402) (410) (418)
% das receitas n.a. 3% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%
Número de pessoas 5 25 25 25 25 25 25 25 25 25
Taxa de crescimento 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Salário médio anual 14.000 14.280 14.566 14.857 15.154 15.457 15.766 16.082 16.403 16.731
Taxa de crescimento 0% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
3. Fornecimentos e Serv. Terc. (103) (211) (215) (219) (223) (228) (232) (237) (242) (247)
% das receitas n.a. 2% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%
Combustíveis (31) (64) (65) (66) (68) (69) (70) (72) (73) (75)
Água (5) (10) (10) (11) (11) (11) (11) (11) (12) (12)
Electricidade (50) (102) (104) (106) (108) (110) (113) (115) (117) (120)
Deslocações e outros (17) (35) (35) (36) (37) (38) (38) (39) (40) (41)
4. Estrutura (1.060) (1.081) (1.103) (1.125) (1.147) (1.170) (1.194) (1.218) (1.242) (1.267)
% das receitas n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Director geral (250) (255) (260) (265) (271) (276) (282) (287) (293) (299)
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Director comercial (200) (204) (208) (212) (216) (221) (225) (230) (234) (239)
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Director financeiro (200) (204) (208) (212) (216) (221) (225) (230) (234) (239)
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Director de produção e logística (200) (204) (208) (212) (216) (221) (225) (230) (234) (239)
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Serviços administrativos (210) (214) (218) (223) (227) (232) (236) (241) (246) (251)
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Subtotal de custos operacionais (1.233) (1.649) (1.682) (1.715) (1.750) (1.785) (1.820) (1.857) (1.894) (1.932)
% de receitas n.a. 13% 6% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4%
Total de custos operacionais (1.233) (11.981) (25.394) (35.308) (36.014) (36.734) (37.469) (38.218) (38.983) (39.762)
% de receitas n.a. 97% 90% 88% 88% 88% 88% 88% 88% 88%
Taxa de crescimento n.a. 872% 112% 39% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 34
O investimento em activos fixos necessário nos primeiros anos é de,
aproximadamente 8,5 M USD, ao qual acresce o investimento em fundo de maneio de
cerca de 7 M USD Principais pressupostos
Os principais investimentos em
activos fixos estão
relacionados com a construção
do armazém e das naves para
a operação da fábrica, bem
como dos equipamento básico
com maquinaria de mistura e
ensacamento de fertilizantes e
geradores.
Foi considerado que o terreno
seria obtido do Estado a custo
zero, correspondendo os
valores em terrenos e recursos
naturais a custos de infra-
estruturas.
Foi estimado um investimento
de reposição em ano cruzeiro
de cerca de 500 mil USD
ajustado pelo efeito de
inflação.
Foi estimado um investimento
em fundo de maneio,
associado a stocks,
recebimentos de clientes e
pagamentos a fornecedores,
pagamentos e recebimentos
do Estado e pessoal. Estimou-
se assim que o fundo de
maneio representaria cerca de
65 dias de receitas.
CAPEX e Investimento em Fundo de Maneio
Unid: milhões de USD
8,3
Pesos de investimentos em CAPEX no
primeiro ano
CAPEX Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
Terrenos e recursos naturais (500) - - - - - - - - -
Edifícios e outras construções (4.000) - - - - - - - - -
Equipamento básico (3.500) - - - - - - - - -
Equipamento de transporte (500) - - - - - - - - -
Novos investimentos (8.500) - - - - - - - - -
Investimento de reposição - - (104) (159) (216) (331) (450) (574) (586) (598)
Total de CAPEX (8.500) - (104) (159) (216) (331) (450) (574) (586) (598)
% de EBITDA n.a. 0% 4% 3% 5% 7% 9% 11% 11% 11%
Investimento em fundo de maneio Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
Fundo de maneio líquido (6) 1.865 4.318 6.128 6.251 6.376 6.504 6.634 6.766 6.902% das receitas n.a. 15% 15% 15% 15% 15% 15% 15% 15% 15%
dias de receitas n.a. 55 56 56 56 56 56 56 56 56
Investimento em fundo de maneio 6 (1.871) (2.453) (1.811) (123) (125) (128) (130) (133) (135)% de EBITDA n.a. 577% 86% 39% 3% 3% 3% 3% 3% 3%
(0,0)
1,9
2,5
1,8
0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1-
0,1 0,2 0,20,3
0,50,6 0,6 0,6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Investimento em FM CAPEX
47%
41%
6%6%
Edifícios e outras construçõesEquipamento básicoTerrenos e recursos naturais
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 35
O projecto deverá gerar em, ano cruzeiro, resultados operacionais na ordem de 10%
das receitas
Notas
Considerou-se que o pagaria
imposto industrial a uma taxa
de 35%.
O negócio apenas deverá
gerar resultados líquidos
positivos a partir do 3º ano,
altura em que atingirá níveis
de produção que permitem
rentabilizar a operação.
Demonstração de resultados Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
Receitas - 12.305 28.241 40.008 40.808 41.624 42.456 43.305 44.172 45.055Taxa de crescimento n.a. n.a. 130% 42% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Produção anual (ton) - 16 36 50 50 50 50 50 50 50
Taxa de crescimento n.a. n.a. 125% 39% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Margem Bruta - 1.973 4.528 6.415 6.543 6.674 6.808 6.944 7.083 7.224% das receitas n.a. 16% 16% 16% 16% 16% 16% 16% 16% 16%
Pessoal directo (70) (357) (364) (371) (379) (386) (394) (402) (410) (418)% das receitas n.a. 3% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%
Fornecimentos e Serv. Terc. (103) (211) (215) (219) (223) (228) (232) (237) (242) (247)% das receitas n.a. 2% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%
Pessoal de estrutura (1.060) (1.081) (1.103) (1.125) (1.147) (1.170) (1.194) (1.218) (1.242) (1.267)% das receitas n.a. 9% 4% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3%
EBITDA (1.233) 324 2.847 4.700 4.794 4.890 4.987 5.087 5.189 5.293Margem EBITDA n.a. 3% 10% 12% 12% 12% 12% 12% 12% 12%
Amortizações (643) (643) (651) (664) (556) (583) (617) (661) (267) (310)Edifícios e outras construções (80) (80) (81) (83) (85) (88) (93) (98) (104) (110)
Equipamento básico (438) (438) (443) (452) (464) (482) (506) (538) (132) (165)
Equipamento de transporte (125) (125) (127) (129) (7) (13) (18) (25) (30) (35)
EBIT (1.876) (318) 2.196 4.036 4.238 4.307 4.370 4.426 4.922 4.983Margem EBIT n.a. -3% 8% 10% 10% 10% 10% 10% 11% 11%
Resultados financeiros - (220) (293) (296) (245) (193) (118) (62) (11) 40
EBT (1.876) (538) 1.903 3.740 3.993 4.114 4.252 4.364 4.911 5.023Margem EBT n.a. -4% 7% 9% 10% 10% 10% 10% 11% 11%
Impostos 656 188 (666) (1.309) (1.398) (1.440) (1.488) (1.527) (1.719) (1.758)taxa de imposto efectiva 35% 35% 35% 35% 35% 35% 35% 35% 35% 35%
Resultado líquido (1.219) (350) 1.237 2.431 2.595 2.674 2.764 2.836 3.192 3.265Margem líquida n.a. -3% 4% 6% 6% 6% 7% 7% 7% 7%
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 36
O projecto deverá ser financiado por capitais próprios e dívida em partes iguais,
admitindo-se no caso da dívida um reembolso da mesma a partir do ano 4
Principais pressupostos
Considerou-se que o projecto
seria financiado a 50% com
recurso a dívida e 50% com
recurso de capitais próprios.
Adicionalmente admite-se
carência e juros nos primeiros
3 anos. Considera-se ainda
que o financiamento tanto por
capital próprio como de
capitais alheios seja
concretizado no primeiro ano
do projecto.
Considerou-se um custo de
financiamento de 5% ao ano
(all-in), assumindo que haveria
recurso aos programas de
crédito bonificado actualmente
existentes em Angola.
Considerou-se ainda que do
excesso de caixa de cada ano
seria aplicado com uma
rentabilidade de 4%.
O reembolso da dívida
contraída ocorrerá em
prestações constantes de
capital anuais.
Admite-se que a empresa
distribuiria dividendos com
resultados líquidos positivos
e/ou sempre por forma a
permanecer com pelo menos 1
M USD em disponibilidades a
partir do ano 7.
Cash flow Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
EBITDA (1.233) 324 2.847 4.700 4.794 4.890 4.987 5.087 5.189 5.293
Margem EBITDA n.a. 3% 10% 12% 12% 12% 12% 12% 12% 12%
Amortizações (643) (643) (651) (664) (556) (583) (617) (661) (267) (310)
EBIT (1.876) (318) 2.196 4.036 4.238 4.307 4.370 4.426 4.922 4.983
Margem EBIT n.a. -3% 8% 10% 10% 10% 10% 10% 11% 11%
Imposto - - (1) (1.413) (1.483) (1.507) (1.530) (1.549) (1.723) (1.744)
taxa de imposto efectiva 0% 0% 0% 35% 35% 35% 35% 35% 35% 35%
NOPLAT (1.876) (318) 2.195 2.623 2.754 2.799 2.841 2.877 3.199 3.239
Amortizações 643 643 651 664 556 583 617 661 267 310
Cash flow operacional (1.233) 324 2.846 3.287 3.310 3.382 3.458 3.538 3.466 3.549
CAPEX (8.500) - (104) (159) (216) (331) (450) (574) (586) (598)
Investimento em fundo de maneio 6 (1.871) (2.453) (1.811) (123) (125) (128) (130) (133) (135)
Free cash flow (9.727) (1.546) 289 1.317 2.971 2.926 2.880 2.833 2.748 2.816
Desembolsos 5.637 220 293 - - - - - - -
Juros - (220) (293) (296) (245) (193) (118) (62) (11) 40
Reembolsos - - - (1.025) (1.025) (1.025) (1.025) (1.025) (1.025) -
Tax-shield - - 1 282 86 68 41 22 4 (14)
Cash flow depois de financiamento (4.091) (1.546) 290 279 1.787 1.775 1.778 1.768 1.715 2.842
Entrada de fundos accionistas 5.637 - - - - - - - - -
Dividendos - - - (279) (1.787) (1.177) (1.666) (1.768) (1.715) (2.842)
Cash flow do período 1.546 (1.546) 290 - - 598 112 - - -
Saldo inicial de caixa - 1.546 - 290 290 290 888 1.000 1.000 1.000
Saldo f inal de caixa 1.546 - 290 290 290 888 1.000 1.000 1.000 1.000
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 37
Com base nos pressupostos tomados, o investimento do accionista deverá ascender a
5,6 M USD e a TIR por ele obtida para o seu investimento de 21,9%
Fluxo de caixa do projecto (Free cash flow)
Unid: milhões de USD
Fluxo de caixa para o accionista
Unid: milhões de USD
Rentabilidade operacional do projecto
Rentabilidade do accionista
Cash flow antes de financiamento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
Free cash flow to the firm (9.727) (1.546) 289 1.317 2.971 2.926 2.880 2.833 2.748 2.816
Cash flows do accionista Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
Dividendos (5.637) - - 279 1.787 1.177 1.666 1.768 1.715 2.842
Fundos necessários 11.274
TIR 18,2%
Payback 8 anos
Fundos próprios a aportar 5.637
TIR 21,9%
Payback 8 anos
-5,6
0,0 0,0 0,31,8 1,2 1,7 1,8 1,7
2,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-9,7
-1,5
0,31,3
3,0 2,9 2,9 2,8 2,7 2,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 38
Realizaram-se análises de sensibilidade às variáveis críticas do negócio, como sendo
o valor de investimento na fábrica e o volume de produção em ano cruzeiro
Payback Taxa interna de rentabilidade
Pro
jec
to
Ac
cio
nis
ta
8 7 8 9 10 11
30 11 12 13 13 14
40 8 9 9 10 10
50 7 8 8 8 8
60 7 7 7 7 8
70 6 7 7 7 7
Investimento (M USD)P
rod
uçã
o m
il
ton
(cru
ze
iro
)0 7 8 9 10 11
30 11% 11% 10% 9% 9%
40 17% 15% 15% 14% 13%
50 21% 19% 18% 17% 16%
60 24% 22% 21% 20% 19%
70 27% 25% 24% 23% 22%
Investimento (M USD)
Pro
du
çã
o m
il
ton
(cru
ze
iro
)
8 7 8 9 10 11
30 13 14 16 21 41
40 9 10 10 11 11
50 7 7 8 8 9
60 6 7 7 7 8
70 6 6 6 7 7Pro
du
çã
o m
il
ton
(cru
ze
iro
)
Investimento (M USD)
0 7 8 9 10 11
30 13% 11% 9% 7% 3%
40 20% 18% 17% 16% 15%
50 25% 23% 22% 21% 20%
60 30% 28% 26% 25% 23%
70 34% 32% 30% 28% 27%
Investimento (M USD)
Pro
du
çã
o m
il
ton
(cru
ze
iro
)
10% 25% 40% 55% 70%
8,0 8 8 8 8 8
Financiamento por dívida
10% 25% 40% 55% 70%
0,2 18% 19% 21% 23% 26%
Financiamento por dívida
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 39
O controlo das despesas de investimento, a capacidade negocial na aquisição de
matérias primas e o estabelecimento de relações comerciais duradouras são factores
críticos para o sucesso do projecto
1. Optimização das despesas de investimento iniciais, as quais se apresentam bastante significativas, eventualmente através de incentivos públicos ao
investimento
2. Capacidade negocial na compra das matérias primas (fertilizantes base)
3. Estabelecimento de relações comerciais duradouras com os principais agricultores em Angola, produzindo fertilizantes compostos de qualidade que
sirvam as suas necessidades
4. Implementação de soluções logísticas que assegurem um fluxo de produto sem falhas até ao consumidor e optimização de custos comerciais
5. Localização da unidade logístico-industrial em instalação portuária com possibilidade de descarga directamente dos navios de transporte para as tulhas
6. Acesso a soluções de financiamento flexíveis e competitivas
Factores críticos do projecto
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 40
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector dos fertilizantes
1. Enquadramento competitivo macro
2. Diagnóstico do sector em Angola
3. Estudo de pré-viabilidade
4. Parceiros potenciais
5. Medidas de acção do IFE
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 41
Foram identificadas, a título preliminar, empresas e entidades potenciais parceiras na
execução de um projecto de fertilizantes
Perfil de parceiro
Potenciais
parceiros
ADP Fertilizantes/
Fertiberia; Yara; Deyba
Agrolíder, Kambondo
Agropecuária; Higino
Carneiro; Hortolau;
Amiese; Fazenda
Girassol; Sagribengo
Louis Dreyfus,
Fertiangola, Taurus,
Omnia Angola
Gema; Valentim Amões;
Bartolomeu Dias;
Finicapital; António
Mosquito; Gemini
Racional
Entrada no mercado
Angolano de produção de
fertilizantes
Integração na cadeia de
valor, passando a produzir
um factor que representa
uma fatia significativa dos
custos
Parceria para escoamento
de produção de
fertilizantes de Angola
Entrada num sector novo
sector de actividade com
potencial de diversificação
de risco.
Produtores de fertilizantes Grandes produtores
agrícolas Distribuidores Investidores angolanos
Não exaustivo
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 42
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector dos fertilizantes
1. Enquadramento competitivo macro
2. Diagnóstico do sector em Angola
3. Estudo de pré-viabilidade
4. Parceiros potenciais
5. Medidas de acção do IFE
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 43
Tendo em conta a natureza do investimento e as necessidades de know-how
qualificado, o projecto deverá incluir a participação de uma ou várias empresas do
sector, tendo o IFE o papel de facilitador do investimento
Parceiro na promoção
do investimento e
operacionalização de
uma unidade de mistura
de fertilizantes
• Apresentação de oportunidade de investimento a investidores nacionais ou estrangeiros.
• Selecção dos investidores elegíveis para o desenvolvimento da unidade, servindo os melhores interesses do
país.
• Facilitador na obtenção de parcerias entre os promotores e as empresas distribuidores e principais produtores
agrícolas de forma a escoar a produção.
Papel do IFE
Angariação das
parcerias
• Parceiro na obtenção de licenças, certificações e na facilitação de processos e desbloqueador de
constrangimentos na fase de aferição de interesse e de investimento por parte dos promotores.
• Apoio na obtenção de incentivos fiscais.
• Apoio na determinação da localização óptima para a unidade e facilitação do processo de obtenção do terreno.
• Realizar um acordo para compra de fertilizantes por entidades públicas que são revendidos aos produtores a
preços subsidiados.
• Monitorização de desempenho.
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 44
Desta forma, propõe-se o seguinte plano de acção para os próximos meses de forma a
desenvolver o projecto
Apresentação da proposta
de investimento
Selecção de
investidores
elegíveis
Apoio na
determinação da
localização e obtenção
de licenças
Monitorização de
desempenho
Convite a principais players de
referência e distribuidores actuais de
fertilizantes em Angola a participar
num projecto de investimento de uma
unidade misturadora em território
Angolano.
Este convite deverá salientar as
vantagens de investir num mercado
Africano em grande crescimento e
com um potencial de desenvolvimento
significativo.
Os potenciais investidores deverão
apresentar credenciais no
desenvolvimento de unidades
semelhantes, know-how técnico e
capacidade financeira para investir.
Posteriormente ao convite de
investimento e após apresentação das
potencialidades do investimento,
deverá ser seleccionada uma short list
de investidores que manifestem
interesse em participar.
Desta manifestação de interesse
deverá ser seleccionado o modelo de
investimento e governo que melhor se
adeqúe.
Na fase de desenvolvimento do
projecto, obtenção de licenças e
construção da unidade, o IFE será o
parceiro facilitador e desbloqueador de
constrangimentos que possam advir
de processos burocráticos do Estado.
O IFE pode também apoiar na
determinação da localização óptima,
uma vez que provavelmente será em
terrenos sob alçada do Estado junto a
um porto marítimo.
O IFE poderá ter também um papel de
monitorização da execução do projecto
de investimento bem como o impacto
na economia.
Serão assim definidos indicadores de
performance que permitirão medir o
desempenho
A B C D
Plano de acção para o projecto de fertilizantes
3. FERTILIZANTES
IFE | Estudo Sectorial – Fertilizantes 45
Desta forma, propõe-se o seguinte plano de acção para os próximos meses de forma a
desenvolver o projecto
# MêsPrece-
dência1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Plano de implementação de acções de Fertilizantes
Aproximação a potenciais investidores, envio de convite e recolha de credenciais
1 Preparação de apresentação que promova o sector de fertilizantes junto de players internacionais 1
2 Reunião e aferição de interesse de players internacionais 1 1 1
Selecção de investidores elegíveis e definição do modelo de investimento e governo
3 Selecção de investidores que poderão desenvolver o projecto 2 1
4 Definição de estrutura de investimento (accionistas e montantes) 3 1
5 Definição de estrutura de governo 4 1
Apoio na determinação da localização e obtenção de licenças
6 Estudo de localização custos e requisitos de instalação da unidade 3 1 1 1
7 Trabalhos legais de obtenção de licenças 6 1 1 1
Realizaçao do investimento e monitorização de desempenho
8 Aquisição de terreno 7 1 1
9 Construção de instalação física 8 1 1
10 Aquisição de equipamentos 9 1
11 Elaboração de plano de formação de pessoal 10 1
12 Recrutamento de pessoal 11 1 1
13 Formação de pessoal 12 1 1
14 Início de trabalho da unidade industrial 13 0
15 Monitorização de desempenho da unidade 14 1 1 1
3. FERTILIZANTES
Edifício 102 e 104
Rua Amílcar Cabral, 2º andar, Luanda – Angola
+244 222 021 105
www.ife.gov.ao
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