Sumário
Umas das característicasque quase todo
profissional adquire aolongo de sua experiência édeixar sua marca pessoalnos trabalhos que realiza.
Nesta edição entrevistamosMarcos Sabóia e Ricardo
Vidal, técnicos das bandasSorriso Maroto e O Rappa,
que contam comexclusividade como
buscam uma identidadeprópria na sonoridade de
cada banda.
SumárioAno. 20 - março / 2014 - Nº 232
14 Vitrine
Selecionamos alguns produtoslançados na Winter NAMM e
apresentamos outras novidadesque chegam ao mercadobrasileiro.
20 Rápidas e Rasteiras
Fernanda Terra é a novaendorsee da Yamaha e aitaliana RCF tem novo distri-buidor oficial no Brasil.
26 Gustavo Victorino
Fique por dentro do queacontece nos bastidores domercado de áudio.
28 Gigplace
Nesta edição, o entrevistadoé Douglas da Costa, que falasobre a profissão de técnicode monitor.
34 Um pouco de tudoO músico, compositor, arranja-dor e produtor Reinaldo Barri-ga fala de sua trajetória entre
os diversos estilos musicais, quevão do rock ao sertanejo.”
“ 66 Baixo elétricoNa hora de fazer um upgrade no equi-pamento, a primeira questão é me-
lhorar a sonoridade. Para isso, há di-versos modelos de pickups no mer-cado. Os captadores Tesla, que che-gam ao mercado brasileiro, podemser uma opção.
70 Cubase - produção musicalAlunos do 36° Curso Internacional deVerão, em Brasília, assistiram à disci-
plina Criação e Produção Musical econteúdo prático em técnicas de mi-crofonação e gravação.
74 Black Sabbath e a JBLTécnico de PA da lendária bandade rock and roll, Greg Price aprova osistema VTX, da JBL, e Vertec du-rante o show em São Paulo.
96 Vida de ArtistaAs memórias do quinto disco da du-pla Sá & Guarabyra, Dez Anos Jun-tos, que apesar do sucesso foi reco-lhido das lojas por conta de um pro-cesso judicial.
NESTA EDIÇÃO
Estúdio para independentesCriado para atender e fomentar a cena independente fluminense,o estúdio Tomba, em Niterói, chega aos 15 anos atendendo tam-
bém o mercado corporativo que foge do convencional.
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CADERNO TECNOLOGIA
58 Ableton Live
Sonho de muitos músicos
performáticos, o Ableton dá aopção de agrupar instrumentos eefeitos em cadeia para formar ummulti-instrumento.
62 Mixagem na monitoração
Uma das fases mais importantes
para uma boa mixagem é a
monitoração, mas como cadacaixa tem sua particularidade, éimportante escolher a que melhorse adapta ao seu trabalho.
78 Vitrine
Leve e prático, o Gobo Zoom
Projector é o projetor de gobos comcontrole DMX ideal para projeçõesde logos e nomes. A linha MAC, daMartin, vem trazendo produtos commais brilho e perfeição, ideais paraaplicações mais exigentes.
CADERNO ILUMINAÇÃO
80 Cenários e tendências
Com a conquista de vez dos
LEDs no setor de eventos
culturais e musicais, é hora deavaliar algumas tendências paraos projetos de iluminação cênica.
48 Tecnologia
A Universal Audio lança sua nova
Apollo Twin, interface compacta que
oferece a mesma qualidade sonoraconsagrada da família Apollo.
52 Logic Pro
Desvendamos o drummer para
você, uma das mais novas funcio-
nalidades do Logic Pro X.
56 Pro Tools
Repleto de opções que são habilita-
das de fábrica para facilitar a vida dousuário, nesta edição, conheça maisum pouco sobre as principais
preferências do sistema.
Cores do RappaNova turnê do grupo, Nunca Tem Fim..., adota novo conceito de ilumi-nação e faz uso de projeções mapeadas. Projeto, desenvolvido por
Danny Nolan, foi adaptado também para a estrada pelo lightingdesigner da banda, Leonardo Detomi.
Expediente
Os artigos e matériasassinadas são de respon-sabilidade dos autores.É permitida a reproduçãodesde que seja citada afonte e que nos seja envia-da cópia do material. Arevista não se responsa-biliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.
DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected]@backstage.com.brCoordenadora de redaçãoDanielli [email protected]ãoHeloisa BrumTraduçãoFernando CastroColunistasCezar Galhart, Cristiano Moura, GustavoVictorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg,Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, MarcelloDalla, Ricardo Mendes e Vera MedinaColaboraram nesta ediçãoAlexandre Coelho e Ricardo SchottEdição de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: Divulgação
Publicidade / AnúnciosPABX: (21) [email protected]
Webdesigner / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected] de CirculaçãoErnani [email protected] de CirculaçãoAdilson SantiagoCrí[email protected]
Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.
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morte do repórter cinematográfico da TV Bandeirantes, SantiagoAndrade, no início do mês de fevereiro, vem suscitando uma série
de questionamentos e ações em torno do tratamento que deve receberquem pratica crimes contra jornalistas no Brasil. Uma delas é a propostade federalização das investigações de crimes cometidos contra repórte-res, fotógrafos e cinegrafistas, defendida por membros da AssociaçãoBrasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e da FederaçãoNacional dos Jornalistas (Fenaj).
Uma das principais discussões dos jornalistas no Brasil e no mundo é afalta de atenção por parte das autoridades e entidades de classe sobre ainsegurança no exercício da profissão. No entanto, sabemos que res-guardar o direito de quem está em pleno exercício da profissão não étradição no Brasil, haja vista que as ações somente são pensadas e as dis-cussões retomadas quando o país está diante de alguma tragédia, como aque ocorreu em Santa Maria, na boate Kiss, em janeiro de 2013.
As más condições de trabalho que a maioria dos repórteres, fotógrafos ecinegrafistas encontram no dia a dia não são, infelizmente, exclusivasdessa classe. Enquanto apenas nesse ano de 2014 (e até o fechamentodessa edição) três jornalistas já haviam sido mortos no Brasil – o quesignifica três vidas perdidas em menos de dois meses –, entre novembrode 2013 e fevereiro de 2014, cinco pessoas perderam suas vidas duranteo trabalho nos estádios da Copa, só para citar os casos mais famosos.
Agora, se decidirmos olhar e contabilizar acidentes e mortes por falta desegurança em eventos que acontecem pelo Brasil, por exemplo, prova-velmente esse número irá triplicar. Só para citar mais dois casos recen-tes, temos o do jovem que morreu após um trio elétrico pegar fogo nointerior da Paraíba e do cantor sertanejo Valdemir Resplandes Freires,vítima fatal de choque elétrico quando se apresentava em um bar nacidade de Araguaína (TO).
Tragédias calam tragédias, que se sobrepõem umas às outras e são esque-cidas de acordo com os interesses mercantilistas dos envolvidos. É pre-ciso entender que não basta termos expertise e bons profissionais, sejameles em qualquer área, porque um mercado de trabalho saudável e com-petitivo não se faz apenas com bons salários, mas também com cuidadoe respeito pela vida de cada profissional.
Boa Leitura,
Danielli Marinho
CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
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EWDMX IPwww.elationlighting.com
O equipamento é um transmissor/receptorDMX sem fio integrante da nova geraçãode controladores DMX sem fio daElation Professional. Compatívelcom todos os produtos EWDMX eW-DMX da marca, esse novo produ-to oferece um suporte completoRDM e vem em um gabinete IP65embutido para uso em área externa. OEWDMX IP usa o protocolo G4 W-DMX para funcionamen-to em dual band, uma maneira fácil de conectar equipamentos remotos paraum sistema DMX. Ele oferece ainda uma forma rápida e fácil de conectar e configurar um sis-tema de iluminação e é especialmente útil para um sistema de iluminação com dispositivos elétricos em queseja dispensável a necessidade de cabos. Mesmo com um alto nível de tráfego sem fio, o EWDMX IP funciona deforma confiável graças à tecnologia Adaptive Frequency Hopping, que usa apenas canais não utilizados por outroW-LAN e qualquer outro equipamento nas frequências de bandas de 2.45 GHz ou 5.8 GHz. O resultado é umaconexão muito mais confiável e sem interferências.
MIDAS M32www.proshows.com.br
Lançada na Namm 2014, o novo console digital MIDAS, a M32, engloba conceitos da Behringer e vem com ele-mentos de design inspirados na Bentley de Rajesh Kutty, com assinatura identificada com as clássicas MIDAS.Possui uma estrutura física bem simples e elegante para revolucionar a experiência de mixagem ao vivo. Entre ascaracterísticas do instrumento estão performance ao vivo e em estúdio de gravação, com até 40 canais de entradasimultâneos; 32 premiados pré-amps MIDAS (linha PRO); 25 bus de saída (configuráveis); networking AES50,que permite até 96 entradas e 96 saídas; arquitetura aberta para a futura operação 96 kHz; ADC 192 kHz e DACconversores para excelente desempenho de áudio e estrutura de fibra de carbono de alta performance, alumínioe aço de alto impacto, entre outras.
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ROLAND FA-06 E FA-08www.roland.com
A empresa lançou na WinterNAMM 2014 duas workstationsdesenvolvidas para operar intuiti-vamente independentemente doambiente musical. Elas vêm comgrandes seleções de sons da Roland, um sequencer de 16 tracks, um sampler fácil de usar além de uma integraçãoDAW perfeita. A série FA reinventa completamente a estação de trabalho de música para que se faça o mínimode esforço em tempo real, com máximo fluxo de trabalho e máxima versatilidade. Ao contrário de estações detrabalho típicas de teclado que limitam o processo criativo com características complexas, a série FA simplificadapermite aos usuários explorar profundamente e desenvolver ideias musicais com menos esforço.
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LEXSEN PX-1505A KITwww.proshows.com.br
A Lexsen PX- 1505A kit é um sistema de caixas acústicaspara uso profissional com baixa distorção, amplo alcancee alta sensibilidade. É ideal para trabalhos e instalaçõesem que o reforço de som é mais requisitado. Conta comduas caixas PX -1504A / PX-1505P. É um produto comexcelente custo-benefício, fácil montagem e não precisade técnico para instalação. Possui entrada SD/USB, siste-ma 400W RMS e vem com cabo Speakon.
KURZWEIL SP4-8www.equipo.com.br
O Kurzweil SP4-8 é o sucessor do best seller SP88 que combina a qualidade sonora Kurzweil com portabilidade eacessibilidade sem precedentes. O novo SP4-8 oferece muito mais em um instrumento elegante, leve e extrema-mente simples de operar. Ele vem com 88 teclas com ação de martelo, display de 16 caracteres, LCD, com ajustede contraste no painel frontal; polifonia de 64 vozes, com alocação dinâmica; e ainda 128 programas de fábrica,extraídos dos sons do aclamado PC3. Controles Pitch Wheel, Modulation Wheel, 1 knob no painel frontal, 1entrada para pedal sustain e 1 entrada para pedal de expressão são outras características do produto.
D80www.decomacbrasil.com
O novo amplificador D80 da d&b conta com 4 canais de alta densidadede potência e incorpora processador de sinal digital (DSP) que oferececonfigurações das caixas e funções específicas. Ele foi projetado parauso com qualquer um dos sistemas d&b e tem entradas e saídasanalógicas e digitais, bem como controle remoto (via computador),recursos de monitoramento e proteção de circuitos sofisticados. É umamplificador classe D projetado especificamente para fornecer energiaa baixas cargas de impedância entre 4 e 16 ohms. Ele também usa uminterruptor on e off com Power Factor Correction (PFC), adequadopara 100-127V/20B tensões - 240V, 50-60 Hz.
ARRAY PLANE 10www.taigar.com.br
O line array modelo Array Plane 10 possui alto-falan-tes B&C 2x10" + 1 driver neodímio como bobina de3” e qualidade acima de tudo. Destacam-se ainda comocaracterísticas do produto 610W RMS AES, coberturaH: 130º, resposta de frequência de 85 Hz - 20k Hz +/-3dB, SPL 1W / 1m: MF 101,5 dB / HF 108 dB e dimen-são de A315 x P510 x L810 mm.
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BENSON LP 55 GOLDwww.proshows.com.br
A Benson Custom LP 55 Gold veio para impressionar os músicos dos mais diversos estilose gostos. Esta versão possui corpo Alder e braço em Canadian Hard Maple. Escala emRosewood com 22 trastes, ponte Tune-o-matic e ferragens Gold. Seu diferencial está noscaptadores Seymour Duncan Seth Lover – SH 55 que, por conta dos componentes de suaconstrução, permanecem fiéis ao desenho e ao timbre vintage P.A.F original. Ultra-autên-tico, Alnico2, P.A.F. - estilo humbucker. Excelente para country, jazz, blues, classic e rock.
KOSS KC25www.equipo.com.br
Adaptador de 6,3 mm, arco intercambiável para melhoradaptação, almofadas com acolchoamento isolante edesign durável. Somados a essas características, o novofone de ouvido da Koss KC25 ainda possui uma respostade frequência entre 20 Hz – 18 kHz, impedância de 32ohms, sensibilidade de 90 dB SPL/1mW e, para maisconforto e adaptação, cabo de 1,20 metros.
THR10Xwww.yamaha.com.br
A Yamaha Musical do Brasil acaba de aumentar a famíliade amplificadores portáteis com o lançamento doTHR10X. O produto chega ao mercado para suprir asnecessidades dos guitarristas de heavy metal que bus-cam distorções pesadas, graças à capacidade de respostas
dinâmicas. O THR10X apresenta a mesma performance dos melhores amplificadores valvulados, mas em um tamanhocompacto e versátil, com apenas 2,8kg. O novo amplificador vem com adicionais como cabos USB e mini estéreo,adaptador AC e DVD Cubase AI. O THR10X vem na cor verde escura e funciona com duas pilhas alcalinas AA.
MICROFONES VOKALwww.sonotec.com.br
A Vokal apresenta nova linha de microfones para 2014. Construídos com materiais resis-tentes ao alto impacto e desenvolvidos dentro do mais alto padrão de confiabilidade, osnovos modelos lançados são VM-500, VMM-100 e KL-5. O microfone VM-500 agoratem uma nova opção com três unidades. Trata-se de um kit com três microfones com fio,reunindo ótimo acabamento, resposta de frequência de 50Hz a 15kHz, captação dinâmicae impedância de 400 ohms, além de uma chave Liga/Desliga e cabos P10 e XLR de 5metros cada. O microfone VMM-100 é uma das principais novidades da Vokal para 2014e é indicado para púlpitos e plenários, como igrejas e câmaras legislativas. Já o KL-5 ofere-ce captação dinâmica, chave Liga/Desliga e um cabo P10 e XLR de 5 metros.
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Modernizaçãono sistema do Teatro SesiO teatro do Sesi, no Centro do Riode Janeiro, inaugurou um novo sis-tema de sonorização com equipa-mentos da Meyer Sound. O projetofoi desenhado pela empresa SealTelecom, especializada na implan-tação e dimensionamento de sis-temas de comunicação, cuja preo-cupação era não prejudicar a estru-tura do teatro, por se tratar de umprédio antigo. A solução foi o uso
de caixas acústicas Meyer Soundda MINA, que, por se tratar deum equipamento compacto e fle-xível na montagem, otimizam oespaço, sem perder a qualidadesonora. A mesa de som que inte-gra o sistema é a CL5 da Yamaha.As caixas acústicas MINA foramutilizadas do Festival Internaci-onal de Jazz, em Montreal, a pro-duções da Broadway.
D&B NO PINK CADILLAC
O restaurante Pink Cadillac, em Moscou, que ficou famoso em umadas cenas do filme Pulp Fiction, ganhou um sistema de som da d&b. Odiretor geral Alexander Evstratov, da AE Consulting, empresa res-ponsável por recomendar a d&b para o projeto de som do restaurante,explica que foram usados o software de simulação Array Calc com ascaixas d&b T-Series e T-Subs configurados em arranjos.
NOVO DISTRIBUIDOR OFICIAL RCF NO BRASILA rede de lojas Ninja Som é o novo distribuidor oficial dos produtos de áudio
profissional da marca italiana RCF. Mais informações e catálogos de produtos pelo
site www.ninjasom.com.br ou pelo telefone (11) 3362-8000.
LUCAS BRANDÃO É NOVOCOMPOSITOR DACIRCUITO MUSICALO compositor sul-matogrossense
Lucas Brandão se juntou à Circuito
Musical, que além de produtora
também é selo musical e editora.
Administrada pela Universal Music,
conta com autores como Toquinho,
Mutinho, Teroca, Tião Carvalho, An-
tonio Skármeta, Kabelo e Tom Cu-
nha, entre outros.
FERNANDA TERRA É ANOVA ENDORSEE DAYAMAHAA Yamaha Musical do Brasil acaba
de ganhar mais uma integrante em
sua família de endorsees. Trata-se de
Fernanda Terra, baterista da banda
Kombato e professora de bateria do
Instituto Everdream, que utilizará em
seus shows as baterias eletrônicas
DTX562K. Fernanda toca bateria
desde os treze anos de idade, influ-
enciada por nomes como Chad
Smith, Iggor Cavalera e Keith Moon.
Ela também ministrou aulas de bate-
ria no primeiro Girls Rock Camp no
Brasil, além de diversas outras ofici-
nas de música e festivais.
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AVID NO GRAMMY
Na cerimônia que aconteceu no dia26 de janeiro em Los Angeles, os ce-lebrados prêmios por excelência namúsica foram concedidos a váriosartistas, produtores e engenheirosque utilizam as soluções de áudio daAvid. Profissionais do áudio, usuári-os de soluções Avid, criaram traba-lhos premiados incluindo o Álbumdo Ano para Random Access Me-
mories do Daft Punk, Single do Anopara Get Lucky do Daft Punk e Phar-rell Williams e Música do Ano paraRoyals de Joel Little e Ella YelichO’Connor (Lorde).Outros projetos de artistas, produ-tores e engenheiros que usam as
soluções Avid e que foram premia-dos pelo Grammy incluem Radio-
active do Imagine Dragons (MelhorPerformance de Rock), Unorthodox
Jukebox de Bruno Mars (MelhorÁlbum Vocal Pop) e The Heist deMacklemore & Ryan Lewis (Me-lhor Álbum de Rap).“É uma grande honra saber quegrandes talentos do áudio profissi-onal mundial escolhem Pro Toolse a completa linha de soluções deáudio da Avid para gravar e produ-zir as melhores músicas em umaampla gama de gêneros,” comen-tou o Presidente e CEO da Avid,Louis Hernandez, Jr.
AES E ABRIPjuntas em maio
A AES – Sociedade de Engenharia deÁudio (Brasil) – e a ABRIP – Associa-ção Brasileira de Iluminação Profissio-nal – firmaram um acordo de coopera-ção que trará novidades para o mercadobrasileiro de áudio, iluminação, tec-nologia e instalações especiais na 18ªAES Brasil Expo, que acontece entre13 e 15 de maio. Estão previstas diver-sas palestras voltadas aos profissionaisde iluminação e demonstrações de
equipamentos e treinamento em mesasde iluminação no Expo Center Norte,em São Paulo. Durante os três dias daAES Brasil Expo, as empresas associadasà ABRIP também demonstrarão equi-pamentos, palcos, estruturas, movinglights, lasers, fibras e tubos ópticos, pro-jetores, lâmpadas, canhões, refletores epainéis com tecnologia LED, bem comosistemas de conexão, programação econtrole por consoles ou wi-fi.
Walter Ulmann (AES Brasil), Esteban Risso (ABRIP) e Joel Brito (AES Brasil)
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FUNARTE DISTRIBUI INSTRUMENTOS
A Fundação Nacional de Artes(Funarte) realizou a primeiraetapa da entrega dos instrumen-tos de sopro às bandas contem-pladas com o Prêmio Funarte de
Apoio a Bandas de Música 2013,no dia 11 de fevereiro, na SalaFunarte Sidney Miller, no Cen-tro do Rio de Janeiro. A segundaetapa foi programada para ser emBelo Horizonte, no dia 13 de fe-vereiro, com a entrega de 134instrumentos para bandas dascidades de Antônio Carlos,Joaíma, Ouro Preto e Ubá. Aterceira etapa, dia 20 de feverei-ro, na capital paranaense, bene-ficiou sete bandas e a entregados instrumentos foi no Audi-
tório Itibirê, da Secretaria deEstado de Cultura do Paraná,no centro de Curitiba.A edição de 2013 do PrêmioFunarte de Apoio a Bandas deMúsica contemplou 187 proje-tos, de vários estados, das cincoregiões do país, com a distribui-ção gratuita de instrumentos desopro. Cada concorrente partici-pante pôde escolher até cincoinstrumentos entre bombardinoem si b; bombardão tuba ¾ em sib; clarineta 17 chaves em si b;saxofone alto em mi b; saxofonetenor em si b; trompete em si b;trombone de Vara em si b; flautatransversa em dó; trompa cro-mática em Fá/si b.
Paraná Clubetem novo sistema de som
O salão de eventos da sede social doParaná Clube, em Curitiba (PR), pas-sou recentemente por uma reforma,ganhando novos sistemas de sono-rização e de iluminação. O projeto desom ficou a cargo da empresa AmercoBrasil, que utilizou equipamentosVertical Array (Colunas) e o DoubleArray (Sistema de Pista), ambos damarca Italiana Peeckersound, e paraos subgraves foram adicionados ele-
mentos da também Italiana X-TremeAudio. O sistema no local ficou com-posto por: (PA) 02 x PSUT8AE + 02x PSUT8TE + 4 x XTHPS36/A;(Delay) 02 x PSUT8AE + 2 x PSUT-8TE; (PISTA) 4 x AS4L + 4 x AS16-MH; (Side-Fill) 2 x PSUTBASE/A+ 2 x PSUT-ST70 + 2 x PSUT8TE.Todo esse sistema é controlado pelosseus respectivos e dedicados proces-sadores e amplificadores.
BAR NA MALÁSIA TEMSISTEMA NEXT-PROAUDIOA Next Integration Engineering, a
distribuidora da NEXT-Proaudio na
Malásia, projetou o sistema de
sonorização do famoso Q-BAR, em
Sibu, na Malásia. O desafio era ins-
talar um sistema de som que atingis-
se alto nível de pressão sonora e
qualidade compatível com os con-
ceitos do Q-BAR, inspirado no estilo
lounge club nova-iorquino, com
uma diversidade de noites te-
máticas e DJs residentes. A equipe
de engenheiros da Next Integration
Engineering optou pelos X-line, LA
Series e MA series, incluindo 4-X15,
2-X12, 2-XS118, 4 –LAS218. Todo o
sistema é potencializado pelas
MA3200 e MA3800 e controlado
por um 2-NSound DP240.
MIDAS CLASSNo dia 12 de fevereiro, a ProShows
promoveu em São Paulo o Midas
Class, um treinamento de áudio
profissional ministrado por Emerson
Duarte, especialista em produtos
da marca. O evento teve como prin-
cipal objetivo capacitar os profissio-
nais de áudio com suportes for-
mativos na operação da família
Midas Pro Series. O treinamento ca-
racterizou-se pelo tratamento de
toda a parte operacional dos con-
soles Midas, abrangendo a configu-
ração dos stage box via AES50,
Patching, salvamento de cenas,
shows e presets, Chanel Strip, efei-
tos e automação do console; o que
habilita o profissional a não só fazer
mixagem, como também a operar
toda a configuração do sistema. O
Midas Class contou com a presen-
ça dos técnicos Valtinho, João
Libarino, Luis Siqueira, Pardal, Flá-
vio, Kadu Mello e Luizão.
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EQUIPO RECEBE VISITA DE EXECUTIVOS DA CORT
Os diretores Juliano e EvertonWaldman, da Equipo – importa-dora e distribuidora exclusiva demais de 20 grandes marcas deinstrumentos musicais, equipa-mentos de áudio profissional eiluminação – se reuniram, noinício do mês, com o executivoda marca Cort, Jun Park, na sededa empresa. Em sua primeira visi-ta ao país, o executivo, além dediscutir com os diretores da Equi-po algumas estratégias comerci-ais para 2014, conheceu de pertoa realidade e as dificuldades domercado brasileiro de instru-mentos musicais, visando nãosomente compreender o setorcomo também estudar meios decontribuir ainda mais para o
crescimento da marca no Brasil.Jun Park visitou um dos princi-pais centros de comercializaçãode instrumentos musicais da cida-de de São Paulo, como as regiõesda Teodoro Sampaio e SantaIfigênia, e ficou extremamentesatisfeito com a exposição damarca, já prevendo novas açõesde marketing no decorrer do ano.Há mais de 50 anos, a Cort produzguitarras, violões e baixos e ofere-ce ampla linha de instrumentos,com modelos dedicados aos maisdiferentes estilos e preferências,todos cuidadosamente desenvol-vidos de forma quase artesanal. AEquipo é a distribuidora exclusi-va da marca no país. Mais infor-mações: www.equipo.com.br
Os consoles Midas Pro Series estive-ram presentes no Festival PlanetaAtlântida 2014. Tanto na edição deSanta Catarina como no Rio Grandedo Sul foram usados Midas Pro2 ePro6 como consoles de monitor, PA econsole master do F.O.H.A equipe do Só Pra Contrariar con-tou com consoles Midas Pro2 paramixagem do PA, operado pelo técni-co Ivan Cunha, o Batata. No PlanetaRS, o técnico Daniel Lima, responsá-vel pela mix da banda ComunidadeNin Jitsu, utilizou a Midas Pro2 no
Midas no Planeta Atlântida
PA. A Midas Pro6 foi usada comoconsole para os monitores in-ears dabanda The Offspring. No palco alter-nativo do Planeta Atlântida RS –“Palco do Pretinho” – todos os técni-cos que por lá passaram, tiveram aoportunidade de fazer suas mixes comMidas Pro2. Segundo o especialistade produtos de áudio Pro da Pro-Shows, Emerson Duarte, o sistemaMidas Pro Series é bastante intuitivoe segue com uma linha de raciocíniovoltada à mix em consoles analó-gicos, como os Midas Xl4.
PROLIGHT+SOUNDA ProLight+Sound e a Musikmesse,
feiras internacionais de áudio, ilumina-
ção, instrumentos musicais, software
e hardware de música, partituras e
acessórios acontece entre os dias 12
e 15 de março de 2014, em Frankfurt,
Alemanha. O evento, que apresenta
todos os anos uma programação
que inclui concertos, concursos de
bandas, entrega de prêmios, work-
shops, sessões de autógrafos e de-
monstrações ao vivo, oferece des-
conto para quem comprar o ingresso
antecipadamente. O passaporte
para todos os dias sai a • 46 na pági-
na www.tickets.messefrankfurt.com
e dá direito a acesso gratuito à rede
de transporte público de Frankfurt
durante os dias de feira.
JOÃO ROCKDIVULGA LINEUP 2014O festival de rock que acontece esse
ano dia 31 de maio, em Ribeirão Pre-
to (SP), já tem atrações confirmadas.
O evento terá três palcos, que rece-
berão grandes nomes da música
como Nando Reis, Jorge Ben Jor, Zé
Ramalho, Os Paralamas do Sucesso,
CPM 22, Nação Zumbi e O Rappa,
que se revezam em dois palcos, sem
intervalos. No Palco Universitário, se
apresentam paralelamente Nem
Liminha Ouviu, Ponto de Equilíbrio,
Vanguart, Raimundos e Vespas Man-
darinas. Além das atrações musicais,
a produção prepara uma grande es-
trutura que garantirá conforto aos ro-
queiros de plantão. Uma área de es-
portes radicais, com apresentações
de diferentes modalidades como
Bungee Jump, Motocross, Skate, en-
tre outras será destaque no evento,
que abrigará também área de alimen-
tação, camarotes e pista premium.
GUST
AVO
VICT
ORIN
O |
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ge.c
om.b
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FRAUDEA onda vintage não pára de fazer vítimasaqui e lá fora. Produtos vendidos como ori-ginais antigos são muitas vezes falsificaçõesfeitas com extremo cuidado e precisão.Notadamente no segmento de instrumen-tos de corda e amplificadores, as falsifica-ções chegam ao requinte de ter peças origi-nais adquiridas no mercado informal deusados. Especialistas estimam que mais dametade das guitarras vendidas como anti-gas e vintage são falsificadas. Em recente vi-agem a Londres, a amiga Lorreyne, experi-ente guitarrista, me mostrou uma Gretschantiga autêntica e uma detalhadamentefalsificada. Confesso que tive dificuldadeem distinguir uma da outra. Uma valia me-nos de dois mil euros, a outra passa fácil dosvinte mil no mercado vintage.
HUMILDADE ERESPEITO RECÍPROCOSRafael Bittencourt, guitarrista do Angra eum dos grandes instrumentistas brasilei-ros, recebeu uma mensagem de CaldasNovas assinada pelo pequeno João Vitorde apenas 10 anos. O menino humilde-mente pedia para ter algumas aulas com oseu ídolo e mandou um video para ser ava-liado. Assistindo ao video, o guitarristatomou um susto com o talento do meninoe não escondeu a alegria ao perceber que aguitarra brasileira estará sempre em boasmãos. “O que eu vou ensinar para estemenino?” - disse o músico. A mesma hu-mildade e respeito direcionado pelo me-nino ao seu ídolo foi retribuída nas pala-vras do guitarrista que demonstrou sensi-
bilidade e caráter ao divulgar o fato. Quevenham algumas aulas tão sonhadas pelomenino. Long life for rock and roll...
NAS ALTURAS, AGAINO preço das passagens aéreas voltou a dis-parar, e agora com o pretexto da Copa doMundo. Os produtores e contratantes es-tão ficando outra vez de cabelos em pé.Quem tem show agendado nesse primeirosemestre pelo Brasil deve ir se preparan-do. Esse custo adicional será inevitável.
OPORTUNISMOO deputado federal Romário meteu ospés pelas mãos ao tentar de forma opor-tunista regulamentar algumas atividadesligadas à produção do hip hop. A comu-nidade que faz esse tipo de música (?!?)não gostou da intromissão do baixinho edetonou o intelectual pela rede. Enquan-to isso, milhares de músicos talentososque fazem música de verdade lutam parater sua profissão reconhecida e adequa-damente regulamentada e fiscalizada.Deve ser porque nenhum faz discursoboboca de pseudo movimento social.
DINHEIRO NA MÃO É VENDAVALRoberto Medina vendeu 50% da marcaRock In Rio para uma empresa america-na. A compradora é a SFX, presidida pelocaliforniano Robert Sillerman. Voltadapara o show business e grandes eventosde música eletrônica, a empresa admiteque fará das próximas edições do festival,previstas para 2015, uma plataformapara expandir ainda mais o bate-estacade computador empurrado por um aper-tador de botão que se acha músico. Dos50% das ações restantes, Medina rema-nejou 20% para a IMX de Eike Batistapara faturar mais alguns trocados. A boanotícia é que Medina será mantido nafunção de gestor e cabeça pensante damarca. Até contrariar um gringo, claro...
AGONIAO declínio do axé parece ter mobilizadoa Bahia e seus seguidores. Discursos in-flamados e entrevistas comoventes deestrelas do gênero pedindo mais espaço
Os desmandos e aslambanças
praticadas com anossa economia já
mostram as unhas nomercado. A retração
de início de anoaguarda fatos novos
que recoloquemalguma confiançatão necessária aosinvestimentos. Em
ano eleitoral, asverdades
governamentais sãorelativas e a mentira
acobertada poríndices manipulados
anda solta pela mãosda propagada paga apeso de ouro. Diga-se
de passagem, o“nosso” ouro.
GUSTAVO VICTORINO | [email protected]
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chega a soar hilário. Pedem aten-ção dos empresários, mídia para osnovatos, criticam a música gringa edesdenham o resto do Brasil comose as aulas de aeróbica que divulgamfosse o supra sumo musical. Falamem renovação, mas mantêm as le-tras das músicas com as 20 palavrasda brincadeira que circula pela in-ternet (com 20 palavras você mon-ta sua própria música baiana...). Eparece que até no carnaval a coisa táafundando.
MARKETINGPARA OTÁRIOSUm video mostrando a pianistaportuguesa Maria João Pires apa-vorada porque a orquestra come-çou a tocar uma música diferenteda que ela tocaria como solista éuma das maiores baboseiras que jávi em termos de marketing pesso-al. No vídeo, a moça se faz de cho-cada e depois de alguma encenaçãocomeça a tocar a música executadapela orquestra como se a soubessetambém e, acreditem, não errauma nota. O absurdo começa nofato de que nenhum solista sobe aopalco com uma orquestra sem an-tes ensaiar muitas vezes o espetá-culo, principalmente se a orques-tra for a holandesa AmsterdamConcertgebouw, conduzida pelomaestro Riccardo Chailly, extre-mamente exigente e profissional.Não bastasse esse absurdo, a peçatocada era o Concerto para Piano Nº
20 em D Maior, K466 de W. A.Mozart, uma obra tão complicada elonga que somente Mozart a toca-va sem partitura ou ensaio. Nota-damente ela improvisou. Conhe-cida em Portugal por suas jogadasde marketing, a moça parece terido longe demais na encenação.
NÍVEL INTERNACIONALChega de espírito vira lata! Está nahora de alguém gritar bem alto queo Brasil tem condições técnicas de
sonorizar qualquer evento dentrodos melhores padrões internacio-nais de qualidade. Técnicos prepa-rados, equipamentos de última ge-ração e experiência em todo o tipode espetáculo são fatores que preci-sam afastar de vez um passado emque técnicos estrangeiros nos hu-milhavam simplemente porque ti-nham acesso a equipamentos maismodernos. Mau profissional ou ser-viço ruim existe em qualquer lugar.Há muito tempo que o nosso país jáestá no primeiro time da sono-rização mundial. Pronto, falei...
DEFORMAÇÃOAs leis de incentivo à cultura co-meçam a se deformar Brasil a fora.Partindo da boa idéia de financiara cultura e novos artistas, o con-ceito está virando uma nebulosamáquina de fazer dinheiro para al-guns governos estaduais. Além definanciar majoritariamente artistasque não precisam de financiamentoe com o pretexto de criar um caixapara financiar artistas sem expres-são e iniciantes, algumas leis esta-duais exigem que o interessado pa-gue ao estado um percentual adici-onal sobre o que ele já vai financiar.Tem taxa que chega a 25% do valorincentivado. Como todos sabem oque acontece com dinheiro na mãodo poder público, as empresas co-meçam a “amarelar” na hora de fi-nanciar novos projetos. Parece quea sede de fazer dinheiro não tem li-mites no nosso país.
NÃO DECOLAO vale-cultura tão comemoradoquando de sua aprovação pareceestar com dificuldades para deco-lar. Ainda não identifiquei o moti-vo, mas bem que o governo poderiadar um empurrãozinho na idéia eusar os próprios artistas para di-vulgar a lei que regulamenta a ma-téria. Uma oportuna manobra po-lítica na Festa Nacional da Música
de 2012 inseriu também a comprade instrumentos musicais e aces-sórios na lei. Mas isso parece tam-bém que ninguém notou...
ADEUSNico Nicolaiewsky, um dos criado-res da genial peça Tangos & Tragédias
foi um dos maiores músicos gaúchosde todos os tempos. Maestro, humo-rista, compositor e produtor, Nicoera uma usina de criatividade e ta-lento que, com sua partida, deixauma lacuna na música feita no sul dopaís. Das muitas entrevistas e con-versas informais, fiquei sempre coma impressão de que ele tinha uma ca-pacidade única de se renovar a cadadia. Há duas décadas toquei ao seulado numa festa da amiga em co-mum, a jornalista Lilian Reid, noRio de Janeiro. Com o também sau-doso amigo Cesar Conti na bateria,montamos uma banda de base para ogenial artista desfilar seu enorme ta-lento e generosidade para com osparceiros de palco. Noite inesquecí-vel para mim. O espetáculo Tangos &
Tragédias completaria 30 anos de su-cesso em 2014. O destino não quis ecom apenas 56 anos de idade levouNico para tocar no céu ao lado deLupicínio Rodrigues e Elis Regina.A música do Rio Grande do Sul cho-ra. Descanse em paz, maestro!
SAMPLERSPassadas quase três décadas dosurgimento dos samplers comoferramenta musical, os tribunaismundo a fora ainda patinam nasdecisões que envolvem direitosautorias sobre as obras parcial-mente copiadas. Uma rápida olha-da na jurisprudência dos tribunaisamericanos, os mais procuradospara dirimir esse tipo de lide, indi-ca que a matéria está longe de serpacificada. No Brasil, o problemacai na vala comum da bagunça queé a nossa legislação, se refletindonas decisões dos nossos tribunais.
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ouglas, vamos falar sobre o seuinício no áudio. Qual a sua forma-
ção, quais foram as empresas e bandasem que você já trabalhou?Parece que foi ontem, quando eu e os Dj’sPezão, Shedonay, Nego Sid, Mario Loko eoutros nos juntávamos nos finais dastardes de sábado apenas para ouvir músi-ca. Um trazia um toca-discos, outro ummixer, outro um amplificador e a brinca-deira virava literalmente uma festa.Quanto à minha formação, cursei até o
Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação
Profissões do
backstage’backstage‘R O B E R T O D A C O S T A
T É C N I C O D E M O N I T O R
DNesta série de entrevistas, cuja ideia é trilhar osbastidores de todas as produções aonde haja
profissionais trabalhando, seja ele do áudio ouiluminação, ou mesmo em funções que nunca
imaginamos que existam, mas que direta ouindiretamente estão ligadas ao dia a dia do
entretenimento, trazemos uma reportagem comDouglas “Dodo” Roberto da Costa e a profissão de
Técnico de Monitor.
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primeiro ano do ensino médio, fiz al-guns cursos, mas nada relacionado àmúsica, e no fim ela estava comigo: amúsica. Acabei envolvido com elamesmo nos bastidores. Trabalhei emalgumas empresas de áudio como SomTime, ZN Eventos, TukaSom, Jeffer-son Equipamentos, MBS, Up Som,André Som e Luz, Spessoto Eventos,mas na maioria delas como freelancer.Logo depois fui trabalhar com algumasbandas tais como Edson & Hudson,Du Casco, Jeito Moleque, Banda Épo-ca, Roger & Robson, Eder Miguel eatualmente com o cantor Belo.
Como você mesmo comentou, no iní-cio da carreira você foi DJ – naquelaépoca discotécario. Conte-nos algu-mas aventuras desse período.Nossa, tenho várias. Certa vez, tí-nhamos uma domingueira (baile) emum bairro afastado chamado Humai-tá, saímos com uma Kombi carregadade equipamentos de som e luz, e a ditacuja atolou porque a estrada era deterra e chovia muito. Tivemos quesair na chuva para desatolar, e comotodos sabem, o “Show não pode pa-rar”... Imagina como trabalhamos na-quela noite! Todos cheios de lama.
Mas não deixamos o povo na mão,mesmo com lama até os cabelos (ri-sos). Outra vez foi fazendo outro bai-le. Por algum motivo todas as altas(tweeter) do sistema queimaram nomeio do baile. Pensa em alguém (EU)no meio do povo trocando os reparos.
Como foi essa migração das festi-nhas para os shows com banda eequipamentos profissionais? Quaisforam os seus padrinhos que o inicia-ram no shows?Essa transição foi bem complexa, atéporque eu tinha a cabeça de DJ. Ou seja,só pensava em música, beats etc. Fun-damentos técnicos eram muito escas-sos, e neste recomeço conheci algumaspessoas, tais como o Bambu, atualmen-te trabalhando na Veritas; Luiz Juvenal,Marquinhos, Ricardo Santista, Ale-xandre – atualmente na Jefferson Equi-pamentos, que me ensinaram coisasboas, o básico. E o restante eu fui apren-dendo no dia a dia mesmo.
Nessa etapa, como era o seu co-nhecimento sobre os equipamen-tos? Você já tinha alguma base te-órica, ou tudo era um grande jogode armar?
Da esquerda para a direita, Paride S. (Gago), José (Zé Negão) e Douglas
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Como eu respondi na pergunta anterior,o meu conhecimento não era vasto –pra não dizer nenhum (risos) -, mas ha-via e há uma grande vontade de apren-der, de ouvir, de ler, como toda vez que proponho a fazer algo novo. Fico encan-tado com tudo, com sede de aprender eentender todas as coisas novas e o por-quê delas. Repare, era tudo muito novo:PAs enormes, muita amplificação, grid,bumper etc., toda uma nova nomencla-tura e tecnologia, o que me fascinou.
Houve um período turbulento em suavida, você poderia compartilhar oque houve e como superou esse mo-mento difícil?Houve sim, aos meus 18 anos de idade.Minha mãe me colocou para fora de casa,por causa de um grande amor que ela jul-gava ser eterno. Dormi alguns dias na rua,outros dias em casa de amigos, outros emum fundo de uma oficina que, quandochovia, parecia mais que eu estava do ladode fora. Comi comida estragada, tomeiconta de carro em porta de nitghclub(casa das primas, ou de tolerância) emtroca de um prato de comida, vendi cartãode estacionamento, lavei carro na ruaapenas com um balde (não sei como eufazia, pois hoje eu tento e não consigo -risos). Depois de quase 10 anos, a minhamãe me procurou, pois ela acabou desco-brindo que o amor da vida dela só queriasaber de beber e dar maus tratos a ela. Mereencontrou e me pediu ajuda, e hoje a aju-do da maneira que posso. Foi um períodoruim, mas graças a Deus passou.
Depois de superado os problemas,novamente pessoas o ajudaram evocê pôde literalmente dar uma gui-nada pessoal e profissional. Comofoi essa etapa?Cara, só tenho a agradecer. Na verdade,foram várias pessoas: minha ex-sograMíriam e seu esposo Dylan, DJ João(dormi na casa dele uns dias, mesmocontra a vontade da mãe dele); David,que me cedeu os fundos da oficina;Serginho, hoje motorista de ônibus queme trouxe várias vezes o que comer;
Adriana (Adrianinha), que me cedeu acasa dela para morar um tempo, e mui-tos outros. No lado profissional, sempretrabalhando à noite em casas noturnas edepois em locadoras, ai sim me encon-trei trabalhando com shows ao vivo.
Qual foi a primeira banda que o con-vidou para trabalho e como foi a ex-periência de estar do outro lado, olado do cliente?A primeira banda de expressão nacionalque me chamou para trabalhar foi a duplaEdson & Hudson. Eu estava totalmentecru, sem experiência alguma para lidarcom essa nova realidade, sempre monta-va o equipamento e aguardava o início eo fim de cada show, me sentia totalmentedeslocado na posição de “cliente”, mas aexperiência foi de grande valia para omeu aprendizado profissional.
Atualmente você está com o cantorBelo. Como surgiu o convite e comoé fazer o monitor para este artistaem particular?O convite partiu do ex-produtor doBelo e meu eterno amigo Carlos Cruz(Papai, Carlão) e Douglas Chagas -Iluminador na época que eu entrei naequipe - devido ao gosto pessoal do Belo.A produção viajava com 24 monitoresSM400, e a banda tinha alguns músicosrenomados, tais como Wilson Prateado(antes de aceitar o convite me falaram:
À direita, Celso (Celsinho)
”
“A primeira bandade expressão
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trabalhar foi adupla Edson &
Hudson. Eu estavatotalmente cru, semexperiência algumapara lidar com essa
nova realidade...
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o problema lá é o baixista - risos). Ejusto ele me deu muitos ensina-mentos. Aprendi com a convivên-cia a respeitá-lo como músico epessoa. Rick, batera na época; Lay-se Sapucay, Alexandre Lucas (Fan-sine), entre outros. Bem, voltandoao Belo, ele queria pressão no palco(SPL ao máximo), e com a logísticade produção atual das bandas emgeral, sobra pouco tempo para ali-nhar um sistema deste tamanho.Todos nós da estrada sabemos quequando o ônibus ou o avião atrasasomos nós da técnica que tiramos adiferença de horário. Resumindo,com a saída de um técnico re-nomado, do qual sou fã até hoje,passaram outros cinco técnicosantes de mim, me convidaram paraum teste e fui ficando. Parece quedeu certo. Fazer monitor para oBelo não é um bicho de sete cabe-ças, ele é bem direto: se estiverruim, ele fala. Se não falar nada, éporque está bom.
Falando de monitores, sempre fa-lam que 50% do trabalho é purapsicologia e 50% técnica. Vocêconcorda com essa máxima?Eu tenho algo a agregar nessa frase:50% técnica e 50% psicologia, paci-ência, atenção, amor pelo que se estáfazendo. Essa é a fórmula perfeita.
E você, pessoalmente, gosta maisde fazer PA ou Monitor e por quê?Eu, em particular, gosto de som,seja no PA, seja no monitor. Amomeu trabalho.
Com os avanços do áudio, inclu-indo mesas digitais, in-ears etc., avida de quem opera monitores fi-cou mais fácil?Eu, particularmente, adoro os aná-logicos, o som é indiscutivelmentemelhor. Porém, ficamos reféns dospen drives. No meu caso, nem sei oque seria de mim sem meu DSP(rack PM5D) e sem os in-ears (16transmissores e 20 body packs)com que ando hoje nessa tour.Muitas vezes tenho 2 shows nanoite, às vezes 3, já cheguei a fazer 4em um dia. Sem essa modernidade,isso seria quase impossível.
Para você, qual será o futurodos monitores?Eu acho que eles ainda continua-rão existindo, pois para o músico osom da caixa sempre será o som “dacaixa”. Ele pode até se adaptar aofone, mas o som da caixa é a suainteração com o ambiente, é uma
coisa inimitável. Já converseicom vários músicos e até hojenão ouvi nenhum deles dizer queprefere o fone.
Além de técnico de monitor deBelo, você acumula a função deProdutor Técnico. A seu ver, es-sas são tarefas compatíveis, umavez que o técnico de monitor temque ser multitarefa e lidar com si-tuações de crise ?Na verdade, eu já fazia este traba-lho. Mesmo sem ter o título de pro-dutor técnico, eu falava com algu-mas pessoas. Às vezes chegava maiscedo, assumia algumas responsabi-lidades, mas agora vejo as coisas deoutra forma também, mais um de-grau, mais um aprendizado. Acho,sim, que as funções se ligam, o téc-nico de monitor está sempre ligadoem tudo o que acontece no palco ecomo elas interagem no seu traba-lho, e produção tem muito disso.Fora o fato de ter que tentar dormircom celular e rádio ligados, tocandoa noite inteira (risos).
Nesses anos de carreira, qual oshow ou evento que representou
À direita, José Luiz (Ze Heavy)
Em Portugal (Lisboa) com Gilvan Pereira (Gil), à esquerda, e Carlos Cruz (Papai)
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Para saber online
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um grande passo em sua carreirae por quê?Na verdade tiveram vários e vou citaraqui dois momentos:Em um dos meus primeiros trabalhosna Jefferson Equipamentos, eu estavaresponsável pelo PA com uma MidasHeritage, a queridinha da firma. Eraum festival com três dias de show.Montamos e fizemos o primeiro dia deshows, fomos embora, colocamos lonaem tudo, como de praxe, até por que oevento era ao ar livre, e quando retor-namos no dia seguinte e retirei as lo-nas que estava sobre a console, tive aingrata surpresa de ver a mesa toda en-sopada, pois tinha chovido muito nanoite passada. Pense em uma pessoaque queria sumir. Pensei: ele (Jeffer-son) vai me mandar embora, e com ra-zão, pois eu faria o mesmo; mas não,ele me manteve e me ensinou muitasoutras coisas. Aprendi, neste dia, a darsempre uma segunda chance.Outra situação foi durante uma tourde uma artista consagrada nacional-mente. Estávamos fazendo três showsdireto sem dormir para não atrasarnada, eu e meu amigo, hoje meu com-padre Argemiro. Estávamos morren-do de fome, pois não podíamos nemparar para comer devido ao poucotempo para montagem e entrega doequipamento. Eis que veio um técni-co de monitor chamado Lazzaro di-zendo: hoje eu vou pagar a janta paravocês. Nós nem acreditamos. Imagi-namos que ele iria nos levar no cama-rim, o que pra nós já estava ótimo,mas depois de uns 30 minutos, che-gou um motoboy com 3 filés a par-megiana, o filé mais delicioso que jácomi (risos). Eu nunca vou me esque-cer disso, podem se passar mil anos.
Não pelo filé, nem pelo dinheiro, maspela atitude. Aprendi que todos so-mos amigos de estrada e quem está nalocadora ou na casa de show não émelhor e nem pior, é apenas igual amim, um colega de profissão.
O que falta ainda ao Douglas, paraque ele se torne um profissional ain-da melhor?Aprender sempre, pois aprendernunca é demais. Sempre ter a humil-dade de ouvir, de querer crescer, masnunca esquecendo de agradecer elembrar de onde vim. Sempre visan-do o futuro, mas nunca esquecendo opassado. Assim, agregando esses va-lores, tenho certeza que vou ser umapessoa melhor tanto na vida pessoalcomo na profissional.
Quais os seus planos para o futuro,onde você pretende estar daqui a 10anos, quais são seus planos profissi-onais e pessoais?Não me vejo em outra profissão que nãoseja ligada ao áudio, aos shows, talvezem outra vertente, TV, estúdio, grava-ções ao vivo, produção de eventos, ouaté mesmo de artistas. No pessoal, sóser feliz. Com tudo que Deus me derdaqui para frente já estarei no lucro,não peço nada, só agradeço a cada diatudo que Ele me proporciona.
REPO
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NO ROCK
SERTANEJO
le é conhecido no meio musicalcomo “Barriga”, mas não se trata de
um apelido: é seu sobrenome do meio.Reinaldo Barriga (ou Reinaldo B. deBrito, nome que aparecia em vários ál-buns dos anos 80), 64 anos, surgiu na eradas bandas de baile, passou de sapato altopelo rock brasileiro dos anos 80 (produ-zindo dos popstars Engenheiros doHawaii e Camisa de Vênus ao under-
E
Ricardo Schott / [email protected]
Fotos: Reinaldo Barriga / Divulgação
ground De Falla) e caiu na música serta-neja, como produtor e como composi-tor. Compôs sucessos como Festa de ro-
deio, gravada por Leandro & Leonardo.Em seu currículo estão dois Grammyscom Chitãozinho & Xororó (com osDVDs Clássicos sertanejos e Vida marva-
da). Esteve recentemente por trás delançamentos de nomes como PaulaFernandes e o novato Danilo Dyba, que
Músico, compositor,arranjador e
produtor, ReinaldoBarriga veio do
universo dos bailese fez faculdade norock, bem antes de
abraçar os sonscaipiras e
participar deverdadeiras
inovações no estilo.
NO ROCK
SERTANEJOcom os pés
Reinaldo Barriga no estúdio
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acaba de lançar o primeiro CD pelaUniversal e foi finalista do The VoiceBrasil - e permanece montando“maquetes” de grandes hits do serta-nejo em seu próprio estúdio, o Mara-cangalha. A Backstage bateu umpapo com ele e conta sua história.
Como começou sua carreira deprodutor musical e músico?A gente já nasce músico. Desde pe-queno eu já tocava e na adolescên-cia, tinha um conjunto de baile, OsMoscas. Fazia muitos shows e umdia tive a oportunidade de entrarnum estúdio para gravar uma de-mo. Gostei do ambiente. Até en-tão não tivera a oportunidade deentrar num estúdio de gravação,não tinha a noção de onde nascia amúsica. Vivia aquela coisa dos bai-les, onde a gente tocava e copiava,copiava, fazia cover. Resolvi que ti-nha que fazer algo naquele meio ecomecei a trabalhar como músicode aluguel. Trabalhei com arranja-dores importantes.
Isso foi em São Paulo?Não, eu nasci no Rio e ainda mora-va lá. Na época, com Os Moscas, eucomecei a trabalhar no programaSílvio Santos, que ainda era naRede Globo. Acompanhava os ga-lãs musicais que iam no programadele, como Antonio Marcos, Wan-derley Cardoso. O pessoal que hojeforma a banda do “Programa do Jô”acompanhava os calouros. Geral-mente o artista nem ensaiava di-reito e precisávamos trabalhar rá-pido. A gente chegou a gravarcompactos na RCA (hoje Sony) efazia bailes com repertório maisvoltado para o pop-rock: Procol-Harum, Led Zeppelin. Eu tocavaguitarra e violão.
Você chegou a ser empregado dealguma gravadora nessa época?Por volta de 1975, 1976, comecei atrabalhar na antiga Top Tape. Vi
que precisaria estudar mais sobrecomo funcionavam os estúdios,para começar a trabalhar direito.Fui gravar discos de gente comoChristian, Terry Winter, SteveMcLean, os brasileiros que grava-vam em inglês. Usávamos estúdioscomo o da Gazeta (em São Paulo) e
já usávamos um monte de novida-des tecnológicas. Ganhei muito di-nheiro com meu pedal wahwah, quecomprei na época (rindo). A TopTape lançava os discos da Motown eacabei conhecendo todo mundo dagravadora quando vieram ao Brasil,como os Jackson Five.
Você estava nos discos da AliceStreet Gang, entre 1975 e 1976,que foram grandes sucessos daTop Tape nessa época, certo?
Sim, sim. Esses discos foram mi-nha grande oportunidade, na ver-dade. Fazíamos releituras de hinosde times de futebol, de Na Baixa do
Sapateiro (Ary Barroso). Os arran-jos foram feitos pelo grande maes-tro Daniel Salinas. Um cara quemerece todas as honras. Foi um in-
centivo para mim e para toda umageração. Na época, o produtor des-ses discos teve um desentendi-mento qualquer lá na gravadora e,como eu já estava totalmente en-trosado com os arranjos, eu mesmoassumi a tarefa. Na época a funçãodo produtor era bem outra...
Como assim?Ele não precisava nem ser muitobom de música. Era um cara queficava sentado. Era quase como
Gostei do ambiente. Até então não
tivera a oportunidade de entrar num
estúdio de gravação, não tinha a noção de
onde nascia a música.
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Reinaldo Barriga em produção no estúdio
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um empresário, um coordenador, umafigura quase decorativa. Resolvi assu-mir e fazer diferente, metendo a mão.Os discos foram lançados no exterior,algumas músicas viraram temas deprogramas como Amaral Neto, o Repór-
ter (Globo). Algumas vinhetas e riffsapareciam lá. Depois disso, virei músi-co acompanhante.
Com quem mais você trabalhou?Pete Dunaway, Fabio Junior, SilvioBrito. Fiz demos do Fabio, como MarkDavis e já como Fabio Junior. Eu eramuito amigo dele nessa época, e ele e oSilvio Brito tinham um programa na TVTupi, o Halleluia (em 1975). A banda queos acompanhava no programa era OsMoscas. Também fiz outros trabalhos, co-mo o single Mylife, do Michael Sullivan.
Você esteve na RGE depois. Como foiessa fase?Depois que saí da Top Tape, migrei comum bom salário para a RGE e lá fazíamosde tudo. O Cazuza, com 18 anos, eradivulgador no Rio. Lembro dele com gar-rafa de uísque no bolso, naquela época! Fizde A a Z, incluindo aí Harmony Cats, Car-los Alexandre, Pedrinho Mattar, PatrickDumont. Nos anos 80 um amigo tinhauma banda de baile e, no coral, estavamDudu França, Ralf e um cara chamadoJessé. Ele tinha gravado em inglês comoTony Stevens e o sonho dele era gravarem português com o nome dele.
E ele gravou Porto solidão...Na época, faziam muito sucesso as ba-ladas do Queen, como We are the
champions. E Jessé tinha um potencialvocal absurdo, poderia fazer o mesmo.Recebi Porto solidão , que era umaguarânia de um compositor chamadoZeca Bahia (imita o andamento com avoz). Pegamos um piano e fizemosuma versão balada. Mandei o cassetepara o Guto Graça Mello no festivalMPB 80. Jessé entrou no festival e ga-nhou o prêmio de melhor intérprete.Tenho muita saudade até hoje do Jes-sé, que morreu em 1993.
Na sua época de RGE, você produziuo Batalhões de estranhos, segundodisco do Camisa de Venus (1985),que tinha o sucesso Eu não matei
Joana D’Arc. Como foi trabalhar comeles? Foi seu primeiro produto de rockdos anos 80, inclusive.Bom, o Camisa de Venus tinha sido con-tratado da Som Livre. O João Araújo eraaté amigo do Marcelo Nova (vocalista),gostava dele, mas não queria a banda lá.Eles acabaram indo para a RGE, que ha-via sido comprada pela Som Livre e erauma espécie de purgatório deles (risos).O que não dava certo lá, mandavampara a gente. Lembro que fui pegar abanda no aeroporto com um Fiat 147.Foi todo mundo apertado no carro, nemcabiam todos os músicos. O Marceloolhou para o Karl Hummel (guitarrista)e disse: “Tô achando que vamos ter pro-blemas com esse produtor” (risos). Nocomeço, foi complicado. Botei a bandapara tocar num estúdio super moderno.Achei o resultado muito ruim e chegueia falar: “Ah, vou embora. Não quero pe-gar esse trampo, não”. Mas depois entreina vibe deles e deu certo”.
Você ainda fez uma série de coisasna RCA, como De Fal la , Repl i -cantes, Engenheiros do Hawaii (aestreia Longe demais das capitais, de1986, e o sucesso A revolta dos
dândis, de 1987)...No fim dos anos 80 recebi o convitepara ir para lá. Na época, o rock brasilei-ro era um fenômeno: a CBS tinha oRPM, o Luis Carlos Maluly era o produ-tor. E foi ele quem me recomendou paraa RCA. Nos conhecíamos dos corredo-res das gravadoras. Virei diretor artísti-co e já havia alguns desgastes. Já diziam
Reinaldo acompanha Danilo Dyba
”
“O que não davacerto lá,
mandavam para agente. Lembro quefui pegar a bandano aeroporto comum Fiat 147. Foi
todo mundoapertado no carro,nem cabiam todos
os músicos
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que a BMG (gravadora alemã) compra-ria a RCA, o que de fato aconteceu.Acabei coordenando um projeto cha-mado Rock Grande do Sul, que virou umLP com cinco bandas: Engenheiros,TNT, De Falla, Replicantes, Garotos daRua. Foi um dos grandes momentos quepassei lá. Deixava que as bandas tocas-sem do jeito que elas eram. Os Repli-cantes tinham Surfista calhorda e a gen-te morria de rir. Como conduta musicaltambém era algo novo.
Conta-se que a gravadora aposta-va mais nos Replicantes e nos Ga-rotos da Rua, mas quem se deubem foram os Engenheiros...Sim. Eu achava o Humberto Ges-singer um gênio. Ele sempre foi um
cara meio ácido, meio jocoso. Todoseram meio toscos naquela geração dorock gaúcho, era uma coisa da perso-nalidade deles. Mas o marketing nãoera muito bem feito. O Humberto sa-bia já se posicionar e obter resultados.Tem que levar em conta que São Pau-lo, onde eu já morava, era mais uptodate e o Rio era mais Califórnia. NoRio, tinha o Miguel Plopschi, que vi-nha desse lance mais Fevers. Eles ado-ravam o Garotos da Rua no Rio. A ge-ração do Sul trazia referenciais com-pletamente diferentes para o rock na-cional. Depois veio o selo Plug. Cadabanda que tinha gravado no LP Rock
Grande do Sul gravaria um LP, entãoeram cinco álbuns. Passava o dia intei-ro gravando. Produzi bandas como DeFalla, o TNT.
E como começou seu envolvimentocom o sertanejo?Como eu havia trabalhado na RGE,tinha muito sertanejo que eu já fazialá. O primeiro que fiz foi Christian& Ralf. A gente trabalhava no seg-mento popular, que era coberto pelaRGE, Copacabana, Continental.Chitãozinho & Xororó eram expo-entes desse segmento. Comecei acompor algumas coisas, e fui ten-tando modernizar. Pus guitarra nosarranjos, isso foi começando a fazersentido para essa geração que já ti-nha uma produção mais bem cuida-da. Eu gosto muito de country mu-sic e fui pondo essa sonoridade nasmúsicas que fazia ou produzia. Aprimeira que compus foi Festa de
rodeio, que foi gravada pela duplaCésar & César em 1991 e, anos de-pois, por Leandro & Leonardo.Hoje, faço uma maquete da músicano meu estúdio em casa, o Mara-cangalha. Tenho aqui tudo que umbom estúdio precisa ter: bons mi-crofones, captadores. A coisa já saidaqui pronta.
O que você tem de equipamento noseu estúdio?Eu uso o Maracangalha mais comocomplemento de outros estúdios.Mas tenho o principal: microfoneNeumann U-87 com pré-amplifi-cador Manley Vox Box, Neve 9098e Pro Tools. E violões Martin eTakamine, guitarras Fender, Gib-son e Hofner.
Pus guitarra nos arranjos, isso
foi começando a fazer sentido para
essa geração que já tinha uma
produção mais bem cuidada.“
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CENTRALCENTRAL
experiência do músico Bruno Mar-cus, de 38 anos, vem do under-
ground carioca e das antigas fitinhascassete - e do gosto por criar, produzir,gravar e reproduzir com facilidade.“Adorava o ritual de pensar na arte, deescrever, gravar. Depois tudo evoluiupara CD e fui evoluindo junto”, explicaBruno, com passagens por bandas quefizeram história no circuito roqueiro deNiterói (onde mora) como I Believe InSanta Claus e Enzzo. Em 1999, ele pôsna rua o selo-estúdio Tomba Records -
A
Ricardo Schott
Fotos: Estúdio Tomba / Divulgação
abrigado na casa em que nasceu e foi cri-ado, no bairro de Santa Rosa. E, da inici-al produção de bandas novas e do desejode lançar novos artistas, outros objeti-vos foram surgindo durante esses 15anos de existência.Um deles é o de criar trilhas para o mer-cado corporativo que fujam da unifor-mização e tenham cara própria. “Queroque tudo que saia daqui pareça que te-nha sido tocado pela gente mesmo, enão baixado da internet, copiado e cola-do, como se vê muito por aí. Que não
de criação independenteO estúdio Tomba,
em Niterói, jáchega a 15 anos deexistência e é umausina de sons que
partiu dounderground e
chegou ao trabalhocorporativo.
Equipe de músicos da Tomba
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seja pasteurizado. Nas produçõesque fazemos, uso parceiros nossosque sabem entender vários tiposdiferentes de música. Fizemos umsamba de roda para uma empresada Bahia que tem mesmo cara desamba de roda”, conta ele, que tra-balhou como paisa-gista antes de abraçaros sons e o estúdio.Além de criador doestúdio e do selo (res-ponsável pelo lança-mento de artistas co-mo o rapper De Leve,que estreou em 2003e ganhou as páginasdos jornais), ele ain-da é sócio da GraveMusic, empresa debranding sonoro com a qual realizajingles para eventos como o FashionRio, e que se utiliza das instalaçõesdo estúdio. Das salas da gravadoraTomba saem também trilhas devídeos e muitas produções de artis-tas novos, num lugar bastante di-ferente e aconchegante - é umacasa de três andares, mas efetiva-mente só o de cima é usado para oestúdio. São duas salas de gravaçãoe uma sala técnica, tudo bastanteespaçoso. Há também um terraçoque é usado para alguns lançamen-tos de discos. O local ainda ofereceaulas de home studio, utilizando ossoftwares Cubase 5, Nuendo 4, ProTools 10, Reason 5, Vegas 8, Sound-Forge 9 e Ableton Live 8.”As pessoas quando vêm aqui cur-
tem bastante o astral da casa. É óti-mo poder usar esse ambiente. Sefosse imóvel alugado não daria, se-ria impeditivo”, conta. O fato de oestúdio estar em Niterói não é umproblema para que apareçam no-vos trabalhos. “Quem quer desco-
brir a gente, acaba descobrindo dequalquer jeito. E, por outro lado, àsvezes é bom não estarmos na bada-lação, estarmos meio escondidos.Quem mora em Niterói ou conhe-ce a área e quer um serviço bem fei-to, também chega aqui com facili-dade”. O trabalho de formiguinhaganhou fama, de início, a partir dohip hop: a Tomba lançou álbuns do
rapper De Leve e do grupo QuintoAndar, em 2003. Se o primeiro che-gou às páginas dos jornais, o segundoconseguiu lançamento em bancas dejornal por intermédio da finada re-vista do cantor Lobão, Outracoisa.“Não era nenhum objetivo nosso
trabalhar com hip hop, mas no co-meço era mais fácil, pois estávamoscomeçando e tínhamos poucos re-cursos. Eu usava uma mesa de somBehringer, um PC - PC mesmo,nem era Mac - que para a época erabom. Mas fomos aprendendo a tra-balhar com as limitações e com averdade musical, com a coisa artís-tica. Hoje há estúdios que têm até
Quero que tudo que saia daqui pareça que
tenha sido tocado pela gente mesmo, e não
baixado da internet, copiado e colado, como se vê
muito por aí (Bruno)
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Bruno Marcus no estúdioGilber T
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Lista de equipamentos
Pré-amplificadores
Canil Pro AudioReliquia (2 canais)
ART DPS II (2 canais)
ADA 8000_Behringer (8 canais)
Interface de áudio
RME Multiface - 24bits/96kHz
Compressor Bus Stereo By Pedro Garcia
Computador
Processador Core i5 2,90GHz
Memória RAM 8GB
Sistema de Gravação Pro Tools 10 e Nuendo 4
Monitores Vídeo LCD 20" e 19"
Monitores de áudio
TannoyReveal
Amplificadores para fones
2 Power Click f10
Power Click DB05S
Power Click 1 in x 4out
Fones
Stagg SHP4500
Stagg SHP3500
Behringer HPM1000
Amplificadores
Lanney ML100 (valve-guitarra)
Acedo 296 (valve-guitarra)
Meteoro RX100 (baixo)
Bateria
MapexVenus (22", 14", 12", 13", 16")
Instrumentos
Piano Digital Yamaha P-95
Guitarra Epiphone Wildkat
Baixo Washburn XB100
Guitarra Fender Squier
Violão Folk Cort
Piano Kemble
Banjo Rozini
Monitores de áudio
Tannoy Reveal
JBL S26BE
Microfones
01 - CAD Trion 8000 (valve)
01- AA CM87SE (Condencer)
01 - AKG C2000 (Condencer)
02 - MXL 603S (Condencer)
02 - Superlux PRA 268A (Condencer)
01 - AKG D112 (Dynamic)
02 - Shure SM 57 (Dynamic)
01 - Shure PG52 (Dynamic)
01 - Shure PG56 (Dynamic)
01 - Beyerdynamics TG-X47 (Dynamic)
01 - Superlux PRO 258 (Dynamic)
01 - Cascade Victor (Ribbon)
Festa de lançamento de cd na Tomba
Bruno Marcus Gilber Chavão, Paulinho Guitarra e Bruno Marcus
”
“Buscamossatisfazer a nós
mesmos e aocliente, mas
fazemos mesmo é oque pode ser melhor
pela música. Quetudo saia bastante
orgânico e bemfeito.
(Bruno)
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mais aporte financeiro do que o nosso, mas chegamos a re-sultados como os deles”, diz Bruno. “Buscamos satisfazer anós mesmos e ao cliente, mas fazemos mesmo é o que podeser melhor pela música. Que tudo saia bastante orgânico ebem feito”, completa.
O Tomba é um estúdio de gravação. O trabalho feito lá temo dedo de Bruno em todas as etapas. Não se trata de umestúdio feito apenas para servir de ensaio e de ponto deencontro entre bandas e artistas. “Desisti de estúdio de en-saio porque era só aporrinhação e destruição de equipa-
“Desisti de estúdio de
ensaio porque era só
aporrinhação e destruição de
equipamentos (Bruno)“
Sala de gravação da Tomba
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Para saber online
http://www.tombarecords.com
mento. Também já fui sócio de outro es-túdio com um amigo”, conta. Entre ume outro trabalho corporativo, Brunoaproveita para produzir artistas novoscomo Nino Navarro e o grupo DivâIntergaláctico. Ou amigos como GilberChavão, da banda Gilber T, que é umdos maiores parceiros que Bruno tem nahora de criar trilhas e jingles. “Trabalhotambém com uma DJ daqui de Niterói, aTatá Ogan”, diz Bruno, sempre prepara-do para brigar no mercado, como reza opróprio nome da sua empresa. “O nomesurgiu meio nonsense, mas me lembraaquela coisa de cair e não ficar lá, levan-tar. Depois um amigo criou a logomarcado João Teimoso, que tem a ver comisso: pode até cair, mas levanta. E nosrepresenta. Rolam dificuldades, masestamos na batalha”.
TOMBA ORQUESTRAO lado de lançamento de artistas da Tom-ba corre paralelo ao de trabalhos cor-porativos. “O selo foi ficando como umacoisa mais passional, de lançar amigos eartistas que eu curto. Invisto dinheiro naprodução de discos sempre que dá”, dizBruno. O próximo projeto da gravadora éa Tomba Orquestra, cujo primeiro álbumsai em janeiro. O time reúne músicos queforam importantes na história da grava-
dora e na trajetória pessoal de Bruno - no-mes como Sérvio Túlio, Mauricio Bongo,Gilber Chavão, Luciana Lazzuli. “Nossosom é inspirado em trilhas de filmes, que éuma coisa que eu adoro. Sempre quis meaproximar mais disso”, relata.
CENTRAL DE ARTISTASEntre os artistas que já usaram os serviçosda Tomba ou lançaram discos pelo selo,estão nomes como a banda feminina ca-rioca Doidivinas (cuja guitarrista, FlaviaCouri, toca baixo no Autoramas), DivãIntergaláctico, Nino Navarro, Seu Ma-druga, Coyote Valvulado. Além de BNegão e Black Alien, ambos ex-PlanetHemp. Bruno também tem seu trabalhosolo, que pode ser acompanhado emhttp://www.brunomarcus.com.br/.
Divâ Intergalático com Leonardo Rivera (selo astronauta, antepenúltimo na foto) e Bruno Marcus (penúltimo)
”
“O selo foi ficandocomo uma coisa
mais passional, delançar amigos e
artistas que eu curto.Invisto dinheiro naprodução de discos
sempre que dá(Bruno).
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experiente técnico de estúdio Mar-
cos Sabóia, atualmente, é respon-sável por mixar o PA do grupo Sorriso
Maroto, além de gravar e mixar o ma-terial do grupo desde o segundo ál-
bum. Com a tendência atual de os ar-tistas e gravadoras optarem por mui-
Alexandre Coelho
Revisão Técnica:
José Anselmo “Paulista”
Fotos: Arquivo Pessoal
Danielli Marinho / Divulgação
O tos CDs e DVDs ao vivo, as duas fun-
ções acabam se confundindo. Nadademais, para quem acumula 35 anos de
experiência profissional.Em seu caso, Sabóia usa a vivência em
estúdio no palco, e acaba, assim, che-gando a uma sonoridade bastante par-
O somDE CADA PA
O somDE CADA PADo pagode do Sorriso
Maroto ao rocksuingado do Rappa,
os técnicos MarcosSabóia e Ricardo
Vidal,respectivamente,
contam como buscamuma identidadeprópria na sua
sonoridade,trabalhando com
artistas tão diferentes.
Marcos Sabóia
45
ticular. “Sempre tento colocar to-dos os instrumentos bem definidos
e tenho a certeza de que é um somdiferente. Isso pode não ser um som
de PA, mas é assim que faço, devidoao fato de trabalhar há 35 anos em
estúdio. Não sei se é bom ou ruim,mas é diferente. Tento trazer o que
faço em estúdio para as minhasmixagens no PA”, explica.
Depois de trabalhar durante anoscom artistas da MPB, Sabóia enca-
rou o desafio de trabalhar com pes-soas que vinham da escola do sam-
ba. A transição não foi das mais fá-ceis, em função da resistência de al-
guns produtores da área. Mas o téc-nico acabou emprestando um pouco
da sonoridade que havia adquiridoda MPB ao samba.
“Quando comecei a mixar samba,tentei trazer o que eu sempre fiz nos
álbuns de MPB, e isso foi meio malvisto por alguns produtores. Tirei
um pouco do som do samba antigo
para ser mais pop, e isso foi um im-pacto muito grande para os ouvi-
dos”, conta.Há nada menos de 18 anos traba-
lhando com a banda O Rappa, o téc-nico de PA da banda, Ricardo Vidal,
já trabalhou com os grupos Reggae Be Razão Brasileira, e com a cantora
Wanessa, além de ter mixado o áu-dio do festival Planeta Atlântida.
Segundo Vidal, o que melhor definea sua sonoridade como técnico de
áudio é o fato de ele ter sido músicoe de já ter trabalhado em estúdio, o
que confere musicalidade às suasmixagens.
“O uso das baixas frequências noPA e os efeitos psicodélicos tam-
bém são características do meu som.Claro que cito esses aspectos devi-
do ao fato de eu estar há tanto tem-po com O Rappa”, justifica Vidal,
referindo-se à sonoridade da banda,que abusa dos graves e de efeitos em
seus shows.A adaptação a cada trabalho e estilo
musical, para Vidal, é algo simples deacontecer. De acordo com o técnico,
a melhor coisa a se fazer é procurarsempre conversar com o artista an-
tes de realizarem o primeiro traba-lho juntos. “Cada artista, um som.
Quando solicitado, eu vejo uma pos-sibilidade de colaborar, eu faço isso,
seja com efeitos, timbres, ou de qual-quer outra maneira”, ilustra.
Vidal admite que já foi solicitado amudar as características pessoais da
sua mixagem, para uma melhor ade-
quação ao som do artista, mas dizque esse é um fato raro em sua car-
reira, uma vez que a maioria dos ar-tistas com quem trabalha já conhe-
ce seu estilo. Tecnicamente, Vidalatribui sua sonoridade própria ao
fato de ter trabalhado em locadora,entre outros aspectos.
“Acho que tenho um diferencialpor toda a minha experiência na épo-
ca de locadora, onde tive a chancede observar diversos técnicos, mas
também pela musicalidade, a carade pau e por não ter medo de errar.
Quando comecei a mixar samba,
tentei trazer o que eu sempre fiz nos
álbuns de MPB, e isso foi meio mal visto
por alguns produtores (Sabóia)
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Eu adoro o que faço, principalmente
depois que desci do palco, já que eraartista, para ser ‘da graxa’. Eu sempre
quis trabalhar com música”, admite.Marcos Sabóia também já precisou
mudar sua forma de sonorizar um tra-balho, não pelo artista, mas pelo pro-
dutor, na época em que deixou de tra-balhar com MPB e passou a circular
pelo mundo do samba. “O samba tinhaum som antigo e já me falaram que mi-
nhas mixagens não eram boas. Sei quenão existe mixagem boa ou ruim, o que
temos são gostos diferentes. Então,tem espaço para todos”, acredita.
Para chegar ao som que é a sua marcapessoal, Sabóia diz que não tem nenhum
grande segredo. Na estrada, segundo ele,não usa nada demais, apenas não se sepa-
ra dos plug-ins da Waves. “A sonoridademuda da água para o vinho. Já haviam me
falado isso e não acreditei, mas é outracoisa. Devido a usar os mesmos plug-ins
no estúdio, é muito mais fácil de traba-lhar e achar o som ideal”, revela.
Sabóia conta que, na estrada, não costu-
ma levar nenhum outro equipamentopróprio. Já na sala de mixagem, ele usa no
master um compressor da SSL, e “es-quenta” o som com um Summing, da
Phoenix. Já Ricardo Vidal aposta nosefeitos analógicos, com os quais ele possa
mudar os parâmetros durante a operaçãode maneira musical. O técnico do Rappa
só não abre mão da sua Digico SD8, quelhe permite diversas maneiras de perso-
nalizar o controle do jeito que melhorlhe convém.
Na hora de alinhar o PA, Vidal usa umiPod e o velho SM58. Ele costuma mutar
as vias do processador, escutá-las separa-damente e, em seguida, vai abrindo os
graves, médios e as altas. Se necessário,faz algum ajuste de nível de saída entre
elas, alguma correção de frequência noequalizador e verifica a fase.
“Atualmente, está bem mais fácil dealinhar, com a evolução dos sistemas
de PA e com técnicos mais bem prepa-rados e equipados. O porte da banda
Ricardo Vidal
”
“Atualmente, estábem mais fácil de
alinhar, com aevolução dos
sistemas de PA ecom técnicos maisbem preparados e
equipados(Ricardo Vidal)
47
com que trabalho já filtra as loca-doras menos preparadas e equi-
padas. Tenho por costume usar sóum canal para o iPod, para não
acontecer de novo um fato curio-so e que me deu trabalho: o cabo
estéreo estava com defeito e eupensava que o problema era do
sistema. Agora, dou ‘play’ noiPod, escuto as minhas músicas
de referência e ando pelo ambi-ente para escutar em diversos lu-
gares. Depois, dou um ‘1, 2, 3, tes-tando som’ e por aí vai”, detalha.
Sabóia, por sua vez, conta que,normalmente, já encontra os PAs
alinhados pelas empresas res-ponsáveis pelo aluguel dos equi-
pamentos de áudio. Sua única in-terferência, de uma maneira ge-
ral, é pedir para o técnico da em-presa diminuir os graves. “Hoje,
há uma tendência muito grandede mixagens de PA com um grave
em excesso, e como venho de es-túdio, acho muito estranho. Mas
não desgosto não, só não faço nasminhas mixes de PA”, pondera.
Sabóia não é do tipo que tenhauma trilha preferida para compa-
rar o som do PA antes e depois dealinhado. Quando precisa lançar
mão desse artifício, usa um CDdo próprio Sorriso Maroto, por já
estar acostumado com o som dogrupo (gravado por ele próprio, e
que ele já sabe como soa no estú-dio). Além disso, pelo fato de tra-
balhar com um conjunto de sam-ba, para Sabóia, de nada adianta
usar um CD de música pop paraconferir o alinhamento do PA.
Ricardo Vidal, por outro lado,tem a sua trilha favorita para
checar o alinhamento do PA. Elecita a música General, da banda
gaúcha Ultramen, e a cantoraAlicia Keys, entre outras menos
cotadas. Já na passagem de som,atualmente, Vidal tanto passa
com os roadies quanto se vale dosoundcheck virtual.
“Antigamente era só com os roadies,mas agora, com a Digico, uso tam-
bém o virtual. Todos os shows sãogravados usando o UB Madi. Basta
um simples toque na tela e pronto:os artistas estão lá, à minha dis-
posição, e com a vantagem de quequem dá o ‘play’ ou o ‘stop’ sou eu.
Também me divirto com os fãs dabanda procurando o Falcão no palco
(durante a passagem)”, brinca.Marcos Sabóia lamenta não tra-
balhar com soundcheck virtual,mas diz que a passagem de som
com os roadies não compromete.“Depois que inventaram a mesa
digital, é muito difícil ter passa-gem de som com os músicos, que
dirá com os artistas. Mas façoquestão de passar o som com os
roadies todas as vezes. O alinha-mento da firma ‘A’ nunca é igual
ao da firma ‘B’. Então, como vouespetar meu pen drive e o som vai
estar igual ao do dia anterior? Open drive não faz milagres, apenas
te dá um ponto de partida bem
Ricardo Vidal
Em dezembro de 2013, completou
18 anos com a banda O Rappa. An-
tes, trabalhou durante três anos e
meio com a banda Razão Brasileira.
Também trabalhou com a cantora
Wanessa, na transição que ela fez
do sertanejo para o pop-rock e o
hip-hop. Participou ainda do Louco-
motivos, projeto paralelo do cantor
do Rappa, Falcão; e do Reggae B,
do baixista Bi Ribeiro, dos Pa-
ralamas do Sucesso. Paralelamen-
te, sempre trabalhou em estúdio
como técnico e como produtor.
Antes de trabalhar com esses artistas,
porém, atuou como gerente da em-
presa Viger, de Pelotas, e, antes dis-
so, como músico. Na época de loca-
dora, operou o áudio para diversos
artistas nacionais e festivais de músi-
ca no Rio Grande do Sul. Mixou o
áudio do festival Planeta Atlântida
para a RBS (rádio e TV) e para o
Multishow, onde também mixou o últi-
mo show do Exaltasamba.
Marcos Sabóia
Tudo começou por volta de 1977 no
estúdio do pai, Ed Lincoln, no Rio de
janeiro. Em 1990 foi convidado a tra-
balhar no estudio Impressao Digital
na Barra da Tijuca.
A partir daí, o trabalho com grandes
artistas começaram. Simone, Elba
Ramalho, Ze Ramalho, Adriana
Calcanhoto, Gal Costa, Tim Maia,
Ivete Sangalo, entre outros. Por volta
de 1996 começou a fazer shows para
o grupo Roupa Nova. Em 2002 foi
convidado a fazer parte do quadro
de técnicos do estúdio Tambor. “Lá
gravávamos de tudo e foi aí que caí no
samba. O primeiro álbum de samba
que mixei foi o grupo Revelação”. De-
pois gravou o Grupo Sorriso Maroto
no segundo álbum da banda pela
gravadora. “Com isso fui convidado a
mixar o PA do grupo e estou ate hoje
na estrada”. Paralelamente, Sabóia
tem uma sala de mixagem (Blue
Room) e atualmente está mixando o
DVD da cantora pop Anitta.
adiantado na passagem de som, evocê faz os ajustes finos”, ensina.
No fim das contas, cada qual com seumétodo de trabalho. Para Marcos
Sabóia o que vale é o técnico ter perso-nalidade. “Sempre falo isso: você pode
ter uma referência, admirar o trabalhode outros técnicos, mas nunca ficar
copiando. Crie algo novo”, sugere.Ricardo Vidal concorda. Segundo,
ele, não existe, por exemplo, umamaneira correta de timbrar um bum-
bo. Uns gostam mais grave; outros,mais agudo. Por isso, a importância
de o técnico ter sua identidade. As-sim, fica a cargo do artista ou do dire-
tor musical procurar aquele que me-lhor se encaixará no trabalho.
“Primeiramente, o técnico tem queconhecer a sonoridade que o artista
quer e perceber se a sua identidadeprofissional soma ao produto final.
No Rappa, cada show é diferente dooutro. A banda não é tão rígida em
tocar suas músicas como foram gra-vadas. E, além de tudo, tem os
dubs”, completa.
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ouco comum naquela época, porém
presente em todos os atuais mode-los de computadores da Apple, esse pro-
tocolo de transmissão de dados permitea comunicação a taxas de 10 Gbps (co-
nexão 12 vezes mais robusta que a Fire-wire 800 e 20 vezes mais que a USB 2),
resultando, entre outros benefícios,menor latência do sistema (1,1 ms.
operando em 96kHz/24 Bits), valoresreduzidos de buffer e maior quantidade
de instâncias de plug-ins operando si-
P
Luciano Freitas é técnico de áudio
da Pro Studio americana com for-
mação em ‘full mastering’
APOLLO TWINAPOLLO TWINANALÓGICO E DIGITAL
EMBALADOS PARA VIAGEM
No início de 2012,a Universal
Audio lança aApollo, a
primeira interfacede áudio
profissional domercado capaz dese comunicar com
os computadorespela porta
Thunderbolt.
multaneamente (quando comparada à
performance das comunicações Firewiree USB, protocolos geralmente utilizados
nas demais interfaces de áudio).No ano seguinte foi a vez de apresentar
ao mercado a Apollo 16, uma versão doequipamento que oferece o dobro das
conexões de áudio do modelo Apollooriginal, podendo operar em cascata (2
unidades) para alcançar 32 canais deentradas (não possuem pré-amplifica-
dores) e saídas analógicas simultâneas,
49
além de conexões digitais no formato AES/EBU. Paranão fugir à regra, a Universal Audio começa 2014 con-
quistando uma significativa fatia do mercado com a suanova Apollo Twin, uma interface compacta que oferece a
mesma qualidade sonora, bem como toda potencialidade,fatores que consagraram a família Apollo entre os profis-
sionais mais exigentes por um preço que cabe no orça-mento da maioria dos home-studios.
APOLLO TWIN
O grande diferencial das integrantes da família Apolloperante as outras interfaces existentes no mercado é a
sua capacidade de alimentar o processamento dosplug-ins com tecnologia UAD Powered (proces-
samento não compatível com plug-ins de outros fabri-cantes), operando de modo similar a uma placa
aceleradora de DSP (UAD, da própria UniversalAudio; PowerCore, da TC Electronics; Liquid Mix, da
Focusrite; Duende DSP, da SSL entre outras). Com omesmo poder (capacidade) de processamento de plug-
ins das placas dedicadas UAD 2 SOLO CORE (com
Apollo Twin - Aplicativo Console
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um processador SHARC 21469) e UAD2 DUO CORE (com dois processadores
SHARC 21469), respectivamente paraas versões da interface Apollo Twin
SOLO e Apollo Twin DUO, o usuárioterá acesso a plug-ins (nos formatos VST,
AU, RTAS e AAX64) aclamados pelaindústria do áudio profissional como re-
ferência na simulação (emulação) deprocessamento de sinal analógico. Base-
ados no conceito de modelagem física, osplug-ins UAD Powered são capazes de
reconstruir no mundo digital (virtual-mente) hardwares analógicos lendários
das empresas Neve, SSL, Pultec, Tele-tronix, Fairchild, Studer, Lexicon,
DBX, Roland, MXR, Harrison, EmpiricalLabs, Manley, Ampex entre outras, repro-
duzindo, além da sonoridade “quente” tí-pica desses equipamentos, seu comporta-
mento nas mais diferentes configura-ções. Acompanha os dois modelos da
interface Apollo Twin (SOLO e DUO)o pacote “Realtime Analog Classics”,
Apollo Twin - Plug-ins View
51
Para saber online
contendo as licenças dos plug-ins LA-2A, 1176LN e1176SE, Pultec EQP-1A e Real Verb Pro (demais li-
cenças podem ser adquiridas na webstore da UniversalAudio). Veja na tabela a quantidade de instâncias de
plug-ins que operam simultaneamente em cada mode-lo da Apollo Twin (valores referentes a uma sessão em
44.1 kHz/24 Bits - para sessões em 96 kHz divida os va-lores por 2 e para sessões em 192 kHz divida os valores
por 4). (veja a tabela anter)ior)Além dos tradicionais plug-ins que simulam proces-
sadores de sinal, a Universal Audio debuta na ApolloTwin a tecnologia UnisonTM, criando uma categoria
própria de plug-ins dedicados à modelagem de pré-am-plificadores clássicos. Ao invés de simplesmente fil-
trar frequências do sinal de áudio para aproximá-lo dascaracterísticas sonoras de um pré-amplificador famo-
so (como geralmente ocorre em outras simulações),essa tecnologia estabelece uma comunicação bidi-
recional entre o plug-in e o circui-to do pré-amplificador, permitin-
do ao usuário ajustar parâmetroscomo a sua impedância e a sua es-
trutura de ganho analógico paracoincidir com a do modelo de pré-
amplificador desejado. Inicial-mente, nesta categoria, a Univer-
sal Audio disponibiliza aos usuári-os das interfaces Apollo o plug-in
610-B, capaz de recriar virtual-mente a sonoridade do lendário
pré-amplificador valvulado LA-610, imortalizado em gravações de artistas como Van
Halen, Beach Boys e Frank Sinatra.Também está disponível no pacote que acompanha a
Apollo Twin o aplicativo “Console”. Com um visualsimilar ao encontrado nos mixers analógicos, este
aplicativo (software instalado no computador) permi-te ao usuário configurar todo o equipamento remota-
mente, ajustando seus níveis de sinal, panorâmicos, asferramentas dos pré-amplificadores, mandadas de
efeito (dois canais auxiliares) e para a saída de fones deouvido, além de possibilitar a inserção, em cada canal
de entrada (analógica ou digital) da interface, de atécinco plug-ins simultâneos (um deles com a tecno-
logia UnisonTM) no modo Realtime UAD Processing(tecnologia FPGA, a qual substitui, na interface
Apollo, o Live Track Mode, presente nas placas UAD).Neste modo, os plug-ins operam no sistema com a mí-
nima latência possível (independente da quantidadede instâncias inseridas, a latência do canal se mantém
fixa), atingindo um desempenho não encontrado emoutros sistemas nativos. Ou seja, agora é possível im-
primir nas gravações digitais as características sônicasde equipamentos analógicos como a dos gravadores de
fita Studer A800, equalizadores 1073 da Neve e com-pressores UREI 1176 entre outros sem qualquer nível
de latência perceptível (também é possível apenasmonitorar o sinal processado, sem que este seja regis-
trado no momento da gravação). O usuário ainda con-ta com o plug-in “Console Recall” que, com um único
botão, é capaz de recuperar toda a configuração utiliza-da na interface no momento da gravação de um deter-
minado projeto (proporcionando agilidade na mani-pulação de projetos similares).
Já na sua seção física (hardware), a Apollo Twin ofere-ce 10 entradas (2 delas analógicas, com pré-amplifica-
dores Burr-Brown PGA2500 para microfones e JFETna entrada de alta impedância + 8 digitais no formato
ADAT lightpipe) e 4 saídas (mais a dedicada aos fonesde ouvido) de áudio simultâneas. Os canais analógicos
oferecem, individualmente, Low Cut Filter (filtro de
passagem de altas frequências), inversor de polaridade(1800), alimentação phantom power (+48 volts), Pad
(-20 dBs) e a função “Link”, que vincula os ajustes dosseus parâmetros. A tecnologia de conversão e a preci-
são dos medidores de sinal empregados na ApolloTwin derivam do famoso Conversor 2192 da Universal
Audio. Operando em taxas de até 192 kHz/24 Bits, aApollo Twin oferece conversão A/D que permite obter
uma sonoridade natural, aberta e transparente (poden-do o usuário “colorir” artisticamente o sinal utilizando
os plug-ins Realtime UAD) e uma meticulosa conver-são D/A, que traduz toda a clareza, profundidade e pre-
cisão na reprodução dos sinais captados.
Mais informações sobre o equipamento podem serconseguidas com o seu importador oficial no Brasil:www.quanta.com.br
... a Universal Audio debuta na Apollo Twin
a tecnologia UnisonTM, criando uma categoria
própria de plug-ins dedicados à modelagem de
pré-amplificadores clássicos.““
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ravar sessões de bateria é uma tarefaque demanda bastante tempo, en-
volvimento e um estúdio bastante equi-librado e preparado. Técnicas de mi-crofonação, kits de bateria de boa quali-dade, afinação são alguns dos fatores quehoje fazem com que alguns produtoresutilizem samples de bateria para produ-ções em vez de gravar sessões específicas.Obviamente, gravar um set real para umprojeto é diferente de programar numaDAW, mas os resultados de programaçãopodem ser bem convincentes.Com tudo isso em mente, o Logic Pro Xincorporou o Drummer como um recur-so que, se bem utilizado, pode criar re-sultados bem realísticos, considerandoque as performances disponíveis são re-sultado de gravações com os bateristastop de mercado, utilizando recursos deestúdio de alto nível.
Abra o Logic Pro X e logo na entra-da ao abrir a janela New Tracks, es-colha Drummer (Figura 1). Duas re-giões de bateria são criadas automa-ticamente (Figura 2).
GEntre váriasnovas
funcionalidadesdo Logic Pro X,
algumas sedestacam por
trazer umagrande agilidade
na vida dosprodutores. ODrummer, um
baterista virtual,traz uma série de
inovações paraquem quer ter
trilhas de bateriadinâmicas, e sem
ter queprogramar tanto.
Vera Medina é produtora, cantora,
compositora e professora de canto e
produção de áudio
DRUMMERVAMOS DESVENDAR O QUE É E PARA QUE SERVE!
Figura 1
Figura 2
Figura 3
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Vá para a janela do baterista e, clicandosobre a foto, vários outros bateristasaparecerão como opção de estilo (Figu-ra 3). Você poder escolher opções de ba-terista do mesmo estilo (Figura 4), ouvocê pode optar por outro estilo e bate-ristas no menu de estilos (Figura 5).
Escolha uma região e os parâ-metros do Drummer se ilumina-rão (Figura 6). Vamos executar al-gumas alterações. Continuandono mesmo estilo e baterista, épossível escolher primeiramentevários presets na coluna Presetsno painel do Drummer. Já o painelseguinte possui 4 variáveis e fun-ciona como um eixo x,y, possibili-tando ajustar 2 parâmetros de exe-cução: Volume (Loud para cima eSoft para baixo) e Complexidade(Simple para a esquerda e Complexpara a direita). Faça alguns testes everificará que a onda de áudio daregião selecionada vai se alterandoconforme a localização da bolinhaneste eixo. Ao lado, ainda no paineldo Drummer, temos a seleção daspeças. Aquelas que estão sendo to-cadas aparecem iluminadas e pos-suem variações. Tente mudar osajustes nas peças e veja o resultadofinal. E totalmente à direita do pai-nel, podem ser ajustados Fills eSwing. As opções de Fill são beminteressantes para ajustar sua ex-tensão e complexidade, procuretestar várias posições. Cabe ressal-tar que estas alterações podem serexecutadas em tempo real, ou seja,você pode ajustá-las numa per-formance ao vivo, tornando a exe-cução bastante dinâmica.Cabe ressaltar que cada projetopode conter apenas uma pista doDrummer. Se você já tiver umaem seu projeto, ao clicar em NewTracks, a opção do Drummer esta-rá desativada (Figura 7).
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
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Ao mudar o baterista de sua perfor-mance, aparecerá um menu com a se-guinte mensagem:“Changing the drummer will replace changes
you have made to the regions settings on this
track. To keep these changes, select ‘Keep
settings when changing drummers in the
Presets pop-up menu in the Drummer Edi-
tor’.” (Figura 8 e Figura 9).Isto significa que, ao mudar o baterista, asmudanças que possam ter sido feitasnuma região serão desconsideradas. Paramanter as alterações efetuadas é necessá-rio escolher a opção “Keep settings when
changing drummer”, ou seja, manter asconfigurações ao mudar de baterista, nopop-up de Presets na janela do editor doDrummer. Assim como você só pode teruma pista de Drummer funcionandopara um projeto, esta trilha só pode con-ter um baterista, mas vários presets econfigurações podem ser aplicadas emtempo real, ou na produção.Para visualizar o conteúdo da região,clique sobre a região e aperte a tecla Z(Zoom). Você terá uma visualização se-melhante à Figura 10. Note que nestaregião temos o Kick, Snare e Hi-Hat ati-vos. Na figura, a representação gráficado Bumbo e Caixa (Kick e Snare) apare-ce na região inferior, enquanto a repre-
sentação do Hi-Hat aparece acima. Vejana Figura 11 como a representação ficadiferente se o Snare for desativado, dei-xando somente o bumbo. É possívelfatiar regiões, lembrando que, sempreque fizer isto, o final de cada parte serápreenchido com um Fill. Basta alterar obotão de Fills e você poderá fazê-lo de-saparecer ou mudar sua complexidade.Ainda, você pode adotar configuraçõesdiferentes em cada região (mantendo o
mesmo baterista), mas alterando estilose demais parâmetros. Sugiro que vocêutilize cores diferentes para regiões di-ferentes para facilitar sua visualizaçãodo projeto (Figura 12).
Figura 8
Figura 9
Figura 10
Figura 11
Para saber online
www.veramedina.com.br
Figura 12
”
“Assim como vocêsó pode ter uma
pista deDrummer
funcionandopara um projeto,
esta trilha sópode conter um
baterista, masvários presets e
configuraçõespodem ser
aplicadas emtempo real, ou na
produção
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utras, que já vêm habilitadas, são deextrema importância conhecermos
para garantir um bom funcionamentodo Pro Tools. Neste artigo, vamos a-prender mais sobre as principais prefe-rências do sistema.
Organização de plug-insPor padrão, plug-ins são organizados deacordo com sua categoria. Eq, Dyna-mics, Reverb e assim por diante. É umbom ponto de partida, mas para quemtem muitos plug-ins de outros fabrican-
tes existe uma opção mais conveniente.Na aba “Display”, temos a opção “Orga-nize plug-in menus by” (fig. 1) e alte-rando a opção para “Category & Manu-
OO Pro Tools é
repleto de opçõesque são habilitadas
de fábrica parafacilitar o contato
inicial dousuário, porém, são
bem-vindas nasmãos de usuáriosmais experientes.
facturer” teremos uma lista organizadatambém pelo fabricante. (fig. 2).
Colorindo Markers
Marker é uma ferramenta essencialnum projeto que tem como premissa aorganização da sessão.Ainda na figura 1, podemos habilitar afunção “Always Display Marker Colors”e sua visualização torna-se melhor ain-da, pois cada trecho apresentará umacor diferente.
Cristiano Moura é produtor, en-
genheiro de som e ministra cur-
sos na ProClass-RJ
PREFERÊNCIAS DO
PRO TOOLSOPÇÕES QUE VOCÊ PRECISA CONHECER
Fig. 1 - Organização de Plug-ins e Markers
Fig. 2 - Lista organizada de plug-ins
57
Para saber online
http://cristianomoura.com
Configurando tipos de Fade comSmart Tool
Com a função Smart Tool ativa-da (fig. 3), é possível criar fadein, fade out ou crossfade exata-mente no clip se o mouse estiverno canto superior esquerdo, su-perior direito ou inferior es-querdo, respectivamente.Porém, o padrão do Pro Tools é cri-ar um fade linear (chamado tam-bém de “equal gain”), que quasenunca é o ideal.
Na aba Editing podemos ajustarisso. Principalmente o crossfade,vale a pena alterar para a opção“Equal Power” (fig. 4).
Mantenha seu EQ e Compressorpredileto por perto
Para quem tem um equalizador ecompressor predileto e que seja usa-do na maioria das situações, é bomdeixá-lo mais acessível. Na aba“Mixing” existe a opção “DefaultEq” e “Default Dynamics”.Uma vez selecionado, eles estarão logono início da lista de plug-ins. (fig. 5).
Suppress Automation “Write
to...” WarningsUsuários do Pro Tools HD tem aces-so à função Manual Write, que acele-ra e muito o processo de automação.O problema é que, por padrão, oPro Tools sempre vai enviar umacaixa de diálogo perguntando sevocê quer mesmo executar a fun-ção. Isto é importante, pois depen-dendo do contexto, este processopode deletar toda a automação quejá foi escrita.Depois de pegar experiência comesta função, vale muito a penadesativar este aviso, já que ele setorna irrelevante e dispersivo sevocê já domina bem a função.
Garantindo uma cópia no Au-dio Files
Ao arrastar um áudio pelo Win-dows Explorer, Finder ou Workspa-ce, por padrão, o áudio continua nolocal original e apenas um link é fei-to no Pro Tools. A idéia é que o pro-cesso seja o mais ágil possível.Porém esta não é a opção mais segu-ra. Como os arquivos não são copia-dos para a pasta Audio Files, se ousuário simplesmente copiar a pastada sessão num HD e tentar levarpara outro estúdio, por exemplo, elaestará incompleta e o Pro Tools iráacusar que arquivos estão offline.Por via das dúvidas, pode-se confi-gurar o Pro Tools de outra forma, for-çando-o a sempre fazer uma cópia doáudio na pasta Audio Files e, destaforma, todos os arquivos da sessãoestarão sempre num local único.
Para isso, na aba “Processing”, acio-ne a opção “Automatically Copy Fi-les on Import”.
Backup SeguroPela questão acima e muitas outras,recomenda-se usar o comando SaveCopy In para fazer um backup, aoinvés de simplesmente copiar a pas-ta da sessão para seu HD de backup.
O Elastic Audio nosso de cada dia
Se você é usuário frequente doElastic Audio, recomenda-se ati-var a função “Enable Elastic Au-dio on New Tracks”, localizada naaba “Processing”. Desta forma, to-dos os tracks novos de áudio virãocom Elastic Audio habilitado.
Click nosso de cada diaA mesma coisa acontece com oclick. Se o Pro Tools está sendousado num ambiente de produçãomusical, pode-se estipular para oPro Tools criar sessões novas jácom o Click Track. Para isto, acessea aba “MIDI” e habilite a função“Automatically Create Click Tra-ck in New Sessions”.Sem dúvida, existem muitas outraspreferências que devem ser levadasem consideração.Recomendo investir um pouco doseu tempo de estudo por dia paratentar conhecer aos poucosmais preferências.Abraços, e até a próxima!
Fig. 3 - Smart Tool
Fig. 4 - Crossfade Equal Power
Fig. 5 - Eq e Comp sempre a mão
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ABLETON LIVE
o invés de levar para o palco cente-nas de quilos em equipamentos,
basta um Laptop competente.O ABLETON LIVE já oferece uma
gama de RACKS prontos...
Abra o programa, clique no triângulocinza no alto à esquerda, Instruments.
A
ABLETON LIVE
Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor,
sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de
Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee
College of Music em Boston.
- Instrument Rack (seta vermelha) e ar-raste para o MIDI Track e use à vontade!Mas nós queremos os nossos Racks comnossos plug-ins de instrumentos e efei-tos, não é mesmo?!Clique com o mouse (e mantenhaclicado) no ícone Instrument Rack e ar-
INSTRUMENT RACK
A capacidade doAbleton Live em
agrupar instrumentos(plug-ins) e efeitos em
cadeia (chain) paraformar um multi-instrumento comefeitos e patches
personalizados, ondevocê pode desenhar
sons em camadas(layers), fazer divisão
de teclado (splitpoints) no velho estilo
Modulo Rack, é umsonho realizado para
muito músicosperformáticos.
Instrument - Instrument Rack
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raste como mostra na imagem (po-de arrastar para qualquer MIDItrack também).Agora nós temos um InstrumentRack vazio, pronto para receber seusplug-ins de instrumentos ou efeitos.
O que acontece agora é que vocêpode agrupar seus plug-ins simples-mente arrastando um por um paraaquele local indicado no círculo.
Cada plug-in terá os seus parâmetrosindividualmente preservados ondepoderemos mapeá-los, e programarautomações com MIDI devices.Muito bem. Agora arraste qualquerdos seus milhares de plug-ins (hehe... eu sei!) e clique nesse ícone queparece uma ferramenta (chave)para esconder o plug-in. (Seta ver-melha ao centro embaixo).
Claro que vamos discutir só a fun-cionalidade do Instrument Rack, obom gosto em suas combinações éuma assunto pessoal.
Bem, esse é o nosso pequeno Rack, evamos começar a explorá-lo.Primeiro, vamos apertar esse botãoKEY bem no centro do lado do Vel.Aha!! Interessante, hein?!Aqui programamos a tessitura decada instrumento e, arrastandocom o cursor do mouse, a partir doscantos dessa barra verde, estipula-se onde, no seu teclado ou con-
trolador, determinado som come-ça a tocar. Como padrão, a progra-mação vem em camadas (layers),mas você pode precisar fazer com-binações (splits), divisões para oseu som. Como já fiz, arrastando abarra verde do primeiro plug-in(Jupiter8) da esquerda até o C3.Aqui esse plug-in só começa asoar a partir do C3. O outro soa oteclado inteiro.Agora aperte o Botão VEL, deVelocity...Aqui você pode determinar a quevelocidade e a que sensibilidadeseus instrumentos ou sons começa-rão a soar. Nesse caso, o primeiroplug-in só começa a soar a partir dosValores (Velocity) 56~96. Em qual-
Drag Rack
Instrument Rack
Drag mais um instrumento
Jupiter
Janela Rack
Key
Velocity
Cada plug-in terá os seus
parâmetros individualmente preservados
onde poderemos mapeá-los, e programar
automações com MIDI devices
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Para saber online
Facebook - Lika Meinberg
www.myspace.com/lmeinberg
quer parâmetro fora dessa grade elenão funciona, não toca. Esse é um bomtruque para Sample ou efeito que vocêqueira que soe somente a determinada
pressão (56~96). Os valores MIDI degrade vão de 0~127.Agora aperte esse botão indicado pelaseta vermelha.
MACRO!!Aqui você pode fazer uma automaçãointerna do seu Rack ao mapear esses bo-tões a parâmetros específicos: DeviceON/OFF, por exemplo!!Selecione o plug-in que você desejamapear (em azul no caso).Clique nesse ícone MAP (centro dolado direito do nome Instrument Rack)Repare os espaços prontos para ma-peamento (em verde). Agora siga aseta vermelha e, com o botão direito,clique nesse ícone (uma janela seabre) e selecione Map to Macro 1(como mostra a imagem).Após o mapeamento, você pode co-mandar pelo seu Controler MIDI es-ses botões programados para ligar edesligar seus plug-ins (melhor doque simplesmente mutá-los, pois,assim, não se usa processamento daCPU do computador).Clicando com o botão direito em
cima do botão mapeado (Device On –primeiro da esquerda), você pode fa-zer um ajuste fino nos parâmetros dagrade e especificar a que ponto entre
0~127 (valor MIDI) o device entraem funcionamento.É evidente que esses macros podemser utilizados para automatizar qual-
quer parâmetro automatizável dosseus devices, e o limite é a sua capaci-dade criativa e, claro, a qualidade doseu equipamento.Paramos por aqui com esse tutorial ealerto que o assunto CHAIN seráabordado em matéria específica sobreEffects Rack. Aguardem.Boa sorte a todos!
Macro Botton
Map to Macro
Device Mapeado
PROD
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s caixas NS-10 da Yamaha (eu con-fesso que tenho um par delas) são
provavelmente o sistema de monito-ração mais utilizado de todos os tempos.Desde home studios até os maiores (emais caros) estúdios do mundo utilizamesse sistema. Apesar de serem amplamen-te utilizadas, ainda estão longe de ser umsistema com resposta totalmente plana.As NS-10 ressaltam bastante as frequên-
A cias médias. Veja no gráfico abaixo como aNS-10 é tudo, menos uma caixa plana,tendo uma acentuação considerável naregião entre 1.000 Hz e 2.000 Hz:Todas as caixas, assim como as NS-10,têm a sua curva de resposta. Isso signifi-ca que não existe o sistema perfeito.Então como fazer para termos uma refe-rência de monitoração que seja confiá-vel? A resposta é: tenha mais de um
REFERÊNCIAS NA MIXAGEM
MONITORAÇÃORicardo Mendes é produtor,
professor e autor de ‘Guitarra:
harmonia, técnica e improvisação’
Uma das coisas maisimportantes para uma
boa mixagem é amonitoração. A verdade
é que cada caixa desom tem as suaspeculiaridades.
Nenhum modelo soaigual a outro. E isso
pode ser umaarmadilha na hora de
avaliar uma mixagem.A caixa de monitoração
ideal seria uma quereproduzisse
exatamente o sinal quesai da workstation, não
adicionando colorido(graves, médios ou
agudos) algum. Masainda não existetecnologia para
produzir um sistema dealto-falantes que seja
absolutamente flat. Porisso é comum, ao ouviras nossas mixagens em
outro sistema demonitoração, encontrar
erros que nãopercebemos enquantoestávamos mixando.
NS10 Curva
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sistema de monitoração. Chequesempre a sua mixagem em mais deuma fonte de monitoração. Se vocêpuder observar, mesmo que sejaatravés de fotos, os maiores e me-lhores estúdios do mundo temmais de um sistema. Normalmentevocê irá ver um par de “near-field”(monitoração próxima) – sendo asNS-10 as campeãs de audiência, mastambém outras como as MackieHR824, Yamaha HS80, DynaudioDBM50, Genelec 8050B, dentre vá-rias outras –, porém você também iráconstatar outras caixas maiores,normalmente embutidas na pare-de do estúdio. Estas caixas são bemmais potentes e são chamadas de“main monitors” (aqui no Brasilchamamos de som de cliente, porque são potentes e ao colocarmos osom alto, o cliente fica impressio-nado). No entanto não é uma boaideia fazer uma mixagem toda em
cima deste sistema. Alguns estúdi-os também têm sistemas “mid-field”, que ficam entre as near-field e as main monitors. Outros
estúdios também utilizam uma pe-quena caixa Auratone, que podeser usada em mono ou estéreo.É verdade que nem sempre pode-mos dispor disso tudo em nossoshome studios, mas podemos nosutilizar da lógica de raciocínio
que os estúdios grandes usam. Voupassar para vocês como resolvi oproblema aqui no meu: eu tenhoum par de NS-10, um de HS-80,
um de HHB Circle Five, um par decaixas de computador Creative,um headphone AKG K240 e ou-tro AKG K44.O meu estúdio, e acredito que amaioria dos home studios tam-bém, não tem espaço para um main
É verdade que nem sempre podemosdispor disso tudo em nossos home studios, maspodemos nos utilizar da lógica de raciocínio queos estúdios grandes usam
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64 monitor daqueles de fazer tremer o chão.Mas eu sinto falta de ouvir a mixagem àdistância. Para isso coloquei as HHBCircle Five mais afastadas e com o volu-me um pouco mais alto, simulando o“som de cliente”. Na verdade, neste casoeu não estou buscando volume para ba-lançar a casa, mas sim escutar como amixagem está soando ouvida um poucomais de longe. A HHB acaba funcionan-do como um “mid-field” para mim. Parao near-field eu tenho as NS10 e as HS80,mas a verdade é que eu uso as HS80 paragravar e editar e “guardo” as NS10 para amixagem. Praticamente faço toda amixagem nas NS10 porque sou muitoacostumado a elas, mas sempre estouchecando a mix nas outras caixas.Qual é o grande dilema que se instaura?Eu nunca escuto o que eu realmente gos-taria de escutar. Por exemplo: se eu acharque a equalização das guitarras comoverdrive estão boas nas HS80, prova-velmente sentirei um excesso de médi-os quando mudar para as NS10. Se euachar que o baixo está no volume certonas Creative, quando eu passar para asNS10 ele vai estar um pouco alto, e sepassar para as HS80, ele vai estar muitoalto. Como as HS80 têm corte de baixas
no seu painel traseiro, eu cortei para queela se aproximasse um pouco das NS10.Quando já estou considerando a mixa-gem finalizada ainda dou uma conferidanos headphones. O AKG K240 é maispreciso e ressalta bem os agudos. Já oK44, um modelo bem mais barato, émenos agudo. Ouço também nos dois.Os headphones são muito bons parachecar a distribuição do estéreo, poiscada lado é isolado um do outro. O mes-mo não acontece com as caixas de som,que, à medida que nos afastamos da fon-te, o som de estéreo vai se tornandogradativamente em mono.Assim vou tentando ajeitar a mix paraque ela soe bem em qualquer um dos sis-temas. Fica fácil perceber que se fizer-mos uma mix “perfeita” ouvindo ape-nas um sistema de monitoração, ela nãoestará perfeita ao trocarmos para outrosistema. O meu próximo projeto vai serpuxar um cabo para a garagem mandan-do a minha mixagem para o som do car-ro e ouvir como ela fica dentro do carro.No próximo mês, vamos falar sobre ouso de referências.
Para saber [email protected]
”
“Os headphones sãomuito bons para
checar adistribuição do
estéreo, pois cadalado é isolado um
do outro. O mesmonão acontece comas caixas de som,
que, à medida quenos afastamos da
fonte, o som deestéreo vai se
tornandogradativamente em
mono
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CAPTADORES
ikola Tesla é o famoso físico, enge-nheiro mecânico e elétrico, inven-
tor e cientista que desenvolveu o siste-ma de eletricidade simples e a modernacorrente alternada (AC). Além de tercriado um sistema de distribuição deenergia livre e gratuita para a humani-dade. Mas como isto foi abafado pela“história”, deixemos este fato para ou-tra ocasião. Nos tempos de hoje, Tesla étambém o nome da logomarca de umaempresa asiática de captadores e afins.
N
TESLA
Criada em 2002 a partir das experiênciasde um sul-coreano aficionado em eletrô-nica e instrumentos musicais de corda,que desde 1972 desenvolvia protótiposartesanais de captadores em sua própriaresidência, a Tesla está rapidamente sedesenvolvendo e expandindo seu mer-cado com escritórios na Europa, Améri-ca do Norte e Brasil.Nossas facilidades, aqui no Brasil, co-meçam com Glauco Campestre, umatencioso e bem falante pequeno em-
Jorge Pescara é baixista, artista da
Jazz Station e autor do ‘Dicionário
brasileiro de contrabaixo elétrico’
Hora de fazer umupgrade no
instrumento. Aprimeira questão
que nos vem àmente para melhoré: a sonoridade! Enisto os principaisfocos são os pick-
ups! Há váriasopções no mercado,para todos os bolsos
e gostos. Entãopegamos uma
marcainternacional
recém-chegada aomercado brasileiro
para descrever atransformação desom de seu baixo
para melhor.
Captador Tesla VR-MM4 Polivalente
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Corona
Humbuckerow Tesla AH-1
presário que di-rige a Tuning GuitarParts (www.teslapicku-ps.com.br), em Americana, umabucólica cidade do interior paulista.Lá, nosso anfitrião divide-se entre aTesla e a Gotoh (empresa de hardwarepara guitarras e baixos), atendendo lo-jistas e luthiers nas suas encomendas.Os pick-ups de baixo elétrico contémmodelos para 4, 5 ou 6 cordas (como alinha Corona e a VR com suas diversasvariantes, por exemplo), uma linha decaptadores diversificada, abrangendodesde os passivos clássicos (jazz bass,strato etc.), passando por captadoressoapbars, de baixa, média e alta im-pedância, além de passivos e ativos demodelos diversos. Cada qual com suaparticularidade de timbre, sonoridade,impedância, número de cordas abran-gidas, e por aí vai. Na parte das guitar-ras a Linha Plasma, seguida pela VRcom seus single coils, contracenamcom seus irmãos humbuckers de mes-mos nomes. Tudo isto na linha passiva,pois quando o assunto é captadores
ativos há outras variadasopções para baixo
e guitarra
com sonoridade surpreendentes. Ou-tros hardwares que a Tesla fabricasão dampers, ou abafadores de corda(ideais para manter a definição eclareza do toque, ao abafar as cordasna região anterior do headstock),além de um modelo de pré-amplifi-cador ativo com 3 bandas de equa-lização e um pedal de boost para en-venenar o som dos instrumentos.Os captadores que a Tesla oferece abran-gem a gama de formatos e tipologia dosmais requisitados e utilizados no mundo.Com tal disponibilidade e preços que pa-recem ser bem competitivos, pode seruma pedida e tanto pro final de ano,dando um upgrade sonoro em seubaixo predileto.Vejamos uma breve descrição de al-gumas das opções disponíveis nomercado brasileiro. *Os modelos de-monstrados são para baixos elétricos de4 cordas, porém as especificações técni-
cas (afora as dimensões) são as mesmaspara 5 ou 6 cordas.
Todos os captadoresda linha Tesla sãocuidadosamente fa-bricados com enro-lamento Formvarcopper wire, possu-em 5 pólos magné-ticos de Alnico euma bobina de fi-bra de carbono re-
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Tesla AH-1
Paschalis 4Bass Tesla VR-MM4
coberta. Na cor preta. Ideal para:rock, jazz, blues, pop ou country.
VR-B1
Este single coil proporci-ona a sonoridade originalvintage dos anos 1960 noestilo Jazz Bass.O pickup tem um graveprofundo e um claro, bri-lhante e suave agudo.
VR-B4
Produz tons poderosos eabundantes em ampla fai-xa de frequências. Estecaptador estilo Jazz Bass é
recomendado para a posição próximo àponte por conta da potência sonora.Ótima opção para ser usado em conjuntocom o VR-B3 na posição do braço.
VR-MM4
Humbucker especialmente desenhadopara baixos modelo Music Man StingRay4-String Bass, apresenta 5 pólos magnéti-cos expostos embaixo de cada corda combalanceamento otimizado em tom e som.Conecte um par de VR-MM4 em série sepreferir um profundo e pesado som grave,ou a original ligação em paralelo para so-noridades mais leves.
CORONA-B1
Este pick-up tem uma sonoridade tradi-cional aliada a um eficiente sistema in-
Para saber online
http://jorgepescara.com.br
terno redutor de ruídos o qual produzum som brilhante e balanceado. Oscaptadores são totalmente vedados eblindados para não sofrer influência deruídos externos.O Opus-JB é um Jazz Bass Single Pickup,que possui um único e caloroso timbre-resultado de sua confecção e bobina-mento 100% feita à mão. As posições deponte e braço são posicionadas em oposi-ção para criar cancelamento de ruídosquando usados em par.No atual mercado mundial, altamentecompetitivo, há sempre que se inovar e tra-balhar cada vez mais para manter e abrirespaço. Com um atendimento de prontaentrega e a manutenção permanente docontato com os clientes, a Tuning GuitarParts já, de cara, mostra a que veio. Querexperimentar novas possibilidades sono-ras, com custo acessível e objetividade?Tesla é a resposta… Tuning Guitar Partsé a solução! Paz Profunda .:.
VR-B3
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DINÂ
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CRIAÇÃO ECRIAÇÃO EPRODUÇÃO MUSICALPRODUÇÃO MUSICAL
eunindo 1.300 alunos de todas as re-giões, o CIVEBRA é um dos maiores
evento de educação musical do paíscom disciplinas diversas nas áreas demúsica erudita, música popular, jazz,produção musical, educação musical,práticas de conjunto, regência, musica-lização etc. Ao todo, 80 professores na-cionais e estrangeiros proporcionaram,durante 12 dias, um ambiente educaci-onal e artístico que tomou conta detoda a cidade com apresentações diáriasgratuitas e abertas ao público.
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Marcello Dalla
Fotos: Divulgação
Este ano, Marcello Dalla conferiu umconteúdo essencialmente prático à suadisciplina “Criação e Produção Musi-cal” com técnicas de microfonação egravação. “Procurei abordar as princi-pais situações de gravação aplicandotécnicas diversas de adaptação a ambi-entes favoráveis e desfavoráveis. Tive-mos um “estúdio-laboratório” em salade aula”, falou. A empresa Midi House,por iniciativa de seu proprietário Beni-valdo Júnior, montou a sala de gravaçãoe forneceu os difusores e painéis acústi-
Seguindo atradição anual,aconteceu maisuma edição do
CursoInternacional
de Verão deBrasília (36ºCIVEBRA),
realizado de 14a 26 de janeiro
de 2014.
NO 36º CURSO INTERNACIONAL DE VERÃO DE BRASÍLIA
Foto 1 - Aulas sobre tipos de microfones
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cos fundamentais para o ambientede trabalho. A empresa Matrix –de propriedade de Denis Torre –forneceu um arsenal de ótimosequipamentos incluindo microfo-nes, pré-amplificadores classe A,monitores e amplificadores de ins-trumento, além de 2 assistentes
(Galego e Maurílio). “Enfim, tudoo que precisávamos para nossos 12dias de aprendizado intenso. Quan-do tínhamos metade do curso trans-corrido fomos convidados pelo di-retor da Escola de Música de Bra-
sília, Maestro Ayrton Pisco,para gravar o concerto da Or-questra Sinfônica dos alunosdo 36º CIVEBRA”, completouMarcello Dalla.Uma das aulas teóricas sobreconstrutividade e tipos de mi-crofones, deu todo um embasa-mento teórico como prepara-ção para a prática (foto 1).A foto 2 mostra a sessão emCubase 7.5 da gravação de voz
projetada para os alunos na sala deaula para que visualizassem todos oprocedimentos na workstation.Uma webcam foi colocada no estú-dio para simularmos a situação degravação à distância, como se a can-tora estivesse em outra cidade, porexemplo. O sistema VST Connect
permite este tipo de interatividademesmo com outras workstationscomo Pro Tools e Logic.A foto 3 mostra a gravação do duode violino ( Gustavo Fechus ) e vi-olão (Gustavo Souza). “Uma situa-
ção de performance ‘ao vivo,valendo take 1’ onde lidamoscom características deste tipode gravação, com os vazamen-tos entre microfones e o equi-líbrio com a sonoridade doambiente”, explica Dalla. Noviolino, o Studio Project T3(Condenser valvulado) e oRoyer 121 (fita). No violão,uma formação muito utilizadaem gravações de estúdio: AKG414 ULS posicionado na jun-
ção braço/corpo, ligado ao préAvalon 737 e um par de Shure SM81. “Gravamos em Cubase 7.5 to-dos os canais em 96 KHz 24 bits ena mixagem dos microfones ob-servamos nossas opções de sono-ridade trazendo mais de um ou deoutro. Somente quando necessá-rio aplicamos alguma equalização.Na gravação, os músicos executa-ram Choro Pro Zé do compositorGuinga. Os arquivos de áudio denossas gravações estão disponí-veis no Facebook: cubasebrasil”,completa Dalla.Na foto 4, Oswaldo Amorim emperformance no baixo elétricopara a aula de captação de instru-mentos amplificados. Com umShure SM57 no amplificador, ob-servam-se elementos importantesna construção do timbre do instru-mento, como o efeito de proximi-dade (ênfase das frequências gra-ves), ataque e mudanças com o des-locamento em relação ao eixo do
alto-falante do amplificador.A foto 5 mostra a gravação da violacaipira do aluno Pedro em técnicastereo MS (mid-Side). O SM 57(Mid) e o AKG 414 (Side) propor-cionaram uma sonoridade rica e
Foto 2 - Sessão em Cubase 7 da gravação de voz.Detalhe da web cam do sistema VST Connect
Foto 3 - Duo de violino (GustavoFechus) e violão(Gustavo Souza) em gravação
Uma webcam foi colocada no
estúdio para simularmos a situação de
gravação à distância, como se nossa cantora
estivesse em outra cidade
““
Foto 4 - Performance do Baixista OswaldoAmorim em nossa aula prática de gravaçãode instrumentos amplificados
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trouxeram a assinatura da sala de grava-ção ambientando a viola naturalmente.Em meio às práticas de estúdio, surgiu oconvite do diretor da Escola de Músicade Brasília, Maestro Ayrton Pisco, para
o desafio de gravar a Orquestra Sinfôni-ca dos alunos do CIVEBRA. “Conteicom o apoio de Carlos de Andrade, daVisom Digital (Rio de Janeiro), e deGetsemane Silva e André Uesato da
TV/Rádio Câmara Brasília. A Visomnos cedeu um maravilhoso microfoneestéreo Schoeps em configuração ORTF,fabuloso para gravação de orquestras queveio diretamente do Rio para o teatro da
Escola de Música em cima da hora damontagem pelas mãos de Renata Dalla ede Hervé Huré. A Rádio Câmara nos ce-deu 4 microfones Neumann U87, trêsdos quais utilizamos na técnica DeccaTree e um na cobertura da sessão dos bai-xos. Além disso, tivemos como reforçoem nossa equipe de alunos o apoio de 4
Foto 7 - Com os alunos e a harpista Arícia Ferigato
posicionando os mics na harpa
Foto 8 - Orquestra se posiciona. Microfones de cobertura das seções são conferidos e ajustados
Foto 5 - Gravação de viola caipira em MS (Mid-Side). Aluno: Pedro Augusto
Foto 6 - Montagem do Decca Tree com 3 NeumannU87 da Rádio Câmara
”
“Foram montadosdois sistemas comCubase 7.5. Duas
estaçõesindependentes
gravando um totalde 16 canais em
redundância. Ouseja, dois
computadoresgravando os
mesmos 16 canais
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Com Vagner de Oliveira, montagem dos 2 sistemas
Cubase 7,5, gravação de 16 canais comredundância (duas máquinas independentes)
técnicos da Rádio e TV Câmara: Fideldos Santos, Tony Ribeiro, Delcy e Gil-son Teixeira. Vamos então aos deta-lhes”, explica Dalla.A foto 6 mostra a montagem da con-figuração Decca Tree, muito utilizadana gravação de formações orques-trais. Três microfones Neumann U87
Detalhe dos microfones de cobertura. Regência:maestro Ricardo Rocha
Os dois sistemas Cubase 7,5 gravando
Palestra sobre acústica: Júnior, Midi House
chaveados em omnidirecional for-mando um triângulo atrás do maestro(60 cm) e acima dele (aprox. 2 me-tros). Entre os 2 microfones da basedo triângulo, distância de 2 metrose 1,5 metros, entre eles e o microfo-ne vértice.Na foto 7, os alunos e a harpistaArícia Ferigato posicionam os mi-crofones na harpa. Cobertura funda-mental para completar o trabalhodos microfones estéreo.
Foram montados dois sistemas comCubase 7.5. Duas estações indepen-dentes gravando um total de 16 ca-nais em redundância. Ou seja, doiscomputadores gravando os mesmos16 canais. Esta configuração permite
confiabilidade, pois, em casode qualquer falha de um siste-ma, o outro continua gravan-do. “Não queríamos correr ris-cos em um concerto ao vivo,sem direito a take 2 e com lon-ga duração”, enfatiza Dalla. Nafoto 8, a Orquestra se posicio-na. Neste momento, já com osistema de gravação funcio-nando e com o roteamentodefinido, foram ajustadas asposições dos microfones decobertura. Detalhe dos mi-crofones estéreo em relaçãoà orquestra.Espero que tenham curtido amatéria. Os áudios, vídeos efotos do que descrevemosaqui estão no Facebook ate-
liedosom ou cubasebrasil.
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omo engenheiro de PA do BlackSabbath por um longo tempo, Greg
Price sabe dos desafios enfrentados acada noite. “É heavy metal, então nãoserá a coisa mais agradável para os ouvi-dos se não for feito da maneira correta,”declarou. “Tento me manter focado nasorigens da banda e ser fiel ao som deles.Quero preencher o espaço entre os fãsmais antigos da banda, que a seguem pordécadas, e os fãs mais jovens, que tambémsão significativos. Esse é o desafio de tra-balhar com um grupo que está por aí hámais de 40 anos”, ressaltou Price.Isso significa oferecer a mais alta quali-dade de som para garantir que todos, jo-
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Fotos: MRossi / Divulgação
vens e antigos, curtam uma excelenteexperiência em áudio. “Até mesmo emespaços para 85 mil pessoas ou mais,quero que todos sintam como se estives-sem na sala de casa”, apontou. “Essa éuma turnê mundial, o que significa queeu não estou sempre utilizando meu PAfavorito, pois não vamos carregar umsistema completo pelo mundo por doisanos. Nós utilizamos o que está disponí-vel na região e eu estou satisfeito por usaro sistema VTX em São Paulo. Estou sem-pre feliz em trabalhar com a Gabisom”,obervou o engenheiro de som.O sistema principal de PA do show reuniuum total de 108 VTX V25 full size array,
BLACK SABBATH AGITA
Lenda viva nomundo do heavy
metal, o BlackSabbath está emturnê sem pausa
por quase dois anose, recentemente,
tocou para umpúblico de 77 mil
pessoas no Campode Marte, em São
Paulo. Para oevento, a empresa
Gabisomdisponibilizou os
line arrays JBLProfessional VTX eVERTEC, além dos
amplificadoresCrown I-Tech HD.
ALTO ALTO
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SÃO PAULO COM SISTEMA VTX30 VTX S28 subwoofers, 40 G28subwoofers empilhados com noveVERTEC full size line array parapreenchimento frontal e alto-fa-lante VT4889. Todos os alto-fa-lantes VERTEC foram utilizadoscom o JBL V5 DSP. Os amplifica-dores Crown I-Tech 12000 HD e4x3500 HD reforçaram o sistema.Price recentemente gravou e mi-xou o DVD de um show da banda,que será lançado em breve, e re-produziu esse som no sistema VTXdo show de São Paulo. “Quando eucoloquei no VTX, descobri algunselementos que nunca tinha ouvido
antes. Senti como se tivesse volta-do ao estúdio, isso mostra comopude escutar cada detalhe presen-te,” afirmou.
Price escutou pela primeira vez osistema VTX nos escritórios daMaryland Sound em Baltimore,onde o presidente da Maryland
Quando eu coloquei no VTX,
descobri alguns elementos que nunca
tinha ouvido antes. Senti como se tivesse
voltado ao estúdio (Greg Price)
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E BOM E BOMRock and rollRock and roll
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Sound, Bob Goldstein, e o experienteengenheiro Ken “Pooch” Van Drutentocaram algumas faixas ao vivo doshow do Linkin’ Park, que Van Dru-ten mixou. “Nós estávamos escutan-
do em um espaço muito grande e eusenti como se estivesse ouvindo em umpar de monitores de estúdio. Eu nãopude acreditar quão detalhado e limpoo som do sistema VTX era”, disse.Price também comentou sobre aconsistência da performance doVTX independente do ambiente.“Nós estávamos em um ambientedescoberto no show em São Paulo ea variedade de condições climáti-
cas pode impactar a qualidade dosom, mas não impactou nada comesse sistema”, apontou. “O DiretorAssociado da JBL Profissional, PaulBauman, fez um trabalho incrível
com o VTX”, salientou.“A equipe daGabisom está entre as melhores domundo no que eles fazem. O show emSão Paulo foi um dos melhores showsque eu já fiz em meus 38 anos demixagem”, completou Greg.
Nota da redação: a reportagem foielaborada com base nas informaçõesapuradas junto à assessoria de im-prensa da Harman do Brasil.
Ozzy durante apresentação em São Paulo
Banda está há 40 anos na estrada Sistema VTX agradou engenheiro de som da banda
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GOBO ZOOM PROJECTORwww.projetgobos.com.br
Leve, prático, e de fácil locomoção, com controleDMX, o projetor de gobos, GOBO ZOOMPROJECTOR, chegou para facilitar sua vida, ali-ando qualidade com praticidade, para a projeçãode nomes ou logomarcas em seus eventos. Tam-bém muito utilizado em iluminação arqui-tetural, para projeções em vitrines e lojas.
LINHA MACwww.martin.com
A linha MAC, da Martin, apresenta precisão, versatilida-de, uma paleta de cores líder de mercado e uma mistura uni-forme para o desenvolvimento das aplicações mais exigen-tes, oferecendo brilho e perfeição. Combinando uma im-pressionante potência em LED RGBW com tecnologiaóptica de ponta, garante o desempenho confiável da marcacom resultados superiores. Destaque para os modelos MACViper Profile, MAC Aura e MAC 101.
XLED 250 SPOT E XLED 336 BEAMwww.proshows.com.br
A PR trouxe ao mercado brasileiro de iluminação uma du-pla para fazer a diferença: o XLED 250 SPOT e o XLED 336BEAM. O 250 SPOT é de LED com tecnologia CBT 90W,possui 11 canais DMX e tem disco de gobo com 11 gobos. Jáo XLED 336 BEAM vem com vantagens incomparáveiscomo 36 LEDs Osram 3W, 16 canais DMX e ângulo deabertura de 8°. Ambos são excelentes para iluminação de-corativa e casas noturnas, pois são compactos, super leves,rápidos e de alto brilho, além do baixo consumo de energia.
XP 5R BEAMwww.proshows.com.br
O XP 5R Beam, da ACME, impressiona desde oprimeiro momento. Com um design moderno ecompacto, esse Beam com lâmpada Phillips MSDPlatinum 5R possui 17 gobos, 14 cores dicróicas,ângulo de raio de 3,8° em 20 metros de projeção,além de material plástico resistente ao fogo. Des-tacam-se ainda como suas características filtroFrost, strobo com ajuste de velocidade desse efei-to, controle DMX 20/19/16 canais, foco eletrôni-co, efeito “shaking” super rápido e consumo deenergia de 290 watts.
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orna-se inquestionável a evoluçãodos diodos emissores de luz – ou
LEDs, como são conhecidos - nas últi-mas duas décadas. Se o século 21 inicioucom uma maior participação dos LEDscomo fontes alternativas de ilumina-ção, limitadas em potência e comporta-mento luminoso, atualmente, LEDsmais evoluídos e aprimorados estãopresentes de maneira decisiva e defini-tiva em diversos instrumentos de ilu-minação cênica, em praticamente todasas manifestações artísticas e culturais –nas apresentações teatrais, espetáculosde dança, shows e festivais musicais, en-tre outros eventos.A diversificação desses instrumentos,originalmente identificados pelas ca-racterísticas únicas e obtidas somentecom o uso de lâmpadas halógenas oulâmpadas de descarga, são atualmentedesenvolvidos de forma exclusiva como uso de lâmpadas LEDs.
T
CENÁRIOS E TENDÊNCIAS NA
Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-
tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design
de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisa-
dor em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Gra-
duação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.
Surge assim o conceito de iluminaçãoecossustentável ou iluminação respon-sável (relacionada à questão da respon-sabilidade ambiental). A filosofia quecontempla a busca de soluções para aredução dos impactos ambientais sesoma à necessidade de eficiência ener-gética, fundamental para projetos deiluminação cênica, pela redução doscustos e também dos riscos.Nesse contexto, dois cenários se desta-cam: por um lado, a indústria oferece erapidamente produz uma diversidade emultiplicidade de equipamentos e ins-trumentos de iluminação com LEDs.Inicialmente, houve uma produção deprojetores reduzida em modelos e mar-cas, e a desconfiança era inversamenteproporcional à aplicabilidade.Mesmo com as premissas destacadas naúltima edição da Backstage (E os LEDsentram em cena – e nos palcos!!! – Edi-ção n.º 231 de fevereiro de 2014), e com
Na últimaconversa, a
evolução dos LEDsera apresentada
como umaconsequência
natural nodesenvolvimento
tecnológico dasfontes de luz
usadas nosinstrumentos de
iluminação cênica.Teriam os LEDs
conquistadodefinitivamente omercado e o setor
de eventos culturaise musicais? Nesta
coluna, serãoidentificados
alguns cenários (emtodos os sentidos do
termo) e algumastendências para os
projetos deiluminação cênica.
CÊNICACÊNICAILUMINAÇÃOILUMINAÇÃO
PARTE 1
81
muitas vantagens, uma parcela domercado – aqui analisada pela com-posição dos projetistas e as empre-sas fornecedoras – lentamente assi-milou essas perspectivas para a ado-ção dos instrumentos exclusiva-mente constituídos por fontes deiluminação com LEDs.As principais vantagens se resu-miam na diversidade de cores e fa-
cilidades de operação, principal-mente pelo uso do protocolo DMX512. Isso conduziu muitos doslighting designers a buscarem,com essas condições, percepçõesadequadas e adaptadas às caracte-rísticas e particularidades dos ins-trumentos com LEDs.Assim, neste primeiro cenário,pode-se analisar que o mercado
ainda não assimila as inovaçõescom a mesma velocidade que a in-dústria produz.Por outro lado, há redução nas des-vantagens – ou fatores que impediamo uso de instrumentos com LEDs, emampla escala -, e maior aproximaçãodas inovações de forma a atenderemas expectativas e necessidades doslighting designers. Nesse contexto,como requisito elementar, atual-mente os LEDs possuem Índices deReprodução de Cores (IRC) comvalores mais próximos àqueles ob-tidos com lâmpadas halógenas emelhor eficácia. Como exemplo, aOsram Sylvania lançou em 2012 aULTRA HD Professional SeriesLED, linha de lâmpadas PAR comIRC 95. Como exemplo, os mode-los PAR 38 com esse IRC estão dis-poníveis nas temperaturas de corde 2700K e 3000K.Em outro exemplo prático, a em-presa italiana L.D.R. - Luci dellaRibalta – lançou em 2013 um re-fletor elipsoidal (modelo ALBA-18/36) com lâmpada de 200WLED (formada por um LED Array– matriz de LEDs, arranjados deforma otimizada e com métodos
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Figura 1: Palco da “360º Tour” do U2 – Soluções ecossustentáveis; resultados impressionantes
Figuras 2-3: Espetáculo do Ballet Raymonda no Vanemuine Theatre (Tartu, Estônia). Projeto de palco com 52 Refletores do tipo Elipsoidal ALBA18/36 da L.D.R.
Fonte
: L.D
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definidos para o melhor direciona-mento e intensidade luminosa), dura-bilidade de 50 mil horas e IRC superiora 90 – com resultado similar àqueleproduzido por uma lâmpada incan-descente halógena, além de controleDMX integrado. (figuras 2 e 3)Assim, na outra ponta, as avaliaçõespassam também pela viabilidade técni-ca, financeira e operacional. A indús-tria deverá trilhar um caminho quecontemple instrumentos com me-lhores respostas de brilho, eficácia nadimerização (controle de intensida-de, com suavidade e respostas maislentas) e com custos mais acessíveis.Nesta perspectiva, nota-se claramen-te que a necessidade de desenvolvi-mento dos instrumentos tradicionaistambém deve ser considerada. Não háperspectivas de substituição total daslâmpadas tradicionais pelos LEDs,pois a evolução daqueles recursos tam-bém se faz presente na atualidade, comconsiderável redução no consumo (emrelação a lâmpadas mais antigas), e as-sim maior eficiência energética.
OUTROS CENÁRIOSEm princípio, foi esse o raciocínio quemuitos desenvolvedores tiveram aoproduzirem os primeiros projetores dotipo PAR com LEDs, ao mesmo tempoem que os primeiros Moving Headscom High-Power LEDs também foramconstruídos. As características princi-pais deveriam ser preservadas, parauma melhor eficiência energética pro-piciada com esses dispositivos.Neste segundo cenário, a absorção dasinovações é também conduzida pelaspercepções dos lighting designers apartir das respostas que a indústria eseus produtos fornecem, e também deacordo com as regras do mercado.Outros aspectos também podem e de-vem ser considerados. O Brasil já seconfigura em “parada obrigatória” paramuitas turnês internacionais, com pro-duções onerosas e uma infinidade de es-tilos, estruturas e propostas de “cenári-os” múltiplos – no que se refere apenas
às questões de iluminação cênica -, al-gumas mais simples e outras extrema-mente complexas. Com isso, o mercadonacional rapidamente se atualizou, e asprincipais empresas fornecedoras deequipamentos e serviços de iluminaçãoatendem às demandas dessas produ-ções. Às produtoras, o atendimento dosrequisitos e demandas dos shows inevi-tavelmente contempla custos (além deuma carga tributária exagerada) que sãotransferidos aos expectadores, o queatribui com isso os elevados valores deingressos (mesmo que tais valores nãosejam justificados).Assim, outros cenários “mercado-lógicos” também surgem e acompa-nham as dinâmicas e evoluções deuma sociedade, mesmo que muito he-terogênea, cada vez mais informada emais exigente para determinados gru-pos que também “consomem” a ilu-minação cênica como um elementodiferenciado e um fator decisivo naaquisição do ingresso de um show.Com essa análise, o direcionamentodos esforços do mercado tambémconduz as produções (assim comoprodutoras, fornecedores e profissio-nais diversos) a atenderem necessida-des e demandas, identificarem opor-tunidades e, principalmente, anteci-parem tendências.Estas últimas também se estabelecemem (pelo menos) duas direções: na pri-meira, projetos que contemplem as so-luções ecossustentáveis, prioritaria-mente. Neste caminho, a responsabi-lidade ambiental e outros princípios(tais quais a redução da emissão de car-bono) podem estar alinhados às neces-sidades conceituais e ideológicas dasdemandas por iluminação cênica. Al-gumas bandas e artistas se manifestam(inclusive contratualmente) de ma-neira favorável a esta realidade.Na outra direção, a possibilidade depura criação, e amplo uso dos recursosexistentes. Se este caminho pudesse serdividido, ele teria duas convicções emmente: a primeira, conduzida pelo re-pertório do lighting designer, e todos os
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elementos a ele atribuídos (experiência,conhecimento, capacitação, influênci-as). Nessa condição, o uso de instrumen-tos convencionais e tradicionais se mis-tura às novidades do setor. A relação de-sempenho versus eficiência energéticatambém fará parte do processo criativo,adquirindo maior participação confor-me a evolução tecnológica dos instru-mentos de iluminação proporcione osmesmos resultados esperados.Para a segunda convicção, a busca in-cessante de novidades e inovações daindústria e do mercado. À primeira(indústria), a capacidade de produzirnovas e mais diversificadas opções –inclusive, para novos formatos e ma-teriais empregados. Ao segundo (omercado), a capacidade de absorçãonessas novidades e oferta desses re-cursos, para venda e locação.Com essas inovações tecnológicas,relacionadas ao desenvolvimento denovos instrumentos de iluminação –ou de novas fontes de iluminação - ena produção de painéis de projeção,novos conceitos surgem (e surgirão).Para os instrumentos, com novas per-cepções e constante aprimoramento.Isso ficou mais evidente nos últimoscinco anos, com diversas tecnologias,
tais como lâmpadas de plasma, SmartLEDs e outros dispositivos e pesquisascom o auxílio da nanotecnologia.Para os painéis, pelas possibilidades decriação incrementadas com a evoluçãodo mapeamento de pixels, diversifi-cando as possibilidades no controle deintensidade e dinâmicas de exposiçãoe composição dos projetos de ilumina-ção cênica. Cenários virtuais, assim,poderão ser mixados a outros recursosde projeção – em telas de formatos edimensões também diversificados –permitindo uma infinidade de possibi-lidades. Tecnologias como OLEDs enovos dispositivos LCD evoluem con-sideravelmente nesta direção.Finalmente, dinâmicas e interaçõesna operação de recursos inovadores sesomam a outros tradicionais – taiscomo os canhões seguidores. Nestesentido, novas perspectivas para o usodesses contrastantes recursos possibi-litarão uma gama inimaginável deefeitos e performances. Assuntos essesque serão analisados em outro mo-mento, com mais novidades.Abraços e até a próxima conversa!
Para saber mais
Figura 4: Show de Roger Waters no Live Earth (Giants Stadium, East Rutherford, NJ, EUA) no dia 07 de julho de
2007. Viabilização realizada com diversas parcerias
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a estrada desde setembro do anopassado, a mais recente turnê da
banda carioca O Rappa – intituladaNunca Tem Fim... – aportou na cidadenatal do grupo, mais precisamente naFundição Progresso, nos dias 31 de janei-ro, 1º e 2 de fevereiro. Entre as novidadesdo novo show da banda, os destaques fo-ram a iluminação e a arte cênica, que in-
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Mais recenteturnê da banda
carioca aposta naforça da
iluminação e dacenografia, quecapricha no uso
de projeçõesmapeadas e
outros efeitos
Alexandre Coelho
Fotos: Danielli Marinho / Divulgação
cluíram o uso de imagens de contêinerescomo pano de fundo, projeções mapeadase outros efeitos de primeiro mundo.O cenário do show foi uma criação de arteda empresa DUO2, que já fez palcos paraninguém menos do que Ozzy Osbourne eRod Stewart, em parceria com CássioAmarante, responsável pela direção dearte de filmes como Central do Brasil,
RAPPARAPPAAS NOVAS CORES DO
Projeção mapeada com imagens
de contêineres que parecem semexer durante o show
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Som e Fúria e O Ano em que Meus
Pais Saíram de Férias. A iluminaçãodo espetáculo, por sua vez, ficou acargo de Danny Nolan, que tem nocurrículo o projeto de luz do showde 30 anos do The Police, e que, nodia da estreia do Rappa no Rio, es-tava em Chicago cuidando da ilu-minação de um show de Sting comPaul Simon.A ideia de usar imagens de contêi-neres como pano de fundo vem aoencontro de algumas das temáticasmais caras à banda, como a críticasocial e um tipo de poesia marginal,que vem das ruas e se reflete no somdo grupo através de influênciascomo o rap, o rock e o reggae, entreoutras. Não por acaso, em determi-nado momento do show, surge notelão montado no fundo do palco aimagem de um game em que o “jo-gador” procura pelo ajudante de pe-dreiro Amarildo de Souza, mortopor policiais militares na Favela daRocinha, no ano passado.Todo esse aparato criado por ferasda iluminação e da cenografia estásendo comandado na turnê pelotécnico de iluminação do grupo,Leonardo Detomi, o “Simpson”.Ex-integrante da equipe da banda
Charlie Brown Jr., Leonardo chegouà trupe do Rappa no início da turnê,em setembro de 2013. Ele explicaque, na prática, o cenário é formadopor placas com formas de contêi-neres e exibindo imagens de contêi-neres, que foram fotografados de talmaneira que apareçam tanto suasferragens quanto as sombras.“A projeção mapeada incide sobreessas telas. Ela mapeia exatamenteos contornos dos contêineres. E aimagem se sobressai em cima das
sombras e sobre as ferragens doscontêineres. Os efeitos trabalhamem cima disso. Então, você tem,por exemplo, a impressão de que ocontêiner vem para frente, de queele se move, de que as portas seabrem, de que as portas caem. Temtambém um vídeo que simula um‘game’, no qual ‘você’ vai andandocom uma arma. Tem outro vídeoque interage, ele ‘bate’ no fundo evem como um Lego para fora. Sãovários formatos. É isso que nósmapeamos no cenário e projeta-mos. Não é um 3D, mas a intençãoé quase essa”, define.
Iluminação teve projeto de Danny Nolan e mapa adaptado para a estrada por Detomi
Projeção mapeada incide sobre as telas
Cenografia do show é rigorosamente sincronizada à programação de iluminação do show
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Toda essa tecnologia empregada na ce-nografia do espetáculo tem que ser rigo-rosamente sincronizada à programaçãoda iluminação do show, que, por sua vez,acompanha o roteiro sonoro do espetá-culo. De acordo com Leonardo Detomi,além da precisão no sincronismo dos
dois aspectos do show, tudo é apenasuma questão de as partes agirem de for-ma integrada, sem que uma invada o es-paço da outra.“Nós ‘soltamos’ tudo junto. O trabalho éseparado, mas ambas são ‘soltas’ juntas.A luz é toda marcada. Ela não sai dos
músicos, nem do palco, nem pega a par-te cênica. Então, é tudo trabalhadoconjuntamente. Há vídeos em que a luznão aparece, em outros momentos a luzatua praticamente sozinha... Então,tem que ser tudo coordenado, bem sin-cronizado”, explica.
Da mesma forma que são dois projetosseparados, mas coordenados, para produ-zirem um efeito conjunto único, a ilumi-nação e as projeções são comandadas porequipes e equipamentos distintos. Mas,ressalta Leonardo, tudo precisa ser feitode forma rigorosamente sincronizada.
Leonardo Detomi comanda a luz da house mix Ricardo Vidal, PA do Rappa, comanda a Digico SD8
Programação de iluminação do show também acompanha o roteiro sonoro
”
“Há vídeos em que aluz não aparece,
em outrosmomentos a luz
atua praticamentesozinha... Então,tem que ser tudo
coordenado, bemsincronizado
(Leonardo Detomi)
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iluminação e cenografia
- 20 movings Robe Pointe
- 01 console Avolites Tiger Touch
- 20 PAR LED de 3W
- 08 Atomic 3000
- 06 mini-bruts
- 06 projetores de 20 mil lúmens
- Cenário de 3m x 5m x 12m telas
projetáveis
Áudio e luz em perfeita sincronia
Se sincronizar a iluminação e os aspectos cênicos do novo show do Rappa já é um
desafio à parte, adaptar os dois ao roteiro sonoro do espetáculo dá ainda mais
trabalho. Principalmente quando se leva em conta que o show inclui loops, progra-
mações e agrega novos timbres à já complexa mistura musical da banda.
De acordo com o produtor técnico do grupo, Edu Cunha, no entanto, a ponte
entre o mais recente disco do Rappa e o palco é feita com naturalidade. “Toda a
sonoridade do disco novo é levada ao show pelo set do Marcelo Lobato (teclados
e samplers), do Marcos Lobato (teclado) e do DJ Negralha (samplers, loops e
scratches)”, conta.
Para isso, os integrantes da banda se valem de um pequeno arsenal sonoro.
Marcelo Lobato usa um teclado Kronus X, da Korg; vibrafone Mallet Kat Pro
Express; um Monotron, da Korg; e um Microkorg, também da Korg. Marcos
Lobato ataca de Kronus X e de MS2000, ambos da Korg. Já o DJ Negralha usa
equipamentos como Live, Seratto e MPD 26. O guitarrista Xandão lança mão dos
pedais Strymon Timeline e Mobius. Enquanto que o baixista Lauro utiliza um
Envelop Filter e distorção.
Mesmo com toda a tecnologia à sua disposição, a banda, como qualquer outra,
enfrenta as incertezas da estrada, já que cada local de show oferece uma situação
diferente dos demais. Para evitar problemas, a trupe segue o mesmo modelo da
turnê anterior e viaja com a maior parte do áudio necessário, além do backline
completo e dos moving lights.
“A empresa que já viaja com O Rappa há alguns anos é a Audio Company, de
Volta Redonda (RJ). Nosso maior desafio nesta tour é o cenário, que é composto
de placas de metalon forrados de tela tipo ortofônica, simulando containeres
empilhados. Usamos, então, projetores para a projeção mapeada com a utiliza-
ção do software Watchout. Como são placas, dependendo do tamanho do palco
e do pé-direito, temos que fazer algumas adaptações, e às vezes não podemos
montar o cenário completo”, ilustra Edu Cunha.
Mas, para o produtor técnico da banda, no fim das contas, com cada parte do
espetáculo sendo realizada com eficiência, a sincronização de todo o show –
nesse caso, em especial, áudio e cenografia – acaba acontecendo sem maiores
sustos. “O áudio é independente da cenografia. Eles se aproximam apenas no
contexto das letras das músicas e das imagens”, minimiza.
A relação dos equipamentos de áudio usados na turnê Nunca Tem Fim... inclui
ainda uma mesa de PA Digico SD8, mesa de monitor Soundcraft VI 1, monitores
de palco D&B M2, microfones Sennheiser e Pre Avalon 737.
“Eu comando a luz da house mix. Asprojeções são comandadas do palco.Existe um equipamento que ‘solta’essas projeções de lá. Até daria parafazer junto, mas nós fazemos separa-damente, para não haver problema.Nós resolvemos dividir essas fun-ções”, revela o técnico de iluminação.Sobre a luz do show, especifica-mente, Leonardo conta que, com aturnê passando de cidade em cida-de, é ele quem pensa nos efeitosque serão usados, monta e joga paraos playbacks. Como cada músicatem um contexto diferente, asconfigurações já ficam todas pro-gramadas. E, efeito colateral de umshow que está na estrada, aconte-cem apenas alguns ajustes em cadaparada da viagem, de acordo com otamanho de cada palco, para que aposição dos equipamentos sejaadaptada para cada local.
Imagem se sobressai em cima das sombras e sobre as ferragens dos contêineres
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Assim como a luz, a parte cênica tam-bém precisa ser adaptada para os dife-rentes tamanhos e formatos de palcoque a banda encontra pelo caminho.São seis telões ao todo: dois laterais,dois na frente e dois no fundo (esse,maior, usa dois projetores), dispostos deforma a criar a imagem dos contêineres.Mas, sempre que possível, a equipe que
acompanha a banda procura montar aestrutura mais próxima do ideal, dadasas condições de cada local. “Varia muito,mas nós tentamos montar o show todo.Às vezes não cabe, mas nós adaptamos,tentamos levar o show inteiro sempre. Àsvezes, com dimensões um pouco menores,mas tentando levar sempre o mesmoshow a todos os lugares”, assegura.Leonardo Detomi garante que a con-cepção da turnê Nunca Tem Fim..., criadapor profissionais tão bem conceituadosem suas respectivas áreas, não o assusta.Nem mesmo o fato de pouco ter conver-sado com eles antes de a banda cair naestrada, pelo fato de ter se unido à equi-pe já no início da turnê, em setembro.“Quando eu entrei na equipe, o cenáriojá estava pronto. O projeto inicial foi doDanny Nolan. Eu trabalhava com oCharlie Brown Jr., e entrei na equipe doRappa em setembro, no início da turnê,com o cenário já pronto. Eu readaptei omapa para a estrada, para nós viajarmoscom o show. Essa foi a minha contribui-ção, além da luz, que foi programada pormim. Mas os fãs podem ir ao show tran-quilos, porque é um show top, nívelgringo, de primeiro mundo, com relaçãoàs projeções de imagens, à luz e ao som. Éentretenimento na certa!”, convida.”
“O projeto inicial foido Danny Nolan.
Eu trabalhava como Charlie Brown
Jr., e entrei naequipe do Rappa
em setembro, noinício da turnê, como cenário já pronto.
Eu readaptei omapa para a
estrada, para nósviajarmos com o
show(Detomi)
Movings são comandados da house mix
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LUCAS FERREIRALUCAS FERREIRA
om total liberdade para a gravação,Leonardo adaptou ideias e imprimiu
seu estilo para iluminar o espaço indus-trial escolhido para a gravação. O design
de iluminação criado pelo LD incluiubasicamente 50 Robe ROBIN Pointe e
40 Robe ROBIN LEDWash 600. Leonar-do, que foi convidado pelo produtor Ivan
Miyazato para desenvolver a iluminaçãodo show de Lucas Ferreira, contou ainda
com a empresa de locação de equipa-mentos Showdesign, de São Paulo, para a
montagem e suporte.
ESTRUTURANo teto da boca de cena foram monta-
das três estruturas com oito Pointe e
C
LANÇA PRIMEIRO [email protected]
Fotos: Divulgação
sete LEDWash 600 em cada uma e, naslaterais, cinco LEDWash 600 montados
em duas estruturas especiais, tanto naesquerda, quanto na direita do palco. Os
nove LEDWash 600 restantes foramusados para fazer a luz de frente da bocade cena do palco.
No chão de cada lateral foi colocadauma linha com seis Pointe e, no centro
do palco, mais oito Pointe. Para finali-zar, na posição de FOH, mais uma linha
com seis Pointe. Os movings da Robeforam usados para fazer os attacks de luz
e criar o clima necessário para cada mú-sica. “Sempre trabalho com Robe, então
toda vez que posso pedi-los fico despre-ocupado, pois sei que são confiáveis”,
O cantor brasileirode sertanejo
universitário LucasFerreira gravou oprimeiro DVD de
sua carreira, aovivo, em Lençóis
Paulista, nointerior de SãoPaulo. O lugar
escolhido, umdepósito no distrito
industrial dacidade, serviu comopano de fundo para
o projeto deiluminação
desenvolvido pelolighting designer
Leonardo Oliveira.O primeiro
trabalho do cantorteve ainda aparticipação
especial da duplaMunhoz &
Mariano.
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disse Leonardo. Sobre os Pointe, Oli-
veira destaca a agilidade e a precisãodos equipamentos. “Os Pointe atua-
ram da forma desejada. Usamos mui-to frost no show justamente para ter
uma abertura maior com os attacksdirecionados para as câmeras. O re-
sultado foi excelente”, completou.Leonardo programou e operou a
iluminação usando um consolegrandMA2 Light e também fez uso
de timecode para disparar as cenas
por dois motivos. “Pri-
meiro, pela complexida-de do show, que tinha
bastante cues de luz e,segundo, por ter sincro-
nismo com o conteúdode vídeo”, explicou. O
diretor de fotografia Rogério “Ca-rioca” Fernandez e 14 técnicos da
Showdesign trabalharam no proje-to em três dias de montagem, um
dia de ensaio e um de gravação.
Além da mesa grandMA2 light,um command wing também foi
colocado em rede e um VPU daMA Lighthing foi usado para ge-
renciar a reprodução do vídeo, quefoi transmitido simultaneamente
em dois painéis de LED de 4,2 x 6m– um em cada lateral do palco. No
fundo do palco havia ainda 10 blo-cos de painéis de LED, cada um
medindo 1,92 x 1,28 m, mostrandoo conteúdo pré-gravado.
Da esq. para a dir.: Rogério “Carioca” Fernandez, Leonardo “Maçã” Oliveira e Everaldo Zator
Iluminação foi comandada por uma grandMA2 Light
Foram usados 50 Robin Pointe na apresentação
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LUIZ
CAR
LOS
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r96 omo os leitores habituais da coluna já sabem, ve-
nho contando em sequência a história dos discosda minha carreira. Depois de Passado, Presente, Fu-
turo e do Terra - ambos do trio Sá, Rodrix &Guarabyra - e dos quatro primeiros da dupla, chego
ao quinto de Sá & Guarabyra, o...DEZ ANOS JUNTOS
A Som Livre não gostou nem um pouquinho da demo-ra nas mixagens do disco de 1979, o Quatro. Os custos
subiram, o disco acabou ficando caro demais e o depar-tamento financeiro da gravadora falou mais alto que o
artístico. Em consequência, recebemos um delicado“bilhete azul” e fomos viver do nosso estúdio - o Vice
Versa, em São Paulo - e de alguns shows. Digo “alguns”porque naquela época a banda que não tivesse ônibus e
equipamento próprios sofria sérias restrições de mobi-lidade e venda, uma vez que os custos de passagens aé-
reas e aluguel de PA e luz eram determinantes para queos artistas tivessem condições de atender com regula-
ridade os pedidos de shows de um país continentalcomo o nosso. Como persistíamos em levar a equipe
completa, sofríamos a forte concorrência daqueles quetinham pronto seu esquema próprio de viagem ou de
outros que se conformavam em reduzir seu espetáculoao mínimo possível. Assim, carregando o estigma de
artistas “caros” e pouco propensos a dançar conformealguma música que eventualmente nos fosse imposta,
penamos quase três longos anos sem uma gravadoradisposta a jogar suas fichas em nós. De repente, o
Grande Acaso – deidade inventada e professadacontritamente por meu parceiro Guarabyra e que tem
C em mim um de seus devotos mais praticantes– fez com
que uma concentração de conjuminâncias positivasnos dessem um empurrão espetacular na carreira. Pri-
meiramente, surgiu diante de nós a figura de MauroMagdaleno, um cara cheio de ideias, ideias que ele
proativamente fazia acontecer em cascata com espan-tosa facilidade. Como diz a velha piada, Mauro era ca-
paz de vender geladeira pra pinguim, só que a geladeiradele sempre chegava cheia de boas surpresas lá dentro,
não importando quão exigente fosse o pinguim...Mauro era extremamente inteligente, articulado e
articulador. Se não tivesse partido tão cedo, certamen-te estaria hoje no topo da lista dos dez mais criativos
do management musical, inimigo de morte que era damediocridade e do óbvio. Colado a ele veio Herbert
Lucas, rápido aprendiz do dinamismo de Mauro, queno futuro viria a ser nosso empresário por muitos anos
e aventuras. Mauro e Herbert formavam uma daquelasduplas que têm o que eu chamo de “acoplamento auto-
mático”, semelhante ao de estações espaciais, satélitese semelhantes: a coisa faz um “clic” e funciona. Mauro
saiu-se logo com a bolação de um novo show: 10 Anos
de Sá & Guarabyra. Fiz ver a ele que na realidade esses
dez anos incluíam dois de trio com Zé Rodrix e sugerientão a mudança do nome para Dez Anos Juntos, o que
era expressão da verdade, e tocamos em frente. Masquando ele apareceu com a sugestão de estrear no Tea-
tro Paulo Eiró, um ponto sem tradição e meio que es-quecido no distante bairro de Santo Amaro, quase de-
sanimei. Morando no Rio, longe da realidade pau-listana, eu tinha Santo Amaro como um lugar remoto
OS DISCOS DA MINHA VIDAOS DISCOS DA MINHA VIDA“Dez Anos Juntos”
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[email protected] | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM
e inacessível para o nosso público. Com sua fantásticacapacidade de argumentação e conhecimento de cau-
sa, Mauro não demorou muito a me convencer do con-trário. E ele estava certo: logo na primeira das duas se-
manas (ou foram quatro?) de temporada, para minhatotal surpresa, lotamos o Paulo Eiró até o teto e deixa-
mos uma multidão de fora.O boca a boca funcionou rapidamente e fez aparecer
diante de nós mais uma dupla de “acoplamento auto-mático”. Foi assim: recebi um telefonema urgente de
Guarabyra convocando-me para uma reunião em suacasa (quase um sítio!) no então tranquilo Parque
Fernanda, onde conheci Lyzandro Antonio e JohnnyMagalhães, mais conhecido este como Johnny B.
Goode (é com “e” no fim mesmo, como Chuck Berryescreveu!). Lembro-me até hoje da minha chegada na
mansão guarabírica, eu subindo a rampa que passavapor baixo do arco de cimento – o cachorródromo - que
Guarabyra construíra para que seus muitos cães conse-guissem vigiar a casa por todos os lados, vendo mais
acima as figuras sorridentes de Johnny e Lyzandro, que- embora eu então ainda não pudesse supor – acabari-
am por ser no futuro próximo e distante dois dos meusmais queridos amigos entre os muitos que fiz na des-
vairada paulicéia. Lyzandro, alto, com um pouco desobrepeso, olhos rasgados, barba, bigode e ralos cabe-
los louros, gargalhada fácil e boa de se ouvir, contrasta-va com a cara de índio boliviano de Johnny, estatura
média, longos cabelos negros e cacheados, olhos pene-trantemente azuis, aparentemente (só aparentemen-
te, como descobrimos depois...) mais sério e desconfia-do que o parceiro. Eles traziam uma proposta da RCA:
gravar ao vivo o show do Paulo Eiró.Como isso aconteceu, acho, tipo segunda-feira, tínha-
mos pouco mais de 48 horas pra armar o circo, já que oshow acontecia de quinta a domingo. Corremos atrás
do nosso diretor de áudio favorito, Ricardo “Fran-jinha” Carvalheira, e na quinta as máquinas de grava-
ção da RCA já estavam na coxia. Entendam que em1982 isso era uma proeza, visto que não havia no Brasil
um protocolo decente para gravações ao vivo em tãocurto prazo. Era um improviso peitado pela coragem de
artistas, técnicos e produtores. Piorando a parada, naquarta-feira minha voz desapareceu da garganta, como
se uma praga me tivesse sido rogada por um fantasma daópera que habitasse os cafundós do Paulo Eiró. Atendi-
do por mais uma dupla “clic”, o otorrino Luc Weckx(primeiro amigo belga da minha vida!) e aquela mistura
fantástica de amiga, psicóloga e fonoaudióloga que éMara Behlau, fui posto de volta ao jogo em menos de 24
horas conseguindo sair do zero de voz e gravar o discocom cerca de 75% de meu potencial vocal, Luc e Mara
me dando força ali mesmo na coxia do teatro.Como a RCA queria fazer o lançamento a tempo das
compras de Natal, 10 Anos Juntos é um disco de com-pleta correria e improviso. Foi mixado direto na coxia
e mandado assim mesmo para a fábrica. Teve um custoirrisório, mesmo contando com uma equipe de primei-
ra linha, como nossos parceiros de fotos e layout dodisco anterior, Ella Durst e Gernot Stiegler, que saíram
correndo atrás do prejuízo dos prazos exíguos e conse-guiram, pelo menos, fazer um encarte à altura da sua
capacidade profissional. A capa, que a RCA exigiu serfeita ao vivo também, ficou meio no susto, desfocada,
vistas as más condições de iluminação do Paulo Eiró,mas expressando ao mesmo tempo a intensidade da
comemoração. Na base de apoio, a banda Ponte Aérea:Constant Papineanu (teclados), Pedro Jaguaribe, o Ja-
guar (baixo), Nonato “Nonô”(bateria), Betto Martinse Johnny Flavin (guitarras).
Para nosso maior espanto, contado o improviso e opouquíssimo tempo de produção possíveis, o disco saiu
queimando nas paradas: em menos de uma semana delançado já era um dos mais executados nas rádios do
sudeste, pilotado por Vem Queimando a Nave Louca eSete Marias. De repente, instada por sabe Deus que ad-
vogado de porta de estúdio, parte da banda resolveuprocessar a RCA por nebulosos “direitos de imagem”
sobre as fotos de capa, na qual aliás só Jaguar e Bettofiguravam. O disco foi recolhido das lojas em pleno
boom de vendas e o resultado foi catastrófico para to-dos, pois as portas da RCA fecharam-se para os músi-
cos e perdemos muito nas vendas de lançamento. Masa coisa não degringolou de todo: resolvidas as penden-
gas judiciais e arquivado o processo por improcedên-cia, o 10 Anos voltou às lojas a todo vapor, escorado em
surpreendentes números de execução radiofônica, da-dos o improviso e a falta de recursos técnicos com que
foi gravado, com o Franja fazendo milagres nas velhasAmpex da RCA deslocadas para o teatro. A maioria
das músicas que figuraram no repertório já era conhe-cida do público, a única inédita era O Bando na Dança.
Mas nele registramos pela primeira vez nossas versõespara Caçador de Mim (Sá - Sérgio Magrão), gravada an-
teriormente pelo 14 Bis e por Milton Nascimento, e aminha Jeito de Viver, que entrara antes em discos do
grupo vocal Som Livre e de Tavito.Chega a ser irônico o fato de que nosso disco mais ba-
rato, mais corrido e com menos recursos seja até hojeo mais vendido de nossa carreira, tendo durado mais
de vinte anos em catálogo e ultrapassado o milhão decópias. Periga ter sido – algum dia vou tirar isso a lim-
po... – um dos produtos de melhor custo-benefício dafonografia brasileira.
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