FLORIDA CHRISTIAN UNIVERSITY
MASTER OF ARTS IN EDUCATION WITH FOCUS IN PRINCIPLED EDUCATION
JULIANA POMPEO HELPA
ED 6509 – EDUCATION AND EVALUATION
07 de novembro de 2014
Orlando, Florida
FLORIDA CHRISTIAN UNIVERSITY
MASTER OF ARTS IN EDUCATION WITH FOCUS IN PRINCIPLED EDUCATION
JULIANA POMPEO HELPA
Trabalho apresentado conforme exigência do
programa de Master of Arts in Education with focus in
Principled Education, para o curso ED 6509 –
Education and Evaluation in Christian
Counseling da Florida Christian University.
Prof: PHD Henrique César de Oliveira
07 de novembro de 2014
Orlando, FL
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO 1
II. DESENVOLVIMENTO 2
1. OBSERVAÇÃO E POSICIONAMENTO: EDUCAÇÃO PARA A VIDA 2 1.1. O QUE É EDUCAR PARA A VIDA? 2 1.2. COMO EDUCAR PARA A VIDA? 3 1.3. O CONTEXTO DA ESCOLA PESQUISADA 3 2. PLANO DE AÇÃO 5
III. RESULTADOS ESPERADOS 6
IV. BIBLIOGRAFIA 7
V. ANEXOS 8
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I. INTRODUÇÃO
Em tempos de globalização, temos acesso às mais variadas fontes de informações acerca do
desenvolvimento da criança e da infância. Facilmente podemos conhecer a realidade da criança
de diferentes classes sociais e contextos culturais. No entanto, obter informações acerca da
realidade de crianças em relatórios da UNICEF, se difere grandemente em conviver com esta
realidade face a face.
Nossa caminhada na área educacional entre crianças em situação vulnerável teve início em
1992, mas nos últimos anos, alguns marcos históricos importantes impulsionaram a elaboração
do Programa de Educação Para a Vida.
O primeiro marco decorreu do convívio diário em comunidades do Rio de Janeiro, no ano de
2010, ocasião em que nos deparamos com parte da realidade da criança de grandes centros
urbanos. Vimos e ouvimos relatos das crianças que convivem diariamente com a violência
urbana. A observação silenciosa de professores agressivos, gestores irresponsáveis e igrejas
alienadas, consolidou em nossos corações a indignação com uma sociedade que continua a
perpetuar silenciosamente a realidade desigual e injusta entre crianças em situação de
vulnerabilidade pessoal, social, econômica, intelectual, emocional e espiritual.
O segundo marco ocorreu quando estivemos em Angola, pela primeira vez em 2011, em
contato com a realidade da criança que se alimenta com apenas uma refeição, todos os dias e faz
parte do percentual de crianças em maior vulnerabilidade social do país.
A constatação dessas realidades aliadas ao estudo na área de gestão e planejamento da
educação contribuiu para a pesquisa e a elaboração do Programa Educacional designado
Educação Para a Vida. Desde então, o Programa tem sido aplicado no Brasil e em Angola, no
contraturno escolar.
Recentemente, em 2014, o terceiro marco importante em nossa trajetória ocorreu na
República da Guiné Bissau, ocasião em que implantamos pela primeira vez o Programa
Educacional em turno escolar, entre crianças em situação mais vulnerável do país.
Encontramos, neste contexto, crianças em ambiente com situações precárias para a adequada
aprendizagem. Além das questões de infraestrutura e saúde, conhecemos uma realidade na qual a
violência contra a criança é permitida, tolerada e incentivada nas escolas públicas ou privadas.
Cristãs ou mulçumanas.
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Portanto, o Programa de Educação Para a Vida existe para instruir uma nova geração por
meio de uma aprendizagem significativa, capaz de formar líderes servidores que irão transformar
a realidade na qual estão inseridos a partir de sua realidade pessoal, familiar, social e global.
Neste sentido, este projeto visa pesquisar os modos de avaliação praticados numa escola
situada na República da Guiné Bissau e sugerir novas formas de avaliação.
A conclusão deste trabalho apresenta os resultados esperados através de tal prática
educacional na Guiné Bissau.
II. DESENVOLVIMENTO
1. Observação e Posicionamento: Educação Para a Vida
Nosso alvo é executar um Programa de Educação fundamentado num sólido embasamento
teórico que possibilite a aprendizagem significativa entre aprendizes em condições precárias de
vida e educação e baixos índices de desenvolvimento humano em Guiné Bissau.
1.1. O que é Educar Para a Vida?
Educação Para a Vida é um Programa educacional que atua em aliança com a família e a
escola para a aprendizagem significativa e a formação da identidade da criança numa educação
pautada em princípios bíblicos. O Programa ocorre em Guiné Bissau no turno escolar, numa
abordagem de crescimento integral do aprendiz.
Esperamos vivenciar uma transformação da realidade atual da criança, formando uma
geração de líderes éticos e empreendedores. A metodologia do programa possui 3 pilares:
- Educação Por Princípios
- Protagonismo infanto-juvenil
- Contextualização e interdisciplinariedade
A cada encontro, são contempladas etapas de aprendizagem, baseadas em um princípio
norteador. Todo o conhecimento é abordado de forma interdisciplinar a partir de histórias e
contextualizado à realidade da criança no meio cultural no qual está inserida.
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1.2. Como Educar Para a Vida?
O Programa é composto por: formação dos educadores; material e recursos didáticos e
assessoria pedagógica.
Aulas são compostas por quatro horas numa abordagem de crescimento integral da criança:
físico, emocional, espiritual, moral e cognitivo.
A cada aula são contempladas dez etapas de aprendizagem, baseadas num princípio
norteador: Mordomia, União, Caráter, Autogoverno, Semear e Colher, Individualidade,
Soberania.
O conteúdo é abordado de forma interdisciplinar e baseado em histórias, respeitando a
cultura local, baseada na transmissão do conhecimento por meio de histórias, pela oralidade.
1.3. O Contexto da Escola Pesquisada
Segue abaixo o conteúdo do Regimento Interno da Escola pesquisada, que está em fase
de transição para utilização do Programa de Educação Para a Vida.
1- A Escola Evangélica Maranata também denominada Escola Maranata é um estabelecimento de
ensino privado, pertencente à Igreja Evangélica Missionária Assembléia de Deus (IEMAD);
situado na Ilha de Uracane, Região Bolama Bijagós, Setor de Uno.
2- A Escola Maranata é resultado de um projeto de ação social, de caráter humanitário e filantrópico,
sem fins lucrativos.
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3- A Escola Maranata aceita crianças de qualquer grupo étnico ou crença religiosa.
4- O ensino é ministrado em Português e o currículo inclui aulas de Educação Moral baseadas nos
princípios bíblicos, ministradas em forma de Módulos, sendo que esta disciplina não incorre em
reprovação.
5- Em cumprimento a legislação vigente, o ano letivo é dividido em 3 Períodos (Out a Dez, Jan a
Mar e Abr a Jun), onde são respeitados todos os feriados nacionais obrigatórios, recessos e férias
escolares em conformidade com o calendário escolar adotado pelo Ministério da Educação da
Guiné-Bissau.
6- Quanto aos métodos de avaliação e notas, a Escola Maranata cumpre o que se é adotado a nível
das Escolas do governo, a saber:
6.1- Três Notas obrigatórias por período, sendo a 1ª advinda da aplicação de um teste ou trabalho
de pesquisa, a 2ª por um trabalho em grupo e a 3ª nota obrigatoriamente por uma prova geral,
chamada de Prova de Coordenação.
6.2- A Média Final (MF) de cada período é calculada a partir da soma do resultado das três
avaliações do trimestre (A1 + A2 + A3) dividido por 3, ou seja, A1 + A2 + A3 / 3 = MF.
6.3- A Média Geral (MG) ou Média Anual (MA) é calculada a partir da soma do resultado das três
Médias Finais de cada periodo (MF1 + MF2 + MF3) dividido por 3, ou seja, MF1 + MF2 + MF3 /
3 = MG.
7- PROVA GLOBAL (PG) – Prova elaborada pelo Ministério de Educação a partir da colaboração
de diversas escolas (particulares e do governo), as quais entregam ao Ministério de Educação os
modelos de suas Provas de Coordenação, de todas as disciplinas, para que a partir destes modelos
seja elaborada a PG com o conteúdo básico de todo o ano letivo. A PG é aplicada a nível nacional,
apenas para os alunos do 6º e do 9º Anos, com o objetivo de avaliar o desempenho destes alunos e
ajudar aqueles que precisarão de mais uma oportunidade de aprovação.
7.1- Os alunos do 6º e 9º Anos da EM participam da PG que é aplicada pela Direção Geral do
Ensino sediada na Ilha de Bubaque – Região Bolama Bijagós.
7.2- A PG é uma iniciativa do governo podendo ou não acontecer, contudo, uma vez elaborada, é
obrigatória e sua aplicação não está na dependência da concordância das escolas.
8- PROVA EXTRA (PE) – Prova elaborada pela Coordenação do Ensino de cada Estabelecimento,
aplicada aos alunos do 6º e 9º anos, visando dar uma oportunidade de melhorar a MG dos alunos
que ficaram com deficiência de nota em no máximo duas disciplinas. A Escola Maranata aplica a
PE apenas no 3º Periodo do ano letivo.
8.1- Os alunos do 5º, 7º e 8º Anos (também chamados Ano de Transição) não têm direito à PE mas
os professores e a Coordenação do Ensino aplica o benefício da NOTA VOTADA, depois de
estudar os casos específicos onde cabe a aplicação deste sistema. Também só serão beneficiados
com NV os alunos com deficiência de nota em no máximo duas disciplinas.
9- A EM adota a média mínima 12 para aprovação de seus alunos. Mesmo que a média mínima para
a aprovação nas Escolas Públicas é de 10 valores, a lei do Ensino vigente no país permite às
Escolas particulares adotarem 12 valores como sua média de aprovação.
10- A Escola Maranata adota o sistema de Avaliação Integral do aluno, não deixando que seu conceito
e notas se limitem apenas ao desempenho pontual dos trabalhos, testes e provas de coordenação.
Mas, avalia seu comportamento, postura, frequência, pontualidade, caráter, estimulando um
desempenho total de suas habilidades naturais e seus conhecimentos gerais. Um bom aluno nem
sempre é aquele que tem as melhores notas.
11- O aluno não deve faltar às aulas deliberadamente, isto é, sem ter uma justificativa por parte do
encarregado de educação.
12- O número de faltas anuais do aluno, sem justificativas, não deve ultrapassar 20% das aulas dadas,
pois do contrário o mesmo perderá o seu ano letivo.
13- O aluno que tiver mais do que as faltas previstas e não as justificar, será considerado como
desistente, perderá sua vaga na escola, o ano letivo, a matrícula e as mensalidades pagas.
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2. Plano de Ação
A análise do Regulamento Interno da escola pesquisada e do sistema de avaliação adotado
pelo governo demonstra a ênfase de uma prática de pedagogia tradicional, centrada na
transmissão do conteúdo, com ênfase no intelecto do educando. Embora o regulamento interno
descreva a preocupação com o ser integral que a criança representa, o sistema de avaliação não
representa de que modo este aspecto é quantificado no sistema de avaliação adotado pela escola
pesquisada.
Neste contexto, propomos o plano de ação a seguir, com o objetivo de implementar um
sistema de avaliação condizente com uma proposta de educação para a transformação integral do
educando e do meio no qual ele vive:
Objetivos e Estratégias do Sistema de Avaliação pautado numa filosofia de educação para a
vida:
Objetivo 1: Formar educandos com senso crítico, capazes de avaliar a si mesmos e o meio em
que vivem.
Estratégias:
1.1 Inserir a prática da auto-avaliação de professores, alunos e gestão escolar.
1.2 Inserir a prática de avaliação de professores, alunos e gestão escolar, a fim de que todos
os participantes do processo educacional tenham voz e oportunidade de participação num
processo de avaliação integral e de criação de propostas para a superação dos déficits
apontados nos resultados das avaliações.
Objetivo 2: Estabelecer os conhecimentos mínimos necessários de cada item a ser avaliado na
instituição
Estratégias:
1.1 Elaborar, participativamente, o padrão de conhecimento necessário para cada área de
aprendizagem no espaço escolar.
1.2 Tornar este padrão conhecido de todos os atores que atuam no espaço escolar, a fim de
que educadores e educandos tenham conhecimento do mínimo necessário a ser avaliado
na instituição;
1.3 Incentivar educandos a superarem a si mesmos atingindo mais do que o mínimo
necessário, valorizando o potencial e esforço individual de cada aluno.
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Objetivo 3: Reconhecer qualitativa e quantitativamente demais itens de avaliação diagnóstica,
além de provas e testes.
Estratégias:
1.1 Elaborar, participativamente, os critérios que serão avaliados no espaço escolar e como
eles serão quantificados, exemplo: pontualidade, assiduidade, etc.
1.2 Estabelecer o portifólio como meio de avaliação diagnóstica da produção do
conhecimento individual do educando.
1.3 Fortalecer a prática de aplicação de trabalhos em grupos, como forma de avaliação.
1.4 Aplicar outros modos de avaliação No espaço escolar, tais como registro de passeios
culturais, projetos de belas artes, etc.
III. Resultados Esperados
Com base neste plano de ação, esperamos contribuir para a aprendizagem significativa e
transformadora de crianças em situação de vulnerabilidade social na Guiné Bissau.
Nosso alvo é a formação de líderes servidores, habilitados para a reflexão e
transformação de seu contexto de vida individual e coletiva.
Esperamos que educar seja um ato de amor e que a avaliação tenha um caráter mais
formativo, acolhedor e transformador do cenário atual da Guiné Bissau.
Estamos certos de que a aplicação de tais abordagens pedagógicas contribuirão para
melhor planejamento, execução e avaliação do trabalho pedagógico desenvolvido na escola.
Esperamos de fato contribuir para que todo o potencial de cada criança inserida no
Programa venha a se desenvolver plenamente refletindo a imagem e semelhança do próprio
Criador que as fez únicas, inteligentes e capazes de se desenvolverem plenamente.
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IV. BIBLIOGRAFIA
SHORES, Elizabeth F. e GRACE, Cathy. Manual de Portfólio: um guia passo a passo para o
professor. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Fundamentos, Conceitos e Práticas em Educação Por Princípios. AECEP. Curso I.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagemescolar. São Paulo: Cortez, 1996.
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V. ANEXOS
Educação Para A Vida na Guiné Bissau
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