Doença Trofoblástica Gestacional
Obstetrícia – Medicina UNINOVAFAPIInternato 2015.1
Introdução
• Conjunto de alterações que surgem a partir do trofoblasto humano e apresentam como característica comum o antecedente gestacional.
• Proliferação anormal dos tipos de epitélio trofoblástico;
• Neoplasia trofoblástica gestacional: Possuem potencial de invasão local e emissão de metástases;
ClassificaçãoClassificação da doença trofoblástica
gestacional pela OMS (2003)Mola hidatiformeMola completa
Mola parcialMola invasora
Coriocarcinoma gestacionalTumor trofoblástico do sítio placentário
Tumor trofoblástico epitelioideReação exagerada do sítio placentário
Nódulo do sítio placentário
Mola hidatiforme
• Mola completa• Mola parcial
FATORES DE RISCO: • Infecções virais, estado nutricional, defeitos de
células germinativas, paridade, idade materna, consaguinidade, contracepção oral, antecedente de mola hidatiforme.
• Não há desenvolvimento de embrião, membranas e cordão umbilical;
• Vilosidades: dilatação hidrópica e formação de cisterna central repleta de líquido;
• Ausência de vaso ou hemácia fetal na vilosidade coriônica;
• Histologia: Hiperplasia difusa do citotrofoblasto e do sinciciotrofoblasto;
• Cromossomos exclusivamente de origem paterna;• 20% evolui para forma maligna da doença
trofoblástica gestacional.
Mola Completa
• Embrião ou feto com inúmeras malformações;• Microscopia da vilosidade coriônica: - Edema focal e cisterna menos proeminente;- Pequenos vilos com algum grau de fibrose do
estroma.
• Histologia: Hiperplasia focal e limitada ao sinciciotrofoblasto.
• Genética: Célula triploide (69, XXX ou 69, XXY);• Evolução mais benigna. 5% Formas malignas.
Mola Parcial
DIAGNÓSTICO:• Sangramento genital de coloração escura;• Eliminação de vesículas Indício patognômônico;• Dores abdominais em hipogástrio;• Vômitos;• Hiperêmese gravídica Mola volumosa + altos
títulos de hCG;
Mola hidatiforme
DIAGNÓSTICO:• Exame físico: - Aumento uterino discordante do atraso
menstrual;- No geral, não se ausculta os BCF e não
identificação de partes fetais;
• 15 – 25%: Mola completa + cistos ovarianos; • 30%: Mola completa + DHEG;• < 10%: Hipertireoidismo + molas volumosas;
Mola hidatiforme
EXAMES COMPLEMENTARES:• Valores séricos de hCG > 200.000 mUI/mL.
Mola parcial: < 100.000 mUI/mL;
• USG: Múltiplas áreas anecoicas entremeadas por ecos amorfos (imagem em “flocos de neve”).
Mola hidatiforme
TRATAMENTO:Esvaziamento molar:• Vácuo-aspiração;• Útero de pequeno volume compatível com
gestação de 1º tri: AMIU;• Útero maior: Aspiração elétrica. • Histerectomia;• Administração de imunoglobulina anti-D para
pacientes RH negativo.
Quimioterapia profilática: • Controvérsia;
Mola hidatiforme
SEGUIMENTO APÓS ESVAZIAMENTO: • Dosagem seriada de -hCG (quinzenal);• Exame ginecológico;• Regressão dos sintomas;• Útero e cistos ovarianos diminuem para as dimensões pré-
gestacioanis em 2 -3 semanas e em 2 – 4 meses, respectivamente;
• Retornos quinzenais mensais por pelo menos 6 meses após negativação do -hCG (8 – 10 semanas após o esvazimento);
• Anticoncepção.
Mola hidatiforme
COEXISTÊNCIA ENTRE MOLA E FETO:• Gestação gemelar de feto normal e mola parcial
ou completa Raro;• Tipo mais agressivo maior probabilidade de
tornar-se neoplasia trofoblástica gestacional;• No geral, não ultrapassa 20 semanas de gestação;• Gestação que ultrapassa a primeira metade da
gravidez: Maior risco de prematuridade, sangramento, DHEG e óbito fetal.
Mola hidatiforme
Neoplasia Trofoblástica Gestacional• Mola Invasora: sequela da mola hidatiforme.
• Coriocarcinoma Gestacional: uma forma extremamente agressiva de NTG.
• Tumor Trofoblástico do sítio placentário: uma forma rara.
• Tumor trofoblástico epitelioide: uma forma rara.
Mola Invasora• Apresenta vilosidades molares invadindo
profundamente o miométrio.
Principais consequências: perfuração uterina, hemorragia, infecção e metástase (pulmões e estruturas pélvicas).
Tratamento:• Quimioterapia• Cirurgia:• Perfuração uterina e resistência à quimioterapia,
sem evidência de metástase.• Padrão: Histerectomia.
Coriocarcinoma Gestacional• Caracteriza-se por invadir profundamente o
miométrio e os vasos sanguíneos. Principais consequências: hemorragia, necrose e metástase (pulmões, vagina, fígado e SNC).
• Macroscopia: tumor vermelho-escuro, que cresce em contato com a cavidade uterina e pode invadir miométrio.
• Microscopia: Padrão dimórfico, ausência de estroma, invasão vascular e sem evidencia vilosidade coriônica.
• Tratamento: Quimioterapia
Tumor Trofoblástico do Sítio Placentário• Ausência de vilosidade coriônica, com proliferação das
células trofoblásticas intermediárias do sítio de implantação.
• Forte expressão para o hormônio lactogênio placentário.
• Macroscopia: massas sólidas, circunscritas ao miométrio, podendo existir áreas de hemorragia e necrose.
• Microscopia: predomínio de células intermediárias (mononucleares) e infiltram-se entre as células musculares.
• Tratamento: histerectomia
Tumor Trofoblástico Epitelioide• Formado a partir de células trofoblásticas
intermediárias.• Origina-se após gestação de termo.• Produz pouca quantidade hCG.
• Macroscopia: bem definido, localizado na parede uterina, com conteúdo sólido e líquido e discreta hemorragia.
• Microscopia: células trofoblásticas intermediárias pequenas e pouco pleomorfismo nuclear.
• Tratamento: histerectomia
DiagnósticoFederação Internacional de
Ginecologia e Obstetrícia (FIGO): Presença de um único critério
Pelo menos quatro valores de hCG em platô, por no mínimo 3 semanas.
Elevação dos títulos de hCG em pelo menos 10%, por no mínimo três valores
ao menos por 2 semanas.Diagnóstico histológico de coriocarcinoma
gestacional.
Persistência de hCG detectável depois de 6 meses ou mais do esvaziamento molar.
DiagnósticoApós o diagnostico de NTG:• Hemograma• Coagulograma• Avaliação das funções hepática e renal• Dosagem sérica quantitativa da hCG• Ultrassonografia pélvica e abdominal• Radiografia simples/ Tomografia computadorizada
de tórax
• Tomografia abdominal e pélvica• Ressonância nuclear magnética do encéfalo
Estadiamento da NTG
Tratamento
TratamentoHisterectomia:• Presença de hemorragia uterina grave.• Doença localizada resistente à quimioterapia.
• Baixo Risco: Diminuir o número de sessões de quimioterapia.
• Alto Risco: Recidiva da doença.
Seguimento após NTG• Após a negativação da hCG: dosagem sérica
do hormônio a cada 2 semanas por 3 meses.• Após mensalmente até completar 1 ano.
• Importante!! dosagem de hCG continue por 6 a 12 meses após o primeiro ano de remissão da doença.
Gestação Após DTG• Recomenda-se a anticoncepção por 1 ano.
• O risco de repetição de uma gestação molar em futura gravidez é de 1 a 2%.
• Gravidez com intervalo inferior a 6 meses entre o término da quimioterapia e futura gestação: abortamento espontâneo, natimorfo e mola de repetição.
Obrigada!
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