Doença Inflamatória Pélvica- DIP
DefiniçãoInfecção ascendente, que inicia no epitélio colunar do colo uterino, propagando-se para
endométrio, tubas uterinas e cavidade peritoneal
Etiologia Gonococo e clamídia são os agentes mais comuns, que iniciam o processo infeccioso,
facilitando a colonização de outras bactérias após inicio do processo
Etiologia
Aeróbios Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa.
Anaeróbiosfacultativos
Corynebacterium spp, Enterococcus faecalis, Escherichia coli,Gardnerella vaginalis, Klebsiella spp, Peptostreptococcus,Staphylococcus spp, Staphylococcus aureus, Streptococcusspp, S. agalactiae (beta-hemolítico).
Anaeróbios Atopobium vaginae, bacilos associados à vaginose bacteriana (BVAB1-2-3), Bacteroides spp, Bacteroides fragilis, Clostridiumspp, Eggerthella spp, Leptotrichia amnionii, Megasphaera spp, Mobiluncus mulieris, Prevotella spp.
Infecção polimicrobiana: aeróbios e anaeróbiosAbscesso pélvico: predominam anaeróbios
DIP
=>Epidemiologicamente comporta-se como uma DST
=>60 a 90% tornam-se infectadas após exposição
=>10 a 17% das mulheres expostas desenvolverão DIP
=>A maioria são portadoras óligo ou assintomáticas
DIP=>10 a 15% das internações ginecológicas
=>10 a 15% das mulheres nos anos reprodutivos terão ao menos 1 episódio de DIP: 70% < 25 anos
33% < 19 anos
=>10 a 15% dos casos não é sexualmente transmissível
- Procedimentos médicos: DIU, curetagens,
histeroscopias, HSG
- Contigüidade de processos infecciosos:
apendicites, diverticulites
• R$25.462.880,53 é o custo de93.040 internações com DIP(2003/04)
• Seqüelas da DIP na América Latina-35%-Infecções e infertilidade
Fonte: MS DATASUS-2012
DIP
=> 50% dos casos de gestação ectópica
⇒ > 30% dos casos de infertilidade
13% após primeiro episódio
26% após segundo episódio
>70% após terceiro episódio
⇒A DIP prévia predispõe recidivas
⇒Abscessos tubo-ovarianos ocorrem mais freqüentemente
após infecções recorrentes
DIP=>Diagnóstico clínico: Sensibilidade de 52%
Especificidade de 84%
DIP {assintomática
{oligossintomática
{clássica
=>O diagnóstico nas fases iniciais e o tratamento precoce são cruciais para o sucesso terapêutico e prevenção de seqüelas
=>Seqüelas: Infertilidade
Gravidez ectópica
Dor pélvica crônica
Fatores de risco• Idade: incide jovens < 25 • História prévia de DIP• Promiscuidade sexual• Mudança da flora vaginal, ducha vaginal,
dano epitelial e lesão da mucosa cervical• Presença de DIU – só nos21 dias após
inserção• Vaginose bacteriana• Baixo nível sócio-econômico
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DATASUS, CDC, NOVAK
• Prevalência após DIPgravidez ectópica – 15%dor pélvica crônica - 18%infertil. por obstr tubária 50%
• 12% das adolescentes sexualmenteativas têm no mínimo um episódioantes dos 20 anos de idade
CDC - Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2015
Cervicite
Aderências pélvicas Aderencias tubo-ovarianas
Fitz-Hugh-Curtis Pelve congelada
DiagnósticoTríade de sinais e sintomas MAIORES:
• Temperatura > 38°C –critério de gravidade• Corrimento muco-purulento• Aumento PCR ou VHS, • Massa pélvica • Leucocitose
Sinais MENORES:
PeritoniteNa presença de um abscessoovariano, ou da permeabilidadetubária, o processo infecciosopolimicrobiano atinge a regiãopélvica e posteriormente todo oabdômen (peritonite)
Recommendations and Reports June 5, 2015 / 64(RR3);1-137 Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2015
• β-HCG: afastar gravidez• Hemog.: leucoc. em até 70%, sem desvio para
esquerda.• VHS: elev. até 75% dos casos e freqüent.
mantêm valores altos.• Urina Rotina e Gram de Gota: afastar infecção
urinária.
Exames Laboratoriais:
• Biópsia endometrial com evidência histopatológica deendometrite
• USTV ou RNM - espessamento, abscesso tubário comou sem líquido livre na pelve ou abscesso tubo-ovarianocomplexo
• Anormalidades laparoscópicas consistentes c DIP• Comprovação laboratorial de CULTURA*
Critérios mais específicos
*Infect Dis Obstet Gynecol. 2011; 2011: 753037. A Practical Approach to the Diagnosis of Pelvic Inflammatory DiseaseOluwatosin Javiveoba, David E. SoperRecommendations and Reports June 5, 2015 / 64(RR3);1-137 Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2015
Ultrassonografia
• -Baixa sensibilidade nas fases iniciais• -Alterações inespecíficas (liquido livre na
pelve, dor a mobilização uterina, ovarios com aparência polimicrocistica)
• -Alterações mais evidentes nos casos mais avançados (dor ao toque anexial, espessamento tubáreo, piossalpinge)
Liquido livre Endometrite
Ovários ‘policísticos’ Salpingite aguda
Piossalpinge Abscesso
Hidrossalpinge Aderências tubo-ovarianas
• Hiperemia da superf. tubária• Edema da parede tubária• Exsudato purulento cobrindo a superfície
tubária ou extravasando pela extremidadefimbriada
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Sinais laparoscópicos
Diagnóstico diferencial• Trato gastrointestinal: apendicite,
gastroenterocolite, diverticulite, colecistite• Trato urinário: cistite, pielonefrite, litíase• Condições ginecológicas: Cisto de ovário,
endometriose• gravidez ectópica, aborto séptico• Afecções musculo-esquelética
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Morbidity and Mortality Weekly Reportwww.cdc.gov/mmwrRecommendations and Reports June 5, 2015 / 64(RR3);1-137 Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2015department of health and human servicesCenters for Disease Control and Prevention
Tratamento
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- avaliação precisa do risco e educação e aconselhamento de pessoas em risco sobre formas de evitar DSTs através de mudanças nos comportamentos sexuais e uso de serviços de prevenção recomendados;
- vacinação pré-exposição de pessoas em risco de DST evitáveis por vacina;- identificação de pessoas assintomicamente infectadas e pessoas com
sintomas associados a DST;
- diagnóstico efetivo, tratamento, aconselhamento e acompanhamento de pessoas infectadas;
- avaliação, tratamento e aconselhamento de parceiros sexuais de pessoas
infectadas com DST.
• Tempo-mínimo: 14 dias-Doxiciclina 12/12horas 100mg + Cefriaxone 250 mg IM doseúnica. Com ou sem Metronidazol 500mg VO12/12 por 14 dias
• Não respondeu 72 horas –Internar• Não retirar DIU, exceto se não tiver melhora
em 72hs• Acompanham. Clínico 3 meses ou até um ano
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TRATAMENTO AMBULATORIAL-DIP
Tratamento ambulatorial Ceftriaxona, 500 mg IM , dose única ou Cefoxitina 2g IM dose única, ou
outr cefalosporina de terceira geraçãoDoxaciclina, 100 mg VO 2 vezes dia por 14 dias
com ou sem Metronidazol, 500 mg VO, 2 vezes dia por 14 dias
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Hospitalização:• Emergência cirúrgica• Incerteza no diagnóstico• Ausência de resposta clínica, baixa aderência,
intolerância ao tratamento oral;• Doença grave (náuseas e vômitos ou febre
elevada)• Abscesso tubo-ovariano ou pélvico;• Gravidez
Tratamento -Ambulatorial: Avaliação- 72 horas
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Tratamento parenteralCefotetan 2 g IV, 12/12 horasCefoxitina 2 g IV, 6/6 horasDoxaciclina 100 mg, EV 12/12 horas por 14 dias
Clindamicina 900 mg, IV , 8/8 horasGentamicina, IV ou IM (2 mg/kg), dose de manuternção (1.5 mg/kg)8/8 horas. Dose única (3–5 mg/kg) pode ser substituída.
Ampicilina/Sulbactam 3 g IV, 6/6 horasDoxaciclina 100 mg, EV, 12/12 horas por 14 dias.
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Parceiro
Os parceiros sexuais de mulheres com DIP devem ser avaliados e receber tratamento
para infecção uretral por clamídia ou gonorréia.
AZITROMICINA 1gCEFRIAXONE 500 Mg IM
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Endocervicite por Neisseria gonorroeae• Cefixima, 400 mg VO (dose única)
• Ceftriaxona, 250 mg IM (dose única)
• Ofloxacino, 400 mg VO (dose única)
• Levofloxacino, 250 mg VO (dose única)
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Endocervicite por Clamydia trachomatis• Azitromicina, 1g VO (dose única)
• Doxiciclina, 100 mg VO, 2 vezes dia por 10 dias
• Levofloxacino, 500 mg VO, durante 7 dias
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PrevençãoCDC: Screening annual para clamídia em
mulheres sexualmente ativas com mais de 25 anos ou com fatores de risco como novo parceiro sexual ou múltiplos parceiros.
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Conclusão
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Uma em cada dez jovens atendidas no SUS possuem DST e
esse número aumenta gradativamente.
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