1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
GERENCIAMENTO DE RISCO E ANÁLISE DE CRÉDITO NO BANCO DO BRASIL
Flávia Affonso Teixeira
ORIENTADORA: Prof.ª Aleksandra Sliwowska
Niterói 2017
DOCUMENTO P
ROTEGID
O PELA
LEID
E DIR
EITO A
UTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa. Por: Flávia Affonso Teixeira
GERENCIAMENTO DE RISCO E ANÁLISE DE CRÉDITO NO BANCO DO BRASIL
Niterói 2017
3
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido Breno Vidal, que apesar de todas
as dificuldades acreditou em mim e me deu apoio
incondicional. E ao meu filho Eric, pelos
momentos de minha ausência dedicados a esse
trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos os meus colegas e amigos do Banco do Brasil.
5
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo estudar os conceitos de crédito, a
política creditícia do Banco do Brasil, a forma que é feita a análise de seus
clientes e o gerenciamento de riscos envolvidos nas operações de crédito que
o banco disponibiliza para seus diversos públicos, tais como pessoas físicas,
micro e pequenas empresas, governo e grandes corporações. Conclui que um
cuidadoso trabalho de análise de risco, baseado na experiência adquirida,
disponibilidade de informações e sensibilidade de cada analista para a tomada
de decisão de crédito, são condições para melhoria na qualidade das carteiras
de crédito de qualquer instituição financeira.
6
METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de uma Revisão Bibliográfica, com base
no curso Risco de Clientes da Universidade Corporativa do Banco do Brasil.
Foram analisadas as obras de alguns autores tais como: Wolfgang Kurt
Schrickel, José Pereira da Silva, José Odálio dos Santos e José Roberto
Securato. Além disso, aproveitou-se a experiência do dia-a-dia de trabalho no
atendimento a pessoas físicas e empresas no Banco do Brasil.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Banco e Intermediação Financeira 10
CAPÍTULO II
Crédito 12
CAPÍTULO III
Gerenciamento de Risco 18
CAPÍTULO IV
Análise de Crédito 24
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 42
ÍNDICE 44
ÍNDICE DE FIGURAS 46
ANEXO 47
8
INTRODUÇÃO
Segundo o dicionário Caldas Aulete, o termo crédito pressupõe uma
relação ou troca que tem por base a confiança. Trata-se de algo presente no
nosso dia a dia, facilitando a compra e venda de serviços ou produtos. E sendo
funcionária de um banco comercial com espírito público, que para cumprir sua
finalidade, precisa emprestar com relativa segurança, sinto-me inspirada a
entender – e compartilhar o conhecimento - a política de crédito do Banco do
Brasil e como é feita a tomada de decisão para a oferta de crédito aos seus
clientes, considerando os diversos riscos envolvidos na concessão de um
empréstimo.
O tema é amplamente estudado dado a sua importância na dinâmica
financeira das famílias e empresas, porém, o presente estudo pode contribuir
para que as relações creditícias entre bancos, representado por seus
funcionários, e clientes, se deem de forma saudável, minimizando riscos e
podendo, até mesmo, melhorar as condições negociais envolvidas.
Em uma instituição financeira, onde os recursos são captados no
mercado – portanto, de terceiros -, o gerenciamento de riscos de crédito
assume um papel de grande relevância. O poupador consciente, ao tomar a
decisão de colocar seus recursos numa instituição financeira, certamente
levará em conta a gestão que a mesma dá a seus capitais. Além de medir o
retorno da aplicação, verificará a quantidade dos ativos da instituição (Santi
Filho, 1997)
Assim, o gerenciamento de risco de crédito deve ser o resultado de um
conjunto de diretrizes e políticas de crédito fortemente articulado com os
sistemas de definição dos níveis de risco que a instituição pretende assumir, de
concessão, acompanhamento e controle da carteira de clientes e avaliação de
resultados.
Entretanto, neste trabalho, não abordaremos todo o conjunto de
instrumentos disponíveis para a avaliação de riscos. Na verdade, ele se
9
constitui numa pesquisa bibliográfica sobre o tema, com a finalidade de
introduzir ao leitor ao universo da análise de crédito bancário ambientado em
um banco comercial, mais especificamente no Banco do Brasil, que junto com
outras três instituições bancárias, concentram 70% do crédito no Brasil (vide
ANEXO).
10
CAPÍTULO I
BANCO E INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
Um banco é, essencialmente, um intermediário financeiro que
exerce o papel de aproximar os agentes econômicos (famílias, empresas e
governos, entre outros) com situação orçamentária superavitária dos agentes
econômicos com situação deficitária, visando atender às necessidades das
duas partes (Silva, 2008).
Os bancos integram o subsistema de intermediação do Sistema
Financeiro Nacional - SFN, que é composto pelas instituições financeiras
(bancárias e não bancárias) que operam diretamente na intermediação
financeira. Outro subsistema do SFN é o normativo, responsável pela
normatização e controle das instituições que operam no mercado, e é
composto, basicamente, pelo Conselho Monetário Nacional, Banco Central do
Brasil e Comissão de Valores Mobiliários (Fortunato, 2013).
1.1. Banco Comercial
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou
públicas que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos
necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o comércio, a indústria,
as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral.
A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica
do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Deve ser
constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social
deve constar a expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099, de 1994). 1
No agrupamento das instituições financeiras bancárias, os bancos
comerciais, por suas múltiplas funções, constituem a base do sistema
1 BCB - https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bc.asp
11
monetário e, devido aos serviços prestados, são, sem dúvida, a mais
conhecida das instituições financeiras.
1.2. Intermediação Financeira
Intermediação Financeira é a atividade desenvolvida por instituições
financeiras que consiste em transferir recursos dos agentes econômicos
superavitários para os agentes econômicos deficitários.
A intermediação financeira é o grande cenário do qual a atividade de
crédito faz parte. As operações passivas de um banco consistem em captar
dinheiro junto aos depositantes e as operações ativas consistem em emprestar
o dinheiro que captou. As funções de captar e emprestar caracterizam a
atividade de intermediação financeira desenvolvida pelos bancos (Silva, 2008).
De acordo com os tipos de instituições financeiras que participam
das operações de crédito, pode acontecer o que se chama de intermediação ou
desintermediação financeira, onde a primeira encontra-se presente no mercado
de crédito e a segunda, no mercado de capitais. Assim, a intermediação
financeira segundo Carvalho (2000) ocorre quando há a presença de uma
instituição financeira intermediando a operação de crédito, onde esta também
introduz suas próprias obrigações no processo de canalização dos recursos.
Ademais, uma característica que se relaciona ao mercado de crédito são as
transações realizadas de forma individualizada, onde ambas as partes que
realizam os empréstimos são identificadas, o que leva a se esperar que haja
menos risco no mercado de crédito do que no mercado de capitais, na medida
em que as partes envolvidas conhecem-se melhor e são levadas a estabelecer
relações de longo prazo.
Neste sentido, conforme visto, os bancos comerciais operam
captando depósitos que têm como caráter final um empréstimo feito pelo
depositante, onde este mesmo banco pode usá-lo para fazer empréstimos a
seus clientes, como empresas que necessitam de capital de giro. Ou seja,
12
quando o cliente deposita o dinheiro ele empresta ao banco, e não ao tomador
final, caracterizando o mercado de crédito como intermediado. Porém, o cliente
que deposita o dinheiro não aufere nenhum direito sobre os ativos dos clientes
que tomaram emprestado, na medida em que os compromissos destes últimos
são apenas com o banco que os emprestou (Carvalho, 2000).
Outros exemplos explorados por Carvalho (2000) sobre
intermediação financeira são as sociedades de crédito, investimento e
financiamento, que colocam seus próprios papéis ou letras de câmbio, e usam
os recursos captados para financiamento aos consumidores e às empresas, a
estas principalmente em operações de capital de giro, em semelhança aos
bancos comerciais . Porém, os bancos comerciais representam também uma
importante fonte de recursos para estas instituições. Os bancos de poupança
também são citados pelo autor, os quais operam basicamente na aquisições de
imóveis, e sua captação de recursos é feita através de depósitos de poupança,
sendo que o imóvel adquirido serve como garantia para a operação.
1.3 O Banco do Brasil
Fundado em 12 de outubro de 1808, o Banco do Brasil S.A. (BB) é
uma empresa de economia mista com 57,9% sob controle do Governo Federal
e listada desde 2006 no Novo Mercado da BM&FBovespa, segmento que
reúne as companhias com as melhores práticas de governança corporativa.
Atualmente, o Banco conta com mais de 112 mil funcionários e destaca-se no
segmento por um conjunto de diferenciais competitivos.
Maior instituição financeira da América Latina em ativos totais,
alcançando R$ 1,4 trilhão em dezembro de 2016, o BB oferece soluções,
serviços e produtos nos segmentos bancário, de investimento, de seguridade,
gestão de recursos de terceiros, meios de pagamento, entre outros, a seus
64,7 milhões de clientes.2
2 Relatório Anual 2016
13
O Banco detém a maior rede de atendimento no País e no exterior
entre as instituições financeiras brasileiras. Os canais de distribuição do Banco
do Brasil abrangem 99,8% dos municípios brasileiros, compreendendo: 5,4 mil
agências, 16 mil outros pontos de atendimento da rede própria, 44,3 mil
Terminais de Autoatendimento (TAAs), mais de 20 mil terminais de
autoatendimento compartilhados e 17,9 mil pontos de correspondentes
bancários e Banco Postal. Por meio de sua rede própria e acordos com outras
instituições, oferece atendimento também em outros 135 países.
O Banco do Brasil, atualmente, desenvolve uma atuação dinâmica
em seus negócios, centrada em incentivar a inovação e aprimorar sua
organização interna – incluindo ativa governança corporativa, expansão na
presença internacional e o uso crescente de avançada tecnologia bancária.
Desempenha também um forte papel macroeconômico e participativo no
processo atual de modernização e inclusão bancária e social no Brasil,
principalmente por meio da maior bancarização, extensão do alcance regional,
foco na sustentação ambiental, apoio à cultura, esportes e outras ações de
cunho social.
Missão: “Banco de mercado com espírito público. Ser um banco rentável
ecompetitivo, atuando com espírito público em cada uma de suas ações junto a
clientes, acionistas e toda a sociedade.”
Visão: “Ser o banco mais confiável e relevante para a vida dos clientes,
funcionários e para o desenvolvimento do Brasil”
14
CAPÍTULO II
CRÉDITO
O termo crédito - do latim creditum, “confiança ou segurança na
verdade de alguma coisa, crença, reputação, boa fama”3 – pressupõe uma
qualquer relação ou troca que tem por base a confiança.
Segundo Securato (2007), trata-se de algo presente no dia a dia das
pessoas, facilitando a compra e venda de serviços ou produtos. Assim, na
simples compra/venda de um produto no supermercado, existe uma operação
que envolve o conceito de crédito, pelos seguintes motivos:
• Confiança na qualidade do produto;
• A confiança no dinheiro (seja moeda, cheque ou cartão)
utilizado na transação.
Para Silva (1998), o “vocabulário crédito define um instrumento de
política de negócios a ser utilizado por uma empresa comercial ou industrial na
venda a prazo de seus produtos ou por banco comercial, por exemplo, na
concessão de empréstimos, financiamentos ou fianças”.
Podem ser citadas algumas definições de crédito, envolvendo
crédito comercial e o bancário, sendo este mais aderente ao nosso trabalho:
Crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar
ou ceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro,
com a expectativa de que esta parcela volte à sua posse na sua
integralidade, após decorrido o tempo estipulado.4
Podemos afirmar que “crédito” implica a existência de uma relação
de confiabilidade entre dois ou mais agentes. Conceder crédito a
3 Dicionário Caldas Aulete
15
pessoas físicas, bem como a empresas, significa, dado um certo
nível de confiabilidade, transferir a posse de ativos mediante um
compromisso de pagamento futuro.5
Essas definições procuram caracterizar o sacrifício de alguém em
não consumir no presente, para que outros o façam. Claro que os recursos são
disponibilizados nessas condições por algum tempo e a um determinado custo.
Isso significa que toda operação de crédito é sempre uma forma de empréstimo
e acarreta um custo na forma de juros.
Em termos financeiros, o crédito é uma ferramenta de gestão que
pode ser utilizada por uma empresa ou particular na venda dos seus produtos,
mas também por um banco ou instituição financeira na concessão de
financiamento e empréstimos.
Numa relação creditícia existem, pelo menos, duas entidades
contratantes: a que recebe o crédito (devedor) e a que concede o crédito
(credor).
Nesta relação contratual, o credor tem o direito de exigir a restituição
do valor emprestado, bem como eventuais contrapartidas, como juros,
legalmente contatados.
O devedor fica obrigado a pagar ao credor as importâncias definidas,
sendo que, em caso de descumprimento, ficará exposto às consequências
legais aplicáveis.
Por norma, as condições de negociação do crédito têm como base
uma análise ao cliente, normalmente, suportada por dados históricos.6
Concluindo e levando esses conceitos para dentro de uma
instituição financeira, entendemos que crédito representa a ação de colocar
uma quantia em dinheiro à disposição do cliente, mediante promessa de
pagamento em data e condições previamente pactuadas.
4 Schrinckel, 1991 5 Blatt, 1999
16
2.1. Cenário histórico do mercado de crédito nacional
O pacote de medidas econômicas implementadas pelo Plano Real
contribuiu para a redução significativa da inflação a partir de junho de 1994.
Para controlá-la, o Governo Brasileiro decidiu adotar a estratégia de abertura
gradual do mercado, possibilitando um acirramento da concorrência e,
consequentemente, uma redução de preços.
Com o fim das receitas oriundas do floating inflacionário, as
instituições tiveram que alterar as suas estratégias de concorrência e promover
operações que fossem demandadas pela população, tanto pelas famílias como
pela empresas, objetivando manter níveis altos de eficiência e lucratividade. De
fato, a estabilidade da economia não somente alterou a forma de atuação da
firma bancária, mas seu campo de influência atingiu toda a população de
consumidores e produtores. Sendo esta influência, determinada pelo aumento
da demanda de crédito:
Por um lado, as instituições bancárias perderam acesso aos ganhos
inflacionários. Por outro lado, passaram a promover políticas ativas
de expansão dos empréstimos, sobretudo de curto prazo,
beneficiando-se do aumento da demanda por crédito. O estado de
confiança criado pela expectativa de estabilização dos preços levou
os consumidores, sobretudo os de renda mais baixa, a ampliar a
demanda por bens de consumo duráveis, devido ao aumento real e
a preservação do poder de compra dos salários associados à queda
da inflação. (Cintra, 2006)
Os grandes beneficiados com a redução de preços foram os
consumidores, que passaram a comprar bens alimentícios e bens duráveis
utilizando recursos da renda e ou de fontes alternativas, tais como os limites do
cartão de crédito.
6 Vilela (2016)
17
A contrapartida do expressivo crescimento, tanto do número de
cartões de crédito em circulação com do valor das transações financeiras com
cartões de crédito, foi a maior exposição ao risco de inadimplência no período.7
Securato (2007) afirma que, com o Plano Real, houve uma mudança
significativa na economia brasileira: mesmo instituições com tradição de operar
com risco concentrado em clientes de primeira linha voltaram-se para o varejo,
segmento que oferece oportunidade de ganhos elevados; paralelamente, a
política de privatizações de estatais e o maior ingresso de capitais de risco face
ao interesse do investidor externo no País propiciam oportunidades de
operações diferenciadas e de valores expressivos.
Os bancos de varejo tendem a manter uma política flexível, com a
carteira de crédito agregando muitas operações tradicionais de valores
pequenos/médios e praticando spreads mais elevados. O esforço
mercadológico é direcionado para micro/pequenas empresas e para pessoas
físicas, para as quais a avaliação de risco pode ser feita através de sistemas de
pontuação conhecidos como Credit Scoring, Behavior Scoring e sistemas
mistos, agregando pontuações de crédito e comportamentais.
2.2. Políticas de Crédito no Banco do Brasil
Conforme exposto anteriormente, para cumprir sua finalidade, os
bancos precisam emprestar. Mas precisam, também, ter relativa segurança de
que os valores retornarão a seus cofres nos prazos e nas condições
acordadas.
Para garantir rentabilidade em crédito com relativa segurança, os
bancos definem orientações na forma de políticas. As políticas de crédito
compreendem, assim, um conjunto de macroorientações que visam garantir
padrões de desempenho em crédito compatíveis com a boa técnica bancária.
Geralmente são aprovadas pelo escalão maior da organização e delas derivam
7 Santos (2015)
18
todos os normativos e orientações relativos a crédito. É como se fossem a
“carta magna” de crédito em um banco.
Segundo Blatt (1999), as políticas de crédito são constantes.
Definem as questões de gerência de crédito de uma perspectiva estratégica.
Os procedimentos de crédito mudam quando mudam os negócios e têm uma
perspectiva tática.
Devem-se reexaminar os procedimentos frequentemente, para
assegurar que estão de acordo com as políticas.
As metas de uma política eficaz são:
• Assegurar que o credor atinja os resultados financeiros-alvo, com
ajuste para risco, com alta confiabilidade,
• Minimizar as perdas, consistentemente com o retorno alvo, e
nossa tolerância e apetite por riscos.
No Banco do Brasil, as políticas de crédito visam assegurar
uniformidade nas decisões, aperfeiçoar a administração de risco de crédito,
garantir integridade dos ativos de crédito e níveis adequados de risco e perdas,
e elevar os padrões de qualidade e o resultado do Banco.
São aprovadas pelo Conselho de Administração refletindo as
orientações estratégicas e, por isso, condicionam a que toda e qualquer
decisão de crédito esteja em conformidade com suas orientações. Nelas estão
descritas, entre outras, as diretrizes sobre responsabilidade pela condução dos
assuntos relativos aos negócios de crédito, em que segrega as funções de
crédito daquelas tipicamente negociais.
Os assuntos relativos ao crédito são conduzidos pela Diretoria de
Crédito. As ações relativas a negócios são conduzidas pelas diretorias
negociais, cada uma em sua área de atuação específica (Varejo,
Agronegócios, Comercial, Comércio Exterior, Governo, etc.).8
19
2.3. Processo de Crédito no Banco do Brasil9
O processo de crédito no Banco do Brasil é constituído pelas seguintes
etapas:
Figura 1: Processo de Crédito no Banco do Brasil
Concessão: é a porta de entrada no relacionamento de crédito com
o Banco. Abrange a análise do cliente e da operação. Na primeira, o Banco
utiliza métodos massificados e personalizados, definindo a probabilidade de
inadimplência e o limite de exposição. Quanto à análise da operação, o Banco
busca compatibilizar a oferta de produtos de crédito adequados ao perfil e à
capacidade de pagamento do cliente.
Condução: compreende a fase de acompanhamento da aplicação
dos recursos liberados, o gerenciamento das garantias, entre outras ações. O
principal objetivo nesta fase é a prevenção contra a inadimplência dos ativos.
8 Curso Risco de Clientes – Universidade Corporativa do Banco do Brasil 9 BANCO DO BRASIL S.A., Relacionamento com Investidores, disponível em
http://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/relacoes-com-investidores#/
20
Cobrança: caracteriza-se pela utilização de mecanismos que
asseguram o retorno dos recursos emprestados, levando-se em conta algumas
variáveis como o relacionamento do cliente com o Banco, a minimização de
custos e a utilização de mecanismos automatizados de cobrança e
recebimento de dívidas.
Recuperação: trata-se da fase em que o Banco busca reduzir as
perdas de crédito, minimizar os custos de recuperação e aumentar a taxa de
recuperação. Estão contemplados nesta etapa o processo de cobrança
extrajudicial, terceirização (contratação de empresas para prestar serviços de
cobrança e recuperação de créditos inadimplidos) e a cobrança judicial.
Esse processo envolve as diretorias de Crédito e de Reestruturação
de Ativos Operacionais, sendo esta última responsável pela condução de
créditos problemáticos.
21
CAPÍTULO III
GERENCIAMENTO DE RISCO
O risco está presente em todos os nossos momentos. Viver é
arriscado, já disseram alguns. Se isso é verdadeiro para nossas vidas, que
dizer então do crédito, que consiste em colocar à disposição do cliente
determinada quantia mediante promessa de pagamento futuro, sabendo que
risco é a probabilidade de o cliente não honrar seus compromissos nas
condições pactuadas? Como garantir a rentabilidade mínima exigida pelos
acionistas, frente à possibilidade de não cumprimento da promessa feita pelo
cliente?
Em crédito, risco e incerteza são diferentes, e estabelecer a
distinção entre eles é importante para que se façam bons negócios.
Ocorre incerteza quando a decisão é tomada unicamente movida
pela sensibilidade, ou seja, quando são tomadas decisões subjetivas, sem
amparo em qualquer metodologia que indique as variáveis que possam
oferecer condições objetivas para a decisão.
Já o risco pode ser calculado com base em informações e dados
históricos fundamentados, para que a decisão seja tomada a partir de
estimativas julgadas aceitáveis.10
Como será apresentado adiante, analisar crédito é fazer avaliação
adequada dos riscos envolvidos, a partir de dados e informações fidedignas
sobre o tomador de recursos e o negócio pretendido, de modo a reduzir a
probabilidade de perda. Diferente de atuar no campo da incerteza, com base
meramente em percepções individuais.
10 Curso Risco de Clientes – Universidade Corporativa do Banco do Brasil
22
3.1. Risco de Crédito
O risco de crédito está relacionado à possibilidade do não
pagamento pelo tomador do crédito na data pactuada com o devedor.
Estatisticamente, o risco é definido como a variabilidade de retornos esperados
de um ativo e é calculado a partir de dados históricos. Entretanto, para as
situações em que não se têm séries históricas acerca de um fato, há a
necessidade de se avaliar também as "incertezas" envolvidas no negócio,
sendo a decisão de cunho subjetivo.
Santos (2010) afirma que o gerente de crédito deve lembrar-se
sempre de que, ao vender um crédito, está automaticamente comprando um
risco com todos os problemas e benefícios que a transação envolve. A
qualquer momento, acontecimentos imprevistos e adversos, como os
decorrentes de recessão econômica, podem afetar as fontes primárias de
pagamento de empresas e de pessoas físicas, reduzindo a probabilidade de
recebimento de crédito.
O analista, ao examinar uma proposta de crédito, estará atento às
diversas variáveis relacionadas ao risco do cliente e da operação. Estará
buscando informações relativas ao passado do cliente, ao presente (viabilidade
de seu empreendimento e outros dados relevantes) e ao futuro quanto a
capacidade de pagamento (Silva, 1997).
Vários fatores internos e externos em relação ao tomador do crédito
podem contribuir para que o credor não receba na data pactuada. Esses
fatores são denominados fatores de risco.
Wesley (1993) aborda o assunto ao destacar dois fatores que
tendem a ser determinantes do risco de inadimplência: (1) a fraca qualidade no
processo de análise de crédito (fator interno), e (2) o agravamento da situação
macroeconômica que pode resultar na escassez de clientes saudáveis (fator
externo).
23
"Tais fatores nunca ocorrem sozinhos ou em proporções
previamente definidas. Na realidade existe uma forte inter-relação e
interdependência entre os diversos fatores de riscos" (Blatt 1999).
Entre os fatores internos identificados como responsáveis pelas
perdas financeiras em concessões de crédito, usualmente são citados os
seguintes de natureza administrativa (Santos, 2010):
• Profissionais desqualificados
• Controles de riscos inadequados
• Ausência de modelos estatísticos
• Concentração de crédito com clientes de alto risco
Os fatores externos são de natureza macroeconômica e, por isso,
relacionam-se diretamente com a liquidez (capacidade de pagamento) de
empresas e de pessoas físicas no mercado de crédito.
• Concorrência
• Inflação
• Carga tributária
• Caráter dos clientes
• Taxa de Juros
• Paridade Cambial
Compreende-se então que, quando se empresta dinheiro, de um
lado tem o cliente com suas necessidades e expectativas, sua capacidade e
disposição de honrar compromissos, entre outros fatores, e de outro lado,
temos o negócio proposto, sua viabilidade econômica, sua capacidade de gerar
receitas, etc. Além disso, o Banco e o cliente estão expostos a diversas
influencias externas, como decisões políticas, questões sociais e conjunturais,
24
variações cambiais e legislação, que podem trazer impactos ao desempenho
de suas atividades. O risco de crédito engloba esses fatores, ligados ao cliente
e ao negócio, e ainda outros, ligados ao nível de concentração e à
administração do crédito.
O risco do cliente será o foco deste trabalho, entretanto estão
definidos abaixo os principais fatores envolvidos no risco de crédito.
Risco do cliente – inerente ao tomador de recursos, decorre de
suas características, que constituem as variáveis analisadas nos chamados Cs
do crédito (caráter, capacidade, condições, capital, conglomerado e colateral).
Por fornecerem a base para a classificação do cliente quanto ao risco e, em
consequência, para a concessão de crédito.
Risco do negócio – está relacionado à operação, ao negócio em si.
Todo empréstimo ou financiamento carrega certas características de risco
inerentes à sua finalidade e à sua natureza, como tipo de produto financiado,
valor envolvido, prazo e forma de pagamento, garantias oferecidas e encargos
cobrados. Cada um desses componentes tem sua potencialidade de risco.
Risco da concentração de crédito – é a possibilidade de perdas
em decorrência da não diversificação do crédito. Ocorre quando concentramos
nossas operações em um número reduzido de clientes, em determinado setor
de atividade, ou em um segmento de mercado, ou em uma região geográfica,
etc.
A concentração de crédito em um único setor pode sofrer os
impactos decorrentes de eventuais dificuldades que venham a atingi-lo. As
orientações sobre aplicação de recursos financeiros, decorrentes dos princípios
estabelecidos nas políticas de crédito, definem critérios para a composição da
carteira de ativos no que se refere à concentração máxima admitida em cada
classe de cliente quanto a porte, risco e ramo de atividade.
Risco da administração do crédito – é o tipo de risco ligado à
condução das operações, às formas adotadas para acompanhamento e aos
25
profissionais envolvidos. Muitos dos créditos problemáticos ocorrem em função
de acompanhamentos insatisfatórios ou insuficientes.
Não basta simplesmente fazer-se boa análise do cliente e da
operação. Se, após a liberação dos recursos, a operação for abandonada,
pode-se ter dificuldades no recebimento dos capitais emprestados. Isso é mais
verdadeiro quando estivermos tratando de operações de longo prazo, pois
durante a sua vigência, muitos fatores poderão alterar a situação do cliente e
da atividade.
3.2. Riscos que interferem no risco de crédito
O tomador de crédito também está sujeito a riscos, assim, para
avaliar os riscos envolvidos na atividade de crédito, deve-se também conhecer
os riscos que possam afetar o tomador, o risco do cliente, e, por consequência,
comprometer sua capacidade de honrar compromissos. Sem a intenção de
esgotar o assunto, estarão a seguir relacionados alguns deles:
Risco de mercado – é risco de mudanças no comportamento de
taxas de juros e cambio, nos preços das ações, commodities e na
incompatibilidade entre taxas, prazos, moedas e índices, entre outros fatores.
Risco de liquidez – é a possibilidade de ocorrer falta dos recursos
necessários ao cumprimento de uma ou mais obrigações, em função do
descasamento entre entradas e desembolsos.
Risco de crédito – definido como a possibilidade de perda
resultante da incerteza quanto ao recebimento de valores pactuados com
tomadores de empréstimos, contrapartes de contratos ou emissões de títulos.
Risco legal – a inobservância dos dispositivos legais ou
regulamentares, além das sanções a que a empresa está sujeita pelo
descumprimento da lei, pode ensejar pedidos de indenização por danos a
terceiros.
26
Risco de imagem - é a possibilidade de o cliente ter seu nome
desgastado em razão de publicidade negativa, verdadeira ou não.
Risco de conjuntura – é a possibilidade de ocorrerem mudanças
nas condições políticas, culturais, sociais, econômicas ou financeiras,
internamente ou em outros países.
- Risco estratégico: risco de perdas pelo insucesso das estratégias
adotadas, levando-se em conta a dinâmica dos negócios e da concorrência, as
alterações políticas no País e fora dele e as alterações na economia nacional e
mundial.
- Risco-País: risco de perdas em função de alterações políticas,
culturais, sociais, financeiras/fluxo de capitais ou econômicas em outros países
com os quais haja algum tipo de relacionamento econômico, principalmente
investimentos.
- Risco sistêmico: risco de perdas em virtude de dificuldades
financeiras de uma ou mais instituições que provoquem danos substanciais a
outras, ou ruptura na condução operacional de normalidade do Sistema
Financeiro Nacional – SFN.
Risco operacional – é a possibilidade de ocorrerem perdas
associadas à atividade operacional da empresa, como sistemas inadequados
ou inoperantes, falhas humanas ou em processos internos, fraudes, controles
defeituosos ou inadequados e catástrofes.
A avaliação de risco do cliente tem por finalidade básica calcular o
perfil de risco de crédito e estabelecer limites e sublimites para o cliente. O
risco do cliente define a probabilidade de inadimplência no segmento a que ele
pertence.
O Banco do Brasil, baseado nas suas políticas de crédito e nas
definições de quanto risco pretende assumir, desenvolve seus próprios
modelos de avaliação de risco de cliente, e essa função cabe à sua Diretoria de
Crédito.
27
Para a construção de seus modelos, o Banco parte da base de
dados existentes na própria instituição. Dessa forma, o correto preenchimento
do cadastro torna-se imprescindível para que no futuro não sejam construídas
metodologias baseadas em dados incorretos.
3.3. Governança Corporativa dos Riscos no Banco do Brasil11
O modelo de governança de riscos adotados pelo BB envolve estrutura
de comitê e subcomitês, com a participação de diversas áreas da Instituição,
contemplando os seguintes aspectos:
• Segregação de funções: negócio x risco;
• Estrutura específica para avaliação/gestão de risco;
• Processo de gestão definido;
• Decisões em diversos níveis hierárquicos;
• Normas claras e estrutura de alçadas;
• Referência às melhores práticas de gestão.
Todas as decisões relacionadas à gestão de riscos são tomadas de
forma colegiada e de acordo com as diretrizes e normas do BB. A governança
de risco do Banco do Brasil, abrangendo o Banco Múltiplo e suas Subsidiárias
Integrais, é centralizada no Comitê de Risco Global – CRG, composto pelo
Conselho Diretor, tendo por finalidade principal estabelecer as estratégias para
gestão de riscos, limites globais de exposição a riscos e níveis de
conformidade e alocação de capital em função dos riscos.
11 BANCO DO BRASIL S.A., Relacionamento com Investidores, disponível em
http://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/relacoes-com-investidores#/.
28
Figura 2: Estrutura de Governança
As decisões desse Comitê e dos Subcomitês são comunicadas às
áreas intervenientes por meio de resoluções que expressam objetivamente o
posicionamento tomado pela Administração, garantindo a aplicação em todos
os níveis do Banco.
29
CAPÍTULO IV
ANÁLISE DE CRÉDITO
O principal objetivo da Análise de Crédito numa instituição financeira
(como para qualquer emprestador) é o de identificar os riscos nas situações de
empréstimo, evidenciar conclusões quanto à capacidade de pagamento do
tomador e fazer recomendações relativas à melhor estruturação e tipo de
empréstimo a conceder, à luz das necessidades financeiras do solicitante, dos
riscos identificados e mantendo, adicionalmente, sob perspectiva, a
maximização dos resultados da instituição. 12
Para Blatt (1999), a análise de crédito é uma das ferramentas
indispensáveis para uma boa decisão de crédito. A análise de crédito consiste
num estudo da situação global de um devedor em perspectiva, visando à
elaboração de um parecer que retrate, de forma clara e objetiva, o
desempenho econômico-financeiro do mesmo. Tal estudo é realizado não só
mediante a avaliação de suas demonstrações financeiras, como também das
condições do grupo do qual faz parte, do seu setor de atuação, além de
aspectos políticos e econômicos.
Schrickel evidencia as ideias centrais do que seja uma análise de
crédito:
“A Análise de Crédito envolve a habilidade de fazer uma decisão de
crédito, dentro de um cenário de incertezas e constantes mutações e
informações incompletas. Esta habilidade depende da capacidade de analisar
logicamente situações, não raro complexas, e chegar a uma conclusão clara,
prática e factível de ser implementada”.
Ainda segundo o autor, seu objetivo é, pois, o de chegar a uma
decisão e não efetuar um mero relatório, ainda que mais ou menos extenso. Os
instrumentos específicos de análise variam com a situação peculiar que se tem
12 Schrickel, 1991
30
à frente, porém o objetivo e a lógica são permanentes. Há que se tomar uma
decisão, dentro de um contexto incerto, em constante mutação e tendo em
mãos um volume de informações nem sempre desejável, a nível de seu
detalhamento.
Com certeza, pode-se inferir que a decisão será tanto melhor,
quanto melhores forem as informações disponíveis. Analisar um cliente
significa conhecê-lo sob todos os aspectos, de forma que, ao final da análise,
possamos aferir qual a probabilidade de esse cliente vir a não honrar seus
compromissos e, em função do risco apurado:
• Quantificar o valor que a instituição admite confiar a esse
cliente (limite de crédito);
• Fazer recomendações relativas aos tipos de empréstimo ou
financiamento que porventura possam ser contratados com
ele, e
• Estabelecer condicionantes que possam contribuir para
minimizar riscos identificados.
No Banco do Brasil o limite de crédito representa o valor máximo
que a instituição admite emprestar para um cliente. Em outras palavras, é a
exposição máxima ao risco do cliente admitida pelo Banco. Nesse sentido, não
é necessariamente tudo que o cliente precisa. E para sua utilização, deverão
ser observadas as condições do negócio proposto e sua adequação à
capacidade de pagamento do cliente.
4.1. O analista de crédito no Banco do Brasil
Analisar crédito consiste em identificar fatores de risco, a partir de
dados e informações sobre o cliente e sua atividade, para decidir ou prestar
assessoramento às instâncias decisórias, indicando opções que compatibilizem
31
os interesses do Banco do Brasil com as necessidades e as condições do
cliente.
A partir das fontes de dados fornecidas pelo cadastro do Banco,
existentes em registros cadastrais de terceiros (Serasa), relatório de visita ao
cliente e os relatórios contábeis e financeiros, no caso de empresa, como,
porém, transformar esses dados em informações para decisão? Como, a partir
deles, formular estudos detalhados sobre os clientes e sobre os cenários onde
atuam, com vista a decidir ou subsidiar segura e ágil decisão?
O tratamento dos dados, para transformá-los em informações
consistentes, exige certas características pessoais e habilidades profissionais
nas dimensões técnica, administrativa, político-negocial e interpessoal, que
facilitam o desempenho da tarefa.
4.1.1. Características e habilidades pessoais
A seguir são listadas algumas características e habilidades pessoais
constantemente demandadas no desempenho da atividade de análise de
crédito e que, se bem desenvolvidas, contribuirão para o sucesso profissional,
com reflexo direto na qualidade das informações que oferecem aos decisores
de crédito.
Poder de observação – fator decisivo na busca e manutenção da
qualidade do crédito. Consiste em saber “ler” os dados e as informações que
lhes são apresentadas.
Habilidade de comunicação – é exigida em vários níveis, inclusive
internamente, quando no relacionamento com colegas de trabalho. É um
processo de mão dupla, pois, por meio dela, entendemos e nos fazemos
entender. Estende-se à comunicação escrita.
Capacidade de decisão – é inerente à tarefa de análise de crédito, a
conclusão sobre o cliente, quanto a ser ou não merecedor de crédito. Deve-se
32
estar preparados para decidir e defender suas ideias e posicionamentos, sem
se deixar influenciar por terceiros.
Diplomacia e empatia – o relacionamento com o cliente exige
constante exercício da diplomacia, por isso a importância da habilidade para
atenuar situações como reclamações. Uma atitude saudável também é colocar-
se no lugar do cliente e trata-lo da forma que ele gostaria de ser tratado.
Automotivação – é o elemento essencial para alcançar boa
performance. É o entusiasmo interior que leva o profissional ao desempenho
de suas atividades sem a necessidade de continuas cobranças, advertências
ou incentivos por parte de seu superior.
Habilidade para negociar – requer habilidade de comunicação e
compreensão das exigências das partes envolvidas no negócio, seja junto ao
cliente seja na participação em decisões do comitê de crédito. Deve possuir um
pouco de flexibilidade, pois a boa negociação deverá atender a ambas as
partes.
Estabilidade emocional – no mundo dos negócios e no
relacionamento com clientes, existirão sempre situações em que os fatos irão
ocorrer diferente do planejado. A tolerância pode amenizar estados de tensão e
possibilitar a continuidade da boa relação que o Banco busca manter com ele.
Habilidade para aceitar risco – em toda atividade bancária sempre
existirá a variável risco. Deve-se avaliá-la, para determinar se é ou não
aceitável e qual rentabilidade que o risco poderá trazer para a carteira de
ativos.
Postura – deve-se pautar a postura em sólida gama individual de
valores morais e éticos, elevados padrões pessoais e de integridade. Deve-se
estar consciente de seu papel no Banco e, acima de tudo, do comportamento
que a Empresa espera de seus funcionários.
33
4.1.2. Habilidades profissionais
Podem ser adquiridas por meio de estudos, treinamentos, leitura de
jornais, revistas e publicações especializadas. No entanto, não pode ser
desprezada a experiência do dia-a-dia, pois é no cotidiano que o saber se
expressa e se consolida.
As principais habilidades estão listadas abaixo:
• Conhecimento geral de negócios
• Conhecimento bancário
• Noções de economia e atualidades
• Noções de aspectos legais
• Conhecimento do mercado local
• Conhecimento de técnicas de vendas
• Conhecimento de administração
• Conhecimento de contabilidade
4.2 Os “Cs” do Crédito
Uma política de crédito claramente definida, visa à aplicação correta
de seus ativos. Neste contexto, para que haja operação de crédito mais segura,
é necessário que a instituição credora avalie uma série de variáveis que são as
bases primárias para concessão de crédito. A estas variáveis chamamos de
“Cs do Crédito”, há algum tempo utilizados pelos bancos em geral para a
análise de crédito.
Aos quatro elementos iniciais (caráter, capacidade, condições e
capital), os estudiosos vêm acrescentando outros, conforme sejam seus
34
enfoques. O Banco do Brasil entendeu trabalhar com mais dois (conglomerado
e colateral), somando, assim, seis elementos para análise.
Segundo Blatt (1999), os “Cs” do Crédito fornecem uma visão da
complexidade que uma avaliação de crédito pode assumir. Tal complexidade
frequentemente implica um grau de subjetividade elevado no que tange à
decisão propriamente dita. O nível de subjetividade aumenta em função:
- da multiplicidade, grau de qualidade e origem das informações,
cuja ponderação, invariavelmente, torna-se extremamente difícil;
- do caráter frequentemente contraditório que reveste essas mesmas
informações. Muitas vezes temos vários pontos positivos e vários pontos
negativos, tornando a decisão muito complicada.
4.2.1. Caráter
O caráter pode ser definido como a vontade e a determinação do
cliente em cumprir a obrigação referente ao empréstimo. Provavelmente, o
caráter é o componente individual mais importante da aparência geral do
cliente. Pessoas do mundo dos negócios, de bom caráter, farão todos os
esforços possíveis para pagar um empréstimo e trabalham de maneira aberta e
de forma a cooperar com seu banco, caso seu negócio experimente
dificuldades financeiras.
Blatt (1999) afirma que o caráter faz menção ao risco moral, ou seja
à intenção ou à determinação do cliente de honrar ou não seus compromissos
assumidos. É sem dúvida alguma, o primeiro fator de seleção da clientela.
As pessoas sem caráter dão pouca prioridade ao pagamento das
dívidas e, facilmente, deixam de cumprir qualquer compromisso, ao primeiro
sinal de dificuldade financeira. O caráter é demonstrado por meio da
integridade e honestidade. O caráter de um cliente pode ser julgado de maneira
mais precisa ao longo de vários anos de negociação com a pessoa.
35
Para empresas valem os mesmo princípios, com algumas
particularidades. Por regra geral, o caráter de uma empresa é reflexo do
caráter de seus donos e de seus administradores, pois é impossível separar
uma coisa da outra.
Cabe enfatizar, entretanto, que um cliente pode atrasar um
pagamento, ou mesmo deixar de pagar, em razão de não dispor de recursos, o
que não é decorrência necessariamente de seu caráter.
4.2.2. Capacidade
Por mais que o caráter da pessoa seja irrepreensível, haverá
situações em que, se ele não tiver capacidade para bem conduzir sua
atividade, poderá vir a não honrar seus compromissos. Por isso, uma pessoa
acima de qualquer suspeita poderá vir a não pagar suas dívidas, não pela falta
de caráter, mas por falta de capacidade para conduzir seu empreendimento.
Consiste nas qualidades curriculares do indivíduo em gerir sua vida
pessoal e/ou profissional e/ou empresarial. Para créditos a pessoas físicas,
deve-se conhecer sua estabilidade como empregado, empresário ou
autônomo, sua formação profissional, seus empreendimentos e respectivo
sucesso, seu estado civil, sua idade, dependentes, qualificação de seu
cônjuge, etc. (Blatt, 1999)
Para crédito à pessoa jurídica, é imprescindível se conhecer a
experiência dos administradores, se são profissionais de mercado ou
elementos da família, aspirações, relacionamento sócio-político-cultural,
estabilidade profissional, empreendimentos tocados e respectivo sucesso,
idade, etc. (Blatt, 1999)
A capacidade refere-se a fatores internos, tais como: habilidade,
competência empresarial do indivíduo ou do grupo de indivíduos, o potencial de
produção, administração e comercialização da empresa. É algo bastante
subjetivo e nem sempre fácil de medir. No que diz respeito à capacidade física
36
da empresa, por meio de uma visita pode-se conhecer suas instalações, seus
métodos de trabalho, bem como o grau de tecnologia utilizado.
Quanto a habilidade administrativa ou técnica do pessoal, a
disposição da empresa pode ser feita uma análise do currículo de seus
administradores, visando identificar se são conhecedores do ramo em que
atuam.
4.2.3. Condições
Condições referem-se a fatores externos, tais como: situação da
economia em geral, e tipo de segmento de mercado, no qual se insere a
empresa do cliente. Cabe ressaltar que certas decisões de política econômica,
por exemplo, o desaquecimento de determinado setor da economia, bem como
o comportamento do mercado em geral, afetam o nível de atividade de
determinados tipos de empresas. Há um macroambiente no qual a empresa
está situada, que exerce forte influência na atividade empresarial.
Nesse macroambiente, está o governo, a conjuntura nacional e
internacional, os concorrentes, bem como a natureza e a ecologia. As forças
desse macroambiente tanto se manifestam de forma positiva, representando
oportunidades para as empresas, quanto como ameaças, trazendo
dificuldades.
As variáveis relativas ao microambiente são ditas operacionais, com
as quais o cliente interage, recebendo e exercendo influencia. Dentre outros,
destacam-se o nível de interferência que a maior ou menor concentração no
número de fornecedores exerce no poder de barganha na hora da compra ou
do número de clientes na hora da venda, sazonalidade, atuação dos
concorrentes e poder de fogo em relação a eles, etc.
Da mesma forma que as pessoas jurídicas, as pessoas físicas
também sofrem, direta e indiretamente, influências do macroambiente. Em
épocas de recessão econômica, por exemplo, as empresas cortam despesas
37
de pessoal. Ou a pessoa é demitida ou pode até conseguir manter o emprego,
mas vê o poder de compra de seu salário ser corroído pela elevação nos
preços sem a contrapartida da reposição salarial. Tem, com isso, sua
capacidade de pagamento gradativamente deteriorada, a ponto de ver
comprometida sua capacidade de honrar os compromissos assumidos.
4.2.4. Capital
O capital refere-se aos fundos disponíveis para operar uma
empresa. A esse respeito existem duas considerações fundamentais a fazer: o
montante de capital que os proprietários investiram na empresa e o grau de
eficiência com que o total do capital é nela empregado.
Pela análise dos demonstrativos contábeis, obtêm-se informações
valiosas sobre o desempenho e a solidez de determinada empresa,
constituindo-se numa eficiente ferramenta para o gestor de crédito.
A análise financeira é, inquestionavelmente, um fator relevante para
a decisão de crédito. O conceito de análise financeira transcende o conceito de
“análise de balanço”. Na ausência das demonstrações financeiras, a
capacidade de pagamento deve ser feita com base em outras informações
obtidas junto ao cliente.
No caso de pessoas físicas, inclusive produtor rural, a situação
patrimonial do cliente deve ser verificada pelos bens de que dispõe em
oposição às suas dívidas. A situação financeira, por seu turno, é obtida pela
comparação entre as receitas (salariais, de honorários, da produção agrícola
ou outras) e as despesas de custeio, tanto da própria atividade que
desempenha como de manutenção familiar e outras que puderem ser
apuradas.
38
4.2.5. Conglomerado
O C de Conglomerado refere-se à análise não apenas de uma
empresa específica que esteja pleiteando crédito, mas ao exame do conjunto
de empresas no qual a pleiteante do crédito esteja inserida. Não basta
conhecer a situação de uma empresa, é preciso que se conheça sua
controladora e suas controladas e coligadas para se formar um conceito sobre
a solidez do conglomerado.
Embora direcionada para a análise de pessoas jurídicas, a
abordagem do cliente sob o enfoque do conglomerado pode estender-se
também às pessoas físicas que desempenhem mais de uma atividade. Isso
significa dizer que devemos sempre ver o cliente como um todo.
Blatt (1999) acrescenta que, ainda no caso de pessoas físicas, o
conglomerado inclui a análise de crédito de cônjuge, dependentes,
garantidores, referencias apontadas, etc.
4.2.6. Colateral
Colateral faz menção às garantias oferecidas pelo cliente para
compensar fraquezas ou simplesmente para reforçar e complementar outros
aspectos de crédito (Blatt, 1999). A garantia é uma espécie de segurança
adicional e, em alguns casos, a concessão de crédito precisará dela para
compensar as fraquezas decorrentes dos outros fatores de risco. Entretanto,
deve-se ter sempre em mente que a garantia, não deve por si só, justificar a
concessão de um empréstimo. A finalidade da garantia é dar ao credor meios
pelos quais poderá recorrer caso a fonte de pagamento não se materialize no
decorrer do ciclo operacional normal da empresa.
Alguns fatores são relevantes na definição da garantia:
· O risco: representado pela empresa e pela operação.
· A praticidade: na sua constituição.
39
· Os custos: incorridos para sua constituição.
· O valor: da garantia em relação ao valor da dívida, que deve ser
suficiente para cobrir o principal mais os encargos.
· A liquidez: ou seja, a facilidade com que a garantia pode ser
convertida em dinheiro.
· O controle: do credor sobre a própria garantia.
As garantias classificam-se em:
- Pessoais
- Aval.
- Fiança.
- Reais
- Hipoteca.
- Penhor (Bens e Títulos de Crédito).
- Alienação Fiduciária.
A vinculação de garantias, reais ou pessoais, é necessária para
assegurar o retorno do capital do banco, caso ocorram fatos que alterem as
condições do cliente e que o impeçam de honrar seus compromissos pelos
meios normais. Além disso, as garantias têm a função de comprometer o
devedor, moral e patrimonialmente. A vinculação de garantias pode inibir a
inadimplência, pelo temor de que o banco venha a executar os bens
vinculados. Contudo, será sempre acessória ao crédito.
40
CONCLUSÃO
A atividade de gerir e analisar crédito, e o risco a ela inerente, tem um
importante papel no contexto socioeconômico do País. As pessoas físicas
demandam crédito e as empresas precisam de recursos para atender as suas
necessidades de investimento e capital de giro, cabendo aos bancos cumprir a
função de supridores desses recursos, no desempenho de sua função de
intermediação financeira.
Embora possa parecer simples a princípio, mitigar riscos em uma
instituição financeira é uma atividade complexa, que deve ser integrada ao
planejamento estratégico e aplicada no dia-a-dia do banco. A gestão de riscos
e análise de crédito constituem-se em instrumentos fundamentais para a
sustentabilidade do negócio bancário. Os métodos de identificação, avaliação,
controle, mitigação e monitoramento dos riscos salvaguardam as instituições
financeiras em momentos adversos e proporcionam suporte para a geração de
resultados positivos e recorrentes ao longo do tempo.
Os bancos brasileiros vêm se ajustando a uma nova realidade desde a
implementação do Plano Real, à medida em que estão procurando, através da
concessão de créditos, buscar os ganhos que não mais consegue obter em
operações de tesouraria, e que outrora era sua principal fonte de receitas.
Assim, além de terem que operar em um ambiente de risco alto,
trabalham-se com a pressão de ter que promover o crescimento da carteira de
crédito visando o alcance de melhor rentabilidade. Os bancos que conseguirem
emprestar administrando bem o risco de crédito (emprestar mais com menor
inadimplência) serão os mais competitivos e sobreviverão no mercado.
Dentro deste contexto, o Banco do Brasil considera fundamental o
gerenciamento de riscos e a cuidadosa análise de crédito para o processo de
tomada de decisão, que contribui para a otimização da relação risco versus
retorno em suas operações.
As mudanças no ambiente financeiro mundial, tais como a integração
entre os mercados, o surgimento de novas transações e produtos, o aumento
da sofisticação tecnológica e as novas regulamentações tornaram as atividades
financeiras e seus riscos cada vez mais complexos.
41
Desta maneira, o estudo apresentado nesta monografia trata do risco na
análise de crédito e evidencia o quanto é necessário que empresas e
instituições financeiras, em decorrência de suas atividades, mantenham
ferramentas que as auxiliem na decisão de conceder ou não crédito a terceiros.
Na sua concessão, além dos dados extraídos do cadastro e de
demonstrações contábeis e financeiras, existem outros indicadores que não
são quantificáveis, e que servem a este fim. Os critérios para análise de crédito
podem ser diferentes de entidade para entidade, variando em função da
política adotada e do perfil eleito pelos administradores. Com isso, procurou-se
demonstrar a importância da análise dos chamados C´s do crédito: Caráter
(intenção de cumprir as obrigações), Condições (fatores externos), Capacidade
(de pagamento), Capital (recursos), Conglomerado (conjunto) e Colateral
(garantias).
Podemos concluir que uma análise de risco feita dentro das políticas de
crédito da instituição, seguindo seus procedimentos e normas, aproveitando a
experiência de seus profissionais e bem dimensionada quanto à atividade e
porte dos clientes pode minimizar, ou mesmo dirimir, a possibilidade de ocorrer
inadimplência nos empréstimos concedidos.
Com isso é possível obter maior segurança na aplicação dos recursos
sob a responsabilidade da instituição, aumentando a probabilidade de
recebimento e visando melhor rentabilidade dentro de limites de risco
aceitáveis.
42
BIBLIOGRAFIA
BACEN, Bancos Comerciais. Disponível em <http://www.bcb.gov.br> Acessado
em julho de 2017.
BANCO DO BRASIL S.A., Conheça o BB. Disponível em:
<http://www.bb.com.br/portalbb/home24,136,3525,0,0,1,8.bb?codigoNoticia=19
378&codigoRet=1061&bread=1&codigoMenu=204> Acessado em julho de
2017.
BANCO DO BRASIL S.A., Relações com Investidores. Disponível em:
<http://www.bb.com.br/portalbb/page51,136,3442,0,0,1,0.bb?codigoNoticia=48
10&codigoMenu=410&codigoRet=4116> Acessado em julho de 2017.
BANCO DO BRASIL S.A., Relatório Anual 2016. Disponível em:
<http://www.bb.com.br/docs/pub/siteEsp/ri/pt/dce/dwn/relan2016.pdf>
Acessado em julho de 2017.
BLATT, Adriano. Avaliação de risco e decisão de crédito: um enfoque prático.
São Paulo: Nobel, 1999.
CARVALHO, Fernando J. Cardim de. Economia monetária e financeira: teoria e
política. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
CINTRA, Marcos Antonio Macedo. A reestruturação do sistema bancário
brasileiro e os ciclos de crédito entre 1995 e 2005. Política Econômica em
Foco, nº 7, nov. 2005 / abr. 2006, 292-318. IE/UNICAMP
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 19ª ed. rev. e
atual. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2013.
LUZ, Érico Eleutério da. Análise de risco e crédito. 1ª ed. Curitiba: IESDE
BRASIL S/A, 2013.
SECURATO, José Roberto. Crédito: análise e avaliação de risco: pessoas
físicas e jurídicas. 2ª. ed. São Paulo: Saint Paul Editora, 2012.
43
SCHRICKEL, Wolfgang Kurt. Crédito: Análise, Concessão e Gestão de Riscos.
São Paulo: Trama , 1991.
SANTI FILHO, Armando de. Avaliação de riscos de crédito: para gerentes e
operações. São Paulo: Atlas, 1997.
SANTOS, José Odálio dos. Análise de Crédito: empresas, pessoas físicas,
agronegócio e pecuária. 3ª. ed. - 2. reimpr. - São Paulo: Atlas, 2010.
SILVA, José Pereira da. Gestão e análise de risco de crédito. 3ª. ed. São
Paulo: Atlas, 2008.
VILELA, Francisco. Guia de Análise e Decisões de Crédito. Porto: Vida
Econômica – Editorial, SA, 2016.
44
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 01 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
BANCO E INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 10
1.1. Banco Comercial 10
1.2. Intermediação Financeira 11
1.3. O Banco do Brasil 12
CAPÍTULO II
CRÉDITO 14
2.1. Cenário histórico do mercado de crédito nacional 16
2.2. Políticas de Crédito no Banco do Brasil 17
2.3. Processo de Crédito no Banco do Brasil 19
CAPÍTULO III
GERENCIAMENTO DE RISCO 21
3.1. Risco de Crédito 22
3.2. Riscos que interferem no Risco de Crédito 25
3.3. Governança Corporativa dos Riscos no Banco do Brasil 27
CAPÍTULO IV
ANÁLISE DE CRÉDITO 29
4.1. O analista de crédito no Banco do Brasil 30
4.1.1. Características e habilidades pessoais 31
4.1.2. Habilidades profissionais 33
4.2. Os “Cs” do Crédito 33
4.2.1. Caráter 34
4.2.2. Capacidade 35
4.2.3. Condições 36
4.2.4. Capital 37
4.2.5. Conglomerado 38
4.2.6. Colateral 38
45
CONCLUSÃO 40 BIBLIOGRAFIA 42 ÍNDICE DE FIGURAS 46 ANEXO 47
46
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Processo de Crédito no Banco do Brasil 19 Figura 2 – Estrutura de Governança 28
47
ANEXO
INTERNET
4 bancos concentram 79% do crédito no Brasil,
diz Banco Central
MAELI PRADO
DE BRASÍLIA
04/04/2017 02h00
A concentração bancária no país cresceu em 2016, depois de um ligeiro recuo
verificado no ano anterior.
Os quatro maiores bancos do país —Caixa, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú—
concentram 79% do mercado de crédito no Brasil, de acordo com o Relatório de
Estabilidade Financeira do Banco Central divulgado nesta terça (3).
Essa participação havia recuado de 76,1% em 2014 para 75,8% em 2015.
Esses grandes bancos também responderam no ano passado por 79% dos
depósitos bancários e por 73% dos ativos do sistema financeiro.
No ano passado, o Bradesco fez a incorporação do HSBC, que havia sido
comprado no ano anterior.
O diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, afirmou que uma melhora
no ambiente econômico pode ajudar a aumentar a concorrência no setor.
"O grande estímulo para a entrada de novos concorrentes é o mercado que
cresce, que se recupera. Acho que a queda do risco Brasil, o endereçamento de
questões estruturais, a recuperação da confiança, a política macroeconômica,
tudo isso é o melhor caminho para estimular a potencial entrada de novos
concorrentes", afirmou.
O BC informou ainda que, apesar da elevação do risco de crédito concedido a
empresas, do crescimento do desemprego e da piora da situação fiscal de
48
Estados, o sistema bancário brasileiro está preparado para lidar com um cenário
de crise.
"Houve um período de recessão profunda, que, embora tenha batido no setor
real, não se propagou de forma destacada no setor financeiro", disse Anthero.
Segundo ele, os bancos estão preparados para lidar com o aumento do que
chama de "ativos problemáticos" na carteira de crédito de empresas e
consumidores. Esses ativos são compostos por operações inadimplentes e
crédito renegociado, por exemplo, e passaram de 4% do crédito concedido a
empresas em dezembro de 2014 para 8% em dezembro de 2016.
No caso da carteira de crédito dos consumidores, os "ativos problemáticos"
atingiram o maior nível desde 2013, mas a tendência é de melhora nesse
cenário.
Entre junho e dezembro do ano passado, o índice de Basileia do sistema
financeiro, que mede a capacidade de um banco emprestar sem comprometer
seu capital, subiu de 16,5% para 17,2%. O BC exige um mínimo de 11%.
O relatório diz ainda que o sistema financeiro conseguiria absorver o impacto de
eventual falência das empresas envolvidas na Lava Jato.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/04/1872425-4-bancos-
concentram-79-do-credito-no-brasil-diz-banco-central.shtml
Top Related