Tatyana Mabel Nobre Barbosa
Claudianny Amorim Noronha
Estágio SupervisionadoD I S C I P L I N A
Módulo de orientação
Autoras
Propostas de ações colaborativas para o Estágio:
a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos
04
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”
Governo Federal
Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva
Ministro da EducaçãoFernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
ReitorJosé Ivonildo do Rêgo
Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral
Secretaria de Educação a Distância- SEDIS
Coordenadora da Produção dos MateriaisMarta Maria Castanho Almeida Pernambuco
Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfi coIvana Lima
Revisores de Estrutura e LinguagemJanio Gustavo Barbosa
Eugenio Tavares Borges
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Revisora das Normas da ABNTVerônica Pinheiro da Silva
Revisoras de Língua PortuguesaJanaina Tomaz Capistrano
Sandra Cristinne Xavier da Câmara
Revisor TécnicoLeonardo Chagas da Silva
Revisora Tipográfi caNouraide Queiroz
IlustradoraCarolina Costa
Editoração de ImagensAdauto Harley
Carolina Costa
DiagramadoresBruno de Souza Melo
Ivana Lima
Johann Jean Evangelista de Melo
Mariana Araújo de Brito
Adaptação para Módulo MatemáticoJoacy Guilherme de A. F. Filho
Imagens UtilizadasBanco de Imagens Sedis
(Secretaria de Educação a Distância) - UFRN
Fotografi as - Adauto Harley
Stock.XCHG - www.sxc.hu
Barbosa, Tatyana Mabel Nobre.
Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. –
Natal, RN: SEDIS, 2008. 11v
224 p.
1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny
Amorim. II. Título.
ISBN: 978-85-7273-489-9
CDD 370.733
RN/UF/BCZM 2008/109 CDU 371.133
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 1
1
2
Apresentação
Uma das perguntas mais recorrentes quando se inicia o Estágio Supervisionado é: “O
que faço aqui (na escola) com o que aprendi na Universidade?”. Assim, neste módulo,
orientaremos como é possível estabelecer o elo entre as demandas escolares e suas
aprendizagens acadêmicas, a partir das sessões de observação participante já realizadas.
Ao interagir com seu Professor Colaborador, você verá que os conhecimentos acadêmicos
não podem ser simplesmente justapostos na escola, e, por outro lado, as dinâmicas escolares
não invalidam as teorizações realizadas no âmbito da Universidade. Nesse sentido, em diversos
momentos deste módulo, sugerimos o trabalho colaborativo para o desenvolvimento de ações
na escola.
Para isso, basearemos nossas orientações no conceito de alternância. Retomaremos
referenciais de outras disciplinas do curso para orientá-lo no planejamento de ações para a
escola, que considere suas características físicas, materiais e sociais; seus professores e alunos
e sua dimensão técnica e pedagógica.
Conteúdos
Relação entre os aspectos observados na escola e o
conhecimento acadêmico construído nas disciplinas
do núcleo de Educação durante sua graduação.
Elaboração de propostas colaborativas que integrem
professores da escola e estagiários em ações comuns.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado2
Possibilidades de interface
entre a universidade e a escola
Em módulos anteriores, orientamos as sessões de observação participante da escola e
como e quais materiais nela observados poderão nortear suas decisões e defi nições para
as diferentes etapas do Estágio. Agora, você verá como seus conhecimentos elaborados
no âmbito acadêmico podem ser pertinentes para implementação de ações que considerem
as especifi cidades da escola.
Essa perspectiva de trabalho denominaremos de pedagogia da alternância. Dentre
as diferentes concepções acerca da pedagogia da alternância, retomaremos aquela que nos
permite estabelecer uma reciprocidade permanente entre a escola e a Universidade, a fi m de
que ela seja um dos nossos princípios básicos no Estágio Supervisionado:
A alternância [...] consiste em uma efetiva implicação,
envolvimento do alternante em tarefas da atividade produtiva, de
maneira a relacionar suas ações com a refl exão sobre o porquê
e o como das atividades desenvolvidas [...]. Trata-se, portanto,
de uma situação educativa caracterizada por forte interação
entre os diferentes momentos da aprendizagem – quer elas
sejam individuais, relacionais, didáticas ou institucionais, com
possibilidades de transformação dos seus campos e dos atores
em presença (SILVA, 2003, p. 30).
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 3
Nesse processo, é fundamental o modo como você estabelece os elos entre a
Universidade e a escola, a elaboração do seu projeto pedagógico para atuação no estágio, seu
desenvolvimento e avaliação, em que não há as dicotomias escola x Universidade, mas um
empenho em criar uma unidade entre a formação e atuação docente.
No Brasil, a formação por alternância tem sido freqüente a partir do fi nal da
década de 60, principalmente, na formação de jovens da zona rural. Segundo
Silva (2003), essa experiência pedagógica inspirou-se fortemente no modelo
francês das Maisons Familiares Rurales (Tradução nossa: casas familiares rurais),
que tinha como um dos seus princípios a alternância de momentos de vivência
na zona rural e na escola para a formação do jovem do campo, permitindo o
diálogo entre a formação agrícola na propriedade rural (empiria, teorizações
iniciais, confi rmação e negação de hipóteses) e a formação escolar (teorização,
teorizações mais complexas, novas hipóteses).
Aqui, deslocamos o conceito de alternância comumente utilizado para a formação
no campo para se pensar a formação docente durante o estágio supervisionado.
Consideramos o estagiário o alternante, que se movimenta entre dois espaços (a
Universidade e a escola) e mobiliza seus respectivos saberes em função da prática
docente. A noção de alternância nos possibilita não eliminar os conhecimentos
construídos num espaço em detrimento do outro.
No âmbito da formação docente, o Instituto de Formação Superior Presidente
Kennedy (IFESP), em Natal-RN, utiliza a pedagogia da alternância. Atualmente,
atende aos professores para formação continuada nos cursos Normal Superior,
Matemática e Letras. Nessa experiência, os professores continuam exercendo
suas atividades docentes na escola e, no outro horário, são alunos do Instituto.
Nesse caso, a alternância lhes permite refl etir no IFESP sobre suas experiências
docentes, que se constituem em dados para análise e teorização da prática, uma
vez que já estão inseridos sócio-profi ssionalmente. Como não se desvinculam das
suas atividades profi ssionais, pois esse é um dos requisitos para seu ingresso/
permanência no Instituto, a sistematização dos conhecimentos teórico-práticos
passa gradativamente a ser um elemento constitutivo da sua (nova) prática
pedagógica.
Nesse sentido, esse módulo o orientará a estabelecer essa interface entre as cenas da
sua escola e o que já foi pauta de discussão sobre ela nas disciplinas da área educacional ofertadas pela Secretaria de Educação a Distância e aqui retomadas, são elas: 1. Educação e
Realidade, 2. Fundamentos da Educação, 3. Fundamentos Sócio-Filosófi cos da Educação, 4.
Didática, 5. Psicologia da Educação, 6. Informática e Educação, 7. Educação e Tecnologia e 8.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado4
Disciplinas de Instrumentação para o Ensino. Com isso, você poderá redimensionar, reelaborar
e ajustar seus conhecimentos acadêmicos em função das especifi cidades da sua sala de aula, ao
mesmo tempo em que ocorrerão ajustes e mudanças na escola e, mais particularmente, na sua
sala de aula, em função da sua mediação dos conhecimentos acadêmicos, ao longo do estágio.
Ao retomar essas disciplinas, muitas das quais já cursadas por você, visamos focalizar
quais metodologias podem ser pensadas, quais ações podem ser desenvolvidas, a partir dos
conceitos já estudados por você, no seu planejamento de ensino, atendendo, principalmente,
as reais necessidades e possibilidades da escola.
Orientações para elaborar
propostas de ação diante dos
aspectos materiais, físicos e/ou
sócio-econômicos da escola
Você já ouviu professores, técnicos e direção falarem da difi culdade de realizarem seu
trabalho em função das limitações materiais da escola? Já observou que o bairro onde
a escola se localiza cria dinâmicas específi cas de interação com o lugar? Já pensou que
esses são pontos importantes para você analisar na escola em que está estagiando?
Essa dimensão material assume sentidos diferentes na escola, de modo que você poderá
escutar frases como: “a escola tem tudo e ninguém usa nada”; “essa escola não oferece
condições de trabalho”. Talvez seja importante você analisar a relevância dos aspectos materiais
da escola para o exercício das competências mencionadas por Perrenoud, citadas na aula 14
(A formação e a prática refl exiva) da disciplina Fundamentos Sócio-Filosófi cos da Educação.
No anexo 1 deste módulo, você encontrará uma tabela, estudada na disciplina citada
anteriormente, com a descrição das 10 competências necessárias para o ensino. Juntamente
com seu Professor Colaborador, refl itam sobre o que vocês consideram básico, do ponto de
vista material e infra-estrutural, para desenvolver cada competência na sua área de ensino.
Considere suas análises, suas anotações do diário de campo e as sessões de observação
participante, e, a partir da relação competências de referência do professor x condições/possibilidades de trabalho, elaborem propostas de trabalho possíveis na sua área de ensino.
Veja algumas sugestões a seguir.
Perrenoud
As competências de que
trata Perrenoud são as
seguintes: 1. organizar e
coordenar as situações
de aprendizagem; 2.
gerir a progressão das
aprendizagens; 3. conceber
e fazer evoluir dispositivos
de diferenciação; 4.
envolver os alunos em sua
aprendizagem; 5. trabalhar
em equipe; 6. participar
da gestão da escola; 7.
informar e envolver os
pais; 8. servir-se de novas
tecnologias; 9. enfrentar os
deveres e dilemas éticos
da profi ssão; 10. gerir sua
própria formação contínua..
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 5
Planeje conjuntamente e desenvolva propostas de ação colaborativa
Propostas
As sugestões a seguir podem ser desenvolvidas por você como atividade pontual
do seu Estágio Supervisionado I, ou mesmo como propostas a serem inseridas no
planejamento mais amplo que você elaborará e desenvolverá nos Estágios II e III.
Para o ensino de ciências: montar um laboratório
É possível que a escola não disponha de um laboratório. Isso, certamente, deverá
ser considerado no desenvolvimento da organização e coordenação das situações
de aprendizagem, competências fundamentais à
ação docente. Sem ter como realizar muitos dos
experimentos que requerem a estrutura de um
laboratório escolar, o professor de ciências precisará
considerar esse fator para planifi car e organizar suas
seqüências didáticas e identifi car alternativas para
estabelecer vínculos com as teorias subjacentes à
aprendizagem dos alunos. Nesse sentido, seria uma
contribuição muito signifi cativa para a escola se, a
partir dessas refl exões, você retomasse as disciplinas
de Instrumentação para o Ensino de Química e/ou Física e Didática, a fi m de elaborar
um projeto, juntamente com seu Professor Colaborador, para equipar o laboratório
na escola, ou mesmo, tentar reunir os equipamentos básicos para desenvolver experiências que possam ser desenvolvidas em sala de aula.
Você e seu Professor Colaborador podem envolver a escola nesse trabalho de
uma forma mais ampla para mobilizar e adquirir os materiais; os professores
podem ainda participar de ofi cinas ministradas por você, orientando-os no
desenvolvimento de experimentos; esses experimentos podem ser desenvolvidos
em sala de aula, como uma atividade do seu estágio supervisionado etc.
Para o ensino de matemática: desenvolver olimpíadas
Diversos materiais podem ser fundamentais para o ensino da matemática:
manipulativos, pictóricos, audiovisuais, lúdicos etc. No entanto, é possível que
a sua escola campo de estágio não disponha desses materiais, ou mesmo que
eles não sejam utilizados, embora objetos do quotidiano possam “substituir” um
aparato técnico mais sofi sticado.
Sugestão de atividade 1
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado6
A centralização do livro didático e o exercício
contínuo de resolução de equações, frações,
operações matemáticas básicas, desvinculadas
do contexto de uso dos alunos podem fazê-los
questionar: “para que eu preciso aprender isso se
essas contas podem ser feitas na calculadora ou
no computador?”.
Em algumas situações, esses materiais podem
permitir que seu aluno identifi que o vínculo da
matemática com sua vida prática. Nesse sentido,
a partir do seu conhecimento das disciplinas de Instrumentação para o Ensino da
Matemática e de Didática, analise o planejamento do seu Professor Colaborador
e identifique quais materiais didáticos seriam essenciais para que os alunos
identifi quem as teorias subjacentes a suas ações diárias.
A partir desse levantamento, você e seu Professor Colaborador podem organizar
uma olimpíada de matemática, que venha a ser realizada em sua sala de aula, ou
envolvendo toda a escola. Para isso, é necessário: mobilizar os alunos da escola para
adquirir os materiais; realizar uma ofi cina junto aos professores de matemática, a
fi m de torná-los multiplicadores; estabelecer as regras da olimpíada (estimativa de
tempo, seleção, classifi cação, pontuação dos participantes); categorizar as etapas
da olimpíada de acordo com os níveis de escolaridade/aprendizagem da matemática;
utilizar esse evento como momento de aprendizagem etc.
O desenvolvimento de trabalhos colaborativos como esses lhe permitirão tornar-se atento
às soluções que os professores dão para suas limitações materiais, a fi m de desenvolver as
competências de referência propostas por Perrenoud, mesmo diante das restrições materiais
da escola. Por outro lado, estabelecer essas metas – equipar um laboratório escolar ou realizar
uma olimpíada de matemática –, permitirá a você e ao Professor Colaborador buscar os apoios
institucionais e integrar à escola em projetos públicos que fomentem essas iniciativas.
A partir da perspectiva da alternância, em que a os conhecimentos construídos na escola
e na Universidade vão se alternando na sua formação docente durante o estagiário, é possível
que sua busca por uma “escola ideal” para estagiar esteja sendo redimensionada para uma
postura mais participativa e refl exiva na vida escolar.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 7
Orientações para elaborar
propostas de ação diante das
características dos alunos
Durante suas observações na escola, os depoimentos de muitos professores podem
alertá-lo sobre uma turma mais “trabalhosa” e uma turma “melhor” para você estagiar.
Ou mesmo, em suas observações, você pode identifi car situações bem complexas
vivenciadas pelos alunos: violência doméstica, uso de drogas, confl itos sexuais. Alguns desses
problemas podem, em princípio, desencadear um certo desencorajamento em trabalhar com
“aqueles” alunos. Veja a retomada das observações da escola realizada por uma estagiária
que orientávamos:
Na ausência desse ideal de aluno projetado por muitos dos estagiários, é necessário
repensar práticas de integração social que viabilizem o trabalho de sala de aula e o papel da
escola atualmente. Nesse sentido, a observação atenta desses alunos pode oferecer parâmetros
de trabalho importantes. Associe a isso seus conhecimentos construídos no âmbito das
disciplinas de Psicologia da Educação, Instrumentação para o Ensino e Didática.
Em Psicologia da Educação, por exemplo, conceitos como “inteligência”, “afetividade”,
“identidade”, “aprendizagem” e “desenvolvimento” podem ajudá-lo a melhor elaborar
estratégias de ensino que considerem as especifi cidades do seu aluno jovem e/ou adulto.
É importante compreender quais estratégias o professor utiliza para estabelecer uma
situação de ensino-aprendizagem diante do “caos” e compreender a dimensão prática das
teorias estudadas no campo da Psicologia da Educação. Nesse sentido, pode ser importante
que você retome as aulas 5 (A Psicologia da adolescência), 10 (A dinâmica dos grupos e o
Trabalho fi nal do Estágio Supervisionado
[...] Nas duas aulas que assisti na turma [...] fi quei tonta, as crianças
não paravam, andavam, corriam, “arengavam”, faziam de tudo,
menos, assistir aula. Eles saíam, entravam, jogavam bola dentro da
sala de aula, riscavam, desenhavam nas carteiras [...], atrapalhavam
a aula, se a professora reclamava, eles desafi avam, respondiam e
fi cava por isso mesmo. [...]
(ROCHA, 2006, Ensaio autobiográfi co).
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado8
processo grupal) e 12 (A escola como espaço de socialização) dessa disciplina. A partir delas,
você poderá compreender que esses traços de inquietação, euforia e desatenção ao objetivo
da aula correspondem às características psicológicas da adolescência, mencionadas na aula
5 dessa disciplina. Também é outra característica a formação de grupos dentro da dinâmica
escolar, mas com especifi cidades bem particulares à adolescência, como você pode ver nas
aulas 10 e 12 já citadas.
Planeje conjuntamente e desenvolva
propostas de ação colaborativa
Propostas
As sugestões a seguir podem ser desenvolvidas por você como atividade pontual
do seu Estágio Supervisionado I, ou mesmo como propostas a serem inseridas no
planejamento mais amplo que você elaborará e desenvolverá nos Estágios II e III.
Para o ensino de ciências ou matemática: planejar atividades em grupo
A “indisciplina escolar” tem sido um tema apontado por diversos professores
como preocupante no trabalho com adolescentes. No caso da educação de
adultos, surge a preocupação com a motivação para permanência na escola.
Em ambos os casos, há, na verdade, uma dificuldade em reconhecer as
características da adolescência e do adulto como sujeitos de aprendizagem.
Também pode ser importante observar as formas de organização dos grupos
entre os jovens e adultos e, a partir daí, elaborar um planejamento utilizando
técnicas de trabalho de grupo.
Sugestão de atividade 2
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 9
O trabalho em grupo pode ser importante devido aos diversos elementos que
unem os alunos em vista de um objetivo comum (no caso, um objetivo didático).
Deixamos como sugestão que você partilhe esses conhecimentos com o
Professor Colaborador e, junto com ele, refl ita sobre a possibilidade de trabalhar
a partir de uma das três propostas de formação de grupos na dinâmica de ensino-
aprendizagem, mencionadas na aula 10 de Psicologia da Educação.
I - Técnica do método científi co: pode ser aplicada quando se deseja trabalhar
com um único tema para toda a sala, que se constitui no grande grupo.
Sugestão de tema – Resolução de problema:
a) apresenta-se o problema;
b) escreve-se no quadro as perguntas elaboradas anteriormente pelos alunos
sobre o problema (dúvidas, indicações de caminhos possíveis para resolução
etc.) – o que queremos saber?;
c) o professor registra no quadro as respostas apontadas pelo grande grupo; – o
que pensamos?
d) o professor compara as respostas dadas ao resultado fi nal;
e) o professor envolve a turma para levantar suas conclusões – o que concluímos?
– e os orienta a registrar sua aprendizagem.
II - Painel de três: deve-se usar essa técnica quando se deseja trabalhar com uma
temática que comporta diferentes posições. Assemelha-se ao “júri simulado” que
trabalhamos no módulo dos Planejamento de ensino II, mas é uma técnica mais
simplifi cada e que pode ser desenvolvida num tempo mais curto.
Sugestão de tema – A origem da vida humana:
a) a sala deve ser dividida em 3 grupos;
b) o grupo expositor – um grupo expõe o tema explicando as diferentes teorias
da origem humana: a teoria naturalista, a teoria religiosa, a teoria da abiogênese,
da biogênese etc.
c) o grupo opositor – outro grupo faz anotações do que discorda sobre cada
teoria, ou sobre algumas delas e expõe suas anotações;
d) o grupo da assembléia – um outro grupo apresenta seu depoimento, fazendo
sua síntese;
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado10
sua r
esp
ost
ae) o professor faz as articulações, elimina os equívocos e fi xa os textos de cada
grupo no quadro.
III - Tempestade cerebral: a turma participa como um grande e único grupo. Essa
técnica pode ser utilizada para temas amplos, sobre os quais os alunos tenham
conhecimento a partir do senso comum.
Sugestão de tema – Poluição:
a) o professor propõe o tema e distribui cartelas ao alunos;
b) ao lançar o tema à turma, pede que cada aluno escreva palavras-chave que
lhes vêm à mente, mesmo que seja fruto de uma associação “absurda”;
c) solicita que os alunos fi xem no quadro as palavras-chave que associaram
ao tema;
d) o professor convida que os alunos analisem e selecionem as palavras
apontadas;
e) Com isso, o professor pode partir de seus conhecimentos prévios sobre
poluição e relacionar a “problemas respiratórios”, “origem dos poluentes”, além
de desfazer equívocos.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 11
sua r
esp
ost
a
A refl exão conjunta sobre dinâmicas de trabalho poderá favorecer o desenvolvimento
do seu planejamento, uma vez que todo o conhecimento que o professor tem sobre as
especifi cidades da turma e as peculiaridades de cada aluno serão fundamentais para a escolha
da técnica de grupo a ser utilizada. Assim, conhecer esses elementos frutos da experiência desse
professor e, para ele, reconhecer as especifi cidades do trabalho em grupo será signifi cativo
para a elaboração de um planejamento pertinente que considere, dentro da perspectiva da
alternância, os saberes construídos por ambos os sujeitos em ambos os espaços.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado12
Orientações para elaborar
propostas de ação considerando
o trabalho dos professores
A convivência com seu Professor Colaborador deve sempre se basear em aprendizagens
mútuas. Por isso, a possibilidade de retomar o papel da ciência, tecnologia e sociedade
na aprendizagem escolar, a partir de um diálogo permanente entre os conhecimentos
escolares e acadêmicos, pode ser um ponto pertinente para sua atuação, já que, segundo
Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002), essa relação, muitas vezes, não ocorre na sala de aula.
Para os autores, a ciência e a tecnologia são, para muitos professores, compreendidas como
algo “à parte” da sua realidade e do ensino, e, nesse sentido, a sua atuação pode ser pertinente.
No momento de estabelecer esse diálogo com o professor, de compreender como ele
vê as repercussões dos avanços científi cos e tecnológicos no ensino da sua disciplina, é
importante retomarmos Paulo Freire, quando fala sobre a ética no espaço educacional:
Gostaria [...] de sublinhar a nós mesmos, professores e professoras, a nossa
responsabilidade ética no exercício de nossa tarefa docente. Sublinhar esta
responsabilidade igualmente àqueles e àquelas que se acham em formação para exercê-
la [...]. O preparo científi co do professor ou da professora deve coincidir com sua retidão
ética [...]. Formação científi ca, correção ética, respeito aos outros, coerência, capacidade
de viver e de aprender com o diferente [...] são obrigações a cujo cumprimento devemos
humilde, mas perseverantemente nos dedicar. (FREIRE, 2006, p.15/17).
Essa responsabilidade ética no exercício profi ssional passa também por esse diálogo
com o outro. Nesse sentido, repetir o que esse outro já faz ou implantar novidades inócuas
à realidade da escola pode ser mais cômodo ou atrativo, mas não é ético se não deriva do
respeito aos outros ou da capacidade de viver e de aprender com o diferente. São esses os
princípios que devem balizar o seu Estágio e, especialmente, no momento de defi nir com o
professor como você pode colaborar e o que ele espera da sua atuação.
Nesse momento de defi nir as formas de colaboração, pode ser fundamental considerar
como ponto de discussão o papel da ciência e da tecnologia na sociedade e, especialmente,
das tecnologias na escola. As disciplinas Informática e Educação, Educação e Tecnologia e
Educação e Realidade têm algumas propostas de trabalho que podem ser estudadas por você
e redimensionadas para sua sala de aula. Lembre-se de que o ensino não deve se resumir ao
uso das técnicas ou ao aparato tecnológico, mas deve contemplar a complexa relação entre
ciência, tecnologia e desenvolvimento humano, o que nos parece ser coerente com o que Paulo
Freire disse anteriormente sobre preparo científi co do professor e retidão ética.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 13
Planeje conjuntamente e desenvolva
propostas de ação colaborativa
Propostas
As sugestões a seguir podem ser desenvolvidas por você como atividade
pontual do seu Estágio Supervisionado I, ou mesmo como propostas a serem
inseridas no planejamento mais amplo que você elaborará e desenvolverá nos
Estágios II e III.
Para o ensino de ciências ou matemática: usar novas tecnologias
Uma das demandas da escola, sempre apontada pelos professores colaboradores,
é o uso das novas tecnologias no ensino. Nesse sentido, lançaremos algumas
sugestões, baseadas nas discussões das disciplinas de Informática e Educação,
Educação e Tecnologia e Educação e Realidade.
a) O cinema em sala de aula: muitos
fi lmes colocam no centro de discussão
questões relativas às ciências. De 2001
– Uma Odisséia no Espaço (1969,
Stanley Kubrick) a A.I. – Inteligência
Artificial (1998, Steven Spielberg), a
ciência sempre esteve em pauta. Nos
fi lmes mencionados, respectivamente,
os conhecimentos re la t ivos à
“colonização espacial” e à “robotização
dos sentimentos humanos” demarcam
pautas de discussão e investigação
sobre temas científi cos que envolvem parâmetros da física e da matemática,
assim como da geografi a, por também signifi car expansão e ocupação humanas
de outros territórios.
b) A informática na escola: em diversas aulas da disciplina Informática e
Educação, você pôde ter acesso a softwares aplicativos que têm um alcance
educativo bastante signifi cativo. Principalmente, os softwares relativos a planilhas
eletrônicas (como o Calc e o Excel), os quais propiciam trabalhar com cálculos,
organização de dados matemáticos e estatísticos. O uso do laboratório de
Sugestão de atividade 3
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado14
informática, nesse sentido, pode ajudá-lo a dinamizar práticas no âmbito escolar
que viabilizam o uso de tecnologias (computadores) e seus aplicativos, voltados,
por sua vez, para algum conteúdo específi co de área.
Para o ensino de ciências ou matemática: usar as “velhas” tecnologias
A relação educação e tecnologia não passa apenas pelos usos do que chamamos
de novas tecnologias da informação e da comunicação. Mesmo o aluno daquela
escola situada na zona rural, que não está “conectado” às redes de informação e
comunicação, lida quotidianamente, por meio de uma relação histórico-cultural,
com a tecnologia e a ciência e, nesse sentido, novos temas de trabalho podem surgir.
a) Formas de fermentação e conservação de alimentos: você pode orientar a
pesquisa em sala de aula, solicitando que os alunos investiguem como, antes
da existência da fermentação industrial,
as tribos indígenas e camponeses
europeus obtinham a fermentação de
suas bebidas, comparando com o modo
como a fermentação é obtida atualmente.
Pesquisas como essa também podem
ser realizadas na própria comunidade
em que estão inseridos, consultando
os mais velhos e descobrindo como
se conservava, há 30 anos, as carnes,
como ocorria o processo de coalhar
alguns tipos de queijo etc. Assim,
você pode trabalhar com os processos
químicos que ocorrem em cada uma dessas situações, associando essa temática
à industrialização, higiene, mudanças na vida produtiva, no trabalho etc.
b) Formas de tratamento às doenças: algumas doenças surgiram nas últimas
décadas, outras tiveram seu tratamento modifi cado em função dos avanços
científi cos e tecnológicos. Nesse sentido, você pode orientar que os alunos
pesquisem nos arquivos públicos as taxas de natalidade/mortalidade do seu
município, nos prontuários dos hospitais e postos de saúde da sua cidade
as principais doenças e os períodos em que mais incidiram. Na disciplina de
matemática, você pode trabalhar com estatísticas, gráfi cos que os permitam
organizar os dados levantados; em ciências, você pode trabalhar com as
doenças novas e velhas e sua relação com a vida social, bem como com os
avanços científi cos.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 15
sua r
esp
ost
a
Ainda que a realidade sócio-material em que se encontra sua escola pareça “não precisar”
dessa discussão, pois não se tem amplo acesso às novas tecnologias, se justifi ca incluir essa
temática pelo “[...] risco de mantermos ou mesmo ampliarmos a exclusão [...] das maiorias
do conhecimento básico nessas áreas” (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p. 35).
No caso do trabalho com as “velhas” tecnologias, fi ca evidente que alunos e professores são
agentes históricos no desenvolvimento e uso dessas tecnologias. Com esse trabalho, você
colaborará para que a escola não faça parte dessa maioria excluída.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado16
Orientações para elaborar
propostas de ação diante
das concepções do projeto
pedagógico
Ao pensar em observar e interagir com a direção e equipe técnica, você talvez esteja
se perguntando: como poderei desenvolver meu plano de trabalho, se a escola e o
Professor Colaborador não partilharem das mesmas concepções pedagógicas que eu?
Em que medida posso colaborar para fazê-los compreender a importância do meu trabalho?
Essas questões entrarão em cena, certamente, quando você iniciar a elaboração do seu
planejamento para o estágio. Talvez existam dissonâncias entre suas perspectivas e as adotadas
pelo professor e pela escola. E, então, você deve se perguntar: devo fazer tudo o que o professor
já faz? Ou devo impor a “minha” tendência pedagógica?
Responder “sim” a essas perguntas invalida a pedagogia da alternância. Lembre-se de que
para que o trabalho seja signifi cativo para você como estagiário e para a escola, é necessário
envolvê-la (e, necessariamente, o Professor Colaborador). Ambos precisam se enriquecer
diante das aprendizagens acadêmicas e escolares. Desse modo, é importante que você colabore
para que a escola também compreenda as implicações das tendências pedagógicas adotadas
por ela e por você, a fi m de que juntos possam compreender o sentido das linhas de trabalho
traçadas no projeto político pedagógico da escola e no seu planejamento de estágio.
As diferentes tendências do pensamento didático foram, ao longo do seu curso, pauta
de discussão em Fundamentos da Educação, Fundamentos Sócio-Filosófi cos da Educação
e em Didática. É importante que você retome essas disciplinas para compreender em que
medida as ações desenvolvidas pela direção da escola, os papéis assumidos pela sua equipe
técnica se situam numa determinada tendência do pensamento didático e o que essa assunção
representa para a escola.
Para apoiar as suas refl exões, consulte seus diários de campo e veja quais comentários
feitos por você podem sinalizar conclusões nesse sentido. Retome, ainda, duas atividades
desenvolvidas na aula 4 (Os elementos da teia da Didática) da disciplina de Didática. Na página
6, você foi orientado a conhecer diferentes escolas da sua região e analisou as especifi cidades
do seu projeto político pedagógico; na página 9, na atividade “Prática”, você dirigiu-se aos
alunos e professores, entrevistando-os acerca da sua relação com a escola, do modo como
viam sua participação, entre outras questões.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 17
No anexo 2 deste módulo, você encontrará um quadro com as tendências do pensamento pedagógico – retomado da aula 9 da disciplina Fundamentos Sócio-Filosófi cos da Educação (As
tendências pedagógicas e seus pressupostos, p. 16). Sugerimos que retome esses materiais
e, juntamente com o Professor Colaborador, procure estabelecer uma correspondência entre
o projeto político pedagógico da escola e as linhas do pensamento pedagógico.
Planeje conjuntamente e desenvolva
propostas de ação colaborativa
Propostas
Para Ciências ou Matemática: planeje uma unidade de ensino
A sugestão a seguir pode ser desenvolvida como atividade do Estágio
Supervisionado I. Embora seja mais ampla do que aquelas que sugerimos
anteriormente, ainda não se trata do
plano para 1 (um) ano letivo, que será
elaborado no Estágio I e desenvolvido
em Estágio II e III.
Apesar do requisito básico para o
Estágio I ser o desenvolvimento de
uma atividade, como as já sugeridas
por nós, é possível que você já tenha
oportunidade de participar de uma
unidade de ensino e, por isso, nossa
orientação a seguir.
Etapa I – Refl exão sobre a relação tendências pedagógicas x ensino
A partir de suas refl exões sobre as linhas do pensamento pedagógico (veja anexo
2: pedagogia liberal tradicional, renovadora progressiva, libertadora etc.), das
observações participantes e registro no diário de campo, identifi que, juntamente
com o Professor Colaborador, como a predominância de uma dessas linhas no
projeto pedagógico repercute na sua disciplina. Considere os seguintes aspectos:
a) papel da escola; b) conteúdos; c) métodos; d) relação professor-aluno; e)
concepções de aprendizagem.
Sugestão de atividade 4
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado18
sua r
esp
ost
aEtapa II – elabore seu plano para 1 (uma) unidade de ensino
Agora, a partir da refl exão crítica realizada anteriormente, conte com a colaboração
do Professor Colaborador e planeje uma unidade de ensino, cuja aplicação possa
ser partilhada entre você e ele. A disciplina de Didática (aulas 13 e 14) sugere o
seguinte roteiro para planejar uma unidade de ensino: a) tema; b) público alvo; c)
objetivos (conceituais, procedimentais, atitudinais); d) metodologia (1º momento,
2º momento etc.); e) avaliação.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 19
Leitura complementar
PRO DIA nascer feliz. Documentário de João Jardim. Rio de Janeiro: Ravina Filmes, 2006.
Este documentário traz várias cenas de diferentes
escolas brasileiras: uma no interior de Pernambuco,
outras duas na periferia de São Paulo e Rio de Janeiro,
e uma da rede privada que atende jovens de classe média
alta na cidade de São Paulo. Este documentário lhe
permitirá identifi car a interação entre os quatro aspectos
que trabalhamos neste módulo: a infra-estrutura da
escola, as características dos alunos, professores e seu
projeto pedagógico. De modo mais específi co, você
poderá comparar as diferentes realidades de cada escola
e como as políticas públicas da educação parecem
ausentes/presentes para seus participantes. Partilhe
este fi lme com o professor que o acompanha na escola!
Avalie seu trabalho e registre em seu diário de campo
Agora que você já planejou o desenvolvimento das atividades propostas, é
o momento de avaliar seu próprio trabalho, juntamente com seu Professor
Colaborador. Considerem os pontos a seguir e registre sua avaliação do diário
de campo: a) quais as tendências pedagógicas predominantes no seu trabalho;
b) em que medida a seleção dos conteúdos, métodos, relação professor-aluno,
concepções de avaliação e aprendizagem seguiram essa linha; c) aponte se houve
dissonâncias de tendências pedagógicas entre o planejamento e sua aplicação.
Consulte o anexo II deste módulo.
Sugestão de atividade 5
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado20
sua r
esp
ost
a
Referências
AMARAL, Vera Lúcia do. Psicologia da educação. Natal, RN: EDUFRN, 2007.
ARAÚJO, Célia Maria; FELIPE, Marcos Aurélio. Educação e tecnologia. Natal, RN: EDUFRN,
[2008?]. No prelo.
DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André; PERNAMBUCO, Marta Maria. Ensino de ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. (Docência em formação).
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33. ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2006. (Coleção Leitura).
GOMES, Apuena Vieira; ANDRADE, Adja Ferreira de. Informática e educação: interdisciplinar.
Natal, RN: EDUFRN, 2005.
MEDEIROS, Geneci Cavalcanti Moura de; OLIVEROS, Marcílio Colombo. Instrumentação para o ensino de física I. Natal, RN: EDUFRN, [2008?]. No prelo.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 21
MENDES, Iran Abreu; MARTINS, André Ferrer Pinto. Didática. Natal, RN: EDUFRN, 2006.
NEVES, Luiz Seixas das; SILVA, Márcia Gorette Lima da. Instrumentação para o ensino de química I. Natal, RN: EDUFRN, 2006.
PAIVA, Irene Alves de; PERNAMBUCO, Marta Maria Castanho Almeida. Educação e realidade:
interdisciplinar. Natal, RN: EDUFRN, 2005.
PERRENOUD, Philippe. Formar professores em contexto social em mudança: prática refl exiva
e participação crítica. Tradução de Denice Barbara Catani. Revista Brasileira de Educação,
n. 12, p. 5-21, set./dez. 1999.
PIRES, João Maria; CRUZ, Vilma Vitor. Fundamentos da educação. Natal, RN:
EDUFRN, 2006.
QUEIROZ, Cecília Telma Alves Pontes de; MOITA, Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro.
Fundamentos sócio-fi losófi cos da educação. Campina Grande, PB: UEPB, 2007.
SILVA, Lourdes Helena da. As experiências de formação de jovens do campo: alternância ou
alternâncias? Viçosa: Editora UFV; 2003.
SILVA, Márcia Gorette Lima da; NÚÑEZ, Isauro Beltrán. Instrumentação para o ensino de química II. Natal, RN: EDUFRN, 2007.
______. Instrumentação para o ensino de química III. Natal, RN: EDUFRN, [2008?]. No prelo.
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado22
Anexo A
Dez domínios de competências reconhecidas como
prioritárias na formação contínua dos professores
Anex
o B
- Q
uadro
sín
tese
das
tendência
s pedagógic
as
Competências de referência Competências mais específi cas para serem trabalhadas na formação contínua (exemplos)
1. Organizar e coordenar as situações de aprendizagem
Conhecer, para uma dada disciplina, os conteúdos a ensinar e sua tradução em objetivos de aprendizagem.
Trabalhar a partir das representações dos alunos.
Construir e planifi car dispositivos e seqüências didáticas.
Engajar os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento.
2. Gerir a progressão das aprendizagens
Conceber e gerir situações-problema adequadas aos níveis e possibilidades dos alunos.
Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino primário.
Estabelecer vínculos com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem.
Observar e avaliar os alunos nas situações de aprendizagem, segundo uma abordagem formativa.
Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão.
3. Conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação
Gerir a heterogeneidade no interior do grupo da classe.
Superar barreiras, ampliar a gestão da classe para um espaço mais vasto.
Praticar o apoio integrado, trabalhar com os alunos que enfrentam grande difi culdade.
Desenvolver a cooperação entre alunos e algumas formas simples de ensino mútuo.
4. Envolver os alunos em sua aprendizagem e seu trabalho
Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver
a capacidade de auto-avaliação nas crianças.
Instituir e fazer funcionar um conselho de alunos (Conselho de Classe ou de escola) e negociar com os alunos
diversos tipos de regras e contratos.
Oferecer atividades de formação optativas, de modo que o aluno componha livremente parte de sua formação.
Favorecer a defi nição de um projeto pessoal do aluno.
5. Trabalhar em equipe
Elaborar um projeto de equipe, representações comuns.
Coordenar um grupo de trabalho, conduzir reuniões.
Formar e renovar uma equipe pedagógica.
Confrontar e analisar juntos situações complexas, práticas e problemas profi ssionais.
Gerir crises ou confl itos entre pessoas.
6. Participar da gestão da escola
Elaborar e negociar um projeto da escola.
Gerir os recursos da escola.
Coordenar e estimular uma escola e todos os parceiros (pára-escolares, do bairro, associações de pais,
professores de língua e cultura de origem).
7. Informar e envolver os paisCoordenar as reuniões de informação e de debate.
Conduzir as entrevistas.
Envolver os pais na valorização da construção de saberes.
8. Servir-se de novas tecnologiasUtilizar os programas de edição de textos.
Explorar as potencialidades didáticas de programas com relação aos objetivos dos vários domínios do ensino.
9. Enfrentar os deveres e dilemas éticos da profi ssão
Prevenir a violência na escola e na cidade.
Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e sociais.
Participar na defi nição de regras de vida comum no tocante à disciplina na escola, às sanções e à apreciação
da conduta.
Analisar a relação pedagógica, a autoridade e a comunicação em classe.
Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade, o sentimento de justiça.
10. Gerir sua própria formação contínua
Saber explicitar suas práticas.
Fazer seu próprio balanço de competências e seu programa pessoal de formação contínua.
Negociar um projeto de formação comum com os colegas (equipe, escolas, rede).
Envolver-se em atividades no domínio de um setor do ensino.
Colher e participar da formação dos colegas.
Fonte: Perrenoud (1999, p.20-21).
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado 23
Nom
e d
a T
endência
Pedagógic
aP
apel
da E
scola
Conte
údos
Méto
dos
Pro
fess
or
x a
luno
Apre
ndiz
agem
Manif
est
ações
Ped
agogia
Lib
eral
Trad
icio
nal
Pre
par
ação
inte
lect
ual
e
mora
l dos
alunos
par
a
assu
mir
seu
pap
el n
a
soci
edad
e.
São
conhec
imen
tos
e va
lore
s so
ciai
s
acum
ula
dos
atra
vés
dos
tem
pos
e re
pas
sados
aos
alunos
com
o
verd
ades
abso
luta
s.
Exp
osi
ção e
dem
onst
raçã
o v
erbal
da
mat
éria
e /
ou p
or
mei
os
de
model
os.
Auto
ridad
e do p
rofe
ssor
que
exig
e at
itude
rece
ptiva
do a
luno.
A a
pre
ndiz
agem
é
rece
ptiva
e m
ecân
ica,
sem
se
consi
der
ar a
s
cara
cter
ística
s pró
pri
as
de
cada
idad
e.
Nas
esc
ola
s que
adota
m fi loso
fi as
hum
anis
tas
clás
sica
s
ou c
ientífi ca
s.
Tendên
cia
Lib
eral
Ren
ova
dora
Pro
gre
ssiv
a
A e
scola
dev
e ad
equar
as n
eces
sidad
es
indiv
iduai
s ao
mei
o
soci
al.
Os
conte
údos
são
esta
bel
ecid
os
a par
tir
das
exp
eriê
nci
as v
ivid
as
pel
os
alunos
fren
te à
s
situ
ações
pro
ble
mas
.
Por
mei
o d
e
exper
iênci
as, pes
quis
as
e m
étodo d
e so
luçã
o d
e
pro
ble
mas
.
O p
rofe
ssor
é au
xilia
dor
no d
esen
volv
imen
to
livre
da
cria
nça
.
É b
asea
da
na
motiva
ção
e na
estim
ula
ção d
e
pro
ble
mas
.
Monte
ssori
Dec
roly
Dew
ey P
iaget
Lau
ro d
e
oliv
eira
Lim
a
Tendên
cia
Lib
eral
Ren
ova
dora
não
-
dir
etiv
a (E
scola
Nova
)
Form
ação
de
atitudes
.
Bas
eia-
se n
a busc
a dos
conhec
imen
tos
pel
os
pró
pri
os
alunos.
Mét
odo b
asea
do
na
faci
litaç
ão d
a
apre
ndiz
agem
.
Educa
ção c
entr
aliz
ada
no a
luno e
o p
rofe
ssor
é quem
gar
antirá
um
rela
cionam
ento
de
resp
eito
.
Apre
nder
é m
odifi c
ar
as p
erce
pçõ
es d
a
real
idad
e.
Car
l Roger
s,
“Sum
erhill
” es
cola
de
A. N
eill.
Tendên
cia
Lib
eral
Tecn
icis
ta
É m
odel
adora
do
com
port
amen
to
hum
ano a
trav
és d
e
técn
icas
esp
ecífi c
as.
São
info
rmaç
ões
ord
enad
as n
um
a
seqüên
cia
lógic
a e
psi
coló
gic
a.
Pro
cedim
ento
s
e té
cnic
as p
ara
a
tran
smis
são e
rec
epçã
o
de
info
rmaç
ões
.
Rel
ação
obje
tiva
onde
o p
rofe
ssor
tran
smite
info
rmaç
ões
e o
alu
no
vai fi
xá-
las.
Apre
ndiz
agem
bas
eada
no d
esem
pen
ho.
Lei
s 5.5
40/6
8 e
5.6
92/7
1.
Tendên
cia
Pro
gre
ssis
ta
Lib
erta
dora
Não
atu
a em
esc
ola
s,
poré
m v
isa
leva
r
pro
fess
ore
s e
alunos
a at
ingir
um
nív
el
de
consc
iênci
a da
real
idad
e em
que
vive
m n
a busc
a da
tran
sform
ação
soci
al.
Tem
as g
erad
ore
s.G
rupos
de
dis
cuss
ão.
A r
elaç
ão é
de
igual
par
a ig
ual
,
hori
zonta
lmen
te.
Res
olu
ção d
a si
tuaç
ão
pro
ble
ma.
Pau
lo F
reir
e.
Tendên
cia
Pro
gre
ssis
ta
Lib
ertá
ria
Tran
sform
ação
da
per
sonal
idad
e num
sentido li
ber
tári
o e
auto
ges
tionár
io.
As
mat
éria
s sã
o
colo
cadas
mas
não
exig
idas
.
Viv
ênci
a gru
pal
na
form
a de
auto
-ges
tão.
É n
ão d
iret
iva,
o
pro
fess
or
é ori
enta
dor
e
os
alunos
livre
s.
Apre
ndiz
agem
info
rmal
,
via
gru
po.
C. Fr
einet
Mig
uel
Gonza
les
Arr
oyo
.
Tendên
cia
Pro
gre
ssis
ta
“crí
tico
soci
al d
os
conte
údos”
ou
“his
tóri
co-c
rítica
”
Difusã
o d
os
conte
údos.
Conte
údos
cultura
is
univ
ersa
is q
ue
são
inco
rpora
dos
pel
a
hum
anid
ade
fren
te à
real
idad
e so
cial
.
O m
étodo p
arte
de
um
a re
laçã
o d
iret
a da
exper
iênci
a do a
luno
confr
onta
da
com
o
saber
sis
tem
atiz
ado.
Pap
el d
o a
luno c
om
o
par
tici
pad
or
e do
pro
fess
or
com
o
med
iador
entr
e o s
aber
e o a
luno.
Bas
eadas
nas
estr
utu
ras
cognitiv
as
já e
stru
tura
das
nos
alunos.
Mak
aren
ko B
. C
har
lot
Such
odosk
i Man
acord
a
G. S
nyd
ers
Dem
erva
l
Sav
iani.
Fonte: Mendes e Martins (2006, aula 9, p. 16).
Módulo de Orientação 4 | Estágio Supervisionado24
Anotações
EMENTA
Claudianny Amorim Noronha
Tatyana Mabel N. Barbosa
Estágio Supervisionado I – INTERDISCIPLINAR
AUTORAS
AULAS
2º S
emes
tre d
e 20
08Im
pres
so p
or: G
ráfi ca
Tex
form
01 Módulo de orientação 1 – O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário
02 Módulo de orientação 2 – O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação
03 Módulo de orientação 3 – O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e
ações de uma antiga conhecida nossa
04 Módulo de orientação 4 – Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos
escolares e acadêmicos
05 Módulo de orientação 5 – Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar
06 Módulo de orientação 6 – Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem
07 Módulo de orientação 7 – Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem
08 Módulo de orientação 8 – A avaliação do estágio: um processo de refl exão contínua
09 Módulo de orientação 9 – A (re)escrita do trabalho avaliativo fi nal: o relatório, o artigo científi co e o memorial
10 Módulo de orientação 10 – Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora
11 Fichário de estágio
Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções
e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o
planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também
os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD.
2º S
emes
tre d
e 20
08Im
pres
so p
or: G
ráfi ca
Tex
form
Top Related