O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
Um Estudo Sobre As Teorias Administrativas Elencada s No Curso Técnico Em
Administração Do Colégio Estadual Pedro II Da Cidad e De Umuarama – Paraná
Marilete Gomes Duarte¹
Daniele de Lourdes Curto da Costa²
Resumo
À medida que a administração se defronta com novos desafios e novas situações que se desenvolvem com o decorrer do tempo, as doutrinas e teorias administrativas precisam adaptar suas abordagens para continuarem úteis e aplicáveis e as teorias nos ajudam a entender processos essenciais e foram criadas devido à necessidade de planejar, organizar, direcionar e controlar o processo administrativo e com as mudanças acontecendo, o Curso Técnico surge com o propósito do desenvolvimento pessoal e profissional do educando, procurando formá-lo com uma visão crítica, capaz de analisar as atividades econômicas, financeiras, mercadológicas, patrimoniais e outras afins, bem como ser um agente capaz de interferir positivamente na sociedade. Esse trabalho busca através de uma revisão da literatura proporcionar uma visão geral das teorias de administração que são elencadas no Curso Técnico em Administração e tendo como proposta a elaboração de um material de apoio com estudos de casos ilustrativos, através de leitura, debate para que as teorias sejam estudadas e refletidas pelos alunos sobre sua aplicabilidade dentro das organizações, bem como em sua vida profissional. Os resultados obtidos após aplicação de 32 aulas demonstraram um grande avanço no desenvolvimento do raciocínio crítico e argumentativo e no processo ensino aprendizagem de cada educando. Palavras-Chaves : Teorias Administrativas; Curso Técnico; Estudos de Casos
Ilustrativos.
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¹Professora PDE/2009 - UEM,graduada em Administração - FAFIPA e pós-graduada em Didática e
Metodologia de Ensino - UNOPAR; Administração, Supervisão e Orientação Educacional - UNOPAR;
Gestão Estratégica de Marketing - UNIPAR e professora de Disciplinas Técnicas da Rede Pública
Estadual lotada no Colégio Estadual Pedro II de Umuarama – Paraná.
²Mestranda em Administração pelo programa de pós graduação UEM linha de pesquisa em
Organização, Estratégia e Trabalho. Graduada em Administração - UEM e pós-graduada em MBA
Gestão Empresarial – UEM. Professora de disciplinas Produção, Logística e Gestão Agroindustrial.
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Abstract.
As the administration is facing new challenges and situations that develop over time, the doctrines and management theories need to adapt their approaches to remain relevant and applicable and theories help us understand the essential processes and were created due to need to plan, organize, direct and control the administrative process and the changes happening, the Technical Course comes with the purpose of personal and professional development of the student, trying to form it with a critical eye, capable of analyzing the economic activities, financial , marketing, and related property, as well as being an agent able to interfere positively in society. This job search through a literature review to provide an overview of the management theories that are listed in the Technical Course in Business Administration and as having proposed the establishment of a support material with illustrative case studies, through reading, discussion for the theories are studied by students and reflected on their applicability within organizations, as well as in their professional lives. The results after application of 32 lessons demonstrated a breakthrough in the development of critical thinking and reasoning in the teaching and lerning of each student.
Keywords: Administrative Theories; Technical Course; Illustrative Case Studies.
1 Introdução
Toda e qualquer organização necessita de uma prática administrativa que
oriente na busca de seus objetivos. Ao longo da história foi surgindo uma ciência
que visa subsidiar o processo de mediação para busca dos fins estabelecidos. Esta
ciência é a Administração, que com o tempo foi se desenvolvendo lentamente, ao
receber influência da filosofia, da igreja e das organizações militares. O processo de
evolução da Administração é intensificado após a Revolução Industrial, e
principalmente no século XX, surgindo várias teorias com aspiração de sistematizar
o processo administrativo. Essas teorias atuam nas mais diversas organizações,
embora sejam idealizadas em cenários industriais e empresarias, alcançaram à
educação transformando a prática administrativa nas escolas.
Hoje a administração é considerada como uma das principais ferramentas
necessária para a solução de problemas do mundo moderno, se revelando como
uma área desafiadora e complexa do conhecimento humano.
Segundo Stoner:
A administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos (STONER, 1999,p.4).
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Chiavenato (2000) concorda com o conceito de Stoner (1999, p. 4) quando
diz que a administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso
de recursos a fim de alcançar objetivos. E ainda Chiavenato (2000, p. 5)
complementa o conceito de administração dizendo que “[...] a tarefa básica da
administração é a de fazer as coisas por meio de pessoas de maneira eficiente e
eficaz”.
Integrando a essa definição Silva (2008) diz que administração é um
conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no
sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas da organização e Kwasnicka
(1995, p. 17) complementa que administrar é um processo pelo qual o administrador
cria, dirige, mantém, opera e controla uma organização.
E finalizando essas conceituações Peter Drucker (1992) diz que a
administração representa a solução da maior parte dos problemas que afligem a
humanidade nos dias de hoje. Na realidade não existem países desenvolvidos ou
subdesenvolvidos, mas países bem ou mal administrados.
Á medida que a administração se defronta com novos desafios e novas
situações que se desenvolvem com o decorrer do tempo, as doutrinas e teorias
administrativas precisam adaptar suas abordagens para continuarem úteis e
aplicáveis e as teorias nos ajudam a entender processos essenciais e foram criadas
devido a necessidade de planejar, organizar, direcionar e controlar o processo
administrativo.
E com as mudanças acontecendo em uma velocidade cada vez maior e o
mercado de trabalho exige uma nova qualificação, onde os profissionais estejam
preparados para enfrentar os desafios do novo milênio, beneficiando não apenas
setores modernos da economia, mas toda a sociedade.
O Curso Técnico em Administração no Colégio Estadual Pedro II com
organização curricular subseqüente, tem como propósito o desenvolvimento pessoal
e profissional do educando, procurando formá-lo com uma visão crítica, capaz de
analisar as atividades econômicas, financeiras, mercadológicas, patrimoniais e
outras atividades afins, assim como, ser um agente capaz de interferir positivamente
na sociedade.
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E isto aponta para a necessidade de uma formação que propicie ao
educando a aquisição do conhecimento tecnológico, científico, sócio-cultural, político
e econômico, tornando-o apto a enfrentar os desafios.
Assim sendo, a sociedade atual está envolvida em um processo intenso de
mutação em suas estruturas. A necessidade da empresa, o interesse do trabalhador,
a própria sociedade e a qualificação para o trabalho exige estratégias integradas,
construídas mediante articulação e parcerias entre governo, educadores,
trabalhadores e empresas, preparando o educando para enfrentar os desafios do
século XXI, beneficiando os setores modernos da economia e a sociedade como um
todo.
Devido ao pouco que foi exposto em relação ao muito que ainda tem-se que
fazer para reorganizar nossa caminhada pedagógica e alinhá-la aos avanços do
moderno ensino, deve-se aproveitar todo o tempo disponível para orientar e
capacitar nossos alunos para que saibam filtrar as informações que recebem e as
aproveitem para seu crescimento profissional ou pessoal.
2 Fundamentação Teórica
Este projeto tem como base a concepção histórica cultural, que busca no
processo de ensino-aprendizagem estabelecer relações de mediação entre o
conhecimento científico e a realidade do aluno, interagindo e estabelecendo as
diversas relações existentes no mundo, sejam elas de ordem cultural e social, entre
outras. E a escola é o lugar, ou melhor, uma instituição que tem como papel
fundamental a socialização do saber sistematizado, constitui-se em uma prática que
possibilita a passagem do conhecimento de senso comum (conhecimento sincrético)
ao conhecimento elaborado, sistematizado (conhecimento sintético).
O processo de aquisição do saber escolar exige que o aprendiz adquira
hábitos e isto não se dá da noite para o dia. Ninguém nasceu sabendo ler e
escrever. É preciso ter persistência e insistência. É necessário, “(...) repetir muitas
vezes determinados atos até que eles se fixem” (SAVIANI, 2005, p. 21). Para se
passar da condição de analfabeto para a condição de alfabetizado o currículo deve
proporcionar condições, como por exemplo, o tempo, os mestres e os instrumentos
necessários para que o alfabetizando tenha êxito em seus esforços. Desta forma, “a
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criança passará a estudar ciências naturais, história, geografia, aritmética através da
linguagem escrita, isto é, lendo e escrevendo de modo sistemático. Dá-se assim o
seu ingresso no universo letrado” (SAVIANI, 2005, p. 21).
O ensino como parte da ação educativa é vista como processo, no qual o
professor é o “produtor” do saber e o aluno “consumidor” do saber. A aula seria
produzida pelo professor e consumida pelo aluno. O professor por possuir
competência técnica é o responsável pela transmissão e socialização do saber
escolar, cabendo ao aluno aprender os conteúdos para ultrapassar o saber
espontâneo, dito popular. E Saviani deixa clara a função direta do professor, na
medida em que possui o saber teórico, sendo o responsável pela transmissão e
socialização desse saber. Cabe ao educando aprender os conteúdos para
ultrapassar o saber espontâneo ou popular e adquirir o conhecimento sistematizado.
E neste contexto o principal papel da escola é mediar o conhecimento entre
o aluno e a realidade, se preocupando com a formação de habilidades e convicções,
tornando os alunos críticos e portadores de opinião, ou seja, os pontos de partida e
chegada apontam sempre à mesma direção e o processo educativo é sempre a
prática social. Entre os elementos que contribuíram para a humanização e
desenvolvimento do ser humano, pode-se dizer que um de fundamental importância
foi o processo de transmissão dos conhecimentos acumulados.
O homem não se humanizou somente porque produziu conhecimentos, mas
também porque soube transmiti-los. Desse ponto de vista tão importante quanto
produzir conhecimentos é seu processo de transmissão. Talvez por esse motivo, ao
longo da história humana, o processo educacional tenha recebido tanta atenção não
só por parte de quem está envolvido no processo de ensino e aprendizagem, mas
também por quem estuda esse processo. Assim, a história da educação é um
capítulo importantíssimo não só para se saber o que já foi feito, mas também para
aprender, comparativamente, como agir mais eficazmente no presente.
2.1 Origem da Administração
Desde os primórdios, o homem se associou a outros para conseguir atingir
seus objetivos. O homem aprendeu, desde cedo que precisava de outro homem
para trabalhar em conjunto e atingir determinadas metas, que modificou
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completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas
mudanças. E deste trabalho em conjunto surgiram às empresas rudimentares, que
datam da época dos assírios, babilônicos, fenícios, egípcios, gregos e romanos.
Mas, a história da administração é recente, e surge com o aparecimento das
grandes corporações.
Foi a revolução industrial, que provocou o aparecimento de grandes
empresas e da moderna administração. A revolução industrial iniciou na Inglaterra
por volta do ano 1776, com a aplicação da máquina a vapor no processo de
produção. Segundo Chiavenato (1989, p.3) a revolução industrial se desenvolveu
em duas épocas distintas: Primeira época: (1780-1860). Carvão como primeira fonte
de energia e o ferro como principal matéria-prima, e; Segunda época: (1860-1914).
A revolução da eletricidade e derivados do petróleo.
E Chiavenato (1997, p.56) divide a revolução industrial em quatro fases:
Primeira fase: a mecanização da indústria e da agricultura: Fase em que a máquina
começou a substituir alguns trabalhos braçais; Segunda fase: a aplicação da força
motriz à indústria: Invenção da máquina a vapor; Terceira fase: o desenvolvimento
do sistema fabril: O artesão desapareceu para dar lugar ao operário, as fábricas e
usinas, e Quarta fase: um espetacular aceleramento dos transportes e das
comunicações: surgimento da primeira estrada de ferro. Surgiu à navegação a
vapor, a locomotiva a vapor foi aperfeiçoada, invenção do telégrafo elétrico, selo
postal e a principal invenção: o telefone.
Assim como ocorreu na primeira revolução industrial, a segunda também
tem suas características: Substituição do ferro pelo aço; Substituição do vapor pela
eletricidade, pelos derivados do petróleo como fontes de energia; Desenvolvimento
da maquinaria automática e especialização do trabalho; Domínio da indústria pela
ciência; Transformações nos transportes e nas comunicações; Desenvolvimento de
novos formas de organização capitalista, e Expansão da industrialização.
E ainda de acordo com Chiavenato (1997, p.66) a moderna administração
teve o seu nascimento na indústria da ferrovia na década de 1850. Já neste período
existiam empresas com uma estrutura administrativa bem definida, onde nasceram a
integração vertical nas empresas. A partir da década de 1890 as empresas
controlavam suas matérias-primas por meio de seus departamentos de compras,
com a política de vendas aos varejistas ou aos consumidores finais. Mas foi a partir
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do ano de 1900, que houve uma das maiores revoluções na administração, as
fusões de empresas para adquirir maior competitividade.
A palavra administração tem origem no latim e significa: administratione Ad =
(direção para, tendência, junto de) Minister = (subordinação e obediência) aquele
que realiza uma função abaixo do comando de outrem, portanto, administração é
uma ação de prestar um serviço.
Administração é o processo de tomar e colocar em práticas decisões sobre objetivos e utilização de recursos. Objetivos, decisões e recursos são as palavras-chaves na definição do conceito de administração (MAXIMIANO, 1997, p. 16).
2.2 Importância da Administração
A administração é o processo que procura assegurar a eficácia e eficiência
das organizações. A administração é importante em qualquer escala de utilização de
recursos para realizar objetivos - individual, familiar, grupal, organizacional ou social.
Embora o processo administrativo seja importante em qualquer contexto de
utilização de recursos, a razão principal para estudá-lo é seu impacto sobre o
desempenho das organizações. O principal motivo para a existência das
organizações é o fato de que certos objetivos só podem ser alcançados por meio da
ação coordenada de grupos de pessoas.
O mundo de hoje é uma sociedade composta de organizações. Todas as
atividades voltadas para a produção de bens (produtos) ou para a prestação de
serviços (atividades especializadas) são planejadas, coordenadas, dirigidas e
controladas dentro de organizações. Todas as organizações são constituídas de
pessoas e de recursos não-humanos (como recursos físicos e materiais, recursos
financeiros, recursos tecnológicos, recursos mercadológicos etc.).
Estas organizações que fazemos parte podem ser formal ou informal.
Ambas as organizações que fazemos parte durante nossa vida tem objetivos e
metas, além de objetivos e metas as organizações possuem métodos para
alcançarem tais objetivos, e por fim as organizações definem verbas para que esses
objetivos sejam alcançados. Existem alguns aspectos em comum nas organizações,
mas existe um que é essencial, toda e qualquer organização é formada de pessoas
que a administram e uma depende da outra. As empresas servem os indivíduos que
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fazem parte de uma sociedade, fornecem-nos e preserva o conhecimento e
proporcionam carreira.
A tarefa da administração envolve a interpretação de objetivos a fim de
transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, da organização,
da direção e do controle. A principal razão para o estudo da administração é o seu
impacto sobre o desempenho das organizações. É a forma como são administradas
que torna as organizações mais ou menos capazes de utilizar corretamente seus
recursos para atingir os objetivos corretos. (MAXIMIANO, 2000, p. 26).
O profissional que utilizar a administração como meio de vida pode trabalhar
nos mais variados níveis de uma organização: desde o nível hierárquico de
supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização. Cada
organização tem seus objetivos, seu ramo de atividade, seus dirigentes e seu
pessoal, seus problemas internos e externos, seu mercado, sua situação financeira,
sua tecnologia, seus recursos básicos, sua ideologia etc.
Dependendo da forma em que está estruturada a organização, existem
diferentes maneiras como os administradores exercem as funções do processo
administrativo. Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o
administrador possa executar eficazmente o processo administrativo:
Habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e
equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, através de
sua instrução, experiência e educação, envolvendo conhecimento especializado,
habilidade analítica dentro da especialidade e facilidade no uso das técnicas e do
instrumental da disciplina específica.
Habilidade humana: consiste na capacidade e no discernimento para
trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma
liderança eficaz; Os administradores precisam de uma rede de contatos e
relacionamentos humanos para, usando os esforços de várias pessoas, atingir os
objetivos organizacionais. Portanto, eles precisam ter várias habilidades
comportamentais e analíticas para se relacionar com pessoas, dentro e fora da
organização (MEGGINSON, MOSLEY & e PIETRI JR –1998, p. 28).
Habilidade conceitual: consiste na habilidade para compreender as
complexidades da organização global e o ajustamento do comportamento da pessoa
dentro da organização. Esta habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo
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com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as
necessidades de seu grupo imediato.
2.3 Ênfase no Estudo da Administração
Cada teoria administrativa foi extraordinária e trouxe avanços na forma de
gerenciar recursos em sua época. Assim, estudar as teorias da administração traz
um aprendizado importante e interessante. As teorias da administração foram
elaboradas com o passar do tempo, sempre com aplicação científica. E a cada nova
teoria que surgia, as organizações iam se adaptando a elas e ainda hoje são
utilizadas técnicas que foram difundidas pelas primeiras teorias da administração.
Ênfase nas Tarefas: É a administração voltada para aumentar a eficiência
operacional, através de mudança na forma de realizar a produção. Há preocupação
com a racionalização do trabalho. Foi o marco para o desenvolvimento da
administração. Em 1776, ao publicar A Riqueza das Nações, Adam Smith já fazia
algumas referências à vantagem da divisão do trabalho, mas sem comprovação
científica.
Ênfase na Estrutura: É o estudo da administração que procura adequar a
estrutura da organização para melhor atender a seus objetivos. A proposta é
melhorar a eficiência através de uma reestruturação organizacional.
Ênfase nas Pessoas: Tem como foco principal as relações humanas no
trabalho. É a ciência voltada para tornar o ambiente de trabalho melhor. Preconiza o
aumento da produtividade e satisfação dos funcionários quando o ambiente de
trabalho é adequado para atender às necessidades humanas.
Ênfase no Ambiente: É o estudo que leva em consideração as influências do
ambiente externo na organização. Tem o mérito de preparar a empresa para
adaptar-se às variáveis externas, que até então não eram levadas em conta.
Ênfase na Tecnologia: Com o desenvolvimento tecnológico, tornou-se
necessário o estudo da influência da tecnologia na empresa. É a ciência que trata da
aplicação da tecnologia na organização, visando o seu melhoramento.
Ênfase na Competitividade: Trata da adaptação organizacional em uma
época de constantes transformações, visando atender às necessidades de seus
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consumidores, ofertando produtos e serviços com melhor qualidade e preço mais
baixo.
2.4 Educação Profissional
A educação profissional é, antes de tudo, educação. Por isso mesmo, rege-se
pelos princípios explicitados na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional. Assim, a igualdade de condições para o acesso e a
permanência na escola, a liberdade de aprender e ensinar, á valorização dos
profissionais da educação e os demais princípios consagrados pelo artigo 3o
da LDB
devem estar contemplados na formulação e no desenvolvimento dos projetos
pedagógicos das escolas e demais instituições de educação profissional
Por se desenvolver de forma sistematizada em instituições próprias ao
ensino, conforme o disposto na LDBEN, a Educação Profissional se inscreve no
âmbito da educação escolar e se articula à formação básica, que deve ser comum a
todos os brasileiros e brasileiras, de modo a lhes assegurar a formação
indispensável ao exercício da cidadania, à efetiva participação nos processos sociais
e produtivos e à continuidade dos estudos, na perspectiva da educação ao longo da
vida.
Integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à
tecnologia, sua finalidade é conduzir ao permanente desenvolvimento de aptidões
para a vida produtiva (art. 39), devendo estar articulada com o ensino regular ou por
diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no
ambiente de trabalho (art. 40).
O compromisso com uma Educação Profissional adequada aos interesses
dos que vivem do trabalho implica desenvolver um percurso educativo em que
estejam presentes e articuladas a teoria e a prática, contemplando sólida formação
científica e a formação tecnológica de ponta, ambas sustentadas em um consistente
domínio das linguagens e dos conhecimentos sócio-históricos. E desta forma,
permitirá ao aluno dos cursos de formação profissional, com base na formação em
nível médio, compreender os processos de trabalho e em suas dimensões científica,
tecnológica e social, como parte das relações sociais.
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2.5 Teorias da Administração
As teorias nos ajudam a entender processos essenciais. Segundo Stoner
(1999, p.22) teoria é um conjunto coerente de pressupostos elaborado para explicar
as relações entre dois ou mais fatos observáveis. A teoria é aquela que embasa
todas as nossas ações dentro da organização e sobre todos os seus stakeholders.
Todas as teorias da administração são produto do ambiente, forças sociais,
econômicas, políticas, tecnológicas e culturais. Situações de nosso dia-a-dia são
bem claras das teorias administrativas, pois em cada situação vemos a relação com
as teorias e é importante salientar, que não existe uma teoria, modelo ou padrão
para os acontecimentos, e a teoria que é eficaz em um determinado lugar pode não
ser eficaz em outro determinado local.
Os estudos sobre as teorias apresentadas são fundamentadas de acordo com
os estudos de Chiavenato (2003).
2.6 Teoria da Administração Científica
A abordagem típica da Escola da Administração Científica é a ênfase nas
tarefas. O nome Administração Científica é devido a tentativa de aplicação dos
métodos da ciência aos problemas da administração, a fim de alcançar elevada
eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da
administração são a observação e a mensuração.
A Escola da Administração Científica foi iniciada por volta de 1900 pelo
engenheiro americano Frederick W. Taylor, considerado o fundador da moderna
Teoria da Administração. Taylor teve inúmeros seguidores (como Gantt, Gilbreth,
Emerson, Ford, Barth e outros) e provocou verdadeira revolução no pensamento
administrativo e no mundo industrial da sua época.
Esta teoria apresenta como elementos principais: Seleção Científica do
trabalhador; Tempo-padrão; Plano de incentivo salarial; Trabalho em conjunto os
interesses dos funcionários; Gerentes planejam, operários executam; Divisão do
trabalho; Supervisão também deve ser funcional, ou seja, especializada por áreas e
Ênfase na eficiência.
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2.7 Teoria Clássica
A segunda corrente da administração clássica é a Teoria Clássica das
organizações, desenvolvida em 1916 por seu fundador, o engenheiro francês Jules
Henry Fayol (1841-1925). Essa abordagem surgiu frente à necessidade da definição
de estratégias para administrar as organizações complexas. Diferentemente de
Taylor, Fayol concentrou-se nos elementos da administração superior das
organizações, fato que contribuiu para sua adesão aos princípios administrativos
definidos numa visão de universalidade. Para ele, o gerenciamento poderia ser
ensinado, com base no pensamento administrativo mais geral.
Henry Fayol identificou 14 princípios que as empresas devem seguir para
melhorar sua eficiência; Divisão do Trabalho: Autoridade e responsabilidade;
Disciplina Unidade de comando; Unidade de direção; Subordinação dos interesses
individuais aos gerais; Remuneração do Pessoal; Centralização; Cadeia escalar;
Ordem; Eqüidade; Estabilidade do pessoal; Iniciativa e Espírito de Equipe.
2.8 Teoria das Relações Humanas
A Teoria da Relações Humanas (ou Escola Humanística da Administração)
surgiu nos Estados Unidos, como conseqüência imediata das conclusões da
Experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e colaboradores. Foi um
movimento de reação e oposição à Abordagem Clássica da Administração.
Formado em filosofia e medicina, professor em Harvard, o australiano Elton
Mayo (1880 – 1949) começou a se interessar em 1923 pela rotatividade de pessoal
e queda de produtividade. A partir dos anos 20 percebia-se nas empresas
americanas o que se convencionou chamar de “spleen industrial”, um abatimento
moral dos trabalhadores, com perda de interesse pelo trabalho, fadiga e monotonia.
Como continuação de uma série de estudos anteriores, entre 1927 e 1929, Mayo
desenvolveu experimentos junto a grupos de trabalhadores da área de montagem de
relés da indústria Hawthorne, da Western Eletric.
A Teoria das Relações Humanas nasceu da necessidade de corrigir a
tendência à desumanização do trabalho surgida com a aplicação de métodos
rigorosos, científicos e precisos, aos quais os trabalhadores tinham de se submeter.
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2.9 Teoria da Burocracia
A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na
racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim
de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. As origens da
burocracia - como forma de organização humana – remontam à época da
Antiguidade. Contudo, a burocracia – tal como ela existe hoje, como a base do
moderno sistema de produção – teve sua origem nas mudanças religiosas
verificadas após o Renascimento.
Weber salienta que o sistema moderno de produção, racional e capitalista,
não se originou das mudanças tecnológicas nem das relações de propriedade, como
afirmava Karl Marx, mas de um novo conjunto de normas sociais morais, às quais
denominou “ética protestante”: o trabalho duro e árduo como dádiva de Deus, a
poupança e o ascentismo que proporcionaram a reaplicação das rendas excedentes,
em vez do seu dispêndio e consumo em símbolos materiais e improdutivos de
vaidade e prestígio.
2.10 Teoria Neoclássica
A Teoria Neoclássica surgiu com roupagem nova, eliminando os exageros e
distorções de toda teoria pioneira. É a teoria clássica atualizada, com ênfase nos
aspectos práticos da Administração. Os neoclássicos estabelecem normas de
comportamento administrativo. Com ênfase também nos objetivos e nos resultados.
De acordo com a Teoria Neoclássica há três aspectos principais: Quanto aos
objetivos –: as organizações são meios; Quanto à administração –: todas as
organizações são diferentes, mas iguais na área administrativa; Quanto ao
desempenho individual –: eficácia do pessoal.
2.11 Teoria Comportamental
É uma teoria administrativa mais democrática e humanística, com ênfase
nas pessoas. Surgiu em 1957, seu principal expoente foi Herbert A Simon, seguido
por Chester Barnard, Douglas Mc Gregor, Rensis Liker, e Chris Argyris. Para os
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Behavioristas, como era chamado, o administrador deve conhecer e dominar os
conceitos motivacionais, podendo promover uma melhor qualidade de vida dentro
das organizações. No campo da Motivação humana, destacaram-se: Abraham
Maslow, Frederick Herzberg e David McClelland.
Douglas Mc Gregor, conceituado autor Behaviorista, elaborou dois estilos,
de- nominados de Teoria X e Teoria Y: Teoria X: visão clássica (Taylor, Fayol e
Weber): Teoria Y : é um modelo aberto, dinâmico e democrático, baseado em
valores humanos e sociais.
2.12 Teorias dos Sistemas
Baseada numa abordagem cientifica e voltada para os detalhes da
organização, a Teoria dos Sistemas fornece um meio para interpretar as
organizações, traz uma visão holística de todo o processo. Foi lançada pelo biólogo
alemão Ludwig von Bertalanffy, em 1937, partindo do pressuposto de que há uma
integração entre todos os ramos do conhecimento. A abordagem sistêmica vê a
organização como um todo integrado, constituída de parte que interagem entre si, e
inserida numa ambiente com o qual interage permanentemente. (LACOMBE &
HEILBORN – 2006)
A Teoria dos Sistemas possui alguns conceitos importantes, sistemas
abertos: são organizações dependentes de insumos que provêm do mundo externo
(matérias-primas); sistemas fechados: são aqueles que não interagem com o meio
ambiente externo; eficiência: é a razão dos resultados pelos insumos; eficácia: é o
grau em que os resultados de uma organização correspondem às necessidades e
aos desejos do ambiente externo; Subsistemas: é um componente do todo e
interdependente dos outros sistemas; equifinalidade: é o mesmo que existir diversos
caminhos que chegam ao mesmo resultado; sinergia: é quando o todo é maior que a
soma das partes.
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2.13 Teoria da Contingência
A Teoria da Contingência dá ênfase à relatividade, tudo é relativo. Tudo
depende de seu ambiente externo, que cria uma relação funcional entre o ambiente
e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da
organização. Surgiu no ano de 1972, voltada ao ambiente, sendo que seu principal
expoente foi Joan Woodward. A essência dos estudos de Joan Woodward é que não
existe uma única maneira certa de montar a estrutura organizacional; existem
sempre várias alternativas e a melhor depende de cada caso específico.
A conclusão é que para uma organização obter bom desempenho, sua
estrutura organizacional deve ser projetada de modo a se ajustar às demandas
situacionais que derivam da tecnologia que está sendo usada, da sua posição
mercadológica, da sua diversidade de produtos, da velocidade de mudanças, e do
seu tamanho. (LACOMBE & HEILBORN – 2006).
2.14 Sistema Japonês (Toyotismo)
Toyotismo é um sistema de organização voltado para a produção de
mercadorias. Criado no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, pelo engenheiro
japonês Taiichi Ohno, o sistema foi aplicado na fábrica da Toyota (origem do nome
do sistema). O Toyotismo espalhou-se a partir da década de 1960 por várias
regiões do mundo e até hoje é aplicado em muitas empresas.
A partir dos anos 70, o modelo Toyotista espalhou-se pelo mundo
implantando uma nova forma de trabalho. A principal idéia era produzir somente o
necessário, reduzindo os estoques (flexibilização da produção), produzindo em
pequenos lotes, com a máxima qualidade, trocando a padronização pela
diversificação e produtividade.
Os trabalhadores passaram a adotar o conceito de um trabalho dinâmico e
em equipe. As relações de trabalho também foram modificadas, pois agora o
trabalhador deveria ser mais qualificado, participativo e polivalente, ou seja, deveria
estar apto a trabalhar em mais de uma função.
E Gounet resume as inovações principais do toyotismo:
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Em lugar do trabalho desqualificado, o operário é levado à polivalência. Em vez da linha individualizada, ele integra uma equipe. No lugar da produção em massa, para desconhecidos, trabalha um elemento para satisfazer a equipe que vem depois da sua na cadeia. Em suma, o ‘toyotismo’ elimina, aparentemente, o trabalho repetitivo, ultra simplificado, desmotivante, embrutecedor (GOUNET, 1999, p. 33).
Os japoneses alcançaram maior sucesso na conquista do mercado
automobilístico e assim, conseguiram enfrentar melhor a crise econômica e a
saturação do mercado, adaptando-se as mudanças tecnológicas com flexibilidade e
integração no sistema de produção.
2.15 Estratégia Didática
Uma estratégia didática pode ser definida como um conjunto de ações
planejadas e conduzidas pelo professor a fim de promover o envolvimento e
comprometimento dos alunos com um conjunto maior de atividades. São
combinações e organizações seqüenciadas para a ação pedagógica que incluem
atividades conscientes, previsíveis e planejadas através de métodos e materiais
escolhidos para se alcançar certos objetivos que precisam ser adaptadas a realidade
contextual e analisado a eficácia dos resultados.
Há ainda que se ressaltar a importância da ferramenta “estudo de caso” para
a prática da interdisciplinaridade no contexto dos cursos técnicos nas modalidades
subsequente e integrada. Por caracterizar-se como uma atividades que, em primeiro
lugar, exige capacidade interpretação e análise, tal ferramenta mostra-se útil para o
trabalho conjunto com disciplinas ligadas à redação técnica (nos cursos
subsequentes) ou com a disciplina de Língua Portuguesa (modalidade integrada).
Nesse contexto, as estratégias didáticas devem possibilitar que o aluno se
envolva nas atividades e se torne, de certa maneira, responsável por seu processo
de aprendizagem. E o emprego de estudo de caso ilustrativo como instrumento
pedagógico em sala de aula oferece aos estudantes a oportunidade de direcionar
sua própria aprendizagem e investigar situações reais ou simuladas e ilustra
também a complexidade do ambiente administrativo e da sociedade em que atuarão,
permitindo a construção de uma visão pluralista dos problemas que lhe serão
apresentados no cotidiano.
17
Dessa maneira, a utilização de estudos de casos ilustrativos busca verificar em
que medida ele seria capaz de estimular a elaboração de argumentos pelos
alunos, assim como avaliar a qualidade dos argumentos empregados na resolução
de casos com abordagem em aspectos sócio-científicos.
Com relação ao tema proposto neste trabalho, o presente estudo busca
através de uma revisão da literatura proporcionar por meio de estudos de casos
ilustrativos uma visão geral das teorias que são elencadas no Curso Técnico em
Administração do Colégio Estadual Pedro II, possibilitando criar os processos
interativos entre o professor e os alunos. Assim, pela mediação, enfatizando
atividades que favoreçam a espontaneidade do aluno, os seus conceitos cotidianos,
permitem que o estudante construa as noções necessárias para a compreensão das
teorias administrativas e essa interação será realizada através de uma dimensão
coletiva e colaborativa, para que seja desenvolvido o processo de aprendizagem e
apropriação do conhecimento e possam desenvolver a sua aplicabilidade dentro das
organizações, bem como em sua vida profissional e pessoal.
3 Desenvolvimento Metodológico
O projeto foi desenvolvido no Colégio Estadual Pedro II Ensino
Fundamental, Médio e Profissionalizante, com alunos (as) do segundo ano do
período noturno do Curso Técnico em Administração no segundo semestre do ano
de 2010.
A perspectiva histórico-cultural é o referencial teórico a ser seguido pelo
projeto, considerando a aprendizagem como resultado de uma mediação entre o que
já conhece, isto é, seus conhecimentos prévios, e um novo conteúdo que lhe é
apresentado, o conhecimento científico.
E para que esse projeto se concretize será utilizada a pesquisa bibliográfica
e segundo Severino (2007):
É aquela que se revela a partir do registro disponível, como livros, artigos, teses, etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos (SEVERIANO, 2007, p.122)
18
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
abrangendo a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, textos legais,
documentos mimeografados ou xerocopiados, mapas, fotos, manuscritos, etc., é o
passo inicial na construção efetiva de um protocolo de investigação, quer dizer, após
a escolha de um assunto é necessário fazer uma revisão bibliográfica do tema
apontado, tendo por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas
disponíveis sobre determinado tema. Essa pesquisa auxilia na escolha de um
método mais apropriado, assim como num conhecimento das variáveis e na
autenticidade da pesquisa.
Este tipo de pesquisa permite: a) ampliar o conhecimento do investigador
numa determinada área (conhecimento este que poderá ser utilizado para delimitar
melhor problemas a serem investigados em outros tipos de pesquisa; b) dominar o
conhecimento de uma determinada área que poderá auxiliar a construção e
fundamentação de hipóteses; c) definir o estado da arte (num determinado
momento) para um determinado tema ou assunto.
As estratégias de ações se desenvolveram em quatro períodos: elaboração
do projeto de intervenção; desenvolvimento da produção didático-pedagógica;
implementação da proposta na escola e elaboração da redação final do artigo
científico.
Foi realizada uma reunião de apresentação do projeto à direção, à equipe
pedagógica e aos professores do Colégio Estadual Pedro II- Ensino Fundamental,
Médio e Profissionalizante uma proposta de trabalho com estudos de casos
ilustrativos para as aulas do Curso Técnico em Administração com o planejamento
de 32 aulas que serão implementadas com alunos do 2º ano do período noturno do
segundo semestre do ano de 2010 e a elaboração do cronograma da
implementação do projeto. A Direção, a Equipe Pedagógica e os Professores
aprovaram o material pedagógico apresentado, pois o mesmo vai de encontro com a
proposta pedagógica do curso e o estudo de caso é considerado um valioso
instrumento pedagógico, que desafia o aluno a raciocinar, argumentar, negociar e
refletir além de promover o raciocínio crítico e argumentativo dos alunos.
19
3.1 Análise e Discussão dos Dados
A proposta de implementação foi apresentada aos alunos do 2º ano do Curso
Técnico em Administração com intuito de prepará-los para enfrentar o dia-a-dia em
um ambiente de trabalho competitivo com atividades que favoreçam a
espontaneidade do aluno, os seus conceitos cotidianos, permitem que construam as
noções necessárias para a compreensão das teorias administrativas e o estudo de
caso se torna um aliado pedagógico eficiente para apoiar o desenvolvimento do
aprendizado ao discutir um caso, o aluno vivencia o conflito e enriquece seu
aprendizado ao se colocar no papel de protagonista em situações realistas e
complexas que simulam o cotidiano das organizações. Os alunos participarão de
todos os momentos do projeto.
As atividades de implementação referente às Teorias Administrativas
desenvolveram-se através da montagem de uma apostila com conteúdos da Grade
Curricular para o curso Técnico em Administração. A cada teoria estudada o aluno
recebia um estudo de caso no qual analisava e discutia em sala e em conjunto
buscavam soluções para o problema apresentado e o processo de análise e
discussão em sala promove no aluno o raciocínio crítico e argumentativo, ao mesmo
tempo em que desenvolve habilidades para identificar e resolver problemas.
Ao discutir um caso, o aluno vivencia o conflito e enriquece seu aprendizado
com o ponto de vista de seus colegas, concluindo que não há respostas prontas,
certas ou erradas. E essa discussão de casos permite aos alunos refletirem e
buscarem soluções para problemas que são apresentados de forma mal estruturada,
muito semelhante à realidade das empresas.
Entre as atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), foi
realizado o curso “Grupo de Trabalho em Rede (GTR)”, que deu oportunidade a
outros professores das Disciplinas Técnicas da rede de ensino do Paraná, através
da plataforma MOODLE do ambiente E-escola, via internet, conhecer e compartilhar
o trabalho com o tema "Diferentes Abordagens sobre as Teorias Administrativas". O
curso GTR foi disponibilizado com orientações dos responsáveis pela Educação a
Distância (EaD) da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED) e estava
dividido em seis unidades. Durante as duas primeiras unidades foram discutidos os
textos: “Políticas Educacionais, Proposta EaD- SEED e Trabalho, Ciência e Cultura:
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conceitos estruturantes do Ensino Médio”. E as últimas unidades do curso foram
debatidas e compartilhadas o trabalho "Diferentes Abordagens sobre as Teorias
Administrativas" com os mesmos objetivos trabalhados em sala com os alunos.
As ações pedagógicas bem elaboradas despertam interesse e envolvimento
dos alunos. A implementação da proposta se efetivou sob a orientação do professor
orientador, conforme estabelecido pela SEED.
Conclusão
A proposta deste trabalho é que haja a participação ativa dos alunos, durante
todo o processo de sua aprendizagem e que essa interação possa ser realizada
através de uma dimensão coletiva e colaborativa, para que seja desenvolvido o
processo de apropriação do conhecimento e que possam desenvolver a sua
aplicabilidade dentro das organizações, bem como em sua vida profissional e
pessoal.
O estudo das teorias administrativas como elemento de aprendizagem,
realizado nos cursos de educação profissional, é um período que permite ao
educando vivenciar a prática da profissão, oportunizando o seu contato e sua
interação com o mundo do trabalho, tornando-se um elemento de aprendizagem e
de experiência vivencial em situações concretas.
Como o papel do professor é propiciar ao aluno oportunidades planejadas que
favoreçam o desenvolvimento de suas capacidades, habilidades e atitudes que o
transformem num cidadão, pois toda aprendizagem acontece pela interação do
aluno com os objetos de conhecimento. Cada aluno aprende de maneira diferente.
Nós aprendemos de diferentes métodos, estilos e cada um no seu tempo certo.
Cabe ao professor através da observação, diálogo estar apto a percepção diante de
tanta diversidade, tentar utilizar-se de várias estratégias de ensino e criatividade,
despertando em cada um deles o interesse pela busca do saber. O professor é o
sujeito que ajuda o aluno no processo de construção de diversos saberes, tais como
a amar e respeitar, por isso, ser um mestre vai além de “transmitir” conteúdos. É
preciso cativar o aluno e conquistar sua confiança, pois os laços criados nessas
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relações é que irão garantir o início da caminhadas rumo a formas mais adequadas
de aprendizagem.
Diante das atividades desenvolvidas o projeto foi bem aceito pelos alunos,
pois os mesmos demonstraram interesse em participar de todas as atividades e
através da implementação do projeto de intervenção os objetivos foram alcançados
em sua totalidade com a aprovação dos alunos, dos professores participantes do
GTR e dos resultados obtidos em sala de aula.
E os professores participantes do GTR salientaram da importância do projeto
apresentado com um “norte” para o direcionamento das aulas de Teoria Geral da
Administração, pois o mesmo enfatiza não apenas a teoria, mas dá ao aluno a
possibilidade de interagir por meio dos estudos de casos com a
realidade/aplicabilidade das teorias e que os conceitos estudados refletem
diretamente nos trabalhos em sala de aula. Os mesmos deram sugestões para o
desenvolvimento do projeto na escola e utilizaram o Material Didático produzido
como parte do programa (PDE) em suas aulas e relataram que foi muito interessante
trabalhar com a didática apresentada.
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