O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
MARCIA CRISTINA FILOMENA VALERIO
UNIDADE DIDÁTICA
IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL
ORIENTADORA: Profª. DRª MARLENE ROSA CAINELLI
ÁREA CURRICULAR: HISTÓRIA
LONDRINA
2010
MARCIA CRISTINA FILOMENA VALERIO
Título: A História da Cafeicultura em Londrina: Memória e Identidade na
Construção da Consciência histórica.
Produção Didático-Pedagógica, “Unidade
Didática”, prevista no Projeto de Intervenção
Pedagógica como estratégia de ação a ser
utilizada pela professora PDE durante a
Implementação do Projeto na Escola, como
requisito ao Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE 2009, do Estado do Paraná.
Orientadora: Prof. Dr. Marlene Rosa Cainelli
LONDRINA 2009
Município de Londrina NRE: Londrina
Autor: Márcia Cristina Filomena Valério
Professora Orientadora: Marlene Rosa Cainelli
IES Vinculada: UEL
Escola: CEEBJA - Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos
de Londrina
Disciplina: História - Turma do Ensino Fundamental II de Educação de Jovens
e Adultos - EJA.
Conteúdo Específico: História Local
Disciplinas da relação interdisciplinar: Ciências e geografia
Conteúdos Estruturantes: Relação de poder e relação cultural
Título: A História da Cafeicultura em Londrina: Memória e Identidade na
Construção da Consciência histórica.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... ..4
2 HISTÓRIA LOCAL ............................................................................................... ..6
3 ORIGEM ............................................................................................................... 12
4 COLONIZAÇÃO DE LONDRINA ......................................................................... 14
5 A ATUAÇÃO DE INGLESES EM LONDRINA ..................................................... 20
6 AUGE DO CAFÉ NO PAÍS .................................................................................. 24
7 O CAFÉ E A SAÚDE ........................................................................................... 26
8 MEMÓRIAS DO CAFÉ......................................................................................... 29
9 A DECADÊNCIA DO CAFÉ ................................................................................. 31
10 AVALIAÇÃO ........................................................................................................ 32
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34
4
“Reconstituir a história não é a “arte do possível”, mas a ciência de tornar
possível a fiel reconstituição dos fatos”. (JOFILLY,1984, p.97)
1 INTRODUÇÃO
Esta unidade didática é produto de trabalho de pesquisa realizado no PDE
2009, com o objetivo de ensinar a história do Paraná enfocando a história local da
cidade de Londrina, a qual envolve atividades que serão desenvolvidas com alunos
do Ensino Fundamental, com destaque para a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Ressalta-se que não será especificada a série na qual o trabalho será desenvolvido,
uma vez que na EJA os educandos fazem matrícula por disciplina.
Esta unidade didática servirá de suporte para o trabalho a ser desenvolvido
no CEEBJA - Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de
Londrina, por intermédio de aulas, as quais terão como objetivo principal possibilitar
um maior entendimento dos envolvidos no processo histórico da colonização e
desenvolvimento de Londrina, destacando a produção da cafeicultura no que
concerne à cultura, à economia, à sociedade e à política.
Esta unidade didática, utilizando da história local, colaborará para a
construção do conhecimento do aluno, pois as atividades propostas irão estabelecer
relações entre a histórica local e a história regional, de forma a facilitar o
entendimento do conteúdo.
Assim, faz-se necessário o trabalho e a discussão sobre a História local,
como meio de aproximar os alunos dos acontecimentos que fizeram e fazem parte
de suas histórias, proporcionando condições de construção da memória utilizando
de ligações históricas e permanências do período da cultura cafeeira na cidade de
Londrina, seja por imagens, paisagens, arquitetura etc.
Pretendemos que o aluno possa, com o conhecimento adquirido, interagir e
interferir na sociedade ativamente, tendo condições de efetuar relações históricas,
sentindo-se integrante do processo histórico no qual ele está inserido. Desta forma
ensejamos despertar uma consciência histórica que contribua para o respeito e
compreensão da história local e para a construção e análise do conhecimento sobre
a história de Londrina.
5
O café, que foi considerado símbolo de progresso no norte do Paraná, que
logo após o início do período histórico da fundação de suas cidades, surge como
destaque internacional, permanecendo presente na atualidade, o que pode ser
verificado em nome de teatro, ruas, conjunto habitacional e estudos históricos
relacionados ao Paraná.
É importante trabalhar e analisar o contexto da história do Paraná dentre a
história do Brasil no período da colonização e a sua relação com o processo
histórico de desenvolvimento da cidade de Londrina. Tal importância deve-se à
necessidade de contextualização da cafeicultura, para assim entendermos a
influência exercida por esta em nossa sociedade, a qual é presente até os dias
atuais.
Este produto que foi destaque mundial durante a colonização de muitas
cidades paranaenses, tornou-se símbolo do progresso nestas regiões.
Atividade 1:
Material: Texto de acervo pessoal da autora, questionário para levantamento prévio
dos conteúdos e fotografia.
Desenvolvimento: Nesta unidade, o trabalho será direcionado à história local; para
tanto serão utilizadas 2 (duas) aulas, nas quais o professor efetuará o levantamento
do conhecimento prévio dos alunos, por meio de questionário para discutir conceitos
e definir o ponto de partida das atividades a serem desenvolvidas. Com este
questionário pretende-se fazer reflexões com os educandos sobre o conhecimento
que eles já possuem em relação à história local.
Em seguida será proporcionado aos alunos condições para a identificação e
o diálogo com fontes históricas. Esta atividade será efetuada através da fotografia
que se encontra na página 9, com ela pretendemos despertar nos educandos o
sentimento de pertencimento a história ou mesmo de ampliação do conhecimento
relacionado a história local.
Em consonância com o trabalho a ser efetuado em relação ao café na cidade
de Londrina, citamos Schmidt e Garcia (2003, p.225): “Não se trata de um trabalho
trivial, mas de ter como ponto de partida da investigação o próprio universo do aluno,
dando ao conhecimento histórico um sentido...”
6
Objetivamos, ainda, reaplicar o questionário no final do desenvolvimento das
atividades da unidade didática para que os alunos comparem o conhecimento que
tinham antes do início das atividades, com o que eles obtiveram no final da
aplicação desta unidade didática.
No decorrer da unidade didática, serão encontradas palavras que não fazem
parte do cotidiano dos alunos. No entanto, quando ocorrer dúvidas em relação ao
significado das palavras, sugerimos que pesquisem sobre o seu significado para que
possam compreender melhor o texto.
Assim sendo, com o desenvolver desta unidade didática, os alunos irão
adquirir conhecimentos científicos de forma a compreender e valorizar a História
local da cidade de Londrina.
2 HISTÓRIA LOCAL
O enfoque local considera a memória ou o imaginário construído na cidade,
não desejamos confinar o conteúdo ao local Londrina, mais dialogar com
acontecimentos de forma mais ampla de conhecimento.
Neste sentido, cita-se Cainelli e Tuma (2009, p.06), as quais assim afirmam:
“Nossa intenção pretende possibilitar a construção do pensamento histórico através
da relação entre os conhecimentos prévios e os conhecimentos históricos...”.
Para tanto efetuaremos um levantamento dos conhecimentos educandos
sobre a história local. O mesmo ocorrerá através de questionamentos e diálogos dos
conhecimentos prévios a respeito do conteúdo, envolvendo a influência do café em
nossa história e município e sua relação com a história da sociedade brasileira.
A seguir as questões a serem efetuadas para o levantamento prévio dos
alunos em relação à história local.
• O que você sabe sobre a história local?
• O homem interfere no processo histórico, muitas vezes chegando a
transformar o ambiente da cidade. Você já parou para pensar como era a
nossa cidade na década de 1950?
• O que você sabe sobre o produto (café)?
• Você conhece locais em Londrina que na atualidade podem fazer relações
com o café?
7
• Qual o foco atual da economia londrinense?
• Porque o Cine Teatro Ouro Verde e o Estádio do Café possuem esses
nomes?
• Você sabe qual a relação que o local (espaço) atual do museu possui com
o início da colonização de Londrina?
• As memórias e o imaginário construído na cidade de Londrina ligado ao
café podem contar a história desta cidade?
• Qual a importância e influência do café para o Brasil ou para sua cidade?
Muitas vezes, nos deparamos com a falta de relacionamento do passado
com o presente. No caso desta unidade didática será por intermédio da memória ou
com a utilização de locais como as praças, os edifícios, o Museu Histórico de
Londrina “Padre Carlos Weiss”, o Estádio do café Estádio Municipal Jacy Scaff, o
cine Teatro Ouro Verde e o apelido da cidade como Capital do café, que
pretendemos proporcionar relações históricas relevantes e o aprofundamento do
conhecimento histórico .
Atualmente vários estudiosos sobre a história têm procurado citar a relevância
do estudo da história local para facilitar a compreensão dos fatos históricos pelos
alunos.
A História local de acordo com Proença:
[...] procura reconstituir as condições de vida dos diversos grupos sociais num determinado período histórico, analisando os aspectos de produção material, estruturação social ou de mentalidades; para uma abordagem demográfica que privilegia a história da família; ou para uma nova história política interessada no papel das elites locais na distribuição do poder. (1989, p.199).
Com a articulação das fontes históricas e o despertar do sentimento de
pertencimento da história, pretendemos que você educando tenha condições de
interagir e interferir na sociedade ativamente, estabelecendo relações históricas e
sentindo-se como ser integrante do processo histórico no qual ele está inserido.
Nesta unidade queremos que você dialogue com as fontes históricas, assim
como propõe Oliveira,
(...) fazer com que o aluno perceba que ele pode dialogar com as fontes históricas, assim como fez o historiador, que é possível retirar conclusões e que estas conclusões não serão as mesmas para todos
8
do grupo, assim como não são as mesmas para todos os historiadores. (2002, p.226).
Por meio do exposto, vocês terão condições de perceber e refletir sobre as
fontes históricas e documentos estudados, fatos que muitas vezes para outras
pessoas não foram perceptíveis e nem mesmo questionados.
Para facilitar a compreensão dos fatos, os historiadores, estudiosos e
professores utilizam de fontes históricas que são os documentos históricos
produzidos pelos homens ao longo do tempo.
Existem documentos que são denominados fontes primárias e outros fontes
secundárias, no decorrer das aulas, propomos que vocês reflitam em relação ao tipo
de fonte que está sendo utilizada.
As fontes primárias são testemunhas do passado que se caracterizam por ser de primeira mão ou contemporâneas dos fatos históricos a que se referem... As fontes secundárias são registros que contêm informações sobre os conteúdos históricos, resultantes de uma ou mais elaborações realizadas por diferentes pessoas. (SCHMIDT e CAINELLI, 2006, P. 96 e 97).
9
Foto 1: Rocha Basáltica. Rocha situada em frente ao cine teatro Ouro Verde de Londrina - Paraná.
Fonte: da autora (set/2009).
Você pode identificar qual o tipo de fonte que a gravura anterior representa?
Tem idéia de sua localização? Qual a relação da fotografia com o conteúdo
estudado? Qual o significado da gravura?
Algumas fotografias possuem significação relevante para a compreensão de
muitos momentos históricos vividos. Você já parou para pensar que moramos em
cidades na qual muitas vezes não conhecemos o processo histórico que ela está
inserida?
O estudo da história local facilita esta compreensão? Qual a relação que
vocês estabelecem com a cultura cafeeira e com os símbolos que mantém viva uma
cultura que já passou? Isto interfere na forma como entendem a história da cidade?
Interfere na identidade com o local?
Pretendemos vivenciar a história do café que está presente no cotidiano
através do processo histórico local e aumentar as condições de autonomia e
10
compreensão do ambiente histórico direcionado à cidade de Londrina. Com a sua
participação, teremos mais uma possibilidade de construção histórica, vivenciando a
interação e ação na sociedade.
Acredita-se que você aluno possa criticar o processo histórico que ocorreu na
cidade de Londrina e sua relação com o mundo, tendo condições de compreender
as mudanças econômicas, sociais e culturais da sociedade ligada ao café. A
pretensão é a mediação entre a sociedade e o aluno.
Vamos fazer inter-relações com o conteúdo e a realidade, sempre com o
comprometimento ligado ao social, utilizando de formas alternativas para reflexão e
confronto de questionamentos entre o conteúdo e as dúvidas trazidas para a escola.
Desejamos proporcionar condições de construção da memória utilizando de
ligações históricas, memória do período da cultura cafeeira na cidade de Londrina,
seja por imagens, paisagens, arquitetura etc. De acordo com Abud:
O conhecimento histórico é a principal ferramenta na construção dessa consciência histórica, que articula o passado com as orientações do presente e com as determinações do sentido com as quais o agir humano organiza suas intenções e expectativas no fluxo do tempo. ...As representações históricas que os alunos constroem emergem de determinados processos da vida humana prática, que interagem com o conhecimento escolar. (2005, p.28).
Para facilitar a construção da memória, vamos convidar um morador de
Londrina que vivenciou o período cafeeiro ou tenha conhecimento sobre o tema para
contar como era a vida naquele período.
O Café passou por várias etapas e, hoje, o processo no qual ele é produzido
é totalmente diferente em relação ao período de 1950.
Como cita Arias Neto (1993, p.81) “percebe-se, pois, a dimensão que
adquirem as noções de Eldorado e Pioneirismo nos anos cinqüenta: não apenas
constituem toda uma cultura política dos fazendeiros do norte, [...]”
Pesquise com pessoas da terceira idade o assunto e elabore uma
comparação em relação às transformações que você conseguiu diagnosticar em
relação às transformações que Londrina passou tendo em vista o produto cafeeiro.
Para o trabalho, elabore uma relação entre o início do período cafeeiro e a
atualidade. Exponha para os colegas de sua sala de aula a sua comparação.
Para que você interaja melhor, faz-se necessário conhecer o significado de
algumas palavras: colonização, pioneiro, identidade. Você pode conceituá-las?
11
Sempre que tiver dúvidas em relação às palavras, procure um dicionário para dar
suporte à sua compreensão. Em relação ao pioneiro temos a compreensão de Arias
Neto.
É necessário esclarecer que se nem todo aquele que foi considerado pioneiro na época era pertencente a uma família tão ilustre, a característica central de todos os pioneiros era o trabalho, a ação empreendedora, cujo objetivo era o engrandecimento da cidade e da região, bem como sua integração à economia nacional, o que justificava os lucros privados individuais. (1998, p.113).
De acordo com Adum: Finalmente esta temática traz a oportunidade de fazer a história de muitos homens e não apenas de alguns – os heróis – neste caso específico, os pioneiros. Aqueles que enfrentaram terras estranhas e inóspitas e lutaram contra “jagunços e desordeiros”. Aqueles que lutaram, progrediram, e “construíram uma região” na mais clara opção pela ideologia burguesa do progresso. Pensamos que esta ideologia, ao fazer a sua história, dissimula outras dimensões do real, excluindo dela seus outros agentes, os vencidos. (1991, p.16-17).
Os pioneiros geralmente são colocados como os primeiros, para tanto
procuraremos substituir a palavra por colonizadores. No entanto, faz-se necessário
refletir: Será que anteriormente não havia outros habitantes na região?
De acordo com Wachowicz (1988, p.258) “Paulistas, mineiros, nordestinos,
paranaenses, catarinenses, estrangeiros etc, acorriam em grande número.” Estas
pessoas foram atraídas pelos preços vantajosos, fertilidade das terras e pelas
propagandas divulgadas sobre a região.
As pessoas têm o costume de guardar lembranças ou algo que possuem
significação em relação ao que possuem. Em pesquisas de arquivo familiar procure
fontes históricas que você possa relacionar ao café (dentre elas fotos ou objetos),
neste momento, levante informações diversas a respeito do material coletado para
posteriormente efetuarmos uma exposição.
A partir do contexto temos condições de perceber a grande influência de
Londrina no cenário mundial. E você, conhece a história da cidade de Londrina que
atualmente possui mais de 500 mil habitantes?
Uma grande maioria dos conhecimentos históricos sobre a colonização de
Londrina possui referência de acordo com o livro da Companhia de Terras Norte do
Paraná. Você sabe qual o papel que esta empresa privada exerceu sobre a cidade?
12
Nesta unidade didática pretendemos refletir sobre vários acontecimentos que
envolvem a cidade de Londrina e assim possibilitar uma maior reflexão e formação
histórica sobre a sua colonização e a relação com o café.
São muitas as reflexões que podemos fazer em torno deste produto agrícola.
Vamos lá!
O café atualmente tem sido destaque devido a sua importância a nível
mundial. Atualmente existe um dia em sua homenagem, este dia é 24 de maio.
Este produto que foi destaque continua a fazer sucesso na mesa dos
brasileiros. Será que só os brasileiros gostam desta bebida?
Atividade 2:
Material: TV pen drive, vídeos, computador.
Desenvolvimento: Para esta atividade serão utilizadas 03 (três) aulas, nas quais
será proporcionado aos alunos o acesso a sites para assistirem vídeos e efetuarem
leituras diversificadas sobre o café, além de aprofundar seus conhecimentos em
relação à origem histórica e lendária do café, seu cultivo e ligação com o Brasil.
Na medida em que alunos assistirão aos vídeos, poderão efetuar anotações
sobre os assuntos que considerarem relevantes. Após será feito um debate em sala
de aula sobre os conhecimentos apreendidos, de forma que os alunos tenham
condições de trocar conhecimentos.
3 ORIGEM
A história do Brasil esteve ligada a vários fatos e muitas vezes envolvida a
lendas com várias versões, como podemos observar nos relatos orais. A mais
difundida relata que o café teve sua origem no continente africano, na Etiópia,
quando um criador de cabras Kaldi observou que suas cabras ficavam mais espertas
e ágeis ao comer os frutos do cafeeiro, tendo um efeito estimulante. Da Etiópia, o
produto percorre vários locais até sua chegada ao Brasil no Século XVIII.
13
Existe a origem histórica e lendária que envolve a história do café e sua
chegada ao Brasil, vamos conhecê-la! Para isso acesse os sites:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9
http://www.abic.com.br/scafe_historia.html
Ao acessar os sites, efetue sua leitura para aprofundar seu conhecimento
sobre o café, preste atenção na sua origem e observe que este produto tem outras
funções além da sua utilização como bebida.
Em Londrina de acordo com Lima e Zarpelão alguns fatores que contribuiram
para a produção cafeeira em Londrina estão ligados a:
A política da Companhia de Terras do Norte do Paraná caracterizava-se por favorecer e dar apoio aos pequenos fazendeiros, o que contribuiu muito para a concentração da produção cafeeira, a explosão demográfica, a expansão de núcleos urbanos e o aparecimento de classes rurais. (2008, p. 204)
A vinda do Café ao Brasil
A história do café desde a sua origem está envolvida em vários relatos
históricos e lendários.
De acordo com Schmidt; Garcia:
[...] a História é uma ciência com uma metodologia própria e que muda com o tempo. Que o conhecimento do passado é sempre parcial e se dá a partir de testemunhos, muitas vezes contraditórios. Que existem diversos níveis de análise sobre o passado, bem como diferentes construções conceituais, as quais se denomina historiografia [...] (2003 p. 225).
Um personagem que a historiografia consagrou foi Francisco de Melo
Palheta, que convidado para mediar entre as Guianas Francesa e Holandesa,
recebeu de presente as primeiras mudas de café, as quais foram em 1727,
clandestinamente introduzidas no Brasil, de acordo com solicitação do governado do
Estado do Grão-Pará. A primeira região a receber a muda foi o Pará, depois foi
difundida para outros locais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais até
chegar ao Paraná.
14
O Paraná teve ligação econômica com o Estado de São Paulo, nossa
economia era dependente das decisões paulistas.
Vamos assistir ao vídeo para aprofundar este conhecimento.
http://www.youtube.com/watch?v=qejAy1tFxfU
Com a chegada do café ao Brasil tivemos uma relação bastante conflituosa
entre os membros da sociedade. Cada pessoa tinha papéis específicos e eram
tratados de acordo com sua posição social. No vídeo “O reino do Café”
http://www.youtube.com/watch?v=Cn1p1FpGyik você poderá detectar algumas
características da sociedade e a relação que o café teve com os imigrantes. Procure
observar quais locais (regiões) que foi plantado o produto e sua expansão. Depois,
discuta com os colegas de sala para debate.
.
Atividade 3:
Material: Texto de acervo pessoal da autora, cópia do folheto propagandístico da
CTNP (Companhia de Terras Norte do Paraná).
Desenvolvimento: Esta atividade será realizada em 03 (três) aulas e com os alunos
agrupados em duplas. Nela será proporcionado que os alunos tenham compreensão
da divisão efetuada por Tomazi de acordo com a utilização de elementos naturais do
Paraná e, desta forma, identificar a localização da cidade onde mora de acordo com
esta conceituação.
Será efetuada a análise de um folheto propagandístico da CTNP, a leitura do
texto ora mencionado, que abrange a visão de diversos autores em relação à
história da cidade de Londrina, objetivando a análise crítica do aluno e seu
posicionamento em relação ao conteúdo proposto.
No final desta atividade os alunos irão efetuar uma produção de texto na qual
eles tenham condições de emitir sua opinião em relação ao conteúdo proposto.
4 COLONIZAÇÃO DE LONDRINA
A partir de 1922, devido a vários fatores como a terra roxa e solo muito fértil,
considerado bom principalmente para a plantação de café, muitos imigrantes e
15
migrantes vieram em direção ao “Norte do Paraná” - especificamente à cidade de
Londrina, que até 1932, tinha a denominação de Três Bocas.
Tomazi expõe a conceituação a seguir utiliza rios e outros elementos naturais.
A região Norte é assim definida pelos rios Itararé, Paranapanema, Ivaí e Piquiri, abrangendo cerca de 10.000 km quadrados, dividida pela CTNP em 3 áreas diversas, conforme a época e a origem de sua ocupação: 1- Norte-velho: que se estende do rio Itararé até a margem direita
do rio Tibagi; 2- Norte-novo: que vai até as barrancas do rio Ivaí e tem como
limite, a oeste, a linha traçada entre as cidades de Terra Rica e Terra Boa;
3- Norte Novíssimo: que se desdobra dessa linha até o curso do rio Paraná, ultrapassa o rio Ivaí e abarca toda a margem direita do rio Piquiri. (apud ADUM, 1991, p.51).
A conceituação anterior é considerada por Adum como neutra e objetiva. De
acordo com a periodização anterior você consegue localizar sua cidade?
Na década de 20 encontravam-se habitantes na região, os quais eram
denominados de índios Coroados. Temos ainda a vinda de muitos grupos de
imigrantes (italianos, japoneses, alemães, espanhóis, portugueses, poloneses,
ingleses e outros).
De acordo com (Choma; Vieira e Costa (org.) (2008, p.s.n) “Por outro lado é
preciso considerar que uma das principais razões para o afluxo de tanta gente era a
fuga das más condições nos locais de origem onde não dava mais para sobreviver.”
Devido à propaganda os imigrantes que aqui vieram tinham a certeza de que
obteriam lucro certo de acordo com a divulgação dos folhetos de propaganda.
16
Foto 2: Folheto de propaganda. Fonte: Arias Neto, 1993.p.17.
Em relação ao folheto de propaganda elabore uma leitura minuciosa e
reflexiva observando o ponto central do documento que se volta para a fertilidade do
solo, encontrado na região norte do Paraná. Você conseguiu detectar quais as
vantagens em relação ao documento exposto pela CTNP em adquirir terras?
1. Fertilidade;
2. Títulos de domínio seguros (atrativo para quem desejava comprar
terras);
3. Salubridade;
4. Estrada de ferro (valoriza as terras);
5. Boas estradas de rodagem;
6. Água pura;
7. Sem existência da saúva.
Os itens 4 e 5 permitem escoar a produção, e todos juntos seria a certeza
de obter grandes lucros.
17
Além das condições acima citadas temos o estímulo à vinda de pessoas ao
Paraná, na qual o governo apoiando a colonização, efetuou em jornais propaganda
do local em larga escala, divulgando atrativos. Com isto, o governo reduziu suas
despesas, economizando com o projeto. Vieram, ainda, muitos japoneses para
Londrina a fim de explorar a cultura do algodão. Em 1938, chegaram muitos
compradores de terras de nacionalidades diversas, além de migrantes como
paulistas e mineiros.
De acordo com Joffily (1985, p.89) “Em síntese, no amontoado de
documentos oficiais confirma-se a realidade já realçada: em 1925 do norte do
Paraná, pertencentes ao Estado, foram vendidas aos emissários de Rothschild por 8
(oito) mil o hectare, conforme Diário Oficial de 16.10.1925”.
O Estado do Paraná, a partir do século XX, começa a despontar como
produtor e exportador de café em vários municípios. A colonização de Londrina está
ligada ao desenvolvimento e ao aumento da cultura cafeeira. Em Londrina, a marca
da cafeicultura se dá pela valorização de preços, chegando grande parte da receita
a ser gerada pelo produto. Devido à grande produtividade, temos o destaque em
relação à exportação, que ocorre proporcionando a vinda de imigrantes, riqueza e
trabalho para uma parcela da sociedade londrinense, o que deu-se durante o
período histórico no qual o café esteve como produto principal, destacando-se
internacionalmente.
O café tornou-se conhecido por várias denominações, até mesmo a
relacionadas à fertilidade da terra. A terra roxa tem várias tonalidades de acordo
com a proporção de óxido de ferro que a rocha contenha.
Dentre os nomes que a cidade recebeu que se relacionaram ao café,
podemos citar: “paraíso da terra roxa”, “ terra da promissão” e o “eldorado”, os quais
foram dados de acordo com o período de destaque e historiadores. Assim, a cidade
passou a ser conhecida como capital mundial do café.
O café teve influência em muitas cidades do Paraná, destacando-se de tal
forma que proporcionou a Londrina várias denominações dentre elas o nome de
“Capital Mundial do Café”, e outras. Como vemos na citação de Arias Neto.
Nas representações da imprensa do início dos anos cinqüenta o emprego de qualificativos para designar a cidade era muito exagerado: Cidade Milagre, Mina de ouro do Brasil, Cidade Progresso, Grande Empório, Capital do Norte e Capital Mundial do
18
Café, são os adjetivos mais comuns que acompanhavam ou antecediam o nome de Londrina.” (1993, p.100).
De acordo com ARIAS NETO em relação à denominação de Eldorado pode-
se afirmar:
Até início dos anos cinqüenta, o campo – elemento fundamental na configuração da região – era o centro das representações do Eldorado, ou seja, do progresso. Faziam parte dessa representação a imagem do trabalhador rural como homem bom e morigerado e a crença na riqueza ilimitada da cafeicultura. (1998, p.181)
De acordo com Adum:
“O Paraná dos anos 50, ou, mais especificamente o discurso sobre o Paraná dos anos 50, como não podia ser diferente, estava carregado também da ideologia do “progresso” e da “modernidade”, do “desenvolvimento” e da racionalidade, bem como das possibilidades de intervir racionalmente no social em uma missão organizadora das relações capital/trabalho, bem como da construção da sociedade capitalista [...] (1991, p.182).
As ambições em relação ao poder tiveram ampla ligação também com os
cafeicultores, estes chegaram a influenciar a política em um longo período.
De acordo com Lima e Zarpelão:
De 1947 a 1969, os cafeicultores mantiveram o controle político do município, por meio da Associação Rural de Londrina, já fundada em 29 de junho de 1946. Os objetivos dessa Associação eram muito claros: juntar e mobilizar forças para reivindicar seus interesses e conquistar seu espaço junto ao poder municipal e também estadual. Assim, a Associação Rural de Londrina, hoje conhecida como Sociedade Rural do Paraná, conseguiu eleger, seja pela União Democrática Nacional (a maioria deles) seja pelo Partido Social Democrata (uma vez apenas), todos os prefeitos de Londrina na época mencionada. (2008, p. 213)
Na reportagem abaixo, você irá trabalhar com o imaginário construído na
cidade sobre a cafeicultura. Procure identificar os atributos simbólicos percebidos
por você que fazem referência a Londrina.
Reportagem: Jornal Paraná, 20/09/1949 nº 442 ano IV : Diretor Fausto Pepe.Especial para “Paraná-jornal”, por Manoel Pedro de Macedo. [...] Londrina foi, na realidade, a primeira e grande cidade fundada pela Cia e, consequentemente escolhida para centro dos seus negócios e onde ela edificou os seus primeiros escritórios, deitando solo maravilhoso as vigas mestras de sua pujante empreitada
19
civilizadora e onde concretizou, da maneira mais eficiente e com resultados satisfatórios, os mais modernos processos de loteamento e venda de terras, até hoje conhecido, primando por sua organização e seriedade. Não foi, por isso, sem motivo, que deram a Londrina o título, aliás muito acertado, de capital do norte paranaense, tal o prestígio que ela conquistou entre as suas congêneres desta região. Muitas e muitas outras cidades surgiram neste glorioso rincão, mas nenhuma logrou alcançar, tão depressa, a alta posição de “líder” que ela, tão merecidamente, desfruta, como premio justo de suas vitórias.[...] Londrina, enfim, que fora, outrora, Cidade Menina, e agora uma espécie de capital do interland paranaense, de movimento trepidante e com o aspecto das grandes metrópoles. Ela marcha, assim cheia de vida e de esperanças, para os seus grandes destinos.
Nesta atividade os alunos irão efetuar uma produção de texto na qual eles tenham condições de emitir sua opinião em relação ao conteúdo proposto.
Atividade 4:
Material: Texto de acervo pessoal da autora, entrevista, cessão da entrevista.
Desenvolvimento: Para esta atividade utilizaremos 3 (três) aulas, nas quais será
apresentado um texto informativo sobre autores que desenvolveram pesquisa sobre
o Paraná relacionado à história de Londrina.
Ademais, em sala de aula ocorrerá a troca de informações com debate, de
forma que os alunos farão a exposição de suas idéias sobre o conteúdo. Após, os
alunos efetuarão junto aos familiares e comunidade um trabalho de pesquisa
(entrevista) através de questionamentos sobre a memória e toponímia relacionada
ao café.
Nesta atividade será permitido ao aluno mais uma estratégia de ensino, na
qual o educando dialoga com histórias contadas pelo narrador. Por conseguinte, por
meio da entrevista, os alunos perceberão um outro lado da história diferente,
daquele contado nos livros.
Assim sendo, pretendemos que o aluno tenha a oportunidade de analisar a
visão das pessoas sobre o assunto (história do café) e formular sua própria opinião.
Portanto, o aluno entrevistador terá condições de ouvir histórias e narrativas
significativas em relação aos conteúdos resultantes de sua entrevista. O educando
terá condições de ouvir a história a “contrapelo” muitas vezes não encontrada em
registros de livros.
20
Com essas atividades, os alunos terão condições de se compreenderem
dentro do processo como sujeitos históricos envolvidos, ampliando a observação da
vida atual e sua ligação com o processo histórico que propiciou a colonização de
Londrina.
Assim, pretendemos que os alunos possam, com o conhecimento adquirido,
interagir e interferir na sociedade ativamente, tendo condições de efetuar relações
históricas, sentindo-se como integrantes do processo histórico no qual ele está
inserido.
5 A ATUAÇÃO DE INGLESES EM LONDRINA
Era Presidente da República do Brasil, no período de (1922-1926) Artur
Bernardes. Nesta época, a Paraná Plantations Lt. (uma Companhia inglesa
subsidiária da Companhia de Terras Norte do Paraná), tinha como chefe Lord
Lovart, que através de uma missão denominada Montagu adquiriu na região terras
para produção de algodão com a intenção de instalar máquinas para seu
beneficiamento. Objetivava, ainda, atender às necessidades do desenvolvimento
capitalista inglês, que necessitava do algodão para ser utilizado como matéria prima
da indústria.
Segundo Arias Neto, (1998, p.26) “[...] Para garantir a sua propriedade
incontestável das terras, a CTNP além de comprá-las do Estado do Paraná, foi
adquirindo, um a um, os títulos ilegítimos que se apresentavam, tendo assim pago
duas ou três vezes pela mesma parcela de terra.” Em dois anos a Companhia de
Terras Norte do Paraná adquiriu 515.000 alqueires de terras através de compra.
De acordo com Joffily são muitas as contradições que podemos verificar na
história de Londrina que está vinculada ao imperialismo, em razão da atuação da
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná e a missão Montagu. Ainda conforme
sua opinião, a Missão Montagu era uma missão particular e não oficial, imposta ao
governo brasileiro pelos banqueiros particulares. Em seu Livro, Joffily cita
(1985.p.44) “Em todo esse período jamais surgiu uma só palavra de recomendação,
de apoio ou de mera simpatia do governo inglês. Nem na ida nem na volta do Brasil,
recebeu a delegação Montagu a mais singela mensagem do Foreign Office [...]”.
21
A Inglaterra, no período entre guerras, passava por dificuldades (JOFILLY,
1985, p.48) “é falsa a interpretação oficial de que Lord Lovat e seus parceiros
ingleses teriam vindo “aplicar capitais em nosso país”.
Como consta, os ingleses adquiriram terras já em 1925 do governo do Paraná
a preços acessíveis. De acordo com Joffily (p.27, 1985), são “840 mil hectares a 8
mil réis o hectare perfazendo o total de 6.776 contos de réis sendo mil contos de réis
à vista e o restante em 12 anos”. A Companhia de Terras Norte do Paraná colocou
em prática um projeto imobiliário, quando o diretor da Companhia de Terras, João
Sampaio possibilitou aos interessados (trabalhadores, colonos) no período de 1929,
adquirir terras na região com facilidades de pagamento. Em Londrina, a divisão em
pequenos lotes de terras foi utilizada tendo como referência a experiência
holandesa.
As terras do “Norte do Paraná”, a partir da década de 20, foram
comercializadas principalmente por trabalhadores de outras regiões, devido a
influência e investimento de capital brasileiro e estrangeiro. Em 1929, surgiu
Londrina como resultado de interesses, se tornando município através do decreto
assinado pelo interventor Manoel Ribas em 03 de dezembro de 1934, data em que é
inaugurada a ponte ferroviária sobre o rio Tibagi.
Segundo Wachowicz em relação à Londrina:
Londrina começou a ser colonizada por iniciativa da Companhia de Terras Norte do Paraná, de capital inglês,adquiriu do Estado terras devolutas tornando Londrina, sendo uma cidade planejada onde o café veio a ser o grande “rei_”a grande alavanca de tudo. ____de produção. (1977, p.166).
De acordo com o texto anterior você pode perceber a influência dos ingleses
na cidade de Londrina. Procure tirar do texto alguns itens que demonstrem esta
influência.
Com leituras diversificadas, podemos verificar histórias em relação à Londrina
contadas com percepções e estudos diversos. Boni
O processo de colonização da região denominada Norte Novo do estado do Paraná começou em 1929, com a chegada dos primeiros funcionários da Companhia de Terras Norte do Paraná ao local onde anos mais tarde seria criado o município de Londrina. A CTNP começou a ser pensada em 1924, quando Lord Lovat, que estava no Brasil como integrante da Missão Montagu, visitou o norte do Paraná, a convite dos fazendeiros que estavam construindo a estrada de
22
ferro entre Ourinhos (SP) e Cambará (PR), na região hoje conhecida como Norte pioneiro. (2009, p.254).
A partir de 1940 a CTNP passa para o capital nacional recebendo a
denominação de CMNP.
No período de 40 a 70 temos um grande impulso na região movido pela
cultura do café. Muitos fazendeiros não venderam a madeira efetuando sua queima
para plantar o café. O interesse era derrubar a mata e colocar o plano de
colonização na ativa atribuindo importância a ferrovia de Jacarezinho para Londrina
depois Cianorte.
De acordo com Schmidt; Garcia (2003, p.237) “a consciência histórica passa
a representar o passado como acontecimentos mutantes onde as formas mudam,
paradoxalmente, para manter o seu próprio desenvolvimento. A própria permanência
se torna dinâmica.” Com o decorrer da atividade seguinte, o aluno tem condições de
vivenciar esta dinâmica.
De acordo com a explanação acima você pode analisar e refletir, formando
sua própria opinião sobre o início da colonização de Londrina e o início da plantação
de café.
Atividade 2:
Junto a seus familiares e outras pessoas:
a- Pesquisar sobre a memória e toponímias relacionadas ao tema café em sua
cidade.
b- Qual a relação histórica que você pode fazer em relação ao levantamento
efetuado? Durante a atividade procure verificar qual a influência do café, para
estas permanências levantadas.
c- Em sala formar equipes de 4 alunos para efetuar as trocas de informações
sobre a pesquisa efetuada, comparar a pesquisa com a dos outros colegas.
d- Educadora e alunos deverão efetuar intervenções para aumentar os
conhecimentos históricos levantados durante as colocações.
Atividade entrevista:
Procure uma pessoa que esteja na terceira idade e entreviste-a, você irá
detectar como era no início da década de 50 e terá condições de relacionar como
23
está Londrina atualmente. Procure preferencialmente uma pessoa que tenha
trabalhado na agricultura.
Entrevistador : Quanto tempo o senhor (a) mora na cidade de Londrina?
Entrevistador: Qual o motivo da vinda para a cidade?
Entrevistador: Como era o relacionamento com o dono da lavoura?
Entrevistador: Quanto tempo você trabalhou na lavoura?
Entrevistador : Quando o senhor (a) estudava, qual o conhecimento que lhe foi
passado sobre a história de Londrina?
Entrevistador : O senhor (a) pode comentar algo na cidade que esteja ligado ao
café? Como por exemplo o seu significado, construção, representação.
Sendo a memória muito vasta. Elabore uma relação de coisas que tinhamos
naquela época relacionadas ao café e que hoje foram aperfeiçoadas.
Atividade 5:
Material: Texto de acervo pessoal da autora e jornal.
Desenvolvimento: Para esta atividade utilizaremos 2 (duas) aulas, nas quais será
oportunizado um texto informativo sobre o conteúdo. Utilizaremos de diversas fontes
históricas da cidade, não como limite de estudo, mas com a intenção de ampliar o
conhecimento para a macro-história.
Será efetuado um diálogo multidisciplinar com a professora de ciências, na
qual realizaremos um trabalho procurando aprofundar conhecimentos sobre o café e
seu envolvimento com a saúde.
Ademais será realizado um trabalho por meio de documentos históricos,
visando discutir tais documentos e levantar questões relacionadas a eles, que
propiciem aos discentes realizar análise e crítica de documentos.
Agrupados em 03 (três), os alunos farão uma leitura atenta de reportagens da
Folha de Londrina buscando compreendê-las, de forma a “descobrir” mensagens e
conceitos contido nas mesmas.Com isto, serão feitas reflexões sobre o produto café
e, ao final, a equipe de alunos irá sistematizar suas conclusões por escrito.
24
6 AUGE DO CAFÉ NO PAÍS
No país, a cultura do café no Brasil se destacou de tal forma que tivemos
acordos como a Política conhecida como café com leite, a qual influenciou até
mesmo em relação à presidência da república. Neste contexto, temos ainda, o
Convênio de Taubaté que favoreceu os cafeicultores dos Estados envolvidos.
Com a grave crise de 1929, ocorrida em Nova York nos EUA, que ocasionou
a queda da bolsa, muitos consumidores deixaram de comprar café, ocorrendo uma
superprodução no Brasil e a falência de muitos produtores. Para garantir o preço do
café ocorreu a queima do produto. De acordo com Pozzobon:
[...] o Brasil incinerou 78.214.253 sacas de café entre 1931 e 1944 (consumo mundial de 3 anos).Apesar da conjuntura desfavorável, o Paraná, graças à fertilidade do solo, à aptidão da mão-de-obra e a baixa exigência de capitais, conseguiu expandir progressivamente a produção. (2006, p. 36).
O café durante seu período de auge produziu transformações em vários
setores da sociedade, cultura, economia e política.
O café teve alterações de preços no seu mercado, o que acelerou o interesse
pelas terras do Paraná, chegando a Londrina com destaque internacional em
relação à produção devido a quantidade de exportação.
Após a Segunda Guerra Mundial, “Londrina, na década de 1950, era o
município do norte do Paraná que apresentava o maior volume de exportação do
café [...]” (LIMA; ZARPELÃO, 2008, p. 209), tendo o café atingido um bom preço
neste período. O prefeito de Londrina nesta época era Hugo Cabral (de 1947 a
1951), também fazendeiro.
O café era escoado pelas ferrovias com destaque para a influência inglesa, no
caso a Railway.
Na década de 40, o eixo produtor de café deslocou-se do Norte Pioneiro para a região de Londrina, o chamado Norte Novo. Toda esta nova produção continuou a ser escoada preferencialmente para o porto de Santos pela Estrada de Ferro São Paulo-Paraná e Sorocabana. Para tentar concorrer com esse esquema ferroviário, o governo do interventor Manoel Ribas resolveu construir uma ligação rodoviária: Paranaguá-Piraí do Sul – Jataizinho. É a conhecida Estrada do Cerne, construída com ingentes sacrifícios para os cofres do Estado. Ampliava-se desta forma a capacidade de escoamento da produção do norte para o sul e para o porto de Paranaguá. Mas o
25
problema não estava ainda resolvido satisfatoriamente. WACHOWICZ (1988, p. 262).
No período de 1957 deu-se a superprodução na região, momento em que a
produção africana se destaca.
Em 1957 e 1958, ocorreu a Campanha da Marcha da Produção que passou
por Londrina, pode ser considerada a demonstração de força e poder da
cafeicultura, na qual realizaram reivindicações para o Presidente da República em
defesa da política cafeeira. De acordo com Arias Neto (1993, p.139) “[...] De um
lado, há o pensamento agrarista, cujo fundamento reside na concepção de que a
terra é a fonte primária da riqueza e que o próprio progresso do país está fundado
na cafeicultura.” Sobre a marcha temos a consideração de Pozzobon (2006, p.132)
”A marcha foi suspensa e o movimento, embora frustrado, foi considerado vitorioso,
pois conseguiu despertar a atenção do governo para os problemas que afligiam a
cafeicultura”.
Em 1959 temos o Estado do Paraná se destacando entre os outros estados
brasileiros como o maior produtor de café, tornando-se o centro de riqueza do país.
Como lemos anteriormente na citação, será que a situação melhorou com a
rodovia do café a partir de 1961?
Curiosidade:
Você sabia que o café mais caro do mundo é o “Kopi luwak”, podemos encontrá-lo
na Indonésia. Ele é obtido através de excremento de um animal com o nome de
“luwak”, espécie semelhante ao gambá.
Em 1963, após a criação do Estatuto do Trabalhador Rural, que garantia aos
trabalhadores rurais direitos do trabalho, observamos que a mão-de-obra fica mais
cara e, neste momento, o colonato vem a ser substituído pelos (bóias-frias) para que
o proprietário não necessite cumprir com a legislação em vigor. Já a outra parcela da
população que estava na cidade volta para o trabalho no campo como trabalhador
temporário.
Bóia-fria - Eles eram pequenos proprietários de terras que ganhavam muito pouco com o
que produziam, e quando os grandes proprietários de terras passaram a oferecer
26
pagamento, e não parte da produção, esses pequenos proprietários venderam suas terras e
foram trabalhar nas lavouras.(BOIA-FRIA, 2010).
De acordo com Arias Neto:
[...] legitimam a cafeicultura ao evidenciar seu avançado caráter social através da representação da imagem do colono “bem-sucedido” no Eldorado. Mais do que isso, o discurso jurídico transforma o trabalhador rural em vilão por reivindicar direitos que, na realidade, teria em excesso. O fazendeiro emerge como um injustiçado uma vez que sobre ele recaem os ônus e os riscos do empreendimento( geadas, financiamentos, falta de braços, etc.). ( 1993, p. 131)
A leitura até o momento, proporcionou condições para você verificar a derrota
e a conquista de grupos divergentes. Reflita: Será que existiu o vilão? O trabalhador
rural que reivindicava e lutava pelos seus direitos, ou o fazendeiro empresário que
sofria com as geadas e outros riscos de um empresário?
7 O CAFÉ E A SAÚDE
A Ciência está em constantes desafios. Muitos trabalhos de cientistas, tem
procurado através de pesquisas, descobrir a importância nutricional, vantagens,
desvantagens e a utilização de muitos produtos pelos seres humanos, de forma a
favorecer e beneficiar as pessoas. Pois, tomar café é indiscutível e faz parte do dia a
dia da maioria dos brasileiros.
O café é um produto que estimula o sistema nervoso central, podendo auxiliar
no tratamento de algumas doenças. Não podemos deixar de colocar alguns riscos
como insônia e ansiedade devido à cafeína.
De acordo com Pozzobon:
[...] Os ácidos clorogênicos o são considerados de alto valor farmacológico podendo auxiliar no tratamento de depressão e alcooolismo, por sua atuação no circuito do prazer do cérebro, bloqueando o desejo de autogratificação que leva o indivíduo a se deprimir e recorrer ao álcool e drogas. Por outro lado, acredita-se que o café auxilia o tratamento do diabetes, ajuda a reabilitação de viciado em drogas, aumenta a atenção, facilita o aprendizado e tem possibilidades de auxiliar o tratamento de doenças neurodegenerativas pelo efeito protetor sobre os neurônios. ( 2006.p.172).
27
Nas reportagens abaixo, podemos verificar que o produto agrícola, utilizado
na alimentação humana, considerado exótico ao paladar, teve importância desde o
início da colonização da cidade de Londrina e continua como destaque no Brasil,
embora de maneira diversificada. Sendo assim, compreendemos que são períodos e
processos históricos vivênciados de maneira distintas.
Devido às considerações efetuadas no Jornal Reportagem, você tem condições
de verificar a relevância do café.
Reportagem 01
Folha de Londrina, 24/05/2009. ...
4% da bebida consumida no Brasil é de grãos selecionados; aumento gira em torno de 15%.Cresce o consumo de cafés especiais.Dia do café 24/05/2009, na verdade todo dia é dia de café... o País entrou no páreo da produção e consumo de grãos de qualidade superior.O Brasil é, o maior produtor de café do mundo. Em 2008 foram quase 46 milhões de sacas (60 quilos), o Paraná mantém o quinto posto, com a perspectiva de produzir 1, 750 milhão de sacas em 2009. O primeiro da lista é Minas Gerais. O total consumido no Brasil corresponde a 4% e têm crescido à média de 15% ao ano. Uma curiosidade: o País ainda está atrás dos Estados Unidos ainda que seja o maior produtor e exportador do mundo. Muitos comparam a suavidade do café com o vinho.Sendo considerado Uma ótima forma de encontrar os amigos.Estímulo A campanha Café é Saúde começa a ser veiculada. A iniciativa do Ministério da Agricultura pretende estimular o consumo da bebida entre jovens. Funções:
• É um estimulante para a memória e auxilia na prevenção de
doenças (depressão e asma).
• É importante para a economia gerando cerca de oito milhões
de empregos diretos e indiretos no país.
O café tem sido destaque em jornais ocorrendo divulgação em relação aos
benefícios que ele pode proporcionar à saúde. Leia recortes referente a reportagem
da Folha de Londrina (Folha Rural 23 de maio de 2009 p.6)
28
Reportagem 02
Campanha mostra benefícios do café
Divulgar os benefícios do café como bebida energética e capaz de prevenir doenças, além de mostrar sua posição de destaque na economia nacional. Este é o objetivo da campanha Café é Saúde que será lançada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,...abordam a função da bebida como estimulante para memória e auxiliar na prevenção de doenças, como depressão e asma. Também está no foco da campanha a importância do café para a economia. A cadeia produtiva do café gera cerca de oito milhões de empregos diretos e indiretos no País que é maior produtor e exportador mundial do produto.
Com equipe de 03 alunos, leia algumas partes dos textos jornalísticos acima,
sistematize as principais idéias e redija uma conclusão. Para esta atividade não
esqueça de destacar:
• Quantidade de sacas produzidas e período;
• Consumo;
• Locais de destaque;
• O café e a sua relação com a saúde;
• Tendo em vista as leituras do texto jornalístico. O que o café pode
proporcionar a sociedade?
Muitas receitas comprovam que o café pode ser preparado através de técnicas
comuns de culinária, eliminando os preconceitos em relação ao sabor do café.
Vimos que nutricionalmente o café é excelente fonte de energia e pode proporcionar
bens à nossa saúde.
Atividade 6:
Material: Visitas ao Centro de Documentação e Pesquisa Histórica da Universidade
Estadual de Londrina (UEL), Cine Teatro Ouro Verde e Museu Histórico Pe. Carlos
Weiss de Londrina; leitura de documentos históricos e texto de acervo pessoal da
autora.
Desenvolvimento: Para esta atividade serão utilizadas 7 (sete) aulas, nas quais
será oportunizado condições de visita e reflexões a locais que proporcionarão aos
alunos visualizar lugares, fontes históricas e diversos documentos, a fim de
aumentar o conhecimento histórico em relação ao conteúdo.
29
Trabalho de Campo
Com a visita de campo, o aluno terá condições de explorar o conteúdo em
ambiente diferente da sala de aula.
O trabalho será mais efetivo pedagogicamente em relação à aplicação do
projeto com a utilização da história local. Estas visitas auxiliarão na construção do
conhecimento do aluno, pois visam estabelecer relações históricas diversas, de
forma a proporcionar em relação ao conteúdo proposto o despertar para a história
local e sua ligação com outras histórias.
Acreditamos na interação mais prazerosa com lugares históricos,
toponímias, diversidade de documentos históricos e seus conteúdos, com
envolvimento local por meio das visitas e da problematização, possibilitando um
olhar consciente para a sociedade e para si mesmo.
Vamos investigar e analisar a história local e as permanências da cidade
ligada ao café, tendo como objetivo possibilitar aos educandos uma melhor
compreensão da história local e do ambiente no qual estão inseridos.
Ao final das atividades, vamos solicitar aos educandos que elaborem um texto
histórico narrativo, procurando organizar suas idéias com os conhecimentos
adquiridos durante o desenvolvimento do processo de aplicação desta unidade
didática.
A conclusão do projeto no final do ano letivo será transformada em um
trabalho colaborativo, através de uma exposição de mural de fotos, textos narrativos
desenvolvidos pelos alunos e outras curiosidades trazidas por eles.
8 MEMÓRIAS DO CAFÉ
Juntos, vamos a locais na cidade que remetem às memórias ligadas ao café.
Dentre estes locais, pretendemos visitar o museu histórico e o Cine Teatro Ouro
Verde e ao CDPH [Centro de Documentação e Pesquisa Histórica da Universidade
Estadual de Londrina (UEL)]
30
Curiosidade:
O museu era o local onde funcionava a antiga ferroviária, sua construção teve
início em 1946 e sua inauguração ocorreu em 1950. Sua decoração é de inspiração
germânica. Passou a ser Museu Histórico Pe. Carlos Weiss a partir de 19 de
dezembro de 1984.
No museu pretendemos visualizar fontes históricas, dentre elas memórias que
são direcionadas ao café. Desejamos procurar localizar os diversos períodos da
História na qual elas nos remetem e compreendendo as alterações surgidas no
decorrer do tempo e como eram utilizadas nos seus respectivos períodos. O que
mudou? Para tanto, faz-se relevante durante a visita não perder de vista o tema e as
possibilidades que o museu pode nos proporcionar, dentre elas o diálogo através
dos vestígios que lá encontramos. Será que todas as pessoas que colaboraram para
a construção de Londrina possuem representação?
Na visita ao Cine Teatro Ouro Verde, desejamos que você observe sua
arquitetura e a representação do café em neon na sua fachada. Como afirma Arias
Neto (1998, p.18) “O cinema Ouro Verde, inaugurado em 1952, símbolo do
modernismo arquitetônico, saído das pranchetas dos renomados arquitetos Carlos
Cascaldi e João Vilanova Artigas, traz em sua fachada um ramo de café desenhado
em neon”.
Atualidade:
Onde hoje situa-se o Cine Teatro Ouro verde era o escritório da CTNP
(Companhia de Terras Norte do Paraná), que atendia compradores e fazia a
divulgação da região.
Na visita ao Centro de Documentação Histórica da UEL (CDPH),
pretendemos explorar o local a fim de compreender o período cafeeiro de acordo
com o seu tempo através dos vários documentos históricos que lá estão. Você
visualizará um acervo de fotos aéreas que pertência ao IBC, sobre a erradicação do
café na década de 70 e 80, além de outros documentos relacionados ao tema. Com
31
a visita, objetivamos que você saiba que o (CDPH) é mais uma opção que você
poderá utilizar para pesquisas futuras.
Leia o recorte do artigo abaixo e elabore um texto procurando relacionar os
termos entre aspas ao conteúdo desta unidade didática.
[...] contribuiu muito com a legitimação do imaginário regional/nacional, do “Chão da nossa história”. Isto significa dizer que ao mencionar “o chão de nossa história” está implícito a junção de dois poderosos suportes para a construção de identidades: o tempo/narrativa e o espaço/natureza. (ARRUDA, 2006. p.113-122).
9 A DECADÊNCIA DO CAFÉ
O café não foi só enriquecimento para os cafeicultores e para a região,
tivemos vários fatores que prejudicaram o seu auge e provocaram a decadência,
como cita: Wachowicz,
a- As geadas de 1963, 64 e 66; b- a política de erradicação de cafeeiros a fim de diminuir a
produção nacional; c- o desenvolvimento de um novo produto agrícola de grande
aceitação: o soja; d- o receio de novas geadas que prejudicassem a produção
cafeeira. ( 1988, p.262-263).
Com as grandes safras ocorreu a incineração de parte do café.
A economia do café prevaleceu após a passagem da economia ervateira e da
madeira. A partir de 1970, a industrialização prevaleceu sobre a produção cafeeira.
Podemos afirmar que o café que foi sendo colocado por autores como símbolo de
crescimento se contrapõe quando ocorre a sua erradicação.
De acordo com Arias Neto:
O fim da cafeicultura e as transformações na sociedade regional ao longo dos anos sessenta, bem como o acirramento dos conflitos em torno questão agrária engendraram uma nova representação: o norte do Paraná concebido como exemplo de reforma agrária bem sucedida repõe a legitiidade da ordem liberal. É nesse novo sentido que são reordenadas as narrativas do passado da cidade nos anos setenta, posto que a representação da Reforma Agrária sustenta-se na força das terras roxas do norte e na riqueza da antiga civilização cafeeira. (1998, p.270)
32
Em relação ao término da plantação do café, podemos considerar:
O fim do colonato, as geadas, pragas, preços não compensadores e, por fim, a erradicação, conjuminaram para a dispensa de levas de trabalhadores rurais. Por outro lado, os cafeicultores, sempre que possível procuravam reduzir o número de lavradores usando todos os recursos disponíveis: ao invés de capinas com enxadas, herbicidas aplicados com tratores e máquina de colher café, invés de mãos. Tudo isto visava reduzir o custo de produção proporcionando um melhor resultado financeiro para enfrentar dificuldades sempre crescentes.(Choma; Vieira e Costa (org.) (2008, p.s.n).
Com a geada muitas pessoas acabaram indo para as favelas.
Devido a grandes prejuízos da cultura cafeeira, observamos o destaque
agrícola voltando-se para a prática da soja, que atualmente tem sido destaque em
larga escala na área da agricultura.
Salientamos que a crise do café não afetou somente o Brasil, foi uma crise
internacional.
10 AVALIAÇÃO:
A avaliação será constante e formativa durante todo o período de aplicação
do projeto com múltiplas e diferentes atividades.
Os critérios avaliativos estão envolvidos no processo diagnóstico, pois o
ensino procura solucionar as dificuldades encontradas pelo aluno no decorrer do
processo de ensino e aprendizagem.
Consideramos importante destacar a mudança de postura que pretendemos
em relação à avaliação, já que, de acordo com Schmidt; Cainelli (2006, p.149) “a
avaliação em História pressupõe que se levem em consideração questões como as
mudanças que ocorreram na concepção e na metodologia da ciência”.
A avaliação será obtida através das atividades efetuadas pelos alunos, sejam
elas orais ou escritas, em relação ao interesse do conteúdo proposto. Analisar-se-á,
ainda, a participação nas atividades propostas, trabalho em equipe e individual e na
produção de texto narrativo efetuada pelos educandos.
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008, p.31), a
avaliação proporciona aos educadores “subsídios para as decisões a serem
33
tomadas a respeito do processo educativo que envolve professor e aluno no acesso
ao conhecimento”.
O professor terá condições, mediante a realização das atividades propostas
na unidade didática, de detectar dificuldades de ensino e aprendizagem nos alunos,
podendo interferir para que os discentes tenham sucesso em relação à apreensão
dos conteúdos.
“Só conhecemos o futuro através do passado nele projetado.Nesse sentido a
História é tudo que temos.” Jonh Lewis Gaddis
34
REFERÊNCIAS:
ABUD, Katia Maria. Processos de construção do saber histórico escolar. História e Ensino. Revista do Laboratório de Ensino de História /UEL, Londrina, v.11, p. 25-34, jul.2005.
ADUM, Sonia Sperandio Lopes ; Imagens e progresso: Civilização e Babárie em Londrina- 1930/1960. 1991. Dissertação (Mestrado em História doILPH.Universidade Estadual Paulista) - UNESP, Assis.
ARIAS NETO, José Miguel. O eldorado: Londrina e o Norte do Paraná – 1930/ 1975. 1993. Dissertação (Mestrado em História Social) - Departamento de História do FFLCH da Universidade de São Paulo, São Paulo.
______. O eldorado: Representações da política em Londrina, 1930/1975. Londrina: UEL, 1998.
ARRUDA, Gilmar. Consciência histórica, ensino de história e a educação ambiental. História e Ensino, Revista do Laboratório de Ensino de História /UEL, Londrina, v.12, p. 113-122, ago.2006.
Boni, César (Org). Certidões de nascimento da história: O surgimento de municípios no eixo Londrina-Maringá. Londrina: Planográfica, 2009.
BONI, Paulo César. Fincando estacas! A História de Londrina (década de 30) em textos e imagens. Londrina: Do autor, 2004.
BORTOLOTTI, João Baptista. Planejar é preciso: memórias do planejamento urbano de Londrina. Londrina: Midiograf, 2007.
CHOMA, Daniel; VIEIRA, Edson e COSTA, Tati (org.). Ao sabor do café. Fotografias de Armínio Kaiser. Londrina: Câmara Clara, 2008.
JOFFILY, José. Londres Londrina.Londrina: Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1985.
LIMA, Leilane Patrícia de; ZARPELÃO, Sandro Heleno Morais. O Café em Londrina e no Paraná: Abordagens para Exploração do Tema em Sala de Aula. Alegro; Regina Célia; et al. (org.). In: Temas e questões: para o ensino de história do Paraná / Londrina. EDUEL, 2008.p.197-238.
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira de. Sete Categorias de Perguntas e a Interpretação de Fontes Históricas no Primeiro Grau. História e Ensino, Revista do Laboratório de Ensino de História/UEL, Londrina, v.8, Edição Especial, p. 226, out. 2002.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED/ DEF, 2006 e 2008.
POZZOBON, Irineu; A epopéia do café no Paraná. Londrina: Grafmarke, 2006.
35
PROENÇA, Maria Cândida; Didáctica da história. Universidade Aberta. Lisboa, 1989.
SANTOS, Rubens Rodrigues dos. et al. (Org.). Colonização e desenvolvimento do norte do Paraná. São Paulo: melhoramentos, 1975.
STECA, Lucinéia Cunha; FLORES, Mariléia Dias. História do Paraná do Século XVI à década de 1950. Londrina: UEL, 2002.
TOMAZI, Nelson Dacio. Certeza de Lucro e direito de propriedade: O Mito da Companhia de Terras do Norte do Paraná. 1989. Dissertação (Mestrado em História) – Departamento de História do Instituto de Letras, História e Psicologia. Assis.
WACHOWICZ, Ruy Christovam. História do Paraná. 4. ed. Curitiba: Gráfica Vicentina, 1977.
______. História do Paraná. 6. Ed., Curitiba: Vicentina, 1988.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2006.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; GARCIA, Tânia Braga. O trabalho histórico na sala de aula. História e Ensino. Revista do Laboratório de Ensino de História /UEL, Londrina, v.9, p. 219-238, out. 2003.
BOIA-FRIA. In. Dicionário Wikipédia. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Boia-fria>. Acesso em: 20 mar. 2010.
Café.In. dicionário Wikipedia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9>. Acesso em: 10 jul. 2010. História do café. In. Youtube. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=qejAy1tFxfU >. Acesso em 10 fev. 2010. Kopi Luwak.In. Dicionário Wikipedia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Kopi_Luwak>. Acesso em: 25 maio. 2010.
História: O reino do café. In. Youtube. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Cn1p1FpGyik>. Acesso em: 14 abr. 2010.
Origens: o começo de tudo. Disponível em: <http://editoracontexto.com.br/produtos/pdf/HISTORIA%20DO%20CAFE_CAP1.pdf> p.34 Acesso em: 9 mar. 2010.
Sabor do Café: História do Café. Disponível em: <http://www.abic.com.br/scafe_historia.html>. Acesso em: 10 jun. 2010. MACEDO, Manoel Pedro de. Jornal Paraná, nº 442 ano IV : Diretor Fausto Pepe.especial para “Paraná-jornal”, 20 set.1949.
CAMPANHA MOSTRA BENEFÍCIOS DO CAFÉ.Folha de Londrina . Folha Rural 23 maio 2009. Folha Rural. p.6.
Top Related