O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
JOÃO ROBERTO BARROS FREIRE
UNIDADE DIDÁTICA
GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA PÚBLICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA: AUTONOMIA ADMINISTRATIVA, PEDAGÓGICA E FINANCEIRA.
Maringá, 2009.
2
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
UNIDADE DIDÁTICA:
GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA PÚBLICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA: AUTONOMIA ADMINISTRATIVA, PEDAGÓGICA E FINANCEIRA.
GESTÃO ESCOLAR
Núcleo Regional de Educação: Goioerê
Colégio Estadual João XXIII-EM. Município de Janiópolis
AUTOR: João Roberto Barros Freire1
ORIENTADORA: Neusa Altoé2
1 Professor de Matemática da Escola Estadual D. Pedro II – Ensino Fundamental e do Colégio Estadual João XXIII-E.M., Núcleo Regional de Goioerê - PR., integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional. 2 Orientadora: Profª. Drª. Neusa Altoé da Universidade Estadual de Maringá – UEM.
3
SUMÁRIO
Apresentação
4
Encontro I: Apresentação do Projeto de Estudo Palestra Profª. Drª. Neusa Altoé
5
6
Encontro II: Tema: Autonomia da Escola Pública – Diferentes concepções em embate no cenário educacional brasileiro
7
Encontro III: Tema 1: Educação, gestão democrática e participação popular Tema 2: Administração escolar e qualidade do ensino: o que os pais ou responsáveis têm a ver com isso?
9
11
Encontro IV: Tema: O PDE e a participação na escola: um caminho a ser percorrido
13
Encontro V: Tema: Gestão democrática da escola pública perguntas e respostas
16
Encontro VI: Tema: Síntese e avaliação do curso
18
Referências 19
4
Apresentação
Esta Unidade Temática contém a Produção Didática – Pedagógica do Professor
PDE 2009. Os textos indicados estão acompanhados de sugestões de atividades reflexivas
e escritas, elaboradas com a finalidade de levar os atores de uma unidade escolar a repensar
as formas e modelos de gestão democrática presentes na literatura que possam dar suporte
a um conhecimento sobre a autonomia que capacite os envolvidos na tomada de decisão
com talentos e competências próprias num ambiente organizado coletivamente que
exprima a intenção de uma educação de qualidade para todos. Para tanto, por ser uma
atividade para professores, equipe dirigente, pais, alunos e comunidade será realizada em
forma de curso de extensão com orientação da Professora Neusa Altoé do Departamento de
Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá - UEM.
A escola pública de educação básica como instituição escolar tem a incumbência de
prover uma educação em que o educando se aproprie da cultura humana historicamente
produzida. Essa educação sistematizada levará o educando a se construir como homem
atualizando-se como sujeito histórico e se diferenciando progressivamente do restante da
natureza.
Neste sentido, a administração de uma escola pública não se faz unicamente pela
aplicação de alguns métodos ou técnicas emprestados, muitas vezes, de organizações de
negócios sem nenhuma relação com o fazer educacional. A administração de negócios tem
uma intenção unicamente capitalista que culmina com o lucro, a administração escolar
possui especificidades diferentes, nela também se procura a racionalização dos recursos,
mas antes de tudo os fins pedagógicos deverão ser atingidos.
Este material se destina a professores, equipe pedagógica, direção, funcionários,
pais, alunos e membros da comunidade que buscam melhor compreender a gestão
democrática. Faz também parte das atividades requeridas pelo Programa de
Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação – PDE-PR.
Assim no segundo semestre de 2010 serão realizados seis encontros presenciais de
quatro horas nas dependências do Colégio Estadual João XXIII, em calendário a ser
previamente discutido com os participantes, complementando mais oito horas destinadas às
leituras prévias dos textos perfazendo um total de 32 horas.
No primeiro encontro faremos a apresentação do projeto e uma palestra proferida
pela Professora Neusa Altoé. Do segundo ao quinto encontro a realização de leituras e
5
discussões entre os cursistas acerca dos textos disponibilizados com temáticas pertinentes à
gestão democrática, para cada encontro, com uma breve síntese no seu final respondendo
as questões propostas em cada texto. No sexto encontro o grupo reunirá todas as sínteses
produzidas nos encontros anteriores e formulará um texto de no mínimo cinco laudas que
servirá de registro e avaliação do curso.
I ENCONTRO
Tema 1: - Apresentação do Projeto de Estudo do Professor PDE
Ministrante: João Roberto Barros Freire
Justificativa do tema:
Nossa apresentação tem a finalidade de mostrar aos participantes os estudos
realizados e os objetivos do Projeto de Intervenção Pedagógica, mostrando a legislação que
determina a gestão na forma democrática, o pensamento de alguns estudiosos da área e a
conseqüência social de uma educação em que a democracia esteja em segundo plano.
6
Tema 2: - Palestra: Principio da Gestão Democrática na Educação Brasileira.
Ministrante: Neusa Altoé
Justificativa do tema:
Esta palestra tem por justificativa a necessidade de aprofundar o conhecimento
sobre a gestão democrática e as implicações das políticas neoliberais e das determinações
dos organismos multilaterais, nas décadas de l980 e l990, que direta ou indiretamente
influenciaram os governos federal, estadual e municipal nas decisões e diretrizes da
educação pública no campo da autonomia administrativa, de gestão financeira e
patrimonial. O Objetivo é identificar as motivações que levaram o Estado a alterar o
gerenciamento dos recursos financeiros do sistema educacional e analisar se o novo
modelo contribuiu para a efetividade da autonomia e da gestão escolar.
Para saber mais acesse:
SOARES, M.C.C. Banco Mundial políticas e reformas. In: DE TOMASI, L., Lívia De.
Financiamento do Banco Mundial no setor educacional brasileiro: os projetos em fase de
implementação. In: DE Tomasi, L., Warde, M. J. e Haddad, S. (Org.). O Banco Mundial e
as políticas Educacionais. São Paulo: Cortez Ed.; 2ª ed. 1998, p. 195-227.
MANCEBO, Deise. Reforma Universitária: reflexões sobre a Privatização e a
Mercantilização do Conhecimento. In: Educação & Sociedade: Revista de Ciência da
Educação/Centro de Estudos Educação e Sociedade – 88: Vol. 25 nº. especial (2004) São
Paulo: Cortez; Campinas, 2004. 845-866.
OSBORNE, David & GAEBLER, Ted. Reinventando o governo. Trad. Sérgio Beth e
Edwardo Magalhães Junior. Brasília: MH Comunicação, 1994.
7
II ENCONTRO
Tema: Autonomia da Escola Pública – Diferentes concepções em embate no
cenário educacional brasileiro.
Justificativa do Tema:
Antonio Cabral Neto e Luis Carlos Marques Sousa3 discorrem sobre a autonomia
da escola pública procurando mostrar que o principio da autonomia possui duas
concepções práticas, a condição de ser necessária a uma gestão democrática pensada e
defendida pelos educadores e a de ser uma estratégia do governo para responsabilização
das escolas frente aos índices de eficiência por este requerido sob a tutela de organismos
internacionais.
Numa retomada histórica mostram que desde a década de 30 já existiam pensadores
preocupados em que a escola tivesse uma gestão mais compartilhada. Ainda apresentando
o cenário da autonomia escolar posicionam na década de 70 a retomada do suporte
ideológico liberal desencadeado em função de crise do sistema capitalista, apontam os
estudos de Friedrich August Von Hayek e Milton Friedman que configuram um projeto
político neoliberal de alcance global dividindo o mundo em países centrais e periféricos.
3 CABRAL NETO, Antonio; SOUSA, Luis Carlos Marques. In: ROSÁRIO, Maria José Aviz do; ARAÚJO, Ronaldo Marcos de Lima. Políticas públicas educacionais. Campinas: Alínea, 2008
8
A aceitação pelo governo brasileiro das estratégias neoliberais denota
conseqüências no campo das políticas públicas sociais, a ponto de estabelecerem novas
relações de trabalho entre os trabalhadores no serviço público e o Estado, culminando com
uma orientação tácita de desresponsabilização. Não foi sem resistências e mobilizações dos
vários setores organizados da sociedade civil que essa moldagem social se instalou na
sociedade brasileira durante os anos 1990.
Os autores demonstram o quanto essa perspectiva neoliberal de autonomia afeta a
educação que passa a ter uma conotação mercadológica, não contemplando uma
distribuição de poder, mas apenas delegação de atribuições e responsabilidades sem a
devida correspondência nos recursos humanos, materiais e financeiros.
Na analise de discursos de diversos autores sobre a autonomia escolar concordam
que ela se desdobra em três dimensões que são integradas e constituindo uma mesma
realidade, assim a autonomia administrativa, a autonomia financeira e a autonomia
pedagógica formam uma unidade pela dimensão política na condição de que nenhum dos
aspectos possa ser considerado o mais significativo.
Afirmam ainda que a autonomia não se consiga pela simples outorga de poderes,
mas é uma construção que se aprende fazendo. Assim não é um processo pronto já
concebido, tem no projeto político pedagógico da escola um balizador que faz com que a
escola se articule com o sistema educacional numa relação de interdependência.
Para saber mais acesse:
ABRANCHES, M. Colegiado escolar: espaço de participação da comunidade. São Paulo:
Cortez, 2003. Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000183506.
Acesso em: 20 mai. 2010.
CARVALHO, E. J. G. de. Autonomia da gestão escolar: privatização e democratização:
duas faces de uma mesma moeda. Artigo, disponível em:
http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema7/0704.pdf. Acesso em 20 mai.
2010.
9
Reflexões:
1. Que visões são possíveis de autonomia no cenário da escola pública brasileira?
2. Que movimento político tem sua retomada no inicio da década de 70 e quais
impactos tiveram nas políticas educacionais brasileiras?
3. Em quais condições os governos de orientação neoliberal defendem a gestão
descentralizada como solução dos problemas educacionais brasileiros?
4. Podemos pensar um projeto político pedagógico numa unidade escolar sem
autonomia, e a gestão democrática pode acontecer em tal ambiente?
III ENCONTRO
Tema: 1 – Educação, gestão democrática e participação popular.
Justificativa do tema: Marília Pontes Spósito4 demonstra preocupação com a democratização do sistema
educativo pela participação um tanto distanciada dos setores mais amplos, como pais,
moradores, movimentos populares e sindicatos. Analisa quais problemas estão por trás
desta falta de envolvimento, justificando a principio ser pela tradicional subordinação
econômica e a exclusão social política e cultural da nossa sociedade.
As correntes reformistas da educação brasileira já desde a década de 30 defendem a
abertura da escola para a comunidade, mas a intenção não era para o exercício da
4 SPÓSITO, Marília Pontes. Educação, gestão democrática e participação popular. In: BASTOS, João Batista (Org.). Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A : SEPE, 2001, 2ª ed. (O sentido da Escola).
10
cidadania. No regime de exceção a intenção era a de que os pais podiam controlar mesmo
o que a escola fazia, para não sair da cartilha ou incitar a subversão.
Aponta ainda algumas dificuldades para a efetiva participação frente às estruturas
burocráticas próprias da administração pública como entrave a uma participação
democrática. E também a forma de representação, nem sempre os representantes são
escolhidos democraticamente, e mesmo quando são, às vezes, se distanciam dos seus
representados. A diversidade dos atores no processo pode gerar conflitos, mas o consenso
precisa ser construído coletivamente, assim os atores necessitam reconhecer suas
responsabilidades.
Conclama finalizando os professores para que assumam a condução desse processo
e que certamente terão o reconhecimento público, fazendo com que a prática educativa
esteja atrelada aos problemas concretos da sociedade.
Para saber mais acesse:
Mondaini, M. O socialismo liberal de Norberto Bobbio. Disponível em:
http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=75. Acesso em 20 mai. 2010.
MARQUES, L. R. O projeto político pedagógico e a construção da autonomia e da
democracia na escola nas representações sociais dos conselheiros. Disponível em:
http://www.futuroeducacao.org.br/biblio/o_projeto_politico_pedagogico_e_a.pdf. Acesso
em 20 mai. 2010.
Reflexões:
1. A autora indica momentos em que a participação da família na escola tinha o
incentivo governamental. Quais eram esses motivos?
2. Resumir as dificuldades apresentadas para uma não efetiva participação da
comunidade no ambiente escolar.
3. A participação da comunidade realmente melhorará a qualidade de ensino?
Justifique.
11
Tema: 2 – Administração escolar e qualidade de ensino: o que os pais ou
responsáveis têm a ver com isso?
Justificativa do tema:
Vitor Henrique Paro5 um grande defensor da participação da população no sentido
de que possam reivindicar um ensino em quantidade e qualidade que supram suas
demandas, pois que é ela que mantém o Estado pagando seus impostos. Daí que a escola
deve prever mecanismos de participação em sua estrutura para bem realizar suas funções
públicas contribuindo com ações voltadas para um ensino que melhore o desempenho dos
educandos numa sociedade capitalista excludente.
Mostra que a noção de qualidade do ensino do senso comum se dá na medida em
que o educando esteja apto para o mercado ou que consiga acesso ao nível superior,
relegando em segundo plano a verdadeira intenção da educação qual seja a de formar um
sujeito capaz de se construir como homem. A educação faz a mediação entre aquilo que já
se produziu de conhecimentos e que são hoje necessários para que o homem não tenha que
novamente inventar a roda.
5 PARO, Vitor Henrique. Administração escolar e qualidade do ensino: o que os pais e responsáveis têm a ver com isso? In: BASTOS, João Baptista. Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A : SEPE, 2001, 2ª ed. (O sentido da Escola).
12
Compara o ensino das escolas públicas atual, privadas e da escola pública de
antigamente apontando as razões dessa diferença aliadas as precárias condições a que estão
sujeitas as escolas públicas de nossos dias. Analisa as atitudes do educador quando tentar
justificar a ineficiência da escola alegando por vezes a falta de vontade dos alunos e se
desresponsabilizando de sua tarefa por ter “dado uma boa aula”. A escola precisa, portanto
levar o educando a querer aprender.
Evidencia a incompetência da escola em não saber fazer o educando querer
aprender, peca também por não conseguir a adesão da família para auxiliá-la nessa tarefa, o
que pode ser feito abrindo canais de participação para que exerçam seus interesses como
cidadãos conscientes. Não é delegar à comunidade responsabilidades do Estado, mas
chamá-los para contribuir na formação de pessoas educadas. Toda a escola, direção, equipe
pedagógica, corpo docente, funcionários, precisa estar empenhada em cativar a família
para essa tarefa.
Relata ao final que os professores sentem que a ajuda da família é importante para
que o educando tenha um maior desempenho, embora alguns achem que a falta de tempo
dos pais atrapalha, e comenta exemplos de iniciativas de escolas na condução desse
problema.
Para saber mais acesse:
MILAGRES, F. L. Qualidade de ensino: a contribuição dos pais. Disponível em:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/res8_8.html#_ftn3. Acesso em 20 mai. 2010.
O Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento
do Delinqüente (Ilanud) é autor deste texto e parceiro do portal Pró-Menino. Disponível
em: http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/tabid/77/ConteudoId/3a22e51d-
b52d-4599-8611-102170b41205/Default.aspx. Acesso em 20 mai. 2010.
Reflexões:
1. Se não é para formar o educando para o mercado de trabalho ou para passar no
vestibular, para que a escola deve ensinar? Qual deve ser realmente a
preocupação da escola ao ensinar?
13
2. Quando preparo uma aula tendo todo esmero e cuidados, ao ministrá-la não me
esqueço de nenhum detalhe do conteúdo, faço brilhantemente minha
explanação, mas sei que alguns alunos não querem aprender, mesmo assim
posso considerar que meu trabalho atingiu seus fins? Justifique.
3. Que considerações faz o autor em relação às condições educacionais das
escolas públicas de antigamente, das escolas privadas e da escola pública atual?
4. Que sugestão você daria para que a escola possa trazer os pais para auxiliar na
educação de seus filhos.
5. O ambiente escolar para essa tarefa pode ser feito num regime não
democrático? Justifique.
IV ENCONTRO
Tema: O PDE e a participação na escola: um caminho a ser percorrido
14
Justificativa do tema:
As autoras Marília Fonseca, Maria Aparecida Lopes Carneiro e Patrícia Coretti
Balduino de Souza6, fazem uma análise da implantação do projeto PDE em escolas de
Goiânia e do Distrito Federal sob a ótica da participação da comunidade escolar em suas
ações. O Projeto PDE tem iniciativa do Ministério da Educação voltado para o
desenvolvimento da gestão da escola fundamental nas regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste: o Fundescola/PDE7.
As pesquisadoras apontam que a participação constitui tema recorrente da maioria
dos pesquisadores sendo, portanto essencial para a materialização da democracia escolar e
condição prévia em projetos financiados por organismos internacionais. Trazem a
colaboração de alguns autores como Vitor Paro, Virgínio Sá, Licínio Lima, Jaume
Carbonnel, Fátima Marra e Benvinda Ribeiro para demonstrarem que a participação
constitui elemento essencial da gestão democrática por propiciar a divisão de
responsabilidades entre os segmentos escolares, e que tal ação será bem sucedida se esses
segmentos tiverem acesso a todas as informações, puderem decidir coletivamente para a
solução de problemas ou encaminhamentos cotidianos.
Embora estudem a participação coletiva frente à implantação de um projeto
específico no caso o PDE, os relatos colhidos nas entrevistas, que a principio tinham como
sendo portadores de diferenças, mostraram serem muito semelhantes mesmo sendo
realizados em escolas e comunidades com diferentes realidades e culturas. Relatam como
essa participação é vista pelos sistematizadores do projeto, segundo os pais e os alunos,
segundo os funcionários da escola, e nas reuniões gerais com os pais.
O diretor segundo as autoras tem papel fundamental para que a participação seja
realizada, e mesmo a sua escolha é objeto de orientações dos organismos financiadores, no
sentido de terem capacidade que aglutinar a comunidade para ajudar na manutenção da
6 FONSECA, Marília; CARNEIRO, Maria Aparecida Lopes; SOUZA, Patrícia Coretti Balduino de. O PDE e a participação na escola: um caminho a ser perseguido. In: FONSECA, Marília; TOSCHI, Mirza SEABRA; OLIVEIRA, João Ferreira de (Orgs.). Escolas gerenciadas: Planos de desenvolvimento e projetos político-pedagógicos em debate. Goiânia: Ed. UCG, 2004. 7 O Fundescola é um programa do FNDE realizado em parceria com as secretarias estaduais e municipais de educação das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com financiamento do Banco Mundial e do Tesouro Nacional. São objetivos do programa: promover a eficácia, eficiência e eqüidade no ensino fundamental público das três regiões, por meio de serviços, produtos e assistência técnico-financeira inovadores e de qualidade, que focalizam o processo de ensino-aprendizagem e as práticas gerenciais das escolas e secretarias de educação.
15
escola e em segundo plano auxiliar a escola na consecução de uma educação de qualidade
para seus filhos.
O estudo do texto das autoras tem a finalidade de visualizar como a participação da
comunidade nas ações da escola é realizada para que se tenha um parâmetro de ações a
serem implementadas num processo de gestão democrática onde essa participação seja
uma prática consciente na produção de uma educação humana não atendendo aos ditames
capitalistas.
Para saber mais acesse:
Projeto político pedagógico e o Plano de Desenvolvimento da Escola: duas
concepções antagônicas de gestão escolar, artigo de Marília Fonseca, disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622003006100004.
Acesso em 20 mai. 2010.
Resenha feita por Soraya Vieira: FONSECA, Marília; TOSCHI, Mirza Seabra;
OLIVEIRA, João Ferreira de. (Orgs.). Escolas gerenciadas: planos de desenvolvimento e
projetos político-pedagógicos em debate. Goiânia: Editora da UCG, 2004. Disponível em:
http://www.revistas.ufg.br/index.php/interacao/article/viewFile/1293/1345. Acesso em: 20
mai. 2010.
Reflexões:
1. 1. Que cuidados se devam tomar para que essa participação da comunidade interna
e externa se efetive livremente não para chancelar decisões previamente tomadas e
sim colaborar na tomada dessa decisão?
2. 2. Que mecanismo poderia ser acionado para que realmente a comunidade em
especial de pais que trabalham possa participar da vida escolar sem prejuízo
financeiro ou profissional?
3. 3. O texto fala do desconhecimento dos pais em relação ao projeto implantado nas
escolas pesquisadas, no caso de nossas escolas públicas de educação básica os pais
possuem todas as informações sobre os encaminhamentos e legislações que
envolvem as atividades administrativas, pedagógicas e financeiras, conhecem o
16
Projeto Político Pedagógico da escola do seu filho? Se a resposta for negativa,
como informá-los?
4. 4. Olhando do ponto de vista da escola, que ações são possíveis implementar que
possam melhorar a participação da comunidade em suas ações? Descrever ações
dos diretores, dos professores, da equipe pedagógica e por parte dos funcionários.
V ENCONTRO
Tema: Gestão democrática da escola pública perguntas e respostas
Justificativa do Tema:
Neste texto o Professor Benedito Borges8 procura responder algumas perguntas
sobre a gestão democrática da escola pública enfatizando ser grande o discurso, porém a
prática ainda deixa a desejar. Indicando ser necessária e urgente o estudo do tema para que
os estabelecimentos de ensino e seus atores tenham uma maior compreensão e facilitem a
sua implementação.
8 BORGES, Benedito. Gestão democrática da escola públicas perguntas e respostas. In. CARVALHO, Elma Julia Gonçalves (org.). Gestão escolar. Secretaria de Estado da Educação do Paraná: Universidade Estadual de Maringá – UEM., Maringá, 2008.
17
Para as respostas utiliza os conhecimentos de autores consagrados na literatura
sobre gestão na educação, traremos observações de alguns, como: Paulo Freire que de
forma peculiar pregava uma escola acolhedora onde todos deveriam ter voz, mesmo que
contrária; Carlos Roberto Jamil Cury para quem a capacidade de participação é o maior
sinal de democracia; Dirce Mendes da Fonseca que diz que uma escola não é democrática
por suas ações administrativas, mas por suas ações pedagógicas e educativas; Luiz
Fernandes Dourado prega que a participação não se impõe, não se decreta, constrói-se
coletiva e diariamente.
Em treze questões buscar sintetizar o conhecimento necessário sobre gestão escolar
democrática tanto no formato legal quanto às competências reais que os envolvidos devem
possuir para transformar ações burocráticas centralizadoras em ações compartilhadas por
todos que na escola tenham envolvimento. Mostra ainda como deve ser a participação,
nesta forma de gestão, dos vários segmentos de forma que a organização escolar cumpra
com sua finalidade formativa e de cidadania.
O trabalho contempla as instâncias colegiadas, o Projeto Político Pedagógico, o
Conselho Escolar, o Regimento Escolar, o Grêmio Estudantil, a Associação de Pais,
Mestres e Funcionários, o cargo de direção, indicando suas posições na estrutura escolar e
mesmo a importância de cada segmento para a efetivação de uma gestão democrática.
Para saber mais acesse:
Gestão Democrática do Ensino Público e a Escola Pública de Qualidade. Jornal do Projeto
Pedagógico. Disponível em:
<http://www.udemo.org.br/Projeto%20Pedag%F3gico%202002.pdf >. Acesso em: 20 mai.
2010.
LUCE, Maria Beatriz. In.: Gestão Democrática escolar. Disponível em:
<http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2004/ge/meio.htm.>. Acesso em: 20 mai. 2010.
Reflexões:
1. Mediante o texto estudo como podemos conceituar: Gestão democrática da escola
pública?
18
2. Em que medida o diretor em sua escola pode contribuir ou atrapalhar a
implementação de uma gestão legitimamente democrática?
3. Quais são segundo o texto as verdadeiras intenções governamentais para que as
instituições escolares sejam geridas de forma democrática?
4. Que vínculo possui cidadania com gestão escolar democrática segundo o texto?
5. Sua escola, ou a escola na qual tem vínculos, pratica uma gestão totalmente
democrática, o que falta se sua resposta for negativa?
VI ENCONTRO
Tema: Síntese e avaliação do curso.
Justificativa do tema:
Neste último encontro os participantes elaborarão um texto de no mínimo cinco e
no máximo dez laudas, relatando em síntese todas as reflexões indicadas nos cinco
19
encontros anteriores, que contemplará a nova visão do grupo sobre gestão democrática da
escola pública.
O Texto final deverá ser precedido de uma folha de rosto contendo as seguintes
informações:
a. Logotipo do Programa de desenvolvimento educacional PDE-SEED e da Universidade
Estadual de Maringá.
b. Grupo de Estudos do Colégio Estadual João XXIII-EM.
c. Implementação do Projeto Pedagógico do Professor: João Roberto Barros Freire.
d. Professora Orientadora: Neusa Altoé.
e. Titulo: Gestão democrática na escola pública da educação básica: autonomia
administrativa, pedagógica e financeira.
f. Relação nominal dos participantes, contendo a função que exerce na escola.
g. Porcentagem de freqüência de cada participante.
h. Local e Data da elaboração.
Para a formatação do texto: Síntese e avaliação do curso utilizar folha tamanho A4,
fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12, espaço 1,5, margem superior, inferior e
direita 2,5 centímetros e margem esquerda com 3 centímetros, título em negrito, caixa alta,
centralizado, a relação dos participantes na folha de rosto em ordem alfabética. Em nota de
rodapé constar nome do colégio, NRE, e as siglas: PDE-SEED e UEM em fonte Arial,
tamanho 10, centralizado.
Referências:
ALTOÉ, Neusa. Doutora em Educação. Professora do Departamento de Teoria e Prática da Educação na Universidade Estadual de Maringá – UEM. BORGES, Benedito. Gestão democrática da escola públicas perguntas e respostas. In. CARVALHO, Elma Julia Gonçalves (org.). Gestão escolar. Secretaria de Estado da Educação do Paraná: Universidade Estadual de Maringá – UEM., Maringá, 2008. CABRAL NETO, Antonio; SOUSA, Luis Carlos Marques. In: ROSÁRIO, Maria José Aviz do; ARAÚJO, Ronaldo Marcos de Lima. Políticas públicas educacionais. Campinas: Alínea, 2008.
FONSECA, Marília; CARNEIRO, Maria Aparecida Lopes; SOUZA, Patrícia Coretti Balduino de. O PDE e a participação na escola: um caminho a ser perseguido. In: FONSECA, Marília; TOSCHI, Mirza SEABRA; OLIVEIRA, João
20
Ferreira de (Orgs.). Escolas gerenciadas: Planos de desenvolvimento e projetos político-pedagógicos em debate. Goiânia: Ed. UCG, 2004. FREIRE, João Roberto Barros Freire. Professor de Matemática da Escola Estadual D. Pedro II – Ensino Fundamental e do Colégio Estadual João XXIII-E.M., Núcleo Regional de Goioerê - PR., integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional. PARO, Vitor Henrique. Administração escolar e qualidade do ensino: o que os pais e responsáveis têm a ver com isso? In: BASTOS, João Baptista. Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A : SEPE, 2001, 2ª ed. (O sentido da Escola). SPÓSITO, Marília Pontes. Educação, gestão democrática e participação popular. In: BASTOS, João Batista (Org.). Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A : SEPE, 2001, 2ª ed. (O sentido da Escola).
Top Related