CURSO DE FORMAÇÃO
CONTINUADA EM
GINÁSTICA ARTÍSTICA
ENSINO FUNDAMENTAL
ANOS INICIAIS
CONTRA-CAPA
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CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM GINÁSTICA ARTÍSTICA
ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS
Criado por:
Thais Vinciprova Chiesse de Andrade
2016
Thais Vinciprova Chiesse de Andrade
Marcelo Paraíso Alves
2 CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM GINÁSTICA ARTÍSTICA – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS
SUMÁRIO
3 CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM GINÁSTICA ARTÍSTICA – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
2 MÓDULO I .................................................................................................................. 6
2.1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO .............. 6
2.2 AS CARACTERÍSTICAS E NECESSIDADES DOS ALUNOS(AS) DO ENSINO
FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) ........................................................................... 7
2.3 O UNIVERSO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA ............................................................... 9
2.4 A REALIDADE DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ....... 13
2.5 GINÁSTICA ARTÍSTICA “DA” ESCOLA .................................................................. 16
3 MÓDULO II ............................................................................................................... 22
3.1 INICIAÇÃO AS POSIÇÕES/POSTURAS BÁSICAS, SALTOS BÁSICOS E
MOVIMENTOS BÁSICOS DA GA (SOLO). .............................................................. 22
3.1.1 Posições/Posturas básicas ..................................................................................... 22
3.1.2 Movimentos básicos .............................................................................................. 25
3.2 INICIAÇÃO AOS MOVIMENTOS GÍMNICOS ........................................................... 27
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 32
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 33
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5 CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM GINÁSTICA ARTÍSTICA – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS
INTRODUÇÃO1.
Sabendo que a Educação Física possui um rico e diversificado conteúdo, como por
exemplo, as diferentes modalidades de jogos coletivos e individuais, lutas, dança e
ginástica e que, em cada escola esse conteúdo é reestruturado singularmente, pois
sofrem alterações e adaptações de acordo com as características, necessidades,
demandas e anseios da realidade do grupo social em questão (GAIO; BATISTA, 2006;
MARCO, 2006), propomos um curso de Ginástica Artística para professores de Educação
Física que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Dentre as inúmeras propostas ou abordagens para o campo da Educação Física, a
temática da Ginástica é mencionada como um conteúdo possível, sendo a Ginástica
Artística (GA) uma das suas manifestações (DARIDO; SOUZA JR, 2007). Em outras,
como o Currículo Mínimo, a GA é exigida pela SEEDUC-RJ, como um conteúdo
obrigatório nas aulas de Educação Física.
Porém, alguns estudos (GAIO; BATISTA, 2006; SAWASATO; CASTRO, 2006;
SCHIAVON; NISTA-PICCOLO, 2006; DA SILVA et al, 2009) demonstram que apesar da
contribuição significativa da referida modalidade no desenvolvimento da criança, sua
presença na escola é quase inexistente (BEZERRA; FERREIRA FILHO; FELICIANO,
2006).
Nesta linha de pensamento a GA configura-se como conteúdo importante para a
Educação Física no Ensino Fundamental ao considerarmos as diversas possibilidades de
vivências e exploração de suas capacidades motoras: equilíbrio, agilidade, coordenação,
entre outros. Além de permitir, por intermédio dos exercícios, dos aparelhos e dos
movimentos, a experimentação de diferentes planos (alto, baixo, estreito, grosso) e
posições.
Assim, o objetivo deste curso de formação continuada em Ginástica Artística para
professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental é ampliar os conhecimentos dos
docentes sobre o processo de ensino e aprendizagem da Ginástica Artística no cotidiano
escolar. Cabe esclarecer que o curso proposto tem como centralidade a escola e a
realidade em que está inserida, portanto não possui a pretensão de servir com um modelo
único, mas como uma proposta de ação.
INTRODUÇÃO
6
1.
CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM GINÁSTICA ARTÍSTICA – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS
O curso é dividido em dois módulos e os módulos são subdivididos em etapas.
Segue abaixo tabela com os módulos, suas etapas e seus respectivos objetivos.
Tabela 1 – Módulos, etapas e objetivos do curso
MÓDULOS ETAPAS OBJETIVOS
Educação Física Escolar e Cultura Corporal de
Movimento
Apresentar aos docentes a visão de uma Educação
Física voltada para a Cultura Corporal de Movimento.
As características e necessidades dos
alunos(as) do Ensino Fundamental (anos
iniciais)
Identificar as características e necessidades dos
alunos(as) para auxiliar no planejamento das aulas.
O Universo da Ginástica ArtísticaApresentar aos professores o conteúdo em questão, ou
seja, a Ginástica Artística.
A realidade da Ginástica Artística na Educação
Física Escolar
Apresentar aos docentes o que vem sendo realizado
com a GA nas escolas e o que se pretende que
aconteça a partir do curso.
Pedagogia da Ginástica Artística “da” Escola
Apresentar possibilidades de aplicação da GA sem a
utilização de materiais, enfatizando a ludicidade,
ampliando o repertório dos professores.
Posições básicas e movimentos básicos da
Ginástica Artística
Apresentar as posições básicas e os movimentos
básicos da Ginástica Artística
Movimentos Gímnicos Apresentar os movimentos gímnicos
I
II
7 CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM GINÁSTICA ARTÍSTICA – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS
8 CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM GINÁSTICA ARTÍSTICA – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS
MÓDULO I
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2.1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO
Essa etapa tem como objetivo apresentar aos docentes a visão de uma Educação
Física voltada para a Cultura Corporal de Movimento.
A proposta da cultura corporal de movimento emerge enredada aos movimentos
renovadores da Educação Física (COLETIVO DE AUTORES, 2012) no início da década
de 1980, cuja preocupação se destinava a questionar os parâmetros de ensino de cunho
tecnicista, propondo processos de ensino com base em teorias críticas e progressistas.
Seus conteúdos são os historicamente propostos pela Educação Física Escolar no
Brasil (jogos, esportes, ginásticas, danças, lutas), porém o objetivo ultrapassa as regras,
técnicas e táticas de cada conteúdo e o que pretendemos é valorizar o contexto em que a
prática se desenvolve.
Portanto, existe a preocupação com a contextualização dos conteúdos, bem como
a articulação às questões econômicas, sociais, políticas e culturais que interferem no
processo de ensino e aprendizagem: “Os alunos(as) devem saber conceitos sobre os
conteúdos e também procedimentos e atitudes acerca de como fazer quaisquer atividades
propostas, respeitando sua individualidade e o grupo”. (GALVÃO; RODRIGUES; NETO;
2005, p. 34).
Nessa perspectiva a escola é concebida como um local de produção cultural e não
devemos limitar a Educação Física a ensinar esporte, mas sim ensinar por meio do
esporte. O professor é um mediador, que incentiva a criatividade dos alunos(as) e
direciona seu caminho. Nada chega pronto, tudo é construído coletivamente (BETTI;
ZULIANI, 2002).
A escola é lugar de circular, de reinventar, de estimular, de transmitir, de produzir,
enfim, de praticar cultura. O homem deve ser reconhecido como ser de cultura (s),
reconhecer nos corpos humanos a(s) cultura(s), compreender a escola como lugar de
cultura. Cabe ressaltar o conceito de cultura que estabelecemos “como um produto da
sociedade, da coletividade à qual os indivíduos pertencem, antecedendo-os e
transcendendo-os” (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 2000, p. 26).
MÓDULO I2.
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Sendo assim, cultura não é ter conhecimento sobre determinado saber – sentido
usual do termo, é um conjunto de códigos simbólicos identificados por um grupo que
acompanham o indivíduo desde sua concepção, permanecem na infância, adolescência
e interferem na vida adulta, diferenciando a maneira como cada grupo social lida com as
obrigações da vida.
Partindo desse pensamento Vago (2006) ressalta a responsabilidade social que a
escola tem a responsabilidade social de transmitir cultura a todos. Devendo fazer esse
movimento em três dimensões: ao mesmo tempo em que se transmite cultura, ser crítico
a cultura e produzir a mesma.
O ensino de esporte na Educação Física não dever ser aprisionado (nem asfixiado) a critérios como os de seleção, exclusão, performance, rendimento, vitória, dentre outros. Critérios que não devem ter lugar na escola, se queremos respeitar o princípio de que ela (e tudo o que nela se pratica) é um direito (VAGO, 2006; p. 18).
Assim, o esporte que deve ser trabalhado na escola não é o esporte de rendimento,
que regue suas técnicas e regras e estimula a competição. É necessário pensar na
construção de outras formas de praticar e organizar o esporte na escola, tendo como
orientação pedagógica a própria escola e seu público.
2.2 AS CARACTERÍSTICAS E NECESSIDADES DOS ALUNOS(AS) DO ENSINO
FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)
Essa etapa tem como objetivo identificar as características e necessidades dos
alunos(as) para auxiliar no planejamento das aulas.
As crianças no Ensino Fundamental – anos iniciais se encontram em duas fases do
desenvolvimento motor: Fase Motora Fundamental – estágio maduro (6 a 7 anos) e Fase
Motora Especializada – estágio transitório (7 a 10 anos) (GALLAHUE; OZMUN, 2013).
Segundo Gallahue e Ozmun (2013) na fase motora Fundamental o estágio maduro
(6 a 7 anos) é caracterizado por desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e
controlados. Nesse período, a criança está ativamente envolvida na experimentação e
exploração de suas capacidades motoras.
MÓDULO I
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2.
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Já na fase motora Especializada (estágio transitório – 7 aos 10 anos), as
habilidades motoras são resultados da fase motora fundamental. O movimento torna-se
uma ferramenta que se aplica a muitas atividades motoras complexas presentes na vida
diária, na recreação e nos desportos.
É neste período que outras habilidades estabilizadoras, manipulativas e
locomotoras são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em
situação crescente.
O desenvolvimento motor não é algo natural que ocorre de forma igual para todos,
ele sofre grande influência do meio. Segundo Pellegrini et al (2005, p.179):
O desenvolvimento motor consiste em uma série de mudanças que ocorrem ao longo do ciclo vital em termos do deslocamento de partes do corpo ou de todo o corpo no espaço. O movimento é o elemento central na comunicação e interação com as outras pessoas e com o meio ambiente à nossa volta; é central também na aquisição do conhecimento de si e da natureza. Apesar dos movimentos estarem presentes em todas as nossas ações, eles não se repetem, variando em função da nossa disposição física e mental daquele momento. A aquisição de habilidades motoras que ocorre ao longo dos anos é fruto não só das disposições do indivíduo para a ação, mas principalmente do contexto físico e sócio-cultural onde o indivíduo está inserido.
É importante ressaltar que a Educação Física no Ensino Fundamental possibilita
que os alunos tenham a oportunidade de desenvolver as habilidades corporais,
participando de atividades culturais como jogos, lutas, ginásticas, esportes e danças,
contribuindo para a formação do cidadão. Buscando desenvolver a autonomia, a
cooperação a participação social, seus valores e princípios democráticos.
(PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 2000).
Nessa perspectiva devemos pensar no conteúdo para além do gesto motor, o
Coletivo de Autores (2012) incentiva a organização curricular em Ciclos de Escolarização
Básica e menciona a necessidade de uma revisão do sistema de seriação. Como ainda
utilizamos o sistema de séries/ano, utilizaremos essa nomenclatura para facilitar a
associação. O primeiro ciclo corresponde as séries da Educação Infantil ao 4º ano. É o
ciclo de organização da identidade dos dados da realidade. Nesse momento o aluno
identifica os dados de forma difusa, misturada. E é fundamental o auxílio do professor para
que ele consiga formar sistemas, relacionar as coisas, ser capaz de identificar as
semelhanças e as diferenças.
MÓDULO I
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2.
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O aluno precisa do concreto nessa etapa, então o professor precisa mostrar o que
o aluno deve fazer e para um melhor desempenho auxiliar a execução junto ao aluno.
Um exemplo é pedir para o aluno realizar a ponta de pé, nessa idade não basta
pedir, ou mostrar, é necessário por muitas vezes tocar nos pés do aluno e ajudá-lo a
executar o movimento, para a partir dessa ação ele fazer a identificação. Esse período
tem a prevalência das referências sensoriais na relação com o conhecimento, valorizando
os sentidos para o aprendizado. O aluno demonstra qualidade quando consegue
categorizar, classificar e associar os objetos.
O segundo ciclo corresponde ao 5°, 6º e 7ºano. É o ciclo de iniciação à
sistematização do conhecimento. O aluno começa a adquirir a consciência do abstrato,
ele demonstra qualidade quando começa a estabelecer generalizações.
O aluno a partir do 5º ano começa a entender melhor o que não se vê, antes disso
tudo fica confuso. Desta maneira o professor a partir desta etapa começa a conseguir
utilizar referências abstratas.
Mattos e Neira (2008) ressaltam que devemos estar atentos para as características
dos alunos, a relevância social e a característica da área, ou seja, é importante observar
não só “os aspectos cognitivos, afetivo-sociais e psicomotores do educando, como
também do patrimônio cultural ao qual ele tem acesso como ponto de partida para
elaboração de uma proposta de atividades” (p.37).
Nesse sentido, os autores acima citados, apresentam um quadro com uma visão
geral sobre as características das faixas etárias.
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2.
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Tabela 2 – Visão geral sobre as características das faixas etárias
Seguindo a linha de pensamento de Freire (2001) acreditamos que o
desenvolvimento da criança não deve ser restrito a atividades com movimentos pré-
definidos. A utilização de brinquedos e brincadeiras, de origem cultural de cada região,
agregam melhor aproveitamento das habilidades motoras e a partir disso extrai-se o
melhor progresso dessas crianças.
2.3 O UNIVERSO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA
Essa etapa tem como objetivo discutir junto aos professores o conteúdo em
questão, ou seja, a Ginástica Artística. A intenção é debater como a GA e suas diversas
formas de aplicação (alto rendimento, preparação física, atividade física, entre outros),
bem como seus aparelhos e provas, podem contribuir com a Educação Física Escolar e a
cultura corporal de movimento.
FAIXA
ETÁRIA
SÓCIO-AFETIVO
(Wallon)
COGNITIVO
(Piaget)
MOTOR
(Vayer)
3 a 6 anos
Crise da oposição e
inibição, aquisição da
consciência do eu,
narcisismo, egocentrismo,
auto-admiração, imitação,
inserido no contexto
familiar
Fase pré-conceitual,
aquisição da função
simbólica, pensamento
irreversível, os estados
são resultantes de
transformações
incoerentes
Através da ação, melhora
e precisão e coordenação
de movimentos, utilização
cada vez mais
diferenciada e precisa dos
seus segmentos
7 a 10 anos
Personalidade polivalente,
ajustamento da conduta
às circunstâncias,
consciência, mais preciso
e completo de si
Progressiva
descentralização,
coordenação interiorizada
dos esquemas de ação,
operações simples e
concretas
Associa as sensações
motoras aos outros
sentidos, controla
respiração e postura,
afirma a lateralidade,
possibilidade de
relaxamento,
independência de
segmentos, transporta o
conhecimento de si aos
outros
11 anos
em diante
Extrema valorização do
grupo, conhecimento
incompleto do seu
potencial, período da
testagem
Surgimento do
pensamento lógico e
dedutivo
Movimento corporal mais
preciso e rítmico,
consciente das próprias
possibilidades alheias
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A Ginástica Artística (GA) tendo sido criada no século XIX evoluiu bastante até
chegar aos nossos dias (NUNOMURA, M., 2008). Muitos ainda a conhecem como
Ginástica Olímpica (GO). A mudança de nome veio em 2006 por meio de uma assembleia
da Confederação Brasileira de Ginástica (NUNOMURA, M. et al, 2009) seguindo a
definição da Federação Internacional de Ginástica (FIG), que considera “Ginástica
Olímpica” todas as modalidades incluídas no Programa Olímpico, sendo elas Ginástica
Artística Feminina e Masculina, Ginástica Rítmica e Trampolim Acrobático (NUNOMURA,
M.; NISTA-PICCOLO, V., 2005).
No Brasil, a chegada da GA ocorreu com a colonização Alemã no Rio Grande do
Sul, em 1824, e foi oficializada em 1951, ano em que aconteceu o primeiro Campeonato
Brasileiro de Ginástica (PUBLIO, 2002).
Atualmente, os atletas da Ginástica Artística vêm obtendo resultados internacionais
expressivos chegando a ganhar sua primeira medalha Olímpica com o ouro de Arthur
Zanetti nas argolas, em 2012, 05 medalhas no pan-americano de 2015 (bronze de Caio
Souza no salto, prata por equipe no masculino e bronze no feminino, um bronze no
Individual Geral com Flávia Saraiva e um ouro nas argolas com Arthur Zanetti. Sua
exposição na mídia também aumentou, contribuindo para a popularização do esporte e
crescimento de sua presença em projetos sociais, clubes e escolas.
A visão que a maioria das pessoas tem da GA é a de uma modalidade esportiva
competitiva, de difícil acesso, que exige especialização precoce, diversas habilidades
motoras específicas e um biotipo próprio para a sua prática. Poucos sabem que a referida
prática esportiva pode ser praticada por qualquer pessoa, de qualquer faixa etária, peso,
sexo e que tudo depende do objetivo que se deseja alcançar (NUNOMURA et al, 2009).
Nessa perspectiva, é possível perceber a existência de divisões distintas da
Ginástica Artística, conforme proposto por Gaio (2006), Sawasato e Castro (2006) e
Paoliello (2011). É importante frisar que apesar da diferença de nomenclatura utilizada
pelos autores, o significado de ambos se aproximam.
Gaio (2006) divide a Ginástica Artística em dois tipos: GA competitiva, representada
pelas ginásticas consideradas esportes, estabelecidas pela Federação Internacional de
Ginástica (FIG), e GA não competitiva, apontando as atividades gímnicas pedagógicas,
terapêuticas, corretivas, de condicionamento, de apresentação, de lazer, como alguns dos
diversos objetivos e interesses que podem ser encontrados a partir da experiência em
ginástica não-competitiva.
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Mas seja a GA competitiva ou não, ela sempre ocasiona constantes momentos de
superação que proporcionam prazer e satisfação ao praticante. A alegria de um ginasta
de alto nível ao executar um duplo twist carpado é similar à de uma criança que após
algumas aulas aprende a executar uma estrela. Nos dois casos há superação e desafio;
assim é a GA, uma modalidade de superações e desafios constantes e diários, pois a
cada dia o praticante tem uma nova meta e a progressão é essencial.
A GA é um esporte que ocasiona sensações atípicas, pois possui movimentos
diferentes dos realizados no dia a dia, que se forem experimentados em um ambiente rico
em estímulos, podem contribuir para um desenvolvimento ainda maior da capacidade de
criar e de agir corporalmente sobre determinada situação (NISTA-PICCOLO, 2005).
Paoliello (2011) apresenta uma classificação de acordo com os campos de atuação
da ginástica: Ginásticas de Condicionamento Físico, Ginásticas de Competição,
Ginásticas Fisioterápicas, Ginásticas de Conscientização Corporal e Ginásticas de
Demonstração, com o objetivo de ampliar a compreensão desta manifestação da cultura
corporal. A intenção foi demonstrar a abrangência da Ginástica no cenário da atividade
física, ao invés de estabelecer um conceito único, que certamente restringe o
entendimento deste imenso universo.
Com relação à ótica de Sawasato e Castro (2006), um enfoque mais abrangente
pode ser dado a essa modalidade, como uma atividade física de base, que ajuda na
formação e na educação, dando continuidade à necessidade de movimentos do ser
humano, devendo ser estimulada e difundida devido a sua importância dentro de uma
perspectiva pedagógica de vivência e experiência motora. Elas defendem e dividem a GA
em dois grupos de atividade: GA – atividade física e GA – esporte.
A GA vista com caráter de atividade física foi subdividida em: formativa, preparação
física e ao alcance de todos, pois favorece a diversidade de experiências motoras, assim
como possibilita um trabalho do corpo de forma global, desenvolvendo as capacidades
físicas, ampliando o repertório motor e possibilitando melhora na prática de diferentes
modalidades esportivas. Além disso, promove grande satisfação pessoal, proporcionando
experiências motoras, cognitivas e sócio-afetivas por meio da utilização de materiais em
situações diversificadas, o que possibilita o enriquecimento da consciência corporal nas
ações vivenciadas individualmente e em grupo (SAWASATO; CASTRO, 2006).
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Em especial, crianças na fase de conhecimento corporal só vêm beneficiando-se e
auxiliando-se nas conquistas corpóreas. A relação do aluno (a) com os colegas que estão
ao seu lado é de fundamental importância em sua vida diária, uma vez que aprende a se
socializar e compartilhar as dificuldades e acertos no processo de aprendizagem.
Tendo em vista o caráter esportivo, - GA – esporte - a modalidade possui certos
fatores que colaboram para o êxito, tais como: características morfológicas,
antropométricas e nutricionais. A baixa estatura das ginastas de alto nível costuma ser
motivo de preconceito à modalidade, o que pode ser encarado como um mito, pois os
estudos não são conclusivos em relação à influência do treinamento de GA sobre o
crescimento e a maturação dos atletas, não existindo evidências para condenar a prática
da modalidade (TSUKAMOTO; NUNOMURA, 2005). Uma justificativa para a baixa
estatura é a seleção natural do esporte, uma vez que quanto mais baixa a pessoa, mais
seu centro de gravidade se aproxima do solo, o que facilita as acrobacias no ar.
Além disso, o esporte de alto rendimento se caracteriza pela apresentação precisa
de altas performances de dificuldade dos elementos nas provas oficiais. Essas provas se
distinguem no feminino e masculino, sendo 6 provas para os homens (solo, cavalo com
alças, argolas, salto sobre a mesa, barras paralelas simétricas e barra fixa) e 4 provas
para as mulheres (salto sobre a mesa, barras paralelas assimétricas, trave de equilíbrio e
solo) (SAWASATO; CASTRO, 2006).
2.4 A REALIDADE DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Essa etapa tem como objetivo apresentar aos docentes o que vem sendo realizado
com a GA nas escolas e o que pretendemos com o curso.
Apesar de a GA ser vista pela maior parte da população como um esporte de difícil
acesso com características próprias, como já foi mencionado e existe um grupo de autores
que procura mostrar a GA como uma cultura corporal de movimento que deve ser
desenvolvida nas escolas em decorrência das contribuições que oferece aos alunos(as).
Essa preocupação já era vista em Nista-Piccolo (1988), que ao realizar uma pesquisa
buscando conhecer as dificuldades de aplicação da ginástica nas aulas de Educação
Física encontrou a seguintes realidade:
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a falta de material, o medo de acidentes e, predominantemente, o desconhecimento dos
processos pedagógicos para ensinar a ginástica foram as alegações mais encontradas no
discurso dos docentes. Politto (1998) refez a pesquisa para verificar os resultados após
dez anos. As dificuldades encontradas pela autora foram muito semelhantes às
mencionadas por Nista-Piccolo (1988), sendo a falta de conhecimento dos professores a
respeito da Ginástica a justificativa mais encontrada.
Schiavon e Nista-Piccolo (2006), realizaram uma pesquisa que buscou atender
diretamente os profissionais que atuam nas escolas. Para isso, além de buscar respostas
em livros, as autoras utilizaram como referência as aulas de GA e Ginástica Rítmica (GR),
visando compreender e analisar as dificuldades encontradas na realidade escolar, e
propuseram alternativas para as aulas de GA e GR no ambiente da escola. As autoras
perceberam que “mais importante do que solucionar o problema de falta de material é
capacitar e trocar conhecimentos com os professores” (p. 147). Elas reforçam que as
modalidades gímnicas, em geral, não foram praticadas pelos docentes durante a trajetória
acadêmica, sendo necessário não só oferecer conhecimentos técnicos relacionados à GA
como também criar possibilidades de transformação dos conhecimentos para as escolas,
de acordo com suas realidades.
Um dado que nos remete a perceber a lacuna existente nas atividades gímnicas
emerge do trabalho de Pereira, Andrade e Cesário (2012). Os autores ao investigarem a
produção do conhecimento na área de Educação Física, especificamente em Ginástica,
tendo como referência as dissertações de mestrado e as teses de doutorado produzidas
em nível nacional na primeira década do século XXI, menciona que das quarenta e nove
dissertações de mestrado apenas oito trabalhos fazem referência a escola e das seis teses
de doutorado apenas um trabalho.
Na categoria escolar, a autoras notaram a preocupação dos pesquisadores com a
questão que afeta a GA como conteúdo curricular das aulas de Educação Física. Os
estudos pesquisados defendem a GA como conteúdo relevante a ser ensinado nas aulas
de Educação Física nos diferentes níveis da educação básica. As pesquisas ainda
revelam preocupações com o desenvolvimento humano e valores éticos. As autoras
constataram a predominância de temáticas relacionadas à saúde, fitness e esporte.
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Silva e Sampaio (2012) buscaram analisar o que os estudos revelam sobre os
conteúdos trabalhados nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental (EF).
Tiveram como objeto de análise 24 artigos publicados em periódicos nacionais.
Concluíram que há a tendência de uma monocultura corporal relacionada aos esportes
com bola, especificamente o voleibol, handebol, basquetebol e futsal, limitando o acesso
e conhecimento de outras manifestações da cultura corporal do movimento.
O fato de a Ginástica Artística ser conhecida como um esporte olímpico de alto
nível de rendimento que exige especialização precoce, treinamento e dedicação
excessivos, disciplina e aprimoramento de diversas capacidades físicas objetivando a
competição, também é apontado como mais um inibidor da sua implantação nas aulas de
Educação Física Escolar, pois muitos professores ainda têm dificuldade em perceber a
ginástica além de sua forma desportivizada (AYOUB, 2003).
Schiavon e Nista-Piccolo (2006) reiteram tal perspectiva mencionando que alguns
docentes desconhecem a contribuição que os movimentos básicos da ginástica oferecem
para o desenvolvimento motor de seus alunos(as). Alguns professores possuem “uma
visão limitada e pouco criativa das possibilidades de adequação dos conhecimentos
gímnicos numa perspectiva pedagógica e de vivência desses conhecimentos pelo
aluno(a)” (PAOLIELLO, 2001, p. 25).
Assim, é importante ressaltar que a Educação Física, na perspectiva da cultura
corporal de movimento, não tem como objetivo ensinar o esporte e sua execução perfeita,
mas sim oportunizar a vivência de diferentes práticas corporais, ampliando o repertório
motor do aluno(a) (VAGO, 2009). E para que isso seja atingido, é fundamental que o
professor ofereça o máximo de movimentos possíveis, fazendo com que a criança
experimente, crie e imite, podendo utilizá-los no dia a dia (SCHIAVON; NISTA-PICCOLO,
2006).
É necessário que o profissional saiba diferenciar as características e necessidades
de cada etapa do desenvolvimento humano, sabendo dosar a intensidade dos exercícios
e entendendo o aluno(a) como um todo. Em se tratando de ações escolares, a aula deve
ser preparada para o alcance de todos, onde em uma turma heterogênea todos possam
vivenciar o movimento (COLETIVO DE AUTORES, 2012).
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Neste sentido, é por meio da exploração dos movimentos que a criança desenvolve
a consciência de si mesma e do mundo exterior (GO TANI et al, 2005), o que fortalece a
importância de uma Educação Física Escolar que estimula diferentes vivências.
De acordo com Leguet (1987), alguns aspectos da GA também podem ser
encontrados em outros tipos de práticas, porém, há um que é específico desta
modalidade: realizar as ações motoras num meio particular: os aparelhos. Para o autor,
os aparelhos proporcionam uma vasta possibilidade de vivência de movimentos que
auxiliam o desenvolvimento motor e psicomotor.
Com relação aos aparelhos, eles podem ser classificados como: oficiais,
alternativos e adaptados. Os aparelhos oficiais são estabelecidos pelas regras oficiais do
esporte.
Já os aparelhos alternativos e adaptados aumentam a possibilidade da prática de
GA, cabendo ao professor fazer as adaptações necessárias para a realidade da sua
escola.
Schiavon (2003), ao discutir a realidade escolar e os recursos materiais, desenvolve
uma proposta de materiais alternativos para a GA, a fim de melhorar o acesso da mesma
no contexto educacional, pois devido ao alto custo dos materiais oficiais e à falta de
espaço apropriado, muitos profissionais, segundo a autora, não tem a oportunidade de
utilizar este recurso, que teriam com os materiais alternativos.
Com base nos apontamentos supracitados, podemos perceber que a GA não deve
ser vista apenas como esporte, mas também como uma atividade física de base, formativa
e educativa, que faz parte da diversidade da cultura corporal inserida no currículo da
Educação Física, podendo mais utilizada no contexto escolar.
2.5 GINÁSTICA ARTÍSTICA “DA” ESCOLA
Essa etapa tem como objetivo apresentar possibilidades de aplicação da GA sem
a utilização de materiais, enfatizando a ludicidade, ampliando o repertório dos professores,
bem como construir a ginástica da escola, aquela em que muito mais do que executar
certo movimento irá valorizar o processo de aprendizagem para se chegar no mesmo.
O professor é um mediador, que incentiva a criatividade dos alunos(as) e direciona
seu caminho.
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Nessa perspectiva, ao pensarmos na GA como conteúdo possível na EFE, é
preciso refletir sobre a falta de materiais oficiais nas escolas. Isso não deve ser motivo
para não aplicar a GA, é necessário estar disposto a fazer adaptações possíveis para o
trabalho nos aparelhos. A seguir serão dados alguns exemplos de adaptações que podem
ser efetuadas para oportunizar vivências similares aos alunos.
Utilizar as linhas da quadra / banco sueco / meio fio para trabalhar os diferentes
deslocamentos, saltos e saltitos da trave.
Utilizar a trave do gol para trabalhar os deslocamentos em suspensão, os rolamentos
para trás em suspensão, vela em suspensão, balanços.
DESLOCAMENTOS NA TRAVE
SUSPENSÒES DA PARALELA
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Utilizar o plinto / bancos do colégio para o trabalho inicial de salto sobre a mesa.
Utilizar bambolês para o ensino da abordagem ao aparelho do salto sobre a mesa.
O professor deve variar suas atividades, utilizando tanto atividades lúdicas como
atividades técnicas dentro de suas aulas. Lembrando que o objetivo é voltado para a
vivência da cultura corporal do aluno, não significando que o docente não deva estimular
a realização correta dos movimentos, esse só não deve ser o objetivo principal.
Na perspectiva das atividades técnicas, Bracht (2009) explica que quem critica o
esporte não é contra o mesmo, na verdade o que se pretende é modifica-lo, é trata-lo
pedagogicamente. Contrariando a perspectiva conservadora de educação. Da mesma
forma que tratar criticamente o esporte na escola não significa ser contra a técnica
esportiva. O que muda é a finalidade, a técnica deixa de ser o objetivo final e passa a ser
meio para permitir aos sujeitos uma forma de se expressar e estabelecer uma relação com
o meio e com outras pessoas.
Já na visão das atividades lúdicas, Freire (2001) defende a importância e os
benefícios do brincar. Ele tem que ser visto como um instrumento pedagógico que estimula
as capacidades relacionadas às dimensões motoras, afetivas, sociais e cognitivas e não
deve ser reduzido a movimentos vazios e descontextualizados.
A seguir serão dados alguns exemplos de atividades lúdicas (jogos e brincadeiras
populares) adaptadas para a GA que podem ser efetuadas para oportunizar vivências aos
alunos. Para facilitar o trabalho docente, visto que acreditamos no ensino que pensa no
aluno como um todo e não só no gesto técnico, cada atividade estará com seu eixo
temático, as suas dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais e as principais
valências físicas trabalhadas em seu desenvolvimento.
INICIAÇÃO AO SALTO SOBRE A MESA
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PIQUE COLA ADAPTADO
Eixo Temático – Estruturação espacial, orientação temporal e esquema corporal
Conceituais – Atenção, identificar e transferir
Procedimentais – Correr, realizar posições específicas da GA
Atitudinais – Participação, cooperação
Valências Físicas de base – velocidade de deslocamento, agilidade, equilíbrio
dinâmico e estático, força dinâmica e estática, coordenação, ritmo.
Uma das crianças é escolhida como pegador e corre atrás das outras do grupo. Se
pegar um dos participantes, este fica parado (em determinada posição da GA pré-
estabelecida pelo professor, ex. avião frontal, vela, etc.), como se estivesse colado. Se
outra criança encostar naquela que está colada, ela descola e volta para brincadeira. Se
uma criança for colada três vezes, passa a ser o pegador.
MORTO / VIVO
Eixo Temático – Esquema corporal
Conceituais – Atenção e concentração
Procedimentais – Estar em pé, estar abaixado, estar realizando as posturas
básicas da ginástica Artística
Atitudinais – Conhecimento e respeito a si e dos outros
Valências Físicas de base – Velocidade de reação, equilíbrio dinâmico e estático,
flexibilidade, força dinâmica e estática.
O professor dará os comandos e os alunos executam a tarefa. Ao dizer “vivo” – as
crianças devem se manter em pé, ao dizer “morto” – as crianças devem se abaixar. O
professor adaptará utilizando as posturas básicas “estendido” para vivo e “grupado” para
morto. É possível alterar para as demais posturas básicas também. As crianças que
errarem são eliminadas (ou não, depende do objetivo do professor e da característica da
turma) até que tenha o vencedor da rodada.
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JOÃO, JOSÉ E JOANA
Eixo Temático – Estruturação espacial, lateralidade
Conceituais – Discriminação auditiva, atenção e concentração
Procedimentais – Equilibrar
Atitudinais – Conhecimento e respeito a si e dos outros
Valências Físicas de base – Velocidade de reação, equilíbrio dinâmico e estático
Os alunos devem ficar em uma linha ou banco sueco. Ao comando do professor
devem dar um passo. A palavra “João”, corresponde a um passo para o lado direito, a
palavra “José” corresponde a um passo para o lado esquerdo e a palavra “Joana” todos
devem permanecer parados no lugar. As crianças que errarem são eliminadas (ou não,
depende do objetivo do professor e da característica da turma) até que tenha o vencedor
da rodada.
CORRIDA DO CARRINHO DE MÃOS
Eixo Temático – Esquema Corporal, estruturação espacial
Conceituais – Ordenação
Procedimentais – Deslocar com o apoio das mãos e auxílio de um colega
Atitudinais – Respeito ao outro, cooperação e competição
Valências Físicas – Força dinâmica, equilíbrio dinâmico
Os alunos deverão formar duplas e a turma será dividida em grupos com números
iguais de participantes. Cada grupo deverá formar uma fila. Ao comando do professor a
primeira dupla de cada fila deverá se deslocar de carrinho de mão até um determinado
ponto pré-estabelecido e trocar de função (quem estava segurando irá deslocar-se e vice-
versa) e voltar a sua fila. A segunda dupla repetirá o processo e assim sucessivamente
até que todos tenham realizado o deslocamento. Ganha a equipe que concluir a tarefa
primeiro.
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ESTÁTUA
Eixo Temático – Identificar, transferir, conhecer
Conceituais – Conhecer as posturas e movimentos da GA
Procedimentais – Realizar as posturas e movimentos da GA
Atitudinais – Autoconfiança, autocontrole
Valências Físicas – Equilíbrio estático
A turma estará distribuída pela quadra, se deslocando ao som de uma música. O
professor irá pré-estabelecer qual a postura/movimento da GA o aluno deve realizar
quando a música parar. Ganha o aluno que permanecer imóvel na posição.
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3.1 INICIAÇÃO AS POSIÇÕES/POSTURAS BÁSICAS, SALTOS BÁSICOS E
MOVIMENTOS BÁSICOS DA GA (SOLO).
Essa etapa tem como objetivo apresentar as posições/posturas básicas, saltos
básicos e movimentos básicos da GA, para que a partir do conhecimento delas o professor
possa elaborar suas aulas/atividades de acordo com as necessidades de seus alunos
(BREGOLATO, 2002; ARAÚJO, 2012; BROCHADO, 2005)
3.1.1 Posições/Posturas básicas
Na Ginástica Artística existem cinco posições principais que o corpo toma quando
da realização dos exercícios, essas posições são denominadas posturas básicas. Elas
devem ser ensinadas logo no início da atividade, pois iniciam, finalizam e interligam os
movimentos propriamente ditos, combinando-os entre si.
São elas:
ESTENDIDA GRUPADA
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AFASTADA
CARPADA
SELADA
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Essas posturas se tornam saltos básicos quando realizadas no ar (exceto a selada).
É importante haver um cuidado com a aterrissagem dos saltos. Lembrando que devemos
amortecer a queda, evitando lesões na coluna e nos tornozelos. O aluno(a) deve aterrissar
primeiro com a parte anterior da planta do pé, seguida pela parte posterior, fazendo
sempre uma semi-flexão de joelhos e uma leve inclinação de tronco para frente (demiplié).
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3.1.2 Movimentos básicos
É importante esclarecer que não mostraremos todos os movimentos básicos,
selecionamos os que acreditamos serem mais de acordo para as aulas de Educação
Física Escolar. No entanto, nada impede que outros movimentos sejam trabalhados
também (espacates e esquadros). Como já foi dito, esse material não serve como um
modelo pronto. As referências bibliográficas utilizadas para a confecção do mesmo
possuem informações que podem contribuir para um conhecimento adicional.
VELA
A vela dá uma perspectiva de apoio invertido que é importante para o
desenvolvimento psicomotor dos alunos.
Em decúbito dorsal elevar as pernas e quadril, mantendo o corpo ereto,
apoiado apenas na nuca e nos braços, com as mãos no solo ou ajudando a manter
o quadril elevado.
Erros comuns: Flexionar as pernas; manter o corpo carpado; não realizar a ponta
do pé.
VELA
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AVIÃO FRONTAL
Com o apoio em um dos pés o aluno deve elevar a outra perna para trás,
com uma ligeira inclinação do trono para a frente, mantendo a cabeça levantada e
o olhar em frente.
Erros comuns: Flexionar as pernas; perna de elevação abaixo da linha do quadril;
falta de equilíbrio; rotação de quadril.
AVIÃO EM Y
Com o apoio em um dos pés o aluno deve elevar lateralmente a outra perna,
segurando com a mão o calcanhar, formando o desenho de um “Y”.
Erros comuns: Flexionar as pernas; inclinar demasiadamente o tronco; falta de
flexibilidade; falta de equilíbrio.
AVIÁO FRONTAL
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PARADA DE TRÊS APOIOS
Apoiando as mãos e a cabeça no solo formando um triângulo entre si,
manter-se em equilíbrio invertido com o corpo estendido, em posição ligeiramente
oblíqua.
Progressão pedagógica: Em apoio invertido equilibrar-se apoiando os joelhos nos
cotovelos. Com o auxílio de um colega juntar os joelhos e subir as pernas até
estendê-las.
Erros comuns: Apoiar o terço médio em vez de apoiar o terço anterior da cabeça;
os três apoios não formarem entre si o desenho de um triângulo equilátero.
PROGRESSÃO
PEDAGÓGICA
TRÊS APOIOS
MÓDULO II3.
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3.2 INICIAÇÃO AOS MOVIMENTOS GÍMNICOS
Essa etapa tem como objetivo apresentar os movimentos gímnicos iniciais no
trabalho de GA.
ROLAMENTO PARA FRENTE GRUPADO
Partindo da posição em pé com pernas unidas flexiona-las, apoiar as mãos
no solo e, impulsionando o corpo com as pernas, rolar sobre as costas em posição
grupada, finalizando sobre os pés, elevando-se a posição de pé.
Erros comuns: Não apoiar as mãos viradas para frente; não juntar o queixo no
peito.
Os alunos podem terminar o rolamento sentados em diferentes posições:
grupado, afastado e carpado, estimulando para posteriormente executar as
variações do rolamento.
ROLAMENTO PARA FRENTE GRUPADO
ROLAMENTO PARA FRENTE AFASTADO
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ROLAMENTO PARA TRÁS GRUPADO
Partindo da posição de pé, flexionar as pernas, rolar para trás grupado,
apoiando as mãos no solo ao lado da cabeça, com os dedos voltados para trás e
os polegares voltados para os ouvidos. Empurrar o solo com as mãos até a posição
agachada, finalizando em pé.
Erros comuns: Não manter os braços paralelos; afastar as mãos dos ombros ao
apoiá-las no solo; não manter o corpo grupado ao realizar o balanço para trás;
lançar a cabeça para trás ao realizar o balanço; não utilizar as mãos e braços como
alavanca; virar a cabeça durante o movimento.
Variações: Afastado e carpado.
ROLAMENTO PARA TRÁS GRUPADO
ROLAMENTO PARA TRÁS AFASTADO
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ESTRELA
Deve ser executada com pernas estendidas e afastadas. As pernas devem
passar pela vertical, o tronco se mantém tenso e alinhado. No momento do apoio
as mãos ficam com os dedos voltados para o lado da perna de apoio, a cabeça em
posição natural. Passagem do corpo em extensão pela vertical dos apoios das
mãos. O aluno deve terminar para o lado oposto ao que começou o movimento.
Erros comuns: colocação das mãos muito perto do apoio do membro inferior de
impulsão; colocação das mãos fora da linha de movimento; o corpo não passa pela
vertical e/ou ombros avançados; falta de amplitude no afastamento dos membros
inferiores.
Variação: Estrela com uma das mãos, estrela sem as mãos, estrela com o
antebraço.
ESTRELA
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PARADAS DE MÃOS (dois apoios)
Apoio invertido com a utilização de apenas as duas mãos no solo. Corpo
ereto em completo alinhamento articular.
Erros comuns: Não apoiar as mãos viradas para frente; não alinhar o corpo; não
contrair os músculos; cabeça com hiperextensão e ou flexão.
PARADA DE MÃOS
PARADA DE MÃOS COM AUXÍLIO DA PAREDE
MÓDULO II3.
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PONTE ESTÁTICA
Em decúbito dorsal apoiar as mãos na largura dos ombros, com os dedos
voltados para trás e os polegares voltados para os ouvidos. Elevar o quadril até
estender totalmente os braços e pernas.
Erros comuns: posicionamento das mãos incorreto, flexão de membros superiores
e inferiores.
PONTE ESTÁTICA
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CONSIDERAÇÕES FINAIS4.
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O curso proposto, visando à formação continuada em Ginástica Artística na escola,
tem como centralidade a escola e a realidade em que está inserida, portanto não possui
a pretensão de servir com um modelo único, mas como uma proposta de ação. O objetivo
é oferecer um espaço de reflexão onde o professor possa pensar sobre o seu trabalho
docente, com suas demandas, dificuldades, necessidades e singularidades, visualizando
a ginástica “da” escola, como por exemplo: a ausência de materiais, de espaço, de técnica,
de habilidades dos alunos(as), dentre outros.
Assim, buscamos outra perspectiva de intervenção pedagógica, que concebe uma
Educação Física forjada em parâmetros como: as demandas dos alunos(as), as
necessidades locais, o interesse dos praticantes e suas possibilidades, em suma, uma
Educação Física da Escola.
Acreditamos que esse pensamento voltado para a cultura corporal de movimento
pode ser utilizada para todos os conteúdos da Educação Física Escolar, ampliando a visão
da mesma, tirando o caráter esportivo do primeiro plano.
Cabe ressaltar que a formação não cessa, ou seja, o curso aqui pretendido serve
como um estímulo para que os docentes se sintam encorajados a trabalhar com a GA nas
aulas de EFE. A partir dessa ação, novos conhecimentos serão adquiridos e a formação
será sempre contínua, realizada através de cursos e de experiências e vivências
profissionais.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS5.
CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM GINÁSTICA ARTÍSTICA – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS40
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