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JAN 18 2010
O Homem Perfeito O Homem Perfeito
A virtude subdivide-se em quatro aspectos: refrear os desejos, dominar o medo, tomar
as decisões adequadas, dar a cada um o que lhe é devido. Concebemos assim as noções
de temperança, de coragem, de prudência e de justiça, cada qual comportando os seus
deveres específicos. A partir de quê, então, concebemos nós a virtude? O que no-la
revela é a ordem por ela própria estabelecida, o decoro, a firmeza de princípios, a total
harmonia de todos os seus actos, a grandeza que a eleva acima de todas as
contingências. A partir daqui concebemos o ideal de uma vida feliz, fluindo segundo um
curso inalterável, com total domínio sobre si mesma. E como é que este ideal aparece
aos nossos olhos? Vou dizer-te. O homem perfeito, possuidor da virtude, nunca se
queixa da fortuna, nunca aceita os acontecimentos de mau humor, pelo contrário,
convicto de ser um cidadão do universo, um soldado pronto a tudo, aceita as
dificuldades como uma missão que lhes é confiada. Não se revolta ante as desgraças
como se elas fossem um mal originado pelo azar, mas como uma tarefa de que ele é
encarregado. «Suceda o que suceder», — diz ele — «o caso é comigo; por muito áspera e
dura que seja a situação, tenho de dar o meu melhor!» Um homem que nunca se queixa
dos seus males nem se lamenta do destino, temos forçosamente de julgá-lo um grande
homem! Tal homem dá a conhecer a muitos outros a massa de que é feito, brilha tal
como um archote no meio das trevas, atrai para junto de si todas as almas, dada a sua
impassível tranquilidade, a sua completa equanimidade para com o divino e o humano.
Tal homem possui uma alma perfeita, levada ao máximo das suas potencialidades, tal
que acima dela nada há senão a inteligência divina, uma parte da qual, aliás, transitou
até este peito mortal. E nada há de mais divino para o homem do que meditar na sua
mortalidade, consciencializar-se de que o homem nasce para ao fim de algum tempo
deixar esta vida, perceber que o nosso corpo não é uma morada fixa, mas uma
estalagem onde só se pode permanecer por breve tempo, uma estalagem de que é
preciso sair quando percebemos que estamos a ser pesados ao estalajadeiro.
Séneca, in "Cartas a Lucílio"
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JAN 05 2010
A Origem dos Vigilantes "A ampla simbologia maçônica, que evoluiu para interpretações morais e místicas no
seu avanço especulativo ou moderno, nasceu na sua maioria dos costumes e da
organização das corporações de construtores, basicamente fundamentada em suas
funções e trabalho. Nos rituais, podemos entender muito destas razões".
Entre as corporações de ofício da Idade Média, hoje englobadas, sob o rótulo de
Maçonaria de Ofício ou Operativa, destacava-se a dos Canteiros, ou esquadrejadores de
pedras, ou seja, os obreiros que tornavam cúbica a pedra bruta, dando-lhe cantos, para
que ela pudesse se encaixar nas construçôes. (Canteiro é o operário que trabalha em
Cantaria, palavra derivada de canto, já que a função é fazer os cantos, ou ângulos retos
na pedra).
Os canteiros costumavam delimitar os seus locais de trabalho (que, por extensão,
acabaram sendo chamados de canteiros de obras, denominação encontrada até hoje),
cercando-os com estacas fincadas no chão e nas quais eram introduzidos aros de ferro,
que se ligavam a outros elos, formando uma corrente. A abertura dessa cerca estava na
parte ocidental do recinto de obras. Transpondo-se essa cerca, encontrava-se, bem na
entrada, na parte frontal, ou lateral, um barracão, que funcionava como uma espécie de
almoxarifado, onde eram guardados os planos da obra, o material de trabalho e os
instrumentos necessários.
Como responsável por todo esse material, havia um operário graduado, que era o
Warden, ou seja, Zelador, ou Vigilante. Este obreiro, além de tomar conta de todo o
material, pagava o salário aos operários, despedindo-os então, no fim da jornada diária
de trabalho. Posteriormente, para maior agilização dos trabalhos foi criado o encargo
de mais um zelador, ou vigilante, postado geralmente ao sul, ou ao meio-dia. O hábito
de chamar o sul de meio-dia é originário da França, onde o sul é chamado de midi.
Assim, esse hábito dos trabalhadores medievais, principalmente dos canteiros, além de
ser a origem da Cadeia de União e até da Corda de Oitenta e um Nós, deu, também,
origem aos cargos de Vigilantes de uma Oficina maçônica, os quais, além de outras
funções, devem, simbolicamente, ao fim do dia de trabalho, pagar aos obreiros o salário
da jornada diária, despedindo-os, então, contentes e satisfeitos, por terem recebido sua
paga.
Retirado do site: http://www.filhosdaviuva.com.br/2008/03/origem-dos-vigilantes.html
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JAN 04 2010
Iniciação A INICIAÇÃO
Nada mais é que a recepção que é praticada por aquele que é candidato a se associar a
uma Loja Maçônica, uso o termo associar de acordo com as leis civis existentes em
nosso país.
Uma maçonaria sem base iniciática nada mais é que uma sociedade filantrópica.
É necessária que haja uma morte metafórica e simbólica, assim tal a fênix que renasce
das cinzas, o novo associado se desnuda de suas paixões, vaidade e intransigência, o
que nos leva ao pensamento do Filósofo e filólogo Nietzsche, em seu livro Zaratustra,
"É preciso haver morte para que surja o super-homem; ele indica a necessidade da
superação de si mesmo e com isso aponta para uma nova maneira de sentir, pensar,
avaliar" e é esta a diferença entre o iniciado e o não iniciado.
É uma maiêutica (parto), termo usado pelo filósofo Sócrates, para uma nova vida que se
descortinará na vida do iniciado.
A iniciação é o primeiro passo e é necessário para se ingressar na escalada maçônica,
muitos passam pelo processo de iniciação e não prosseguem na busca de novos
conhecimentos e aperfeiçoamento, isto é abandonam por qualquer motivo a ordem
maçônica.
Matemáticos e filósofos constataram que nós somos números e símbolos.
O simbolismo representa a base, o fundamento de toda a maçonaria do mundo, ou seja,
universal.
O iniciado tem que aprender gradativamente os símbolos e alegorias.
Quem seja incapaz de compreender os símbolos se achará sempre na posição de não
iniciado e que entrando em um templo maçônico, mesmo lendo um livro, revista, a
mídia eletrônica ou outra fonte de pesquisa referente à maçonaria, observa toda uma
série de objetos, que lhe parece familiar, mas não entende o seu significado.
Símbolo = Figura, marca, qualquer objeto físico que apresenta um significado
convencional.
Alegoria = Forma figurada de um pensamento, ficção ou metáfora que na expressão
tem um significado e no sentido, outro.
AS VIAGENS
Já foi dito que o homem, para se tornar maçom, tem que ser submetido às provas que
constam nos Rituais e é necessário que se cumpra as partes ritualística, que por sua vez
são conhecidas por viagens.
O candidato está cego, por esta razão não enxerga o que se passa a sua volta, ele faz um
trajeto sempre conduzido por um Ir.,experiente.
Simbolicamente, os caminhos são cheios de obstáculos, que ele candidato terá que
superá-los, estes caminhos, representam os perigos em sua vida, bem ele venceu esta
primeira fase.
Em outra viagem, tão importante quanto a primeira, ele encontrará novos desafios,
trovões, tempestades, ruídos de espadas e termina com um lavar de mãos, significando
que ele está em parte purificado, por esse elemento da natureza que é a água.
Depois de tantos obstáculos que foram superados a seqüência é fazer um trajeto mais
tranqüilo e silencioso, ele enfrenta agora outra purificação, o elemento da natureza é o
fogo, que serve para ativar bem o coração no candidato o amor aos seus iguais, a
fraternidade e a caridade.
Estas provas representam no candidato o seu renascimento e morte para os seus
preconceitos, erros e ilusões.
PÉRICLES NEVES .’. M .’. I .’. GR .’. 33
PEDRO NEVES .’. M .’. I .’. GR .’. 33
SITE: www.pedroneves.recantodasletras.com.br
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JAN 04 2010
Legitimidade LEGITIMIDADE
Os buscadores do conhecimento Místico, Esotérico e Espiritual, nas Ordens Iniciáticas,
devem procurar sempre usar o livre arbítrio em suas avaliações.
É de praxe que todas as Ordens Iniciáticas, sem exceção, digam que são as legítimas
herdeiras de Abraão, Noé, Moisés, Salomão, Thutankamon, etc. Quanto mais "antiga"
(tempo, idade, referência temporal) pensam que são, mais legítimas elas serão.
Não é por trilhar o caminho em determinadas obediências que o buscador se tornará
legítimo, o mais importante é o resultado a ser obtido.
Aprendemos que antiguidade é posto apenas no militarismo.
Para que uma Ordem Iniciática ou obediência sejam consideradas sérias, não é
necessário tenham documentos da época de Salomão ou thutankamon, se é que os
possuem. Os documentos podem ser criados ou alterados com verdades ou mentiras,
ou ambas em conjunto.
A regularidade de uma ordem se dá com o cumprimento de seus objetivos estatutários.
Os papéis valem apenas para se “tentar” legitimar as Ordens.
Para se chegar ao objetivo, pode-se trilhar diversos caminhos, que devem ser
analisados somente após serem observados, experimentados e sobretudo comparados
(processo empírico).
A fraternidade tão propalada em Ordens Iniciáticas nem sempre é verdadeira. Os
associados raramente se intervisitam, não procuram se conhecer fora dos encontros.
Nem sempre são solidários, julgam-se donos da verdade. Isso ocorre nas Templárias,
Gnósticas, Rosacruzes, Maçônicas, etc.
Ao ingressarmos em uma Ordem Iniciática, temos que ter conhecimento que o que nos
vai ser passado já foi descoberto e revelado, não existem mistérios a serem descobertos.
Tudo já foi escrito, publicado e divulgado a outros.
As Organizações iniciáticas organizam o que recebem da “tradição”, ou seja, o conjunto
de símbolos comuns a todas as Ordens Iniciáticas e Religiosas, que não são de
propriedade exclusiva a nenhuma delas, e os repassam para os seus adeptos, a fim de
orientá-los na caminhada.
As Ordens Iniciáticas jamais se unificarão, são todas como frutos de uma árvore que, ao
caírem ao solo, espalham a sua semente que irá se frutificar em novas árvores. Mas
sempre farão parte do mesmo ramo, não são desconhecidas. Devem, porém, viver
sempre em harmonia e concórdia.
Quem venha a pertencer a uma Ordem Iniciática, e a julgue legítima, deve parar para
pensar que se ele um dia mudar para outra, ele não poderá se tornar ilegítimo, e que o
contrário também é verdadeiro, se ele não for considerado legítimo, se mudar para
outra imediatamente será considerado legítimo, tudo isso, em apenas 24 horas. O que é
importante? Seguir e cumprir as normas iniciáticas, ou fazer parte de uma ordem ou
outra? Afinal, você não deixa de ser você, em nenhuma delas, a sua personalidade não
muda.
Temos a obrigação de oferecer o melhor de nós dentro de cada Ordem, respeitando as
demais, salientando as semelhanças, e não as diferenças.
Como se diz, somos todos irmãos.
Devemos estar de pé e à ordem, com a chegada de um novo dia.
Que tudo nos una, que nada nos separe.
autoria: Pedro Neves / http://www.pedroneves.recantodasletras.com.br
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JAN 03 2010
Excerto a Vitrúvio - Arquitetura e Arquitetos
Para quem não conhece a obra desta figura histórica.
Ensinamentos para os futuros construtores, e como bem todos sabem
maçom=pedreiro=construtor.
Interessante que esse texto trata sobre Arquitetura e Arquitetos !. Segue link abaixo.
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JAN 03 2010
Crata Repoa Crata Repoa
CRATA REPOA
AS INICIAÇÕES AOS ANTIGOS MISTÉRIOS
DOS SACERDOTES DO EGITO
PREPARAÇÃO
Quando um aspirante desejava entrar à Antiga e Misteriosa Sociedade de Crata Repoa,
tinha de ser recomendado por um dos Iniciados. A proposição era feita geralmente pelo
Rei mesmo, que escrevia uma autorização aos Sacerdotes 1 . Havendo sido apresentado
em Heliópolis, o Aspirante era derivado aos sábios da Instituição em Memphis, e estes
o enviavam a Tebas (Porfírio - Vida de Pitágoras). Aqui era circuncidado 2 (Heródoto,
livro 2º. Clemente de Alexandria, Stromat. I). Eles o punham em dieta, proibindo
certos alimentos, como vegetais e pescado, também vinho 3 , porém depois de sua
iniciação esta restrição era atenuada. O obrigavam a passar vários meses encerrado em
uma cripta 4 , abandonado a suas reflexões, permitindo que ele escrevesse seus
pensamentos. Logo era examinado estritamente para determinar os limites de sua
inteligência. Quando chegava o momento de retirá-lo da cripta, o conduziam a uma
galeria rodeada com as colunas de Hermes, sobre as que estavam gravadas as máximas
que devia aprender de coração (Jâmblico, de Mysteriis. Pausanias, livro I, disse
expressamente que estas colunas se encontravam em subterrâneos próximos de Tebas).
Quando conseguia, um Iniciado chamado Thesmophores (Introdutor) o abordava.
Tinha em sua mão um grande chicote, com o qual mantinha as pessoas afastadas da
entrada, chamada de “A Porta do Profano”. Ele introduzia o Aspirante à gruta, onde
vendava seus olhos, pondo ataduras elásticas em suas mãos.
PRIMEIRO GRAU – PASTOPHORIS
O Aprendiz era encarregado de custodiar a entrada que conduz à Porta dos Homens. O
aspirante, havendo sido preparado na cripta 5 , era conduzido da mão pelos
Thesmophores e apresentado na porta dos Homens (Apuleio, Metamorfosis, livro 2).
(Cicero, De Legibus, livro 2 - Mysteriis ex agreste imanique vita exculti ad
humanitatem, et mitigatisumus.). A sua chegada, os Thesmophores tocavam o ombro
do Pastophoris (um dos últimos aprendizes), que custodiava o exterior, e o incitava a
anunciar al Aspirante, o que fazia golpeando na porta de entrada (Este ato está
representado numa das Pirâmides). Havendo dado resposta satisfatória às perguntas
que lhe formulavam, o Neófito era admitido, abrindo a Porta dos Homens.
O Hierofante o interrogava novamente sobre vários temas, e o Neófito respondia
categóricamente (Plutarco, em Lacon Apoph. Lisandro). Eles o faziam girar em volta da
Birantha (Histoire du Ciel, livro 1, pág. 44), esforçando-se por aterrorizá-lo por meio de
luzes artificiais, aplausos estrondosos, granizo, chuva e tempestade (Eusébio. Cesar,
Preparat Evangel. Clemente de Alexandria, Admonit ad Gent.).
Se apesar disto, ele não se desanimasse, o Menes, o leitor das leis, fazia a leitura da
constituição da Sociedade, a qual prometia ajustar-se. Logo desta adesão, o
Thesmophores o conduzia com a cabeça descoberta, frente ao Hierofante, ante quem se
ajoelhava. Eles tomavam o juramento de fidelidade e discrição ao mesmo tempo que
colocavam a ponta de uma espada na sua garganta, invocando o Sol, a Lua e as Estrelas
para testemunhar sua sinceridade (Alexander ab Alexandro, livro 5, cap. 10).
Então retiravam a venda de seus olhos e situado entre duas colunas quadradas,
chamadas Betilies (Eusébio, Demonst. Evang. Livro 1). Entre estas colunas se colocava
uma escada de sete degraus, e outra figura alegórica de oito portas de diferentes
dimensões (Orígenes, Cont. Cels. - pág.34 da tradução de Buchereau). O Hierofante não
explicava no momento o sentido misterioso dos emblemas, porém se dirigia a ele como
segue:
“A ti que vem adquirir o direito de escutar, te digo: as portas deste Templo estão
firmemente fechadas para os profanos, eles não podem entrar aqui, porém tu, Menes,
Museo, Filho de Celestiais trabalhos e investigação, escuta minhas palavras, pois tenho
de revelar-te grandes verdades. Guarda-te dos prejuízos e paixões que podem afastar-te
do verdadeiro caminho da felicidade, fixa teus pensamentos sobre o Ser divino e
conserva-o para sempre ante teus olhos, ao final de um melhor governo de teu coração
e teus sentidos. Se tu desejas de coração passar o verdadeiro sendeiro à felicidade,
recorda que estás sempre na presença do Todo Poderoso ser que governa o universo.
Este único ser produziu todas as coisas, através d”Ele existem 6 , Ele as preserva;
nenhum mortal pode contemplá-lo, e nada pode ser ocultado ao Seu olhar” (Eusébio,
Preparat Evangel. 1-13. Clemente de Alexandria, Admonit. Ad Gent.).
Depois desta alocução, faziam o aprendiz subir a escada e diziam que isso era um
símbolo da Metempsicose. Também o ensinavam que os nomes e atributos dos Deuses
tinham um significado mais elevado que o conhecido pelo povo. A instrução deste grau
era científica ou física; explicavam a causa dos
ventos, relâmpagos e trovões; ensinavam anatomia e a arte da cura, e como fazer
medicamentos. Também ensinavam a linguagem simbólica e a escritura hieroglífica
(Jâmblico, Vida de Pitágoras). A recepção finalizava, o Hierofante dava ao Iniciado a
palavra pela qual se reconheciam mutuamente. Esta palavra era Amoun, que
significava: seja discreto (Plutarco, De Ísis e Osíris). Também lhe ensinavam o toque de
mão (Jâmblico, Vida de Pitágoras). Eles lhe colocavam uma espécie de capuz que
terminava em uma forma piramidal e lhe vestiam um mandil chamado Xylon. Em volta
de seu pescoço levava um colar com borlas que caiam sobre seu peito. À parte disto,
estava sem outras vestimentas. Seu trabalho consistia em atuar como Guardião da
Porta dos Homens.
SEGUNDO GRAU – NEOCORIS
Este grau, e o seguinte, representam cerimônias similares na Maçonaria Simbólica, e
tem também afinidade com dois dos mais altos graus da Série do Conselho[Concilio].
Se o Pastophoris, durante o ano de sua aprendizagem, deu suficientes provas de sua
inteligência, o submetiam a uma severa prova para prepara-lo para o grau de Neocoris
(Annobius, liv.5). Havendo transcorrido o ano, era levado a uma obscura câmara
chamada Endymion (Gruta dos Iniciados). Ali belas mulheres lhe serviam uma
deliciosa comida para repor suas forças desgastadas, que eram esposas dos Sacerdotes
ou virgens dedicadas a Diana. Elas o incitavam ao amor por meio de gestos. Ele devia
triunfar nestas dificultosas provas para dar prova de controle sobre suas paixões 7 .
Depois disto, o Tesmophores aparecia e fazia uma variedade de perguntas a ele. Se o
Neocoris respondia corretamente, o conduzia à assembléia. O Stolista (o Espargidor)
lançava água sobre ele para purificá-lo. Eles requeriam sua declaração, afirmando que
havia sido conduzido com sabedoria e castidade. Logo de uma declaração satisfatória, o
Tesmophores se dirigia a ele, tendo em sua mão uma serpente viva, que lançava sobre
seu corpo, porém que afastava com a parte inferior de seu mandil (Julius Firmicus
Maternus, cap. 2, diz que era uma serpente artificial dourada).
A câmara parecia estar cheia de répteis, para ensinar ao Neocoris a suportar o terror
corporal 8 . Quanto maior for a coragem mostrada na prova, tanto mais era louvado
depois da recepção. Então o guiavam para duas altas colunas, entre as quais se havia
um grifo empurrando uma roda (Ver a representação no Grande Gabinete Romano). As
Colunas indicavam o Leste e o Oeste. O grifo era o emblema do Sol, e os quatro raios da
roda indicavam as quatro estações.
Eles o instruíam na arte de interpretar o higrômetro, por meio do qual mediam as
inundações do Nilo; o instruíam na geometria e na arquitetura, e nos cálculos e
medições que posteriormente teria que utilizar. Porém estes eram grandes segredos,
somente revelados a aqueles cujo conhecimento estava muito acima do comum das
pessoas.
Sua insígnia era um bastão com uma serpente entrelaçada 9 (O caduceu de Mercúrio,
emblema do movimento do Sol em torno da eclíptica). A palavra do grau era Eve [Eva],
e nesta oportunidade lhe relatavam a queda da raça humana 10 . O signo consistia em
cruzar as mãos sobre o peito (Norden dá desenhos deste tipo).
O trabalho do Neocoris consistia em lavar as colunas.
TERCEIRO GRAU - MELANEPHORIS
A PORTA DA MORTE
O Iniciado deste grau recebia o nome de Melanephoris. Quando o Neocoris, por
inteligência e boa conduta se fazia merecedor do grau, era levado imediatamente para a
recepção. Era conduzido pelo Tesmophores ao vestíbulo, por cima de cuja entrada tinha
a inscrição “Porta da Morte”. O lugar estava repleto de diferentes espécies de múmias e
sarcófagos, com análogas ornamentações nas paredes. Sendo o lugar da morte o
Neófito encontrava o Parakistes.
Também aqui encontrava aos Heroi, aqueles que abrem os corpos, ocupados em seus
labores (Ver os desenhos de Norden). No meio do vestíbulo era colocado o ataúde de
Osíris, e dado que se supunha que havia sido recentemente assassinado, tinha traços de
sangue. Os oficiais interrogavam o Neófito se havia tido participação no assassinato de
seu Mestre. Depois de sua resposta negativa, dois Tapixeytes, ou sepultureiros, tomam
posse dele. O conduziam a uma habitação onde outros Melanephoris estavam vestidos
de negro.
O Rei, que sempre assistia a esta cerimônia, abordava o aspirante cortesmente,
apresentando-lhe uma coroa de ouro para sua aceitação, perguntando-lhe se
considerava-se com a coragem suficiente para
afrontar as provas pelas quais deveria passar. O aspirante, sabendo que devia rechaçar
a coroa, jogava-a ao chão e a pisoteava 11 (Tertuliano, Sobre o Batismo, cap. 5). Então o
Rei exclamava, “Ultrage! Vingança! E brandindo o machado sacrifical, golpeava
(suavemente) sua cabeça (O imperador Cômodo cumpriu este trabalho por um dia,
fazendo-o de maneira tão enérgica que se voltou trágica).
Os dois Tapixeytes derrubavam o aspirante, e os Parakistes o envolviam com vendas de
múmia; no meio dos gemidos dos assistentes, o transportavam através de uma porta
sobre a qual estava escrito “Santuário dos Espíritos”, e a medida que se abria se ouviam
trovões, relâmpagos e o suposto morto se
encontrava rodeado de fogo(Apuleio, Metamorfosis, livro 2). Charon tomava posse del
como espírito, descendo entre os juízes das sombras, onde Plutão estava sentado em
seu trono, tendo Radamanthus e Minos a seu lado, também Alecton, Nicteus, Alaster, e
Orfeu (Deodoro de Sicilia, Orfeu, livro 4). Este temível tribunal lhe dirigía severas
críticas em relação ao curso de sua vida, e finalmente o condenava a vagar pelas
galerias subterrâneas. Então lhe retiravam as vendas e os atados mortuários.
Então recebia a instrução de:
1. Nunca ter sede de sangue, e sempre assistir aos membros da
sociedade, cuja vida estiver em perigo.
2. Nunca deixar um corpo morto sem sepultura.
3. Aguardar a ressurreição do morto e o futuro julgamento. 12
O novo Melanephoris tinha que estudar desenho e pintura, dado que uma parte de seus
trabalhos consistia na decoração de sarcófagos e múmias. Era lhe ensinado um alfabeto
particular, chamado Hierogramático, que lhe era sumamente útil, dado que a História
do Egito, sua geometria, e os elementos de astronomia estavam escritos em ditos
caracteres. Também recebia lições de retórica, assim saberia como dar orações fúnebres
em público.
O signo de reconhecimento consistia em um peculiar abraço, cujo objeto era expressar
o poder da morte. A palavra era - Monach Caron Mini - Eu conto os dias de cólera.
O Melanephoris permanecia nestas galerias subterrâneas até que lhes fosse possível
julgar sua capacidade para avançar nas ciências mais elevadas; sendo obrigado a passar
o restante de seus dias neste lugar se não alcançasse o verdadeiro conhecimento.
QUARTO GRAU – CHISTOPHORIS
Batalha das Sombras (Tertuliano, de Militis Corona) A duração da cólera era
geralmente de dezoito meses, e havendo este transcorrido, o Tesmophores ia ver o
Iniciado, o saudava gentilmente, e depois de armá-lo com uma espada, o incitava a
segui-lo. Eles recorriam as sombrias galerias, quando abruptamente alguns homens
com máscaras de figuras horrendas, com chamas em suas mãos e serpentes em volta,
atacavam o Iniciado, gritando - Panis!
Os Tesmophores o incitavam a confrontar todos os perigos e a sobrepor-se a todos os
obstáculos. Ele se defendia com coragem, porém sucumbia ao número; então, eles
vendavam seus olhos e passavam uma corda em volta de seu pescoço, por meio da qual
era levado à sala onde recebia um novo grau. Logo era levantado estendido e
introduzido na assembléia, com grandes dificuldades para sustentar-se por seus meios.
A luz era restituída, e seus olhos ficavam deslumbrados com o brilho das decorações; a
sala oferecia um conjunto de magníficas imagens. O Rei, em pessoa, estava sentado
junto ao Demiurgos, o Grande Inspetor da Sociedade. Por debaixo destes altos
personagens estavam sentados o Stolista (Purificador pela Água); o Hierostolista
(Secretário), levando uma pluma em seu pentiado; o Zacoris (Tesoureiro); e o
Komastis, ou Supervisor de Banquetes. Todos levavam a Alydee [Aletheia], verdade.
Era uma decoração egípcia. Actianus, Var. Hist. liv.14, cap. 34, fala nestes termos:
“Eum omnium hominum justissimum et tenacissimum opportebat qui circa collum
imaginem ex saphiro gemma confectam gestabat.”
O orador ou cantor 13 pronunciava um discurso no qual elogiava o novo Chistophoris
por sua coragem e resolução. Ele insiste ao neófito para perseverar dado que somente
havia completado a metade de seus labores, e que teria que suportar até mostrar provas
completas de sua integridade.
Eles lhe davam uma taça cheia de uma bebida muito amarga, que chamavam cice, que
devia beber [Esta era a autêntica bebida que levava o nome de Xuxeon. Ahenee, liv.9].
Eles o investiam com diversos ornamentos. Ele recebia o {anel} de Ísis (Minerva); lhe
punham as {bolsas} de Anúbis (Mercúrio); o cobriam com o manto de Orci,
ornamentado com um capuz. Eles lhe ordenavam tomar uma cimitarra que lhe
ofereciam, com o fim de cortar a cabeça de um indivíduo que se encontraria no fundo
de uma profunda caverna a qual teria que entrar, para levar-lhe a cabeça ao Rei.
Nesse momento todos gritavam - “Niobe, aqui está a caverna do inimigo!”
Ao entrar ali, ele percebia a figura de uma mulher muito bela; estava revestida de uma
pele muito fina, e tão artísticamente realizada que parecia ter vida. 14 O novo
Chistophoris se aproximava à figura, a tomava pelos cabelos, e lhe cortava a cabeça,
apresentando-a ao Rei e ao Demiurgos. Depois de aplaudir esta ação heróica, eles lhe
informavam que era a cabeça de Gorgo (Gorgo, Gorgol, Gorgona, são os nomes
Egípcios da Medusa), a esposa de Typhon, que era a causa do assassinato de Osíris.
Eles aproveitavam esta circunstancia para inculcar-lhe que sempre deveria ser o
vingador do mal. Então recebia a permissão de por as novas roupagens que lhe
entregavam. Seu nome era inscrito em um livro junto a outros Juízes do país. Ele se
regozijava em livre comunicação com o Rei, e recebia seu alimento diário do Tribunal
(Deodoro de Sicilia, liv. 1, de Judiciis Aegyptiorum).
Juntamente com o código da Lei, lhe davam uma decoração que só podia levar na
recepção de um Chistophoris, ou na Cidade de Sais. Ela representava Ísis, ou Minerva,
sob a alegoria de uma coruja; e a alegoria era assim interpretada: - O homem, em seu
nascimento é cego como a coruja, e se converte em homem somente com a ajuda da
experiência e da luz da filosofia. O casco expressava o mais alto grau de sabedoria; a
cabeça decapitada, a repressão das paixões; o anel, uma defesa legítima contra a
calúnia; a coluna, firmeza; a vasilha de água uma sede de ciência; o carcajo, adornado
com flechas, o poder da eloqüência; a pica, persuasão levada a seus limites, quer dizer,
que por sua reputação alguém pode causar grande impressão à distância; os ramos de
palmeira e oliveira, os símbolos de paz (Grand Cabinet Romain, p.26). Eles lhe diziam
logo que o nome do grande legislador era Joa 15 (Deodoro de Sicilia, liv.1, De Egyptiis
Legum Latoribus). Este nome era também o nome da Ordem.
Os membros, em ocasiões, faziam reuniões onde os somente Chistophoris podiam ser
admitidos. Os Capítulos eram chamados Pixon (Fonte ds Justiça); e a palavra em uso
nessas tendas era Sasychis (um antigo sacerdote do Egito). Era ensinado ao Iniciado a
linguagem Amúnica (O Amúnico era uma linguagem misteriosa; ver a palavra do 1º). O
aspirante, havendo superado os Mistérios Menores, cujo objetivo era prepará-lo, o
instruíam nas ciências humanas, até o momento em que fosse admitido aos Grandes
Mistérios, e ao conhecimento da doutrina sagrada, chamada a Grande Manifestação da
Luz, quando não houvera mais segredos para ele. 16
QUINTO GRAU - BALAHATE
O Chistophoris tem o direito a demandar e o Demiurgos não pode recusar outorgar este
Grau. O candidato era conduzido à entrada onde era realizada a audiência, sendo
recebido por todos os membros. Então era conduzido a outra Sala, disposta para uma
representação teatral, na qual era, de certa forma, o único espectador, e na qual cada
membro tomava parte.
Um personagem chamado Orus acompanhava vários Balahate, que portavam tochas;
eles marchavam para a Sala e pareciam estar buscando algo. Orus desenbanhou sua
espada ao chegar à entrada de uma caverna, a qual saiam chamas; na parte inferior
dela, estava o assassino Typhon, com aparência de ânimo decaído. Ao se aproximar
Orus, Typhon se levantou, tomando uma aparência terrífica, com uma centena de
cabeças sobre seus ombros, todo seu corpo coberto de escamas, e sus braços de enorme
longitude. Orus avançou para o monstro sem permitir ver-se amedrontado por seu
terrível aspecto, derribando-o e afastando-o. Logo o decapitou, e tirou seu corpo da
caverna, o qual seguia vomitando chamas.
Logo em silêncio exibiu as horrorosas cabeças.
Este cerimonial terminava com a instrução que se dava ao Balahate, que inclua a
explicação desta alegórica cena. Era dito que Typhon simbolizava o fogo, que é um dos
mais terríveis agentes, não obstante, o qual, nada pode ser feito no mundo sem ele.
Orus representava a indústria e o labor, por meio das quais o homem realizava grandes
e úteis empresas ao dominar a violência do fogo, dirigindo seu poder e apropriando-se
de sua força. O Chistophoris era instruído em Química e a arte de decompor as
substâncias e mudar os metais. Ele contava com a assistência de mestres quando
necessitava das investigações e experiência que eles tinham nessa ciência.
A palavra da ordem era Chymia.
SEXTO GRAU - O ASTRÔNOMO ANTE A PORTA DOS DEUSES
A preparação deste grau começava pondo-lhe correntes no Candidato. Os Tesmophores
o conduziam à Porta da Morte, que tinha que descer por quatro etapas, devido a que a
Caverna de recepção era a previamente usada para o terceiro grau, e que nesta ocasião
estava cheia de água com a finalidade de deslocamento da Barca de Caron [Caronte]. A
presença de alguns sarcófagos causava impacto nos olhos do Candidato. Era informado
que eles conservavam os restos daqueles membros que haviam traído os segredos da
sociedade; e o ameaçavam com o mesmo destino se cometesse tais crimes.
Então era situado ao centro da assembléia com a finalidade de tomar-lhe um novo
juramento. Depois de tê-lo pronunciado, lhe explicavam a história da origem dos
Deuses, que eram objeto de adoração do povo, e por meio dos quais eles dirigiam sua
credulidade; porém também lhe indicavam a necessidade de conservar o politeísmo
para o comum das pessoas. 17 Eles ampliavam as idéias que lhe haviam sido
apresentadas no primeiro grau, sobre a doutrina do Ser único que abarca todo tempo,
preside sobre a união e regularidade do universo, e quem, por sua natureza, está por
cima da compreensão do espírito humano.
O grau foi consagrado à instrução do Neófito no conhecimento e prática da astronomia.
Ele estava obrigado a dedicar a noite a observações, e a cumprir com os labores que lhe
encomendavam. Ele era advertido de estar precavido contra os Astrólogos e
desenhistas de horóscopos, a quem viam como autores da idolatria e superstição, pelo
qual esta Escola de Mistérios tinha aversão. Estes astrólogos haviam eleito a palavra
Phoenix como palavra da ordem, à qual os Astrônomos a ridicularizaram. 18
(Heródoto, Hist. Aethiop., liv. 3). Depois da recepção, conduziam o Iniciado para a
Porta dos Deuses, e o introduziam no Panteão, onde ele contemplava a todos os Deuses
e os via representados por pinturas magnificentes. O Demiurgos relatava novamente a
história, sem ocultar-lhe nada.
A palavra do grau era Ibis, significando grua, que significava vigilância.
SÉTIMO GRAU - PROFETA OU SAPHENATH PANCAH
(O homem que conhece os Mistérios - Jâmblico, De Mistérios Aegypt.)
Este grau era o último e o mais eminente. Nele davam a mais completa e detalhada
explicação de todos os Mistérios. O Astrônomo não podia obter este grau, que
estabelecia sua aptidão em todas as funções, públicas e políticas, sem o consentimento
do Rei e do Demiurgos; e ao mesmo tempo o consentimento geral dos membros
internos da Sociedade. Eles punham a sua disposição uma lista de todos os Grandes
Inspetores, na ordem cronológica na qual haviam vivido, e também uma lista de todos
os membros da sociedade espalhados sobre a face do globo. 19 Eles lhe ensinavam a
dança sacerdotal que figurava o curso das estrelas (Luciano, De Saltatione).
A recepção era seguida por uma procissão pública à qual davam o nome de Pamylach
(Oris circunciso - circuncisão da língua). [Esta pareceria uma expressão figurada, pela
qual queriam dizer que o Neófito adquiriu todo o conhecimento que poderiam dar, sua
língua era aguda, e lhe era permitido falar de todo conhecimento.] 20 Eles exibiam
então ao povo os objetos sagrados. A procissão finalizava; os Membros da Sociedade
partiam clandestinamente para a cidade durante a noite, retirando-se a um lugar fixado
e reunindo-se novamente em algumas casas de forma quadrada, que tinham vários
aposentos ornamentados com admiráveis pinturas, representando a vida humana
(viagem de Lucas ao Egito). Estas casas eram chamadas Maneras (residência de
Manes), porque o povo cria que os Iniciados tinham um particular tratamento com os
Manes do defunto; as Maneras estavam ornamentadas com um grande número de
colunas, entre as quais havia alguns sarcófagos e uma esfinge.
Ao chegar, ao novo profeta era oferecida uma bebida chamada Oimellas, (verdadeiro
oinomeli, composto de vinho e mel, Athenee, Liv. 9), comunicando-lhe que havia
chegado ao final de todas as provas. 21 Ele era então investido com uma cruz, cuja
significação era peculiar 22 e somente conhecida aos Iniciados, que devia levar
continuamente. (Rufino. Liv. 2, Cap. 29). Ele era investido com uma bela toga com
raios brancos, muito ampla,chamada Etangi. Eles raspavam sua cabeça, e seu penteado
era de forma quadrada. (Pierius, Liv. 32, Gd. Cabinet Romain, p. 66). O signo principal
se realizava levando as mãos cruzadas nas mangas da toga, que eram muito largas.
(Porfirio, De Abstinentia).
A palabra de ordem era Adon 23 (Senhor, raiz de Adonis, singular Adonai. Histor.
Deor. synt. Prim., Lilio Gregor autore p. 2).
O Profeta tinha permissão para ler todos os livros misteriosos que estavam na língua
Amúnica, para o qual lhe davam a chave, que chamavam Poutre Royale. (Plutarco, De
Amore Fraterno. Diodoro de Sicilia, in Auditionibus). A maior prerrogativa de seu grau
era a contribuição de seu voto na eleição do Rei. (Synesus, De Providentia). O novo
Profeta, depois de um tempo, podia subir aos cargos da Sociedade, e ainda ao de
Demiurgos.
OS OFÍCIOS E OFICIAIS
1º - O Demiurgos, Grande Inspetor da Sociedade. Ele vestia uma toga em azul céu,
salpicada de estrelas bordadas, e um cinturão amarelo (Montfaucon, Liv. 2, p. 102, fig.
1) Ungerus, De Singulis). Ele levava em seu pescoço uma safira rodeada de brilhantes e
suspenso em uma corrente de ouro. Ele era também Supremo Juíz de todo o país.
2º - O Hierofante estava vestido de maneira similar, exceto que levava em seu peito
uma cruz.
3º - O Stolista, estava a cargo da purificação do Aspirante pela água, vestia uma toga de
raios brancos e um calçado de forma peculiar. Estava a cargo da custódia do vestíbulo.
4º - O Hierostolista (Secretário), tinha uma pluma em seu penteado, e tinha em sua
mão um vaso de forma cilíndrica, chamado Canonicon, para a tinta.
5º - O Thesmophores, encarregado da introdução dos Aspirantes.
6º - O Zacoris cumpria as funções do Tesoureiro.
7º - O Komastis tinha a cargo os Banquetes e controlava os Pastophores.
8º - O Odos era Orador e cantor.
BANQUETES
Todos os membros estavam obrigados a lavar-se antes de ir à mesa. Não lhes era
permitido o vinho, porém podiam tomar uma bebida similar a nossa moderna cerveja.
24 Eles levavam em volta da mesa um esqueleto, o Butoi (Sarcophagus 25 , figura de
um ataúde). 26 O Odos entoava um hino chamado o Maneros, que começava assim:
“Oh morte! Vem em uma hora conveniente”. Todos os membros se uniam em coro.
Quando o ágape concluía todos se retiravam; alguns para atender suas ocupações,
outros para dedicar-se à meditação; o maior número, de acordo com a hora, para
saborear as bondades do sono, com a exceção daqueles cuja tarefa era estar de guarda
para conduzir pela Porta dos Deuses (Birantha), aos iniciados de 6º que desejavam
fazer observações celestes; estes estavam obrigados a passar a noite inteira e secundar,
ou melhor, dirigir os labores astronômicos.
Tradução da versão inglesa, incluída no “Freemasonry of the Ancients
Egyptians”, de Manly P. Hall, por Harmakis e para o português pela
Frater Lucis IAO Abraxas.
1 O governo do antigo Egito era teocrático. Ainda que o Faraó parecia ser a cabeça do
Estado, os sacerdotes eram os verdadeiros governadores do império. O rei era posto
em seu trono pelos sacerdotes, mantido ali pela influência sacerdotal, e permanecia
toda sua vida sob a tutela e proteção do sacerdócio. Os templos eram os santuários
das Letras e das Ciências, e o saber em todos os seus ramos era cultivado
exclusivamente pelo sacerdócio. Na civilização moderna é considerado como
princípio sagrado que o conhecimento seja de propriedade comum; toda a
humanidade tem direito a participar no conhecimento de acordo com a amplitude de
suas capacidades intelectuais. Porém no Antigo Egito, o conhecimento foi
considerado como um alto privilégio, e a educação estava sob a direção de um
pequeno número de indivíduos escolhidos que estavam organizados nas Escolas de
Mistérios ou nas instituições sagradas do Estado. Os membros destes grupos estavam
unidos por vínculos, votos e juramentos de segredo.
2 O Hno. Godfrey Higgings sugere que esta é a origem da crença popular de que
todos os Franco-Maçons estão marcados.
3 Os Drussos e outras sociedades conhecidas em nosso 29º seguem o mesmo antigo
costume.
4 O Yoga Hindú faz o mesmo, porém isto é para dar a oportunidade de adotar
costumes de hibernação, e contribuir ao resultado.
5 Por esta se entende aquela que é chamada na Franco-Maçonaria do século XVIII
como o gabinete de reflexão, habitação destinada à concentração e meditação.
6 Um dos mais profundos segredos das doutrinas metafísicas da Antigüidade foi a
crença em um Deus perfeito, uno, único e eterno. Os mais sábios iniciados
reconheceram a unidade do divino princípio e deixaram a população ignorante e
desinformada das teologias politeístas. Os Gregos, como os Egípcios, reconheciam um
Deus, cujos mistérios celebravam com apropriados rituais e ritos. Os menos
informados entre os Gregos, entretanto, continuavam venerando um elaborado
panteão de divindades. O culto do Deus Uno era celebrado pelos maiores filósofos
Gregos no templo de Eleusis, sob o pretexto de venerar a Deusa Ceres.
7 Este pode ser considerado como improvável, porém, entretanto, é certo. Os Drussos
o apresentam como a última grande prova ao Iniciado, e o advertiam severamente
por não cumprir com seu juramento. Isso precede às obscuras aparições na qual pode
ser chamada Sala dos Espíritos, que eles fazem aparecer à vista do Iniciado pela
vontade mesmérica, pelos dias de jejum e pelas provas.
8 Os Coptos possuíam a arte de privá-los do veneno.
9 O Caduceu de Mercúrio é o emblema do movimento do Sol em torno da eclíptica
(nota editorial: o movimento do Sol está representado pelas serpentes, porém esta é
uma das interpretações deste símbolo).
10 Clemente de Alexandria disse algo similar. Parece também confirmado por
recentes descobertas de inscrições Assírias. Também existem ainda sociedades da
mais antiga data, no refúgio do Himalaia, que transmitem tal informação. Em algum
momento vamos dar a conhecer um escrito em relação com o tema, e mostrar a
importância destas sociedades na transmissão dos Antigos Mistérios e da Moderna
Franco-Maçonaria. Quando relacionamos esta particularidade com o comentário que
encontramos em um famoso livro, encontramos sem dúvida que a similitude dos
sistemas merece l concentrada atenção dos pensadores. Não devemos esquecer que o
autor do Gênesis havia sido levado à corte do faraó Egípcio e havia sido iniciado nos
Mistérios. Em outras palavras, ele havia adentrado profundamente nos segredos do
templo e havia obtido a posse de um conhecimento secreto, cuja profunda significação
nunca foi posta em dúvida. Moisés, assim mesmo, alcançou a maestria no princípio
da legislação religiosa e deu prova disso quando se converteu em líder de seu povo.
11 Nos Mistérios de Mitra ele respondia, “Mitra é minha Coroa”.
12 El Editor afirma que este es un error, atribuido a Platón, que habría comprendido
mal su instrucción Egipcia.
13 Ninguém pode duvidar que as linguagens antigas eram harmoniosas em sua
pronunciação. As linguagens primitivas estavam compostas somente de consoantes.
O leitor inseria as vogais de acordo com certas regras aceitas. Este é um dos
princípios da Qabalah. Os oradores e sacerdotes, ao recitar coisas sagradas se
expressavam em uma espécie de canto. A poesia é a linguagem dos Deuses, e é
natural conferir um certo ritmo à recitação de hinos e poemas sagrados.
14 Os antigos provavelmente conheciam a epiderme que cobre o interior da papada
do boi. Tem diversos usos, o mais importante na cirurgia.
15 A palavra Jehová expressa, sem dúvida, Joa. É significativo que esta última seja a
palavra sagrada do grau 88 de Misraim. É devido a um erro que é escrita como Zao
nos livros dos Ritos, e no Tuileur de Tous Les Rites [Orientador de Todos os Ritos],
pág.421, entretanto, verdadeiramente podemos dizer que o J ou Dja dos Hindus era
expressa pelo Z em alguns países.
16 Jâmblico explica isto claramente. Os Sacerdotes exibiam ao Epoptae as variadas
ordens de Espíritos. O Herói, os semi-deuses, as potências elementais, arcanjos, anjos
e Espíritos tutelares. Mais ainda, eles descreviam e explicavam a origem e as
qualidades destas diferentes ordens do mundo superior, de uma forma clara e
precisa, mostrando a grande perfeição à qual haviam chegado na ciência da
Teologia. - John Yarker.
17 A tradição do politeísmo não era absurda em suas origens. Estas tradições eram
resultado da invenção de engenhosos emblemas, desenhados para revelar os
princípios da vida e dos trabalhos da lei universal. Os emblemas mesmos foram
confundidos com os princípios que representavam. Assim, por exemplo, o boi foi
utilizado para simbolizar a força, porém, no curso das idades, o verdadeiro
significado foi esquecido e os homens renderam culto ao boi, não como uma
figuração, senão como uma realidade. Os Heróis eram venerados por suas
prodigiosas ações, extraordinárias virtudes, estando em gratidão pelos serviços por
eles prestados à sociedade. Depois de um tempo, os mortais não imaginativos
deificaram estes heróis, honrando aos homens antes que às virtudes que eles
representam. Assim é como a superstição desnaturaliza as coisas razoáveis, levando
ao ignorante o erro e os abusos que inevitavelmente resultam do erro.
18 Nesses remotos tempos, os sacerdotes professavam as doutrinas mais sãs e
iluminadas, e eram os inimigos da ignorância, a traição, o engano e a superstição. É
uma verdade demonstrada por milhares de exemplos, que o conhecimento desenvolve
a inteligência; que as luzes da Filosofia, ao elevar a alma, expandem a razão e
conduzem ao homem a idéias que são justas, opiniões que são sábias, sentimentos que
são filantrópicos, e ações que são honráveis e proveitosas.
19 Com a declinação dos Mistérios pagãos, os membros das escolas secretas se
separaram, e viajando a diferentes partes do mundo, eles espalharam os fragmentos
das velhas doutrinas entre muitas raças e povos. Assim, uma porção da filosofia
professada por aqueles que viviam junto ao Nilo penetraram nos bosques da
Alemanha, onde se mesclaram com práticas bárbaras e perderam sua pureza e
sublimidade. As perseguições religiosas nas diferentes eras deportaram iniciados que
espalharam as filosofias em nações estrangeiras. É fácil entender como as sábias
doutrinas, disseminadas entre gente inculta, perderam seu sentido, e se degradaram
em despotismo teológico e superstição fanática. Thomas Paine, menciona
investigações que realizou acerca da origem da Franco-Maçonaria entre os hábitos e
práticas dos Druidas. Outros escritores sustentam que a Franco-Maçonaria teve suas
origens nos ritos praticados nas Pirâmides. Isso indicaria que a presença de
simbolismo Franco-Maçônico entre tantos povos diferentes, aponta a uma origem
comum dos símbolos, da doutrina e da interpretação.
20 Esta é provavelmente uma nota de um Irmão Francês, que traduziu o trabalho do
Alemão. É provável que a circuncisão fosse real e não figurativa. Os praticantes
Hindús de Hatha Yoga, tem a língua cortada na parte de baixo para que esteja solta,
de maneira de poder inserir a ponta na garganta, e assim deter a respiração. - J. Y.
21 O relato referente ao doce e agradável licor que se oferecia ao novo profeta deveria
entender-se alegoricamente. A taça representava o conhecimento ou sabedoria da
qual os homens bebem como de uma fonte de água viva.
22 A forma da Cruz nos leva muito mais anteriormente da origem do Cristianismo.
Os Gregos, por exemplo, usavam ornamentos cruciformes. Suas construções,
consagradas a várias crenças religiosas, estavam construídas em forma de cruz. Esta
forma representa os quatro pontos cardeais ou ângulos do mundo.
23 A palavra Adon significa senhor e é a raiz de Adonis, que é o singular de Adonai.
24 Os sacerdotes Egípcios eram muito estritos no uso de qualquer bebida alcoólica e
não permitiam vinhos ou bebidas fortes em nenhuma de suas ordens. Maomé
concordou com esta atitude e fez da temperança um dos pilares do Islã.
25 É daqui, segundo parece, que a palavra sarcófago teve sua origem.
26 De acordo com as antigas tradições, nos banquetes importantes sempre se
encontrava sentado um esqueleto humano no lugar de honra, recordando os
participantes que ainda quando festejavam e se divertiam, a morte nunca estava
longe deles; para usar um velho adágio, vive bem neste mundo, porém nunca
esqueças que prontamente deixarás este estado temporal.
27 Também há uma tradução muito semelhante a essa em português, do livro Ritual
do Grau de Mestre, de J.M.Ragon - Editora Pensamento.
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JAN 03 2010
SIMBÓLICA MAÇÔNICA Outro livro muito bom.
Segue link do Google Books, mas também recomendo a compra do mesmo.
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JAN 03 2010
Vida Oculta na Maçonaria Livro imperdível para quem pretende se aprofundar nos estudos da Ordem.
Recomendo a compra do livro para futuras consultas.
Abaixo segue o link com uma versão do livro no Google Books.
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JAN 02 2010
Rituais e Simbolismo Ir.´. Josef A. V. K. Führer
A Maçonaria é uma comunidade em cujo centro se desenrola um renascimento
espiritual do homem. Trata-se de uma evolução para a maturidade, de um processo
psíquico e íntimo, para uma iniciação. Para obtê-la, a Maçonaria encontrou um método
especial que, por meio de repetições ritualísticas e mais um desenvolvimento gradual,
põe em andamento o auto-encontro e a individualização do homem.
São os rituais e símbolos em que inicialmente se inspiraram os costumes das antigas
irmandades de pedreiros. Além disso, entraram nos rituais dos maçons ideais do
gnosticismo, da kabbala, dos pythagoraeas e do cristianismo. O ritual maçônico torna-
se, para cada participante, um portador de venturas e um centro dos seus pensamentos
e ações. Em todas as lojas do mundo, os rituais, no seu desenrolar essencial, são
parecidos, de tal maneira que cada um poderá entender sentido e conteúdo, mesmo não
entendendo a língua do respectivo país. O ritual é a parte essencial. Com efeito, pela
eficácia de sua forma, deve produzir um ambiente geral positivo, que se eleva por cima
dos acontecimentos da vida cotidiana. Eis por que, durante o ato ritualístico, a música
também é de grande importância. Por meio do ritual maçônico, a experiência de ensino
é transmitida.
O ritual maçônico revela ao participante que existe algo mais que números e lógica,
algo mais que aquisição e concorrência, algo mais que a luta pela existência, que
preocupações e incômodos. Num ritual, evidentemente, só se revela aquele que está
disposto a vivê-lo. Apresenta-se de certa forma como envelope para um recado que foi
levado por todos os países e povos, para todos os tempos e que também deverá
continuar nesse caminho. É pouco provável que exista uma idéia cujo objetivo é o
homem, pura e simplesmente, e mais a procura da origem, da razão e do destino na
vida humana, e que não se possa encontrar num ritual maçônico.
A Maçonaria chama esse trabalho também uma ARTE REAL. A arte pressupõe a livre
escolha como indício essencial, exigindo fantasia criativa, um grande coração e mais a
ação devido à necessidade de uma vontade própria e livre. Seguindo a este conceito, a
Maçonaria pretende ser uma arte que, pelo seu simbolismo, assiste ao homem para
encontrar-se a si mesmo. Durante a cerimônia ritualística, cada um ganha
esclarecimentos metafísicos. As formas severas tradicionais, a música e a palavra falada
levam à uma emoção coletiva, que dificilmente será experimentada mais intensamente
em outros círculos ético-humanitários.
O pronunciamento espiritual, da filosofia maçônica não se apresenta essencialmente
por palavras, mas, sim, por sinais e símbolos.
Entendem-se por símbolos sinais e designativos, ao mesmo tempo.
Realidade e verdade serão ilustradas com parábolas, transformando-se os concretos em
abstratos e os abstratos em concretos.
Por meio de símbolos e atos simbólicos, o sensual e o transcendental são conciliados à
idéias nítidas e realmente pronunciadas. No simbolismo, o espírito pode se manifestar
com a máxima liberdade.
Símbolos representam a língua própria para a manifestação do transcendental e do
mais sublime. Em todos os tempos, os mais sagrados reconhecimentos e revelações dos
homens foram representados simbolicamente, pois somente no símbolo e por meio do
mesmo o segredo ressalta da obscuridade e se torna perceptível ao espírito.
Pelo símbolo, em toda a parte e em todos os tempos, consegue-se expressar
pensamentos abstratos, emoções íntimas e indizíveis e conhecimentos espirituais por
meio de imagens reconhecíveis e palpáveis. Essas imagens são profundas, permitindo
também uma interpretação individual, quer dizer, permitem uma interpretação
adogmática. Símbolos são compreensíveis, do mesmo modo, tanto para o mais como
para o menos instruído, o que um sente e prevê, outro enxerga e reconhece ou, em
outras palavras, um contempla a imagem do espírito e outro enxerga o espírito da
imagem. Ambos encontram e reúnem na contemplação de imagem e sinal, com isso
assistindo a algo quase inesquecível.
O simbolismo maçônico compõe-se de sinais e costumes simbólicos tirados dos
costumes das oficinas de construção de catedrais medievais. Principalmente são
ferramentas que se tornaram importantes no simbolismo maçônico. Nesse conteúdo,
cada símbolo tem um significado duplo’ um ético-moral e um esotérico-espiritual.
A interpretação ética e moral do símbolo indica um comportamento ético-moral. Por
meio da interpretação esotérico-espiritual, o observador de um símbolo chega ao
âmbito do luminoso, do indizível, aproximando-se da campo do transcendente.
O sentido dos símbolos para o maçom deve ser elucidado com alguns exemplos. Há os
símbolos, como compasso e angulário, prumo e nível. O compasso é o símbolo da união
de todos os homens, em amor e disposição de compreensão e a indicação da
dependência do homem a uma força primitiva espiritual. Uma ponta do compasso
simboliza essa força; a outra, o enorme universo, com o grande número de homens
distintos, todos filhos desse um e único criador.
O triângulo é símbolo de integridade e justiça. Ao mesmo tempo, indica a grande ordem
que reina no universo.
O prumo é símbolo para a sondagem da própria profundeza humana, do esforço pelo
“reconhece a ti mesmo”. Ele deve conduzir ao encontro de nós mesmos com Deus.
O nível indica que todos os homens são iguais, devendo considerar isso na sua relação
com seus semelhantes. Ele nos ensina que é insensato orgulhar-se de posses, de glória,
de título e honra e por causa disso considerar pouco os outros, pois, perante Deus,
todos os homens são iguais. Valem somente os valores espirituais, adquiridos pelo
homem, durante a sua evolução.
A pedra bruta, um símbolo importante da Maçonaria, apresenta o homem com as suas
insuficiências e arestas características. Trabalhar nesta pedra é missão maçônica.
Trabalhar no sentido maçônico, porém, não é um trabalho físico. E o esforço de
penetrar nessa esfera espiritual que nos foi esboçado pelos grandes poetas da cultura
humana.
Nessa esfera desprende-se o homem da sua base material, dando o verdadeiro sentido à
sua vida. Trabalho no sentido maçônico é dirigir-se a uma vida consciente, para um
exame permanente das próprias ações e do comportamento com os seus semelhantes, é
a formação do próprio caráter, é a manifestação dessa força que chamamos amor e é a
consciência e o aprendizado da compreensão de que, na realidade, nesta Terra apenas
somos hóspedes, que somos mortais e que para o transitório temos de usar os critérios
do morredouro.
Os símbolos da Maçonaria pessimamente interpretados são caixão e caveira; mas ao
mesmo tempo, os mais fáceis de entender. Em virtude do fato invariável de que nós,
homens, somos mortais, esses símbolos indicam a nossa transitoriedade. Por isso, em
representações simbólicas, a Maçonaria traz para cada um a emoção ritualística da
própria morte. Isso é o ponto de partida para uma mudança radical na vida, pois
unicamente a consciência do fato de que a própria morte é inevitável poderá
estabelecer outros critérios para todos os pensamentos e ações.
Quando o homem chegar a saber que indubitavelmente na morte todos os tesouros
terrestres, todo o poder e toda a ambição são sem valor, então ele, de repente, terá que
encontrar uma resposta pela pergunta: quem de fato ele individualmente representa e
mais o que poderá proporcionar o maior e verdadeiro sentido à sua vida.
Por meio dessa emoção ritualística, cada um por si deverá encontrar a verdade. De
agora em diante, ele deverá encontrar a verdade. De agora em diante, ele deverá se
sentir levado a procurar saber a verdade sobre si mesmo. Deve ele reconhecer que o
belo brilho com que ele se veste, sua ambição, seu ímpeto, pela confirmação própria,
sua mania de prestígio representam apenas invólucro, imaginações desejosos, neurose
e ilusões que não resistem à verdade da morte. O homem, para si mesmo, deve tornar-
se um livro aberto. Somente se ele se reconhece a si mesmo, abre-se para ele a plena
verdade, permanecendo a mesma inalcançável para quem aqui procurar servir-se de
pretextos ou reservas. O encontro da própria personalidade de um homem, portanto,
exige um esforço referente a ele mesmo que consiste em uma eliminação de todas as
falsidades e outros obstáculos em primeiro plano, numa conscientização própria e
radical de todas as influências incontroláveis e adversas.
Ao mesmo tempo, pela simbólica confrontação da morte, deve ser quebrado o nimbo da
incerteza, para ajudar que cada um por si chegue ao âmago de sua própria
personalidade. O segredo da Maçonaria é a experiência individual dos rituais
maçônicos. Segredo porque os sentimentos íntimos e mentais não podem ser
explicados, nem formulados por palavras. Esse segredo tampouco poderá ser
desvendado. E baseado no mistério desta sociedade de homens. E o segredo da vivência
pessoal.
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JAN 02 2010
Landmarks Albert Pike Albert Pike (1809-1891) foi um célebre maçom norte-americano, nascido em Boston.
Poeta, advogado e militar (chegou ao generalato) foi Soberano Grande Comendador do
Supremo Conselho da Jurisdição Sul dos Estados Unidos.Sua obra principal é "Morals
and Dogma", de 1871, onde estuda os Altos Graus, um a um.
Sua classificação de landmarks foi resultado de um amplo estudo e de uma arrasadora e
erudita crítica contra o emaranhado de falsos limites, apresentados pelos autores da
época, incluído, aí, o seu discípulo Albert Gallatin Mackey. Para Pike, os landmarks são
apenas cinco:
1º - A necessidade dos maçons reunirem-se em Lojas;
2º - O governo de cada Loja por um Venerável Mestre e dois Vigilantes;
3º - A crença no Grande Arquiteto do Universo e numa vida futura;
4º - A cobertura dos trabalhos da Loja;
5º - A proibição da divulgação dos segredos da Maçonaria, ou seja, o sigilo maçônico.
Pouco há a comentar sobre um trabalho como esse, bastando dizer o seguinte: todas as
regras relacionadas são verdadeiros landmarks; e é a única classificação conhecida em
que isso ocorre. Mesmo que alguns autores contestem uma ou outra dessas regras,
nenhum deles pode deixar de reconhecer essa verdade. Subsidiariamente, é forçoso que
se note que, nesta classificação, não consta à iniciação exclusiva de homens, que sejam
livres e não mutilados.
Pela sua erudição maçônica, pela síntese absoluta que faz em sua relação de limites, e
por relacionar somente verdadeiros landmarks, Pike, com sua compilação, é que
deveria merecer a maior credibilidade dos maçons.Lamentavelmente, não é isso que
acontece nos países latinos, onde a classificação de Mackey reina soberana, sendo,
quase sempre a única conhecida e tomada como lei incontestável, embora seja uma das
mais falhas e mais mentalmente castradoras de todas as compilações existentes, tendo
vinte, das vinte e cinco regras, que não são verdadeiros landmarks e não tendo prestígio
nem dos EUA, país natal de Mackey, onde só quatro das cinqüenta e duas Grandes
Lojas a aceitam.
Ir.´. José Castelani
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JAN 02 2010
Landmarks LANDMARKS
As mais antigas leis que regem a Maçonaria Universal.
Muito já se tem escrito e discutido acerca dos Landmarks na Maçonaria.
A primeira vez em que se fez menção à palavra Landmark em Maçonaria foi nos
Regulamentos Gerais compilados em 1720 por George Payne, durante o seu segundo
mandato como Grão Mestre da Grande Loja de Londres, e adotados em 1721, como lei
orgânica e terceira parte integrante das Constituições dos Maçons Livres, a conhecida
Constituição de Anderson. Com efeito, o artigo 39 dos Regulamentos Gerais de 1721
estabelece o seguinte:
“XXXIX — Cada Grande Loja anual tem inerente poder e autoridade para modificar
este Regulamento ou redigir um novo em benefício desta Fraternidade, contanto que
sejam mantidos invariáveis os antigos Landmarks...”
Os Landmarks, que podem ser considerados “constituição maçônica não escrita”, longe
de ser uma questão pacífica, se constituem numa das mais controvertidas demandas da
Maçonaria, um problema de difícil solução para a Maçonaria Especulativa.
Há grandes divergências entre os estudiosos e pesquisadores maçônicos acerca das
definições e nomenclatura dos Landmarks. Existem várias e várias classificações de
Landmarks, cada uma com um número variado deles, que vai de três até cinqüenta e
quatro. Segundo Virgílio Lasca, citado por Nicola Aslan em “Landmarques e Outros
Problemas Maçônicos”, para a Grande Loja de Nova York os Landmarks são apenas
seis, para a Grande Loja da Virgínia são sete, para a Grande Loja de Massachusetts são
oito, para a Grande Loja de Nova Jersey são dez, para a Grande Loja de Tennessee são
quinze, para a Grande Loja de Connecticut são dezenove, para a Grande Loja de
Minnesota são vinte e seis e para a Grande Loja de Kentucky são cinqüenta e quatro.
Via de regra, as Obediências Maçônicas adotam, tácita ou explicitamente, a
classificação de vinte e cinco Landmarks compilada por Albert Galletin Mackey, sobre a
qual recaem severas críticas restritivas.
Considerando-se que, segundo Albert Pike, citado por Nicola Aslan em “Landmarques e
Outros Problemas Maçônicos”, ao elaborar a sua classificação de apenas cinco
Landmarks, até, pelo menos, o ano de 1723, a Lenda do Terceiro Grau ainda não havia
sido introduzida na Maçonaria Especulativa, o Terceiro Landmark da compilação de
Albert Mackey não pode ser reconhecido e tido como verdadeiro, tomando-se como
base o conceito de Landmark do próprio Mackey que, desse modo, se expressou em
“Masonic Jurisprudence”:
“Há diversidade de opiniões entre os tratadistas a respeito da natureza das Antigas
Marcas da Maçonaria; porém o melhor método será limitá-las aos antigos e universais
costumes da Ordem que acabaram por concretizar-se em regras de ação, ou que se
articularam em leis por alguma autoridade competente, e o seria em tempo tão remoto
que não deixou sinal da história”.
Estudiosos há que, pretensamente, os consideram como princípios fundamentais da
Maçonaria como Instituição, ainda que sua origem se perca na poeira dos tempos e não
tenha sido obra de nenhum legislador.
Como refere Nicola Aslan (Landmarks e outros problemas maçônicos - Estudos, p. 13),
"a idéia geral que se tem sobre os Landmarks, na Maçonaria, é que são usos, costumes,
leis e regulamentos universalmente reconhecidos, existentes desde tempos imemoriais,
fundamentais princípios da Ordem, inalteráveis e irrevogáveis, e que não podem ser
infringidos ou desviados o mais levemente que seja. Tão remotos seriam eles de não se
lhes poder determinar a origem, e tão essenciais que, se fossem alterados, modificados
ou emendados, também estaria mudado o próprio caráter da Maçonaria".
Etimologicamente, a expressão deriva da palavra inglesa landmark, composta de land -
terra, solo, terreno, e mark — limite, marco. Como assinala Aslan (op. cit., p. 15), “...
significa, pois, marca na terra para ser utilizada como ponto de referência, e mais,
limite, linde, marco, lindeiro, fronteira, raia, termo, ponto divisório, baliza, confim,
estaca, etc. Mas em literatura maçônica, o vocábulo tem o sen1ido de regra ou norma".
Afirma ainda que, como tantas outras, a idéia dos Landmarks veio da Bíblia, o que não
deve causas estranheza, de vez que "a partir do momento em que os ingleses se
afastaram do domínio religioso de Roma, as Sagradas Escrituras se tornaram o livro de
cabeceira daquele povo”. E de fato, vários versículos da Bíblia referem-se a marcos e
limites. “Há os que removem os limites” (Jó, 24, 2); “Não removas os marcos antigos
que puseram teus pais” (Provérbios, 22, 28); “Maldito aquele que mudará os marcos de
seu próximo” (Deuteronômio, 27, 17). (Nicola Aslan, ibidem).
É oportuno mencionar-se que Anderson, a quem se atribui a sistematização da
Constituição de 1723, era pastor. A propósito, Christian Jacq (A Franco-Maçonaria —
História e Iniciação, p. 15), afirma que dois homens representaram importante papel na
elaboração das constituições surgidas em 1723: o pastor Jean Théophile Désaguliers
(1683-17??) e o pastor Anderson (1684-1739).
Isso evidencia que a polêmica ultrapassa os limites dos Landmarks propriamente ditos,
estando presente até na definição da autoria da Constituição de Anderson, de 1723.
Sobre o assunto, diz Christian Jacq (ibidem, p. 16), “... predominam três teorias:
Anderson é o único autor; Désaguliers é o verdadeiro autor e Anderson o zeloso
redator; um comitê de quatorze maçons indicou as idéias principais que Anderson pôs
em forma".
Jacq acrescenta que, segundo notas do próprio Anderson, “... irmãos cheios de
escrúpulo queimaram demasiado precipitadamente vários manuscritos de valor
referentes à Fraternidade, às Lojas, aos Regulamentos, Obrigações, Segredos e
Costumes, para que esses papéis não caíssem entre as mãos dos profanos “. “A
justificativa é um tanto fraca!” — prossegue Jacq. “Essa revelação nos informa em
termos claros que as ‘constituições’ autênticas foram simplesmente destruídas para que
ninguém, no futuro, pudesse estabelecer comparações significativas. Destruição
ingênua parece, pois as antigas regras de vida dos maçons foram, em parte,
encontradas”.
Importante ressaltar que, apesar da confusão e da polêmica acerca da Constituição de
Anderson, é absolutamente evidente a sua preocupação em estabelecer uma posição
política para a Maçonaria, como se pode verificar no preceito que trata da Autoridade
Civil, superior e inferior, que diz textualmente: "O maçom deve ser pessoa pacífica,
submeter-se às leis do país, onde estiver e não deve tomar parte, nem se deixar arrastar
nos motins ou conspirações deflagrados contra a paz e a prosperidade do povo". "Nem
se mostrar rebelde à autoridade inferior, porque a guerra, o derramamento de sangue e
as perturbações da ordem, têm sido sempre funestos para a Maçonaria". "Assim é que,
na antiguidade, os reis e príncipes se mostraram muito dispostos para com a sociedade,
pela submissão e fidelidade de que os maçons deram constantes provas no
cumprimento de seus deveres de cidadão e em sua firmeza em opor sua conduta digna
a caluniosas acusações de seus adversários. Esses mesmos reis e príncipes não se
recusaram a proteger os membros da Corporação e defender a integridade da mesma,
que sempre prosperou em tempo de paz. Segundo estas doutrinas, se algum Irmão se
convertia em um perturbador da ordem pública, ninguém devia ajudá-lo na realização
de seus propostos e pelo contrario devia ser compadecido por ser um desgraçado. Mas
por este fato, e ainda que a Confraria condenasse sua rebelião, para se evitar dar ao
governo motivo de alguma suspeita ou de descontentamento, sempre que o rebelado
não pudesse ser censurado por outro crime, não podia ser excluído da Loja,
permanecendo invioláveis suas relações com esta, bem como os direitos de que como
maçom gozava”.
Entendemos que este preceito, mesmo com as características de um landmark, não é
assim tão inflexível, eis que admite — em nome, talvez, da tolerância —, a rebeldia do
Irmão, inclusive acobertando seu “deslize”, embora o rotulando de “desgraçado”.
Ou então, o que nos parece mais consentâneo com a realidade, traz ele implícita a idéia
de que o maçom “é um homem livre, fiel às leis, amigo dos governantes, quando eles
são virtuosos”, não admitindo viver sob a opressão de um governo despótico ou
tirânico".
“Por aí se vê — destaca João César (Maçonaria e Política. 1956. p. 98) —o caráter
eminentemente político da Constituição de Anderson. Enquanto havia necessidade de a
Maçonaria servir aos adeptos das concepções democráticas e liberais de Cromwell, essa
Constituição não encontrava ambiência. E só teve a aceitação que granjeou
imediatamente porque ia servir, politicamente, ao poder constituído, interessado na
submissão” de tão poderosa organização “.
No entanto, João César (op. cit. pp. 97/98), destaca também que “Anderson, ministro
cristão do Evangelho, deu cunho de religiosidade à Ordem e aboliu o caráter cristão até
então predominante, ampliando a concepção do ser supremo, que passou a situar-se
acima de qualquer crença”.
Bernar E. Jones, em seu Guia e Compêndio do Franco-Maçom (Freemason’s Cuide and
Compendium, p. 334), refere uma definição de John W. Simons (Principies of Masonic
Jurisprudence — Princípios de Jurisprudência Maçônica), que estabelece:
“São considerados Landmarks as regras de conduta que existem desde tempos
imemoriais — seja sob a forma de lei escrita ou não escrita — que são co-essenciais à
Sociedade (maçônica) que, na opinião da maioria, são imutáveis, e que todo maçom é
obrigado a manter intactas, em virtude dos mais solenes e invioláveis compromissos“.
Daí os princípios:
de que um Landmark é irreformável perpetuamente;
• de que nenhum novo Landmark pode ser criado;
• de que, teoricamente, poderia, contudo, ser explicitado;
• de que, mesmo que se concebesse a possibilidade de se reunir em uma convenção
mundial, todos os francos-maçons regulares do planeta, e que mesmo que essa
convenção emitisse um voto unânime, ele seria detido pelas regras acima citadas;
• de que um Landmark não é nenhum símbolo, nem uma alegoria, mas uma regra;
• de que não é, contudo, um dogma, pois é de origem humana;
• de que qualquer um que discorde dessas máximas, sai ipso facto da verdade
maçônica.
Como já vimos, na Maçonaria a idéia de Landmark tem um sentido próprio, assumindo
a característica de lei, mandamento, norma de conduta e organização.
Uma das particularidades da norma, da lei, é a de trazer consigo um sentido de coação,
de constrangimento, e que representa a possibilidade de ser obedecida.
Aliás, esta coação tem duplo sentido: primeiro, quanto ao aspecto psicológico — saber
antecipadamente que a transgressão pode redundar em pena, castigo, punição; por fim,
após a transgressão, a aplicação da sanção, da punição propriamente dita. De qualquer
forma, admite-se que o indivíduo, exercitando seu livre arbítrio, obedeça ou não,
arcando, contudo, com as conseqüências de seu ato.
CONTEXTO HISTÓRICO
É nos Regulamentos Gerais de George Payne, de 1720, que se encontra a primeira
referência ao vocábulo “Landmark”. Ali, o artigo 39 estabelece: “Cada Grande Loja
anual tem inerente poder e autoridade para modificar este Regulamento ou redigir um
novo em benefício desta Fraternidade, contanto que sejam mantidos invariáveis os
antigos Landmarks...“ Como aponta Nicola Aslan (ibidem, p. 16), “... a Assembléia
Geral celebrada a 25 de novembro de 1723, pela Grande Loja da Inglaterra, substituiu a
palavra “landmark” pela de “rule“, regra, e incorporou o texto dos Regulamentos Gerais
de Payne no Livro das Constituições de Anderson, na edição de 1738”. E a expressão
“rule” continuou a ser empregada nas edições posteriores, de 1756, 1767 e 1784.
No entender de João César (op. cit. p. 97), “A Constituição de Anderson, promulgada
em 1723, é o marco que assinala a transformação da Maçonaria de Operativa em
Especulativa, embora já existisse, muitos anos antes, a Maçonaria Simbólica, ou
melhor, a adoção dos “Maçons Aceitos” ou “Maçons Adotados “.
De maneira nenhuma se pode deixar de levar em consideração o contexto histórico em
que as Constituições foram elaboradas e a que tipo de interesses serviram. E
importante lembrarmos que, à época, vivia-se a “idade das Luzes”, sendo natural que,
depois do obscurantismo medieval, as idéias iluministas influenciassem sobremaneira
a ambiência cultural e o pensamento. Uma das principais características da época diz
respeito à valorização e à busca da razão das coisas.
Na Inglaterra do século XVI, era evidente a luta pelo poder entre uma classe social
ascendente — a burguesia — e a nobreza. A arma principal da burguesia é o controle
econômico, que determina, em contrapartida, o controle das idéias e valores, abrindo
os horizontes do mundo, estimulando as ciências, opondo-se aos dogmas religiosos,
destruindo a objetividade medieval e criando caracteres libertadores, novas
significações, novos ares sobre o mundo “velho” e parado.
A história registra que, no século XVI, após o rompimento com o Papado, efetivado por
Henrique VIII (fundador da Dinastia dos Tudor), e a fundação da religião anglicana por
sua filha, Elizabeth I, a Inglaterra, sob o longo reinado da soberana (1558-1 603),
conhece um período de apogeu cultural e político, transformando-se em potência
marítima e iniciando uma expansão colonialista.
De 1642 a 1649, a Inglaterra se defronta com uma guerra civil, que culmina com a
decapitação do rei Carlos I (da Dinastia dos Stuarts), que queria governar sem
parlamento. Inicia-se, então, um período de nove anos de ditadura militar de Oliver
Cromnwell, que proclama a República. Contudo, em 1660, é restaurada a Monarquia,
com o trono sendo entregue a Carlos II. Em 1707, Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de
Gales formam a Grã-Bretanha, ou Reino Unido. Com o afastamento dos Stuart, em
1714, a Dinastia dos Hannover se instala no trono, ocupando-o até hoje. Nos anos que
se seguem, a Inglaterra consolida seu império colonial, principalmente na Índia e
América do Norte.
Bastante significativa a circunstância de que a Inglaterra, durante o período em que
esteve sob o governo do puritano Cromwell, haver conhecido sua única Constituição
escrita: o “Instrument of Government”. Também singular mostra-se o fato de os
puritanos, que deixavam a Inglaterra para livremente celebrarem seu culto em terras
do Novo Mundo, haverem redigido, ainda a bordo do “Mayflower”, o documento
político que haveria de estruturar a forma de organização constitucional das futuras
colônias inglesas.
Entendemos que a fixação dos Landmarks pela Maçonaria anglo-saxã servia,
fundamentalmente, á intenção de serem garantidos seus interesses, especialmente
quanto a questões econômicas e comerciais, e quanto ao controle sobre as Lojas que,
naquele momento histórico, começam a se multiplicar. Sem dúvida, isto afastou
bastante a Maçonaria dos seus objetivos primeiros.
Diz Christian Jacq (op. cit.. pp. 1 8/1 9): “De fato, no momento em que a Franco-
Maçonaria entra na história sob a forma de uma instituição definida por regulamentos
administrativos, entra também num longo período de decadência em relação às suas
finalidades de origem. A substância de uma ordem iniciatória é, com efeito, o
simbolismo, que dá ao homem a possibilidade de iniciar-se em espírito; desde que uma
Ordem funda sua autoridade sobre uma legislação temporal em detrimento de qualquer
outro fator, condena-se a se sujeitar às flutuações históricas. A Maçonaria de 1717
esqueceu a máxima medieval. Quando reina o espírito, não há necessidade de leis".
Em contrapartida, para outros, os acontecimentos de 1717 (a criação da primeira
Grande Loja da Inglaterra) representam o surgimento esperado de uma Maçonaria que
“finalmente se destaca de um clima manual e inculto, lançando-se aos cumes do
intelecto “. (Christian Jacq, ibidem)
CONCLUSÃO
Jules Boucher (A Simbólica Maçônica, p. 217), citando Qswald Wirth, destaca que “os
Landmarks são de invenção moderna e seus partidários jamais conseguiram pôr-se de
acordo para ,fixá-los“.
“Isso não impede — prossegue ele — que os anglo-saxões proclamem sagrados esses
limites essencialmente flutuantes, que se ajustam de acordo com seus particularismos.
Cada Grande Loja fixa-os de acordo com seu modo de compreender a Maçonaria; a
Maçonaria é compreendida de modos muito diferentes, razão das definições
contraditórias, destrutivas da unidade dentro de uma instituição que visa a concórdia
universal.”
Entendemos que a profusão de pronunciamentos dos estudiosos do problema dos
Landmarks, via de regra imprecisos e mesmo contraditórios, impede a sistematização
de juízos válidos no autentico caos em que se mergulhou o assunto.
Nicola Aslan •(op. cit., pp. 19/20) menciona a posição de Virgílio A. Lasca, no seu
trabalho “Princípios Fundamentales de la Orden e los verdaderos Landmarks”, que
“não existe, entre os autores, unidade de critério para a seleção ou classificação do que
eles estimam deverem ser considerados como Landmarks ou antigos limites. Estes
foram estabelecidos recentemente, depois dos meados do século XIX, e são mais fruto
da fantasia, pois os que deles se ocuparam enumeram-nos em classificações que variam
de 3 até 54”.
Aslan (ibidem) transcreve uma relação de 15 listas de Landmarks conhecidas,
elaborada por Virgílio A. Lasca, que entendemos oportuno citar:
• 3 para Alexander S. Bacon e Chetwode Crawley;
• 6 para a Grande Loja de Nova York, que toma por base os capítulos em que se dividem
as Constituições de Anderson;
• 7 para Roscoe Pound, a Grande Loja da Virgínia, e o cubano Carlos F. Betancourt;
• 9 para J. G. Findel;
• 10 para a Grande Loja de New Jersey;
• 12 para A. S. Mac Bride;
• 15 para Jonh W. Simons e para a Grande Loja de Tennessee;
• 17 para Robert Morris;
• 19 para Luke A. Lockwood e a Grande Loja de Connecticut;
• 20 para a Grande Loja Ocidental de Colômbia, com sede em Cali;
• 25 para Albert G. Mackey e Çhalmers I. Paton e ainda a Grande Loja de
Massachussets, a qual, embora só admitindo 8 Landmarks, estes são iguais àqueles
enunciados por Mackey;
• 26 para a Grande Loja de Minnesota;
• 29 para Henrique Lecerff,
• 31 para o Dr. Oliver;
• 54 para H. G. Grant e para a Grande Loja de Kentucky.
Também não passou despercebido para Aslan (ibidem) o fato de que o tema interessou
basicamente, “e quase que exclusivamente aos maçons da América do Norte”. Diz mais
o estudioso: “Todas essas relações de Landmarks sofreram as mais severas críticas por
parte de escritores autorizados que os estenderam àqueles que, sob pretexto de tratar
dos antigos Landmarks da Ordem, deixaram a sua fantasia voar. E cada qual
considerando Landmark tudo aquilo que bem quis e entendeu, originou-se desse modo
uma grande perplexidade e uma confusão ainda maior”.
A teoria dos antigos Landmarks da Ordem, como já vimos, encontrou seus melhores
partidários nos Estados Unidos. Posteriormente, também a Maçonaria da América do
Sul passou a considerá-los, pelo menos até os primeiros anos do século XIX, quando se
intensificaram os movimentos de emancipação das repúblicas atuais de suas antigas
metrópoles. Tais movimentos, surgidos numa seqüência de fatos históricos iniciados no
século XVIII, a partir das revoluções americana (a Independência dos Estados Unidos,
em 1776) e francesa (1789), consagraram inúmeros “Libertadores”, entre eles Simón
Bolívar, Bernardo O Higgins, José de San Martin e Antonio José de Sucre.
Novamente aqui verificamos a Imita entre a sociedade tradicional (nobreza
estrangeira) e a burguesia ascendente. Os “libertadores” rechaçavam toda a intervenção
estatal tia vida e nos negócios dos cidadãos, baseando-se no princípio do laissez-fruire,
laissez aller (literalmente, “deixai fazer, deixai seguir”).
A forma de organização que comumente adotaram os participantes ativos da luta
libertadora ou de emancipação foi no princípio a da “loja”, que em geral se encontrava
integrada na Franco-Maçonaria internacional, como o caso da Loja Lautaro, que
granjeou grande prestígio e poderio no Cone Sul do continente americano.
O surgimento da Grande Loja da Inglaterra, em 1717, sob a direção de Anthony Sayer,
representou um dos melhores instrumentos com que contou aquela nação para
contribuir à expansão, para ela imprescindível, de seu mercado, artífice de seu
desenvolvimento econômico.
A ruptura da Maçonaria sul-americana com a das metrópoles não teria representado
uma transgressão a alguns Landmarks ou regras estabelecidas?
Sem dúvida, a cisão refletiu a vontade das comunidades sul-americanas, fundada na
ambiência social, econômica e política que vivenciavam; enfim, inspirou-se na
realidade.
Dentre as diversas relações de Landmarks, a mais adotada é a do escritor norte-
americano Albert G. Mackey, contendo uma lista de 25 itens.
Segundo os estudiosos, Machey, inspirando-se nas noções de história disponíveis à
época, cometeu inúmeros erros, o que reduz a sua lista de Landmarks, apenas e tão
somente, à condição de referência para uma discussão. Aliás, Nicola Aslan acentua que
Mackey, ao longo de seus escritos, censurava a incrível credulidade de Anderson,
ironizando mesmo as suas fantasias, contidas na suposta história da Maçonaria
redigida para constar das Constituições de 1723.
A contundência de Aslan (op. cit., p. 21) vai ainda mais longe, quando diz que mesmo
Mackey “não conseguiu livrar-se de todo da imaginária narração de Anderson.
Acreditou, como acreditaram todos os seus contemporâneos, na grande antiguidade da
Maçonaria, nas supostas Constituições de York do ano de 926, e em outros fatos cuja
veracidade histórica, somente neste século, ficou estabelecida pelos historiadores
modernos que a negaram“.
Se considerarmos as manifestações dos seus mais categorizados estudiosos, os
franceses não dão nenhuma importância ao problema dos Landmarks. Boucher (op.
cit.. p. 217), com muita propriedade, afirma que “na Maçonaria francesa, a ‘Liberdade
de Pensamento‘ é um ‘landmark’ fundamental e, paradoxalmente, um landmark não
tem limites!“.
Também Marius Lepage (L’Ordre et les Obédiences), citado por Aslan refere a questão
dos Landmarks de forma até irônica e agressiva. “Uma única pergunta — diz Lepage —
“Mostrai-me um Landmark, um verdadeiro...“ “Nunca houve, não há, nunca haverá
‘landmarks’, salvo aqueles redigidos no dia a dia, segundo as necessidades do
momento, por um corpo administrativo completamente desprovido de conhecimentos
e de valor sobre o plano de iniciação tradicional
A esta altura, parece-nos pertinente a seguinte indagação: Quando uma Constituição,
de qualquer das inúmeras Obediências hoje existentes, refere a necessidade de serem
respeitados os Landmarks, quais exatamente os que devem ser considerados? Qual das
listas antes referidas deve prevalecer?
Admitir-se a necessidade ou a simples ocorrência de Landmarks, ou seja, a existência
de regras ou preceitos com características de imutabilidade, é, na verdade, dogmatizar-
se certos enunciados, incorrendo no mesmo erro cometido pela Maçonaria anglo-saxã,
que na sua época, andou na contramão da História, estabelecendo normas
pretensamente irreformáveis e perpétuas, em um momento histórico em que se
buscava a razão das coisas, um momento “iluminado”.
Constituição e realidade são idéias que devem andar juntas, pois a primeira qualidade
de uma Constituição é atender à realidade do povo, do grupo, ou da nação a que vai
servir. E a realidade — toda a ambiência social — que fornece a matéria-prima para a
elaboração das normas, das regras de conduta e organização. E a realidade há de ser
alguma coisa de muito profundo, que sobe do passado para inspirar o presente e
projetar-se no futuro.
Concordamos com Nicola Aslan (op. cit., p. 13), que diz não acreditar “que o problema
venha a ter, algum dia, definitiva solução, se não se resolverem os maçons a relegar o
assunto dos Landmarks ao sótão da Maçonaria, para lá fazer companhia a muitos
outros, hoje considerados como coisas imprestáveis “.
E para aqueles que condicionam a unidade da Maçonaria à existência e à aceitação de
Landmarks, utilizamos as afirmações de Jules Boucher (op. cit., p. 2 17): “A unidade
maçônica sonhada por alguns é um engodo; jamais ela será realizada e nem é desejável
que o seja. A Maçonaria deve adaptar-se aos diferentes países e corresponder, em cada
país, às diferentes aspirações dos maçons. É o simbolismo maçônico bem
compreendido o único que deve formar, o cimento entre todas as Pedras, e é por ele que
a verdadeira Fraternidade pode e deve se estabelecer”. -
Eis aí um desafio para todos nós, pois não é admissível que entre homens livres e de
bons costumes, que compartilham os mesmos ideais, que adotam práticas ritualísticas
semelhantes, que dividem e guardam os mesmos segredos, enfim, que se tomam por
Irmãos, não se consagre efetivamente o sentido da Fraternidade, e que existam
discriminações.
Afinal, como disse Pitigorsky, “Quem dá as costas à Luz, só vê a própria sombra“.
Na essência os Landmarks dizem que:
A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tem por
fundamento tradicional a fé em Deus, Grande Arquiteto do Universo.
A Maçonaria refere-se aos " Antigos Deveres " e aos
" Landmarks " da Fraternidade, especialmente quanto ao absoluto
respeito das tradições específicas da Ordem, essenciais à
regularidade da Jurisdição.
A Maçonaria é uma ordem, à qual não podem pertencer senão
homens livres e de bons costumes, que se comprometem a pôr
em prática um ideal de paz.
A Maçonaria visa ainda, o aperfeiçoamento moral dos seus
membros, bem como, de toda a humanidade.
A Maçonaria impõe a todos os seus membros a prática exata
e escrupulosa dos ritos e do simbolismo, meios de acesso ao
conhecimento pelas vias espirituais e iniciáticas que lhe são
próprias.
A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das
opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-lhes no seu seio toda
a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. Ela é ainda
um centro permanente de união fraterna, onde reinam a tolerante
e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam
estranhos uns aos outros.
Os Maçons tomam as suas obrigações sobre um volume da
Lei Sagrada, a fim de dar ao juramento prestado por eles, o
caráter solene e sagrado indispensável à sua perenidade.
Os Maçons juntam-se, fora do mundo profano, nas Lojas
onde estão sempre expostas as três grandes luzes da Ordem:
um volume da Lei Sagrada, um esquadro, e um compasso,
para aí trabalhar segundo o rito, com zelo e assiduidade e
conforme os princípios e regras prescritas pela Constituição
e os Regulamentos Gerais de Obediência.
Os Maçons só devem admitir nas suas lojas homens maiores
de idade, de ilibada reputação, gente de honra, leais e
discretos, dignos em todos os níveis de serem bons irmãos,
e aptos a reconhecer os limites do domínio do homem e o
infinito poder do Eterno.
Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor à Pátria, a
submissão às leis e o respeito pelas autoridades constituídas.
Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano
e honram-no sob todas as formas.
Os Maçons contribuem pelo exemplo ativo do seu
comportamento são, viril e digno, para irradiar da Ordem
no respeito do segredo maçônico.
Os Maçons devem-se mutuamente, ajuda e proteção
fraternal, mesmo no fim da sua vida. Praticam a arte de
conservar em todas as circunstâncias a calma e o equilíbrio,
indispensáveis a um perfeito controle de si próprio.
Sumariamente, cada um dos 25 Landmarks:
1. Os processos de reconhecimento.
2. A divisão da Maçonaria Simbólica em três graus.
3. A lenda do 3º. Grau.
4. O governo da Fraternidade por um Grão-Mestre eleito por todos os maçons.
5. A prerrogativa do Grão-Mestre de presidir a todas reuniões maçônicas no território
de sua jurisdição.
6. A faculdade do Grão-Mestre de autorizar dispensa para conferir graus em tempos
anormais.
7. A prerrogativa do Grão-Mestre de conceder licença para fundação, instalação e
funcionamento das Lojas.
8. A prerrogativa do Grão-Mestre de criar maçons ( iniciar e exaltar) por sua
deliberação.
9. A necessidade dos maçons de se distribuírem em Lojas.
10. O governo de cada Loja por um Venerável e dois Vigilantes.
11. A necessidade de que toda Loja trabalhe “a coberto”.
12. O direito de todo mestre maçom de ser representado nas assembléias gerais da
Ordem e de dar instruções aos seus representantes.
13. O direito de todo o maçom recorrer em alçada perante a Grande Loja ou a
Assembléia Geral contra as resoluções de sua Loja.
14. O direito de todo maçom de visitar e de ter assento nas Lojas regulares.
15. Nenhum visitante, desconhecido como um maçom, poderá entrar em Loja, sem
primeiro passar por um exame, conforme os antigos costumes.
16. Que nenhuma Loja poderá interferir nas atividades de outra.
17. Que todo maçom está sujeito às leis penais e regulamentos maçônicos vigentes na
jurisdição em que reside.
18. Que todo candidato à iniciação há de ser homem livre e de maior idade.
19. Que todo maçom há de crer na existência de Deus como Grande Arquiteto do
Universo.
20. Que todo maçom há de crer na ressurreição e uma vida futura.
21. Que um livro da lei de Deus deve constituir parte indispensável do equipamento de
uma Loja.
22. Que todos os homens são iguais perante Deus e que na Loja se encontram num
mesmo nível.
23. Que a Maçonaria é uma Instituição de posse de segredos que devem ser
preservados.
24. A fundação de uma ciência especulativa, baseada numa arte operativa.
25. Que os Landmarks da Maçonaria são inalteráveis.
Retirado do site: http://www.fraternidadeserrana.com.br/LANDMARKS.htm
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JAN 02 2010
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JAN 02 2010
Maçonaria e Religião Maçonaria e Religião
1- A Maçonaria não é uma seita.
2- A Maçonaria não sustenta dogmas.
3- A Maçonaria não pretende substituir-se à religião de cada um.
4- A Maçonaria coloca-se imparcial entre todas as crenças religiosas e teorias
filosóficas, e acima de todas as suas controvérsias, para fazer da liberdade de
pensamento - o seu fundamento.
5- A Maçonaria deixa livre a cada um dos seus membros adotar e seguir a religião de
sua eleição, sem que os outros nada tenham a censurar-lhe.
6- Aquele que chega à porta dos seus templos, a Maçonaria diz: "Tu serás aqui o único
diretor da tua consciência".
7- Aquele que é conduzido entre as colunas de seus templos, a Maçonaria declara:
"Aqui ninguém te interpelará pela tua crença, nem te injuriará por ela".
8- Aquele que toma lugar no seu recinto, a Maçonaria assegura: "A nobreza de tuas
ações e a tua sinceridade dão-te o direito de seres aqui o único na tua crença. Se estás
errado, talvez a verdade te ilumine, mas tu te encaminharás para ela livremente.
9- Em matéria de religião, o principal dever do maçom é a prática da tolerância
absoluta em relação às crenças alheias, no elevado intuito de, a despeito dos seus
antagonismos, aproximar todos as homens de boa vontade, sob a bandeira da
Fraternidade.
10- No seio da Maçonaria, as homens de todas as religiões podem reunir-se sem
hostilizarem- se e, numa atmosfera de paz e serenidade, trocar as suas idéias em busca
do aperfeiçoamento moral da humanidade.
11- A Maçonaria é sempre a mãe carinhosa no meio das lutas fraticidas.
12- A Maçonaria é a mediadora dos interesses privados e das paixões pessoais em
choque.
13- A Maçonaria é a única força capaz de apaziguar as ódios religiosos quando
desencadeados.
14- Para deter os impulsos da sua natureza, o Maçom usa de dois freios: a império
sobre si mesmo e a supressão dos maus instintos.
15- É o único jugo que lhe impõe a associação: aquele que se rebela contra ele, é perjuro
e, como tal, abandonado à sua sorte, depois de julgado maçonicamente.
16- A Maçonaria é a única associação que reúne, sob as suas abóbadas, os adeptos de
todos os cultos para glorificarem, em comum, o Grande Arquiteto do Universo que é
Deus, - idéia que encerra: na ordem física, a expressão do Equilibro Universal; na
ordem intelectual, a Suprema Inteligência que tudo rege e prevê; e na ordem moral, a
Justiça Imanente.
17- A Maçonaria não é adversária da religião; mas, antes, é a sua melhor cooperadora.
18- A Maçonaria quer a crença nos lares e nos Templos, respeitada e sem atritos com os
sentimentos dissidentes.
19- Em matéria de política, a Maçonaria exige apenas que as minorias não sejam
espezinhadas em seus direitos pela maioria dominante no Estado.
20- A Maçonaria bate-se pelo poder civil separado do ambiente religioso, a fim de que,
por motivo de crença, não sejam tratados desigualmente cidadãos da mesma pátria, o
que redunda em opressão ou tirania.
21- A Maçonaria não tolera a hipocrisia.
22- A Maçonaria condena o fanatismo, a obsessão religiosa e carolice.
23- A Maçonaria combate sem tréguas a intolerância.
24- Maçom deve ser fiel e serviçal entre todos os homens, sejam eles cristãos, budistas,
muçulmanos, judeus, espiritas ou livres-pensadores. Jesus Nazareno não se
envergonhava da companhia de publicanos e gentios, por ser isto obra de misericórdia:
- à sua imitação, procede a verdadeiro Maçom; e esta a sua lei máxima, por ser tudo
obra da fraternidade.
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JAN 02 2010
OTZ CHIIM OTZ CHIIM
Níveis de Consciência, Esferas de Existência, Planos Mentais... a Árvore da Vida (ou Otz
Chiim em hebraico) possui inúmeras definições e várias obras foram escritas em cima
de seus conceitos. Originária da Cabala judaica (segundo a história, foi passada de
Enoque a Abraão e perpetuada por Moisés) serviu como base para muito do que hoje é
conhecido em magia porém, vamos aqui apenas relaciona-la com o sistema de nossa
Santa Ordem.
A principal função da Árvore da Vida reside na estruturalização do sistema da A.•.A.•.
Os graus da ordem são baseados em suas sephiroth onde um estudo mais aprofundado
de suas relações (Livro da Lei, astrologia, tarô, chakras, orixás,numerologia) deve ser
cuidadosamente feito. A Árvore da Vida é um mergulho na consciência humana, onde
uma de suas principais virtudes reside na mutabilidade de sua aplicação no auto-
desenvolvimento mágico, onde a sua correspondência com o microcosmo é dinâmica e
infinita, pois em hipótese alguma ela é hermética em si, possuindo correspondências
com praticamente todos os sistemas mágicos existentes.
Pequena Introdução à Árvore da Vida e sua relações na A.•.A.•.
A Árvore da Vida está dividida em 4 mundos, 10 sephiroth e sua 22 ligações ou
caminhos. Cada sephirah corresponde a um grau da Fraternidade (o Probacionista está
perdido em Qliphoth).
Os 4 mundos na Árvore são:
- Assiah - Mundo da Ação referente a sephirah de Malkuth. Basicamente o mundo
material e a relação que o indivíduo possui com ele, basicamente o nosso corpo e sua
condição (Nephesh).
- Yetzirah - Mundo da Formação referente as sephiroth de Yezod a Netzach.
Corresponde ao mundo astral e aos seus habitantes anjos, demônios, espíritos e a alma
humana (Ruach).
- Briah - Mundo Criativo referente as sephiroth de Tiphareth a Chesed.
- Atziluth - Mundo Arquétipo referente as sephiroh de Binah a Kether.
Também Conhecido como a "Cidade das Pirâmides sobre a Noite de Pan". Podemos
citar também Qliphoth ( do singular Qliphah, "mulher indecente") - Mundo Maligno
referente ao Abismo de Daäth a Àrvore da Vida inversa, o aspecto negativo das
sephiroth.
Constituição Humana
"Segundo a Cabala, a constituição do Homem é quíntupla: Jechidah - este é o princípio
quintessêncial da Alma; aquilo que torna o homem idêntico a toda outra fagulha de
Divindade e, ao mesmo, tempo diverso ( no que concerne ao ponto de vista, e ao
Universo do qual esse é o centro) de todas as outras. È um ponto, possuindo apenas
posição; e essa posição só é definível através de referência a eixos coordenados, a
princípios secundários, que só lhe pertencem por acidente, e devem ser postulados a
medida que nossa concepção cresce. Chiah - este é o Impulso Criador, ou vontade, de
Jechidah: a energia que exige a formulação do eixo de coordenadas já dito, a fim de que
Jechidah possa obter auto-realização ( uma compreensão articulada daquilo que é
implícito em sua natureza) de suas possíveis qualidades. Neschamah - esta é a
faculdade de compreender a Palavra Chiah. É a inteligência ou intuição daquilo que
Jechidah deseja descobrir a respeito de si mesmo.
Estes três princípios constituem uma Trindade; eles são um, porque eles representam o
ser de, e o aparato que tornará possível a manifestação de, um Deus em forma humana.
Mas eles são apenas, por assim dizer, a estrutura matemática da natureza do homem.
Poderíamos compara-los com a leis da física, como estas são antes de serem
descobertas. Não existem, por enquanto, quaisquer dados através de cujo exame eles
possam ser percebidos. Um homem consciente, portanto, não pode saber coisa alguma
desses três princípios, sem bem que eles constituem a essência dele. É a obra da
iniciação viajar interiormente em direção a eles. Veja-se, no juramento de um
Probacionista da A.•.A.•.:" obter um conhecimento científico da natureza e poderes do
meu próprio ser".
Este princípio triuno, sendo completamente espiritual, tudo que pode ser dito sobre ele
é na realidade, negativo. E ele é completo em si. Além dele estende-se aquilo que é
chamado O Abismo. Esta doutrina é extremamente difícil de explicar, mas corresponde
mais ou menos ao hiato em pensamento entre o real, que é ideal, e o irreal, que é atual.
No abismo, todas as coisas existem, realmente pelo menos em potencial, mas não
desprovidas de qualquer significado possível, pois falta-lhes o substrato de realidade
espiritual. Elas são aparências da Lei. São, assim, Miragens Insanas.
Agora o abismo sendo assim o grande armazém de Fenômenos, ele é a forte de todas as
impressões. E o Princípio Triuno tencionou uma máquina para investigar o Universo; e
esta máquina é o quarto princípio do Homem. Ruach - pode ser traduzido Mente,
Espírito ou Intelecto; nenhuma das três traduções é satisfatória, a conotação variando
com cada escritor. Ruach é um grupo estreitamente entretecido de Cinco Princípios
Morais e Intelectuais, concentrados em volta de seu cór, Típhereth, o Princípio da
Harmonia, a Consciência Humana e Vontade, de que as outras quatro Sephiroth são
( por assim dizer) as antenas. E estes cinco princípios culminam em um sexto, Daath,
conhecimento. Mas este não é realmente um princípio, contém em si memso o germe
de auto - contradição, e assim de auto - destruição. É um falso princípio; pois, tão cedo,
o Conhecimento é analisado, ele se decompõe no pó irracional do Abismo.
A aspiração do homem ao Conhecimento é, assim, simplesmente, um caminho falso; é
tecer cordas de areia. Nós não podemos entrar aqui na doutrina da " Queda de Adão",
inventada paar explicar a parábola de como o Universo está assim, tão infelizmente
constituído. Nós nos ocupamos aqui apenas com fatos observados, e não com teorias.
Todas essas faculdades mentais e morais de Ruach, se bem que não são puramente
espirituais com o Tríade Superna, estão ainda como se fosse, " no ar".
Para serem úteis, elas necessitam uma base através da qual possam receber impressões,
muito como uma máquina necessita de combustível e matéria prima antes de poder
manufaturar o artigo que foi concebida para produzir. Nephesch - é usualmente
traduzido como "Alma Animal". É o veículo de Ruach: o instrumento através do qual a
Mente é posta em contato com o pó de Matéria do Abismo, para que possa senti-lo,
julga-lo, e reagir a ele. Nephesch é, si mesmo, um princípio ainda espiritual, em um
senso da palavra: o corpo físico do homem é composto de pó de Matéria,
temporariamente coerido pelos princípio o infundem para seus respectivos propósitos e
ultimamente para o supremo propósito de auto-realização de Jechidah. Mas Nephesch,
desavisado como é, sem outro objetivo que o tráfico direto com a matéria, tende a
partilhar da inocência desta. Suas faculdades de perceber dor e prazer o atraem à
arapuca de prestar demasiada atenção a um grupo de fenômeno, e evitar outros. Daí
que Nephesch execute sua função como é próprio, é necessário que ele seja dominado
pelas mais severa disciplina. Nem merece mesmo Ruach confiança neste ponto. Ele tem
suas próprias tendências a fraqueza e injustiça. Ele tenta todo truque - e é
diabolicamente astuto - para organizar seu contato com a matéria no senso mais
conveniente á sua própria inércia, sem dar a mínima consideração ao seu dever para
com a Tríade Superna, cortado como está de compreensão dela; de fato, nem
suspeitando normalmente, a existência dela."
Aleister Crowley
Pequenos Ensaios em Direção á Verdade
Retirado do site: http://www.astrumargentum.org/
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