Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Agradecimentos
Este trabalho foi elaborado no âmbito da cadeira de Seminário do 5.º ano da Licenciatura em
História-Ramo Educacional.
Dedicamos as primeiras palavras de agradecimento à Prof. Doutora Inês Amorim, pelas
sugestões, pela sua disponibilidade e apoio.
Temos ainda um agradecimento à Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, onde encontramos o
maior apoio por parte do seu Director o Dr. Manuel Costa, que se mostrou disponível para a
publicação deste trabalho, e ainda ao Arquivo Municipal da Póvoa de Varzim.
A todos os que nos ajudaram em especial à Alexandrina ….
À família pela compreensão e apoio!
Nuno Freitas
Patrícia Meleiro
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Índice Geral
1. Introdução.................................................................................................................
2. Metodologia..............................................................................................................
3. O Estado das Pescas em Portugal no Século XIX....................................................
4. A Comunidade Piscatória Poveira: O Quadro Económico-Social............................
4.1. A comunidade piscatória poveira do ponto de vista social,
hierárquico e religioso................................................................................
4.2. Mudanças sociais na comunidade piscatória poveira.................................
4.3. A Costa e os Portos e condições geográficas e infra-estruturas de apoio..
4.3.1. Más condições de acostagem e de segurança..........................................
4.3.2. “Duração do Trabalho”.........................................................................
4.3.3. “Pessoal”................................................................................................
4.3.4. Assistência ao poveiro.............................................................................
4.3.5. Material de pesca e de apanha de plantas marinhas................................
4.3.6. “Estabelecimentos diversos”..................................................................
4.3.7. Produção das pescarias............................................................................
4.3.8. “Situação” da comunidade piscatória poveira.........................................
4.4. Das “cousas” e das crises do Mar...............................................................
4.4.1. A “colmeia poveira” e a miséria..............................................................
4.4.2. As crises através da imprensa..................................................................
4.4.3. O abandono da comunidade piscatória poveira por parte do Estado…..
4.4.4. A crise do mercado; fome e miséria........................................................
5. A Emigração: Causas e Destino da Emigração da Póvoa de Varzim em 1896……
5.1. A emigração como resposta à crise...........................................................
5.2. A Emigração na Póvoa de Varzim nos Finais do Século XIX…………..
5.3. A emigração poveira para o Brasil............................................................
5.4. Quantos e quem emigrava.........................................................................
5.5. Origem dos emigrantes..............................................................................
5.6. Sazonalidade da emigração.......................................................................
5.7. Destino dos emigrantes [poveiros para o Brasil].....................................
6. Conclusão................................................................................................................
7. Fontes e Bibliografia...............................................................................................
8. Anexos …………………………………………………………………………...
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Índice de Tabelas
Tabelas: Termos de Reconhecimento de Identidade em 1896 Tabelas: Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes em 1896 Tabelas: Registos de Pedidos de Passaporte em 1896 Tabelas: Termos de Consentimento de Menores em 1896
Índice de Quadros
– Quadro 1: Fontes Utilizadas
– Quadro 2: Avaliação do Tempo de Trabalho da Comunidade Piscatória Poveira
– Quadro 3: Comunidade Piscatória Poveira no Ano de 1889
– Quadro 4: Comunidade Poveira no Ano de 1889
– Quadro 5: Comunidade Poveira no Ano de 1886
– Quadro 6: Material de Pesca
– Quadro 7: Produção das Pescarias
– Quadro 8: Homens que Embarcaram para o Brasil no Ano de 1886 – Estado Civil
– Quadro 9: Estado Civil das Mulheres que Embarcaram para o Brasil em 1896
– Quadro 10: Repartição por Idades
Índice de Gráficos
– Gráfico 1: Estado Civil por Sector Sócio-Profissional e Sexo dos Migrantes para o Brasil no Ano
de 1896
– Gráfico 2: Idades por Sexos dos Indivíduos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil
em 1896"
– Gráfico 3: Média e Moda das Idades Referidas dos Indivíduos que "Solicitaram Guias para
Passaportes para o Brasil em 1896"
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– Gráfico 4: Profissão dos Indivíduos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em
1896"
– Gráfico 5: Nível de Instrução dos Indivíduos que “Solicitaram Guias para Passaportes para o
Brasil em 1896”
– Gráfico 6: Moradas dos Indivíduos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em
1896"
– Gráfico 7: Repartição pelas Moradas dos Pescadores e Marítimos que "Solicitaram Guias para
Passaportes para o Brasil em 1896"
– Gráfico 8: Solicitação de Guias de Passaportes para o Brasil em 1896
– Gráfico 9: Pescadores e Marítimos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em
1896"
– Gráfico 10: Destinos dos Indivíduos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em
1896"
Índice de Imagens
– Imagem: Painel de azulejo
– Imagem: Gravura alusiva à tragédia de 27 de Fevereiro de 1892
– Imagem: Gravura alusiva ao trabalho das mulheres dentro da Comunidade Piscatória
– Imagem: Utensílios de Pesca
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1. Introdução
A história de uma comunidade é feita de pequenas histórias e de grandes feitos.
Assim é a história da nossa terra (Póvoa de Varzim).
Assim é construído este nosso trabalho sobre esta laboriosíssima colmeia…1
Dr. Luís Diamantino de Carvalho Baptista
O título do nosso trabalho de investigação científica, Comunidade Piscatória Poveira –
Mudanças Sociais e Emigração em 1896, insere-se no âmbito de uma História Local,
especificamente uma história da comunidade piscatória poveira, fortemente marcada pela ligação
ao mar e às pescas. Procuramos conhecer quais as mudanças sociais que ocorreram nesta
comunidade que se traduziram num grande surto emigratório no final da década de noventa do
século XIX. A comunidade piscatória da Póvoa foi já alvo de diversos estudos, de Santos Graça,
que tornou-se um marco e criou um tipo social – O Poveiro2, bem como o Cândido Landolt, Folk-
lore Varzino.3
O estudo parte de uma realidade actual, a herança ou a memória, a existência de um
património que vincula a localidade à actividade da pesca. Hoje fala-se em crise e declínio,
linguagem, contudo, que parece estrutural, pois que os contactos casuísticos com recortes de jornal
do passado indicam uma tendencial decadência das pescas, em geral, e da Póvoa de Varzim, em
particular.
Procuramos conhecer que mudanças sociais explicam a emigração da comunidade piscatória
poveira para o Brasil na década de noventa do século XIX.
Formulamos um conjunto de questões às quais procuraremos dar resposta ao longo do
trabalho:
1 – Como se inseria a Comunidade Piscatória Poveira dos Finais do século XIX no quadro
geral da pesca em Portugal?
1 BORGES, Júlio António – Paisagem Poveira. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2003, p. 5. 2 GRAÇA, António dos Santos – O Poveiro – usos, costumes, tradições e lendas. Póvoa de Varzim: Edição do autor, 1932. 3 LANDOLT, Candido – Folk=Lore Varzino Costumes e Tradições Populares do Século XIX. Póvoa de Varzim: Empreza da Propaganda, 1915.
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2 – Que mudanças sociais ocorreram na Comunidade Piscatória Poveira nos finais do
século XIX, tendo em conta um contexto geral de relevantes alterações económicas e
tecnológicas no sector das pescas?
3 – Quais foram as formas encontradas pela Comunidade Piscatória Poveira para reagir às
mudanças?
4 – Quais os factores explicativos que levaram a Comunidade Piscatória Poveira a emigrar
para o Brasil, nos finais da década de noventa do século XIX?
4.1 – Quem emigrava?
4.2 – De onde emigravam?
4.3 – Quando emigravam?
4.4 – Para onde emigravam?
As respostas exigem um conhecimento da evolução geral das pescas em Portugal, através de:
bibliografia geral; estatísticas, se é que elas têm validade, num período em que se esboçam os
primeiros inquéritos às pescas e se organiza o sector em geral4 (Organização das pescas, Baldaque
da Silva); e documentação concelhia que bate ao ritmo da Vila. Os pescadores, esses, dizem-nos
que não escrevem, mas deixam marcas no seu território – as siglas poveiras.
Interessa, assim, e ainda ler criticamente toda a bibliografia local, direccionando-a para a
nossa questão fundamental.
Este percurso de investigação exige uma selecção de fontes adequadas.
As hipóteses de resposta à nossa questão de fundo foram-se gerando à medida que a
informação recolhida no Estrella Povoense se referia a uma crise na comunidade local – fome e
miséria.
A emigração, o socorro aos pescadores e às suas famílias fazia-se de uma forma vincada,
alertando-nos para a existência de uma situação que exigia soluções nacionais e locais. A partir
deste dado, era imperiosa a análise da estrutura da família piscatória poveira. Segundo Santos
Graça, esta família caracterizava-se por viver completamente isolada das outras classes da vila. Os
casamentos, só os havia entre os da classe. Às raparigas não era dado falar com homens estranhos
à pescaria.5
Tomamos assim contacto com um determinado conjunto de fontes, indispensáveis para a
realização deste trabalho de investigação, como iremos descrever mais à frente.
O ano de 1896 não foi escolhido ao acaso, pois, à medida que fomos recolhendo as fontes,
verificamos que o grande fluxo emigratório ocorre, precisamente, neste ano.
4 SILVA, Baldaque – Organização das Pescas. Lisboa: Imprensa Nacional, 1891. 5 GRAÇA, António dos Santos – O Poveiro – usos, costumes, tradições…, p. 61.
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Neste contexto, colocadas estas questões, quanto ao objecto e objectivos deste trabalho,
algumas explicações se impõem sobre a estrutura do mesmo. A primeira parte deste trabalho
corresponde à caracterização da Comunidade Piscatória Poveira e à análise da emigração. A
segunda parte corresponde aos anexos.
2. Metodologia
Inicialmente, para estudarmos a temática das Pescas em Portugal, consultámos bibliografia
específica e, para além disso, no Fundo Local da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, da Póvoa de
Varzim, o periódico Estrella Povoense6, para o ano de 1896. Deste jornal foram retiradas notícias
para caracterizar o estado das pescas na Póvoa de Varzim, a crise, a miséria e a emigração. Foi
escolhido este periódico para o estudo desta temática por ser o que mais exaustivamente
caracterizava a comunidade piscatória poveira. Exemplo disso foi a campanha energética em
defesa dos pescadores da Póvoa que este jornal travou, condenando nos seus sucessivos artigos o
que se estava a fazer contra os mesmos.
Após a recolha das notícias, efectuámos um resumo destas, agrupando-as por temas,
determinando-se quais as notícias que responderiam à temática da crise das pescarias, e quais as
que responderiam à temática da emigração. Estas foram complementadas com a consulta e leitura
de bibliografia apropriada ao tema.
Para além disso, consultamos o Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no
ano de 1890 e a Collecção de Leis Sobre a Pesca. 26 de Junho de 1890 – Decreto Approvando as
instrucções para o Inquérito sobre o estado, condições e necessidades das industrias da pesca, da
apanha de plantas marinhas e da exploração de salinas. Neste inquérito, mandado elaborar pelo
Ministério da Marinha, é-nos relatado todo o modo de vida da comunidade piscatória poveira, entre
outras, desde as características dos portos à duração do trabalho, como estava organizada a
actividade das pescas, o Pessoal, o Material de pesca e de apanha de plantas marinhas, os
Estabelecimentos diversos, a Produção, a Situação e os Reclamações, entre outros. Este inquérito
fazia-se acompanhar por um conjunto de questões7. Contudo, através da sua análise, concluímos
que os dados relativos à população piscatória poveira, bem como às habitações, ao material de
pesca e à quantidade de pescado e seu valor não correspondiam sempre à realidade, uma vez que o
próprio Inquérito levantava dúvidas sobre os mesmos. Segundo razões apresentadas no próprio
Inquérito pelo segundo oficial arquivista Adriano P. Cibrão, da Alfândega do Porto, a 5 de 6 Para o período estudado foram retiradas 139 notícias referentes às crises nas pescarias e à emigração, do jornal Estrella Povoense, de 1890 a 1903. 7 Verificar as questões sobre o Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890, em anexo, ponto 5.
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Novembro de 1890, num ofício ao Ex.mo Sr. Conselheiro Administrador do círculo Aduaneiro do
Norte, afirma-se que existiam deficiências na estatística, porque nesta deveriam constar a descrição
da quantidade por quilo e por número e os valores das diversas qualidades de peixe e marisco,
aprovadas por decreto de 26 de Junho de 1890.8
No Boletim Cultural da Póvoa de Varzim, que se encontra no Fundo Local da Biblioteca
Municipal Rocha Peixoto, da Póvoa de Varzim, encontramos resposta a várias das questões que
nos surgiram inicialmente, como, por exemplo: que mudanças sociais ocorreram na comunidade
piscatória poveira nos finais do século XIX e quais as causas da emigração na Póvoa de Varzim.
Neste periódico também se aborda a temática d’A Póvoa e as suas crises económicas; num artigo
que era uma compilação de outros artigos do jornal O Comércio da Póvoa de Varzim, no período
compreendido entre 27/03/1926 a 24/02/1927. Estes artigos retratam na imprensa local a questão
da defesa dos interesses da terra. O seu autor, Manuel Silva, pretendia, através da compilação e
publicação destes artigos, dar a conhecer a grave crise que a comunidade piscatória poveira
atravessava.
Para avaliar o peso da emigração da comunidade piscatória poveira, procedemos ao
levantamento, no Arquivo Municipal da Póvoa de Varzim,9 das fontes, as quais passamos a referir:
Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil no ano de 1896 – esta responde-
nos a um conjunto de interrogações, tais como: quem emigra, que idade tinha, o estado civil, a
profissão, para onde emigra, de onde emigra; Registo de pedidos de passaportes no ano de 1896 –
esta diz-nos quem emigra, o estado civil, a profissão, para onde emigra, de onde emigra e o nível
de instrução; Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se
propuseram a embarcar para o Brasil no ano de 1896 esta diz-nos quem emigra, que idade tinha,
o estado civil, a profissão, para onde emigra, de onde emigra – o Livro para se lançarem os
termos de consentimento para os menores que tentaram transportar-se para fora do reino no ano
de 1896 – esta responde-nos às seguintes interrogações: a idade dos menores, para onde emigram,
a possível profissão em que se iriam empregar no Brasil.
Após o cruzamento e análise destas fontes referidas na alínea anterior, apercebemo-nos que
estas veiculavam os procedimentos legais adoptados pelo Estado, para a aquisição do título de
passaporte pelos emigrantes, para poderem deslocar-se para fora do Reino, neste caso, para o Brasil.
8 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890. Lisboa: Imprensa Nacional, 1890. p. 126. 9 Passamos a referir este arquivo pela sigla AMPV.
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Quadro 1 – Fontes Utilizadas
Fontes Utilizadas
– Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890;
– Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil no ano de 1896;
– Registo de pedidos de passaportes no ano de 1896;
– Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a
embarcar para o Brasil no ano de 1896;
– Livro para se lançarem os termos de consentimento para os menores que tentaram
transportar-se para fora do reino no ano de 1896;
– Boletim Cultural da Póvoa de Varzim;
– Estrella Povoense;
– Collecção de Leis Sobre a Pesca (26 de Junho de 1890) – Decreto Approvando as
instrucções para o Inquérito sobre o estado, condições e necessidades das industrias da
pesca, da apanha de plantas marinhas e da exploração de salinas.
Deste modo, importa explicar o cruzamento das fontes de forma a evitar a repetição de dados.
Ao efectuarmos este procedimento deparamo-nos com a repetição contínua do nome dos
requerentes10 com excepção de dois indivíduos. Um dos quais encontra-se nos Requerimentos
solicitando guias para passaporte para o Brasil em 1896 (Fólio n.º 38, requerido no dia 8 de Abril
de 1896, de nome João Monteiro);11 o segundo encontra-se nos Registos de pedidos de passaportes
(N.º de guia 148, requerido no dia 26 de Novembro de 1896, de nome Jacinto Rodrigues da Silva
Campos).12
Para a análise da corrente emigratória no ano de 1896, remetemo-nos ao estudo dos
Requerimentos solicitando guias para passaporte, uma vez que era uma fonte rica em informação.
Analisamos ainda, nos Registos de pedidos de passaportes o nível de instrução dos indivíduos.
Com as fontes estruturámos uma base dados em Excel com os seguintes campos: a idade, a
profissão, o estado civil, o sexo, o nível de instrução, a data de requisição e a origem e destino dos
emigrantes. Estas tabelas reforçam o nosso trabalho de investigação em anexo.
10 Requerentes eram os indivíduos que pretendiam transportar-se para o Brasil. 11 Verificar na tabela em anexo, ponto 2. 12 Verificar na tabela em anexo, ponto 3.
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O tratamento estatístico dos dados permitiu-nos definir que, cruzando-as com o quadro
teórico elaborado previamente; procuramos apresentar as conclusões, ou seja, uma proposta de
interpretação do problema inicialmente posto.
A documentação encontrava-se, em geral, em bom estado de conservação, com excepção de
alguns números do periódico Estrella Povoense, que apresentavam problemas na leitura de
algumas das suas edições, devido à sua deterioração, aquando da sua digitalização. A
documentação do Arquivo Municipal da Póvoa de Varzim obedece a uma ordenação cronológica e
tem numeração própria. No entanto, há documentação que não se encontra paginada, como por
exemplo nos Requerimentos solicitando guias para passaportes no ano de 1896, que se
encontravam em folhas avulsas.13
Este estudo encontra-se dividido em várias partes: na primeira parte traça-se uma
Contextualização, na qual abordamos a questão do Estado das Pescas em Portugal no século XIX;
aqui procuramos mostrar o quanto era complexo o cenário do sector das Pescas em Portugal, “uma
verdadeira malha”14, relatando o caso particular da “laboriosa Colmeia Piscatória” (A
Comunidade Piscatória Poveira).
Para além disso, fizemos um estudo acerca do quadro económico e social em que se inseria
esta comunidade, para uma melhor compreensão da sua especificidade. Damos ainda, relevância ao
final do século XIX, em especial, ao contexto da introdução das artes novas, isto é, o contexto
tecnológico e organizacional das pescas no concelho da Póvoa de Varzim, baseando-nos no
Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e nas Ilhas no ano de 1890.
Para o estudo do item “das cousas e das crises do Mar”, fundamentamo-nos no Boletim
Cultural da Póvoa de Varzim, no seu artigo A Póvoa e as suas crises económicas de Manuel Silva,
relacionando-o com a Póvoa e as suas crises.
Para finalizar o nosso trabalho elaboramos a conclusão, na qual são apresentadas as respostas
às questões anteriormente colocadas.
13 AMPV: n.º 1195. 14 AMORIM, Inês – A organização dos Serviços de Pescas e da Aquacultura e as iniciativas de instrução científico-técnica – século XII a inícios do século XX. Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2001, p. 123.
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3. O Estado das Pescas em Portugal no Século XIX
“A praia e os barcos se confundem,
geométrica geografia de luzes e sombras,
densa arquitectura da manhã silenciosa.”15
A arte da pesca foi criada pelos homens incentivados a procurar, mediante todas as formas e
meios, a sua alimentação. Aquela pautou-se por uma lenta evolução dos seus processos e aparelhos,
adaptando-se à exploração das águas e à indústria extractiva, que utilizava o mar como fonte
geradora de riqueza. Tornou-se, ao longo dos tempos, num poderoso elemento de luta, de
concorrência económica e de desenvolvimento de povoações costeiras.16
“Desde as Ordenações Afonsinas até ao Código de 1867, decorrente do direito romano,
verifica-se a tripartição classificativa das águas em públicas do Estado, dos concelhos e particulares.
Podia-se aceder às do Estado e às dos concelhos, porque a sua natureza o justificava. Só se teria
direito a dispor quer das águas públicas, quer das concelhias, por expressa doação régia. O primeiro
senhorio era o rei, porque ao rei pertencia a jurisdição sobre as águas, dispondo-as através de
sucessivas doações, segundo determinadas contrapartidas.”17
No reinado de D. Sancho I, apareceram as primeiras medidas protectoras dos pescadores. As
primeiras pescas protegidas foram as dos rios, só mais tarde é que se reconheceu que as do mar
constituíam riqueza pública que reclamava protecção e benefícios.18
A malha legislativa respeitante ao sector das pescas, produzida durante o período da
monarquia portuguesa, constituiu um frondoso bosque a que os historiadores recorrem, conscientes
da dispersão e variabilidade das diferentes formas de registo, consoante os emissores de
codificação: ora concelhos, ora senhorios laicos e religiosos, ora poder central, raramente os
pescadores, diferentes interlocutores no processo de estruturação de um sector, interessados nos
benefícios da pesca.19 Queremos nós dizer com isto que, no vasto mundo da legislação piscatória,
os pescadores, embora fossem os verdadeiros interlocutores deste processo de estruturação,
raramente emergiam na documentação escrita e, aparentemente, na regulação da pesca.
15 AMORIM, Sandra Araújo de – Vencer o mar, ganhar a terra: construção e ordenamento dos espaços na Póvoa pesqueira e pré-balnear. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2004, p. 9. 16 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas. In Boletim Cultural da Póvoa de Varzim. Vol. II, n.º 1. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1959, p. 159. 17 AMORIM, Inês – A organização dos Serviços de Pescas… p. 127. 18 AMORIM, Inês – A organização dos Serviços de Pescas… p. 165. 19 AMORIM, Inês – A organização dos Serviços de Pescas… p. 123.
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12
O papel do Estado em relação à administração das pescas revelava-se contínuo a partir do
momento em que a coroa transfere todo o enquadramento pesqueiro senhorial para a jurisdição dos
poderes civis locais e centrais.20
As medidas tomadas pelo Estado no âmbito do liberalismo económico pretendiam uma
animação das pescarias, estimulando as pescas nas costas portuguesas, ultrapassando a importação
de pescado.21
Sabe-se que só em meados do século XVIII, com a administração do Marquês de Pombal,
começam a surgir as primeiras leis sobre a actividade piscatória com alguma coerência organizativa.
Para a concepção destas leis, evidenciam-se duas etapas:
Na primeira etapa, o monarca como “verdadeiro senhor do reino” cedia um espaço para a
actividade piscatória a quem lhe conviesse, confundindo o poder político com o poder de
propriedade. Embora toda esta actividade tivesse a finalidade de proveito fiscal significativo, para o
reino, o monarca, com as suas concessões de exploração produtiva, fazia com que a actividade não
fosse rentável. Com o reinado de D. José (administração pombalina) a situação modifica, “embora o
Estado tivesse sobre todo o seu território, e por consequência, sobre as águas e a pesca, um
autêntico direito real, ele tende a diferenciar-se do direito privado de propriedade, atendendo à sua
natureza pública. As águas marítimas tornam-se objecto de discussão, tendo em conta os crescentes
interesses das potências europeias em ocupar, explorar e reivindicar os seus espaços.”22 É a partir
dos finais do século XVIII que o interesse pela pesca marítima adquire uma outra grandeza. Há um
processo de redescoberta do litoral, no quadro do crescente papel ordenador do Estado Moderno,
demonstrando este factor uma certa maturidade acerca das questões político-económicas em
Portugal.
“É neste contexto que se inscreve a organização das reais Companhias, entre as quais a
Companhia Geral das Reais Pescarias do Reino do Algarve.23
A fundação da Companhia24 focalizou os interesses da Coroa no maior controlo do sector,
inclusive numa tentativa de recenseamento dos meios de produção.”25
20 AMORIM, Inês – A organização dos Serviços de Pescas… p. 123. 21 AMORIM, Inês – A organização dos Serviços de Pescas… p. 124. 22 AMORIM, Inês – A organização dos Serviços de Pescas… p. 124. 23 Fundada em 1773.01.15 no tempo da administração do Marquês de Pombal, sendo uma das 6 companhias privilegiadas surgidas neste tempo. Empenhada na pesca da sardinha, que era o grande manancial a pescar, para satisfazer o mercado do norte de Portugal, numa altura em que o tradicional atum escasseava. Inês Amorim – A organização dos Serviços de Pescas… p. 136. 24 As companhias recebiam certas prerrogativas e assumiam certas obrigações, eram sociedades abertas ao público em geral, acolhendo quaisquer accionistas, independentes da origem de cada um. Estas configuravam-se como sociedades de capitais. Inês Amorim – A organização dos Serviços de Pescas…, p. 138. 25 AMORIM, Inês - A organização dos Serviços de Pescas…, pp. 136-137.
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13
É no século XIX, mais propriamente na década de 30, que se inicia a segunda etapa, com a
proclamação da total libertação das águas do sector da jurisdição senhorial, o Estado assume assim
o papel, embora tímido, no desenvolvimento da actividade piscatória.
A partir do século XIX, verifica-se um contexto político de certa forma favorável ao
desenvolvimento de todos os sectores, daí resultando, nos finais da década de 70, a fundação da
Comissão Central de Pescarias.26
A partir da realização do decreto de 1830.11.06, pode dizer-se que se entra numa nova era.
“Trata-se da libertação dos pescadores dos quadros institucionais privados (confrarias, irmandades e
compromissos) e das obrigações de carácter senhorial ou religioso (dízimas, gabelas, caldeiradas,
etc.). Ao mesmo tempo que se declarava a liberdade de associação, liberdade de se ajustar o jornal,
liberdade de escolha da arte de pescaria, exigia-se a matrícula de todos os mestres e companhias
para que se isentassem da tropa de milícias, de linha e ordenanças, procedendo-se, desta forma, a
um levantamento humano, que a todo o tempo seria passível de recrutamento e fiscalidade.”27
Como já referimos atrás, no século XIX há um contexto político favorável à regeneração de
todos os sectores. Sendo assim, procedeu-se não só à determinação das competências em passar
matrículas de barcos de pesca, entre alfândegas e capitães dos portos, como também das tonelagens,
proprietários, arrais, portos ou rios de navegação e pesca, pescadores e condições para a admissão
em cada companhia e isenção do recrutamento militar. Havia também a preocupação de identificar
quem era o pescador e avaliar o seu potencial, porque “nem todos os que trabalham nas pescarias
são pescadores matriculados os mais são adventícios e trabalhadores nos campos, que durante as
temporadas, correm às costas e rios.”28
“A preocupação em elaborar um diagnóstico do sector ressalta da legislação que antecede o
Inquérito sobre o estado, condições e necessidades da indústria da pesca (1890.06.26), base de
vários relatórios produzidos pelas capitanias do litoral, assim como das respostas incluídas no
relatório global Inquérito sobre pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890, publicado
pelo Ministério da Marinha.”29 Este inquérito, relativamente a outros inquéritos que foram
efectuados, “forneceram informações mais extensas e consistentes sobre as pescas”. O inquérito de
1890 é mais completo por ter sido aplicado na base de um questionário elaborado com o propósito
de inquirir a costa portuguesa, as actividades de exploração fluvio-marítima, e as condições de vida
das populações que a elas se entregavam. A sua organização decorreu sob a tutela do Ministério das
Obras Públicas, no Conselho Superior do Comercio e Indústria, ao longo de dezassete sessões, entre 26 Fundada em 1878.08.02, para estabelecer os preceitos e regras a que deviam estar sujeitas as pescas, preparando a assinatura do convénio provisório de reciprocidade no exercício da pesca entre Portugal e Espanha (1878-1885). Inês Amorim – A organização dos Serviços de Pescas…, p. 124. 27 Inês Amorim – A organização dos Serviços de Pescas…, pp. 140-141. 28 Inês Amorim – A organização dos Serviços de Pescas…, p. 142. 29 Inês Amorim – A organização dos Serviços de Pescas…, p. 124.
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9 de Janeiro e 10 de Setembro de 1890. A execução da parte das pescarias foi entregue a uma
equipa conhecedora da costa portuguesa, tendo sido publicado no segundo de cinco volumes os
resultados totais deste sector, numa obra que ficou conhecida como Inquérito Industrial.30
Verifica-se que, a partir dos finais do século XIX, há uma maior eficácia no sector das pescas
que está relacionada não só com os apelos à instrução popular (apelo à investigação relacionada
com relatórios, inquéritos, etc.), como também a existência de uma articulação com os sectores que
lhe ficam a montante (construção naval, construção de velames e de redes) e a jusante (conservação
por secagem, salga e congelação…).
“Um estudo elaborado no seio da Sociedade de Geografia de Lisboa, datado de 1888,
equaciona o estado do sector ao alicerçar um pedido «ao governo de sua Magestade para que
organise um serviço central de pescarias que reúna todos os elementos de administração que digam
respeito à polícia, na creação e desenvolvimento da indústria de pesca.» No âmago deste pedido
estava a consciência de que as pescas eram um dos vértices do triângulo que ligava o comércio e a
navegação, sectores essenciais à resolução das questões económicas e à sobrevivência e «sustento
das classes menos abastadas».”31
Sendo assim, pode-se depreender o porquê do interesse em desenvolver este sector por parte
da Coroa Portuguesa, concebendo assim uma regulamentação da pesca nacional costeira;
internacional longínqua e fluvial.
O decreto de 22 de Outubro de 1852 divide o litoral em departamentos e distritos marítimos,
presididos por Intendentes, no primeiro caso, e por Capitães, no segundo. Contudo, há uma redução
de competências aos pescadores, havendo uma simples matrícula da população marítima das
respectivas circunscrições, nunca se lhes conferindo poderes em matérias de pesca.32
A partir da segunda metade do século XIX, surgem preocupações relacionadas com o
esgotamento de recursos. Esta medida anuncia uma nova fase de organização do sector, a
planificação, tendo como base estudos ao nível científico; os objectivos que presidiram à ordem
dada em 1887.12.29 ao capitão tenente da Marinha, José Alemão de Mendonça Cisneiros e Faria,
para formular e apresentar os preceitos e regras a que devem estar sujeitas as nossas costas
marítimas “e rios navegáveis épocas em que devem ser exercitadas, aparelhos que podem ser
permitidos para esse fim, condições em que devem ser dadas as licenças para os vários ramos de
pesca, garantias recíprocas dos diversos pescadores, penalidades a impor-se-lhes em caso de
infracção […] especialmente na pesca do atum, corvina e serrajão no Algarve…”33
30 MARTINS, Luís – Relatório sobre a situação da pesca da sardinha na Póvoa de Varzim – 1904 – Almirante Vicente Coutinho de Almeida D’ Eça. In Boletim Cultural da Póvoa de Varzim. Vol. XL, Póvoa de Varzim, 2005-2006, P. 44. 31 MARTINS, Luís – Relatório sobre a situação da pesca…, p. 125. 32 MARTINS, Luís – Relatório sobre a situação da pesca…, p. 125. 33 MARTINS, Luís – Relatório sobre a situação da pesca..., p. 144.
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Por outro lado, parece certo que a institucionalização dos serviços das pescas foi acelerada,
pela necessidade de negociar com interlocutores que se impunham, como a Espanha.
Esta questão levanta, assim, uma série de negociações relativas aos convénios de 1878 e de
1885,34 que vêm relatados em sucessivos Livros Brancos demonstradores das questões à volta da
apropriação do espaço económico e territorial frente ao avanço das novas técnicas, nomeadamente
com a chegada dos vapores e a multiplicação dos cercos35 espanhóis.
Sendo assim, verifica-se uma maior necessidade de intervenção e controlo das acções
desenvolvidas, não só no domínio da pesca, como também no da navegação, comércio e fiscalidade.
A partir da década de 70, tende-se para a especialização de vários sectores apoiados em corpos
administrativos próprios.
Para Portugal a abertura das costas espanholas era um óptimo aliciante, mas para a Espanha a
abertura da costa portuguesa era ainda mais lucrativa, pois esta era superior quer em número de
barcos, quer em número de homens.36
Os inquéritos-relatórios acerca da Indústria da pesca, surgidos nas décadas de 80 a 90 do
século XIX, mostram conjuntamente, a investigação, popularização, transmissão e difusão de uma
cultura científica que se traduz no delinear do perfil do pescador (o pescador era aquele que exercia
uma actividade constante, ao longo do ano). Baldaque da Silva, na sua obra Estado Actual das
Pescas em Portugal (1891), dedicou as suas últimas páginas à importância científica das pescas,
enumerando relatórios, inquéritos, catálogos de museus,37 entre outros.
Compreende-se então o discurso polifacetado daqui resultante. Institucional porque obedecia a
uma grelha estatística com objectivos de estimar as potencialidades do sector; vivencial porque o
pescador se tornava objecto de observação em si mesmo, fonte no contexto de uma sensibilidade
crescente às questões sociais. Tornou-se ponto assente, na política económica, que o sector das
pescas era vital para a economia do reino, até por razões que se prendiam com uma conjuntura
internacional de crise pesqueira, que se gerou nos anos de 1880-1887 38, tanto na costa portuguesa
como nas águas longínquas da pesca do bacalhau.
34 Convénio entre Portugal e Espanha, de 1885.10.02, regulando o direito exclusivo da pesca para os nacionais nas águas territoriais de cada um dos estados, proibindo o uso de determinadas artes… Inês Amorim – A organização dos Serviços de Pescas…, p. 145. 35 Aparelho de pesca em que as redes formam círculo para apanhar o peixe. 36 AMORIM, Inês – A organização dos Serviços de Pescas…, p. 146. 37 AMORIM, Inês – A organização dos Serviços de Pescas…, p. 149. 38 O desaparecimento da sardinha nas costas bretãs, até então produtoras mundiais de conservas, estimulou o sector em Portugal e Espanha, pressionando as técnicas massivas de pesca. Esta pressão sobre a costa é favorecida pela assinatura do já nomeado convénio de reciprocidade de pescas entre Portugal e Espanha (1878-1885). Os inquéritos de 1889/90 confirmam a pressão dos espanhóis nas costas portuguesas: em Viana do Castelo, invasão de pescadores espanhóis; na Póvoa de Varzim, redes de arrasto em embarcações movidas a vapor, etc. Inês Amorim – A organização dos Serviços de Pescas…, p. 149.
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Havia que conferir a quantidade de embarcações, e pescadores, as técnicas, os valores do
pescado, as características e estado dos mananciais para responder a uma conjuntura internacional
favorável à expansão das pescas portuguesas.
4. A Comunidade Piscatória Poveira:
O Quadro Económico-Social
Depois de efectuarmos uma visão retrospectiva das pescas em Portugal nos séculos XVIII e
XIX, vamos caracterizar especificamente a comunidade piscatória poveira.
Neste capítulo, pretendemos esboçar o perfil económico e social da comunidade piscatória
poveira, ao longo do século XIX.
Surgem diversas formas de caracterizar a comunidade piscatória poveira. Segundo Cândido
Landolt, os pescadores poveiros “são na sua infantil ignorância, os homens mais inocentes deste
mundo.”39 Santos Graça e Fonseca Cardoso, referem-nos como a família piscatória poveira; outros
atestam que os poveiros descendem dos Fenícios; alguns afirmam, ainda, que descendem dos
romanos; e, finalmente, outros vão mais longe remetendo as origens para os Vikings. Historiadores
e etnógrafos referem-se-lhes como verdadeiros lobos do mar40.
A apetência da enseada da Póvoa de Varzim para as pescarias em grande número, foi realçada
pelo noticiarista Veiga Leal41 em 1758, referindo que “há n’esta villa uma das melhores enseadas
d’este Reino.”42
A actividade piscatória da Póvoa de Varzim, pelo número e importância desta indústria, gozou
de imunidades que lhe concederam vários privilégios e regalias de certos monarcas como D. Dinis e
D. Manuel, tais como a isenção de impostos, e ainda a dispensa da vida militar, durante longos
anos.43
“Apesar, porém de não haver marcos que delimitassem esses privilégios o certo é que sobre o
vasto areal que vai desde a Poça da Barca, ao Sul da Póvoa de Varzim, até para lá do Ramalhão, ao 39 LANDOLT, Candido – Folk=Lore Varzino Costumes e Tradições Populares do Século XIX. Póvoa de Varzim: Empreza da Propaganda, 1915, p. 103. 40 AZEVEDO, José de – Histórias do mar da Póvoa. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2001, p. 295. 41 Tenente Veiga Leal, natural de Paços de Ferreira, militar distinto e notável memorialista, serviu no cargo de Governador na Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição da Póvoa de Varzim, a partir de 13 de Dezembro de 1738. In DINIZ, M. Vieira – O Tenente Veiga Leal em Terroso (Algumas Notas de Família). In Boletim Cultural da Póvoa de Varzim. Vol. X, n.º 2. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1971, p. 306. 42 AMORIM, Manuel – O Litoral Poveiro. In O Litoral em Perspectiva Histórica (séc. XVI-XVIII). Porto: Instituto de História Moderna da Universidade do Porto, Faculdade de Letras do Porto, [2001], p. 29. 43 LANDOLT, Cândido – Folk=Lore Varzino Costumes e Tradições…, p. 25.
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norte, ou seja na extensão de 2 quilometros, o pescador é quem se permitia governar por sua
iniciativa individual e pela sua unidade colectiva, a Irmandade da Nossa Senhora da Assunção, com
sede na capela da Lapa.” 44
Assim, sempre que se debatia alguma questão sobre as pescarias, as gentes da terra diziam o
seguinte: “… Qui é!... Qui é!?... Rebeira é dos piscadores!... Quem manda aqui é a piscaria!... Sem
dúvida, que a Ribeira é onde os pescadores tém os seus barcos e vendem o peixe dos seus
aparelhos; mas daí á posse e mando exclusivo, ou exercer jurisdição sobre o vasto areal: Ribeira,
Praia de Banhos, Praia da Reigoiça e Praia da Salgueira – vai uma grande diferença.”45
Na transição para o século XIX, a vila apresentava-se como um aglomerado populacional.
Atente-se na estreita relação entre dois fenómenos dependentes, concretamente o crescimento
demográfico e o desenvolvimento económico. Funcionando a procura do incremento como um
importante estímulo das actividades da pesca e da salga, aquela era a garantia da subsistência duma
população em crescimento, que procurava no pescado a base do seu sustento.46
A actividade piscatória era de uma extrema importância para a Póvoa de Varzim; segundo o
Tenente Veiga Leal, em 1758, “no reino não ha outro porto de mar que exceda ao d`esta Villa”,
sendo o pescado “abondantissimo” e suficiente para abastecer o Minho, Trás-os-Montes e Beira.
Segundo Aurélio de Oliveira, a presença do pescado galego nos centros piscatórios da costa
Noroeste afirmou-se de modo decisivo no século XVIII, demonstrando que portos como Caminha,
Viana, Fão, Póvoa, Vila do Conde, Matosinhos, Porto, Aveiro, Ovar ou Buarcos-Figueira eram
incapazes de se abastecer a si próprios. No entanto, a situação poveira afastou-se deste contexto nos
finais do século, apresentando uma posição de liderança no conjunto nacional.47
Com o aumento do consumo do pescado fresco, seco ou salgado, que vinha já de tempos
recuados, foi necessário recorrer ao longo do século XIX às importações de peixe proveniente
sobretudo da Galiza. No entanto, com o Marquês de Pombal, criam-se medidas proteccionistas que
visavam estancar a entrada da sardinha galega, que concorria com a produção portuguesa, de modo
a incentivar a pesca local.48
Nos inícios do século XIX, os contratadores de pescado oriundos da Galiza marcaram
presença constante na Póvoa, onde vinham comprar pescado fresco que negociavam nas terras do
interior do reino vizinho e onde se instalavam para participar no negócio da salga de peixe. Esta
44 AZEVEDO, José – O Aparecimento de Novas Artes de Pesca na Póvoa de Varzim. In Actas do Colóquio Santos Graça a obra e a época. Vol. II. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1985, pp. 19-20. 45 AZEVEDO, José – O Aparecimento de Novas Artes de Pesca…, pp. 19-20. 46 AMORIM, Sandra Araújo de – Vencer o mar, ganhar a terra..., p. 91. 47 AMORIM, Sandra Araújo de – Vencer o mar, ganhar a terra..., pp. 96-99. 48 A partir de 1773, a política pombalina lançou um tributo exorbitante sobre os produtos da pesca oriundos de Espanha. Aurélio de Oliveira – Póvoa de Varzim e centros de salga na Costa Noroeste nos fins do Século XVIII. O contributo da técnica francesa. Colóquio «Santos Graça» Etnografia Marítima, Vol. II. Póvoa de Varzim: 1985, pp. 96-99.
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procura por parte dos galegos do centro poveiro como fornecedor do pescado vem comprovar a
grande prosperidade deste nos inícios de oitocentos.
Lacerda Lobo, propondo-se tratar do estado e da decadência da pesca em Portugal, percorreu a
costa minhota, em 1789, e demorou-se algum tempo na Póvoa de Varzim, afim de proceder a
averiguações sobre variados aspectos da indústria piscatória e suas afins, através de observações
directas e ainda de interrogatórios com os marítimos mais entendidos. O seu estudo incidiu
particularmente sobre esta vila da Póvoa de Varzim, ao tempo entreposto de pesca em plena
florescência, por um lado em razão de serem os poveiros os pescadores “mais peritos e praticos, que
existem em toda a nossa costa, desde o Cabo de S. Vicente até Caminha”.49 Constata ainda que “o
estado actual da pescaria da Povoa de Varzim he o mais attendivel da Costa da Província do
Minho: 1.º – os pescadores são os mais peritos e praticos, que existem em toda a nossa costa, desde
o Cabo de S. Vicente até Caminha (os pescadores da Povoa de Varzim andão continuamente no
mar, elles não se contentão com a pescaria feita perto da Costa, vão buscar o peixe a mares, que
ficão dez, e doze legoas desviados da dita Villa.): 2.º – aqui ha hum numero mais consideravel de
Pescadores, embarcações, e apparelhos de pesca, do que em outro qualquer lugar, a quantidade de
pescado hé proporcionada a estes meios”.50
4.1. A comunidade piscatória poveira do ponto de vista social, hierárquico e religioso
Santos Graça na década de 30 do século XX para caracterizar a “família” piscatória poveira51
define como sendo, muito fechada ao relacionamento com estranhos, a quem chamavam “peixes de
coiro”, vivendo isoladamente, “sem misturas”.
Dentro da “família” de pescadores havia vários grupos sociais bem definidos, que se
evidenciavam pelo tipo de barcos que usavam, bem como pelos casamentos realizados de variada
extracção social.
49 LOBO, de Lacerda – As Pescarias da Póvoa de Varzim em 1789. Boletim Cultural da Póvoa de Varzim, Vol. I, Póvoa de Varzim, 1958, p. 239. 50 LOBO, de Lacerda – As Pescarias da Póvoa de Varzim…, pp. 241-242. 51 Poveiro, nasceu em 16 de Agosto de 1882 e faleceu a 7 de Setembro de 1956. Era filho de pescadores, e estudioso da comunidade poveira. Iniciou a sua actividade profissional no “comércio de fazendas” em 1889. Deixou a sua marca na administração municipal (1911-1938). Participou no movimento de jornalismo associativo, filantrópico, cultural e desportivo. Fundou e dirigiu durante largos anos o jornal “O Comércio da Póvoa de Varzim” (1903), colaborando assiduamente nos diários “Primeiro de Janeiro” e a “República”. Dirigente e animador da Associação de Socorros Mútuos “A Povoense” (1902), foi um dos fundadores do “Clube Naval Povoense” (1904), de “A Marítima”, de “Associação de Classe dos Pescadores da Póvoa de Varzim” (1905) e de “A Beneficiente” (1906). Desenvolveu uma importante actividade cultural e cientifica entre 1913-1956, movida pelo propósito de estudar e dar a conhecer a especificidade da “colmeia piscatória povoense”, à qual se encontrava ligado. António dos Santos Graça – O poveiro – usos, costumes, tradições e lendas. Póvoa de Varzim: Edição do autor, 1932, p.1.
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Durante o século XVIII não existia o conceito de «fidalgos» e «plebe», pela simples razão de
que era bem presente na sociedade piscatória, um arreigado comunitarismo. Sendo assim, qualquer
pescador de recursos médios poderia ser pescador “lanchão”, desde que se associasse com outros
para adquirir uma lancha. Normalmente, as lanchas eram da companha que as tripulava e fazia parte
uma sociedade cooperativa de produção. No século XIX, e em especial a partir do segundo quartel,
verifica-se uma mudança neste hábito, como resultado da influência da presença catalã na Galiza,
mas também por se entrar num período de progresso nunca antes atingido.52
Sendo assim, “os «lanchões», os «fidalgos» da «colmeia», eram os mais abastados, com os
melhores barcos e apetrechos, dos «rasqueiros» que formavam a «burguesia» da comunidade,
dedicando-se à pesca da sardinha. Os «pescadores de linha» constituíam a «plebe», cujo sonho era
terem um dia a oportunidade de se integrarem numa «companha»53 que lhes permitisse subir de
nível social.”54 A divisão entre «fidalgo» e «plebe» não era estática, pois o dono de uma catraia
podia chegar a pescador lanchão se tivesse sorte na pesca, assim como o pescador lanchão podia
ficar sem a lancha num naufrágio e ser obrigado a adquirir uma embarcação de menor porte, ou a
associar-se a outros, o que diminuía os seus proventos. 55
Segundo Óscar Fangueiro pode-se verificar que na árvore genealógica de Santos Graça, os
filhos de um pescador da plebe contraíam casamento com os filhos do pescador lanchão.56
Santos Graça menciona n’O Poveiro 150 ramos familiares, a que atribui 276 alcunhas, ao
referir-se às famílias que pertenciam “à plebe”.
O pescador poveiro é muito devoto da Nossa Senhora da Assunção. A Real Irmandade de
Nossa Senhora da Assunção da Póvoa de Varzim tem a sua origem na Confraria da Senhora da
Lapa, amparo dos homes do Mar, cujos Estatutos foram aprovados, em 12.Set.1761 por sua Exa
Reva o Senhor Arcebispo e Senhor de Braga, Primaz das Hespanhas, etc., D. Gaspar de Bragança, e
a Confraria nasceu da Devoção a N.ª S.ª da Lapa, com imagem na ermida ou capelinha de S. Roque
à Junqueira, da qual há notícia já no ano de 1760.57 Nossa Senhora da Assunção é a padroeira dos
pescadores poveiros; pelo dever e respeito sagrado, estes têm na sua consciência a obrigação de
ajudar a Irmandade da Lapa na realização da festa da padroeira. Nesse dia, uma multidão compacta,
vestida de negro, invade a igreja da Lapa para visitar e prestar culto à Senhora da Assunção. Estes
fiéis devotos induzidos numa autêntica atmosfera religiosa cumprem as suas promessas.58
52 FANGUEIRO, Óscar – A História Poveira e a Obra Etnográfica de Santos Graça. In Santos Graça a obra e a época. Vol. I. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1984, pp. 117-118. 53 Tripulação de navio ou barco de pesca; agremiação de pescadores; companhia. 54 FANGUEIRO, Óscar – A História Poveira…, p. 119. 55 FANGUEIRO, Óscar – A História Poveira…, p. 118. 56 FANGUEIRO, Óscar – A História Poveira…, p. 119. 57 COSTA, Martins – Real Irmandade de Nossa Senhora da Assunção da Póvoa de Varzim. Póvoa de Varzim: s.e., s.d., p.153. 58 AZEVEDO, José – O Aparecimento de Novas Artes de Pesca…, p. 116.
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Era à Real Irmandade de Nossa Senhora da Assunção que o pescador poveiro recorria quando
se sentia ameaçado. Na comunidade poveira estavam perfeitamente estabelecidas as formas, as leis
e os preceitos que regulavam o amparo e auxílio aos pescadores e familiares desta comunidade
piscatória. Os Estatutos da Real Irmandade de Nossa Senhora da Assunção relatam em pormenor o
amparo e o auxílio que era devido ao companheiro doente, à viúva e ao órfão, e ainda o socorro
prestado no mar, junto da barra, e ao barco em perigo.
Estas obrigações estão bem fundamentadas na tradição, nos usos e costumes do pescador
poveiro, que faz a sua lei; se tal não acontecesse a desconsideração seria assumida por toda a classe
piscatória, “mal iria àquele que deixasse de lhe dar fiel cumprimento, pelo desprezo, pior que a
morte, a que a classe o votaria.”59
Muito religiosos e sinceros eram os poveiros; o seu tom de voz elevado devia-se sobretudo ao
hábito com que falavam de forma a sublevar o barulho do mar, ao tentar falar com os
companheiros. Esta comunidade simples mas zelosa da sua independência continha, no seu seio,
segundo Santos Graça, uma grande percentagem de analfabetos; para colmatar esta deficiência, os
pescadores usavam então as marcas poveiras muito relacionadas com o mundo em que viviam, para
identificarem os seus pertences. Estas eram usadas em especial para marcarem os seus apetrechos,
servindo de marca de propriedade com um certo carácter de brasão de família, passando de geração
em geração.
Este comportamento, ao contrário do que se verificava noutros grupos de trabalho, como nos
relata Júlio António Borges, devia-se ao facto do pai, quando abandonava esta actividade, ser
substituído pelo seu filho mais novo nas tarefas da faina, tomando este conta das redes.
59 GRAÇA, António dos Santos – O poveiro – usos, costumes, …, p. 17.
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Painel de Azulejo
Fonte: Júlio António Borges – Paisagem Poveira. Póvoa de Varzim: Editora CMPV, 2003.
Na maioria das vezes, desde o baptismo, que os pescadores poveiros substituíam os seus
nomes por alcunhas, com que mais facilmente se identificavam. Orgulhosos da sua terra sempre que
interrogados sobre a sua proveniência, respondiam com convicção, “somos poveirinhos pela graça
de Deus.”60
Santos Graça descreve-os de uma forma simples e clara, como sendo audazes e arrojados. “E é
no mar, o mais ousado pescador da costa, afoitando-se às maiores distâncias, arrostando nos seus
pequeninos e frágeis barcos os maiores temporais, num à vontade que arrepia e assombra.”61
Muito independentes, os pescadores não gostavam de ter problemas com a justiça, evitando
que as autoridades interviessem nas suas questões, “Os desentendimentos eram resolvidos entre eles
se não fosse a bem, era à pedrada ou ao murro. Mais espalhafatosas, eram as zangas entre as
mulheres. Arrepelando-se e berrando, procuravam no seu vocabulário descarado os termos mais
injuriosos com que agrediam a adversária.”62
Cuidadoso da independência da sua comunidade, punha limites à liberdade da juventude mais
atrevida e arrojada. Os arcos do Aqueduto da freguesia de Argivai constituíam como que uma
fronteira que não deveriam ultrapassar. Rapariga que aí fosse encontrada, sozinha ou acompanhada
60 BORGES, Júlio António – Paisagem Poveira. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2003, p. 131. 61 BORGES, Júlio António – Paisagem Poveira…, p. 131. 62 BORGES, Júlio António – Paisagem Poveira..., pp. 129-130.
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pelo namorado, sofria na reputação os efeitos do seu atrevimento; os rapazes também não podiam
passar para lá dos «arcos».
4.2. Mudanças sociais na comunidade piscatória poveira
Após caracterizarmos a sociedade piscatória Poveira, vamos referir quais as mudanças sociais
e os motivos pelos quais se deram essas mudanças.
“Colmeia piscatória por excelência e reputada estação balnear marítima, o burgo poveiro vive
as ultimas décadas do século XIX sob uma aura de progresso material e de desenvolvimento que
tem no caminho-de-ferro (1875) e na actividade comercial os seus núcleos de referência mais
evidentes. Na inspirada síntese evolutiva da História Local traçada por Manuel Amorim, 1978, o
período que vai de 1836 a 1897 define a Póvoa como «cabeça de um pequeno concelho rural e
estância balnear de grandes dimensões». No entanto a pesca e os pescadores constituíam, em clara e
indisfarçável assimetria, uma ilha de ciclo e crítico desespero”63 De certo modo, tinha-se acentuado
o estado decadente da actividade piscatória, detectado por Lacerda Lobo em 1812 e Adriano Balbi
em 1822. Agravaram-se os abusos do fisco assinalados por Lacerda Lobo e a ausência de
regulamentos adequados ao desenvolvimento da indústria da pesca, segundo a opinião de Adriano
Balbi.64
Sendo assim, o final de século XIX será marcado por uma franca pobreza e miséria, na
pescaria a que aludem constantemente o Periódico Estrella Povoense. “Um assumpto de tal
transcendencia e magnitude para a Povoa para todos nós não póde deixar de ser constantemente
tratado e discutido na imprensa local.” 65
63 LOPES, Manuel – Evocação da tragédia marítima de 27 de Fevereiro de 1892: memória colectiva que o tempo não apagou. Boletim Cultural da Póvoa de Varzim. Vol. XXIX, n.os 1-2. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1992, p. 8. 64 LOPES, Manuel – Evocação da tragédia marítima…, p. 8. 65 Estrella Povoense. Edição n.º 888, 15 de Abril de 1894, p. 1.
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Gravura alusiva à tragédia de 27 de Fevereiro de 1892
Fonte: Júlio António Borges – Paisagem Poveira. Póvoa de Varzim: Editora CMPV, 2003.
Em Outubro de 1891, num desastre onde pereceram quatro pescadores, a imprensa censura a
falta de socorros por parte dos barcos salva vidas e aproveita para referir, junto dos poderes
públicos, a gravidade de uma situação insustentável.66
Data eterna, como que gravada a fogo vivo na memória poveira, é a de 27 de Fevereiro de
1892. Quase sempre referido sem o ano, que bem basta o dia e o mês para reacender a angústia de
uma tragédia que vestiu de longo e pesado luto a colmeia piscatória poveira. Evocação gerada por
múltiplas reminiscências onde o tempo vivido e os testemunhos herdados e transmitidos por
tradição assumem um carácter mítico, que a imaginação e a realidade confrontam e transfiguram.67
A desgraça não só cobriu toda a Póvoa como a Afurada (Porto), lançando na miséria inúmeras
famílias.
Dá-se o início da decadência das pescarias da Póvoa de Varzim devido à tragédia marítima
que abalou o país em 27 de Fevereiro de 1892, em que pereceram 105 pescadores. “A tempestade
surpreendeu as lanchas no mar da cartola a sudoeste de Aveiro. Duas lanchas, a do tio Praga e a do
tio Jéque, caminhavam a par, apenas com uma latina, a caminho do norte. Tinham que seguir como
Deus fosse vivo, porque não havia força humana que as pudesse desviar do seu curso tempestuoso.
Sem um minuto de descanso, os homens esforçavam-se para deitar fora a água, que as vagas
alterosas teimavam em atirar para dentro das embarcações. As companhas afoitavam-se
mutuamente para não esmorecerem. Mas de água e soçobra; a outra tenta, mas não pode acudir-lhe.
66 LOPES, Manuel – Evocação da tragédia marítima…, pp. 9-10. 67 LOPES, Manuel – Evocação da tragédia marítima…, p. 5.
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É o mestre da que naufraga e grita: «Não tentes o socorro, compadre que morreis todos. Deus
te guie e leve a salvamento. Até à eternidade compadre!» O mestre João Praga levantou a mão num
gesto de despedida mas não respondeu. Duas lágrimas rolaram-lhe pela face, mas mais ninguém lhe
ouviu uma palavra. Leme bem firme, todo o dia e toda a noite até ao alvorecer do dia seguinte, em
que entrou em Vila Garcia, na Espanha. Salvou a companha. Dois dias depois chegava à Póvoa, de
comboio. Após a tragédia nunca mais comeu, nunca mais falou. Oito dias depois da sua chegada –
morria! A grande dor de não poder salvar – matou-o!...”68 As más condições da barra da Póvoa, o
estrago causado pelos vapores, nacionais e estrangeiros, usando indiscriminadamente redes de
arrastar pelo fundo nos pesqueiros habituais dos marítimos Poveiros, a forte emigração para o Brasil
e a estagnação absoluta das técnicas de pesca – foram os factores que mergulharam a colmeia
piscatória da Póvoa, que representava ¾ da população local, numa das maiores crises de sempre.69
Segundo Inês Amorim, a simples avaliação dos pescadores na Póvoa é um assunto delicado. O
relatório de 1879, inscrito no Livro Branco das Pescas, refere que “o número de pescadores
matriculados [1878] é 400, porém quatro mil aproximadamente fazem uso desta indústria, sem
cumprir o preceito de matricular-se afim de fugirem ao recrutamento marítimo; as alfândegas
acabavam por permitir tal abuso ao passarem licenças de pesca sem exigirem a apresentação das
matrículas dos barcos”. A questão, contudo, não era apenas a fuga ao controlo fiscal e militar.
Prendia-se com a própria forma contraditória de organização dos serviços de pesca que atribuíam
aos intendentes e capitães dos portos a matrícula da população marítima, mas não lhes conferiam
mais nenhuma função de jurisdição, enquanto competia à Direcção Geral das Alfândegas cobrar o
imposto dos 6% sobre os quinhões do pescado e desta forma aferir o número de pescadores
contribuintes. O relatório de 1890 refere que “o que acontece, especialmente na Povoa, é um
determinado pescador, que pertence hoje a uma embarcação, abandoná-la amanhã por outra que
tenha visto trazer mais abundante pescaria, e, por vezes ainda no dia seguinte, por qualquer
futilidade, passar a guarnecer uma terceira. Succede também que nem sempre a mesma companha
pôde ir ao mar completa, principalmente na quadra do Janeiro em que fazem as enviadas para a
sardinha, e ainda acontece que hoje o pescador que hoje vae ao mar n’uma lancha para a pescada,
vae amanhã numa catria grande para a pesca da sardinha e de outras espécies, no outro dia numa
outra catraia pequena para a lagosta, e ainda no dia seguinte em um cahique para a pesca a linha.”
Sendo assim, com tal mobilidade é perfeitamente impossível o cumprimento da disposição
regulamentar de 1 de Agosto de 1884 que exige a matrícula de companha certa em cada
embarcação.70
68 LOPES, Manuel – Evocação da tragédia marítima…, pp. 8-9. 69 LOPES, Manuel – Evocação da tragédia marítima…, p. 9. 70 AMORIM, Inês – A organização do trabalho da pesca…, pp.125-126.
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Segundo o Inquérito de 1890, mais de 50% da população vive da pesca, directa ou
indirectamente na Póvoa de Varzim. O Relatório especifica as funções que lhe eram próprias no
complemento do trabalho masculino, juntamente com os menores de 12 anos masculinos que não
iam ao mar: eram responsáveis pela beneficiação das redes (fabricá-las na colheita do mexilhão) e
pelo varar das embarcações na praia (Inquérito de 1890, p. 110).71 Encontramos na Póvoa de
Varzim, na forma de organização do trabalho, fundamentalmente uma actividade centrada à volta
da pesca da pescada e da sardinha, com uma taxa de ocupação elevada e com uma divisão
horizontal de funções, dentro da estrutura familiar. As relações, se tinham uma base familiar quando
se organizavam em companhas, podiam desfazer-se quando se mudava de arte ou por razões de
eficiência ou ineficiência deste ou daquele barco ou arte.72
Um outro problema que afectava a comunidade piscatória dizia respeito a não possuir um
porto de abrigo; segundo Manuel Silva, “ainda no decurso desse século 18.º, o povo da vila fez
subir, até junto da Rainha D. Maria I, uma justa e instante petição, para que fossem estudadas as
obras de aperfeiçoamento a que se referia o Governador da Fortaleza de N. S.ª da Conceição da vila
da Póvoa de Varzim [Tenente graduado de infantaria Veiga Leal, que fez a mais pormenorizada
descrição da enseada, à qual, ainda hoje, pouco ou nada há a acrescentar, ainda que tal descrição
date de 1758], e fossem postas em execução para aproveitamento completo de milhares de esforços
dos pescadores, na exploração de uma riqueza considerável – a pesca marítima – então e hoje
avaliada em somas verdadeiramente fabulosas”.73 No entanto, “em 1821 as obras não só estavam
suspensas, mas abandonadas e em inicio de desmantelamento os trabalhos já efectuados, a ponto de,
longe de beneficiarem o movimento da enseada, o prejudicavam manifestamente. Em 2, 10 e 13 de
Dezembro [de 1823] foram abertas praças, para fornecimento de esquadrias da obra, precedendo
editais em diversas freguesias; e, por ter havido concorrente, foi adjudicada ao mestre respectivo,
por meio de escritura pública.”74 Enquanto o “ paredão, dado por feito em 1826, foi prolongado,
tendo sido inaugurados os trabalhos do prolongamento em 1887. Porque essa última fase de tais
obras corresponde a um notável conjunto de esforços, em que entrou a politica local, em
competência de valimento, aí vão outros informes não despiciendos e que devem merecer a atenção
dos que se interessam pelos melhoramentos da terra. Um silêncio de quarenta anos cobriu as
últimas notícias acerca desta obra ligada à vida económica da Póvoa. Tal como foi rematado,
segundo o critério seguido pelos que interferiram na sua construção tão acidentada e tão longa, o
paredão ficou pois ali, desempenhando uma parte mínima da sua importante função de defesa
71 AMORIM, Inês – A organização do trabalho da pesca…, p. 126. 72 AMORIM, Inês – A organização do trabalho da pesca…, p. 129. 73 SILVA, Manuel – Antecedentes Históricos do Porto de abrigo Poveiro. In Boletim Cultural da Póvoa de Varzim. Vol. II, Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1959, p. 238. 74 SILVA, Manuel – Antecedentes Históricos…, pp. 247-248.
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contra a agitação do mar. A classe piscatória não estava satisfeita; e, naturalmente, e como primeira
interessada na obra, não deixava de soltar os seus queixumes por sentir a sua vida sempre ameaçada
ao menor temporal e até com o mar simplesmente agitado. A lista dos naufrágios, à vista de terra, é
de uma eloquência confrangedora. Até às altas regiões do poder, alguma voz, posto que débil,
chegou, interessando-se o Governo por pôr um cobro às instantes e repetidas reclamações dos
poveiros: o paredão estava longe de servir de abrigo à enseada.”75
A pesca na Póvoa era uma perigosa aventura quotidiana, agravada pelo baixo preço do
pescado e sujeita ao jogo dos regateiros.76
Os intermediários inflacionavam os preços, retirando a margem de lucro aos pescadores.
Eram comerciantes que acertavam um preço para o pescado e, depois deste recolhido, pagavam por
uma quantia muito inferior. De nada adiantava regatear com estes homens, pois corriam os
pescadores o risco de ficarem sem comprador, ou serem despedidos uma vez que muitos barcos
eram propriedade daqueles.77
As estruturas e equipamentos de segurança marítima quase não existiam, ou, se existiam, não
funcionavam. Os pescadores só podiam contar com os laços de cooperação e solidariedade da
própria classe, no respeito antiquíssimo pelas velhas leis e preceitos da comunidade, exemplarmente
evidenciados na corajosa acção de socorro dos barcos vigilantes.
Como se não chegasse, a todo este cenário de crise associava-se também a concorrência do
capitalismo com o vapor de arrasto, a traineira, o cerco americano, a armadilha, atirados para o mar
com o pretexto de se conseguir uma pesca mais intensiva e proveitosa, quando significou, apenas,
uma nova modalidade de colocação de capitais, esperançados num melhor rendimento, embora à
custa do sacrifício duma colmeia laboriosíssima, que nunca se temeu do mar para arrancar o peixe
que carecia a gente lusa para o seu sustento.78
Relativamente à tecnologia; o preço das artes-novas estava fora das posses e teres dos
pescadores, passando estes de donos das artes da pesca, a “escravos dos donos daquelas.”79
Deu-se assim a transformação radical e profunda no modo de ser do pescador do norte: “as
suas redes, de caçar peixe, passaram a resguardar as searas dos pardais, vendidas aos lavradores a
troco de seis vinténs, e surgiram as outras, as do capitalista”, já feitas a fio de máquina, substituindo
75 SILVA, Manuel – A última fase do Porto de abrigo Poveiro. In Boletim Cultural da Póvoa de Varzim. Vol. II, Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1959, p. 253. 76 AZEVEDO, José de – Histórias do mar da Póvoa. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2001 pp. 121-122. 77 BORGES, Júlio António – Paisagem Poveira…, p. 137. 78 BORGES, Júlio António – Paisagem Poveira…, pp. 19-20. 79 GRAÇA, António dos Santos – O poveiro – usos, costumes, tradições.., p. 184.
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a mão-de-obra especializada e a divisão de tarefas e acabando por isso, com os serões poveiros e
com todos os usos e costumes tradicionais que se relacionavam com a factura da rede-nova.80
Os vapores de arrasto, foram principalmente a grande causa do desaparecimento da magnífica
frota poveira dos lanchões, que chegou a atingir 52 barcos [1906?] ao mar na caça da pescada, com
25 a 30 homens em cada lancha, e que no ano de 1931, se encontrava reduzida a 3!81
As traineiras e os cercos fizeram o resto em relação aos sardinheiros, “miudagem de barcos
que com os seus 400 latinos povoavam e enchiam o mar de alegria, salpicando-o de pontinhos
brancos, semelhando gaivotas [1906?].”82
A infrutífera iniciativa de modernização das artes pesqueiras usadas pelos pescadores locais
foi, mais tarde, apoiada pela Marítima – associação da classe dos pescadores, fundada em 1906.
Apesar da relutância dos pescadores substituírem os tradicionais métodos de trabalho, a sua
mentalidade foi mudando, influenciados pelos colegas que regressaram do Brasil e dos que
trabalhavam em Matosinhos, e tiveram contacto com outras realidades.
Para melhor compreendermos o modo de funcionamento das pescas no concelho da Póvoa de
Varzim, consultamos o Inquérito sobre a Pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890,
realizado pelo Ministério da Marinha, onde temos uma perspectiva geral de todo esta comunidade
piscatória. O presente inquérito pretendia responder a um conjunto de questões previamente
elaboradas, e toca, efectivamente, os indicadores relacionadas com a actividade da pesca em
Portugal: Portos, Duração do Trabalho, Pessoal, Material de Pesca e de Apanha de Plantas
Marinhas, Estabelecimentos Diversos, Produção e Situação.
Foi elaborada legislação para efectuar este inquérito que se denominava de Collecção de Leis
Sobre a Pesca (26 de Junho de 1890) – Decreto Approvando as instrucções para o Inquérito sobre
o estado, condições e necessidades das industrias da pesca, da apanha de plantas marinhas e da
exploração de salinas ode apontava regras para a sua elaboração. O artigo 2.º referia que “em cada
circumscripção haverá um delegado do conselho superior do commercio e industria; […] Estes
delegados serão nomeados pelo governo, sob proposta do referido conselho, podendo a escolha
recair em membros d’este ou em outras pessoas de reconhecida competência. […] No Artigo 4.º
dizia que “por occasião d’estas visitas deverão ouvir e notar as reclamações verbaes que lhes
forem apresentadas por corporações, sociedades ou individuos interessados n’essas industrias, farão
escrever os depoimentos d’aquelles que assim o desejarem e receberam quaesquer notas,
informações ou memorias escriptas que possam servir de subsidio aos trabalhos do inquerito. […] O
Artigo 9.º referia que “Os governadores civis e administradores do concelho; os administradores de
80 GRAÇA, António dos Santos – O poveiro – usos, costumes, tradições. p. 184. 81 GRAÇA, António dos Santos – O poveiro – usos, costumes, tradições… p.184. 82 GRAÇA, António dos Santos – O poveiro – usos, costumes, tradições…, p. 185.
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círculos aduaneiros, chefes de delegação da alfandega, e encarregados dos postos fiscaes; os chefes
de departamentos maritimos, capitães de portos e seus delegados; a guarda fiscal e a esquadrilha de
fiscalisação das alfandegas; darão aos delegados do conselho superior do comercio e industria toda
a coadjuvação e auxilio de que elles carecerem e fornecer-lhes-hão, com a maxima brevidade, sem
dependencia de auctorisação especial, todos os esclarecimentos e informações que elles reclamarem
com respeito aos assumptos sobre que versa o inquerito.”83
Segundo Luís Martins há uma evolução positiva nestes inquéritos quando se compara às
abordagens antecedentes, o que se deveu, à organização mais cuidada e à participação de «homens
ilustrados» na aplicação do método directo. “Estes deslocavam-se aos estabelecimentos, ouviam as
declarações, «arquivando esclarecimentos, recolhendo números, investigando com mais ou menos
minuciosidade… e consignando todos os factos». Neste inquérito, a pesquisa indirecta, entregue ao
«arbítrio dos industriais e dependentes da sua boa ou má vontade, da sua ilustração ou ignorância»,
revelou as lacunas habituais.”84
4.3. A costa e os “portos” – condições geográficas e infra-estruturas de apoio
Segundo o Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890, no
concelho da Póvoa de Varzim em 1890 são diversos os “Portos” de abrigo que, em caso de
necessidade, os pescadores procuravam, a saber: Estela, Aguçadoura, Aver-o-mar e Póvoa de
Varzim. Quando o mau tempo os surpreendia, estando na actividade da pesca a poucas milhas de
distância da costa, tentavam sempre recolher às suas praias.85 O porto da Póvoa de Varzim “dá-lhes
boa entrada, mesmo quando o mar não esteja tranquillo, especialmente no local conhecido pelo
nome de praia das Cachinas, que é considerado como bom varadouro em meia maré.”86
Os pescadores do alto mar, que eram só os que pertenciam à vila da Póvoa de Varzim,
conforme a altura do ano, em que se encontravam, escolhiam abrigo em Vigo, em La Guardia,
Leixões ou Buarcos. Não procuravam Cavalos de Fão, pois estes não lhes conheciam as marcas (
siglas dos poveiros), e de todos os abrigos preferiam o de Leixões.
Na vila da Póvoa encontrava-se uma estação com dois barcos salva-vidas, pertencentes ao
estado, o primeiro encontrando-se lá há cerca de vinte e cinco anos [desde 1865]. 83 Collecção de Leis Sobre a Pesca (26 de Junho de 1890) – Decreto Approvando as instrucções para o Inquérito sobre o estado, condições e necessidades das industrias da pesca, da apanha de plantas marinhas e da exploração de salinas. Lisboa: Imprensa Nacional, 1890, pp. 228-229. 84 MARTINS, Luís – Relatório sobre a situação da pesca da sardinha na Póvoa de Varzim – 1904 – Almirante Vicente Coutinho de Almeida D’ Eça. In Boletim Cultural da Póvoa de Varzim. Vol. XL, Póvoa de Varzim, 2005-2006, pp. 44-45. 85 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890. Lisboa: Imprensa Nacional, 1890, p. 107. 86 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 107.
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O serviço de socorros a náufragos era administrado pela comissão inspectora dos salva-vidas,
cuja sede era na cidade do Porto, dispondo de um subsídio anual de 1000$000 réis, fornecido pela
Associação Comercial do Porto, para custear o serviço na Póvoa e Foz do Douro.
Estes barcos eram entregues a um patrão marítimo muito hábil da localidade, ao qual a
comissão pagava a jorna de 360 réis. Qualquer uma das embarcações carecia de doze remadores e
um “proeiro”, sendo estes pagos pelo cofre da Real Irmandade de Nossa Senhora da Assunção,87
mais conhecida por Nossa Senhora da Lapa. Eram pagos conforme o número de horas de serviço no
mar. Um dos barcos salva-vidas era não só utilizado no socorro a náufragos, como também para
prevenção, sempre que o patrão julgasse conveniente. A Irmandade de Nossa Senhora da Lapa por
vezes adiava o pagamento aos remadores, o que tornava difícil arranjar pessoas para tripular as
embarcações salva-vidas, sendo por vezes necessária a intervenção enérgica da autoridade
marítima.
4.3.1. Más condições de acostagem e segurança
Não existia nenhum porta-amarras88 no concelho da Póvoa de Varzim, “nem tão pouco se faz
n’ele uso de signaes de mau tempo. Encontram-se na villa da Povoa dois pharoes em serviço um
dos quaes collocado na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, branco, fixo e tem um alcance de
aproximadamente quinze milhas, em noites claras; e o outro de içar em mastro collocado na praia
perto da mesma igreja é fixo, verde e tem um alcance não inferior a três milhas.”89 Estes faróis
definiam a direcção da entrada a que os pescadores chamavam a barra e foram adquiridos pela
Irmandade da Lapa.
87 A Real Irmandade de Nossa Senhora da Assunção da Póvoa de Varzim tem a sua origem na Confraria da Senhora da Lapa. Esta era antigamente denominada por Confraria da Senhora da Lapa, Amparo dos Homes do Mar em 1760. Martins da Costa – Real Irmandade de Nossa Senhora da Assunção da Póvoa de Varzim. Póvoa de Varzim: s.e., s.d., p. 153. 88 Cabo, corda ou corrente com que se prende barcos ou navios; calabre ou corrente que prende o navio à âncora, à bóia, etc. 89 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 107.
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4.3.2. Duração do trabalho
Quadro 2 – Avaliação do Tempo de Trabalho da Comunidade Piscatória Poveira
Fonte: Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890. In Inês Amorim – A Organização do trabalho da pesca…, p. 128.
O capítulo II do Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890,
refere-se à “Duração do trabalho”. Os pescadores da vila da Póvoa, como se pode verificar no
quadro 2, concorriam durante quase todo o ano à pesca da pescada e de outros peixes que lhes
chegavam às redes, embora estas redes eram particularmente destinadas à pesca da pescada. No
entanto, havia outras espécies, como a azevia, o cação, o chicharro, a melga, o gouraz e papoula, o
gato, e o sant’antonio. A época de maior actividade era a de Fevereiro a Julho, a qual, na quadra de
maior assiduidade na pesca da sardinha, diminuía consideravelmente o número dos pescadores que
concorria à pescada.90 Quanto à pesca da pescada, eram frequentes os casos de se fazerem os
pescadores ao mar entre a meia-noite e o alvorecer, e do regresso se efectuar entre o meio-dia e o
escurecer; pode-se, sem exagero, supor a média diária de dez horas de trabalho que, para muitos, era
repetida dia sim, dia não, em ocasiões normais, e todos os dias quando a pescaria abundava, isto
durante todo o ano, excepto nas ocasiões de mau estado no mar. No entanto, a maior parte dos
pescadores limitava-se a ter tal assiduidade apenas no tempo que não era da “matança” da sardinha,
entre uns e outros só se encontrava um pequeno número que guardavam os dias santos. A média
90 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 108.
Meses
Jane
iro
Feve
reir
o
Mar
ço
Abr
il
Mai
o
Junh
o
Julh
o
Ago
sto
Sete
mbr
o
Out
ubro
Nov
embr
o
Dez
embr
o N.º
horas
/ dia
N.º
dias
/
ano
Homens
Rapazes
maiores
de 12
anos
Pescada 10 240 1253 241
Sardinha 15 150 2000 406
Diversos linhas rascas espinheis tresmalhos linhas 6 150 1173 232
Lagosta 8 90 783 232
Pilado 260
Polvo 3 120
Moluscos 2 150
Plantas
Marinhas
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anual de trabalho dos pescadores ao serviço da pesca poder-se-ia contabilizar em duzentos e
quarenta dias aproximadamente.
“Á sardinha tambem concorrem sempre que ella apparece, e portanto no decurso de todo o
anno, mas a grande assiduidade desenvolve-se de 2 de novembro a 2 de fevereiro, epocha que
denominam janeiro ou da matança da sardinha, e na qual se emprega n’esta classe de pesca o
quíntuplo das embarcações que a exercem no resto do anno.”91
A pesca da sardinha, conhecida como o Janeiro, era a mais importante pelo número de braços
que empregava. Igualmente ocupava os pescadores no mar durante um número de horas
excessivamente variável, como se pode verificar no quadro 2, podia chegar às 15 horas/dia; por ser
exercida, para lá da costa, na larga zona compreendida entre o mar que banha a costa Oeste da
Galiza, e ao sul a praia da Vieira.
A pesca de peixe diverso, com redes especiais e aparelhos de anzol, ocupava aos pescadores
da Póvoa a média de seis horas por dia.
O serviço de pesca feito pelos pescadores-lavradores dos outros portos do concelho era
“menos aturado do que o dos Poveiros, devendo por isto ser diminuída a média indicada, quando se
queira referi-la aos portos collocados ao norte da villa da Povoa.”92
Os pescadores-lavradores da Aguçadoura e de Aver-o-mar, como curiosos que são na
indústria da pesca, não sabiam consertar redes; limitavam-se, assim, os da Aguçadoura a saber
“encascal-as, isto é, tingi-las com infusão de casca de salgueiro; por isto quando as redes do pilado,
únicas que empregam, carecem de beneficiação, encarregam de tal serviço mulheres da villa da
Povoa, mediante o pagamento de determinada quantia.”93 Eram também as mulheres e raparigas
menores de doze anos que fiavam o linho e faziam as redes, sendo os rapazes menores desta idade
aproveitados para o serviço de aparar a cortiça, precisa para o acabamento de tais aprestos.
Em regra, em casa de pescadores necessitava-se do serviço de duas mulheres, uma para a
venda do peixe e outra para começar o tratamento das redes logo que elas são desembarcadas.
91 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 108. 92 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 108. 93 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 109.
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4.3.3. Pessoal Quadro 3 – Comunidade Piscatória Poveira no Ano de 1889
Fonte: Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890. In Inês Amorim – A Organização do trabalho da pesca…, p. 128.
* Inclui 810 habitantes do lugar de Caxinas da vizinha Vila do Conde.
** Segundo os dados do cadastro de 1889.
Sexo Maiores de 16 Entre 12 e 16 anos
Menores de 12 anos
Total de pescadores
Total da população
Masculino 2066 406 828 3300 6185
Feminino 2131 297 608 3036 6792
Total 4197 703 1436 6336* 12977**
A população piscatória da vila da Póvoa de Varzim, no ano de 1890, como se pode verificar
no quadro 3, era constituída, aproximadamente, por 2066 indivíduos do sexo masculino maiores de
16 anos, 406 entre os 12 e 16 anos, 828 menores de 12 anos, 2131 mulheres maiores de 16 anos,
297 entre os 12 e os 16 anos, e 608 raparigas menores de 12 anos. Havia um total de 6336
habitantes, no qual se inclui 810 pescadores dos lugares da Poça da Barca e Caxinas, os quais
pertenciam administrativamente ao Concelho de Vila do Conde, mas que, encontravam-se ligados
aos hábitos e relações do Concelho da Póvoa. “Foram estes dados estatísticos extrahidos do
cadastro dos parochianos da freguezia de Nossa Senhora da Conceição da villa da Povoa, e de
informações prestadas por um velho pescador que, estando agora ao serviço da parochia, foi auxiliar
de grande valia por se achar ao facto das profissões de todos parochianos, e portanto poder
preencher a lacuna que a tal respeito contém o respectivo cadastro.”94
Quadro 4 – Comunidade Poveira no Ano de 1889
N.º de Fogos Indivíduos do
Sexo masculino
Indivíduos do Sexo Feminino
Indivíduos Menores
Indivíduos Maiores Total de Indivíduos
3390 6185 6792 4057 8920 12977
Fonte: Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890. In Inês Amorim – A Organização do trabalho da pesca…, p. 128.
94 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 110.
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Quadro 5 – Comunidade Poveira no Ano de 1886
N.º de Fogos Indivíduos do
Sexo masculino
Indivíduos do Sexo Feminino
Indivíduos Menores
Indivíduos Maiores Total de Indivíduos
- 6700 6400 1400 13100 14500
Fonte: Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890. In Inês Amorim – A Organização do trabalho da pesca…p. 128.
Diz o mesmo inquérito, e assim como podemos verificar no quadro 4, que havia na vila da
Póvoa de Varzim, no ano de 1889, 3390 fogos eclesiásticos, 6185 pessoas do sexo masculino, 6792
do sexo feminino, e portanto o total de 12977 indivíduos, dos quais 8920 são maiores e 4057 são
menores. Estes elementos, que, sem dúvida, são aqueles em que se pode depositar maior confiança,
tornam visível o pouco rigor da estatística que se encontra na página “440 do annuario estatístico de
Portugal, 1886, a qual diz ser a classe piscatória da Povoa composta de 6700 homens, 6400
mulheres e 1400 menores, isto é, a somma de 14500 individuos bastante superior ao total da
população da mesma villa em 1889”95, como se pode verificar, de novo, no quadro 5.
Gravura alusiva ao trabalho das mulheres dentro da Comunidade Piscatória Fonte: Júlio António Borges – Paisagem Poveira. Póvoa de Varzim: Editora CMPV, 2003.
95 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 110.
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Deve notar-se que as mulheres e os menores de 12 anos não iam ao mar; eram apenas
auxiliares, ainda que importantes na indústria da pesca, cabendo-lhes o serviço da venda do peixe e
beneficiação de redes e o de varar na praia as embarcações logo que voltavam da pesca. Aos
rapazes cumpria ajudar em todos os serviços compatíveis com a sua idade, e especialmente o de
chamar as mulheres para a beira do mar quando se aproximavam as embarcações, o de chamar os
companheiros um pouco antes da hora da partida, entre outros. O universo feminino ligado à família
de pescador representa quase 45% da população total. O relatório especifica as funções que lhe era
próprio no complemento do trabalho masculino, juntamente com os menores de 12 anos masculinos
que não iam ao mar, que consistia na beneficiação das redes (fabricá-las e preservá-las).
As pessoas ocupavam-se da apanha de polvo e moluscos, quando não tinham que fazer no mar
ou não podiam ir exercer a pesca embarcado, isto é, pesca em alto mar. Ocupavam-se assim nesta
classe de pesca, e a colheita de moluscos é também feita por quantidade variável de filhas e
mulheres de pescadores, as quais, ora umas ora outras, concorriam especialmente à apanha do
mexilhão.
Todos os pescadores do concelho trabalhavam a quinhões96 em todas as classes de pesca,
dando-se, como excepção, o caso de uns 8 homens da Aguçadoura servirem na pesca do pilado às
vezes, por salário que era de 500 réis, e na Póvoa o caso de um número variável, mas nunca grande,
de pescadores a trabalhar na pesca da pescada, mediante o salário de 500 reis por viagem. Os
Poveiros não se prestavam habitualmente a tal sistema de remuneração. Só o adoptam por falta de
redes, ou quando não lhes convinha o contrato de redes meeiras,97 ou ainda porque não podiam
trabalhar a quinhões.98
Para a pesca da pescada, os pescadores da vila da Póvoa agrupavam-se em companhas de 15 a
26 indivíduos, sendo o número de companheiros e a tonelagem da embarcação dependente da
quantidade de gente disponível. Habitualmente, no tempo da captura da sardinha, as poucas
companhas que continuavam na pesca da pescada ainda eram reduzidas, porque então faziam o que
chamavam enviadas, isto é, a tripulação normal da lancha é dividida em duas partes ou três partes
iguais, segundo o número de homens de que se compunha, destacando uma ou outra embarcação
para a pesca da sardinha, e continuando as restantes na da pescada em batéis. Aos sábados eram
rendidos os turnos dos que andavam à sardinha.99
96 1 quinhão correspondia a meia rede de sardinha; que era a parte que pertencia aos pescadores. In GRAÇA, António
dos Santos – O poveiro – usos, costumes…, p. 125. 97 Pescador que leva redes a ganho, isto é, aquando do falecimento ou doença de um pescador, os pescadores da sua companha levavam a sua rede ao mar, e desta pescaria retiravam uma percentagem (quinhão) do pescado e davam-no à sua esposa. 98 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, pp. 110-111. 99 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 111.
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Para a pesca da sardinha, os poveiros formavam companhas de 5 a 15 pescadores, conforme a
tonelagem da embarcação de que dispunham. Em geral os donos dos barcos eram os mestres, que
concorriam com duas redes por si e duas pelo barco, concorrendo cada companheiro também com
duas redes, e moços com uma. Sendo a embarcação grande e a tripulação diminuta duplicavam o
número de redes.100
Muitas vezes o dono e mestre ainda possuía outras embarcações que ficavam encalhadas na
praia; então assiste-lhes o direito, “de que em regra usam, de levar mais duas redes por conta de um
dos seus barcos encalhados. Igualmente acontece a miudo qualquer viúva, sem filhos varões e
maiores, pedir para concorrer com um numero de redes igual ao de um companheiro, o que lhe é
permittido.”101
A safra da sardinha começava no mês dos Santos, em Novembro, e acabava sempre na
Senhora da Guia, em Janeiro. Era um costume antiquíssimo, de forma que, desde Fevereiro até
Outubro, tudo ia nos lanchões à “Pescada, à sardinha ou outras” 102 nas lanchas, às rascas, à linha,
e outros sistemas, a pescaria da Póvoa era riquíssima de mares, onde encontravam bancos piscósos
de saborosas e apreciáveis espécies.103
Logo que chegava à praia a sardinha era vendida, a regatões e regateiras, que pagavam ou a
pronto ou a prazo, sendo o produto arrecadado pelo mestre, o qual apenas fazia as contas e a
partilha dos quinhões ao fim de duas ou três semanas. A partilha de quinhões era feita da seguinte
maneira: “1 e um quarto para o mestre, 1 para cada companheiro, meio para cada moço que foi ao
mar, 1 para o barco que serviu, 1 para aquelle que ficou encalhado, um quarto para a irmandade de
Nossa Senhora da Assumpção, e havendo redes de pessoa ausentes, meio para essa pessoa e meio
para beber.”104
Na pesca da sardinha era muito frequente o uso de redes meeiras, ou seja, pertencentes a
mulheres que não tinham homens na família forneciam redes a pescadores que as não tinham.
Assim, aquelas comprometiam-se a dar comida ao pescador quando este saísse para o mar, e a
farda, isto é, o tecido para o fato de pesca ou então 6$000 réis para a compra do tecido. Em
contrapartida, a mulher recebia metade do quinhão que cabia ao pescador que levava as suas redes.
Estas contas eram normalmente feitas no final da “matança” da sardinha.105
No que se refere à captura de peixe diverso com as redes “rascas do limpo”106, as campanhas
variam de 8 a 12 pessoas, consoante as dimensões das embarcações empregadas. “Cada 100 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 112. 101 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas …, p. 112. 102 Pescada passou a ser o nome do mar que anteriormente era chamado mar da Cartola pelos pescadores poveiros, sendo este o mar onde se efectuava a safra da sardinha. 103 LANDOLT, Candido – Folk=Lore Varzino Costumes e Tradições Populares…, p. 108. 104 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 112. 105 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, pp. 112-113. 106 Empregadas principalmente de Fevereiro a Maio para a pesca de peixe diverso, como raias, lagostas, rodovalhos, etc.
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companheiro pesca com 4 redes, moços com 2, quer vão ao mar ou não, barco, que em geral
pertence ao mestre, com 4, e também com 4 algum outro barco que fique varado na praia e pertença
ao mesmo dono. Ordinariamente cada qual colhe a pescaria das suas redes, e o mestre das suas e
d’aquellas que pescam para os barcos, mas, quando o estado do tempo não é bom, passam a pescar
de campanha, arrecadando o mestre o producto da venda do peixe emmalhado em toda a caça. A
partilha é feita, sem praso determinado, em quinhões iguaes assim distibuidos: 1 para o mestre e
para cada companheiro, meio para cada moço, 1 para a embarcação que foi ao mar, e 1 outro para a
que houver ficado encalhada.”107
A pesca da lagosta é feita com as redes de rasca de pedra108 e as companhas são compostas
por quatro a seis indivíduos. Normalmente a lagosta era vendida aos navios franceses fundeados na
costa dos distritos de Viana do Castelo e Braga.
Relativamente ao emprego de “espinhel”109, os pescadores distribuíam-se em grupos de 5 a 8
pessoas, a maioria eram idosos e rapazes com menos de 12 anos.
No que se refere ao emprego de linhas de pesca, eram feitas companhas de três a sete
indivíduos, dividindo o lucro em quinhões iguais, geralmente aos sábados. As linhas de pesca
dividiam-se em dois tipos, as linhas destinadas à captura de peixe graúdo e as linhas destinadas à
captura de peixe miúdo. Com as linhas de peixe graúdo trabalhavam companhas de quatro ou cinco
indivíduos, e com as linhas de peixe miúdo trabalham companhas de dois a quatro indivíduos.
Em relação às condições de habitação da comunidade piscatória, tal como afirmaram os
habitantes das localidades da Póvoa de Varzim, eram poucos os pescadores que não tinham casa
própria. No entanto, as dimensões e as condições sanitárias não eram as melhores, isto devido ao
custo muito alto das mesmas. Na vila da Póvoa de Varzim, a população piscatória residia em casas
de alvenaria, especialmente nas ruas do Ramalhão e Ferreiros, o número deste tipo de casas no ano
de 1890 aproximava-se das 1590.
4.3.4. A Assistência ao poveiro
Neste Sub-capítulo, faz-se referência aos pescadores da Póvoa de Varzim como membros da
Real Irmandade de Nossa Senhora da Assunção, com estatutos aprovados em alvará de 21 de
Fevereiro de 1791, época em que substitui a Confraria de Nossa Senhora da Lapa, amparo dos
homens do Mar, fundada em 1761. Segundo o Inquérito as principais disposições do seu
107 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 113. 108 Idênticas às redes rascas do limpo. 109 Empregados especialmente de Maio a Agosto para a pesca de peixe diverso.
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regulamento, que tem por título Estatutos de compromisso da irmandade da corporação dos
pescadores d’esta villa da Povoa de Varzim, baseiam-se basicamente nos deveres e obrigações que
têm os pescadores e a Irmandade. Assim destacamos o capítulo que consideramos de maior
relevância: “Capitulo I – Para ser admitido como irmão é necessário ser actual pescador, de bons
costumes, e maior de 14 annos; ter domicilio na villa e freguezia, ou, ao menos, nos logares
contíguos a ella; ter exercido a pescaria na villa por espaço de 4 annos contínuos, e immediatamente
anteriores á data da acceitação. […]; Capitulo II – Todos os irmãos […] são obrigados a concorrer
com o seu trabalho de ajudarem uns aos outros a levar e trazer ao mar uma rede, que será da
irmandade, e deve trazer cada embarcação que usar a malha, sendo a metade do seu producto e
rendimento annual para o fundo de administração da irmandade, […] É muito recomendado aos
irmãos que tratem com zêlo a referida rede, […] Estando desimpedidos são obrigados a assistir à
festa principal da irmandade, e às mais para que forem convidados pela mesa; […]; Capitulo III –
Haverá 5 irmãos protectores e 15 zeladores, numero que nunca se poderá augmentar, e estará
sempre completo. Um dos irmão protectores será sempre o doutor desembargador corregedor e
provedor da comarca do Porto, ou que o substituir; outro será uma pessoa de qualificada nobreza, e
os tres restantes pessoas da villa, devendo todas reunir as qualidades de prudência e respeito, e
distinctas quer pelo seu estado, quer pela sua capacidade e letras; […] Os irmãos zeladores serão
pessoas da terra, com intelligencia e zelo, abonadas, de bons costumes, prudentes, e, podendo ser,
desoccupadas; […] Saberão bem ler, escrever e contar, e não deveram ter interesses oppostos aos da
irmandade. Capitulo IV – Será despedido e riscado de irmão aquelle que com temerário arrojo se
oppozer a trazer, na embarcação em que andar, a rede da irmandade, ou aconselhar aos mais que
não a tragam, nem para ella trabalhem, e, sendo por tres vezes admoestado que desista da sua
opposição e contumácia, o não fizer. Aquelle que, ainda que traga na sua embarcação a rede da
irmandade, a tratar tão mal que não possa pescar, ou seja costumado a tirar-lhe o peixe sem dar
conta fiel d’elle ou do seu producto, e, sendo pela mesa tres vezes admoestado, não deixar o seu
mau costume. […] Todo aquelle que commeter excesso notável em descrédito da irmandade, e
também aquelle que se verificar que foi admitido como irmão com informações enganosas. Capitulo
XIII – As pessoas a quem esta irmandade há de soccorrer com esmolas, hão de ser pobres e
necessitados d’esta pescaria, principalmente sendo irmãos d’ella, suas mulheres, e viúvas e seus
filhos, ou que concorram para a rede da irmandade, porque estas taes preferirão às mais. […] As
orphãs a quem esta irmandade deve dotar serão filhas de pescadores, principalmente irmãos d’esta
irmandade, ou que tivessem concorrido com o seu trabalho para a rede da irmandade; […]; Capitulo
XIV – A mesa d’esta irmandade será prompta e solicita em proteger o commum da pescaria; e por
isso, por meio de seus irmãos protectores e zeladores, e com os irmãos procuradores, será obrigada
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a defender aos homens do mar irmãos d’esta irmandade, e que concorrem para a rede d’ella,
[…]”110
Segundo os estatutos da Confraria de Nossa Senhora da Lapa, amparo dos homens do Mar,
de 1761 “ só nela podiam ingressar, como Irmãos, Mestres de Lanchas, Bateis ou embarcações, e
seus Companheiros e Marinheiros da Arte da Pescaria […], os seus Irmãos tomavam o
compromisso de para ela concorrer, anualmente, com o produto de ½ Rede ou Salamona, designada
da Senhora, fosse de Lancha, Batel ou outra embarcação.”111
4.3.5. Material de pesca e de apanha de plantas marinhas Quadro 6 – Material de Pesca
Tipo de embarcação Aplicação Compri-
mento
Carga máxima
(Kg) Remos Tripulan-
tes Valor/réis Duração/ano
Número de
embarca-ções
Lanchas do alto abertas
(lancha)
Pesca da pescada 13 12.500 14 15 a 26 300$000 4 52
Lanchas do alto abertas
(batel)
Pesca da pescada/sardin
ha/diverso 10,2 7.500 <12 8 a 16 205$000 4 a 5 99
Catraias grandes
Pesca da sardinha 9,5 6.500 10 7 a 15 130$000 7 a 8 71
Catraias pequenas
Pesca da sardinha/divers
o/ lagosta/pilado
6 2.000 8 4 a 11 50$000 10 203
Barcos ou caiques
Pesca à linha/lagosta 4,1 600 4 a 6 1 a 4 20$000 10 104
Barcos de fundo chato
Pesca à linha/plantas 3,9 700 2 1 a 2 10$000 variável ?
Maceiras Pesca à linha 5$000 4
Fonte: Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890. In Inês Amorim – A Organização do trabalho da pesca…, p. 128.
110 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, pp. 115-117. 111 COSTA, Martins – Real Irmandade de Nossa Senhora da Assunção…, p.159.
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Utensílios de pesca
Fonte: Júlio António Boges – Paisagem Poveira. Póvoa de Varzim: Editora CMPV, 2003.
O capítulo IV deste Inquérito faz referência ao “Material de pesca e de apanha de plantas
marinhas”, afirmando que este era muito variado, como podemos também constatar pelo quadro
n.º6.
Relativamente às embarcações, existiam na Póvoa de Varzim 8 tipos: as Lanchas do alto
abertas,112 (são de dois tipos, lancha, as maiores, batel, as menores); os Barcos do alto abertos,
estes constituídos pelas Catraias grandes,113 pelas Catraias pequenas,114 pelos Barcos ou
Cahiques,115 pelos Barcos de fundo chato,116 pelas Macieiras117 e pelas Jangadas.118
No que respeita às redes e aprestos, também eram compostos por um número variado, das
quais este Inquérito destaca: as redes do pilado,119 as redes da pescada,120 as redes da sardinha,121
112 São guarnecidas com uma coxia para mastro, seis bancadas para remadores, e uma a ré, a que chamam o caixão do mestre, para este governar. Saem munidas com dois lemes: um maior para a navegação no alto, e outro de menor altura para calarem quando demandam a passagem por entre os cachopos que orlam a praia da Póvoa. 113 Usadas pelos poveiros, principalmente pela exploração da sardinha, com forma igual à das lanchas. 114 São usadas na pesca da sardinha, peixe diverso, lagosta e pilado. 115 Não muito diferentes das lanchas e catraias, são normalmente utilizadas para a pesca à linha, e por vezes para a da lagosta. 116 Usadas na Aguçadoura para a pesca à linha e corte de plantas marinhas, são ali denominados botes. 117 Empregada na vila da Póvoa para a pesca à linha e para o corte do sargaço. 118 São feitas e encontram-se unicamente em Aver-o-mar, e servem para a exploração de plantas marinhas. 119 Dizem os pescadores que a duração destas redes é muito variável; se a época é farta são necessárias duas redes, se pelo contrário a época for fraca apenas é necessária uma rede. 120 São empregadas por campanhas de 15 a 26 pescadores, em longas caças que ficam fundeadas nos mares a noroeste e sudeste da Póvoa até a profundidade de 250 metros e distância máxima de 30 milhas da costa. Este tipo de rede tem uma duração média de oito dias.
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as rascas do limpo,122 as rascas da pedra ou da lagosta,123 o tresmalho,124 os espinheis,125 as linhas
de pesca,126 os bicheiros ou bucheiros127 a as foicinhas e foicinhões.128
De acordo com este Inquérito encontravam-se na praia da Aguçadoura 44 barcos do alto
abertos, empregados na Pesca do pilado e exploração de plantas, contudo, apenas cerca de 8 eram
usados com maior assiduidade na pesca de peixe diverso à linha. Também nesta praia se encontram
10 barcos de fundo chato, ou seja, botes utilizados no corte do sargaço.
Em Aver-o-mar existia 95 catraias pequenas, utilizadas na pesca de peixe diverso à linha, na
do pilado e na exploração de plantas. Também nesta praia se encontram 5 barcos pequenos, os
chamados cahiques, usados na captura da faneca e na colheita de plantas.
Conforme uma contagem efectuada directamente junto das embarcações encalhadas na praia,
devido ao mau tempo, chegou-se ao número aproximado de 533 embarcações existentes na Póvoa
de Varzim. Estas embarcações eram constituídas por 52 lanchas, 99 batéis, 71 catraias grandes, 203
catraias pequenas, 104 barcos ou cahiques e 4 maceiras.129
Relativamente às classes de pesca, as embarcações dividiam-se da seguinte forma: “para
pescada 52 lanchas e 60 bateis; para sardinha 39 bateis e todas as catraias tanto grandes como
pequenas; para peixe diverso, com redes especiaes e linhas, 39 bateis, todas as catraias grandes,
cerca de 50 catraias pequenas, e todos os barcos e maceiras; para lagosta perto de 150 catraias
pequenas e 50 barcos; para pilado 60 catraias pequenas; e finalmente para o corte de plantas
marinhas as maceiras e um numero muito variável das outras embarcações, entre as quaes
abundama as catraias pequenas em quantidade que, só com pequena approximação, se póde
computar em 100.”130
121 A caça desta rede pesca a meios fundos ou à altura que o pescador julga andar a sardinha. São redes manobradas por campanhas de 4 a 16 pescadores e normalmente são substituídas para beneficiação de 6 em 6, ou de 8 em 8, dias de pesca, conseguindo assim que tenham uma durabilidade média de 7 anos. 122 Empregadas principalmente de Fevereiro a Maio para a pesca de peixe diverso como o cação, a raia, o rodovalho, entre outros. São usadas por campanhas de 7 a 16 pescadores, em caças que ficam assentes em posição vertical, em fundos de areia, e profundidade não excedente a 100 metros. 123 Estas são usadas por campanhas de 4 a 6 pescadores, em caças que ficam verticalmente assentes em fundos de pedras, e altura de água não superior a 50 metros, sendo geralmente substituídas ao fim de 9 ou 10 dias de trabalho. 124 Redes de três malhas paralelas, sendo as duas faces maiores e de igual tamanho. Destina-se exclusivamente à chamada pesca de peixe branco, como robalos, tainhas, etc. São usadas por campanhas de 2 ou 3 homens, especialmente durante Agosto e Setembro. Duram, em média, 3 ou 4 anos. 125 A pesca do espinhel era feita pelos poveiros de Maio a Agosto, para a pesca de peixe diverso, por campanhas de 5 a 8 pescadores. É uma corda muito comprida, sem grossura determinada, onde o pescador coloca os anzóis mais variados para toda a espécie de peixe, iscando-os de harmonia com o que espera caçar em cada um. 126 São usadas por campanhas de 3 a 5 indivíduos e pescam em profundidade. 127 São usados para a apanha de polvo nas fragas da costa. 128 São usados para o corte de sargaço e são iguais aos utensílios do mesmo nome empregados no serviço da lavoura. 129 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 123. 130 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 123.
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Conclui-se que, de acordo com o Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no
ano de 1890, para o concelho da Póvoa de Varzim, existiam na totalidade 687 embarcações no ano
de 1889.
4.3.6. “Estabelecimentos diversos”
Segundo o Inquérito “não há viveiros de especie alguma no concelho. Existem na villa da
Póvoa de Varzim 41 armazéns para a salga de sardinha e extracção de oleo, o maior dos quaes
occupa uma superfície de 450 metros quadrados, e o menor de 20 metros quadrados. A área
occupada por todos é de, approximadamente, 4:309 metros quandrados. Emprega cada armazem
permanente um numero de creadas que é de 6, em média, nas occasiões normaes, mas nas epochas
de grande fartura de sardinha admittem auxiliares, cujo numero por armazém varia entre 10 e
30.”131
Quadro 7 – Produção das Pescarias
Fonte: Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas …, p. 124.
Ano de 1889 Praia da Aguçadoura Praia de Aver-o-Mar Praia da Póvoa de Varzim
Quantidade de Pescado
39 quilos de peixe diverso
12.179 quilos de peixe diverso
9.891.400 quilos de peixe diverso
Valor do pescado 1$980 réis 608$980 réis 49.457$040 réis
Ainda relativamente a este capítulo “Estabelecimentos diversos”, na Póvoa de Varzim, no que
se refere aos resultados da exploração da indústria da pesca, concluiu o inquérito que durante a
época da safra da sardinha o preço desta diminui e, em contrapartida, nos meses em que esta
escasseia, o preço aumenta beneficiando os pescadores.132
131 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 124. 132 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, pp. 124-125.
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4.3.7. “Produção” das pescarias
Segundo os dados estatísticos referidos no capítulo VI, do Inquérito relativos à “Produção”,
durante o ano de 1889 e como podemos verificar no quadro n.º 7 foi na praia da Póvoa de Varzim
que houve mais captura de peixe, sendo os os valores apurados de 9.891.400 quilos de peixe
diverso, no valor de 49.457$040 réis, 39.135 milheiros de sardinha, no valor de 39.135$940 réis e
3.429.993 quilos de marisco, no valor de 10.289$780 réis. Existe uma chamada de atenção para a
quantidade de sardinha desembarcada, no porto de Aver-o-Mar, visto que os pescadores desta
localidade não se empregavam na pesca deste tipo de pescado, mas sim os pescadores da Vila da
Póvoa.
O modelo oficial número 8, referido no artigo 7.º das instruções de 10 Junho de 1884 da
antiga direcção geral das alfândegas, indicam apenas um imposto cobrado e o valor que sobre esse
imposto recaía, em relação somente ao marisco, à sardinha e a peixe não especificado.
Afirma o inquiridor com efeito, que, com os dados que dispõe, somente pôde organizar a nota
do pescado relativamente ao marisco, à sardinha e ao peixe não especificado, colhido no ano de
1899. Nos diferentes postos fiscais da dependência directa desta alfândega, foram realizados os
mapas existentes na repartição de contabilidade, correspondentes aos postos fiscais do imposto
cobrado. E acrescenta, desta forma, a quantidade do pescado correspondente aos valores declarados,
que foi calculada em face de informações obtidas junto de diversas pessoas, à razão de 3$000 réis
por 1000 quilos de marisco; 1$000 por milheiro de sardinha e 5$000 réis por 1000 quilos de peixe
diverso estes sim os preços de mercado nos locais de desembarque das pescarias.133
O inquiridor conclui dizendo “que não concordo com as rasões apontadas, discordância
baseada no conhecimento que, no decurso da commissão, adquiri dos diversos processos de
escripturação fiscal. Julgo que, embora fosse trabalho árduo e moroso, seria possível obter o
numero de pescadas, e ainda de peixes de algumas outras espécies, apresentadas a despacho pelos
pescadores da Povoa no anno de 1889, porquanto, sendo ordinariamente cobrado em especie o
imposto n’aquella praia, o livro a que nos postos chamam livro de leilão, de certo mencionaria por
espécies e unidades o peixe dizimado, dando portanto a simples multiplicação d’estas por vinte o
total da pescaria colhida. Creio também que, embora com mais árduo e demorado trabalho, seria
possível obter numero muito aproximado da sardinha capturada, por processo quanto possível
rigoroso, o qual consistiria no exame minucioso das cadernetas, designadas officialmente por
133 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, pp. 124-125.
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cadernetas das praças, nas quaes esta dia a dia lançada a quantidade de pescado que cada praça
dizimou, sendo também presumível que essas cadernetas sejam, quando findas, archivadas…”134
4.3.8. “Situação” da comunidade piscatória poveira
Relativamente à “Situação” o Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano
de 1890 expõe um conjunto de considerações sobre a indústria da pesca no concelho da Póvoa de
Varzim, especialmente acerca das pescas costeiras e de alto mar, afirmando que a situação dos
pescadores poveiros não era de infortúnio, como se afigurava. E, indubitavelmente, esta melhoraria
mesmo sem ser necessária a intervenção de qualquer providência legislativa, se os principais
interessados atendessem sobretudo a medidas de boa administração doméstica, a que, como todos
os seus colegas, são refractários; e se, consequentemente, lograssem chegar à convicção de quanto
lhes seriam úteis os resultados da adopção do princípio associativo aumentando assim desta forma a
independência das regateiras135 e dos regatões. Estes, como intermediários entre o produtor e o
consumidor, eram os que mais beneficiavam e lucravam com esta actividade, sem que nela
arriscassem as suas vidas.136 “A situação dos pescadores Poveiros, conquanto não seja desafogada,
como também não é a de muitos outros pequenos industriaes do paiz, não merece comtudo ser
descripta com as tristes cores com que geralmente para ella se chama a attenção.”137
Concluindo este capítulo, diz-se ainda no Inquérito que seria mais produtivo para os
pescadores desta Comunidade empregarem melhor o seu tempo no tratamento das redes e aprestos
piscatórios, em vez de andarem vagueando pelas vendas, deixando assim, mais tempo disponível
para as suas mulheres se poderem dedicar a outras actividades onde fossem remuneradas, de forma
a ajudar o casal.
Segundo o autor deste relatório os pescadores poveiros não têm razões para se lamentarem.
Não podem dizer que o Estado não se importa com eles, nem mesmo afirmar que não possuem um
bom porto. Em relação à praia, esta não tem as melhores condições; no entanto, não é das piores e
possui em construção um porto de abrigo, o qual, mesmo considerado menos bom, será com certeza
um grande benefício. A Póvoa de Varzim é um caso particular devido à mobilidade dos pescadores
poveiros, pois estes, por qualquer futilidade, mudam de companha e vão guarnecer uma outra
embarcação.
134 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, pp. 124-125. 135 Vendedoras de peixe. 136 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 127. 137 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 127.
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O inquérito refere que os pescadores desta localidade da Póvoa de Varzim, “têem a facilidade
de conseguir, não sei como, que nunca qualquer dos membros de tão grande família vá engrossar as
fileiras do exercito ou da armada!”138
Afirma que os pescadores poveiros tinham como apoio a infra-estrutura do porto artificial de
Leixões, inegavelmente um bom abrigo para as embarcações em caso de mau tempo e servido por
um bom conjunto de redes de comunicação, que garantiam o escoamento certo para o produto da
pescaria., em especial no acesso ao mercado da cidade do Porto.
Menciona ainda que os pescadores poveiros dispõem, na praia da Póvoa de Varzim, de uma
estação salva-vidas, e que não poderá ser considerado exagero pedir à classe piscatória um
sacrifício, para que esta renove os seus usos e costumes por forma a auxiliar o Estado no seu
esforço para a prosperidade, devendo também alertar esta comunidade para as vantagens da
transformação da Irmandade da Nossa Senhora da Assunção num verdadeiro monte pio e com todos
os benefícios associados, permitindo o progresso e melhoramento da arte das pescas.
Este Inquérito descreve ainda que esta comunidade era caracterizada por uma grande
desconfiança por todos os que a ela eram estranhos; tal facto devia-se a um episódio “sabendo-se
que, há annos, tentaram a fundação de um monte pio, que chegaram a ter um fundo de alguns
contos de réis tirado do producto de pesca, e que por fim foram victimas da sua boa fé porque,
segundo agora affirmam bastantes membros dos mais respeitaveis da classe, foram defradaudos
totalmente por indivíduos estranhos a ella, aos quaes haviam confiado a gerencia dos fundos e
organisação do monte pio. Note-se ainda que, os paes citam a miúdo este frisante exemplo de
probidade aos filhos, e portanto facilmente se comprehenderá a grandeza da resistência a
vencer.”139
Acerca desta temática das pescas na Póvoa de Varzim, cabe ainda referir a necessidade de
alterar as disposições do artigo 204.º do regulamento geral das capitanias, aprovado por decreto de
1 de Agosto de 1894, o qual exigia a matrícula das companhas, em cada embarcação de pesca. O
relatório refere que só se deveriam produzir leis que pudessem ser acatadas, e que este regulamento
era impraticável em todos os portos, e em especial na Póvoa de Varzim, resultando isto numa
grande falta de respeito e cumprimento da lei.
Sendo assim, o único sistema de matrícula aconselhado era o individual, pois, mediante o
pagamento de uma pequena quantia, garantia ao pescador o direito de exercer a sua profissão em
todas as águas que as leis em vigor permitissem, durante o prazo de um ano, bem como o registo
obrigatório das embarcações durante um certo prazo, o mesmo sendo efectuado pelo seu
138Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 127. 139Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 127.
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proprietário, mediante “o pagamento de emolumento de pequena importancia, mas proporcional á
tonelagem da embarcação.”140
Finalmente “teria esta providencia a vantagem de ser pratica, a de fornecer os elementos
precisos para a estatística fácil e rigorosa, e por fim a de augmentar a receita publica sem gravame
sensível para a classe piscatoria, pois que, por pequenas que fossem as quantias pagas por cada
pescador e por cada embarcação, o seu total excederia, sem duvida, bastante a somma das verbas de
337 reis que, pela legislação em vigor, pagam porque não admittam mais do que um só
tripulante.”141
Na conclusão deste Inquérito vêm referenciadas “as disposições relativas á exploração da
industria de pesca e colheita de plantas marinhas que se encontram no regulamento da polícia
interior da villa da Povoa de Varzim em vigor desde 29 de Agosto de 1840.”142 Segundo estas
disposições, “É prohibido sob pena de 1$000 réis… derreter cebo ou fígados de peixe dentro d’esta
villa e seus arrabaldes. § 1.º D’esta disposição ficam exceptuados os intestinos da sardinha. § 2.º É
permittido derreter sebo e fazer graxa ao norte das ultimas casas do Ramalhão, quando soprar vento
sul; e ao sul das ultimas casas da Poça da Barca, quando soprar vento norte. No título 6 destas
disposições referia ainda que era “prohibido sob pena de 1$000 réis: – 1.º comprar ou vender por
dúzia, que não seja de doze. – 2.º …”143
O Inquérito menciona, ainda, um conjunto de reclamações efectuadas junto do Rei D.
Carlos, apresentadas pelo juiz da Irmandade, Matheus Fereira Moreira, pertencente à mesa
administrativa da Real Irmandade de Nossa Senhora da Assunção da vila da Póvoa de Varzim. Esta,
como representante da classe piscatória, manifesta-se contra o uso de redes de arrasto utilizadas por
outros pescadores da costa, e em especial os das embarcações a vapor, isto é, contra a introdução
das “artes novas” na actividade piscatória. Realçando os incalculáveis prejuízos para a arte
piscatória, a utilização destas redes “alem de matar toda a creação do peixe, dispersa e faz
desapparecer para muito longe todo o outro peixe que arrastam ou tarrafas não pode receber para si,
por isso que sendo esses apparelhos compostos de redes de grande dimensões, abrangem no mar,
mal póde approximar-se qualquer barco de pesca, sentindo-se em taes circumferencias a falta de
pescarias por muito tempo.”144
Aponta o Inquérito, igualmente que, a continuar este modo de pesca, colocaria em perigo a
actividade da pesca: “póde contar-se com a completa ruína da pescaria, e tanto, senhor, que já são
sensiveis os effeitos. O pescador tem sentido a diminuição nos seus lucros e se assim caminhar
140 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 128. 141 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 128. 142 nquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 128. 143 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 128. 144 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 130.
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muitos d’elles ver-se-hão na dura necessidade de não terem com que se alimentar e suas pobres
familias, chegando ao extremo de abandonarem a sua profissão. Nestas circumstancias urge prover
de remédio a tantos males, esperando esta irmandade que Vossa Majestade, tomando na maior
consideração e expendido, povidenciará para que os vapores não se approximem da costa e deixem
de usar das redes de arrastar.”145
Uma outra reivindicação, da mesa da irmandade da Nossa Senhora da Assunção, determina
que se coloque em funcionamento os faróis do Estado, já ali construídos.
Concluindo, no concelho da Póvoa de Varzim, até Dezembro de 1892, não havia controlo
oficial dos homens que procuravam no mar a sua sobrevivência. Os barcos tinham numeração do
departamento Marítimo do Norte “Porto” e os tripulantes e arrais eram conhecidos por altura do
embarque nas companhas ou no desembarque destas, tornando muitas vezes difícil a identificação
dos homens que compunham estas companhas, em caso de naufrágio ou de acidente. Como
comprovam as estatísticas da época era difícil, mas “não impossível” saber o número e o nome dos
homens do mar. A Marinha começou então a fazer a inscrição marítima de todos os pescadores,
passando-lhes a fornecer uma cédula que fornecia os elementos de identificação dos mesmos, bem
como faz a prova das suas habilitações profissionais. Desta forma, cada porto podendo exercer um
controlo através da sua Capitania ou Delegação Marítima. Como prova da sua aptidão profissional,
bom comportamento e identidade, bastava a apresentação de duas testemunhas idóneas ligadas à
classe. O Regulamento exigia, porém, para a identificação dos “maiores”, a ressalva militar ou
baixa de serviço.146
Segundo José de Azevedo, na obra Histórias do mar da Póvoa “as primeiras cédulas
«inscrições obrigatórias a partir de 1 de Dezembro de 1892» da Póvoa datam de 14 de Abril de
1893. Nesse dia o livro da Delegação Poveira regista 51 pescadores inscritos! Um número
considerável se atender à complexidade desses primeiros registos…”147 Segundo o inquiridor do
Inquérito “o único systema que reputo essencialmente pratico, não só para a Póvoa de Varzim,
como para todos os outros portos de pesca d’esta circumscripção, é o de matricula individual que
mediante o pagamento de um pequeno emolumento, garanta ao pescador o direito de exercer a sua
profissão, ou curiosidade, pelos processos admitidos e em todas as aguas em as leis vigentes o
permittem, durante o praso de um anno; bem assim o do registo de todas as embarcações para a
pesca, obrigado a praso limitado, e feito pelo seu proprietario, mediante pagamento de emolumento
de pequena importancia, mas proporcional á tonelagem da embarcação.
145 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 130. 146 AZEVEDO, José de – Histórias do mar da Póvoa…, p. 293. 147 AZEVEDO, José de – Histórias do mar da Póvoa…, p. 294.
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Teria esta providencia a vantagem de ser pratica, a de fornecer os elementos precisos para a
estatística, fácil e rigorosa, e por fim a de augmentar a receita publica sem gravame sensivel para a
classe piscatoria, pois que, por pequenas que fossem as quantias pagas, por cada pescador e por
cada embarcação, o seu total excederia, bastante a somma das verbas de 337 réis que, pela
legislação em vigor pagam por matricula as embarcações empregadas na pesca, quer sejam grandes
barcos a vapor, quer pequenos cascos que não admittam mais de um só tripulante.”148
4.4. Das “cousas” e das crises do Mar
Entre o Estado e ele (o pescador poveiro), a seguinte Distribuição
de serviços: o Estado recebe; ele paga. Paga e pesca.
Ramalho Ortigão149
4.4.1. A “colmeia poveira” e a miséria
Para se estudar devidamente o problema das crises económicas é necessário associar os
factores económicos e sociais aos mares da Póvoa.
No final do século XIX, toda esta laboriosa colmeia de pescadores costeiros sentiu-se
ameaçada, face a uma crise económica gravíssima, talvez fatal, em parte devido ao isolamento
conservado pelos seus usos e costumes, “por herança nasce, vive e morre pescador.”150
Escreve Lacerda Lobo que, no final do século XVIII, a Póvoa de Varzim viu a gente da
pescaria animar-se com a abertura da rede comercial da venda de sardinha para Trás-os-Montes e
Douro. Tal facto atraiu muitas pessoas a aplicarem os seus capitais na faina da pesca. A pacata vila
foi crescendo no plano económico e urbanístico, na medida em que os “chão de areia”,151 situados
perto da actual Rua dos Ferreiros e dos Fieiros, começaram a ser ocupados pelas habitações dos
pescadores. O século seguinte (século XIX) trouxe tempos de crise: “quem não se safava em Janeiro
«época forte da pesca da sardinha» tinha de pedir o ano inteiro. Quando a pesca da sardinha não
compensava, os pescadores dedicavam-se à pesca da raia, da lagosta e à apanha do «pilado» que
vendiam aos lavradores para fertilizarem os campos.”152
148 Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas…, p. 128. 149 Citado por PEIXOTO, Rocha – Museu Municipal do Porto. Ensino. Política. Ensaios diversos. Economia. Vol. II. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1972, p. 385. 150 GRAÇA, António dos Santos – O poveiro – usos, costumes, tradições…, p. 16. 151 Praia da Póvoa de Varzim. 152 BORGES, Júlio António – Paisagem Poveira…, p. 139.
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A falta de comunicações terrestres com o resto do país, causava na indústria à Póvoa de
Varzim limitação relativamente aos concelhos limítrofes, visto que a linha-férrea do Porto à Póvoa
de Varzim, foi inaugurada apenas em 1875. A partir desta data, a Póvoa passou a estar em contacto
com as regiões do interior, desenvolvendo assim o comércio das pescarias.
Outro factor que contribuiu para a miséria da classe piscatória poveira terá sido os abusos
praticados pelo fisco, estes já referenciados por Lacerda Lobo na sua obra Memória sobre a
decadência das pescarias em Portugal: “Nos tempos presentes creio ainda continuam as suas
queixas dos pescadores contra alguns oficiais de justiça. Eu ouvi no ano de 1789 na Póvoa de
Varzim, e em Viana… não duvido, que os procedimentos relativos aos pescadores, praticados por
alguns daqueles que se ocupam na administração pública, sejam feitos de boa fé; mas em todos os
tempos tem mostrado a experiência, que muitos deles tem concorrido para a decadência da pescaria.
A grande decadência da pescaria não é somente efeito das violências praticadas por alguns dos
oficiais de justiça…, mas também das extorsões feitas pelos ditos rendeiros, pedindo mais do que
era costume.”153 Este trabalho reporta-se às viagens de Lacerda Lobo realizadas pelo litoral
português onde procurava identificar o estado do sector, tendo em vista a implementação de
reformas no mesmo, que seriam levadas a cabo pela Administração do Reino - visto que o sector
das pescas começou a adquirir vital importância para a economia do país, até por razões que se
prendiam com uma conjuntura internacional de crise pesqueira.154
As reformas levadas a cabo pela Administração do Reino “são os meios mais eficases de
aniquilar as pescarias da nossa Costa, e com ellas huma parte dos Vassalos de S.A.R, que mais
proveito podem causar ao Estado.”155 É neste contexto que surge o Inquérito sobre o estado,
condições e necessidades da indústria de pesca (26/06/1890), que esteve na base de vários
relatórios elaborados por capitanias, do relatório global Inquérito sobre a pesca, assim como da
obra de maior destaque de Baldaque da Silva, o Estado actual das pescas em Portugal. Estes
inquéritos denotam em simultâneo uma atitude de investigação, popularização e transmissão de uma
atitude científica que se traduzem no delinear do perfil do pescador, que era aquele que exercia uma
actividade constante ao longo do ano: “pescador é pescador e não tem necessidade de ser outra
coisa, tão pouco é obrigado a emigrar ou a assoldar-se forçadamente.” De acordo com Baldaque da
Silva, no norte só o poveiro era caracterizado como tal, porque praticava uma faina persistente.156
Neste registo sobre a decadência das pescas, Lacerda Lobo aponta como principal factor a
exploração selvagem do trabalho dos pescadores. As medidas legislativas datadas de meados do 153 LOBO, Constantino Botelho de Lacerda – Memória sobre a decadência das Pescarias de Portugal. In Memórias da Academia Real das Ciências, Vol. IV, Lisboa: Banco de Portugal, 1991. p. 278. 154 AMORIM, Inês – A organização do trabalho da pesca…, p. 117. 155 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas. In Boletim Cultural da Póvoa de Varzim. Vol. II, n.º 1. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1959.p. 186. 156 AMORIM, Inês – A organização do trabalho da pesca…, p. 118.
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século XVIII, de restrição ou acolhimento à mobilidade, são o sintoma comprovativo de que a
decadente estrutura do sector das pescas considerava, na generalidade, o pescador improdutivo,
porque na maior parte do litoral o seu trabalho reduzia-se, quase exclusivamente, à pesca sazonal da
sardinha. Na sua opinião, os únicos merecedores a serem designados por pescadores eram os da
costa norte do Porto e os da Póvoa de Varzim, pois não só pescam junto à costa, como igualmente
ao largo (chamada pesca do alto). Nesta apreciação, encontra-se implícita a ideia do que devia ser o
trabalho da pesca uma actividade contínua. O pescador só será visto como factor de produção, e o
seu trabalho como elemento de tributação, a partir de 1843, quando se lançaram 6% dos quinhões
de pesca. Este objectivo inseria-se num contexto político-económico de meados do século XIX, que
era favorável a um processo de atenção redobrada a todos os sectores, entre os quais o das pescas. O
Estado preocupa-se em abastecer de forma contínua um mercado consumidor que tinha tendência a
crescer, e ao mesmo tempo impunha uma vigilante exploração fiscal. O Estado procurava clarificar
quem era legitimamente pescador e avaliava o seu potencial, porque “nem todos os que trabalham
nas pescarias são pescadores matriculados, os mais são adventícios e trabalhadores nos campos, que
durante as temporadas, correm às costas e rios.”157
157AMORIM, Inês – A organização do trabalho da pesca…, pp. 116-117.
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Segundo Lacerda Lobo, este mal já vinha de tempos remotos, como o demonstram as
reclamações apresentadas nas Cortes de Santarém (1369) e Elvas (1399), repetidas também nas
Cortes de Santarém (1434) e de Lisboa (1456), entre outras.158
Regista-se ainda que, na Póvoa de Varzim, os abusos chegavam à criação de verdadeiros
monopólios, sem respeito pelos legítimos direitos dos pescadores. A estes agentes da autoridade
juntavam-se os dos soldados e oficiais de guarnição nas praias, e a uns e outros as prescrições
eclesiásticas proibitivas da pesca nos Domingos e dias santificados. Ouviu-se então “os pescadores
queixarem-se de que a Câmara punia com multa de 6000 réis todo o pescador que naqueles dias
[nos Domingos e dias Santificados] fosse ao mar; e de que os rendeiros haviam estendido os
direitos fiscais às ganhadias exigindo até décima de estrumes. Outra queixa era contar a iníqua
incidência do imposto, quando o número de peixes era inferior a dez, chegando-se até à revoltante
exigência de uma pescada, se acaso o pescador apenas tinha colhido duas!”159
A estas causas, que Lacerda Lobo apelida de morais, no seu estudo de 1789, juntava-se a falta,
o mau estado e defeito dos aparelhos de pesca. E particularmente as redes de arrastar são dadas
como outro dos motivos da decadência das pescarias. Estas vieram agravar ainda mais o estado das
pescas; “o que não levou séculos a destruir é agora aniquilado.”160
O mau estado da barra da Póvoa é uma outra questão levantada por Lacerda Lobo, assim
como, “os impedimentos fysicos, que embaraçam o progresso da pescaria, […] de que se segue
hum grave incommodo aos pescadores, os quaes para lavarem as suas redes vindas do mar, vão
muitas vezes procurar fontes, ou regatos a sítios, que lhes ficão mais de huma legua de distancia:
como acontece em Fam, e Povoa de Varzim.”161
A introdução destas novas técnicas, ou seja, do célebres arrastos ou arrastões, nos finais do
século XVIII, exigiam novos aparelhos e processos de extracção, conduzindo desta forma à
destruição do pescado que se encontrava em fase de crescimento, bem como à devastação do fundo
marinho, habitat privilegiado da desova e do crescimento do peixe, levando, assim, à desertificação
do fundo marinho.
Lacerda Lobo refere que estes abusos constantes levaram à criação de verdadeiros monopólios
desrespeitando assim os direitos legítimos dos pescadores.
Saliente-se que, segundo Manuel Silva as causas apontadas para a decadência das pescarias na
Póvoa de Varzim, nos finais do século XVIII, eram sempre as mesmas de sempre, a ausência de
peixe. Esta realidade é comentada pelos marítimos, que fundamentam estas depredações como 158 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 186. 159 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 186. 160 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 187. 161 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 187.
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causadas pela pesca a vapor. Simplesmente, toda esta perseverança é muitas das vezes frustrada
pela falta de abrigo, dado que a enseada da vila da Póvoa de Varzim não oferece condições nem
para o embarque nem para o desembarque. 162
As artes novas ou a pesca com redes e aparelhos modernos, lançados de bordo de
embarcações a vapor, o Chalut, o gangui, o cerco à americana e a armação valenciana, além de
outros mais, vieram para Portugal, das costas francesas e espanholas, fixando-se em especial a Sul
do Douro. Os novos processos também incluíam em si o arrasto, a que os nossos pescadores
alcunharam de arrastão. O arrasto praticado pelos vapores era altamente nefasto, porque era
lançado ao fundo e varria tudo à sua passagem, quer fosse peixe adulto, ou peixe em estado de
criação. Tudo vinha à superfície numa amálgama confusa; frequentemente atirava-se ao mar parte
do produto desta devastação; desta forma toneladas de pescado ficavam impróprias para consumo.
Este facto revoltava toda a comunidade piscatória que exercia as artes velhas. A pesca por barcos a
vapor e aparelhos de arrasto e até por cercos constitui a industrialização deste sector, formando-se
empresas e sociedades para a exploração do mesmo. Os pescadores poveiros ficaram numa posição
manifestamente inferior perante estas artes novas. Segundo Manuel Silva, ”foi, pois, com alarme,
por esse tempo de 90 e tantos [século XVIII], que na Póvoa se viu o afã que houve nas concessões
das licenças e na constituição das empresas e sociedades para se explorar as águas marítimas pelas
artes novas: e, com revolta, foi que se soube das devastações que esses aparelhos praticavam.”163
Uma campanha enérgica, em defesa dos pescadores da Póvoa, se travou no Estrella
Povoense, que publicou sucessivos artigos condenando o que se estava a fazer. Alguns desses
artigos foram elaborados por dedicados povoenses, onde estava “Mariano de Carvalho que no
Diário Popular, estava, com o seu grande talento de jornalista, ao lado dos industriais da pesca e
dos novos processos. Não se intimidou o modesto semanário provinciano e esgotou todas as
munições nesse combate nobilíssimo em prol da classe piscatória poveira.”164
Acresce que a crise que vai asfixiando a indústria extractiva das pescarias, nos finais do século
XVIII, gera outras crises secundárias e com ela correlativas, tais como na carpintaria de ribeira,
calafetagem, cordoaria, fabrico e venda de pano e fio de velas e redes, bem como em vários aprestos
de embarcações (comércio.165
162 GRAÇA, António dos Santos – O poveiro – usos, costumes, tradições…, p. 14. 163 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises …, p. 193. 164 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises…, pp. 193-194. 165 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises…, p. 195.
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“Quem dá aos pobres empresta a Deus.”
4.4.2. As crises através da imprensa
Como já referimos atrás, a classe piscatória poveira foi assolada por um período de miséria,
fome e também por um certo abandono por parte do próprio Estado português.
Para melhor fundamentarmos esta questão socorremo-nos do periódico Estrella Povoense,
um “semanário independente”, mas depois a favor do partido regenerador e, por fim um baluarte
invencível da causa da Igreja e da Póvoa.166 Ainda a respeito deste jornal escreveu Viriato Barbosa:
“Era, sem receio de desmentido, o jornal melhor redigido e o que, conseguindo alcançar mais longa
vida, foi testemunha e acompanhou, durante 35 anos ou mais longa vida, em todas as fases, o
desenvolvimento material da Póvoa. Desde 17 (aliás 18) de Fevereiro de 1877 até os nossos mais
chegados tempos [1937], a Estrella Povoense foi bem o astro radioso, que conduziu os homens
públicos da nossa terra ao templo onde se oficiavam os interesses da Póvoa.”167
4.4.3. O abandono da comunidade piscatória poveira por parte do Estado
A primeira notícia que encontramos acerca da temática do abandono por parte do governo,
surge em meados de 1890, e diz que “todos conhecem perfeitamente as perniciosíssimas
consequências que à pobre mas honrada classe piscatoria acarretam as negregadas redes d’arrastar
ou tarrafas, que levam uma immensa vantagem ás redes ordinárias e que trazem enormíssimo
estrago, destruindo toda a creação. Temos muitas vezes fallado contra esse mal terrível, havendo
muitas vezes reclamado do governo energéticas providencias.”168
Há uma outra notícia que tem por título Acabemos com isto! Os poveiros precisavam de
obras na enseada, no entanto, verificaram, que segundo a planta desta obra, que em vez de serem
beneficiados iriam ser prejudicados. “Já ouvimos, a alguém dizer que n’esta questão dos pescadores
anda de permeio a politica, algumas pessoas nos teem asseverado coisas espantosas, impossiveis.”
E em relação às obras o jornal acrescenta: “será verdadeira a assercção dos pescadores? Não
sabemos, não temos competencia para emitir opinião a este respeito. Dizem os contrarios que os
pescadores não teem razão no que asseveram, que as obras projectadas vão beneficiar a barra e de
forma alguma a prejudicam.” Conclui com a seguinte afirmação: “queremos as obras, desejamos 166 A Póvoa de Varzim. Porto: se, 1937, p. 257. 167 A Póvoa de Varzim. Porto: se, 1937, p.257. 168 Estrella Povoense. N.º 732, 2 de Março de 1890, p. 1.
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ardentemente que se melhore a barra, mas queremos, com toda a urgencia que se conheça qual o
valor da duvida suscitada.”169
Mais uma vez, surge uma notícia que relata o abandono por parte do poder político da
comunidade piscatória poveira, e descreve o seguinte: “o Sr. Alberto Pimentel [Deputado pelo
círculo da Póvoa de Varzim] combate valentemente, fundando-se em provas altamente
convenientes, a indiferença com que os poderes públicos olham para esses muitos milhares de
pescadores, justamente dignos de melhor consideração”. Prova também o quanto é prejudicial a
pesca por meio de barcos a vapor com redes de arrasto.
Por fim, o jornal declara que “oxalá o Sr. Alberto Pimentel obtenha do governo o que tanto
deseja, de tanto bem para a honrada e trabalhadora classe piscatoria.”170
Mais uma vez, o tema do esquecimento do governo, anda na ordem do dia. O Estrella
Povoense afirma que há uma classe que, contribuindo onerosamente para o Estado, é votada ao
mais completo esquecimento e ao mais triste e injusto abandono.
Esta classe que assim sofre, que assim é esquecida e abandonada, é a piscatória, a
numerosíssima e honrada classe dos pescadores. Acrescenta ainda que “gente alguma mais digna
das atenções e cuidados de todos, do que esses míseros pescadores, que passam a vida em um
labotar constante, cheio de incertezas, sobressaltos e perigos, e que se vergam à lei humildemente,
respeitosamente, e que se curvam a todas as imposições, a todas as reclamações do fisco. Eram
dignos, em verdade de melhor sorte os honrados pescadores! Os governos uma vez ao menos,
deviam lançar sobre eles olhares compassivos, deviam atender aos seus instantes pedidos
fundamentados na razão e na justiça. Deviam, uma vez ao menos, julgar da desgraça, que os cerca,
e da fome que os mata.” 171
Reclama ainda se “poder-se-ão deixar ao abandono tantas milhares de pessoas que têm toda
a justa atenção dos poderes constituídos? Poder-se-ão deixar morrer de fome tantos milhares de
pessoas dignas de toda a simpatia pelo seu amor ao trabalho? Pelo seu respeito à ordem, pela sua
incondicional submissão à autoridade? Haja compaixão para os pobres pescadores que jazem no
“olvido mais completo: olhe-se para a triste condição em que se encontram e para a miséria horrível
que os assalteia.” 172
Pede para que se olhe para os males sem conta, males enormes que essa infeliz gente
acarreta, “a pescados barcos a vapor, com as negregadas redes de arrasto. É certo e sabido de todos
que a pesca dos barcos a vapor não só destrói quase toda a creação, como também danifica
extraordinariamente as outras redes. Haja em vista os brados de veementíssimo protesto que se tem 169 Estrella Povoense. N.º 735, 12 de Abril de 1891, p. 1. 170 Estrella Povoense. N.º 737, 26 de Abril de 1891, p. 1 171 Estrella Povoense. N.º 748, 12 de Julho de 1891, p. 1. 172 Estrella Povoense. N.º 748, 12 de Julho de 1891, p. 1.
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levantado em Esposende, Viana e em outros pontos do país. E os pescadores desta vila já
protestaram também contra o emprego das redes de arrasto que lhes têm causado enormes prejuízos.
Falavam só aos pobres pescadores que a odiosa pesca com os barcos a vapor, além de lhes causar
danos gravíssimos, ainda lhes inutiliza as redes, sendo este o seu único ganha-pão e haveres.” 173
Conclui a notícia com a seguinte mensagem: “Attenda a isto o governo. Ouça as queixas
vivissimas de muitos milhares de pessoas, que se vêem a braços com a fome. Attenda ao projecto
do illustre deputado por este circulo, o senhor Alberto Pimentel, que ha pugnado valentemente em
pró dos interesses da classe piscatoria. Não se pedem ao governo sacrifícios do thesouro; pede-se-
lhe unicamente justiça para a infeliz classe piscatoria que tem por si as sympathias de todo o
paiz.”174
Há uma notícia que refere que, “o pescador, apesar de continuamente se abalançar á rudeza e
perigos da sua tarefa, morre á mingua de pão, e isto porque os governos força ainda não tiveram
para desprezar os loucos intentos de uma companhia de ricos capitalistas, que, com as redes
d’arrasto, não só lhe vae levando o peixe graudo, mas destruindo e arruinando os bancos de creação
da nossa costa.”175
Outra notícia do Estrella Povoense, retirada do jornal lisbonense O Século diz que “o que
ahi se diz é d’uma realidade dura e que faz tristeza. Se além ha 300 familias luctando com os
horrores, da fome aqui o seu numero é incomparavelmente superior. Se ali tema havido desleixo por
parte dos governantes, aqui, esse desleixo atinge quasi as raias do inverosímil”.
O Século diz ainda que «D’entre as classes mais soffredoras, mais esquecidas dos poderes
públicos e mais desapiedadamente feridas pela adversidade, ressalta, triste evidencia!
A numerosissima colónia piscatoria. A toda a hora a morte espreita-a; a todo o momento a
miseria se lhe assenta ao lar: e nas raras vezes em que a fortuna lhe sorri, quando a pesca é mais
abundante, o fisco, inexorável e sôfrego, arranca-lhe uma parte valiosa do seu trabalho.»176
173 Estrella Povoense. N.º 748, 12 de Julho de 1891, p. 1 174 Estrella Povoense. N.º 748, 12 de Julho de 1891, p. 1 175 Estrella Povoense. N.º 1025, 24 de Maio de 1896, p. 1. 176 Estrella Povoense. N.º 999, 24 de Novembro de 1895, p. 2
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4.4.4. A crise do mercado; fome e miséria
Um outro problema que veio agravar a situação da classe piscatória poveira foi a crise
monetária; esta crise verificou-se em meados da década de 90 do século XIX, devido às crises
económicas, como já verificamos atrás, e afectou todo o país.
É neste contexto que surge uma notícia referindo que “a crise monetaria, que se há alastrado
por todo o paiz, sente-se agora intensamente n’esta populosa villa e, principalmente, em a nossa
importante classe piscatoria. O numerario que existia em nosso mercado desappareceu ou retrahiu-
se. Os commerciantes de pescado estão completamente faltos de metal.”177
Há relatos que se referem à penúria, crise e fome na pescaria e dizem que “estudando nós as
causas da penura de pescado na nossa praia, chegamos á conclusão que ella é devida única
exlusivamente á destruição da espécie, servindo de agentes systema de pesca por meio de vapores
chamados do arrasto.” O jornal acrescenta ainda que “já estavamos acostumados a ver por vezes a
classe piscatoria atravessar crises cruciantes, mas pouco depois sorria para ella novos dias felizes. Já
estávamos acostumados a ver cerrados fechar-lhes as portas do oceano e assim obrigal-os a
mendigar pelas «casas do senhor» o pão quotidiano para si e para seus filhinhos. Todos ouvimos as
lamentações que a cada instante nos fazem esses laboriosos homens do mar e todos procuramos de
algum modo dulcificar-lhes as suas angustias e afugentar o espectro sinistro da desgraça que
rudemente os ameaça.”
O jornal deixa a seguinte mensagem: “É o principal dever do altruísmo. Porem não devemos
tratar só de lhes matar a fome de hoje. A missão da imprensa tem mais obrigações a cumprir, tem
que investigar os seus factores, apontal-os á opinião publica e empenhar-se n’uma santa cruzada
para o seu completo aniquilamento.”178
Mais uma vez deparamo-nos com uma notícia relacionada com a fome que assolava a classe
piscatória poveira. Esta surge-nos no ano de 1894, no dia 15 de Abril, em tempo de eleições, e
declarava que “ao assumpto da mais palpitante actualidade, ao thema obrigado de todas as
conversações, a fome na pescaria. Um assumpto de tal transcendencia e magnitude para a Povoa,
para todos nós não póde deixar de ser constantemente tratado e discutido na imprensa local.”
Acrescenta que “realmente causa dó e compaixão ver esses valentes homens do mar, que
moirejam incessantemente na sua rude faina, não ter o negro pão para si e para seus filhinhos,
quando estes lh’o pedem em choros afflictivos.”
Diz ainda que “empenhamo-nos com todas as nossas débeis forças em acabar com esse
deploravel privilegio que se tornara feudo de grandes argentarios. Mas não é a imprensa que deve
177 Estrella Povoense. N.º 748, 19 de Julho de 1891, p. 1. 178 Estrella Povoense. N.º 887, 8 de Abril de 1894, p. 1.
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tomar a prioridade de tal iniciativa. Isso pertence ás corporações locaes, Associação Comercial e
Real Irmandade da Assumpção.”179
“A fome e a miséria flagellam atrozmente a nossa pescaria. A crise que ora perpassa é
excepcional unica.”180
Há um artigo assinado pelo Sr. Ramalho Ortigão que transmite o seguinte: “mais uma vez,
que não será a ultima, nos chegam da Povoa noticias da lacinante miseria em que se vê a colónia
dos seus cinco mil pescadores, afora as três mil pessoas ainda que, da pescaria, obtém todos os
recursos da vida.”
Adita ainda que “a extorsão inqualificavel, por injusta de que é alvo o pescador poveiro,
ignorando, rude e bisonho, que é torpemente roubado pelo país em que vive.”181
Ainda no ano de 1894 há notícia de que “echoara profundamente na lama portugueza,
sempre aberta á desgraça á compaixão e a piedade pela extrema penúria a que chegara actualmente
a infeliz classe piscatoria poveira. Echoara, sim; e por isso a rainha das virtudes, a caridade,
apparecera formosa e radiante […]. Relata ainda que de todos os pontos do paiz se elevaram justas
lamentações e queixas contra as causas que motivaram a fome na Povoa. Grande parte dos jornaes
mais importantes de Portugal deu notícia da nossa calamidade, commentando-a com palavras que
nós jamais olvidaremos.”182 Acrescenta ainda que “o apello justíssimo que d’aqui fizeramos
pedindo compaixão e justiça para os nossos pescadores fora escutado tristemente e religiosamente
cumprido em parte”, pois “o pescado continua a faltar e a pescaria continua a ter fome…”183
Há editoriais de 1894 que se referem aos arrastões, dizendo que “passaram os derradeiros
echos da fome Poveira, passaram os derradeiros gemidos da miséria sem lenitivo, dos filhos sem
pão; passou o perigo e o principal fautor de tantas desgraças ainda continua no seu labutar vandalico
sem o menor estorvo ou impedimento. E a quem devemos lançar a culpa de tudo isto? […] Somos
nós os culpados do estabelecimento das companhias de vapores de arrasto, que tanto mal causam ás
pescarias. As suas consequências fataes temol-as sentido e sentil-as-hemos n’um porvir mais ou
menos breve.”184
O Estrella Povoense culpa os arrastões pela fome que assolava a comunidade piscatória
poveira, pois estes levavam toda a pescaria “matando a criação”, o que por sua vez faria com que o
peixe escasseasse.
No final do ano de 1895, antes do Natal, o jornal pede responsabilidades e deixa a seguinte
mensagem de misericórdia para a “laboriosa e desprotegida classe piscatoria que vem atrevessando 179 Estrella Povoense. N.º 888, 15 de Abril de 1894, p. 1. 180 Estrella Povoense. N.º 889, 22 de Abril de 1894, p. 1. 181 Estrella Povoense. N.º 891, 6 de Maio de 1894, p. 1. 182 Estrella Povoense. N.º 893, 20 de Maio de 1894, p. 1. 183 Estrella Povoense. N.º 893, 20 de Maio de 1894, p. 1. 184 Estrella Povoense. N.º 897, 17 de Junho de 1894, p. 1.
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uma crise de fome, que ninguem desconhece já. A Caridade matar a fome enxugar as lágrimas,
aquecer os regelados e cobri-lhes a nudez são os exercícios predilectos d’esta filha do Céo. Esmola
para o Natal dos infelizes pescadores.”185
Ainda a propósito do pedido feito pelo jornal para a comunidade piscatória poveira, há
notícia de que “pelas contas publicadas vê-se que foram 217 os pobres contemplados com a esmola
de 200 reis. Uma gotta d’agua, apenas, bem o sabemos na aridez de um deserto, se attendermos á
crise de fome, que atravessa a nossa numerosissima classe piscatoria; bem sabemos nós que não é
pela esmola, que se porá termo á miséria d’esta desprotegida classe, mas é ella,
inquestionavelmente, o meio de a alliviar.”186
Um outro problema que fez parte do quotidiano da comunidade piscatória poveira foi o
endividamento, pois, como sabemos, com a crise os pescadores eram obrigados a pedir dinheiro
para subsidiar a sua actividade. Para isso por vezes recorriam aos empréstimos dos agiotas. Cada
vez mais se fazia sentir a falta de numerário; os pescadores recusavam-se a receber notas. Muitos
não sabiam ler e por isso temiam que os enganassem com o valor do papel. “De que nos servem as
notas, dizem, se com ellas não podemos fazer as nossas pequenas partições e transacções? E ou
vendem o peixe por preços relativamente diminutos ou mesmo não o vendem ou ainda vão procurar
outras praias onde haja quem lhes pague em metal. Os agiotas n’esta villa, continuam no seu
negocio odioso. Tudo açambarcava ouro, prata e cobre. O numerário desapparece todo no vórtice da
agiotagem. Disseram-nos que os agiotas acabaram de mandar para o Porto alguns caixotes cheios de
moedas de prata.”187
Surgem-nos então relatos relacionadas com este problema, que vinha acentuar já a imensa
miséria, pobreza e fome a que estava subjugada esta comunidade. Há uma notícia que afirmava o
seguinte: “accresce ainda est’outra circunstancia muito para notar: a grande maioria dos nossos
pescadores, que é a pobreza d’esta terra, já estava muito endividada dos annos anteriores e, por isso,
“o seu janeiro” ou a safra da sardinha, resgatadas as redes e as roupas do prégo prestamista, pouco
lhes deixou com que soccorrer aos encargos da familia.”188
Uma outra refere que “a fome entrou já em muitas casas dos pescadores. O commercio, a
industria, a propriedade, ressentir-se-hão consideravelmente com a desgraça de uma classe tão
numerosa. Elles, que, na sua arriscada faina, quando buscam o parco sustento para as suas pobres
familias, não temem as ondas alterosas que os envolvem e arrastam, n’uma constante ameaça e
n’um perigo imminente, veem-se agora forçados á inacção, n’uma perspectiva desoladora da fome,
185 Estrella Povoense. N.º 1002, 15 de Dezembro de 1895, p. 1. 186 Estrella Povoense. N.º 1007, 19 de Janeiro de 1896, pp. 1-2. 187 Estrella Povoense N.º 749, 19 de Julho de 1891, pp. 1-2. 188 Estrella Povoense. N.º 1127, 8 de Maio de 1898, p. 1.
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sem poderem lucrar sequer no grangeio d’um pedaço de negro pão.”189 “É n’esta epocha do anno,
que ora começa e se prolonga até todo o fevereiro, que os nossos pescadores pagam a quem devem
e grangeiam o sustento de suas familias e fazem o seu “pé de meia” para o resto do anno.”190
Surgem-nos também informações que mencionam que o grande problema desta comunidade
era a resistência à inovação por diferentes razões. Como sabemos, muitos destes pescadores eram
analfabetos, não conseguiam integrar as novas técnicas e também não se queriam actualizar (por
vezes também não tinham possibilidades para o fazer), como descreve bem a notícia que se segue:
“que é preciso, primeiro que tudo, é ministrar à classe piscatória alguns rudimentares
conhecimentos de economia e arrancal-a d’esse estacionamento anachronico e prejudicialíssimo. O
pescador d’hoje vive, quasi, como o pescador de há um século.”191
Acerca da forma como os pescadores deveriam gerir o seu pescado, o jornal ia dando
algumas sugestões, apontando “a creação de depósitos de peixe vivo de estabelecimentos de salga e
conserva de pescado por conta do próprio pescador, constituem uma d’estas questões de economia,
cuja vantagem salta aos olhos dos menos entendidos.”192
Perante a falta de medidas tomadas pelos pescadores em relação à pescaria, à introdução das
novas tecnologias na pesca e ao pescador não se actualizar, o Estrella Povoense faz o seguinte
comentário: “assim, em virtude d’uma evolução profunda nas condições económicas da pesca, o
pescador vê que a sua arte se torna, dia a dia, mais acerba e escabrosa, effectuando o seu labor sem
gosto, sem esperança e, o que é pior, sem resultado! E à, medida que o centro das operações se for
deslocando para o mar alto, exigindo novo material e d’um outro preço mais elevado, então o
desanimo será completo! E ahi temos: o pescador a morrer de fome, porque não ganha; as classes
trabalhadoras em míseras circunstancias de alimentação, pois lhes falha o alimento de maior
barateza e que mais grato lhes é ao paladar; e o commercio local paralysado, attenta a penúria da
classe, que mais proventos lhe podia proporcionar.”193
“À imprensa, ao commercio e a todos, occorre mais que nunca, para a sua salvação, o
encetar uma propaganda fervorosa das modernas praticas de pesca. Um prejuízo de 56 contos não é
para desprezar.”194
189 Estrella Povoense. N.º 1202, 22 de Outubro de 1899, p. 1. 190 Estrella Povoense. N.º 1203, 29 de Outubro de 1899, pp. 1-2. 191 Estrella Povoense. N.º 1284, 26 de Maio de 1901, p. 1. 192 Estrella Povoense. N.º 1285, 2 de Junho de 1901, p. 1. 193 Estrella Povoense. N.º 1416, 6 de Dezembro de 1903, p. 1. 194 Estrella Povoense. N.º 1415, 29 de Novembro de 1903, p. 1.
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5. A Emigração:
Causas e Destino da Emigração da Póvoa de Varzim em 1896
“Um português que é só português não é português”
Fernando Pessoa
5.1. A emigração como resposta à crise
“Os homens movem-se e essa mobilidade transforma-se por vezes em emigração, isto é,
assume destinos além-fronteiras, configurando transferências massivas de população. Assim
aconteceu no Portugal oitocentista, particularmente nas áreas mais densas, as terras do Norte e nas
Ilhas dos Açores e Madeira, com destino primordial para o Brasil. Porque se emigra (va)?”195
Ainda que a partida activa de gentes do Norte de Portugal para o Brasil fazia-se, desde os
inícios do século XVIII, raramente desenvolvera acções específicas de povoamento.
Para além do “mito de enriquecimento fácil, apoiado pelo exemplo dos brasileiros196
abastados que regressavam ao país de origem, bem como a existência de uma rede bem articulada
de engajadores, encarregados de aliciar imigrantes para as terras incultas do interior,”197 “houve
vários factores que levaram a esta emigração, nomeadamente, as crises agrícolas sucessivas:
primeiro a praga das vinhas, depois a concorrência ultramarina nos cereais e na carne de bovinos, à
medida que revolucionavam os transportes e as condições de conservação. Nestas conjunturas, só
com a sábia gestão se superava o limiar de sobrevivência. Dada a escassez de mercado, emergia a
necessidade de distribuir os diversos filhos, para um destino emigratório, e o destino mais provável
era o Brasil, pois este apresentava-se com uma economia em fase de crescimento. O Brasil era,
então, o destino procurado de toda essa juventude, essencialmente para a cidade do Rio de Janeiro
(e em menor escala outras cidades comerciais).
195 ALVES, Jorge Fernandes – Portugal e Brasil – Encontros, Desencontros, Reencontros. In Actas dos Cursos Internacionais de Verão de Cascais (3 a 15 de Julho de 2000). Vol. III. Cascais: Câmara Municipal de Cascais, 2001, p. 113. 196 “O brasileiro típico é o ex-emigrante retornado com bens normalmente avultados e adquiridos em actividades comerciais nos centros urbanos das terras de Vera Cruz. Instala-se na sua terra natal ou na Cidade do Porto, na tranquilidade burguesa dos seus teres e haveres” – Joel Serrão – Notas sobre emigração e mudança social no Portugal Contemporâneo. In Análise Social. Vol. XXI. Lisboa: s.e., 1985, pp. 995-1004. 197 GARCIA, José Luís – A Emigração Portuguesa – Uma Breve Introdução. s.l.: Edição Ministério dos Negócios Estrangeiros – Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, 1998, p. 22.
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São mais tarde estes brasileiros que ajudam a dar novas configurações ao urbanismo das vilas
minhotas oitocentistas então promovidas a sedes e concelho (Fafe, Famalicão, Santo Tirso, Póvoa
de Varzim são exemplos, a par de determinadas urbanizações do Porto).”198
As intensas partidas de emigrantes para o Brasil desde os séculos XV e XVI constituíam o
principal motivo de preocupação governamental, em virtude do despovoamento do reino, o que
conduziu à aplicação de medidas legislativas que aplicavam restrições ao movimento emigratório.
Segundo a Lei de 20 de Maio de 1720 a emigração ilegal era violentamente punida através da perda
de cargos e da própria nacionalidade. Desde 1870 esta política sofreu uma inversão, inaugurando-se
assim, um período de emigração liberal199; “é certo que o Estado nunca se desinteressou da
emigração e manteve sobre ela um controlo administrativo; mas, em contraste com os períodos
precedentes e seguinte, havia nessa época uma legislação aberta, sem estabelecimento de quotas
nem restrições absolutas.”200 Contudo, convém referir que isto não significa que tenha havido uma
política de liberalização da emigração; houve, com efeito, “uma tolerância da emigração legal e
não-legal que visou manter o fluxo emigratório a um nível razoável, de modo a contrariar o
aumento do excedente demográfico.”201
No entanto, existiam três preocupações essenciais que parecem estar subjacentes a esta nova
orientação das políticas de emigração no período entre 1877 a 1930: manter a corrente de divisas
provenientes do Brasil, ao mesmo tempo que se procura desviar para África uma parte do
contingente emigratório, imprescindível ao estabelecimento da administração portuguesa,
conciliando estas duas preocupações com as necessidades de mão-de-obra da burguesia agrária e
industrial. Todavia, as medidas de incentivo à emigração para o continente africano não foram de
todo bem sucedidas em resultado do constante apoio do Brasil à emigração, mesmo não legal.
Assim, a emigração para a África nunca ultrapassou a corrente emigratória para o Brasil,
permanecendo sempre uma corrente minoritária.202
O Brasil, como destino, tinha, para além das facilidades decorrentes da língua comum, uma
política de imigração favorável devido à falta de mão-de-obra resultante do fim da escravatura
negra de África, proporcionando passagens a preços mais reduzidos e garantindo a integração dos
imigrantes em postos de trabalho, ainda que, muitas vezes, em condições de quase escravatura.203
198 ALVES, Jorge Fernandes – Portugal e Brasil – Encontros, Desencontros…, pp. 118-126. 199 GARCIA, José Luís – A Emigração Portuguesa…, p. 23. 200 GARCIA, José Luís – A Emigração Portuguesa…, p. 24. 201 GARCIA, José Luís – A Emigração Portuguesa…, p. 25. 202 GARCIA, José Luís – A EmigraçãoPortuguesa…, p. 25. 203 ALVES, Jorge Fernandes – Os “Brasileiros” da Emigração. Vila Nova de Famalicão: Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, 1998, p. 53.
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Para um melhor entendimento do ciclo emigratório para o Brasil, impõe-se também a
identificação das principais zonas de origem dos emigrantes portugueses204 para esse destino, assim
como as características etárias e profissionais mais relevantes destes emigrantes.
Tradicionalmente, os emigrantes portugueses preferiam o comércio que, nas primeiras
décadas do século XIX, continuou a ser dominado por eles.205 Porém, apesar desta continuar a ser,
em algumas regiões brasileiras, a actividade em que mais se empregavam, na segunda metade do
século XIX, as carências de mão-de-obra agrícola canalizaram para a agricultura uma parcela cada
vez mais relevante daqueles que abandonavam o solo pátrio, sonhando com a fortuna cada vez mais
difícil de obter.
Através da correspondência diplomática e consular, analisavam esta questão os representantes
dos portugueses no Brasil, apontavam como motivações dos nossos emigrantes a falta de meios de
subsistência decorrente da falta de trabalho e do elevado preço dos cereais; a facilidade de no Brasil
obterem trabalho sendo este bem remunerado; a comunhão do idioma e a similitude de costumes
entre portugueses e brasileiros; a actividade dos proprietários dos navios que tenderiam a facilitar o
pagamento das passagens e a existência no Brasil de parentes conterrâneos dos candidatos à
emigração.
Por sua vez, analisando em 1872 esta problemática, atribui-se ao serviço militar o maior peso
no conjunto das determinantes da saída dos portugueses. Estando no primeiro escalão das
motivações para o abandono do país, não deixava, no entanto, de incluir “a penúria por falta de
trabalho, ou por trabalho mal remunerado”. Em segundo lugar fala-se em “ambição da riqueza”. Na
mesma época alertava-se para o papel preponderante dos “alliciadores assalariados” e dos
proprietários dos navios, no fomento da emigração.
Em 1874, o agente consular de Pernambuco apontava o desejo da “acquisição rápida de
riqueza” e a necessidade de “fugir à prestação do serviço militar, com sendo as principais causas da
saída dos portugueses.206
Um papel sem dúvida importante para o incentivo dos portugueses a emigrar, terá sido o papel
dos aliciadores. A sua actividade está na verdade inserida na política brasileira de captação de mão-
de-obra europeia, de que é sintoma evidente o surgimento de várias associações de promoção da
emigração, entre as quais salientamos a Associação Central de Colonização criada pelo decreto de
204 No nosso caso limitamo-nos apenas a considerar as freguesias da Póvoa de Varzim. 205 Geralmente todos os estrangeiros chegados ao Brasil, preferiam as actividades artesanais ou o negócio. Muito poucos eram rurais, apesar de serem estes emigrantes os preferidos. SERRÃO, Joel – Temas Oitocentistas I. Lisboa: Livros Horizonte, 1980, p. 177 206 CRUZ, Maria Antonieta – Agruras dos emigrantes portugueses no Brasil – Contribuição para o estudo da emigração portuguesa na segunda metade do século XIX. Separata da Revista de História. Vol. II. Porto: Centro de História da Universidade do Porto, 1987, pp. 13-14.
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1855,207 cujo fim, explicitado nos seus estatutos, era o de “importação de imigrantes morigerados
agricultores e industriosos, que espontânea ou subsidiadamente” quisessem partir do Império.208
Variando para mais ou menos, de acordo com a situação económica e social do país e com as
condições oferecidas, manter-se-á, no entanto, em níveis que permitem considerá-la uma “sangria
populacional”, apesar de ser difícil a sua rigorosa quantificação. Para isto concorrerá a introdução
tardia das estatísticas demográficas nos países da América, acrescendo ainda o facto de grande
número dos que aportavam a terras de Vera Cruz o fazerem clandestinamente e a circunstância de
Portugal só muito tarde ter procedido à anotação regular do movimento de passageiros. Refira-se, a
propósito, que o Porto, distrito que maior número de portugueses viu sair para o Brasil, apenas em
1866 introduziu este registo.209
Na realidade, a emigração portuguesa estava envolvida numa teia muito complexa, em que
intervinham o governo brasileiro, os governos federais, as associações de colonização, os grandes
proprietários brasileiros, os proprietários e capitães de navios, servidos por uma grande e eficaz rede
de engajadores. Esta trabalhava em todo o território nacional, predominantemente no Litoral, e
depois de 1870 também no interior dada a melhoria das comunicações, decorrente da introdução
dos caminhos-de-ferro.
“A existência de sociedades, cuja actividade consistia no fomento da emigração para terras de
Vera Cruz, patenteia, um «negócio» altamente lucrativo para os seus mentores e quase sempre
desastroso para quem se deixava aliciar. Anote-se antes de mais, que as poucas e precárias
estatísticas que possuímos apontam para uma dramática e contrastante situação cultural dos
portugueses de meados de oitocentos. O índice de alfabetização era muito baixo e essa situação veio
a revelar-se, sem dúvida, muito importante no êxito dos engajadores. De realçar ainda, que uma alta
percentagem dos emigrantes era constituída por menores engajados, às vezes sem autorização dos
pais tutores ou curadores.”210 Era também neste contexto “que o chefe de família entregava os mais
jovens do seu agregado nas mãos da rede de engajadores que os levariam até ao Brasil, onde
anteviam um risonho futuro de riqueza.”211
207 Decreto do Imperador do Brasil, n.º 1584 – 2 de Abril de 1855 – Biblioteca do Rio de Janeiro – 366. CRUZ, Maria Antonieta – Agruras dos emigrantes portugueses no Brasil…, p. 15. 208 CRUZ, Maria Antonieta – Agruras dos emigrantes portugueses no Brasil…, p. 15. 209 CRUZ, Maria Antonieta – Agruras dos emigrantes portugueses no Brasil…, p.15. 210 CRUZ, Maria Antonieta – Agruras dos emigrantes portugueses no Brasil…, pp. 18-19. 211 ALVES, Jorge Fernandes – Os “Brasileiros” da Emigração…, p. 53.
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5.2. A emigração na Póvoa de Varzim nos finais do século XIX
O artigo de Flávio Gonçalves, Os pescadores poveiros em Angola e Moçambique, do Boletim
Cultural da Póvoa de Varzim, referia que, na última década do século XIX, havia cerca de 1600
famílias na comunidade piscatória poveira, que se reduziram consideravelmente devido a esta
emigração para o Brasil.212 O pescador poveiro, não podendo exercer o seu mister, “decidia emigrar
para o Brasil ou delibera fixar-se em vários portos da Galiza. Pela importância daquele centro
trabalhador se avalia esta calamidade, inesperada em gente, há séculos, ali se fixa, e ao mesmo
tempo, a latitude da desgraça que a punge. Nem a caridade despertada agora lhe pode acudir por
muito tempo, nem a homens válidos é regular que, de quando em quando, o país surja com a
esmola. O país deve-lhes: primeiro, o pequeno porto de abrigo, segundo, o estudo e resolução do
problema.”213
Sendo assim, para o poveiro só restava uma solução para poder sobreviver – a emigração.
“A expansão do pescador poveiro através da costa portuguesa, que se devia ter intensificado
com o desenvolvimento da pesca no século XVIII, há-de constituir um dia importante matéria de
estudo dos nossos historiadores e economistas. Além da documentação escrita, oculta e dispersa nos
arquivos, poderá derramar alguma luz sobre o assunto o inquérito à distribuição, no nosso litoral, do
barco usado pelos poveiros. Ora sabemos que tal tipo de embarcação, conservado ainda hoje [século
XX] de Viana do Castelo à Afurada, e em Buarcos e Gala (Figueira da Foz), foi conhecido na
segunda metade do século XIX desde Âncora à margem esquerda do Douro, como também de Vigo
a La Guardia (na Galiza) e na foz do Mondego, na Nazaré, Cascais, Sesimbra e Setúbal.”214
Em Manaus os Poveiros chegaram a encarregar-se do transporte de passageiros entre as docas
e os navios ancorados no porto. Ferreira de Castro, em 1930, no romance A Selva, fala desses
homens “requeimados pelo sol”, que nos seus barcos animavam, naquela cidade, a corrente do
Amazonas: “no cais, lá estavam os escaleres dos Poveiros, com um pouco de água a estremecer no
fundo encharcadinhos de sol.”215
Manuel da Silva, no seu artigo A Póvoa e as suas crises económicas, refere, em artigo que O
Progresso publicou, que a indústria da pesca na Póvoa de Varzim debilitava-se a olhos vistos. “A
inauguração da linha-férrea do Porto à Póvoa, em 1875, abriu uma derivante às pescarias aqui
colhidas, levando-as mais longe, mais rapidamente e em melhores condições de consumo. Poucos
212 GONÇALVES, Flávio – Os pescadores Poveiros em Angola e Moçambique. In Boletim Cultural da Póvoa de Varzim, Vol. VI, n.º 2. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1967, p. 285. 213 PEIXOTO, Rocha – Museu Municipal do Porto…, p. 388. 214 PEIXOTO, Rocha – Museu Municipal do Porto…, p. 285. 215 CASTRO, Ferreira de – A selva. 7.ª Edição, Lisboa: s.e., 1940, p. 59.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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anos mais tarde, outra linha-férrea da Póvoa a Famalicão, desenvolveu mais o tráfico das pescarias,
fazendo-as penetrar, com aquelas vantagens, no interior do Minho e Trás-os-Montes e indo até às
Beiras. Evidentemente, o período verdadeiro e realmente próspero da praia da Póvoa andou pelos
anos 1880 a 1890 e tantos.”216
Foi “em 1892 se deu a crise financeira do Estado que acarretou um abalo em toda a economia
nacional, embora isso tivesse sido um simples tremor de terra, em comparação do violento sismo
que, nos dias de hoje, ameaça subverter-nos, desde então a decadência manifestou-se, alastrou,
persistiu e converteu-se num mal crónico que não passou a atenuar-se, sequer com paliativos.”217
Más condições topográficas ou hidrográficas da enseada, aparelhagem da pesca e
embarcações primitivas, desapego do pessoal à profissão e facilidade em procurar meios de vida
longe da terra, levaram a que o poveiro emigrasse.
“O porto de Leixões, embutido na vila de Matosinhos, a relativamente pequena distância da
Póvoa, foi um golpe tremendo, agravado ainda pelo horrendo naufrágio de 27 de Fevereiro de 1892,
um golpe tremendo na posição ocupada pela nossa praia.”218
Depois, e embora de há muito houvesse emigração para o Brasil, mas episódica, os primeiros
grupos de pescadores que tentaram a pesca na grande baía de Guanabara foram de tal forma
compensados nos esforços, incómodos, saudades da terra e da família, que, sem uma hesitação,
largaram daqui e formaram, no Rio de Janeiro, o mais forte e mais próspero núcleo de poveiros em
terras do Brasil, deixando em segundo plano Manaus, Porto Alegre, entre outros.219
“A emigração para o Brasil é já de facto normal, etnográfico, nas funções populacionais da
Póvoa, não havendo forças capazes de a desviar ou eliminar, até porque o poveiro é indispensável
no Rio de Janeiro, porque lá os naturais nem possuem o valor profissional, o valor pessoal do nosso
pescador, nem querem abandonar outros modos de vida mais cómodos e lucrativos”. 220
As causas primordiais da decadência da indústria da pesca, como as crises de outra qualquer
ordem, descambam sempre na emigração, e nisto, lógica e inelutavelmente, nessas causas
primordiais, inclui-se o choque da concorrência das artes – novas por volta do ano de 1896. Esse
choque repercutiu-se aqui, uma vez que veio agravar ainda mais o estado da classe e indústria
piscatória.221
Segundo Manuel Silva, no artigo A Póvoa e as suas crises económicas, “lavrou-se uma
escritura de sociedade com trezentos pescadores inscritos, apresentou-se esse documento a registo
no Tribunal do Comércio, prepararam-se os livros da escrita, com a autenticação daquele Tribunal: 216 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 191. 217 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 192. 218 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 192. 219 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas. .., p. 192. 220 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas. .., p. 192. 221 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 192.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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fez-se um contrato de fornecimento do fio para redes: fabricaram-se as redes…. E tudo foi visto
com uma gélida indiferença pelo pescador poveiro. Caducou a concessão, com alegria dos
empresários atingidos pela concorrência da cooperativa; os povoenses, cujos nomes todos sabem e
que intervieram no caso, viram, com dolorosa surpresa, que estavam todos isolados! Liquidaram a
mal afortunada empresa, e o pescador resolveu por si a questão: emigrou às centenas para o Brasil;
emigrou às centenas para Matosinhos. A confusão da derrota. Aqueles que partem para o Brasil
ainda vão ocorrendo regularmente às exigências da vida; os que seguem para Matosinhos suportam
lá a existência precária e apertada que tinham aqui.”222
Estas são as conclusões a que terá chegado Manuel da Silva e para finalizar a contextualização
desta problemática da emigração na Póvoa de Varzim, deixamos esta afirmação de Flávio
Gonçalves, que caracteriza bastante bem o dia-a-dia do pescador poveiro Brasileiro:223 que
“presentemente [1930] os marítimos Poveiros localizados em Niterói, nos arredores do Rio de
Janeiro, pescam em canoas e em barcos motorizados, e vivem num bairro próprio, a que chamam
Nova Póvoa.”224
5.3. A emigração poveira para o Brasil
A imprensa das várias tendências políticas irá valer-se do discurso migratório para
desencadear conflitos de cunho político, exigindo do governo leis de protecção para os emigrantes,
bem como apoio e atendimento para questões relativas às áreas de fixação no Brasil. O problema
interno da sociedade portuguesa continuava insolúvel, e a emigração tornava-se uma indústria,
repetindo as palavras de Oliveira Martins, que trazia dividendos para o reino. As exportações de
produtos agrícolas para o Brasil cresceu, bem como as remessas de divisas, fomentadas pelos rios
de ouro, provenientes do Brasil, a partir da última década do século XIX.
Por fim, parece-nos, também, de considerar que, mais do que elemento de propaganda, a
imprensa foi campo de batalha de ideias opostas sobre o tema da emigração. Cada linha de
pensamento usou falas, nos seus periódicos, para combater e estimular a ideia de emigrar.225
222 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 195. 223 Tome-se a palavra abalizada de Alexandre Herculano, em carta datada de Dezembro de 1873 e dirigida ao conselheiro José Bento da Silva: a denominação de brasileiro adquiriu para nós uma significação singular e desconhecida para o resto do mundo. Em Portugal, a primeira ideia talvez que suscite este vocábulo é a de um indivíduo cujas características principais e quase exclusivas são viver com maior ou menor largueza, e não ter nascido no Brasil; ser um homem que saiu de Portugal na puerícia ou na mocidade mais ou menos pobre e que, anos depois, voltou mais ou menos rico. TRINDADE, Maria Beatriz Rocha e CAMPOS, Maria Christina Siqueira de Souza – Olhares Lusos e Brasileiros. S. Paulo: Usina do Livro, 2003, p. 133. 224 GONÇALVES, Flávio – Os pescadores Poveiros em Angola e Moçambique…, pp. 285-286. 225 TRINDADE, Maria Beatriz Rocha, CAMPOS, Maria Christina Siqueira de Souza – Olhares Lusos e Brasileiros…, p. 43.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
66
Como não poderia fugir à regra, os periódicos da Póvoa de Varzim também tecem os seus
comentários em relação à problemática emigratória, que estava tão patente neste concelho nos finais
do século XIX. Com a consulta do periódico Estrella Povoense, podemos comprovar qual a
reflexão da imprensa da Póvoa de Varzim, acerca da emigração. A primeira notícia que
encontramos intitulava-se de Questão Grave, Adensam-se as difficuldades, Emigração forçada e
menciona as dificuldades que a classe piscatória vinha enfrentando devido ao “seu desmedido e
tacanho espírito rotineiro. O caso das peças é, de per si, mais que sufficiente para plena
demonstração d’este facto. Annos e annos levaram os nossos pescadores a miral-as e remiral-as; e
apezar de tão amiude observarem os seus beneficos resultados, indifferentes, lá proseguiam na faina
com a ronceira sardinheira.”226
Assim, enquanto que na Póvoa de Varzim continuavam com a sua pesca rudimentar, em
Matosinhos adoptavam-se as novas inovações da pesca, e prometiam aos pescadores poveiros
vantajosos contratos, optando estes por se deslocarem para Matosinhos.227
Em suma, “aqui temos a Povoa, a primeira em industria de pesca e gente, sem uma unica
fabrica de conservas, sem peixe para comer, durante uma boa parte do anno, e, por ultimo, já com
uma larga emigração forçada dos seus valentes pescadores para uma localidade que, ainda hontem,
nada era, levando-lhe, com o suor do rosto, a riqueza que o nosso desmazelo, a nossa incúria, ou
antes a nossa ignorancia, nem soube nem quis aproveitar.”228
O editorial A Colonisação no Brasil que refere que a emigração portuguesa, juntamente com a
italiana e a alemã, constituíram a maior comunidade de emigrantes nos finais do século XIX, no
Brasil.
Assim, segundo o Estrella Povoense, emigraram para o Brasil no ano de 1888, 13.714
portugueses. Contudo ainda, segundo o periódico, os portugueses, para além de emigrarem para o
Brasil, também emigravam para África, mas em número muito reduzido, então, “póde bem
affirmar-se que Portugal não tem emigração senão para o Brazil. Possue, é certo, dominios
vastissimos na Africa; tem alli territorios de uma fertilidade assombrosa; encontra-se alli productos
largaamente procurados e apreciados; todavia, nunca se tratou de constituir alli grandes centros de
civilisação; e o resultado foi nunca se terem dirigido para essas terras opulentas as correntes da
emigração portugueza.”229
Faz-se referência, ainda, que as autoridades deveriam tomar medidas em relação à corrente
emigratória, nomeadamente proceder a regulamentação, dado que existia emigração por fraude, ou
226 Estrella Povoense. N.º 1418, 30 de Dezembro de 1903, p. 1. 227 Estrella Povoense. N.º 1418, 30 de Dezembro de 1903, p. 1. 228 Estrella Povoense. N.º 1418, 30 de Dezembro de 1903, p. 1. 229 Estrella Povoense. N.º 37, 2 de Novembro de 1890, p. 1.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
67
seja emigração por contratos ilusórios; e, por último, deveriam diminuir-se os impostos para
combater a emigração.230
Assim, “era muitissimo acertado que as authoridades de todos os concelhos, sem excepção,
impedissem esse trafico de carne branca, que d’aqui por algum tempo, deve vir a ser causa d’um
enfraquecimento moral, económico deste tão bello torrão. Seja permittida a emigração, seja
regulada, mas seja rigorosamente castigada a fraude com que se procura augmental-a.”231
Na notícia A emigração para o Brazil faz-se a seguinte interrogação: “e o que acontece ao
emigrante, qual o proveito que ele tira do abandono da sua pátria?”232 E responde do seguinte
modo: “os emigrantes encorajados por promessas falsas, julgam que o Brasil lhes trará fortuna, ou
seja, “os emigrantes contratados por engajadores, e aguilhoados por uma ambição perniciosa, por
promessas exageradas, julgam que o Brazil lhes ha-de proporcionar riquezas, ouro, muito ouro, e
que assim se hão de tornar muito felizes…”233
Fazem ainda referência ao despovoamento do país, principalmente do Norte, e as medidas
para evitar este despovoamento.
Expõe o caso da classe piscatória que, desfavorecida pelas redes de arrasto e, como
consequência, pela falta de pescado e pela obrigatoriedade de cumprir o serviço militar, opta por
emigrar, alguma da qual de forma clandestina.234
230 Estrella Povoense N.º 46, 4 de Janeiro de 1891, p. 1. 231 Estrella Povoense. N.º 46, 4 de Janeiro de 1891, p. 1. 232 Estrella Povoense. N.º 846, 4 de Junho de 1895, p. 1. 233 Estrella Povoense. N.º 846, 4 de Junho de 1895, p. 1. 234 Estrella Povoense. N.º 1040, 6 de Setembro de 1896, p. 1.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
68
5.4. Quantos e quem emigrava
Se, qualitativamente, a imprensa focava a agudez da emigração poveira, os números são-nos
dados quantitativamente através dos “Requerimento Solicitando Guias para Passaportes para o
Brasil”, no ano de 1896.
Quadro 8: Homens que Embarcaram para o Brasil no ano de 1896 – Estado Civil
Fonte: AMPV: Requerimento Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil em 1896, n.º 1197.
Casado % Desconhecidos % Solteiro % Viúvo % Total
72 45,8 45 28,7 37 23,6 3 1,9 157
Estado Civil por Sector Sócio-Profissional e Sexo dos Migrantes para o Brasil no Ano de 1896
05
101520253035404550
Marítimo Pescador Outras profissões,desconhecidos e
menores
Mulher
Valo
res
abso
luto
s
Casado Desconhecido Solteiro Viúvo
Fonte: AMPV: Requerimento Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, em 1896, n.º 1197.
Como podemos verificar no quadro 8 e no gráfico 1, no ano de 1896, no concelho da Póvoa
de Varzim, quem mais emigrou foi o homem casado, contrariamente a outros estudos já realizados;
Gráfico 1
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
69
verifica-se que noutras localidades do país, na mesma época, emigravam maioritariamente os
solteiros.235
A emigração em que os solteiros predominam pode associar-se aos mecanismos de exclusão
dos mesmos. As estratégias de distribuição social, quando a emigração é a via adoptada no
momento de saída da casa paterna, ocorrem num momento mais ou menos consensual, geralmente
num processo desencadeado pelos ascendentes. O significado passa a ser outro se o homem casado
ou a família em conjunto se vêem obrigados a emigrar, abandonando as terras ou outro tipo de
património por venda ou penhora. No que respeita aos viúvos, tudo depende da fase etária, dos
eventuais desenvolvimentos de descendência, da possibilidade de fazer vida e reagrupar-se a filhos
já emigrantes, para efeitos de protecção na fase final da vida. O seu peso é quase insignificante no
total da emigração, retirando qualquer influência decisiva no ano em análise.236
Verificamos que 45,8% dos indivíduos do sexo masculino que emigram são casados,
seguindo-se os solteiros com 23,6% do total da emigração para o Brasil. Observamos, também, que
em 28,7% dos indivíduos do sexo masculino que emigram para o Brasil, não está referenciado o seu
estado civil.237
Focando apenas os pescadores e marítimos representavam 70,2%238 do total dos indivíduos
casados e 22,5%239 do total dos solteiros, o que contrasta com os restantes sectores sócio-
profissionais uma vez que, apenas 25,7%240 dos indivíduos de outros sectores são casados e
67,5%241 são solteiros. Constatamos, portanto, que emigram maioritariamente mais pescadores e
marítimos casados do que dos outros sectores sócio-profissionais, como a Agro-Pecuária, com
5,4%242, os Trabalhadores Oficinais, com 4,8%243; Comércio com 6,6%244 e Outras Profissões
(Carteiro, Criada, Trabalhador) com 4,8%245. Nestes sectores sócio-profissionais, emigravam
maioritariamente os ainda solteiros.
235 CRUZ, Maria Antonieta – Agruras dos emigrantes portugueses no Brasil…, p. 46. 236 ALVES, Jorge Fernandes – Os Brasileiros – Emigração e retorno no Porto oitocentista. Vol. I, Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1993, pp. 248-249. 237 Verificar quadro 9. 238 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.4. 239 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.4. 240 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.4. 241 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.4. 242 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.3. 243 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.3. 244 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.3. 245 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.3.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
70
Quadro 9: Estado Civil das Mulheres que Embarcaram para o Brasil em 1896
Fonte: AMPV: Requerimento Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, em 1896, n.º 1197.
Casada % Desconhecidos % Solteira % Total
3 33,3 2 22,2 4 44,4 9
Para a emigração feminina, analisando a mesma fonte, e como se pode constatar no gráfico 1,
em relação ao estado civil, há um comportamento diferente da emigração masculina. Assim, 44,4%
da emigração feminina é solteira. Em relação às mulheres casadas, temos 33,3% da emigração
feminina total, que normalmente iam juntar-se aos maridos. Saliente-se, ainda, que em 22,2% dos
casos o estado civil das mulheres é desconhecido. Deste modo, as mulheres solteiras emigravam
maioritariamente.246
Na relação de género e estado civil na emigração, podemos verificar, com a análise dos
quadros 8 e 9, que no ano de 1896, no concelho da Póvoa de Varzim, (e noutras localidades do país,
como se pode verificar, nos Brasileiros da emigração,247 de Jorge Alves e noutros estudos
idênticos), o homem era o protagonista directo da emigração. À mulher casada cabia um papel dito
de retaguarda, competindo-lhe gerir a empresa familiar, a educação dos filhos, as lides domésticas,
e raramente emigrava; quando o fazia, ou era através de uma carta de chamada do marido ou
embarcava com este.248
As mulheres, devido à estrutura familiar, não tinham laços de independência que lhes
permitissem libertá-las da família e levá-las a lançar-se na emigração. Os casos que aparecem nas
fontes como mulheres solteiras são menores ou jovens do sexo feminino que acompanham o
agregado familiar para o Brasil.249 A emigração feminina no ano de 1896 é de 9 mulheres, enquanto
que a dos homens é de 157. Só temos o registo de duas famílias de quatro pessoas que embarcam
para o Brasil, isto é, num total de 166 pessoas, só dois indivíduos é que vão acompanhadas de
esposa e filhos.
246 Verificar quadro 10. 247 ALVES, Jorge Fernandes – Os Brasileiros – Emigração e retorno no Porto…, p. 55. 248 TRINDADE, Maria Beatriz Rocha, CAMPOS, Maria Christina Siqueira de Souza – Olhares…, pp. 61-62. 249 ALVES, Jorge Fernandes – Os “Brasileiros” da Emigração…, p. 56.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
71
Idades por Sexos dos Indivíduos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em 1896"
0
10
20
30
40
50
600-
4
4-9
9-14
15-1
920
-24
25-2
9
30-3
435
-39
40-4
4
45-4
950
-54
55-5
9
60-6
4
>65
Desc
onhe
cida
Idades
Valo
res
abso
luto
s
Homens Mulheres
Fonte: AMPV: Requerimento Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, em 1896 n.º 1197.
A idade do emigrante era uma das características marcantes, é um factor decisivo que,
conjugado com outras variáveis, tais como o ensino e/ou a aprendizagem profissional, pode
determinar os níveis de sucesso, ser preponderante no mercado de trabalho e na inserção social do
país de acolhimento.250 Os trajectos migratórios a desenvolver e as expectativas a perseguir estão
muito condicionados pela idade, sendo muito diferente a emigração de um jovem solteiro da de um
adulto casado. Os jovens estavam mais decididos a correr riscos e a suportar aprendizagens. Os
casados eram normalmente mais cautelosos, pois tinham outras obrigações e necessidades
prementes de ganhar dinheiro. Na emigração para o Brasil, a inserção e a ascensão social estavam
muitas vezes dependentes da idade.251 Tomando por base as percentagens dos grupos etários
emigrados verificamos que os menores,252 nos Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes,
representam 15,7%253 do total da emigração em 1896.
Embora fossem os pais a solicitar a documentação necessária, esta emigração de menores
fazia-se maioritariamente sem acompanhamento de familiares, isto é, emigravam sozinhos. A
250 ALVES, Jorge Fernandes – Os Brasileiros – Emigração e retorno no Porto…, p. 254. 251 ALVES, Jorge Fernandes – Os Brasileiros – Emigração e retorno no Porto…, p. 254. 252 É considerado menor todo aquele com idade igual ou inferior a 21 anos, sem profissão. In ALVES, Jorge Fernandes – Os Brasileiros – Emigração e retorno no Porto…, p. 257. 253 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.2.3.
Gráfico 2
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
72
emigração de menores era mais frequente entre os 9 e os 14254 anos. Com menos frequência, temos
a emigração entre a faixa etária dos 15 aos 19 anos, como podemos observar no gráfico 2. Justifica-
se este baixo número de emigrantes devido à questão do recenseamento militar e à imposição legal
e intransigente de o cumprir. Quem pretendesse emigrar tinha de provar, no seu processo de
emigração, que tinha o serviço militar cumprido e as respectivas taxas pagas.255 Saliente-se que,
segundo Jorge Alves na obra Os Brasileiros, quando se verificavam alterações na lei de
recrutamento militar, fixando limites para a imposição de fianças ao recrutamento, fazia com que
idade modal baixasse de imediato para a idade abaixo do limite mínimo. Pela lei de 1877, de facto,
era obrigatório a todos os menores de 22 anos uma fiança.256 “O poveiro tem um profundo horror à
vida militar. Não havia forma, noutros tempos, de se conseguir que um só, voluntáriamente, se
apresentasse para servir o rei. Quem quisesse que o servisse; o Poveiro, não! Daí os assaltos, de vez
em quando, ao bairro, para agarrar os refractários. Mas em menos de dez minutos não havia um
rapaz em idade militar no bairro – porque de casa em casa, pelo quintal, era passada a nova de
«moiro na costa.»”257 Quadro 10 – Repartição por Idades dos Emigrantes para o Brasil
Fonte: AMPV: Requerimento Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, em 1896, n.º 1197.
Idades
0-4
4-9 9-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
>65
Total
Homens - 1
16
5
9
11
18
18
11
5
6
1
1 -
157
Mulheres - - - 1
1
1 - - - - - - - -
9
Verificamos que nos Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes, a idade que
apresenta maior frequência, na emigração masculina para o Brasil, é a de os 25 e os 39 anos, com
28,2%258 do total da emigração. É também de salientar que 56 das idades apresentadas são
254 Verificar na tabela em anexo, ponto 4.4. 255 ALVES, Jorge Fernandes – Os “Brasileiros” da Emigração…, p. 56. 256ALVES, Jorge Fernandes – Os Brasileiros – Emigração …, p. 257. 257 GRAÇA, António dos Santos – GRAÇA, António dos Santos – O poveiro – usos, costumes…, pp. 46-47. 258 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.6.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
73
desconhecidas.259 Em relação aos pescadores e marítimos, a idade mais frequente com que
emigravam era dos 30 aos 44260 anos.
Em conclusão, poder-se-á verificar que a emigração, sugerida pela estatística dos
Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes em 1896, prevalece nas faixas etárias dos 30
aos 39261 anos, revelando que os poveiros, quando emigravam, já não eram jovens. O que vem
comprovar que estes foram obrigados a emigrar devido às dificuldades económicas, as quais já
foram referidas anteriormente. O mesmo pode comprovar-se com as notícias descritas nos artigos
relacionados com a emigração no periódico Estrella Povoense.262
Média e Moda das Idades Referidas dos indivíduos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em 1896"
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Janeiro
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Mes
es
Idades
Média Moda
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197.
Conforme se observa em pormenor no gráfico 3, a evolução etária demonstra que o
comportamento modal, isto é a idade de maior frequência estatística, ocorre no mês de Janeiro e
Outubro. No gráfico 3 podemos ainda verificar que a média aritmética da distribuição estatística das
idades de emigração no mês de Outubro é de 26,9 anos; seguidamente surge o mês de Abril, com 27
anos, onde a média aritmética de idades dos emigrantes é de 31,7%.
259 Optamos por classificá-los como desconhecidos por falta de informação documental. 260 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.6. 261 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.7. 262 Estrella Povoense. N.º 1418, 30 de Dezembro de 1903, p. 1.
Gráfico 3
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
74
Podemos ainda apurar a partir dos dados do gráfico 3 que, no mês de Agosto e Novembro,
surge um comportamento modal onde a idade de maior frequência é de 11 e 13 anos.
Com efeito, verificamos que a moda, quando se afasta destes números 11 e 13 anos,
normalmente avança para idades entre os 27 e os 37 anos, onde se apresentam os meses de Abril e
Outubro.
Saliente-se que segundo, Jorge Alves, na obra Os Brasileiros, quando se verificavam
alterações na lei de recrutamento, a idade modal baixava de imediato, para a idade abaixo do limite
mínimo.263
Profissão dos Indivíduos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em 1896"
05
1015202530354045
Pesc
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ncia
do
Valo
res
abso
luto
s
Profissões
Fonte: Requerimento Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, em 1896, AMPV n.º 1197.
“Num país predominantemente agrícola, o desenho da tessitura social no que concerne à
emigração para o Brasil, não diverge do todo nacional uma vez que é da camada da população que
acusa raízes telúricas que sai a grande mancha de indivíduos.”264 Este é o cenário que se verificava
a nível nacional; no entanto, o concelho da Póvoa de Varzim vem contradizer esta afirmação, como
podemos verificar no gráfico. Através das fontes analisadas verificamos que os pescadores são a
profissão mais frequente, com 43 dos Requerimentos Solicitando Guias para Passaporte, que
263 ALVES, Jorge Fernandes – Os Brasileiros – Emigração e retorno no Porto…, p. 257. 264 TRINDADE, Maria Beatriz Rocha, CAMPOS, Maria Christina Siqueira de Souza – Olhares Lusos…, p. 57.
Gráfico 4
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
75
representam 25,9%265 só do total da emigração, a que se juntam os marítimos com 14,5%.266 Com
uma percentagem quase insignificante, vem o sector agro-pecuário com 5,4%267 do total das
profissões.
Os menores, nesta fonte, representam 15,7%,268 não sendo referenciada qualquer profissão.
Nível de Instrução dos Indivíduos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em 1896"
0
5
10
15
20
25
30
35
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45
Marítimo Pescador Outras profissões Mulheres Menores
Valo
res
abso
luto
s
Sabe escrever Não escreve
Fonte: AMPV: Registo Pedidos para Passaportes, em 1896, n.º 1166.
“Antigamente entendiam os camponezes – e entendiam muito bem – que antes de enviarem um
filho para o Brazil era do seu imprescindível dever manda-lo ensinar a ler, a escrever e contar, mas
este bom costume obliterou-se com o aparecimento dos engajadores, porque estes não querem saber
de aptidões, nem de sexos ou idades, basta-lhes o número de cabeças.”269A metodologia que
requeremos neste momento, vai permitir criar uma divisão tipológica entre os que sabem escrever e
os que não escrevem, que permite fazer a destrinça por sector profissional e sexo. Desta forma,
concluímos que os marítimos e pescadores, o número dos que não sabem escrever é superior ao
número dos que sabem escrever, ou seja, os pescadores e marítimos 75,7%270 os que não sabem
265 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.3. 266 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.3. 267 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.3. 268 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.3. 269 ALVES, Jorge Fernandes – Ler, Escrever e Contar na Emigração Oitocentista. Separata da Revista de História das Ideias. Vol. XX .Coimbra: Faculdade de Letras de Coimbra, 1999, p. 289. 270 Verificar na tabela em anexo, ponto 3.5.
Gráfico 5
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
76
escrever e 22,3%271 os que sabem escrever do total dos emigrantes. Deste modo, entre os sectores
sócio-profissionais, os pescadores e marítimos são os apresentam maior número de indivíduos que
não sabem escrever. Constatamos que os indivíduos que sabem escrever entre as outras profissões
são 42,4%272 na totalidade, e 15,7%273 não sabem escrever. Quanto aos menores, a percentagem dos
que escrevem é maior que a dos que não escrevem.
Merece ser destacado o facto de encontrarmos os mais qualificados nas faixas etárias mais
jovens, uma vez que quanto mais novos são os emigrantes, melhor é a sua preparação na arte de ler
e escrever, cuja miragem do Brasil leva muitas famílias a instruírem, desde tenra idade, com
determinadas habilitações, os filhos que eram destinados a seguirem para o Brasil.
5.5. Origem dos emigrantes
Moradas dos Indivíduos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em 1896"
0
5
10
15
20
25
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Moradas
Freguesias e Ruas do Concelho da Póvoa de Varzim
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s
Fonte: AMPV: Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, em 1896, n.º 1197.
271 Verificar na tabela em anexo, ponto 3.5. 272 Verificar na tabela em anexo, ponto 3.5. 273 Verificar na tabela em anexo, ponto 3.5.
Gráfico 6
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
77
Como podemos verificar no gráfico 6 de acordo com os dados estatísticos obtidos através da
análise das fontes, neste caso dos Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes, é possível
verificar que a área de onde migraram mais indivíduos, relativamente à Póvoa de Varzim, foram
precisamente as freguesias de Beiriz e Navais274, e com a percentagem mais reduzida destacam-se
as freguesias de Laúndos e Terroso.275 A rua de onde saíram mais migrantes foi a Rua dos
Ferreiros.
Moradas dos Pescadores e Marítimos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em 1896"
0
2
4
6
8
10
12
14
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18
20
"Póv
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Rua
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Lapa
Freguesias e Ruas do concelho da Póvoa de Varzim
Valo
res
abso
luto
s
Moradas
Fonte: AMPV: Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, em 1896, n.º 1197.
No que respeita aos pescadores e marítimos, verificamos que o local onde se verificou mais
emigração foi dentro da freguesia da Póvoa de Varzim, pricipalmente da Rua dos Ferreiros, com
22,3%,276 e da Rua da Areia com 10,4%.277 Isto porque estas áreas pertencem a um conjunto de
ruas, que constituíam o centro da colónia piscatória, os chamados “chãos de areia” junto ao mar,
onde estes edificavam as suas habitações. Já escrevia o Tenente Veiga Leal na segunda metade do
século XVIII, “A rua dos ferreiros foi chamada de rua central, como que sendo a divisória entre os
274 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.2.1. 275 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.2.1. 276 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.2.2. 277 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.2.2.
Gráfico 7
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
78
bairros de terra e do mar, e ainda Estrada Velha, por ser o único caminho de saída para Vila do
Conde e Porto. Onde se acantonava a classe piscatória.”278
5.6. Sazonalidade da emigração
Solicitação de Guias para Passaportes para o Brasil em 1896
0
5
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Valo
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Fonte: AMPV: Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, em 1896, n.º 1197.
Na Póvoa de Varzim destacam-se dois meses no ano de 1896 com grande número de
Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, nomeadamente, o mês de Março
com 26 indivíduos e o mês de Outubro com 25. Os meses com menor frequência são Fevereiro,
Janeiro e Maio. Com estes elementos pressupomos que tal situação poderia advir de grande parte da
comunidade nesta época estar empenhada na “safra da sardinha” e na “caça da pescada”, que eram
as principais actividades piscatórias.279
278 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas..., p. 181. 279 GRAÇA, António dos Santos – GRAÇA, António dos Santos – O poveiro – usos, costumes…, p. 139.
Gráfico 8
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
79
Pescadores e Marítimos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em 1896"
0
2
4
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Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Valo
res
abso
luto
s
Fonte: AMPV: Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, em 1896, n.º 1197.
Relativamente aos pescadores e marítimos requereram mais Guias para Passaportes para o
Brasil, nos meses em que a pesca é pouco abundante. Particularmente nos meses de Março a Julho,
onde se constata 47,9% do número de requerimentos solicitando guias para passaportes, a que se
deve a diminuição da actividade piscatória. Actividade esta que tinha o seu auge na época da pesca
da sardinha, especialmente de Outubro a Fevereiro, à qual se dedicavam cerca de dois mil
indivíduos, vulgarmente chamada pelo “O Janeiro”. “Todos fazem esta pesca, com pequena
excepção de alguns fanequeiros, os que não têm redes, pedem-nas a ganho, são mieiros, dos
resultados desta pesca, depende o bem ou o mal estar da colmeia, porque dela espera a liquidação
das suas dívidas durante o ano ou a compra de roupas, redes e utensílios necessários ao seu labor, a
uma boa safra de sardinha chama o Poveiro um Janeiro rico.”280
280 GRAÇA, António dos Santos – GRAÇA, António dos Santos – O poveiro – usos, costumes…, p. 139.
Gráfico 9
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
80
5.7. Destino dos emigrantes [poveiros para o Brasil]
Destinos dos Indivíduos que "Solicitaram Guias para Passaportes para o Brasil em 1896"
0
5
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15
20
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Marítimo Pescador Outras Profissões Menores *
Destinos
Valo
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s
Baia "Brasil" Manaus MaranhãoMinas Gerais Pará Paraná PernambucoPorto- Alegre Rio Janeiro Rio Grande do Sul S. PauloS. Catarina Victoria Destino Desconhecido
Fonte: AMPV: Requerimentos Solicitando Guias para Passaportes para o Brasil, em 1896, n.º 1197.
Como nos demonstra o gráfico 10, Rio de Janeiro e Manaus eram os destinos regionais
preferenciais da maioria dos emigrantes poveiros. Para o Rio de Janeiro contamos 85 indivíduos
num total de 166, ou seja, 51,2%281 do total dos indivíduos que solicitaram guias para passaportes
no ano de 1896.
Os pescadores e marítimos emigravam preferencialmente para o Rio de Janeiro. Manaus e Rio
Grande do Sul seguem-se na lista das preferências da classe piscatória.
Quanto aos menores e desconhecidos,282 também emigram maioritariamente para o Rio de Janeiro,
com 12,9%283 os primeiros e 24,7%284 os segundos do total de indivíduos que emigram para este
destino regional.
Nos finais do século XIX os portugueses embarcavam para o Rio de Janeiro de veleiro numa
viagem que durava entre 40-42 dias; os preços das passagens oscilavam entre os 30 e os 40$00, às
vezes menos, na casa dos 20$00, conforme o lugar, a época e a situação do mercado.285
281 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.5. 282 Optamos por classificá-los como desconhecidos por falta de informação documental. 283 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.5. 284 Verificar na tabela em anexo, ponto 2.5.
Gráfico 10
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
81
Como podemos verificar, o destino mais preferido dos emigrantes poveiros era o Rio de
Janeiro, mas temos que ter em conta alguns factores para este fenómeno, pois determinadas zonas
portuárias transformam-se em plataformas de rotação, recebendo passageiros que depois se escoam
para zonas interiores e /ou afastadas, facto esse que também aconteceu com os emigrantes
portugueses no Brasil, país onde, de resto, a mobilidade interior era muito grande. A redistribuição
era cada vez mais facilitada, quer pela intensa navegação de cabotagem que o Governo brasileiro
também subsidiava, quer pela já extensa rede rodoviária.286
Para além do destino Rio de Janeiro, temos o Pará, Rio Grande do Sul e Manaus; segundo
Jorge Alves, nos finais do século XIX, estes destinos surgem como concorrência ao Rio de Janeiro
em face das reorientações internas da economia brasileira, das vicissitudes sociais, da elasticidade
dos respectivos mercados de trabalho, bem como da agressividade das políticas de atracção de mão-
de-obra. Vale a pena individualizar Manaus, o porto de entrada para a floresta da Amazónia, onde,
por essa altura, se iniciava a epopeia de descoberta da borracha, para onde se vão dirigir tantos
portugueses do Norte de Portugal.287
Pois, como afirma Manuel Silva no seu artigo A Póvoa e as suas crises económicas, embora
houvesse emigração para o Brasil desde os inícios do século XIX, resumia-se a um simples
“episódio, os primeiros grupos de pescadores que tentaram a pesca na grande baía de Guanabara
foram de tal forma compensados nos esforços, incómodos, saudades da terra e da família, que, sem
uma hesitação, largaram daqui e formaram no Rio um mais forte e mais próspero núcleo de
poveiros em terras do Brasil, deixando em segundo plano os de Manaus, Porto-Alegre e outros.”288
6. Conclusão
Depois de termos realizado o estudo da componente legal da emigração poveira para o Brasil,
unicamente no ano de 1896, concluímos que este movimento emigratório foi muito significativo na
região, com saídas de membros das famílias das freguesias locais para o Brasil, com especial
preferência para a cidade do Rio de Janeiro.
285 ALVES, Jorge Fernandes – Os Brasileiros – Emigração e retorno no Porto…, p. 238. 286 ALVES, Jorge Fernandes – Os Brasileiros – Emigração e retorno no Porto…, p. 242. 287 ALVES, Jorge Fernandes – Os Brasileiros – Emigração e retorno no Porto…, p. 244. 288 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 192.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
82
A emigração para o Brasil nos finais do século XIX é já um facto normal, etnográfico, na
Póvoa, não havendo forças capazes de a desviar ou eliminar, até porque o poveiro é indispensável
no Rio de Janeiro.289
Neste contexto, ao procurar fundamentar a emigração para o Brasil, encontramos um conjunto
de razões já apontadas anteriormente. Assim, a emigração não surge como fruto da rotina, mas sim
supõe uma decisão apoiada na instabilidade, resultante da crise, que originou o desaparecimento de
parte da comunidade piscatória. Portanto, esta assiste ao seu aniquilamento e procura como solução
a emigração para o Brasil.
Ao longo da análise procurámos responder a todas as questões inicialmente colocadas. Nesta
linha, centrámos, primeiramente, a análise sobre o estado civil, onde chegamos à conclusão que
emigravam maioritariamente indivíduos casados, de todos os sectores sócio-profissionais.
Em relação à idade dos emigrantes, concluímos que os menores emigravam normalmente
sozinhos entre os 9 e os 14 anos. A idade normal com que emigravam os pescadores e marítimos
era entre os 30 e os 44 anos. As mulheres, por sua vez, emigravam mais entre os 15 e os 29 anos,
geralmente acompanhadas por familiares. Nota-se, portanto, um maior incremento da totalidade da
emigração, no grupo etário dos 25 aos 39 anos. Verificamos ainda, que a moda da idade destes
indivíduos situava-se entre os 27 e os 37 anos. É de realçar, ainda, que a emigração masculina era
superior à feminina.
No que respeita ao sector sócio-profissional, constatamos que os pescadores e marítimos são
os que mais emigram, quando comparados com outras profissões, menores e mulheres.
Quanto ao nível de instrução, verificamos que o número dos que não sabem ler no sector das
pescas é superior às restantes profissões. O mesmo acontece em relação às mulheres. Contudo, os
menores, tal como os outros sectores sócio-profissionais, apresentavam maior número de
alfabetizados.
289 SILVA, Manuel – A Póvoa e as suas crises económicas…, p. 192.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
83
Concluímos, ainda, que a melhor época para emigrar dependia de vários factores,
nomeadamente o emprego no país que os recebe e também a profissão. No caso dos pescadores e
marítimos, estes emigravam mais na época em que a actividade piscatória era menos abundante.
Por último, analisamos os destinos regionais brasileiros escolhidos por estes emigrantes.
Assim, chegamos à conclusão de que tanto os pescadores e marítimos como, os indivíduos dos
restantes sectores profissionais emigravam preferencialmente para o Rio de Janeiro.
No início do século XIX, a comunidade piscatória poveira atravessava um período favorável,
no que respeitava à actividade piscatória. No entanto, no final do século XIX, a situação inverteu-
se, entrando assim num período atribulado.
O culminar da decadência das pescas deu-se aquando da tragédia marítima de 27 de Fevereiro
de 1892, na qual pereceram 105 pescadores. Entre os outros factores que se prendem com o declínio
das pescas, destacavam-se os abusos do fisco; as más condições da barra da Póvoa, que não
garantiam o mínimo de protecção e segurança; o estrago causado pelos vapores, nacionais e
estrangeiros, usando indiscriminadamente redes de arrastar pelo fundo, nos pesqueiros habituais dos
marítimos poveiros; o choque da concorrência das artes novas, por parte dos pescadores de
Leixões/Matosinhos às quais o pescador poveiro não se adaptou; a estagnação absoluta das técnicas
e dos barcos de pesca; e, como se não bastasse, a classe piscatória debatia-se ainda com um imenso
isolamento evitando toda a espécie de conhecimento e novas formas de vida. Todos estes factores
desencadearam uma das maiores crises pela qual a comunidade piscatória poveira jamais havia
enfrentado.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
84
Fontes manuscritas
AMPV: Livro para se lançarem os termos de consentimento para os menores que tentaram
transportarem-se para fora do reino. n.os 1167, 1168, 1169, 1170, 1171, 1172, 1173, 1174,
1175, 1176, 1177. Anos de 1896 a 1903.
AMPV: Registo de pedidos de passaportes, n.os 1165 e 1166, anos de 1890 a 1897.
AMPV: Requerimentos solicitando guias para passaportes 1896-1903, Arquivo Municipal da
Póvoa de Varzim, n.º 1195, ano de 1896.
AMPV: Requerimentos solicitando guias para passaportes 1896-1903, Arquivo Municipal da
Póvoa de Varzim, n.º 1196, ano de 1897.
AMPV: Requerimentos solicitando guias para passaportes 1896-1903, Arquivo Municipal da
Póvoa de Varzim, n.º 1197, ano de 1898.
Requerimentos solicitando guias para passaportes 1896-1903. Arquivo Municipal da Póvoa de
Varzim, AMPV: n.º 1198, ano de 1899.
AMPV: Requerimentos solicitando guias para passaportes 1896-1903, Arquivo Municipal da
Póvoa de Varzimn.º 1199, ano de 1900.
AMPV: Requerimentos solicitando guias para passaportes 1896-1903, Arquivo Municipal da
Póvoa de Varzim, n.º 1200, ano de 1901.
AMPV: Requerimentos solicitando guias para passaportes 1896-1903, Arquivo Municipal da
Póvoa de Varzim, n.º 1201, ano de 1902.
AMPV: Requerimentos solicitando guias para passaportes 1896-1903, Arquivo Municipal da
Póvoa de Varzim, n.º 1202, ano de 1903.
AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a
embarcar para o Brasil, n.º 1161, ano de 1889-1892.
AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a
embarcar para o Brasil. n.º 1162, ano de 1892-1895.
AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a
embarcar para o Brasil, n.º 1163, ano de 1895.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
85
Fontes impressas
– Inquérito sobre a pesca em Portugal Continental e Ilhas no ano de 1890. Lisboa: Imprensa
Nacional, 1890.
– Jornal Estrella Povoense. Póvoa de Varzim, 1896 a 1903.
– A Póvoa de Varzim. Porto, 1937.
– Collecção de Leis Sobre a Pesca. 26 de Junho de 1890 – Decreto Approvando as instrucções
para o Inquérito sobre o estado, condições e necessidades das industrias da pesca, da apanha
de plantas marinhas e da exploração de salinas. Lisboa: Imprensa Nacional, 1890, pp. 226-
234
Bibliografia
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de História das Ideias. Vol. XX. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
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ALVES, Jorge Fernandes – Os “Brasileiros” da Emigração. Vila Nova de Famalicão: Câmara
Municipal de Vila Nova de Famalicão, 1998.
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Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1993.
ALVES, Jorge Fernandes – Portugal e Brasil – Encontros, Desencontros, Reencontros. In Actas
dos Cursos Internacionais de Verão de Cascais (3 a 15 de Julho de 2000). Vol. III. Cascais:
Câmara Municipal de Cascais, 2001.
AMORIM, Inês – A organização dos Serviços de Pescas e da Aquacultura e as iniciativas de
instrução científico-técnica – século XII a inícios do século XX. Comissão Nacional para as
Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2001.
AMORIM, Inês – A organização do trabalho da pesca, em finais do século XIX, na Póvoa de
Varzim. Vol. I. In Revista de História. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto,
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SERRÃO, Joel – Notas sobre emigração e mudança social no Portugal Contemporâneo. In Análise
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Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
89
Anexos
…………………………….
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
101
1. Termos de reconhecimento de identidade em 1896
Cota: AMPV n.º 1163 “Este livro tem de servir para no mesmo se lavrarem todos os termos de reconhecimento de identidade de pessoas, não só dos indivíduos que se transportarem para países estrangeiros, como também de todos aquelles a quem se exigir em geral o reconhecimento de identidade. Leva o final o competente termo de encerramento. Administração do concelho da Póvoa de Varzim, 1.º de Julho de 1895. O administrador António Vicente Leal Sampaio” N.º de guias
Fólio Data Nome Data de
Nascimento Idad
e Naturali-dade Filiação Morada Estado
Civil Profissão 1.ª
Testemu-nha
Ocupação 2.ª Testemunha
Ocupa-ção Destino
68 33v 02/01/1896 Nicolau da
Ressureição 08/04/1855 40
Freguezia de Aldreu, concelho Barcellos
Josefa Areias
Rua da Fortaleza, Póvoa de Varzim
Casado Cocheiro Francisco Manoel Trocado
Negociante António de Souza Alfaiate Rio de
Janeiro
69 34 04/01/1896 João Martins Moreira 19/03/1849 46
-------------
Bento Martins Moreira e de Marianna roza
Rua do Paulet,
Póvoa de Varzim
Casado Pescador Manoel
Luiz Postiga
Pescador João ferreira Moreira Pescador Rio de
Janeiro
70 34v 08/01/1896
João Gonçalves da Silva
11/10/1851 44 Beiriz
Jozé Gonçalves da silva e de Anna Luiza Marcellina
Terrozo Casado Pedreiro Joaquim de Souza Moreira
Carpinteiro Manoel Jozé da Costa e
Silva
Continuo da
Câmara
Minas…
71 35 08/01/1896 Maria Roza ---------------- 20 -------------
Manoel Francisco Cadilhe e de Anna Roza
Póvoa de Varzim Solteira Criada de
servir
Adelino Pereira Baptista
Negociante Manoel Jozé da Costa e
Silva
Continuo da
Câmara
Rio de Janeiro
72 35v 29/01/1896
Jozé Martins, sua mulher Florinda Roza Gomes e seus filhos Maria e Manoel
----------------
24 3 17meses
------------- Joaquim Jozé Martins e de Maria Roza
Lugar da Aguçadoura, Navaes
Casado Seareiro Manoel Lopes
Ribeiro Lavrador
António Gonçalves
Cascão
Negociante
Minas geraes
73 36 04/02/1896 Joaquim Jozé Figueiredo ---------------- 33 -------------
Manoel Jozé de Figueiredo e de Maria Joaquina
Lugar da Aguçadoura, Navaes
Casado Seareiro João
Gomes Guimarães
Empregado Publico
Manoel Jozé da Costa e
Silva
Empregado Publico
Minas Geraes
74 36v 08/02/1896
Joaquim Martins do Eirado e Silva
29/12/1870 25 -------------
António Martins do Eirado e Silva e de Maria Josefa de Jezus
Lugar de Fraião, Beiriz
Solteiro Lavrador
Doutor Jozé
António de Castro
Alves
Secretario da Câmara
António Jozé Fernandes
trovão Junior
Amanuense d
Câmara Manáos
75 37 10/02/1896 Manoel ---------------- 41 ------------- Thomaz Rua Solteiro Carpinteiro e Francisco Negociante Jozé António Cerieiro? Rio de
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
102
Martins Areias
Martins Areias e de Anna Roza
d’Areia, Póvoa de Varzim
hoje marítimo
Manoel Trocado
dos Santos Janeiro
76 37v 27/02/1896 João dos
Santos ---------------- 32 -------------
Vicente dos Santos e de Roza Margarida
Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim
Casado Marítimo
António Pereira Rajão Vigo
Negociante António
Gonçalves Linhares
Negociante
Rio de Janeiro
77 38 27/02/1896 Manoel Gonçalves de Castro
10/05/1868 27 -------------
Domingos Gonçalves de Castro e de Roza Maria
Rua da Junqueira, Póvoa de Varzim
Casado Marítimo
António Pereira Rajão Vigo
Negociante António
Gonçalves Linhares
Negociante
Rio de Janeiro
78 38v 02/03/1896
António Pereira de Campos
---------------- 51 ------------- João Pereira de Campos e de Anna Thereza
Rua do Carvalhido, Póvoa de
Varzim
Casado Marítimo
João Baptista Gomes Ribeiro
Zelador municipal
Jozé Gomes Morim Junior
Official da
Câmara
Rio de Janeiro
79 39 05/03/1896 João Francisco Nunes
---------------- 34 -------------
António Francisco Nunes e de Roza Francisca Marques
Rua do Almada
(ilha miroma), Póvoa de Varzim
Casado Trabalhador
Francisco Alves Vieira Junior
Pharmaceutico
Lino Jozé Pereira de Campos
Negociante
Rio Grande do Sul
80 39v 06/03/1896
Manoel Rodrigues Espogeiro e sua mulher Roza Pereira e suas filhas Rita Pereira Marques e Maria Beatriz
04/10/1877 13/07/1885
50 44 18 10
------------- Rodrigo Espojeiro e de Maria Gomes
Passeio Alegre,
Póvoa de Varzim
Casado Trabalhador
Manoel Francisco dos Santos
Graça
Pescador Manoel Jozé da Costa e
Silva
Official da
Câmara
Rio Grande do Sul
81 40 07/03/1896 Jozé 27/01/1883 ---- -------------
Manoel Francisco dos santos Graça e de victorianna Roza
Rua do Norte,
Póvoa de Varzim
Solteiro Menor
Jozé Gomes Casaes
Negociante António
Pereira Rajão Vigo
Negociante
Rio de Janeiro
82 40v 07/03/1896 Joaquim 01/02/1884 12 -------------
João Pires e de Anna da Conceição
Rua do Norte,
Póvoa de Varzim
Solteiro Menor
Jozé Gomes Casaes
Negociante António
Pereira Rajão Vigo
Negociante
Rio de Janeiro
83 41 07/03/1896 António 26/04/1882 13 -------------
Vicente Filippe de Carvalho e de Maria d’Affonseca
Passeio Alegre,
Póvoa de Varzim
Solteiro Menor
Jozé Gomes Casaes
Negociante António
Pereira Rajão Vigo
Negociante
Rio de Janeiro
84 41v 07/03/1896
Francisco Gonçalves Maiato
28/11/1861 34 -------------
Custódio Gonçalves Maiato e de Roza Margarida
Passeio Alegre,
Póvoa De Varzim
Casado Marítimo Jozé
Gomes Casaes
Negociante António
Pereira Rajão Vigo
Negociante
Rio de Janeiro
85 42 10/03/1896 Manoel ---------------- 20 ------------- Joaquim Rua do Solteiro Pescador Jozé Negociante Manoel Jozé Cabo Rio de
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
103
Moreira Assumpção
Moreira e de Roza Benta
Carvalhido, Póvoa de
Varzim
Moreira Assumpçã
o
de Oliveira reformado Janeiro
86 42v 10/03/1896
Joaquim António Ferreira
---------------- 53 -------------
Manoel António Ferreira e de Antónia Gomes
Passeio alegre,
Póvoa de Varzim
Casado Marítimo
Manoel jozé da Costa e Silva
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Junior
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
87 43 10/03/1896 Jozé Martins da Nova 17/11/1871 24 -------------
Manoel Martins da Nóva e de Roza Maria
Beco das Hortas,
Póvoa de Varzim
Casado Pescador Francisco da Costa Marques
Negociante António
Pereira Rajão Vigo
Negociante
Rio de Janeiro
88 43v 11/03/1896 Manoel da
Costa Vianna 20/09/1864 31 -------------
Manoel da Costa Viannna e de Roza Maria
Rua da Areia,
Póvoa de Varzim
Casado Pescador
Manoel Jozé da Costa e Silva
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Junior
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
89 44 11/03/1896 Francisco Gomes dos Santos
---------------- 59 -------------
Francisco Martins dos Santos e de Narciza Roza de Oliveira
Rua da Areia,
Póvoa de Varzim
Casado Marítimo
António Pereira Rajão Vigo
Negociante Jozé Gomes Casaes
Negociante
Rio de Janeiro
90 44 11/03/1896 Manoel Gomes Arteiro
---------------- 30 ------------- António Gomes Arteiro e de Narciza Roza
Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim
Casado Marítimo
António Pereira Rajão Vigo
Negociante Jozé Gomes Casaes
Negociante
Rio de Janeiro
91 44v 12/03/1896
João Felgueiras Gonçalves Regufe
13/03/1871 25 -------------
Manoel Felgueiras Gonçalves Regufe e de Custódia Roza
Rua da Cordoaria, Póvoa de Varzim
Casado Trabalhador
João Pedro
Ferreira de Souza
Amanuense da Câmara
Leopoldino da Costa
Fernandes
Amanuense da
Câmara
Minas…
92 45 12/03/1896 Manoel da Silva Fangueiro
05/04/1865 30 Póvoa de Varzim
Jozé Fangueiro e de Roza de Jezus
Rua do Visconde, Póvoa de Varzim
Casado Trabalhador
João Pedro
Ferreira de Souza
Empregado da Câmara
Leopoldino da Costa
Fernandes
Empregado da
Câmara
Minas Geraes
93 45v 14/03/1896
Manoel Martins Bouça Nóva
17/11/1877 18 -------------
Mathias Martins Bouça Nóva e de Joaquina Custódia
Lugar de Averomar, Amorim
Solteiro Caixeiro e mancebo
Joaquim Jozé
Gomes de Carvalho
Negociante Lino Jozé Pereira de Campos
Negociante Manáos
94 46 16/03/1896 Domingos Dias ---------------- 22 -------------
Manoel Dias e de Maria José dos Santos
Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim
Solteiro Trabalhador
João Pedro
Ferreira de Souza
Amanuense da Câmara
Joaquim Jozé Gomes de Carvalho
Negociante
Rio Grande do Sul
95 46v 16/03/1896
António da Costa Marques
---------------- 25 ------------- Manoel da Costa Marques e de Anna Rosa
Rua do Carvalhido, Póvoa de
Varzim
Casado Trabalhador
João Pedro
Ferreira de Souza
Amanuense da Câmara
Joaquim Jozé Gomes de Carvalho
Negociante
Rio Grande do Sul
96 47 18/03/1896 Arnaldo 02/10/1882 13 Freguezia
de Moreira,
João Jozé dos Santos e de Rufina Adriana
Lugar de Gestrins, Balasar
Menor ------------ António Gomes Junior
Official de diligencias do juízo de
Manoel Jozé da Costa e
Silva
Continuo da
Câmara
Rio de Janeiro
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
104
concelho da Maia
Pereira dos santos
direito desta
comarca
97 47v 18/03/1896
David Francisco da Silva e filho Jozé
29/11/1884
38
11
-------------
David Francisco da Silva Exposto da róda de Braga
Lugar de Cima da
Feira, Rates
Casado
Menor
Trabalhador João Jozé dos Santos --------------
Manoel Jozé da Costa e
Silva
Contínuo da
Câmara
Rio de Janeiro
98 48 20/03/1896 Joaquim Pereira da Silva
13/05/1866 30 -------------
António Pereira da Silva e de Roza dos Santos
Rua do Carvalhido, Póvoa de
Varzim
Casado Pescador
João Baptista Gomes Ribeiro
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Júnior
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
99 48v 30/03/1896
Manoel Rodrigues Maio, filho António
---------------- 35 11 -------------
Manoel Rodrigues Maio e de Roza Areias
Rua do Norte,
Póvoa de Varzim
Casado Menor Pescador
João Pedro
Ferreira de Souza
Amanuense da Câmara
Leopoldino da Costa
Fernandes
Amanuense da
Câmara
Maranhão
100 49v 06/04/1896
António Francisco Nunes
13/08/1868 27 -------------
Manoel Francisco Nunes e de Roza Moreira
Rua do Norte,
Póvoa e Varzim
Casado Pescador
Manoel Joze da Costa e Silva
Empregado da Câmara
João Baptista gomes ribeiro
Empregado da
Cãmara
Maranhão
101 50 06/04/1896 João Caetano Feiteira 15/10/1856 39 -------------
Manoel Caetano Feiteira e de Anna Victorina
Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim
Casado Pescador
Manoel Joze da Costa e Silva
Empregado da Câmara
João Baptista Gomes Ribeiro
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
102 50v 07/04/1896
António Gonçalves de Castro
12/04/1864 22 -------------
Jozé Gonçalves de Castro e de Maria Roza Jacob
Rua do Fieiro,
Póvoa de Varzim
Solteiro Pescador Manoel Gomes Moreira
Carpinteiro Jozé Gomes Morim Junior
Official da
Câmara
Rio Grande do Sul
103 50v 07/04/1896 Gabriel Jozé
Machado ---------------- 58 ------------- Manoel Jozé Machado e de Anna Joaquina
Lugar de Real,
Laúndos Solteiro Trabalhador
Jozé Pereira
dos Santos
Professor publico da freguesia
de Laundos
Justino Gomes de Sá
Negociante
Rio de Janeiro
104 51 08/04/1896 João Lourenço 05/11/1874 21 -------------
Luiz Lourenço e de Maria Margarida
Rua d’Areia, Póvoa de Varzim
Casado Pescador Francisco Manoel Trocado
Negociante João Pedro Ferreira de
Souza
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
105 51v 08/04/1896
António Francisco Marques
21/04/1874 22 -------------
Francisco António Marques e de Victorianna Francisca
Rua do Norte,
Póvoa de Varzim
Solteiro Pescador
João Pedro
Ferreira de Souza
Empregado da Câmara
Leopoldino da Costa
Fernandes
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
106 52 08/04/1896 João Martins Areias 30/05/1874 21 -------------
Francisco Martins Areias e de Maria Roza da Fonseca
Rua da Boa-Vista, Póvoa de Varzim
Solteiro Pescador
João Baptista Gomes Ribeiro
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Junior
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
107 52v 10/04/1896
Thomaz Carneiro Flores
19/12/1868 27 ------------- Manoel Carneiro Flores e de Maria da
Rua dos Ferreiros, Póvoa de
Casado Pescador António Pereira Rajão
Negociante Jozé Gomes Casaes
Negociante
Rio Grande Do Sul
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
105
Conceição Varzim Vigo
108 53 10/04/1896 João Francisco dos Santos
---------------- 43 -------------
Thomaz Francisco dos Santos e de Maria Roza
Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim
Casado Marítimo
António Pereira Rajão Vigo
Negociante Jozé Gomes Casaes
Negociante
Rio Grande do Sul
109 53v 14/04/1896
António Martins Areias Novo
31/01/1869 27 ------------- Jozé Martins Areias novo e de Roza Maria
Rua da Lapa,
Póvoa de Varzim
Casado Pescador
João Baptista Gomes Ribeiro
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Junior
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
110 54 14/04/1896 Manoel Pereira da Silva
---------------- 30 -------------
António Pereira da Silva e de Anna Roza de Jezus
Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim
Casado Pescador
João Baptista gomes Ribeiro
Empregado da Câmara
Apolinário Martins dos
Santos
Professor ajudante do ensino publico
Rio Grande Do Sul
111 54v 15/04/1896
Jacintho Gonçalves de Castro
09/03/1875 31 -------------
Domingos Gonçalves de Castro e de Roza Maria
Rua de Carlos
Alberto, Póvoa de Varzim
Casado Pescador
António Leite
Machado Leitão
Bibliothecario
Manoel Jozé da Costa e
Silva
Contínuo da
Câmara
Rio de Janeiro
112 55 21/04/1896 Leopoldino da Costa Jorge
09/09/1860 35 ------------- Domingos da Costa Jorge e de Maria Rosa
Rua d’Areia, Póvoa de Varzim
Casado Pescador
João Baptista Gomes Ribeiro
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Junior
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
113 55v 21/04/1896 Joaquim da
Costa Jorge 04/01/1856 40 ------------- Domingos da Costa Jorge e de Maria Rosa
Rua d’Areia, Póvoa de Varzim
Casado Pescador
João Baptista Gomes Ribeiro
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Júnior
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
114 56 21/04/1896 Thomaz da Silva Fangueiro
04/03/1861 35 -------------
António da Silva Fangueiro e de Maria Roza
Rua d’Areia, Póvoa de Varzim
Casado Pescador
João Baptista Gomes Ribeiro
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Junior
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
115 56v 24/04/1896 Gaspar
Moreira Rega 24/11/1865 30 ------------- Miguel Moreira Rega e de Anna Roza
Rua da Areia,
Póvoa de Varzim
Casado Pescador
João Baptista Gomes Ribeiro
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Junior
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
116 57 27/04/1896 Bernardo Milhazes 14/12/1860 35 ------------- Luiz Milhazes
e de Anna Roza
Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim
Casado Pescador Francisco Manoel Trocado
Negociante Francisco Martins Moreira
Maritimo Rio de Janeiro
117 57 27/04/1896
Jozé Francisco de Castro Lazera
27/04/1862 34 -------------
João Francisco de Castro Lazera e de Anna Roza
Rua da Areia,
Póvoa de Varzim
Casado Pescador
António Pereira Rajão Vigo
Negociante João Baptista Gomes Ribeiro
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
118 57v 28/04/1896
Jozé Domingues da Silva
23/12/1859 36 -------------
Domingos da Silva Lamella e de Margarida Roza
Lugar do Outeiro, Balazar
Solteiro Lavrador Manoel da
Costa Boucinhas
Lavrador Jozé
Domingues de Azevedo
Lavrador Rio de Janeiro
119 58v 04/05/1896
Jozé Fernandes da Silva
31/08/1856 39 ------------- Manoel Fernandes da Silva e de
Rua da Areia,
Póvoa de Casado Pescador
João Baptista Gomes
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Junior
Empregado da
Câmara
Rio Grande do Sul
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
106
Camilla Roza Varzim Ribeiro
120 58v 05/05/1896
Mathias Caetano Feiteira
13/05/1865 30 ------------- Caetano Jozé Feiteira e de Anna Roza
Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim
Casado Pescador
João Pedro
Ferreira de Souza
Empregado da Câmara
Jozé Gomes Morim Junior
Official da
Câmara
Rio Grande do Sul
121 59 06/05/1896 António Gomes Gabina
02/05/1860 36 -------------
Jozé António Gomes Gabina e de Maria Roza
Rua da Lapa,
Póvoa de Varzim
Casado Pescador Abrahão Moreira
dos Santos Carpinteiro João Baptista
Gomes Ribeiro
Empregado da
Câmara
Rio Grande do Sul
122 59v 06/05/1896
Augusto Gomes Magdalena
31 ------------- Manoel Gomes Magdalena e de Maria Roza
Rua das Hortas,
Póvoa de Varzim
Casado Pescador
António Pereira Rajão Vigo
Negociante Jozé Gomes Casaes
Negociante
Rio Grande do Sul
123 60 19/05/1896 Francisco 23/10/1882 13 -------------
Rodrigo Fernandes Troina e de Roza Martins Moreira
Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim
Solteiro Menor ------------
Jozé Gomes Casaes
Negociante António
Pereira Rajão Vigo
Negociante
Rio Grande do Sul
124 60v 22/05/1896
António Lopes da Costa
26/04/1855 41 -------------
Francisco Lopes da Costa, o Serrão, e de Maria de Jezus
Rua do Paulet,
Póvoa de Varzim
Casado Marítimo Diogo
Martins da Matta
Barbeiro Domingos Fernandes Cadilhe
Vendeiro Rio de Janeiro
143 61 22/05/1896 Jozé Moreira de Castro 16/12/1866 29 -------------
António Moreira de Castro e de Jozefa Roza
Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim
Casado Pescador Domingos Fernandes Cadilhe
Vendeiro Jozé Gomes Morim Junior
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
144 61v 22/05/1896
Jozé Gonçalves Pêdra
19/10/1868 27 -------------
António Gonçalves Pêdra e de Roza Dias
Rua do Norte,
Póvoa de Varzim
Casado Pescador Domingos Ferandes Cadilhe
Vendeiro António Pereira
Marques Pescador Rio de
Janeiro
145 62 23/05/1896 Francisco Gonçalves de Castro
08/08/1855 40 -------------
Manoel Gonçalves de Castro e de Roza Maqrues
Travessa da Lapa, Póvoa de Varzim
Casado Pescador
António Pereira Rajão Vigo
Negociante João Baptista Gomes ribeiro
--------------
Rio de Janeiro
146 62v 02/06/1896 Joaquim Jozé
Moreira ---------------- 28 ------------- António Jozé Moreira e de Josefa Ferreira
Logar dos Fieis de Deos,
Póvoa de Varzim
Solteiro Trabalhador de campo
Lino Jozé Pereira de Campos
Negociante Manoel António Gallante
Negociante Victória
147 63 03/06/1896 Manoel Alves Campos
09/02/1874 22
Freguezia de
Palmeira, Esposende
Felizarda Alves
Rua de S. Pedro,
Póvoa de Varzim
Casado Trabalhador de campo
Jozé Avelino
Fernandes Costa
Negociante Moysés
Nazaret de Souza Guerra
Negociante Victória
148 63v 06/06/1896 Manoel 26/01/1886 10 -------------
Eduardo Gonçalves de Castro e de Felicidade Roza
Rua da Areia,
Póvoa de Varzim
Solteiro ------------
Zacharias Paulo
Laranjeiro Negociante João Baptista
Gomes Ribeiro
Empregado da
Câmara
Rio de Janeiro
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
107
149 64 09/06/1896 Albino Lopes de Oliveira 06/12/1859 36 Beiriz
António Lopes de Oliveira e de Maria Luiza
Beiriz Casado Pedreiro João
Gomes Guimarães
Empregado da Câmara
Manoel Jozé da Costa e
Silva
Empregado da
Câmara Bahia
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
108
1.1. Reparição pela data de requisição 1.1.1. Número total
Ano 1896 Dias
Jan. % Fev. % Mar. % Abr. % Mai. % Jun. % Jul. % Ago. % Set. % Out. % Nov. % Dez. %
1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 1 12,5 - - 1 3,7 - - - - 1 25,0 - - - - - - - - - - - - 3 - - - - - - - - - - 1 25,0 - - - - - - - - - - - - 4 1 12,5 1 20,0 - - - - 1 11,1 - - - - - - - - - - - - - - 5 - - - - 1 3,7 - - 1 11,1 - - - - - - - - - - - - - - 6 - - - - 4 14,8 2 10,5 2 22,2 1 25,0 - - - - - - - - - - - - 7 - - - - 4 14,8 2 10,5 - - - - - - - - - - - - - - - - 8 2 25 1 20,0 - - 3 16 - - - - - - - - - - - - - - - - 9 - - - - - - - - - - 1 25,0 - - - - - - - - - - - -
10 - - 1 20,0 3 11,1 2 10,5 - - - - - - - - - - - - - - - - 11 - - - - 3 11,1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 12 - - - - 2 7,4 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - 1 3,7 2 10,5 - - - - - - - - - - - - - - - - 15 - - - - - - 1 5,3 - - - - - - - - - - - - - - - - 16 - - - - 2 7,4 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 - - - - 3 11,1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - 1 11,1 - - - - - - - - - - - - - - 20 - - - - 1 3,7 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 21 - - - - - - 3 16 - - - - - - - - - - - - - - - - 22 - - - - - - - - 3 33,3 - - - - - - - - - - - - - - 23 - - - - - - - - 1 11,1 - - - - - - - - - - - - - - 24 - - - - - - 1 5,3 - - - - - - - - - - - - - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 26 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 27 - - 2 40,0 - - 2 10,5 - - - - - - - - - - - - - - - - 28 - - - - - - 1 5,3 - - - - - - - - - - - - - - - - 29 4 50 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 - - - - 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
*Des. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total 8 100 5 100 27 100 19 100 9 100 4 100 - - - - - - - - - - - -
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163. * Desconhecido
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
109
1.1.2. Pescadores e marítimos
Ano 1896 Dias
Jan. % Fev. % Mar. % Abr. % Mai. % Jun. % Jul. % Ago. % Set. % Out. % Nov. % Dez. %
1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 - - - - 1 10,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4 1 100 - - - - - - 1 12,5 - - - - - - - - - - - - - - 5 - - - - - - - - 1 12,5 - - - - - - - - - - - - - - 6 - - - - - - 2 11,8 2 25,0 - - - - - - - - - - - - - - 7 - - - - 1 10,0 1 5,9 - - - - - - - - - - - - - - - - 8 - - - - - - 3 17,6 - - - - - - - - - - - - - - - - 9 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
10 - - 1 33,3 3 30,0 2 11,8 - - - - - - - - - - - - - - - - 11 - - - - 3 30,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 12 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - - - 2 11,8 - - - - - - - - - - - - - - - - 15 - - - - - - 1 5,9 - - - - - - - - - - - - - - - - 16 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 20 - - - - 1 10,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 21 - - - - - - 3 17,6 - - - - - - - - - - - - - - - - 22 - - - - - - - - 3 37,5 - - - - - - - - - - - - - - 23 - - - - - - - - 1 12,5 - - - - - - - - - - - - - - 24 - - - - - - 1 5,9 - - - - - - - - - - - - - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 26 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 27 - - 2 66,7 - - 2 11,8 - - - - - - - - - - - - - - - - 28 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 29 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 - - - - 1 10,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
*Des. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total 1 100 3 100 10 100 17 100 8 100 - - - - - - - - - - - - - -
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163. * Desconhecido
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
110
1.3. Outras profissões, desconhecidos e menores
Ano 1896 Dias
Jan. % Fev. % Mar. % Abr. % Mai. % Jun. % Jul. % Ago. % Set. % Out. % Nov. % Dez. %
1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 1 14,3 - - - - - - - - 1 25,0 - - - - - - - - - - - - 3 - - - - - - - - - - 1 25,0 - - - - - - - - - - - - 4 - - 1 50,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 5 - - - - 1 5,9 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 6 - - - - 4 23,5 - - - - 1 25,0 - - - - - - - - - - - - 7 - - - - 3 17,6 1 50,0 - - - - - - - - - - - - - - - - 8 2 28,6 1 50,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 9 - - - - - - - - - 1 25,0 - - - - - - - - - - - - 10 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 11 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 12 - - - - 2 11,8 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - 1 5,9 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 15 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 16 - - - - 2 11,8 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 - - - - 3 17,6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - 1 100 - - - - - - - - - - - - - - 20 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 21 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 22 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 23 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 24 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 26 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 27 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 28 - - - - - - 1 50,0 - - - - - - - - - - - - - - - - 29 4 57,1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 - - - - 1 5,9 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
*Des. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total 7 100 2 100 17 100 2 100 1 100 4 100 - - - - - - - - - - - -
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163. * Desconhecido
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
111
1.2. Repartição pela morada 1.2.1. Número total
Ano 1896 Concelho Póvoa de Varzim Freguesias
Número de Ocorrências %
“Póvoa de Varzim” 1 1,4 Freguesia de Amorim - - Freguesia de Amorim Lugar de Aver-o-mar 1 1,4 Freguesia de Balasar - - Freguesia de Balasar Lugar de Gestrins 1 1,4 Freguesia de Balasar Lugar de Outeiro 1 1,4 Freguesia de Beiriz 1 1,4 Freguesia de Beiriz Lugar de Fraião 1 1,4 Freguesia de Laúndos - - Freguesia de Laúndos Lugar de Real 1 1,4 Freguesia de Navais 1 1,4 Freguesia de Navais Lugar da Aguçadoura 5 6,8 Freguesia de Rates - - Freguesia Rates Lugar de Cima da Feira 2 2,7 Freguesia de Terroso 1 1,4 Beco das Hortas 1 1,4 Rua das Hortas 1 1,4 Lugar dos Fieis de Deos 1 1,4 Passeio Alegre 7 9,6 Rua do Almada 1 1,4 Rua d’areia 10 13,8 Rua da Boa Vista 1 1,4 Rua da Junqueira 1 1,4 Rua de Carlos Alberto 1 1,4 Rua do Carvalhido 4 5,5 Rua da Cordoaria 1 1,4 Rua dos Ferreiros 11 15,0 Rua da Fortaleza 1 1,4 Rua do Fieiro 1 1,4 Rua da Lapa 2 2,7 Travessa da Lapa 1 1,4 Rua do Norte 7 9,6 Rua do Paulet 2 2,8 Rua de S.Pedro 1 1,4 Rua do Visconde 1 1,4 Travessa da Lapa 1 1,4
Desconhecida - - Total 72 100
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
112
1.2.2. Pescadores e marítimos
Ano 1896 Concelho Póvoa de Varzim Freguesias
Número de Ocorrências %
“Póvoa de Varzim” - - Freguesia de Amorim - - Freguesia de Amorim Lugar de Aver-o-mar - - Freguesia de Balasar - - Freguesia de Balasar Lugar de Gestrins - - Freguesia de Balasar Lugar de Outeiro - - Freguesia de Beiriz - - Freguesia de Beiriz Lugar de Fraião - - Freguesia de Laúndos - - Freguesia de Laúndos Lugar de Real - - Freguesia de Navais - - Freguesia de Navais Lugar da Aguçadoura - - Freguesia de Rates - - Freguesia Rates Lugar de Cima da Feira - - Freguesia de Terroso - - Beco das Hortas 1 2,6 Rua Hortas 1 2,6 Lugar dos Fieis de Deos - - Passeio Alegre 2 5,1 Rua do Almada - - Rua d’areia 10 25,6 Rua da Boa Vista 1 2,6 Rua da Junqueira 1 2,6 Rua de Carlos Alberto 1 2,6 Rua do Carvalhido 3 7,7 Rua da Cordoaria - - Rua dos Ferreiros 9 23,0 Rua da Fortaleza - - Rua do Fieiro 1 2,6 Rua da Lapa 2 5,1 Travessa da Lapa - - Rua do Norte 4 10,3 Rua do Paulet 2 5,1 Rua de S.Pedro - - Rua do Visconde - - Travessa da Lapa 1 2,6
Desconhecida - Total 39 100
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
113
1.2.3. Outras profissões, menores * e desconhecidos
Ano 1896 Concelho Póvoa de Varzim Freguesias
Número de Ocorrências %
Freguesia da Póvoa de Varzim 1 3,0 Freguesia de Amorim - - Freguesia de Amorim Lugar de Aver-o-mar 1 3,0 Freguesia de Balasar - - Freguesia de Balasar Lugar de Gestrins 1 3,0 Freguesia de Balasar Lugar de Outeiro 1 3,0 Freguesia de Beiriz 1 3,0 Freguesia de Beiriz Lugar de Fraião 1 3,0 Freguesia de Laúndos - - Freguesia de Laúndos Lugar de Real 1 3,0 Freguesia de Navais - - Freguesia de Navais Lugar da Aguçadoura 5 15,2 Freguesia de Rates - - Freguesia Rates Lugar de Cima da Feira 2 6,1 Freguesia de Terroso 1 3,0 Beco das Hortas - - Rua Hortas - - Lugar dos Fieis de Deos 1 3,0 Passeio Alegre 5 15,2 Rua do Almada 1 3,0 Rua d’areia 1 3,0 Rua da Boa Vista - - Rua da Junqueira - - Rua de Carlos Alberto - - Rua do Carvalhido 1 3,0 Rua da Cordoaria 1 3,0 Rua dos Ferreiros 2 6,1 Rua da Fortaleza 1 3,0 Rua do Fieiro - - Rua da Lapa - - Travessa da Lapa - - Rua do Norte 3 9,0 Rua do Paulet - Rua de S.Pedro 1 3,0 Rua do Visconde 1 3,0 Travessa da Lapa - -
Desconhecida - - Total 33 100
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163. * Menor é todo aquele com idade igual ou inferior a 21 anos, sem profissão.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
114
1.3. Repartição pelo sector sócio-profissional
Ano 1896 Repartição sócio-profissional Número % Agro-pecuária 6 8,3
Lavrador 2 2,8 Seareiro 2 2,8 Trabalhador de campo 2 2,8
Trabalhadores oficinais 2 2,8 Pedreiro 2 2,8 Pesca 39 54,2
Marítimo 10 13,9 Pescador 29 40,2 Comércio 1 1,4 Caixeiro e mancebo 1 1,4 Transportes 1 1,4 Cocheiro 1 1,4 Outras profissões 9 12,5
Criada de servir 1 1,4 Trabalhador 8 11,1 Desconhecido 4 5,5 Menor 10 13,9 Total 72 100
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163. * Menor é todo aquele com idade igual ou inferior a 21 anos, sem profissão.
1.4. Repartição pelo estado civil
Ano Casado % Desconhecido % Solteiro % Viúvo % Total % Marítimos 9 19,1 - - 1 4,0 - - 10 13,9 Pescadores 25 53,2 - - 4 16,0 - - 29 40,3
Outras profissões,
desconhecidos e menores*
11 23,4 - - 16 64,0 - - 27
37,5
Mulheres 2 4,3 - - 4 16,0 - - 6 8,3 Total 47 100 - - 25 100 - - 72 100
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163. * Menor é todo aquele com idade igual ou inferior a 21 anos, sem profissão.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
115
1.5. Repartição pelo destino
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163. * Menor é todo aquele com idade igual ou inferior a 21 anos, sem profissão.
1.6. Repartição pela idade
Ano 1896 Pescadores e marítimos Outras profissões e desconhecidos Idade
Homens % Mulheres % Homens % Mulheres % Total %
0-4 - - - - 1 3,7 1 16,7 2 2,7 5-9 - - - - - - - - - -
10-14 - - - - 7 25,9 1 16,7 8 11,1 15-19 - - - - 1 3,7 1 16,7 2 2,7 20-24 6 15,4 - - 3 11,1 1 16,7 10 13,9 25-29 6 15,4 - - 4 14,8 - - 10 13,9 30-34 11 28,2 - - 3 11,1 - - 14 19,4 35-39 7 17,9 - - 3 11,1 - - 10 13,9 40-44 5 12,8 - - 2 7,4 1 16,7 8 11,1 45-49 1 2,6 - - - - - - 1 1,4 50-54 2 5,1 - - 1 3,7 - - 3 4,7 55-59 1 2,6 - - 1 3,7 - - 2 2,7 60-64 - - - - - - - - - - >65 - - - - - - - - - -
Desconhecida - - - - 1 3,7 1 16,7 2 2,7 Total 39 100 - - 27 100 6 100 72 100
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarca para o Brasil, n.º1163.
Brasil Destinos Regionais
Ano 1896
Bai
a
%
Man
aus
%
Mar
anhã
o
%
Min
as
Ger
ais
%
Rio
Jan
eiro
%
Rio
Gra
nde
do
Sul
%
Vic
tori
a
% T
otal
%
Marítimo - - - - - - - - 9 20,4 1 6,7 - - 10 13,9 Pescador - - - - 2 66,6 - - 21 47,7 6 40,0 - - 29 40,3 Outras profissões 1 100 2 100 - 5 100 5 11,4 5 33,3 2 100 20 27,8
Menores * - - - - 1 33,3 - - 3 6,8 2 13,3 - - 6 8,3 Desconhecidos - - - - - - - - 6 13,6 1 6,7 - - 7 9,7 Total 1 100 2 100 3 100 5 100 44 100 15 100 2 100 72 100
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
116
1.7. Média e Moda
Meses Média Moda Janeiro 24,4 - Fevereiro 31,6 - Março 28,5 13 Abril 32,3 35 Maio 31,7 - Junho 24 - Julho - - Agosto - - Setembro - - Outubro - - Novembro - - Dezembro - - Desconhecidos 2 -
Fonte: AMPV: Registo dos termos de reconhecimento de identidade dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1163.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
117
2. Requerimentos solicitando guias para passaportes em 1896 Cota: AMPV n.º1195
N.º de guias
Data de
requisição
Nome
Idad
e
Naturalidade
Filiação
Morada
Estado civil
Profissão
Testemunhas
Ocupação
Destino
Observações
1
02/01/1896 Nicolau da Ressurreição 40 --------------
Josefa Areias Maria (outro
nome era ilegível) (outro nome era
ilegível)
Rua da Fortaleza Povoa de Varzim
Casado -------------- Francisco Manuel
Turcato e António de Sousa
-------------- Rio de Janeiro Brasil
Deferido 01/02/1896
2 04/01/1896 João Martins
Moreira 46 -------------- ----------- Rua Paulet Casado Pescador Manuel Luíz Postiga e João Ferreira Moreira -------------- Rio de Janeiro
Brasil Deferido
01/02/1896
3
08/01/1896 João Gonçalves da Silva 44 --------------
José Gonçalves da Silva e de Anna Luiza Marcellina
Terroso Casado Pedreiro Joaquim de Sousa Moreira e José da
Costa Silva -------------- Brasil Deferido
01/02/1896
4
07/01/1986 Maria (outro nome era ilegível) 20 --------------
Manuel Francisco Cadilhe ,
(segundo nome ilegível)
-------------- Solteira Criada -------------- -------------- Rio de Janeiro
Brasil
Deferido 01/02/1896
5 29/01/1986
Jozé Martins com sua mulher e filhos menores, Maria e
Manoel
---- -------------- Joaquim José Martins e de Maria Rosa
Navaes Casado Seaeiro Lopes Ribeiro e
António Gonçalvez Cascão
-------------- Minas Geraes
Deferido 01/02/1896
6 04/02/1896 Joaquim José de
Figueiredo 33 -------------- Manuel José de Figueiredo e de Maria Joaquina
Navaes ---------- Seaeiro João gomes Guimarães
e Manoel José da Costa e Silva
Empregados públicos
Minas Geraes
Deferido 10/02/1896
7 01/02/1896 Joaquim Martins do
Eirado e Silva 25 -------------- António martins e de Maria Josefa
de Jesus Beiriz Solteiro Lavrador -------------- -------------- Brasil Deferido
10/02/1896
8 10/02/1896 Manuel Martins Areias 41 -------------
Thomaz Martins Areias, Anna
Roza
Póvoa de Varzim Solteiro Carpinteiro e
hoje maritimo
Francisco Manoel Trocado e Jozé
António dos Santos -------------- Rio de Janeiro
Brasil Deferido
26/02/1896
27/02/1896 João dos Santos 32 ------------- Vicente dos Rua dos Casado Marítimo António Perreira Rajão -------------- Rio de Janeiro Deferido
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
118
9 Santos e de Roza Margarida
Ferreiros Vigo e António Gonçalves Linhares
Brasil 27/02/1896
10 27/02/1896 Manoel Gonçalves
de Castro 27 -----------
Domingos Gonçalves de Castro e Roza
Maria
Rua da Junqueira Casado Marítimo
António Pereira rajão Vigo e António
Gonçalves Linhares -------------- Rio de Janeiro
Brasil Deferido
27/02/1896
11 02/03/1896 António Pereira
Campos 51 ----------- João Pereira Campos e de Anna Thereza
Rua do Carvalhido Casado Marítimo
João Baptista Gomes Ribeiro e José Gomes
Morim Junior -------------- Rio de Janeiro Deferido
02 /03/1896
12
07/03/1896 Jozé Graça 13 -------------- Manoel Francisco dos Santos Graça
Rua do Norte ---------- -------------- José Gomes Casais e
António Pereira Rajão Negociante Rio de Janeiro Deferido 07/03/1896
13
07/03/1896 Joaquim 12 -------------- João Pires e Anna
da Conceição Rua do Norte
---------- -------------- José Gomes Casais e António Pereira Rajão Negociante Rio de Janeiro Deferido
07/03/1896
14
07/03/1896 António ---- -------------- Vicente Filippe Carvalho
Passeio Alegre
Póvoa de Varzim
---------- -------------- José Gomes Casais e António Pereira Rajão Negociante Rio de Janeiro Deferido
07/03/1896
15
05/03/1896 João Francisco Nunes 34 --------------
António Francisco Nunes e de Francisca
Marques
Rua do Almada
Póvoa de Varzim
Casado Trabalhador
Francisco Alves Vieira Júnior e Lino José dos
Campos
Pharmaceutico Negociante Rio Grande do Sul Deferido
07/03/1896
16 06/03/1896
Manoel Rodrigues e sua mulher Rosa
Pereira e filhos Rita e Maria Beatriz
50 -------------- --------------
Passeio Alegre
Póvoa de Varzim
Casado --------------
Manoel Francisco dos Santos Graça e
Manoel Jorge da Costa e Silva
-------------- Rio Grande do Sul Deferido 06/03/1896
17
07/03/1896 Francisco Gonçalves Maiato 34 -------------
Custódio Gonçalves
Maiato e de Roza Margarida
Passeio Alegre
Casado Marítimo
José Gomes Casaes, António Pereira Rajão
Vigo -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido
07/03/1896
18 10/03/1896 Joze António
Ferreira 53 -------------
Manoel António Ferreira
e de Antónia Gomes
Passeio Alegre Casado Marítimo
Manoel Jozé da Costa e Silva e de Jozé Gomes
Morim Júnior -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido
10/03/1896
19 10/03/1896 Jozé Martins da
Nova --- ----------- Manoel Martins Nova e de Roza
Maria -------------- Casado Pescador
Francisco da Costa Matos e António
Pereira Rajão Vigo -------------- Rio de Janeiro Deferido a
10/03/1896
20 10/03/ 1896 Manuel Moreira
Assumpção 20 ------------ Joaquim Moreira, e de Roza Benta
Rua do Carvalhido Solteiro Pescador
José Moreira Assumpção e Manoel
Jozé de Oliveira -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido
10/05/1896
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
119
21 11/03/1896 Francisco Gomes
dos Santos 59 ------------- -----------
Rua d’Areia Póvoa de Varzim
Casado Marítimo António Perreira Rajão
Vigo e José Gomes Casaes
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido 11/03/1896
22 11/03/1896 Manoel da Costa
Vianna 31 ------------ Manoel da Costa
Vianna e de Roza Maria
Rua d’Areia Póvoa de Varzim
Casado Pescador Manuel Jozé da Costa e
Silva e José Gomes Morim Júnior
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido 11/03/1896
23 11/03/1896 Manoel Gomes
Arteiro 30 ------------ António Gomes
Arteiro e de Narciza Roza
Rua dos Ferreiros Póvoa de Varzim
Casado Marítimo António Pereira Rajão
Vigo e José Gomes Casaes
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido 11/03/1896
24 12/03/1896 João Felgueiras
Gonçalves Regufe --- -------------
Manuel Felgueiras Gonçalves
Regufe e de Custódia Roza
----------- Solteiro -----------
João Pedro Ferreira da Serva e Leopoldino da
Costa Fernandes -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 12/03/1896
25
12/03/1896 Manoel da Silva
Fangueiro ---- -------------- José Fangueiro e Rosa de Jesus -------------- -----------
--- -------------- João Pedro Ferreira e Sousa e Lepoldino da
Costa -------------- Rio de Janeiro Deferido
12/03/1896
26
26/03/1896 Manoel Martins
Bouça Nova 18 -------------- Mathias Martins Bouça Nova
Amorim
-------------- -------------- -------------- -------------- Manaos Deferido
26/03/1896
27
16/03/1896 António Costa
Marques 25 -------------- Manoel Costa Marques e de Anna Rosa
Rua do Carvalhido Póvoa de Varzim
Casado Trabalhador João Pedro Ferreira de Sousa e Joaquim José Gomes de Carvalho
-------------- Rio Grande do Sul
Deferido 11/03/1896
28
16/03/1896 Domingos Dias 22 --------------
Manoel Dias e Maria José dos
Santos
Rua dos Ferreiros Póvoa de Varzim
Solteiro Trabalhador João Pedro Ferreira de Sousa e Joaquim José Gomes de Carvalho
-------------- Rio Grande do Sul
Deferido 11/03/1896
29
18/03/1896 Arnaldo 13 -------------- João Jozé dos
Santos -------------- Solteiro -------------- António Gomes Júnior e Manoel José da Costa -------------- Rio de Janeiro Deferido
18/03/1896
30
18/03/1896
José e seu pai David Francisco da
Silva
11
38 -------------- David Francisco
da Silva Rates
Solteiro Casado
Trabalhador
João José dos Santos e Manoel José da Costa e
Silva -------------- Rio de Janeiro Deferido
18/03/1896
31 20/03/1896 Joaquim Pereira da
Silva ---- -------------- -------------- -------------- ---------- -------------- João Gomes Baptista Ribeiro e José Gomes
Moreira -------------- Rio de Janeiro Deferido
18/04/1896
32
30/03/1896 Manuel Rodrigues Maio 35 --------------
José de Rodrigues Maio e de Roza
Areias
Rua do Norte Póvoa de Varzim
Casado Pescador
João Pedro Ferreira de Sousa, Leopoldino da
Costa Fernandes
-------------- Cidade do Maranhão
Deferido 30/03/1896
Deseja transportar-se com seu filho António de 10 anos de idade,
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
120
para a cidade do Maranhão
33 06/04/1896 João Caetano
Feiteira 39 ------------- Manoel Caetano
Feiteira e de Anna Vitorina
Rua dos Ferreiros Póvoa de Varzim
Casado Pescador Manoel José da Costa e
Silva e João Baptista Gomes Ribeiro
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido a 06/04/1896
34 06/04/1896 António Francisco
Nunes 27 -------------- Manoel Francisco Nunes e de Roza
Moreira
Rua do Norte Póvoa de Varzim
Casado Pescador Manoel José da Costa e
Silva e João Baptista Gomes Ribeiro
-------------- Cidade do Maranhão
Deferido a 06/04/1896
[35] 07/04/1896 António Gonçalves
de Castro 22 -------------- Jozé Gonçalves de Castro e de
Maria Roza Jacob
Rua do Fieiro Póvoa de Varzim
Solteiro Pescador Manoel Gomes
Moreira e José gomes Morim Júnior
-------------- Cidade do Rio Grande do Sul
Deferido a 07/04/1896
36 08/04/1896
António Francisco Marques
---- --------------
Francisco António Marques
e de Vitoriana Francisca
-------------- ---------- -------------- João Pedro Ferreira e Sousa e Lepoldino da
Costa -------------- Rio de Janeiro Deferido a
18/04/1896
37
08/04/1896 João Lourenço ---- --------------
Luíz Lourenço e de Maria
Margarida -------------- ---------- --------------
Francisco Manuel Turcato e João Pedro
Ferreira de Sousa Negociantes Rio de Janeiro Deferido
18/04/1896
38
08/04/1896 João Monteiro ---- --------------
Francisco Martins e de Maria Rosa
Affonseca -------------- ---------- --------------
Filippe Martins Áreas e João Baptista Gomes
Ribeiro -------------- Rio de Janeiro Deferido
18/04/1896
39 10/04/1896 João Francisco dos
Santos 43 --------------
Thomaz Francisco dos
Santos e de Maria Roza
Rua dos Ferreiros Póvoa de Varzim
Casado Marítimo António Pereira Rajão
Vigo e José Gomes Casaes
-------------- Cidade do Rio Grande do Sul
Deferido a 10/04/1896
40 10/04/1896 Thomaz Carneiro
Flores 27 -------------- Manoel Carneiro Flores e de Maria
da Conceição
Rua dos Ferreiros Póvoa de Varzim
Casado Pescador António Pereira Rajão
Vigo e José Gomes Casaes
-------------- Cidade do Rio Grande do Sul
Deferido a 10/04/1896
41 14/04/1896 Manoel Pereira da
Silva 30 --------------
António Pereira da Silva e de
Anna Roza de Jezus
Rua dos Ferreiros Póvoa de Varzim
Casado Pescador João Baptista Gomes Ribeiro e Apolinário Martins dos Santos
-------------- Cidade do Rio Grande do Sul
Deferido a 14/04/1896
42 14/04/1896 António Martins
Areias Novo 27 -------------- Jozé Martins
Areias Novo e Roza Maria
Rua da Lapa Póvoa de Varzim
Casado Pescador João Baptista Gomes Ribeiro e Jozé Gomes
Morim Júnior -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Diferido a 14/04/1896
43 15/04/1896 Jacintho Gonçalves
de Castro 31 --------------
Domingos Gonçalves de Castro e Roza
Maria
Rua de Carlos Alberto
Póvoa de Varzim
Casado Pescador
António Leite Machado Leitão e
Manoel Jozé da Costa e Silva
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido a 15/04/1896
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
121
44 21/04/1896 Joaquim da Costa
Jorge ---- -------------- Domingos da
Costa Jorge e de Maria Rosa
-------------- ---------- -------------- João Baptista Gomes Ribeiro e João Gomes
Mourim -------------- Rio de Janeiro Deferido
21/04/1896
45
21/04/1896 Lepoldino Costa Jorge ---- --------------
Domingos da Costa Jorge e de
Maria Rosa -------------- ---------- --------------
João Baptista Gomes Ribeiro e José Gomes
Morim Junior -------------- Rio de Janeiro Deferido
21/04/1896
46
21/04/1896 Thomaz da Silva
Fangueiro ---- -------------- António da Silva
fangueiro e de Maria Roza
-------------- ---------- -------------- João Baptista Gomes Ribeiro e José Gomes
Morim Junior -------------- Rio de Janeiro Deferido
21/04/1896
47
-------------- Gaspar Moreira
Rego ---- -------------- Miguel Moreira
Rego e de António Roza
-------------- ---------- -------------- João Baptista Gomes Ribeiro e José Gomes
Morim Junior -------------- Rio de Janeiro Deferido
24/04/1896
48 27/04/1896 Bernardo Milhazes 35 -------------- Luiz Milhazes e
Anna Roza
Rua dos Ferreiros Póvoa de Varzim
Casado Pescador Francisco Manoel Frias
e Francisco Martins Moreira
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido a 27/04/1896
49
27/04/1896 Jose Francisco
Castro Lazera ---- -------------- Jose Francisco
Castro Lavra e de Anna Rosa
-------------- ---------- -------------- António Pereira Rajão Vigo e João Baptista
Santos Pereira -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 27/04/1896
50
28/04/1896 Jose Domingues da
Silva 36 -------------- Domingos
Lamella e de Margarida Rosa
Balasar Solteiro Lavrador
Manoel da Costa e António Jose
Domingues de Azevedo
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido a 28/04/1896
51 04/05/1896 Jozé Fernandes da
Silva 39 --------------
Manoel Fernandes da
Silva e Camilla Roza
Rua d’Areia Póvoa de Varzim
Casado Pescador João Baptista Gomes Ribeiro e Jozé Gomes
Morim Júnior -------------- Cidade do Rio
Grande do Sul Deferido a 04/05/1896
52 06/05/1896 António Gomes
Gabina 36 -------------- Jozé António
Gomes Gabina e Maria Roza
Rua da Lapa Póvoa de Varzim
Casado Pescador Abrahão Moreira dos Santos e João Baptista
Gomes Ribeiro -------------- Cidade do Rio
Grande do Sul Deferido a 06/05/1896
53 06/05/1896 Augusto Gomes
Magdalena 31 -------------- Manoel Gomes
Magdalena e Maria Roza
Rua das Hortas Póvoa
de Varzim
Casado Pescador António Pereira Rajão
Vigo e José Gomes Casaes
-------------- Cidade do Rio Grande do Sul
Deferido a 06/05/1896
54 06/05/1896 Mathias Caetano
Feiteira 30 -------------- Caetano Jozé
Feiteira e Anna Roza
Rua dos Ferreiros Póvoa de Varzim
Casado Pescador João Pedro ferreira de Souza e José Gomes
Morim Júnior -------------- Cidade do Rio
Grande do Sul Deferido a 05/05/1896
55
Hiato Documental -------------- ---- -------------- -------------- -------------- ---------- -------------- -------------- -------------- -------------- --------------
56 22/05/1896 António Lopes da
Costa 41 -------------- Francisco Lopes da Costa e Serrão
e de Maria de
Rua Do Paulet Póvoa
de Casado Marítimo
Diogo Martins da Motta e Domingos Fernandes Cadilhe
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido a 22/05/1896
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
122
Jezus Varzim
57 22/05/1896 João Gonçalves
Pêdra 27 -------------- António
Gonçalves Pedra e Roza Dias
Rua do Norte Povoa de Varzim
Casado Pescador Domingos Fernandes
Cadilhe e António Pereira Marques
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido a 22/05/1896
58 22/05/1896 Jozé Moreira de
Castro 29 -------------- António Moreira
de Castro e Jozefa Roza
Rua dos Ferreiros Póvoa de Varzim
Casado Pescador Domingos Fernandes Cadilhe e José Gomes
Morim Júnior -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 22/05/1896
59 23/05/1896
Francisco Gonçalves de
Castro 40 --------------
Manoel Gonçalves de Castro e Roza
Marques
Travessa da Lapa Póvoa de Varzim
Casado Pescador António Pereira Rajão Vigo e João Baptista
Gomes Ribeiro -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 05/05/1896
60
02/06/1896 Joaquim Jose Moreira 28 --------------
António José Moreira e de
Joseffa Ferreira
Povoa de Varzim Solteiro Trabalhador
Lino José Perreira e Manoel natonio
Galante -------------- Victoria Deferido
02/06/1896
61
03/06/1896 Manoel Alves
Campos 22 -------------- Fernando Alves
Rua de São Pedro Povoa de Varzim
Casado Trabalhador José Avelino Fernandes da Costa -------------- -------------- Deferido
03/06/1896
62
06/06/1896 Manoel 10 --------------
Eduardo Gonçalves de Castro e de
Felicidade Roza
Rua da Areia Povoa de Varzim
---------- ---------- Paulo laranjeira e João
Baptista Gomes Ribeiro
-------------- Rio de Janeiro Deferido 06/06/1896
63
09/06/1896 Albino Lopes Oliveira 36 -------------- António Lopes de
Oliveira Beiriz ---------- -------------- João Gomes Guimarães e Manoel Jose da Costa
e Silva -------------- Bahia Deferido
09/06/1896
64
15/06/1896 António Gomes Pereira Baptista ---- --------------
João Pereira Baptista e de Rita
Gomes
Largo São Roque Povoa
de Varzim Solteiro Caixeiro
António José Fernandes e João Pedro
Ferreira -------------- Rio de Janeiro Deferido
15/06/1896
65
19/06/1896 João 13 -------------- Manoel Francisco Nogueira Júnior -------------- ---------- --------------
António josé Fernandes Trovão Junior e João
Pedro Ferreira de Sousa
-------------- Rio de Janeiro Deferido 19/06/1896
66
20/06/1896 Jozé Martins Areias 38 Povoa de Varzim
Thomaz Martins Areias e Anna
Roza
Póvoa de Varzim Casado Pescador
António Pereira Rajão Vigo e Jozé Gomes
Casaes -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 20/06/1896
67 -------------- Francisco Rodrigues Christello
Povoa de Varzim
Francisco Rodrigues
Christello e de Maria Diaz
-------------- --------- -------------- Francisco Manoel
Trocado e Francisco da Costa Marque
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido a 27/06/1896
68 30/06/1896 António Francisco
Trocado 38 -------------- Francisco Trocado e Anna
Póvoa de Varzim Solteiro Pescador Gaspar António Gomes
Netto e João Baptista -------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido a 30/06/1896
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
123
Roza Gomes Ribeiro
69 01/07/1896 João António
Ferreira 49 Póvoa de Varzim
Manoel António Ferreira e
Antónia Gomes
Póvoa de Varzim Casado Marítimo
Gaspar António Gomes Netto e Manoel Jozé de
Oliveira -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido sem data
70 01/07/1896 António Martins
Areias --- Póvoa de Varzim
António Martins Areias e Roza
Maria
Póvoa de Varzim Viúvo Pescador
Manoel Jozé da Costa e Silva e Jozé Gomes
Morim Junior -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Diferido sem data
71 02/07/1896 António Francisco
Luiz de Castro 38 Póvoa de Varzim
Manoel Francisco Luiz de Castro e
Maria Roza
Póvoa de Varzim Casado Pescador
Gaspar António Gomes Netto e Manoel Jozé de
Oliveira -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido sem data
72 03/07/1896 Jozé Francisco
Trocado --- -------------- ------------- Rua das Hortas Solteiro Pescador
Augusto Souza Ribeiro Forte e Jozé Gomes
Morim Junior -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 22/07/1896
73
04/07/1896 Manoel Jose Araujo ---- -------------- -------------- Beiriz Casado Pedreiro
António Gonçalves Fontes e Lino José Pereira de Campos
-------------- Bahia Diferido a 22/07/1896
74
-------------- Thomaz Francisco
Neves ---- -------------- João Farncisco
Neves e de Margarida Roza
-------------- ---------- -------------- João dos Santos Vieira
e Francisco Nunes Carvalho
-------------- Rio de Janeiro Deferido 02/07/1896
75
-------------- Francisco Dourado ---- --------------
João Francisco Dourado e de
Anna Francisca -------------- ---------- -------------- António Gomes Júnior
e José Gomes Moreira -------------- Rio de Janeiro Deferido a 22/07/1896
76 08/07/1896 João Martins Areias --- --------------
António Martins areias e Maria
Victoria
Rua dos Ferreiros Casado Marítimo
Gaspar António Gomes Netto e Manoel Jozé de
Oliveira -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 22/07/1896
77 08/07/1896 Jozé Lopes Regufe --- --------------
António Lopes Regufe e
Margarida roza Giesteira
Rua dos Ferreiros Solteiro Marítimo
Gaspar António Gomes Netto e Manoel Jozé de
Oliveira -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 22/07/1896
78
04/07/1896 Alfredo Gonçalves Fontes 14 --------------
António josé Gonçalves Fontes
e de Maria Joseffa
Beiriz Solteiro -------------- Miguel António
almeida e António Gonçalves Cascão
-------------- Rio de Janeiro Deferido 22/07/1896
79
04/07/1896 Manoel António Martins 17 --------------
Manoel Antonio Martins e de Luiza Rosa
Beiriz Solteiro -------------- Miguel António
Almeida e António Gonçalves Cascão
-------------- Rio de Janeiro Deferido 22/07/1896
80 04/07/1896 Joaquim Fernandes
Casa Nova 47 --------------
João Fernandes Casa nova e
Antónia Francisca
Rua do Ramalhão Casado Marítimo
Manoel Jozé da Costa e Silva e Jozé Gomes
Morim Junior -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 22/07/1896
81 15/07/1896 Manoel André
Bicho 42 Póvoa de Varzim
Francisco André Bicho e Maria
Izabel
Póvoa de Varzim Casado Marítimo
António Bernardino da Silva e Gaspar António
Gomes Netto -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 22/07/1896
82 20/07/1896 Manoel da Silva
Marques --- -------------- Manoel da Silva Marques e Maria
Roza
Rua dos Faraes Casado Pescador
António Pereira Rajão Vigo e José Gomes
Casaes -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a 22/07/1896
83 30/07/1896 Luiz Jozé de
Pentieiros 51 Póvoa de Varzim
João José de Pentieiros e Roza
Póvoa de Varzim Casado Pescador Gaspar António Gomes
Netto e Manoel Jozé de -------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido a 07/08/1896
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
124
Maria Oliveira
84
06/08/1896 José Martins de Oliveira ---- -------------- António Martins
e de Maria Roza Beiriz Casado Vendeiro Luiz Gomes Loureiro e Justino Gomes de Sá -------------- Pernambuco Deferido a
07/08/1896
85
12/08/1896 Maria Roza 15 -------------- --------------
Rua da Fortaleza Povoa de varzim
--------- -------------- João Pedro Ferreira e
Lepoldino Costa Fernandes
-------------- Rio de Janeiro --------------
86
14/08/1896 Francisco Rodrigues Maio ---- --------------
José Rodrigues Maio e de Felecidade
Rodrigues Maio
Rua da Assumpção Povoa de Varzim
Casado -------------- António Pereira Rajão
e manoel Soares Moreira
-------------- Rio Janeiro --------------
87
19/08/1896 Thomaz Rodrigues Maio 31 --------------
José Rodrigues Maio e de Felecidade
Rodrigues Maio
Rua dos Ferreiros Povoa de Varzim
---------- -------------- -------------- -------------- Manaos --------------
88 19/08/1896 Jozé Rodrigues
Dionizio 38 --------------
António Rodrigues
Dionízio e Jozefa ?
Rua do Fieiro Casado Marítimo ---------------- -------------- Cidade de Manaos Deferido a 10/02/1897
89 19/08/1896 António Francisco
Marques 54 --------------
Eugénio Francisco
Marques e Maria Roza
Rua d’Areia Casado Pescador ---------------- -------------- Cidade de Manaos Deferido a 10/02/1897
90
19/08/1896 António Milhazes 43 -------------- Luiz Milhazes e
Anna Roza Rua d’Areia Casado Pescador ---------------- -------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido a 10/02/1897
91
20/08/1896 Moisés Rodrigues
de Costa 11 -------------- Francisco
Rodrigues de Costa
Rua do Serra Povoa de Varzim
---------- -------------- Francisco Luiz Trocato e José Pereira Rego -------------- Porto-Alegre --------------
92
22/08/1896 Manoel Joze da
Silva Casaleiro 14 -------------- Manoel da Silva Jorge e Amélia Maria Mattos
Rua da Assumpção Povoa de Varzim
Casado -------------- António Pereira Rajão e João Pedro Ferreira
de Sousa -------------- Rio Janeiro --------------
93 25/08/1896 Joaquim da Costa
Lino 31 -------------- Manoel da Costa
Lino e Maria Roza
Póvoa de Varzim Casado Pescador
Gaspar António Gomes Netto e Jozé Gomes
Morim Junior -------------- Cidade do Rio
Grande do Sul Deferido sem data
94 26/08/1896 Manoel d’Agonia --- -------------- ------------- Póvoa de
Varzim Casado Pescador Gaspar António Gomes
Netto e Jozé Gomes Morim Junior
-------------- Cidade de Manaos Deferido sem data
95
22/08/1896 Albino Lopes
Ferreira 19 -------------- Manoel Lopes Ferreira -------------- ---------- --------------
Pedro Machado Pereira e Miguel António
Almeida -------------- Pernambuco --------------
96
29/08/1896 Joaquim 11 -------------- João Gonzalves
Castro
Rua do Serra Povoa de Varzim
---------- -------------- António José
Fernandes e Lepoldino da Costa Fernandes
-------------- Porto-Alegre --------------
97 01/09/1896 João ---- -------------- António José de
Faria Povoa Varzim ---------- Maritimo Ventura dos Santos e Manoel José da Costa -------------- Porto-Alegre Deferido sem data
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
125
Silva
98
02/09/1896 João ---- -------------- Manoel Gomes Ferreira Povoa Varzim ---------- Carteiro
Ventura dos santos e manoel Jose da Costa
Silva -------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
99
02/09/1896 Affonso Lopes de
Oliveira 20 -------------- Bernardino Lopes de Oliveira e de Benardina Roza
Povoa de Varzim Solteiro Alfaite
António José Fernandes Trovão
Júnior e João Pedro Fernandes de Sousa
-------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
100
03/09/1896 Amandio 13 -------------- António
Francisco de Castro Lazera
Rua da Assunpção Povoa de Varzim
---------- -------------- João Costa e Silva e José Amorim -------------- Porto-Alegre Deferido sem data
101
05/09/1896 Thimoteo Francisco
Castro ---- -------------- Vicente Francisco Castro e de Rosa
de Jesus
Povoa de Varzim ---------- --------------
Júlio de Rodrigues Cepeda Chaves e Lepoldino Costa
Fernandes
-------------- Porto-Alegre Deferido sem data
102
05/09/1896 Manoel Francisco
Castro ---- -------------- -------------- -------------- ---------- -------------- -------------- -------------- -------------- Deferido sem data
103
05/09/1896 Antonio ---- -------------- Manoel Francisco
dos Castro Povoa de Varzim ---------- --------------
Manoel António Perreira e José Luiz de
Sousa -------------- Porto-Alegre Deferido sem data
104
08/09/1896 Joze ---- -------------- Eduardo
Francisco de Castro
Povoa de Varzim ---------- --------------
Francisco Fernandes da Silva e António Pereira
Rajão Vigo -------------- Porto-Alegre Deferido sem data
105 05/09/1896 Zacharias Francisco
de Castro 42 -------------- ------------- Rua do Paulet Viúvo Pescador Manoel António
Ferreira e Jozé Luiz de Souza Ribeiro Forte
-------------- Cidade do Rio de Janeiro Diferido sem data
106
08/09/1896 Vicente ---- -------------- Jose Rodrigues Campos -------------- ---------- --------------
Francisco Fernandes da Silva e António Pereira
Rajão Vigo -------------- Porto-Alegre Diferido sem data
107 08/09/1896 Francisco Thomaz Bicho 21 -------------- Thomaz Bicho e
Sofia Roza
Rua do Tenente Valadim
Solteiro Pescador António Pereira Rajão
vigo e Francisco Manoel Trocado
-------------- Cidade do Rio de Janeiro Deferido sem data
108
10/09/1896 António de José Mesquita ---- --------------
José natonio Mesquita e de Maria Roza da
Conceição
Argivai Solteiro Pedreiro João Carlos Gomes
Pereira e Manoel Lopes Santos
-------------- -------------- Deferido sem data
109
11/09/1896 Manoel Gonçalves Moreira Junior 23 --------------
Manoel Gonçalves Pereira e de
Maria Gomes
Navaes Solteiro Seareiro Miguel da Costa
Villaça e Joaquim Dias Azevedo
-------------- -------------- Deferido sem data
110 10/09/1896 António Ferreira
Gaspar 46 -------------- Manoel Ferreira Gaspar e Anna
Póvoa de Varzim Casado Marítimo Jozé Lopes Pereira e
António Jozé -------------- Cidade do Rio de Janeiro Deferido sem data
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
126
Roza Fernandes Trovão Junior
111 10/09/1896 Jozé Pereira da
Silva 42 -------------- João Pereira da Silva e Antónia
Gomes
Póvoa de Varzim Casado Marítimo
Jozé Lopes Pereira e António Jozé
Fernandes Trovão Junior
-------------- Cidade do Rio de Janeiro Deferido sem data
112
11/09/1896 Manoel Francisco da Silva ---- --------------
Dionísio Francisco e de
Anna Margarida Argivai Casado ---------- Ventura Lopes Anjo e
de António Martins -------------- -------------- Deferido
113 12/09/1896 Vicente --- -------------- João Fernandes
Troiina Rua das Hortas Casado Pescador
Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves e
António Jozé Fernandes Trovão
Junior
-------------- Porto -Alegre
Deferido sem data deseja transportar o filho Vicente de
13 anos
114
12/09/1896 Joaquim Francisco da Silva ---- --------------
Dionísio Francisco e de
Margarida Roza Argivai ---------- ----------
Manoel Francisco de Campos e de Joaquim
Martins -------------- Rio de Janeiro Diferido sem data
115
21/09/1896 Francisco Luiz Povoas 35 -------------- Matheus Luiz e
de Maria Roza Povoa de Varzim Solteiro Negociante
Roza Martins Motta e Manoel José Costa e
Silva -------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
116
24/09/1896 Joaquim Gonçalves Lima ---- --------------
Manoel Gonçalves Lima e de Catarina Maria
Pereira
Beiriz Casado ---------- Pedro José Martins
Gonçalves e de João Ferreira de Sousa
-------------- S. Paulo Deferido sem data
117 25/09/1896 João Martins Moreira 28 --------------
João Martins Moreira e Maria
de Jezus
Rua dos Ferreiros Casado Pescador
António Pereira Rajão Vigo e Francisco
Fernandes da Silva -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido a
25/12?/1896
118
26/09/1896 Manoel António de Mesquita 33 --------------
José antónio Mesquita e de Maria Roza
Argivai Casado Pedreiro Manoel Lopes dos
santos e José da Costa e Silva
-------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
119
29/09/1896 Manoel José
Loureiro ---- -------------- -------------- Povoa de Varzim ---------- Negociante
João Pedro Fereira de Sousa e Lepoldino da
Costa Fernandes -------------- Pernambuco Deferido sem data
120
29/09/1896 Jacinto ---- -------------- Ludovina Roza
Marques Povoa de Varzim ---------- ----------
João Pedro ferreira de Sousa e de Lepoldino
Costa Fernandes -------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
121
29/09/1896 Augusto da Silva
Lima ---- -------------- -------------- Amorim Solteiro Alfaiate João Fernandes da Cunha e Lino José Pereira de Campos
-------------- Pernambuco Deferido sem data
122 03/10/1896 António Gomes
Gabriel 36 -------------- Luiz Gabriel e bernardina Roza
Póvoa de Varzim Casado Marítimo
Francisco Manoel Trocado e Jozé Gomes
Morim Júnior -------------- Cidade de Manaos Deferido sem data
123 05/10/1896 Abrahão Pereira
Marques 30 Póvoa de Varzim
João Pereira Marques e
Calçada e de
Póvoa de Varzim Casado Pescador
Francisco Manoel Trocado e Jozé Gomes
Morim Júnior -------------- Cidade de Manaos Deferido sem data
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
127
Constantina Josefa de Mattos
124
08/10/1896 Rogério Fernandes da Fonseca 37 --------------
António Fernandes da Fonseca e de
margarida Roza de Silva Martins
Rates Casado ---------- Manoel José da Costa e Silva e Custodio José
de Faria -------------- Rio de janeiro Deferido sem data
125
12/10/1896 Albino António Lopes 25 -------------- -------------- Estella Solteiro --------------
Manoel Fernandes de Faria e Joaquim
Fernandes de Faria -------------- Manaos Deferido sem data
126
20/10/1896 João Lopes Alves
da Silva 37 -------------- -------------- Balasar Solteiro Negociante Domingos Lopes Alves
da Silva e domingos Gomes da Silva
-------------- Paraná Deferido sem data
127
20/10/1896 Joze Domingos da
Silva ---- -------------- -------------- Balasar Solteiro Lavrador Domingos Lopes e Domingos Soares -------------- Rio Janeiro Deferido sem data
128
22/10/1896 Luiz da Silva
Sencadas 23 -------------- Marcellino da Silva e Maria
Jose Navaes Casado Pedreiro Manoel Gonçalves
Cascão -------------- S.Paulo Diferido sem data
129
22/10/1896 João Gomes
Moreira 18 -------------- Manoel Moreira Amorim
Povoa de Varzim ---------- -------------- -------------- -------------- Porto-Alegre Deferido sem data
130
24/10/1896 Jose Gomes
Travessas ---- -------------- José Gomes
Travessas e de Maria Roza
Amorim Solteiro Lavrador Mathias Martins
Bouças e manoel José Morreira
-------------- S. Paulo Deferido sem data
131 24/10/1896 Francisco Gomes
Travessas 20 -------------- Jozé Gomes
Travessas e Maria Roza
Amorim Solteiro Pescador Mathias Martins Bouça
Nova e Manoel José Moreira
-------------- Cidade de S. Paulo Deferido sem data
132 24/10/1896 António Gomes
Marafona --- --------------
Jozé Gomes Marafona e
Jozefa Roza do Sacramento
Rua dos Ferreiros Casado Pescador
António Gomes Júnior e António Lázaro da
Silva -------------- Cidade do Rio de
Janeiro Deferido sem data
133
27/10/1896 António Gonçalves
da Costa 34 -------------- -------------- Estella Solteiro Negociante José Lopes Pereira e antónio Gonçalves
Cascão -------------- Porto-Alegre Deferido sem data
134
27/10/1896 José Domingues da
Silva 31 -------------- José Domingues
da Silva e de Maria Joseffa
Balasar Solteiro Caixeiro Manoel José da Costa e Lino José Perreira de
Campos -------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
135
29/10/1896 Venceslau Ventura
da Conceição ---- --------------
António Boaventura e de
Augusta Ermelinda Sampaio
Laundos Solteiro Caixeiro António Gonçalves Linhares e de José
Lopes Pereira -------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
136
30/10/1896 Bernardo 13 -------------- Ezaquiel Joaquim
Correia Povoa de Varzim ---------- -------------- António da Silva e José
Gomes Amorim -------------- Rio Janeiro Deferido sem data
137 30/10/1896 Maria Joaquina da
Conceição ---- -------------- -------------- Amorim Casada -------------- Artur Teixeira Dias e José Alves da Silva
Empregados do Município S. Paulo Deferido sem data
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
128
138
31/10/1896 Manoel carvalho Pereira 19 -------------- João Carvalho e
Maria Luiza Beiriz Solteiro Negociante Gaspar António Gomes e Lino José Pereira -------------- Bahia Deferido sem data
139 06/11/1896 Joze Francisco
Fangueiro ---- -------------- António
Francisco Fangueiro
Rua da Serva ---------- Pescador Jozé da Silva Rocha e
Jozé Moreira Assumpção
-------------- Cidade do Rio de Janeiro
Deferido sem data, deseja mandar o
seu filho Josué de 13 anos
incompletos para o Brasil
140
06/11/1896 Edolinda 13 --------------
Joaquim Gonçalves
Coelho Estella ---------- --------------
António Gonçalves Cascão e António José
Pinheiro -------------- Manaos Deferido sem data
141
10/11/1896 Albino 13 -------------- António José da Costa Filho
Povoa de Varzim ---------- Jornaleiro Manoel José da Costa e
António Ferreira -------------- Pernambuco Deferido sem data
142
11/11/1896 Carlos da Silva Rocha ---- -------------- --------------
Rua do \Serra Povoa de Varzim
---------- -------------- João Baptista Gomes e
Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves
Zeladores Municipais Rio de Janeiro Deferido sem data
143
11/11/1896 Gaspar Pinheiro Barbosa ---- --------------
Pedro Pinheiro Barbosa e de
Maria Roza da Conceição
Povoa de Varzim ---------- --------------
Ose da Silva Rocha e João baptista Gomes
Ribeiro -------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
144
12/11/1896 António 12 -------------- Manoel
Gonçalves Manco e Anna Jesus
Povoa de Varzim ---------- --------------
João Francisco Nogueira e José da
Silva Ferreira -------------- Rio Grande do Sul Deferido sem data
145
14/11/1896 Francisco Lopes Quintella 49 -------------- --------------
Rua dos Anjos Povoa de Varzim
Casado Negociante António José Trovão Júnior e João Pedro Ferreira de Sousa
-------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
146
16/11/1896 José de Figueiredo 36 -------------- Manoel José Figueiredo e
Maria Joaquina ---------- Casado Seareiro
Joaquim José Gomes e Francisco Fernandes
Silva -------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
147
19/11/1896 António Carlos da Silva 31 Póvoa de
Varzim
Manoel Carlos da Silva e Maria
Roza Rua d’Areia Solteiro Marítimo Jozé Ribeiro Pontes e
Manoel Correia Novo -------------- Cidade do Rio de Janeiro Deferido sem data
148
Hiato documental -------------- ---- -------------- -------------- -------------- ---------- -------------- -------------- -------------- -------------- --------------
149 27/11/1896 António da Silva Sencadas 35 Póvoa de
Varzim
Jozé da Silva Sencadas e Josefa
Roza
Póvoa De Varzim Casado Pescador
Francisco Luiz Trocado Júnior e
Francisco da Costa Marques
-------------- Cidade de Manaos Deferido sem data
28/11/1896 Francisco 11 -------------- Anna Rita Passeio alegre Solteiro -------------- António pereira -------------- Pará Deferido sem data
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ____________________________________________________________________________________________________
129
150
Rodrigues Povoa de Varzim
Marques Rajão e António Rajão Vigo
151 30/11/1896 Francisco Ribeiro
Pontes --- -------------- João Ribeiro
Pontes e Roza Maria
Póvoa de Varzim Casado Marítimo
Manoel Jozé Martins e Francisco Manoel
Trocado -------------- Cidade de Manaos Deferido sem data
152 30/11/1896 Manoel Francisco
Marques --- -------------- Maria Roza Rua dos Ferreiros Casado Pescador
António Pereira Rajão Vigo e António da
Serva -------------- Cidade de Manaos Deferido sem data
153
03/12/1896 Joaquim Correia
Novo Calafate 13 --------------
Luiza Rosa de Jesus e Joze
Correia Novo
---------- Solteiro ---------- Zacharias Paulo Laranjeira e José Pinheiro Pontes
-------------- Manaos Deferido sem data
154 02/12/1896 João da Silva
Sencadas 41 -------------- ------------- Rua do Ramalhão Casado Pescador
Manoel jozé Dias de Souza Júnior e Manoel
António Ferreira -------------- Cidade de Manaos Deferido sem data
155 03/12/1896 Manoel Correia Novo ---- --------------
Jozé Correia Novo e Luiza Roza de Jesus
Rua d’Areia Solteiro Marítimo Manoel António
Ferreira e António da Serva
-------------- Cidade de Manaos Deferido sem data
156 03/12/1896 Manoel Francisco de Castro ---- --------------
João Francisco de Castro e Anna
Roza
Póvoa de Varzim Viúvo Marítimo
Manoel António Ferreira e António da
Serva -------------- Cidade de Manaos Diferido sem data
157 19/12/1896 Marcellino Jozé Craveiro 33 --------------
Cypriano jozé Craveiro e Damianna
Ribeiro
Rua dos Ferreiros Casado Pescador
António Pereira Rajão Vigo e Jozé Gomes
Casaes -------------- Cidade do Rio
Grande do Sul Deferido sem data
158
22/12/1896 José Fernandes
Loureito ---- -------------- Manoel José Loureiro e de
Anna Dias -------------- ---------- -------------- -------------- -------------- Rio de Janeiro Deferido sem data
159
28/12/1896 João Francisco da
Silva Areias ---- -------------- Manoel Francisco
da Silva e de Maria dos Passos
-------------- Casado Negociante --------------
António Perreira
Marques e Gaspar António
Gomes
Santa Catarina Deferido sem data
160
29/12/1896 Joze Gomes 53 -------------- Pedro Gomes e
de Maria Ferreira Póvoa de Varzim Casado Pedreiro --------------
Manoel José de Oliveira e José
Moreira de Assumpção
Minas Geraes Deferido sem data
161
30/12/1896 Albino 9 --------------
António Joaquim do Monte e Anna
de Oliveira
Povoa de Varzim Solteiro -------------- --------------
Manoel José Oliveira e
Manoel José da Costa
Santa Catarina Deferido sem data
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896; Maço n.º1195. *Regista-se um hiato documental de tempo do fólio n.º54 para o fólio n.º56, e do fólio n.º146 para o fólio n.º 148.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
130
2.1. Repartição pela data de requisição 2.1.1. Número total
Ano 1896 Dias
Jan. % Fev. % Mar. % Abr. % Mai. % Jun. % Jul. % Ago. % Set. % Out. % Nov. % Dez. %
1 - - 1 20,0 - - - - - - - - 2 13,3 - - 1 4,0 - - - - - - 2 1 12,5 - - 1 3,8 - - - - 1 11,1 1 6,7 - - 2 8,0 - - - - 1 11,1 3 - - - - - - - - - - 1 11,1 1 6,7 - - 1 4,0 1 5,9 - - 3 33,3 4 1 12,5 1 20,0 - - - - 1 12,5 - - 4 26,7 - - - - - - - - - - 5 - - - - 1 3,8 - - - - - - - - - - 4 16,0 1 5,9 - - - - 6 - - - - 4 15,4 2 11,1 3 37,5 1 11,1 - - 1 7,7 - - - - 2 15,4 - - 7 1 12,5 - - 4 15,4 1 5,6 - - - - 2 13,3 - - - - - - - - - - 8 1 12,5 - - - - 3 16,6 - - - - - - - - 3 12,0 1 5,9 - - - - 9 - - - - - - - - - - 1 11,1 - - - - - - - - - - - - 10 - - 1 20,0 3 11,5 2 11,1 - - - - - - - - 3 12,0 - - 1 7,7 - - 11 - - - - 3 11,5 - - - - - - - - - - 2 8,0 - - 2 15,4 - - 12 - - - - 2 7,7 - - - - - - - - 1 7,7 2 8,0 1 5,9 1 7,7 - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - - - 2 11,1 - - - - - - 1 7,7 - - - - 1 7,7 - - 15 - - - - - - 1 5,6 - - 1 11,1 1 6,7 - - - - - - - - - - 16 - - - - 2 7,7 - - - - - - - - - - - - - - 1 7,7 - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 - - - - 3 11,5 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - - - - 1 11,1 - - 4 30,8 - - - - 1 7,7 1 11,1 20 - - - - 1 3,8 - - - - 1 11,1 1 6,7 1 7,7 - - 2 11,8 - - - - 21 - - - - - - 3 16,6 - - - - - - - - 1 4,0 - - - - - - 22 - - - - - - - - 3 37,5 - - - - 2 15,4 - - 2 11,8 - - 1 11,1 23 - - - - - - - - 1 12,5 - - - - - - - - - - - - - - 24 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 4,0 3 17,7 - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - 1 7,7 1 4,0 - - - - - - 26 - - - - 1 3,8 - - - - - - - - 1 7,7 1 4,0 - - - - - - 27 - - 2 40,0 - - 2 11,1 - - - - - - - - - - 2 11,8 1 7,7 - - 28 - - - - - - 1 5,6 - - - - - - - - - - - - 1 7,7 1 11,1 29 4 50,0 - - - - - - - - - - - - 1 7,7 3 12,0 1 5,9 - - 1 11,1 30 - - - - 1 3,8 - - - - 1 11,1 1 6,7 - - - - - - 2 15,4 1 11,1 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 11,8 - - - -
*Des. - - - - - - 1 5,6 - - 1 11,1 2 13,3 - - - - 1 5,9 - - - - Total 8 100 5 100 26 100 18 100 8 100 9 100 15 100 13 100 25 100 17 100 13 100 9 100
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197.
* Desconhecido
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
131
2.1.2. Pescadores e marítimos
Ano 1896 Dias Jan. % Fev. % Mar. % Abr. % Mai. % Jun. % Jul. % Ago. % Set. % Out. % Nov. % Dez. %
1 - - - - - - - - - - - - 2 20,0 - - - - - - - - - - 2 - - - - 2 20,0 - - - - - - 1 10,0 - - - - - - - - 1 25,0 3 - - - - - - - - - - - - 1 10,0 - - - - 1 25,0 - - 2 50,0 4 1 100 - - - - - - 1 12,5 - - 1 10,0 - - - - - - - - - - 5 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 16,7 1 25,0 - - - - 6 - - - - - - 2 22,2 3 37,5 - - - - - - - - - - 1 20,0 - - 7 - - - - 1 10,0 1 11,1 - - - - - - - - - - - - - - - - 8 - - - - - - - - - - - - 2 20,0 - - 1 16,7 - - - - - - 9 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10 - - 1 33,3 3 30,0 2 22,2 - - - - - - - - 2 33,3 - - - - - - 11 - - - - 3 30,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 12 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 16,7 - - - - - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - - - 2 22,2 - - - - - - - - - - - - - - - - 15 - - - - - - 1 11,1 - - - - 1 10,0 - - - - - - - - - - 16 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - - - - - - - - 3 60,0 - - - - 1 20,0 1 25,0 20 - - - - - - - - - - 1 50,0 1 10,0 - - - - - - - - - - 21 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 22 - - - - - - - - 3 37,5 - - - - - - - - - - - - - - 23 - - - - - - - - 1 12,5 - - - - - - - - - - - - - - 24 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 50,0 - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - 1 20,0 1 16,7 - - - - - - 26 - - - - - - - - - - - - - - 1 20,0 - - - - - - - - 27 - - 2 66,7 - - 1 11,1 - - - - - - - - - - - - 1 20,0 - - 28 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 29 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 - - - - 1 10,0 - - - - 1 50,0 1 10,0 - - - - - - 2 40,0 - - 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
*Des. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total 1 100 3 100 10 100 9 100 8 100 2 100 10 100 5 100 6 100 4 100 5 100 4 100
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197. * Desconhecido
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
132
2.1.3. Outras profissões, desconhecidos e menores290
Ano 1896 Dias Jan. % Fev. % Mar. % Abr. % Mai. % Jun. % Jul. % Ago. % Set. % Out. % Nov. % Dez. % 1 - - 1 50,0 - - - - - - - - - - - - 1 5,3 - - - - - - 2 1 14,3 - - - - - - - - 1 14,3 - - - - 2 10,5 - - - - - - 3 - - - - - - - - - - 1 14,3 - - - - 1 5,3 - - - - 1 20,0 4 - - 1 50,0 - - - - - - - - 3 60,0 - - - - - - - - - - 5 - - - - 1 5,9 - - - - - - - - - - 3 15,8 - - - - - - 6 - - - - 4 23,5 - - - - 1 14,3 - - 1 12,5 - - - - 1 12,5 - - 7 1 14,3 - - 3 17,6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 8 1 14,3 - - - - 3 33,3 - - - - - - - - 2 10,5 1 7,7 - - - - 9 - - - - - - - - - - 1 14,3 - - - - - - - - - - - - 10 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 5,3 - - 1 12,5 - - 11 - - - - - - - - - - - - - - - - 2 10,5 - - 2 25,0 - - 12 - - - - 2 11,8 - - - - - - - - 1 12,5 1 5,3 1 7,7 1 12,5 - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - - - - - - - - - - - 1 12,5 - - - - 1 12,5 - - 15 - - - - - - - - - - 1 14,3 - - - - - - - - - - - - 16 - - - - 2 11,8 - - - - - - - - - - - - - - 1 12,5 - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 - - - - 3 17,6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - - - - 1 14,3 - - 1 12,5 - - - - - - - - 20 - - - - 1 5,9 - - - - - - - - 1 12,5 - - 2 15,4 - - - - 21 - - - - - - 3 33,3 - - - - - - - - 1 5,3 - - - - - - 22 - - - - - - - - - - - - - - 2 25 - - 2 15,4 - - 1 20,0 23 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 24 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 5,3 1 7,7 - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 26 - - - - 1 5,9 - - - - - - - - - - 1 5,3 - - - - - - 27 - - - - - - 1 11,1 - - - - - - - - - - 2 15,4 - - - - 28 - - - - - - 1 11,1 - - - - - - - - - - - - 1 12,5 1 20,0 29 4 57,1 - - - - - - - - - - - - 1 12,5 3 15,8 1 7,7 - - 1 20,0 30 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 20,0 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 15,4 - - - -
*Des. - - - - - - 1 11,1 - - 1 14,3 2 40,0 - - - - 1 7,7 - - - - Total 7 100 2 100 17 100 9 100 - - 7 100 5 100 8 100 19 100 13 100 8 100 5 100
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197. * Desconhecido
290 Menor é todo aquele com idade igual ou inferior a 21 anos, sem profissão.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
133
2.2. Repartição pela morada 2.2.1. Número total
Ano 1896 Concelho Póvoa de Varzim Freguesias
Número de Ocorrências %
“Póvoa de Varzim” 34 20,4 Freguesia de Amorim 5 3,0 Freguesia de Argivai 4 2,4 Freguesia de Balasar 4 2,4 Freguesia de Beiriz 8 4,8 Freguesia de Estela 3 1,8 Freguesia de Laúndos 1 0,6 Freguesia de Navais 7 4,2 Freguesia de Rates 3 1,8 Freguesia de Terroso 1 0,6 Largo de S. Roque 1 0,6 Passeio Alegre 8 4,8 Rua d’areia 8 4,8 Rua do Almada 1 0,6 Rua dos Anjos 1 0,6 Rua da Assunção 3 1,8 Rua de Carlos Alberto 1 0,6 Rua do Carvalhido 3 1,8 Rua dos Faraes 1 0,6 Rua dos Ferreiros 17 10,2 Rua do Fieiro 2 1,2 Rua da Fortaleza 2 1,2 Rua das Hortas 4 2,4 Rua da Junqueira 1 0,6 Rua da Lapa 2 1,2 Rua do Norte 5 3,0 Rua do Paulet 3 1,8 Rua do Ramalhão 2 1,2 Rua de S. Pedro 1 0,6 Rua do Serra 3 1,8 Rua do Serva 1 0,6 Rua Tenente Valadim 1 0,6 Travessa da Lapa 1 0,6
Desconhecidos 24 14,5 Total 166 100
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
134
2.2.2. Pescadores e marítimos
Ano 1896 Concelho Póvoa de Varzim Freguesias
Número de Ocorrências %
“Póvoa de Varzim” 18 26,9 Freguesia Amorim 1 1,5 Freguesia Argivai - - Freguesia Balasar - - Freguesia Beiriz - - Freguesia de Estela - - Freguesia de Laúndos - - Freguesia de Navais - - Freguesia de Rates - - Freguesia de Terroso - - Largo de S. Roque - - Passeio Alegre 2 3,0 Rua d’areia 7 10,4 Rua do Almada - - Rua dos Anjos - - Rua da Assunção - - Rua de Carlos Alberto 1 1,5 Rua do Carvalhido 2 3,0 Rua dos Faraes 1 1,5 Rua dos Ferreiros 15 22,3 Rua do Fieiro 2 3,0 Rua da Fortaleza - - Rua das Hortas 3 4,5 Rua da Junqueira 1 1,5 Rua da Lapa 2 3,0 Rua do Norte 3 4,5 Rua do Paulet 3 4,5 Rua do Ramalhão 2 3,0 Rua de S. Pedro - - Rua do Serra - - Rua do Serva 1 1,5 Rua Tenente Valadim 1 1,5 Travessa da Lapa 1 1,5
Desconhecidos 1 1,5 Total 67 100
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
135
2.2.3. Outras profissões, menores * e desconhecidos
Ano 1896
Concelho Póvoa de Varzim Freguesias
Número de Ocorrências %
“Póvoa de Varzim” 18 18,2 Freguesia de Amorim 4 4,0 Freguesia de Argivai 3 3,0 Freguesia de Balasar 4 4,0 Freguesia de Beiriz 8 8,0 Freguesia de Estela 3 3,0 Freguesia de Laúndos 1 1,0 Freguesia de Navais 7 7,0 Freguesia de Rates 3 3,0 Freguesia de Terroso 1 1,0 Largo de S. Roque 1 1,0 Passeio Alegre 6 6,1 Rua d’areia 1 1,0 Rua do Almada 1 1,0 Rua dos Anjos 1 1,0 Rua da Assunção 3 3,0 Rua de Carlos Alberto - - Rua do Carvalhido 1 1,0 Rua dos Faraes - - Rua dos Ferreiros 2 2,0 Rua do Fieiro - - Rua da Fortaleza 2 2,0 Rua das Hortas - - Rua da Junqueira - - Rua da Lapa - - Rua do Norte 2 2,0 Rua do Paulet - - Rua do Ramalhão - - Rua de S. Pedro 1 1,0 Rua do Serra 3 3,0 Rua do Serva - - Rua Tenente Valadim - - Travessa da Lapa - -
Desconhecidos 23 23,2 Total 99 100
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197. * Menor é todo aquele com idade igual ou inferior a 21 anos, sem profissão.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
136
2.3. Repartição pelo sector sócio-profissional
Ano 1896 Repartição sócio-profissional Número %
Agro-pecuária 9 5,4 Jornaleiro 1 0,6 Lavrador 4 2,4 Seareiro 4 2,4
Trabalhadores oficinais 8 4,8 Alfaiate 2 1,2 Pedreiro 6 3,6
Pesca 67 40,4 Marítimo 24 14,5 Pescador 43 25,9
Comércio 11 6,6 Caixeiro 3 1,8 Negociante 7 4,2 Vendeiro 1 0,6
Outras profissões 8 4,8 Carteiro 1 0,6 Criada 1 0,6 Trabalhador 6 3,6
Desconhecido 37 22,3 Menor* 26 15,7 Total 166 100
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197. * Menor é todo aquele com idade igual ou inferior a 21 anos, sem profissão.
2.4. Estado civil
Ano 1896 Casado % Desconhecido % Solteiro % Viúvo % Total % Marítimo 18 24,3 - - 3 7,5 1 33,3 22 13,2 Pescador 34 45,9 2 4,1 6 15,0 2 66,7 44 26,6 Outras
profissões, desconhecidos
e menores
19 25,7 45 91,8 27 67,5 - - 91 54,8
Mulher 3 4,1 2 4,1 4 10,0 - - 9 5,4 Total 74 100 49 100 40 100 3 100 166 100
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
137
2.5. Repartição pelo destino
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197.
* Menor é todo aquele com idade igual ou inferior a 21 anos, sem profissão.
Brasil – Destinos Regionais
Ano 1896
Bai
a
%
Bra
sil
%
Man
aus
%
Mar
anhã
o
%
Min
as G
erai
s
%
Pará
%
Para
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%
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Porto
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%
Rio
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Sul
%
S. P
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%
S. C
atar
ina
%
Vic
toria
%
Des
conh
ecid
os
%
Tota
l
%
Marít-
imo
- - - - 5
31,3 - - -
- - - - - - - - - 17 20,0 1 5,0 1 20,0 - - - - - - 24 14,5
Pesca-dor
-
- - - 6 37,5 2
100 - - - - - - - - 2 16,7 23
27,0 10 50,0 - - - - - - - - 43 25,9
Outras profis-
sões
2
66,7 2 100 -
- - - 3
50,0 - - 1 100 4 80,0 1 8,3 13
15,3 3 15,0 2 40,0 1 50,0 1 100 3 60,0 36 21,7
Menor-
es *
- - - - 3
18,8 - - 2
33,3 1 100 - - 1 20,0 4 33,3 11
12,9 3 15,0 - - 1 50,0 - - - - 26 15,7
Descon-hecidos
1
33,3 - - 2
12,5 - - 1
16,7 - - - - - - 5 41,7 21 24,7 3 15,0 2 40,0 - - - - 2 40,0 37 22,3
Total
3
100 2 100 16
100 2 100 6
100 1 100 1
100 5 100 12
100 85 100 20
100 5 100 2
100 1 100 5
100 166 100
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
138
2.6. Repartição pela idade
Ano 1896
Pescadores e marítimos Outras profissões e desconhecidos Idade Homens % Mulheres % Homens % Mulheres % Total %
0-4 - - - - - - - - - - 5-9 - - - - 1 1,1 - - 1 0,6
10-14 - - - - 16 17,6 1 11,1 17 10,2 15-19 - - - - 5 5,5 1 11,1 6 3,6 20-24 4 6,1 - - 5 5,5 1 11,1 10 6,0 25-29 7 10,6 - - 4 4,4 - - 11 6,6 30-34 12 18,2 - - 6 6,6 - - 18 10,8 35-39 11 16,7 - - 7 7,7 - - 18 10,8 40-44 9 13,6 - - 2 2,2 - - 11 6,6 45-49 4 6,1 - - 1 1,1 - - 5 3,0 50-54 4 6,1 - - 2 2,2 - - 6 3,6 55-59 1 1,5 - - - - - - 1 0,6 60-64 - - - - - - - - - - >65 - - - - - - - - - -
Desconhecida 14 21,2 - - 42 46,2 6 66,7 62 37,3 Total 66 100 - - 91 100 9 100 166 100
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º 1197. 2.7. Média e Moda da idade
Meses Média Moda Janeiro 37,5 - Fevereiro 31,6 - Março 30,5 - Abril 31,7 27 Maio 34,1 - Junho 26,4 - Julho 36,8 - Agosto 26,7 11 Setembro 30,3 - Outubro 26,9 37 Novembro 25 13 Dezembro 29,8 - Desconhecidos 62 -
Fonte: AMPV: Requerimento solicitando guias para passaportes para o Brasil, em 1896, n.º1197.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
139
3. Registo de pedidos de passaporte em 1896
Cota: AMPV n.º1164-1166
“Este livro hade servir para se notar as guias passadas n’esta administração aos indivíduos que desejarem munir-se de passaporte, na capital de districto para se transportarem para o estrangeiro. Administração do concelho da Póvoa de Varzim, 12 de Janeiro de 1890. O administrador José Narcizo Marques Coelho"
N.º de guias
Data de aquisição Nome Estado civil Profissão Residência Destino Observações
1 02/01/1896 Nicolau da Ressurreição Casado Cocheiro Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 2 04/01/1896 João Martins Moreira Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 3 08/01/1896 João Gonçalves da Silva Casado Pedreiro Terrozo Minas Geraes Sabe Escrever 4 08/01/1896 Maria Roza Solteira Criada de Servir Póvoa Rio de Janeiro Não Escreve
5 29/01/1896 Jozé Martins, sua mulher Florinda Roza Gomes e dous filhos Casado Seareiro Navaes Minas Geraes O marido sabe escrever
A mulher não escreve 6 04/02/1896 Joaquim Jozé de Figueiredo Casado Seareiro Navaes Minas Geraes Sabe Escrever 7 08/02/1896 Joaquim Martins do Eirado e Silva Solteiro Lavrador Beiriz Manaós Sabe Escrever 8 11/02/1896 Manoel Martins Areias Solteiro Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 9 28/02/1896 João dos Santos Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 10 28/02/1896 Manoel Gonçalves de Castro Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 11 02/03/1896 António Pereira Campos Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve
12 07/03/1896 Jozé Graça, menor, filho de Manoel Francisco dos Santos Graça ---------- ---------- Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever
13 07/03/1896 Joaquim, filho de João Pires e de Anna da Conceição ---------- ---------- Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 14 09/03/1896 António, filho de Vicente Filippe de Carvalho ---------- ---------- Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 15 09/03/1896 João Francisco Nunes Casado Trabalhador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Sabe Escrever
16 09/03/1896 Manoel Rodrigues Espojeiro, sua mulher e filhas Rita e Maria Beatriz Casado Trabalhador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Todos sabem escrever
17 09/03/1896 Francisco Gonçalves Maiato Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 18 10/03/1896 Joaquim António Ferreira Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 19 10/03/1896 Jozé Martins da Nova Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 20 10/03/1896 Manoel Moreira da Assumpção Solteiro Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 21 11/03/1896 Francisco Gomes dos Santos Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 22 11/03/1896 Manoel da Costa Vianna Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 23 11/03/1896 Manoel Gomes Arteiro Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 24 14/03/1896 João Felgueiras Gonçalves Regufe Casado Trabalhador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 25 14/03/1896 Manoel da Silva Fangueiro Casado Trabalhador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 26 14/03/1896 Manoel Martins Bouça Nova Solteiro Caixeiro Amorim Manaós Sabe Escrever 27 16/03/1896 António da Costa Marques Casado Trabalhador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Sabe Escrever 28 16/03/1896 Domingos Dias Solteiro Trabalhador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Não Escreve
29 18/03/1896 Arnaldo, filho de João jozé dos Santos e de Delfina Adriana Pereira dos Santos ---------- ---------- Balazar Rio de Janeiro Sabe Escrever
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
140
30 18/03/1896 David Francisco da Silva e seu filho Jozé, menor Casado Trabalhador Rates Rio de Janeiro O pai sabe escrever O filho não escreve
31 18/03/1896 Joaquim Pereira da Silva Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve
32 30/03/1896 Manoel Rodrigues Maio e seu filho António, menor Casado Pescador Póvoa de Varzim Maranhão O pai não escreve O filho sabe escrever
33 07/04/1896 João Caetano Feiteira Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 34 07/04/1896 António Francisco Nunes Casado Pescador Póvoa de Varzim Maranhão Não Escreve 35 07/04/1896 Gabriel Jozé Machado Solteiro Trabalhador Laundos Rio de Janeiro Sabe Escrever 36 08/04/1896 António Francisco Marques Solteiro Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 37 08/04/1896 João Lourenço Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 38 08/04/1896 João Martins Areias Solteiro Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 39 10/04/1896 João Francisco dos Santos Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Não Escreve 40 10/04/1896 Thomaz Carneiro Flores Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Sabe Escrever 41 14/04/1896 Manoel Pereira da Silva Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Sabe Escrever 42 15/04/1896 António Martins Areias Novo Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 43 15/04/1896 Jacintho Gonçalves de Castro Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 44 22/04/1896 Joaquim da Costa Jorge Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 45 22/04/1896 Leopoldino da Costa Jorge Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 46 22/04/1896 Thomaz da Silva Fangueiro Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 47 24/04/1896 Gaspar Moreira Rega Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 48 27/04/1896 Bernardo Milhazes Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 49 27/04/1896 Jozé Francisco de Castro Lazera Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 50 28/04/1896 Jozé Domingues da Silva Solteiro Lavrador Balazar Rio de Janeiro Sabe Escrever 51 04/05/1896 Jozé Fernandes da Silva Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Não Escreve 52 06/05/1896 António Gomes Gabina Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Não Escreve 53 06/05/1896 Augusto Gomes Magdalena Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Não Escreve 54 06/05/1896 Mathias Caetano Feiteira Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Não Escreve
55 19/05/1896 Francisco, filho de Rodrigo Fernandes Troina e de Roza Martins Moreira ---------- ----------- Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Sabe Escrever
56 22/05/1896 António Lopes da Costa Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 57 22/05/1896 João Gonçalves Pedra Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 58 22/05/1896 Jozé Moreira de Castro Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de janeiro Não Escreve 59 23/05/1896 Francisco Gonçalves de Castro Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 60 02/06/1896 Joaquim Jozé Moreira Solteiro Trabalhador de campo Póvoa de Varzim Victoria Sabe Escrever 61 03/06/1896 Manoel Alves Campos Casado Trabalhador de campo Póvoa de Varzim Victoria Sabe Escrever
62 06/06/1896 Manoel, filho de Eduardo Gonçalves de Castro e de Felicidade Roza --------- ---------- Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever
63 09/06/1896 Albino Lopes de Oliveira Casado Pedreiro Beiriz Bahia Não Escreve 64 15/06/1896 Arthur Gomes Pereira Baptista Solteiro Caixeiro Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 65 19/06/1896 João, filho de Manoel Francisco Nogueira Júnior ---------- ---------- Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 66 20/06/1896 Jozé Martins Areias Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 67 27/06/1896 Francisco Rodrigues Cristello Solteiro Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 68 30/06/1896 António Francisco Trocado Solteiro Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 69 01/07/1896 João António Ferreira Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 70 01/07/1896 António Martins Areias Viúvo Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 71 02/07/1896 António Francisco Luiz de Castro Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 72 04/07/1896 Jozé Francisco Trocado Solteiro Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
141
73 04/07/1896 Manoel Jozé de Araújo Casado Pedreiro Beiriz Bahia Sabe Escrever 74 04/07/1896 Thomaz Francisco Neves Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 75 08/07/1896 Francisco Dourado Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 76 08/07/1896 João Martins Areias Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 77 08/07/1896 Jozé Lopes Regufe Solteiro Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve
78 09/07/1896 Alfredo Gonçalves Fontes, filho de António Gonçalves Fontes Solteiro ---------- Beiriz Rio de Janeiro Sabe Escrever
79 09/07/1896 Manoel António Martins, filho de outro Manoel António Martins, fallecido e de Anna Luíza Ferreira Solteiro ---------- Beiriz Rio de Janeiro Sabe Escrever
80 11/07/1896 Joaquim Fernandes Casa Nova Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 81 15/07/1896 Manoel André Bicho Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 82 20/07/1896 Manoel da Silva Marques Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 83 30/07/1896 Luiz Jozé de Pentieiros Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 84 06/08/1896 Jozé Martins de Oliveira Casado Vendeiro Beiriz Pernambuco Sabe Escrever
85 12/08/1896 Maria Roza, filha de Manoel Pereira Rajão, fallecido, e de Maria Roza Solteira ---------- Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve
86 14/08/1896 Francisco Rodrigues Maio Casado Carpinteiro Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 87 19/08/1896 Thomaz Rodrigues Maio Solteiro Carpinteiro Póvoa de Varzim Manaós Sabe Escrever 88 19/08/1896 Jozé Rodrigues Dionízio Casado Marítimo Póvoa de Varzim Manaós Não Escreve 89 19/08/1896 António Francisco Marques Casado Pescador Póvoa de Varzim Manaós Não Escreve 90 19/08/1896 António Milhazes Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve
91 20/08/1896 Moysés Rodrigues da Costa, filho de Francisco Rodrigues da Costa ---------- ---------- Póvoa de Varzim Porto-Alegre Sabe Escrever
92 22/08/1896 Manoel Jozé da Silva Cazaleiro, filho de Manoel da Silva Jorge? e Amélia Maria Martins de Mattos ---------- ---------- Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever
93 25/08/1896 Joaquim da Costa Lino Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Não Escreve 94 26/08/1896 Manoel d’Agonia Casado Pescador Póvoa de Varzim Manaós Não Escreve
95 29/08/1896 Joaquim, filho de João Gonçalves de Castro e Roza Leite ---------- ---------- Póvoa de Varzim Porto-Alegre Sabe Escrever
96 28/08/1896 Albino Lopes Ferreira, filho de Manoel Lopes Ferreira ---------- ---------- Terrozo Pernambuco Sabe Escrever 97 01/09/1896 João, filho de António Jozé de Faria ---------- ---------- Póvoa de Varzim Porto-Alegre Sabe Escrever 98 02/09/1896 João, filho de Manoel Gomes Ferreira ---------- ---------- Póvoa de Varzim Porto- Alegre Sabe Escrever 99 02/09/1896 Affonso Lopes de Oliveira Solteiro Alfaiate Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever
100 03/09/1896 Amândio, filho de António Francisco de Castro Lazera ---------- ---------- Póvoa de Varzim Porto- Alegre Sabe Escrever 101 05/09/1896 Timotheo Francisco de Castro Solteiro Negociante Póvoa de Varzim Porto- Alegre Sabe Escrever 102 05/09/1896 Manoel Francisco de Castro Solteiro Alfaiate Póvoa de Varzim Porto- Alegre Sabe Escrever
103 05/09/1896 António, filho de Manoel Francisco de Castro e de Anna de Jezus ---------- ---------- Póvoa de Varzim Porto- Alegre Sabe Escrever
104 05/09/1896 Jozé, filho de Eduardo Francisco de Castro, fallecido, e de Roza Maria de Jezus ---------- ---------- Póvoa de Varzim Porto- Alegre Sabe Escrever
105 05/09/1896 Zacharias Francisco de Castro Viúvo Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve
106 08/09/1896 Vicente, filho de Jozé Rodrigues Campos e de Roza do Sacramento ----------- ---------- Póvoa de Varzim Porto-Alegre Sabe Escrever
107 08/09/1896 Francisco Thomaz Bicho Solteiro Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve
108 10/09/1896 António Jozé de Mesquita, filho de Jozé António de Mesquita, natural da freguesia de Brufe?, concelho de Famalicão
Solteiro Pedreiro Argivai Rio de Janeiro
Não escreve. Os documentos foram
remettidos para o Governo Civil de Braga
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
142
109 10/09/1896 Manoel Gonçalves Moreira Jorge? Solteiro Seareiro Navaes Rio de Janeiro Sabe Escrever 110 10/09/1896 António Ferreira Gaspar Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 111 10/09/1896 Jozé Pereira da Silva Casado Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 112 11/09/1896 Manoel Francisco da Silva Casado Pedreiro Argivai Rio de Janeiro Não Escreve
113 12/09/1896 Vicente, filho de João Fernandes Troina e Maria Moreira da Silva ---------- ---------- Póvoa de Varzim Porto-Alegre Sabe Escrever
114 12/09/1896 Joaquim Francisco da Silva Casado Pedreiro Argivai Rio de Janeiro Não Escreve 115 21/09/1896 Francisco Luiz Povoas Solteiro Negociante Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 116 24/09/1896 Joaquim Gonçalves Lima Casado Pedreiro Beiriz S. Paulo Sabe Escrever 117 25/09/1896 João Martins Moreira Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 118 26/09/1896 Manoel António de Mesquita Casado Pedreiro Argivai Rio de Janeiro Não Escreve 119 29/09/1896 Manoel Jozé Loureiro Casado Negociante Póvoa de Varzim Pernambuco Sabe Escrever 120 29/09/1896 Jacintho, filho natural de Ludovina Roza Marques ---------- ---------- Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 121 29/09/1896 Augusto da Silva Lima Solteiro Alfaiate Amorim Pernambuco Sabe Escrever 122 05/10/1896 António Gomes Gabriel Casado Marítimo Póvoa de Varzim Manaós Não Escreve 123 05/10/1896 Abrahão Pereira Marques Casado Pescador Póvoa de Varzim Manaós Sabe Escrever
124 08/10/1896 Rogério Fernandes da Fonseca e o filho António, menor Casado Seareiro Rates Rio de Janeiro O pai sabe escrever O filho sabe escrever
125 12/10/1896 Albino António Lopes, filho de Maria Francisca ---------- ---------- Estella Manaós Não Escreve 126 20/10/1896 João Lopes Alves da Silva Solteiro Negociante Balazar Pará Sabe Escrever 127 20/10/1896 Jozé Domingues da Silva Solteiro Lavrador Balazar Rio de Janeiro Sabe Escrever 128 22/10/1896 Luiz da Silva Sencadas Casado Pedreiro Navaes S. Paulo Não Escreve 129 23/10/1896 João Gomes Moreira, filho de Manoel Gomes Moreira Solteiro Cordoeiro Póvoa de Varzim Porto- Alegre Sabe Escrever 130 24/10/1896 Jozé Gomes Travessas Solteiro Lavrador Amorim S. Paulo Sabe Escrever 131 24/10/1896 Francisco Gomes Travessas Solteiro Pescador Amorim S. Paulo Não Escreve 132 24/10/1896 António Gomes Marafona Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 133 27/10/1896 António Gonçalves da Costa Solteiro Negociante Estella Porto- Alegre Sabe Escrever 134 30/10/1896 Jozé Domingues da Silva Solteiro Caixeiro Balazar Rio de Janeiro Sabe Escrever 135 30/10/1896 Venceslau Ventura da Conceição Solteiro Caixeiro Laundos Rio de Janeiro Sabe Escrever
136 30/10/1896 Bernardo, filho de Ezequiel Joaquim Correia e Jozefa Roza ---------- ----------- Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever
137 31/10/1896 Maria Joaquina da Conceição Casada ----------- Amorim S. Paulo Não Escreve 138 05/11/1896 Manoel Carvalho Pereira Solteiro Negociante Beiriz Bahia Sabe Escrever
139 06/11/1896 Jozé Francisco Fangueiro, filho de António Francisco Fangueiro ---------- ---------- Póvoa de Varzim Rio De Janeiro Sabe Escrever
140 06/11/1896 Edolinda, filha de Joaquim Gonçalves Coelho ---------- ---------- Estella Manaós Não Escreve 141 10/11/1896 Albino, filho de António Jozé da Costa ---------- ---------- Póvoa de Varzim Pernambuco Sabe Escrever 142 11/11/1896 Carlos da Silva Rocha Solteiro Marmorista Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 143 11/11/1896 Gaspar Pinheiro Barboza Solteiro Carpinteiro Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever
144 12/11/1896 António, filho de Manoel Gonçalves Manco, fallecido, e de Anna de Jezus ---------- ---------- Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Sabe Escrever
145 14/11/1896 Francisco Lopes Quintella e sua mulher Antónia Roza Fernandes ---------- ---------- Póvoa de Varzim Porto-Alegre Sabe Escrever
146 17/11/1896 Jozé de Figueiredo Casado Seareiro Amorim Rio de Janeiro Sabe Escrever 147 19/11/1896 António Carlos da Silva Solteiro Marítimo Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Não Escreve 148 26/11/1896 Jacintho Rodrigues da Silva Campos Solteiro Negociante Balazar Maranhão Sabe Escrever 149 28/11/1896 António da Silva Sencadas e seu filho Josué Casado Pescador Póvoa de Varzim Manaós Sabem escrever
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
143
150 28/11/1896 Francisco Rodrigues Maio, filho de António Rodrigues Maio ---------- ---------- Póvoa de Varzim Pará Sabe Escrever
151 30/11/1896 Francisco Ribeiro Pontes Casado Marítimo Póvoa de Varzim Manaós Não Escreve 152 30/11/1896 Manoel Francisco Marques Casado Pescador Póvoa de Varzim Manaós Sabe Escrever
153 03/12/1896 Joaquim Correia Novo Calafate, filho de Jozé Correia Novo, fallecido, e de Luiza Roza de Jezus ---------- ----------- Póvoa de Varzim Manaós Sabe Escrever
154 03/12/1896 João Da Silva Sencadas Casado Pescador Póvoa de Varzim Manaós Sabe Escrever 155 03/12/1896 Manoel Correia novo Solteiro Marítimo Póvoa de Varzim Manaós Sabe Escrever 156 03/12/1896 Manoel Francisco de Castro Viúvo Marítimo Póvoa de Varzim Manaós Não Escreve 157 19/12/1896 Marcellino Jozé Craveiro Casado Pescador Póvoa de Varzim Rio Grande do Sul Sabe Escrever 158 22/12/1896 Jozé Fernandes Loureiro Solteiro Banheiro Póvoa de Varzim Rio de Janeiro Sabe Escrever 159 29/12/1896 João Francisco da Silva Areias Casado Negociante Póvoa de Varzim Santa Catharina Sabe Escrever 160 29/12/1896 Jozé Gomes Casado Pedreiro Póvoa de Varzim Minas Geraes Não Escreve
161 30/12/1896 Albino, filho de António Joaquim do Monte e de Anna de Oliveira ---------- ---------- Póvoa de Varzim Santa Catharina Sabe Escrever
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaportes em 1896 dos indivíduos que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1164-1166.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
144
3.1. Repartição pela data de requisição 3.1.1. Número total
Ano 1896 Dias Jan. % Fev. % Mar. % Abr. % Mai. % Jun. % Jul. % Ago. % Set. % Out. % Nov. % Dez. % 1 - - - - - - - - - - - - 2 13,3 - - 1 4,0 - - - - - - 2 1 12,5 - - 1 3,7 - - - - 1 11,1 1 6,7 - - 2 8,0 - - - - - - 3 - - - - - - - - - - 1 11,1 - - - - 1 4,0 - - - - 4 44,4 4 1 12,5 1 20,0 - - - - 1 11,1 - - 3 20,0 - - - - - - - - - - 5 - - - - - - - - - - - - - - - - 5 20,0 2 11,8 1 5,9 - - 6 - - - - - - - - 3 33,3 1 11,1 - - 1 7,7 - - - - 2 11,8 - - 7 - - - - 2 7,4 3 16,7 - - - - - - - - - - - - - - - - 8 2 25,0 1 20,0 - - 3 16,7 - - - - 3 20,0 - - 2 8,0 2 11,8 - - - - 9 - - - - 7 25,9 - - - - 1 11,1 2 13,3 - - - - - - - - - - 10 - - - - 3 11,1 2 11,1 - - - - - - - - 4 16,0 - - 1 5,9 - - 11 - - 1 20,0 3 11,1 - - - - - - 1 6,7 - - 1 4,0 - - 2 11,8 - - 12 - - - - - - - - - - - - - - 1 7,7 2 8,0 1 5,9 1 5,9 - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - 3 11,1 1 5,6 - - - - - - 1 7,7 - - - - 2 11,8 - - 15 - - - - - - 2 11,1 - - 1 11,1 1 6,7 - - - - - - - - - - 16 - - - - 2 7,4 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 5,9 - - 18 - - - - 4 14,8 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - - 1 11,1 1 11,1 - - 4 30,8 - - - - 1 5,9 1 11,1 20 - - - - - - - - - - 1 11,1 1 6,7 1 7,7 - - 2 11,8 - - - - 21 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 4,0 - - - - - - 22 - - - - - - 3 16,7 3 33,3 - - - - 1 7,7 - - 1 5,9 - - 1 11,1 23 - - - - - - - - 1 11,1 - - - - - - - - 1 5,9 - - - - 24 - - - - - - 1 5,6 - - - - - - - - 1 4,0 3 17,6 - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - 1 7,7 1 4,0 - - - - - - 26 - - - - - - - - - - - - - - 1 7,7 1 4,0 - - 1 5,9 - - 27 - - - - - - 2 11,1 - - 1 11,1 - - - - - - 1 5,9 - - - - 28 - - 2 40,0 - - 1 5,6 - - - - - - 1 7,7 - - - - 3 17,6 - - 29 4 50,0 - - - - - - - - - - - - 1 7,7 3 12,0 - - - - 2 22,2 30 - - - - 2 7,4 - - - - 1 11,1 1 6,7 - - - - 3 17,6 2 11,8 1 11,1 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 5,9 - - - - *Des. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total 8 100 5 100 27 100 18 100 9 100 9 100 15 100 13 100 25 100 17 100 17 100 9 100
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaporte em 1896, n.º 1166. * Desconhecido
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
145
3.1.2. Pescadores e marítimos
Ano 1896 Dias Jan. % Fev. % Mar. % Abr. % Mai. % Jun. % Jul. % Ago. % Set. % Out. % Nov. % Dez. % 1 - - - - - - - - - - - - 2 16,7 - - - - - - - - - - 2 - - - - 1 10,0 - - - - - - 1 8,3 - - - - - - - - - - 3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3 75,0 4 1 100 - - - - - - 1 12,5 - - 2 16,7 - - - - - - - - - - 5 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 20,0 2 50,0 - - - - 6 - - - - - - - - 3 37,5 - - - - - - - - - - - - - - 7 - - - - - - 2 12,5 - - - - - - - - - - - - - - - - 8 - - - - - - 3 18,8 - - - - 3 25 - - 1 20,0 - - - - - - 9 - - - - 1 10,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10 - - - - 3 30,0 2 12,5 - - - - - - - - 2 40,0 - - - - - - 11 - - 1 33,3 3 30,0 - - - - - - 1 8,3 - - - - - - - - - - 12 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - - - 1 6,3 - - - - - - - - - - - - - - - - 15 - - - - - - 2 12,5 - - - - 1 8,3 - - - - - - - - - - 16 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 - - - - 1 10,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - - - - - - - - 3 60,0 - - - - 1 25,0 1 25,0 20 - - - - - - - - - - 1 33,3 1 8,3 - - - - - - - - - - 21 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 22 - - - - - - 3 18,8 3 37,5 - - - - - - - - - - - - - - 23 - - - - - - - - 1 12,5 - - - - - - - - - - - - - - 24 - - - - - - 1 6,3 - - - - - - - - - - 2 50,0 - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - 1 20,0 1 20,0 - - - - - - 26 - - - - - - - - - - - - - - 1 20,0 - - - - - - - - 27 - - - - - - 2 12,5 - - 1 33,3 - - - - - - - - - - - - 28 - - 2 66,7 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 25,0 - - 29 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 - - - - 1 10,0 - - - - 1 33,3 1 8,3 - - - - - - 2 50,0 - - 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - *Des. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total 1 100 3 100 10 100 16 100 8 100 3 100 12 100 5 100 5 100 4 100 4 100 4 100
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaporte em 1896, n.º 1166. * Desconhecido
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
146
3.1.3. Outras profissões, desconhecidos e menores
Ano 1896 Dias Jan. % Fev. % Mar. % Abr. % Mai. % Jun. % Jul. % Ago. % Set. % Out. % Nov. % Dez. % 1 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 5,0 - - - - - - 2 1 14,3 - - - - - - - - 1 16,7 - - - - 2 10,0 - - - - - - 3 - - - - - - - - - - 1 16,7 - - - - 1 5,0 - - - - 1 20,0 4 - - 1 50,0 - - - - - - - - 1 33,3 - - - - - - - - - - 5 - - - - - - - - - - - - - - - - 4 20,0 - - 1 7,7 - - 6 - - - - - - - - - - 1 16,7 - - 1 12,5 - - - - 2 15,4 - - 7 - - - - 2 11,8 1 50,0 - - - - - - - - - - - - - - - - 8 2 28,6 1 50,0 - - - - - - - - - - - - 1 5,0 2 15,4 - - - - 9 - - - - 6 35,3 - - - - 1 16,7 2 66,7 - - - - - - - - - - 10 - - - - - - - - - - - - - - - - 2 10,0 - - 1 7,7 - - 11 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 5,0 - - 2 15,4 - - 12 - - - - - - - - - - - - - - 1 12,5 2 10,0 1 7,7 1 7,7 - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - 3 17,6 - - - - - - - - 1 12,5 - - - - 2 15,4 - - 15 - - - - - - - - - - 1 16,7 - - - - - - - - - - - - 16 - - - - 2 11,8 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 7,7 - - 18 - - - - 3 17,6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - - 1 100 1 16,7 - - 1 12,5 - - - - - - - - 20 - - - - - - - - - - - - - - 1 12,5 - - 2 15,4 - - - - 21 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 5,0 - - - - - - 22 - - - - - - - - - - - - - - 1 12,5 - - 1 7,7 - - 1 20,0 23 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 7,7 - - - - 24 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 5,0 1 7,7 - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 26 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 5,0 - - 1 7,7 - - 27 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 7,7 - - - - 28 - - - - - - 1 50,0 - - - - - - 1 12,5 - - - - 2 15,4 - - 29 4 57,1 - - - - - - - - - - - - 1 12,5 3 15,0 - - - - 2 40,0 30 - - - - 1 5,9 - - - - - - - - - - - - 3 23,1 - - 1 20,0 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 7,7 - - - - *Des. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total 7 100 2 100 17 100 2 100 1 100 6 100 3 100 8 100 20 100 13 100 13 100 5 100
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaporte em 1896, n.º 1166. * Desconhecido
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
147
Repartição pela morada 3.2.1. Número total
Ano 1896 Concelho Póvoa de Varzim Freguesias Número de Ocorrências %
Amorim 6 3,5 Argivai 4 2,3 Balasar 6 3,5 Beiriz 8 4,7 Estela 3 1,7 Laúndos 2 1,2 Navais 7 4,1 “Póvoa de Varzim” 130 75,6 Rates 4 2,3
Terroso 2 1,2 Total 172 100
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaporte em 1896, n.º 1166.
3.2.2. Pescadores e marítimos
Ano 1896 Concelho Póvoa de Varzim Freguesias Número de Ocorrências %
Amorim 1 1,3 Argivai - - Balasar - - Beiriz - - Estela - - Laúndos - - Navais - - “Póvoa de Varzim” 74 98,7 Rates - -
Terroso - - Total 75 100
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaporte em 1896, n.º 1166.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
148
3.2.3. Outras profissões, menores e desconhecidos
Ano 1896 Concelho Póvoa de Varzim Freguesias Número de Ocorrências %
Amorim 5 5,2 Argivai 4 4,1 Balasar 6 6,2 Beiriz 8 8,2 Estela 3 3,1 Laúndos 2 2,1 Navais 7 7,2 “Póvoa de Varzim” 56 57,7 Rates 4 4,1
Terroso 2 2,1 Total 97 100
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaporte em 1896, n.º 1166.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
149
3.3. Repartição pelo sector sócio-profissional
Ano 1896
Repartição sócio-profissional Número % Agro-pecuária 11 6,4
Lavrador 4 2,3 Seareiro 5 2,9 Trabalhador de campo 2 1,2
Trabalhadores oficinais 18 10,5 Alfaiate 3 1,7 Carpinteiro 3 1,7 Cordoeiro 1 0,6 Marmorista 1 0,6
Pedreiro 10 5,8 Pesca 75 43,6
Marítimo 24 14,0 Pescador 51 29,7 Comércio 13 7,6
Caixeiro 4 2,3 Negociante 8 4,7 Vendeiro 1 0,6
Transportes 1 0,6 Cocheiro 1 0,6 Outras profissões 10 5,8
Banheiro 1 0,6 Criada de servir 1 0,6 Trabalhador 8 4,7
Desconhecido 40 23,3 Menor 4 2,3 Total 172 100
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaporte em 1896, n.º 1166.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
150
3.4. Repartição pelo estado civil
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaporte em 1896, n.º 1166.
3.5. Repartição pelo nível de instrução
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaporte em 1896, n.º 1166.
Ano 1896 Instrução Sabe escrever % Não escreve % Desconhecido %
Total %
Marítimo 7 7,1 19 27,1 - - 26 15,1 Pescador 15 15,2 34 48,6 - - 49 28,5 Outras profissões 42 42,4 11 15,7 - - 53 30,8 Mulheres 3 3,0 4 5,7 - - 7 4,1 Menores 3 3,0 1 1,4 - - 4 2,3 Desconhecido 29 29,3 1 1,4 3 100 33 19,2 Total 99 100 70 100 3 100 172 100
Ano 1896 Casado % Desconhecido % Solteiro % Viúvo % Total % Marítimo 19 21,3 - - 4 8,5 1 33,3 24 14,0 Pescador 41 46,1 - - 8 17,0 2 66,7 51 29,7 Outras profissões e menores
25 28,1 30 90,9 33 70,2 - - 88 51,2
Mulheres 4 4,5 3 9,1 2 4,3 - - 9 5,2 Total 89 100 33 100 47 100 3 100 172 100
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
151
3.6. Repartição pelo destino
Fonte: AMPV: Registo de pedidos de passaporte em 1896, n.º 1166.
* Desconhecido
Brasil Destinos Regionais
Ano 1896
Bai
a
%
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%
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Sul
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%
São
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Vic
tori
a
% T
otal
%
Marítimo - - 5 27,8 - - - - - - - - - - 18 19,8 1 5,6 - - - - - - 24 14,0
Pescador - - 6 33,3 2 50,0 - - - - - - - - 34 37,4 8 44,4 - - 1 20,0 - - 51 29,7
Outras profissões 3 100 3 16,7 1 25,0 4 57,1 1 50,0 3 60,0 4 26,7 24 26,4 4 22,2 1 50,0 3 60,0 2 100 53 30,8
*Des. - - 4 22,2 1 25,0 3 42,9 1 50,0 2 40,0 11 73,3 15 16,5 5 27,8 1 50,0 1 20,0 - - 44 25,5
Total 3 100 18 100 4 100 7 100 2 100 5 100 15 100 91 100 18 100 2 100 5 100 2 100 172 100
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
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4. Termos de consentimento de menores em 1896 Cota: AMPV n.º1175-1177 “Tem de servir este livro para n’elle se lavrarem os termos de consentimento de menores que se propuseram embarcar para o Brasil. Administração do Concelho da Póvoa de Varzim, 22 de Outubro de 1892. O Administrador, Amâncio R. Pinheiro da Costa [?]”
Requerente Requerido Testemunhas N.º
de guias
N.º F.
Data aquisição Nome Prof. Residência Nome Id. Data
nasc. 1.ª Test. Ocup. 2.ª Test. Ocup. Destino Obs.
52 23 07-03-1896 Manoel Francisco dos Santos Graça Pescador Rua do Norte P.V. Joze (filho) 13 27-01-
1883 Joze Gomes Casaes Negociante Antonio Pereira
Rajão Vigo Negociante Brasil – Rio Janeiro Commercio
53 23v 07-03-1896 João Pires Pescador Rua do Norte P.V. Joaquim (filho) 12 01-02-
1884 Joze Gomes Casaes Negociante Antonio Pereira
Rajão Vigo Negociante Brasil – Rio Janeiro Commercio
54 24 07-03-1896 Vicente Filippe de Carvalho Pescador Passeio Alegre
P.V. Antonio (filho) 13 26-04-
1882 Antonio Pereira Marques -- Joze Gomes
Morim Junior Empregado da camara
Brasil – Rio Janeiro Commercio
55 24v 10-03-1896 Joaquim Moreira Pescador Rua do Carvalhido P.V.
Manoel Moreira Assumpção (filho)
20 -- Manoel Joze de Oliveira
Cabo reformado
Gaspar Antonio Gomes Netta
Escripturario da
repartição da fazenda
Brasil – Rio Janeiro Pescador
56 24v 14-03-1896 Mathias Martins Bouça Nova Lavrador Freg. Amorim
P.V. Manoel (filho) 18 17-11-
1877
Joaquim Joze Gomes de Carvalho
Negociante Lino Jose Pereira de Campos Negociante Brasil -
Manaós Commercio
57 25 18-03-1896 João Joze dos Santos -- Freg. Balazar P.V. Arnaldo
(filho) 13 02-10-1882
Atonio Gomes Junior
Official do Juiz do direito
Manoel Joze da Costa e Silva
Empregado da camara
Brasil – Rio Janeiro Commercio
58 25v 19-05-1896
Roza Martins Moreira e Rodrigo Fernandes Troina, ausente no Brasil
-- Rua dos Ferreiros P.V.
Francisco (filho) 13 23-10-
1882 Antonio Pereira Rajão Vigo Negociante Joze Gomes
Casaes Negociante Brasil – Rio Grande do
Sul --
59 26 06-06-1896 Felicidade Roza – marido ausente no Brasil
-- Rua d’Areia P.V. Manoel (filho) 10 26-01-
1886 João Baptista Gomes Ribeiro
Empregado da camara
Joze Gomes Morim Junior
Empregado da camara
Brasil – Rio Janeiro --
Fonte: AMPV: Termo de consentimento de menores em 1896 que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1175-1177.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
153
4.1. Repartição da data de requisição
Ano 1896 Dias Jan. % Fev. % Mar. % Abr. % Mai. % Jun. % Jul. % Ago. % Set. % Out. % Nov. % Dez. % 1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 5 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 6 - - - - - - - - - - 1 100 - - - - - - - - - - - - 7 - - - - 3 50,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 8 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 9 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10 - - - - 1 16,6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 11 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 12 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - 1 16,6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 15 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 16 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 - - - - 1 16,6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - - 1 100 - - - - - - - - - - - - - - 20 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 21 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 22 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 23 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 24 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 26 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 27 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 28 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 29 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
*Des. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total - - - - 6 100 - - 1 100 1 100 - - - - - - - - - - - -
Fonte: AMPV: Termo de consentimento de menores em 1896 que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1175-1177. * Desconhecido.
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
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4.2. Provável profissão a exercer no Brasil pelos menores
Ano 1896 Repartição sócio-professional Número %
Comercio 5 62,5 Comerciante 5 62,5 Pesca 1 12,5 Pescador 1 12,5 Desconhecido 2 25,0
Total 8 100
Fonte: AMPV: Termo de consentimento de menores em 1896 que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1175-1177. 4.3. Repartição pelo destino
Fonte: AMPV: Termo de consentimento de menores em 1896 que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1175-1177.
Brasil Destinos Regionais
Ano Rio Janeiro % Manaus % Rio
Grande do Sul
% Total %
1896 6 75 1 12,5 1 12,5 8 100
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
155
4.4. Média e Moda
Fonte: AMPV: Termo de consentimento de menores em 1896 que se propuseram a embarcar para o Brasil, n.º1175-1177.
Meses Média Moda Janeiro - - Fevereiro - - Março 14,8 13 Abril - - Maio - - Junho - - Julho - - Agosto - - Setembro - - Outubro - - Novembro - - Dezembro - - Desconhecido - -
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Fichas de Leitura do Periódico Estrella Povoense de 1890 a 1903
Sobre a Temática das Crises nas Pescarias e Emigração no Concelho da Póvoa de Varzim
Comunidade Piscatória Poveira – Mudanças Sociais e Emigração em 1896 ______________________________________________________________________________________________
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Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário Absolutamente Independente
Direcção – Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição - 2 Data – Domingo, 2 de Março de 1890 Página - 1 Título da Notícia –“As redes d’ arrasto” Excerto da Notícia –“A comissão de pescarias, encarregada de dar o parecer sobre a representação feita pelos pescadores da costa do Algarve contra o uso de vapores, já deu esse parecer, o qual é favorável á pretenção dos pescadores.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário Absolutamente Independente Direcção – ? Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição - 9 Data – Domingo, 20 de Abril de 1890 Página - 1 Título da Notícia – “As redes d’ Arrastar” Excerto da Notícia – “As redes d’arrastar, ou tarrafas, são inquestionavelmente as que teem feito com que o peixe desappareça, com que os nossos pescadores vão uma e outra vez ao mar sem que aufiram producto do seu arriscado trabalho.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário Absolutamente Independente Direcção – ? Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição - 15 Data – 01 de Junho de 1890 Página - 3 Título da Notícia – “Tempo e Pesca” Excerto da Notícia – “nunca houve fome que não houvesse fartura.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário Absolutamente Independente Direcção – ? Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Data – 21 de Dezembro de 1890 Página - 2 Título da Notícia – “Naufragio” Excerto da Notícia – “Na madrugada de domingo próximo passado, naufragou ao Sul da Barra d’esta villa o barco de pesca do arraes Francisco José Dourado d’esta villa. A tripulação foi salva por outros barcos de pesca que se achavam próximo ao sinistro, e o barco a todos os seus apresies, também foram salvos por um rebocador que veio expressamente do Porto para esse fim.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves
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Administrador - Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição - 732 Data – 22 de Março de 1890 Página – 1 Título da Notícia – “Um Grande Bem” Excerto da Notícia – “Todos conhecem perfeitamente as perniciosíssimas consequências que à pobre mas honrada classe piscatoria acarretam as negregadas redes d’arrasto, que levam uma imensa vantagem immensa ás redes ordinárias e que tazem enormíssimo estrago, destruindo toda a creação. Temos muitas vezes fallado contra esse mal terrível, havendo muitas vezes reclamado do governo energéticas providencias.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, dr. David Alves Administrador - Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição - 735 Data – 12 de Abril de 1891 Página – 1 Título da Notícia –“Acabemos com isto!” Excerto da Notícia – “Julgaram muitos dos nossos pescadores que as obras da enseada, levando a direcção que teem na planta aprovada, em logar de beneficiarem a barra a prejudicão muito. Julgaram assim, levantaram essa duvida, duvida que se há avolumado immenso e que tem sobresaltado e sobresalta devéras uma grande parte da nossa classe piscatoria.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 737 Data – 26 de Abril de 1891 Página – 1 Título da Notícia – “A questão das pescarias” Excerto da Notícia – “N’esse folheto mostra o Sr. Alberto Pimentel claramente, evidentemente, a importância da classe piscatoria d’esta villa, e combate valentemente, fundando-se em provas altamente convenientes, a indiferença com que os poderes públicos olham para esses muito milhares de pescadores, justamente dignos de melhor consideração.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares
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Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 748 Data – 12 de Julho de 1891 Página – 1 Título da Notícia – “Ao Abandono” Excerto da Notícia – “Ha uma classe que, contribuindo onerosamente para o estado, é votada ao mais completo esquecimento, ao mais triste e injusto abandono. Esta classe, que assim soffre, que assim é esquecida e abandonada, é a piscatória, é a numerosissima e honrada classe dos pescadores.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 748 Data – 19 de Julho de 1891 Página – 1 Título da Notícia –“Factos e comentários – Crise monetária – A classe piscatoria – Os commerciantes de pescado – Representações – Providencias.” Excerto da Notícia – “A crise monetaria, que se há alastrado por todo o paiz, sente-se agora intensamente n’esta populosa villa e, principalmente, em a nossa importante classe piscatoria. O numerário que existia em nosso mercado desappareceu ou retrahiu-se.(…) Os commerciantes de pescado estão completamente faltos de metal.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 751 Data – 26 de Julho de 1891 Página – 2 Título da Notícia – “Regulamento da pesca a vapor ” Excerto da Notícia – “Foi já entregue ao ministro da marinha pela respectiva commissão o regulamento da pesca a vapor. Se for approvado, ficará a pesca feita por vapores nacionaes ou estrangeiros, prohibida dentro das aguas territoriaes «Primeiro de Janeiro»” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal
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Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 752 Data – 9 de Agosto de 1891 Página – 1 Título da Notícia – “Pescarias ” Excerto da Notícia – “Pelo regulamento provisorio publicado no dia 4 do corrente na folha official, é prohibida a pesca nas aguas publicas marítimas de Portugal, com apparelhos de rêde de arrastar pelo fundo a reboque de ou mais embarcações movidas por qualquer motor. Aos contraventores, serão apprehendidas as embarcações os apparelhos e a pescaria havendo-a, sendo os apparelhos inutilisados e o resto vendido em hasta pública.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 753 Data – 16 de Agosto de 1891 Página – 1 Título da Notícia – “O regulamento da pesca ” Excerto da Notícia – “O Diário do Governo Publica o decreto approvando o regulamento provisorio para a pesca com redes de arrastar, a reboque de embarcações movidas por qualquer motor. O regulamento consta dos artigos seguintes. (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 754 Data – 23 de Agosto de 1891 Página – 1 Título da Notícia – “O regulamento da pesca (continuado no nº antecedente)” Excerto da Notícia – “Art. 15º É prohibido ás embarcações nacionaes receber no mar, por baldeação, pescaria de embarcações estrangeiras.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal
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Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 760 Data – 4 de Outubro de 1891 Página – 1 Título da Notícia – “Os Poveiros” Excerto da Notícia – “ A Província publicou hontem um telegrama do seu correspondente na Povoa de Varzim, narrando com o laconismo o habitual d’esse género de comunicações, “a tragedia d’un naufrágio obscuro… como lhe chama Oliveira Martins no sempre citado requerimento dos poveiros. Virou-se uma lancha que demandava o porto; envolvida pelo rolo da vaga.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 763 Data – 25 de Outubro de 1891 Página – 1 Título da Notícia – “Tragedia marítima – Quatro victimas – os salva-vidas – A real Irmandade da Lapa – Os nomes das victimas – Notas soltas – Desgraça sobre desgraça” Excerto da Notícia – “Mais um dia de pezadelo lucto e depercuciente amargura!... Mais uma scena dolorosa e horrivelmente trágica!.... Mais uma pagina luctuosa e negra na já larga necrologia marítima da Povoa!” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 784 Data – 27 de Fevereiro de 1892 Página – 1 Título da Notícia – “A Medonha Catastrophe” Excerto da Notícia – “O mar! Já prescrutaram alguma vez o sentido mysterioso d’esta palavra que, constando apenas de três lettras e de uma sylaba, congloba em si o immenso, o maravilhos, o etern, o insondável, o grandioso o apocalypse da creação?” Página – 1 Título da Noticia – ”Victimas da catastrophe” Excerto da Noticia – “Numero dos mortos, seus nomes e famílias que deixaram:” pela lista que vae lêr-se, apura-se uma totalidade de 106 mortos, sendo desta villa 71 e da Afurada 35.”
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Página – 2 Título da Notícia – “A ‘ Caridade” Excerto da Notícia – “O sentimento que mais soergue e eleva a consciencia humana, n’un exixte doce e celeste para além da esphera limitada da sua natureza (…) Um povo sem caridade é como uma rosa sem perfume, ou como um deserto sem oásis, ou como uma arvore sem fructo. Sem caridade nao há povo nenhum perfeito e virtuoso.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A. M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 789 Data – 10 de Abril de 1892 Página – 1 Título da Notícia – “A catastrophe maritima” Excerto da Notícia – “Continuamos a publicar algumas notas ainda referentes á medonha catastrophe de 27 de Fevereiro.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 791 Data – 24 de Abril de 1892 Página – 1 Título da Notícia – “ O fundo de socorros a náufragos e o pharol” Excerto da Notícia – “Logo apoz a medonha catastrophe que encheu de lucto a Povoa inteira, apresentou o sr. Ministro da marinha a proposta de um fundo de socorro a náufragos, cujas bases já são conhecidas do publico.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 798 Data – 12 de Junho de 1892 Página – 2
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Título da Notícia – “ Distribuição de esmolas” Excerto da Notícia – “Abaixo publicamos a relação circunstanciada da distribuição de esmolas que acaba de ser feita n’esta villa, pelos nossos presados amigos Sr. Joaquim Luiz de Sousa, de Villa de Conde (…) Relação das esmolas distribuídas às viúvas e órfãos da catastrophe de 27 de Fevereiro, em 8 de Junho de 1892 (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 799 Data – 19 de Junho de 1892 Página – 1 Título da Notícia – “A catastrophe da Povoa” Excerto da Notícia – “sob a presidência de sua magestade a Rainha D. Amélia, reuniu ante-hontem a commissão de soccorros às victimas do temporal do norte, que em Fevereiro ultimo tão grande numero de victimas (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 799 Data – 19 de Junho de 1892 Página – 1 Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 800 Data – 26 de Junho de 1892 Página – 1 Título da Notícia – “ Soccorros a naufragos” Excerto da Notícia – “a illuminação de differentes pontos da nossa costa, e com varias obras emprehendidas para, facilitar o regresso a ancoradouro seguro das embarcações de pescadores que, como se sabe, constituem uma classe numerosa e uma industria muito importante na economia nacional. (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias
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Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 802 Data – 10 de Junho de 1892 Página – 1 Título da Notícia – “ Soccorros a náufragos II continuação do n.º 800” Excerto da Notícia – “O regulamento cria um instituto de soccorro a náufragos abrangendo na área das suas funções e attribuições todo o território de Portugal. (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 809 Data – 28 de Agosto de 1892 Página – 2 Título da Notícia – “A tragedia do Norte 27 de Fevereiro de 1892” Excerto da Notícia – “A arrojada e destemida classe piscatoria povoense, esses verdadeiros leões do mar, que tantas vezes arrostam heroicamente com o mar embravecido (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 819 Data – 6 de Novembro de 1892 Página – 1 Título da Notícia – “ soccorros ás famílias dos pescadores” Excerto da Notícia – “Ao termos da noticia da Catastrophe succedida na noite e dia 27 de Fevereiro d’este anno, que enlutou grande parte das famílias dos activos e infelizes pescadores da Povoa de Varzim (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 824 Data – 18 de Dezembro de 1892
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Página – 3 Título da Notícia – “ Commissao de Soccorros a naufragos ” Excerto da Notícia – “A commissao de soccorros ás victimas sobreviventes da catastrophe de 27 de Fevereiro, installada n’esta villa, reuniu em numero de dous membros (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 828 Data – 15 de Janeiro de 1893 Página – 2 Título da Notícia – “ O pescador Povoense ” Excerto da Notícia – “Por cada uma embarcação perdida nas luctas com as ondas é um desespero pêra todos os presenceiam estas scenas, é um marrejar de lágrimas de pães, filhos e esposas. (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 850 Data – 29 de Janeiro de 1893 Página – 2 Título da Notícia – “Povoa de Varzim Comissão de soccorros às victimas sobreviventes à catastrophe de 27 de Fevereiro de 1892” Excerto da Notícia – “A commissão reservou a quantia de 800$000 reis para com ella fazer immediata acquisição d’algum material de soccorros a náufragos attenta a sua urgente necessidade e a regular renumeração que intende terem já famílias victimizadas. (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 832 Data – 19 de Janeiro de 1893 Página – 6 Título da Notícia – “ Commemoração Luctuosa de 27 de Fevereiro de 1892”
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Excerto da Notícia – “Montes alterosos de espuma por vezes escondem às vistas desvairadas de quem se estorce em terra, o pai, o filho o esposo, o irmão.” Página – 7 Título da Notícia – “Um Mar de lagrimas” Excerto da Notícia – “Faz um anno. Data de horrores, corações varados de lanças, almas n’uma espiral de abismos.” Página – 8 Título da Notícia – “27 de Fevereiro de 1892” Excerto da Notícia – “Foi no dia 27 de Fevereiro de 1892, dia que jamais se riscará da memoria de todos os povoenses, que teve logar essa horrorosa catastrophe. (…)” Página – 9 Título da Notícia – “Os Naufragos ” Excerto da Notícia – “A mim um frio horror Os membros me sacode, e o sangue pára nas vêas, pelo modo congelado. As mães, que o som terribil escutaram, Aos peitos os filhinhos apertaram.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 87 Data – 8 de Abril de 1894 Página – 1 Título da Notícia – “A Mizeria na Pescaria” Excerto da Notícia – “Estudando nós as causas da penura de pescado na nossa praia, chegamos á conclusão que ella é devida única exlusivamente á destruição da espécie, servindo de agentes systema de pesca por meio de vapores chamados do arrasto (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 888 Data – 15 de Abril de 1894 Página – 1 Título da Notícia – “A Mizeria na Pescaria” Excerto da Notícia – “ao thema obrigado de todas as conversações, a fome na pescaria. Um assumpto de tal transcendencia e magnitude para a Povoa, para todos nós não póde deixar de ser constantemente tratado e discutido na imprensa local.” Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior
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Título do Jornal – Estrella Povoense – semanário semanal Direcção: Director e redactor principal – A. dos Santos Soares Redactores – A.M. Fiúza da Silva e A. Silveira Junior Proprietários – Fiúza da Silva e Cepeda Chaves Collaboradores – Dr. Domingos Amorim, Dr. David Alves Administrador – Júlio Rodrigues de Cepeda Chaves, B. Martins José Avelino, José Augusto Carneiro Editor – João Maria de Sousa, José Alves Vieira e M. Dias Periodicidade – Semanal Preço assinatura – Por anno 1$200 reis; Avulsos 30 reis; Estampilhado 1$500 reis; Brazil 3$00 reis Nº Edição – 1003 Data – 22 de Dezembro de 1895 Página – 2 Título da Notícia – “FOME ! “Quem da aos pobres empresta a Deus”” Excerto da Notícia – “Ao donativo de 500 reis, com que muitos subscriptores, a exemplo do que se faz n’outros centros se desobrigam da cerimoniosa formalidade de cumprimentos de Boas Festa, vieram ainda juntar-se esmolas destinadas ao humanitário fim a que nos propuzemos qual foi proporcionar aos pobres pescadores um Natal em que não faltasse o pão.” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno –3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1007 Data –19 de Janeiro de 1896 Página – 1 e 2 Título da Notícia – “A fome dos pescadores ” Excerto da Notícia – “Pelas contas publicadas vê-se que foram 217 os pobres contemplados com a esmola de 200 reis. (...) Uma gotta d’agua, apenas, – bem o sabemos na aridez de um deserto, se attendermos á crise de fome, que atravessa a nossa numerosissima classe piscatoria; (...) bem sabemos nós que não é pela esmola, que se porá termo á miséria d’esta desprotegida classe, mas é ella, inquestionavelmente, o meio de a alliviar. (...)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno –3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição - 1012 Data – 23 de Fevereiro 1896 Página – 1 Título da Notícia – “A catastrophe marítima”
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Subtítulo – “Providencias” Excerto da Notícia – “Passa no dia 27 do corrente mez o quarto anniversario d’essa enorme catastrophe, que pôz de lagrimas e de luto não só esta villa mas o paiz inteiro. (...) Sobre o triste acontecimento, que determinou a creação do Instituto, quatro annos já passaram, e ainda esta villa está á espera que a contemplem com o que, justamente ella exige. (...) Dos dois barcos salva-vidas, que possuimos, um está completamente inutilisado e o outro, por deficiente, pouco póde aproveitar á nossa numerosissima classe piscatoria. (...) Não deveria merecer mais alguma consideração a classe piscatória? (...)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição -1017 Data – 29 de Março de 1896 Página – 1 Título da Notícia – “Questão vital” Excerto da Notícia – “É que se trata de uma reacção provocada pela fome; de uma petição que tem a fundamental-a o sacratissimo direito que todos teem á vida! (...) D’aqui a crescente miseria que desapiedadamente tortura a classe piscatoria; d’aqui – a fome – a que tantas vezes tem sido balsamo a caridade publica, e como consequencia d’isto, como tritissimo recurso, a egualmente crescemte e já assustadora emigração. (...)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno –3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1018 Data – 5 de Abril de 1896 Página – 2 Título da Notícia – “Redes d’arrasto” Excerto da Notícia – “Esta rede, que é prohibida pelos regulamentos da pesca, é de malha muito estreita, tendo corpo de panno.” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar
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Nº Edição – 1019 Data – 12 de Abril de 1896 Página – 3 Título da Notícia – “Redes d’arrasto” Excerto da Notícia – “Mais uma vez deliberou a camara que se representasse aos poderes publicos contra o pernicioso emprego das redes d’arrasto que tanto damno estão causando á industria da pesca e conseguintemente contribuido para a miseria da classe piscatoria.” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1020 Data – 19 de Abril de 1896 Página – 1 Título da Notícia – “Redes d’arrasto” Excerto da Notícia – “Eis o assumpto para que estão voltadas as attenções da classe piscatoria do paiz, justissimamente preocupada com os graves prejuizos que á sua laboriosa industria está causando tão nocivo systema de pesca. (...)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1022 Data – 5 de Maio de 1896 Página – 2 Título da Notícia – “Os arrastos” Subtítulo – “Reclamação justa – Comissão a Lisboa – Opinião da imprensa – Telegramma” Excerto da Notícia – “Esta tristissima situação é e tem sido motivada pela pesca a vapor por meio de redes d’arrasto, cujo emprego se póde referir a escassez crescente de peixe na nossa costa. Protestar e pedir immediatas providencias contra o uso d’aquellas redes – tal foi o humanitario fim que, terça-feira, levou á capital alguns cavalheiros désta villa.” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis
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Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1025 Data – 24 de Maio de 1896 Página – 1 Título da Notícia – “Pelos pescadores” Excerto da Notícia – “O pescador, apesar de continuamente se abalançar á rudeza e perigos da sua tarefa, morre á mingua de pão, e isto porque os governos força ainda não tiveram para desprezar os loucos intentos de uma companhia de ricos capitalistas, que, com as redes d’arrasto, não só lhe vae levando o peixe graudo, mas destruindo e arruinando os bancos de creação da nossa costa. (...)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno –3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1025 Data – 24 de Maio de 1896 Página – 2 Título da Notícia – “Os arrastões” Excerto da Notícia – “Quanto á fiscalização por meio de um vapor de guerra, parece-nos que d’ella algum beneficio redundará em favor da causa dos pescadores; infelizmente, para nós, para a nossa pescaria, afigura-se-nos insufficiente a área que vae ser respeitada. (...)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno –3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1037 Data – 16 de Agosto de 1896 Página – 1 e 2 Título da Notícia – “A classe piscatoria” Excerto da Notícia – “É verdade que a carestia da pesca e a pobreza do mar não dão algumas vezes aos pescadores, aliás sufficientemente activos, a satisfação ás necessidades alimenticias e á exigencias da decencia pessoal, comtudo qual melhor seria que, entre as intemperies da vida e as desgraças do meio, que a miseria das familias e na afflicção dos individuos, se conhecesse e apreciasse a resignação christã e a paciencia dos inconsolaveis... (...)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno –3000 reis
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Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1040 Data – 6 de Setembro de 1896 Página – 1 Título da Notícia – “Emigração” Excerto da Notícia – “ Despovoa-se o paiz! Centros d’actividade, outr’ora importantes, regiões ferocissimas que já fizeram a felicidade de muita gente, provincias do Norte, sobretudo, que já primaram pela sua riqueza e produção vão sendo abandonadas pelas classes trabalhadoras, que, não podendo aqui ganhar o seu sustento, vão-n’o procurar em terras longes, aggravando ainda mais o mal que nos mina e já agora parece incuravel.” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1080 Data – 13 de junho de 1897 Página – 3 Título da Notícia – “Emigração Clandestina” Excerto da Notícia – “Chegaram hontem, de tarde, a esta villa, dous agentes policiaes, que nos dizem vir em diligencia que prende com emigração clandestina. Foi hontem detido, para averiguação, um official da administração do concelho, e corre que no mysterioso caso estão envolvidos alguns individuos d’esta villa.” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1127 Data – 8 de Maio de 1898 Página – 1 Título da Notícia – “Os nossos pescadores – Fome – Vapores de arrasto” Excerto da Noticia – “Accresce ainda est’outra circunstancia muito para notar: a grande maioria dos nossos pescadores – que é a pobreza d’esta terra – já estava muito endividada dos annos anteriores e, porisso, “o seu janeiro” ou a safra da sardinha, resgatadas as redes e as roupas do prégo prestamista, pouco lhes deixou com que occorrer aos encargos da familia. (...)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis
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Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1202 Data – 22 de Outubro de 1899 Página – 1 Título da Notícia – “Muito Grave” Subtítulo – “A situação dos pescadores” Excerto da Notícia – “A fome entrou já em muitas casas dos pescadores (...) O commercio, a industria, a propriedade, ressentir-se-hão consideravelmente com a desgraça de uma classe tã numerosa. Elles, que, na sua arriscada faina, quando buscam o parco sustento para as suas pobres familias, não temem as ondas alterosas que os envolvem e arrastam, n’uma constante ameaça e n’um perigo imminente, - veem-se agora forçados á inacção, n’uma perspectiva desoladora da fome, sem poderem lucrar sequer no grangeio d’um pedaço de negro pão. (...)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1204 Data – 5 de Novembro de 1899 Página – 1 Título da Notícia – “Pelos pescadores” Excerto da Notícia – “Impossibilitados os pescadores de irem ao mar por causa das rigorosas medidas decretadas pelo actual governo progressista, fechando-lhes o porto d’abrigo de Leixões, viam-se ameaçados horrorosamente pela fome, a braços já com uma crise temerosa, que sensivelmente se reflectia em todas as demais classes que vivem em quasi só da industria da pesca.” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1220 Data – 4 de Março de 1900 Página – 2 Título da Notícia – “A miséria na classe piscatória” Excerto da Notícia – “A falta de pescado é cada vez mais accentuada, devida, certamente, aos moderno apparelhos de pesca, que destroem toda a creação de peixe. Essas armações estão a augmentar de dia para dia, sem que o governo dê as menores providencias. (…)”
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Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1228 Data – 29 de Abril de 1900 Página – 2 Título da Notícia – “A crise da classe piscatória” Excerto da Notícia – “O governo, porém, não quer saber de desgraças; e, apesar das innumeras representações da câmara d’esta villa e sobretudo e especialmente da real irmandade da Lapa, o que se vê é irem augmentando os arrastões e as tarrafas e outras armações destruidoras da creação do peixe! (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1240 Data – 22 de Julho de 1900 Página – 1 Título da Notícia – “A questão da pesca” Subtítulo – “Providencias – Protestos – Representações” Excerto da Notícia – “É ver como os pescadores emigram, em bandos numerosos. É um despovoamento elevado e constante. E, se a maior parte d’essa infeliz gente tivesse com que custear a passagem para além-mar, certamente abandonaria de prompto a sua pátria, pois que n’ella não ganha um pedaço de pãp para as suas mulheres e seus filhos. (…) Organisada a manifestação, pôz-se em marcha, precedida pelo alcaide e os deputados ás cortes (…) Foram assim até á capitania de Marinha, dirigindo-se uma commissão ao Sr. Commandante para supplicar-lhe que transmitisse ao governo o desejo daquelles milhares de homens; e para rogar-lhe que communicasse aos poderes do estado a supplica de tantos milhares de famílias que assim procuram evitar a perda do pão quotidiano, ganho á custa de perigos e arriscados trabalhos. (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1243 Data – 2 de Agosto de 1900 Página – 1 Título da Notícia – “A questão da pesca”
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Excerto da Notícia – “Esta situação angustiosa tem-se ultimamente aggravado mais e mais, obrigando os homens válidos a emigrarem para o Brazil e as mulheres e creanças a recorrerem á caridade publica para não morrerem de fome. A causa d’este estado lamentável deve procurar-se nos nocivos systemas de pesca, que despovoam o nosso mar. (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno –3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição -1269 Data – 10 de Fevereiro de 1901 Página – 1 Título da Notícia – “A Povoa e as suas pescarias” Excerto da Notícia – “Referimo-nos em artigo anterior à urgente e inadiável necessidade de se estabelecer uma escola marítima, em que, a par d’essa instrução rudimentar – ler, escrever e contabilidade – se prodigalise o ensino de quanto se refira à industria da pesca, quer no respeitante ao seu material e aprestos, quer no que seja relativo aos differentes systemas como a pesca deve ser effectuada, para que d’ella se aufiram os melhores proventos e interesses. (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno – 3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1291 Data – 14 de Julho de 1901 Página – 2 Título da Notícia – “Grande Perigo” Subtítulo – “Os arrastos – A necessidade das reclamações” Excerto da Notícia – “Julgava-se que os chamados vapores d’arrasto, principalmente os empregados no mar do norte do paiz, já tinham desapparecido… Mas, pelo visto, essa praga, altamente destruidora, revive e promette acarretar os maiores prejuízos a uma classe pobre, mas honrada e digna de toda a protecção. (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno –3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1401
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Data – 23 de Agosto de 1903 Página – 2 Título da Notícia – “As pescarias” Excerto da Notícia – “Armações, cercos americanos e arrastos a vapor, por um lado; e ganha pães, bugigangas e pequenos arrastos, pelo outro, produzem o mesmo effeito de, aos poucos, destruírem as espécies de peixes da nossa costa, outr’ora tão fértil. É necessário que, de uma vez por todas, se convençam os interessados que a questão das pescarias é uma questão seriíssima e da qual depende o futuro d’esta terra. (…)” Título do Jornal – Estrella Povoense Direcção: ? Periodicidade – Semanal Assinagturas – Póvoa de varzim: anno – 1200 reis; semestre – 600 reis Províncias: anno – 1500 reis; semestre – 750 reis Brazil: anno –3000 reis Publicações – Communicados. 60 reis a linha Annuncios: na segunda página, linha, 40 reis; na terceira ou quarta páginas, linha, 30 reis Annuncios litterarios gratis, enviando um exemplar Nº Edição – 1418 Data – 20 de Dezembro de 1903 Página – 1 Título da Notícia – “Questão grave” Subtítulo – “Adensam-se as difficuldades – Emigração forçada” Excerto da Notícia – “E, todavia, nenhuma questão mais importante do que essa – a emigração forçada dos seus homens do mar – interessa mais aos seus destinos; por quanto, a nossa autonomia, a nossa prosperidade estão substancialmente dependentes d’elles. (…) Hoje, são 100 pescadores, a quem a fome e a rotina arrastam para Mattosinhos, seduzidos pela miragem de vantajosos contractos. Amanhã, quantos irão?”
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