Como lidar com comportamentos difíceis na sala de aula
Módulo 7
“A maior riqueza do homem é a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas.”
Manoel de Barros(1916 -)
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• Aproximando-se dos alunos: reconhecendo características individuais.
• Genética e meio ambiente: o papel da escola.
• Identificando o que está por trás dos comportamentos que interferem
na aprendizagem.
• Como lidar com esses comportamentos em sala de aula.
ConteúdoApresentação
Cadavezmaissetemvalorizadoanecessidadedoreconhecimentodasca-
racterísticasindividuaisdoalunoemsaladesalaparaqueserealizeminter-
vençõesfocadasnaexpectativademelhorarodesenvolvimentoacadêmico
equesecuidetambémdarealidadeemocional,socialedasnecessidadesfí-
sicasdosalunosnaescola.
Essatarefaédelegadaavocê,professor,querecebeuumótimotreinamento,
porémcomênfasemaiorparasetrabalharcomogrupodoquecomoindivíduo.
Atépoucotempoatrás,acriançaeseudesenvolvimentoacadêmicoeram
áreas restritas à pedagogia. Atualmente, uma avalanche de conceitos,
derivadosdasobservaçõesfuncionaisdasáreascerebraisedodesenvolvi-
mentodapsiquiatriadainfânciaeadolescência(áreanovaquetemcomo
ponto importante o reconhecimento das especificidades da criança),
invadiuoambienteescolar.Essefluxodeconhecimento,apesardeenri-
quecermuitoapráticadetodasasáreasenvolvida, tantoapedagógica
quantoasaúdemental,tambémtrazdificuldades.Emtodaáreaemcons-
truçãoouemplenodesenvolvimentoexistecertapolêmicaemtornodos
conceitos,muitasvezessimplificadosoudistorcidos,quetornaarelação
entreapráticadoprofessoreaexpectativadasociedadeemrelaçãoao
papelqueeleexercequaseumazonadeconflito.
Aocriarosmódulos,oInstitutoABCDesperatornaracessívelaoprofessor
ospontosfundamentaisdosconceitosqueficamnainterfacedodiscursoen-
treosprofissionaisdaeducaçãoedasaúde.Nessemódulo,especificamente,
tentaremossumarizarosprincipaistópicosdocomportamentoinfantilque
podempromoverempecilhosparaodesenvolvimentodoalunoedogrupo
(saladeaula).Ametaédaraoprofessorinstrumentosparaoreconhecimen-
todealgumascaracterísticasimportantesqueestãoassociadasaalgunspa-
drõescomportamentaise,apartirdelas,delinearintervenções(noambiente
escolar,feitaspeloprofissionaldaeducação).
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Aproximando-se do aluno: reconhecimento das características individuais
Nasaladeaula,oprofessorviveintensamenteemcontatocomseusalunos.
Fazpartedoprocessodeensinoqueosprofessorespercebamdiferençasnos
estilosdosalunos,tantoemrelaçãoàaprendizagemquantoaocomporta-
mento.Éimportantequeoprofessorestejaatentoàscaracterísticasquepo-
demafetardesdeoaprendizadoindividualdeumalunoatétodaadinâmica
daclasseduranteaaula.Alémdisso,umprofessoratentoaocomportamento
deseusalunospodeajudaraidentificardeformaprecocealgumproblemana
vidadacriança,quepodenãotersemanifestadoemoutrosambientesque
elafrequentaoupodenãotersidopercebidopelosadultosdasuafamília.
Separaraquiloqueéparticularidadeindividualdaquiloqueéindicativode
umproblemanãoéumatarefafácil.Espera-sequeoprofessorpossareco-
nhecer,alémdasnuancesdodesenvolvimentonormal,aspeculiaridadesdo
desenvolvimentoafetadoporalgumaparticularidade(temporáriaounão),
intervir de forma efetiva sobre cada aluno e, aomesmo tempo, sobre o
grupo.Ouseja,alémde reconhecer,deve-se intervirde formaefetiva.A
saladeaulaéoambientequepropiciaumasituaçãoúnica:“oprivilégiodo
olharparaogrupoeparaoindivíduo”.Acreditamosque,apesardeseruma
tarefadifícil,seforoferecidoumtreinamentoadequado,oprofessorétan-
toapessoafundamentalparaoreconhecimentodesituaçõesquepodem
servirdealertaparaproblemasassimcomopeça-chavenadiminuiçãodo
impactodequalquerproblemapsíquiconavidadoseualuno.
Porisso,oInstitutoABCDpensounessemódulo.Acreditamosque,seopro-
fessorforinstrumentalizadoparaidentificarossinaisesintomasrelaciona-
dosaalteraçõescomportamentaiseemocionais,poderáencaminhartanto
oprocessodeaprendizadogeraldogrupoquantooindividualdeformamais
abrangente,seguraebenéficaparatodos.
Alémdoreconhecimento,pretendemosqueomóduloajudeainstrumenta-
lizaroprofessorparaintervençõesemsaladeaulaquepossamserpropícias
paraosdiversosdesafiosdasalteraçõesdecomportamentoeemocionais.
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Paraidentificaroqueacontecedentrodacabeçadeseusalunos,oprofessor
temdeseaproximardoalunoeentenderoqueestáportrásdeseucom-
portamento.Tarefanadafácil,masnecessária,porqueumamesmareação
pode ser causada por diferentes situações ou sensações. A agressividade,
por exemplo, pode tanto ser intencional e por falta de limites quanto ser
desencadeadaporumagrandesensaçãodemedoevulnerabilidade.Porém,
agressãoprovocaumasituaçãoquegeralmenteamedronta,ameaçaogrupo,
paralisareações.Todos,inclusiveoprofessor,têmatendêncianaturaldese
afastar,oquedificultacompreenderoproblema.
Paraajudarnessatarefadereconheceroqueestáportrásdeumcompor-
tamento que preocupa o professor, descreveremos as principais situações
comportamentais relacionadas aos problemas psíquicos que aparecem no
ambienteescolar.
Psiquismo é tudo o que pensamos, sentimos e expressamos pelo comportamento.
Entre os genes e o meio ambiente. O que conta mais?
Ultimamente,somosbombardeadospornotíciasqueenfatizamacargage-
néticaouos fatores ambientais nadeterminaçãode situaçõespatológicas
nodesenvolvimentoinfantil.Porexemplo,fala-setantoquedepressãoéde
origemhereditáriaquantoécausadaporbullyingemsaladeaula.Qualdas
duasversõesseriaareal?Ambas,poisosproblemasemocionaisecomporta-
mentaisnãoresultamdeumúnicofator,massimdacombinaçãodemúltiplos
fatoresderisco.
Aescolapodecontribuircomoumambienteprotetorouprecipitadordepro-
blemas.Porexemplo,umacriançacomdificuldadedeaprendizagem,senão
estimuladaeamparadaadequadamentenaescola,podesesentirmuitoinca-
pazeinferioremrelaçãoaospares.Essasituaçãopoderepresentarumfator
quepredispõeacriançaaumproblemapsíquicocomoadepressão.Quanto
maiorapresençadeoutrosfatoresquetambémestãorelacionadoscomo
aumentodechancesparaoadoecimentopsíquico,comopredisposiçãoge-
nética,outroseventosestressores,famíliapoucoafetivaouestruturada,ne-
gligênciaetc.,maiorachancedequeacriançadesenvolvadefatoumquadro
depressivo.Noentanto,umacriançaquetemumafamíliapoucoestrutura-
dapodeencontrarnaescolaumambientesaudáveleacolhedorapontode
ajudaraminimizarasconsequênciasqueadesestruturafamiliartraria.Éde
certaformaumasomaousubtraçãodefatoresqueprotegemouprecipitam
osofrimentopsíquico.
Asquestõesnãosãotãosimplescomoexemplificadas,masdeve-seterem
mentequeoambienteemgeralouoescolarpodemsermodificadosparaim-
pactardeformapositivaosdesenvolvimentosemocional,comportamental
ecognitivodascrianças.Porissoaênfaseemintervençõesqueenriqueçam
oambienteescolar.
Interface meio ambiente versus desenvolvimento
Qual a importância da escola nesse
processo?
Identificando o problema
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Paraaquietar-se,escutar,focarecompreenderumaorientação,ascrianças
precisamdispordealgunsprocessosmentaisqueaindaestãoemdesenvol-
vimento.Ouseja,pelaimaturidadecerebral,aimpulsividadeéumacaracte-
rísticapresentenainfânciaediminuiráduranteocrescimento.
Ocontroledeinibiçãodeumimpulsoéahabilidadederesistiraumfortede-
sejodenãorealizaralgopriorizandoaquiloqueémaisapropriadoouneces-
sárioemumaocasiãoespecífica.Exemploscotidianossãoresistiràtentação
decomermaisumaporçãodealgogostosoemproldocontroledepeso,
resistiràtentaçãodebrincaraoinvésdeterminaratarefaescolar,denãodi-
zeralgosocialmenteagressivoouinadequadoemumasituaçãodeirritação,
manteraconcentraçãonoqueoprofessorestáfalandoenãonoqueoscole-
gasestãoconversando,nãoresponderaprimeiracoisaquevemàsuamente.
ImpulsividadeAimpulsividadedevediminuirgradativamentecomaaquisiçãodalingua-
gemeoutrashabilidadesde reaçãoqueodesenvolvimentoproporciona.
Apossibilidadedepensareelaborarumaestratégia(quevemjuntocoma
linguagem)permiteàcriançaoutrasmodalidadesdereação.
Maseseacriançanãoconseguediminuirasuaimpulsividadeaolongodo
amadurecimento?Devemosentãopensaremalgumaspossibilidades:
• Elatemhabilidadessociaisparacompreenderoqueéesperadodelaem
diferentescontextossociaiseplanejaumaresposta?
• Ela já eramais impulsivaqueamédiadas criançasdesdepequenae,
mesmocomamelhoraaolongododesenvolvimento,aaquisiçãonão
foiosuficienteparaacompanharasnecessidadesesperadasparaum
contextomaisorganizadoecommaiordemanda?
• Elanãofoiestimuladaenãorecebeutreinamentoparaaprenderase
engajareagirdeacordocomocontextosocial?Éimportantelembrar
queocérebroemformaçãopriorizaasviasmaisestimuladas,portanto
paiseprofessorespodemterumpapelcentralaoestimularascompe-
tênciasdeinibiçãodeimpulsos.
Você sabe por que seu aluno espera
sentado na cadeira enquanto recebe uma orientação?
Quais capacidades ele tem de dispor
para conseguir rea-lizar essa tarefa que
parece tão simples ao adulto (alguns), mas não é para as
crianças?
Se a impulsividade é normal na infância, quando devemos nos preocupar? Por que algumas crianças são mais impulsivas?
O que é inibir impulso? Para que serve?
Você se recorda das funções executivas de que falamos no Módulo 5? Pois é, falar de impulsividade é falar de planejamento para iniciar ações, sustentar atenção, monitorar o rendimento, controlar (inibir) impulsos e realizar tarefas com foco e persistência. Ou seja, são as funções executivas agindo na prática do dia a dia.
Na história de vida escolar, crianças que apresentam menor capacidade de controle de impulsos desde o ensino infantil têm maior tendência a pior desempenho acadêmico durante todo o seu histórico (Duncan et al., 2007).
Ao mesmo tempo, intervenção para aumentar o controle dos impulsos no ensino infantil tem um efeito positivo ao longo da vida inteira. (Diamondet al., 2007).
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Técnicasdeestímulodasfunçõesinibitóriaspodemajudarmuitoascrian-
çasaestimularessahabilidadeno seudesenvolvimento.Na saladeaula,
algumasmedidassimplespodemajudara incentivarocontrolede impul-
sos.Aqui listaremosalgumaspossibilidades(Barkley,2002;Packer,2010;
Diamond&Lee,2011;Dias,2012;Dias,2013)tentandoasadaptarparaa
realidadebrasileira.
1. Oferecer mediadores concretos e externos
Paracriançasmenores,oferecercartõesindicandovisualmenteasuafun-
çãoemcadaatividade.Porexemplo,dividirasalaemduplasparaatividade
deleitura,cadaduplarecebeumcartãocomumdesenhodeorelhaeoutro
comdesenhodeboca.Quemrecebeuaorelhaescutaequemrecebeua
bocalê.Asatividadessãointercaladasentreospares.
2. Referências externas para as etapas de uma atividade
Crieumamúsicaquesinalizeasetapasaserseguidasparaajudaracriança
aregularseusimpulsosemanter-seemumaatividade,principalmenteem
momentosdetrocasdedemandas,comooretornoàsaladeaulaapóso
lancheouoiníciodaumanovatarefa.Coloquenaletradamúsicaositensa
serseguidos,estimulequeasalatodacante.
3. Estimular a autorregularão da impulsividade
• Crieumlugarcalmonasalaondequalqueralunopossairquandosentir
queprecisadeumambientecommenorestímulosonoroparaseacalmar
ouparaseconcentrar.
• Incentiveaprocuradesseespaçocomoumamedidaimportantedeauto-
controleedemanejodasprópriassensações.
• Possibilitepausasparaautoavaliaçãodocomportamento.Porexemplo,
combinarcomosalunosquequandooprofessordisserumapalavraes-
pecífica (estátua, por exemplo), todos interromperão a atividade em
cursoefarãoumaautorreflexãodecomoestãoenvolvidos,ounão,na
colaboraçãoeoquepoderiamfazerparamelhorarasituação.
4. Estimular a regulação do comportamento pelos pares
• Coloqueacriançaimpulsivapróximadeumcolegaquepossafuncionar
comoumbommodeloecomoumaajudaexternaaocontrole.
• Estimuleaclassetodacomincentivosparaquandoumaatividadeécom-
pletadaatempo.Porexemplo,sugiraalgotentadorcomotempopara
atividadesrecreativasnosúltimosvinteminutosdoperíodoseastarefas
dodia foremrealizadas semnecessidadede interrupçãodisciplinardo
professorparatodaasala.Escrevanalousaosnúmerosde1a20,sendo
quecadanúmerorefere-seaosminutosdaatividadeprometida.Acada
interrupçãopararegularcomportamento,todoogrupoperdeumminu-
to.Deixebemdemarcadonalousa(risqueosminutosperdidos).Permita
queosalunosseorganizememduplasoutriosdeformaqueosmenos
impulsivosajudemosmaisimpulsivosaseorganizarem.
5. Localização na sala de aula
• Coloqueseualunomaisimpulsivoemlocalpróximoparaquepossaser
supervisionadoeamparadoporvocê.
• Permitatambémqueelepossasemovimentarsematrapalharasativida-
des.Modifiqueadisposiçãodacarteiraconformeaatividade.
• Promovaumcantoderelaxamentonasalaeestimuleousoportodosdo
grupoquandonecessário.
O que fazer com um aluno impulsivo?
Como estimular o controle de impulsos?
Comportamentos precisam de tempo, insistência e paciência para ser modificados. Por isso, professor, não desista!
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6. Orientação individual de um aluno evitando exposição
• Crieumespaçodecomunicaçãodiretaentrevocêeoalunopermitindo
queaimpulsividadesejareconhecidacomoumproblemadedifícilcon-
trole,algoqueelenãodevenegligenciarouesconder,massimenfrentar,
equeadupla“professor-aluno”tememcomumametadetraçarestra-
tégiasparadiminui-la.
• Combineumcódigoquepossafuncionarcomoferramentadecontrole
externosemexposição.Como“João,vocêpoderiabuscarumcopode
águaparamim,porfavor”.Assimvocêpromoveriaqueoalunosaiada
saladeaula,caminheumpouco,extravasesuaenergia,consigaperceber
queestavaseexcedendoeretorneàsalasemexpô-lo.
7. Permita algum grau de controle na realização da atividade
Sugiraaoalunoqueeletemalgumaautonomiasobreaformacomorealiza
umaatividade,sequeriniciarpelaspartesmaisinteressantes,seprecisade
pausasetc.
Acriançaeoadolescenteestãoconstruindoasuaformadecompreensão
ereaçãoaomundoepodemreagirdeformaexplosivaquandosedeparam
comsituaçõesemquetêmdificuldadesparacompreenderouprogramar
umaestratégiadereaçãonoplanodospensamentos(ouplanejamentover-
bal).Assim,alémdecomuns,irritabilidadeeagressividadesãoinespecíficas
epodemsermanifestaçõesdediferentessituaçõesdesofrimentopsíquico,
transitóriooupersistente(Craney&Geller,2003).
Porisso,nãopodemosnosprecipitareconsiderarumareaçãoagressivaou
irritávelcomoindíciodegravidadeoudepatologia.Maspodemosconside-
rarque,aoreagirdessaforma,acriançaouoadolescenteencontramum
impedimentoparautilizarformasmaiselaboradasdereação(umplaneja-
mento,porexemplo).
Umestudoanalisouomododereaçãodoprofessorfrenteacomportamen-
tosagressivosporpartedaclasseeobservou-sequealtosíndicesdecom-
portamentoagressivopodemdesencadearreaçõesrígidaseinflexíveisdo
professornatentativadecontroledaconduta.Paradoxalmente,essetipo
de reação, principalmente quando acompanhado de restrição da relação
empáticaentrealunoeprofessor,aumentaaresistênciadosalunosepiora
ocomportamentonasaladeaula(Pianta,2004).
Ouseja,irritaçãogerairritaçãoepodecontaminartodooambienteesco-
lar.Nãoéfácillidarcomumalunoassim,apesardeserumacaracterística
comumnainfância.
Aseguir,descreveremosasprincipaisintervençõesquepodemserrealiza-
daspeloprofessorparaabordarcomportamentosagressivoseirritáveisno
ambienteescolar.
Deformageral,oprofessorpoderádiminuiroimpactoseconseguiradotar
atitudes que evitem situações de conflito ou de explosões afetivas. Para
tanto,precisaobservarocontextoafetivoemcadasituação,treinaraauto-
percepçãodogrupoedecadaaluno.Aoreconhecersituaçõesderiscoemi-
nente,deveevitarumdesfechocomexcessivacargaafetivae retomaro
tópicoemumsegundomomento.
Irritabilidade e agressividade
Professor, você sabia que a reação de agressividade e irritabilidade na infância e na adolescência é uma regra, não uma exceção?
Professor, como você reage a um aluno agressivo ou irritado?
O que fazer com a irritação?
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Podemoslistaralgumasdicaspráticas:
• Irritabilidadecaminhajuntocomimpulsividade;então,tudooquees-
crevemosanteriormentepodeseaplicaraquitambém.
• Possibiliteaoalunoirritadoumaformadeproteçãoantesqueagridao
grupoouavocê.Permitaalgumrelaxamentonasatividades,autorize
queseisoledogruponassituaçõesmaisintensas.
• Semprequepossível,elogieoutenteseaproximardacriançairritada.
Issoestimulaumaformadecomunicaçãoequeelavejanoprofessor
uminstrumentodeajuda.
1. Desde que não esteja colocando em risco a integridade física de outro aluno, profissionais da escola ou a própria
• Procuremanterdistânciafísicadoaluno.Tentarcontê-lopodeaumen-
taraschancesdequeeleouoprofissionaldaescolasemachuquem.
• Eviteestímulosquepodempioraraexplosão,comodiscutirouargumentar.
• Afasteaspessoasaoredor.Nãotenteremoveroalunoemquestão.
• Mantenha emmenteque as explosões verbais comxingamentos ex-
pressammaisumasituaçãodedescontroledoquenecessariamenteo
queestásendoexpressopeloconteúdo.
• Explosõesgeralmentesãoautolimitadas.Tentarinterrompê-lasouen-
curtá-lasgeralmentecausaoefeitooposto.
• Preocupe-seempromoverasegurançadosalunosedosprofissionais
daescolaenãoeminterromperoquadrodeexplosão.
• Lembre-sedequetodosnósperdemosacabeçadevezemquandoe
oquantoissoéembaraçoso.Ajudeseualunoaserecompordepoisda
explosão.Conversecomogrupomostrandocomoissopodeacontecer
comqualquerum,diminuindooestigmaeoimpactonogrupo.
2. Se for uma situação que coloque em risco a integridade física de alguém
• Nãoéumasituaçãoparaoprofessorlidarsozinho.Chameoresponsá-
velpelasegurançadaescola.
E se seu aluno irritado explodir
em agressões verbais ou físicas?
O que fazer?
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Algunsalunosinsistememnãofazeroqueésolicitadooumantêmumcom-
portamentodequestionamentoàsregras.Muitassituaçõesdiferentespo-
demdesencadearessetipodecomportamento,desdea“nãocompreensão
doqueésolicitadooudasregras”(verhabilidadessociaisaseguir),até“irri-
tabilidade,faltadeengajamentocomomeio,disputadepoder,dificuldade
deaceitarestruturascomhierarquia”.
Maisdifíceisdoquea irritabilidade,essescomportamentostornamaati-
vidade em sala de aula aindamais desafiadora. Abaixo listamos algumas
sugestõesdeatitudesquepodemajudaroprofessor.
1. Ao realizar as atividades
Estarsegurodequalestratégiaseguirparaasituaçãoemquestão.Alunos
opositoresedesafiadorestentarãoaomáximoquestionarcadacondutado
professor,descredenciando-oedesmerecendoodesfechoproposto.
Oposição e desrespeito às regras
• Garantirqueoalunoopositorestejaengajadonaatividade,semper-
mitir brechas para que ele se coloque àmargemdo grupo. Elaborar
atividadesmotivadoraseparticipativas,engajaroalunonogrupo,re-
ferenciá-loaolongodaatividadeeresponsabilizá-locomodesfecho.
• Manterasatividadesdodiaomaisvisívelpossíveldeformaqueimpos-
sibiliteaoalunoopositorsecolocarcomonãoinformadodasetapase
regrasaserseguidas.
• Deixarclaro,desdeoinício,odesfechoesperadoeocomportamento
desejadoemcadaatividade.
• Dividirasalaemgruposmenoreseheterogêneos.
2. Disciplina
• Imporoseguimentodasregrasdeformapersistenteeconsistente,não
permitirbrechasounegociações.Deixarclaroasconsequênciaspara
aquelesqueoptarempornãoseguirasetapasproposta.
• Certificar-sedequetodosestãocientesdoscompromissoseexpecta-
tivasantesdeiniciarcadaatividade.
• Evitarqueoalunodesafiadortenhatempolivreoulongaspausasentre
cadaatividade.Responsabilize-oporpequenasmetasquevocêtenha
certezadequeelepodecumprirequeserãoobservadasdeformapo-
sitivaparaogrupo.
3. Questionamentos
• Evitarassuntospolêmicosqueabrammargemparadiscussõesemúlti-
plasinterpretações,principalmentenoqueconcerneàsregras.Deixar
essetipodetópicosparamomentosmaistranquilos.
• Manterofocodasdiscussõesemtópicospositivos.
4. Evitar disputas de poder
• Evitardisputas,principalmentequandonãosãonecessárias.Nãodêar-
gumentosquepossaminflamarumadiscussão.Deixeclarooseuponto
devista,aregraemudedetópico.
• Sesentirqueé importanteressaltarumcomportamentonegativode
umaluno,evitefazê-lonasaladeaula.Conversedeformadiscretae
emparticular.Nuncalevanteavoz,falecalmamente,repitaamesma
informaçãodeformapausadaecalma,quantasvezesforemnecessá-
rias.Nãoargumente.
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Aatenção,assimcomoocontroledeimpulsos,sãoatividadesqueamadure-
cemduranteodesenvolvimento.Porisso,espera-sequeumacriançadeaté3
anosconsigamanter-sefocadaemumaatividadeúnicaporumperíodomíni-
modedezminutose,paracriançasentre7e12anos,espera-seumperíodo
mínimodetrintaminutos.
Existemváriassituaçõesrelacionadascomaimpossibilidadedeumacriançaoudeumadolescenteterdificuldadeemmanterofocodeatençãodoinícioatéafinalizaçãodeumaatividade.Vamoslistaraquiasmaiscomunseasmaisimportantes.
• Problemas físicos comodor, cansaço, fome,dificuldadeparaenxergar,dificuldadeparaescutar.
• Padrãodesonopobreouirregularcomsonolênciadiurna.
• Problemas emocionais como situação familiar complicada, abandono,negligência,tristeza,ansiedade,medo.
• Dificuldadedecompreensãodocontextosocialcomonosquadrosautistas(verseçãodehabilidadessociais).
• PatologiaspsiquiátricasespecíficascomooTranstornodeDéficitdeAtenção.
• Patologiasneurológiascomoepilepsia.
Entretodasessaspossibilidadescitadas,algumascausarãoumadificuldadedefocodeatençãomantido,outrasserãotransitórias.Nãocabeaoprofessoriden-tificaromotivoquecausaadesatenção,maselepodesensibilizarospaisparaa
necessidadedeumaavaliação.
Criançasdesatentastêmmuitadificuldadeparaorganizarsuasatividades,es-
cutarumaorientação,planejarações,preveregerenciaretapasparaconcluir
umaatividade.Elassedistraemfacilmentecomestímulosdoambiente(baru-
lho,umalembrança,objetosaoseuredor),esquecemobjetos(mesmomuito
importantesparaelas,masaindamaisoquetemmenorimportância).Tendem
aprocrastinarasatividadesatéoúltimomomento.Comosubestimamotempo
necessárioparacompletarasatividades,muitasvezesnãoconseguemcomple-
taroquesepropuseramefalhamcomseusparesnasdemandasemgrupos.
Falta de atenção
O que causa uma dificuldade de
focar a atenção?
Como se comporta um aluno que
está desatento?
Seumaatividadefordegrandeinteresseparaapessoaouofereçaestímulos
muitosedutores(videogame,umtópicoespecial,algoquedesempenhamui-
tobem),aalteraçãodaatençãosemostradeumaformasutil.Apessoase
focaexcessivamentenaquiloqueestárealizandoeliteralmenteseesquece
domundoasuavolta.Aexpressão“omundopodecairnasuacabeça”nesses
casoséreal.Aatençãoperdeacapacidadedesemodularentreaatenção
volitiva(aquelaqueeufoco)eaespontânea(aquelaqueobservaomundoa
minhavoltaemecolocaemcontatocomoexterno)comumprejuízoimpor-
tantedasegunda.Ouseja,terumacriançaquepassahorasnovideogamenão
significaqueelatenhacapacidadedeatençãosemalterações.
Omédicoéquemfazaavaliaçãodanecessidadeounãodousodemedicação.
Independentementedisso,muitasintervençõespodemserfeitasnasalade
aulaparaajudaroalunoqueédesatento(nocasodoTDAoudealgumas
patologiasneurológicas, por exemplo)ouqueestádesatento (nocasode
situaçõestransitórias)afocarsuaatenção.
Está certo dizer que se uma criança con-segue se focar e prestar atenção por períodos longos em outras atividades que não os estudos (como videogame) ela não é desatenta?
O que fazer para ajudar uma criança desatenta a melhorar sua atenção na sala de aula? Só o remédio que funciona?
Algumas dicas práticas
1. Localização espacial na sala de aula
• Coloqueoalunoomaispróximopossíveldalousaseeleprecisarealizar
atividadesdecópiadoconteúdo.
• Sente-oemlocalpróximodeformaqueelepossaserconstantemente
supervisionado.
• Deixe-olongedepotenciaisfontesdedistraçãocomojanelas,portas,
outroscolegasagitados.Procurealocá-loondeo focosejaocontato
comoprofessor.
• Tente colocá-lo próximode umcolega quepossa funcionar comoum
bommodelo,assimcomoumaajudaexternaaocontrole(verinterven-
çõesparaocontroledeimpulsosnaseçãoanterior).
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• Modifiqueadisposiçãodascarteirasdeacordocomotipodeatividade
(pequenosgruposparaatividadescooperativas,círculocomasalatoda,
emfileirasparatópicosmaisexpositivos).
2. Orientação individual de um aluno evitando exposição
• Selecione para quais atividades o aluno precisará de mais apoio; por
exemplo,quantomaismonótonaelonga,maisdifícilseráamanutenção
daatenção.
• Nessasatividades,comoumaleitura,passepeloalunoetoquediscreta-
mentenapáginaqueestásendolida.
• Solicitequeoalunoindiqueparaquaisatividadeseleprecisademais
supervisãoecomopoderiaserfornecida.Façaessesquestionamen-
tosemparticular.Seelenãoconseguirseorganizarparasugerir,dê
sugestõescomexemplosepermitaqueelecoloquecomosesentiria
emcadasituação.
• Combinepreviamenteumsinalcomoseualunopararesgatarasuaaten-
çãoaotemadaaulasemexpô-lo.
3. Medidas que podem aumentar a atenção para o conteúdo
• Permitaaoalunoalgumgraudecontrolesobreaatividadesolicitada.
Isso,deformageral,diminuiansiedadeeprocrastinaçãoeaumenta
odesempenho.Porexemplo,pergunteporqualpartedaatividade
elegostariadecomeçar;segostariadesairparacaminharumpouco
acadaquinzeminutos,edigaquevocêajudariaacontrolarotempo;
sepreferefazeremgrupoouindividualmente(quandopossível).
• Fragmenteasatividadesemváriostópicosdeatéquinzeminutosde
duraçãocontínua.Useosespaçosentreasatividadesparaajudara
alunoaextravasarsuaenergiafísica,nocasodosagitados,oupara
podercompartilharofluxodospensamentosdossonhadores.Con-
trole o tempo de descanso (lembre-se de que eles percebemmal
o passar do tempoe têmdificuldadepara se organizar).Antes de
retornaràlição,ajudeadirecionarofocoparaaspartesmaisimpor-
tantesdotópicoaser iniciadoe fazeras ligaçõesentreostópicos
anteriores.Umaatenção fragmentadapodedeterminarconteúdos
fragmentadosnamente.
• Ajudeadirecionaraatençãoacentuandoaimportânciadepontos-
-chavedo conteúdo. Por exemplo, interrompao fluxododiscurso
ediga“agora issoémuito importante”,deixeumapausadeumou
doissegundosantesderetomar.
• Exploreosoutrossentidos.Useoutrosestímulossensoriaisalémdo
estímulosonoro.Imagens,objetos,curiosidades,qualquercoisaque
estimuleossentidosefaçaoassuntoaumentardeinteresse.
Você se lembra de como falamos, nos módulos 1 e 2, da importância para o aprendizado dos estímulos que envolvem mais de uma via de sensação?
24 25
• Mantenhaumresumoemtópicoseilustraçõessinalizandopontos-cha-
ve,eumalinhacronológicadodesenvolvimentodeumtema.Chamea
atençãoparaesseresumoacadanovaetapa,ajudandooalunoaorgani-
zaremsuamenteoconteúdodemaneiracoesa.
• Estimuleocontatovisualdoalunocomvocê.Percebaquandoele se
distraiupeloolharefaçaqualquermovimentoouatitudequechamea
atenção.Nãoorepreenda,valorizearetomadadefococomumsorri-
so,façaumapequenaretomadadoconteúdo(porexemplo,lembreo
tópico:“falandosobreDomPedroII,o imperadordoBrasil,podemos
continuardizendoque...”).
• Permitaqueoalunousefonedeouvidocomamúsicaqueeleacredita
queoajudaaseconcentrar,principalmenteematividadesqueelepre-
cisafazersozinho.Essamedidadiminuiopotencialdesedistraircom
osbarulhosdoambiente.
• Deixeoalunousarobjetosqueoajudemadiminuirestímulosexternosvi-
suais:bonéquandoprecisaolharapenasparaoseucaderno,porexemplo.
• Enriqueçaomaterialdeestudocomoutrasinformaçõesalémdoconteúdo.
Porexemplo,dividaasetapasdeumaliçãoemcores,criandometasaser
cumpridas.
• Lembre-sedequeo ruídoexternoatrapalhamuitoaconcentraçãode
todos,masinviabilizaadequemédesatento.Monitoreconstantemente
obarulhonasaladeaula.
• Promovaumambientedesaladeaulaestimulantedopontodevistaaca-
dêmico.Seoalunosedistrairepassaravagaroolharpelasala,permita
quepossasefocaremimagens,objetos,trechosdetextosqueoajudema
compreenderoconteúdodoqueestásendoensinado.
• Atividadeemgrupopodesermaisprazerosaqueaatividadesolitária.O
engajamentoafetivoajudanofocodaatençãoenatendênciaemperma-
necernamesmaatividadeporumperíodomaior.
4. Compreender um tópico inteiro
• Semprequeretomarumtópico(deumaaulaparaaoutra,apósumain-
terrupçãoporcomportamentosinadequadosououtrassituações),faça
umpequenoresumodotemaeemquepontoestava.Lembre-sedeque,
muitasvezes,oalunodesatentonãoconsegueterumavisãocoesasobre
umassuntoporterapreendidotrechosfragmentados.Afaltadecom-
preensãodoassuntoinibeaindamaisaatençãoepromovecomporta-
mentosopositoresemrelaçãoaoassunto.
• Forneçaorientaçõesempartesfragmentadastantooraiscomoescritas.
Useoutros incentivossensoriais(cores,desenhos,organizaçãoespacial)
parasalientarcadatópico.
• Antesdepassarparaumapróximaetapa,averigueoquefoicompreendi-
doeabsorvidodaanterior.
• Mostreaosalunosdesdeoinícioqualasuaexpectativafinaldeaquisição
oudedesempenho.
5. Rotina
• Deixarasetapasdarotinadiáriaemlocaldefácilvisualizaçãoparatodosos
alunos.Lembrarqueoalunopodetersedistraídoemetapasimportantes
deinstruçãoe,porisso,ficouperdidoemrelaçãoàspróximasetapaseem
comoseorganizarparaelas.
• Encorajeousodechecagemdeitensantesdotrocarparaumanovaativi-
dade,daanálisedoquefoiconcluídoedoqueéprecisoparaapróxima.Isso
ajudaoalunoareconhecereseorganizaremrelaçãoàsetapasemetas.
• Usesinalizadoressensoriaisnatroca.Palavrasdeordem(sonoro)descre-
vendoasetapas,setas,desenhos(visuais),objetosaserentregues(tátil).
• Dêaoalunodesatentoumafunçãoespecialqueoincentiveemotive.Porexem-
plo,queelesejaoresponsávelporcarregaralgumobjetocomoprofessor.
• Promovasupervisãodeumadultopróximoaoalunodeformaque,caso
elesepercaentreasetapas,possaserorientado.
Processo de socialização se apresenta ao longo de todo desenvolvimento infantil, envolve a apreensão por parte da criança de quem ela é (noção de eu, ideia de sua identidade), de onde faz parte, quem é sua família, sua comunidade, sua escola, enfim em que “mundo” está inserida. Empatia e espectro autista
Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de entender o que o outro sente ou como reage. Ela determina as possibilidades de relações sociais. No autismo, a capacidade de ter empatia está alterada. Mesmo em graus leves, com a possibilidade de criar bons vínculos com algumas pessoas de seu convívio, as crianças do espectro autista demonstraram muita dificuldade para expressar e reconhecer o afeto que estará presente na relação e as emoções que surgem a partir de cada experiência que vive. Costuma ser bem difícil e estranho identificar o que e como se sentem; e muito mais a possibilidade de identificar o que o outro sente.
Você sabe o que é autismo? É uma alteração de desenvolvimento que se caracteriza por déficits simultâneos nas habilidades “social, de comunicação e de simbolização”. As diversas características que podem estar presentes ou não em cada caso apresentam variação em grau de intensidade. É por isso que surgiu o termo “espectro autista”.
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Algumascriançasapresentamquadrosqueimpactamnoaprendizadodasha-
bilidadessociais(aquiloqueaprendemosintuitivamenteaolongododesen-
volvimentoequenospermiteagirsocialmentedeacordocomocontexto).
Habilidadessociaisnãoéalgoqueaprendemosnaescola,masemtodos
oslugares.Nãoéalgoensinado,espera-seque,aolongodasexperiências,
todosnóspercebamosqualreaçãofísicaindicaqueooutroestáchateado
(cenhofranzido)outriste(chorando)ecomoseriaoesperadoqueserea-
gisseàssensaçõesdooutro.Aempatia(capacidadedeperceberooutro)
é uma ferramenta essencial para essa atividade e, quando funcionando
bem,promoveapercepçãonaturalmenteaolongododesenvolvimento.
A empatia tambémé acompanhada pela linguagem.Você se lembra de
quandofalamossobreessahabilidadenoMódulo3?Naquelaocasião,des-
tacamosa relaçãoda linguagemcomosprocessosdeaprendizagemde
leituraeescrita.Pensamosemmaneirasdeauxiliarmelhoroalunoaouvir,
entenderefalar.AgoranoMódulo7,vamosentendercomoalinguagem
tambéméessencialparaodesenvolvimentosocial.
Você já pensou no que acontece com as crianças que têmdificuldade
deperceberessasdicas sociaisque são tão importantesparaa comu-
nicação?Oqueacontecequandoaentonaçãodevoznãoépercebida,
apenasapalavranuaecruanoseusignificadoconcreto?Essascrianças
apresentarãodificuldadesnodesenvolvimentodassuashabilidadesso-
ciais, terão muita dificuldade de compreender o ambiente e, logo, de
comportar-secomooesperado.
Dificuldades nas habilidades sociais
Esseéumtópicocomplexo,comváriaspossibilidadesdeapresentações.
Apesardesabermosquenãovamosconseguiresmiuçar todasaspossi-
bilidadesdecomportamentoemsaladeaula,vamoslistaremtópicosas
principaissituaçõesecomooprofessorpodereagiraelas.
Apesar da maior parte das alterações que promovem dificuldades no processo de compreensão não ter cura, o quanto antes se identifica e se estimula essa função, melhor a capacidade do aluno. O nosso cérebro é bastante plástico e pode treinar outras áreas para assumir o papel da região deficitária, desde que ajudado.
28 29
O que seus alunos compreendem a
partir daquilo que lhes é explicado?
O que pode causar esse tipo
de situação?
Como o professor pode perceber esse
tipo de situação?
Aexpectativanormaléqueacriançaapreendaoconteúdodaquiloquelhe
éexplicadodesdequeseja realizadode formacompreensívelecomvoca-
bulárioadequado.Porémexistemalgunsquadrosdeterminantesemquea
criança terádificuldadede compreender a linguagemoralmesmoquando
expressadodaformamaiscuidadosapossível.Essesquadrossãomenosco-
munsqueassituaçõesdequefalamosanteriormente,masestãopresentes
napopulaçãoinfantileéimportantequeoprofessorsaibaqueexistam.
Váriaspossibilidadesestãorelacionadasaessetipodedificuldade.
• Problemasfísicoscomoalteraçãonaaudição.Aquivaleapenaressaltar
quenãoexisteapenasasurdezentreosproblemasdeaudição.Existem
ascriançasqueescutambem,mastêmdificuldadededecodificarossons
emsignificados.
• Problemasneurológicosqueafetamasáreasdalinguagemcomoepilepsia.
• Problemaspsiquiátricoscomoautismo.
Certifique-sedequeseualunocompreendeuoquelhefoiexplicado.Uma
dicasimplesépedirqueelefalecomexemplos(algunspodemapenasre-
petiraspalavrassemcompreensãodosignificado)oqueeleentendeudo
quefoiexplicado.
Dificuldades no processo de compreensão? O que fazer?
Conversecomafamília.Muitasvezes,ospais,pornãoteremconvíviocom
outrascriançasnamesmaidadedofilho,nãopercebemqueeletemumpa-
drão de compreensão diferente do esperado para sua idade. Exemplifique
paraospaisasdificuldadesquevocêvemobservandonoambienteescolar.
Sensibilize-osaprocuraratendimentoespecializadoparaumaavaliação.
Algumas dicas práticas
• Antesdeconsideraroalunocomoalguémquenãocooperanasativida-
desdiárias,certifique-sedequeeleascompreendeu.
• Utilize símbolos visuais comoapoiopara as explicações. Por exemplo,
façaumresumoemimagensconectadasàspalavrasdarotinadodiae
deixevisívelparatodaasala.Useoapoionasexplicaçõesounasinstru-
ções. Lembre-se: elesnãoconseguemgravaros significadosdaspala-
vras,entãooapoiocomasimagensprecisaserusadorepetidamente.
• Eviteusarfigurasdelinguagemoumetáforas.Sepalavrascomsignifica-
doconcretojásãodifíceis,imagineascomsignificadonãoliteral.Aten-
dênciadoseualunoéfazerumacompreensãoconcretadosignificadodo
quefoiditoeapartirdaíseconfundiraindamaisou,simplesmente,es-
cutar,masnãoassociarnenhumsignificadoaosom(somcomobarulho
enãocomopalavras).Porexemplo,“acordarcomasgalinhas”quepode
serusadoparaexemplificarqueosalunosprecisamacordarbemcedo
(cedocomoasgalinhasacordamgeralmente),podesercompreendido
comoumaorientaçãoqueoalunovádormirnogalinheiro.
• Encurteasexplicações.Façaemtópicosbemdelimitados.Useimagens.
• Incrementetodoomaterialescolardoalunocomimagens.
• Montecomoalunosuaagendadeformavisível,emetapasecomapoio
deimagensparaqueelepossacompreenderarotinaeoqueéesperado.
Dificuldade de compreensão
Uma criança autista costuma se expressar de modo extremamente objetivo, o que faz que tenha dificuldade em prever as reações dos outros ou identificar maneiras de comportamento social. Para a pessoa que convive com um autista fica a sensação de que ele é desajeitado e pouco sensível. Contudo, um autista pode ser muito capaz de apreender o significado de atitudes e condutas sociais e pode inclusive explorar possibilidades de interação com auxílio de uma pessoa que seja sua referência.
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Assimcomoalgumas crianças têmdificuldadede compreensão, também
existeadificuldadedeexpressãopela linguagemdeseuestado internoe
suasvontadesoupreferências,mesmoparaascriançasqueadquiriramlin-
guagem.Muitasvezes,acriançanãotempercepçãodequeéelaquenão
se expressa adequadamente e irrita-se com frequência com o ambiente,
poissesenteincompreendida.Éusualqueadificuldadedeexpressãoesteja
associadacomadificuldadedecompreensão,oqueatrapalhamuitoocon-
tatoeatrocacomoambiente.
Váriaspossibilidadesestãorelacionadasaessetipodecomplicação:
• problemasfísicoscomoalteraçãonaaudiçãoenaexpressãodafala;
• problemasneurológicosqueafetamasáreasdalinguagemcomoepilepsia
(LandauKleffneréumexemplotípico);
• problemaspsiquiátricoscomoalgunsquadrosansiosos(mutismoseletivo,
porexemplo)eautismo.
Dificuldade de expressão
Dificuldades no processo
de expressão? O que fazer?
• Pergunteàfamíliaoformatodecomunicaçãoqueseestabeleceu.Mes-
motendoemmentequeametaéestimularacomunicaçãopela lin-
guagem,paraentenderacriança,énecessáriocompreenderoformato
queelausaparaseexpressar.
• Lembre-sedequeaexpressãopodeserpormeiodocomportamento.
Umalunoirrequieto,agitado,nervoso,ansiosopodemanifestardessa
formaquealgumproblemaestáacontecendo,masqueelenãoconse-
guenemsolucionarsozinhonempedirajudadiretamente.
• Casovocêpercebaqueoalunoestácomalgumadificuldadeparaex-
pressaralgo,procureauxiliá-lo.Porexemplo,diga(oudemonstrede
formaqueeleentenda)quepodeiraobanheiro.Lembreque,seoalu-
notambémtiverdificuldadedecompreensão,elepodenãoterenten-
didoquesímboloserefereaobanheiro.
• Tenha emmenteque é difícil a generalizaçãodas habilidades adqui-
ridas, ou seja, se seu aluno aprendeu a se comunicar para expressar
queestácomsede,nãosignificaqueelesaberáseexpressaremoutras
situaçõescomodesejodeiraobanheiro.
• Ajudeogrupoacompreenderqueafaltadeexpressãoemlinguagem
oucomportamentos(umalunoretraído)podenãosignificardesinte-
resse,masumadificuldadedeseexpressar.
Algumas dicas práticas
32 33
Professor,vocêjápensouemquantascoisassãoditasdeoutrasformasque
nãopelaspalavras,porexemplo,pelaexpressãocorporal?Seumacriança
estátriste,seestáabertaparabrincadeiras,seestápreocupada,asmudan-
çasderitmoeentonaçãodavozsãoumaformadesecomunicar.Imagine
comoseriasuacapacidadedecompreensãodomundosevocêfossemíope
paratodasessasnuancesdaexpressãocorporalquesinalizamacomunica-
ção.Omundopoderiaserumcaos,complexoeintangível.
Comojávimos,rotinaeumambienteprevisívelsãoaspalavras-chave.Aju-
damseualunoacriarregrasquepromovamumacompreensão,aindaque
rudimentar,doambiente.
Como ajudar seu aluno a entender melhor o ambiente em que está inserido?
1. Organize o espaço físico
• Crieáreasespecíficasparacadaatividade(brincar,trabalhosemgrupo
ouindividuais,lanche,atividadesdeautocuidadosetc.).
• Crieumaáreadedescansooudeesperaparaqueoalunopossaserecu-
perardesituaçõesestressanteseretomarocontrole.
• Demarqueumlocalparaguardarseuspertencesindividuais.
• Delimiteaáreadamesadaprofessora.
• Crieidentificaçãovisualdosmateriaisutilizados(doprofessor,dasativi-
dadesemgrupo,dasatividadesindividuaisetc.).
• Ajudeoalunoaidentificarvisualmenteaordemdasatividadesdeforma
queelepossaseorientarnasaladeaula.
• Crieformasdecomunicaçãoexplícitaparaindicarqueoalunoterminou
otrabalho(áreaparaostrabalhosfinalizados).
• Sinalizebemoslimitesdecadaáreadetrabalhodeformaaevitarconfu-
sãoporpartedacriança.
Dificuldade de compreensão da comunicação não verbal
No autismo, a fala e a compreensão se manifestam de maneira bem específica. Os quadros menos graves, em que a criança tem recursos para se expressar, a comunicação ocorre através de estereotipias e repetições: imitam falas caricaturadas, frases prontas e chavões que muitas vezes podem aparecer sem sentido no contexto em que foram utilizadas. Pela própria dificuldade social, há um empenho na tentativa de se adequarem ao modo de conversar e a fala fica parecendo pedante ou muito formal. A compreensão costuma ser “ao pé da letra” e concreta, a expressão do que foi compreendido de uma situação é empobrecida e carente de simbolismos. A capacidade abstrativa e o estabelecimento de analogia costuma ser restrito, se o nível intelectual estiver na média. Se considerarmos a linguagem não verbal, temos a postura física e o modo de andar também estereotipados, desarmonizados e com pouca naturalidade, pela representação de gestos que são aprendidos.
34 35
2. Figuras de referência
Éfundamentalquehajamaisdeumapessoadereferênciaparaumalunopro-
curarquandoprecisadeumapoio.Oprofessordeclasse(oututor,sehouver
maisdeumprofessor)seráaprimeirapessoaqueoalunoirásolicitarquando
precisa,masemsuaausênciadevehaveroutroprofessorouprofissionalda
equipeescolarquepossaajudaroalunoaseorganizardiantedeumasituação
deestresse.Ajudeoalunoacriarumaestratégiadosmomentosquedeve
procurarajudaecomoproceder(quandoecomo).Lembre-sesempredeque
essascrianças,quejátemdificuldadedecompreenderoambientedeforma
geral,tornam-seincapacitadaseperdemaspoucasestratégiasquepossuem
quandoemsituaçãodeestresse.
3. Observe o excesso de estímulos no ambiente
• Evitemuitasinformações.Algumascriançassãomaissensíveisaalguns
estímulos específicos (isso é comumno autismo, por exemplo).Ou-
tras,mesmonãosendohipersensíveis,podemterdificuldadededeco-
dificaçãodasexcitaçõessensoriaisdoambiente(tambémpresenteno
autismo).Emambasassituações,excessodeestímulopodecausarum
impactonegativoepiorarainteraçãodacriança.
• Senãoforpossívelevitar,lembre-sedefuncionarcomofiguradeapoioe
criarestratégiaspreventivasparaessascriançasnosmomentosemque
algumexcessodeestímulos sensoriaiséesperado.Porexemplo, seas
criançastendemasermuitobarulhentasnofimdoperíodoescolarea
saídadetodosémuitoruidosa,combinecomoseualunoqueelesairá
comvocêcincominutosdepoisdetodos.
Professor, você sabe o é que apego? O termo apego, muito utilizado no senso comum, aparece nas referências teóricas como um modo de vínculo afetivo, caracterizado pela sensação de segurança da criança (ou adulto). Está diretamente associado a um relacionamento interpessoal. O apego para criança se apresenta como uma sensação de confiança e conforto, oferecendo a ela segurança para explorar o mundo e estabelecer novas possibilidades de vínculo.
O que é bullying? É um termo anglo-saxão criado na década de 1970 por um pesquisador norueguês, Dan Olweus. Define todas as atitudes agressivas, intencionais e repetitivas adotadas por uma pessoa ou um grupo contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento. Tal forma de violência ocorre em uma relação desigual de poder, caracterizando uma real situação de desvantagem para a vítima.
Existe bullying na sua escola?Provavelmente sim. Segundo a Organização Mundial da Saúde, catorze porcento dos adolescentes de 13 anos referiram já ter sofrido bullying nos últimos dois meses em uma pesquisa em quarenta países pelo mundo (Currie, 2012).No Brasil, segundo o IBGE, cerca de 30% dos alunos do 9º ano referiam ter sofrido bullying nos trinta dias antes da pesquisa. O resultado foi o mesmo para as escolas públicas e privadas (Malta, 2012).
36 37
Ultimamente,apreocupaçãocomaqualidadeecomaformadeinteração
entreascriançastemsidocadavezmaisalvodediscussão.Nasúltimasdé-
cadas,otermobullyingapareceunasdiscussõesdetodososenvolvidosno
processoeducacional(pais,professores,alunos).Aintroduçãodessecon-
ceitoprovocouumamudançanoscuidadosenaobservaçãoda interação
entreosalunos;deproblemadecriançaparaalgoqueéperigoso,podecau-
sarumimpactoduradouronegativonavidaedeveserevitadoecombatido
aqualquercustopelosadultosenvolvidos.
Professor,vocêsabequandodiferenciarumasituaçãodebullyingdedispu-
tasnormaisdaidadeentreosalunos?Sevocêtemdúvidas,sinta-secomoa
maioriadaspessoasrelacionadasaotema.
Comotodoconceitonovo,muitasquestõesestãoemaberto.Excetoem
situações muito claras, nem sempre é fácil discernir se existe ou não
umarealsituaçãodedesvantagemparaavítima.Acriançapodesentir-
-seemdesvantagemhojeeamanhãseraquelaqueageagressivamente
contraaoutraestandonopapeldaquelaemvantagem.Aliás,aideiade
umalunofrágilsempreemsituaçãodedesvantagemaconteceemuma
minoriadoscasosdehumilhaçãoe intimidação.Namaiorparte,esses
papéissãoflexíveis,amesmacriançaétantovítimaquantoagressora,
dependendodasituação.
Mastalvez,a ideiacentralnãosejadefinirseaconteceounãobullying. In-
dependente de definição, uma grande vantagem da discussão que se ini-
ciouapósacriaçãodotermoéoolharparaaqualidadedasinteraçõesentre
ascrianças,oquantopodeserprejudicial tantoparaavítimaquantopara
oagressor,equeosadultosemtodososambientes(escolarefamiliar,por
exemplo)exercemumpapelfundamentalparaajudarascriançasaaprender
aserelacionar.
Porexemplo,desdeadécadade1990,osestudosquetêmobservadooimpacto
dasrelaçõesdehumilhaçãoeintimidaçãoentreosalunosmostraramque:
• Ascriançasenvolvidascomapráticadebullying(observadores,agres-
sores,vítimasevítimas/agressores)sentem-semaisinsegurasnaesco-
laemaisentristecidas(Glew,2008)
• Agressoresevítimasapresentarammaioresníveisdeinterpretaçãohostil
doambiente,raivaefacilidadeareagiragressivamente(Camodea,2005)
• Aocorrênciadebullyingestáassociadaaaumentodequadrosdepres-
sivos,ansiosos,dificuldadeparacontroledaurinaduranteosono(enu-
rese), dores abdominais, dores de cabeça e alterações no padrão de
sono(Fekkes,2006;Williams,1996;Wolke,2001).
Ouseja,obullyingtemrealmenteumimpactonavidadetodosemerece
umolharcuidadosoporpartedosadultos.
Situações de intimidação e humilhação
38 39
Provavelmentesim,namaioriadoscasosemqueháalgumaagressãofísica,
oqueémaiscomumentremeninos.Porém,quandoobullyingacontececom
comportamentosmaissutiscomoagressõesverbaisouexclusãosocial,pro-
vavelmentevocêpercebamenos.Essetipodeagressãomaisveladaemenos
físicaémaiscomumemmeninaseéconsideradatãoimportantequantoà
físicanoimpactonegativo.
Você percebe uma situação
de intimidação e humilhação em sua sala de aula ou em
sua escola?
1. Em relação às crianças envolvidas
• Conversecomogruposobrecomocadaumreagequandoestádiante
deumasituaçãodehumilhaçãoouintimidação.Semdefinirnomesou
situações,procuresensibilizarosalunosdeque,mesmoquenãoagindo
diretamentenasituação,cadaumpodeterresponsabilidadeporincen-
tivar(rindo,olhandosem intervir,dandomaispoderaoagressor)ou
porsimplesmentenãoajudarocolegaemumasituaçãoderisco.
• Envolvaasfamílias,tantoavítimaprecisarádeajudaquantooagressor.
Ambosprecisarãoaprenderasecolocarempapéissociaismaissaudáveis.
• Sensibilize as famílias para a necessidade de avaliação individual por
meiodeencaminhamentoparaprofissionaldaáreadesaúdemental.
2. Em relação à escola como um grupo coeso
• Promovadiscussãocomtodososfuncionáriosdaescolacomasseguin-
tesmetas:
• Sensibilizar quanto a importância e necessidade de controle por
parte dos funcionários. Lembrar que os alunos sabem que serão re-
preendidos se observados, então, quase nunca acontece na frente do
professor, mas com frequência na frente de outros funcionários.
• Aumentar a supervisão dos alunos nos ambientes externos à sala de
aula (os mais frequentes para a ocorrência de agressões).
• Esclarecer os tipos de agressão que devem ser considerados como pre-
ocupantes. Salientar que não são apenas as físicas (brigas, empurrões
etc.), mas também as verbais e de exclusão social ou de submissão.
• Trocar informações entre todos os funcionários. Muitas estratégias
são realizadas de forma individual, propiciar o ambiente para o com-
partilhamento de ideias.
• Organizeencontroscomasfamíliasparasensibilizarsobreoassuntoea
possibilidadequeemcasasejareforçadoamesmamensagemdaescola.
• Converseemsaladeaulasobretemascomocooperação,responsabi-
lidadefrenteasituaçõesdedesproporçãodepoder,incentivoderea-
çõesviolentas.
• Definaclaramenteemaulaasregrassobreaexpectativadecompor-
tamentodoalunoporpartedoprofessor.Nãoadmitiremsua frente
brincadeirasoupiadasquepodemsubjugarooutro.
Algumas dicas práticas
40 41
• Imponha consequência imediata para situações de agressão quando
observadasporumfuncionáriodaescola.Exemplosdereações:
• exigir um pedido de desculpa pelo comportamento inadequado;
• chamar o professor responsável pelo aluno e os pais para relatar o com-
portamento agressivo;
• repor e responsabilizar-se financeiramente por qualquer dano causado;
• outras que a escola considerar apropriada para o seu ambiente.
• Organize reuniões semanais comos alunos para avaliar emgrupo as
mudançasderelacionamentosentreeles.Algumasescolasoptampor
criarindicaçõesvisuaisdequeaescoladiminuiuaincidênciadeagres-
sões(comoquadrosimitandoaquelesdeconstruçãocivildetantosdias
semacidentes).
• Organizereuniõescomalgumafrequênciaparaenvolvimentodasfamí-
liasnapolíticadediminuircomportamentosagressivosnaescola.
Abusosexualaconteceeprovavelmentejáaconteceunasuaescola.Apesar
deserumarealidadeincômodaparatodos,precisaservista.
Abuso sexual é todoatoou jogo sexual, relaçãoheterossexualouhomos-
sexualcujoagressorestáemestágiodedesenvolvimentopsicossexualmais
adiantadoqueacriançaouadolescente.Temporintençãoestimulá-lasexu-
almenteouutilizá-laparaobtersatisfaçãosexual.
Sãopráticaseróticasousexuaisimpostasàcriançaeaoadolescentepelavio-
lênciafísica,ameaçasouinduçãodesuavontade.Nãoprecisaterocontato
sexual direto, pois voyeurismo, exibicionismo, produção de fotos também
sãopráticasabusivas.
Amaiorpartedaviolênciasexual,contracriançaseadolescentes,épratica-
daporpessoasdoconvíviofamiliar,fazendodaescolaumlugaridealpara
detecçãoeintervençãonessescasos.Porém,osdadosindicamquemenos
de1%dasdenúnciasdeabusofoioriginadaporsuspeitasdaescola.
Abuso sexual e escola
Qual a definição de abuso sexual?
Quem pratica o abuso?
Como você viu, nenhuma dessas alterações de com-portamento é específica (exceto as muito relacionadas a comportamentos sexualizados) para a suspeita de um abuso sexual. Mas elas indicam uma criança em sofrimento ou em risco. Ao perceber uma criança com alterações comportamentais, nós, adultos, precisamos ter em mente que provavelmente algum problema potencialmente grave pode estar ocorrendo. Identificar as crianças em risco e criar uma observação sistemática pode ser a chave para o reconhecimento e a intervenção. A observação cuidadosa também é a palavra-chave para não valorizar excessivamente fatos isolados.
Se você suspeitar de uma situação de abuso sexual, você sabe quais são as suas responsabilidades legais?Primeiro, ter claro que não é seu papel investigar se esse abuso acontece de fato, isso deve ser realizado pelas autoridades legais.Segundo, a lei prevê que, no caso de suspeita, o Conselho Tutelar seja notificado obrigatoriamente. Terceiro, a notificação pode ser feita por telefone, pelo preenchimento de ficha padronizada, por visita ao órgão competente ou por solicitação de visita do órgão à escola. Pode ser anônima.
Para saber mais sobre o assunto:www.mpdft.mp.br/portal/pdf/unidades/promotorias/pdij/Publicacoes/Guia_Escolar.pdf
42 43
1. População de maior risco
• Ascriançaspequenassãoasprincipaisvítimas,cercade80%doscasos
ocorreramantesdos12anos.
• Ocorrecommaiorfrequênciaentreasmeninas,masexistesubnotifica-
çãodoscasoscommeninos.
2. Crianças vítimas de abuso sexual podem expressar seu sofrimento por meio de modificação no comportamento. Fique atento se começar a notar
• Sinaisfísicosdesofrimentoemocionalcomodoresdecabeça,doresde
barriga,vômitosououtrasqueixasinespecíficasdeformafrequente.
• Sinaisfísicoscomoalteraçõesnasregiõesgenitais(dor,coceira,dificul-
dadeparaurinarouevacuar),sanguenaurinaounasfezes,dificuldade
decontroledeurinaoufezes,gravidezprecoce.
• Mudança importante do padrão de comportamento, regressão a
comportamentosmais infantilizados,medo de ficar sozinha, ansie-
dade generalizada, vergonha de expor o corpo, tendência a querer
sempreagradar.
• Interesseporquestões sexuais nãopertinentes à idade (precoce)ou
insistêncianotema.Comportamentosexualizado.Masturbaçãoexces-
siva.Desenhoscommuitascaracterísticasdosórgãossexuais(nãoes-
peradasparaaidade).Brincadeirascomconteúdosexualizado.
• Problemas familiares, fuga de casa, resistência para retornar à casa
apósaaula,práticadedelitos,dificuldadecomfigurasdeautoridade.
• Recusaoudificuldadecomhábitosdehigieneíntima.
• Faltasfrequentes,poucaparticipaçãodasatividadesescolares,nãoen-
gajamentodospais.
• Tendênciaaoisolamentosocial,dificuldadeparacriarvínculosdecon-
fiança,evitacontatofísico.
• Asfamíliasincestuosastendemaserelacionarpoucocomoutraspes-
soas.Emgeral,sãopaisautoritáriosemãessubmissas.
• Éfrequenteoautordaagressãotersofridoabusonainfância.
Como reconhecer uma situação
de abuso sexual? Quais são as pistas?
• Reconhecimentodascriançasqueestãocomcomportamentoderisco
eobservaçãopróxima.Casovocêtenhaindíciosconsistentesquetra-
gamasuspeitadeabuso,notifiqueoConselhoTutelar.
• Orientarascriançasquetipodeatitudeporpartedeumadultodeveria
serconsiderada inadequada.Geralmente,ascriançasnãotêmdiscer-
nimentodoqueestáocorrendoepodemserinduzidasaacreditarque
oabusonãoéumerro(principalmenteporqueécometidoporalguém
dasua família,comquem,geralmente,acriançatemalgumarelação
deconfiança).
• Aoorientarascriançassobreoqueéabuso,deixarclaroefácilumca-
naldecomunicaçãonaescolaparaqueelapossaprocurar.
• Garantaqueoagressorsejadenunciadoeinvestigado,paraqueelenão
voltearepetiraviolência;paraqueoutrascriançasnãosejamvítimas.
• Sensibilizeafamíliaparaanecessidadedeencaminharacriançaquefoi
abusadasexualmenteaoapoioapropriado.
Medidas que podem prevenir ou interromper um caso de abuso sexual
Como agir em caso de suspeita de abuso sexual?
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Ansiedadepodeserentendidacomoumestadoemocionaldesconfortávelin-
dicativode intensasensaçãodeapreensãoquevemacompanhadodemuita
tensão,irritaçãoeangústia,comosealgoruimfosseacontecer.Énormalnos
sentirmos ansiososdiantede situaçõesquenos sãonovasoudiantedeum
problemaquetemospararesolver.Asreaçõesdeansiedadetambémsãobem
comunsnaidadeescolar.Sãomuitasasexpectativasqueenvolvemumestu-
dante:serumbomaluno;cumprircomsuasobrigações;aprender;obterbom
desempenhoescolar;serbemavaliadopeloprofessor.Areaçãodeansiedade
maisconhecidaemsaladeaulaéaquelaqueaparecenahoradaprova.Em
situaçõesdeavaliação,ébemcomumumacriançater“dordebarriga”,“ficar
enjoada”,“suarnasmãos”,terfebre.Poisé,aansiedadecostumaviracompa-
nhadadereaçõesfisiológicas.
Aansiedadepodevariarentreumcomportamentolevequegeradesconforto
pontual,mas,dependendodecadaum,podetomarproporçõesmaiores(veja
quadroanexo).Algumaspessoaspodementraremumestadodeansiedade
tão intensaquesentemmedo!Sim,medoéumareaçãodeansiedade.Você
járeparouquequandosentimosmedoécomosealgoderuimfosseaconte-
cer?Comosefossemoscadavezmenoscapazesdeevitaresseacontecimento
quenosaflige.Afobiaéoutraformaaindamaisintensadeansiedade,maiorque
omedo.Afobiasemanifestadeformaincompatíveloudesproporcionalcomas
possibilidadesdeperigoreal.Aindatemosopânicocomomaisumaformade
comportamentoansiosoegravequeocorrecomoumacrisedeansiedadeinten-
saedeformarepentina.Emcrisesdepânicoacriançasentequeestáperdendo
ocontroledasituaçãoeficasemreferências.
Nasituaçãoescolar,oprofessorpoderásedepararcomdiversassituações
deansiedadeeháumasériedepossibilidadesdeeleauxiliarseualuno,como
iremosveraseguir.
Ansiedade
Identificando um aluno ansioso
• Oalunoparecerátenso.Quandooalunoestáansiosoficaabsorvidopor
suassensaçõesfísicasedesconcentradodaatividadeporestarapreensivo.
• Oalunopoderáparecerdistraído,muitasvezes,porestar tentando
secontrolar.
• Poderánãoprestaratençãoàfaladoprofessoreperderáorientações,
muitasvezes,fundamentais.
• Areaçãodeansiedadegeralmenteécircunstancial,podendoaparecerna
apresentaçãodeumtrabalhooralounaefetuaçãodeumaprova.
• Écomumseudesempenhodecairquandoeleestáansiosoeseurendi-
mentoficaraquémdoesperado.
• Oalunoansiosoestá inseguroemuitopreocupadocomseudesempe-
nho.Há,portanto,umexcessodepreocupaçãocomsuaperfomance.
1. Estreite a relação com seu aluno
• Tenhaocuidadodereconheceroalunoemsuascapacidades.
• Valorize quando ele demonstra dedicação, iniciativa e interesse em
aprender,mesmoquesejamínimo.
• Elogiesemprequesededicar,mesmoquesejaporalgosimples.
• Falecomcalmaeternura.
• Encoraje-oaparticipareexecutartarefasdamaneiraquepuder.
• Procureconversaremparticular(semexpô-loaosdemaisalunos)edizer
quequandosesentiransiosopodecontarcomvocê,professor.Digaque
vocêsabecomoédifícilestaransioso,queissoénormalequetodosse
sentemdessemodoemalgummomentodavida.
• Secoloqueadisposiçãodoalunoparaconversarquandoeleacharqueé
importante.
Algumas dicas práticas
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2. Auxilie na concentração
• Certifique-sedequealunocompreendeuasinstruçõesantesderealizar
atarefaqueodeixaansioso.
• Aproxime-sealgumasvezesesecoloquedisponívelparatirardúvidase
daresclarecimentos.
• Deixeque vá tomar uma água e relaxe umpouco antes de retomar a
tarefaquegeratensão.
• Permitaquefaçapausasparadescansar.
• Organizeprovasetarefasdemaneiraconcisaedesmembradaparafaci-
litaroníveldeatenção.
• Nãoodeixedistantedesuamesa,paraqueelesesintacuidado.
3. Ajude-o a se planejar
• Oalunodevesesentircapaz.Éimportantequeoalunoganheconfiança
dequeécapazdeseorganizarecumprirsuastarefasedequeoprofes-
sorouumauxiliardeclassepodemacompanhá-lo,comalgumafrequên-
ciaaolongodasemana,colaborandonasformasdeseorganizar.
• Sensibilizeoalunoapedirereceberajuda.Ensinequeaorganizaçãonos
ajudaaficarmosmaistranquilos(econsequentementediminuiaansie-
dade),contudo,comoéumatarefadifícil(seorganizar)oadultoestáaí
paraauxiliá-lo.
• Sãocrianças.Crianças(atéporvoltados12anos,àsvezesmaisoume-
nos)precisamdeajudaparaseprogramar.Porisso,éimportantequeo
professorpossadarorientaçõeseprazosparaqueelasestudemosufi-
cienteantesdodiadaprova.
• Plantãodedúvidaseorientações.Oprofessorouseuauxiliarpodemter
umahoradoexpedienteescolardisponívelparaacompanhar,supervisio-
naredardicasparaoalunoencaminhartarefasdecasa.
• Envolvaafamília.Oapoiodospaisemcasaparaajudarnaorganização
enoganhodeconfiançaéfundamental.Muitasvezes,osprópriospais
nãotiveramoportunidadedeestudarepodemficarperdidosemcomo
ajudarosfilhos;entãoofereçadicaseosestimuleaapoiarosfilhoseva-
lorizaroatodeestudar.
Ao longo do desenvolvimento, as crianças sentem a necessidade de ter uma rotina bem estruturada e necessitam se sentir no controle. Nessa fase, é comum apresentarem rituais e manias. Você já deve ter visto crianças que ordenam seus objetos, guardam pertences em caixinhas, apegam-se a coisas mínimas como papeizinhos ou embalagens. No decorrer da vida, também algumas crianças mais velhas e adolescentes podem ter alguns pensamentos supersticiosos, mas em geral de forma pontual ou que não trazem prejuízo a sua vida. Já a presença de pensamentos repetitivos, com conteúdo que os incomode, que os deixe aflitos e atrapalhe o fluxo do raciocínio, do pensamento e da concentração, deve ser avaliada com mais atenção por especialistas.
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Compartilhe com pais e professores
Já ouviu falar em ansiedade de separação? Existe um tipo de manifestação de ansiedade que ocorre na infância que se caracteriza pela dificuldade em se separar do adulto de maior ligação com a criança (dos pais). A criança que experiencia a ansiedade de separação não consegue se separar do adulto e teme que algo de ruim possa acontecer com ele. Essa é uma das causas de evitação escolar nas crianças mais novas.
Evite o aluno sob pressão de tempo
Promova interação com colegas
• Seja flexível se, aoestaransioso,oalunoprecisardemaior tempopara
realizarumaprovaouumaatividade.
• Expliquequeotempoénecessárioparaseucontroleeparasemantera
rotinadaturma,mas,seissooatrapalhaemseurendimento,vocêspodem
combinarumamaneiraquesejaboaparaambos.
• Definaparceiros(emdupla,trioougrupo)comosquaisacriançaansiosa
seidentifique.
• Aatividadecooperativaamenizaatensãocaracterísticadodesempenho
individual.
• Asbrincadeirasemgrupoeosjogospodemfuncionarcomoaquecimen-
toantesdetarefasquedespertemtensão(provas,apresentaçõesetc.)
• Oalunoansiosoeumcolegamaisíntimopodemserconvidadosaauxiliar
oprofessorcompapelada,organizaçãodesala,recadosetc.
• Dividacomospaisdacriançaansiosasuaspreocupaçõesemrelaçãoaela.
• Compartilhe suas impressões com outros professores que também a
acompanham.
• Combinecomoutrosprofessoresdemanterposturadeencorajamentoe
acolhimentoemrelaçãoàcriançaansiosa.
Somatização Muitas crianças e adolescentes, quando não estão bem emocionalmente, manifestam seu mal-estar com dores pelo corpo. As crianças menores, com menos recursos de linguagem para se expressar, manifestam muitas vezes desconforto afetivo por meio de queixas como: dores físicas, estados febris, constipação intestinal, reações alérgicas que não correspondem a problemas médicos orgânicos. É comum crianças se queixarem de dor de barriga e dor de cabeça que não têm justificativa depois do exame de um pediatra. Essa questão pode ocorrer de forma pontual na vida de uma criança ou de forma persistente, o que indica que ela está passando por algum sofrimento.
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Algumascriançaseadolescentespodemsecomportardemaneiraretraí-
daemsaladeaula,nãosãoexatamentecriançasapenastímidasoucrian-
çasqueapresentamrestriçãosocialcomooespectroautista(vejaquadro
anexo);porém,sãoaquelasque,poralgumatensãoemocional,isolam-se.
Sãocriançasquese relacionammuitopoucocomcolegasdentroe fora
dasaladeaula,procuramevitarsituaçõessociais(isolam-senahorado
pátio,porexemplo).Contudo,écomum,nasituaçãoescolar,queacriança
retraídanãosejapercebidacomotendoalgumadificuldade.Muitasvezes,
entreosprofessores,acriançaretraídapodeservalorizadaeconsiderada
comoumbomaluno,quandocomparadacomoalunoirrequietoouagres-
sivoqueinterferenegativamentenarotinadaaulaoudaescola.
Ocomportamentoderetraimentoserácomumemcriançastímidas,muito
ansiosasouemcriançasqueestãosentindotristeza.Agrandepreocupação
estánofatodeacriançanãoserpercebidaedequeocomportamentores-
tringesuaspossibilidadesdeaprendizagemededesenvolvimentosocial.
Retraimento• Prefereestarsozinhoecomomínimodecontatoeinteração.
• Apresentaansiedadeepreocupaçãointensacomaopiniãodooutro.
• Apresentapreocupaçãointensacomoseudesempenho,masficaparali-
sadoparapedirajudaetirardúvidas.
• Nãosemostraenvolvidoouengajadoemumaatividade.
• Sesentemuitodesconfortávelnapresençadeoutraspessoas.
• Édepoucosamigos.
• Sente-seincapazderelaxar:algumascriançassentem-setensasotempo
todoetêmmuitadificuldadeemparardesepreocuparcomosfatosdo
cotidiano.
• Faztarefasebrincasozinho.
• Permanecesozinhoedistantenahoradopátio.
• Nãofalaespontaneamente,falabaixo,usamonossílabopararesponder
perguntas.
• Evitaproximidadecompessoasnovas.
• Evitacontatovisual.
• Temdificuldadededecidireescolher,mostrando-sedependente.
• Sobpressão,sente-semuitoacuado,podeterreaçõesfisiológicascomo
dordebarriga,dordecabeça,vontadedevomitar.
• Nãotirasuasdúvidas.
• Senta-sedistantedoscolegas.
• Esperapassarpeloperíododaaulasemsernotadopeloprofessor.
• Segueregrasfacilmente.
• Dificilmenteseenvolveembrigasoudiscussões
Comportamentos comuns em um aluno retraído
A timidez varia de um desconforto controlável em situações sociais e, em casos extremos, pode chegar a um medo irracional que traz prejuízo para a sociabilidade do indivíduo; apesar do desejo de ter amigos e se entrosar em grupos.
Aliás, você sabe o que é personalidade? Personalidade corresponde a traços e características estáveis e dinâmicas pertinentes a um indivíduo em sua relação com o meio, incluindo fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais, tendências inatas e experiência ao longo da vida.
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Algumas dicas práticas
1. Sentar perto da mesa do professor
• Aoestarpertodoprofessoroalunopodesesentiracolhidoepercebido.
• Poderásesentirforadofocodoscolegas.
• Apresençapróximadoprofessorauxiliaoalunoamanteroníveldecon-
centraçãonatarefademodomaiseficiente.
• Aproximidadeabreocanaldecomunicaçãoepropiciamelhoranovíncu-
locomoprofessor.Sejaempático.
2. Estreite seu vínculo com o aluno
• Tenteentenderporqueelesesenteretraídoouporqueseisola.
• Procureconversarcomseualunoemparticular,semqueelesesintaexposto.
• Digaquevocê,comoprofessor,estádisponívelparaauxiliá-lonoquefor
precisoparaelesesentiràvontadenasalaepoderacompanharoanda-
mentodaaula.
• Perguntesepodeauxiliá-loemalgumapreocupaçãoquetenha.
• Digaquepodetentarajudá-loacompreenderalgumasensaçãoruimque
elepossasentiremsaladeaulaounaescola,equeelepodesesentir
melhordividindoseuproblemacomalguémemqueconfie.
• Aproxime-se da família. Procureos adultos que são responsáveis pelo
alunoedividasuasimpressões,semjulgamentos,apenasparaauxiliar.
• Nãocomentesobreeleemsuapresença,nemparaseuscolegasoupes-
soasquepossamexporseuscomentáriosaele,mesmoquesejampreo-
cupaçõesgenuínasebemintencionadas.Falesemprecomeleeparaele.
• Eviteexpressargrandesexpectativasquantoaeleparaquenãosesinta
maispressionado.Éimportantequeoalunoseaproximedoprofessor,e
nãoseafaste.
3. Mantenha-se interessado pelo aluno
• Valorizeseudesempenho.Elogieoaluno.
• Peçaoauxíliodeleparaelaboraralgumaatividade,sempreatentopara
nãodeixá-loexposto.
• Indiquecomoéimportantequeeleseaproximedeumoudoiscolegas
comquemsintaafinidade.Propicieatividadesemminigruposdefinidos
porvocê.
• Descubraseusinteressesetalentoseexplore.Crieprojetosnosquaisele
possaseenvolver.
• Proponhatarefasbrevesenãomuitocomplexasparaqueeleperceba
seurendimentoesefortaleça.Aospoucos,vocêpodeaumentaradifi-
culdadedasatividadesconformeeleresponderereagirpositivamente.
4. Busque colegas que sejam parceiros
• Identifiquebonscolegas!Muitasvezes,atrocaefetivacomoutracriança
queoprocure comopropósitode fazer umaatividadepropostapelo
professorauxiliamuitonaaproximaçãodessealunoaogrupo.
• Evite nomear “colegas-modelo” de maneira comparativa. Frequente-
mente,oadultonomeiaoutracriançacomoumexemploaserseguido,
tornandooconvíviosocialcomessacriançaopressor.
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• Nãoesperequeoalunoretraídopasseatermuitosamigos.Sempreaos
poucos,seelefizerumoudoisseráumagrandeconquista.
• Sea interaçãocomcolegas formuitosofrida,não insistaenão force
situações.
• Dinâmicasdegrupopodemserbem-vindas.Proponhajogosoubrinca-
deirasqueforempertinentesparaaaulaeparaogrupocomoumtodo,
equepossibilitemainteraçãosocial,comorodasdeconversas,encena-
çõesdesituaçõescotidianas,aprendizadodeboasmaneirasdeconvívio
social.Semprecuidandopararespeitaroalunoretraídonoqueelepode
contribuir,mesmoqueprestandoatençãoesemostrando interessado
nogrupo,issojáseriaumgrandeganho!
5. Troque suas impressões com outros professores
• Dividasuaspreocupaçõescomsuaequipeescolar.
• Pensememformasdecompreendermelhoroproblemaevejamoque
estáaoalcancedaescola.
• Combinecomoutrosprofessoresdemanterposturadeencorajamentoe
acolhimentoemrelaçãoàcriançaretraída.
• Reconheçamquandoénecessáriopedir ajudade especialistas sempre
quesuaspossibilidadesdeintervençãonãoforemsuficientes.
6. Aproxime-se da família
• Procureospaiseresponsáveisparacontarsuasimpressões.
• Ouçaasnoticiasqueeleslhetrazemsobreessacriançaemcasa.
• Procureentenderadimensãodadificuldadeeidentificarsesãonecessá-
riasintervençõesmaisespecializadas.
• Nassituaçõesemquenãosejaidentificadagravidadequeprecisedeau-
xílioespecializado,alémdoapoiodaescolaedafamília,estimuleospais
avalorizarofilhoeauxiliá-loasuperardificuldades.
• Encontrecomospaisumamaneiradesecomunicaremesemanterem
atualizados comprogressosoudificuldadesqueestejampassandoem
casaenaescola.
Outracaracterísticacomqueoprofessorpodeserdepararemsaladeaula
diz respeito à presença de crianças que apresentam falta demotivação,
desânimo,cansaçoouestafa.Essessãopadrõesquetambémpodemestar
relacionadosàtristezaouaalgumconflitoemocionalqueoalunoestejavi-
vendo.Muitasvezes,amanifestaçãodedesânimopodeestardiretamente
associada a umproblemade saúde física: processo inicial de algumado-
ença,anemia,entreoutrascondiçõesdesaúde.Porém,jásabemosqueas
criançastambémmanifestamdificuldadeseproblemascomoosadultos,e
quealgumasvezesessescomportamentospodemsertemporários,pontu-
ais,eseforempersistentesmerecemaindamaisatenção.Umacriançasem
vontadederealizaratividades,quenãodemonstrainteressepelastarefas,
queparececansadaousonolentacomfrequênciademonstraquealgonão
está bem em sua rotina ou em seu bem-estar físico emental. Essas ca-
racterísticaspodemserformasdereaçãoemocionaldiantedeproblemas
pessoaiscorriqueirosoumaiscomplexos
Desânimo e desmotivação
56 57
Tristeza pode ser um sentimento ou um estado de ânimo. É comum a todos nós e pode variar em sua intensidade e duração. Uma criança ou adolescente podem sentir tristeza de forma transitória, contudo, se esse sentimento persiste e se intensifica, pode trazer prejuízos à criança. Nessas situações, é importante que a criança seja observada de perto para se checar a necessidade do auxílio de especialistas.
Algumas dicas práticas
1. Na sala de aula
• Coloqueoalunosentadoemsuafrenteouomaispertopossíveldesua
mesa.Dessemodo,vocêpodeauxiliá-loparaquemantenhaofocona
atividade.
• Permitaqueelesaiaumpoucodasalaparadarumacaminhadanopátio,
maslogoretornar,seessamovimentaçãoauxiliarquedesperteesecon-
centreumpoucomelhor.Nessecaso,vocêpodemantê-losentadoperto
daportaparaquepossa sair (comsuapermissão)e semchamarmuita
atençãodosdemaisalunos.
• Definacomeleosobjetivosqueeletememaulaacadadia.
• Dêretornofrequentesobreoprogressodoaluno.
• Ajude-oacriarestratégiaspararesolverouencaminhartarefas.
• Ajude-onaorganizaçãoenoplanejamentodoseudia.
• Promovaoportunidadesparainteraçõespositivascomseuspares,como
trabalharemumgrupopequeno.
• Modifiqueatividadesdeclasseeliçãodecasacomintuitodeacomodaros
níveisdehumoreenergiaqueoalunoapresenta(porexemplo,darmais
tempo,dartarefasmaiscurtas).
• Forneçacópiasdeanotaçõesrealizadasemclasseefolhasdeorienta-
çãodeestudoantesdeprovasparaajudaroalunoasefocareterum
guiadeestudo.
• Dividaprojetosgrandesempartesmenoreseemtarefaspossíveisdeser
realizadaspelacriança.Ajudeaplanejaradistribuiçãodotempo.
• Selecioneumatarefadecadavezparaelerealizar.
• Escrevainstruçõesdeformacompletanalousa.
• Seessemesmoalunoestivercomproblemasdesonodemanhã(pores-
tarusandoalgumamedicaçãoouporestarcominsônia),permitaqueele
cheguemaistardeàescola,reduzindooperíododetempodacriançana
escolaoucolocandoosassuntosmaiscomplexosemmomentosemquea
criançaestejamaisalerta.
• Modifiqueoestilodesuasprovas.Penseemummodelodeprovano
qualeleseconcentre.Porexemplo,provasdemúltiplaescolhacostu-
mamauxiliarnamanutençãodaatençãoenoauxílioàevocaçãodas
informaçõesnamemória.
• Oalunotemdificuldadeparaseengajaresededicaràsatividades.
• O aluno pode mostrar-se retraído ou isolar-se (como aprendemos no
itemanterior).
• Oalunodesanimadopodetambémestarmal-humorado.
• Há prejuízo na concentração e, consequentemente, na capacidade de
memorizarnovasinformações.
• Orendimentoescolardecaidiantedacondiçãodedesânimo.
• Oalunodesmotivadoapresentapensamentospessimistas.
• Écomumaperdadeinteresseporatividadesqueanteslheagradavame
entusiasmavam.
• Podesemostrarirritadiço.
• Acriançapodeparecersonolentaedesvitalizada.
• Podehaverdiminuiçãodoapetite.
• Mantenha contato constante com os pais (agenda, telefone, pessoal-
mente)parairemdividindoasdificuldadeseosavanços.
• Sesuspeitardequeacriançaprecisadeumaavaliaçãodeumespecia-
lista,peçaaospaisquealevemaopediatra.
Aspectos que geralmente
acompanham a criança que se
mostra desanimada e desmotivada
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A possibilidade de suicídio é outra realidade incômoda cujas peculiari-
dadespodemsemostrarnoambienteescolar.Umjovemqueapresenta
comportamentoautoagressivodecarátersuicidaestáemprofundosofri-
mentoeprecisaserpercebidopelaspessoasqueestãoaoseuredor.Além
dospaiseresponsáveis,oprofessortambéméumadaspessoasqueestá
emcontatodiretamentecomoaluno,temapossibilidadedeobservaral-
teraçõesdecomportamentoedelevantarsuspeitacasoumalunoesteja
emriscodeautoagressão.
Comportamento autodestrutivo e suicídio
O suicídio ocorre mais frequentemente em jovens com algum transtorno mental, baixa autoestima, problemas de relacionamento com os pais ou com os colegas, problemas com parceiro, exposição prévia a comportamento suicida (isto quer dizer ter apresentado comportamento suicida anteriormente ou ter pessoas próximas com esse tipo de comportamento) e também por apresentar dificuldades acadêmicas (Madge; Hawton et al., 2011).
• Aumenteotempodeduraçãodasprovasparaqueelepossaterminá-la.
• Permitaqueelefaçaumapausaduranteaprova,seissopuderauxiliá-lo.
• Marqueasprovasparaoperíodododiaemqueoalunoestejamaisalerta.
• É importantequeoalunopossasentirqueconsegueaprender,por isso
essesesforçossãofundamentais.
2. Divida suas impressões com a família da criança
• Agendeumhoráriocomospaisouosresponsáveispeloaluno.
• Investiguecomoessealunotemestadoemcasa:afazeres,interesses.
• Pergunte se essa criança tembrincado. Se os hábitos de brincadeira
mudaram.
• Dêexemplosparaospaisdesuasimpressõesparaqueelessefamiliari-
zemcomoquevocêestáfalandoeatéreconheçamsituaçõesparecidas
emcasaquepodemestarpassandodespercebidas.
• Perguntasobreoritmodosonoealimentaçãonosúltimostempos.
• Seodesânimonãoestevesemprepresenteemtodoperíododesdeque
essealunoestánasuaescola,rememorecomafamíliasituaçõesemque
eleestevemotivadoparareconheceremamudançadeatitudeatual.
• Sensibilizeospaisqueoauxilieparaseconcentrarnaliçãodecasa.Diga
que a criançapode fazer interrupçõesde algunsminutos ao longoda
realizaçãodaliçãodecasaparadescansarumpoucoemanteratenção.
• Compartilhecomospaisacondutaquevocêestátendoemaulapara
queoalunotenteseengajar.
Você sabia que a capacidade de memorização está diretamente relacionada ao nível de atenção e concentração.
• Suicídioédefinidocomooatoemqueumindivíduofazumaautoa-
gressãocomintençãodeterminarcomasuavidaequeculminacom
asuamorte.
• Tentativadesuicídioéoatodeautoagressãoquenãolevouàmorte,
mascujaintençãoeraterminarcomaprópriavida.
• Ideação suicida édefinidaporpensamentos relacionados à vontade
demorrer.
Alguns conceitos
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Taxas de suicídio no Brasil
O aluno com risco de suicídio e a escola
Fatores de risco para suicídio
Sinais de risco imediato para suicídio
• Planejamentosuicidacorrespondeaospensamentoscomestratégias
pararealizaroatosuicidaeatéacompradeinstrumentosparaarea-
lizaçãodoato.
ConsideramostrazeressetematãocomplexonesteMóduloumavezque
osuicídioéumadasprincipaiscausasdemorteemjovensnomundo.
OBrasilestáentreosdezpaísesnomundoqueregistramosmaioresnú-
merosabsolutosdesuicídiosegundodadosde2000daOrganizaçãoMun-
dialdeSaúde(Botegaetal.,2005;WHO,2003-neury).
Estudosindicaramqueastaxasdesuicídio,emnossopaís,de1980a2000
foramdetrêsaquatrocasosporcemmilhabitantes(Mello-Santosetal.,
2005).Entre2005e2007,essataxafoide5,1casosporcemmilhabitan-
tes,tendoaregiãoSuldopaíscoeficientede9,9eaSudestede7,4(Bote-
gaetal.,2009;Lovisietal.,2009).
Osuicídioentrejovenstambémtemcrescido.Dados(Souzaetal.,2002;
Waiselfisz,2012)revelamquetemhavidoaumentode35,3%nataxade
mortalidadeporsuicídioentrejovensde15a24anos.
Aescolaeoprofessor,aoacolheremoalunocomriscodeautoagressão,pos-
sibilitamqueelesesintapertencenteàcomunidadeescolarcomoumapes-
soaqueéqueridaenãoapenascomoaluno.Asensaçãodepertencimentoe
deapoioéumfatorimportanteparaobomdesempenhoacadêmicoeparaa
presençadecomportamentossaudáveis.
Deformaprática,oprofessorpodeconseguiridentificarosalunosquepos-
samestaremriscodesuicídio,intervirparaajudá-los,estarpreparadoain-
tervirdiantedeumamorteporsuicídioeconsiderarseenvolveremprogra-
masdeprevençãoaosuicídionaescola.
Porisso,ébemimportanteestaratentoaosproblemasqueseusalunospos-
samestarenfrentandoeconhecerosfatoresqueaumentamoriscodeum
jovemcometersuicídio.
• Ojovemjáterapresentadotentativasanterioresdesuicídio.
• Usardrogas.
• Apresentaalgumproblemaemocionalgrave,comodepressão.
• Teracessoaobjetosquepossamcausadanofísico,produtosquími-
cos,medicamentos,veneno.
• Terperdidorecentementeumfamiliarouamigoporsuicídio.
• Tersofridoamorterecenteouseparaçãodeummembrodafamília.
• Apresentarcomportamentosautolesivos,comosecortarintencionalmente.
• Apresentarproblemasnaescola:acadêmicosoudisciplinares.
• Ter problemas de relacionamento ou rompimento recente de um
relacionamento.
• Sofrerbullyingououtrasformasdeviolência.
• Sofrerdiscriminaçãopororientaçãosexual.
• Apresentarproblemasfamiliares.
• Sofreralgumtipodeabuso.
• Terproblemascomalei.
• Terdiagnósticodealgumadoençagrave.
• Alunoestáfalandosobrevontadedemorreroudesesuicidar.
• Alunoestáembuscadeummododeterminarcomaprópriavida,por
exemplo,realizandopesquisasnainternetoutentandoobterumaarma.
• Alunoestá falando sobre sentimentosdedesesperançaoudenão ter
razãoparaviver.
62 63
• Falarsobreserumpesoparaosoutros.
• Aumentodousodeálcoolououtrasdrogas.
• Agirdeformamaisansiosaouagitada.
• Dormirmuitopoucoouemexcesso.
• Ficarretraídoouseisolar.
• Mostraraivaexcessivaoufalarsobrevingança.
• Apresentarmudançasextremasdehumor.
• Alertarafamíliaeseorganizaremparasupervisionarconstantementeoaluno.
• Orientarafamíliaanuncadeixá-losozinho.
• Solicitarqueprocuremumpsiquiatracomurgênciaouqueconversem
comprofissional de saúdemental que o acompanhe, caso esteja em
tratamento.
• Seoprofessorsesentiràvontade,poderáauxiliarafamílianaconsulta
comoprofissionaldesaúdementalparafacilitaracomunicaçãoentrea
famíliaeoespecialista.
• Fornecerinformaçõesparaoprofissionaldesaúdementalparaajudarno
processodeavaliação.
• Conversarcomafamíliaedividirsuasimpressões.
• Conversarcomoprofissionaldesaúdementalqueacompanhaoaluno
(casoeletenha)paraserorientado.
• Solicitarqueafamíliaprocureumprofissionaldesaúdementalcasonão
tenham.Auxiliarcomencaminhamentos.
• Mobilizardemaisprofissionaisdaequipeescolarparamonitoraremoalu-
noepensaremjuntoscomoajudaresseestudante.
• Aproximar-sedoalunocomdelicadezaecarinho.Conversarsobrecomo
eleestá.Sepodeajudá-loemalgo.Mostrar-sedisponívelereceptivo.
• Ouvirsemfazerjulgamentos.
• Aoconversarcomoaluno,oprofessorpodefalarsobreasmudançasque
temnotadonocomportamentodeleequeestápreocupado.Seoaluno
estiverabertoparaconversarcomalguém.
Comportamentos indicativos de
risco grave
Algumas dicas práticas
Um fator que aumenta o risco de suicídio em jovens é justamente a ocorrência de um suicídio. É o chamado contágio ou suicídio por imitação. Sabe-se que os jovens em maior risco para contágio são os que presenciaram o suicídio ou tinham uma ligação com pessoa que se suicidou, desde que tenham predisposição ou estejam muito vulneráveis. Estudos indicam fatores relacionados ao contágio.
1. Proximidade geográfica: se o suicídio ocorreu em um local próximo ou que seja de referência (bairro, cidade, pais) do jovem, a cobertura extensiva e repetitiva da imprensa expõe a comunidade aos efeitos associados ao suicídio.
2. Proximidade psicológica: se o suicida for uma pessoa com a qual o jovem se identifica, por exemplo, ter o mesmo tipo de problema que a vitima estava enfrentando.
3. Proximidade social: se refere ao relacionamento que um indivíduo tinha com o jovem que cometeu suicídio, por exemplo, ser membro da família, amigo. Atos suicidas por pessoas próximas podem promover um modelo para comportamentos semelhantes.
• Independentedeo jovemestarsendoassistidoporumprofissionalde
saúdementalounão,oprofessordevecontinuarligadoaoalunoeaten-
toacomoeleestá.Tambéméimportantesemanteremcontatocomo
profissionalouserviçodesaúdementaldereferênciadaescola.
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Professor,atéaqui,tentamoscolocardeformaclaraesucintaasprinci-
paisdificuldadescomportamentaiseaspossíveisintervençõesnasalade
aula.Nãofocamosnosdiagnósticos,porquenãoédaresponsabilidadedo
educadorreconhecerosquadrospsiquiátricos,massimosprincipaiscom-
portamentosquepodemsugeriralgumproblemamaior.Esperamosque
asorientaçõesqueapresentamossejamúteisnapráticadiária.
Masoquefazerquandovocêrecebeumrelatóriomédicocoma indica-
çãodealgumapatologia?Comosaberquaisosprincipaiscomportamen-
tospossíveisemcadaquadro?Para tentarajudarumpouco,montamos
atabelaaseguirquefaráacorrelaçãoentreodiagnósticoeasprincipais
possibilidadesdemanifestaçãodecomportamentos.Esperamosqueauxi-
lienocaminhoinverso.
O que fazer quando o professor recebe um relatório com um diagnóstico?
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COMPORTAMENTO ESPECTRO AUTISTA PSICOSE TRANSTORNO DE ANSIEDADE
ABUSO SEXUAL Riscobaixo.Recusaeevitacontatofísico.
Riscopresenteporcomporta-mentoimpulsivoepercepçãodistorcidadarealidade.
Riscorelacionadoàdificuldadeemseimporepelanecessidadedeaceitação.
ANSIEDADE Intensaemsituaçõesnovasoudifí-ceis.Manifesta-sepormovimentosrepetitivoseestereotipiasmotoras(giraremtornodoprópriocorpo,balançar,pular).Falarepetitiva.
Presentenavigênciadecriseeporperdadecontatocomarealidade,oquetornaasvivênciasmuitofrágeis.
Intensa.Podehaversituaçõesdefobiaoupânico,poisdependendodograudeansiedadehámuitainsegurançaemedo.
AUTODESTRUTIVO E SUICÍDIO
Nãoestápresente.Podehaverautolesãofísicaassociadaamovi-mentosrepetitivosporansiedade.
Presençaderiscoemsituaçõesdecriseeperdadecontatocomrealidade.
Associaçãopresenteemfunçãodavivênciaatualdevidaedeelevadograudeansiedade.
DESÂNIMO E DESMOTIVAÇÃO
Dificuldadeparaengajar-seesercriativo.Podeaparentardesmoti-vaçãoedesânimo.
Pelodesgasteemocionalintensoqueavivênciapsicóticapropicia.
Altograudeansiedadequegerasensaçãodeparaliziadiantedomedoesensaçãodeimpotência.
FALTA DE ATENÇÃO Perdadeatençãoglobal.Dificulda-deparaater-seaestímulossonorossemrecursovisual.Hiperfocadosemestímulosespecíficos.
Presentepelonívelprecáriodeinteraçãocomoambiente.
Presentepeladificuldadeemnãodeixardefocarnasituaçãogeradoradeansiedade.
HABILIDADES SOCIAIS Dificuldadeparaestabelecerempatiaeparacompreenderlinguagemnãoverbal.
Prejudicadanavigênciadesintomaspsicóticos.
Podemapegar-sedemaisàspessoasqueoferecematençãoesobrecarregá-las.Sereminábeiscomaspessoasporquereremagradaregarantirvínculo.
IMPULSIVIDADE Impulsivosemsituaçõesnovasemquenãosabemcomosecomportarouemqueestãocommedo,enavigênciadeansiedade.Podeparecerqueestãoagressivosquandoagemimpulsivamente.
Intensa.Avivênciapsicóticapropiciareaçõesimpulsivasdiantedepercepçãodistorcida.
Presente.Impulsividadeeansiedadecaminhamjuntas.Aaçãoocorresemplanejamentosendomovidapelodesespero.
INTIMIDAÇÃO E HUMILHAÇÃO
Podemseralvodedebocheporserempoucohabilidosossocialmen-te.Poroutrolado,podemsereferiraalguémdemodoinadequado.
Alvodedebochenavigênciadecriseedesintomascrônicos.
Podemestarenvolvidoscomoagressorevítimapornãoavaliaremadequadamentesituaçõessociaisdiantedemuitaansiedadeenecessidadedeaprovação.
IRRITABILIDADE E AGRESSIVIDADE
Emsituaçõesdemedo,frustraçãooudificuldade,podemagirdemodoirritadoouagressivo.
Diantedemedo,frustraçãooudificuldade,podemagirdemodoirritadoouagressivo.
Altafrequência.Altograudeansiedadegerairritaçãoeaagressividadesurgecomoformadeproteçãoedefesa,porém,éineficaz.
OPOSIÇÃO E DESRESPEITO ÀS REGRAS
Pelafaltadecompreensãodosentidodeumaregrapodemserecusararespeitá-la.Nãoháinteresseemconfrontar.
Pelafaltadepercepçãodosentidodeumaregrapodemrecusarrespeitá-la.
Apenasseestiverassociadaàirritabilidadepormedoouinsegurançaesensaçãodenecessidadedeautodefesa.
RETRAIMENTO Sãoretraídosdemaneiraintensa. Avivênciapsicóticaconduzaretraçãosocial.
Presentenascondiçõesdefobiaepânico.
TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO TRANSTORNO DEPRESSIVO
TRANSTORNO DE OPOSIÇÃO E CONDUTA
Riscorelacionadoànecessidadedeaprovação.
Menorpercepçãoderisco.Impulsivo,tendeemaceitarconvitesousituaçõessociaissedutoras.
Riscorelacionadoàpassivida-deeapatia.
Riscorelacionadoàatraçãopelatransgressão.
Intensadiantedassituaçõesescolaresqueremetemadificuldadeespecificadeaprendizagem.
Poragitaçãoedificuldadeparateremanterbomdesempenhoacadêmico.
Presentediantedasensaçãodeimpotênciaevulnerabili-dadequeassituaçõespodemtrazer.
Presentepelasituaçãodecon-frontoquegeraprejuízossociaiseacadêmicos.
Riscopresenteseograudesofrimentodiantedadificuldadeacadêmicaforinsuportávelesentidocomoinsuperável.
Maiorriscoporimpulsividadeediantedeprejuízosdeadaptaçãosocial.
Altoriscoemfunçãodaprecáriamotivaçãodiantedavida.
Riscoassociadoàposturaoposicionistaextremadiantedosentidodaprópriaexistência.
Presenteseadificuldadeescolarestiveragravadaeassociadaasensaçãodefracasso.
Porsentir-seincapazdeinteragirsocialmenteeacademicamente.
Desvitalizaçãoefaltadeâni-mosãoaspectosdiretamenteassociadosàdepressão.
Associadoàausênciadeengaja-mentoparaparticipardesitua-çõessociaisdemodoadequado.
Apreocupaçãoexcessivacomodesempenhopodeinterferirnapossibilidadedeprestaraten-çãonoqueseriaimportante.
Nãoconseguemanterfoco,excetoemsituaçõesdemuitoestímulo(videogame)oudemuitointeresseafetivo.
Perdadeconcentraçãoporestarcompensamentovolta-doparapreocupações.
Perdadeconcentraçãoporestarfocadoemconfrontareseoporaospadrões.
Socialmentehabilidosos,maspodemmostrar-seinsegurosdemaisnocontextoescolar.
Socialmentehabilidoso,excetoquandosãoimpulsivosecometemgafespornãopercebercontexto.
Evitamconvíviosocial.Vitimam-seesentem-seinjustiçados.
Poucohabilidososparamanter-seemgrupos,maspersuasivosparaatraíremouinfluenciaremoutrascriançasàtransgressão.
Podeestarpresentediantedesentimentoderaivaporfracasso.Etambémpelaurgênciasentidaparaagireacertar.
Agemantesdepensar. Presentepelapoucatolerânciaàfrustração.Pelafaltadeprojeto.
Muitopresente.Aimpulsividadecaminhaaoladodaatitudetransgressoraquenãoseimportacomaconsequência.
Presentepelaexposiçãoquepossaexistiremrelaçãoàdificuldadeescolar.Comovítimaeagressor.
Podemestarenvolvidosnassituaçõescomoagressorevítima.
Podemestarenvolvidoscomovítima.
Envolvidoscomoagressorevítima.
Aosesentiremmenospreza-dos,fracassadoseimpotentes.
Aosesentiremexcluídosporseremimpulsivos.
Muitopresentenavivênciadepressiva.
Muitopresenteemdiversassituações.
Associadaàirritabilidadeporfracasso.Tambémpordificuldadedecompreensão.
Nãoapreendemanecessidade,nãoconseguemseconterpararespeitar.Identificadoscomoquemnuncarespeita.Desestimulados.
Sepresente,podeestarassociadoàsensaçãodeinjustiça.
Característicaprincipal.
Porvergonhaeinsegurança. Pelapresençadevergonhaeinsegurança.
Presentedemodointenso. Retraídosporoposiçãoaparticipardegruposoumantervínculossaudáveis.
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“Pois minha imaginação não tem estrada. E eu não gosto mesmo da estrada.
Gosto do desvio e do desver.”
Manoel de Barros(1916 -)
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