COMISSÃO DE INVESTIGAÇÃO E ENSINO
RELATÓRIO
O ENSINO E A INVESTIGAÇÃO NA
UNIVERSIDADE DE COIMBRA.
Auscultação das Faculdades
CONSELHO GERAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
MAIO 2015
O Ensino e Investigação na Universidade de Coimbra
Comissão de Investigação e Ensino, do Conselho Geral da UC
Comissão de Investigação e Ensino do Conselho Geral da Universidade de Coimbra
Ana Paula Pais Rodrigues da Fonseca Relvas (Coordenadora); António Abel Garcia Meliço-Silvestre ;
António Henrique da Silva Paranhos; António Manuel Botelho Hespanha; Carlos Manuel Freire
Cavaleiro; Ernesto Jorge Fernandes Costa; João Carlos de Sousa Marques; José Carlos Vieira de
Andrade; José Manuel Borges do Nascimento Costa; Maria de Belém Roseira Martins Coelho
Henriques; Mário João Oliveira Ruivo; Sérgio Paulo da Conceição Vicente; Nelson Fernando Coelho
(de 15-07-2013 a 27 -01-2014); Samuel Caetano Vilela (de 24-03-2014 a 24-11-2014); João André
Diogo de Sousa (a partir de 23-03-2015); Jorge André de Carvalho Barreira Alves Correia (a partir de
23-03-2015).
Relatora: Ana Paula Pais Rodrigues da Fonseca Relvas
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2015
ÍNDICE
SUMÁRIO ......................................................................................................................... 4
ENQUADRAMENTO ........................................................................................................... 5
OBJECTIVO ....................................................................................................................... 6
MÉTODO .......................................................................................................................... 6
RESULTADOS .................................................................................................................. 11
ENSINO .......................................................................................................................................... 11
DIAGRAMAS DE SÍNTESE .......................................................................................................................... 22
INVESTIGAÇÃO .............................................................................................................................. 23
DIAGRAMAS DE SÍNTESE .......................................................................................................................... 27
RELAÇÃO ENSINO/INVESTIGAÇÃO ................................................................................................ 29
TEMAS TRANSVERSAIS .................................................................................................................. 30
ESTUDANTES ................................................................................................................................. 31
NOTAS FINAIS PARA REFLEXÃO ....................................................................................... 37
APÊNDICE 1 ................................................................................................................ 40
APÊNDICE 2 ................................................................................................................ 45
APÊNDICE 3 ................................................................................................................ 52
O Ensino e Investigação na Universidade de Coimbra
Comissão de Investigação e Ensino, do Conselho Geral da UC
LISTA DE SIGLAS
CAE – Comissão de Avaliação Externa
CG – Conselho Geral
CHUC- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
FCDEFUC - Faculdade de Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra
FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia
FCTUC – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
FDUC – Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
FEUC – Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
FFUC – Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
FLUC – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
FMUC – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
FPCEUC – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
IPN – Instituto Pedro Nunes
IUC – Imprensa da Universidade de Coimbra
PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
UC – Universidade de Coimbra
UOs – Unidades Orgânicas
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SUMÁRIO
A Comissão de Ensino e Investigação do Conselho Geral da Universidade de Coimbra propôs-se
aprofundar o conhecimento do estado do ensino e investigação na UC, numa perspetiva
fundamentalmente qualitativa e reflexiva, através de uma auscultação à comunidade universitária,
nas pessoas dos Senhores Diretores, Presidentes das Assembleias de Faculdade e Estudantes
membros das Assembleias, das oito Faculdades da Universidade de Coimbra. As entrevistas foram
conduzidas em setembro e outubro de 2014, a partir de um Guião que funcionou não como um
questionário, mas como roteiro de conteúdos, e a informação assim recolhida foi analisada em
termos qualitativos.
Dessa análise emergiu um conjunto de categorias que, de algum modo, expressam a forma como as
faculdades organizam as suas experiências, preocupações, avaliações positivas e anseios
institucionais. Assim, relativamente ao Ensino, as opiniões recolhidas reportam-se aos seguintes
temas: Estratégia e Planeamento da Oferta Formativa; Planos de Estudos e Outros Aspetos
Curriculares; Recursos e Práticas Pedagógicas; Dimensão Pedagógica Externa da Faculdade (in e out);
Recursos Humanos; Necessidades Pedagógicas. Já quanto à Investigação, a Estrutura e Organização,
Temáticas de Investigação, Redes de Cooperação Internas e Externas, Avaliação e Necessidades,
constituem os temas organizadores das opiniões emitidas. Como temas transversais, não
contemplados especificamente no Guião, foram identificados o Perfil dos Estudantes e Princípios-
Guia Dominantes na Cultura/Estratégia das Faculdades.
Quanto à entrevista aos estudantes, conjunta para os participantes de todas as faculdades
representadas, a informação foi estruturada e analisada em três categorias, Apreciações Positivas,
Identificação de Problemas e Sugestões, cada uma incluindo, grosso modo, os seguintes aspetos:
Organização; Plano de Estudos; Corpo Docente; Metodologias de Ensino-Avaliação; 3º Ciclo; e
Investigação. Esta entrevista permitiu ainda analisar alguns pressupostos ou crenças dos
participantes relativos à Organização-Cultura das Faculdades e da Universidade, às Metodologias de
Ensino-Avaliação e ao valor do Empreendedorismo Intelectual/Autonomia dos Alunos e, ainda,
especificamente ao 3º Ciclo de estudos.
Embora os estudantes tenham uma perspetiva mais crítica do que os dirigentes das faculdades,
observa-se uma grande proximidade nas opiniões e pontos de vista sobre o estado do ensino e da
investigação na Universidade de Coimbra.
Como notas finais propiciadoras da desejada reflexão sobre o ensino e investigação na nossa
Universidade, por parte Conselho Geral, em particular, e da própria Universidade, no seu todo,
propõem-se os seguintes destaques: (1) Ensino - empregabilidade, associada à atratividade da
Universidade; promoção da qualidade pedagógica; recursos humanos/ corpo docente;
internacionalização; (2) Investigação – articulação e integração da investigação e respetivas
estruturas organizativas da Universidade de Coimbra.
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ENQUADRAMENTO Por deliberação do Conselho Geral da Universidade de Coimbra (nº 2-A/2013, de 27 de Maio) à
Comissão de Investigação e Ensino compete “acompanhar a preparação e execução do Plano e linhas
gerais de orientação nas matérias relativas ao ensino, investigação, desenvolvimento e inovação.”
Tendo em vista o cumprimento informado da competência que lhe foi atribuída, nas reuniões
realizadas em fevereiro e março de 2014, a Comissão de Investigação e Ensino (CIE) elencou alguns
temas que considerou de relevo para eventual análise e reflexão. Entre outros, destacam-se os
seguintes: recursos humanos na Universidade, essencialmente o corpo docente e seu
envelhecimento; estado do ensino e da investigação no espaço europeu, equacionando a posição da
UC neste contexto e considerando que muitas das políticas e estratégias seguidas têm
enquadramento nas políticas europeias; importância do equilíbrio e articulação entre ensino e
investigação, para o que será relevante o conhecimento sobre a ação desenvolvida nesse sentido
pela UC e respetivos resultados; estratégias alternativas de financiamento da investigação e relação
da UC com a FCT e a tutela nesta matéria. Contudo, entendeu-se, também, que o debate de qualquer
um deles sem um conhecimento mais aprofundado da situação do ensino e investigação na UC seria
extemporâneo.
Nessa conformidade, solicitou esta comissão aos Sr. Vice-Reitores com os pelouros da investigação e
do ensino, respetivamente Doutores Amílcar Falcão e Madalena Alarcão, que fizessem a
apresentação do ponto de situação da UC relativamente às áreas sob sua responsabilidade direta,
focando, designadamente, os pontos mais fortes e mais frágeis, bem como as expectativas de
desenvolvimento futuro. Na sequência desta apresentação, foram debatidas algumas questões de
fundo, tais como: a relevância das Ciências Sociais para a UC, tendo sido focado o papel que nesse
aspeto pode desempenhar a IUC (e.g. UC Digitalis e indexação de obras clássicas), bem como
algumas iniciativas enquadradas no projeto Alta/Sofia; a importância da internacionalização do
ensino/investigação (desenvolvimento e financiamento), nomeadamente através de programas
como Erasmus Mundus e Marie Curie, ou considerando, também, a relação com os PALOP e América
Latina; o papel do IPN (alargamento das áreas de incubação), bem como das redes de investigação,
nacionais e internacionais. Na área específica da formação/ensino refletiu-se sobre o espaço a dar
(ou a criar) ao ensino à distância (e-learning e b-learning), em eventual articulação com a formação
ao longo da vida e, consequentemente, com a atração de novos públicos; as virtualidades da
reorganização dos planos de estudos dos diferentes ciclos (e.g. mantendo a diversidade e exigência,
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mas criando transversalidades e flexibilização sem desmultiplicação); a necessidade de renovação do
corpo docente e sua formação, a valorização do ensino propriamente dito, a eficiência formativa e o
combate ao insucesso escolar. Na área específica da investigação foi apreciada e contextualizada a
evolução dos outputs (e.g., publicações indexadas) com visibilidade nos Rankings, destacando os
riscos de evoluções muito assimétricas em termos de áreas de conhecimento e sublinhando as
virtualidades do potencial já instalado.
OBJECTIVO Decorrente desta reflexão, e de outra entretanto produzida nas reuniões desta comissão, em final de
abril de 2014 consensualizou-se o plano de trabalhos imediato da comissão, tendo como objetivo
aprofundar o conhecimento do estado do ensino e investigação na UC numa perspetiva
fundamentalmente qualitativa e reflexiva. Para tal, decidiu fazer-se uma auscultação à comunidade
universitária que permitisse construir a “imagem” possível do ensino e investigação na UC, a partir
das visões dos seus agentes a um nível hierárquico intermédio (e.g. Diretores das UOs, estudantes
com representatividade institucional), tendo como interlocutores privilegiados as oito faculdades
(sem excluir a possibilidade de, posteriormente, ouvir as restantes UOs). Mais do que dados
estatísticos (que podem ser encontrados noutras fontes), a comissão pretendeu captar a visão de
cada faculdade orientada para a sua cultura, a sua autorreflexão, a sua visão do mundo e do
ambiente não académico relevante para a sua atividade, as vivências quotidianas, os anseios e as
preocupações dos seus membros. O que se pediu aos inquiridos não foram as suas opiniões pessoais,
mas antes uma tentativa de transmitir objetivamente a cultura da instituição
MÉTODO Este processo envolveu, necessariamente, duas etapas: 1) auscultação das faculdades (preparação e
implementação) e 2) elaboração do Relatório a apresentar ao Conselho Geral.
Auscultação das Faculdades
a) Participantes - Essa auscultação foi feita através de entrevistas conduzidas por membros da
comissão a dois representantes institucionais de cada faculdade, Diretor e Presidente da
Assembleia ou personalidades em quem tenham entendido delegar, e a Estudantes
membros das Assembleias de cada faculdade, dois por faculdade e preferivelmente um
representante do 1º/2º ciclo e outro do 3º ciclo.
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b) Construção do Guião da entrevista - As entrevistas foram conduzidas a partir de um Guião
que incluía os temas e aspetos emergentes da reflexão prévia da comissão e tinha como
objetivo sistematizar, o mais exaustivamente possível, os conteúdos relevantes para a
temática em consideração, e não constituir-se como roteiro imperativo da conversa.
Funcionou, portanto, como elenco de temas a serem abordados (roteiro de conteúdos), de
modo a que os resultados das entrevistas respeitantes às várias faculdades fossem
comparáveis. Os Doutores António Hespanha e Carlos Cavaleiro procederam à sua
construção na fase inicial, tendo a comissão participado no seu enriquecimento e forma final.
O Guião, que se anexa (Apêndice 1), ficou constituído por duas formas paralelas, uma sobre
ensino e outra sobre a investigação, com as seguintes secções: A - Modelo de formação - “O
que se ensina?”/Modelo de investigação científica - “O que se investiga?”; B - Modelo
pedagógico - “Como se ensina?”/ Prática científica - “Como se investiga?” C- Perfil dos
docentes - “Quem ensina?”/ Perfil científico dos investigadores – “Quem investiga?”; D- A
dimensão ensino/investigação na cultura da faculdade; E- (apreciação qualitativa de)
Recursos/Infraestruturas alocados a atividades pedagógicas/de investigação científica. Uma
última secção, complementar, debruça-se sobre as relações entre Ensino e Investigação.
c) Procedimentos – Todos os procedimentos foram atempadamente consensualizados na
comissão. O primeiro (1) refere-se à atribuição de elementos da comissão para realização das
entrevistas aos representantes das diversas faculdades e teve por base o seguinte critério:
um dos elementos ser próximo da respetiva faculdade, eventualmente docente/aluno da
mesma, e o segundo elemento ser, de algum modo, “estranho” às suas vivências e atividades
quotidianas. Foi assim seguida a distribuição apresentada no Quadro 1. Seguidamente (2) foi
endereçado pela Coordenadora da comissão a cada futuro entrevistado um convite prévio,
enquadrando e especificando o pedido de colaboração e solicitando a indicação de uma data
favorável para a realização da entrevista no período indicado (setembro de 2014). O convite
foi acompanhado do Guião de conteúdos atrás referido.
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Quadro 1
Faculdades Membros da CIE
Letras António Hespanha/Ernesto Costa
Direito Vieira de Andrade/António Hespanha
Medicina* Nascimento Costa/Carlos Cavaleiro
Ciências e Tecnologia Ernesto Costa/Vieira de Andrade
Psicologia e de Ciências da Educação* Carlos Cavaleiro/Samuel Vilela
Economia António Paranhos/Sérgio Vicente
Farmácia António Paranhos/Meliço Silvestre
Desporto e Educação Física Ana Paula Relvas/Sérgio Vicente
Estudantes (2 por Faculdade/ membros
eleitos da Assembleia de Faculdade)
Sérgio Vicente/Samuel Vilela/ Ana Paula Relvas
* Considerou-se que os membros da Comissão que são Presidentes da Assembleia das respetivas faculdades
não deveriam participar na auscultação às mesmas.
d) As entrevistas (sensivelmente com a duração de duas horas) decorreram na quase totalidade
na sala do CG na Reitoria da UC (com exceção da Faculdade de Direito e da reunião com os
Estudantes), durante o mês de setembro e início de outubro. Todas foram gravadas, na
sequência da devida autorização dos entrevistados (cf. Quadro 2).
Quadro 2
Faculdades Convidados representantes
das Faculdades
Local da
entrevista
Data da
entrevista Relator(es)
Letras
Diretor - José Pedro de Matos Paiva;
Presidente da Assembleia da Faculdade
- Pedro Jorge Cardoso de Carvalho.
Gabinete do
CG –
Reitoria da
UC
26 set.2014
António
Hespanha e
Ernesto
Costa
Direito Diretor – António dos Santos Justo Instalações
da FDUC 26 set.2014
Vieira de
Andrade e
António
Hespanha
Medicina
Diretor - Joaquim Carlos Neto Murta;
Representante da Assembleia da
Faculdade – João José Oliveira Malva;
Gabinete do
CG –
Reitoria da
26 set.2014 Nascimento
Costa*
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Diretor da Biblioteca das Ciências da
Saúde da UC – Manuel Amaro de Matos
Santos Rosa.
UC
Ciências e
Tecnologia
Diretor - Luís José Proença de
Figueiredo Neves;
Subdiretor – João Sérgio Seixas de Melo;
Presidente Assembleia Faculdade –
António José Pais Antunes.
Gabinete do
CG –
Reitoria da
UC
29 set.2014
Ernesto
Costa e
Vieira de
Andrade
Psicologia e de
Ciências da
Educação
Subdiretora – Maria Teresa M. Carvalho
Sousa Machado;
Representante da Assembleia da
Faculdade – Maria Paula Barbas
Albuquerque Paixão.
Gabinete do
CG –
Reitoria da
UC
26 set.2014 Carlos
Cavaleiro
Economia
Diretor - José Joaquim Dinis Reis;
Presidente da Assembleia da Faculdade
- Pedro Manuel Teixeira Botelho
Hespanha.
Gabinete do
CG –
Reitoria da
UC
19 set.2014 Sérgio
Vicente
Farmácia
Diretor – Francisco José de Baptista
Veiga;
Presidente da Assembleia da Faculdade
– João José Martins de Sousa.
Gabinete do
CG –
Reitoria da
UC
14 out.2014 António
Paranhos
Ciências do
Desporto e
Educação
Física
Diretor - António José Barata
Figueiredo;
Presidente da Assembleia da Faculdade
- José Pedro Leitão Ferreira.
Gabinete do
CG –
Reitoria da
UC
25 set.2014 Sérgio
Vicente
Estudantes
FLUC – 2 representantes - 1º/2º ciclo e
3º ciclo
FCTUC – 1 representante - 1º/2º ciclo
FFUC – 2 representantes - 1º/2º ciclo e
3º ciclo
FEUC - 1 representante – 3º ciclo
FPCEUC - 2 representantes - 1º/2º ciclo
FCDEFUC - 1 representante – 3º ciclo
Salão da
Reitoria 29 set.2014
Ana Paula
Relvas
*Informação adicional recolhida pelo Relator junto dos três elementos mencionados no Relatório
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Elaboração de relatórios
a) Relatórios por faculdade
Foram elaborados, por membros da comissão que realizaram as entrevistas, os relatórios
correspondentes à audição de cada faculdade e dos estudantes. A comissão entendeu que deveriam
ser relatórios o mais fidedignos possível da informação objetiva transmitida pelos convidados, mas a
fim de facilitar a sua comparabilidade deveriam ser sucintos e organizados também em termos
“qualitativos” (tipo sumário executivo/sinopse) seguindo as três grandes alíneas estruturais do guião
(Ensino, Investigação, Relação Ensino-Investigação).
b) Relatório final a apresentar ao Conselho Geral
Os relatórios por faculdade e da audição aos estudantes serviram de base à organização do Relatório
final integrador que ficou a cargo da coordenadora da comissão.
Quanto à metodologia seguida no tratamento da informação (relatórios parciais) foi feita uma
análise de conteúdo, a partir da qual foram identificadas categorias de resposta comparáveis. Assim
sendo, o relato dos resultados segue a macroestrutura do Guião, mas não as suas secções (e
subsecções), ao resultar de um tipo de análise que permite elencar, numa perspetiva qualitativa,
como é que as faculdades destacam e se posicionam, no seu conjunto, perante os diferentes temas,
facilitando, também, a emergência das suas singularidades. Tanto quanto possível, na apresentação
dos resultados, utilizam-se as expressões dos entrevistados e dos relatores, tal como vertidas para os
relatórios por faculdade. De seguida, para cada uma das grandes áreas em análise, Ensino e
Investigação, com recurso a um software de análise de dados qualitativos, procedeu-se à
reorganização dos temas emergentes em duas novas categorias – Dificuldades e Necessidades - e
construção dos respetivos diagramas de síntese.
No que diz respeito à auscultação dos estudantes foi seguida a mesma metodologia de análise, mas
atendendo à especificidade da entrevista (nove participantes, oriundos de diferentes faculdades, que
ao longo da conversa foram espontaneamente comparando os seus pontos de vista e faculdades de
pertença) as categorias emergentes dos dados são relativamente diferentes das anteriores e foram
organizadas, desde logo, em três grandes tópicos: Apreciações positivas, Identificação de Problemas
e Sugestões.
A estrutura do Relatório, designadamente na apresentação dos Resultados segue, de perto, a
ordenação analítica atrás indicada, para finalmente se retirarem algumas notas para Discussão e
Reflexão.
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Notas sobre limitações deste processo
A primeira refere-se às implicações da extensão da CIE (a que se junta a substituição periódica de
estudantes), dificultando a gestão fluída da comunicação, que se fez preferencialmente à distância,
bem como a participação continuada dos membros nas reuniões o que, como facilmente se deduzirá,
não facilita o funcionamento colegial pretendido. Uma segunda nota, que se associa ao que atrás se
salientou, diz respeito às diferenças expressas na elaboração dos Relatórios, tanto na forma como no
conteúdo, e à dificuldade de realização das tarefas sectoriais nos prazos previstos o que implicou
uma organização final da informação diversa do esperado pela própria CIE. Finalmente, atendendo às
condições que os membros das comissões dispõem para produzir análise e reflexão fundamentada e
fundadas, basicamente, na sua disponibilidade individual, o tempo que a CIE dispôs para abordar um
tema tão complexo como é o objeto deste Relatório foi manifestamente curto (abril de 2014 a maio
de 2015). Interessa, assim, salientar que se entende este Relatório como a 1ª etapa de uma análise
que importa prosseguir, embora por vias complementares.
RESULTADOS Os resultados, como se deduz do que ficou referido, expressam fundamentalmente as perspetivas
dos entrevistados pela CIE e são apresentados seguindo os três grandes pontos do Guião - primeiro
os dos dirigentes das faculdades e depois os dos estudantes. Para complementar esta apresentação,
são apresentadas em Apêndice (2 e 3) algumas tabelas complementares.
ENSINO
Relativamente “ao que se ensina”, as faculdades revelaram características diferenciadoras. Assim,
poder-se-ão identificar “traços ou marcas identitárias” das faculdades associados aos seus objetivos
atuais de formação: para a Faculdade de Letras (FLUC), a tradição associada à renovação; para a
Faculdade de Direito (FDUC), a tradição do jurista culto; para a Faculdade de Medicina (FMUC), o
foco na melhoria e reestruturação; para a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), a grande
dimensão e diversidade; para a Faculdade de Farmácia (FFUC), a interatividade docência/profissão;
para a Faculdade de Economia (FEUC), o carácter inter/multidisciplinar; para a Faculdade de
Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUC), a ligação à sociedade e a interatividade
ensino/investigação; para a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEFUC) a
abertura ao exterior.
Estratégia e Planeamento da Oferta Formativa
Esses traços expressam-se na respetiva oferta formativa.
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Na FLUC, o planeamento da oferta é baseado na tradição de ensino; lógicas de desenvolvimento dos
saberes; papel cultural básico (e.g. Estudos Clássicos); áreas emergentes com poder atrativo para
estudantes de qualidade (e.g., Turismo e Estudos Europeus). A isto associa-se alguma “intuição” na
avaliação das necessidades sociais, ou de exemplos provenientes de instituições estrangeiras
congéneres, bem como o recurso a aconselhamento externo (informal e esporádico), análise da
empregabilidade (através de dados dos centros de emprego) e respetivos impactos.
Na FDUC, o planeamento da oferta não recorre a processos formais de sondagem e estudo das
necessidades, quer científicas, quer sociais, baseando-se nas exigências de resposta à vocação da
faculdade, na emergência de novos campos do saber jurídico e desenvolvimento da atividade das
profissões jurídicas.
A FMUC expressa-se em termos de planeamento estratégico e não tanto do que acontece na
atualidade. Considera que deverá criar condições para o desenvolvimento de uma formação
diferenciada, de elevado mérito pedagógico e científico, promovendo o ensino por competências, a
interdisciplinaridade e potenciando as mais-valias da simulação médica e médico-dentária
(desenvolvimento do Centro de Simulação), tanto nos mestrados integrados, como na formação pós-
graduada, estimulando a abertura internacional, tanto em áreas básicas como clínicas. Aposta-se,
para o futuro, no alargamento, diversificação e reestruturação da oferta formativa, particularmente
nas pós-graduações (e.g. cursos breves de Medicina e Medicina Dentária para alunos de países de
expressão portuguesa; desenvolvimento de “nichos” de oportunidade, como por exemplo Medicinas
Complementares, Termalismo e Turismo de Saúde). Quanto aos restantes cursos (2º e 3º ciclos) a
aposta é nos Mestrados (académicos) e Programas de Doutoramento, com integração estratégica
continuada. Especificamente, nestes últimos, desenvolver e incentivar programas específicos
enquadrados na estratégia de desenvolvimento da FMUC (Medicina Dentária, Medicina Clínica, Área
Académica/Pedagógica, Medicina Legal) de molde a aumentar o baixo número de estudantes do 3º
ciclo, em particular estrangeiros; promover programas em parceria com outras Universidades ou
Instituições e com articulação com parceiros privilegiados de investigação [especialmente o Centro
Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC) e o Centro de Neurociências de Coimbra (CNC)].
Na FCTUC, o planeamento da oferta emerge da discussão interna, interdepartamental, e a tomada de
decisão pertence a cada Departamento. Este modelo é adequado quando a procura é estável, mas
torna-se problemático se a procura é assimétrica (realidade atual) levando ao sentimento da
necessidade de maior regulação central pela faculdade. O planeamento suporta-se, também, na
discussão externa à universidade, nomeadamente com empregadores.
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Na FFUC, o planeamento da oferta educativa alicerça-se, sobretudo, na análise da empregabilidade,
nas recomendações Europeias [Diretiva Comunitária de Reconhecimento das Qualificações
Profissionais (Diretiva 2005/36/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 7 de Setembro de
2005] e nas recomendações da Ordem dos Farmacêuticos [items do ato farmacêutico estabelecidos
pela Ordem dos Farmacêuticos (artigos 77.º e 78.º do Estatuto da OF, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
288/2001, de 10 de Novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 134/2005, de 16 de Agosto].
Já na FEUC, a oferta educativa procura responder ao equilíbrio entre os saberes básicos de cada área
disciplinar, aos padrões formativos internacionais e aos sinais da procura que vêm do mercado.
Assim, o seu planeamento baseia-se no que os perfis académicos, em primeiro lugar, e os perfis
profissionais, em segundo lugar, determinam para as áreas disciplinares, em intensa relação com o
mundo exterior (e.g., empresas; organizações onde trabalham sociólogos; campo da diplomacia ou
da esfera militar onde trabalham as pessoas das relações internacionais). O que se ensina é marcado
por estas relações, sublinhando a dimensão de perceber quais as inovações da realidade que se
produzem e que são induzidas pela esfera académica.
Na FPCEUC, o planeamento da oferta é influenciado por fontes externas procurando, para as
diferentes áreas de formação, ajustar o ensino às expectativas sociais, às exigências das agências de
acreditação, bem como à necessária articulação com a investigação, sobretudo ao nível dos 2ºs e 3ºs
ciclos. Neste âmbito, a faculdade está atenta às orientações oriundas do contexto internacional, em
particular do contexto europeu. Considera, ainda, as necessidades de profissionalização e as
orientações das organizações profissionais (e.g. Ordem dos Psicólogos Portugueses). Em termos de
fontes internas, o planeamento atende à avaliação interna, à reflexão sobre a qualidade e riqueza
curricular e à articulação ensino-investigação.
Na FCDEFUC, o planeamento da oferta formativa está muito associado à influência externa, através
da identificação de necessidades de desenvolvimento de propostas formativas dirigidas para
aquisição de competências específicas, o que facilita o reajustamento sistemático da estratégia da
faculdade neste domínio. Isto reflete-se, particularmente, na abertura de cursos pós-graduados.
Especificamente, essa influência resulta da consulta aos stakeholders tipificados da faculdade (e.g.
escolas, clubes, federações, ginásios), com o objetivo de perceber de que forma o perfil de saída do
diplomado pode/deve ser alterado, através da otimização dos planos de estudos e da análise da
empregabilidade (observatório).
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Planos de Estudos e Outros Aspetos Curriculares
O planeamento e objetivos da oferta formativa revelam-se, concreta e operacionalmente, no
tratamento dos planos de estudos e aspetos particulares que lhes estão associados e que os
representantes das faculdades foram destacando - independentemente do facto esperado de todas
as faculdades estruturarem a sua oferta em três ciclos de estudos, 1º, 2º e 3º, complementados com
outras pós-graduações.
Na FLUC, atualmente, promove-se a racionalização da oferta formativa através da construção (em
curso) de um programa global para os cursos de graduação cuja “inovação e ambição” permitiu o
financiamento do projeto pela Fundação Calouste Gulbenkian. Os seus pressupostos são: a livre
escolha curricular pelo estudante (com algumas limitações); a interdisciplinaridade (diálogo entre as
diferentes áreas de especialidade); o fim de unidades curriculares duplicadas ou dispensáveis.
Pretende-se, assim, constituir um modelo uniforme de curso, com 42 unidades curriculares (30 da
área de especialidade, 3 de iniciação, 4 de formação geral fora da área de especialidade, 5 formando
um minor). Por outro lado, a articulação ensino-atividade profissional é assegurada por estágios
contratualizados com instituições externas.
Na FDUC, a formação académica é complementada com estágios em instituições não académicas,
estabelecidos por protocolo. Existem dois tipos de mestrados (Forense, aberto a todos os licenciados,
e Científico que exige nas condições de acesso uma classificação mínima de 13 valores). Os
doutoramentos são também de dois tipos: doutoramentos tradicionais de largo espectro,
correspondente da dogmática jurídica, e doutoramentos especializados (um deles em b-learning). Há
ainda grande oferta de cursos especializados, voltados para um perfil profissionalizado, e cursos
breves de ensino a distância.
Na FMUC aponta-se, como vimos, a necessidade de uma profunda reestruturação curricular.
Enfatizam-se dificuldades tais como uma estrutura curricular atual desajustada, como se comprovou
no exame do National Board recentemente realizado, sendo também motivo de inúmeras justas
queixas por parte dos alunos (e.g. repetição de matérias, algumas vezes com terminologia diferente;
aulas práticas com um número de alunos desajustado; avaliações pesadas com sobreposição
contínua de horários e ausência de correta avaliação contínua). Preconiza-se o desenvolvimento de
planos de estudos estruturado por disciplinas, integrando as ciências básicas e clínicas, e programado
de molde a proporcionar a exposição precoce dos alunos ao exercício médico. Deverão, ainda,
promover o pensamento crítico, incentivar a participação dos alunos na investigação, aumentar o
envolvimento em estágios, ensinar adequadamente a capacidade de comunicação clínica e a gestão
de informação, alertar para os desafios económicos e sociais em saúde, incentivar a atualização
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permanente, promover valores intimamente relacionados com a profissão. A FMUC, em face desta
perceção de inadiável necessidade de reforma do ensino, procedeu a profunda análise e planificação
dos conteúdos e metodologias pedagógicas do Mestrado Integrado em Medicina, para o qual contou
com ampla e empenhada participação dos seus docentes e discentes, criando um novo plano de
estudos, já superiormente aprovado, que irá entrar em vigor no ano letivo de 2015-2016.
Na FFUC, o 1º ciclo oferece duas licenciaturas que permitem prosseguir para o 2º ciclo, organizado
em diferentes cursos de mestrado correspondentes a diferentes áreas (Análises Clínicas;
Biotecnologia Farmacêutica; Design e Desenvolvimento de Fármacos; Farmacologia Aplicada;
Química Farmacêutica Industrial; Segurança Alimentar; Tecnologias do Medicamento). Oferece ainda
um Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas. Para além do 3º ciclo (Doutoramento em
Ciências Farmacêuticas), a FFUC oferece diversos cursos de pós-graduação (e.g. Medicamentos e
Produtos de Saúde à Base de Plantas; Análises Clínicas), incluindo também cursos de formação com
ensino à distância (Curso de Formação em Plantas Aromáticas e Óleos Essenciais). Saliente-se, ainda,
na FFUC, a articulação ensino-atividade profissional através da realização de estágios curriculares e
extra-curriculares em diferentes empresas em contexto nacional e internacional [e.g. Aemiteq,
AtralCipan, Bluepharma, Farmalabor, CRO’s (Contract Research Organization)].
Já na FEUC, os planos de estudos são organizados em torno das quatro áreas disciplinares existentes
na faculdade: a economia, a sociologia, a gestão e as relações internacionais. Contudo, dentro do
corpo docente existem, de facto, oito áreas científicas, considerando as áreas auxiliares das
anteriores. Dá-se relevância tanto à formação inicial como à escola de pós-graduação (esta atrai
anualmente mais alunos do que a primeira), sendo que os alunos internacionais são, neste aspeto,
muito importantes, de tal modo que existe um curso de mestrado para estudantes estrangeiros.
A FPCEUC, que oferece formação em três domínios científicos distintos (Psicologia, Ciências da
Educação e Serviço Social) nos três ciclos de estudos (Licenciaturas, Mestrados Académicos,
Mestrado Integrado em Psicologia e Doutoramentos em Psicologia e em Ciências da Educação com
diversas especialidades) atribui grande relevância aos estágios, valorizando as metodologias de
formação fundamentadas na experiência, a dimensão internacionalização (e.g. cursos em parceria),
bem como o investimento no ensino pós-graduado à distância (e-learning e b-learning, de que é
exemplo o Curso de Terapia Familiar, em colaboração com duas associações profissionais espanholas
e uma brasileira). A lógica de colaboração interinstitucional expressa-se nos planos de estudos,
concretamente em cursos em associação com outras Universidades (e.g. Programas
Interuniversitários de Doutoramento com a Universidade de Lisboa em Psicologia da Educação e em
Psicologia Clínica; Doutoramento em Serviço Social em associação com a Universidade Católica, que
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deverá entrar em funcionamento em 2015-2016) ou em cursos em parceria com outras faculdades
da UC (e.g. curso de Mestrado em associação com a Faculdade de Economia).
Na FCDEFUC, o 1º ciclo organiza e articula um conjunto de unidades curriculares adstritas a cada uma
das suas áreas científicas: ciências do desporto; atividade física; ciências da educação física, embora
com ligeira predominância das ciências do desporto. Já o 2º ciclo encontra-se diferenciado nessas
mesmas áreas, com mestrados adstritos: área de Ciências do Desporto - Mestrado do Treino
Produtivo; área da Educação Física - Mestrado de Ensino e Educação Física dos Ensinos Básico e
Secundário; área da Atividade Física – Mestrado de Exercício e Saúde em População Especiais e
Mestrado em Atividade Física em Contexto Escolar; e ainda o Mestrado de Biocinética.
Neste âmbito, algumas faculdades reportam especificidades que se prendem com a organização e
modalidades de ensino que importa salientar. A FLUC, no plano de estudos atualmente em desenho,
prevê um sistema tutorial para orientação dos estudantes, enquanto a FDUC reflete na possibilidade
de regresso ao sistema de disciplinas anuais (justificado pelo peso de tradição associado à economia
de tempo letivo). A FDUC salienta, também, a tendência que começa também a verificar-se na
redução da duração dos doutoramentos [2 anos (mestrado) + 7/8 anos, tendência visível de
diminuição para 4/5 anos]. A FCDEFUC consigna o regime pós-laboral para a licenciatura, bem como
a valorização das aprendizagens informais, especialmente importante no caso dos atletas de alta
competição.
Recursos e Práticas Pedagógicas
Neste domínio, a FLUC aponta a grande inovação das tecnologias de ensino (e.g., disponibilização de
equipamento pedagógico atualizado; experiência de uso do e-learning, embora não generalizada),
bem como a reestruturação do serviço de apoio bibliográfico, através da centralização da gestão dos
meios bibliográficos. Por outro lado, com valor menos positivo, assinala a dificuldade em assinar as
bases de dados bibliográficas mais relevantes. Especificamente, quanto à prática pedagógica,
considera que tradicionalmente não tem sido muito refletida, podendo referir-se o predomínio do
individualismo na elaboração dos programas das unidades curriculares, sem que existam modelos
institucionalizados para detetar incoerências entre os respetivos conteúdos.
A FDUC refere a qualidade da sua biblioteca, que considera uma das melhores do mundo, apesar das
dificuldades materiais em a manter a esse nível e o bom equipamento em bds.
A FMUC refere como recursos, embora indiretamente, a Biblioteca das Ciências da Saúde e os
parceiros dos consórcios de investigação [especialmente o Centro Hospitalar Universitário de
Coimbra (CHUC) e o Centro de Neurociências e Biologia Molecular (CNC)].
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A FCTUC salienta os recursos materiais e tecnológicos à disposição da componente pedagógica,
desde textos de apoio (“sebentas”), à Imprensa da UC ou à utilização de videoconferência no ensino.
Quanto às práticas pedagógicas, refletindo a diversidade e dimensão da faculdade, as metodologias
de ensino são muito diversas em função das áreas disciplinares e níveis de ensino.
A FFUC sublinha, enquanto recurso, as novas instalações, destacando a qualidade dos laboratórios,
as salas de estudo e a qualidade do equipamento tecnológico, o que se traduziu num salto
qualitativo no seu ensino. Salienta a qualidade e acessibilidade da comunidade académica à
Biblioteca resultante da fusão das anteriores Bibliotecas das Faculdades de Medicina e de Farmácia.
Relativamente às práticas pedagógicas, caracterizam-se sobretudo por dois eixos: aulas expositivas e
forte componente laboratorial.
A FEUC indica a matriz multidimensional do seu ensino, que se quer interdisciplinar, e a renovação
das formas de ensinar e de aprender bem como da organização das aulas com métodos pedagógicos
inovadores, no sentido de reduzir a componente magistral e com recurso a novas tecnologias. Por
outro lado, do Regulamento Pedagógico, visto como um desafio para a faculdade, emana a
prevalência da avaliação contínua. Relativamente aos recursos materiais aponta o investimento feito
na qualidade das instalações, bons equipamentos tecnológicos, a biblioteca de livre acesso (muito
frequentada) e o papel do Sistema Nónio. A nível de outros recursos com valor positivo para a
faculdade emerge o papel ativo dos estudantes, a figura do coordenador de curso, a articulação
diretor da faculdade-coordenadores de licenciaturas (e.g. reuniões). A organização da FEUC em
Núcleos é vista, também, como um recurso, na medida em que favorece um intenso trabalho
coletivo, sendo que os Núcleos funcionam como unidades de planeamento e de avaliação dos cursos.
A grande atividade editorial dos docentes é entendida como outro recurso.
A FPCEUC sublinha como principal dificuldade, a nível de recursos, a ausência de um edifício uno que
integre a faculdade no seu todo, o que exige a mobilização de professores e alunos entre os vários
espaços, sem, contudo, limitar a regular atividade da faculdade. Como recursos mais positivos
destaca a existência de salas propícias ao estudo (e.g. clube de estudantes; sala de trabalhos de
grupo; sala de computadores; salas para alunos do 3º ciclo; espaços informais utilizáveis pelos alunos
para estudo ou mesmo para reunião) e o bom equipamento dos espaços pedagógicos em geral; a
qualidade da biblioteca e o acesso on-line às bases de dados em todos os edifícios da FPCEUC, bem
como a existência de uma testoteca de referência; o recurso às tecnologias de ensino. Na FPCEUC há
uma preocupação constante com avaliação interna da qualidade de ensino e com o aperfeiçoamento
dos processos e melhoria dos indicadores. Entendido como um recurso, o Gabinete de Qualidade
Pedagógica, composto por um técnico superior habilitado na área pedagógica e pelo Subdiretor da
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mesma área, aplica métricas e elabora relatórios, monitorizando, semanalmente, a qualidade
pedagógica - em “tempo útil” são monitorizados o desempenho docente, a disponibilização aos
alunos de informação e materiais, e outros indicadores sobre o cumprimento de obrigações
académicas. Este Gabinete mantém reuniões periódicas com todos os coordenadores dos cursos e
uma relação próxima com a Divisão de Melhoria Contínua da UC.
Quase todas as faculdades apontam também como recurso pedagógico a existência de redes
importantes em matéria de ensino, designadamente: a FLUC, a FDUC, a FFUC a FEUC e a FPCEUC
referem instituições externas não académicas para estágios. A FDUC exemplifica com o CEJ (Centro
de Estudos Judiciários), CSM (Conselho Superior da Magistratura), CSTAF (Conselho Superior dos
Tribunais Administrativos e Fiscais). Contudo, assinala como reduzida a cooperação interinstitucional
na área europeia, embora existam alguns laços individuais de docentes com universidades europeias,
designadamente alemãs. A FCTUC destaca as entidades empregadoras, a FFUC sublinha as relações
nacionais e internacionais com empresas (e.g. Laboratórios) e outras instituições e a FEUC uma forte
rede de parceiros consolidada para estágios e inserção profissional e uma intensa relação com o
mundo exterior (e.g., empresas; organizações onde trabalham sociólogos; campo da diplomacia ou
da esfera militar onde trabalham as pessoas das relações internacionais). Internacionalmente
salienta a parceria com a Science Po Institute de Bordéus; a FPCEUC refere as redes de apoio
profissional que implicam uma relação próxima com instituições diversas (e.g. hospitais, escolas,
autarquias, ordens profissionais) que também participam no processo formativo através da oferta de
estágios (protocolados) e da colaboração ativa com a instituição; a FCDEFUC tem protocolos com
diversas instituições da sociedade (em regra, abarcam simultaneamente ensino e investigação).
Dimensão Pedagógica Externa da Faculdade (in e out)
Muitas faculdades focam esta dimensão que pode ser interna e/ou externa à UC: a FLUC refere a
colaboração com outras faculdades na lecionação de disciplinas específicas; a FDUC a dimensão
internacional do seu ensino, sobretudo de carácter Lusófono, [programas de ensino de graduação e
pós-graduação em Macau (colaboração em doutoramento), Timor (licenciatura e mestrado), Luanda
(quatro mestrados), Maputo (mestrado), doutoramentos com dupla titulação com a Universidade de
S.Paulo, licenciatura com dupla titulação com as Universidades Federais da Bahia, Paraíba e Ceará,
mas também protocolos de ensino e investigação com as Universidades de Santiago de Compostela e
Autónoma de Madrid)]; a FCTUC distingue as formações partilhadas com outras instituições através
de videoconferência; a FFUC refere que alguns alunos frequentam disciplinas nas FCTUC e na FLUC,
enquanto na mobilidade externa, assinala a forte mobilidade Erasmus suportada, essencialmente, no
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Programa europeu SEP (Student Exchange Programme), organizado pela International
Pharmaceutical Student’s Federation, que proporciona estágios em diferentes países, com a duração
de 1-3 meses; a FEUC, o convite a personalidades externas para participar em aulas e seminários, um
programa de mentoring, em que antigos diplomados da faculdade se assumem como tutores de
estudantes em fim de curso, visando a inserção no mundo do trabalho e, finalmente, o Ciclo de
conferências “Gente da FEUC no mundo” em que são convidados personalidades com atividades de
destaque nacional e internacional; a FPCEUC aponta a colaboração de docentes com outras
instituições de ensino superior (e.g. universidades; Escola Superior da Educação) ou mesmo não
universitárias (e.g. formação de profissionais dos Ministérios da Saúde, Educação e Administração
Interna), bem como a colaboração de docentes de outras instituições e de técnicos de
organizações/instituições na FPCEUC. Internamente à UC, há diversas colaborações in e out (e.g.,
com as Faculdades de Economia, Direito, Medicina no âmbito do Doutoramento em Ciências do
Envelhecimento), tal como a participação nos programas de Formação de Professores em conjunto
com as Faculdade de Letras e Ciências e Tecnologia); a FCDEF aponta, neste aspeto, a mobilidade
interinstitucional bilateral na lecionação de unidades curriculares e os protocolos com instituições da
sociedade, sublinhando o protocolo com a Federação Portuguesa de Canoagem.
Recursos Humanos
Quanto aos recursos humanos quase todas as faculdades referem dificuldades, nomeadamente
quanto à diminuição (ou insuficiência, no caso da FCDEFUC) do corpo docente e ao seu
envelhecimento (neste aspeto com exceção da FCDEFUC).
A FLUC menciona a situação financeira deficitária da faculdade, que tem tido que contar com a
solidariedade de outras UOs, o que se tem traduzido na impossibilidade de abrir concursos para
recrutamento de novos docentes e no recurso escasso a professores de outras faculdades,
nomeadamente estrangeiras (os poucos docentes estrangeiros são, em geral, brasileiros, e muitas
vezes lecionam sem contrapartida de pagamento). A FDUC sublinha a dificuldade em manter no
corpo docente os seus melhores alunos, apesar de tentar contratar alguns a 50 %. A FMUC refere a
secundarização da vertente pedagógica dos docentes relativamente à atividade clínica e aponta,
como necessidade, a avaliação criteriosa das reais necessidades da faculdade em termos de pessoas
e estruturas (e.g. definição de critérios subjacentes a futuras contratações; contratação dos melhores
alunos como Monitores). A FCTUC realça o aumento acentuado de reformas desde 2000, sendo que
a investigação paga lugares de docência; a diminuição dos funcionários é também sentida como
grave e é atribuída à dificuldade de recrutamento e ao abandono de funcionários (não há progressão
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na carreira), pelo que são os docentes que realizam algumas das tarefas que lhes estavam atribuídas.
A FFUC assinala o número muito reduzido de docentes em relação às faculdades congéneres do país,
o acentuado envelhecimento do corpo docente e, consequentemente, a necessidade da sua
renovação. Nota, contudo, que como os critérios de seleção têm assentado em grandes currículos de
investigação, os docentes contratados têm quase sempre mais de 35 anos (dos 5 últimos
contratados, apenas 1 tem idade inferior a 35 anos). Sublinha também como fator muito positivo o
empenho e qualificação do seu corpo docente. A FEUC indica a sobrecarga horária e de trabalho dos
docentes, cuja necessidade de publicar pode colocar algumas dificuldades à dedicação ao ensino. A
FPCEUC salienta a necessidade de renovação de um corpo docente envelhecido (as condições atuais
não permitem a integração de jovens doutores da faculdade, desperdiçando o produto da
investigação e formação mais avançada), em sobrecarga horária e com um excessivo número de
alunos. Aponta, contudo, como aspetos positivos, a sua estabilidade, motivação e qualificação
(constituído a cem por cento por doutorados), com grande abertura para a inovação. Não obstante,
nem sempre as circunstâncias favorecem o seu melhor desempenho (e.g., a distribuição de serviço
docente condiciona alguns requisitos pedagógicos como o número de alunos por turma que excede o
adequado para a formação prática). De modo diferente, o que preocupa a FCDEFUC é o facto de mais
de 70% do seu corpo docente doutorado contratado por tempo indeterminado (cerca de 90% do
total) ser constituído por professores auxiliares, o que dificulta o reconhecimento e a capacidade de
competir com as Escolas homólogas, como, por exemplo, a não participação da faculdade nas CAE da
A3Es. Por outro lado, existe uma média de cerca de 40 estudantes por docente.
Necessidades Pedagógicas
Para além destas dificuldades, ou seja, da urgência em ultrapassar os problemas graves ao nível dos
recursos humanos, são apontadas como principais necessidades: pela FLUC, a maior reflexão sobre a
prática pedagógica e a existência de modelos institucionalizados, por exemplo, de identificação de
incoerências entre os conteúdos das unidades curriculares; pela FDUC, o reforço de recursos
materiais para manter a qualidade da Biblioteca; pela FMUC a urgência de dar início à reforma do
Plano Curricular, tanto na estrutura global do curriculum, como na avaliação e outros aspetos
pedagógicos. Concretamente, entre outras destacam-se as seguintes necessidades: em Medicina e
Medicina Dentária implementar a formação orientada para resultados e competências (e.g.
adaptação à mudança anunciada para o modelo de seriação do “National Board of Medical
Examiners”; complementarmente, desenvolver o modelo em articulação com escolas médicas
europeias); diminuir o número de estudantes do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) (não
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superior a 200 estudantes no 1º ano); promover a formação pedagógica dos docentes, (e.g. através
do desenvolvimento de um programa de educação); implementar normas de boas práticas na
avaliação de alunos, incluindo regras para a preparação e avaliação do trabalho final do MIM;
fomentar a atividade do Gabinete de Estudos Avançados, da Comissão de Acompanhamento da
Reforma Curricular do MIM, ativar o desempenho do Conselho Pedagógico e de um Gabinete de
Educação Médica com envolvimento e empenhamento ativo dos estudantes; e criar um Gabinete de
Apoio ao Aluno que inclua figura de um Provedor do Aluno. Globalmente, é importante promover a
articulação entre investigação e ensino; a FEUC indica a necessidade de ultrapassar problemas de
frequência em aulas teóricas e de aumentar espaços para trabalho coletivo ou para o estudo; a
FPCEUC a necessidade de reduzir o número de alunos por turma; e a FCDEFUC enfatiza a urgência de
encontrar uma solução credível de instalações (alunos têm aulas em vários locais da cidade), com
espaços que não passem apenas pela prática desportiva (neste aspeto, a necessidade da
requalificação do Estádio Universitário de Coimbra é fundamental), mas também por laboratórios,
salas de aulas e gabinetes para docentes. Noutro sentido, requer maior valorização das
aprendizagens informais pela UC.
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DIAGRAMAS DE SÍNTESE
Ensino – Dificuldades
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Ensino – Necessidades
INVESTIGAÇÃO
As faculdades sublinham a inexistência de tradição da carreira de investigador, enquanto tal, e,
globalmente, deixam notas de enquadramento do tema algo diversas. A FLUC nota a falta de uma
estratégia de investigação, a FFUC destaca a investigação multidisciplinar (Ciências da Saúde), a
FCTUC e a FEUC reportam a grande tradição de investigação, enquanto a FPCEUC sublinha o
benefício que decorre para a investigação da intensa relação com a sociedade.
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Estrutura e Organização
Neste aspeto, as faculdades assinalam a existência de centros de investigação, embora com
potencialidades e dificuldades diversas.
No caso da FDUC é sublinhada a recente criação do Instituto Jurídico, um centro de investigação que
funciona como estrutura geral, coordenando os grupos de investigação e integrando, como centros
associados, os institutos previamente existentes na faculdade. Estes mantêm a sua autonomia,
embora colaborem em alguns projetos e iniciativas, designadamente interdisciplinares.
A FMUC refere vários institutos e centros de investigação existentes na faculdade e avaliados pela
FCT, bem como outras estruturas de investigação às quais tem forte ligação, tais como o Instituto de
Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), o Centro de Neurociências e Biologia Molecular (CNC),
o Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses e a Associação para Investigação Biomédica e
Inovação em Luz e Imagem (AIBILI), e Unidades de Saúde como o CHUC, Centros de Saúde, Instituto
português de Oncologia (IPO) e outros; projeta-se enquadrar estas estruturas num Consórcio Clínico
de Investigação em Coimbra (Centro Académico).
A FFUC salienta que os investigadores estão integrados em diferentes unidades e centros de
investigação de referência: Centro de Estudos Farmacêuticos (CEF), Centro de Neurociências e
Biologia Celular (CNC), Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20), Centro de Química
de Coimbra (CQ), Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image (AIBILI) e
Rede de Química e Tecnologia (REQUiMTE). A investigação é financiada externamente (pela FCT,
projetos europeus, consórcios com empresas no âmbito dos QRENs).
A FEUC, para além de ter sete centros de investigação, alguns em parceria com outras instituições,
sublinha a sua ligação ao Centro de Estudos Sociais (CES).
A FPCEUC tem duas unidades de I&D (avaliados pela FCT) e seis grupos de investigação que
promovem a articulação interna dos docentes em termos de investigação. Alguns investigadores da
área da Psicologia pertencem ao Centro de Estudos Sociais (CES) e a maioria dos investigadores da
área das Ciências da Educação estão integrados no CEIS XX.
Temáticas de Investigação
Quanto à definição das temáticas a investigar, a FDUC assinala a tradicional correspondência com os
conteúdos das aulas, e particularmente com os temas de teses, atualmente superada pela
elaboração de um projeto estratégico no quadro do Instituto Jurídico; A FMUC reporta duas grandes
linhas temáticas: investigação básica, experimental e de translação (associada, por exemplo, ao
BIOMED III, ao IBILI, ao ICNAS, o IME e ao CNC) e investigação clínica (associada, por exemplo, ao
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CIMAGO e ao CHUC). Concretamente, aponta a relevância de temáticas de investigação como
envelhecimento e mecanismos moleculares e celulares de doença; neurociências e doença; medicina
regenerativa; imunologia, infeção e inflamação, entre outras.
A FCTUC privilegia a livre iniciativa dos investigadores, a FFUC considera que as linhas de
investigação refletem a transversalidade da área das Ciências Farmacêuticas e na FPCEUC as
atividades de investigação são definidas no quadro das três grandes áreas científicas de intervenção
da faculdade e das oportunidades reconhecidas pela comunidade científica internacional. De modo
mais concreto, a FCDEFUC refere a existência de duas temáticas que se constituem em dois grupos
de investigação, um mais dedicado à educação física e outro mais dedicado à biologia do desporto.
Redes de Cooperação Internas e Externas
As faculdades reportam a relevância das suas redes de cooperação: a FLUC no sentido do
desenvolvimento de programas de investigação de grande dimensão, com destaque para o projeto
GeoHealthS (na área da Geografia da Saúde), liderado por uma investigadora da FLUC, bem como o
contacto internacional dos investigadores, a nível individual; a FDUC através de vários projetos de
investigação e da colaboração institucional com universidades estrangeiras, designadamente,
espanholas e alemãs, apontando, ainda, o doutoramento conjunto com a Faculdade de Economia, na
área da Sociologia do Direito; a FMUC assinala as redes de cooperação interna já existentes com os
Centros de investigação da UC; a FCTUC releva a forte ligação ao IPN e o número elevado de projetos
em consórcio; a FFUC assinala a rede de conexões com o estrangeiro (que se estende do Canadá à
Nova Zelândia), bem como com outras faculdades da UC, o que constitui também uma excelente
fonte de recursos tecnológicos. Considera de grande relevância a existência de muitos projetos de
investigação com empresas e internacionais; na FPCEUC, as atividades de investigação beneficiam da
intensa relação com a sociedade, e com instituições universitárias nacionais e internacionais,
designadamente através de parcerias e participação em equipas internacionais (e.g. em projetos de
investigação internacionais; supervisões conjuntas de teses de doutoramento e promoção de
Doutoramentos Europeus; acolhimento de investigadores estrangeiros); a FCDEFUC tem definida
uma internacionalização estratégica, associada às orientações dos estudantes feitas por
personalidades estrangeiras. Os estudantes de 3º ciclo, para além de darem corpo à investigação
orientada pelos docentes, dinamizam as relações institucionais entre a faculdade e as suas
congéneres nacionais e internacionais. Há colaborações interdisciplinares com outras faculdades da
UC e protocolos com instituições da sociedade em que a parceria se estabelece tanto no ensino
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como na investigação, sendo que a amplificação destas parcerias é um dos objetivos da faculdade
(e.g., Pediatric Physical Physiology).
Avaliação da Investigação
Esta dimensão é também sublinhada pelas faculdades (na forma, processo e resultados). Contudo os
destaques são também diferenciados: a FDUC aponta a aprovação recente de um regulamento que
visa institucionalizar e dinamizar as estadias de investigadores e cursos de pós-doutoramento, mas
não deixa de referir a importância da FCT em sentidos opostos - quer na recente avaliação do centro
de investigação, quer na dificuldade na aprovação de projetos nacionais; a FFUC enfatiza, como
indicadores de qualidade da investigação, o papel avaliativo da FCT, os excelentes outputs relativos à
publicação científica e o sucesso das ligações internacionais; a FEUC sublinha também o papel da FCT
e a recente avaliação, sendo que apenas um dos centros foi classificado para a segunda fase de
avaliação; a FPCEUC, para além da avaliação externa (FCT, designadamente) destaca o facto de,
recentemente, ter sido criada no seio da Assembleia de Faculdade uma comissão para
acompanhamento e análise da investigação; a FCDEFUC detalha bastante esta vertente, começando
com a avaliação positiva de projetos europeus em que participa (e.g. a integração da faculdade num
consórcio na área da atividade física adaptada; um concurso no âmbito do Horizonte 2020, que
transitou para a segunda fase de avaliação, tendo ficado nos 30 primeiros, dos quais serão
financiados cerca de cinco projetos). Em sentido oposto, negativamente, surge a avaliação pela FCT
do Centro de Investigação em Desporto e Atividade Física que não foi financiado. Surge de novo o
problema das instalações que se constitui uma dificuldade para a investigação (e.g., equipamentos
de biomecânica instalados em local inapropriado, interferindo com os resultados de testes
realizados, o que faz com que, muitas vezes, tenham de ser repetidos; biblioteca instalada numa sala
de cerca de 130 m2; espaços reduzidos de trabalho para estudantes; espaços atribuídos aos
docentes/investigadores inapropriados, existindo um número significativo de partilhas de gabinete, o
que não assegura as condições para realização de um bom trabalho, implicando que aqueles apenas
vão à faculdade quando têm aulas.
Necessidades da Investigação
Relativamente às necessidades prioritárias para a investigação há grande variabilidade: para a FLUC,
centram-se no desenvolvimento de parcerias institucionais; para a FDUC, há que manter a elevada
qualidade da Biblioteca; a FMUC sublinha as estratégias e objetivos para potenciar a investigação de
excelência, alicerçada em grandes projetos nacionais e internacionais. Assinala a necessidade de,
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para o futuro, estimular o desenvolvimento/integração de projetos de elevado valor acrescentado,
incluídos em grandes programas científicos transversais, fomentando a cooperação intra e
interinstitucional (consórcios de investigação). Propõe-se, ainda, criar Programas de Investigação
Interdepartamental e protocolos e acordos de cooperação, que visem parcerias e condições de
captação de financiamento para a investigação (e.g., com laboratórios nacionais ou estrangeiros, ou
com a indústria). Aponta ainda para a necessidade de consolidação do projeto Ageing@Coimbra,
bem como para a criação de um Programa de Estímulo à Investigação (PEI); a FFUC sublinha a
necessidade de verbas para a investigação, dada a redução substancial de verbas da FCT para as
bolsas individuais de doutoramento; para a FCTUC, é importante melhorar o suporte administrativo
aos projetos de investigação e definir uma política sobre o futuro dos centros; para a FPCEUC o
financiamento é visto como a principal necessidade, sugerindo que a UC pudesse, através de um
serviço especializado e “profissionalizado”, ajudar nos processos de angariação de financiamento e
não só na gestão dos projetos já financiados; para a FCDEFUC, seria importante definir uma carreira
de investigação para aumentar a produção científica, bem como procurar novas fontes de
financiamento e desenvolvimento que não a FCT (e.g., projetos europeus; através dos estudantes de
doutoramento, acoplando-lhes competências internacionais, juntando-lhes coorientações de
estrangeiros e fazer com que possam fazer investigação no local de onde provém o coorientador).
DIAGRAMAS DE SÍNTESE
Investigação- Dificuldades
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Investigação - Necessidades
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RELAÇÃO ENSINO/INVESTIGAÇÃO
Para a FLUC esta relação é visível na estrutura dos 2º e 3º ciclos (seminários de investigação
obrigatórios por cada curso), nos quais se ajuda a preparar os planos de tese dos estudantes que são
avaliados e sujeitos a exame de qualificação, integrando-os em domínios de investigação de interesse
para a área de especialidade. A nível de graduação (1º ciclo) há uma participação pouco relevante de
estudantes em atividades de iniciação à investigação. A FDUC preocupa-se em coordenar ensino e
investigação, particularmente nos doutoramentos, procurando que os temas das aulas e, sobretudo,
das teses correspondam a áreas importantes de investigação na faculdade. A FMUC salienta a
necessidade de potenciar a articulação entre ensino e investigação, e com especial enfase a
necessidade de promoção de legislação que crie o estatuto jurídico de “Hospital Universitário” com
vista à integração das atividades de ensino, investigação e inovação, levadas a cabo pela FMUC em
colaboração com o CHUC. Na FCTUC essa relação traduz-se nas disciplinas avançadas e na
participação de doutorandos na docência. Na FFUC, a articulação ensino-investigação é mais
relevante no 2º e 3º ciclos, através da obrigatoriedade de monografia no 2º ciclo, e dos programas
doutorais no 3º ciclo. Os melhores alunos são incentivados a desenvolverem projetos para submissão
à FCT, estimulando-se a sua continuidade no 3º ciclo. É ainda salientado que, através duma iniciativa
promovida pelo NEF (Núcleo de Estudantes de Farmácia), os estudantes da FFUC podem, ao longo do
curso, realizar estágios extracurriculares de investigação tutelados por docentes investigadores. Na
FEUC procura-se que a investigação feita pelos docentes esteja muito relacionada com as suas áreas
de ensino e, por outro lado, que os programas de doutoramento estejam enquadrados em contextos
de investigação. A FPCEUC enfatiza a preocupação com a articulação entre ensino e investigação ao
longo dos três ciclos, o que é visível no planeamento e reestruturação curricular e nas redes de
cooperação ao nível de atividades que envolvem simultaneamente ensino e investigação. Existe uma
cultura forte para integração dos estudantes em atividades de investigação - desde o 1º ciclo têm a
oportunidade de se proporem para atividades de investigação orientadas pelos docentes da
faculdade, podendo, tais atividades, ser creditadas (até 6 ECTS) como unidade curricular opcional ou
reconhecidas no suplemento ao diploma.
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TEMAS TRANSVERSAIS
Para além dos tópicos do Guião, emergiram dois temas transversais às diversas faculdades:
Perfil dos Estudantes
Não estando especificamente diferenciado no Guião, quase todas as faculdades destacam este
tópico. A FDUC reconhece que os seus alunos são de boa qualidade, tendo a faculdade a segunda
nota mais alta do país nos concursos de acesso (14,8 valores ao 100.º estudante); os Cursos de
Mestrado Científico e de Doutoramento são frequentados maioritariamente por alunos lusófonos,
sobretudo brasileiros. A FCTUC, apesar de a alteração das condições de acesso não ter sido benéfica
(e.g., obrigatoriedade de Matemática A), não denota problemas neste domínio. A FEUC releva a
importância dos estudantes de pós-graduação (entram mais de 300 por ano), e dos estudantes
estrangeiros (tem mais de 500 estudantes estrangeiros em 3000 alunos); aponta um desequilíbrio na
mobilidade estudantil (um estudante outgoing para dois incoming). A FPCEUC assinala o número
elevado de estudantes estrangeiros oriundos de diversos países, na maioria enquadrados em
diversos programas de mobilidade (em 2014-2015 em número superior a 100, em todos os ciclos, 6
dos quais com estatuto de estudante internacional). A FCDEFUC nota a sua atratividade
relativamente a alunos atletas (ou ex-atletas) e treinadores de diversas modalidades desportivas e
valoriza a mobilidade europeia de estudantes através do programa Erasmus (em 2014, 74 estudantes
outgoing, sendo um número muito relevante uma vez que a faculdade tem 125 vagas, sendo que o
balanço entre outgoing e incoming é muito equilibrado).
Duas faculdades (a FDUC e a FCTUC) reportam-se especificamente à empregabilidade no sentido de
não ser uma preocupação dominante, particularmente a FDUC define-a como elevada (embora esta
avaliação seja feita por processos informais), e associada aos protocolos estabelecidos com várias
sociedades de advogados e que facilitam o recrutamento frequente dos melhores alunos.
Princípios-Guia Dominantes na Cultura/Estratégia das Faculdades
FDUC - O ensino é considerado como o pilar fundamental da atividade académica, ou seja, valorizam-
se: a prioridade da função “ensino” e a importância da ideia de “Escola” como corporação de
professores e estudantes; o docente “mestre”; os “manuais” que incorporam resultados da
investigação; as formações de 1.º ciclo; e, particularmente, a vocação de formação universal,
nomeadamente no que se refere ao universo dos países de língua oficial portuguesa, dirigida para a
preparação jurídico-cultural dos seus formandos. Participação dos alunos: os Núcleos representativos
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de estudantes (NED) funcionam como cadeias de comunicação entre os estudantes e as estruturas
da faculdade.
FMUC - Participação dos alunos: relevância do envolvimento futuro de estudantes na restruturação
dos cursos, bem como a sua participação ativa em diversos órgãos, designadamente de carácter
pedagógico.
FCTUC - Sobrevalorização da investigação relativamente ao ensino, refletida, por exemplo, na
avaliação do desempenho docente. Assume como valor estratégico a unificação e regulação central
(e.g., fim das bibliotecas por departamento e constituição de uma biblioteca central). Participação
dos alunos: a opinião dos alunos é inquirida, analisada e debatida (por departamento), mas sem
consequências.
FFUC – Salienta-se, particularmente, a ênfase na abertura ao exterior, particularmente através de
eventos científicos de divulgação da investigação e das conexões nacionais e internacionais
sobretudo na área da investigação e do mundo empresarial. Parecem, também, constituir princípios-
guia a valorização da investigação, bem como a valorização profissional dos estudantes e a sua
empregabilidade.
FEUC – Valorização da interdisciplinaridade e multidisciplinaridade, visto que por via da história da
faculdade, as suas quatro áreas disciplinares consolidaram-se e formam uma cultura que vai para
além da justaposição. Valorização, também da internacionalização. Há grande investimento na
qualificação docente e um intenso trabalho coletivo. Participação dos alunos: papel muito ativo dos
núcleos de estudantes e dos estudantes em geral, com quem o diretor reúne mensalmente enquanto
membros da gestão da faculdade.
FPCEUC – Abertura ao exterior (a nível da internacionalização e da sociedade, plasmada,
estatutariamente, na existência da Comissão de Acompanhamento Externo da Faculdade) cruzada
com a interatividade ensino/investigação. Manter a atratividade dos seus cursos e garantir os
melhores indicadores de empregabilidade são objetivos da faculdade constantemente presentes. A
participação dos alunos: foco na internacionalização.
FCDEFUC - fomento da investigação e internacionalização como opção estratégica da faculdade.
Investimento no corpo para docente a fim de ganhar massa crítica. A participação dos alunos: foco na
mobilidade estudantil internacional.
ESTUDANTES
Tal como foi referido, os nove estudantes presentes, representantes de seis faculdades (exceção para
as Faculdades de Direito e Medicina) referiram-se, transversalmente, aos aspetos mais e menos
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positivos das suas instituições de pertença, tendo mesmo avançado com algumas sugestões e
propostas de melhoria. Apesar de na entrevista se ter seguido o mesmo Guião, tornou-se difícil, na
respetiva análise, separar fundamentadamente ensino e investigação, o que pode significar que para
estes alunos estas duas vertentes estão verdadeiramente entrelaçadas, tanto nos aspetos mais
problemáticos como nos mais satisfatórios. Assim, é fácil de perceber que a relevância da
investigação desde o início da formação universitária, bem como a sua adequada (re)organização
estrutural, surja como um dos aspetos mais transversais às opiniões dos participantes, o mesmo
acontecendo com a importância dada à renovação do corpo docente, que acreditam está mais
aberto a essa possibilidade. Outro tema dominante foi a sobrecarga dos docentes e respetivas
implicações no trabalho/disponibilidade para orientação dos alunos. Finalmente, também se
observou como estes estudantes aceitam um conjunto de pressupostos ou crenças relevantes para a
forma como entendem e experienciam as suas vivências nas respetivas faculdades e na Universidade
de Coimbra.
APRECIAÇÕES POSITIVAS
Organização
Vários alunos focam aspetos positivos existentes nas suas faculdades: na FLUC, a centralização das
bibliotecas, na FCTUC, os esforços da Direção para harmonizar diferenças entre departamentos e,
particularmente, entre os localizados no Pólo I e Pólo II (FCTUC); na FEUC, a abertura ao exterior, o
esforço de captação de estudantes internacionais e uma lógica de funcionamento não endogâmica,
atribuída ao facto de ser uma faculdade recente que beneficiou da possibilidade de mobilizar
docentes de outras faculdades já existentes e/ou com áreas de formação científica diversa – aspeto
de que o Centro de Estudos Sociais (CES) é um excelente exemplo a nível da investigação; a
juventude da faculdade, foi também referida positivamente pelos estudantes da FCDEFUC.
Plano de Estudos
Neste âmbito, foram referidos pelos alunos da FFUC como muito positivos a existência de estágios
académicos externos; a acreditação pela Ordem dos Farmacêuticos do Mestrado Integrado em
Ciências Farmacêuticas; e, ainda a existência de novos cursos de licenciatura e mestrados, novas pós-
graduações e cursos de e-learning. Os alunos da FPCEUC sublinham a boa estruturação dos cursos e a
clareza dos objetivos no Mestrado Integrado em Psicologia que associam à recente reestruturação,
que promoveu, também um forte incentivo à investigação através da introdução de algumas
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disciplinas novas e de novos professores recrutados para as lecionarem (a excelência da carreira de
investigação de um desses professores foi sublinhada).
Corpo Docente
O recrutamento de novos docentes é focado pelos alunos da FFUC e da FPCEUC como uma mais-
valia; já o aluno da FCDEFUC aponta, neste âmbito, o facto de o corpo docente ser jovem, enquanto
o aluno da FEUC releva a importância da formação científica heterogénea e interdisciplinar dos
docentes.
Metodologias de Ensino-Avaliação
Também neste aspeto, os alunos apresentam sublinhados diferentes relativamente às diversas
faculdades: na FFUC o facto de não haver presenças obrigatórias nas aulas teóricas; na FEUC, a
utilização de metodologias que criam condições para o empreendedorismo intelectual e autonomia
por parte dos alunos; na FPCEUC, metodologias de ensino e avaliação bem organizadas; e, na
FCDEFUC, metodologias mais centradas no aluno.
3º Ciclo
Os alunos do 3º ciclo, em particular, fizeram alguns destaques relativamente ao seu conhecimento
dos doutoramentos: pelo representante da FFUC, foi salientada a importância da colaboração com a
indústria farmacêutica, o carácter inovador e flexibilidade curricular do Programa de Doutoramento,
bem como o incentivo ao financiamento de bolsas e a flexibilidade permitida aos estudantes-
trabalhadores sem bolsa FCT. O aluno da FEUC destaca a relevância do programa doutoral em geral,
sobretudo a partir da tónica na interdisciplinaridade e da relação com investigadores externos com
linhas de investigação definidas; pelo aluno da FCDEFUC foi referenciado, como positivo, o facto de
10% da propina serem geridos pelos alunos.
Investigação
Aspetos positivos nesta área foram focados pelos alunos da FCTUC e da FPCEUC, concretamente a
relevância dada à investigação desde a licenciatura/1ª fase do Mestrado Integrado, designadamente
através da existência da cadeira de Projeto, no caso da primeira, e do incentivo em participar em
projetos de investigação dos docentes de forma organizada e reconhecida (a atividade pode ser
creditada substituindo uma cadeira optativa), no caso da segunda.
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IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS
Organização
Os alunos da FLUC expressam, neste domínio, várias dificuldades: o facto de ser uma faculdade
antiga, com falta de contactos com outras instituições e uma cultura acentuadamente endogâmica
que dificilmente integra professores com origem externa; o funcionamento excessivamente
independente entre Departamentos que se expressa num conjunto de realidades diferentes, com
dificuldade de colaboração entre elas, funcionando numa lógica de “quintas”; no caso do 3º ciclo, a
utilização do remanescente das propinas para despesas da faculdade; são mencionados dois aspetos
particulares- no caso da Biblioteca, a morosa disponibilização dos livros (pode chegar a um ano) e a
falta de renovação das obras; finalmente, apontam a perda de “força” da faculdade (e da própria
Universidade) em termos de capacidade atrativa e captação alunos, bem como de credibilidade e
visibilidade externa.
Já o aluno da FCTUC assinala a falta de meios financeiros e consequente falta de recursos materiais
para aulas e para a investigação; tal como no caso anterior sublinha o funcionamento
excessivamente independente dos Departamentos e as grandes diferenças existentes entre os
Departamentos situados em cada um dos Polos (I e II) em que se localiza a faculdade (e.g., na
docência e qualidade do ensino; na renovação das matérias lecionadas; na renovação do corpo
docente; no sistema de avaliação; nos níveis de empregabilidade; na duração da tese de mestrado
desigual nos dois polos; no investimento na investigação); fala, também, em lógica de “quintas”, na
perda na captação de alunos e refere como um problema a obrigatoriedade de presenças nas aulas
nalguns departamentos/ cursos.
Plano de Estudos
Os alunos da FLUC sublinham o facto apenas existirem estágios internos e a sua não obrigatoriedade,
bem como a não continuidade das áreas e falta de renovação em termos de conteúdos, concluindo
que algumas áreas estarão a perder “força” também devido à não renovação de docentes. O aluno
da FCTUC entende que os conteúdos programáticos carecem de atualização, pelo que há uma
imagem “falsa” de renovação do plano de estudos. Lamenta que se pretenda acabar, por carências
financeiras, com a cadeira de Projeto que, como vimos, reputa de muito importante para incentivar a
investigação. Já os representantes da FFUC consideram que o plano de estudos do 1º ciclo não
incentiva a investigação (e.g. não existem estágios de investigação ou, a existirem, só por meio de
autoproposta; fazem falta as bolsas de iniciação à investigação) e entendem como criticável que a
obrigatoriedade de estágios esteja dependente do plano de estudos de cada mestrado. Os alunos da
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FPCEUC consideram que o 3º ano do MIP não prepara, como seria suposto, para a escolha de áreas e
subáreas do 2º ciclo. Para vários estudantes (FLUC, FPCEUC, FCDEFUC) é importante realçar as
barreiras colocadas (e.g., administrativamente pelas faculdades e mesmo pela universidade; em
termos de compatibilização de horários) à realização de unidades curriculares optativas noutras
faculdades da UC que não as de origem, o que não facilita a desejável interdisciplinaridade e
curricular.
Corpo Docente
Neste aspeto os alunos queixam-se (FLUC) da sobrecarga de trabalho dos docentes, o que conduz a
que os alunos se encontrem em autonomia-desorientada, mas também da existência de um corpo
docente limitado em termos de número, envelhecido e sem renovação. Também os alunos da
FPCEUC se sentem prejudicados pela falta de tempo dos docentes que é, no seu entender,
prejudicado pelo excesso de tarefas burocráticas; este aspeto é mais notório a nível das orientações
dos mestrados.
Metodologias de Ensino-Avaliação
A presença obrigatória nas aulas das engenharias é identificada pelo aluno da FCTUC. Os
representantes da FFUC indicam a desatualização da tecnologia nos métodos pedagógicos, a falta de
estímulo ao empreendedorismo intelectual-autonomia já que os professores disponibilizam a
informação tipo “papinha feita” (e.g., powerpoints, bibliografia reduzida); também apontam o
número excessivo de alunos nas turmas práticas laboratoriais. Os alunos da FPCEUC consideram as
metodologias de ensino e de investigação nas disciplinas do 1º ciclo pouco atrativas e entendem que
a sobrecarga de “matéria” dificulta o empreendedorismo intelectual dos estudantes.
3º Ciclo
O aluno da FLUC lamenta a perda de força dos 3ºs ciclos na faculdade, enquanto as dificuldades
financeiras para o acesso e a manutenção nos estudos, tal como o fim da gestão pelo aluno de
doutoramento de 10% das propinas, são sentidas como dificuldades pelo aluno da FCTUC. Da parte
da FFUC salienta-se que a relevância da colaboração com a indústria farmacêutica coloca, em
paralelo, o problema da lentificação da divulgação científica (constrangimentos e necessidade de
autorização prévia das empresas) e sublinha-se a perda de financiamento, designadamente
atendendo aos cortes nas bolsas individuais de doutoramento promovidos pela FCT. O aluno da
FCDEFUC é crítico em relação ao ano curricular dos Programas de Doutoramento (e.g., as aulas são
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redundantes em relação aos 1º e 2º ciclos, o que implica uma perda de tempo em aulas de programa
doutoral que poderia ser um ano aproveitado já para a investigação/trabalho de dissertação). A nível
externo, refere as barreiras colocadas pelas empresas aos estudantes-trabalhadores.
Investigação
A competição-conflito entre centros de investigação e designadamente com o 3Is (aluno da FCTUC);
o mau funcionamento do Centro de Investigação em Ciências Farmacêuticas que parece estar
associado à dispersão/encaminhamento dos investigadores para outros centros da UC, o que “matou
ou está a matar” a investigação na faculdade; a existência de financiamento só para projetos
competitivos; e o facto de a difusão do conhecimento/ publicações ser resultante ao esforço
individual de investigadores (alunos da FFUC), foram as mais dificuldades sublinhadas.
SUGESTÕES
De forma articulada com as dificuldades/necessidades sentidas e reportadas pelos estudantes das
diferentes faculdades, foram apresentadas algumas sugestões de melhoria.
Organização - Harmonização, embora sem uniformização, das diferenças entre departamentos/polos
I e II (FCTUC).
Plano de Estudos - Manter a cadeira de Projeto e fazer a “radiografia” aos planos de estudo, para
verificar ou promover a sua efetiva renovação (FCTUC).
Metodologias de Ensino-Avaliação - Reduzir o número de alunos das aulas práticas (FFUC).
Corpo Docente- Proceder a ajustamentos na carga horária dos docentes (FCDEFUC).
3º Ciclo - O ano curricular dos programas doutorais não deve ser obrigatório e o sistema formativo
deve ter carácter interdisciplinar; deve ser feita, em contrapartida, a apresentação inicial de várias
linhas de investigação da faculdade/docentes para favorecer e facilitar a escolha do projeto de
investigação dos doutorandos (FCDEFUC).
Investigação - Promover estágios de investigação na comunidade (FCDEFUC).
PRESSUPOSTOS
Os estudantes expressaram alguns pressupostos (crenças/cultura) mobilizadores dos seus pontos de
vista e relativos às categorias emergentes na audição que importa destacar.
Organização-Cultura
Cultura de mobilidade e abertura associada a faculdades recentes (FEUC)
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Faculdades antigas são mais rígidas (FEUC e FLUC)
Lógica endogâmica associada à antiguidade institucional (FEUC e FLUC)
Um bom corpo docente para um bom corpo de estudantes (FLUC)
Empreendedorismo intelectual/autonomia dos alunos
A autonomia-empreendedorismo intelectual deve começar desde o início (FCTUC; FPCEUC; FCDEUC)
O empreendedorismo-autonomia intelectual ensina-se e aprende-se (FCDEUC)
Metodologias de ensino-avaliação
Alunos obrigados a ir às aulas prejudicam os que estão interessados (FCTUC)
Marcar faltas infantiliza os alunos (FCTUC; FEUC)
Metodologias centradas no aluno podem ser prejudiciais (FEUC)
Metodologias centradas no professor não estimulam empreendedorismo-autonomia (FCTUC;
FCDEUC)
Turmas grandes impedem interesse e autonomia (FFUC)
3º Ciclo
É importante uma abordagem interdisciplinar por múltiplos investigadores conceituados (FCDEUC)
O importante é existirem seminários com investigadores reconhecidos (FEUC; FCDEUC)
NOTAS FINAIS PARA REFLEXÃO Antes de se avançar para uma reflexão específica sobre o ensino e investigação na Universidade de
Coimbra, tal como entendido por alguns dos seus agentes e atores, impõem-se uma primeira nota
versando considerações gerais: a existência de marcas identitárias e de uma cultura própria a cada
faculdade, assumidas de modo quase sempre consonante por dirigentes e estudantes, deixa a
interrogação sobre a necessidade da construção de uma identidade e cultura a um nível de ordem
superior, ou seja, relativa à Universidade como um todo. Esta unificação parece começar a existir ao
nível organizacional, mas não se deteta o nível representacional e cultural que a sustenta; a perceção
da necessidade de abertura e ligação ao exterior da Universidade, com implicações diretas tanto no
Ensino como na Investigação, o que implica forte apoio (político e administrativo) da Universidade; a
valorização comum da investigação que exige, assim, que seja dada uma atenção particular à sua
inserção, articulação, difusão e visibilidade no seio da Universidade.
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De modo mais particular, observa-se um movimento de mudança e renovação pedagógica e
científica por parte de algumas faculdades, designadamente, Faculdades de Letras e de Medicina,
bem como a necessidade de criação de processos e procedimentos unificadores das faculdades que
adotam uma organização departamental, como as Faculdades de Letras e de Ciências e Tecnologia.
Atendendo á dimensão destas faculdades, estes desígnios podem constituir-se como objetos de
reflexão e apoio por parte da Universidade.
Finalmente, os estudantes, através das crenças e pressupostos que expressam quanto ao que torna
uma universidade/faculdades mais ou menos competentes e atrativas (“boas e más escolas”),
crenças que de algum modo representam o que a comunidade juvenil e académica em geral espera
do ensino universitário, mostram-nos que a Universidade de Coimbra não se pode alhear da
importância destes valores e expetativas, como a importância de uma cultura de flexibilidade,
mobilidade, abertura e ligação ao exterior, renovação permanente e de um processo formativo que,
para além do que fica dito atrás, privilegie o “empreendedorismo e autonomia intelectual” do
estudante, sem que isso signifique menor apoio ou orientação. Assim, a par da operacionalização de
metas e objetivos concretos e operacionais, parece que estes pressupostos devem ser equacionados
na definição da estratégia global para o ensino e investigação da Universidade de Coimbra.
Ensino
A análise da informação específica referente ao pilar “Ensino” evidenciou quatro áreas a reter, no
sentido em que são preocupações transversais aos dirigentes e estudantes das faculdades, que para
elas encontram respostas, procedimentos e posturas diversas e, de algum modo, desarticuladas, no
seio da Universidade: empregabilidade, associada à atratividade da Universidade; promoção da
qualidade pedagógica; recursos humanos/ corpo docente; internacionalização. Para qualquer uma
delas identifica-se a necessidade de definir uma resposta estratégica e política comum por parte da
Universidade, que harmonize a organização de indicadores, respetiva análise e procedimentos
consequentes, mas sem esquecer as especificidades relativas às áreas de saber e de formação de
cada faculdade. Por outro lado, esta necessidade pode não exigir, necessariamente, a criação de
novas estruturas, mas, nalguns casos, a potenciação e articulação das já existentes (e.g., Gabinete de
Melhoria Contínua da UC). Em síntese, nas respostas para estas preocupações deverão ser
considerados dois níveis distintos mas integráveis: um central articulador e harmonizador da
Universidade e outro específico de cada faculdade/oferta formativa específica.
Particularmente, a questão dos recursos humanos e a sua necessidade de renovação surge com o
nível de acuidade e complexidade que já se poderia antever, apontando para que aspetos como a
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continuidade das áreas de saber, a libertação dos docentes do excesso de tarefas burocráticas, a
melhoria contínua das respostas administrativas, a busca de um ratio adequado docentes/não-
docentes, não possam ficar à parte desta reflexão e consequente definição estratégica e resposta
operacional.
Investigação
A análise da informação específica referente ao pilar “Investigação”, evidenciou que a definição de
estratégias científicas e de gestão de recursos para investigação ultrapassam frequentemente o
perímetro de atuação das Unidades Orgânicas (Faculdades). As solicitações inerentes ao exercício de
investigação e as decorrentes do reordenamento do Sistema Nacional de Investigação e
Desenvolvimento determinam o reforço de centros de investigação (e da respetiva massa crítica)
focados em domínios específicos da ciência ou na resolução de problemas identificados em
estratégias de prioridade, nacionais ou europeias. Tais centros agregam investigadores de várias
áreas das ciências, provenientes de unidades orgânicas diversas, e, na maioria dos casos, usam de
capacidade para determinar as suas próprias linhas de atuação.
Identificou-se, contudo, a importância de unificar e integrar, numa unidade operacional da
Universidade dotada de meios adequados, a responsabilidade de projetar a definição da estratégia
científica da Universidade, influenciar os diversos níveis de tutela, patrocinar a identificação de
oportunidades de financiamento, assegurar a gestão de Ciência e interagir com a sociedade,
nomeadamente no apoio às atividades de extensão universitária, inovação e transferência de
conhecimento.
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APÊNDICE 1
Guião de Auscultação
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Guião para auscultação das condições da atividade académica das Faculdades da
Universidade de Coimbra
A Comissão de Investigação e Ensino (CIE) do CG da UC considera que qualquer iniciativa de reflexão,
de avaliação ou de reforma da Universidade de Coimbra pressupõe o conhecimento do que existe no
plano da atividade académica (ensino e investigação) de cada Unidade Orgânica. Ora, embora
existam muitos dados recolhidos, nomeadamente quantitativos, parece faltar algum conhecimento
mais qualitativo e diferenciado sobre as várias estruturas académicas da Universidade.
A fim de iniciar esse trabalho, a Comissão decidiu organizar uma série de entrevistas, com dirigentes
das várias Faculdades, em que esse conhecimento sobre o seu quotidiano pudesse ser obtido,
sistematizado e tratado, ficando à disposição para reflexão ulterior.
O âmbito das entrevistas será a atividade de ensino e de investigação. Para tentar organizar as
entrevistas, foi elaborado um guião que tenta ser exaustivo e sistematizar os conteúdos. Não
constitui nenhum roteiro imperativo da conversa, mas apenas um menu de temas a serem
abordados, de modo a que os resultados das várias entrevistas possam ser comparados.
Mais do que em dados estatísticos (que podem ser encontrados noutras fontes), a CIE está
interessada numa visão de cada Faculdade orientada para a sua cultura, a sua autorreflexão, a sua
visão do mundo e do ambiente não académico relevante para a sua atividade, as vivências
quotidianas, os anseios e as preocupações dos seus membros. O que vamos pedir aos inquiridos
não são as suas opiniões pessoais, mas antes uma tentativa de transmitir objetivamente a cultura
da instituição.
1. ENSINO
1.1. Modelo de formação - “O que se ensina?”
(Nesta secção tem-se em vista saber como é que a Faculdade define – e redefine, através de
processos de interação com a sociedade e os empregadores - os seus objetivos de formação, incluindo
aí as capacidades culturais e de contextualização dos saberes técnicos, conhecimentos técnicos
especializados, métodos de trabalho e atitudes.)
1.1.1. Processos de definição/eleição dos objetivos mais estratégicos e inclusivos das
atividades de formação adequadas ao perfil concreto da Faculdade (contexto
temático, contexto regional, tradição e ligações internacionais, trunfos).
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1.1.2. Modalidades de contacto com a sociedade para definição dos objetivos da
investigação.
1.1.3. Processos de reflexão sobre o que é, no domínio de atuação da Faculdade, a
empregabilidade: relação entre perfis formativos projetados pelos académicos, perfis
profissionais “ideais” e correspondentes perfis de formação (competências e
atitudes), expetativas dos empregadores (estatais ou equiparados, empresas,
entidades de fins sociais ou não lucrativos).
1.1.4. Definição de perfis das unidades curriculares que compõem os cursos.
1.1.5. Modelos de divulgação externa dos perfis formativos e sua funcionalidade aos
objetivos sociais e profissionais.
1.2. Modelo pedagógico - “Como se ensina?”
(Nesta secção pretende-se conhecer o modo como se ensina, quer no que respeita a métodos
pedagógicos e de avaliação, quer quanto a modelos de colaboração interinstitucional, na UC, no país,
ou no estrangeiro, com instituições universitárias ou com instituições extrauniversitárias.)1.2.1.
Modelos pedagógicos usados e modelos predominantes.
1.2.2. Intensidade do uso de tecnologias de informação na formação (e-learning,
cloud, ensino à distância).
1.2.3. Estágios e atividades práticas.
1.2.4. Mobilidade interinstitucional (no seio da UC) e internacional.
1.2.5. Produção e disponibilização de textos de ensino.
1.2.6. Promoção de experiências formativas fora da Escola e sua valorização
curricular.
1.2.7. Modalidades e grau de valorização da autonomia e criatividade dos
estudantes.
1.2.8. Processos de avaliação das atividades de formação.
1.3. Perfil dos docentes - “Quem ensina?”
(Nesta secção abordam-se temas relativos à formação e avaliação pedagógicas do pessoal docente,
bem como à sua renovação).
1.3.1. Existência de atividades de sensibilização, formação ou atualização pedagógica
dos docentes.
1.3.2. Modalidades de avaliação pedagógica dos docentes. Reflexo na avaliação
global dos docentes.
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1.3.3. Relação entre o tempo dedicado ao ensino e a outras tarefas académicas,
nomeadamente investigação.
1.3.4. Intensidade da renovação do corpo docente.
1.3.5. Caracterização do corpo docente.
1.4. A dimensão “ensino” na cultura da Faculdade - síntese.
1.5. Recursos alocados a atividades pedagógicas - apreciação qualitativa
(Nesta secção procura fazer-se um balanço qualitativo dos recursos dedicados ao ensino).
1.5.1. Atividades de inovação pedagógica (projetos e organização de eventos, com e
sem financiamento).
1.5.2. Biblioteca.
1.5.3. Salas de estudo.
1.5.4. Material de ensino
2. INVESTIGAÇÃO
2.1. Modelo de investigação científica - “O que se investiga?”
(Nesta secção tem-se em vista saber como é que a Faculdade define – e redefine, através de
processos de interação com a sociedade e os empregadores - os seus objetivos de investigação,
incluindo capacidades culturais e de contextualização dos saberes técnicos, conhecimentos técnicos
especializados, métodos de trabalho e atitudes).
2.1.1. Processos de definição/eleição dos objetivos das atividades de investigação
adequadas ao perfil concreto da Faculdade (contexto temático, contexto regional,
tradição e ligações internacionais, trunfos).
2.1.2. Modalidades de contacto com a sociedade para definição dos objetivos da
investigação.
2.1.3. Modelos de formação de investigadores.
2.1.4. Mecanismos de divulgação externa das competências e atividades de
investigação.
2.2. Prática científica - “Como se investiga?”
(Nesta secção pretende-se conhecer o modo como se investiga, quer no que respeita a métodos de
organização e avaliação da investigação, quer quanto a modelos de colaboração interinstitucional,
na UC, no país, ou no estrangeiro, com instituições universitárias ou com instituições
extrauniversitárias).
2.2.1. Modelos de organização (individual, equipas, centros, redes; interna,
contratualizada; autónoma, em parceria).
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2.2.2. Investigação realizada com entidades externas.
2.2.3. Grau de valorização da dimensão formativa das atividades de investigação.
2.2.4. Modalidades e grau de valorização da dimensão social das atividades de
investigação.
2.3. Perfil científico dos investigadores – “Quem investiga?”
(Nesta secção abordam-se temas relativos aos investigadores da Faculdade, sua identificação e
avaliação).
2.3.1. Categorização e fluxos.
2.3.2. Processos de avaliação científica dos investigadores.
2.3.3. Reflexo na avaliação global do pessoal docente.
2.4. A dimensão “investigação” na cultura da Faculdade - síntese
2.4.1. Processos de avaliação das atividades de investigação (do ponto de vista da
Escola).
2.5. Recursos/infraestruturas alocados a atividades de investigação científica - apreciação
qualitativa
(Nesta secção procura-se fazer um balanço qualitativo dos recursos dedicados à investigação).
2.5.1. Atividades de investigação (projetos, organização e/ou participação em
eventos científicos, com e sem financiamento).
2.5.2. Investigadores de carreira.
2.5.3. Bibliotecas e laboratórios.
3. RELAÇÕES ENSINO/INVESTIGAÇÃO
3.1. Atividades de investigação incorporadas no ensino.
3.2. Investigação incorporada em atividades de ensino.
3.3. Problemas existentes na relação entre investigação e ensino.
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APÊNDICE 2
Tabelas
ENSINO/ INVESTIGAÇÃO/ RELAÇÃO ENSINO-
INVESTIGAÇÃO/TEMAS TRANSVERSAIS
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ENSINO1
Estratégia-Planeamento Oferta Formativa
Conhecimento-Cultura
desenvolvimento de saberes (FDUC; FLUC)
enriquecimento de competências (FMUC)
enriquecimento do conhecimento científico (FMUC)
papel cultural básico (FLUC) Influências externas
aconselhamento externo (FCDEFUC; FCTUC; FLUC; FPCEUC)
agências de acreditação (FPCEUC)
captação de estudantes qualidade (FLUC; FPCEUC)
empregabilidade (FCDEFUC; FCTUC; FDUC; FEUC; FFUC; FLUC; FPCEUC)
enriquecimento da oferta formativa (FMUC)
identificação de necessidades da realidade (FCDEUC)
impacto económico (FLUC)
modelos formativos internacionais (FEUC; FLUC)
necessidade inovar realidade (FEUC)
necessidades sociais (FLUC; FPCEUC)
recomendações internacionais (FFUC; FPCEUC)
recomendações da Ordem (FFUC; FPCEUC) Influências internas
articulação com investigação (FPCEUC)
decisão intradepartamentos (FCTUC)
desenvolvimento da Faculdade (FMUC)
discussão interdepartamentos (FCTUC)
equilíbrio saberes interdepartamentos (FEUC)
tradição - vocação de Ensino (FDUC)
Planos Estudos - Outros aspetos curriculares
Foco na Vertente Profissional
cursos especialização profissional (FDUC)
desenvolvimento de competências (FMUC)
estágios - articulação ensino-profissão (FDUC; FFUC; FLUC; FPCEUC)
promover valores profissionais (FMUC)
valorização de aprendizagens informais (FCDEFUC) Foco na Estrutura
construção de modelo uniforme 1º/2º ciclo (FLUC)
estrutura em 3 ciclos (FDUC; FLUC; FMUC; FCTUC; FFUC; FEUC; FPCEUC; FCDEFUC)
menor duração doutoramentos (FDUC)
organização por áreas (FEUC; FFUC; FCDEFUC;) Foco na Interdisciplinaridade (FLUC; FMUC; FEUC) Foco na Internacionalização
captação de estudantes internacionais (FEUC; FPCEUC)
1 A letra verde refere-se a tudo o que foi referido de uma forma apreciativa; a letra vermelha refere-se a tudo o
que foi referido de uma forma depreciativa; a letra preta refere-se (exceto nos títulos) a tudo o que foi referido de uma forma neutra.
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mobilidade internacional de estudantes (FEUC; FFUC; FPCEUC FCDEFUC)
Foco na Investigação (FMUC; FPCEUC) Foco na Oferta Pós-Graduada
cursos breves à distância (FDUC; FFUC; FPCEUC)
cursos especialização profissional (FDUC)
pós-graduações diversificadas (FDUC; FLUC; FMUC; FCTUC; FFUC; FEUC; FPCEUC; FCDEFUC)
Foco nos Alunos
estimular o pensamento crítico (FMUC)
incentivar a atualização permanente (FMUC)
livre escolha curricular (FLUC)
regime pós-laboral (FCDEFUC)
sistema tutorial (FLUC)
Dimensão Pedagógica Externa - in e out
(FDUC; FLUC; FCTUC; FFUC; FEUC; FPCEUC; FCDEFUC)
Recursos Pedagógicos Estruturas de Apoio Pedagógico
biblioteca excelente (FDUC; FEUC; FFUC; FPCEUC)
consórcios de investigação (previstos) (FMUC)
equipamentos tecnológicos (FCTUC; FEUC; FFUC)
espaços de trabalho para alunos (FPCEUC)
fontes apoio bibliográfico (FCTUC; FFUC; FLUC; FPCEUC)
qualidade instalações (FEUC; FFUC)
redes apoio profissional (FDUC; FLUC; FCTUC; FFUC; FEUC; FPCEUC; FCDEFUC)
Metodologias de Ensino-Avaliação
avaliação contínua (desafio) (FEUC)
forte componente laboratorial (FFUC)
metodologias diversificadas (FCTUC; FFUC)
métodos pedagógicos inovadores (FEUC)
tecnologias ensino (FDUC; FLUC; FCTUC; FEUC; FFUC; FPCEUC) Organizacionais
avaliação interna da qualidade pedagógica (FPCEUC)
Gabinete de Qualidade Pedagógica (FPCEUC)
coordenação pedagógica (articulação diretor-coordenadores; coordenador curso) (FEUC)
organização em núcleos (FEUC) Papel Ativo Estudantes (FEUC) Corpo Docente
atividade editorial docentes (FEUC)
qualidade dos docentes (FFUC; FPCEUC)
Recursos Humanos Aspetos Negativos
diminuição do corpo docente (FDUC; FLUC; FCTUC; FFUC; FEUC; FPCEUC)
diminuição de funcionários (FCTUC)
envelhecimento do corpo docente (FDUC; FLUC; FCTUC; FFUC; FEUC;
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FPCEUC)
secundarização da vertente pedagógica na atividade clínica (FMUC) Aspetos Positivos
corpo docente estável (FPCEUC)
docentes empenhados (FFUC; FPCEUC)
docentes qualificados (FFUC; FPCEUC)
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INVESTIGAÇÃO2
Avaliação da investigação
Avaliação interna (FPCEUC)
Criação de regulamentos (FDUC)
Indicadores de qualidade-ligações ao exterior (FFUC)
Indicadores de qualidade-outputs (FFUC)
Papel avaliativo da FCT (FCDEFUC; FDUC; FEUC; FFUC)
Divulgação externa
(FFUC)
Estrutura-Organização
em Centros de
Investigação
(FDUC; FLUC; FMUC; FCTUC; FFUC; FEUC; FPCEUC; FCDEFUC)
Recursos Conexões internacionais e nacionais (FFUC; FPCEUC)
Espaço-equipamentos de qualidade (FFUC)
Overheads da Faculdade com origem em projetos de investigação (FFUC)
Técnico para execução financeira de projetos (FPCEUC)
Redes de Cooperação-
interna e externa
Contactos internacionais individuais (FLUC; FPCEUC)
Investigação com empresas/organizações/instituições/sociedade (FFUC;
FPCEUC)
Parcerias interuniversitárias nacionais (FDUC; FCTUC; FFUC; FPCEUC;
FCDEFUC;)
Parcerias intrauniversitárias internacionais (FDUC; FFUC;FPCEUC; FCDEFUC)
Programas grande dimensão (FLUC; FMUC; FFUC;)
Temáticas de
Investigação
Áreas científicas de intervenção (FPCEUC)
Correspondência teses e projeto estratégico (FDUC)
Livre escolha de investigadores (FCTUC)
Focos temáticos pré-definidos (FMUC; FFUC; FCDEFUC)
Necessidades da sociedade (FPCEUC)
Oportunidades na comunidade científica internacional (FPCEUC)
2 A letra verde refere-se a tudo o que foi referido de uma forma apreciativa; a letra preta refere-se (exceto nos
títulos) a tudo o que foi referido de uma forma neutra.
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RELAÇÃO ENSINO-INVESTIGAÇÃO3
Foco na articulação ensino-investigação (FMUC; FPCEUC) Pouco relevante 1º ciclo (FLUC; FFUC) Predominante no 3º ciclo (FDUC; FCTUC;) Relação entre 2º-3º ciclos (FLUC; FFUC; FPCEUC) Correspondência áreas de ensino (FEUC) Incentivo de alunos para atividades investigação (FFUC; FPCEUC) Creditação atividades de investigação (FPCEUC) Estágios extracurriculares investigação (FFUC) Monografias 2º ciclo (FFUC) Participação de doutorandos na docência (FCTUC) Estatuto jurídico do Hospital Universitário (FMUC)
TEMAS TRANSVERSAIS
Perfil dos Estudantes
Boa qualidade (FDUC) Cursos de Doutoramento com alunos sobretudo lusófonos (FDUC) Cursos de Mestrado Científico com alunos sobretudo lusófonos (FDUC) Muitos alunos estrangeiros (FEUC; FPCEUC) Muitos alunos de pós-graduação (FEUC) Muitos alunos atletas e treinadores (FCDEFUC) Desequilíbrio na mobilidade de estudantes (FEUC) Equilíbrio na mobilidade de estudantes (FCDEFUC) Empregabilidade satisfatória (FDUC; FCTUC)
3 A letra verde refere-se a tudo o que foi referido de uma forma apreciativa; a letra vermelha refere-se a tudo o
que foi referido de uma forma depreciativa; a letra preta refere-se a tudo o que foi referido de uma forma neutra.
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Cultura-Estratégia das Faculdades
FOCO ORGANIZACIONAL Escola como corporação (FDUC) Valorização da unificação (FCTUC) Trabalho coletivo dos docentes (FEUC) Valorização da identidade da instituição (FPCEUC) FOCO NO ENSINO Ensino como pilar (FDUC; FMUC; FPCEUC) Docente como mestre (FDUC) Investimento no 1º ciclo (FDUC) Investimento qualificação dos docentes (FEUC) Trabalho coletivo dos docentes (FEUC) FOCO NA INVESTIGAÇÃO Valorização da investigação (FCTUC; FFUC; FPCEUC; FCDEFUC) FOCO NA ARTICULAÇÃO ENSINO-INVESTIGAÇÃO Manuais - incorporam ensino-investigação (FDUC) FOCO NA INTERDISCIPLINARIDADE Valorização inter-multi-disciplinaridade (FEUC; FMUC) FOCO NA PROFISSIONALIZAÇÃO Valorização da vertente profissional (FFUC; FPCEUC) Catalisador de empregabilidade (FFUC; FPCEUC) FOCO NA INTERNACIONALIZAÇÃO Formação universal (FDUC) Formação países lusófonos (FDUC; FPCEUC) Valorização internacionalização (FEUC; FFUC; FPCEUC; FCDEFUC;) FOCO NA RELAÇÃO COM O EXTERIOR Serviço(s) à comunidade (FFUC; FPCEUC) Abertura ao exterior (FFUC; FPCEUC; FCDEF;) FOCO NOS ALUNOS Participação ativa alunos (FDUC; FMUC; FCTUC; FEUC)
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APÊNDICE 3
Tabelas
ESTUDANTES
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ESTUDANTES
Apreciações Positivas
3º Ciclo Doutoramentos em parceria com empresas (FFUC) Flexibilidade de tempo para estudantes-trabalhadores (FCDEFUC) Investigação Bom funcionamento do CES (FEUC)
Identificação de Problemas
Organização Endogamia institucional - falta de docentes com origem externa às Faculdades (FLUC) Barreiras nas opções externas à faculdade:
barreiras burocráticas e administrativas (FLUC; FPCEUC)
barreiras de horários (FPCEUC)
falta de informação sobre possibilidades de opções noutras faculdades (FCDEFUC)
preferência dos estudantes por escolha de opções intrafaculdade (FPCEUC; FCDEFUC)
Corpo Docente Sobrecarga de professores com tarefas administrativas-burocráticas (FLUC; FPCEUC) Tempo para alunos prejudicado por tarefas burocráticas de professores (FPCEUC) Metodologias de Ensino-Avaliação Predomínio de metodologias centradas no professor (FCDEFUC) Marcar faltas aos alunos (FCTUC) Investigação Falta de coordenação, designadamente burocrática UC-FCT (FLUC) Falta de financiamento para iniciação à investigação (FFUC) Investigação como escape financeiro para os jovens através de bolsas (FLUC) Mobilização de investigadores para centros de investigação fora da faculdade (FFUC) Mau funcionamento, descoordenação ou falta de financiamento dos centros das faculdades (FFUC; FCTUC; FCDEFUC) Redução de bolsas individuais de doutoramento FCT (FFUC) Inexistência de bolsas FCT de iniciação à investigação (FFUC)
Sugestões
Plano de Estudos Agilizar contactos UC-Instituições externas (para estágios/investigação/empregabilidade) (FLUC) Escolha de trajetórias curriculares interfaculdades ou departamentos
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(FLUC; FPCEUC; FCDEFUC) Obrigatoriedade de opções externas à faculdade de pertença (FCDEFUC) Obrigatoriedade estágios de investigação ou práticos (FFUC) Início das atividades de investigação desde a licenciatura (FCTUC; FFUC; FCDEFUC) Corpo Docente Renovação e rejuvenescimento do corpo docente (FLUC) Captação de professores provenientes do exterior das Faculdades (FLUC; FFUC; FEUC; FPCEUC; FCDEFUC) Metodologias de Ensino-Avaliação Metodologias centradas no aluno (FCDEFUC) 3º Ciclo Percentagem das propinas gerida pelo aluno (FFUC; FCDEFUC) Parte curricular dos programas doutorais não obrigatórios; substituição por pequenos seminários (FCDEFUC) Investigação Centros de investigação interuniversitários (FCDEFUC) Criar estruturas de investigação que integrem os docentes com exclusividade (FLUC) Estabelecer parcerias europeias através de estudantes (FCDEFUC) Explicar a relevância da investigação aos alunos do 1º e 2º ciclos (FPCEUC) Modelo semelhante ao PASEC (FFUC)
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