Clínica Cirúrgica ll
Docente: Enf. Jhon Leno Lima Gonzaga
PORTO VELHO/RO
2020
Dentro do centro cirúrgico todos devem terconsciência de suas responsabilidades,competências e limites profissionais, para quepossam garantir integridade e segurança aocliente que está sob seus cuidados.
O código de ética de cada categoria deve serrigorosamente respeitado, principalmente notocante à responsabilidade para com o outro, nocaso, o cliente. Isso quer dizer que todos sãoresponsáveis pela manutenção do sigilo e pelapreservação da privacidade de cada cliente, alémda família deste, a qual também deve serinformada sobre os eventos que acontecem na salade cirurgia.
É fundamental que os familiares estejam sempre muitobem informados e esclarecidos acerca do quadro docliente. Na maioria das vezes, por conta de dor,preocupação e sofrimento, é recomendável que oprofissional aja com cautela, respeito, sensibilidade egentileza ao conversar com os familiares.
Muitos profissionais, às vezes, agem com indiferença,frieza e agressividade, algo inaceitável na conduta dequem trabalha na área da saúde.
Em tese, cada profissional deve agir de acordo com suacompetência específica, mas é fundamental que seexpresse com palavras e gestos fraternos no trato com ocliente e seus familiares.
Deve-se compreender que a equipe docentro cirúrgico e composta por sereshumanos semelhantes aos demais, portanto,suscetíveis às oscilações de humor presentesno ambiente, ou seja podem-se mostrar,muitas vezes bons ou maus, fáceis ou difíceisde lidar, respeitosos ou desrespeitosos,tranquilos ou agitados etc.
É importante que, encerrado o ato cirúrgico, asituação seja discutida e tudo sejaesclarecido.
O habito de falar alto também merece uma reflexão por parte da equipe docentro cirúrgico, esquecendo que se encontram os clientes naquele local,silenciosamente observando tudo o que se passa ao seu redor.
Isso é um grande desrespeito para com os clientes, seres humanos que podemestar extremamente frágeis e são obrigados a se submeter à falta de polidezdaqueles que deveriam primar pela postura ética no ambiente de trabalho.
Para que aconteça a cirurgia é necessário
haver uma equipe formada pelo cirurgião,
cirurgião auxiliar, anestesiologista,
enfermeiro, instrumentador cirúrgico,
circulante e pessoal de apoio.
No centro cirúrgico cada membro da equipe tem
uma atividade especifica, fazendo com que o trabalho se torne
sincronizado e contínuo. Assim a cirurgia que é um
trabalho em equipe é preciso: um
funcionamento harmônico, hierarquia,
ordem e respeito.
AnestesistaCirurgião
ChefeCirurgião Auxiliar
Instrumentador (que
pode ou não ser médico)
É composta de médicos anestesiologistas. Compete ao anestesiologista avaliar o paciente no pré-operatório, prescrever a medicação pré-anestésica, planejar e executar a assistência pré-operatória, controlando as condições clínicas deste durante o ato anestésico.
Após a cirurgia, é de sua responsabilidade assistir o paciente na sala de recuperação anestésica.
Compõe-se de cirurgiãoassistente e instrumentadorcirúrgico, sendo que este últimopode ou não ser o médico. Emhospital-escola, na maioria dasvezes, essa função édesempenhada por estudantes.
Cirurgião: é da competência do cirurgião planejar e executar o ato cirúrgico, comandar e manter a ordem no campo operatório.
Cirurgião Assistente: ao primeiro assistente compete
auxiliar o cirurgião no desenvolvimento do ato
cirúrgico e substituí-lo caso se faça necessário. Em cirurgias
de grande porte, torna-se indispensável à presença de
um segundo assistente.
▪ Verificar os materiais e equipamentos necessários ao ato cirúrgico;
▪ Preparar a mesa com os instrumentais e outros materiais necessários à cirurgia;
▪ Ajudar na colocação dos campos operatórios;
▪ Fornecer materiais e instrumentais ao cirurgião e assistente, solicitando-os, sempre que necessário ao de sala, devendo para isso estar atento aos tempos cirúrgicos;
▪ Observar e controlar para que nenhum instrumental permaneça no campo operatório;
▪ Zelar para a manutenção da mesa, conservando limpos os instrumentais durante o ato cirúrgico, bem como protegendo as para evitar contaminação.
O pessoal que trabalha no centro cirúrgico precisa ter boas condições de saúde, não podendo, portanto ser portadores de infecção agudas ou crônicas, principalmente da orofaringe e da pele. É obrigatório o uso de paramentação privativa.
A equipe de enfermagem no centro cirúrgico é composta pelo:
Enfermeiro
Técnico de Enfermagem
Instrumentador (que também deve ser o técnico de enfermagem ou enfermeiro)
CIRCULANTE DE SALA CIRÚRGICA:▪ Receber o paciente no CC;
▪ Prontidão e rapidez nos pedidos da instrumentação;
▪ Somente sair da sala se a pedido da equipe para buscar material;
▪ Desenvolver procedimentos técnicos, conforme orientações do enfermeiro;
▪ Manter boa relação de trabalho com a equipe multidisciplinar;
▪ Conservar o ambiente de trabalho limpo e em ordem;
CIRCULANTE DE SALA CIRÚRGICA:▪ Zelar pelo correto manuseio dos
equipamentos;
▪ Zelar pelas condições ambientais de segurança do paciente e da equipe;
▪ Realizar limpeza preparatória da SO no inicio do dia;
▪ Auxiliar a equipe no correto posicionamento do paciente para anestesia e para cirurgia;
CIRCULANTE DE SALA CIRÚRGICA:
▪ Notificar possíveis intercorrências ao enfermeiro responsável;
▪ Controlar e conferir juntamente com o instrumentador todo material aberto na mesa de cirurgia, por exemplo: compressas, gazes e instrumentais avulsos para a segurança da equipe e do paciente;
▪ Preencher adequadamente os impressos pertinentes ao prontuário do paciente e da instituição;
▪ Abrir todos os materiais estéreis a serem utilizado com técnica asséptica;
▪ Encaminhar peças, exames e outros pedidos realizados no transcorrer da cirurgia;
CIRCULANTE DE SALA CIRÚRGICA:
▪ Auxiliar o anestesista na indução e reversão da anestesia;
▪ Encaminhar o paciente para a RA e informar suas condições clinicas ao enfermeiro ou técnico responsável;
▪ Desmontar a SO e encaminhar adequadamente cada material e instrumental cirúrgico para seu destino, seja descartável ou de reprocessamento;
▪ Realizar limpeza concorrente ou terminal da SO conforme programação e rotina estabelecida no setor.
▪ Promover a unidade de pessoal e de material necessário ao seu perfeito funcionamento, sendo esta uma atividade do enfermeiro administrador auxiliado pela secretaria do setor;
▪ Confeccionar POP (procedimento operacional padrão) para o setor com normas e rotinas de cada instituição e atribuição de cada pessoa que ali trabalha;
▪ Organizar a distribuição dos serviços para garantir a execução harmônica dos trabalhos;
▪ Comandar o pessoal, baseando-se nos princípios éticos de relacionamento humano, mas nunca esquecendo que é o responsável maior pelas falhas e acertos no andamento dos serviços;
▪ Coordenar, supervisionar e executar a assistência de enfermagem prestada ao cliente no transoperatório.
Executar a limpeza e zelar pela manutenção de ordem na unidade;
Zelar por ordem de limpeza também no
banheiro e vestuário;
Executar limpeza concorrente da sala
após cada cirurgia e ao termino do período final
e após cirurgia contaminada;
A limpeza é executada com o uso do MOP seco ou similar para recolher
partículas do chão;
É proibido o uso de vassouras;
Com o MOP úmido ou com equipamento que libere jato de vapor de
água sob pressão, limpar estrutura física
iniciando pelo teto;
Os produtos a serem utilizados devem ser
definidos em conjunto com a CCIH.
Alguns hospitais matem contrato com firmas limpadoras para a execução do serviço de limpeza, ficando o funcionário sob supervisão da mesma, mas sempre sobre a orientação da enfermeira.
As funções dos elementos da equipe de enfermagem podem variar de um hospital para outro, de acordo com as rotinas e funcionamento dos mesmos. E importante que cada elemento da equipe desenvolva atribuições especificas, mas de tal forma que as atividades se realizem harmoniosamente voltadas para o objetivo comum, que é a segurança do paciente e a eficiência da cirurgia.
Primeiramente iniciamos com asatividades desenvolvidas pelocirculante da sala (técnico deenfermagem), antes, durante e após acirurgia, averiguando o bomfuncionamento da sala, equipamentose materiais, assegurando condiçõesfuncionais.
Atentar para o mapa cirúrgico, ler com atenção o pedido de
cirurgia, certificando-se quanto as observações sobre o
material, aparelhos ou alguma particularidade especial á realização do ato cirúrgico.
Certificar-se das cirurgias a serem executadas na sala que
está escalado;
Verificar a limpeza geral da sala, do teto ao piso e
comunicar o enfermeiro a necessidade de limpeza antes
da cirurgia;
Arrumar a sala, providenciando o material e equipamentos
necessários para cada procedimento;
Realizar a limpeza de móveis e equipamentos após cada
procedimento com álcool a 70% da área mais limpa para a
menos limpa;
Testar as luzes e aparelhos elétricos;
Regular a temperatura da sala de acordo com o
padronizado ou a pedido do anestesiologista;
Verificar se o lavabo esta com o material necessário
para a degermação das mãos e antebraços;
Providenciar os formulários próprios conforme a rotina
da unidade;
Levar para a sala o pacote de campos e aventais, as
luvas e as caixas de instrumentais para utilizar
no momento devido;
Equipar o aparelho de anestesia e coloca-lo a
cabeceira da mesa cirúrgica. Em alguns locais
há um funcionário especifico ou dos próprios
anestesistas;
Abrir o material no tempo oportuno.
1. Receber o paciente na sala de cirurgia , se o enfermeiro não puder fazê-lo;
2. Conferir a identificação do cliente (prontuário completo);
3. Verificar se os cuidados pré-operatórios foram realizados como: tricotomia,clister, punção venosa calibrosa, sondagem vesical (se necessário), sondagemnasogástrica (se necessário);
4. Certificar-se se foi pedido reserva de hemocomponentes e se estãoacompanhado ao cliente;
5. Retirar pertences como próteses, jóias, roupas de uso pessoal.
6. Verificar as anotações realizadas pela equipe de enfermagem na clínicacirúrgica no pré-operatório, tais como: medicação pré-anestésica, sinais vitais,problemas alérgicos e condições fisiopatológicas do cliente;
7. Conferir os exames pré-operatórios considerados indispensáveis a cadasituação cirúrgica (serviço do enfermeiro, anestesista e cirurgiões), como ex:ECG, TC, RX e outros;
8. Enquanto o paciente não tiver anestesiado, procurar acalmá-lo, tentandodiminuir a ansiedade, insegurança e o medo, comum a maioria dos pacientes;
9. Abrir sondas se houver; colocar o suporte de braço, acolchoado, em ânguloinferior a 90º com o corpo, adaptar o manguito do aparelho de pressão eestetoscópio a fim de verificar a pressão arterial;
10. Auxiliar o anestesista no que for solicitado;
11. Colocar a placa neutra do bisturi elétrico sob a panturrilha do paciente ou emoutra região conforme a cirurgia, tendo cuidado de verificar bem ascondições da área;
12. Ligar o foco, centralizando o campo cirúrgico;
13. Colocar o arco de narcose ou um suporte de soro a cada lada da mesa, paraser coberto por campo esterilizado para forma a tenda e separar o campocirúrgico da ação da anestesia;
14. Aproximar todos os equipamentos: bisturi, aspirador, hamper coberto comcampo esterilizado, balde para lixo;
15. Colaborar com o anestesista no controle de gotejamento de infusões,líquidos drenados, sinais e sintomas do paciente;
16. Controlar o numero das compressas após a cirurgia de cavidade;
17. Fazer anotações de enfermagem abrangendo ocorrência com o paciente nasala, medicamentos, infusões e período intra-operatório de maneira clara eobjetiva;
18. Não deixa-lo sozinho, principalmente após o ato anestésico;
19. Atender suas necessidades, como cobri-lo se tiver frio;
20. Auxiliar o médico no curativo da incisão cirúrgica, oferecendo as soluçõescomumente usadas.
▪ Auxiliar a equipe a se desvestir;
▪ Desligar todos os equipamentos;
▪ Remover material instrumental
▪ Transferir o paciente da mesa cirúrgica para maca, após autorização do anestesista;
▪ Atentar para infusões venosa, curativo; sondas e drenos;
▪ Providenciar o transporte do paciente para a sala de SRA, juntamente com o prontuário completo;
▪ Separar roupas utilizadas na cirurgia, material de vidro, cortante, borrachas e instrumentais;
▪ Encaminhar os impressos e frascos vazios de medicamentos controlados e peça anatômica identificada;
▪ Recolher o lixo e providenciar que a sala seja limpa.
Cirurgia eletiva: Tratamento cirúrgico proposto, mas cuja realização pode aguardar ocasião mais propícia, ou seja, pode ser programado. Por exemplo: mamoplastia, gastrectomia.
Cirurgia de urgência: Tratamento cirúrgico que requer pronta atenção e deve ser realizado dentro de 24 a 48 horas. Por exemplo: apendicectomia, brida intestinal.
Cirurgia de emergência: Tratamento cirúrgico que requer atenção imediata por se tratar de uma situação crítica. Por exemplo: Ferimento por arma de fogo em região pré-cordial, hematoma subdural.
▪ Cirurgia Curativa: Tem por objetivo extirpar ou corrigir a causa da doença, devolvendo a saúde ao paciente. Para essa finalidade é necessário as vezes a retirada parcial ou total de um órgão. Este tipo de cirurgia tem uma significação menos otimista quando se trata de câncer, neste caso, a operação curativa é aquela que permite uma sobrevida de alguns anos.
▪ Cirurgia Paliativa: Tem a finalidade de atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar o mal, mas não cura a doença.
▪ Cirurgia Diagnóstica: Realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento da doença.
▪ Cirurgia Reparadora: Reconstitui artificialmente uma parte do corpo lesada por enfermidade ou traumatismo.
▪Cirurgia Reconstrutora / cosmética / plástica: Realizadacom objetivos estéticos ou reparadores, para fins deembelezamento.
▪Cirurgia limpa: Primariamente fechada, sem a presençade dreno, não traumática. Realizadas em tecidos estéreis oupassíveis de descontaminação, na ausência de processoinfeccioso e inflamatório local. Cirurgias em que nãoocorreram penetrações nos tratos digestivo, respiratório ouurinário.
▪ Cirurgia potencialmente contaminada: Realizada em tecidoscolonizados por microbiota pouco numerosa ou em tecido de difícildescontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório, ecom falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagemaberta enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratosdigestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa.
▪ Cirurgia contaminada: Cirurgia realizada em tecidos abertos erecentemente traumatizados, colonizados por microbiota bacterianaabundante, de descontaminação difícil ou impossível, bem como todasaquelas em que tenha ocorrido falha técnica grosseira, na ausência desupuração local; presença de inflamação aguda na incisão e cicatrizaçãode segunda intenção ou grande contaminação a partir do tubo digestivo.Obstrução biliar ou urinária também se inclui nesta categoria.
▪ Cirurgia infectada: São todas as intervenções cirúrgicas realizadas emqualquer tecido ou órgão em presença de processo infeccioso (supuraçãolocal), tecido necrótico, corpos estranhos e feridas de origem suja. Porexemplo: cirurgias de reto e ânus com secreção purulenta.
As cirurgias podem ainda ser classificadas quanto aoporte cirúrgico ou risco cardiológico (pequeno, médio ougrande porte), ou seja, a probabilidade de perda de fluidose sangue durante sua realização.
▪Grande porte: Com grande probabilidade de perda de fluido esangue. Por exemplo: cirurgias de emergência, vascularesarteriais.
▪Médio Porte: Com média probabilidade de perda de fluido esangue. Por exemplo: cabeça e pescoço, ressecção decarcinoma, ortopedia prótese de quadril.
▪Pequeno porte: Com pequena probabilidade de perda de fluidoe sangue. Por exemplo: plástica mamoplastia e endoscopia.
▪Porte I: com tempo de duração de até 2 horas.
▪Porte II: cirurgias que duram de 2 a 4 horas.
▪Porte III: de 4 a 6 horas de duração.
▪Porte IV: com tempo de duração acima de 6 horas.
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND
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