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M.E. Ferreira & J. Miguel Costa
CIRCULARIDADE COMO ESTRATÉGIA DE INOVAÇÃO EM HORTICULTURA ORNAMENTAL
22/02/2019
Produtos e serviços da horticultura ornamental ajudam a:-Minorar o impacto visual de construções;-Valorizar imóveis, espaços urbanos e parques industriais.
• Efeito positivo no bem-estar e no ambiente urbano e periurbano
HORTICULTURA ORNAMENTAL E SOCIEDADE
PARQUE DAS
NAÇÕES
- Mancha urbana totalmente reabilitada, com uma área verde com cerca de 100 ha.
Árvores - 20 000 Arbustos - 70 000 Herbáceos - 1 500 000 Relvados - 37,6 haPrados - 4 haSapal - 1,4 haMatos rasteiros - 1,1 ha
http://www.portaldasnacoes.pt/category/jardins/
• Recuperação da paisagem urbana.
HORTICULTURA ORNAMENTAL E SOCIEDADE
Jardim de Serralves, Porto
Jardim Botânico da Ajuda, Lisboa
Curia (Anadia)
HORTICULTURA ORNAMENTAL E SOCIEDADE
•Suporte de sectores como o turismo, o lazer e a educação ambiental.
• Alterações climáticas ( 2,5-3ºC e 10-20% PP).
CONDICIONANTES DO SECTOR - AMBIENTAIS
https://www.eea.europa.eu/soer-2015/europe/climate-change-impacts-and-adaptation
•Impacto no curto-médio prazo
•Escassez em quantidade e qualidade de recursos naturais (solo,
água e energia).
•Degradação das massas de água (superficiais e subterrâneas) (ex.
aumento da salinidade).
•Consumo de água na produção de plantas ornamentais e flores,em cultura protegida – 5 818 m3/ha/ano (Leão & Morais, 2010).
CONDICIONANTES DO SECTOR - AMBIENTAIS
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•Produção de resíduos sólidos
•Resíduos orgânicos em Portugal (falta de dados fidedignos)
– 29 a 170 t/ha/ano (função da espécie e grau de intensificação cultural)(Cara & Rivera, 1998; Boulard et al., 2011)
•Substratos utilizados – 0,6 a 1,0 kg/m2/ano (Cara & Rivera, 1998)
•Resíduos de coberturas de abrigos (polietileno de 200 μm, 3 anos) – 400 t/ano
•Portugal tem que reduzir a quantidade de resíduos em aterros para 35%, em 2020. Em 2015 reduziu 45% (Azevedo, 2018)
CONDICIONANTES DO SECTOR - RESÍDUOS
Água – Diretiva 2000/60/CE
Nitratos – Diretiva 91/676/EEC
Pesticidas – Diretiva 91/414/EC
Corretivos de solos e coberturas – Decisão (EU) 2015/2009
Definição e composição de fertilizantes – Reg. CE n.º 2003/2003
Deposição de resíduos orgânicos em aterro (teor de carbono orgânico
total) – DL n.º 183/2009
•Legislação mais restritiva
CONDICIONANTES DO SECTOR - LEGISLATIVAS
CONDICIONANTES DO SECTOR - ECONÓMICAS
• Investimentos elevados para a melhoria de instalações (estufas, controlo climático, eficiência de uso de água).
• Preços de mercado interno (ao produtor) de planta e flor em queda e pressão da grande distribuição.
• Logística e competitividade externa (custos de logística/transporte).
• Falta de incentivos à modernização para aumento de eficiência (apenas majorações nos projetos).
• Preços de energia (gás, eletricidade e gasóleo) e fatores de produção - dos mais elevados da Europa.
+ + + +- Posição geoestratégica- Know-how e investigação aplicada- Logística e marketing- Formação técnica e profissional- Larga gama de produtos- Subcontratação Europa de Leste- Sector exportador grossista
CONDICIONANTES DO SECTOR - COMPETIÇÃO EUROPEIA
+ + + +- Crescimento da produção- Custos de produção- Maior especialização e oferta de plantas exóticas, mediterrânicas
- Know-how e investigação aplicada- Posição forte no mercado Europeu- Associações mais fortes
• Legislação ambiental europeia está mais restritiva.
• Maior perceção para as questões ambientais dos:
Consumidores;
Distribuidores, com corresponsabilização.
• Estudos sobre sustentabilidade ambiental em horticultura ornamental.
IMPACTO AMBIENTAL E INDICADORES PARA O SECTOR
2013
2014
2016
2017
2018
2018
IMPACTO AMBIENTAL E INDICADORES PARA O SECTOR
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DIVULGAÇÃO
COMPETITIVIDADE HORTICULTURA ORNAMENTAL
SUSTENTABILIDADE
DESAFIOS
PROMOÇÃOESTRATÉGIAS
CIRCULARIDADE
ECONOMIA CIRCULAR
•Abordagem estratégica e operacional baseada na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia.
•Potenciar o valor e o tempo de vida útil dos produtos, materiais e recursos na economia e a valorização dos recursos, principalmente os renováveis e recicláveis.
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/ALL/?uri=CELEX%3A52015DC0614
Resolução de Conselho de Ministros n.º 190-A/2017 – 11/12/2017
2/12/2015
Fechar o ciclo – plano de ação da UE para a economia circular
ECONOMIA CIRCULAR
Extrair
Transformar
Usar
Rejeitar
7%reciclado
•Indicadores para a medição da circularidade de uma economia.
•Incentivar as empresas a adotarem medidas preventivas, através do planeamento de estratégias, para garantir a sustentabilidade.
Preservar
Restaurar
Reintroduzir
Transição para a economia circular
(Fonte: PBL, 2016)
Mais valor aos materiais já mobilizados
• Grupo focal da EIP-AGRI “Circular horticulture”
https://ec.europa.eu/eip/agriculture/sites/agri-eip/files/eip-
agri_fg_circular_horticulture_final_report_2019_en.pdf
ECONOMIA CIRCULAR EM HORTICULTURA PROTEGIDA
(EIP-AGRI, 2019)
• Demonstração e otimização de novas tecnologias
para reciclagem.
• Para os consumidores é importante mostrar-lhes os
ganhos diretos da sustentabilidade, por exemplo
com uma ‘Etiqueta europeia de sustentabilidade’.
• As novas políticas obrigam o sector a implementar a otimização da
reciclagem de resíduos (líquidos e sólidos), numa lógica futura de
“resíduos zero”, maior eficiência e menor impacte ambiental.
ECONOMIA CIRCULAR EM HORTICULTURA ORNAMENTAL
• Os resíduos deverão ser convertidos em recursos para
outras utilizações, o máximo de tempo possível.
• Criação de métricas para a qualidade dos resíduos e
para boas práticas no contexto de horticultura circular.
• Grande impacto da localização,
disponibilidade e da qualidade de resíduos.
• Falta ainda a perceção para o problema.
• Logística (determinante para a viabilidade
económica da implementação da política).
ECONOMIA CIRCULAR – LIMITAÇÕES NA IMPLEMENTAÇÃO
Governos central e regional
Consu-midores
Produto-res
• Falta de incentivos da UE ou nacionais para a
modernização tecnológica que otimize a reciclagem.
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CIRCULARIDADE EM HORTICULTURA ORNAMENTAL
REDUÇÃO
REUTILIZAÇÃO
RECUPERAÇÃO
RECICLAGEM•Em Portugal, os dados sobre a quantidade e qualidade de água e nutrientes utilizados e de efluentes e resíduos produzidos em horti-cultura ornamental são escassos ou inexis-tentes (Costa et al., 2017).
EFLUENTES
BIOMASSARESÍDUOSSÓLIDOS
Á
G
U
A
•Quantificados e caracterizados para diminuir os riscos de poluição e otimizar a reciclagem.
RESÍDUOS
• Instalação de caudalímetros para uma maior perceção da água usada e para avaliar as estratégias de poupança de água e de energia.
ÁGUA E EFLUENTES
• Reutilização de água/efluentes: chuva, rega, fertirrega, drenagem, águas residuais e lavagem de instalações, de equipamentos e de embalagens para recolha.
• Promover a recolha de águas pluviais.
• Otimização do uso de água
Qualidade da água
BIOMASSA E RESÍDUOS SÓLIDOS
•Biomassa: restos da cultura (ex. podas, plantas de baixa qualidade e/ou doentes) e
substratos orgânicos (ex. turfa, fibra de coco).
Reciclagem – compostagem e vermicompostagem. Aplicação de compostos – controlar doenças de solo e por vezes da parte aérea
(reciclagem de nutrientes + redução de aplicação de fitofármacos).
Estilha para controlo de infestantes (jardinagem). Alternativos à turfa – composto de cascas de árvores, fibras vegetais e biocarvão.
Diminuir o depósito de biomassa em aterros sanitários.
•Resíduos sólidos: material plástico de origem diversa (ex. cobertura do solo e da estufa, tubos de rega, recipientes, embalagens e suportes para transporte).
RECICLAGEM DE SUBSTRATOS
- Reincorporados como melhoradores do solo (ex. melhorar características físicas do solo argiloso).
- Misturados com outros substratos.
- Desenvolvimento de novos substratos.
- Reutilizados em outros sectores (ex. lã-de-rocha incoporada em materiais para construção civil) (Menon e Sreedevik, 2017).
Substratos usados podemestar contaminados
- A circularidade do plástico é muito baixa.
- Nos últimos anos os preços elevados do petróleo levaram ao aumento dos preços do material reciclado (ex. polietileno), mas também do interesse dos consumidores em reciclagem.
- A reciclagem de recipientes vazios de produtos fitofarmacêuticos, biocidas e sementes de utilização profissional ocorre em Portugal desde 2006.
PLÁSTICOS
http://www.valorfito.com/docs/visao-global/visao_global_2017.pdf
- Reciclagem de plásticos agrícolas tem um baixo preço/t, material sujo e geograficamente disperso.
Fomentar o uso de plástico biodegradável
•Problemas com a reciclagem:
- Distribuição geográfica/disponibilidade no tempo e espaço aumentacustos;
- Presença de resíduos (pesticidas e outros componentes persistentes);
- Doenças;
- Elevada CE;
- Perceção errada sobre “compostos” sem valor comercial.
BIOMASSA E RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS
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SOLUÇÕES E ESTRATÉGIAS FUTURAS
NÍVEL TECNOLÓGICO
•Estufas metálicas modulares•Maior volumetria•Outros materiais além do PE•Ventilação automatizada•Melhor controlo do clima e da rega (mais sensores low-cost)
• Tratamento e reciclagem de efluentes
Modernizar infraestruturas e usar tecnologias mais eficientes
NÍVEL TECNOLÓGICO
Modernizar infraestruturas e usar tecnologias mais eficientes
Otimizar a recolha e valorização de resíduos
•Utilização de plásticos biodegradáveis
•Uso de substratos alternativos à turfa
•Reciclagem de soluções nutritivas e substratos inorgânicos
•Novas tecnologias para reciclagem eficiente e barata
SOLUÇÕES E ESTRATÉGIAS FUTURAS
CONCLUSÕES E FUTURO
•I&D sobre circularidade orientado às necessidades do sector.
•Publicação de estatísticas, métricas e normas sobre a quantidade e qualidade de inputs e outputs do sector.
•Políticas de fiscalidade verde e de incentivos (benefícios fiscais) para a promoção da eficiência no uso de recursos, recolha e reciclagem de resíduos.
•Mais formação, extensão e transferência de conhecimento entre instituições e produtores.
•Dinamização e promoção de maiores aglomerados de empresas que facilitem a recolha e reutilização de resíduos do sector hortícola.
Interactive thematic networkWATER USE EFFICIENCY IN HORTICULTURE
https://nefertiti-h2020.eu/?page_id=837&lang=pt
BIBLIOGRAFIA
Azevedo, P. 2018. Plásticos na agricultura: a oportunidade perdida?. Jornal Público, 23/2/2018.http://www.agrobiofilm.eu/pt/noticia_geral/262
Boulard, T., Brun, R., Raeppel, C., Lecompte, F., Hayer, F., Carmassi, G., Gaollard, G. 2011.Environmental impact of greenhouse tomatoproduction in France. Agronomy Sustainable Development 31:757-777.
Cara, G.R., Rivera, J.H. 1998. Residuos en la agricultura intensiva. El caso de Almería. Encuentro medioambiental Almeriense: En busca desoluciones. Almería, España 7 y 8 de Marzo. pp.128-132.
Costa, J.M., Delgado, F., Vilanova, P., Paz, E., Ferreira, M.E. 2018. Promoção, divulgação e valorização da horticultura ornamental em Portugal. Revista da APH 129:6-9.
Costa, J.M., Ramos, A.P. Ferreira, M.E. 2018. Horticultura ornamental moderna: tendências, desafios e funções em ambiente urbano.Revista da APH, 131:8-11.
Costa, J.M., Silvestre, R., Ferreira, M.E. 2016. Viveiros e horticultura ornamental portuguesa: história, características e estratégias para acompetitividade. Revista da APH 121:22-27.
Costa, J.M., Silvestre, R., Vilanova, P., Ferreira, M.E. 2018. Estratégias para a sustentabilidade da horticultura ornamental em Portugal. ActasPortuguesas de Horticultura, 29:439-446http://www.aphorticultura.pt/uploads/4/8/0/3/48033811/estrat%C3%A9gias_para_a_sustentabilidade_da_horticultura.pdf
Costa, J.M., Vilanova, P., Silvestre, R., Ferreira, M.E. 2013. O papel das feiras e exposições no sector hortofrutícola e ornamental. Revista daAPH 111: 42-45.
Costa, J.M., Vilanova, P., Silvestre, R., Ferreira, M.E. 2014. Propagação e produção de flores e plantas ornamentais em Portugal: situação eperspetivas para a competitividade. Actas de Horticultura 68:9-14. http://jiho14.eu/actas/009Portugal.pdf
Leão, P. & Morais, A. 2011. MECAR – Metodologia para a estimativa da água de rega em Portugal. O uso de água na agricultura, INE, 17-42.
OBRIGADO! OBRIGADO!
22/02/2019
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OBRIGADO!
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