Boletim Jan.-Abril - Núm.37 Ano 2014 - Casa de Saúde Bento Menni da Guarda
Bairro da Luz 6300-575 GUARDA – Telf. 271200840
Sumário - I Centenário da morte S. Bento Menni
- Abertura à comunidade
- Dia mundial do Doente
- Somos pobres…mas somos muitos
- Patronos de unidades
S. João de Deus
S. José
- A Primavera
- Ações e animações da Pás-coa
- Espiritualidade e afetos
- A Boa Nova da hospitalidade
Celebrações de abertura do I Centenário da morte de
S. Bento Menni
1994-2014
No dia 24 de Abril de 2014 comemorou-se na Casa de Saú-
de Bento Menni a Abertura do 1º Centenário da morte de S.
Bento Menni e, ainda, o 20º Aniversário da Casa de Saúde
Bento Menni. Três momentos peculiares: celebração da
eucaristia, almoço convívio e sessão cultural e carismática.
Celebração litúrgica solene do dia 24 de abril Presidiu a esta cele-
bração – duplamen-
te festiva – por coin-
cidir com a oitava de
Páscoa, Sua Excelên-
cia Reverendíssima,
D. Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda; tendo sido
concelebrada, por 12
sacerdotes, com a par-
ticipação do diácono
Daniel Cordeiro e do
organista Padre José
Luís Farinha.
O grupo coral, formado
por elementos provenientes de outros grupos corais e pelo
grupo do Bairro da Luz, deu o seu melhor, no contexto da
celebração – memorial da Páscoa do Senhor e da páscoa
centenária do profeta da hospitalidade, S. Bento Menni.
O mote de toda a animação litúrgica,
”um coração sem fronteiras,” acompa-
nhou o cortejo da apresentação dos
dons (Luzeiro, simbologia do Círio Pas-
cal, maqueta da Casa de Saúde em três
dimensões, assinalando os 20 anos da
sua existência, um globo com a elabora-
ção gráfica dos quatro continentes, onde
a Congregação está implantada; e, finalmente, o pão e o
vinho).
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“O coração sem fronteiras”, com a letra da carta 587, é reto-
mado no momento pós-comunhão com uma encenação
“panorâmica”, a partir de todas as entradas interiores da Igre-
ja de Nossa Senhora do Sagrado Coração, e intercontinental,
colorida com túnicas e faixas representativas dos quatro con-
América e África Ásia Europa
tinentes, onde a hospitalidade não conhece limites, nem sabe
dizer basta; porque voa de uma parte à outra, tal como sonha-
ra Bento Menni.
Lurdes Diogo Assistente Espiritual
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Uma tarde celebrativa de encontro e partilha
O programa para esta tarde memorá-
vel iniciou-se pelas 12h30 com o “
ponto de encontro no bar”, momento
de franco convívio entre os represen-
tantes das entidades civis e religiosas,
convidados e a direção da Casa de
Saúde.
Pelas 13 horas decorreu o almoço de
confraternização com os convidados,
colaboradores, voluntá-
rios, familiares, Irmãs e
amigos.
Ao longo da tarde,
decorreu no auditório
Bento Menni a Sessão
Cultural e Carismática pontuada de início pelas palavras de
Na sessão “a Palavra aos Amigos” estiveram presentes o Dr.
Álvaro Amaro, Presidente da Câmara Municipal da Guarda e,
posteriormente em sua representação a Dra. Ana Isabel Batista,
vereadora do
pelouro da
Acção Social, o
Dr. Vasco Lino,
Presidente do
Conselho de
Administração
da ULS da
Guarda, o Dr. António Gomes, Director do Departamento de
Psiquiatria da Guarda e o Dr. Pissarra da Costa, Director
Clínico da Casa de Saúde Bento Menni.
O Dr. Álvaro Amaro, Presidente da Câmara, começou por
dizer “estou aqui por dever e não por obrigação, não podia
deixar de estar”. Agradeceu e enalteceu todo o trabalho
realizado nesta instituição, que muito engrandece a cidade
e a região, e se tornou uma referência no atendimento às
pessoas com doença mental.
De seguida, foi apresentada pela Ir. Isabel Morgado, a con-
ferência "S. Bento Menni um coração sem fronteiras",
que eloquentemente falou sobre a vida e obra de Ângelo
Hércules Menni, que adoptou o nome de Bento Menni
quando entrou para a Ordem dos Irmãos de São João de
Deus. Realçou ainda o nascimento da Congregação das
Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, pela mão
de Bento Menni, juntamente com Maria Angústias e Maria
Josefa Récio. A Ir. Isabel destacou também o crescimento da
Congregação um pouco por todo o mundo, onde S. Bento
Menni foi abrindo várias estruturas de apoio às pessoas
com doença mental e aos mais carenciados.
S. Bento Menni torna-se assim "um coração sem frontei-
ras", por levar a sua missão a vários continentes e de cora-
ção aberto para todos e sem exceções.
Posteriormente, decorreu apresentado um painel, intitulado
"O Hoje da Casa de Saúde Bento Menni nas dimensões
clínica, psicoreabilitadora e social.”
O Dr. Pissarra da Costa abordou a vertente clínica da Casa
de Saúde Bento Menni ao longo dos seus 20 anos de exis-
tência. Referiu que, desde a abertura em 24 de abril de 1994
até março de 2014, foram realizados 810 internamentos,
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distribuídos pelas áreas assistenciais de psiquiatria, psicoge-
riatria e deficiência intelectual.
A Dra. Carla Costa desenvolveu a vertente psico-reabilitadora,
destacando os projectos da área da reabilitação, nomeada-
mente os que foram surgindo aos longo dos vinte anos de
existência da Casa de Saúde Bento Menni, sublinhando a per-
manente actualização deste centro no que diz respeito aos
serviços e projectos que disponibiliza.
Por fim, a Dra. Ana Escada tratou da vertente social da Casa
de Saúde Bento Menni. Referiu o envolvimento e o papel das
famílias, assim como dos voluntários e estagiários na dinâmi-
ca deste centro hospitaleiro e principalmente no bem estar
das doentes. Realçou, ainda, a abertura à comunidade e a
importância das parcerias.
A sessão finalizou com a apresentação de uma bonita encena-
ção artística “ Musical à Vida “ com o enfoque em S. Bento
Menni e nas origens da Congregação, muito do agrado dos
presentes, que manifestaram o seu contentamento através de
elogios e aplausos constantes.
Este dia revestiu-se de grande significado para todos e foram
muitos os que se associaram a esta festa, onde predominou o
afeto, a alegria e o compromisso de elevar cada vez mais a
missão hospitaleira.
Ana Escada Assistente Social
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Abertura à Comunidade
Dia Participantes Proveniência
Objetivo
04.janeiro
Rancho Folclórico – 20 pessoas Videmonte - Guarda Cantar as Janeiras
09.janeiro 82 crianças, 5 professores e 2 assistentes operacionais
Agrupamento de Escolas da Sé - Bairro da Luz - Guarda
Cantar as Janeiras
13.janeiro 100 alunos de Educação Moral Católica do 10º, 11ºe 12 ano e 3 professores
Agrupamento de Escolas de Seia
Visitar a instituição, conhecer o projeto do voluntariado e dos jovens hospitaleiros
14.janeiro 15 formandos do curso Técnicas de Ação Educativa e formadora
Nerga - Núcleo Empresa-rial da Região da Guarda
Conhecer a instituição e contatar com técnicas de estimulação mul-tissensorial Snoelezen
21.janeiro 9 alunos do curso de Medicina e 2 dois da especialidade de Psiquiatria
Universidade da Beira Interior
Conhecer a instituição e os diversos programas
19.março 35 alunos do 10º e 11ano e 3 professores Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque - Gurda
Visitar a Casa de Saúde e sensibili-zar os jovens para ações de solida-riedade e projetos de voluntariado
26.março 43 alunos do curso de enfermagem e professor
Escola Superior de Saúde da Guarda (IPG)
Conhecer a Instituição e posterior estágio na Casa de Saúde
01.abril 7 técnicos Cercig e IPG (projeto MagicKey)
Conhecer a sala de
Snoelezen - Estimulação multissen-sorial
Estágios:
Neste período decorreram diversos estágios na CSBM num total de 35 alunos, de diferentes áreas:
- Finalizaram o estágio seis alunos do curso de Enfermagem da Escola Superior de Saúde do IPG (Instituto Politécnico da Guarda)
e nove iniciaram.
- Mantém o estágio duas alunas de Psicologia da UBI (Universidade da Beira Interior).
- Inicio do estágio de uma aluna do CET (Curso Especialização Tecnológica) no âmbito da disciplina Técnicas de Gerontologia, do
IPG.
-Quatro alunas de enfermagem da especialidade de psiquiatria e saúde mental da Escola Superior de Saúde do IPG.
- Dez alunos da Escola Profissional, Ensiguarda do curso Auxiliar de Saúde.
- Três alunas do curso Assistente familiar e Apoio à Comunidade do Centro de Formação Profissional da Guarda.
Ações e volume de formação desenvolvidas:
No 1º quadrimestre de 2014, realizamos diversas formações por áreas e serviços, num total de 125,h30; VF: 1035h30; abrangen-
do a grande maioria dos profissionais e voluntários, correspondendo a 44 horas a ações de formação interna, VF: 867h e 81h30
a ações de formação externa, VF: 168,30h.
Ana Escada
Visitas
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A comunidade hospitaleira da CSBM da Guarda celebrou,
por antecipação, no dia 09 de fevereiro, Domingo V do
tempo comum, o dia mundial do doente.
Esta celebração é, habitualmente, precedida por uma expe-
tativa desmedida e incontornável, por parte da maioria das
utentes, na esperança de um encontro efetivo, com algum
dos familiares mais próximos. Tal realidade torna atual e
atuante a mensagem de Saint Exúpery, no encontro do
Principezinho com a raposa: “uma hora antes de vires já
começo a ser feliz!”
O programa foi inspirado na mensagem do Papa Francisco,
para este dia: Fé e caridade: «Também nós devemos dar a
vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16). Este programa teve o
seu ponto culminante na celebração da Eucaristia, às 11ho-
ras, presidida pelo Padre Abel Albino, capelão deste Centro.
A animação Litúrgica foi agraciada e engrandecida por um
grupo de utentes (maioritariamente da área da deficiência)
munidas de instrumentos de som e de sopro: o sopro das
suas vozes discordes, em “tons harmónicos”; e o som das
“madeiras musicais” que algumas já manejam com bastante
habilidade!... Pois, a fraqueza e a vulnerabilidade são, no
horizonte cristão, lugares de firmeza e de beleza a contem-
plar! A pessoa portadora de deficiência é, na sua objetivida-
de mais profunda, não apenas, um sujeito da caridade
samaritana, mas, essencialmente, um sujeito emissor de
caridade agapiana (promotor ativo de si mesmo, no respei-
to pela igualdade diferenciada). É por isso, também, que as
desafinações reais das melodias, que entram na composição
da vida, são o prelúdio necessário ao canto universal mais
sinfónico!... Os contratempos imprimem-lhe o ritmo certo; e
as cacofonias – na paradoxal coincidência dos opostos – con-
cedem-lhe a harmonia perfeita!...
O tema da Liturgia da Palavra, deste Domingo, traduzido, na
expressão: “sal da terra e luz do mundo” foi materializado, na
proclamação do Evangelho, com os respetivos elementos
simbólicos (luz e sal) trazidos junto do ambão por dois “pares”
da comunidade celebrativa. O mesmo tema foi retomado, no
momento pós – comunhão, por meio de uma belíssima e
expressiva coreografia, centrada na simbologia da luz, e ali
demonstrada por alguns elementos da juventude hospitaleira
e uma monitora do Centro.
O momento da
confraternização, à
volta da mesa do
almoço, chegou
depois da celebra-
ção; no exterior,
para quem tinha a
família presente e
pode fazer essa
opção; no interior, para quem não tinha ali família, ou estava
impedido de o fazer, por falta de autonomia ou mobilidade.
A tarde recreativa, último ponto do programa, promotora de
um saudável convívio, começou pelas 14h30 e estendeu-se
quase até às 17h. Contou com a participação, empenhada e
desinteressada, do rancho folclórico do Centro cultural da
Guarda, o conjunto Rosinha e, ainda, com o rancho folclórico
”Ó da Guarda”, que é uma espécie de cartão de visita da
CSBM.
Lurdes Diogo Assistente Espiritual
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No dia 6 de Março de 2014 realizou-
se a 1ª catequese quaresmal no audi-
tório da Casa de Saúde Bento Menni
com a presença do teólogo, biblista
Frei Ventura. O Pe. Lages na introdu-
ção e apresentação do Frei Ventura
deixou o desafio no ar: “deixemos
que ele nos escandalize!”.
O dinamismo que o Frei Ventura colocou ao longo de toda a
sua intervenção e interação com os cerca de 250 participan-
tes foi indispensável para manter os corações atentos e des-
pertar para o essencial da quaresma: amar a Deus, que é um
Tu que entra na nossa história tal e qual ela está e o irmão
de todo o coração.
Na tentativa de percorrer o itinerário daquela noite podemos
recordar alguns desafios e afirmações.
É urgente a revolução dos “não violentos”. Deus é um cigano
da estrada, anda onde nós andamos pois Ele afirmou ficar
sempre connosco. Virando os nossos esquemas, Frei Ventura
afirmou que existe apenas um pecado: ‘querer ser como
Deus, o resto são só variações’. Deus que toca a história é
um Tu a quem podemos bendizer continuamente. O eu de
cada um de nós pode colocar-se diante de um TU, assim se
constrói um nós. É necessário re-educar o olhar: olhar de
baixo para cima.
Temos de sair da concha, o tempo de crise é um tempo de
oportunidade. Não podemos deixar que a religião mate a
relação com os outros.
Deus chega à história… no possível da história: em Belém
num estábulo. Ele ao encarnar não retirou o conteúdo que
estava no estábulo. Ali nasceu. É importante acolhermos os
outros … É ali que Deus chega. É ali que Deus está. Deus
chega ao meu possível.
É importante passar da solidão à solidariedade! O nascer e o
morrer são experiências muito pessoais, aí se experimenta
uma solidão abissal, nos acontecemos entre esses dois abis-
mos. Acreditamos que existe sentido para a vida e um senti-
do para a morte e para a eternidade.
“Somos pobres… mas somos muitos.” O Papa Francisco desafia a ser normal na história e a ir ao
encontro dos últimos para lhes lavar os pés (cf. Jo 13). A comu-
nidade de João guarda da Última Ceia o “avental do serviço”.
Jesus de joelhos em sinal de acolhimento. A todos é realizado
o gesto de lavar os pés. Não há excluídos! Essa a metanóia
necessária. Partir ao encontro de nós mesmos e ao encontro
dos outros.
Podemos seguir mais além dos nossos limites para fazer mila-
gres. Não podemos arrumar as botas. Sabemos que consegui-
mos matar com as palavras, mas também podemos ressuscitar
e realizar milagres. Sempre que deixamos de amar os outros
com gestos e com palavras não tocamos a história. Não pode-
mos temer os afetos e as emoções, pois Deus apresentou-se
no monte Horeb como “Eu sou Aquele que sou.” Aquele que é
sendo necessita de complemento de relação. Deus precisa de
mim para… o último livro da Bíblia traduz-se como “totalmente
aberto”, apontando que a relação com Deus fica em aberto.
Deus realiza a proposta de aliança com a criação inteira. Deus
afirma Eu sou Aquele que é sendo CONTIGO.
Na casa comum todos temos lugar, somos gente com gente.
Na multiplicação dos pães ocorre a demonstração da aritméti-
ca de Deus, dividir para multiplicar e somar sem subtrair nada a
ninguém. Nós já estamos a viver a eternidade. Em Cristo Res-
suscitado rezamos pelos vivos e com os vivos em Deus.
Ao recordar as Bem Aventuranças Frei Ventura sublinhou que
“Felizes os misericordiosos” (Mt 5), todos aqueles que fazem
das tripas coração, aqueles saem de si mesmos para as perife-
rias da história. Ao terminar apresentou um vídeo sobre um
projeto de dan-
ça que inclui
jovens com his-
tórias complexas
que juntos dan-
çam para ajudar
jovens e crian-
ças em Moçam-
bique. São
urgentes os três “R’s”: reduzir o ódio, reciclar o mau feitio e
reutilizar a capacidade de Ti (Deus) que existe em cada cora-
ção.
Susana Silva hsc
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S. João de Deus Patrono da Unidade 07 A unidade 07 celebrou, com as suas utentes e colaboradores, no dia 10 de março, por transferên-
cia do dia 08, o dia do seu patrono – S. João de Deus.
Para o efeito, foi passado um filme: “O caminho de S. João de Deus” – um itinerário de vida, abso-
lutamente, impressionante. No decurso da visualização, que durou cerca de meia hora, tocou-me,
particularmente, a cena em que S. João de Deus, ao recolher um morto na rua, e sem recursos
para lhe fazer o funeral, resolve bater à porta de um senhor endinheirado para lhe pedir ajuda.
Como o homem se recusara a dar-lha, S. João de Deus pega no cadáver e coloca-lho à porta, ale-
gando que tem tanta obrigação, quanto ele, de lhe dar sepultura. Sem saída, o “bendito homem”,
pega no dinheiro solicitado, e entrega-lho, imediatamente, ainda que seja, simplesmente, para se ver livre do morto!...
Este episódio é, por si só, inspirador de algumas medidas práticas de Pastoral e de cidadania. Mas é,
sobretudo, promotor de procedimentos e atitudes enérgicas, face à inércia corrente, de tantas atitu-
des!...
A festa prosseguiu com algumas perguntas interpelantes, pela Irmã Maria da Luz, sobre a atualidade
da mensagem do filme, e, acima de tudo, sobre a inspiração a retirar, do exemplo de vida de S. João
de Deus, para a prática diária da hospitalidade. Na segunda parte, houve um lanche de confraterni-
zação, para todos os presentes.
Lurdes Diogo
S. José, Patrono das Unidades 05/06
No dia 20 de março, colaboradores e utentes das unidades 05 e 06, reuniram-se no refeitório 1,
para comemorar o dia do patrono das unidades, S. José, o carpinteiro.
Foi feita a declamação de um poema e a respetiva encenação, pela enfermeira Liliana acompa-
nhada de uma utente. Seguiu-se uma pequena oração em conjunto, e expôs-se uma árvore
alusiva a S. José, tendo junto do tronco um serrote e um martelo, objetos indispensáveis na sua
profissão.
Esta dinâmica foi enriquecida com a interação da Irª. Mª da Luz com as utentes, fazendo-lhes
algumas perguntas, sobre a vida humilde e dedicada do pai adotivo de Jesus.
No final foram distribuídas pulseiras pelos participantes, com a imagem de S. José e rebuçados
de “marca”. Em troca, receberam-se muitos sorrisos e agradecimentos. Foi uma atividade breve mas gratificante, com um feed-
back positivo por parte de todos os que nela participaram.
Enf.ª Liliana
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À volta da Casa de Saúde Bento Menni existe um jardim em
círculo. Está demasiadamente povoado por árvores, arbus-
tos e flores.
Uma semana antes da chegada oficial da primavera, as
plantas já a pressentiam e começavam a agir.
O azevinho, por exemplo, tem 4 metros de altura e ostenta
o vermelho mais vivo de todo o jardim. As roseiras e as
hortenses foram cortadas sem dó nem piedade, e já estão a
rebentar em força.
Sem mostrar diferenças de estação, estão o cedro, a hera e
os goivos. A vegetação rasteira está cheia de flores novas e
a piteira ainda agora começou.
As 2 tílias a as macieiras quase não têm rebentos, enquanto
que a ameixieira e as cerejeiras já mostram rebentos bem
verdes. O pessegueiro este cheio de flores brancas.
Em duas semanas as campainhas abriram as flores amare-
las. As magnólias estão a abrir as flores brancas, mas os
jarros só têm folhas verde-escuro, sem flores nenhumas. A
hortelã, num cantinho escondido do sol, lá vai andando
sem ajuda com as folhinhas novas. As glicínias lilás estão
em botão à espera da flor. Os caramanchões estão a reben-
tar.
Os arbustos que fazem feitio como o buxo ainda conservam
o verde-escuro do inverno. No canteiro das tulipas só há uma
flor a nascer. As camélias por cores: a rosa e a vermelha já
estão cheias de flores, as 2 brancas ainda só têm botões. As
campainhas e as peônias ainda estão todas fechadas. As vio-
letas são das flores mais mimosas. Todas abertas, nos seus
ninhos de terra, exibem todas as cores.
Ao pé da entrada temos a sensação de ter um monte de cor
de rosa, de tal maneira as flores estão viçosas. Entretanto, a
cidreira e as árvores caducas permanecem iguais, mas a malva
está cheia de folhas verdes.
Para finalizar, vem uma cegonha direita ao telhado, qual sím-
bolo da primavera.
Joana Brotas
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Ações e animações da Páscoa
Neste mês de abril, em que ocorreu o primeiro domingo, depois da lua cheia, pre-
cedida do equinócio da primavera, ou seja, a Páscoa do Senhor – que nos coloca no
centro do mistério do tempo – o serviço de pastoral promoveu, para além da ora-
ção vocacional menniana na 1ª 5ª feira, mais duas atividades de caráter religioso,
evocativas do Mistério Pascal de Cristo: Morte e Ressurreição.
A primeira, no dia 11, última sexta-feira da Quaresma, de um dia primaveril, que
consistiu no exercício público da Via Crucis, ao longo do percurso da cerca da Casa
de Saúde. E, tal como sempre acontece pela mesma altura, contámos com a preciosa colaboração dos estagiários de enfermagem,
que, num grupo de nove elementos, assumiram, de forma responsável e multifacetada – vigilantes, leitores, cantores, atores... o
ato de piedade, nas suas 14 estações bíblicas, na versão de João Paulo II, o Papa recentemente canonizado.
No dia 28, integrada na animação dos aniversários do próprio mês, e com a colaboração dos mesmos atores, encenámos a apari-
ção do Ressuscitado, aos discípulos de Emaús, o
mais expressivo relato bíblico da celebração real da
Eucaristia, nas suas duas mesas: a mesa da Palavra,
“explicou-lhes as Escrituras”, e a fração do Pão, onde
Se dá a conhecer a dois discípulos, entristecidos e
vencidos pela aparente derrota na cruz.
A segunda parte, da mesma animação, agora com cariz popular, consistiu num baile, à moda antiga, impulsionado pelo toque da
concertina, que o Ricardo, estagiário de enfermagem, manejou com engenho e com mestria, durante 45 minutos, aproximada-
mente, coadjuvado por alguns vocalistas, em diferentes registos musicais.
Lurdes Diogo
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Ao introduzir a temática sobre Espiri-
tualidade e Afetos em janeiro deste
ano, num encontro em Fátima, o
Padre Tolentino Men-
donça afirmou que exis-
te à nossa volta um
analfabetismo dos afe-
tos. A consciência desta realidade é
necessária, pois todos estamos envol-
vidos, é algo que carateriza e limita –
muito – a nossa sociedade e, particu-
larmente, as novas gerações. Este
analfabetismo dos afetos é a dificul-
dade de ser e de compreender e de
tecer laços de vida, laços de qualida-
de, laços de permanência, a dificulda-
de até de aceitar-se com autenticida-
de, de aceitar-se ‘por inteiro’, abra-
çando o que somos e o que não
somos, o que fomos e o que nos tor-
namos. O analfabetismo dos afetos
fala também da ausência duma arte
da confiança. Temos dificuldade em
aprender a confiar: em nós, nos
outros, em Deus.
Como cristãos nós podemos fazer
muito para superar este analfabetis-
mo dos afetos, pois no centro na
experiência cristã está um encontro
afetivo com uma pessoa: Jesus. Não
temos feito muito porque existe uma
desconfiança interiorizada em relação
ao que os afetos têm sido e em rela-
ção à expressão dos mesmos. Possi-
velmente a educação não ajuda a
viver com equilíbrio e vitalidade os
nossos afetos. E esta desconfiança em
relação aos afetos tem também natu-
reza teológica. A teologia que conhe-
Espiritualidade e Afetos
P. Tolentino Mendonça – em Fátima
cemos é predominantemente racio-
nal, sistemática, de conteúdos, de
verdades. É uma teologia que, em
termos existenciais, em termos afeti-
vos tem lacunas imensas. Por exem-
plo, quando pensamos em Jesus não
pensamos nos seus afetos. Pensamos
naquilo que Jesus diz, ou faz, mas
não nos deixamos evangelizar pelos
afetos. Como se pudéssemos confiar
em Jesus se Ele não tivesse vivido de
uma forma criativa, funda, vital os
seus afetos. E contudo diz-nos S.
Paulo (Fil 2, 5): “Tende os sentimen-
tos de Cristo”, ou seja, os afetos de
Cristo em vós.
O teólogo Romano Guardini, dizia
que a descoberta dos sentimentos e
dos afetos de Jesus, é uma das tare-
fas mais urgentes da teologia con-
temporânea. No nosso testemunho
evangélico a dimensão dos afetos é
uma questão de credibilidade. Jesus
para nós é um modelo porque viveu
profundamente os seus afetos. Uma
espiritualidade cristã é uma espiritua-
lidade que põe os olhos em Jesus e
no modo como Ele, de uma forma
muito encarnada, vital viveu a sua
afetividade, os seus sentimentos. Nos
evangelhos podemos destacar 7 ele-
mentos a propósito dos afetos de
Jesus que podem servir de ilumina-
ção e de desafio.
1) O Amor - Jesus fez a experiência
de ser profundamente amado: “Pai
(…) Tu me amaste…” (Jo 17). A auto-
compreensão de Jesus é uma vida
fundada numa relação com Deus Pai.
O que é o nosso Pai? É uma pessoa con-
creta que tem um nome, história…
papel concreto na nossa vida… mas o
nosso Pai é também uma figura que
nós internalizamos. E o pai torna-se a
nossa ossatura interior e dá-nos a capa-
cidade de ser. Por isso temos a necessi-
dade de ser criados e embalados no
amor. Os afetos têm uma certa passivi-
dade: fomos amados! Deus “amou-nos
primeiro”. A primeira mensagem do
evangelho a anunciar é esta: TU ÉS
AMADO! PRECIOSO AOS OLHOS DE
DEUS.
2) A interioridade - Quando olhamos
para o Evangelho percebemos uma
profundidade em Jesus. Ele não vive à
superfície. Habita-O um mistério. Há
uma conexão profunda, que no fundo
envolve a sua vida e por isso nós vemos
Jesus a agir, a atuar e, ao mesmo tem-
po, a buscar tempos e espaços de soli-
dão. De manhã, ainda escuro, Ele reco-
lhe-se em oração. Há um cultivo dos
próprios afetos e dos próprios senti-
mentos. Há um escutar-se, um tomar
atenção, àquilo que está dentro de nós,
ao que nos atravessa; àquilo que, a par-
tir do mais fundo, nos compõe. Hoje é
necessário criar, pelo silêncio e pela
palavra, espaços favoráveis à interiori-
dade.
3) A autenticidade - Jesus deixa todos
sem saber o que pensar, desconcerta as
expetativas dos discípulos. Temos de
sentir como desafio muito grande a
autenticidade que nós vemos Jesus
viver. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a
Vida”. Jesus é o mestre da vida, mas
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não da vida abstracta. É mestre da nos-
sa própria vida, desta vida que inces-
santemente se diz em nós. Jesus é
Caminho… as coisas não estão acaba-
das… Não se fala aqui de caminhos
abstratos, mas é um caminho, que no
interior da própria vida, nós vamos per-
correndo. Jesus é a Verdade. Nós acre-
ditamos na Verdade, trazemos em nós
convicções, abertura do coração à ver-
dade, mas, se nós não dizemos no nos-
so coração: “Eu sou a verdade que
vivo… eu sou a verdade que confesso,
eu sou a verdade que professo..” Sem
isso não entraremos em nós.
4) Jesus ensina-nos a viver do desejo
- Não apenas do necessário. Entre os
sentimentos que descrevem a humani-
dade, o desejo ocupa um grande relevo.
“Desejei ardentemente comer esta Pás-
coa convosco”. Com esta palavra Jesus
revela que o desejo é um eixo constan-
te do seu agir. A sua acção é uma acção
informada pelo desejo. Jesus não vive
com um regulamento, ou apenas com o
sentido do dever. É porque Ele vive com
ardente desejo que a sua vida é relação,
é uma capacidade de se envolver… de
se comprometer, de estar plenamente...
Jesus vive do seu desejo. No evangelho
de João, a primeira vez que ouvimos
Jesus falar é para fazer uma pergunta:
“Que procurais?” Nós temos de dizer:
qual é o nosso desejo? Não tenhamos
medo de perguntas. Às vezes somos
respostas para perguntas que não exis-
tem. Temos medo de perguntar. Toda a
pessoa necessita ser encontrada num
nível mais profundo. A arte de acordar
o desejo.
5) A Compaixão - Jesus dá-me um
horizonte concreto: a multidão dos
homens
e das
mulhe-
res, dos
q u e
sofrem,
d o s
a f l i tos ,
dos que
p r o c u -
ram, dos peregrinos, dos pecadores. A
compaixão é o sentimento de Jesus.
Na cultura hebraica, o centro dos afe-
tos não é o coração mas são as entra-
nhas: “amar com a força das entra-
nhas”. Porque nós habitamos umas
entranhas. O símbolo máximo do
amor é o amor que nasce nas entra-
nhas, o amor que faz nascer, o amor
que dá a luz. A compaixão desperta
uma grande atenção aos outros. Jesus
vê aquela mulher que chora a morte
do seu filho único e vai ter com ela…
Jesus vai ter com aquele homem
entravado num catre: “Queres ser
curado?”. Esta atenção aos outros é
tão ao contrário à impermeabilização
que hoje vigora. Esta atenção ao mun-
do, apaixonada, compassiva, este
colocar o homem caído na nossa pró-
pria montada… este ser cuidadores do
mundo é essencial.
6) Levar a vida a sério – Ser afetivo é
levar a vida a sério. Jesus espanta-se
com a dureza do coração e espanta-
se com a fé inesperada do centurião.
Jesus leva a vida a sério ao recusar
toda a forma de violência. Define-se
“manso e humilde de coração”. A
mansidão é sem dúvida uma dimen-
são e uma das bem-aventuranças da
afetividade. Com o jovem rico, Jesus
cria uma empatia… mas também se
desilude pela forma aprisionada em
que aquele coração se encontra. Jesus
chora a morte do amigo. A sua vida
não é uma vida blindada.
7) A Vida em Aliança - A vida de
Jesus é uma vida em aliança, em con-
jugalidade, que se conjuga com o
outro. É uma vida prometida ao amor,
que vem do amor. O amor está sem-
pre presente na vida de Jesus. A vida
em aliança traduz-se, duma forma
muito vital, numa vida que se faz
dom, serviço, condivisão, oferta de si.
Nós precisamos no discurso eclesial
reabilitar o mundo afetivo: para a nos-
sa própria compreensão e para a
compreensão de Jesus. Só atuando a
partir da dimensão afetiva é que cada
um pode fazer desta história comum
uma casa sua. Só assim é que cada
cristão e cada batizado se pode apro-
priar do percurso de fé, do chama-
mento que lhe é feito, a própria voca-
ção.
Susana Silva hsc
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I Centenário da morte de S. Bento Menni
Divulgação nos Muppies da cidade da Guarda
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Caros/as Associados/as
Vimos por este meio deixar-vos algumas notícias com cheirinho a Páscoa. Assim:
- A nossa Associada Casa de Saúde Bento Menni deixa o seguinte convite:
A Casa de Saúde Bento Menni vai celebrar o 1º Centenário da morte de S. Bento Menni, fundador da Congregação, e o 20º Ani-
versário da fundação da CSBM. No dia 24 de Abril, pelas 14.30h, no Auditório Bento Menni das instalações da Casa de Saúde,
tem lugar uma Sessão Cultural, aberta a todos, com o seguinte programa:
• Conferência – S. Bento Menni um coração sem fronteiras
• Painel – O Hoje da Casa de Saúde Bento Menni nas dimensões clínica, reabilitadora e social
Musical à vida.
Quem estiver interessado em participar (a solo ou levar utentes) é favor confirmar para os contactos: dire-
[email protected] / 271 200 840.
Cátia Azevedo
Técnica do Núcleo Distrital da Guarda
Largo Paço do Biu, N.º 19
6300-592 Guarda
Telemóvel: 964 764 067
Telf: 00351 271 227 506 | Fax: 00351 271 227 507
www.eapn.pt
Divulgação aos associados de EAPN European Anti Poverty Network (Rede Europeia Anti-Pobreza)
Rádio Altitude FM
O Sr. diretor da Rádio Altitude FM esteve na CSBM o dia
16 de abril para entrevistar a Irmã Isabel Morgado. A
entrevista foi para o ar o dia 19, sábado, às 10.30h.
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AGRADECIMENTO À CONGREGAÇÃO DE IRMÃS HOSPITALEIRAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
No final da sessão de abertura do I Centenário da Morte de São Bento Menni e 20º aniversário da Casa de Saúde do Bento Menni, as Irmãs foram chamadas ao palco e receberam de representantes da ASAG (associação de familiares e amigos dos utentes da CSBM) uma violeta e uma rosa branca.
Com este gesto congratulavam-se com a vida e obra de S. Bento Menni e agradeciam o projeto desenvolvido nesta cidade, ao longo destes 20 anos, com o apoio de todos os intervenientes: doentes, colaboradores, familiares, voluntários, benfeitores, pessoas em formação e irmãs.
Um Bem Aja a todos.
Com estima hospitaleira
Irmã Isabel Morgado
1994-2014
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