Caracterização dos doentes admitidos nas UAVC com deglutição comprometida
Isabel Ol iveira*, Madalena Varzim**, Alfredina Moreira**, Carlos Gonçalves**, Germano Couto***
*ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE NORTE DA CRUZ VERMELHA PORTUGUESA
**CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DE SÃO JOÃO
***UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA
Caracterização dos doentes admitidos nas UAVC com deglutição comprometida
Os autores declaram não haver qualquer conflito de interesses neste estudo.
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Caracterização dos doentes admitidos nas UAVC com deglutição comprometida
A disfagia é uma das complicações do AVC, com elevada incidência e graves
repercussões na funcionalidade da pessoa e graves complicações respiratórias,
nutricionais e psicológicas. Não foi identificado, em Portugal, qualquer estudo
que caraterize os doentes com deglutição comprometida admitidos nas
unidades de AVC.
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Caracterização dos doentes admitidos nas UAVC com deglutição comprometida
Objetivo:
Caracterizar os doentes admitidos nas Unidade de AVC com deglutição comprometida.
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Material e métodos:
•Estudo , transversal, do tipo observacional e descritivo, desenvolvido em 6 unidades de AVC durante um período de 15
meses (de fevereiro de 2018 a abril 2019).
•Para a recolha de dados foram utilizados dois questionários: um para recolha dos dados sociodemográficos e clínicos dos
participantes e outro (2) para avaliação da disfagia (Gugging Swallowing Screen – GUSS).
• recolhidos dados relativos à idade, sexo, tipo de AVC, localização da lesão e decisão terapêutica (fibrinolítica ou
endovascular), história clínica relevante, pontuação da Escala de Coma de Glasgow e da National Institute of Health
Stroke Scale (NIHSS) a doentes com primeiro AVC.
•Tratamento dos dados com recurso ao SPSS versão 25.0.
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Caracterização dos doentes admitidos nas UAVC com deglutição comprometida
Resultados:
•Dos 226 participantes, apresentavam compromisso na deglutição 107 (47%): • três (3%) disfagia ligeira (pontuação 19 a 15),
• 63 (60%) moderada (pontuação 10 a 14) e
• 40 (37%) grave (pontuação ≤9).
•Sexo feminino 51% (55);
•Idade média 71,1 ± 13,9 anos;
•Tipo de AVC: 85 (79% ) isquémicos (confirmado por imagiologia).
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Resultados:
Lateralidade:◦ 48 (45%) à esquerda,
◦ 53 (49%) à direita e
◦ seis (6%) sem lateralidade.
Território vascular mais afetado: artéria cerebral média 56 (52%).
Antecedentes clínicos mais relevantes: ◦ hipertensão em 61 (57%)
◦ dislipidemia em 45 (42%).
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Resultados:
* 47 (44%) pontuação de 15
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Escala de Glasgow Coma
Frequência %
Severo (<8) 2 2,0
Moderado (9-12) 20 18,0
Ligeiro (13-15)* 85 80,0
Total 107 100,0
NIHSS
Frequência %
Sem sintomas (pontuação 0) 1 1,0
AVC ligeiro (1-4) 20 19,0
AVC moderado (5-15) 48 45,0
AVC moderado a severo (16-20) 22 21,0
AVC severo (21-42) 8 7,0
Total 99 93,0
Missing 8 7,0
Total 107 100,0
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Resultados:
Decisão terapêutica: 47 (44%) dos doentes foram submetidos a tratamentode reperfusão
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Tratamento de reperfusão Frequência %
Trombectomia 17 36,0
Trombólise 14 30,0
Trombectomia e Trombólise 16 34,0
Total 47 100,0
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Discussão/Conclusão:
A maior dos participantes apresentou AVC leve a moderado.
Quanto à localização, a artéria cerebral média foi a mais afetada, o que vai ao encontro
da evidência disponível assim como os fatores de risco, reforçando a necessidade de os
profissionais de saúde capacitarem para estilos de vida saudáveis, atuando nos fatores
de risco modificáveis ao AVC.
Neste domínio, os enfermeiros desempenham um papel fundamental, pois estão na
linha de frente de cuidados de saúde.
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Obrigada!
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BIBLIOGRAFIA:
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