Download - caderno TGI

Transcript
Page 1: caderno TGI

TGI II – Sandra Segnini ______________________________________________________________________________________________________

CONJUNTO HABITACIONAL PARA IDOSOS EM SÃO CARLOS

Page 2: caderno TGI

2

SUMÁRIO ____________________________________________________________________________________________________________ Introdução

Conceituação

Localização

Partido e aspectos do trabalho

Adaptações internas

Referências

Bibliografia

Page 3: caderno TGI

3

INTRODUÇÃO _________________________________________________________________________________________________

Em todo o mundo atual tem-se observado uma mudança no perfil demográfico, sendo possível notar o grande

aumento na proporção da população idosa, de modo geral, em relação à proporção de população infantil e adulta. No

início do século XX apenas 25% dos brasileiros tinha mais de 60 anos, já há um aumento previsto para o ano de 2025,

totalizando 1,1 bilhões de idosos. A Organização Mundial de Saúde e a ONU já prevêem que a população de idosos no

mundo em breve superará a de crianças entre zero e quatro anos de idade, fato inédito até hoje na história da

humanidade. Tal ocorrência se deve, em parte, aos crescentes avanços da tecnologia e da medicina nos tratamentos de

diversas doenças, e ao desenvolvimento de medicamentos mais eficazes. Melhorias na qualidade de vida das pessoas,

com o conseqüente aumento da longevidade também podem ser apontados como fatores atuantes nesse sentido. A

mudança de estratégia em relação à abordagem dos diversos males de saúde, de curativa para preventiva, confirma a

tendência atual da busca de novas formas de encarar antigas questões com mais eficácia e trazendo resultados mais

condizentes com a situação de cada indivíduo, em particular. Essa adaptação também é responsável pelas melhoras

observadas na qualidade de vida das pessoas.

Diante desta nova realidade que se configura, uma questão de extrema importância é a de como viverão

essas pessoas, com expectativa de vida ampliada; como será a adaptação em relação à saúde, e às redes de suporte

social; de que forma será gerada uma nova dinâmica que dê conta, e também forneça a manutenção da qualidade de

vida e bem-estar adquiridos. Vários são os aspectos a se considerar: saúde, interação social, independência, autonomia,

envolvimento com a comunidade e com o ambiente, trabalho, cuidados médicos, entretenimento.

Page 4: caderno TGI

4

O IDOSO Terceira Idade, uma expressão cunhada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1957, para referir-se a

pessoas de 60 anos ou mais. Na Assembléia Mundial sobre o Envelhecimento realizada pela ONU em Viena, em 1982,

ficou estabelecido que 60 anos é a idade em que se inicia a terceira idade em países em desenvolvimento, e 65 anos em

países desenvolvidos. Essa resolução faz referência direta à expectativa de vida e à idade de aposentadoria locais. No

Brasil há a Lei Federal nº 8.842/94, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso em seu artigo 2, e define o idoso como

a pessoa com mais de 60 anos. Em São Paulo o Conselho Municipal da Condição do Idoso define a idade de referência

como a de 65 anos. O IBGE segue as recomendações da OMS, e considera idosa a pessoa de 60 anos ou mais. Na

Constituição Federal Brasileira a idade mínima para a aposentadoria é de 65 anos para homens e 60 para mulheres.

A definição de uma idade, no caso 60 ou 65 anos, como idade de início da velhice é apenas formal, se relaciona às

leis de aposentadoria e a questões práticas muito mais que a modificações ocorridas nos corpos ou mentes das pessoas

assim denominadas. Não há como negar os males que o avanço da idade provoca, nem como fugir deles, porém, em

cada caso, os sintomas do envelhecimento surgem em diferentes épocas, mais cedo ou mais tarde, conforme o tipo de

vida que se leva, ou, conforme a vitalidade e disposição de cada indivíduo. Podem-se observar vários casos em que uma

pessoa com menos de 60 anos já sofre fortes efeitos devidos ao envelhecimento, apesar de não ter atingido formalmente

a terceira idade, enquanto em outros casos, pessoas com mais de 80 ainda levam uma vida ativa e, relativamente

independente, trabalhando, dirigindo, viajando e cuidando de si mesmas e de suas necessidades básicas, sem

necessidade da assistência constante de outros. Cada pessoa tem seu processo de envelhecimento individual, que deve

ser respeitado e jamais generalizado. É possível definir “velho”, “terceira idade”, “idoso”, o que se entende como

necessário para fins práticos, como no caso da idade de aposentadoria, porém, essa divisão não deve ser vista como

Page 5: caderno TGI

5

classificação, em sentido restritivo, mas apenas como forma de definir necessidades e demandas de uma parcela da

população que as apresentam, específicas. A “terceira idade” é uma parcela da população que, até bem pouco tempo

atrás, não se constituía alvo de observação e atendimento quanto as suas demandas. Atualmente, devido ao fato, já

mencionado, de estar em crescimento acelerado, passou a chamar a atenção, tanto de governos, como do mercado.

Para os governos a atenção aos idosos mostra-se uma questão de saúde pública, pois a definição e prevenção de vários

problemas, de saúde, econômicos e sociais, relacionados a essa etapa da vida de um cidadão, podem significar melhor

qualidade de vida e menos gastos com saúde, por exemplo, ou com assistência social e problemas jurídicos. Daí a

mudança de atitude gradativa que vem ocorrendo diante desta parcela da população, não só pelos governos e a

população, mas também pelas próprias pessoas com idade mais avançada.

Atualmente, a pessoa idosa é vista sob a ótica da prevenção, sendo essa abordagem, como o próprio nome já

indica, voltada não para a resolução de problemas depois de instalados, mas para a idéia de criar mecanismos para

minimiza-los já antes que se instalem. A fisioterapia representa bem essa questão no que se relaciona ao corpo, pois

passou a ser utilizada para prepara-lo para a chegada de dificuldades, advindas da idade ou de algum mal físico, e faze-

lo mais forte, com capacidade para melhor reagir a essas dificuldades, mantendo suas funções por mais tempo e com

mais qualidade, ao invés de, como antes, ser utilizada apenas para minimizar dores ou perdas de movimento.

Outra questão importante, que também faz parte dessa concepção preventiva, é a manutenção de atividades,

cotidianas e de entretenimento, e participação na sociedade através da convivência familiar e social. Estar em atividade

não é somente praticar exercícios físicos, mas manter a dinâmica social, a independência e a autonomia, através do

envolvimento com a comunidade, com o trabalho, com eventos culturais e de entretenimento. Todas essas ações

conjuntas buscam garantir um envelhecimento saudável, consciente e includente a todas as pessoas, e, desta forma,

diminuir ou atenuar sintomas como a solidão, o descaso, o isolamento e a reclusão, que são fatores de grande influência

Page 6: caderno TGI

6

na qualidade de vida e manutenção do bem-estar de todos, e que, como já vem sendo amplamente debatido, podem

piorar, senão mesmo deteriorar a saúde psicológica e até física dos indivíduos a elas submetidos.

Na atualidade pode-se verificar um grande número de pessoas com 60 anos ou mais, ainda ativas, que continuam

a trabalhar e fornecem o sustento da família, são responsáveis pelo cuidado dos netos, em muitos casos estudam.

Levando em consideração todos estes aspectos, assim como a atual abordagem de prevenção que vem sendo

dada ao tema, o presente trabalho visa dar uma contribuição no que se refere a questão da moradia, sempre buscando a

manutenção da saúde e interação social.

Page 7: caderno TGI

7

CONCEITUAÇÃO _________________________________________________________________________________________________

A arquitetura está vinculada ao bem estar e ao conforto das pessoas usuárias, seja através do projeto de centros

médicos, comerciais, culturais, esportivos ou da moradia. No caso específico do idoso, morar bem é antes de tudo uma

questão de segurança, pois seu corpo já não possui a mesma prontidão a reação que o de um jovem e as atividades

mais rotineiras podem se tornar difíceis e até perigosas. Via de regra, os espaços tem sido elaborados para atender a

características de um usuário considerado como uma média representativa do tipo físico da sociedade, em geral, porém,

sabe-se que, de fato, poucas pessoas correspondem a essa idealização, havendo diferenças importantes relativas às

necessidades físicas de cada indivíduo, diferenças que devem ser consideradas em projeto, especialmente quando se

trata de idosos.

Na chamada terceira idade, devido à diminuição da acuidade dos sentidos, os acidentes domésticos costumam ser

mais freqüentes, causando sérios transtornos ao idoso, podendo, inclusive, ocasionar danos físicos que podem se tornar

mais complexos devido à idade. Na maioria das vezes o mobiliário inadequado e o espaço restrito são os maiores

responsáveis por quedas e acidentes caseiros, com conseqüências penosas, no caso do idoso, além de recuperação

lenta. Muitas vezes, pequenas adaptações no ambiente já são suficientes para amenizar o problema, sendo interessante

também uma conscientização por parte das pessoas, de modo geral, sobre cuidados na utilização dos espaços, de modo

a torná-las mais cautelosas e evitar acidentes.

Projetar ambientes para a terceira idade pode parecer inicialmente algo muito específico e restrito a um

determinado tipo de usuário, entretanto, uma solução que atenda às necessidades específicas do idoso abrange também

a maioria dos usuários das demais faixas etárias, em suas diversas condições. Todos os cuidados tomados com a

Page 8: caderno TGI

8

ambientação para a moradia de uma pessoa de mais idade revelam-se úteis, em algum momento da vida, a todas as

idades, o que nos faz pensar que, no momento pode-se adaptar as residências para pessoas idosas ou com dificuldade

de locomoção, porém, no futuro, estaremos um passo a frente e passaremos a utilizar tais adaptações para a população

em geral, tornando os ambientes cômodos e seguros para todos.

As instituições asilares existentes na cidade, em sua maioria voltadas para o atendimento de cidadãos carentes,

de baixa renda e sem família, além de não se mostrarem adequadas para a recepção de novos moradores, já

conscientes de suas necessidades, mais independentes e mais adaptados à atual abordagem preventiva, com

características mais dinâmicas, não apresentam grandes adaptações de espaço e mobiliário que possam oferecer ao

idoso ali residente segurança e comodidade ao se deslocar e desenvolver suas atividades de maneira mais autônoma. O

molde mais comum de instituição para idosos, no Brasil, é o asilo, que já traz logo à mente a idéia de abandono,

separação, ausência de autonomia nas escolhas relativas à própria vida, pobreza e descaso. A perda da autonomia e da

individualidade é um grande problema que agrava em demasia o estado de saúde das pessoas. Está claro que as

instituições tradicionais não dão conta de toda a variedade da vida humana vivida com qualidade. Embora ofereçam local

de abrigo às intempéries, é duvidoso que o aconchego, o abrigo emocional e psicológico, tão essenciais para que todo

ser humano possa desenvolver suas potencialidades com plenitude e manter sua identidade, estejam disponíveis em tais

locais. É fato que, a maioria destas instituições não respeita a pessoa que lá se encontra como indivíduo, muitas vezes

nem mesmo no que tange a higiene, quanto mais em relação à privacidade, ao direito ao lazer e atividades de integração.

A questão esta em encarar o idoso, não como um indivíduo diferente dos outros participantes da sociedade, que deva ser

visto de forma destacada desta, sob o ponto de vista do preconceito, como se fosse menos capaz ou valesse menos que

os indivíduos de outras faixas etárias, mas como um integrante da sociedade, com características específicas, mais ou

menos comum à uma parcela, atualmente, considerável da população, que pode ter suas especificidades atendidas,

Page 9: caderno TGI

9

assim como ocorre quando são promovidas campanhas e discutidas questões relativas ao público infantil, que merece

atenção especial para determinados aspectos relativos às diversas faixas etárias que compõem o que se convencionou

chamar “infância”. A criança tem o direito de viver e se relacionar com outras de sua idade, assim como com professores,

pais, avós, conhecidos ou outras crianças mais velhas ou mais novas, em vários momentos de sua vida; assim também o

idoso pode e deve ter contato social com todos os patamares etários da sociedade, sendo esse relacionamento uma

questão de saúde mental e exercício social. As denominações: “criança”, “idoso”, “adolescente”, existem apenas para

haver uma definição formal à qual se fazer referencia em momentos em que características específicas devam ser

consideradas.

Como já mencionado, a conscientização da necessidade de atendimento ao idoso e suas especificidades vem

crescendo, é possível perceber um mercado se abrindo ao público nesse sentido. Alguns hotéis já apresentam

adaptações além das previstas por norma, que visam facilitar o deslocamento de pessoas com alguma dificuldade de

mobilidade, de forma a atrair esse público, antes esquecido. Em alguns casos de novas moradias, é possível observar o

mesmo tipo de preocupação em apontar soluções simples e eficazes. Também o próprio idoso tem se mostrado mais

consciente de que pode, e deve, reivindicar seu espaço, facilitar e tornar mais cômoda sua vida e o desempenho de

suas atividades. Porém, no que tange a moradia, essa é a tendência, mas, mesmo nos grandes centros do país, ainda

não se pode encontrar grande variedade de opções, por ser algo muito recente, caminhando de braços dados com o

atendimento às pessoas com dificuldade de locomoção, através da Norma 9050.

Pensando desta maneira, e considerando que cada vez mais pessoas chegam à “terceira idade” ainda com vigor

físico, trabalhando, viajando e exercendo atividades variadas com considerável autonomia e independência, o objetivo

deste trabalho é fornecer uma alternativa de moradia a esse público da cidade de São Carlos, em que se possa ter suas

demandas consideradas e atendidas e possibilitar a manutenção da autonomia e da qualidade de vida destas pessoas,

Page 10: caderno TGI

10

evitando o desconforto e a insegurança dentro de sua própria casa, já considerando as novas tendências sociais de

prevenção de males. O público alvo, então, seria formado por pessoas com idade superior ou igual a 60 anos, que ainda

vivem com relativa independência, apesar de possíveis limitações ou dificuldades devidas à idade, executando as

atividades básicas como: tomar banho, se trocar, comer e se movimentar, sem a ajuda de terceiros. Essas pessoas

podem, ou não, ter sua própria moradia, que não mais se apresente adequada por diversos motivos: ser grande demais,

provocando a necessidade de muitos cuidados; não apresentar iluminação ou ventilação adequadas; por ser afastada

dos centros urbanos, dificultando o acesso, ou não apresentar vizinhança segura. Atualmente já se pode encontrar

pessoas preocupadas com seu bem-estar na terceira idade, que procuram alternativas de moradia mais confortáveis, que

possibilitem a convivência e facilidades para a vida cotidiana.

Para tanto a proposta é a de um conjunto habitacional, em que cada pessoa tenha sua própria residência, seu

espaço, sem ter que dividi-los com outras não desejadas, mantendo sua privacidade no grau que desejar, diferente das

instituições que se propõem a atender pessoas dependentes e com problemas de saúde, com moradias adaptadas

interna e externamente à sua utilização, de forma a facilitar a circulação e os acessos e a proporcionar maior segurança e

menos riscos ao desenvolvimento de suas atividades. Incentivar a interação de seus moradores entre si, com seus

familiares, amigos e com a comunidade, estimular a independência, a autonomia e a convivência, cultivar novos hábitos

mentais, a formação de laços sócio-afetivos, enfim, ter uma existência normal, são também objetivos deste trabalho .

Uma das maneiras de gerir esse empreendimento seria a cooperativa, em que até os filhos dos proprietários

poderiam participar como associados, podendo usufruir do espaço e contribuindo para a organização do local.

Page 11: caderno TGI

11

LOCALIZAÇÃO _________________________________________________________________________________________________

A cidade de São Carlos esta situada na região central do Estado de São Paulo e, devido à presença das

Universidades de São Paulo e Federal de São Carlos, à EMBRAPA e à Fundação ParqTec, além de industrias de alta

tecnologia, que fomentam o desenvolvimento tecnológico da região, é conhecida como “Capital da Tecnologia”. Segundo

informações obtidas através de censo, a cidade tem uma população de 221.936 habitantes, dentre os quais, 13% é

formado de pessoas com mais de 60 anos, considerados idosos. De forma geral, esse público tem poucas opções de

atendimento na cidade, embora seja possível observar tentativas de conscientização e modificação dessa realidade.

Atualmente, podemos encontrar seis instituições, ou abrigos, voltadas ao atendimento de pessoas idosas: O mais

conhecido, Cantinho Fraterno Dona Maria Jacinta; e o Abrigo de Velhos Dona Helena Dornfeld; que atendem idosos sem

família, que permanecem internados, vários acamados, mas não possuem a modalidade Centro Dia, em que é possível

usufruir a estrutura do local apenas por um período, sem internação; o Residencial Nova Jerusalém; o Pensionato

Aconchego; o Núcleo cristão Guardiães do Amor e a Clínica Espaço Livre, também recebem idosos para internação, para

passar o dia, ou para recuperação cirúrgica. Todos apresentam equipes multidisciplinares, mas também apresentam

limites no atendimento devido à escassez de recursos, e alguns não oferecem muitas atividades de lazer e integração,

além de não estarem localizados próximos ao centro da cidade, já que as pessoas ali residentes não podem deixar o

local sem acompanhantes.

Outros grupos que atendem a essa parcela da população na cidade com atividades e eventos culturais e

educacionais voltados a ela ou com apoio social, religioso e espiritual são: a FESC ou Universidade Aberta da Terceira

Page 12: caderno TGI

12

Idade; grupos do SESC e SESI; Casa da Avó, Pastoral da Pessoa Idosa; Grupo de Convivência Péricles; CPP, Centro de

Professorado Paulista; Vivência Lassalista; APAISC e grupo Vida Nova. Esses grupos oferecem cursos, atividades físicas,

promovem viagens, concursos e campanhas para a população dessa faixa etária.

Embora seja possível dizer que mais atenção vem sendo dada a questão do idoso na cidade de São Carlos- como

exemplo pode-se indicar a FESC, que a cada temporada apresenta mais atividades e campanhas, buscando integrar as

várias faixas etárias da população nestes eventos - ainda há muito o que ser feito para se chegar a um atendimento mais

adequado e, principalmente, atuar de acordo com a abordagem preventiva adotada agora por médicos e profissionais da

área de saúde, sendo essa mudança de mentalidade o desafio maior.

A área de intervenção escolhida esta situada na cidade de São Carlos, em um bairro conhecido como Centreville,

com localização próxima ao centro, margeando a Avenida Comendador Alfredo Maffei. Está próxima ao Fórum da cidade

e tem seu entorno caracterizado por uma região residencial, que apresenta, cada vez mais, um comércio variado, de

modo a proporcionar opções aos moradores da região. A possibilidade da utilização de percursos planos através das

ruas Bento Carlos e Santa Cruz, que ladeiam a área de intervenção, para chegar até a Avenida São Carlos, ajudam a

tornar o local interessante. Na Rua Bento Carlos com a Avenida São Carlos tem-se a Praça Santa Cruz, que apresenta

pontos de táxi e de ônibus, um comércio ativo em torno dela, incluindo supermercados, sacolão, bancos e até mesmo o

calçadão, principal centro de compras da cidade.

Page 13: caderno TGI

13

Levantamento da área - usos

Page 14: caderno TGI

14

Equipamentos próximos à área de intervenção

A proximidade de locais como o Orquidário Municipal, onde ocorrem eventos festivos importantes da cidade, o

Mercado Municipal e a Catedral, com suas praças, que concentram a movimentação mais intensa, além do espaço

conhecido como CICA, no qual se encontram quadras de areia para prática de esportes e onde, no futuro, será

Page 15: caderno TGI

15

implantado parte do programa do Parque linear previsto para a região, torna a região bastante atrativa para se viver com

comodidade e inserido no contexto da cidade, além da facilidade de acesso.

Além da disponibilidade de transporte e comércio variado, o que levou a escolha do local foram os investimentos

previstos para essa região. A Prefeitura Municipal da cidade investiu na duplicação da Avenida Comendador Alfredo

Maffei, uma das vias que leva até o local, como uma primeira intervenção que pretende-se ampliar. Está prevista para a

região central da cidade, abrangendo a área de intervenção, a criação de um Parque Linear, que deve apresentar

grandes áreas verdes, com alternativas de lazer e esporte, e deve fazer a ligação dessa região com o centro da cidade.

Esse parque deve se iniciar no Mercado Municipal e seguir pela Praça do Mercado, o Orquidário, a CICA, percorrer a

Avenida Comendador Alfredo Maffei e se expandir em uma extensa massa verde, exatamente na região próxima ao

Fórum. Essa massa verde constituirá o Parque da Chaminé, ao lado da área escolhida para a intervenção. As atividades

previstas para a área são, principalmente, esportivas, com percursos para caminhada e locais de estar, além de algumas

quadras esportivas, ao ar livre ou cobertas; enfocam também a cultura, através da construção de espaços educacionais,

onde se pretende promover e estimular as práticas esportivas e culturais mais variadas, sendo uma excelente

oportunidade de lazer para os cidadãos de São Carlos, que ainda não tem um local como esse para desfrutar em sua

cidade. A presença do Parque da Chaminé foi fator importante na decisão do local da implantação do projeto, pois com

suas atividades complementa a área de lazer do conjunto habitacional, além de fornecer ótimas condições para estimular

o convívio entre os moradores e os freqüentadores do parque.

Page 16: caderno TGI

16

Localização da área de intervenção – Avenida Comendador Alfredo Maffei – Centreville – São Carlos

Page 17: caderno TGI

17

Área de intervenção e área do Parque da Chaminé – Centreville – São Carlos

Page 18: caderno TGI

18

Área de intervenção

Área do Parque da Chaminé

Page 19: caderno TGI

19

Page 20: caderno TGI

20

Buscou-se, com a escolha, localizar o projeto do conjunto habitacional de forma a oferecer aos moradores a

possibilidade de utilização da estrutura do futuro parque e da proximidade de uma área verde que promova melhor

qualidade de vida.

VIAS DE ACESSO

Como mencionado anteriormente, uma das vias de acesso do centro da cidade ao local, é a Avenida Comendador

Alfredo Maffei. Até o momento de sua duplicação, esta via não era o principal acesso à região, pois não se encontrava

em condições adequadas e confortáveis para um bom fluxo de veículos. Após a duplicação, ela se tornou mais utilizada e

atende melhor as necessidades de deslocamento da população, oferecendo maior comodidade de tráfego, com potencial

para se tornar um dos principais meios de acesso à área de intervenção por comportar maior fluxo de veículos.

Além da Avenida outras duas ruas que dão acesso à área, atualmente as principais formas de acesso, são a Rua Bento

Carlos e a Rua Santa Cruz, que levam diretamente ao centro e à Avenida São Carlos, principal via de circulação da

cidade. Estas vias já são bastante movimentadas e, provavelmente, no futuro, serão ainda mais, devido a presença do

Parque.

Page 21: caderno TGI

21

Vias de acesso à área de intervenção – Avenida Comendador Alfredo Maffei – Centreville – São Carlos

Page 22: caderno TGI

22

PARTIDO _________________________________________________________________________________________________

Por se tratar de um local para residência que busca se diferenciar de instituições asilares, a idéia é que cada

morador tenha sua própria moradia, na qual viva só ou acompanhado, segundo sua conveniência, com liberdade para

sair e receber visitas a qualquer hora. Não se pretende isolar os moradores do mundo exterior, mas que levem uma vida

normal, andando pela cidade, indo a bancos, fazendo compras, participando de eventos, enfim, tudo o que estejam

habituados a fazer em sua vida cotidiana. Com isso em mente, pensou-se em uma distribuição de edificações que

gerasse um espaço de convivência interno, isto é, voltado à convivência dos moradores entre si, porém, sem fechar

totalmente esse espaço à convivência externa. Desta maneira, todos os elementos do conjunto se encontram dispostos

de forma a compor um grande pátio, como um claustro, para o qual se voltam todas as unidades residenciais, tanto as

unifamiliares como a multifamiliar. Para reforçar o aspecto de pátio e para oferecer uma gradação mais suave do privado

ao público, as residências unifamiliares também foram projetadas conformando pátios menores, ou pequenos claustros,

que se abrem ao pátio maior da área de convívio.

Embora todas as edificações estejam voltadas para o pátio interno elas também tem comunicação com o exterior

do conjunto, ou seja, elas tem acessos voltados à rua, permitindo a circulação externa independente, para a cidade, para

o parque, sem necessidade de passar pelo pátio.

A configuração de pátio se apresenta como fechada em si, o que , de fato, ocorre em quase toda a extensão do

quadrilátero abrangido pelo conjunto, porém, na lateral em que se encontra o edifício ou residência multifamiliar há uma

alteração nessa configuração, que decorre do fato de este ter entre si e o pátio uma passagem que corta o conjunto e liga

a Rua Sorbonne ao futuro parque. Essa passagem deve permanecer livre para circulação de pedestres e dela tem-se

vista do pátio. Em caso de necessidade ela comporta a passagem de veículos, já que tem 4m de largura.

Page 23: caderno TGI

23

Conjunto habitacional para idosos em São Carlos - Implantação

Page 24: caderno TGI

24

Aproveitando o declive do terreno o conjunto foi instalado em quatro patamares ligados entre si por escadas e

rampas com não mais que 8% de inclinação, de acordo com a Norma 9050.

Patamares

Page 25: caderno TGI

25

Optou-se por organizar a área de forma a privilegiar a circulação do pedestre, e as áreas de atendimento e estar, o

que levou à localização do estacionamento de veículos nas extremidades do terreno, nos contornos externos do conjunto,

deixando livre o interior. Há também um ponto de ônibus localizado a rua Bento Carlos, em frente a área de intervenção,

buscando facilitar o acesso ao conjunto habitacional e ao parque.

Para a definição das moradias, buscou-se manter o gabarito local, que é baixo nas cercanias mais próximas,

optando-se por edificações térreas e um único edifício, não muito alto, que contrasta apenas ligeiramente com o entorno,

enfatizando a horizontalidade local.

RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES

Em cada uma das laterais, leste e oeste do quadrilátero que forma o pátio se encontram seis edifícações que são

as moradias unifamiliares. Elas consistem em uma unidade residencial com sala e cozinha integradas, um quarto, um

sanitário e área de serviço, dispostos em forma de U, configurando um pequeno pátio, que se abre para o pátio maior do

conjunto, e foram pensadas para atender pessoas que vivam com acompanhantes, sejam familiares ou amigos. A sala

tem dimensões que apresentam possibilidade para a ampliação de mais um cômodo, se desejado. Todos os cômodos

tem suas aberturas, que são compostas por áreas envidraçadas, voltadas para o pátio, permitindo a iluminação, que

pode ser mais controlada através de beirais. Como anteriormente mencionado, todas as residências apresentam também

aberturas e acessos a partir da rua, não sendo necessário entrar no pátio para se chegar a elas. Essa característica visa

facilitar a circulação sem impor restrições e também ajuda a reforçar a abertura ao convívio em contraposição a

conformação de claustro.

Page 26: caderno TGI

26

Residências unifamiliares

Page 27: caderno TGI

27

Page 28: caderno TGI

28

Page 29: caderno TGI

29

RESIDÊNCIA MULTIFAMILIAR

O bloco residencial de moradias multifamiliar se encontra instalado no edifício de quatro andares configurando um

dos lados do quadrilátero que conforma o pátio. Ele é pensado para abrigar moradores individuais, ou seja, que vivem

sós, ou até um casal, com comodidade. Este edifício tem suas aberturas voltadas para o norte, com vista para o pátio, e

esta implantado de forma a que os dois primeiros pavimentos estejam em nível com o terreno para permitir acesso direto,

do primeiro pavimento com o passeio que corta o conjunto e leva ao parque, e do segundo com a Rua Santa Cruz. Para

chegar ao terceiro e quarto pavimentos utiliza-se a circulação vertical, constituída por elevadores e rampas.

Corte longitudinal do terreno

Page 30: caderno TGI

30

A planta do edifício apresenta onze apartamentos por andar, com sala, cozinha, sanitário e área destinada a

serviços. Da mesma maneira que as residências unifamiliares, a cozinha se encontra integrada a sala, buscando deixar o

espaço mais amplo, com o mínimo de barreiras à circulação. Há um apartamento por andar, na extremidade leste do

edifício, que apresenta uma área maior, podendo ser ocupado por pessoas que necessitem de suporte locomotor e,

portanto, de maior espaço para circulação com comodidade, embora todas a unidades prevejam espaços amplos e

desobstruídos e portas com aberturas de 0,90 m.

A área de circulação horizontal interna apresenta espaço suficiente para circulação cômoda dos habitantes sendo

vedada às variações climáticas através de esquadrias com vidro, que permitem a iluminação do local. O edifício está

dividido em dois blocos que apresentam circulação vertical e acesso aos patamares superiores e inferior, através de

rampas, com inclinação cômoda para utilização dos moradores, e elevadores com fechamento em esquadrias com vidro.

O primeiro andar, ou térreo, apresenta um apartamento a menos devido à instalação do hall do edifício, que serve como

passagem de acesso ao pátio e ao estacionamento pelos moradores.

Como já mencionado, todos os ambientes das moradias foram pensados de forma a permitir seu uso com

comodidade, sem obstáculos, procurando facilitar a locomoção e o desenvolvimento de tarefas sem barreiras, permitindo,

inclusive, a circulação de pessoas que necessitam de elementos auxiliadores para locomoção, como cadeiras de roda,

andadores ou bengalas.

Page 31: caderno TGI

31

Vista do Conjunto habitacional da rua Bento Carlos

Page 32: caderno TGI

32

Page 33: caderno TGI

33

Planta do apartamento – Unidade multifamiliar do conjunto habitacional

Page 34: caderno TGI

34

ÁREAS DE SUPORTE

Além das residências também existem no conjunto três edificações que visam atender aos moradores em diversos

aspectos pertinentes. Uma delas conforma um dos lados do quadrilátero que define o pátio e foi pensada como um local

que oferecesse atividades culturais e de entretenimento aos moradores do conjunto e que também pudesse ser utilizada

por freqüentadores do parque e a comunidade, promovendo a interação de camadas da população de diferentes faixas

etárias. As atividades presentes nesse edifício buscam complementar as oferecidas pelo parque, que se constituem em

quadras cobertas e de areia para prática de esportes, pistas de caminhada, além de espaços destinados à palestras,

cursos e eventos esportivos e culturais. Entre as atividades aí previstas estão: salão de jogos, sala de leitura, cyber

espaço e serviço de lanchonete. Esse edifício tem uma abertura para a Rua Bento Carlos, permitindo a entrada de

pessoas da comunidade e faz comunicação com o pátio do conjunto habitacional através de uma passagem, que facilita

o acesso ao local pelos moradores.

Há ainda dois outros blocos voltados à atividades terapêuticas e de interesse apenas dos moradores, por esta

razão se encontram localizados internamente ao pátio. Um deles abriga a piscina aquecida, pensada apara a prática de

atividades físicas fisioterapêuticas e de prevenção, embora possa ser usada para o lazer, os vestiários e uma pequena

sauna.

O último bloco presente no conjunto abriga uma sala de fisioterapia/ginástica, que oferece atividades lúdicas e

esportivas com o objetivo de promover a manutenção de habilidades motoras. Este espaço pode ainda servir como sala

multiuso, abrigando reuniões; danças; e até confraternizações; pequenos cursos e oficinas que possam vir a ser

ministrados no local. Ao lado da sala de fisioterapia encontra-se o ambulatório e um consultório para atendimento de

suporte e emergência diário.

Page 35: caderno TGI

35

Este último bloco de serviços é um dos atrativos do conjunto habitacional, pois a maioria das pessoas da terceira

idade se preocupa muito com a questão da saúde; sentir-se mal, cair, se machucar e não ter a confiança de que será

socorrido é um dos maiores medos de pessoas idosas, principalmente das que vivem sozinhas. Saber que terá suporte

nesse sentido, no caso de necessitar de atendimento de emergência, primeiros socorros, ou ,simplesmente ter alguém

que monitore sua saúde e sua medicação, deixa o morador do conjunto muito mais seguro e tranqüilo, e é um dos

serviços mais procurados pelos idosos.

Page 36: caderno TGI

36

Área de lazer – leitura, internet e jogos

Page 37: caderno TGI

37

Área de apoio – Piscina coberta e sauna

Page 38: caderno TGI

38

Saúde – ambulatório, sala de fisioterapia e consultório médico

Page 39: caderno TGI

39

ADAPTAÇÕES INTERNAS _________________________________________________________________________________________________

O ponto importante em projetar moradias para idosos, e principal para este projeto, consiste em uma série de

adaptações, principalmente no interior das residências, que, apesar de simples, tornam mais confortável e segura a vida

de todos, independente de sua condição física. A simplicidade das adaptações pode torná-las quase imperceptíveis, o

que deve ser considerado muito bom, já que, assim, não são ressaltadas e colocadas em evidência as necessidades

específicas dos indivíduos ocupantes do espaço, não havendo a indesejada estigmatização social. Além disso, a maioria

dessas adaptações é muito indicada a todas as faixas etárias e condições de mobilidade, pois todos podem se beneficiar

delas e ter um dia-a-dia mais seguro.

Através de pesquisa, pode-se observar que, de forma geral, as áreas de uma casa ditas frias apresentam maior

índice de acidentes, especialmente quedas, pois é aí que se concentram atividades molhadas, ou seja, relacionadas a

utilização de água, umidade, vapor, sem contar o próprio revestimento utilizado, que pode prejudicar a segurança ao

invés de ajudar. Dito isto, pode-se concluir que um primeiro pensamento a respeito de segurança deve estar voltado para

os revestimentos de toda a residência, o piso e as paredes. É muito importante escolher pisos antiderrapantes, agora já

disponíveis no mercado com mais opções, tanto para pisos residenciais, como para áreas de circulação mais intensa,

dentro ou fora da edificação, especialmente em locais que podem ficar molhados, como escadas, calçadas, rampas,

quintais, piscinas e banheiros, sendo recomendada sua colocação por toda a residência, no caso de moradia que preveja

uso acessível.

Page 40: caderno TGI

40

Circulação

O piso deve ser antiderrapante, regular, firme e estável, sem padronagens que possam induzir a erro de interpretação da profundidade, levando à quedas.

Da mesma forma, tampas de caixa de inspeção e grelhas de drenagem, devem ser posicionadas preferencialmente fora das rotas de acesso, sempre niveladas com o piso, firmes e estáveis, antiderrapantes, com vãos ou aberturas de, no máximo, 15 mm.

Tapetes devem ser evitados; capachos e carpetes devem ser embutidos no piso e nivelados, de forma a que não excedam desníveis de 5 mm.

Portas devem ter vãos livres de, pelo menos, 0,80m. As maçanetas devem ser do tipo alavanca, para facilitar o uso, a uma altura de 0,90m a 1,10m. O trinco deve ser colocado acima da maçaneta, de preferência.

Na existência de rampas ou escadas em frente à portas, deve-se sempre colocar patamares.

Page 41: caderno TGI

41

Desde a entrada da residência, devem-se prever condições que favoreçam a acessibilidade, sem apresentar

empecilhos ou situações que possam confundir o usuário. O piso deve apresentar marcações claras, indicando o

caminho, a porta de entrada deve ter largura igual ou superior a 80 cm e espaço livre para a circulação ao seu redor,

deve ter iluminação apropriada para facilitar a visão noturna e número de identificação grande, para evitar confusões.

De modo geral, as paredes no interior da casa devem ter cor clara, se possível apresentar texturas que devem

servir como estímulo e podem ajudar na diferenciação de cômodos, no caso de locais públicos. Deve-se evitar estampas

no piso ou paredes, pois podem confundir a visão e gerar insegurança. A iluminação deve ser suficiente e uniforme, nem

clara demais, nem escura demais, e anti-ofuscante, pois a iluminação direta pode prejudicar a visão e causar confusão;

janela amplas são interessantes, os interruptores devem estar localizados a alturas confortáveis, 1,10m do chão,

próximos às entradas para facilitar sua utilização. Os ambientes devem apresentar uma variedade de objetos pessoais

como fotografias de familiares e plantas para ajudar na localização temporal e tornar o local aconchegante.

Um detalhe importante, principalmente em se tratando de pessoas idosas, é evitar o excesso de mobiliário criando

barreiras e situações que possam provocar quedas ou impedir a livre circulação; mobiliário muito baixo também pode

causar esse tipo de problemas, sendo melhor evita-los. Quinas arredondadas ajudam a evitar acidentes, assim como

moveis presos ao chão, pois não se movem quando usados como apoio. Tapetes são quase sempre os maiores vilões

causadores de acidentes, devendo ser evitados, ou, quando necessários, devem ser anti-derrapantes e não apresentar

pontas dobradas onde se possa tropeçar.

Page 42: caderno TGI

42

Circulação interna

Nos quartos, as camas devem ter cabeceiras que permitam se recostar. Sua altura em relação ao piso, incluindo o colchão, deve permitir que uma pessoa sentada apóie os pés no chão com firmeza. H = 0,45 a 0,50 m do chão.

As luminárias devem permitir acionamento fácil, para possibilitar uma transição entre escuro e claro mais gradual, e estarem sempre próximas.

Mesas laterais devem ter bordas arredondadas, ser fixas e estar 0,10m acima da altura da cama.

Os trajetos, especialmente da cama ao sanitário, devem estar livres de obstruções, como móveis, fios soltos e tapetes. Durante a noite, de preferência, deixar alguma luz acesa, ou instalar sensores de acendimento automático no trajeto entre cama e sanitário.

Interruptores e campainhas devem estar entre 0,60 a 1,00 m de altura, tomadas entre 0,40 e 1,00m, telefones e torneiras entre 0,80 e 1,20 m, maçanetas entre 0,80 e 1,00m.

Page 43: caderno TGI

43

Como mencionado anteriormente, o sanitário é um dos locais críticos da residência, devendo-se dispensar atenção

especial a ele. A norma NBR 9050 apresenta adaptações e medidas mínimas para box, vasos sanitários e lavatórios, que

devem ser levadas em conta para obter mais segurança na utilização destas peças. O piso deve ser anti-derrapante, se

houver algum tapete, deve ter ventosas para fixá-lo. O desnível máximo entre o piso do box e o do banheiro deve ser de

1,5 cm. No box, assim como no sanitário e no lavatório, devem ser fixadas barras de apoio que permitam ao usuário

utilizar a peça sem incomodo, mantendo o equilíbrio. Existem algumas disposições diferentes para a colocação dessas

barras, todas apresentadas na norma NBR 9050. Todos os acessórios como saboneteiras, suporte de papel higiênico,

porta objetos, devem ter uma altura de 1,20 a 1,30 cm, os espelhos devem ter inclinação para permitir sua utilização de

alturas mais baixas, as torneiras devem ser de fácil manuseio, sem necessitar do uso de força para acioná-las, um bom

exemplo são as de alavanca.

Exemplos de torneiras de fácil manuseio para adaptação de sanitário.

Page 44: caderno TGI

44

Page 45: caderno TGI

45

Page 46: caderno TGI

46

Page 47: caderno TGI

47

Se possível, utilizar cortinas no box ao invés de portas, que se existirem, devem ser de correr ou abrir para fora, e

colocar um banco fixo, de largura definida na norma, que facilite o banho e dê equilíbrio, para maior segurança. Os

registros ficarão melhor localizados se estiverem à entrada do Box, pois evitam que a pessoa se queime com a água

quente. Deve-se garantir bom escoamento do ralo para evitar acúmulo de água e conseqüentes escorregões.

O vaso sanitário deve ter sua base aumentada em 10 cm, descarga de simples manuseio, que não requer uso de

força para acioná-la, e os acessórios, como porta papel higiênico, devem estar ao alcance fácil da mão.

Na cozinha deve-se seguir o padrão de colocação de tomadas e interruptores a alturas adequadas, e elas devem

ter a voltagem sinalizada para evitar confusão; deve-se utilizar contrastes de cor para diferenciar objetos próximos de

outros mais distantes, torneiras de fácil manuseio, se possível instalar sistema de segurança que desliga o gás quando

não houver chama e piso anti-derrapante. Uma boa iluminação para ajudar no desenvolvimento das tarefas executadas

no local é sempre recomendada, além de ventilação, importante também devido ao uso de gás para aquecimento. As

gavetas devem ser deslizantes e com travas de segurança, a alturas confortáveis para o uso cotidiano. Nunca é demais

organizar objetos de forma a que os mais usados estejam mais a mão, e os de menos uso fiquem mais distantes, regra

essa aplicada a qualquer tipo de objeto, para qualquer usuário.

A circulação no espaço, seja ele qual for, deve ser sempre observada com cuidado para que portas de armários ou

de acesso, ao se abrirem, não impeçam ou obstruam a passagem. Um carrinho com rodas será útil para o transporte de

objetos mais pesados, além de tornar possível transportar vários de uma vez. Mesas, pias e bancadas devem ter altura

de 85 a 90 cm para permitir utilização cômoda, sem que se provoque esforço além do necessário.

De forma geral, utilizar, sempre que possível, rampas ao invés de escadas, e quando estas forem necessárias,

marcar com fita anti-derrapante os degraus. Os corrimãos devem ter altura em torno de 80 cm do chão, devem ser

Page 48: caderno TGI

48

contínuos, com diâmetro de 4 cm, e devem estar afastados 5 cm da parede. É interessante que os corrimãos tenham

cores diferentes das coeres das paredes para facilitar a visão. Finalmente, deve-se evitar quinas vivas, vidros e fiação

solta pelos cômodos da casa.

Page 49: caderno TGI

49

Rampa

As rampas devem ter, no máximo inclinações de 8,33%.

No caso de não haver paredes nas laterais, é necessária guia de balizamento de, no mínimo h=0,05mm, nas projeções do guarda-corpo.

A largura mínima admissível para rampas é de 1,20m, sendo a recomendável 1,50 m. No caso de haver patamares, os mesmos deverão permitir o giro de uma cadeira de rodas, para tanto, devem ter a largura de 1,50m.

O piso tátil deve ter cor contrastante com o piso adjacente.

Os corrimãos laterais devem ser contínuos e ter duas alturas: 0,92 e 0,70 m do piso.

Page 50: caderno TGI

50

Escadas

Não se deve utilizar degraus com espelhos vazados.

A largura mínima admissível de escadas é de 1,20m, porém, o recomendável á de 1,50m.

O corrimão deve avançar em 0,30 m antes do início e depois do término de escadas e rampas, sem prejudicar a área de circulação.

Deve haver sinalização visual em cada degrau para alertar a diferença de nível. Também deve-se utilizar faixas antiderrapantes na beirada de cada degrau.

Page 51: caderno TGI

51

Elevadores

As dimensões mínimas dos elevadores devem ser de 1,40x 1,10m.

Deve haver sinalização tátil de alerta em frente á porta.

O piso da cabine deve contrastar com o adjacente. Dever haver corrimãos instalados nas paredes , com altura de 0,89 a 0,90 m.

Na entrada a abertura livre deve ser de 0,80 m, no mínimo.

Page 52: caderno TGI

52

Acesso à piscina

O piso ao redor da piscina deve ser antiderrapante. As bordas e degraus devem ser arredondados.

A escada ou rampa de acesso à piscina deve ter corrimão em três alturas: 0,45, 0,70 e 0,92 m, de ambos os lados.

Deve-se instalar barras de apoio nas bordas internas da piscina, em locais que não interfiram no acesso.

Page 53: caderno TGI

53

Armários

Armários, assim como mesinhas laterais, que podem vir a servir de apoio, devem ser, de preferência, fixos no chão ou parede. A amplitude de utilização do armário deve estar entre 0,40 a 1,20 m do piso.

Puxadores e fechaduras devem estar a 0,80 a 1,20m de altura. O alcance máximo confortável para uma pessoa erguer o braço é de 1,55m, devendo, portanto a prateleira mais alta estar, no máximo a esta altura. Os armários devem ter iluminação embutida e prateleiras retráteis.

Page 54: caderno TGI

54

REFERÊNCIAS

_________________________________________________________________________________________________

JØRN UTZON – KINGO HOUSES

Page 55: caderno TGI

55

JØRN UTZON – KINGO HOUSES

Page 56: caderno TGI

56

JØRN UTZON – FREDENSBORG

Page 57: caderno TGI

57

JØRN UTZON – FREDENSBORG

Page 58: caderno TGI

58

BIBLIOGRAFIA _________________________________________________________________________________________________

Associação Brasileira de Normas Técnicas(ABNT). NBR 9050 : Acessibilidade a edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos, Rio de Janeiro, 2004.

Bestetti, Maria Luisa trindade. Habitação para Idosos. O Trabalho do Arquiteto, Arquitetura e Cidade. Tese, FAUUSP, São Paulo, 2006.

Bosi, Ecléa. Memória e Sociedade, lembranças de velhos, T.A. Queiroz, editor, São Paulo,1983.

Carli, Sandra Maria Marcondes Perito. Habitação Adaptável ao Idoso: um Método para Projetos Residenciais. Tese, FAUUSP, São Paulo, 2004

Carlson, Jode, L.; Taira, Ellen D.Aging in Place - Designing, adapting, and Enhancing the Home Environment, The Haworth Press, Inc, New York, London Oxford,1999.

Girling, Cynthia L., Helphand, Kenneth I. Yard-Street- Park. The Design of Suburban Open Spaces. John Wiley & Sons, Inc. New, York, 1994.

Hertzberger, H. Lições de Arquitetura, São Paulo:Martins Fontes, 1996.

Hoffmann, Hubert. Conjuntos Residenciales de baja densidad, 1967.

Nakano, Fabiana. Mobiliário para Idosos: Acessibilidade para todos. Trabalho final de Graduação, FAUSP São Paulo, 2003.

Valins, Martin. Housing for Elderly People. A Guide for Architects and Clients.The Architectural Press: Londrs, 1988.

L’Arca, n˚ 143, dezembro 1999, p.28-38, Kagoshima Community Center for Seniors.

Page 59: caderno TGI

59

Revista A+U Herman Hertzberger, especial.

Revista El Croquis, 1998.

Revista El Croquis, 2000.

Revista Isto é, n˚ 2014, ano 31, 11 de junho, 2008, p.93-96 Os Envelhecentes.

www.alfa.org/public/articles/details.cfm?id=125 The National Center for Assisted Living. Acesso abril de 2008.

http://www.seniorhousingnet.com/care-types/index.aspx?source=web - Senior Housingnet - Housing Care Tips. Acesso abril de 2008.

www.ncal.org/consumerr/thinking.htm - A Consumer’s Guide to Assisted Living and Residential Care. Acesso abril de 2008.

www.gem-chor-otelfingen.ch/news.htm Altersheim Furtal - Suiça

http://www.humanitasbergweg.nl/ - Humanitas Bergweg- Suiça

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/10.029/1810 - Jorn Utzon http://www.e-architect.co.uk/denmark/fredensborg_houses.htm - Jorn Utzon

Page 60: caderno TGI

60