AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS: DIRETRIZES E BASE
METODOLÓGICA
Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor em Engenharia junto ao Departamento de Engenharia de Construção Civil.
Área de Concentração: Engenharia de Construção Civil e Urbana
Vanessa Gomes da Silva, Arq.
Vahan Agopyan, Prof. Dr. Orientador
São Paulo
2003
FICHA CATALOGRÁFICA
Silva, Vanessa Gomes.
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica. São Paulo, 2003.
210 pp.
Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil.
1. Sustentabilidade. 2. Avaliação de edifícios.
I. Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil. II.t.
“We can’t solve problems by using the same kind of thinking we used when we created them”
Albert Einstein
A meus pais, sempre presentes, mesmo estando tão longe. A minha família, que fez a mágica para a
distância não ser tão longa assim.
Agradecimentos
À CAPES, pela bolsa no primeiro ano de doutoramento. À FAPESP, por financiar o projeto de pesquisa que foi o embrião deste
trabalho. Ao FAEP/UNICAMP, a iiSBE, à UFES, à CST e ao PCC/EPUSP, pelos pequenos ou grandes auxílios que me
permitiram comparecer a eventos importantes.
Aos membros da banca avaliadora, por aceitarem o convite para participar.
A Vahan Agopyan, pelo milagre de multiplicação de agenda que permitiu que me orientasse em meio a suas inúmeras atividades.
A Vanderley John, por, além da amizade, ter despertado o interesse pelo tema da pesquisa, ter-me acolhido como orientanda
e dado uma contribuição inestimável no último ano do trabalho.
A Antonio Figueiredo, pela extrema boa vontade que permitiu que eu concluísse os créditos a tempo; e aos professores Vahan Agopyan, Orestes Gonçalves e Vanderley John, por haverem
sacrificado seus poucos momentos de descanso para que o meu exame de qualificação pudesse ser realizado, à noite, antes do
meu afastamento para a Holanda.
Ao SINDUSCON-SP, especialmente Francisco Vasconcellos e Lílian Sarrouf, por abraçarem a causa e promoverem os workshops.
Muitas pessoas contribuíram provendo informações, revisando o material ou como colegas no processo de produção deste trabalho.
Agradeço aos colegas do Departamento de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil da UNICAMP, que me
encorajaram pelos corredores e, na impossibilidade de concessão de afastamento de atividades, compensaram minha carga horária.
A Marina, pela levantada de ânimo e prontidão logística. A Stelamaris, Paulon, Chico Borges e Ana Góes, pelas doses diárias
de alegria. A Lucila, pela serenidade que restaurava meu equilíbrio. Correndo o risco de ser perseguida pelo resto da minha vida
acadêmica, dedico um agradecimento especial a Doris e Silvia, pela confiança que superava em muitas vezes a minha própria.
A Elaine, pelas intermináveis sessões de reclamação na secretaria do DAC, e de diversão, fora dela. Aos prediletos da sessão de
informática, que sempre davam um jeitinho de me ajudar no dia a dia. A Paula, Giovana e Seigi, alunos de AU da UNICAMP, e
Stelamaris pela ajuda nos estudos de casos. A Marina, Kai, Neide e Mariotoni, pela participação no workshop.
A Francisco Vasconcellos, Prof. Luiz Xavier, e BlochSó Arquitetura, por fornecerem dados para os estudos de casos.
A Maristela, pela leitura e estímulo; pela capacidade de fomento que dirimiu as barreiras financeiras; e pela companhia no desafio
de buscar uma construção brasileira mais sustentável.
A Ary, Paola e Janine, pela diligência na força-tarefa-anti-depressão-e-à-prova-de-tese.
Ao exército que se manteve firme em todos os momentos. Aos meus amigos, em especial a Rubiane, pela revisão atenta e,
principalmente, por incorporar o guru de auto-ajuda; e às meninas da ONG: Engrácia e Jussara.
A Cristina Borba, pelas revisões de inglês ao longo deste período; e a Leo, Alcione, Fátima e Cristina pela amizade e prontidão em
solucionar os pequenos e grandes problemas.
To Nils Larsson, multimedia from NRCan, GBC and iiSBE; and to Nigel Howard, from USGBC, for being my friends, besides being
such an infinite source of competence and enthusiasm. To friends and colleagues at Green Building Challenge and iiSBE, specially
Aleksander Panek, Alex Zimmermann, Andrea Moro, Bill Bordass, Chiel Boonstra, Gail Lindsay, Ilari Aho, Javier Serra, Joel Ann Todd,
Luiz Alvarez-Ude, Mauritz Glaumann, Miguel Angel Romero, Nori Yokoo, Norman Goijberg, Philipe Duchene-Marullaz, Rafael
Salgado, Rein Jaaniste, Ray Cole, Ronald Rovers, Silvia de Schiller, Stephen Lau, Susanne Geissler, Sylviane Nibel, Tatsuo Oka, Sverre Fossdal and Trine Dyrstad Pettersen, for the inspiring discussion, continuous learning and healthy competition to show the wonders
of their respective countries and cultures.
To Suzy Edwards and Alan Yates (BRE); Anna Whiting (M4I); Joy Wallbanks (BSRIA), Jiri Skopek (Green Globes), and Wayne Trusty
(Athena Institute), for the kindness and prompt posting of publications.
To Marek Amrozy, Çigdem Kiliçaslan, Danny Cheng, Sabina Pangrazzi, Felix de Vries, Ozan Emem and Jaap de Vries, friends I found at SBUD Course at Institute for Housing and Urban Studies,
for the unforgettable moments during my stay at Rotterdam. To the Municipality of Rotterdam, for granting the scholarship that
allowed for my participation in the course.
A todas as pessoas que participaram da minha vida nos últimos cinco anos. E optaram por continuar participando.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS vi
LISTA DE TABELAS x
LISTA DE ABREVIATURAS xiii
SUMÁRIO EXECUTIVO xviii
EXECUTIVE SUMMARY xxi
RESUMO xxiv
ABSTRACT xxv
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA 1 1.1.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGENDA 21 1
1.1.2 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS 3
1.2 PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS , INICIATIVAS E CENTROS DE PESQUISA NO TEMA 8
1.3 FORMULAÇÃO DA HIPÓTES E DE TRABALHO 12
1.4 OBJETIVOS 13
1.5 METODOLOGIA 13 1.5.1 METODOLOGIA UTILIZADA NA ETAPA 1: VERIFICAÇÃO DA HIPÓTESE 14
1.5.2 METODOLOGIA UTILIZADA NA ETAPA 2: PROPOSIÇÃO DE BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MODELO DE AVALIAÇÃO 14
1.6 ORGANIZAÇÃO DESTE TRABALHO 14
2 ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS 17
2.1 INTRODUÇÃO 17
2.2 OBJETIVOS E APLICAÇÕES DE LCA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 18
2.3 ETAPAS DE UMA LCA 19
2.3.1 DEFINIÇÃO DO ESCOPO: OBJETIVOS, UNIDADE FUNCIONAL E LIMITES DO SISTEMA 20
2.3.2 CONSTRUÇÃO DO INVENTÁRIO 20
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica ii
2.3.3 AVALIAÇÃO DO IMPACTO 21
2.3.3.1 Classificação e caracterização 22
2.3.3.2 Normalização 24
2.3.3.3 Avaliação (ou valoração) de pontuação normalizada 24
2.3.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DAS MELHORIAS 26
2.4 LIMITAÇÕES INTRÍNSECAS À LCA 27
2.5 APLICAÇÃO DE LCA EM AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS 28
2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 32
3 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍC IOS: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA 33
3.1 INTRODUÇÃO 33
3.2 PRINCIPAIS INICIATIVAS E ESTADO ATUAL 34
3.2.1 BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT ENVIRONMENTAL ASSESSMENT METHOD (BREEAM) – 1990 38
3.2.1.1 Estrutura e Pontuação 39
3.2.1.2 Ponderação e comunicação de resultados 41
3.2.2 BUILDING ENVIRONMENTAL PERFORMANCE ASSESSMENT CRITERIA (BEPAC) - 1993 42
3.2.2.1 Estrutura e pontuação 44
3.2.2.2 Ponderação e comunicação de resultados 45 3.2.3 GREEN BUILDING CHALLENGE (GBC) - 1996 46
3.2.3.1 Estrutura e Pontuação 48
3.2.3.2 Ponderação 51
3.2.3.3 Comunicação de resultados 51
3.2.4 LEADERSHIP IN ENERGY AND ENVIRONMENTAL DESIGN (LEED) - 1999 53
3.2.4.1 Estrutura e Pontuação 54
3.2.4.2 Ponderação e comunicação de resultados 57 3.2.5 COMPREHENSIVE ASSESSMENT SYSTEM FOR BUILDING ENVIRONMENTAL
EFFICIENCY (CASBEE) – 2002 57
3.2.5.1 Estrutura e pontuação 60
3.2.5.2 Ponderação e comunicação de resultados 61
3.3 DISCUSSÃO DE ASPECTOS METODOLÓGICOS 62
3.3.1 O QUE OS MÉTODOS EXISTENTES AVALIAM? 65
3.3.2 COMO ESTES MÉTODOS AVALIAM O DESEMPENHO AMBIENTAL? 67
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica iii
3.3.3 QUANTO É PRECISO ATINGIR? 72
3.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 74
4 ESTUDO EXPLORATÓRIO 78
4.1 INTRODUÇÃO 78
4.2 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA 79
4.3 AVALIAÇÃO EXPLORATÓRIA 81 4.3.1 DEFINIÇÃO DE FATORES DE PONDERAÇÃO 81
4.3.1.1 Definição dos níveis hierárquicos 81
4.3.1.2 Construção das matrizes de comparação 82
4.3.1.3 Escala de importância relativa 85
4.3.1.4 Pesos obtidos com o auxílio da ferramenta AHP 86 4.3.2 DEFINIÇÃO DE BENCHMARKS 87
4.3.3 ESTUDO DE CASO 1: CONJUNTO COMERCIAL DE PADRÃO SIMPLES, USO MISTO (ESCRITÓRIO E HOTEL) 90
4.3.3.1 Descrição 90
4.3.3.2 Resultados da avaliação do Estudo de Caso 1 93
4.3.4 ESTUDO DE CASO 2: EDIFÍCIO COMERCIAL DE PADRÃO MÉDIO, USO ÚNICO (ESCRITÓRIOS) 96
4.3.4.1 Descrição 96
4.3.4.2 Resultados da avaliação do Estudo de Caso 2 99
4.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 101
4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 106 4.5.1 SOBRE A NECESSIDADE DE DESENVOLVER UM MÉTODO BRASILEIRO 109
5 DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS 112
5.1 ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO (“O QUE AVALIAR?”) 112
5.1.1 INDICADORES: CONCEITO E IMPORTÂNCIA 114
5.1.2 ESTRUTURAS ANALÍTICAS PARA ORGANIZAÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE NAÇÕES 117
5.1.2.1 Estruturas analíticas desenvolvidas 118 5.1.3 AGENDA 21 PARA A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL NO BRASIL 121
5.1.3.1 Agendas 21 do CIB para a Construção Sustentável: da agenda verde para a agenda marrom 121
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica iv
5.1.3.2 Proposta de uma agenda setorial multidimensional e integrada 124 5.1.4 AVALIAÇÃO E RELATO DA SUSTENTABILIDADE DE ORGANIZAÇÕES 132
5.1.5 INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DO SETOR E DE EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO 135
5.1.6 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS 138
5.2 CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO (“COMO AVALIAR?”) 142
5.2.1 EMPREGO DE PROCESSO DE ANÁLISE HIERÁRQUICA (AHP) PARA DERIVAÇÃO DE PESOS 143
5.2.1.1 Definição da hierarquia de atributos 147
5.2.1.2 Determinação de importância relativa 148
Identidade, reciprocidade e consistência de matrizes de comparação 149
Inconsistência de matrizes de comparação 152
5.2.1.3 Escala de importância rela tiva (escala de valor) 154
5.2.1.4 Determinação da pontuação global de alternativas 155
5.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 156
5.3.1 SOBRE A DEFINIÇÃO DA ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO 156
5.3.2 SOBRE O USO DE AHP PARA DEFINIR O CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO 158
6 MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS 160
6.1 INTRODUÇÃO 160
6.2 SOBRE A INCLUSÃO DA AVALIAÇÃO DE GESTÃO DO PROCESSO E DOS AGENTES ENVOLVIDOS 160
6.3 DESCRIÇÃO SUCINTA DA PROPOSTA INICIAL DE AVALIAÇÃO 162
6.4 REALIZAÇÃO DE CONSULT A ÀS PARTES INTERESSADAS 169
6.4.1 DINÂMICA UTILIZADA NA CONSULTA 169
6.4.2 RESULTADOS OBTIDOS 170
6.4.2.1 Quanto à lista preliminar de indicadores 170
6.4.2.2 Quanto aos pesos obtidos e ao emprego de AHP no processo 171
6.4.2.3 Quanto à percepção de relevância dos itens no módulo ambiental de avaliação 175
6.5 MODELO MODIFICADO APÓS A CONSULTA (SIMPLIFICADO) 180
6.5.1 O QUE AVALIAR? 182
6.5.1.1 Uso previsto 182
6.5.1.2 Escopo da avaliação e limites do sistema 183
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica v
6.5.1.3 Estrutura da avaliação 184 6.5.2 COMO AVALIAR? 185
6.5.3 QUANTO DEVERÁ SER ATINGIDO? 187
6.5.3.1 Comunicação de resultados 188 6.5.4 PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO 190
6.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 190
7 CONCLUSÕES E CONTINUIDADE DA PESQUISA 192
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 198
APÊNDICES (CR-ROM)
APÊNDICE 1 – NORMALIZAÇÃO DOS MÉTODOS EXISTENTES PARA AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS.
APÊNDICE 2 – PRINCIPAIS INICIATIVAS INTERNACIONAIS DE DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE NAÇÕES .
APÊNDICE 3 – UN WORKING LIST OF INDICATORS OF SUSTAINABLE DEVELOPMENT.
APÊNDICE 4 – CSD THEMATIC FRAMEWORK.
APÊNDICE 5 – ESTRUTURA ANALÍTICA PRESSURE-STATE-RESPONSE (PSR).
APÊNDICE 6 – ESTRUTURAS ANALÍTICAS FDES E FISD.
APÊNDICE 7 – LISTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS MODIFICADA APÓS CONSULTA ÀS PARTES INTERESSADAS
APÊNDICE 8 – MATRIZES DE DECISÃO UTILIZADAS PARA DERIVAÇÃO DE PESOS DURANTE A CONSULTA PÚBLICA.
APÊNDICE 9 – PLANILHA DE PERCEPÇÃO DE RELEVÂNCIA DE ITENS A COMPOR O MÓDULO AMBIENTAL DA AVALIAÇÃO UTLIZADA NA CONSULTA PÚBLICA.
APÊNDICE 10 – FORMULÁRIOS DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE POR ETAPAS DO CICLO DO EMPREENDIMENTO (EM CONSTRUÇÃO).
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica vi
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Figura 1 – Reinterpretações da Agenda 21 relacionadas ao setor de construção (CIB/UNEP-IETC, 2002). 3
Figura 2 - Etapas de desenvolvimento desta pesquisa. 15
CAPÍTULO 2 – ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS
Figura 1 – Etapas de uma análise do ciclo de vida segundo a ISO 14.040 (ISO, 1996). 19
Figura 2 – Representação do ciclo de vida de um produto como uma árvore de processos. 21
Figura 3 – Caracterização dos ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD (polietileno de baixa densidade). Outras classes não são mostradas no gráfico, como pesticidas, uso de energia e disposição de resíduos sólidos (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 23
Figura 4 – Normalização dos ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD (dados fictícios). Neste exemplo, a normalização evidencia contribuições relativamente altas para aquecimento global, ecotoxicidade (acidificação, eutroficação), toxicidade ao homem (metais pesados, carcinógenos) e formação de nevoeiros (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 24
Figura 5 – Valoração de ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD normalizados (dados fictícios), evidenciando a significância dos efeitos de ecotoxicidade (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 25
Figura 6 – Indicador de ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD. A preferência por sacos de papel torna-se evidente (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 25
Figura 7 - Ciclo de vida de um edifício genérico. 29
Figura 8 - Inserção conceitual da LCA em avaliação da sustentabilidade de edifícios. 31
Figura 9 – Esquema dos fluxos ambientais ao longo do ciclo de vida de um edifício. 31
CAPÍTULO 3 – SISTEMAS DE AVALIAÇÃO EXISTENTES: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA
Figura 1 - Blocos de critérios no processo de avaliação do BREEAM (edifícios de escritórios). Ver Tabela 3, sobre número mínimo de pontos. 40
Figura 2 - Esquema da obtenção do Índice de Desempenho Ambiental (EPI), utilizado pelo BREEAM (BALDWIN et al., 1998). 42
Figura 3 – Estrutura do BEPAC. 44
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica vii
Figura 4 - Blocos de entrada e saída de dados na GBTool. 49
Figura 5 - Representação esquemática do processo de avaliação utilizado no Projeto GBC. 50
Figura 6 - Trechos da planilha original de definição de referências de desempenho (benchmarks). 50
Figura 7 - Trecho da planilha original de definição de fatores de ponderação. 51
Figura 8 - Trecho da planilha original de avaliação (ponderada). 52
Figura 9 - Saída gráfica de resultados: gráfico de desempenho global (esquerda) e de cada categoria de desempenho. 52
Figura 10 - Estrutura conceitual do CASBEE. 59
Figura 11 - Formulários originais da avaliação com o DfE CASBEE (JSBC, 2002). 61
Figura 12 - Diagrama de eficiência ambiental do edifício (BEE). 62
Figura 13 – Distribuição dos créditos ambientais do BREEAM, HKBEAM, LEEDTM, MSDG, CASBEE e GBTool, após normalização. 65
Figura 14 - Tela original de apresentação de resultados de impacto ambiental do uso de energia, segundo o EcoEffect (MALMQVIST, 2002). 69
CAPÍTULO 4 – ESTUDO EXPLORATÓRIO
Figura 1 – Definição dos níveis hierárquicos. 82
Figura 2 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre Temas de Desempenho avaliados pela GBTool, formato parcial. 83
Figura 3 – Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Consumo de Recursos. 84
Figura 4 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Cargas Ambientais. 84
Figura 5 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Qualidade do Ambiente Interno (IEQ). 85
Figura 6 - Vista externa do bloco de escritórios (esquerda) e vista do lago a partir do solarium no hotel 91
Figura 7 - Interior do bloco de escritórios: átrio. À direita, janelas com brises e filmes para sombreamento. 92
Figura 8 - Bloco do hotel: átrio e interior de apartamento típico. 92
Figura 9 - Bloco do hotel: átrio central e clarabóias para iluminação natural. 93
Figura 10 - Resultado dos temas Consumo de Recursos, Cargas ambientais e Qualidade do ambiente interno (os pesos dos temas não avaliados foram zerados). 94
Figura 11 - Desagregação do resultado de Consumo de Recursos (nota 0,6). 94
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica viii
Figura 12 - Desagregação do resultado de Cargas Ambientais (nota 0,5). 95
Figura 13 – Desagregação do resultado de Qualidade do Ambiente Interno (nota 2,1). 95
Figura 14 - Fachadas frontal (orientação sul) e lateral (oeste) do edifício. 97
Figura 15 – Vista de escritório duplex no 12o pavimento (esquerda), hall de entrada (direita, superior) e entrada secundária. 98
Figura 16 – Plantas no nível térreo e de uma das duas configurações de pavimento-tipo. 98
Figura 17 - Resultado dos temas Consumo de Recursos, Cargas ambientais e Qualidade do ambiente interno (os pesos dos temas não avaliados foram zerados). 99
Figura 18 - Desagregação do resultado do tema Consumo de Recursos (nota 1,3). 100
Figura 19 - Desagregação do resultado do tema Cargas Ambientais (nota 0,7). 100
Figura 20 – Desagregação do resultado do tema Qualidade do Ambiente Interno (nota 2,5). 100
Figura 21 - Indicadores normalizados apenas por unidade de área (unidade variável no eixo das ordenadas). 105
Figura 22 - Indicadores normalizados apenas por unidade de área, excluindo edifícios asiáticos (unidade variável no eixo das ordenadas). 105
Figura 23 - Indicadores normalizados por unidade de área e por ocupação (unidade variável no eixo das ordenadas). 106
Figura 24 - Indicadores normalizados por unidade de área e por ocupação, excluindo edifícios asiáticos (unidade variável no eixo das ordenadas). 106
CAPÍTULO 5 – DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS
Figura 1 - Diretrizes para o desenvolvimento de um método de avaliação da sustentabilidade de edifícios. 113
Figura 2 - Base conceitual para definição do conteúdo e estrutura analítica do modelo de avaliação proposto. 114
Figura 3 – Escalas de ação das principais iniciativas de organização de indicadores ambientais /de desenvolvimento sustentáve l /de sustentabilidade. 116
Figura 4 - Agendas do CIB como protocolo de ligação entre as agendas globais e as agendas regionais e setoriais específicas, indicando posicionamento em relação às agendas verde e marrom. 122
Figura 5 – Integração dos quatro blocos conceituais da agenda para a sustentabilidade do setor de construção civil brasileiro. 124
Figura 6 – Construção de hierarquia de atributos. 148
Figura 7 – Exemplo de comparação em pares: conjunto de três alternativas. 149
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica ix
CAPÍTULO 6 – MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS
Figura 1 - Estrutura temática com blocos de avaliação do edifício e da empresa construtora. 164
Figura 2 – Escala linear de avaliação de desempenho. 165
Figura 3 - Exemplo de definição de escala de desempenho para aspecto qualitativo. 166
Figura 4 - Fluxograma do processo de avaliação e classificação de desempenho quanto a sustentabilidade. 167
Figura 5 - Comunicação gráfica de resultados da avaliação, congregando perfis de desempenho e desempenho global do edifício e da empresa construtora, posicionados em relação às classes de desempenho previstas e práticas típicas hipotéticas (como ilustração). 168
Figura 6 – Pesos obtidos em consulta pública consulta pública realizada em 17 de junho de 2003 (nível hierárquico mais elevado). 172
Figura 7 – Resultados de consulta de percepção de relevância de itens a compor o módulo de avaliação ambiental de edifícios no Brasil. Os itens aparecem em ordem do número de votantes que os considerou “essenciais”. A coluna de números à esquerda indicam a ordem de relevância obtida em pesquisa equivalente na Alemanha. 177
Figura 8 – Percepção de relevância de itens a compor um sistema de avaliação ambiental de edifícios, segundo pesquisa equivalente realizada na Alemanha (dados de BLUM et al. apud OECD (2003). 178
Figura 9 – Comparação de pesquisas de percepção de relevância realizadas na Alemanha (dados de BLUM et al. apud OECD (2003) e no Brasil. Os círculos indicam a diferença porcentual (leitura no eixo horizontal), quando estas forem superiores a 10%. 179
Figura 10 - Posicionamento do modelo proposto (trecho sombreado) em relação aos usuários potenciais e aplicações de métodos de avaliação (modificado de ISO, 2003b). 182
Figura 11 - Limite do sistema no modelo de avaliação proposto. 184
Figura 12 - Estrutura temática para organização dos indicadores (quantitativos e qualitativos) propostos. 185
Figura 13 – Formato de pontuação evolutivo. 186
Figura 14 - Formato de saída gráfica de resultados de uma avaliação hipotética. 189
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica x
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Tabela 1 - Aplicações de avaliações de edifícios e vantagens oferecidas por sua implementação. 7
Tabela 2 - Alguns dos principais eventos relacionados a construção sustentável e avaliação ambiental de edifícios (1995-2005). 9
Tabela 3 - Iniciativas relacionadas ao desenvolvimento de metodologias de avaliação de edifícios. 11
CAPÍTULO 2 – ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS
Tabela 1 - Trecho da planilha de impactos ambientais resultantes da produção de 1 kg de polietileno e 1 kg de vidro (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). A planilha completa conteria 34 linhas. 21
Tabela 2 – Exemplo de caracterização: trecho da planilha de impactos da produção de 1 kg de polietileno (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 23
CAPÍTULO 3 – SISTEMAS DE AVALIAÇÃO EXISTENTES: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA
Tabela 1 - Principais sistemas existentes para avaliação ambiental de edifícios. 35
Tabela 2 – Estrutura de avaliação do BREEAM 98 (BALDWIN et al., 1998). 41
Tabela 3 - Classificação provável no BREEAM, conforme pontos obtidos na lista de verificação simplificada. 42
Tabela 4 - Indicadores de sustentabilidade ambiental utilizados pela GBTool v 1.81 (2002). 47
Tabela 5 - Categorias avaliadas na GBTool (ponderação default do sistema). 48
Tabela 6 – Estrutura de avaliação do LEED 2.0 (USGBC, 2000). 56
Tabela 7 - Níveis de classificação do LEED™. 57
Tabela 8 – Suíte de ferramentas de avaliação que compõem o CASBEE. 58
Tabela 9 – Modificação proposta pelo CASBEE para aplicação do conceito de eco-eficiência em avaliações ambientais de edifícios (JSBC, 2002). 59
Tabela 10 – Estrutura de avaliação do CASBEE. 60
Tabela 11 - Abordagem de aspectos metodológicos fundamentais pelos sistemas de avaliação indicados. 63
Tabela 12 - Aplicações potenciais e posicionamento dos sistemas de avaliação ambiental de edifícios existentes. 75
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xi
CAPÍTULO 4 – ESTUDO EXPLORATÓRIO
Tabela 1 – Definição da Escala de Importância Relativa nas matrizes de decisão. 85
Tabela 2 – Pesos utilizados nos dois estudos de casos realizados. 86
Tabela 3 - Indicadores de sustentabilidade (adotados no GBC) referentes ao Estudo de Caso 1, normalizados por unidade de área e unidade de área e ocupação. 96
Tabela 4 - Indicadores de sustentabilidade (adotados no GBC) referentes ao Estudo de Caso 2, normalizados por unidade de área e unidade de área e ocupação. 101
Tabela 5 – Pontuação obtida pelos estudos de casos avaliados. 102
Tabela 6 - Desempenho do Estudo de Caso 2, em relação à média da amostra. 104
CAPÍTULO 5 – DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS
Tabela 1 – Estruturas desenvolvidas para organizar indicadores ambientais ou de desenvolvimento sustentável de nações. 120
Tabela 2 – Possibilidades de ação do setor de construção brasileiro em relação aos aspectos–chave apontados pela Agenda 21 da ONU. Os números entre parênteses remetem aos capítulos da Agenda 21. 125
Tabela 3 - Iniciativas de desenvolvimento de indicadores e padrões de relato de sustentabilidade de organizações. 133
Tabela 4 – Estrutura proposta pela GRI (2002) para relato de desempenho em sustentabilidade de organizações. Os indicadores são relacionados aos aspectos. 134
Tabela 5 – Iniciativas para o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade relacionados ao setor de construção. 136
Tabela 6 - Temas-chaves para a construção sustentável no Reino Unido (CIRIA, 2001). 138
Tabela 7 - Lista mínima de indicadores de sustentabilidade de edifícios, sugerida na ISO AWI 21932 (ISO TC59/SC3, 2002c). 141
Tabela 8 - Estrutura de itens a avaliar proposta pela ISO CD 21931 (ISO, 2003b). 142
Tabela 9 – Forma geral de matriz de comparação em pares. 151
Tabela 10 - Matriz consistente de comparação em pares de sub-atributos dentro de um Atributo A. 151
Tabela 11 - Matriz da Tabela 1 após normalização das colunas. 152
Tabela 12 – Exemplo de matriz não consistente. 153
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xii
Tabela 13 – Matriz da Tabela 12 (matriz não consistente) após normalização das colunas. 153
Tabela 14 – Exemplo de organização hipotético para a matriz para comparação de alternativas com base nos atributos e sub- atributos definidos na Figura 6. 156
CAPÍTULO 6 – MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS
Tabela 1 – Pesos obtidos em consulta pública realizada em 17 de junho de 2003. 172
Tabela 2 - Itens apresentados em planilha padronizadas para classificação da relevância na composição do módulo de avaliação ambiental do edifício. Os itens estão aqui ordenados de acordo com a porcentagem de votos na categoria “essencial”. 175
Tabela 3 - Modelo de avaliação proposto para edifícios brasileiros. 181
Tabela 4 - Escala para atribuição de estrelas, conforme pontuação de bônus obtida. 187
Tabela 5 - Escala para atribuição de Índices de Sustentabilidade, conforme pontuação obtida. 188
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, Brasil
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, Brasil
ADEME Agence de l'Environnement et de la Maîtrise de l'Énergie (Agency for Environment and Energy Management), França
AHP Analytic Hierarchy Process (Processo de Análise Hierárquica)
APO Avaliação Pós-Ocupação
ASHRAE American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers, Estados Unidos
ASTM American Society for Testing and Materials, Estados Unidos
ATEQUE Atelier d'Evaluation de la Qualité Environnementale, França
BEAT Building Environmental Assessment Tool, Dinamarca
BEE Building Environment Efficiency, Japão (ref. CASBEE)
BEES Building for Environmental and Economic Sustainability, Estados Unidos
BEPAC Building Environmental Performance Assessment Criteria, Canadá
BEQUEST Building Environmental Quality Evaluation for Sustainability through Time, Europa
BRAiE Programa Nacional de Avaliação de Impactos Ambientais de Edifícios
BRE Building Research Establishment, Reino Unido
BREEAM Building Research Establishment Environmental Assessment Method, Reino Unido
BSI British Standard Institution, Reino Unido
BYogBIG Danish Building and Urban Research (Statens Byggeforskninginstitut), Dinamarca
C-2000 Integrated Design Process, Canadá
CANMET Energy Technology Centre, Canadá
CAR Cambridge Architectural Research, Reino Unido
CASBEE Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency, Japão
CBE Center for the Built Environment, Royal Institute of Technology (Kungl Tekniska Högskolan, KTH), Suécia
CBECS Commercial Building Energy Consumption Survey, Estados Unidos
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Brasil
CBIP Commercial Building Incentive Program, Canadá
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xiv
CC Construção Civil
CEE Comissão de Economia e Estatística da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Brasil
CERES Coalition for Environmentally Responsible Economies, Estados Unidos
CET Centre of Environmental Technology, Hong Kong China
CFC Clorofluorcarbono
CGSDI Consultative Group on Sustainable Development Indicators, Canadá
CIB International Council for Research and Innovation in Building and Construction, Holanda
CIRIA Construction Industry Research and Information Association, Reino Unido
CO2 Dióxido de carbono
CRISP Construction Related Sustainability Indicators
CS Construção Sustentável
CSD United Nations Commission on Sustainable Development (Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável)
CSTB Centre Scientifique et Technique du Bâtiment, França
DAC/FEC/UNICAMP
Departamento de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas, Brasil
DETR Department of the environment, transport and the regions: London
DJSI Dow Jones Sustainability Index
DOE U.S. Department of Energy, Estados Unidos
DPCSD Department for Policy Coordination and Sustainable Development, ONU
DPSIR Framework Driving Force-Pressure-State-Impact-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo força indutora-pressão-estado do ambiente-impacto-resposta)
DSR Framework Driving force-State-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo força indutora-estado do ambiente-resposta)
EARM Energy Assessment and Reporting Methodology, Reino Unido
EEA European Environment Agency, Europa
EMAS European Community Eco-Management & Audit Scheme, Europa
EMS Electromagnetic Field (Poluição eletromagnética).
EPA Environmental Protection Agency, Estados Unidos
EPS Environmental Priority Strategy
EUROSTAT Statistical Office of the European Community, Europa
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xv
FDES Framework for the Development of Environment Statistics (Estrutura para desenvolvimento de estatística ambiental)
FGV Fundação Getúlio Vargas, Brasil
FISD Framework for Indicators of Sustainable Development (Estrutura para indicadores de desenvolvimento sustentável)
GABS Global Alliance for Sustainable Building
GBC Green Building Challenge
GHG Greenhouse Gases (Substâncias causadoras de efeito estufa)
GRI Global Reporting Initiative, Holanda
HCFC Hidroclorofluorcarbono
HK-BEAM Hong Kong Building Environmental Assessment Method, China
IAIAS International Academy of Indoor Air Sciences
IAQ Indoor Air Quality (Qualidade do ar interno)
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Brasil
IBPSA International Building Performance Simulation Association
IChemE Institution of Chemical Engineers, Reino Unido
IEA International Energy Agency
IEQ Indoor Environment Quality (Qualidade do ambiente interno)
IESNA Illuminating Engineering Society of North America, Estados Unidos
IETC International Environmental Technology Centre
IGWG Inter-governmental Working Group on the Advancement of Environment Statistics
IIED International Institute for Environment and Development
iiSBE International Initiative for Sustainable Built Environment, Canadá
IISD International Institute for Sustainable Development
ISIAQ International Society of Indoor Air Quality and Climate
ISO International Organization for Standardization
JRC Joint Research Centre
JSBC Japan Sustainability Building Consortium, Japão
LCC Life-Cycle Cost analysis (Análise de custos ao longo do ciclo de vida)
LCI Life-Cycle Inventory (Inventário do ciclo de vida)
LCIA Life-Cycle Impact Assessment
LEED Leadership in Energy and Environmental Design, Estados Unidos
LER Lesão por Esforço Repetitivo
LISA Life-Cycle Analysis in Sustainable Architecture
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xvi
MADA Multiattribute Decision Analysis (Análise de decisão multi-atributos)
MCA Multicriteria analysis (Análise multi-critério)
MCDA Multicriteria Decision Analysis (Análise de decisão multi-critério)
MMD-ENG Department of Engineering, Institute for Manufacturing, University of Cambridge, Reino Unido
MSDG Minnesota Sustainable Design Guide, Estados Unidos
NABERS The National Australian Buildings Environmental Rating System, Austrália
NCIC Non-traditional Capital Investment Criteria
NIST National Institute of Standards and Technology, Estados Unidos
NOVEM Nederlandse Organisatie voor Energie en Milieu (Netherlands Agency for Energy and the Environment), Holanda
NOx Óxidos de Nitrogênio
NRCan National Resources Canada, Canadá
NSSD National Strategies for Sustainable Development
ODP Ozone depleting potential (Potencial de dano à camada de ozônio troposférico)
ODS Ozone depleting substance (Substância danosa à camada de ozônio troposférico)
OECD Organisation for Economic Co-operation and Development
ONU Organização das Nações Unidas
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional
PCC/EPUSP Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Brasil
PEBD Polietileno de baixa densidade
PLEA Passive and Low Energy Architecture
PROBE Post-occupancy Review of Building Engineering, Reino Unido
PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
PSR Framework Pressure-State-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo pressões-estado do ambiente-resposta)
PURA Programa de Uso Racional da Água
RCD Resíduos de Construção e Demolição
SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, Brasil
SBI Statens Byggeforskningsinstitut (Danish Building and Urban
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xvii
Research), Dinamarca
SETAC Society for Toxicology and Chemistry, Bélgica/ Estados Unidos
SINDUSCON-SP Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, Brasil
SMACNA Sheet Metal and Air Conditioning National contractors Association, Estados Unidos
SOx Óxidos de Enxofre
UIA Union Internationale des Architectes (International Union of Architects)
UNCED United Nations Conference on Environment and Development / Earth Summit (Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento)
UNCSD United Nations Commission on Sustainable Development (Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável)
UNDSD United Nations Division of Sustainable Development
UNEP United Nations Environment Programme
UN-HABITAT United Nations Human Settlements Programme
UNSD United Nations Statistical Division
USGBC U.S. Green Building Council, Estados Unidos
VOC Volatile Organic Compound
VTT Technical Research Centre of Finland, Finlândia
WBCSD World Business Council for Sustainable Development, Suíça
WCED World Commission on Environment and Development
AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS: DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA
VANESSA GOMES DA SILVA, ARQ. [email protected]
Professora do Dep. de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP
SUMÁRIO EXECUTIVO
A indústria da construção - particularmente a construção, operação e demolição de edifícios
- representa a atividade humana com maior impacto sobre o meio ambiente. A magnitude
dos impactos sociais e econômicos posicionam estrategicamente o setor, em caráter mundial,
como um motor potencial para o atendimento de metas de desenvolvimento sustentável.
As primeiras metodologias de avaliação surgiram na década de 90 na Europa, nos EUA e no
Canadá, como parte das estratégias para o cumprimento de metas ambientais locais
estabelecidas a partir da Earth Summit do Rio de Janeiro. Atualmente, praticamente cada
país europeu - além de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Hong Kong - possui um
sistema de avaliação de edifícios. Todos estes métodos partilham o objetivo de encorajar a
demanda do mercado por níveis superiores de desempenho ambiental, provendo avaliações
ora detalhadas, para o diagnóstico de eventuais necessidades de intervenção no estoque
construído; ora simplificadas, para orientar projetistas ou sustentar a atribuição de selos
ambientais para edifícios. E todos eles concentram-se exclusivamente na dimensão
ambiental da sustentabilidade.
Apesar de o conceito de análise do ciclo de vida (LCA), originalmente desenvolvido na
esfera de avaliação de impactos de produtos, ter sustentado o desenvolvimento da primeira
geração de sistemas de avaliação, a sua aplicação direta em avaliação de edifícios - em geral,
e particularmente no Brasil- mostra-se, neste momento, complexa, impraticável e
insuficiente. Como resultado, a maioria dos métodos de avaliação de edifícios não emprega
a LCA como ferramenta de apoio à atribuição de créditos ambientais; sendo mais comum
extrair da LCA o conceito de ciclo de vida e utilizá- lo para aumentar a abrangência da
avaliação do edifício.
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xix
Este trabalho teve como objetivo a demonstração da hipótese que não é adequado e
suficiente importar métodos estrangeiros existentes para avaliar edifícios de escritórios no
Brasil, e que uma medida mais coerente e eficiente é desenvolver um método à luz das
prioridades, condições e limitações brasileiras.
A discussão metodológica e os estudos de casos realizados demonstraram que (1) não é
possível copiar, traduzir ou simplesmente aplicar um método estrangeiro no contexto
brasileiro ou de qualquer outro país, por maior que tenha sido seu sucesso no seu país de
origem, e que mesmo a mais flexível das ferramentas existentes apresenta dificuldades
práticas para emprego no Brasil; (2) é fundamental desenvolver um método à luz das
prioridades, condições e limitações brasileiras, e, para tanto, deve-se necessariamente
passar por um processo de conscientização e amadurecimento, semelhante aqueles por que
passaram os países que desenvolveram métodos de avaliação ambiental de edifícios, porém
com o desafio de ampliar o escopo para realizar avaliações da sustentabilidade da
produção e uso de edifícios.
Demonstrada a veracidade da hipótese, as questões metodológicas que estruturaram a
discussão do estado atual dos sistemas de avaliação ambiental de edifícios (“o que
avaliar?”, “como avaliar?”, “quanto atingir?”) foram mantidas na proposição de diretrizes
e da base metodológica. Finalmente, foi iniciado o desenvolvimento de um método para
avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros ao longo de seu ciclo de
vida, e apontada a direção para os desenvolvimentos futuros necessários para viabilizar a sua
implementação.
Os limites do sistema de avaliação foram definidos para abranger a etapa de construção e
uso do edifício. A opção por iniciar a avaliação destes agentes pela avaliação da empresa
construtora foi um primeiro passo no sentido de criar a cultura e o movimento consistente
das práticas de mercado em direção a um patamar mais sustentável. A avaliação integrada de
itens ambientais, sociais e econômicos encontra instrumentos na esfera das nações, dos
setores econômicos e das organizações. A estrutura de avaliação proposta foi construída com
base nestes instrumentos, na proposição de uma Agenda 21 pra a construção civil brasileira
e na análise dos métodos internacionais e projetos de norma ISO relacionados a
sustentabilidade e avaliação ambiental de edifícios. Para a derivação do critério de
ponderação, sugere-se o processo de análise hierárquica (AHP).
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xx
Esta estrutura de avaliação e uma lista abrangente de indicadores a ela relacionados foram
submetidas à consulta das partes interessadas da construção civil do Estado de São Paulo. A
estrutura de avaliação proposta não foi questionada, mas o modelo de avaliação inicialmente
imaginado era sofisticado demais para implementação no curto prazo. A estrutura de
avaliação proposta não foi questionada, e o emprego de AHP mostrou-se como uma
alternativa satisfatória para a derivação de um critério de ponderação. Constatou-se, porém,
que o mercado não está preparado para, no curto prazo, medir ou ser avaliado através de um
método sofisticado. Propõe-se, então, um método simplificado, pautado por dez princípios
básicos:
1. Adesão voluntária: entra no processo quem deseja fazer melhor;
2. Premiação das melhores práticas;
3. Foco no empreendimento, compreendendo a avaliação tanto do edifício quanto dos agentes envolvidos;
4. Auto-avaliação, a ser revisada por avaliadores credenciados;
5. Avaliação por etapas do empreendimento;
6. Ponderação aplicada apenas no nível hierárquico mais alto;
7. Mescla de pontos prescritivos e por desempenho;
8. Pontuação evolutiva e estratégia de implementação gradual;
9. Utilização de níveis de classificação de desempenho; e
10. Revisão periódica do sistema de avaliação e da classificação do edifício.
Os contornos deste modelo de avaliação são descritos sucintamente, apontando a os
desenvolvimentos futuros necessários para a sua implementação.
O interesse pelo tema no país foi definitivamente despertado. Um novo workshop será
realizado em agosto de 2003, para dar continuidade à discussão e envolvimento das partes
interessadas no desenvolvimento e teste do modelo de avaliação. Um estudo-piloto com
duração de um ano será então iniciado, e terá um papel decisivo para a validação prática do
procedimento de avaliação e para o acúmulo de dados que caracterizem tanto as práticas
típicas quanto aquelas mais orientadas a sustentabilidade, e viabilizem benchmarking no
setor.
SUSTAINABILITY ASSESSMENT OF OFFICE BUILDINGS IN BRAZIL: GUIDELINES AND METHODOLOGICAL BASIS
VANESSA GOMES DA SILVA, ARCH. [email protected]
Professor at Architecture and Construction Department, School of Civil Engineering, Architecture and Urban Design, State University of Campinas, Brazil (DAC/FEC/UNICAMP)
EXECUTIVE SUMMARY
Construction industry environmental impacts have risen to the forefront of international
concern in the past decade. The awareness that the construction, operation and demolition of
buildings represent the most damaging human activity in the global environment resulted in
a gradual introduction of measures to reduce buildings environmental footprints, which were
largely supported by governmental agencies, research and private institutions in several
countries. The magnitude of social and economic impacts globally renders the construction
sector as strategic, concerning the achievement of sustainable development goals.
Life-cycle analysis concepts, originally developed for environmental evaluation of
industrialised products were the groundwork of most methodologies developed for the
environmental assessment of buildings that emerged in the 90s as part of local strategies to
accomplish Agenda 21´s targets, established on the UN Earth Summit held in Rio de Janeiro
in 1992. However, it is not possible to directly apply LCA in building assessment.
Particularly in the Brazilian case, at the current state of knowledge and data availability,
LCA is complex, unfeasible and insufficient. In fact, most building assessment methods do
not use it as a support tool for environmental credit related to building materials use.
Nowadays, each European country – as well as the United States, Canada, Australia, Japan
and Hong Kong – has its own assessment system. All of these methods shared the common
goal to stimulate market demands for higher environmental performance levels, providing
evaluations that could be either detailed enough to point out the necessity of intervention in
the built environment or simplified, mainly to give guidance to designers or support the
environmental labelling of buildings. All of them deal exclusively with the environmental
dimension of sustainability.
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xxii
This work aimed to demonstrate the hypothesis that it is neither adequate or enough to
import the existing foreign methods to evaluate office buildings in Brazil, and that a more
coherent and efficient means is to develop a method considering Brazilian priorities,
conditions and constraints.
The methodological discussion and the study cases performed have shown that performed
(1) it is not possible to copy, translate or apply a foreign method in any context but the one
it was created for, and that even the most flexible among the available assessment tools
faces several practical difficulties to be applied in Brazil; (2) it is paramount to develop a
method that adequately considers Brazilian priorities, conditions and constraints. For this
purpose, it is necessary to experience an awareness and maturation process in Brazil similar
to those that generated environmental assessment methods, but with the broader challenge
of widening the scope for carrying out sustainability assessments.
Once the veracity of the hypothesis was demonstrated, the proposition of guidelines and of
the methodological basis kept track of the basic questions that structured the discussion of
the available building environmental assessment systems (“what is to be assessed?”, “how
to assess?”, “how much should be achieved?”). Finally, the development of a method for
assessing the sustainability of Brazilian office buildings along their lifecycle was initiated,
providing the direction for future developments necessary to enable its implementation.
In the proposed model, system limits were set to focus on building production and use, as
well as the evaluation of the agents involved in the enterprise’s cycle, starting by the
assessment of the building contractor, as a first step to stimulate the necessary cultural
change and a consistent movement towards more sustainable market practices.
The integrated assessment of the environmental, social and economic items finds tools in the
sphere of nations, economic sectors, and organizations. The assessment framework proposed
was built on such instruments; on the proposition of an agenda for sustainable construction
in Brazil; and on the analysis of related international methods and standards. The Analytic
Hierarchy Process (AHP) is suggested for deriving the weighting criteria.
The framework and a comprehensive list of indicators related to it were scrutinized by
representatives of civil construction’s stakeholders in Sao Paulo State. The framework
reached a high consensus level and the analytic hierarchy process proved to be a useful
alternative to derive weighting factors. The consultation process also made clear that the
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xxiii
Brazilian market is not prepared to be evaluated against a sophisticated method in the short
term. Thus, a simplified model is proposed, following ten basic principles:
1. Volunteer adhesion;
2. Better practices are acknowledged;
3. Focus on the enterprise, involving evaluation of both the building and the major actors involved in the process;
4. Self evaluation, to be revised by accredited assessors;
5. Main stages of the enterprise’s cycle are assessed;
6. Weighting is applied only to the highest hierarchic level (environmental x social x economic x management);
7. Mix of prescriptive-oriented and performance-oriented points;
8. Evolving scoring format and strategy for gradual implementation;
9. Performance classification; and
10. Periodical revision of the assessment system and the building score and classification.
This model is briefly described, casting some light on future developments needed to enable
its implementation.
The interest in the theme was definitely arisen in Brazil. A new workshop will take place in
August 2003. It will provide the discussion and stakeholder’s involvement continuum in
developing and testing the assessment model, and launch a one-year pilot study. This study
is decisive for practically validating the assessment process and for accumulating data that
characterizes both typical and better practices towards sustainability, which will then allow
for future benchmarking in the construction sector.
AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS: DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA
RESUMO
O conceito de análise de ciclo de vida embasou o desenvolvimento das metodologias de avaliação ambiental de edifícios que surgiram estrategicamente na década de 90 para o cumprimento de metas ambientais locais estabelecidas na Eco’92. Atualmente, praticamente cada país europeu - além de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Hong Kong - possui um sistema de avaliação de edifícios. Todos estes métodos partilham o objetivo de encorajar a demanda do mercado por níveis superiores de desempenho ambiental. E todos eles concentram-se exclusivamente na dimensão ambiental da sustentabilidade.
Este trabalho teve como objetivo a demonstração da hipótese que importar métodos estrangeiros existentes não é a melhor solução para avaliar edifícios de escritórios no Brasil, e que um método de avaliação deve ser desenvolvido à luz das prioridades, condições e limitações brasileiras. A discussão metodológica dos sistemas existentes e os estudos de casos realizados demonstraram que (1) não é possível copiar, traduzir ou simplesmente aplicar um método estrangeiro no contexto brasileiro ou de qualquer outro país, e que mesmo a mais flexível das ferramentas existentes apresenta dificuldades práticas para emprego no Brasil; (2) é fundamental desenvolver um método à luz das prioridades, condições e limitações brasileiras, e, para tanto, deve-se necessariamente passar por um processo de conscientização e amadurecimento, semelhante aquele por que passaram os países que desenvolveram métodos de avaliação ambiental de edifícios, porém com o desafio de ampliar o escopo para realizar avaliações da sustentabilidade da produção e uso de edifícios. Demonstrada a veracidade da hipótese, passou-se à proposição de diretrizes; à reunião de uma base metodológica; e ao inicio do desenvolvimento de um método para avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros ao longo de seu ciclo de vida.
No modelo de avaliação sugerido, os limites do sistema foram definidos para abranger a etapa de construção e uso do edifício, assim como a avaliação dos agentes envolvidos no processo, iniciando pela empresa construtora, visando criar a cultura e o movimento consistente das práticas de mercado em direção a um patamar mais sustentável. A estrutura de avaliação proposta foi construída a partir de uma agenda para a construção sustentável no Brasil; em instrumentos disponíveis para a avaliação integrada de itens ambientais, sociais e econômicos; e na análise dos métodos e normas internacionais relacionados ao tema.
Esta estrutura de avaliação e uma lista abrangente de indicadores a ela relacionados foram submetidas à consulta das partes interessadas da construção civil do Estado de São Paulo. A estrutura de avaliação não foi questionada, e o emprego de processo de análise hierárquica (AHP) mostrou-se como uma alternativa satisfatória para a derivação de um critério de ponderação. Constatou-se, porém, que o mercado não está preparado para, no curto prazo, medir ou ser avaliado através de um método sofisticado. Um método simplificado e uma estratégia gradual de implementação são então propostos, apontando a direção para os desenvolvimentos futuros necessários.
SUSTAINABILITY ASSESSMENT OF OFFICE BUILDINGS IN BRAZIL: GUIDELINES AND METHODOLOGICAL BASIS
ABSTRACT
Life-cycle analysis concepts, originally developed for environmental evaluation of industrialised products were the groundwork of most methodologies developed for environmental assessment of buildings which emerged in the 90’s as part of local strategies to accomplish Agenda 21´s targets, established on the UNCED held in Rio de Janeiro in 1992. Nowadays, each European country – as well as the United States, Canada, Australia, Japan and Hong Kong – has its own assessment system. All of these methods share the common goal to stimulate market demands for higher environmental performance levels. All of them deal exclusively with the environmental dimension of sustainability.
This work aimed to demonstrate the hypothesis that it is neither appropriate nor sufficient to import existing environmental assessment methods for evaluation of Brazilian office buildings, and that a more efficient and coherent approach is to develop a method according to Brazilian priorities, conditions and constraints. The methodology discussion of existing assessment systems and the case studies performed demonstrated that (1) it is not possible to copy, translate or apply a foreign method in any context but the one it was created for, and that even the most flexible among the available assessment tools faces several practical difficulties to be applied in Brazil; (2) it is paramount to develop a method that adequately considers Brazilian priorities, conditions and constraints. For this purpose, it is necessary to experience an awareness and maturation process in Brazil similar to those that generated environmental assessment methods, but with the broader challenge of widening the scope for carrying out sustainability assessments.
Once the veracity of the initial hypothesis was demonstrated, the second part of this work was dedicated to guidelines proposal; constitution of methodology basis; and to start the development of a method to evaluate the sustainability of Brazilian office buildings throughout their life-cycle. In the proposed model, system limits were set to focus on building production and use, as well as the evaluation of the agents involved in the enterprise’s cycle, starting by the assessment of the building contractor, as a first step to stimulate the necessary cultural change and a consistent movement towards more sustainable market practices. The assessment framework was built on an agenda for sustainable construction in Brazil; on available instruments for integrated evaluation of environmental, social and economic aspects; and on the analysis of related international methods and standards.
This framework and an exhaustive indicators list were submitted for appreciation of construction stakeholders in the State of São Paulo. The framework reached a high consensus level and the analytic hierarchy process proved to be a useful alternative to derive weighting factors. The consultation process also made clear that the Brazilian market is not prepared to be evaluated against a sophisticated method in the short term. A simplified model and a gradual implementation strategy are then proposed, casting some light on future developments needed.
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA
1.1.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGENDA 21
O conceito de desenvolvimento sustentável emergiu realmente durante as discussões
realizadas no início dos anos 70, seguindo uma série de publicações–chave que chamavam
atenção para a super-exploração do ambiente pelo homem, enfocando o desenvolvimento
econômico e o crescimento da preocupação global quanto aos objetivos do desenvolvimento
e limitações ambientais (NSSD, 2003).
Na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, em
1972, ressaltou-se que as questões ambientais haviam se tornado cada vez mais objeto de
políticas sócio-econômicas, em nível nacional ou internacional. Em 1987, a World
Commission on Environment and Development (WCED1), cunhou a definição de
desenvolvimento sustentável que se tornaria clássica (BRUNTLAND, 1987):
"Desenvolvimento econômico e social que atenda as necessidades da geração atual sem comprometer a habilidade das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades."
Esta busca de equilíbrio entre o que é socialmente desejável, economicamente viável e
ecologicamente sustentável é usualmente descrita em função da chamada “triple bottom
line”, que congrega as dimensões ambiental, social, e econômica do desenvolvimento
sustentável.
A dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável requer o equilíbrio entre proteção do
ambiente físico e seus recursos, e o uso destes recursos de forma a permitir que o planeta
continue a suportar uma qualidade de vida aceitável. A dimensão social requer o
desenvolvimento de sociedades justas, que proporcionem oportunidades de desenvolvimento
humano e um nível aceitável de qualidade de vida. A dimensão econômica, por sua vez,
requer um sistema econômico que facilite o acesso a recursos e oportunidades e o aumento
1 Também conhecida como Comissão Brundtland, em menção a Gro Harlem Brundtland, coordenadora dos trabalhos e
então Primeira-Ministra da Noruega.
Capítulo 1 - Introdução 2
de prosperidade para todos, dentro dos limites do que é ecologicamente possível e sem ferir
os diretos humanos básicos (CIB/UNEP-IETC, 2002).
A partir da década de 80, metas ambientais passaram a ser definidas em convenções globais
como as de Montreal (19872), do Rio de Janeiro (1992) e de Kyoto3 (1997). A meta do
desenvolvimento sustentável, até então implícita em muitas políticas nacionais, ganhou
comprometimento e reconhecimento global vinte anos depois da reunião em Estocolmo,
com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNCED4)
realizada no Rio de Janeiro, em 1992. Nesta ocasião, foi consenso que as estratégias de
desenvolvimento sustentável deveriam integrar aspectos ambientais em planos e políticas de
desenvolvimento. Foi então publicada a Agenda 21 (UNITED NATIONS, 1992), um plano
ambicioso de ação global para o século seguinte, que estabelecia uma visão de longo prazo
para equilibrar necessidades econômicas e sociais com os recursos naturais do planeta. Na
própria UNCED, a Agenda 21 foi adotada por 178 governos.
Todos os setores da sociedade então iniciaram um processo de re- interpretação da Agenda
21 nos contextos específicos das diversas agendas locais e setoriais. Políticas públicas
passaram a impor requisitos ambientais a inúmeras atividades econômicas e a demanda por
produtos ambientalmente menos agressivos cresceu em paralelo. Os padrões internacionais
de eficiência ambiental foram se elevando gradativamente e algumas instituições passaram a
atrelar a concessão de financiamentos de projetos aos resultados de avaliações ambientais.
No setor da construção civil, as interpretações da Agenda 21 mais relevantes são (1) a
Agenda Habitat II, assinada na Conferência das Nações Unidas realizada em Istambul, em
1996; (2) a CIB5 Agenda 21 on Sustainable Construction (CIB, 1999), que contempla, entre
outros, medidas para redução de impactos através de alterações na forma como os edifícios
2 Em continuidade às resoluções da Convenção de Viena para Proteção da Camada de Ozônio (1985), o Protocolo de
Montreal (UNITED NATIONS, 1987) restringiu a liberação de CFCs e halogêneos, principais substâncias responsáveis pelos danos à camada de ozônio, ao nível de consumo calculado para 1986. Após 1994, a quantidade emitida não poderia superar 8% do consumo em 1986.
3 Com a assinatura do Protocolo de Kyoto (MCT, s.d), diversos países industrializados comprometeram-se a reduzir, entre
2008 e 2012, suas emissões combinadas de gases causadores de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990.
4 United Nations Conference on Environment and Development. Também comumente referida como Earth Summit e
ECO’92. 5 International Council for Research and Innovation in Building and Construction.
Capítulo 1 - Introdução 3
são projetados, construídos e gerenciados ao longo do tempo; e (3) a CIB/UNEP6 Agenda 21
for sustaninable construction in developing countries (CIB/UNEP-IETC, 2002) (Figura 1).
Figura 1 – Reinterpretações da Agenda 21 relacionadas ao setor de construção (CIB/UNEP-IETC, 2002).
1.1.2 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS
O setor de construção tem uma importância significativa no atendimento das metas de
desenvolvimento sustentável estabelecidas para qualquer país. A indústria da construção
representa a atividade humana com maior impacto sobre o meio ambiente. Edifícios e obras
civis alteram a natureza, função e aparência de áreas urbanas e rurais. Atividades de
construção, uso, reparo, manutenção e demolição consomem recursos e geram resíduos7 em
proporções que em muito superam a maioria das outras atividades econômicas. Enquanto
alguns destes efeitos são transitórios, como ruído e poeira gerados durante a construção,
outros são mais persistentes ou mesmo permanentes, como os do CO28 de combustão
6 United Nations Environment Programme.
7 No Brasil, os resíduos das atividades de construção e demolição correspondem a quase a metade dos resíduos sólidos
municipais (PINTO, 1999). 8 CO2 – dióxido de carbono. O CO2
Agenda 21 da ONU (1992) Habitat Agenda
(1996)
Ag21 do CIB para Construção Sustentável
(1999)
Ag21 do CIB/UNEP para Construção Sustentável em
países em desenvolvimento
(2002)
Capítulo 1 - Introdução 4
liberado na atmosfera. Infelizmente, estes impactos não podem ser reduzidos na mesma
proporção dos avanços tecnológicos experimentados pelo setor9.
Por outro lado, os profundos impactos econômicos e sociais do setor tornam-no um
contribuinte essencial para o aumento da qualidade de vida. Primeiro, porque a construção
provê meios para o atendimento de necessidades humanas básicas (como abrigo, saúde,
educação e interação social) e maximização do capital social (THE WORLD BANK, 1997).
Segundo, pela expressiva geração de emprego e participação na economia. No Brasil, as
atividades de construção e demolição respondem por 10% do PIB e empregam 9,2 milhões
de trabalhadores (CEE/CBIC;FGV, 2001). Números igualmente expressivos em outros
países posicionam, em caráter mundial, a construção civil como um setor estratégico para
intervenção.
Não é possível, portanto, alcançar o desenvolvimento sustentável sem que haja construção
sustentável. BRE;CAR;ECLIPSE (2002) definem construção sustentável como o
compromisso com:
• Sustentabilidade econômica: aumentar a lucratividade e crescimento através do uso mais eficiente de recursos, incluindo mão de obra, materiais, água e energia.
• Sustentabilidade ambiental: evitar efeitos perigosos e potencialmente irreversíveis no ambiente através de uso cuidadoso de recursos naturais, minimização de resíduos, e proteção e, quando possível, melhoria do ambiente.
• Sustentabilidade social: responder às necessidades de pessoas e grupos sociais envolvidos em qualquer estágio do processo de construção (do planejamento a demolição), provendo alta satisfação do cliente e do usuário, e trabalhando estreitamente com clientes, fornecedores, funcionários e comunidades locais.
Buscar uma indústria da construção mais sustentável é fornecer mais valor, poluir menos,
ajudar no uso sustentado de recursos, responder mais efetivamente às partes interessadas, e
melhorar a qualidade de vida presente sem comprometer o futuro. Construção sustentável
não é desempenho ambiental excepcional à custa de uma empresa que saia do mercado, nem
desempenho financeiro excepcional, à custa de efeitos adversos no ambiente e comunidade
local.
9 Uma discussão abrangente dos impactos ambientais do setor de construção e da produção, uso e pós -uso de edifícios é
feita por SJÖSTRÖM (1992); ROODMAN;LENSSEN (1995); INDUSTRY AND ENVIRONMENT (1996); LIPPIATT (1998); CIB (1999); JOHN (2000); SILVA (2000); e JOHN;SILVA;AGOPYAN (2001), entre outros.
Capítulo 1 - Introdução 5
No contexto de países em desenvolvimento, em que os recursos financeiros são escassos e
há demanda por um volume excepcional de construção para combater a pobreza e garantir
níveis mínimos aceitáveis de qualidade de vida a grandes proporções da população, é difícil
posicionar proteção ambiental como prioridade (SILVA et al., s.d.), e a viabilidade
econômica assume importância vital. Mas construção sustentável não implica em priorizar
uma dimensão detrimento das demais, nem demanda uma solução perfeita, e sim a busca do
equilíbrio entre a viabilidade econômica que mantém as atividades e negócios; as
limitações do ambiente; e as necessidades da sociedade.
Uma redução considerável dos impactos ambientais da construção civil, assim como a
maximização de seu potenc ial de criação de valor e desenvolvimento social, pode ser obtida
pela implementação de políticas consistentes e especificamente orientadas para o setor.
Entre estas políticas, a adoção de sistemas de avaliação e classificação do desempenho
ambiental e da sustentabilidade de edifícios representa um papel fundamental.
Internacionalmente, um número crescente de empresas do setor imobiliário e de construção
vislumbra oportunidades de negócios relacionadas ao ambiente, seja para minimizar riscos,
antecipar-se a mudanças na legislação, ou para sustentar uma imagem corporativa positiva.
Os maiores desafios e oportunidades referem-se ao valor adicionado referente a valores
ambientais, pois, apesar da importância atribuída aos valores verdes ter aumentado,
argumentos ambientais não são suficientes para “vender” um empreendimento.
Há dois fatores importantes na criação destas dificuldades de mercado. Primeiro, a ótica dos
agentes financeiros continua como um obstáculo (POST, 2002). Não raro, os bancos
ignoram o teor ecológico do projeto, e examinam apenas o fluxo monetário; e, como em
qualquer outro investimento, os investidores querem saber sobre o retorno previsto para o
empreendimento, seja ele ecológico/sustentável ou não. Por outro lado, tem-se tentado
vender “teor verde” e “sustentabilidade” em vez dos benefícios de um projeto ou
desenvolvimento. Antes de tudo, construção sustentável significa benefícios, desempenho
superior e viabilidade econômica no longo prazo. Não se trata de um senso vago de
responsabilidade social, mas de questões concretas de saúde, segurança, produtividade e
relação custo-eficiência. Projetos ambientalmente responsáveis são mais duráveis,
econômicos e eficientes para operar e oferecem ambientes mais saudáveis e confortáveis
para ocupantes e usuários. São estes aspectos que capturam a atenção do investidor ou
comprador potencial. São eles, portanto, que devem ser ressaltados.
Capítulo 1 - Introdução 6
Segundo, existe uma imprecisão quanto ao que efetivamente significa ser “ambientalmente
responsável, conforme ou amigável” (HUOVILA et al, 2002). Em diversos segmentos e
países, a rotulagem ambiental tem sido uma estratégia bem sucedida, por permitir que os
consumidores tenham um papel mais ativo na responsabilidade de reduzir o impacto
ambiental da sociedade, como sugerido no Capítulo 4 da Agenda 2110. No que tange a
edifícios, a classificação ambiental ajuda a criar uma visão compartilhada do significado
prático de ser “ambientalmente amigável”. O impacto ambiental de um edifício durante seu
longo ciclo de vida consiste em uma série de fatores que os clientes não esperam ser
conhecedores: soluções de projeto, produtos e materiais usados na sua construção, e também
a forma como o edifício é utilizado e mantido. Extrair as características ambientais de um
edifício e apresentá- las em um pacote atraente e conciso é uma necessidade mercadológica
fundamental, e também um dos maiores desafios.
Até o momento, existem apenas métodos para avaliação ambiental de edifícios, que
encontram pelo menos seis grandes aplicações dentro do setor de construção civil (Tabela
1). Estas aplicações evidenciam que a implementação de sistemas de avaliação traz
benefícios que vão além de simplesmente avaliar edifícios. Ela pode, por um lado, atuar
positivamente nos dois pontos mencionados acima. Primeiro, porque as avaliações podem
demonstrar os benefícios obtidos pelos investimentos para aumentar a sustentabilidade.
Segundo, porque, ao ampliar o número – e o refinamento - dos parâmetros considerados, os
métodos de avaliação existentes passaram a também contribuir para o próprio entendimento
do conceito de qualidade ambiental de edifícios. Por outro lado, a implementação de
sistemas de avaliação oferece as vantagens mercadológicas reunidas na Tabela 1, além de
encorajar e contribuir para a melhoria do desempenho dos edifícios.
É consenso entre pesquisadores e agências governamentais que a classificação de
desempenho atrelada aos sistemas de certificação é um dos métodos mais eficientes para
elevar o nível de desempenho tanto do estoque construído quanto de novas edificações. A
experiência internacional demonstra que os saltos nos níveis mínimos de desempenho
aceitáveis dependem necessariamente de alterações nas demandas do mercado.
Especificamente sobre o desempenho ambiental, acredita-se que estas alterações não serão
possíveis até que os empreendedores da construção civil e os usuários dos edifícios tenham
10 Capítulo 4 – Changing consumption patterns , item Decision Making: Capacity Building, Education, Training and
Awareness raising.
Capítulo 1 - Introdução 7
acesso a métodos relativamente simples que lhes permita identificar aqueles edifícios com
melhor desempenho (NRCan/CANMET, 1998). Sob este aspecto, o alcance das exigências
normativas é limitado à garantia de um desempenho mínimo, não havendo incentivo para
procurar atender a patamares superiores.
Tabela 1 - Aplicações de avaliações de edifícios e vantagens oferecidas por sua implementação.
Aplicações da avaliação de edifícios (SILVA, 2000)
Vantagens oferecidas
• Instrumentos para divulgação mercadológica
• Suporte à introdução de sistemas de gestão ambiental
• Especificação do desempenho ambiental de edifícios
• Auxílio a projeto
• Estabelecimento de normas de desempenho ambiental
• Auditorias ambientais
• Melhoria da imagem/reconhecimento pelo mercado de empresas e profissionais que adotam práticas de projeto e construção mais sustentáveis
• Aquecimento do mercado para edifícios e produtos de construção com maior desempenho ambiental
• Embasamento da definição e o entendimento do que é um edifício sustentável
• Acesso facilitado a financiamentos, acesso a novos mercados ou fortalecimento do nicho atual, perspectiva de negócios no longo prazo
• Redução de custos no longo prazo (uso de recursos financeiros e naturais) e maior lucratividade, qualidade do ambiente interno e satisfação dos clientes, redução de riscos (inclusive financeiros);
• Estímulo para elevação do nível de desempenho de edifícios novos e existentes
• Conhecimento do estado atual dos impactos de edifícios e atividades, para identificação de oportunidades e definir metas para melhoria
O interesse pelo tema está finalmente se consolidando no país. Conhecer o desempenho
ambiental de edifícios já é uma necessidade percebida pela construção civil nacional, e uma
empresa- líder de mercado chegou a informar-se sobre a possibilidade de emprego de um
esquema internacional para uso no Brasil. No último ano, dois edifícios foram avaliados.
Outros três estão em perspectiva para avaliação. O SINDUSCON-SP11 abraçou a causa e,
juntamente com o DAC/UNICAMP e o PCC.USP, realizou dois workshops12, que
11 Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo.
12 17 de abril de 2002 e 17 de junho de 2003.
Capítulo 1 - Introdução 8
funcionaram como um importante canal de sensibilização e integração entre a academia e o
mercado.
1.2 PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS, INICIATIVAS E CENTROS DE PESQUISA NO TEMA
Pesquisas visando reduzir os impactos ambientais de edifícios passaram a receber
investimento crescente a partir da década de 90. A definição de estratégias para minimização
do uso de recursos não renováveis, economia de energia e redução de resíduos de
construção, em especial, foi amplamente estimulada por agências governamentais,
instituições de pesquisa e pelo setor privado de diversos países.
Mais de 15 anos se passaram desde o Relatório Bruntland, e 10 anos desde a UNCED do
Rio. Neste ínterim, uma série de eventos internacionais tem sido organizada com o objetivo
de propor, discutir e trocar informações sobre estratégias para a redução dos impactos
associados à construção civil (Tabela 2).
Desde 1998, quando o CIB adotou o tema construção e meio ambiente como temário de seu
principal simpósio internacional, o maior destaque é, sem dúvida, a série de conferências
internacionais Sustainable Building (SB). As primeiras edições do evento foram realizadas
em Maastricht, Holanda (SB 2000) e em Oslo, Noruega (SB’02).
As conclusões da SB’02 enfatizaram energicamente a necessidade de envolver economias
em desenvolvimento ou em transição na discussão sobre construção sustentável,
previamente apontada também no encerramento da SB 2000. Neste sentido, decidiu-se por
realizar, ao longo de 2004, conferências regionais na África, América Latina (São Paulo),
Oceania e Sudeste Asiático, como preparação para a SB’05, a ser realizada em Tóquio,
Japão.
No mesmo mês, um dos principais resultados da World Summit on Sustainable Development
(Rio+10), realizada em setembro de 2002, em Johannesburg, África do Sul, foi a GABS
initiative (Global Alliance for Building Sustainability). Na ocasião, diversas organizações
manifestaram interesse em se tornarem signatárias, em uma tendência que vem crescendo
desde então.
Capítulo 1 - Introdução 9
Tabela 2 - Alguns dos principais eventos relacionados a construção sustentável e avaliação ambiental de edifícios (1995-2005).
Ano Organização Evento Local
CIB 1st International Conference on Buildings and the Environment
Garston, UK 1995
IBPSA13 Building Simulation 1995 Madison, EUA
1996 CIB W62 22nd Water Supply & Drainage for Buildings Lostorf, Suíça
1997 CIB 2nd International Conference on Buildings and the Environment
Paris, França
CIB CIB World Building Congress Construction and the Environment
Gävle, Suécia
NRCan Green Building Challenge 98 Vancouver, Canadá
1998
CIB W62 24th Water Supply & Drainage for Buildings Rotterdam, Holanda 1999 IBPSA Building Simulation 1999 Praga, República
Tcheca NOVEM/CIB Sustainable Building 2000 (SB 2000) Maastricht, Holanda
ANTAC VIII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ENTAC)
Salvador, BA
PCC.EPUSP/CIB CIB Symposium on Construction and Environment – Theory into practice
São Paulo, Brasil
ISIAQ 14 Healthy Buildings 2000 Espoo, Finlândia
2000
CIB W62 26th Water Supply & Drainage for Buildings Rio de Janeiro, Brasil
DAC/FEC/UNICAMP ENCAC Campinas, Brasil ANTAC II Encontro Nacional (ENECS) e I Encontro
Latino Americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis (ELECS)
Canela, Brasil
PLEA15 XVIII International Conference on Passive and Low Energy Architecture
Florianópolis, Brasil
ASHRAE 16 IAQ 2001 São Francisco, EUA
IBPSA Brasil Building Simulation 2001 Rio de Janeiro, Brasil
2001
CIB W62 27th Water Supply & Drainage for Buildings 2001
Portoroz, Slovenia
Nações Unidas World Summit on Sustainable Development (Rio+10)
Johannesburg, África do Sul
Biggforsk/iiSBE/CIB Sustainable Building 2002 (SB02) Oslo, Noruega
IAIAS 17 Indoor air 2002 Monterey, EUA
2002
CIB W62 28th Water Supply and Drainage for Buildings
Iasi, Romania
2003 ANTAC III Encontro Nacional (ENECS) sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis
São Carlos, Brasil
13 International Building Performance Simulation Association
14 International Society of Indoor Air Quality and Climate
15 Passive and Low Energy Architecture
16 American Society of Heating, Refrigerating and Air -Conditioning Engineers
17 International Academy of Indoor Air Sciences
Capítulo 1 - Introdução 10
Ano Organização Evento Local
Queensland Univ. / Salford Univ. / Carnegie Mellon Univ. CIB/Brisbane City council
International Conference on Smart & Sustainable Built Environment - SASBE
Brisbane, Austrália
PLEA XIX International Conference on Passive and Low Energy Architecture
Santiago, Chile
ISIAQ Healthy Buildings 2003 Singapura
IBPSA Building Simulation 2003 Eindhoven, Holanda
CIB W62 29th Water Supply and Drainage for Buildings
Ankara, Turquia
ANTAC/CIB/iiSBE ENTAC/claCS 04 (SB04 regional) São Paulo, Brasil 2004
ASHRAE IAQ 2004 Tampa, EUA 2005 CIB/iiSBE/OECD18/IEA19/UIA20 Sustainable Building 2005 (SB05) Tóquio, Japão
Particularmente sobre o desenvolvimento de metodologias de avaliação de edifícios,
merecem destaque, entre outros, os trabalhos listados na Tabela 3.
No âmbito da International Organization for Standardization (ISO), está sendo preparado
um conjunto de normas sobre construção sustentável (atualmente na forma de Committee
Drafts – CD ou Approved Work Item – AWI, de circulação restrita):
• ISO TC59/SC3/N503 (ISO CD 21932, 2002a) – Terminology.
• ISO TC59/SC3/N499 (ISO CD 21930, 2002b) – Environmental declaration of building products.
• ISO TC59/SC3/N469 (ISO AWI 21932, 2002c) – Sustainability indicators.
• ISO TC59/SC3/N459 (ISO AWI 15392, 2003a) – General Principles.
• ISO TC59/SC3/N501 (ISO CD 21931, 2003b) – Framework for assessment of environmental performance of buildings.
Dentre estes documentos, o único texto já consolidado refere-se à declaração ambiental de
produtos de construção (ISO CD 21930).
18 Organization for Economic Co-operation and Development.
19 International Energy Agency.
20 Union Internationale des Architectes .
Capítulo 1 - Introdução 11
Tabela 3 - Iniciativas relacionadas ao desenvolvimento de metodologias de avaliação de edifícios.
País/região Instituição Iniciativa
Sustainable Technology / BHP (Steel) Research
LISA (LCA in Sustainable Architecture), software LCA
Department of Public Works and Services, da cidade de Sidney
LCAid, software de auxílio a projetistas
Austrália
Environment Australia (Department of the Environment and Heritage)
NABERS (National Australian Building Environment Rating Scheme)
US Green Building Council (USGBC) LEEDTM (Leadership in Energy and Environmental Design)
Estados Unidos
Administrações municipais e estaduais Greenbuilder (Austin, Texas) High Performance Building Guidelines (New York City, New York) Minnesota Sustainable Design Guide - MSDG (Estado de Minnesota)
Building Research Establishment (BRE), no Reino Unido
BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method)
Centre Scientifique et Technique du Bâtiment (CSTB) e Universidade de Savoy, na França
ESCALE
Centre for Building Environment (CBE) do Royal Institute of Technology (KTH21), na Suécia
Environmental Status of Buildings e Eco-effect
Danish Building and Urban Research (BYogBIG22), na Dinamarca
BEAT 2002
Finnish Association of Building Owners and Construction Clients (RAKLI), na Finlândia
PromisE
Building Research Institute (NBI23), na Noruega
Eco-Profile
Europa
W/E consultants e Municipalidade de Rotterdam, Holanda
Rotterdams Puntensysteem
Environmental Research Group, da British Columbia University
BEPAC (Building Environmental Performance Assessment Criteria )
Canadá
National Resources Canada – NRCan CBIP, C-2000 e início do processo Green Building Challenge (GBC)
Japan Sustainability Building Consortium (JSBC)
CASBEE Japão
Building Research Institute BEAT (Building Environmental Assessment Tool)
Hong Kong, China
Centre of Environmental Technology, Ltd HK-BEAM
Na esfera nacional, pesquisas sobre a utilização de resíduos na construção civil, sobre
conservação de água e de energia, e sobre a minimização de perdas vêm sendo conduzidas
21 KTH - Kungl Tekniska Högskolan (http://www.kth.se).
22 Statens Byggeforskninginstitut.
23 Byggforsk (http://www.byggforsk.no).
Capítulo 1 - Introdução 12
há bastante tempo e em números consideráveis. A Universidade Federal de Santa Catarina é
um centro consolidado de estudos em simulação computadorizada, eficiência energética e
conservação de energia em edificações. Ainda que enfrentando sérias dificuldades de
disponibilização de dados, estudos de ciclo de vida aplicados à construção civil têm sido
feitos na Universidade Estadual de Campinas, Universidade de São Paulo, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul e Universidade de Pernambuco.
O Brasil formalizou a sua integração ao projeto Green Building Challenge com a
apresentação das intenções e estratégias do time brasileiro na conferência Sustainable
Buildings 2000. A estratégia para implementação da pesquisa em avaliação ambiental de
edifícios no Brasil centra-se no Programa Nacional de Avaliação de Impactos Ambientais
de Edifícios (BRAiE24), uma rede nacional de pesquisa que, após o delineamento inicial da
metodologia no estado de São Paulo, poderá ser gradualmente implementada em outras
regiões do país (SILVA et al., 2000a). Com recursos FAPESP, as atividades no âmbito do
Programa BRAiE foram a base inicial desta tese e, em linhas gerais, mostraram-se
fundamentais para:
§ acumular experiência nacional na coleta e tratamento das informações necessárias para sustentar a avaliação de edifícios;
§ identificar itens da agenda ambiental regional/local que sobrepõem-se ao corpo genérico de parâmetros de avaliação, em coerência com os princípios do projeto GBC;
§ estimar o impacto ambiental de edifícios de escritórios resultantes de práticas de construção vigentes nas cidades de Campinas e São Paulo. Este seria o ponto de partida para (1) definir desempenhos de referência regional e metas compatíveis com a realidade brasileira; (2) identificar as possibilidades mais efetivas para intervenção e (3) orientar o desenvolvimento de pesquisas subseqüentes dirigidas a outras tipologias de edificações.
1.3 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE DE TRABALHO
A hipótese de trabalho sobre a qual se desenvolveu esta pesquisa é que importar métodos
estrangeiros existentes não é a melhor solução para avaliar edifícios de escritórios no
Brasil, e que um método de avaliação deve ser desenvolvido à luz das prioridades,
condições e limitações brasileiras.
24 Programa Nacional de Avaliação de Impactos Ambientais de Edifícios.
Capítulo 1 - Introdução 13
1.4 OBJETIVOS
O objetivo principal deste trabalho é confirmar a hipótese formulada, e demonstrar que os
sistemas internacionais existentes para avaliação ambiental de edifícios de escritórios não
são adequados para aplicação no Brasil.
Caso este objetivo fosse alcançado, uma nova etapa de trabalho seria iniciada, dedicada a:
• propor diretrizes e reunir uma base metodológica para o desenvolvimento de um sistema nacional para avaliar e classificar o desempenho potencial de edifícios de escritórios, ao longo de seu ciclo de vida, em relação a metas de sustentabilidade.
• iniciar o desenvolvimento de um método neste trabalho de doutorado, e apontar a direção de desenvolvimentos futuros necessários para sua conclusão e implementação.
A tipologia edifícios comerciais, segmento escritórios foi selecionada por quatro razões
principais:
• No Brasil, os setores comercial25 e público respondem por cerca de 22,4% do consumo de eletricidade, segundo dados de 1998, publicados por LAMBERTS; WESTPHAL (2000). Nesta parcela, os edifícios de escritórios têm participação considerável, principalmente devido à reprodução de modelos arquitetônicos importados e inadequados ao clima brasileiro;
• devido ao alto custo de operação no longo prazo, o interesse por avaliações ambientais tende a ser potencializado no segmento de escritórios, em vista do grande apelo mercadológico que um possível bom desempenho tem sobre a valorização dos imóveis e facilidades;
• seus padrões de uso (número de ocupantes, atividades desenvolvidas etc) são mais facilmente identificáveis; e
• esta é a tipologia que conta com o maior número de métodos e resultados de avaliações, fundamentais para comparar e situar o desempenho dos edifícios brasileiros no panorama mundial.
1.5 METODOLOGIA
Os procedimentos metodológicos utilizados neste trabalho foram organizados em duas
etapas: verificação da veracidade da hipótese formulada (Etapa 1); e proposição de base
metodológica (Etapa 2).
25 A definição que inclui o segmento escritórios.
Capítulo 1 - Introdução 14
1.5.1 METODOLOGIA UTILIZADA NA ETAPA 1: VERIFICAÇÃO DA HIPÓTESE
1. Análise e discussão detalhada dos métodos existentes para avaliação ambiental de edifícios, segundo três questões metodológicas básicas:
• O que estes métodos avaliam?
• Como estes métodos avaliam o desempenho ambiental do edifício?
• Quanto é preciso atingir?
2. Realização de estudo exploratório, utilizando o método mais flexível dentre os sistemas existentes, para avaliação ambiental de edifícios de escritórios brasileiros;
3. Discussão da possibilidade e adequação de utilizar estes métodos no contexto brasileiro.
1.5.2 METODOLOGIA UTILIZADA NA ETAPA 2: PROPOSIÇÃO DE BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MODELO DE AVALIAÇÃO
1. Proposição de diretrizes para orientar o desenvolvimento de um método nacional de avaliação de edifícios;
2. Reunião de base metodológica para proposição de tratamento de dois pontos críticos: definição da estrutura de avaliação e do critério de ponderação;
a. levantamento de iniciativas para o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade e das estruturas analíticas utilizadas para a sua organização, para definir uma proposta-base de agenda para construção civil brasileira, que seria uma das três balizas utilizadas na definição da estrutura de avaliação do modelo proposto, juntamente com as diretrizes para relato de sustentabilidade de organizações e com a análise da estrutura dos métodos de avaliação de edifícios existentes; e
b. discussão do processo de análise hierárquica (AHP 26) como alternativa para derivação do critério de ponderação.
3. Definição de um modelo preliminar de avaliação;
4. Submissão do modelo preliminar para consulta às partes interessadas da construção civil do Estado de São Paulo; e
5. Incorporação das sugestões pertinentes e delineamento de um método de avaliação.
1.6 ORGANIZAÇÃO DESTE TRABALHO
O desenvolvimento deste trabalho foi construído a partir dos blocos de etapas ilustrados na
Figura 2, que os associa aos capítulos correspondentes da tese.
26 Analytic Hierarchy Process (Processo de Análise Hierárquica).
Capítulo 1 - Introdução 15
Figura 2 - Etapas de desenvolvimento desta pesquisa.
Análise do Ciclo de Vida (aplicada à avaliação
ambiental de edifícios)
Cap2
Levantamento e análise dos principais métodos
O que avaliam?
Como avaliam?
Quanto é preciso atingir?
Cap3
Seleção da tipologia de edifícios a avaliar
Avaliação dos edifícios selecionados utilizando um
método consolidado
Pesquisa inicial
Definição da amostra
Estudo exploratório
22
11
33 Cap4
Iniciativas no desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade e de estruturas analíticas para sua organização Ag 21 setorial brasileira, considerando outras agendas ambientais setoriais
Diretrizes e indicadores para avaliação de sustentabilidade de organizações
Estrutura dos métodos existentes
Como avaliar? Critério de ponderação
Cap5
O que avaliar?
Cap6
Consulta às partes interessadas
Proposição inicial do modelo de avaliação
44
Conclusões e proposição de continuidade 55
Revisão do modelo
Proposição de modelo de avaliação de sustentabilidade
Proposição de diretrizes e base metodológica
Capítulo 1 - Introdução 16
A metodologia internacionalmente aceita para avaliação ambiental e comparação de
alternativas com base em impactos ambientais é a Análise do Ciclo de Vida (LCA). No
Capítulo 2 discutem-se as vantagens e limitações da aplicação da LCA em métodos de
avaliação ambiental de edifícios, e como o tema é tratado pelos métodos já implementados.
O Capítulo 3 traça um panorama do estado atual dos sistemas de avaliação ambiental de
edifícios, e detalha alguns dos principais sistemas existentes. A discussão metodológica
destes sistemas é conduzida com base em três questões básicas: “o que avaliar?”, “como
avaliar?”, “quanto atingir?”, posteriormente retomadas para estruturar a proposição de um
método nacional. Ainda neste capítulo, argumenta-se que a GBTool é um método que
merece um destaque especial: foi desenvolvido para facilitar ao máximo a aplicação do
método em diferentes países, seja para funcionar como instrumento para introdução de
conceito de construção sustentável ou para fornecer uma base para a derivação de métodos
nacionais próprios. Para explorar esta possibilidade, foram realizados estudos de casos
empregando a GBTool para avaliação de dois edifícios brasileiros. Esta experiência é
descrita detalhadamente no Capítulo 4 (estudo exploratório), que inclui o procedimento
adotado para a solução dos pontos críticos enfrentados e as limitações intrínsecas ao método
experimentado.
No Capítulo 5 propõem-se diretrizes para o desenvolvimento de um sistema de avaliação de
sustentabilidade de edifícios, e reúne-se uma base metodológica para a abordagem de dois
pontos metodológicos críticos: a definição da estrutura de avaliação e a derivação de um
critério de ponderação.
O Capítulo 6 descreve o modelo proposto para avaliação da sustentabilidade de edifícios de
escritórios, também apresentado de forma a responder às questões básicas levantadas
anteriormente (“o que avaliar?”, “como avaliar?”, “quanto atingir?”), e a estratégia de
implementação gradual com base em (1) cenários imediato e futuro (ideal), e (2) estrutura
de pontuação evolutiva.
O Capítulo 7 reúne as principais conclusões do trabalho e aponta as prioridades para
continuidade da pesquisa. As referências bibliográficas utilizadas no trabalho estão listadas
no Capítulo 8.
2 ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS
2.1 INTRODUÇÃO
Estudos e métodos para avaliação ambiental de edifícios têm sido especialmente derivados
dos procedimentos de avaliação dos impactos ambientais de processos ou produtos
industrializados. A metodologia aceita internacionalmente para esta finalidade é a Análise do
Ciclo de Vida (LCA1), originalmente definida pela SETAC 2 (1991) como sendo um
“processo para avaliar as implicações ambientais de um produto, processo ou atividade,
através da identificação e quantificação dos usos de energia e matéria e das emissões
ambientais; avaliar o impacto ambiental desses usos de energia e matéria e das emissões; e
identificar e avaliar oportunidades de realizar melhorias ambientais. A avaliação inclui
todo o ciclo de vida do produto, processo ou atividade, abrangendo a extração e o
processamento de matérias-primas; manufatura, transporte e distribuição; uso, reuso,
manutenção; reciclagem e disposição final (sic)”. Esta definição foi posteriormente
consolidada na série de normas ISO 14.0003, que teve a primeira versão draft lançada em
1996.
Em outras palavras, LCA é o procedimento de analisar formalmente a complexa interação de
um sistema – que pode ser um material, um componente ou um conjunto de componentes –
com o ambiente ao longo de todo o seu ciclo de vida, caracterizando o que tornou-se
conhecido como enfoque do “berço ao túmulo” (cradle-to-grave).
A LCA parte da premissa de que todos os estágios da vida de um produto geram impacto
ambiental e devem ser analisados (SETAC, 1991). Fica claro, portanto, que, de acordo com
sua profundidade e abrangência, a quantificação de todos os impactos envolvidos em um
sistema pode facilmente tornar-se complexa, cara e muito extensa, o que vem se mostrando
como a principal limitação do emprego dessa metodologia em sua forma mais pura
(BAUMANN;RYDBERG, 1994; BEETSTRA, 1996; JAQUES, 1998).
1 Acrônimo da expressão Life-Cycle Analysis.
2 SETAC - Society for Environmental Toxicology and Chemistry.
3 ISO 14.040 (1997)/14.043 (2000)- Environmental Management – Life Cycle Assessment.
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 18
2.2 OBJETIVOS E APLICAÇÕES DE LCA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Os principais objetivos de uma LCA são (1) retratar, da forma mais completa possível, as
interações entre o processo considerado e o ambiente; (2) contribuir para o entendimento da
natureza global e independente das conseqüências das atividades humanas sobre o ambiente
e (3) produzir informações objetivas que permitam identificar oportunidades para melhorias
ambientais (SETAC, 1991).
Genericamente, as LCAs podem ser aplicadas para (GUINÉE et al., 1993; HOBBS, 1996):
• Avaliação da adequação ambiental (uso eficiente de recursos e redução de emissões) de uma determinada tecnologia, processo ou produto;
• Identificação de possibilidades de melhoria de um processo ou produto;
• Comparação de alternativas tecnológicas, de processos ou produtos diferentes, porém destinados a uma mesma função;
• Geração de informações para os consumidores e o meio técnico que poderão (1) servir de base para rotulagem ambiental; (2) facilitar a introdução de um determinado produto no mercado ou, no extremo oposto, sustentar o seu banimento.
Especificamente na construção civil4, o conceito de análise do ciclo de vida tem sido
aplicado - direta ou indiretamente - em:
• avaliação de materiais de construção, para fins de melhorias de processo e produto ou informação a projetistas (inserção de dados ambientais sistematizados nos catálogos);
• rotulagem ambiental de produtos, uma iniciativa incipiente, mas que tem recebido investimento crescente;
• ferramentas computacionais de suporte a decisão5 e auxílio ao projeto, especializadas no uso de LCA para medir ou comparar o desempenho ambiental de materiais e componentes de construção civil, como o ECO QUANTUM (Holanda), ECO-PRO (Alemanha), EQUER e TEAMTM for Buildings (França), BEES6 (EUA), ATHENA (Canadá) e LCAid (Austrália);
• instrumentos de informação aos projetistas como The Green Building Digest, BRE ENVest e BRE Environmental Profile (UK); Environmental Choice (EUA); Environmental Preference Method (Holanda), Catálogo produzido pelo Politécnico de Milano (Itália); e
4 A partir das iniciativas do CIB, das Universidades de Leiden e Delft (Holanda); do BRE (UK), da ATEQUE e da ADEME
(França), da University of British Columbia/CANMET (Canadá); do IEA Annex 21 (Suíça) e do REGENER (Europa), entre outros centros e estudos colaborativos. Para informações detalhadas, consultar CIB/CSTB, 1997.
5 DSS – Decision Support Software.
6 Building for Environmental and Economic Sustainability.
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 19
• esquemas de avaliação/certificação ambiental de edifícios (ver Capítulo 3).
2.3 ETAPAS DE UMA LCA
De acordo com a ISO 14.040 (ISO, 1996), a metodologia típica de análise do ciclo de vida
compreende quatro etapas (Figura 1). A primeira etapa, ou definição do escopo (1),
estabelece o objetivo do estudo, sua abrangência e profundidade (limites do sistema). Na
construção do inventário do ciclo de vida - LCI (2), estuda-se os fluxos de energia e
materiais para a identificação e quantificação dos inputs (consumo de recursos naturais) e
outputs (emissões para o ar, água e solo) ambientais associados a um produto durante todo o
seu ciclo de vida (life-cycle inventory - LCI). Na avaliação do impacto (3), esses fluxos de
recursos e emissões são caracterizados segundo uma série definida de indicadores de
impacto ambiental, geralmente: energia incorporada, emissões, consumo de recursos,
potencial para reciclagem e toxicidade. Por exemplo: a etapa de avaliação de impactos
relaciona a emissão de CO2, um fluxo, ao aquecimento global, um impacto. A etapa final,
interpretação dos dados (4), confronta os impactos resultantes com as metas propostas na
Etapa 1.
Figura 1 – Etapas de uma análise do ciclo de vida segundo a ISO 14.040 (ISO, 1996).
Construção inventário
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 20
2.3.1 DEFINIÇÃO DO ESCOPO: OBJETIVOS, UNIDADE FUNCIONAL E LIMITES DO SISTEMA
A definição do escopo da LCA envolve o estabelecimento de limites tecnológico, geográfico
e de horizonte de tempo necessários para garantir que a análise do sistema de produto em
estudo atingirá o objetivo proposto para a avaliação (GUINÉE et al., 1993; SETAC, 1993;
SHEN, 1995).
O tipo de aplicação pretendida influencia a natureza e a seqüência de decisões a serem
tomadas ao longo do processo. Esta se destina à melhoria de um produto ou processo; ao
projeto de um novo produto; à capacitação para um selo ambiental; à publicação de
informação sobre um produto ou à exclusão ou inclusão de um certo item no mercado?
Em cada uma dessas aplicações, algum tipo de comparação está sendo feito (GUINÉE et al.,
1993), isto é: antes e após um redesenho de processo; comparação entre diferentes
alternativas para o projeto de um novo produto ou alternativas diferentes destinadas a uma
mesma aplicação. A definição da unidade de comparação (unidade funcional) torna-se,
então, um outro ponto-chave dessa etapa.
A unidade funcional é definida de forma que os produtos analisados sejam substitutos
perfeitos uns dos outros para uma função específica (LIPPIATT, 1998). Assim, compara-se
1 m2 de parede acabada de gesso acartonado com 1 m2 de parede acabada de alvenaria, por
exemplo, e não 1 bloco (cerâmico ou de concreto) com 1 painel de gesso.
O processo de produção de um item genérico envolve várias unidades de processo que, por
sua vez, podem compreender diversos fluxos de inventário. Como todas as fases são
expressas por variáveis de entrada e saída do processo, o número de fluxos a serem incluídos
no inventário pode multiplicar-se rapidamente e determina a exclusão de fases que não
gerem impactos significativos no processo. Analogamente, a coleta de dados durante a
construção do inventário deve-se restringir aos fluxos que serão efetivamente utilizados na
avaliação dos impactos.
2.3.2 CONSTRUÇÃO DO INVENTÁRIO
Na construção do inventário quantifica-se o uso de recursos (energia e matérias-primas) e as
cargas ambientais (emissões atmosféricas, efluentes e resíduos sólidos) geradas ao longo do
ciclo de vida inteiro de um produto, embalagem, processo, material ou atividade (USEPA
apud SHEN, 1995).
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 21
Nesta etapa, a partir do objetivo e dos limites de sistema definidos para a análise, procede-se
uma coleta intensiva de dados, gerando planilhas que calculam e apresentam os fluxos de
uso total de energia e recursos e liberação de emissões pelo sistema (SETAC, 1991;
GUINÉE et al., 1993).
O ciclo de vida pode ser entendido e representado como uma árvore de processos (Figura 2),
em que cada caixa representa um processo, com fluxos de entrada e saída ambientais
definidos. A partir da montagem da árvore de processos e de informações sobre cada
processo é possível construir o inventário de todos os fluxos ambientais de entrada e saída
associados a um determinado sistema. O resultado é a chamada planilha de impactos
(Tabela 1), em que cada impacto é expresso como uma quantidade particular de determinada
substância (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).
Figura 2 – Representação do ciclo de vida de um produto como uma árvore de
processos.
Tabela 1 - Trecho da planilha de impactos ambientais resultantes da produção de 1 kg de polietileno e 1 kg de vidro (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). A planilha completa conteria 34 linhas.
Emissões Polietileno Vidro Unid. CO2 1,792 0,4904 kg
NOx 1,091 x10-3 1,586 x10-3 kg SO2 987,0 x10-6 2,652 x10-3 kg
CO 670,0 x10-6 57,00 x10-6 kg ... ... ... ... ... ... ... ...
2.3.3 AVALIAÇÃO DO IMPACTO
A avaliação global do impacto tem por objetivo avaliar os efeitos ambientais (riscos e
impactos) associados aos fluxos detectados para o sistema durante a análise de inventário.
Produto A
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 22
Os impactos potenciais sobre ecossistemas, saúde humana e recursos naturais são
classificados, caracterizados e valorados sistematicamente (SHEN, 1995).
A planilha de impactos é o resultado mais objetivo de uma LCA, mas a simples análise de
uma lista de substâncias não pode fornecer uma resposta imediata quanto a um produto ser
mais ou menos agressivo ao ambiente que outro. Para facilitar a interpretação de dados, vêm
sendo pesquisados métodos de avaliação de impacto (LCIA7), como EPS8, Ecopoints9 e Eco-
indicator10, desenvolvidos respectivamente na Suécia, na Suíça e na Holanda.
Em linhas gerais, o cálculo dos efeitos ambientais passa por três estágios: (1) classificação e
caracterização; (2) normalização, e (3) avaliação ou valoração.
2.3.3.1 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
Na etapa de classificação, todas as substâncias são organizadas e separadas em classes (ou
categorias) de impacto, conforme o efeito que provocam sobre o ambiente. O resultado
desta etapa é o perfil ambiental do sistema segundo sua contribuição para esgotamento de
recursos, aquecimento global, dano à camada de ozônio, acidificação, toxicidade,
eutroficação, e outras classes de impacto. Este processo pode ser quantitativo e/ou
qualitativo, já que alguns efeitos ambientais são de difícil quantificação, como alteração de
habitats naturais e poluição sonora (USEPA; apud SHEN, 1995). Naturalmente, algumas
substâncias podem aparecer em mais de uma classe, como o NOx, por exemplo, que é um
indicador tanto de toxicidade, quanto de acidificação e eutroficação (PRÉ CONSULTANTS
INC, 2001).
A caracterização é a ponderação das substâncias, dentro de cada classe, para indicar a
intensidade de seus efeitos. As emissões são multiplicadas por pesos antes de se efetuar as
somas por classe (agregação). O resultado da caracterização é a pontuação de efeitos, como
o exemplo mostrado na Tabela 2 .
7 Acrônimo da expressão Life-Cycle Impact Assessment.
8 Acrônimo da expressão Environmental Priority Strategy. Neste método, calcula-se a cadeia completa de causa e efeito
de cada impacto sobre equivalente humano. 9 Este método baseia-se no princípio da distância até o alvo, onde a distância entre o nível atual de um impacto e o nível-
alvo indica a gravidade da contribuição de uma determinada emissão.
10 A pontuação fornecida pelo Eco-indicator 99 baseia-se na metodologia de avaliação de impactos que transforma os
dados da planilha de inventário em pontuações de dano que, de acordo com as necessidades e escolha do usuário, podem ser agregadas em pontuações de dano para cada uma das 3 categorias de dano ou em uma pontuação única.
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 23
Tabela 2 – Exemplo de caracterização: trecho da planilha de impactos da produção de 1 kg de polietileno (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).
Emissões Quantidade (kg) Aquecimento global
Dano à camada de ozônio
Toxicidade ao homem
Acidificação
CO2 1,792 x1.0 - - - NOx 1,091 x10-3 - - x 0,78 x 0.7
SO2 987,0 x10-6 - - x 1,2 x 1.0 CO 670,0 x10-6 - - x 0,012 -
Pontuação de Efeitos 1,792 0 0,00204 0,0017
A pontuação de efeitos também pode ser representada como um gráfico de colunas (Figura
3) que permite comparar efeitos de diferentes produtos para atender a uma mesma
finalidade. Neste caso, o maior valor calculado para cada efeito é definido como 100%, de
forma que apenas são possíveis comparações efeito a efeito.
Figura 3 – Caracterização dos ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD (polietileno de baixa densidade). Outras classes não são mostradas no gráfico, como pesticidas, uso de energia e disposição de resíduos sólidos (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).
Quando todos os efeitos de um produto são maiores que os de outro, é fácil notar qual deles
é o mais agressivo ao ambiente. No entanto, é muito mais comum que um produto apresente
pontuação maior em determinadas classes e menor em outras. Nesse caso, a interpretação
dos dados é função de dois fatores (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001):
(1) normalização, que indica o tamanho de cada efeito em relação aos demais, isto é: se o impacto correspondente a 100% de acidificação (na Figura 3, por exemplo), representa um valor extremamente alto ou desprezível; e
(2) avaliação, que indica a importância relativa associada a cada efeito ambiental, e permite agregá-los para obter um indicador do impacto.
ciclo de vida saco PEBD
aquec. global acidif. met. pesados nev. inverno dano cam. ozônio. eutroficação carcinógenos nevoeiro verão
ciclo de vida saco papel
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 24
2.3.3.2 NORMALIZAÇÃO
Na normalização, cada efeito calculado é confrontado com o valor total conhecido para
aquela classe de impacto. O Eco-indicator 99, por exemplo, procede a normalização com
base nos efeitos causados por um cidadão europeu médio ao longo de um ano (PRÉ
CONSULTANTS INC, 2001). O BRE utiliza metodologia semelhante, ao normalizar em
relação aos efeitos causados por um cidadão médio do Reino Unido ao longo de um ano
(UK Ecopoints) (DICKIE;HOWARD, 2000).
Após a normalização, é possível observar a contribuição relativa do sistema aos níveis
existentes de determinados efeitos (Figura 4). Este procedimento fornece uma noção do
panorama geral do impacto causado pelo sistema, já que, até a etapa de caracterização, só é
possível comparar os efeitos individualmente.
Figura 4 – Normalização dos ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD (dados fictícios). Neste exemplo, a normalização evidencia contribuições relativamente altas para aquecimento global, ecotoxicidade (acidificação, eutroficação), toxicidade ao homem (metais pesados, carcinógenos) e formação de nevoeiros (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).
2.3.3.3 AVALIAÇÃO (OU VALORAÇÃO) DE PONTUAÇÃO NORMALIZADA
Apesar de a normalização facilitar a visualização dos resultados, ainda não permite que se
faça um julgamento final, pois, até então, os diferentes efeitos ambientais são considerados
como de igual importância. Cabe à avaliação (também chamada valoração) atribuir pesos à
ciclo de vida saco PEBD ciclo de vida saco papel
aquec. global acidif. met. pesados nev. inverno dano cam. ozônio. eutroficação carcinógenos nev. verão
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 25
pontuação normalizada, de modo a representar a importância relativa de cada efeito (Figura
5).
Figura 5 – Valoração de ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD normalizados (dados fictícios), evidenciando a significância dos efeitos de ecotoxicidade (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).
Após esta ponderação, o tamanho das colunas passará a, de fato, representar a gravidade de
cada efeito, permitindo que elas sejam somadas para se chegar a um resultado final
(indicador), como mostra a Figura 6.
Figura 6 – Indicador de ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD. A preferência por sacos de papel torna-se evidente (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).
Surgem, então, questões importantes quanto ao modelo ideal para a conversão dos efeitos
ambientais em impactos e, principalmente, quanto aos critérios de valoração e comparação
ciclo vida saco LDPE ciclo de vida saco papel
aquec. global acidificação. met. pesados nev. inverno dano cam. ozônio. eutroficação carcinógenos nevoeiro verão
ciclo de vida saco PEBD ciclo de vida saco papel
aquecimento global
acidificação
metais pesados
nevoeiro inverno
dano cam. ozônio.
eutroficação
carcinógeno
nevoeiro de verão
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 26
das diferentes categorias de impactos entre si11, estágio de caráter notavelmente subjetivo,
que depende de valores sociais, culturais, éticos e políticos específicos (SETAC, 1993;
USEPA apud SHEN, 1995; LIPPIATT, 1998). Por esta razão, a análise de impactos é a
etapa mais complexa da LCA (BAUMANN, 1994; BEETSTRA, 1996).
2.3.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DAS MELHORIAS
A interpretação de dados segue em paralelo a todas as etapas anteriormente citadas,
provendo a retroalimentação do processo (Figura 1). Tanto a série ISO 14.00012, quanto a
BS 775013 (1994) ou os EMAS 14 exigem a melhoria contínua dos sistemas de gestão
ambiental, o que, a exemplo do que faz a série ISO 9000 para os sistemas da qualidade,
pressupõe uma etapa de análise de melhorias.
Tratada como etapa à parte no SETAC LCA Code of Practice15 (SETAC, 1993), a análise de
melhorias procura avaliar sistematicamente a necessidade e oportunidades para reduzir o
dano ambiental associado à forma de apropriação e uso de energia e recursos naturais e
liberação de emissões ao longo do ciclo de vida do produto, processo ou atividade (SHEN,
1995).
A análise global da dimensão ambiental do sistema procura responder às questões
formuladas no escopo da análise do ciclo de vida, sendo que a informação analítica de uma
fase complementa as fases seguintes. A interpretação do inventário de fluxos (análise de
impactos) permite averiguar as atividades/fases com maior ou menor impacto ambiental. A
análise de melhorias, por sua vez, procura identificar as oportunidades para reduzir
emissões e uso de recursos, e propor alternativas para a diminuição dos impactos negativos
identificados. À análise de melhorias cabe, ainda, assegurar que as estratégias de redução
11 Como decidir o que é pior entre destruição de habitats naturais, chuva ácida e efeito estufa, por exemplo?
12 ISO 14.001 e 14.004 (Environmental Management Systems). As demais normas da série são: ISO 14.010/12 - Guidelines
for environmental auditing; 14.020/25 – Environmental labels and declarations ; 14.031/32 – Environmental performance evaluation; 14.040/49 – Life-cycle assessment; 14.050 – Vocabulary; 14.061 – Information on use of ISO 14.041 and 14.044).
13 BS 7.750/1994. Specification for environmental management systems. (Substituída em 1997 pela norma BSEN ISO
14001). 14
European Community Eco-Management & Audit Scheme. Este esquema foi estabelecido em 1993 pela EC Regulation 1836 e entrou em operação em abril de 1995.
15 Em abordagem ligeiramente mais detalhada que a da ISO, o Code of Practice da SETAC recomenda que a LCA seja
dividida em 5 estágios: planejamento, ajuste e execução preliminar (screening), coleção e tratamento de dados (LCI), avaliação e análise de melhorias (SETAC, 1993).
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 27
potencial e os programas de melhoria não produzam novos impactos sobre o meio e a saúde
humana que não tenham sido corretamente considerados (VIGON et al. apud SHEN, 1995).
2.4 LIMITAÇÕES INTRÍNSECAS À LCA
As decisões sobre seleção de materiais, sistemas, tecnologias e posturas estratégicas
empresariais devem ser confirmadas por evidência científica suficiente para mostrar que
uma determinada solução é, sob a perspectiva ambiental, a mais indicada para um contexto
específico. É neste ponto que a LCA pretende chegar após considerar as opções disponíveis
e racionalizar os dados coletados, o que conseqüentemente a torna uma ferramenta valiosa
para orientar a tomada de decisões.
Apesar de ser, consensualmente, a forma mais adequada para reunir sistematicamente tais
informações, no estado atual de conhecimento da metodologia, o analista depara-se
freqüentemente com qualidade e quantidade insuficiente de dados que o impede de chegar a
uma resposta clara e irrefutável. Como resultado, temos supersimplificações que
empalidecem o rigor científico da análise e, muitas vezes, a destituem de significado.
Focalizando especificamente a construção civil, os estudos do início da década de 90
dedicaram-se à uniformização e refinamento da metodologia para adaptá- la às
particularidades dos materiais e sistemas de construção. Uma outra frente importante de
pesquisa desenvolve-se em paralelo, destinada à produção de bases de dados confiáveis e
mais extensas para alimentar as análises. As pesquisas da segunda metade desta década
vêm-se concentrando no desenvolvimento de métodos práticos de avaliação e,
principalmente, de ferramentas de trabalho que possibilitem a real inserção dos parâmetros
ambientais como complemento aos parâmetros decisórios tradicionalmente utilizados pelos
profissionais do setor.
A metodologia para análise do inventário é considerada como bem definida e entendida pelo
meio técnico, estando as principais barreiras concentradas na dificuldade de aquisição de
dados confiáve is e em procedimentos específicos, particularmente a caracterização e a
valoração de impactos. No entanto, por limitar-se a aspectos que possam ser quantificados, a
contabilidade analítica de um produto (ou processo) feita em uma LCA acaba representando,
em certos casos, apenas uma descrição parcial dos impactos ambientais do sistema.
A experiência internacional tem demonstrado que a quantificação de fluxos ao longo do
ciclo de vida de produtos ainda não se tornou a ferramenta de auxílio de tomada de decisões
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 28
que se desejaria. Isto pode ser atribuído a alguns aspectos–chave que, em maior ou menor
grau, permanecem insolutos, entre eles:
• a qualidade e disponibilidade de fontes de dados - o que torna-se especialmente delicado se a análise do processo exigir a ampliação dos limites do sistema;
• limitações de custo;
• falta de uma unidade para comparação dos impactos - a comparação de diferentes categorias ambientais é bastante difícil e estabelecer uma hierarquia entre os efeitos é um procedimento essencialmente subjetivo, que varia com uma agenda ambiental específica e definida caso a caso;
• incapacidade para quantificar determinados impactos, como no caso da valoração de questões como a vida humana versus certos danos ambientais, por exemplo;
• procedimentos de alocação de impactos no caso de co-produtos, produtos com teor reciclável; e de gerenciamento de resíduos.
Estas limitações estão igualmente presentes quando se estende a LCA para a avaliação
ambiental de edifícios.
2.5 APLICAÇÃO DE LCA EM AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS
Apesar de ser um procedimento complexo e, freqüentemente, longo, a análise do ciclo de
vida adiciona uma dimensão científica à discussão ambiental e tem recebido investimento
crescente em pesquisa na construção civil (BALDWIN et al., 1998; JAQUES, 1998;
SILVA;SILVA, 2000). No que tange à avaliação ambiental de edifícios, esta abordagem
substitui os estudos estritamente concentrados nos aspectos de uso de energia que
prevaleceram após a crise do petróleo no início dos anos 70, e acrescenta outras facetas
importantes ao enfatizar que aspectos como a energia incorporada aos materiais e o volume
de resíduos gerados nas atividades de construção e demolição já não podem ser
negligenciados.
Uma meta perseguida por todos os esquemas de avaliação existent es é a minimização da
subjetividade da avaliação. A análise do ciclo de vida procura atingir o mesmo objetivo, isto
é retratar objetivamente um determinado produto em termos de fluxos de entrada (consumo
de recursos) e saída (emissões e resíduos) de um sistema, minimizando a interferência de
decisões subjetivas dos analistas.
Uma segunda virtude importante da LCA é lançar uma visão holística sobre o processo
global de produção e utilização e partir do princípio de que todas as suas fases geram
impactos sobre o ambiente e, portanto, devem ser consideradas. Estender este conceito para
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 29
avaliar o desempenho ambiental de um edifício significa gerar informações quanto aos
fluxos de recursos e emissões definidos pela implantação e orientação; processo de
construção; seleção de materiais (uso de recursos, produção e transporte envolvidos);
flexibilidade de projeto; planejamento da operação e gerenciamento de resíduos de
construção e demolição (Figura 7).
Figura 7 - Ciclo de vida de um edifício genérico.
No entanto, neste momento, a aplicação direta de LCA – tal como desenvolvida para
produtos industrializados – à avaliação de edifícios no Brasil mostra-se, na realidade,
complexa, impraticável e insuficiente.
Complexa, porque os edifícios são compostos por inúmeros produtos, cada qual com uma
árvore de processos própria. Mais ainda, a sua construção envolve diversos agentes. Esses
fatores não inviabilizam o emprego de LCA, mas aumentam expressivamente a quantidade
de informações envolvida e a dificuldade em obtê-las.
Impraticável, no caso brasileiro, porque ainda não existem dados confiáveis de LCA de
materiais de construção nacionais, salvo os dados de cimento publicados por CARVALHO
(2002). No momento, os únicos recursos disponíveis são bases de dados estrangeiras. Este é
um cenário que está mudando, porém muito lentamente.
A natureza da metodologia de LCA deixa explícito que as bases de dados estrangeiras - como as do SimaPro, que conta com base de dados própria (holandesa) e add-ons de dados americanos (Franklin Database) e holandeses
Recursos
Resíduos
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 30
(IVAM16 database, específica para materiais de construção); GaBi (alemã) e TEAM (francesa), ambas com dados europeus - são válidas exclusivamente dentro dos limites geográficos em que foram coletadas17.
Naturalmente, os processos de obtenção de muitos materiais e produtos de construção estrangeiros guardam semelhanças com aqueles produzidos no Brasil, mas (1) processos-chave (como o de produção de cimento) têm características muito diferentes e (2) a tradição e as práticas construtivas estrangeiras simplesmente não cobrem dados sobre componentes fundamentais na construção brasileira (como componentes cerâmicos para vedação, por exemplo).
Algumas ferramentas de suporte à decisão como o BEES (EUA) e o ATHENA (Canadá), citadas no item 2.2, embutem suas próprias bases de dados, mas também não podem ser utilizadas no Brasil, porque elas (1) são personalizadas para seus países de origem e, conseqüentemente, não incluem materiais e soluções construtivas que são típicos e fundamentais na construção brasileira (como vedações em alvenaria com revestimento em argamassa, por exemplo); e (2) não são editáveis para permitir que o usuário os inclua manualmente.
Na falta de dados nacionais, estas bases até podem ser utilizadas como ponto de partida, desde que fique claro que (1) trata-se de dados estrangeiros que não necessariamente refletem processos e condições utilizadas no Brasil, mas podem dar uma noção da magnitude dos impactos; e (2) estas entradas de dados serão oportunamente substituídas, na medida em que forem coletados e tratados os dados nacionais correspondentes.
Insuficiente, porque (1) apenas uma parte do desempenho ambiental do edifício pode ser
descrita estritamente através de fluxos de matéria. Este é o caso exclusivo das categorias uso
de recursos e cargas ambientais (Figura 8). A etapa de utilização do edifício também
compreende a descrição dos efeitos ambientais através de fluxos de recursos e emissões,
mas não pode ser descrita unicamente através deles, uma vez que inclui aspectos
particulares, como qualidade do ambiente interno18 (IEQ), por exemplo, cuja avaliação
compreende efeitos sobre os ocupantes e suas percepções (Figura 9); e (2) as avaliações de
edifícios, especialmente em países em desenvolvimento, devem abranger não só seus
impactos ambientais, mas também os impactos sociais e econômicos (Figura 8).
16 IVAM Environmental Research é uma agência de pesquisa, afiliada à Universidade de Amsterdam, que atua nas áreas
de construção sustentável, energia, gerenciamento de cadeia, qualidade de vida e produção mais limpa. 17
O mesmo se aplica às ferramentas LCA estrangeiras desenvolvidas para os profissionais de construção, como o BEES, para comparação entre produtos, com base em dados próprios, não publicados e válidos para os EUA; o ATHENA, para comparação de sistemas construtivos ou edifícios completos, com base em dados canadenses publicados; o ENVEST, para análise de edifícios completos, com base em dados do reino Unido, sumarizado em ecopoints; e o EcoQuantum, que contém base holandesa, para análise de edifícios completos residenciais.
18 Especificamente sobre LCA aplicada a avaliação de clima interno, ver JÖNSSON (2000).
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 31
Figura 8 - Inserção conceitual da LCA em avaliação da sustentabilidade de edifícios.
Figura 9 – Esquema dos fluxos ambientais ao longo do ciclo de vida de um edifício.19
19 RCD é o acrônimo para Resíduos de Construção e Demolição.
IEQ contexto durabilidade qualidade dos serviços entre outros
Avaliação econômica
Avaliação Social
Avaliação da Sustentabilidade
Avaliação Ambiental
uso recursos cargas ambientais
LCA
Preparação do terreno
Construção
Uso e manutenção
Demolição reuso/reciclagem
ENTRADAS ETAPA Ciclo de Vida
SAÍDAS
Energia, água, componentes e materiais
Energia, água e materiais (operação, manutenção e
reforma)
Energia
Solo, energia (limpeza, movimento de
terra)
CO2, poeira, ruído, RCD18
CO2, resíduos, esgoto efeitos ambiente interno
(asma, síndrome de edifícios doentes)
efeitos vizinhança
CO2, poeira, ruído, RCD
CO2, poeira, ruído perda de vegetação perda de habitats
Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 32
2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO
A aplicação direta de LCA em avaliação de edifícios no Brasil é, neste momento, complexa,
impraticável e insuficiente. As limitações são claras, mas há vantagens concretas e, por esta
razão, todos os métodos de avaliação tentam de alguma maneira incorporar seus conceitos,
explicita- ou implicitamente, como será evidenciado no Capítulo 3. Havendo consciência
destas limitações atuais, o emprego de fundamentos e, principalmente, de dados confiáveis
de LCA abre, por outro lado, uma perspectiva holística para análise do processo de
produção, utilização e modificação do ambiente construído e pode dar sua contribuição na
minimização de subjetividade da avaliação ambiental de edifícios.
Como resultado das dificuldades práticas de utilização de LCA, a maioria dos métodos de
avaliação de edifícios não a emprega como ferramenta de apoio à atribuição de créditos
ambientais relacionados ao uso de materiais. Mais comum é extrair da LCA o conceito de
ciclo de vida e utilizá-lo para aumentar a abrangência da avaliação do edifício, ainda que a
maioria deles utilize o conceito de “berço ao sítio” (cradle-to-site) em vez de “berço ao
túmulo”, conceito-base da LCA. Por “berço ao sítio”, entende-se que são considerados
apenas os impactos até a etapa de uso/ocupação do edifício. Quanto aos estágios posteriores
(desmontagem/demolição, encaminhamento para reciclagem e reuso), de modo geral, ainda
faltam estudos que permitam ir além de itens genéricos, como projeto para adaptabilidade e
demolição; e uso de materiais biodegradáveis, recicláveis e reutilizáveis.
É consenso, no entanto, que mesmo diante das dificuldades apontadas, a LCA é a única
abordagem disponível para comparar científica e conclusivamente os impactos ambientais.
A construção de inventários de materiais e componentes de construção é, portanto, uma
tarefa necessária e que deve ser iniciada de forma consistente no Brasil o mais breve
possível.
O próximo Capítulo traça um panorama do estado atual dos sistemas de avaliação ambiental
de edifícios. A discussão metodológica de alguns dos principais sistemas existentes é
conduzida com base em três questões básicas: “o que avaliar?”, “como avaliar?”, “quanto
atingir?”.
3 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA
3.1 INTRODUÇÃO
A crise do petróleo nos anos 70 desencadeou o desenvolvimento de diversas iniciativas
focadas na avaliação - e maximização - da eficiência energética de edifícios. O surgimento e
difusão dos conceitos de projeto ecológico (green design) foi uma das mais importantes
respostas do meio técnico à generalização da conscientização ambiental na década de 90.
Originalmente desenvolvido na esfera de avaliação de impactos de produtos, o conceito de
análise do ciclo de vida, apresentado no Capítulo 2, forneceu a base conceitual para o
desenvolvimento das metodologias para avaliação ambiental de edifícios que surgiram na
década de 90 na Europa, nos EUA e no Canadá, como parte das estratégias para o
cumprimento de metas ambientais locais estabelecidas a partir da UNCED do Rio de
Janeiro. Todos estes métodos partilhavam o objetivo de encorajar a demanda do mercado
por níveis superiores de desempenho ambiental, provendo avaliações ora detalhadas, para o
diagnóstico de eventuais necessidades de intervenção no estoque construído, ora
simplificadas, para orientar projetistas ou sustentar a atribuição de selos ambientais para
edifícios (SILVA, 2000).
A expressão Green Building1 foi então cunhada para englobar todas as iniciativas dedicadas
à criação de construções mais duráveis; que utilizem recursos de maneira eficiente, que
sejam confortáveis e adaptem-se às mudanças nas necessidades dos usuários; e que possam
ser desmontadas para aumentar a vida útil dos componentes através de sua reutilização ou
reciclagem.
O primeiro sinal da necessidade de se avaliar o desempenho ambiental de edifícios veio
exatamente com a constatação que, mesmo os países que acreditavam dominar os conceitos
de projeto ecológico, não possuíam meios para verificar quão "verdes" eram de fato os seus
edifícios. Como seria comprovado mais tarde, edifícios projetados para sintetizar os
1 Freqüentemente utilizada erroneamente em alternância com a expressão Sustainable Building. O termo green refere-se
exclusivamente à dimensão ecológica (ou sustentabilidade ambiental) da construção sustentável , que é um conceito mais abrangente, que contempla ainda as dimensões social e econômica.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 34
conceitos de construção ecológica freqüentemente consumiam ainda mais energia que
aqueles resultantes de práticas comuns de projeto e construção.
O segundo grande impulso no crescimento de interesse pela avaliação ambiental de edifícios
veio com o consenso entre pesquisadores e agências governamentais quanto à classificação
de desempenho atrelada aos sistemas de certificação ser um dos métodos mais eficientes
para elevar o nível de desempenho ambiental tanto do estoque construído quanto de novas
edificações.
A experiência tem demonstrado que os saltos nos níveis mínimos de desempenho aceitáveis
dependem necessariamente de alterações nas demandas do mercado, sejam elas voluntárias
ou originadas de exigências normativas. Especificamente sobre o desempenho ambiental,
acredita-se que estas alterações não serão possíveis até que os empreendedores da
construção civil e os usuários dos edifícios tenham acesso a métodos relativamente simples
que lhes permita identificar aqueles edifícios com melhor desempenho (NRCan/CANMET,
1998).
Sob este aspecto, o alcance das exigências normativas é limitado à garantia de um
desempenho mínimo, não havendo incentivo para procurar atender a patamares superiores.
Os sistemas de adoção voluntária, por outro lado, pretendem que o próprio mercado
impulsione a elevação do padrão ambiental, seja por comprometimento ambiental ou por
questão de competitividade e diferenciação mercadológica.
3.2 PRINCIPAIS INICIATIVAS E ESTADO ATUAL
Atualmente, praticamente cada país europeu - além de Estados Unidos, Canadá, Austrália,
Japão e Hong Kong - possui um sistema de avaliação e classificação de desempenho
ambiental de edifícios (Tabela 1).
As circunstâncias contextuais que resultaram em sua criação variam, assim como as
aplicações pretendidas para estes sistemas, que vão desde ferramentas de apoio ao projeto
até ferramentas de avaliação pós-ocupação. A grande maioria dos sistemas adequa-se melhor
à avaliação de edifícios novos ou projetos, trabalhando no plano do desempenho potencial,
sendo raros os exemplos de sistemas neste segundo caso. Poucos sistemas distinguem
claramente entre o desempenho ambiental com base em propriedades inerentes ao edifício
(desempenho potencial) e o desempenho real do edifício em operação (ZIMMERMANN et
al., 2002).
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 35
Tabela 1 - Principais sistemas existentes para avaliação ambiental de edifícios.
País Sistema Comentários
BREEAM (BRE Environmental Assessment Method)
Sistema com base em critérios e benchmarks, para várias tipologias de edifícios. Um terço dos itens avaliados são parte de um bloco opcional de avaliação de gestão e operação para edifícios em uso. Os créditos são ponderados para gerar um índice de desempenho ambiental do edifício. O sistema é atualizado regularmente (a cada 3-5 anos) (BALDWIN et al., 1998).
Reino Unido
PROBE (Post-occupancy Review of Building Engineering)
Projeto de pesquisa para melhorar a retro-alimentação sobre desempenho de edifícios, através de avaliações pós-ocupação (com base em entrevistas técnicas e com os usuários) e de método publicado de avaliação e relato de energia (COHEN et al., 2001).
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)
Inspirado no BREEAM. Sistema com base em critérios e benchmarks. O sistema é atualizado regularmente (a cada 3-5 anos) e versões para outras tipologias estão em estágio piloto. Na versão para edifícios existentes, a linguagem ou as normas de referência foram modificados para refletir a etapa de operação do edifício (USGBC, 2001).
Estados Unidos
MSDG (Minnesota Sustainable Design Guide)
Sistema com base em critérios (emprego de estratégias de projeto ambientalmente responsável). Ferramenta de auxílio ao projeto (CARMODY et al. 2000).
Internacional GBC (Green Building Challenge)
Sistema com base em critérios e benchmarks hierárquicos. Ponderação ajustável ao contexto de avaliação (COLE;LARSSON, 2000).
Hong Kong HK-BEAM (Hong Kong Building Environmental Assessment Method)
Adaptação do BREEAM 93 para Hong Kong, em versões para edifícios de escritórios novos (CET, 1999a) ou em uso (CET, 1999b) e residenciais (CET, 1999c). Não pondera.
Alemanha EPIQR Avaliação de edifícios existentes para fins de melhoria ou reparo (LÜTZKENDORF, 2002)
EcoEffect Método de LCA para calcular e avaliar cargas ambientais causadas por um edifício ao longo de uma vida útil assumida. Avalia uso de energia, uso de materiais, ambiente interno, ambiente externo e custos ao longo do ciclo de vida (LCC2). A avaliação de uso de energia e de uso de materiais é feita com base em LCA; enquanto a avaliação de ambiente interno e de ambiente externo é feita com base em critérios. Um software de apoio, no momento com base de dados limitada, foi desenvolvido para cálculo dos impactos ambientais e para apresentação dos resultados (GLAUMANN, 1999)
Suécia
Environmental Status of Buildings
Sistema com base em critérios e benchmarks, modificado segundo as necessidades dos membros. Sem LCA ou ponderação
2 Life-cycle cost analysis.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 36
País Sistema Comentários
(GLAUMANN; VON PLATEN, 2002)
Dinamarca BEAT 2002 Método de LCA, desenvolvido pelo SBI3, que trata os efeitos ambientais da perspectiva do uso de energia e materiais. (GLAUMANN; VON PLATEN, 2002)
Noruega EcoProfile Sistema com base em critérios e benchmarks hierárquicos, influenciado pelo BREEAM. Possui duas versões: edifícios comerciais e residenciais (PETTERSEN, 2002; GLAUMANN; VON PLATEN, 2002)
Finlândia PromisE Environmental Classification System for Buildings
Sistema com base em critérios e benchmarks, com ponderação fixa para quatro categorias: saúde humana (25%), recursos naturais (15%), conseqüências ecológicas (40%) e gestão de risco (20%) (AHO, 2002; HUOVILA et al., 2002).
BEPAC (Building Environmental Performance Assessment Criteria)
Inspirado no BREEAM e dedicado a edifícios comerciais novos ou existentes. O sistema é orientado a incentivos, e distingue critérios de projeto e de gestão separados para o edifício-base e para as formas de ocupação que ele abriga (COLE;ROUSSEAU;THEAKER, 1993)
Canadá
BREEAM Canada Adaptação do BREEAM (SKOPEK, 2002) Áustria Comprehensive Renovation Sistema com base em critérios e benchmarks, para residências
para estimular renovações abrangentes em vez de parciais (GEISSLER, 2002)
França ESCALE Sistema com base em critérios e benchmarks. Pondera apenas os itens nos níveis inferiores. O resultado é um perfil de desempenho global, detalhado por sub-perfis (CHATAGNON et al, 1998)
CASBEE (Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency)
Sistema com base em critérios e benchmarks. Composto por várias ferramentas para diferentes estágios do ciclo de vida. Inspirada na GBTool, a ferramenta de projeto trabalha com um índice de eficiência ambiental do edifício (BEE), e aplica ponderação fixa e em todos os níveis (JSBC, 2002).
Japão
BEAT (Building Environmental assessment Tool)
Ferramenta LCA publicada pelo BRI (Building Research Institute), em 1991.
Austrália NABERS (National Australian Building Environment Rating Scheme)
Sistema com base em critérios e benchmarks. Para edifícios novos e existentes. Atribui uma classificação única, a partir de critérios diferentes para proprietários e usuários. Em estágio-piloto. Os níveis de classificação são revisados anualmente (VALE et al , 2001)
Embora não exista uma classificação formal neste sentido, os sistemas de avaliação
ambiental disponíveis podem ser claramente separados em duas categorias. De um lado,
estão os sistemas que promovem a construção sustentável através de mecanismos de
mercado. O Building Research Establishment Environmental Assessment Method -
BREEAM (BALDWIN et al., 1998), foi pioneiro e lançou as bases de todos os sistemas de
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 37
avaliação orientados para o mercado que seriam posteriormente desenvolvidos em todo o
mundo, como o HK-BEAM (CET, 1999a; CET, 1999b; CET, 1999c), do LEEDTM (USGBC,
1999), do CSTB ESCALE (NIBEL et al., 2000) e do CASBEE (JSBC, 2002). Estes
sistemas foram desenvolvidos para serem facilmente absorvidos por projetistas e pelo
mercado em geral, e têm, portanto, uma estrutura mais simples, normalmente formatada
como uma lista de verificação. Para divulgar o reconhecimento do mercado pelos esforços
dispensados para melhorar a qualidade ambiental de projetos, execução e gestão
operacional, todos eles são vinculados a algum tipo de certificação de desempenho.
No segundo grupo estão os métodos orientados para pesquisa, como o Building
Environmental Performance Assessment Criteria - BEPAC
(COLE;ROUSSEAU;THEAKER, 1993) e seu sucessor, o Green Building Challenge - GBC
(COLE;LARSSON, 2000), centrados no desenvolvimento metodológico e fundamentação
científica.
Para construir um panorama abrangente dos sistemas existentes de avaliação ambiental de
edifícios, o detalhamento e a discussão metodológica que o segue serão concentrados nos
seguintes métodos:
§ o BREEAM, o primeiro deles e que embasou os vários sistemas orientados ao mercado subseqüentes;
§ o LEEDTM, atualmente o método com maior potencial de crescimento, pelo investimento maciço que está sendo feito para sua difusão e aprimoramento;
§ o BEPAC, o primeiro sistema orientado a pesquisa metodológica;
§ o GBC, sucessor do BEPAC e utilizado no estudo exploratório; e
§ o CASBEE, o método lançado mais recentemente, que introduziu alguns conceitos inovadores à avaliação de edifícios.
Esta seleção exclui os sistemas em idiomas pouco acessíveis (Eco-profile, da Noruega;
Environmental Status of Buildings e EcoEffect, da Suécia; PromisE, da Finlândia; e o
Rotterdams Puntensysteem, da municipalidade de Rotterdam, na Holanda); os em
desenvolvimento (CSTB Escale) e aqueles derivados de sistemas que serão descritos
detalhadamente (HK-BEAM, de Hong Kong, e MSDG, dos EUA, derivados respectivame nte
do BREEAM e do LEEDTM).
3 SBI – Statens Byggeforskninginstitut, http://www.sbi.dk (BYogBIG) , ou Danish Building and Urban Research,
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 38
3.2.1 BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT ENVIRONMENTAL ASSESSMENT METHOD (BREEAM) – 1990
O primeiro e mais conhecido dos métodos de avaliação ambiental de edifícios é o
BREEAM, lançado no Reino Unido em 1990 (BALDWIN et al., 1990) por pesquisadores
do BRE e do setor privado, em parceria com a indústria, visando especificação e mensuração
de desempenho. O BREEAM fornece um processo formal de avaliação embasado em uma
auditoria externa. O edifício é avaliado independentemente por avaliadores treinados e
indicados pelo BRE, que, por sua vez, é responsável por especificar os critérios e métodos
de avaliação e pela garantia da qualidade do processo de avaliação utilizado.
Dentro do objetivo geral de fornecer orientação sobre maneiras de minimizar os efeitos
adversos dos edifícios nos ambientes local e global e, ao mesmo tempo, promover um
ambiente interno saudável e confortável, os objetivos específicos deste método são
(BALDWIN et al., 1998):
• Distinguir edifícios de menor impacto ambiental no mercado;
• Encorajar práticas ambientais de excelência no projeto, operação gestão e manutenção;
• Definir critérios e padrões indo além daqueles exigidos por lei, normas e regulamentações; e
• Conscientizar proprietários, ocupantes, projetistas e operadores quanto aos benefícios de edifícios com menor impacto ambiental.
Os créditos são ponderados para obtenção de um índice de desempenho ambiental (EPI4),
que habilita à certificação em uma das classes de desempenho e permite comparação relativa
entre os edifícios certificados pelo sistema.
O sistema é atualizado regularmente (a cada 3-5 anos) para beneficiar-se de avanços em
pesquisa, para refletir a experiência acumulada e alterações nas prioridades de
regulamentações e do mercado, e para garantir que continue representando práticas de
excelência no momento da avaliação. A primeira revisão ocorreu em 1993 (PRIOR, 1993;
BALDWIN et al., 1993) e, atualmente em sua terceira versão (BREEAM 98), o sistema
conta com significativa penetração no mercado, é um componente importante de política
http://www.dbur.dk/english/.
4 EPI - Environmental Performance Index. Ver item 3.2.1.2.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 39
ambiental em diversos negócios e foi aceito como representação de prática de excelência no
Reino Unido.
As principais alterações introduzidas no BREEAM 98 em relação a sua versão anterior
(BREEAM 93) relacionam-se a:
• As versões anteriores para edifícios novos e existentes foram consolidadas em um sistema único;
• O sistema consiste em um bloco central de avaliação, com dois blocos opcionais relacionados à qualidade do projeto e execução e a procedimentos de gestão e operação.
• Aspectos que foram absorvidos pela legislação ou pela prática geral foram eliminados;
• Novos itens foram adicionados nos campos em que houve avanço no conhecimento (entre eles, a especificação de materiais e a consideração de comutação de transporte), para assegurar a cobertura abrangente dos aspectos ambientais e de sustentabilidade; e
• Um método de ponderação foi introduzido para determinar objetivamente um índice de desempenho que define a classificação do edifício.
Estima-se hoje que entre 30% e 40% dos novos edifícios de escritórios do Reino Unido
sejam submetidos a esta avaliação anualmente (HOWARD, 2001). O BREEAM é também a
metodologia de maior aceitação internacional. Versões deste sistema foram adaptadas às
condições do Canadá e Hong Kong, com o objetivo de priorizar aspectos de relevância
regional na avaliação. Segundo DOGGART;BALDWIN (1997), outras versões estão sendo
desenvolvidas na Dinamarca, Noruega, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos, e o
BREEAM teria sido aplicado em mais de mil casos na Europa, Ásia e América do Norte.
Não há, no entanto, publicações relatando os resultados destas experiências.
A popularidade do BREEAM deve-se, em grande parte, a: (1) abordagem de desempenho de
referência (benchmark); (2) cobertura abrangente de aspectos relacionados a energia,
impacto ambiental, e saúde e produtividade; e (3) identificação de oportunidades realistas
para melhoria, assim como de potenciais vantagens financeiras adicionais.
3.2.1.1 ESTRUTURA E PONTUAÇÃO
O processo de avaliação utilizando o BREEAM 98 for offices é composto pelos três blocos
de critérios ilustrados na Figura 1. A versão 98 mesclou os dois sistemas que - até a versão
93 - avaliavam separadamente edifícios de escritórios novos e existentes. Desta forma, um
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 40
conjunto básico de critérios de desempenho do edifício é avaliado em todos os casos, e os
blocos Projeto e Execução e Operação e Gestão (O&M) são incluídos nos casos em que o
objeto avaliado for, respectivamente, um edifício novo ou um edifício em uso.
No caso de edifícios existentes, porém desocupados ou alvo de modernização parcial, não se
atribui certificação, mas o total de pontos dos itens de desempenho básico do edifício é
lançado em um ábaco para obtenção do EPI equivalente.
Figura 1 - Blocos de critérios no processo de avaliação do BREEAM (edifícios de escritórios). Ver Tabela 3, sobre número mínimo de pontos.
Os créditos ambientais estão distribuídos em nove categorias de avaliação (Tabela 2).
Dentro de cada categoria há requisitos pra a obtenção de créditos que refletem as opções
disponíveis para projetistas e gestores de edifícios. A quantidade de créditos em cada
categoria não reflete a importância relativa entre elas, que é dada por fatores de ponderação
que passaram a ser atribuídos a cada categoria, com a vigência do BREEAM 98. O critério
de ponderação utilizado tem base consensual e resulta de trabalho conduzido pelo BRE
(DICKIE;HOWARD, 2000)
Ed. existentes, desocupados (EPI equivalente)
Projeto, edifícios novos e reabilitações
(mín 200 pontos)
Projeto e execução Desempenho
edifício
Edifícios existentes, em uso (mín 160 pontos)
Gestão e Operação (O&M)
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 41
Tabela 2 – Estrutura de avaliação do BREEAM 98 (BALDWIN et al., 1998).
Categorias (% total de pontos) Pontos (máx 1062 pts)
Gestão (14,1%) Aspectos globais de política e procedimentos ambientais
150 pts
Saúde/conforto (14,1%) Ambiente interno e externo ao edifício
150 pts
Uso de energia (19,6%) Energia operacional e emissão de CO2
5
208 pts
Transporte (11,3%) Localização do edifício e emissão de CO2 relacionada a transporte
120 pts
Uso de água (4,5%) Consumo e vazamentos
48 pts
Uso de materiais (9,8%) Implicações ambientais da seleção de materiais
104 pts
Uso do solo (3%) Direcionamento de crescimento urbano (evitando greenfields e encorajando a recuperação de brownfields
6 e uso de vazios
urbanos)
32 pts
Ecologia local (9%) Valor ecológico do sítio
96 pts
Poluição (14,5%) Poluição de água e ar, excluindo CO2 (tratado no item Energia)
154 pts
3.2.1.2 PONDERAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS
Nas versões anteriores, os critérios de avaliação eram agrupados segundo a escala dos
impactos (global, local e interna 7). Uma das principais modificações da versão 98 em relação
às versões anteriores do BREEAM foi a introdução de fatores de ponderação para as
categorias de créditos ambientais para chegar a um índice de desempenho ambiental (EPI),
com valor entre zero e 10 (Figura 2). De acordo com o EPI obtido, são atribuídos quatro
níveis de certificação. A Tabela 3 mostra a classificação provável do edifício, a partir do
número de pontos obtidos em uma lista de verificação (checklist) simplificada8.
5 CO2 - Dióxido de carbono.
6 Em alguns países, a expressão “brownfield site” é usada, em legislação específica, para designar propriedades
imobiliárias em que expansão, redesenvolvimento ou reuso possam ser complicados pela presença potencial ou verificada de substâncias perigosas , poluentes ou contaminantes.
7 O HK-BEAM vigente ainda mantém este formato.
8 Para orientar as equipes de projeto e gestão do edifício, o BREEAM fornece uma lista de verificação (checklist)
simplificada, que detalha os requisitos específicos para a obtenção dos créditos ambientais. A metodologia completa é acessível apenas aos avaliadores credenciados, que verificam o atendimento de itens mínimos de desempenho, projeto e operação dos edifícios e atribuem os créditos correspondentes.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 42
Figura 2 - Esquema da obtenção do Índice de Desempenho Ambiental (EPI), utilizado pelo BREEAM (BALDWIN et al., 1998).
Tabela 3 - Classificação provável no BREEAM, conforme pontos obtidos na lista de verificação simplificada.
Nível de classificação Projeto e execução Gestão e Operação
Aprovado > 200 pts (25%) > 160 pts (21,1%)
Bom > 300 pts (37,5%) > 280 pts (36,9%)
Muito bom > 380 pts (47,5%) > 400 pts (52,8%)
Excelente > 490 pts (61,3%) > 520 pts (68,6%)
O número de critérios em cada uma destas categorias implicava em um certo grau de
ponderação, mas até o BREEAM 98 não havia nenhuma tentativa de ponderar os aspectos
em uma escala comum para obter uma nota para o edifício.
3.2.2 BUILDING ENVIRONMENTAL PERFORMANCE ASSESSMENT CRITERIA (BEPAC) - 1993
O BEPAC foi o primeiro método canadense para ava liação abrangente do desempenho
ambiental de edifícios. A primeira versão foi lançada em dezembro de 1993 para edifícios na
província de British Columbia. Versões regionais foram posteriormente derivadas para as
gestão
saúde e conforto
uso de energia
transporte
uso de água
uso de materiais
uso do solo
ecologia local
poluição
aval
iaçã
o
po
nd
eraç
ão
créd
itos
po
r ca
teg
ori
a
Índi
ce d
e de
sem
penh
o am
bien
tal (
EP
I)
classificação ambiental
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 43
províncias de Ontário e The Maritimes, para considerar variações nas matrizes energéticas e
nas prioridades ambientais (COLE, s.d.).
Trata-se de um método padronizado e abrangente desenvolvido exclusivamente para a
avaliação do desempenho ambiental de edifícios comerciais novos ou existentes. O método é
orientado a incentivos, para guiar e encorajar o mercado a valorizar práticas com maior
responsabilidade ambiental e padrões de desempenho mais elevados. Os edifícios poderão
ser certificados de acordo com a qualidade ambiental de seu projeto e gestão (COLE et al.,
1993).
O BEPAC foi desenvolvido à luz do BREEAM, sendo as semelhanças conceituais mais
notáveis:
• O BEPAC é um programa de adoção voluntária;
• O desempenho do edifício é dado pelo conjunto de desempenho potencial e práticas de gestão da operação;
• A base para avaliação (sejam edifícios novos ou existentes) é o desempenho esperado da congregação de práticas de excelência, em função das normas disponíveis que orientem projeto e operação de edifícios e do conhecimento consolidado e de tecnologias/conceitos emergentes nestas áreas;
• Os itens avaliados são agrupados conforme a escala do impacto; e
• A avaliação é de terceira parte, feita por avaliadores treinados pelo BEPAC ou que demonstrem conhecimento reconhecido em todos nos campos avaliados.
No BEPAC, optou-se por conduzir avaliações em menor número, porém mais detalhadas e
abrangentes que o BREEAM. Ao ampliar o escopo da avaliação, obviamente cresceram o
custo e a complexidade de aplicação do sistema, mas neste caso, o objetivo era, antes de
produzir um sistema de certificação ambiental com maior flexibilidade de aplicação,
delinear melhor uma metodologia que pudesse orientar o desenvolvimento de novos
sistemas de avaliação.
O projeto para desenvolvimento do BEPAC foi encerrado em 1993. Este método foi o
embrião do que mais tarde seria o projeto Green Building Challenge (ver item 3.2.5). O
GBC também foi iniciado no Canadá, sob a coordenação de desenvolvedores do BEPAC e
de iniciativas do NRCan9, como o C-2000 (Integrated Design Process) e o CBIP
9 Natural Resources Canadá.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 44
(Commercial Buildings Incentive Program)10. A GBTool (Green Building Tool), ferramenta
utilizada no GBC, foi desenvolvida a partir de uma combinação do BEPAC com o C-2000.
3.2.2.1 ESTRUTURA E PONTUAÇÃO
O desempenho ambiental de um edifício resulta da interação do edifício e seus sistemas
principais (denominado no BEPAC de “edifício-base”) e com a maneira com que o edifício
é utilizado e gerido/operado. A estrutura do BEPAC então distingue critérios de projeto e de
gestão separados para o edifício-base e para a tipologia de ocupação (Figura 3) (COLE,
s.d.). Estes créditos estão distribuídos em quatro módulos: (1) projeto do edifício base; (2)
gestão do edifício-base; (3) projeto da ocupação (dafaults de ocupação); e (4) gestão da
ocupação. Cada módulo é avaliado segundo cinco categorias:
• proteção da camada de ozônio;
• impacto ambiental do uso de energia;
• qualidade do ambiente interno;
• conservação de recursos; e
• contexto de implantação e transporte.
Figura 3 – Estrutura do BEPAC.
10 Estes são programas complementares do NRCan. O C-2000 é um programa de demonstração (projeto integrado)
aplicado a edifícios de alto desempenho, conceito que engloba, entre outros, redução no consumo de energia e liberação de emissões, consumo de recursos, melhoria da qualidade do ar interno e aspectos como funcionalidade, adaptabilidade e mantenabilidade. O CBIP tem natureza similar ao C-2000 (ênfase no apoio ao processo de projeto), porém restrito a questões energéticas (prevê incentivos de até 3 vezes o custo da energia economizada pelo projeto).
Tipologia de Ocupação
Módulo 3 projeto
Módulo 4 gestão
Edifício-base Módulo 1 projeto
Módulo 2 gestão
proteção da camada de ozônio impacto ambiental do uso de energia qualidade do ambiente interno conservação de recursos
contexto de implantação e transporte
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 45
As categorias de impacto cobrem um conjunto abrangente de aspectos ambientais que
percorrem as escalas global, local e interna (como no BREEAM versão1/90), e para permitir
maior detalhamento da avaliação, algumas delas são subdivididas. Para cada categoria de
impacto existem critérios formulados apropriadamente para avaliação por projetistas ou por
gerentes de operação. Estes critérios incorporam referências objetivas de desempenho,
utilizando avaliações numéricas sempre que possível.
Apesar de os aspectos ambientais alterarem-se com o tempo, as categorias são
suficientemente amplas para continuar a englobar todas as considerações potencialmente
relevantes. O BEPAC não hierarquiza as categorias de impacto, mas destaca que Proteção
da camada de ozônio e Impactos ambientais do uso de energia têm implicações profundas,
globais, e, portanto, são alvos de regulamentações internacionais (COLE, s.d.).
Em cada categoria, os critérios de avaliação são divididos em essenciais, importantes ou
suplementares, e podem receber de 1 a 10 pontos. A série ampla de categorias cobertas pelo
BEPAC inviabiliza o uso de um sistema único de atribuição de créditos para critérios de
naturezas tão diferentes. Por essa razão, as categorias Proteção da camada de ozônio e
Impactos ambientais do uso de energia são predominantemente orientadas a desempenho,
e os pontos são atribuídos de acordo com o desempenho mensurado/estimado. Por outro
lado, as seções Qualidade do ambiente interno, Conservação de recursos e Contexto de
implantação e transporte são predominantemente prescritivas, i.e., os pontos são atribuídos
apenas diante da presença de determinado dispositivo ou estratégia (COLE, s.d.).
3.2.2.2 PONDERAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS
Para determinar os créditos correspondentes, os pontos obtidos em cada critério são
multiplicados por fatores de ponderação. Esta ponderação procura refletir a significância e
prioridade em relação aos demais critérios na mesma categoria, ou o esforço necessário
para atender ao critério estipulado.
A ponderação de critérios é conduzida apenas dentro das categorias de impacto. Devido às
diferenças fundamentais entre as categorias, elas não são ponderadas entre si. O resultado
final da avaliação traz, portanto, o total de créditos obtidos em cada uma das cinco
categorias e, no certificado concedido, os créditos obtidos são mostrados em relação ao valor
máximo possível para cada critério.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 46
3.2.3 GREEN BUILDING CHALLENGE (GBC) - 1996
A iniciativa que merece maior destaque desde a empreitada pioneira do BRE é o chamado
Green Building Challenge (GBC), um consórcio internacional reunido com o objetivo de
desenvolver um novo método para avaliar o desempenho ambiental de edifícios: um
protocolo de avaliação com uma base comum, porém capaz de respeitar diversidades
técnicas e regionais (COLE;LARSSON, 2000). O GBC caracteriza-se por ciclos sucessivos
de pesquisa e difusão de resultados. A etapa de desenvolvimento inicial (24 meses),
integralmente financiada pelo governo do Canadá, envolveu 15 países e culminou em uma
conferência internacional em Vancouver, Canadá – a GBC'98.
A divulgação dos resultados da segunda fase de desenvolvimento (18 meses),
compreendendo trabalhos de 19 países, foi um dos ramos centrais da conferência
Sustainable Buildings 2000. Desta etapa em diante, o governo canadense deixou de ser
responsável pela gestão do processo. A coordenação do GBC, assim como a co-
responsabilidade pela seqüência de conferências Sustainable Buildings (SB) foi absorvida
pela iiSBE (International Iniciative for Sustainable Built Environment) em 2000. Com isso,
as equipes participantes do GBC tornaram-se responsáveis pela captação dos recursos
necessários para condução de suas avaliações.
O terceiro ciclo (24 meses) envolveu pesquisas conduzidas em 24 países, entre eles o Brasil,
cujos resultados foram divulgados em nova conferência internacional (SB’02/GBC’02),
realizada em Oslo, Noruega. O quarto ciclo iniciou-se em 2003 e será concluído com a
SB’05, em Tókio.
Uma diferença notável entre o GBC e a primeira geração de sistemas de avaliação ambiental
de edifícios é que estes últimos fornecem alguma forma de classificação de desempenho,
vinculada a um sistema de certificação. O objetivo geral do GBC é prover uma base
metodológica sólida e a mais científica possível, dentro das limitações do estado atual do
conhecimento.
O GBC procura diferenciar-se como uma nova geração de sistemas de avaliação,
desenvolvida especificamente para ser capaz de refletir as diferentes prioridades,
tecnologias, tradições construtivas e valores culturais de diferentes países ou regiões em um
mesmo país. A pontuação é dada por comparação com desempenhos de referência
(benchmarks), e as equipes de avaliação são encorajadas a indicar a melhor ponderação entre
as categorias de impacto em cada caso.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 47
As principais características da avaliação utilizada no GBC são:
1) Para realizar comparação internacional de edifícios, o GBC utiliza indicadores de sustentabilidade ambiental. Até a versão GBTool 2K (2000), eram utilizados quatro indicadores: consumo anual de energia, consumo anual de água, consumo (área) de solo, emissão anual de GHG 11. Na versão 2002, doze indicadores foram testados (Tabela 4).
Tabela 4 - Indicadores de sustentabilidade ambiental utilizados pela GBTool v 1.81 (2002).
Indicadores de sustentabilidade (os valores são normalizados por área e por área e ocupação)
ESI-1 Consumo total de energia primária incorporada, GJ
ESI-2 Consumo anual de energia primária incorporada, MJ
ESI-3 Consumo anual de energia primária para operação do edifício, MJ
ESI-4 Consumo anual de energia primária não-renovável para operação do edifício, MJ
ESI-5 Consumo anual de energia primária incorporada e para operação do edifício, MJ
ESI-6 Área de solo consumida pela construção do edifício e serviços relacionados, m2
ESI-7 Consumo anual de água potável para operação do edifício, m3
ESI-8 Uso anual de água cinza e água da chuva para operação do edifício, m3
ESI-9 Emissão anual de gases de efeito estufa pela operação do edifício, kg. CO2 equivalente
ESI-10 Vazamento previsto de CFC12
-11 equivalente por ano, gm.
ESI-11 Massa total de materiais reutilizados empregados no projeto, vindos do próprio terreno ou de fontes externas, kg.
ESI-12 Massa total de novos materiais (não reutilizados) empregados no projeto, vindos de fontes externas, kg.
2) Para fornecer resultados aderentes às particularidades locais, o GBC estabelece:
• ponderação personalizável: a pontuação das categorias principais é multiplicada pelos fatores de ponderação correspondentes, definidos pelas equipes de avaliação segundo condições específicas do contexto. No momento, os pesos dos itens dentro das categorias não são alterados pelo usuário; e
• pontuação atribuída segundo uma escala de graduação de desempenho. Os resultados são posteriormente comparados a desempenhos de referência (benchmarks).
3) Para fornecer resultados com maior embasamento científico:
• maior uso possível de critérios orientados ao desempenho ;
• a estrutura está parcialmente organizada no formato SETAC/ISO 14.040 de LCA (categorias uso de recursos e cargas ambientais);
• modelos e estimadores simplificados (para elementos como energia e emissões incorporadas nos materiais e impactos associados a transporte) desenvolvidos em
11 GHG – Green house gases (substâncias causadoras de efeito estufa).
12 CFC - Clorofluorcarbono.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 48
agências de pesquisa internacionais vêm sendo incorporados no cálculo dos impactos (especialmente emissões) e na ponderação-default; e
• comitês do GBC buscam fundamentação consistente para a definição de benchmarks; de critério de ponderação entre e intra categorias e de uma gama mais ampla de indicadores de sustentabilidade para refinar as comparações internacionais.
3.2.3.1 ESTRUTURA E PONTUAÇÃO
Seis categorias são avaliadas na GBTool (Tabela 5).
Tabela 5 - Categorias avaliadas na GBTool (ponderação default do sistema).
Categorias Peso (total 100%)
Uso de recursos Energia, água, solo e materiais
20%
Cargas ambientais Emissões, efluentes e resíduos sólidos
25%
Qualidade do ambiente interno Qualidade do ar, ventilação, conforto e poluição eletromagnética
20%
Qualidade dos serviços Flexibilidade, adaptabilidade, controlabilidade pelo usuário, espaços externos e impactos nas propriedades adjacentes
15%
Aspectos econômicos 10%
Gestão pré-ocupação Planejamento do processo de construção, verificação pré-entrega e planejamento da operação
10%
Transporte Ainda não operacional
0%
A pontuação é atribuída segundo uma escala de graduação de desempenho que vai de -2 a
+5 (Figura 4). O zero da escala corresponde ao desempenho de referência (benchmark,
Figura 9). Este sistema de pontuação foi projetado para tentar acomodar critérios
qualitativos e quantitativos (COLE; LARSSON, 1997; NRCan/CANMET, 1998). O
conceito de escala de pontuação está implícito na pontuação do BREEAM e no LEED, mas
esta idéia de uma escala clara, que aponta inclusive desempenho negativo, foi introduzida
pelo GBC e incorporada em sistemas como o CASBEE, lançado em 2002, e o ESCALE, ora
em desenvolvimento.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 49
Figura 4 - Blocos de entrada e saída de dados na GBTool.
Na primeira fase da pesquisa (até 1998), foi produzido e utilizado um software,
posteriormente abandonado devido a sua complexidade e às dificuldades de atualização e
utilização reportadas pelas equipes (COLE; LARSSON, 1997; NRCan/CANMET, 1998;
COLE;LARSSON, 2000). Na segunda etapa de desenvolvimento (1998-2000) houve a
migração para uma plataforma Excel® constituída por uma série de onze planilhas-padrão
(Figura 5).
A planilha Avaliação é preenchida semi-automaticamente, com base nas informações
inseridas em seis planilhas de entrada de dados (contexto, descrição da matriz energética,
descrição do edifício, áreas, características do envelope, e aspectos econômicos), na planilha
de caracterização de desempenho de referência (benchmarks, Figura 6) e na planilha para
definição de fatores de ponderação (Figura 7). Duas planilhas de saída de dados (relatório e
resultados) são geradas automaticamente.
Os próprios projetistas, executores ou operadores do edifício fornecem a descrição do
edifício, mas não participam da definição de benchmarks ou dos fatores de ponderação, que
é responsabilidade exclusiva da equipe de avaliação.
A
just
es l
oca
is
contexto/energia
Saída Avaliação Entrada
descrição
envelope
áreas
Discussão resultados
Relatório Desempenho
pesos
+5
+3
0
critérios
ponderação
benchmark
custos
Uso de recursos Cargas ambientais Qualid. ambiente interno Qualidade dos serviços Aspectos econômicos Gestão pré-ocupação
-1
-2
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 50
Figura 5 - Representação esquemática do processo de avaliação utilizado no Projeto GBC.
General building design benchmarks Benchmark Units
Amount of material excavated that is taken off the site, as a proportion of total below-grade built volume 25% % excavated volume
Proportion of site area that is hard-paved and non-permeable 50% % unbuilt site area
Proportion of hard-paved site area that is permeable 25% % hard-paved site area
Proportion of landscaped site area with planting requiring watering 90% % landscaped site area
Minimum percent of storm water disposed of within the site 20% % of total storm water
Benchmarks for Materials Benchmark Units
Proportion of the structure that would normally be retained as part of the new building, if there is a suitable existing building on the site. 25% % floor area
Proportion of materials used in the building that would normally be salvaged from off-site sources 5% % weight
Recycled content in materials used in the building that would normally be obtained from off -site sources. 5% % weight
Embodied Energy and Emissions Benchmark Benchmark
Best Units
Best practice embodied energy for above- and below-grade structure and building envelope, GJ per m2 of gross area 1,25 GJ/m2
Standard practice embodied energy for above- and below-grade structure and building envelope, GJ per m2 of gross area 2,25 GJ/m2
Embodied GHG emissions in kg. as a multiple of embodied energy in GJ (crude conversion) 72
Approx. kg. CO2 equiv./ GJ
Figura 6 - Trechos da planilha original de definição de referências de desempenho (benchmarks).
Processamento
Edifício
Resultados
Benchmark
Contexto
Envelope
Ponderação
Aspectos Econômicos
Planilha Avaliação
Relatório
Energia
Áreas
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 51
3.2.3.2 PONDERAÇÃO
A importância relativa das diferentes categorias de impactos é considerada através de
critérios de ponderação ajustados pelas equipes de avaliação (Figura 7) para garantir a
aderência dos resultados a cada contexto de avaliação específico (COLE; LARSSON, 1997;
NRC/CANMET, 1998).
A pontuação final do edifício é derivada para agregação ponderada sucessiva de pontuações
obtidas em quatro níveis: (1) sub-critérios, (2) critérios, (3) categorias e áreas de
desempenho, e (4) temas principais, que é o nível hierárquico mais elevado. Este acúmulo
sucessivo de ponderações essencialmente subjetivas para as pontuações de desempenho tem
sido controverso desde o início do GBC, mas sua influência foi até certo ponto atenuada
pela fixação dos pesos nos dois níveis mais baixos: por default, os fatores de ponderação dos
itens dentro das categorias (critérios e sub-critérios) são divididos igualmente; e apenas os
pesos das categorias são personalizados.
Weight RESOURCE CONSUMPTION
20% R1 Net life-cycle use of primary energy 20% R1.1 Primary energy embodied in materials, annualized over the life-cycle 50% R1.2 Net primary non-renewable energy used for building operations over the life-cycle 50% R2 Use of land and change in quality of land 25% R2.1 Net area of land used for building and related development purposes 44% R2.2 Change in ecological value of the site 56% R3 Net consumption of potable water 20% R4 Re-use of existing structure or on-site materials and/or recycling of existing materials off-site 15% R4.1 Retention of an existing structure on the site 53% R4.2 Off -site re-use or recycling of steel from existing structure on the site. 18% R4.3 Off -site re-use or recycling of materials and components from existing structure on the site. 29% R5 Amount and quality of off-site materials used 20% R5.1 Use of salvaged materials from off -site sources 33% R5.2 Recycled content of materials from off -site sources 33% R5.3 Use of wood products that are certified or equivalent 33%
Figura 7 - Trecho da planilha original de definição de fatores de ponderação.
3.2.3.3 COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS
Além do gráfico de desempenho global e do desempenho em cada categoria (Figura 9), a
ferramenta gera automaticamente seis gráficos parciais, um para o desdobramento de cada
categoria implementada. A linha vermelha (nota 0) representa a prática típica (benchmark).
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 52
Figura 8 - Trecho da planilha original de avaliação (ponderada).
1,6
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
Total Score for Resources, Loadings and IEQ
2,0 1,9 0,7 1,9 2,7 1,8 0,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
Resources Loadings IEQ Service Quality Economics Management Transport
Figura 9 - Saída gráfica de resultados: gráfico de desempenho global (esquerda) e de cada categoria de desempenho.
Total
Categorias de desempenho
Recursos
Cargas IEQ Qualid.
Servi’cos Desemp.
Econômico Gestão Transporte
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 53
3.2.4 LEADERSHIP IN ENERGY AND ENVIRONMENTAL DESIGN (LEED) - 1999
Em 1994 o US Green Building Council (USGBC), instituição financiada pelo NIST
(National Institute of Standards and Technology), iniciou um programa para desenvolver,
nos Estados Unidos, um sistema de classificação de desempenho consensual e orientado
para o mercado, visando acelerar o desenvolvimento e a implementação de práticas de
projeto e construção ambientalmente responsáveis.
Acreditava-se que, enquanto os métodos tradicionais de regulamentação ajudaram a
melhorar as condições, a eficiência energética e o desempenho ambiental dos edifícios,
programas voluntários permitiriam estimular o mercado para acelerar o alcance das metas
estabelecidas, ou mesmo ultrapassá- las (USGBC, 2001). O desenvolvimento e
implementação bem-sucedida de iniciativas anteriores de aplicação de sistemas voluntários
de classificação de desempenho ambiental de edifícios no Reino Unido (BREEAM) e em
British Columbia, no Canadá (BEPAC), demonstraram que a identificação e comunicação
da eficiência e desempenho ambiental de edifícios (1) elevou a conscientização e o critério
de seleção dos consumidores e (2) estimulou os esforços de proprietários e construtores em
produzir edifícios ambientalmente avançados.
Acreditava-se, ainda, que o desenvolvimento de sistemas de classificação de desempenho
ambiental de edifícios tecnicamente consistentes, implicam necessariamente em incentivar
outros segmentos da indústria da construção a desenvolver produtos e serviços de maior
qualidade ambiental (USGBC, 2001).
Estas foram as bases para o desenvolvimento do LEED , um sistema de classificação e
certificação ambiental projetado para facilitar a transferência de conceitos de construção
ambientalmente responsável para os profissionais e para a indústria de construção
americana, e proporcionar reconhecimento junto ao mercado pelos esforços despendidos
para essa finalidade (USGBC, 1999). Os trabalhos foram iniciados em 1996, voltados
inicialmente para edifícios de ocupação comercial13.
13 O LEED considera como “ocupação comercial” os edifícios de escritórios, institucionais (bibliotecas, museus, igrejas,
entre outros), hotéis e edifícios residenciais com mais de quatro pavimentos.
Até o momento, o USGBC conta com outros dois programas de avaliação de edifícios: (1) LEED™ Commercial Interiors/Renovations (CI/R), direcionado a projetos de renovações e reabilitações de maiores proporções, não necessariamente em green buildings; e (2) LEED™ Residential, dedicado ao desenvolvimento e construção de residências unifamiliares ou edifícios residenciais com até 3 pavimentos. Renovações de edifícios residenciais, assim como a avaliação da operação e manutenção de edifícios serão alvo de sistemas futuros ou em desenvolvimento (site USGBC, http://www.usgbc.org, consultado em 09/06/01).
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 54
Assim como o BREEAM, este sistema concede créditos para o atendimento de critérios pré-
estabelecidos. A certificação é válida por um período de cinco anos, quando deverá ser
encaminhada uma nova solicitação de avaliação por um programa apropriado do USGBC,
desta vez centrado na avaliação da operação e gestão do empreendimento. A partir de
janeiro de 2000, foram previstas revisões regulares do sistema de certificação a cada 3 ou 5
anos ou em período inferior, caso uma decisão consensual do USGBC ou alguma
regulamentação local assim o exigir (USGBC, 1999).
O LEED é provavelmente o método disponível mais amigável enquanto ferramenta de
projeto, o que facilita a sua incorporação à prática profissional. Com uma estrutura simples a
ponto de ser, por isso, criticada, o LEED é baseado em especificação de desempenho em
vez de critérios prescritivos, e toma por referência princípios ambientais e de uso de energia
consolidados em normas e recomendações de organismos de terceira parte com credibilidade
reconhecida, como a ASHRAE14; a ASTM15; a EPA16; e o DOE17. Estas práticas de
efetividade já conhecida são então balanceadas com princípios emergentes, de forma a
estimular a adoção de tecnologias e conceitos inovadores.
A singularidade do LEED™ resulta principalmente do fato de ser um documento
consensual, aprovado pelas 13 categorias da indústria de construção representadas no
conselho gestor do sistema. O apoio de associações e fabricantes de materiais e produtos
favoreceu a ampla disseminação deste sistema nos EUA, que agora começa a estender-se
para o Canadá18.
3.2.4.1 ESTRUTURA E PONTUAÇÃO
A versão-piloto (LEED 1.0) foi lançada em janeiro de 1999 (USGBC, 1999). O
desempenho ambiental do edifício é avaliado de forma global, ao longo de todo o seu ciclo
de vida, numa tentativa de considerar os preceitos essenciais do que constituiria um "green
building".
14 American Society of Heating, Refrigerating and Air -conditionning Engineers.
15 American Society for Testing and Materials.
16 U.S. Environmental Protection Agency.
17 U.S. Department of Energy.
18 Em uma versão resultante da fusão do LEEDTM com o BREEAM-Canada.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 55
O critério mínimo de nivelamento exigido para avaliação de um edifício pelo LEED é o
cumprimento de uma série de pré-requisitos. Satisfeitos todos estes pré-requisitos, o edifício
torna-se elegível a passar para a etapa de análise e classificação de desempenho, dada pelo
número de créditos obtidos. Na versão atual do sistema - LEED 2.0 (USGBC, 2000) -
existem 7 pré-requisitos e 69 pontos possíveis (Tabela 6). A versão 3.0 está sendo preparada
e deverá ser lançada em breve.
As principais alterações em relação à Versão 1.0 relacionam-se a (1) redução do número de
pré-requisitos a serem satisfeitos (de 11 para 07); (2) aumento do número de itens
considerados na classificação de desempenho (de 50 para 69); (3) substituição do nível de
desempenho Bronze (acima de 50% dos pontos19) pelo nível LEED Certified20, e (4)
redistribuição de pontuação entre as categorias avaliadas. Convém notar que, com esta
primeira revisão:
§ a pontuação necessária para obtenção de certificação tornou-se proporcionalmente menor, já que o primeiro nível de certificação (LEED Certified) requer apenas 40% dos pontos. Isto parece indicar rigor excessivo nos critérios da versão-piloto e/ou uma certa dificuldade inicial no cumprimento de determinados itens;
§ especificamente quanto à redistribuição dos pesos entre as categorias avaliadas, as alterações mais notáveis referem-se ao aumento do peso das categorias Qualidade do ar interno (8 pontos porcentuais) e Inovação do processo de projeto e construção (5 pontos porcentuais); com correspondente redução do peso das categorias Materiais e Recursos (5 pontos porcentuais ) e Qualidade e uso de Água (9 pontos percentuais ). Isto demonstra tanto (1) a elevação do desempenho ambiental em determinadas áreas, de forma que o cumprimento de determinados quesitos já não representariam um diferencial em relação à prática de mercado, quanto (2) um correspondente redirecionamento da preocupação para determinados itens; e
§ itens que eram parte dos pré-requisitos da versão 1.0 desapareceram, como no caso de Qualidade da água (isenção de chumbo) e Eliminação (ou programa de gestão) de asbestos, também indicando elevação na qualidade ambiental das construções; ou então foram remanejados e (1) incluídos em itens de desempenho mínimo aceitável ou (2) tornaram-se item pontuado, como no caso de Conforto térmico, da categoria Qualidade do ar interno.
19 Nos três primeiros anos. Após este período, a certificação Bronze seria atribuída a edifícios que atingissem pelo menos
60% dos créditos (USGBC, 1999).
20 Principalmente por razões mercadológicas, devido ao desconforto causado pela certificação Bronze. (Fonte: contato
pessoal com Gail Lindsay, parte do corpo de implementadores do LEED, durante a reunião do GBC International Framework Committee, em Santiago - Chile, em março de 2001).
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 56
Tabela 6 – Estrutura de avaliação do LEED 2.0 (USGBC, 2000).
Categorias (% total de pontos) Pré-requisitos (7 PReq) Pontos (máx 69 pts)
Sítios sustentáveis (20%) até 14 pts
1. Seleção de área 01
2. Redesenvolvimento urbano 01 3. Redesenvolvimento de áreas contaminadas (brownfields ) 01
4. Transporte alternativo até 04
5. Redução de perturbação no sítio original até 02
6. Gestão de água da chuva até 02
7. Paisagismo e projeto de áreas externas para redução de ilhas de calor
até 02
8. Redução de poluição luminosa
§ Controle de erosão e sedimentação
01
Uso eficiente de água (7%) até 05 pts
1. Paisagismo com uso eficiente de água até 02
2. Tecnologias inovadoras para reutilização de água 01
3. Conservação de água
até 02
Energia e atmosfera (25%) até 17 pts
1. Otimização do desempenho energético 02 a 10
2. Uso de energia renovável até 03
3. Verificação de conformidade pré-entrega adicional (01 ponto) 01
4. Redução de HCFC21
s e Halons (dano à camada de ozônio) 01
5. Mensuração e verificação de desempenho 01
6. Uso de tecnologias renováveis e de poluição zero: solar, eólica, geotérmica, biomassa e hidrelétricas de baixo impacto
§ Verificação de conformidade pré-entrega (commissioning)
§ Eficiência energética mínima § Redução de CFCs nos
equipamentos de condicionamento e ventilação artificial 01
Materiais e recursos (19%) até 13 pontos
1. Reutilização de edifício até 03
2. Gestão de RCD até 02
3. Reutilização de recursos até 02
4. Materiais com conteúdo reciclado até 02
5. Materiais regionais/locais até 02
6. Materiais rapidamente renováveis 01
7. Uso de madeira certificada
§ Coleta e armazenamento de material reciclável produzido pelos usuários do edifício
01
Qualidade do ambiente interno (22%) até 15 pts
1. Monitoramento de CO2 01
2. Aumento eficiência de ventilação 01
3. Plano de gestão de qualidade do ar interno durante o processo de construção
até 02
4. Materiais com baixa liberação de VOCs22 até 04 5. Controle de poluição interna por origem química 01
6. Controlabilidade dos sistemas pelos usuários até 02
7. Conforto térmico até 02
8. Luz natural e vista para o exterior
§ Qualidade do ar interno mínima
§ Controle ambiental de fumaça de cigarros
até 02
Inovação e processo de projeto (7%) até 05 pontos
1. Inovação (estratégias de projeto e uso de tecnologias) até 04
2. Envolvimento de profissional habilitado pelo LEED
01
21 HCFC - Hidroclorofluorcarbono.
22 VOCs (Volatile Organic Compounds) - Compostos orgânicos voláteis.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 57
3.2.4.2 PONDERAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS
Por ter sido projetado também para funcionar como uma ferramenta de auxílio à tomada de
decisões, os aspectos avaliados no LEED têm peso idêntico, isto é: o LEED não aplica um
critério explícito de ponderação entre categorias, mas o número variável de itens dentro das
categorias define implicitamente pesos para cada uma delas.
A sua estrutura permite que apenas os quesitos para que se pretende obter a certificação
sejam avaliados. Isto significa, que somente os aspectos de projeto, por exemplo, podem ser
sejam avaliados (não considerando aspectos controlados pelos executores ou planejadores)
sem que o resultado final seja afetado (TODD, LINDSAY, 2000). Deve-se ter sempre em
mente, portanto, que, em determinadas condições, o resultado da avaliação pode ser
incompleto e não necessariamente refletir o desempenho global do edifício.
Na etapa de análise e classificação de desempenho, caso o edifício atinja um mínimo de
40% dos pontos, ele será certificado em um dos quatro níveis mostrados na Tabela 7.
Tabela 7 - Níveis de classificação do LEED™.
Nível de classificação Pontos (total 69 pts)
LEED Certified 26 a 32 pts (40-50%)
Silver 33 a 38 pts (51-60%)
Gold 39 a 51 pts (61-80%)
Platinum > 52 pts ( > 81%).
3.2.5 COMPREHENSIVE ASSESSMENT SYSTEM FOR BUILDING ENVIRONMENTAL EFFICIENCY (CASBEE) – 2002
A mais recente inovação no campo das avaliações ambientais de edifícios é o
Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency – CASBEE
(JSBC, 2002), apresentada publicamente pelo Japan Sustainability Building Consortium -
durante a SB’02 em Oslo.
Na verdade, o CASBEE não é uma, mas quatro ferramentas de avaliação, cada uma delas
destinada a usuários bem-definidos, que podem avaliar o projeto ou edifício existente em
estágios específicos de seu ciclo de vida (Tabela 8). Esta suíte de ferramentas destina-se à
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 58
avaliação de edifícios de escritórios, escolares e multi- residenciais. A ferramenta de projeto
para o ambiente - aqui chamada DfE23 CASBEE - é o alvo do detalhamento feito a seguir.
Tabela 8 – Suíte de ferramentas de avaliação que compõem o CASBEE.
Ferramenta Usuários Objetivos/características
Ferramenta de avaliação pré-projeto proprietários planejadores projetistas
Identificação do contexto básico do projeto, com ênfase em seleção de área e impactos básicos do projeto.
Edi
fício
s no
vos
Ferramenta de projeto para o ambiente (DfE)
projetistas construtores
Teste simples de auto-avaliação para auxiliar a melhorar a eficiência ambiental do edifício (BEE) durante o processo de projeto
Ferramenta de certificação ambiental proprietários, projetistas, construtores, agentes imobiliários
Para classificar edifícios concluídos, segundo sua eficiência ambiental
Determinar o valor básico de mercado do edifício certificado
Ed
ifíc
ios
exis
ten
tes
Ferramenta de avaliação pós -projeto (operação e renovação sustentáveis)
Proprietários projetistas operadores/gestores
Prover informações sobre como melhorar a BEE durante a etapa de operação
A estrutura conceitual do CASBEE caracteriza-se por dois pontos focais: a definição de
limites do sistema analisado (o edifício);e o levantamento e balanceamento entre impactos
positivos e negativos gerados ao longo de seu ciclo de vida.
O CASBEE propõe aplicar o conceito de sistemas fechados24 (um espaço hipotético
encerrado pelos limites do terreno) para determinar a capacidade ambiental relacionada ao
edifício a ser avaliado (Figura 10). Este limite hipotético define e distingue claramente o
espaço dentro dos limites do terreno (ambiente como propriedade privada), e o espaço fora
dos limites do terreno (ambiente como propriedade pública). Em relação a estes dois tipos de
espaços, o CASBEE define dois fatores:
• L (cargas ambientais) - impactos negativos que se estendem para fora do espaço hipotético (i.e.: para o ambiente público)
• Q (qualidade ambiental) - qualidade e desempenho ambiental do edifício (dentro do espaço hipotético).
23 DfE - Design for environment.
24 O conceito de ecossistemas fechados tem sido usado em avaliações ambientais para determinar a capacidade (de
suporte) ambiental, diante da constatação que a capacidade ambiental local e do planeta estão próximas de seus limites. Ver, por exemplo, o conceito de Environmental footprint em REES (1992); WACKERNAGEL;REES (1996) e REES (1999).
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 59
Figura 10 - Estrutura conceitual do CASBEE.
O conceito original de eco-eficiência (SCHMIDHEINY, 1992; VERFAILLIE; BIDWELL,
2000) expressa o valor do produto ou serviço às cargas ambientais a ele associadas. Para
integrar a avaliação destes dois fatores, associados aos espaços dentro e fora do limite do
sistema (edifício), o CASBEE modifica o conceito e cria um indicador de eficiência
ambiental do edifício (BEE25) (Tabela 9). Quanto maior o quociente do BEE
(qualidade/cargas, onde qualidade enfatiza a qualidade do ambiente interno, e as cargas, o
uso de energia), maior a sustentabilidade ambiental do edifício.
Tabela 9 – Modificação proposta pelo CASBEE para aplicação do conceito de eco-eficiência em avaliações ambientais de edifícios (JSBC, 2002).
Definição de eco-eficiência
Definição original (WBCSD26) Valor do produto ou serviço Unidade de carga ambiental
Definição modelada Saídas benéficas . Entradas + Saídas não-benéficas
Definição usada no CASBEE Qualidade e desempenho ambiental do edifício . Cargas ambientais causadas pelo edifício
25 BEE - Building Environmental Efficiency
26 WBCSD - World Business Council for Sustainable Development.
Limite hipotético do sistema (edifício)
Impactos dentro do limite hipotético são avaliados
pelo fator Q: qualidade e desempenho ambiental
Poluição de ar e água, ruído, calor etc
Impactos fora do limite hipotético são avaliados
pelo fator L: cargas ambientais
Consumo de recursos, CO2 incorporado etc
Poluição do solo, corpos d’água
Edifícios vizinhos Edifícios vizinhos
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 60
3.2.5.1 ESTRUTURA E PONTUAÇÃO
A inovação do CASBEE não está nas categorias avaliadas, mas em implementar avaliações
ambientais com base no conceito de eficiência ambiental do edifício. A sua estrutura de
avaliação (Tabela 10) e apresentação de resultados (salvo uma saída gráfica específica)
derivam claramente da GBTool, e são exemplos de cumprimento do objetivo principal do
Green Building Challenge em fornecer uma base metodológica sólida, para orientar o
desenvolvimento de métodos de avaliação locais.
Tabela 10 – Estrutura de avaliação do CASBEE.
Aspectos avaliados
Categorias para derivar o BEE Categoria (peso)
Pts BEE
Qualidade ambiental
Q1: Ambiente interno (0,5)
Ruído e acústica
Conforto térmico
Iluminação
Qualidade do ar
Q2: Qualidade dos serviços (0,35)
Serviceability (funcionalidade, aconchego)
Durabilidade
Flexibilidade e adaptabilidade
Q3: Ambiente externo (ao edifício) no terreno (0,15)
Manutenção e criação de ecossistemas
Paisagem
Características locais e culturais
15
15
20
15
10
10
15
5
5
5
Numerador BEE
Consumo de energia
Uso de recursos críticos
Ambiente local
Ambiente interno
Cargas ambientais
L1: Energia (0,5)
Carga térmica do edifício
Uso de energia natural
Eficiência dos sistemas prediais
Operação eficiente
L2: Recursos e materiais (0,3)
Água
Eco-materiais
L3: Ambiente fora do terreno (0,2)
Poluição do ar
Ruído e odores
Acesso a ventilação
Acesso a iluminação
Efeito de ilhas de calor
Carga em infraestrutura local
5
10
5
10
10
30
5
10
5
5
5
5
Denominador BEE
80 subitens 18 categorias 220
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 61
Nos três estágios principais de projeto (estudo preliminar, ante-projeto e projeto executivo),
duas fichas são preenchidas: o formulário de pontuação e o formulário de resultados (Figura
11).
Figura 11 - Formulários originais da avaliação com o DfE CASBEE (JSBC, 2002).
Para cada item, são atribuídos até cinco pontos, segundo critérios de pontuação
determinados de acordo com os padrões técnicos e sociais vigentes no momento da
avaliação. Os resultados para cada item avaliado são dados no formulário de pontuação em
termos de Q (qualidade e desempenho) e LR (redução das cargas ambientais). Neste ponto,
o LR ainda não é o fator L (cargas ambientais), e sim o nível de redução das cargas
ambientais, em relação a um edifício de referência (pontuação igual a 3) suposto no mesmo
terreno.
3.2.5.2 PONDERAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS
Cada item avaliado é ponderado de forma que a soma dos coeficientes de ponderação dentro
de uma categoria de avaliação seja igual a 1. A pontuação de cada item é multiplicada pelo
coeficiente de ponderação correspondente (pré-definido), e agregada em totais de pontos por
Formulário de pontuação
(1) Resultados de Q: Qualidade e desempenho
ambiental do edifício.
(2) Resultados de LR: Redução de cargas
ambientais do edifício.
(3) Resultados gráficos: gráficos de colunas, de
radar e de BEE
Formulário de resultados
Q3 – Ambiente externo (dentro do terreno)
Q2 – Qualidade dos serviços
Q1 – Ambiente interno
LR1 - Energia
LR2 – Recursos e Materiais
LR3 – Ambiente (fora do terreno)
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 62
categoria de Q (Eq 1) ou LR (Eq 2). O indicador de eficiência ambiental (BEE) é obtido
pela Eq 3 (JSBC, 2002).
3 SQ = Σ (Q x Cpond) 1
Eq 1
3 SLR = Σ (LR x Cpond) 1
Eq 2
BEE = Q/L, onde Q = 25 (SQ-1)
L = 25 (5-SLR)
Eq 3
Além dos valores numéricos, os resultados são sumarizados em gráficos de radar, de colunas
e no diagrama de BEE (Figura 12). O CASBEE classifica o desempenho do edifício em
cinco níveis: S (superior), A, B+, B- e C, onde S é a melhor classificação possível.
Figura 12 - Diagrama de eficiência ambiental do edifício (BEE).
3.3 DISCUSSÃO DE ASPECTOS METODOLÓGICOS
Os pontos metodológicos-chave de um sistema de avaliação de edifícios podem ser
estruturados em torno de três questões centrais:
• O que avaliar? Definição da estrutura e do conteúdo da avaliação;
• Como avaliar? Definição da natureza da avaliação (prescritiva x desempenho); seleção dos indicadores destas medidas, definição dos pesos a serem atribuídos a cada um deles, e do formato de apresentação de resultados; e
• Quanto atingir? Definição de pontuação mínima, da escala de pontuação (referências e metas), e de classes de desempenho;
BEE=3 BEE=1,5 BEE=1
50
100
standard
BEE=0,5 C
B-
B+ A S
BEEaval
50 100 0
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 63
A Tabela 11 sintetiza como estas questões são abordadas nos métodos de avaliação descritos
neste trabalho.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 64
Tabela 11 - Abordagem de aspectos metodológicos fundamentais pelos sistemas de avaliação indicados.
Aspectos metodológicos
BREEAM BEPAC LEED™ GBTool CASBEE
Escopo da avaliação
ambiental ambiental ambiental ambiental/ econômica
ambiental
Aplicação checklist projeto
classificação edifício checklist gestão e operação
classificação edifício
checklist projeto
classificação edifício
classificação edifício
classificação edifício Ferramenta de projeto e de gestão da operação em desenvolvimento
Limites do sistema
Projeto e execução* Edifício Gestão e operação*
Edifício-base (projeto e gestão) Ocupação (projeto e gestão)
Edifício+processo Edifício+processo Edifício + terreno
O q
ue a
valia
m?
Estrutura de avaliação
§ poluição § saúde/conforto
§ uso de energia § uso de água § uso de materiais
§ uso do solo § ecologia local § transporte § gestão
§ proteção da camada de ozônio § impacto ambiental do uso de
energia § qualidade do ambiente
interno
§ conservação de recursos § contexto de implantação e
transporte.
§ sítios sustentáveis § energia e atmosfera
§ uso eficiente de água § materiais e recursos § qualidade do ambiente
interno § inovação e processo de
projeto
§ uso de recursos § cargas ambientais § qualidade do ambiente
interno § qualidade dos serviços
§ aspectos econômicos § gestão § transporte
§ ambiente interno § qualidade dos serviços § ambiente externo (dentro do
terreno) § energia
§ recursos e materiais § ambiente externo (fora do
terreno)
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 65
Aspectos metodológicos
BREEAM BEPAC LEED™ GBTool CASBEE
Sistema de pontuação
Híbrido: procura basear-se em especificação de desempenho, mas há critérios prescritivos
Híbrido (orientado a desempenho + orientado a dispositivos )
Híbrido: procura basear-se em especificação de desempenho, mas há critérios prescritivos
orientado a desempenho orientado a desempenho
Uso de LCA não não não Sim. Entrada de dados calculados ou uso de um estimador simplificado que faz os cálculos com base em dados canadenses
Não exatamente. Considera o uso de recursos e emissões para o ar decorrentes do uso de energia através do conceito modificado de eco-eficiência.
Ponderação Explícita, mas pesos não declarados
Sim, mas conduzida apenas dentro das categorias de impacto. Categorias não são ponderadas entre si.
Implícita. Categorias têm pesos idênticos, mas o número de itens pontuados em cada categoria varia.
Explicita, pesos declarados e personalizáveis, aplicados intra e entre categorias, para gerar uma nota global
Explícita, pesos declarados e não personalizáveis
Com
o av
alia
m?
Comunicação de resultados
4 Níveis de certificação f(índice global de desempenho ambiental, 1<EPI<10)
O resultado é o total de créditos obtidos em cada uma das cinco categorias, em relação ao valor máximo possível para cada critério.
4 Níveis de certificação f(pontuação total obtida)
Pontuação global de desempenho + perfis de desempenho por categoria + indicadores de sustentabilidade
5 Níveis de certificação f(indicador global de eco-eficiência, BEE), sendo dois destes níveis abaixo do nível de desempenho de referência (i.e. desempenho negativo).
Escala de desempenho
Escala de desempenho definida a partir de desempenhos de referência (benchmarks) e metas empíricas posteriormente validados ou revistos
Critérios (essenciais, importantes ou suplementares) recebem de 1 a 10 pontos, cada.
Escala de desempenho definida a partir de desempenhos de referência (benchmarks) e metas empíricas posteriormente validados ou revistos
Escala de desempenho (-2 a +5) definida a partir da prática típica (benchmarks) e da melhor prática possível para cada critério (independente de custo ou dificuldade de implementação)
As categorias valem de 5 a 30 pontos. Cada item recebe de 1 a 5 pontos.
Qua
nto
atin
gir?
Pontuação mínima
> 25% (projeto e execução) e > 21% (gestão e operação)
informação não disponível > 40% pontos Não há BEE>1
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 66
3.3.1 O QUE OS MÉTODOS EXISTENTES AVALIAM?
SOBRE O CONTEÚDO DA AVALIAÇÃO
No exercício analítico que embasa esta discussão, as estruturas de seis dos principais métodos
disponíveis27 - BREEAM, LEEDTM, HKBEAM, MSDG, CASBEE e GBTool foram estudadas
pormenorizadamente. Constatou-se que os nomes, conteúdo e nível de detalhamento das
categorias variavam de um método a outro, porém dentro de blocos de discussão
relativamente comuns.
Procedeu-se então a normalização dos métodos, isto é: a re-categorização dos itens avaliados
nos diferentes métodos segundo uma mesma base de categorias de avaliação, definida pela
autora. Isto gerou uma exaustiva tabela comparativa 28, aqui sumarizada na Figura 13. Esta
separação não é perfeitamente clara, pois alguns itens podem enquadrar-se em mais de uma
categoria (uso de energia renovável, por exemplo, pode ser entendido como pertinente à
categoria de gestão de energia ou de prevenção de poluição); mas os mesmos critérios de
recategorização foram aplicados em todos os casos.
2,9%
33,6% 12,0%
12,4%
27,1% 18,8%24,0%
22,4%
23,0%
14,1%
8,5%
10,1%
10,0%
24,5%3,4%
16,3%
9,8%
18,6%
18,8%26,0%
21,1%
12,0%
8,3%
35,6%
21,7%26,0%
9,6%4,0%
4,5%
3,4%
7,3%
5,0%
9,1%4,0%24,7%
3,4%
20,3%17,0%
3,0%8,8%
10,0%2,0%1,7%
1,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
BREEAM HKBEAM LEED MSDG CASBEEponderado
GBToolponderado
Imp
ort
ânci
a re
lativ
a d
as c
ateg
ori
as
Qualidade da implantação
Gestão do uso de água
Gestão do uso de energia
Gestão de materiais e(redução de) resíduos
Prevenção de Poluição
Gestão ambiental (doprocesso)
Gestão da qualidade doambiente interno
Qualidade dos serviços
Desempenho Econômico
Figura 13 – Distribuição dos créditos ambientais do BREEAM, HKBEAM, LEED TM, MSDG, CASBEE e GBTool, após normalização.
27 Casos em que houve acesso à estrutura completa dos sistemas.
28 Uma versão resumida desta tabela consta no Apêndice 1.
UK HK defaults Canadá EUA Japão Minnesota (EUA)
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 67
Os métodos são diferentes porque refletem expectativas de mercado, práticas construtivas e,
principalmente, agendas ambientais diferentes para cada país. Isto é demonstrado pela
variação na distribuição de créditos ambientais entre os métodos da Inglaterra, dos EUA,
Japão e Canadá (defaults da GBTool) (Figura 13) e pelos resultados de pesquisa de percepção
de relevância de aspectos a serem incluídos em um método de avaliação, realizada de maneira
padronizada na Alemanha e no Brasil (ver Capítulo 6). O contraste entre o BREEAM e o HK-
BEAM, deixa clara a magnitude da alteração para adaptação do método britânico em Hong
Kong. Mesmo dentro do mesmo país, as agendas podem mudar localmente, como mostra a
diferença entre o LEED™ e o MSDG, criado especificamente para o estado de Minnesota,
numa derivação clara do LEED™..
Temas ambientais com efeitos globais, como aquecimento global, dano à camada de ozônio,
chuva ácida, esgotamento de florestas etc, são consensualmente reconhecidos como de grande
importância e, conseqüentemente, de alguma forma incluídos em todos os métodos de
avaliação ambiental. Já a importância atribuída a outros temas varia com o contexto
geográfico, como nos casos de esgotamento de matérias-primas e conservação de água.
Cabe ainda uma observação específica sobre a consideração da categoria Desempenho
Econômico. O único sistema que vai além da avaliação de desempenho ambiental é o GBC,
que procura estimar o custo envolvido na obtenção de um determinado nível de desempenho
ambiental, com a intenção de (1) estimular o emprego de métodos de valoração no longo
prazo e de (2) reunir dados para desmistificar o pré-conceito de que edifícios com melhor
desempenho ambiental são necessariamente muito mais caros que um edifício comum. No
entanto, o desempenho econômico é balanceado no mesmo nível que as diversas sub-
categorias de desempenho ambiental.
O conceito de sustentabilidade pressupõe que os componentes ambiental, social e econômico
estejam em um mesmo nível hierárquico. Neste sentido, um exemplo conceitualmente mais
correto (ainda que não inclua a dimensão social) é dado pelo software BEES29 (LIPPIATT,
1998), uma ferramenta de apoio à seleção de materiais e componentes de construção que
balanceia as dimensões econômica e ambiental (com base em LCA) segundo uma importância
relativa definida pelo usuário em cada contexto específico de tomada de decisão.
29 BEES - Building for Environmental and Economic Sustainability.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 68
3.3.2 COMO ESTES MÉTODOS AVALIAM O DESEMPENHO AMBIENTAL?
SOBRE O SISTEMA DE PONTUAÇÃO
O desenvolvimento ideal das metodologias de avaliação de edifícios é migrar dos critérios
prescritivos para critérios de desempenho. Neste caso, o papel do benchmark – considerado
de forma implícita na definição das metas - passa para o primeiro plano, e sinaliza o grande
desafio de acumular os dados para construção destas referências de desempenho.
A GBTool é o único sistema de avaliação pautado pela abordagem de desempenho já
implementado30. Diante da complexidade de aplicar os conceitos de avaliação de
desempenho, a maior parte das metodologias é prescritiva e orientada a dispositivos ou
estratégias31, e trabalham com listas de verificação (checklists) que concedem créditos em
função da aplicação de determinadas estratégias de projeto ou especificação de determinados
equipamentos. Esta é uma saída com nível de complexidade muito menor, que presume que
uma coleção de estratégias e equipamentos provavelmente levará a alguma melhoria de
desempenho, ainda que ela não possa ser estimada.
Apesar de serem mais amigáveis para o mercado e mais facilmente incorporados como
ferramentas de projeto, as listas orientadas a dispositivos vêm sendo vigorosamente
contestadas durante o desenvolvimento de novos sistemas de avaliação. O problema-chave do
formato checklist + critérios prescritivos é que o fato de um edifício atender completamente à
lista de verificação não necessariamente garante o melhor desempenho global, ou em outras
palavras: exigir o cumprimento de itens prescritivos e orientados a dispositivos só leva à
produção de edifícios orientados a dispositivos, e não necessariamente de edifícios com
melhor desempenho.
Critérios orientados a dispositivos normalmente refletem uma confusão entre meios e fins,
com os meios tornando-se objetivos per si. Tais critérios enfocam geralmente aspectos de
atributos ambientais isolados e embutem o risco de favorecer a qualificação de edifícios que
contenham equipamentos em detrimento do seu desempenho ambiental global; e de não
refletir verdadeiramente os impactos ambientais das escolhas feitas.
Isto significa que créditos como “conteúdo reciclado” e “uso de dispositivos de iluminação
eficientes”, por exemplo, são atribuídos independentemente dos impactos ambientais
30 O CASBEE é ainda muito recente e pouco difundido; o ESCALE, do CSTB, e a versão beta do Minnesota Sustainable
Design Guide também se aproximam do conceito de desempenho, mas ainda estão em desenvolvimento.
31 Designadas, em inglês, pelas expressões feature-based ou device-oriented.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 69
associados ao esforço de reciclagem ou de haver ou não estímulo para integração de
estratégias ativas e passivas para redução do consumo global de energia.
SOBRE O USO DE LCA
A maior parte dos sistemas de avaliação existentes – especialmente aqueles que atribuem
pontos ou créditos com base em critérios, como o LEEDTM, BREEAM etc – não utiliza a
LCA como ferramenta de apoio à atribuição de créditos ambientais relacionados ao uso de
materiais.
Esta deficiência resulta da natureza evolucionária das estruturas dos sistemas de avaliação
ambiental e da ausência de dados ambientais apropriados e consensualmente aceitos, mas
pode ser superada pela integração de ferramentas de suporte à decisão com base em LCA aos
sistemas de avaliação ambiental.
O desenvolvimento de um estimador simplificado de emissões e de energia incorporada nos
materiais na GBTool 2002 foi um primeiro passo neste sentido, mas a integração completa
somente será possível quando (1) forem disponibilizados os dados de inventário necessários,
através do US LCI Database Project (Estados Unidos), ATHENA Institute (Canadá) e esforços
comparáveis em outros países, e (2) estas ferramentas simplificadas forem posteriormente
desenvolvidas para identificar apropriadamente e rastrear efeitos ambientais ao longo do ciclo
de vida.
São poucos os sistemas que seguem mais rigorosamente o formato de LCA, devido às
dificuldades práticas de aquisição e manipulação de dados, e ao fato de aspectos importantes
do desempenho de edifícios ficarem fora de seu alcance. De toda forma, o conceito de avaliar
impactos ao longo de todo o ciclo de vida do edifício permeia todos os sistemas de avaliação
disponíveis e de alguma forma transparece em suas estruturas.
Entre os poucos exemplos de sistemas com base em LCA (LCA-based) estão o EcoEffect, da
Suécia; o BEAT 2002, da Dinamarca; e o GBC. Nestes casos, utiliza-se LCA onde aplicável,
isto é: para consideração de uso de recursos e geração de emissões e resíduos, e complementa-
se a avaliação através do estabelecimento de critérios e indicadores. No EcoEffect, por
exemplo, apenas a avaliação de uso de energia (Figura 14) e de uso de materiais é feita com
base em LCA. Os demais temas (ambiente interno e ambiente externo) são avaliados com
base em critérios.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 70
Figura 14 - Tela original de apresentação de resultados de impacto ambiental do uso de energia, segundo o EcoEffect (MALMQVIST, 2002).
O GBC também utiliza o formato de análise de entradas (uso de recursos) e saídas (cargas
ambientais) do sistema (edifício) e apresenta resultados nas categorias de impacto utilizadas
nas LCAs para materiais de construção (através de links com softwares de LCA) e para
produção e operação do edifício (através dos fluxos de recursos e emissões gerados). Assim
como o EcoEffect, a avaliação dos itens que fogem do escopo da LCA é feita com base em
critérios, para os quais atribui-se pontos conforme o resultado da comparação do desempenho
do edifício com valores de referência (benchmarks) para indicadores pré-definidos.
O CASBEE (JSBC, 2002), por sua vez, não faz exatamente uma análise de ciclo de vida, mas
o conceito de eco-eficiência é, assim como a LCA, um princípio que balanceia os impactos
negativos atrelados ao benefício de obtenção de um produto.
SOBRE O USO DE CRITÉRIOS E INDICADORES
Ainda não há consenso sobre um conjunto de indicadores mais apropriado. Os valores de
referência (benchmarks) naturalmente variam de um contexto a outro, sendo normalmente
obtidos através de programas experimentais para coleta de dados da prática típica, que retro-
alimentam a definição das metas. Estes dois temas são alvo de pesquisas do BRE, da CIRIA32
32 CIRIA - Construction Industry Research and Information Association.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 71
e outros (COLE, 1998; CIRIA, 2001; HÄKKINEN et al.; 2002; SIGURJÓNSSON et al.,
2002).
Uma vez adotado um determinado indicador, a unidade é normalmente consensual, isto é:
emissões são expressas em Kg de substâncias equivalentes/ano; o consumo de energia, em
MJ/ano; e o consumo de água, em m3/ano. O que muda um pouco é o critério de
normalização, isto é: se os valores dos indicadores são expressos como a quantidade absoluta
de impacto ou por unidade de área, ou por horas de ocupação.
O GBC apresenta resultados normalizados por área e por área e ocupação, de forma a evitar
equívocos de interpretação influenciados por extremos de densidade de ocupação do edifício.
Uma particularidade do GBC, dada a sua vocação para comparação internacional, é a
utilização dos chamados indicadores de sustentabilidade ambiental, mas esta ainda é uma
frente de trabalho em andamento. De toda forma, indicadores per si, infelizmente não dizem
muita coisa. Para cumprir a sua função de comparar edifícios em países (e contextos)
diferentes, os indicadores precisam estar atrelados a referências que apontem claramente o
que significa aquele valor (de consumo de recursos, de cargas ambientais etc) no contexto em
que o edifício está inserido.
Tomando o exemplo do indicador de consumo de energia (MJ/por m2). O valor deste
indicador para um edifício brasileiro (ainda que o clima exija refrigeração em determinada
época do ano) pode ser bem mais baixo do que o de um edifício escandinavo (onde é questão
de sobrevivência manter o aquecimento funcionando de 12h a 24h/dia, durante um período
relativamente longo do ano) e, ainda assim, ser extremamente elevado em relação à média de
edifícios similares no Brasil. Neste exemplo específico, (1) separar o consumo de energia em
mais indicadores, sendo um exclusivamente para condicionamento e (2) uma terceira
normalização, desta vez por clima (com base em degree days33, por exemplo), podem ser
abordagens interessantes.
33 Os degree-days indicam a interferência do clima local no consumo (e, portanto, do custo) de energia. Degree days são uma
unidade de medida que compara a temperatura externa com uma temperatura-padrão de 65 Fahrenheit. Quanto maior a diferença, maior o número de degree days de aquecimento (temperatura externa < 65F) ou de refrigeração (temperatura externa > 65F).
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 72
SOBRE A APLICAÇÃO DE PONDERAÇÃO PARA AGREGAÇÃO DE RESULTADOS
A ponderação é a área mais complexa de avaliação de impactos ambientais. Ainda não há
método consensual para determinar objetivamente os fatores de ponderação apropriados, pois
(PRÉ CONSULTANTS INC;DUIJF, 1996; HARRIS, 1999):
• há dificuldade em obter consenso sobre a importância relativa de diferentes efeitos, ex.: “como a redução do consumo de energia compara-se ao consumo de matéria prima em termos ambientais?” ou “1 tonelada de material posto em aterro tem um impacto ambiental equivalente a 1 tonelada de emissão de CO2?”;
• um determinado efeito pode ser não só dependente de materiais, mas também de características de uso;
• a importância pode variar geograficamente, ex.: conservação de água, isolamento térmico; e
• há variações geográficas na energia incorporada, atreladas a diferentes requisitos de transporte e variações de eficiência energética na manufatura.
Por essa razão, nem todos os sistemas agregam os resultados. No entanto, se é feita a opção
por exprimir o desempenho através de uma pontuação global, o problema da ponderação tem
de ser tratado. A diferença em importância relativa entre variáveis pode existir explicita- ou
implicitamente e, neste sentido, os sistemas existentes adotam linhas muito diferentes:
• Nos métodos que utilizam sistema de pontos, como o LEED, o HK-BEAM e o MSDG, todos os créditos têm peso idêntico, a concentração de créditos em determinadas categorias define implicitamente um critério de ponderação. Tal critério, porém, não é transparente, já que a quantidade de créditos em cada área de avaliação resulta de decisão consensual das equipes que desenvolveram estes sistemas. A certificação de desempenho é conferida com base no total de créditos obtidos, não sendo necessário, portanto, atender a um número mínimo de créditos em cada uma das categorias.
No BREEAM e no CASBEE, os pontos das categorias são ponderados explicitamente para gerar um numero único, respectivamente o índice de desempenho ambiental do edifício (EPI) e o indicador de eficiência ambiental do edifício (BEE).
• No CSTB ESCALE e no BEPAC, os resultados dos itens principais e subitens não são agregados, isto é: o resultado apresentado é um perfil de desempenho do edifício. Nos níveis inferiores, a agregação é feita por soma ponderada.
• No GBC, a GBTool também usa pesos explicitamente, e sugere uma ponderação-default a partir de dados canadenses. Esta ponderação pode ser redefinida pelo usuário em qualquer país, região ou contexto. A questão-chave é como fazer isto de maneira objetiva e consistente. Até a GBTool 2K (2000), apenas os níveis hierarquicamente inferiores - isto é dentro das categorias principais34 - eram ponderados, segundo fatores ajustáveis pelas equipes de avaliação, e o resultado era um perfil de desempenho ambiental do edifício. Na versão 2002 (GBTool 2K v.
34 Criteria e subcriteria, na terminologia do GBC.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 73
1.81), também as categorias principais passaram a ser ponderadas para gerar uma nota final do edifício entre -2 e +5. Os pesos das categorias principais são definidos pelas equipes de avaliação, enquanto os pesos nos níveis inferiores são fixos e distribuídos igualmente por todos os itens.
Apesar de ser consenso que os pesos das categorias devam ser determinados de maneira objetiva, ainda não foi encontrada uma forma satisfatória para fazê- lo. Na GBTool 2K v. 1.81 as equipes de avaliação são encorajadas a modificar os dados default da GBTool (válidos para o cenário canadense), utilizando técnicas de análise de decisão multi-critérios para reduzir a subjetividade na determinação dos fatores de ponderação. Foi também incluída uma planilha de votação em que até 6 votantes sugerem uma distribuição de pesos. Ressalta-se que estes votantes devem ser especialistas na área do tema ambiental relevante, o que significa que os componentes destes grupos de votantes podem variar, de acordo com o tema em questão (COLE;LARSSON, 2002).
SOBRE A COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS
A questão-chave em comunicação de resultados relaciona-se a dois itens: (1) se a
demonstração do desempenho do edifício é feita através de um indicador único, como faz o
BREEAM; de perfis de desempenho, como fazem o BEPAC, o ESCALE, o EcoProfile; de
uma combinação de índice e perfil, como o CASBEE e o GBC; ou simplesmente através de
um número de pontos em relação ao total possível, como fazem o BEPAC, o LEED e o
MSDG; e (2) se esta demonstração do resultado é absoluta (como no caso do BEPAC,
BREEAM, LEED™ e MSDG) ou relativa, isto é: se a classificação do desempenho posiciona
o edifício avaliado em relação ao desempenho típico do mercado (BREEAM, LEED™,
CASBEE, ESCALE, GBC).
3.3.3 QUANTO É PRECISO ATINGIR?
DEFINIÇÃO DE PONTUAÇÃO MÍNIMA, REFERÊNCIA E METAS DE DESEMPENHO
Nos diversos métodos, a pontuação mínima que garante eligibilidade a uma das classes de
desempenho também têm sido arbitradas, validadas empiricamente e modificadas nas revisões
subseqüentes dos métodos.
A definição de valores de referência (benchmarks) e metas de desempenho é outro ponto
crítico. Não por dificuldades conceituais intrínsecas, como no caso da ponderação, mas pela
necessidade de dispor de grande quantidade de dados tratados, e que sejam estatisticamente
representativos. Por esta ser uma área relativamente recente, há poucos critérios e metas
ambientais definidos.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 74
Em casos em que é possível medir com relativa facilidade, o estabelecimento de metas tende a
ser também mais simples: no campo de aquecimento global, por exemplo, já existem modelos
de simulação para estimar a escala da redução na emissão de CO2 necessária para estabilizar
temperatura global. A partir de um valor como este, é possível estabelecer metas e
benchmarks de consumo de energia e emissões de CO2 relacionadas para uma gama de tipos
de edifícios estão amplamente disponíveis em vários países, inclusive na forma de softwares
estimadores, como o Australian Building Greenhouse Rating System35 e o Target Finder36, do
pacote do DOE/EPA Energy Star for Buildings37.
No entanto, em geral há pouca informação sobre o desempenho de edifícios existentes em
relação a diversos indicadores, pois há aspectos de desempenho ambiental (como o efeito de
qualidade do ar interno na saúde dos ocupantes) substancialmente mais difíceis de avaliar
quantitativamente, seja de forma absoluta ou comparativa (HARRIS, 1999).
É consenso que emprego de mecanismos de retro-alimentação é um fator-chave para melhoria
de desempenho de edifícios, mas também é consenso que historicamente ela tem sido pouco
utilizada. Na ausência de dados, como então escolher valores (benchmarks) apropriados?
Metas muito ambiciosas e que nunca sejam atendidas podem, em vez de encorajar mudanças,
acabar tendo efeito contrário. Metas muito baixas, por outro lado, simplesmente premiam
práticas típicas, e deixam de diferenciar práticas que vão além do modelo corrente.
Há dois caminhos possíveis para a definição de pontuação mínima, desempenho de referência
e metas de desempenho:
1) Valores iniciais são definidos empírica- e consensualmente. As avaliações realizadas entre uma revisão e outra do método retro-alimentam o ajuste para as versões posteriores, assim como os resultados de pesquisas pontuais conduzidas em paralelo; e
2) construção de benchmarks com base num processo de aquisição de dados confiáveis, atualizados e estatisticamente representativos conduzido anteriormente.
Todos os métodos existentes para avaliação ambiental de edifícios enquadram-se no primeiro
caso. O segundo procedimento é o ideal, mas implica em custo, trabalho e tempo intensivos,
de forma que é uma situação de raríssimos exemplos, como o Energy Star for Buildings,
35 http://www.abgr.com.au/
36 http://208.254.22.6/index.cfm?c=target_finder.bus_target_finder
37 http://208.254.22.6/index.cfm?c=business.bus_index
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 75
sistema dos Estados Unidos especificamente para avaliação de desempenho energético; e o
Probe, do Reino Unido, atualmente em estágio-piloto.
No caso do Energy Star, os benchmarks e metas de desempenho utilizados no foram
estabelecidos com base na CBECS38, uma pesquisa feita pelo Departamento de Energia
americano que gerou uma base estatística de dados de consumo e gastos com energia em
edifícios comerciais americanos. Os edifícios classificados como escritórios nas CBECS de
1992 a 1995 formam uma amostra (cerca de 2000 edifícios) que estatisticamente representa os
mais de 7.000 edifícios comerciais americanos elegíveis a avaliação pelo sistema. Uma
análise de regressão linear passo-a-passo identificou (1) os componentes principais do
consumo de energia dos edifícios; e (2) o impacto rela tivo destes componentes no consumo. O
desempenho do edifício é estimado a partir de entrada de dados de consumo de energia,
características físicas e de operação; e os benchmarks são normalizados por clima, conforme o
CEP39 da região do edifício a avaliar (EPA/DOE, 1999).
Já o Probe é um projeto de pesquisa para melhorar a retro-alimentação sobre o desempenho
de edifícios em operação no Reino Unido. É um projeto pioneiro em prover um pacote
integrado de métodos testados para retro-alimentar clientes, projetistas e gestores de
facilidades, através de revisão abrangente; de avaliações pós-ocupação (APOs) (incluindo
entrevistas técnicas e de satisfação dos usuários) com base em benchmarks; e de um método
de avaliação e relato de desempenho energético40. A pesquisa conduzida ajuda a definir os
benchmarks, que são validados em APOs e podem ser utilizados como referência pelo setor e
para planejamento de novos empreendimentos ou reabilitações. Entre 1995 e 2000, foram
publicadas 18 após (ESD, s.d. e COHEN et al, 2001).
3.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO
A análise do histórico de desenvolvimento e das estruturas dos métodos de avaliação
existentes realça alguns pontos-chave:
1. As origens e intenções de cada sistema variam de ferramentas para uso na etapa de projeto até ferramentas de avaliação pós-ocupação.
Nem todos os métodos de avaliação existentes cobrem todos os campos potenciais de aplicação apontados no Capítulo 1 e resumidos na Tabela 12. O único sistema que - com maior ou menor sucesso - varre todas as aplicações potenciais apontadas é a
38 CBECS - Commercial Buildings Energy Consumption Survey.
39 CEP - código de endereçamento postal.
40 EARMTM - Energy Assessment and Reporting Methodology.
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 76
GBTool, porque foi, desde o início, desenvolvido para tentar superar as limitações dos sistemas anteriores. Na tentativa de abranger todos os aspectos considerados relevantes para a definição de edifícios ambientalmente responsáveis, esta ferramenta de avaliação é sem dúvida, a mais complexa. Mas é também a mais freqüentemente revisada e atualizada.
Tabela 12 - Aplicações potenciais e posicionamento dos sistemas de avaliação ambiental de edifícios existentes.
Sistema de avaliação
Gestão ambiental
Marketing Metas ambientais
Auxílio ao projeto
Normas desempenho
Auditorias ambientais
BEPAC* ü ü ü ü
BREEAM* ü ü ü ü
HKBEAM ü ü ü ü
LEED * ü ü ü ü
MSDG ü ü
CASBEE ü ü ü
GBTool* ü ü ü ü ü ü
* a partir de CRAWLEY, AHO (1999). O tamanho das marcas indica a abrangência da avaliação.
2. Apesar do detalhamento das agendas variar de um país a outro, isto ocorre dentro de blocos de discussão relativamente comuns, que estão presentes em qualquer contexto.
Os métodos são naturalmente diferentes, por que as agendas ambientais variam de um país a outro; assim como as práticas construtivas e de projeto, o clima, o estado do estoque construído, as prioridades de regulamentações e do mercado; as mudanças (no mercado) que se deseja encorajar; e a receptividade dos mercados à introdução dos métodos.
Este núcleo comum pode ser considerado como ponto de partida no desenvolvimento de um método brasileiro, mas deverá ser complementado por categorias que reflitam prioridades nacionais não contempladas nos métodos estrangeiros. A importância relativa (fatores de ponderação) entre categorias também deverá ser ajustada à agenda brasileira.
3. O conceito de considerar impactos ao longo de todo o ciclo de vida permeia todos os sistemas de avaliação disponíveis e de alguma forma transparece em suas estruturas, mas são poucos os métodos que seguem o formato de LCA com maior fidelidade.
A maioria dos métodos de avaliação e, especialmente os métodos com sistema de pontos (ou créditos) com base em critérios, como o LEEDTM, BREEAM etc, têm suas estruturas organizadas em função de input ou campos em que investidores, projetistas e construtores precisam necessariamente tomar decisões tais como: implantação, uso
Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 77
de água e energia, materiais e ambiente interno. Estes métodos não utilizam a LCA como ferramenta de apoio à atribuição de créditos ambientais relacionados ao uso de materiais. Como resultado, tais créditos enfocam geralmente aspectos de atributos ambientais isolados, que podem ou não refletir verdadeiramente os impactos ambientais da escolha de materiais.
Na outra ponta, são poucos os métodos que procuram seguir o formato de LCA mais de perto, os chamados sistemas com base em LCA (LCA-based): o EcoEffect, da Suécia; o BEAT 2002, da Dinamarca; e o GBC, internacional. Nestes casos, a estrutura é organizada em função de impactos ambientais associados a elementos ou características do edifício41 (formato LCA).
Como reforçado no Capítulo 2, a LCA traz uma dimensão científica à avaliação do impacto ambiental relacionado ao uso de materiais e recursos por um determinado sistema. Quando o objeto da análise é um edifício, no entanto, aspectos importantes de seu desempenho ambiental escapam de seu alcance. Conseqüentemente, os sistemas com base em LCA utilizam-na onde possível e, nos itens em que ela não é aplicável, a avaliação é complementada por critérios (e indicadores) ambientais.
4. Todos eles enfrentam - ou em algum momento enfrentaram – três pontos metodológicos críticos muito bem definidos: estabelecimento de uma estrutura de avaliação e do conjunto de indicadores correspondente, de um sistema consensual para ponderação para agregação de resultados; e de referências e metas de desempenho para os indicadores utilizados.
A abordagem sugerida neste trabalho para os dois primeiros pontos é tratada no Capítulo 5. A definição de referências e metas de desempenho requer a experimentação do método e é alvo de continuidade da pesquisa.
5. Todos estes métodos partilham o objetivo de encorajar a demanda do mercado por níveis superiores de desempenho ambiental, provendo avaliações ora detalhadas, para o diagnóstico de eventuais necessidades de intervenção no estoque construído, ora simplificadas, para orientar projetistas ou sustentar a atribuição de selos ambientais para edifícios.
6. Todos eles concentram-se exclusivamente na dimensão ambiental da sustentabilidade.
E por várias razões. A mais óbvia delas diz respeito à natureza da agenda para a sustentabilidade em países desenvolvidos. O desenvolvimento econômico foi encorajado e acelerado e, nos países industrializados, a sociedade encontrou um nível de qualidade de vida e de distribuição de riqueza – ou ao menos de eliminação de extremos de desigualdade social - sem precedentes ou paralelo em países em desenvolvimento. O preço deste desenvolvimento foi a causa ou a acentuação de fenômenos destruição de elementos naturais em seu próprio território ou – como mais tarde seria constatado – em escala global. Por esta razão, a agenda dos países
41 No GBC, particularmente, o quesito uso de energia não renovável, por exemplo, aparece duplamente enquanto aspecto de
consumo de energia e de poluição ambiental.
4 ESTUDO EXPLORATÓRIO
4.1 INTRODUÇÃO
Este estudo exploratório teve três objetivos principais (1) encerrar conclusivamente a
demonstração da hipótese de trabalho, ao evidenciar que nem mesmo a ferramenta mais
flexível dentre as existentes poderia ser utilizada satisfatoriamente no contexto brasileiro; (2)
ganhar experiência no procedimento de avaliação ambiental de edifícios, utilizando um
método internacional consolidado e com alto nível de detalhamento; e (3) verificar se e em
que extensão este método poderia ser incorporado para avaliar o módulo ambiental da
avaliação de sustentabilidade proposta para edifícios brasileiros.
A GBTool foi selecionada para o estudo por ser a única ferramenta existente de avaliação
ambiental de edifícios desenvolvida especificamente para permitir e facilitar a sua adaptação a
diferentes contextos. A definição da escala de desempenho requer que sejam conhecidos no
mínimo dois pontos: prática típica (benchmark, na definição do GBC, correspondente à nota
0,0) e prática de excelência (nota 5,0). A nota máxima para cada quesito pode ser definida
teoricamente com base na vanguarda de tecnologias, materiais e equipamentos existentes,
desconsiderando seu custo de implementação (COLE;LARSSON, 2002). Já a definição da
nota zero é um ponto crítico enfrentado, a cada ciclo, por todas as equipes do GBC, e cada
equipe adota uma abordagem própria 1.
Em muitos países participantes, a existência de um amplo e detalhado conjunto de normas
técnicas, ainda que não solucione completamente o problema, permite assumir valores para a
prática típica e padrões da indústria para boa parte dos itens relevantes. Adicionalmente,
alguns países já contam com inventários de ciclo de vida de materiais de construção, que
permitem informar com maior precisão a energia e emissões neles incorporadas. No caso
brasileiro, a defasagem ou ausência de normas técnicas e de dados nacionais em geral
dificultava sobremaneira a definição teórica dos benchmarks.
O estudo exploratório foi então desenhado para atender a um quarto objetivo: melhorar a
calibração das avaliações de edifícios brasileiros no âmbito do GBC, isto é: conhecer a faixa
da escala de desempenho da GBTool que corresponderia a edifícios resultantes de práticas
Capítulo 4 - Estudo exploratório 79
típicas de projeto e construção no Brasil. Estes níveis de desempenho passariam a constituir a
nota zero em avaliações futuras de edifícios de porte, tipologia e condições de uso
semelhantes.
4.2 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA
A etapa de definição da amostra visava verificar se os edifícios disponíveis para o estudo
piloto eram casos elegíveis para avaliação nos termos propostos nesta pesquisa, quais sejam:
CARACTERÍSTICAS OBRIGATÓRIAS
• edifícios em operação (entre 1 e 3 anos). A maioria dos sistemas de avaliação estima o desempenho a partir da avaliação de projetos de edifícios (desempenho potencial), utilizando simulação de dados de consumo a partir de premissas de projeto. Em virtude da limitação de recursos para o desenvolvimento desta pesquisa, optou-se por trabalhar, no estudo exploratório, com edifícios em uso (acima de 80% da ocupação) e coletar os dados de consumo diretamente das contas emitidas pelas concessionárias de fornecimento de água e energia (12 meses consecutivos).
• edifícios pertencentes ao maior número possível de categorias diferentes de edifícios comerciais que, ainda que não estatisticamente representativos, juntos compusessem o quadro de projeto e construção mais amplo possível para esta tipologia. A opção por edifícios reais substituiu a idéia inicial de definir um edifício típico conceitual.
Após consulta a um painel de especialistas, considerou-se satisfatório que três categorias fossem contempladas: edifícios comerciais de padrão simples, padrão médio e “padrão corporativo”. O termo “padrão” foi aqui utilizado para referir-se não apenas aos custos de construção, mas principalmente à qualidade das soluções tecnológicas e de projeto empregadas. Preocupações (de projeto ou execução) em reduzir o impacto ambiental do edifício não foram consideradas como um critério para seleção dos edifícios ou definição das categorias.
Os edifícios de padrão simples foram aqui definidos como aqueles caracterizados pelo emprego de equipamentos de condicionamento simples e nem sempre os mais eficientes (tipo unidade de janela ou split system, de controle manual), com pouca preocupação no atendimento de preceitos de qualidade de projeto e construção. Os edifícios de padrão médio caracterizam-se pelo emprego de soluções de condicionamento artificial mais eficientes, e de planejamento de projeto e execução, pautados pelos conceitos da qualidade e da série de normas ISO 9000. A categoria dos chamados edifícios corporativos procurava contemplar o fenômeno corrente de construção de edifícios de altíssimo padrão e com ampla utilização de fachadas envidraçadas durante o desenvolvimento e consolidação dos novos “centros de negócios” na cidade de São Paulo. Houve uma oferta de um edifício
1 Que vai desde a busca de um edifício existente, com função e padrão de ocupação idênticos (Chile e Canadá), até
concentrar esforços para a definição sistemática de benchmarks apenas dos itens com maior peso (Canadá).
Capítulo 4 - Estudo exploratório 80
padrão corporativo para avaliação, mas que foi posteriormente retirada, por receio do efeito que um eventual mau desempenho ambiental poderia ter na imagem do edifício, em franco lançamento. Por essa razão, esta categoria não pôde ser avaliada nesta pesquisa.
CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS
• edifícios executados por construtoras com certificação da série ISO 9000, por dois motivos. Primeiro, por entender que empresas e projetistas que tenham se preocupado em obter uma certificação da série de normas da qualidade estariam provavelmente mais próximos do perfil de um potencial interessado em obter uma certificação ambiental. Segundo, porque a condução de uma avaliação ambiental requer a disponibilização de uma grande quantidade de informações sobre o projeto e a execução do edifício, que tende a ser sensivelmente facilitada por procedimentos de documentação e arquivamento que tipicamente acompanham a implementação de sistemas de gestão da qualidade.
• edifícios concluídos há menos de 5 anos a contar do início da pesquisa, para evitar perda de informações pela desativação de arquivos e registros com o passar do tempo, alteração do corpo gerencial e de funcionários etc.
Procurando atender à categorização acima, aos limites geográficos de estudo, e a períodos de
projeto e construção distintos (com reflexos principalmente na adoção dos conceitos de
qualidade da construção), dois edifícios foram selecionados para avaliação:
• edifício comercial de padrão simples, localizado na cidade de Campinas – SP (Estudo de Caso 1). Trata-se de um conjunto horizontal (2 pavimentos), uso misto (escritório e hotel), parcialmente condicionado e com intenso uso de iluminação e ventilação naturais. A execução coube a uma construtora sem sistema de gestão da qualidade implantado, e foi concluída em 1996.
• edifício comercial de padrão médio, localizado na cidade de São Paulo – SP (Estudo de Caso 2), vertical (14 pavimentos acima do solo), uso único (escritórios), totalmente condicionado artificialmente e com grande área envidraçada nas fachadas norte e sul. A execução coube à construtora-proprietária, portadora de certificação ISO 9000, e foi concluída em 2000.
A oferta limitada de edifícios para avaliação não permitiu, no período do estudo, a
constituição de uma amostra estatisticamente representativa, mas os resultados dos estudos de
caso avaliados constituem os números disponíveis para iniciar a discussão no tema. Com o
aumento gradual do número de avaliações, o armazenamento dos dados do conjunto de
edifícios avaliados delineará cada vez mais nitidamente um quadro típico de projeto e
construção.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 81
4.3 AVALIAÇÃO EXPLORATÓRIA
A GBTool (versão GBT2kV1.81, de junho de 2002) foi utilizada exatamente no estado em
que foi oferecida aos países participantes do terceiro ciclo do GBC (2000-2002). Os estudos
de casos aqui descritos foram realizados nos moldes das avaliações para a conferência
Sustainable Building 2002 (SB´02). Devido à dificuldade prática de se conduzir o volume de
avaliação completo dentro de limites de tempo e financeiros aceitáveis para as equipes no
GBC, era obrigatória a análise de apenas três temas: consumo de recursos, cargas ambientais
e qualidade do ambiente interno.
4.3.1 DEFINIÇÃO DE FATORES DE PONDERAÇÃO
A estratégia para a determinação sistemática de uma ponderação adaptada à realidade
nacional envolveu a composição de um pequeno painel de especialistas, que utilizou uma
ferramenta de suporte ao processo de análise hierárquica (AHP 2) desenvolvida em ambiente
MS EXCEL, com recursos básicos de MS Visual Basic3.
A vantagem decisiva da utilização do AHP é tornar o processo de ordenamento e seleção
muito transparente e revelar, em detalhe, o julgamento do agente de decisão. O procedimento
de consulta a painel de especialistas já foi utilizado em experiências semelhantes, como o
BREEAM, e é estimulada pela inclusão da planilha “VOTE” na GBTool.
4.3.1.1 DEFINIÇÃO DOS NÍVEIS HIERÁRQUICOS
O primeiro passo da aplicação da técnica AHP é a definição dos níveis hierárquicos do
problema de decisão. Assim, logo após uma tela de cadastro, foi apresentada aos votantes a
árvore hierárquica mostrada na Figura 1, definida seguindo a estrutura da GBTool. Esta
mesma hierarquia foi mantida na organização das telas de Ajuda e de Resultados.
2 AHP - Analytic Hierarchy Process.
3 Existem no mercado softwares AHP especializados, sendo o ExpertChoice® (CHAPMAN; MARSHALL; FORMAN, 1998) o
mais difundido deles, que poderiam ter sido utilizados para a derivação dos pesos.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 82
Figura 1 – Definição dos níveis hierárquicos.
4.3.1.2 CONSTRUÇÃO DAS MATRIZES DE COMPARAÇÃO
Feito o cadastro e examinada a árvore hierárquica do problema apresentado, o votante chega
às duas matrizes de decisão quanto à importância relativa entre Temas de Desempenho 4. A
matriz completa inclui todos os temas de desempenho contemplados na GBTool (não utilizada
neste estudo, enquanto uma matriz parcial inclui apenas os temas obrigatórios para a SB´02
(Figura 2).
4 No total, são sete matrizes de decisão: duas delas para ponderação entre temas de desempenho, e outras cinco matrizes
para ponderação das categorias dentro dos temas Consumo de Recursos; Cargas Ambientais; Qualidade do Ambiente Interno; Qualidade dos Serviços; e Gerenciamento. Não há matrizes para os temas Desempenho Econômico, que é avaliada na GBTool através de um quesito único; e Comutação/transporte, ainda não implementado.
Nivel 1
Qualidade serviços
Temas de Desempenho
energia
solo
reuso
água
materiais externos
GHGs
ozônio
foto-oxid
acidific.
resíduos sólidos
efluentes líquidos
RCD perigosos
impacto vizinhos
qualid. ar
conforto térmico
acústica
iluminação
eletro-magnetismo
Nivel 2
Econômico Gerenciamento Comutação Transporte
Qualidade ambiente interno
Cargas ambientais
Consumo Recursos
processo
Verificação pré-entrega
operacional
Cat
ego
rias
flexibilidade
controlabilidade
privacidade
manutenção do desempenho
impacto no terreno e
adjacências
amenidades
Capítulo 4 - Estudo exploratório 83
Para facilitar o entendimento daqueles não familiarizados com a terminologia utilizada,
hyperlinks levam a um arquivo de ajuda sintético, em que são listadas as categorias que
compõem cada Tema.
Figura 2 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre Temas de Desempenho avaliados pela GBTool, formato parcial.
Seguindo os preceitos do AHP, as matrizes foram desenhadas para permitir a análise de
importância sempre por comparação de pares de opções (uma linha x uma coluna). Somente
os campos do bloco triangular azul claro (porção superior direita da matriz) estão abertos à
interação com o usuário. Nestas células, apenas os valores presentes na escala de importância
são aceitos para digitação. Os campos recíprocos (bloco triangular cinza, na porção inferior
esquerda da matriz) e a coluna de importância relativa (pesos) são completados
automaticamente durante o preenchimento da matriz. Os pesos resultantes são enviados para a
tela Resultados, onde mensagens de erro alertam quanto a falhas no preenchimento das
matrizes.
Definida a importância relativa entre os Temas de Desempenho, segue-se a segunda série de
matrizes de comparação (Figura 3, Figura 4, Figura 5), onde, em procedimento idêntico ao
anteriormente descrito, o avaliador decide quanto à importância relativa das categorias dentro
de cada tema.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 84
Figura 3 – Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Consumo de Recursos.
Figura 4 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Cargas Ambientais.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 85
Figura 5 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Qualidade do Ambiente Interno (IEQ).
4.3.1.3 ESCALA DE IMPORTÂNCIA RELATIVA
A escala de importância relativa foi definida como mostrado na Tabela 1.
Tabela 1 – Definição da Escala de Importância Relativa nas matrizes de decisão.
Escala de Importância Relativa
Muito mais importante 4
Mais importante 2
Importância igual 1
Menos importante 1/2
Muito menos importante 1/4
A escala fundamental com 9 pontos originalmente proposta por SAATY (1980) não deixa
precisamente claro quão mais importante é um atributo em relação a outro, pois a transição de
um intervalo para outro pode ser bastante sutil. Alguns autores chegaram a desenvolver
definições lingüísticas para designar detalhadamente os intervalos da escala (DRAKE, 1998),
no entanto isto não significa que tais definições resultarão sempre nos mesmos pesos, já que
os termos lingüísticos são inevitavelmente imprecisos (fuzzy).
Capítulo 4 - Estudo exploratório 86
Para facilitar a assimilação por parte dos usuários, optou-se nesta pesquisa por modificar a
escala fundamental de SAATY (1980) e reduzir para 5 o número de intervalos da escala.
Seguindo a orientação de HAURIE (2001), uma escala multiplicativa (1/4, 1/2, 1, 2, 4) foi
utilizada em vez de uma escala linear, a fim de evitar os problemas de inconsistência que
poderiam surgir nos julgamentos (i.e. não proporcionalidade entre vetores-colunas da matriz
de comparação). Os termos lingüísticos: ”muito mais importante”, “mais importante”,
“importância igual”, “menos importante” e “muito menos importante” foram então
associados às descrições quantitativas dos intervalos da escala.
4.3.1.4 PESOS OBTIDOS COM O AUXÍLIO DA FERRAMENTA AHP
Os pesos utilizados nos dois estudos de casos estão reunidos na Tabela 2.
Tabela 2 – Pesos utilizados nos dois estudos de casos realizados.
R - Consumo de Recursos 38%
R1 - Uso de energia primária (líquida) ao longo do ciclo de vida 50
R2 - Uso de solo e alteração na qualidade do solo 5
R3 – Consumo (líquido) de água potável 35
R4 - Reuso de estrutura ou materiais (existentes no sítio) e/ou encaminhamento de materiais para reciclagem fora do sítio
0
R5 - Quantidade e qualidade de materiais (externos ao sítio) utilizados 10
L - Cargas Ambientais 25%
L1 - Emissão de gases causadores de efeito estufa 20
L2 - Emissão de substâncias nocivas à camada de ozônio 20
L3 - Emissão de gases causadores de acidificação 10
L4 - Emissões levando à formação de foto-oxidantes 12
L5 - Emissões com potencial de eutroficação 0
L6 - Resíduos sólidos 20
L7 - Efluentes líquidos 13
L8 - Resíduos perigosos 3
L9 - Impactos ambientais no sítio e propriedades adjacentes 2
Q - Qualidade do Ambiente Interno 37%
Q1 - Qualidade do ar e da ventilação 25
Q2 - Conforto Térmico 25
Q3 - Conforto lumínico 25
Q4 - Conforto Acústico 20
Q5 - Poluição Eletromagnética 5
Capítulo 4 - Estudo exploratório 87
Um painel de especialistas composto por seis votantes, utilizou a ferramenta AHP para
derivar pesos no nível hierárquico mais alto, isto é: entre os temas de desempenho. Para as
categorias dentro de cada tema, foram mantidos os pesos-default da GBTool, considerados
como razoáveis e pouco influenciados por variações contextuais5.
4.3.2 DEFINIÇÃO DE BENCHMARKS
Os benchmarks foram estimados com o maior rigor possível, considerando a limitação de
normalização e dados nacionais. De maneira geral, quando existentes, foram utilizados
valores de normas ABNT, códigos de obras, dados nacionais publicados e recomendações
sem poder normativo feitas por órgãos como o PROCEL. Como segundo recurso, foram
utilizados, onde aplicável, valores obtidos em normas ASHRAE e de ferramentas
internacionais, nominalmente o LCAid, o ATHENATM, o EnergyStar e o Austin GreenBuilder.
Finalmente, foram feitas consultas a especialistas, fabricantes de equipamentos e profissionais
do mercado.
Nos casos em que nenhuma destas fontes permitiu estimar valores nacionais, foram utilizados
os valores-default oferecidos pela ferramenta, com a ciência de que eles não necessariamente
refletiriam os números brasileiros. Especificamente:
1) Benchmarks gerais de projeto
Foram adotadas configurações mais comuns permitidas pelos códigos de obras (ex.: padrões
de ocupação e interferência em propriedades vizinhas permitidas ou resultado de omissões da
legislação) ou resultantes da prática comum observada (ex. 100% de área do terreno
impermeável (em função dos subsolos); 0 % de escavações de subsolo e 0% água de chuva
retidos no terreno).
Quando existentes, foram usados valores de normas e recomendações, ou os mais próximos
possíveis, dentre aqueles aceitos pela GBTool6:
• zonas de controle de dispositivos de iluminação: 12,5 m2, para zonas periféricas (valor da ferramenta mais próximo da recomendação de 13 m2 feita pelo PROCEL (2001)), e 25 m2, para zonas internas);
• nível de iluminação ambiente: a recomendação da NBR 5413 (ABNT, 1992) para ambientes de escritórios é de 500 a 1000 lux, no plano de trabalho, e 1/10
5 Nos níveis inferiores na hierarquia da GBTool (dentro das categorias), os pesos não são alterados pelo usuário, mas
divididos igualmente entre os critérios e, quando existentes, sub-critérios.
6 Em muitos casos , a GBTool usa lista de seleção (drop down), com valores pré-definidos e não editáveis.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 88
disto (min 500 lux) para o restante do ambiente. Foi adotado 475 lux (valor máximo aceito pela GBTool).
Na ausência de normas específicas, os parâmetros típicos de projeto de iluminação e sistemas
de ar condicionado, conforto ambiental, entre outros, foram obtidos por consulta a
especialistas e profissionais do mercado.
2) Benchmarks de (reuso de) materiais e (geração e destinação de) resíduos:
Foram estimados valores a partir da prática comum: 0% de reuso de materiais; 100% do
resíduo de construção e demolição (RCD) necessitando disposição adequada; 70% do
revestimento interno atendendo a recomendações quanto à emissão de VOCs7; e 75% do
material adquirido localmente (raio de 150 km).
3) Benchmarks de energia incorporada e emissões:
No caso dos impactos associados aos materiais de construção (energia incorporada e
emissões), diante da ausência total de dados nacionais de LCA, foram tomados valores a
partir de dados-default e aceito o cálculo feito pelo estimador simplificado contido na
ferramenta, mantendo-se em mente que estes números poderiam ser muito diferentes daqueles
para os materiais brasileiros8.
Os valores de energia incorporada na estrutura e envelope do edifício foram estimados a partir
de um quadro na GBTool 2000, versão usada no ciclo 1998-2000, que relaciona a massa e a
complexidade do edifício a valores de energia incorporada (em GJ/m2). Para um edifício com
massa de 375 kg/m2 (laje de 15 cm de concreto com 2500 kg/m3), os níveis baixo e
convencional de complexidade foram arbitrados, respectivamente, como prática ótima (4,5
GJ/m2) e prática padrão (6 GJ/m2).
• Energia incorporada (prática padrão): 6,0 GJ/m2.
• Energia incorporada (prática ótima): 4,5 GJ/m2
• Emissões de substâncias causadoras de efeito estufa (GHG9) incorporadas nos materiais (conversão não refinada, com base na energia incorporada nos materiais) =
7 Não havia dados sobre o adesivo utilizado no carpete no piso (~30% do revestimento interno), mas considerou-se que os
70% do revestimento interno restantes (pintura a base de água nas paredes e forro de alumínio ou gesso) atendem a recomendações quanto à emissão de VOCs
8 Notavelmente no caso do cimento, em que a GBTool considera adição máxima de 15% de resíduos, enquanto no Brasil
utiliza-se correntemente cimento com até 75% de adições.
9 GHG - Greenhouse Gases.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 89
72 kg CO210 eq./GJ energia incorporada (dado médio dos estudos de casos canadenses
apresentados no GBC’98, calculados pelo software ATHENATM).
4) Benchmarks de tipo de ocupação:
• densidade de ocupação: a ASHRAE 62 (2001) considera densidade máxima (em escritórios) de 7 pessoas/92 m2 (= no mínimo 13 m2 /pessoa), valor que foi adotado;
• resistência do concreto: 25 MPa (concreto de resistência normal);
• área de coleta e armazenamento de resíduos de uso: supondo serviço público de coleta diária considerou-se como típica, a previsão de pequena área central para armazenamento separado de resíduos sólidos (5 m2) e lixo orgânico (2,5 m2).
5) Benchmarks para sistemas de ventilação natural:
• relação típica entre área de janelas e aberturas operáveis e área do piso: 20% (valor na lista drop down da GBTool mais próximo da relação 1/6 da área do piso (16,7%) adotada pela maioria dos códigos de obras para áreas de ocupação prolongada.
• Distância máxima (da zona de ocupação primária) até a linha de janelas que provê ventilação: 7m para ventilação unilateral, e 15m, para ventilação cruzada.
6) Benchmarks para sistemas mecânicos:
• energia para condicionamento, iluminação e equipamentos : eletricidade;
• % mínima de horas ocupadas em que o edifício foi projetado para manter faixas de conforto nas áreas de ocupação principal: 90% (consulta a projetista);
• altura mínima do solo para pontos de tomada de ar externo: 2 m (consulta a projetista);
• distância mínima entre pontos de tomada de ar externo e saídas de exaustão e fontes de ar contaminado: 6 m (consulta a projetista);
• tipo e quantidade de refrigerante utilizado: HCFC11-22, consumido na proporção aproximada de 1 kg/35m2 (consulta a fabricante e projetista).
7) Benchmarks para sistemas de ventilação mecânica:
• área ventilada e condicionada mecanicamente: 100%
• Taxa mínima de renovação de ar (ocupação primária): 10 l/s*m2 (consulta a projetista; ASHRAE 62.1 (2001));
• Volume máximo de ar tipicame nte recirculado (ocupação primária): 20% (consulta a projetista);
• UR mínima mantida durante aquecimento: 50% (recomendação PROCEL (2001);
• UR máxima mantida durante refrigeração: 60% (recomendação PROCEL (2001);
10 CO2 - Dióxido de carbono.
11 HCFC – Hidroclorofluorcarbono.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 90
• setpoint de refrigeração: 26oC (valor usado nas simulações realizadas por SIGNOR (1999).
• Consumo de energia: Os benchmarks de consumo de energia foram embasados nos dados publicados por SIGNOR (1999).
• Prática padrão: adotado o valor de 406,8 MJ/m2*ano (~112,78 kWh/m2*ano), média dos valores publicados por SIGNOR (1999), para uma amostra de 512 edifícios de escritórios climatizados artificialmente na cidade de São Paulo.
• Prática ótima: O menor consumo entre os dados da mesma amostra de 512 edifícios usada acima (SIGNOR, 1999) é 194,4 MJ/m2*ano (~53,89 kWh/m2*ano), mas corresponde a menos da metade da média da amostra, e foi considerado como um ponto isolado. Optou-se, então, por adotar como benchmark o valor de 317 MJ/m2*ano (~88 kWh/m2*ano), que é a média dos menores consumos de energia em edifícios comerciais, condicionados artificialmente, em 14 cidades brasileiras, publicados no mesmo trabalho.
8) Benchmarks para uso de água:
• Uso de água fria: 83 l/pessoa*dia, menor consumo – antes da intervenção no âmbito do PURA12 - dentre os estudos de casos, série edifícios comerciais, divulgados na página da SABESP13.
Para o Estudo de Caso 1 (uso misto escritório e hotel), o benchmark (240l/pessoa*dia) foi estimado a partir do número de funcionários (151 x 83 l/dia) e de hóspedes potenciais (45 x 200 l/dia).
• Consumo de água para irrigação de jardins: 109,5 m3/ano*m2, estimativa do LCAid, considerando combinação de irrigação por spray e solo argiloso.
4.3.3 ESTUDO DE CASO 1: CONJUNTO COMERCIAL DE PADRÃO SIMPLES , USO MISTO (ESCRITÓRIO E HOTEL)
4.3.3.1 DESCRIÇÃO
O Estudo de Caso 1 (Figura 6) situa-se no distrito de Barão Geraldo, em Campinas. O terreno
faz divisa com uma fazenda, com o campus da UNICAMP e com um lago, do parque
ecológico anexo. Dos 121.000 m2 do terreno, apenas 30% podem ser construídos.
O conjunto de escritórios e hotel foi inaugurado em 1996, utilizando uma parcela de terreno
de 21.000 m2. O custo estimado para esta primeira etapa de desenvolvimento (incluindo
construção, mobiliário e equipamentos) foi de cerca de US$ 1.800.000,00. A expansão do
conjunto construído está atualmente em fase de projeto e inclui um centro de convenções e
um novo bloco de hotel.
12 PURA - Programa de Uso Racional da Água.
13 http://www.sabesp.com.br/pura/cases/escritorios_sede_sabesp.htm
Capítulo 4 - Estudo exploratório 91
Figura 6 - Vista externa do bloco de escritórios (esquerda) e vista do lago a partir do solarium no hotel
A área bruta dos dois blocos soma 4.420 m², distribuída em dois pavimentos em cada bloco.
Os 45 apartamentos do hotel são ocupados principalmente por professores visitantes ou
participantes das conferências realizadas no próprio hotel ou no centro de convenções da
Universidade. As instalações do hotel incluem piscina, sauna, quadras esportivas e uma
ligação ao parque ecológico.
Este exemplo explora o uso de iluminação e ventilação naturais (Figura 7, Figura 8 e Figura
9), potencialmente capazes de reduzir o consumo de energia do conjunto, se comparada com a
prática usual de projeto de escritórios: 100% da área é condicionada e iluminada
artificialmente14. Nos dois edifícios, os espaços são inundados pela iluminação natural
proveniente de grandes janelas e de aberturas na parte superior dos átrios. As janelas expostas
a luminosidade intensa receberam uma combinação de dispositivos de sombreamento
externos (brises) e filmes para evitar ofuscamento (Figura 7).
As áreas de trabalho (bloco de escritórios) e os apartamentos e auditórios (hotel) possuem
condicionamento artificia l (aparelhos de janela ou tipo split system), que, somados,
correspondem a 69% da área bruta do conjunto. Os átrios e halls de entrada não são
condicionados. Sistemas de aquecimento de ambientes não são utilizados. Apenas uma
pequena parcela de energia renovável é utilizada: coletores solares, para o aquecimento de
água nos apartamentos e no restaurante do hotel; e células fotovoltaicas, para controle da
iluminação externa.
14 Segundo LAMBERTS;WESTPHAL (2000), em edifícios comerciais, o consumo para refrigeração corresponde, em média, a
cerca de 20% do consumo de energia do edifício; e a iluminação artificial, a aproximadamente 44%.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 92
Figura 7 - Interior do bloco de escritórios: átrio. À direita, janelas com brises e filmes para sombreamento.
Figura 8 - Bloco do hotel: átrio e interior de apartamento típico.
Considerou-se que o valor ecológico do sítio não foi significativamente alterado pela a
construção do conjunto. O terreno era anteriormente não construído e praticamente plano.
Não houve remoção de cobertura vegetal considerável e o pequeno movimento de terra
realizado foi acomodado dentro dos limites do próprio terreno.
Basicamente materiais locais foram utilizados (considerados como locais materiais
provenientes de um raio de 150 km). As áreas de estacionamento são todas asfaltadas, e a
porção com paisagismo recebeu grama, com demanda por irrigação.
Não há sistema de reuso de águas servida (águas cinzas). A água da chuva que escorre sobre
os pavimentos impermeáveis é enviada para a rede pública, enquanto a parcela coletada nos
Capítulo 4 - Estudo exploratório 93
telhados dos edifícios é disposta no lago. A água do lago, por sua vez, é utilizada para
irrigação das áreas ajardinadas.
Figura 9 - Bloco do hotel: átrio central e clarabóias para iluminação natural.
4.3.3.2 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DO ESTUDO DE CASO 1
O resultado global da avaliação do Estudo de Caso 1 foi 1,1. Resultados parciais são
apresentados da Figura 10 a Figura 13. A linha vermelha (nota 0) nos gráficos indica o
desempenho de referência (benchmark).
Capítulo 4 - Estudo exploratório 94
0,6 0,5 2,1 0,0 0,0 0,0 0,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
Resources Loadings IEQ Service Quality Economics Management Transport
Figura 10 - Resultado dos temas Consumo de Recursos, Cargas ambientais e Qualidade do ambiente interno (os pesos dos temas não avaliados foram zerados).
0,8 1,0 0,4 0,0 0,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
Energy Land Water Building re-use
NewMaterials
Figura 11 - Desagregação do resultado de Consumo de Recursos (nota 0,6).
Temas de Desempenho
IEQ Transporte Desemp. Econômico
Qualid. Serviços
Gerenc. processo
Cargas ambientais
Consumo Recursos
Solo Água Materiais Energia Reuso edifício
Consumo de Recursos
Capítulo 4 - Estudo exploratório 95
-0,5
0,0 1,1 0,6 1,9 0,1
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
GHG ODS Acidification Solid waste Effluent Site impacts
Figura 12 - Desagregação do resultado de Cargas Ambientais (nota 0,5)15.
2,6 0,3 4,4 1,0 2,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
IAQ ThermalComfort
Illumination Acoustics EMF
Figura 13 – Desagregação do resultado de Qualidade do Ambiente Interno (nota 2,1)16.
15 GHG – Greenhouse gases (gases causadores de efeito estufa). ODS - Ozone depleting substance (substância danosa à
camada de ozônio troposférico)
16 EMF = electromagnetic field (campo eletromagnético).
IAQ Conf.
Térmico Conf.
Lumínico Conf.
Acústico EMF
ODS Acidificação Efluentes GHG Impactos no sítio
Resíduos sólidos
Cargas Ambientais
Qualidade do Ambiente Interno
Capítulo 4 - Estudo exploratório 96
Tabela 3 - Indicadores de sustentabilidade (adotados no GBC) referentes ao Estudo de Caso 1, normalizados por unidade de área e unidade de área e ocupação.
Indicadores de sustentabilidade do GBC Por área Por área e ocupação
5,1 ~1416 29,8 ESI-1 Consumo total de energia primária incorporada na
estrutura e envelope do edifício (50 anos), GJ GJ/m2 kWh/m2 GJ/(kaph/m2)17 101 ~28 597
ESI-2 Consumo anual de energia primária incorporada, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2) 362 ~100 2130
ESI-3 Consumo anual de energia primária para operação do edifício, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2)
80 ~22 473 ESI-4 Consumo anual de energia primária não-renovável para
operação do edifício, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2)
182 ~50 1070 ESI-5
Consumo anual de energia primária incorporada e energia primária não renovável para operação do edifício, MJ (ESI-2+ESI-4) MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2)
1,8 44,8 ESI-6 Área de solo consumida pela construção do edifício e
serviços relacionados, m2 m2/m2 m2/ocupante 41 42
ESI-7 Consumo anual de água potável para operação do edifício, m3 m3/m2 *ano m3/(aph/m2) *ano
0 0 ESI-8 Uso anual de água cinza e água da chuva para operação
do edifício, m3 m3/m2 *ano m3/(aph/m2) *ano
10 60 ESI-9 Emissão anual de gases de efeito estufa pela operação do
edifício, kg. CO2 equivalente kg CO2 eq/m2 *ano kg CO2
eq/(kaph/m2)*ano
0 0 ESI-10 Vazamento previsto de CFC-11
18 equivalente por ano, g
g CFC-11 eq/m2 *ano g CFC-11 eq/(kaph/m2)*ano
0 0 ESI-11
Massa total de materiais reutilizados empregados no projeto, vindos do próprio terreno ou de fontes externas, kg. kg/m2 *ano kg/(aph/m2) *ano
769 4530 ESI-12 Massa total de novos materiais (não reutilizados)
empregados no projeto, vindos de fontes externas, kg. kg/m2 *ano kg/(aph/m2) *ano
4.3.4 ESTUDO DE CASO 2: EDIFÍCIO COMERCIAL DE PADRÃO MÉDIO, USO ÚNICO (ESCRITÓRIOS)
4.3.4.1 DESCRIÇÃO
O Estudo de Caso 2 é um exemplo típico de edifício de escritórios de padrão médio na cidade
de São Paulo. Aspectos ambientais não foram parâmetros diretos de projeto. No entanto, as
fases de projeto e construção aplicaram princípios de coordenação de projeto e procedimentos
de controle de qualidade e racionalização de recursos, especialmente energia e minimização
de desperdício.
O edifício foi construído em um dos poucos vazios urbanos na Vila Olímpia, que têm
recebido crescente desenvolvimento comercial e de negócios. A operação do edifício teve
17 kaph = 1.000 horas anuais de ocupação. aph - annual person-hours of occupancy (horas anuais de ocupação por pessoa,
obtidas pela multiplicação do número de ocupantes do edifício pelo número de horas de ocupação anuais).
18 CFC – Clorofluorcarbono.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 97
início em outubro de 2000. O bloco construído tem 3 pavimentos de garagem subterrâneos,
ocupando toda a área do terreno. Nos 14 pavimentos acima do nível do solo, cerca de 2.100
m2 são utilizados para escritórios, enquanto que a área funcional total (escritórios mais áreas
de serviço) é de cerca de 2.500 m2.
Figura 14 - Fachadas frontal (orientação sul) e lateral (oeste) do edifício.
A fachada principal é orientada para o sul, e não apresentaria maiores problemas por utilizar
grande área envidraçada. A fachada norte, no entanto, adota o mesmo conceito arquitetônico e
usa área envidraçada quase idêntica, porém em uma orientação desfavorável. Não há
dispositivos externos de sombreamento, e o controle solar e de ofuscamento baseia-se no uso
de vidros reflexivos. A fachada norte é parcialmente sombreada pelos edifícios no entorno,
mas a parte superior fica desprotegida da ação direta de raios solares (Figura 14).
A largura reduzida das plantas dos pavimentos (Figura 16, inferior) permite acesso a
iluminação natural e vistas externas em todas as áreas de escritórios. Ainda assim, utiliza-se
densidade de iluminação artificial de 14 W/m2 19 mesmo durante o dia, inclusive nos
pavimentos de garagem.
19 Estimada a partir do projeto de iluminação e tomadas.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 98
Figura 15 – Vista de escritório duplex no 12o pavimento (esquerda), hall de entrada (direita, superior) e entrada secundária.
Figura 16 – Plantas no nível térreo e de uma das duas configurações de pavimento-tipo.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 99
O Estudo de Caso 2 apresenta um consumo de água de 52 l/pessoa*dia, que o que corresponde
a uma redução de quase 40% em relação ao desempenho adotado como referência20. O
consumo anual bruto de eletricidade foi em torno de 163 MJ/m2/ano (~45 kWh/m2*ano), cerca
de 40% do benchmark adotado).
4.3.4.2 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DO ESTUDO DE CASO 2
O resultado global da avaliação do Estudo de Caso 2 foi 1,4. Resultados parciais são
apresentados da Figura 17 a Figura 20. A linha vermelha (nota 0) nos gráficos indica o nível
de desempenho típico de um edifício equivalente na mesma região (desempenho de referência
ou benchmark).
1,3 0,7 2,5 0,0 0,0 0,0 0,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
Resources Loadings IEQ Service Quality Economics Management Transport
Figura 17 - Resultado dos temas Consumo de Recursos, Cargas ambientais e Qualidade do ambiente interno (os pesos dos temas não avaliados foram zerados).
20 Foram considerados os dados dos estudos de caso do PURA (Programa de Uso Racional da Água), série edifícios
comerciais, divulgados na página da SABESP (http://www.sabesp.com.br/pura/cases/escritorios_sede_sabesp.htm).
Temas de Desempenho
IEQ Transporte Desemp. Econômico
Qualid. Serviços
Gerenc. processo
Cargas ambientais
Consumo Recursos
Capítulo 4 - Estudo exploratório 100
1,5
-1,0
1,7 0,0 0,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
Energy Land Water Building re-use
NewMaterials
Figura 18 -Desagregação do resultado do tema Consumo de Recursos (nota 1,3).
0,5 0,0 3,0
-0,3
0,0 0,9
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
GHG ODS Acidification Solid waste Effluent Site impacts
Figura 19 -Desagregação do resultado do tema Cargas Ambientais (nota 0,7).
3,0 0,4 4,7 0,9 5,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
IAQ ThermalComfort
Illumination Acoustics EMF
Figura 20 – Desagregação do resultado do tema Qualidade do Ambiente Interno (nota 2,5).
ODS Acidificação Efluentes GHG Impactos no sítio
Resíduos sólidos
IAQ Conf.
Térmico Conf.
Lumínico Conf.
Acústico EMF
Cargas Ambientais
Qualidade do Ambiente Interno
Água Materiais Energia Reuso
edifício
Consumo de Recursos
Solo
Capítulo 4 - Estudo exploratório 101
Tabela 4 - Indicadores de sustentabilidade (adotados no GBC) referentes ao Estudo de Caso 2, normalizados por unidade de área e unidade de área e ocupação.
Indicadores de sustentabilidade do GBC Por área Por área e ocupação
11,2 ~3111 73,6 ESI-1 Consumo total de energia primária incorporada na
estrutura e envelope do edifício (50 anos), GJ GJ/m2 kWh/m2 GJ/(kaph/m2)21 224 ~62 1471
ESI-2 Consumo anual de energia primária incorporada, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2) 429 ~119 2819
ESI-3 Consumo anual de energia primária para operação do edifício, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2)
95 ~26 626 ESI-4 Consumo anual de energia primária não-renovável para
operação do edifício, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2) 320 ~89 2098
ESI-5 Consumo anual de energia primária incorporada e energia primária não renovável para operação do edifício, MJ (ESI-2+ESI-4) MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2)
0,8 10,7 ESI-6 Área de solo consumida pela construção do edifício e
serviços relacionados, m2 m2/m2 m2/ocupante 15 17
ESI-7 Consumo anual de água potável para operação do edifício, m3 m3/m2 *ano m3/(aph/m2) *ano
0 0 ESI-8 Uso anual de água cinza e água da chuva para operação
do edifício, m3 m3/m2 *ano m3/(aph/m2) *ano
12 80 ESI-9 Emissão anual de gases de efeito estufa pela operação do
edifício, k g. CO2 equivalente kg CO2 eq/m2 *ano kg CO2
eq/(kaph/m2)*ano
0 0 ESI-10 Vazamento previsto de CFC-11 equivalente por ano, g
g CFC-11 eq/m2 *ano g CFC-11 eq/(kaph/m2)*ano
0 0 ESI-11
Massa total de materiais reutilizados empregados no projeto, vindos do próprio terreno ou de fontes externas, kg. kg/m2 *ano kg/(aph/m2) *ano
2441 16024 ESI-12 Massa total de novos materiais (não reutilizados)
empregados no projeto, vindos de fontes externas, kg. kg/m2 *ano kg/(aph/m2) *ano
4.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados da GBTool são basicamente interpretados com base em dois grupos de
informações: (1) e pontuação global e por categoria (Tabela 5); e (2) indicadores de
sustentabilidade ambiental (Erro! A origem da referência não foi encontrada., Figura 21 e
Figura 22). A Tabela 5 detalha a pontuação obtida nos dois estudos de casos.
21 kaph = 1.000 horas anuais de ocupação. aph - annual person-hours of occupancy (horas anuais de ocupação por pessoa,
obtidas pela multiplicação do número de ocupantes do edifício pelo número de horas de ocupação anuais).
Capítulo 4 - Estudo exploratório 102
Tabela 5 – Pontuação obtida pelos estudos de casos avaliados.
PONTUAÇÃO OBTIDA Estudo de Caso 1 Estudo de Caso 2
Consumo de Recursos (peso 38%) 0,6 1,3
Energia Solo
Água Reuso edifício
Materiais
0,8 1,0 0,4 0,0
0,0
1,5 -1,0 1,7 0,0
0,0
Cargas Ambientais (peso 35%) 0,5 0,7
GHG
ODP22
Acidificação
Resíduos sólidos
Efluentes Impactos no terreno
-0,5 0
1,1 0,6
1,9 0,1
0,5 0,0 3,0
-0.3
0 0,9
Qualidade do Ambiente Interno (peso 27%) 2,1 2,5
IAQ23
Conforto térmico
Conforto lumínico Conforto acústico
EMF24
2,6 0,3
4,4 1,0 2,0
3,0 0,4
4,7 0,9 5,0
Total (ponderado) 1,1 1,4
No Estudo de Caso 1, não estavam disponíveis quantitativos de materiais separados por bloco,
nem medição individualizada dos consumos correspondentes a cada bloco. Foi necessária,
portanto, a determinação de benchmarks de consumo específicos para a tipologia de uso misto
(escritório e hotel).
Por a pontuação do desempenho pela GBTool ser relativa a benchmarks para edifícios de uma
mesma tipologia e localizados numa mesma região, não é possível comparar diretamente os
resultados (do bloco de escritório) do Estudo de caso 1 com o Estudo de caso 2. Como estes
benchmarks são regionais, tampouco é apropriado comparar os perfis de desempenho ou as
notas obtidas pelos edifícios avaliados para a SB’02. Para esta finalidade, o GBC usa os
indicadores de sustentabilidade ambiental. É, no entanto, instrutivo situar a nota obtida pelo
Estudo de Caso 2 (1,4) em relação à amostra de edifícios de escritórios avaliados para a
SB’02, que representam projeto e construção ambientalmente avançados nos respectivos
22 ODP - Ozone Depleting Potential (Potencial de dano à camada de ozônio troposférico).
23 IAQ - Indoor Air Quality (Qualidade do ar interno).
24 EMF – Electromagnetic Field (Poluição eletromagnética).
Capítulo 4 - Estudo exploratório 103
países: Chile (1,9), Suécia (2,1), Estados Unidos (2,5 e 2,7), Coréia (2,5); Noruega (2,6),
Espanha (2,6) e Japão (1,1; 2,2; 2,3; 2,4; 2,5; e 2,7).
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL ADOTADOS NO GBC
Os indicadores de sustentabilidade ambiental (ESIs) são um conjunto limitado de medidas
absolutas de desempenho que caracterizam práticas de construção sustentável e facilitam a
comparação internacional de edifícios. Doze indicadores de sustentabilidade ambiental são
avaliados na versão da GBTool utilizada: 5 indicadores de uso de energia (incorporada e
operacional), 1 de uso do solo, 2 de uso de água (reuso e uso total), 2 de emissões durante a
operação do edifício (CO2 e CFC) e 2 de uso de materiais (reuso e novos materiais) (Tabela 3
e Tabela 4).
Estes indicadores correspondem à parte marcadamente de LCA da avaliação, indicando
números de consumo e emissões, que são normalmente importantes em qualquer contexto.
Como são números absolutos, não há interferência de benchmarks e é possível fazer uma
comparação direta entre edifícios de mesma tipologia. A Figura 21, a Figura 22, a Figura 23 e
a Figura 24 situam o Estudo de Caso 2 em relação aos demais edifícios de escritórios
avaliados na SB’02.
Para os indicadores normalizados apenas por unidade de área (Figura 21), os resultados dos
indicadores ESI-6, ESI-7 e ESI-11 do Estudo de Caso 2 foram próximos das médias da
amostra. Afora os indicadores de energia primária incorporada (ESI-1 = 11,2 GJ/m2, contra
uma média de 4,4 GJ/m2 ; e ESI-2 = 224 GJ/m2*ano, contra média de 96 GJ/m2*ano), e de uso
de novos materiais (ESI-12 = 2441 kg, contra média de 973 kg), o Estudo de caso 2
apresentou valores muito menores que os demais edifícios avaliados, especialmente nos
indicadores de consumo de energia para operação (ESI-3, ESI-4 e ESI-5).
As médias destes três indicadores e do indicador de consumo de água (ESI-7) foram muito
elevadas pelos resultados dos edifícios asiáticos. Excluídos estes edifícios da análise (Figura
22), o desempenho do Estudo de caso 2 em relação à média dos edifícios europeus e norte-
americanos foi:
• Acima da média, para o indicador de uso de energia não renovável, ESI-4 (95 MJ/m2*ano)25, contra média de 325 MJ/m2*ano;
25 Convém lembrar que os valores dos indicadores ESI-1, ESI-2 e ESI-5 são diretamente influenciados pelo cálculo estimado
de energia incorporada nos materiais, o que o torna de pouca validade para análise.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 104
• próximo da média, para os indicadores de energia operacional, ESI-3 (429 MJ/m2*ano); consumo de solo, ESI-6 (0,8m2/m2) e consumo de água potável, ESI-7 (15 m3/m2*ano), contra médias de, respectivamente, 490 MJ/m2*ano, 1m2/m2 e 19 m3/m2*ano; e
• muito abaixo da média, como esperado, no caso dos indicadores referentes ao reuso de materiais, ESI-11 (0 kg/m2), e consumo de novos materiais (virgens ), ESI-12 (2441 kg/m2), contra médias de, respectivamente, 58 kg/m2 e 1132 kg/m2).
Tabela 6 - Desempenho do Estudo de Caso 2, em relação à média da amostra.
Normalizados apenas por área (m2)
Normalizados por área e por ocupaç ão (m2 *kaph)
Estudo Caso 2 Média
Média (excluindo asiáticos) Estudo Caso 2 Média
Média (excluindo asiáticos)
ESI-1 11,2 6 4 73,6 36 34
ESI-2 224 91 78 1471 579 558
ESI-3 429 1315 490 2819 8022 4371
ESI-4 95 1222 325 626 5864 3011
ESI-5 320 1314 403 2098 6513 3648
ESI-6 0,8 1 1 10,7 18 21
ESI-7 15 19 19 17 28 26
ESI-8 0 2 0 0,0 1 0
ESI-9 12 93 66 80 427 410
ESI-10 0,00000 0 0 0,00000 0 0
ESI-11 0 157 58 0,0 0 0
ESI-12 2441 1346 1132 16024 8267 7534
Discussão análoga aplica-se aos indicadores normalizados por ocupação e área (Figura 23 e
Figura 24), acrescentando que a normalização por ocupação revela desempenho muito melhor
do edifício brasileiro quanto aos consumos de solo (ESI-6) e de água (ESI-7).
Capítulo 4 - Estudo exploratório 105
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
ESI-1 ESI-2 ESI-3 ESI-4 ESI-5 ESI-6 ESI-7 ESI-8 ESI-9 ESI-10 ESI-11 ESI-12
Brasil
Chile
EUA
EUA
Noruega
Espanha
Japão
Japão
Japão
Japão
Japão
Japão
Japão
Coréia
Média
Figura 21 - Indicadores normalizados apenas por unidade de área (unidade variável no eixo das ordenadas).
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
ESI-1 ESI-2 ESI-3 ESI-4 ESI-5 ESI-6 ESI-7 ESI-8 ESI-9 ESI-10 ESI-11 ESI-12
Brasil
Chile
EUA
EUA
Noruega
Espanha
Média (-asiáticos)
Figura 22 - Indicadores normalizados apenas por unidade de área, excluindo edifícios asiáticos (unidade variável no eixo das ordenadas).
materiais novos
Capítulo 4 - Estudo exploratório 106
0,0
5000,0
10000,0
15000,0
20000,0
25000,0
30000,0
35000,0
40000,0
ESI-1 ESI-2 ESI-3 ESI-4 ESI-5 ESI-6 ESI-7 ESI-8 ESI-9 ESI-10 ESI-11 ESI-12
Brasil
Chile
EUA
EUA
Noruega
Espanha
Japão
Japão
Japão
Japão
Japão
Japão
Coréia
Média
Figura 23 - Indicadores normalizados por unidade de área e por ocupação (unidade variável no eixo das ordenadas).
0,0
5000,0
10000,0
15000,0
20000,0
25000,0
ESI-1 ESI-2 ESI-3 ESI-4 ESI-5 ESI-6 ESI-7 ESI-8 ESI-9 ESI-10 ESI-11 ESI-12
Brasil
Chile
EUA
EUA
Noruega
Espanha
Média (-asiáticos)
Figura 24 - Indicadores normalizados por unidade de área e por ocupação, excluindo edifícios asiáticos (unidade variável no eixo das ordenadas).
4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO
Os estudos de casos aqui descritos foram apresentados na SB’02, em Oslo, e, portanto, foram
consideradas apenas as categorias de uso de recursos, cargas ambientais e qualidade do
ambiente interno. A GBTool foi selecionada para uso no estudo piloto por ser especificamente
desenvolvida para permitir sua adaptação a diferentes contextos de avaliação. Esta adaptação
centra-se na intervenção do usuário em dois pontos principais: a personalização de escala de
desempenho, através da definição de desempenhos de referência (benchmarks, nota 0) e de
desempenho de excelência (nota +5); e de ponderações específicas.
materiais novos
Capítulo 4 - Estudo exploratório 107
Os benchmarks foram estimados com o maior rigor possível, considerando a limitação de
instrumentos normativos e dados nacionais. Para a derivação de uma ponderação razoável
para estudos no Brasil, foi desenvolvida uma ferramenta AHP, utilizada para calcular os pesos
a partir da percepção de um painel de especialistas quanto à importância relativa dos
Temas/Categorias de desempenho considerados.
O estudo piloto permitiu a familiarização e estudo detalhado da GBTool. Em resposta à
questão posta pelos objetivos do estudo exploratório, concluiu-se, que, em condições ideais,
seria conveniente aproveitar a lógica e parte do conteúdo da GBTool para a composição do
módulo ambiental incluído no modelo de avaliação de sustentabilidade de edifícios proposto.
Os grandes temas nela apresentados são, além de abrangentes, basicamente os mesmos que
aparecem nas listagens de atributos de edifícios feitas pelos sub-comitês ASTM E06.05
(Whole-building Performance) e ASTM E06.81 (Building Economics)26. Naturalmente, é
necessária a revisão detalhada das referências adotadas pela ferramenta. Esta tarefa, assim
como o rastreamento de erros da ferramenta, é dificultada pela grande quantidade de fórmulas
distribuídas nas várias planilhas que compõem a GBTool, muitas delas calculadas
automaticamente e não acessadas pelo usuário.
Apesar de reduzir o esforço necessário para completar as avaliações, a grande quantidade de
automatização inserida na ferramenta aumentou significativamente o potencial de erros de
fórmulas, que podem diminuir a confiança do resultado obtido com a ferramenta. A maioria
dos erros foi corrigida enquanto as equipes participantes aplicavam a GBTool em seus estudos
de casos, entre dois e três meses antes da SB’02. Outros passaram, e um deles foi percebido
após a conferência, em razão do resultado suspeito obtido, naquela ocasião, para o Estudo de
Caso 2.
A flexibilidade idealizada para esta ferramenta tem virtudes teóricas importantes, como
rastreabilidade dos pesos utilizados e orientação da avaliação à mensuração de desempenho,
mas cria dificuldades práticas igualmente importantes:
• a definição dos benchmarks deve ser criteriosa, pois orienta todo o cálculo de resultados;
• para alguns itens, a faixa de valores aceitos pela GBtool não atende a normas brasileiras, como no caso de nível de iluminação ambiente, para o qual o valor máximo da ferramenta é ligeiramente inferior ao prescrito na NBR 5413 (1992);
26 A listagem completa de atributos relacionados a edifícios desenvolvida por estes sub-comitês está incluída em CHAPMAN
et al. (1998).
Capítulo 4 - Estudo exploratório 108
• fatores importantes para o clima e hábitos locais, como simplesmente abrir janelas para ventilar, por exemplo; características geográficas (na nossa latitude, o fator de luz do dia-default é facilmente alcançável por aberturas mínimas, e a escala de pontuação é facilmente estourada); e tradição construtiva (a avaliação de RCD considera apenas as perdas inerentes às tecnologias construtivas, e não desperdício, que é considerável no Brasil) não são adequadamente valorados.
• As avaliações ambientais utilizando a GBTool exigem uma quantidade realmente grande de informação, nem sempre prontamente disponíveis e organizadas no Brasil. Diversos cálculos são feitos automaticamente, a partir de um número mínimo de entradas dadas pelo usuário, o que torna os resultados obtidos questionáveis, quando, na falta de informações na quantidade, detalhamento e precisão consideradas na GBTool, são feitas adaptações e inferências pelo usuário ou pela própria ferramenta de avaliação;
• os intervalos da escala de desempenho são definidos com exatidão, a partir do desempenho de referência e da meta de desempenho estipulados para cada item, e têm uma sensibilidade alta, que destoa da qualidade dos dados disponíveis para a utilização; e
• as suposições-default da ferramenta podem levar a resultados descolados da realidade brasileira. Particularmente, não é possível confiar ou tirar conclusões a partir dos dados de energia e emissões incorporadas aos materiais calculados pela GBTool para nenhum dos estudos de casos brasileiros. A avaliação de energia incorporada nos materiais é feita com base em um estimador que, na falta de dados de LCA calculados, usa como padrão dados canadenses, que podem ser muito diferentes dos dados nacionais. A estimativa de GHG a partir da conversão da energia incorporada faz sentido apenas para os processos de produção que utilizem fontes fósseis de energia (óleo, gás, carvão...), o que nem sempre é o caso dos materiais brasileiros, em cuja produção é freqüente o emprego de (hidro)eletricidade e lenha 27. Uma avaliação correta depende necessariamente de dados de LCA, não disponíveis neste momento para materiais nacionais. Como nem o valor de energia incorporada, nem a taxa de conversão de energia incorporada para CO2 incorporado utilizados no cálculo foram obtidos de dados de LCA de materiais brasileiros, o cálculo induz a um acúmulo de erros que torna os dados pouco aproveitáveis.
A oferta limitada de edifícios para avaliação não permitiu a constituição de uma amostra
estatisticamente representativa, porém o estudo exploratório forneceu os primeiros números
nacionais, que podem ser utilizados para ajudar a balizar avaliações de outros edifícios de
mesma tipologia de uso e nas mesmas localizações dos estudos de casos. Apesar da realização
de julgamentos de importância relativa entre temas avaliados não ser uma atividade simples,
devido à interdisciplinaridade de conhecimento envolvida, a ferramenta AHP mostrou-se
como um facilitador da derivação sistemática de pesos entre temas de desempenho da
27 A queima de biomassa também libera CO2, mas considera-se que esta emissão é neutralizada pela absorção de CO2
durante seu crescimento.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 109
GBTool, sinalizando que um procedimento semelhante poderia ser utilizado positivamente no
desenvolvimento de um método nacional.
4.5.1 SOBRE A NECESSIDADE DE DESENVOLVER UM MÉTODO BRASILEIRO
Este Estudo Exploratório encerra a demonstração, iniciada no Capítulo 3, de que não é
possível copiar, traduzir ou simplesmente aplicar um método estrangeiro no contexto
brasileiro ou de qualquer outro país, por maior que tenha sido o sucesso obtido em seu país
de origem. Certos aspectos perdem validade ou, por outro lado, itens nem sempre
considerados pelos métodos internacionais são importantes no nosso contexto e devem ser
incluídos na avaliação. Os exemplos citados em SILVA (2001) e SILVA et al. (2002)
ilustram bem esta discussão. Para mencionar apenas um deles:
Todos os métodos enfatizam a importância das emissões de CO2 durante o uso do edifício; o GBC é o único que vai além e permite considerar o CO2 incorporado nos materiais. Esta é claramente uma preocupação de países de clima frio (com grande demanda por aquecimento, durante períodos relativamente longos) e/ou que tenham matrizes energéticas fortemente centradas no uso de combustíveis fósseis, e que, por estas razões, têm compromissos rigorosos firmados no Protocolo de Kioto. No caso brasileiro, o controle de CO2 durante a operação do edifício não tem a mesma validade, já que (1) a emissão de CO2 pelos países em desenvolvimento é insignificante diante da dos países desenvolvidos e este reconhecimento impõe controle rigoroso sobre países que, metaforizando, já consumiram – ou mesmo extrapolaram - a sua “cota de destruição do planeta” durante seu processo de desenvolvimento, para que os outros países possam também se desenvolver, como é o caso do Brasil; e (2) na maior parte do território nacional, a energia utilizada é eletricidade proveniente principalmente de fontes hidráulicas e não poluentes (apesar da recente alteração de cenário, com maior participação de fonte termelétricas), e é possível que no ciclo de vida de edifícios no Brasil, a emissão de CO2 durante a produção dos materiais de construção seja preponderante.
Este trabalho defende a idéia de que a qualidade de um método de avaliação de edifícios é
determinada por quatro princípios essenciais:
• Para ser tecnicamente consistente, um método de avaliação deve ser adaptado a dados nacionais relevantes;
• Para ser viável praticamente, um método de avaliação deve ser adaptado ao mercado, práticas de construção e tradições locais;
• Para ser absorvido e difundir-se rapidamente, um método de avaliação deve ser desenvolvido em parceria com as principais partes interessadas: investidores, empreendedores/construtores, projetistas;
• Para ser apropriado ao contexto nacional, os itens avaliados no método devem ser ponderados para refletir prioridades e interesses nacionais.
Capítulo 4 - Estudo exploratório 110
Todos eles são definidos localmente. E todos eles são, portanto, contrariados pela importação
de métodos. Que fique claro que o problema não é a qualidade dos métodos existentes. Pelo
contrário, em seus contextos de origem, eles são apropriados e vêm experimentando alto grau
de sucesso. Apenas não é apropriado utilizá- los, como são, fora destes contextos.
A tentativa mais vigorosa de internacionalização de um método de avaliação foi feita com o
BREEAM. Mais recente, o LEED é aplicável em todo o território dos Estados Unidos, porém
são raros os casos de aplicação externa. Atualmente, porém, tanto o LEED quanto o
BREEAM evitam avaliar edifícios fora de seus países de origem. A prática demonstrou que a
dificuldade de adequação aos locais de avaliação ia além da retirada ou adição de aspectos a
avaliar e que os resultados das adaptações revelavam-se, na verdade, como novos sistemas,
muito diferentes dos métodos originais.
Estes sistemas podem até ser utilizados no Brasil – ou em outros países. Não há impedimentos
legais ou restrições oficiais além da devida comunicação ao BRE e ao USGBC,
respectivamente. No entanto, a maioria esmagadora dos aspectos seria julgada com base em
normas e práticas americanas ou britânicas, por sua vez definidas com base em traços
culturais, tradição construtiva, restrições legais e adesão a protocolos globais, que definem
determinadas prioridades e, juntas, formam um cenário que, em sua essência, pode ser
próximo do brasileiro em alguns aspectos (como eficiência no uso de recursos e redução da
poluição), mas que, em termos de rigor de metas e da abordagem escolhida para atingi- las (ex.
redução de CO2 para atender ao Protocolo de Kioto, meta que o Brasil não tem), tende a ser
muito descolado da nossa realidade.
O GBC investiu em um caminho diferente: criar uma ferramenta que fosse suficientemente
flexível e pudesse ser utilizada em diversos países. Aí está o papel fundamental dos
benchmarks, que contextualizam a avaliação e definem o fundo da escala de desempenho. E
aí está também o seu grande calcanhar de Aquiles, pois falhas na definição dos benchmarks
alteram diretamente o resultado da avaliação, e podem mesmo invalidá- la. Seria excelente se
fosse possível utilizar, no Brasil, uma ferramenta tão completa quanto a GBTool, mas
exatamente por sua abrangência e complexidade, ela está longe de ser um instrumento para
uso corriqueiro. Mais apropriado é utilizar a GBTool em seu propósito original, e desenvolver
um método local a partir do embasamento teórico-científico que ela oferece.
Retomando a ótica que orientou a discussão metodológica dos sistemas internacionais
existentes para avaliação ambiental de edifícios de escritórios feita no Capítulo 3, eles não são
adequados para aplicação no Brasil, porque:
Capítulo 4 - Estudo exploratório 111
• o que estes métodos avaliam é insuficiente: todos eles detêm-se na avaliação ambiental, e os itens ambientais avaliados não necessariamente refletem a agenda brasileira. O Brasil exibe um conjunto de graves problemas sociais, traduzidos por indicadores alarmantes de desigualdade e de pobreza (INSTITUTO ETHOS, 2002; IBGE, 2002). O setor de construção brasileiro emprega milhões de trabalhadores. Este uso intensivo de mão-de-obra e a participação significativa no PIB posicionam o setor como um motor potencial na criação e distribuição de valor, com repercussão direta no alívio de pobreza, desenvolvimento humano e inclusão social; provisão de condições dignas e seguras de trabalho e de capacitação e treinamento técnico-ambiental continuado e formal; e prosperidade e fortalecimento de comunidades localmente. Para ser aderente a esta condição de país em desenvolvimento, os objetivos ambientais, sociais e econômicos da construção sustentável devem ser integrados na composição das avaliações de edifícios.
• a forma como estes métodos avaliam é inapropriada para o Brasil, porque:
o para prover resultados aderentes ao contexto de avaliação é necessário definir localmente um critério de ponderação; e
o não há dados nacionais de LCA, e é inconsistente avaliar impactos de materiais brasileiros com base em dados estrangeiros.
• o quanto deve ser atingido em cada método é definido pela sinergia de fatores como tecnologias e produtos disponíveis em cada mercado, práticas construtivas, normas vigentes, que, juntos, delineiam níveis de referência e metas que mudam de um contexto a outro.
É fundamental, portanto, desenvolver um método à luz das prioridades, condições e
limitações brasileiras. Deve-se necessariamente passar, no Brasil, por um processo de
amadurecimento semelhante àquele por que passaram os países de origem dos métodos
existentes para avaliação ambiental de edifícios, com o desafio maior de ampliar o escopo
tradicional de avaliação ambiental para avaliação de sustentabilidade de edifícios.
O próximo Capítulo dedica-se à reunião de diretrizes e de uma base metodológica necessária
para o desenvolvimento de um método nacional de avaliação da sustentabilidade de edifícios
de escritórios.
5 DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS
As questões metodológicas formuladas no Capítulo 3 naturalmente delineiam diretrizes para
orientar o desenvolvimento de um modelo de avaliação da sustentabilidade de edifícios
brasileiros, arranjadas como um fluxograma na Figura 1. As próximas sessões fornecem a
discussão e base metodológica para o tratamento de dois pontos críticos: (1) definição da
estrutura de avaliação, parte da tarefa de definição de “o que avaliar?”; (2) definição do
critério de ponderação, parte da tarefa de definição de “como avaliar?”. A descrição
completa do modelo de avaliação proposto é feita no Capitulo 6.
5.1 ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO (“O QUE AVALIAR?”)
Propõe-se neste trabalho que a discussão conceitual para definição do conteúdo da avaliação
de sustentabilidade de edifícios parta da consideração das prioridades nacionais, sintetizadas
em uma agenda setorial para sustentabilidade, e restrinja gradativamente o foco para a escala
do edifício, com base em quatro etapas (Figura 2):
1) Estudo de iniciativas para desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade de nações, assim como das estruturas analíticas para sua organização;
2) Proposição-base de Agenda 21 para a construção sustentável no Brasil, organizada com base na estrutura temática de indicadores utilizada pela UN CSD1 (DESA, 1999), e incluindo os tópicos aplicáveis das agendas setoriais publicadas pelo CIB (CIB, 1999 e CIB/UNEP-IETC, 2002);
3) Análise das categorias de avaliação e indicadores propostos por iniciativas internacionais de relato de sustentabilidade organizacional e do setor de construção, principalmente as da GRI2 e da CIRIA3; e
4) Análise das iniciativas internacionais para desenvolver indicadores de sustentabilidade de edifícios, assim como das categorias de avaliação e indicadores utilizadas pelos métodos existentes para avaliação ambiental de edifícios (feita no Capítulo 3) e daquelas sugeridas pela ISO CD 21931 (ISO, 2003b, Tabela 8)4.
1 UN CSD - United Nations Commission on Sustainable Development.
2 GRI - Global Reporting Initiative.
3 CIRIA - Construction Industry Research and Information Association.
4 ISO TC59/SC3/N501. Buildings and constructed assets – Sustainability in Building – Framework for assessment of
environmental performance of buildings. ISO CD 21931, 2003b.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 113
Figura 1 - Diretrizes para o desenvolvimento de um método de avaliação da sustentabilidade de edifícios.
Uso previsto Escopo Limites do sistema Estrutura da avaliação* (conteúdo e organização de indicadores)
Natureza avaliação • Prescritiva x desempenho • Uso de LCA
Seleção preliminar de indicadores Critério de ponderação*
Comunicação de resultados
Escala de desempenho (referências e metas ) Proposição de metas empíricas’ Pontuação mínima Classes de desempenho
Definição de quanto deverá ser atingido
Definição do que avaliar
Definição de como avaliar
11
22 Revisão de indicadores Definição de pesos
Acúmulo de dados de práticas típicas e de excelência
Revisão das metas
Refinamento (estudo-piloto de 1 ano)
avaliar
Realização de consulta pública
Revisão e refinamento (em intervalos de 1 ano, nos
primeiros 5 anos)
Banco de resultados de avaliações Acúmulo de dados de práticas típicas e de excelência Validação das metas e estrutura
Lançamento de versão do método
33
44
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 114
Figura 2 - Base conceitual para definição do conteúdo e estrutura analítica do modelo de avaliação proposto.
5.1.1 INDICADORES: CONCEITO E IMPORTÂNCIA
Um indicador é um parâmetro (propriedade medida ou observada) ou valor derivado de
parâmetros que fornece informação sobre um determinado fenômeno (OECD, 1993). Um
indicador possui significado sintético e é desenvolvido para um objetivo específico. Estas
duas características fazem com que seu significado transcenda as propriedades diretamente
associadas ao valor do parâmetro, e apontam as principais virtudes do uso de indicadores,
que são:
§ reduzir o número de medidas e parâmetros necessários para descrever uma determinada situação. Conseqüentemente, o número de indicadores e o nível de detalhamento contido num conjunto de indicadores têm de ser limitados. Por um
Indicadores ambientais
Setor
Nações Organizações Edifícios
OECD
ONU (CSD)
Ecological Footprint
Indicadores de desenvolvimento
sustentável World Bank
GRI CIRIA
BREEAM LEED GBC EcoEffect EcoProfile CASBEE PromisE NABERS … ISO CD21931
…
…
Agenda 21 para Construção Sustentável no Brasil
Estruturas analíticas
Estrutura de avaliação
Agenda 21 CIB Agenda 21 CIB/UNEP
11
22
33 44
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 115
lado, um índice único5 ou um número demasiadamente pequeno de indicadores podem ser insuficientes para prover a informação necessária ou podem incorrer em dificuldades metodológicas que crescem com o nível de agregação de informações. Por outro lado, um número excessivo de indicadores tende a distorcer a visão geral que o conjunto supostamente deveria fornecer.
§ simplificar o processo de informação através do qual os resultados destas medidas chegam ao usuário final.
Indicadores capturam tendências para informar os agentes de decisão, orientar o
desenvolvimento e o monitoramento de políticas e estratégias, e facilitar o relato das
medidas adotadas para implementação do desenvolvimento sustentável. Para ser útil, um
indicador deve permitir uma explicação das razões das mudanças em seu valor ao longo do
tempo, ser suficientemente simples na maneira em que descreve problemas freqüentemente
complexos, e usar definições comuns de componentes-chaves e normalização para permitir
comparações (COLE, 2002).
Indicadores de sustentabilidade surgiram primeiro na esfera das nações (Apêndice 2), em
resposta a Agenda 21, mas métricas são necessárias em todos os níveis (Figura 3), pois
podem não só apontar o caminho, como também mostrar se e de que maneira ocorre o
movimento da sociedade, do setor de construção, de uma organização e da produção de
edifícios em direção às metas nacionais de desenvolvimento sustentável.
No nível setorial, os indicadores são úteis para (1) fornecer informações para a tomada de
decisões; (2) fornecer a retro-alimentação necessária para o desenvolvimento sustentável; e
(3) medir a contribuição de programas específicos para o progresso do setor (ou nacional)
em relação a sustentabilidade.
No nível organizacional, os indicadores são necessários para (1) medir ou descrever o
desempenho em relação à sustentabilidade de uma operação, empreendimento ou
corporação; (2) facilitar o estabelecimento de metas e o desenvolvimento de padrões para
benchmarking interno e em relação a outras empresas do setor; (3) avaliar desempenho
(aderência às metas estabelecidas) e monitorar periodicamente o progresso em direção à
sustentabilidade; (4) comunicação com clientes e demais partes interessadas; e (5) derivar
5 Índices são o resultado da agregação de vários indicadores segundo procedimentos metodológicos específicos. Um
exemplo é o Índice de Desenvolvimento Humano (http://hdr.undp.org/statistics/tools.cfm#2), que agrega três
componentes básicos de desenvolvimento humano: longevidade, educação e padrão de vida.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 116
benefícios diretos de relato de sustentabilidade e de benchmarking do desempenho da
empresa.
Figura 3 – Escalas de ação das principais iniciativas de organização de indicadores ambientais /de desenvolvimento sustentável /de sustentabilidade.
Apesar de fundamentais para ajudar a unificar a tomada de decisão econômica, social,
ambiental e institucional, indicadores per si não são capazes de promover melhoria de
desempenho. Metas de desempenho são igualmente necessárias, para embasar os
indicadores e permitir a avaliação do progresso e, juntamente com listas estruturadas de
indicadores, são ferramentas importantes de tomada de decisão em:
§ nível de governança e gestão, pois constituem um veículo interno para avaliar a consistência entre as políticas econômica, ambiental e social e o seu desempenho real. A uniformidade de relato facilita a comparação com outras organizações e o reconhecimento de melhorias de desempenho;
§ nível operacional, pois fornecem uma estrutura lógica para aplicação de conceitos de sustentabilidade nas operações, serviços e produtos da empresa; e guiam o desenvolvimento de dados e sistemas de informação para estabelecer e monitorar o progresso em direção a metas econômicas, ambientais e sociais; e
§ termos de comunicação, pois permitem compartilhar informações e promover diálogo com as partes interessadas internas e externas, no que tange às conquistas e aos desafios da organização em alcançar suas metas.
Indicadores de edifícios e projetos
Indicadores setoriais de sustentabilidade (construção civil)
Indicadores de sustentabilidade organizacional
(empresas projeto e construção)
Indicadores nacionais (ambientais ou desenvolvimento sustentável) OECD
ONU World Bank
CIRIA CRISP
Global Reporting Initiative Guidelines
BREEAM LEED HKBEAM GBC …
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 117
No nível de edifícios e do ambiente construído, os indicadores de sustentabilidade são
necessários para (1) estabelecer metas; (2) medir o desempenho (aderência às metas) de
edifícios e projetos; de diferentes agentes do processo de construção ou de diferentes regiões
ou países; (3) que agentes de decisão e de políticas públicas possam avaliar estratégias
economica- e tecnicamente viáveis para melhorar a qualidade de vida; (4) que diferentes
agentes no processo de construção os utilizem como diretrizes e ferramentas para melhorar
as práticas correntes e a qualidade da construção; e (5) fins de marketing e de comunicação
com as partes interessadas.
5.1.2 ESTRUTURAS ANALÍTICAS PARA ORGANIZAÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE NAÇÕES
A demanda da Agenda 21 por indicadores de desenvolvimento sustentável6 levou a uma
nova safra de ações internacionais no desenvolvimento de diversos tipos de indicadores, e
um número crescente de organizações tem procurado responder ao desafio de desenvolver
uma estrutura comum e listas consensuais de indicadores de desenvolvimento sustentável no
curto prazo. Parte dos trabalhos desenvolvidos tem-se concentrado em assuntos específicos,
como saúde, ambiente ou assentamentos humanos, enquanto outros tentam definir um
conjunto completo de indicadores. Todos eles partilham, no entanto, a idéia de sumarizar
estatísticas ambientais e sócio-econômicas através de indicadores e índices que possam ser
imediatamente aplicados em planejamento, avaliação e formulação de políticas (DPCSD,
s.d.; UNSTAT, 2002b).
O Apêndice 2 reúne as principais iniciativas internacionais de desenvolvimento de
indicadores e uma coleção ainda mais abrangente pode ser encontrada no Site do UNEP
Earthwatch7. Dentre estas iniciativas, merecem destaque os trabalhos da OECD8 e da ONU9.
6 A Agenda 21 (UNITED NATIONS, 1992) é estruturada em capítulos setoriais, onde as respectivas áreas de programa
são sempre descritas na forma: base para ação, objetivos , atividades e meios de implementação. Em linhas gerais, o objetivo é avançar em direção ao desenvolvimento sustentável. O processo é a preparação e implementação de estratégias nacionais para o desenvolvimento sustentável; mas, para saber se tais processos são efetivos ou se devem ser alterados, é preciso estabelecer indicadores de desenvolvimento sustentável. Na Seção IV, dedicada exclusivamente à discussão de Meios de Implementação, o Capítulo 40 (Informação para a tomada de decisões) aponta a necessidade de desenvolvimento de indicadores de desenvolvimento sustentável. Este capítulo ressalta os problemas de disponibilidade, qualidade, coerência, padronização e acessibilidade aos dados; e a necessidade de maior quantidade e de diferentes tipos de dados que indiquem o estado atual e as tendências dos ecossistema, recursos naturais, poluição e variáveis sócio-econômicas. Em particular, o item 40.6 requer que, em nível nacional e internacional, organizações internacionais governamentais e não governamentais desenvolvam o conceito de indicadores de desenvolvimento sustentável para que tais indicadores possam ser identificados.
7 http://earthwatch.unep.net/indicators/organizations.html
8 OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 118
A OECD foi pioneira no desenvolvimento de indicadores, iniciado em 1989. A publicação
regular sobre indicadores ambientais teve início em 1991. Já o envolvimento da ONU
remonta a 1972, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano,
realizada em Estocolmo. Naquela ocasião, ressaltou-se que as questões ambientais haviam
se tornado cada vez mais objeto de políticas sócio-econômicas, em nível nacional ou
internacional. Vinte anos depois, na UNCED no Rio de Janeiro, foi consenso que (1) as
estratégias de desenvolvimento sustentável deveriam integrar aspectos ambientais em planos
e políticas de desenvolvimento e (2) para tanto, precisariam do apoio de dados ambientais e
sócio-econômicos integrados. Publicada na própria UNCED, a Agenda 21 (UNITED
NATIONS, 1992) reunia recomendações específicas quanto ao desenvolvimento e
implementação de contabilidade ambiental e econômica, e de indicadores de
desenvolvimento sustentável (UNSTAT, 2002b).
A Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável (UN CSD) também
surgiu na UNCED do Rio, e realizou um vasto Programa de Trabalho em Indicadores de
Desenvolvimento Sustentável entre 1995 e 2000 (DESA, 1999a). Os caminhos da OECD e da
ONU encontraram-se a partir de 1993, quando a OECD publicou o seu conjunto de
indicadores principais (OECD, 199310). Esta foi a principal influência das listas de
indicadores de sustentabilidade publicadas pela UN CSD em 199611, como primeira resposta
à demanda da Agenda 21, e em 199912.
5.1.2.1 ESTRUTURAS ANALÍTICAS DESENVOLVIDAS
A partir de meados da década de 80, foram desenvolvidas diversas estruturas analíticas para
organização de indicadores na esfera das nações (Tabela 1), principalmente de indicadores
ambientais.
Os esforços iniciais embasaram-se em quatro abordagens básicas, aplicadas separadamente
ou combinadas (UNSTAT, 2002b). A abordagem por meios (media approach) organiza os
temas ambientais a partir da perspectiva dos componentes ambientais principais (ar, solo,
água...). O modelo pressão-resposta (stress-response) concentra-se nos impactos de
9 ONU – Organização das Nações Unidas (UN – United Nations ).
10 OECD core set of indicators.
11 UN Working list of indicators (DESA, 1996), Apêndice 3.
12 CSD Theme Indicator Framework (DESA, 1999b).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 119
atividades humanas sobre o ambiente (pressões) e sua transformação subseqüente
(respostas). A contabilidade de recursos (resource accounting) procura traçar o fluxo de
recursos naturais desde sua extração, através de etapas sucessivas de processamento e uso
final, até o seu retorno para o ambiente, na forma de emissões e resíduos, ou para a
economia, através da reciclagem. Abordagens ecológicas (estatística ecológica).cosntituem
um campo amplo que inclui diversos modelos, técnicas de monitoramento e índices
ecológicos.
A maior parte do trabalho inicial em indicadores ambientais concentrou-se no “estado” do
ambiente, através do monitoramento de alterações físicas no ambiente natural. Apesar desta
abordagem informar aos agentes de decisão que havia algo errado, ela não explicitava as
causas do problema ou o que era possível fazer a respeito. Como resultado, foram
desenvolvidas abordagens pressão-resposta cada vez mais abrangentes, como o modelo
pressure-state-response (PSR) (Apêndice 5), adotado pela OECD; e suas variações: driving
force–state-response (DSR), adotado pela Comissão das Nações Unidas para
Desenvolvimento Sustentável (UN CSD)13; e driving force–pressure-state-impact-response
(DPSIR), adotado pela EIA14 e pelo EUROSTAT15. Combinações das abordagens por meios
e pressão-resposta foram utilizadas na organização dos indicadores ambientais (Estrutura
FDES) adotada pela Environment Statistics Section da UNSTAT16 (UNSTAT, 1984) e na
estrutura temática utilizada pela UN CSD17 DESA, 2001).
O trabalho inicial da UN CSD utilizou a estrutura FDES (Apêndice 6), substituída pela DSR
(Apêndice 3) em 1996. Entre 1996 e 1998, 22 países (incluindo o Brasil) participaram
voluntariamente da etapa de testes. O EUROSTAT preparou uma compilação-teste de 54
indicadores da UN CSD com base em dados estatísticos europeus. Apesar do modelo DSR
ter-se mostrado útil para organizar os indicadores e testar o processo, o foco da estrutura de
analítica foi redirecionado para (1) enfatizar políticas ou temas principais; (2) tornar o valor
do uso do indicador mais óbvio e (3) estimular o envolvimento de governos e da sociedade
civil no uso e teste dos indicadores (DESA, 2001).
13 Preparação da UN Working list of indicators (DESA, 1996), Apêndice 3.
14 EIA - European Environment Agency.
15 EUROSTAT - Statistical Office of the European Communities
16 UNSTAT - United Nations Statistics Division.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 120
Tabela 1 – Estruturas desenvolvidas para organizar indicadores ambientais ou de desenvolvimento sustentável de nações.
Estrutura Publicação Características principais
Framework for the Development of Environment Statistics (FDES18)
United Nations Statistical Division (UNSTAT, 1984)
Relaciona componentes ambientais (flora, fauna, atmosfera, água, solo e assentamentos humanos) a categorias de informação (ação, impacto e reação), numa combinação das abordagens por meios e pressão-resposta. Adotado pela UNSTAT nos trabalhos em estatística ambiental
Framework for Indicators of Sustainable Development (FISD19)
UNSTAT Towards a Framework for Indicators of Sustainable Development (BARTELMUS, 1994)
Combinava a FDES com a estrutura da Agenda 21 (e não por meios). Adotado pela UNSTAT nos trabalhos em estatística ambiental
Modelo pressure-state-response - PSR 20
OECD (1991) Adaptação feita no âmbito da OECD (1991; 1993) do modelo stress-response para analisar as interações entre pressões ambientais, o estado do ambiente e respostas ambientais . Adotado nos trabalhos de indicadores ambientais da OECD, entre outros.
Modelo driving force–state-response - DSR21
OECD (1996) O conceito de pressões (que pressupõe impactos sempre negativos) foi substituído pelo de driving force, que pode descrever tanto impactos positivos como negativos, como é normalmente o caso dos indicadores sociais, econômicos e institucionais. Matriz que incorpora horizontalmente os três tipos de indicadores (driving force, state, response) e, verticalmente, as diferentes dimensões do desenvolvimento sustentável (aspectos econômicos, sociais, institucionais e ambientais). Adotado no trabalho inicial sobre indicadores da UN CSD.
Modelo driving force-pressure-state-impact-response (DPSIR22)
EEA, 1999 EUROSTAT (1999, 2001; 2002)
O componente pressões foi re-inserido no modelo e um novo grupo (impactos), utilizado para detalhar melhor os efeitos sobre o ambiente e facilitar a organização das respostas da sociedade. Utilizado nos trabalhos sobre indicadores ambientais da European Environmental Agency (EIA) e Statistical Office of the European Communities (Eurostat)
17 CSD Theme Indicator Framework (DESA, 1999b).
18 FDES - Framework for the Development of Environment Statistics (Estrutura para desenvolvimento de estatística
ambiental). 19
FISD - Framework for Indicators of Sustainable Development (Estrutura para indicadores de desenvolvimento sustentável).
20 PSR - Pressure-State-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo pressões-estado do ambiente-
resposta). 21
DSR - Driving force-State-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo força indutora-estado do ambiente-resposta).
22 DPSIR - Driving Force-Pressure-State-Impact-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo força
indutora-pressão-estado do ambiente-impacto-resposta).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 121
O modelo DSR foi então substituído pela CSD Theme Indicator Framework (DESA, 1999b,
Apêndice 4), que organiza os indicadores segundo quatro dimensões principais (aspectos
sociais, ambientais, econômicos e institucionais), divididas em temas e sub-temas. A
estrutura da Agenda 21 deixou de ser seguida à risca, mas os temas/sub-temas remetem aos
capítulos apropriados (números entre parênteses no Apêndice 4).
A estrutura analítica proposta pela UN CSD serviu de base ao desenvolvimento de diversos
trabalhos, entre eles o da rede européia BEQUEST23, e foi selecionada para organização da
Agenda 21 para a construção civil brasileira apresentada a seguir.
5.1.3 AGENDA 21 PARA A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL NO BRASIL
5.1.3.1 AGENDAS 21 DO CIB PARA A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: DA AGENDA VERDE PARA A AGENDA MARROM
O Capítulo 30 da Agenda 2124 (UNITED NATIONS, 1992) especificamente encorajava o
desenvolvimento e implementação de estratégias e políticas setoriais relativas ao
desenvolvimento sustentável. Como resposta, o CIB publicou pioneiramente dois
documentos: a Agenda 21 on Sustainable Construction (CIB, 199925), aqui chamada de
Agenda 21 do CIB; e a Agenda 21 on Sustainable Construction in Developing Countries
(CIB/UNEP-IETC, 2002), aqui chamada de Ag21 PD.
Estas duas agendas foram idealizadas como mediadores globais entre as agendas mais
amplas (Agenda 21 (UNITED NATIONS, 1992) e Habitat II (UN-HABITAT, 1996)) e as
agendas nacionais/regionais específicas para o ambiente construído e o setor de construção
(Figura 4).
Os objetivos principais da Agenda 21 do CIB (1999) eram criar (1) uma terminologia e
estrutura conceitual que agregasse valor a todas as agendas nacionais, regionais e sub-
setoriais subseqüentes; e (2) um documento-base para orientar investimentos em atividades
de P&D relacionadas à construção sustentável. Os desafios e barreiras apontados para o
setor de construção foram organizados segundo três grandes blocos: (1) gestão e
organização; (2) aspectos de edifícios e produtos de construção; e (3) consumo de recursos.
23 BEQUEST - Building Environmental Quality Evaluation for Sustainability through Time.
24 Título orginal: Strengthening the role of business and industry.
25 A Agenda 21 do CIB foi traduzida para o português brasileiro em 2000 (CIB, 2000).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 122
A Agenda 21 do CIB concentra-se claramente na agenda ambiental, toca - em alguma
extensão – nas dimensões econômica e institucional, mas não inclui a dimensão social na
análise dos desafios, barreiras e ações para o setor de construção. Adicionalmente, a maior
parte das contribuições para a Agenda 21 do CIB veio de países desenvolvidos, de modo que
muitos dos aspectos, desafios e soluções delineados aplicam-se especialmente aos países
desenvolvidos (SILVA, 2001).
Figura 4 - Agendas do CIB como protocolo de ligação entre as agendas globais e as agendas regionais e setoriais específicas, indicando posicionamento em relação às agendas verde e marrom.
Apesar de haver similaridade entre diversos desafios que a construção sustentável lança
tanto a países desenvolvidos quanto àqueles em desenvolvimento, há diferenças
significativas que transcendem os óbvios aspectos econômicos. Não apenas a escala dos
problemas é mais extrema, como os recursos financeiros disponíveis, muito menores.
Mudam as prioridades, objetivos e desafios; os níveis de especialização e treinamento da
mão-de-obra; e a capacidade da indústria da construção e do governo.
Estas peculiaridades ambientais, econômicas e sócio-culturais dos países em
desenvolvimento delineiam uma outra abordagem para implementação de estratégias de
Agenda verde Agenda marrom
Glo
bal
Ag 21 CS Brasil
Ag 21 CIB
Agenda Habitat
Agenda 21
Nac
ion
al
Loca
l/R
egio
nal
Setor CC
Ag 21 PD
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 123
desenvolvimento e, conseqüentemente, de construção sustentável26
(JOHN;SILVA;AGOPYAN, 2001; SILVA, 2001; CIB/UNEP-IETC, 2002). Como
reconhecimento, ainda em 2000 foi anunciado o início dos trabalhos da Agenda 21 for
Sustainable Construction in Developing Countries (Ag21 PD), publicada em 2002 como
contribuição à UNCED de Johannesburg (Rio +10).
O ponto-chave que diferencia a abordagem da Ag21 PD em relação à primeira Agenda 21
do CIB é a ênfase na necessidade de integração da agenda verde e da agenda marrom nos
países em desenvolvimento, apontada anteriormente na Agenda 21, na Agenda Habitat II e
numa série de outros trabalhos, entre eles, IIED (2001).
A agenda verde concentra-se no problema de equilibrar o consumo possível aos recursos
disponíveis, procurando reduzir o impacto ambiental da produção do ambiente construído,
consumo e geração de resíduos, com ênfase na proteção e bem-estar de ecossistemas e
reservas de recursos naturais que proporcionam condições de vida às gerações futuras, nas
escalas local, regional e global, e num horizonte de tempo de longo prazo. Já a agenda
marrom enfoca os problemas de pobreza, subdesenvolvimento e riscos à saúde derivados de
poluição do ar e da água, do acúmulo local de resíduos, de condições sanitárias deficientes,
de superpopulação, e de provisão deficiente de água e serviços urbanos, com ênfase nos
aspectos de saúde e bem-estar humano, em escala local e num horizonte de tempo imediato
(MCGRANAHAN;SATTERTHWAITE, 2000).
Para abranger a ampla diversidade dos países em desenvolvimento, a Ag21 PD resultou
inevitavelmente genérica. Dentro do grupo de países em desenvolvimento, o caso do Brasil é
peculiar: devido a uma das maiores desigualdades de distribuição de renda em todo o
mundo, em que 20% mais ricos recebem 30 vezes mais que os 20% mais pobres (dados de
1989, em WORLD BANK, 2000b), tem-se Áfricas e Europas convivendo lado a lado em um
só país. Neste sentido, nem a abordagem dada na Agenda do CIB de 1999, nem a da Ag 21
CIB/UNEP, é totalmente aderente à realidade brasileira. Mas estas duas agendas são
documentos de referência e protocolos valiosos para a ligação entre as agendas globais e a
agenda setorial, que devem ser analisados juntamente com percepções nacionais específicas.
26 Uma discussão aprofundada sobre esta diferença de cenários está sumarizada em CIB/UNEP- IETC (2002).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 124
5.1.3.2 PROPOSTA DE UMA AGENDA SETORIAL MULTIDIMENSIONAL E INTEGRADA
JOHN et al. (2000) e JOHN;SILVA;AGOPYAN (2001) principiaram a discussão de uma
Agenda 21 para a construção civil brasileira acrescentando uma discussão inicial de agenda
social aos três blocos da Agenda 21 do CIB (1999). Estes trabalhos lançaram uma primeira
luz sobre a discussão de aspectos urbanos e sociais, mas de forma muito incipiente.
Em contribuição posterior, SILVA et al. (2002) alertavam que a Agenda 21 do CIB
concentra-se basicamente nos temas ambientais, e sugeriam que uma abordagem mais
apropriada seria organizar a agenda setorial nos moldes do padrão internacional de relato de
sustentabilidade27, dado pela estrutura da Agenda 21 da ONU.
Para avançar nesta linha de discussão, propõe-se aqui que a construção sustentável seja
abordada através da integração das três dimensões da tradicional “triple bottom line”,
complementadas por uma dimensão institucional, que refere-se à provisão e fortalecimento
de plataformas para coordenação de esforços dentro e fora do setor (Figura 5). A agenda
institucional foi incluída devido à carência de instrumentos normativos; de ações político-
governamentais ; de maior articulação de estratégias setoriais com relação à sustentabilidade;
e de relatos de sustentabilidade de empresas e produtos de construção.
Figura 5 – Integração dos quatro blocos conceituais da agenda para a sustentabilidade do setor de construção civil brasileiro.
27 Utilizado, por exemplo, por IBGE (2002).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 125
Para indicar possibilidades de mitigação através de ações do setor de construção brasileiro, a
estrutura analítica adotada (Tabela 2) segue o formato da CSD Theme Indicator Framework,
(DESA, 1999b), reportando-se aos capítulos da Agenda 21, e complementando-os por
aspectos específicos do contexto nacional, e quando apropriado, das Agendas 21 do CIB.
Tabela 2 – Possibilidades de ação do setor de construção brasileiro em relação aos aspectos–chave apontados pela Agenda 21 da ONU. Os números entre parênteses remetem aos capítulos da Agenda 21.
Aspectos Ambientais
Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor
Atmosfera (9) Mudança climática Evitar emissão de gases causadores de efeito estufa (GHG), durante:
• Produção de materiais de construção, (processos mais limpos; uso de energia renovável; e adição de resíduos e materiais reciclados aos produtos )
• Transporte de materiais de construção, promovendo o uso de materiais locais
• Operação de edifícios (NOx, SOx28)
(interface com Padrões de Produção e consumo (econômico)
Dano à camada de ozônio Evitar uso e planejar a substituição de materiais de construção e componentes de sistemas prediais (combate a incêndio e ar condicionado), cuja produção ou uso envolva emissão de substâncias nocivas à camada de ozônio (CFCs29, HCFCs30 e halogêneos )
Qualidade do ar Evitar emissão de poluentes do ar em áreas urbanas, causados principalmente por
• Produção, transporte e armazenamento de materiais
• Canteiros de obras e atividades de manutenção e demolição (poeira e emissões liberadas pelos equipamentos)
• Operação de edifícios (NOx, SOx)
• Transporte urbano
28 Vale notar que, após o racionamento de energia em 2001, aumentou a utilização de combustíveis fósseis na operação de
edifícios (geradores a diesel e boilers a gás). 29
CFC - Clorofluorcarbono. 30
HCFC – Hidroclorofluorcarbono.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 126
Aspectos Ambientais
Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor
Poluição do Solo Evitar poluição: do solo, causada principalmente por:
• Produção e armazenamento de materiais (necessidade de processos de produção mais limpa);
• Atividades de preparação do terreno (limpeza, movimento de terra);
• RCD (necessidade de processos de construção mais limpa); e materiais com produtos lixiviáveis;
• Resíduos de uso de edifícios
Fazer gestão de resíduos (ver Padrões de produção e consumo)
Agricultura (14) Critério na seleção de área para novos empreendimentos: evitar áreas aráveis ou de pecuária permanente
Critério na seleção de área de novos empreendimentos
Florestas (11)
Usar madeira de maneira responsável:
• Não usar espécies ameaçadas
• Privilegiar compra de madeira proveniente de fontes de manejo sustentável/certificadas
• Aderir a grupos de compradores de madeirar certificada
Desertificação (12) e erosão Observar cuidados na preparação do sítio (movimento de terra, com conservação da cobertura vegetal e camada superficial de solo)
Observar padrões de drenagem natural do terreno
Solo (10) (equilíbrio de usos competitivos do solo)
Urbanização (7) e assentamentos
Selecionar área para novos empreendimentos de modo a:
• Direcionar crescimento urbano evitando densidades muito baixas (que competem com outros usos e podem contribuir para perda de biodiversidade), áreas aráveis, de pecuária permanente, de valor ecológico
• Priorizar vazios urbanos e recuperação áreas degradadas
Controle da proliferação de assentamentos informais
Planejamento de necessidade e uso de transporte
Oceanos, mares e áreas costeiras (17)
Evitar poluição: Prover facilidades adequadas para coleta e tratamento de esgoto
Ocupação adequada de áreas litorâneas.
Água doce (18) Quantidade de água Conservar e reduzir o consumo de água
Resguardar permeabilidade do solo (interface com (interface com Consumo de materiais/uso de água (econômico)
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 127
Aspectos Ambientais
Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor
Qualidade da água (interface com Condições sanitárias (social)
Evitar poluição: Tratamento da água que deixa o ambiente construído e retorna aos corpos d’água
• Reduzir uso de fertilizantes (eutroficação) e pesticidas (poluição do ar, do solo e da água) na manutenção de jardins públicos e privados
• Nos canteiros de obra:
• Prover facilidades sanitárias e ligação adequada à rede municipal de esgoto
• Prover facilidades adequadas para retenção de materiais poluentes (silte, particulados, óleos, água alcalina residual etc) antes de descarga na rede pública
• Empregar materiais sem produtos lixiviáveis
• Na escala urbana: prover facilidades sanitárias e de coleta, tratamento e disposição adequada de resíduos municipais
Saneamento
interface com Qualidade da água (ambiental) e Saúde/Condições sanitárias (social)
Evitar poluição: Prover infra-estrutura de saneamento básico para reduzir poluição do solo e corpos d’água
Biodiversidade (15)
Ecossistemas e espécies-chave
Selecionar áreas para novos empreendimentos para direcionamento de crescimento urbano, que priorizem a proteção de áreas contendo ecossistemas -chave e a recuperação de ecossistemas e áreas degradadas
Estudo de implantação para minimizar perturbação em sítios com valor ecológico
Tomar precauções para conservação de vegetação e camada de solo superficial durante a execução da obra
Reservas de recursos (interface com Padrões de Produção e consumo (econômico)
Aspectos Sociais
Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor
Erradicação de pobreza (3) Gerar empregos diretos, indiretos e induzidos, com salários adequados
Igualdade de gênero (24) Reduzir desigualdade de salários e acesso a oportunidades de carreira para homens e mulheres
Relações trabalhistas Política de remuneração justa e melhoria das relações trabalhistas
Justiça social
Fortalecimento de comunidades locais (interface com Padrões de Produção e consumo (econômico)
Usar recursos humanos locais
Educação (36) Capacitação técnica e para sustentabilidade
Encorajar programas formais de treinamento e atualização profissional e ambiental
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 128
Aspectos Sociais
Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor
Alfabetização Encorajar programas de alfabetização e aumento de escolaridade
Conscientização pública (interface com Padrões de Produção e consumo (econômico)
Divulgar relatos de sustentabilidade de empresas, edifícios e produtos de construção para conscientização e permitir LCA
Qualidade do ambiente interno Incluindo a emissão de VOCs31, limpeza e renovação do ar
Saúde e segurança no trabalho
Reduzir exposição a LER32; observar ergonomia na realização de tarefas
Melhorar segurança no ambiente de trabalho (redução de acidentes)
Disponibilizar equipamentos de segurança para trabalho em situações de risco e manuseio de substâncias perigosas
Infra-estrutura adequada para pessoal operacional do edifício
Abastecimento de água
Aumentar acesso a infra-estrutura de abastecimento de água tratada
Procurar reduzir demanda na rede municipal
Programas de conscientização (interface com Padrões de consumo e produção)
Esgotamento Sanitário
Aumentar acesso a infra-estrutura para coleta e tratamento de esgoto (redução de enfermidades e poluição de corpos d’água)
Procurar reduzir carga na rede municipal (interface com Padrões de consumo e produção)
• Sistemas de pré-tratamento in situ
Saúde (6)
Condições sanitárias (acesso a serviços e redução de enfermidades)
interface com aspectos ambientais (Qualidade da água , redução de concentração de matéria orgânica e coliformes fecais em corpos d´água), e econômicos (Padrões de consumo e produção)
Drenagem Urbana
Prover infra-estrutura adequada de drenagem
Reduzir áreas impermeáveis
Procurar reduzir carga na rede municipal (interface com Padrões de consumo e produção)
• Usar mecanismos de retenção de partículas sólidas e produtos de erosão do solo, evitando entupimentos
• Usar mecanismos de retenção de óleos e poluentes liberados por veículos automotores, evitando poluição de lençol freático e cursos d’água
31 VOCs – Compostos Orgânicos Voláteis (volatile organic compounds).
32 LER - Lesão por Esforço Repetitivo.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 129
Aspectos Sociais
Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor
Limpeza Urbana e Coleta de Lixo
Prover coleta e destinação apropriada de lixo e resíduos sólidos (com separação e tratamento da fração reciclável)
Procurar reduzir pressão nas facilidades municipais (interface com Padrões de consumo e produção)
Acesso a parques e áreas de lazer/áreas públicas em edifícios
Transporte Reduzir o deficit e recuperar a capacidade de investimento em infra-estrutura de serviços urbanos
Prover e melhorar infra-estrutura de transporte público urbano (menor uso/alternativas mais limpas)
Planejar pra evitar pressionar o sistema viário/de transporte existente
Infra-estrutura e acesso a serviços urbanos
Habitação(7) e condições de vida urbana
Reduzir o deficit de habitações (quantitativo e qualitativo). Formalizar políticas, estratégias e mecanismos de crédito e financiamento .
Melhorar qualidade de vida nos assentamentos formais e informais (inclui urbanização de favelas)
Aspectos Econômicos
Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor
Recursos e mecanismos de financiamento (Status financeiro (33)
Criar linhas de financiamento para iniciativas, políticas e programas para aumento de sustentabilidade
Aumentar (re)investimento
Aumentar investimento em alternativas para aumento de sustentabilidade, incluindo tecnologias mais eficientes e limpas
Desempenho econômico Aumentar a qualidade de produtos e processos
Melhorar a qualidade de produtos, processos e edifícios Aumentar a vida útil das edificações, (durabilidade e adaptabilidade)
Estrutura
econômica (2)
Aumentar eficiência na alocação de recursos (capital financeiro e ambiental) para a produção de materiais, e construção e uso de edifícios
Internalizar custos ambientais e sociais no estabelecimento de preços , para estimular opção por produtos com “melhor valor” em termos de sustentabilidade
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 130
Aspectos Econômicos
Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor
Consumo de materiais Aumentar eficiência na produção e uso de materiais:
Reduzir resíduos da indústria de materiais de construção
Melhorar qualidade da construção (gestão)
Aumentar durabilidade (de materiais e edifícios) e planejamento da manutenção
Reduzir desperdício e RCD (práticas construtivas e tecnologias com uso eficiente de materiais). Aumento no uso de reciclados como materiais de construção. Fortalecer reciclagem de RCD.
Modular e otimizar dimensionamento
Gestão de resíduos (19-22) Reciclar resíduos e reutilizar componentes
Estabelecimento de programas de coleta seletiva, reciclagem, reuso e disposição de RCD e resíduos da indústria
(interface com Atmosfera e Solo (ambiental)
Uso de energia (interface com Atmosfera, Água doce e Biodivesidade (ambiental)
Reduzir intensidade de uso de energia e aumentar eficiência no uso de energia na produção de materiais e na operação de edifícios
Suprir demanda por tecnologias de conservação de energia
Usar energia renovável
Uso de água (interface com Água doce/ quantidade de água (ambiental)
Conservar água
Investigar e incentivar reuso de água e aproveitamento de água de chuva
Transporte Reduzir distância percorrida por modo de transporte de materiais (uso de materiais locais) (interface com Mudança climática (ambiental)
Reduzir distância percorrida por funcionários (uso de recursos humanos locais) (interface com Fortalecimento de comunidades locais (social)
Criar programas para redução uso de automóveis (interface com Infra-estrutura e serviços públicos (social))
Ampliação e aquecimento de mercado de soluções mais sustentáveis
Padrões de produção e consumo (4)
(relaciona-se com aspectos sociais e ambientais)
Auxílio na tomada de decisão com base em qualidade ambiental e sustentabilidade (interface com Educação (social)
Prover instrumentos de informação a consumidores: relato de sustentabilidade de empresas, serviços, materiais e edifícios
Aspectos Institucionais
Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor
Estrutura institucional (38, 39)
Contribuição na implementação estratégica do desenvolvimento sustentável (8)
Definir e implementar estratégias em nível setorial e organizacional em relação a sustentabilidade
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 131
Aspectos Institucionais
Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor
Desenvolvimento de mecanismos normativos e legais
Desenvolver normalização orientada à sustentabilidade/qualidade ambiental de edificações e produtos de construção
Melhorar a efetividade, e integrar instrumentos legais e políticos nacionais (congregando fatores sociais, econômicos e ambientais ) a instrumentos internacionais • formulação, coordenação e consistência entre
instrumentos legais • identificação de problemas novos e
emergentes Desenvolvimento de incentivos e mecanismos de financiamento
Desenvolver subsídios, incentivos fiscais, linhas de crédito e mecanismos de financiamento para:
• investimento e operação de indústria mais sustentável
• desenvolvimento e produção de materiais e tecnologias de construção mais sustentáveis
• adoção de medidas, produtos, tecnologias e sistemas sustentáveis na produção e operação de edifícios
Contribuição na cooperação internacional
Atuar para cooperar no cumprimento de metas de acordos internacionais ratificados pelo Brasil
Desenvolver rede internacional de P&D em Construção Sustentável/Integração a redes existentes (GABS33, GBC, iiSBE Policies Network; CIB)
Acesso a informação (40) e participação das partes interessadas e auxílio à tomada de decisões
Desenvolver e usar instrumentos para coleta de informações, benchmarking e divulgação de desempenho (relaciona-se com Padrões de produção e consumo)
Encorajar avaliações e relato de sustentabilidade de empresas, edifícios e produtos de construção, e comunicação estruturada às partes interessadas
Transferência de tecnologia, cooperação e capacitação(34)
Utilizar estrutura PBQP-H para implementar a Agenda 21 Setorial
• Planos Setoriais de Sustentabilidade (PSS), com metas e ações específicas, envolvendo as partes interessadas
Estabelecer redes sinérgicas para coordenação de esforços e recursos para
• Desenvolver soluções abrangentes e mais sustentáveis para edifícios e produtos de construção
• Transferência de tecnologias mais eficientes e limpas
• Educação de profissionais de construção
Capacidade institucional (37)
Ciência e Tecnologia (35) Investir em P&D para aumentar a sustentabilidade em nível setorial, organizacional, de edifícios e do ambiente construído
33 GABS - Global Alliance for Sustainable Building.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 132
A separação de temas segundo as quatro agendas nem sempre é fácil. Os grupos de temas
não são estanques e, definitivamente, há pontos de sobreposição que transitam igualmente
entre eles. Nem todos os itens listados na Tabela 2 podem ser trabalhados exclusivamente
por iniciativas do macro-setor de construção, assim como nem todos os itens podem ser
relacionados à escala do edifício, mas foram apontados para evidenciar a necessidade de
ações coordenadas com as esferas governamentais e acadêmica.
Os métodos de avaliação da sustentabilidade de edifícios que vierem a ser estabelecidos
devem, na extensão possível, procurar fazer a ligação entre a contribuição do edifício para o
atendimento de metas setoriais mais amplas. Os tópicos e linhas de ação incluídos na
estrutura apresentada não pretendem esgotar o assunto, mas têm aqui as funções específicas
de (1) estimular uma discussão pouco desenvolvida em trabalhos anteriores e (2) prover a
base para a proposição de uma estrutura de avaliação de sustentabilidade coerente com o
contexto e expectativas brasileiros.
5.1.4 AVALIAÇÃO E RELATO DA SUSTENTABILIDADE DE ORGANIZAÇÕES
A Tabela 3 reúne as iniciativas de destaque no desenvolvimento de indicadores e padrões de
relato de sustentabilidade de organizações. Há registros de iniciativas de menor grau de
complexidade, como o Corporate Sustainability Assessment Questionnaire 200234, e os
indicadores de comprometimento organizacional com a sustentabilidade propostos pela
Thirdwave35, ou que concentram-se em apenas uma das dimensões da sustentabilidade,
como os indicadores de valorização de recursos humanos usados no programa Investors in
People36 (INVESTORS IN PEOPLE UK, 2002). Uma lista de fontes de informação sobre
responsabilidade social corporativa37 está disponível em
http://www.wcit.org/topics/csr/csr_online_resources.htm. No Brasil, a principal fonte de
34 O Dow Jones Sustainability Index (DJSI) (http://www.sustainability-indexes.com) é usado para monitorar o desempenho
as companhias- líderes (top 10%) do Dow Jones Global Index em termos de sustentabilidade corporativa. A identificação das empresas -líderes em sustentabilidade é feita com base no Corporate Sustainability Assessment Questionnaire (SAM RESEARCH INC (s.d.), disponível para download no site http://www.sustainability-indexes.com/assessment/questionnaire.html.
35 http://www.thirdwave.org.uk
36 http://www.iipuk.co.uk/investorsinpeople/whatisinvestorsinpeople/default.htm
37 Também referenciada como cidadania corporativa, responsabilidade corporativa e práticas sustentáveis de negócios.
Responsabilidade social corporativa é a definição mais consensualmente aceita para referir-se à perspectiva holística de contabilidade social e cidadania corporativa, e levar em consideração as práticas ambientais, econômicas e sociais de uma atividade econômica.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 133
recomendações sobre responsabilidade social corporativa é o Instituto Ethos
(www.ethos.org.br).
Tabela 3 - Iniciativas de desenvolvimento de indicadores e padrões de relato de sustentabilidade de organizações.
Organização/ iniciativa
Publicação/data Foco/objetivo
GRI38 GRI, 2000 GRI 2002
Diretrizes para relato de sustentabilidade de organizações
WBCSD39
WBCSD, 1999; WBCSD, 2000; WBCSD, 200240
VERFAILLIE; BIDWELL, 2000
Conceito de eco-eficiência para relatar desempenho de organizações
ISO 14.03141
ISO, 1999 Descreve um processo interno de gestão, ferramentas e procedimentos gerais para selecionar aspectos ambientais relevantes da atividade de uma organização ou setor e indicadores específicos correspondentes, coletar e analisar dados, avaliar e relatar as informações resultantes.
As diretrizes da GRI (2002) constituem a principal tendência de uniformização da
incorporação dos conceitos e relato de sustentabilidade em nível organizacional. A GRI foi
criada por uma parceria da Coalition for Environmentally Responsible Economies
(CERES 42) e do UNEP, em 1997. Desde então, ela vem trabalhando para projetar e criar
aceitação para uma estrutura consensual, de adoção voluntária, para relato das dimensões
econômica, social e ambiental das atividades, produtos e serviços de uma da organização
(GRI, 2000; GRI 2002). Uma versão das diretrizes da GRI foi lançada em março de 1999
para discussão e teste e, em junho de 2000, foi publicada a primeira versão oficial (GRI,
2000).
No formato proposto pela GRI (2002), o impacto das organizações é apresentado segundo as
três dimensões da sustentabilidade. Cada dimensão é estruturada segundo a hierarquia
38 GRI - Global Reporting Initiative (http://www.globalreporting.org)
39 WBCSD - World Business Council for Sustainable Development.
40 http://www.wbcsd.ch/projects/pr_csr.htm
41 ISO 14.031 - Environmental management – Environmental performance evaluation – Guidelines.
42 ONG sem fins lucrativos com base em Boston, Estados Unidos. http://www.ceres.org
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 134
informada pela ISO 14.031: categoria>aspecto>indicadores43 (Tabela 4).
Tabela 4 – Estrutura proposta pela GRI (2002) para relato de desempenho em sustentabilidade de organizações. Os indicadores são relacionados aos aspectos.
Categorias Aspectos (problemas, impactos e partes interessadas)
Des
empe
nho
Eco
nô
mic
o
(13
indi
cado
res)
Impactos econômicos diretos clientes fornecedores funcionários financiadores setor público
Des
empe
nho
Am
bie
nta
l (3
5 in
dica
dore
s)
Ambientais materiais energia água biodiversidade emissões, efluentes e resíduos fornecedores produtos e serviços conformidade transporte impacto total
Práticas trabalhistas/condições dignas de trabalho emprego relações trabalhistas/gestão saúde e segurança treinamento e educação diversidade e oportunidade
Direitos humanos estratégia e gestão não-discriminação liberdade de associação e negociação coletiva trabalho infantil trabalho forçado e compulsório práticas disciplinares práticas de segurança direitos indígenas
Sociedade comunidade suborno e corrupção contribuições políticas competição e preço
Des
empe
nho
Soc
ial
(49
indi
cado
res)
Responsabilidade pelo produto saúde e segurança do consumidor produtos e serviços publicidade respeito à privacidade
Os indicadores de impacto econômico direto44 medem os fluxos monetários e indicam o
relacionamento entre a organização e partes interessadas–chave em nível local, nacional e
43 Nas definições da ISO 14.031, categorias são temas amplos, agrupando os aspectos econômicos, ambientais e sociais relevantes para todas as partes interessadas. Aspectos são os subconjuntos gerais, relacionados a uma categoria específica, que podem ser definidos em termos de problemas, impactos ou partes interessadas afetadas. Indicadores são medidas, quantitativas e qualitativas, específicas de um aspecto individual que podem ser utilizados para monitorar e demonstrar desempenho. Um determinado aspecto (ex.: água) pode ter diversos indicadores (ex.: uso total de água, porcentagem reciclada, descarga em corpos d’água etc).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 135
global; e indicam como a organização afeta, positiva ou negativamente, as suas
circunstâncias econômicas. Os indicadores de impacto ambiental referem-se aos impactos
da organização em sistemas naturais, incluindo ecossistemas, solo, ar e água. Finalmente, a
dimensão social da sustentabilidade da organização refere-se aos impactos causados pela
organização nos sistemas sociais em que ela opera, envolvendo práticas trabalhistas, direitos
humanos45, e aspectos mais amplos que afetam consumidores, comunidades e outras partes
interessadas da sociedade, em nível local, nacional e global. Como diversos aspectos sociais
não são facilmente quantificáveis, a GRI (2002) sugere o uso de medidas qualitativas dos
sistemas e operações da empresa, incluindo políticas, procedimentos e práticas de gestão.
5.1.5 INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DO SETOR E DE EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO
A Tabela 5 reúne as principais iniciativas de desenvolvimento de indicadores de
sustentabilidade relacionados ao setor de construção.
Em 1995, a CIB Working Commission W82 “Future Studies in Construction” (CIB W82)
criou o projeto Sustainable Development and the Future of Construction (1995-1998),
envolvendo 11 países europeus, além de Estados Unidos, Japão e Malásia. O projeto tinha
por objetivo definir construção sustentável, as conseqüências futuras do desenvolvimento
sustentável sobre a indústria da construção, recomendações estratégicas e exemplos de
melhores práticas de construção. Este estudo concluiu que o passo seguinte deveria ser
alcançar maior visão consensual através de um modelo global comum e estabelecer
indicadores e políticas para traduzir esta visão em realidade (BOURDEAU et al., 1998). O
resultado deste trabalho foi a base para preparação da Agenda 21 em Construção Sustentável
publicada pelo CIB em 1999.
44 Os impactos econômicos indiretos resultam de externalidades (custos ou benefícios resultantes mas não completamente
refletidos no fluxo monetário de uma transação) que geram impactos sobre as comunidades, tais como: dependência da comunidade das atividades da organização; habilidade da organização em atrair novos investimentos para uma região; e localização de fornecedores. Dada a complexidade de mensuração dos impactos indiretos, a GRI não estabeleceu um conjunto de indicadores e, no momento, sugere que as próprias organizações apontem indicadores adequados.
45 Os indicadores de “direitos do trabalhador” e “direitos humanos” foram mantidos separados, pois, apesar de muito
próximos, diferem fundamentalmente em objetivo: os indicadores de direitos humanos avaliam com a organização ajuda a manter e respeitar os direitos básicos do ser humano, enquanto os indicadores de práticas trabalhistas informam sobre as maneiras como a organização contribui para transcender estas expectativas básicas.
Estes indicadores foram definidos com base em padrões internacionais reconhecidos, principalmente a International Labour Organization (ILO) Tripartite Declaration Concerning Multinational Enterprises and Social Policy e a OECD Guidelines for Multinational Enterprises.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 136
Tabela 5 – Iniciativas para o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade relacionados ao setor de construção.
Organização/ iniciativa
Publicação Foco/objetivo
No nível setorial46
CIB W82 Construction Related Sustainability Indicators – CRISP (1999-2001)
CIB W82 (1999); CRISP NETWORK (2001); Häkkinen et al, (2002)
Indicadores de sustentabilidade relacionados ao setor de construção (rede européia)
Construction Industry Research and Information Association (CIRIA)
CIRIA (2001) Indicadores de sustentabilidade para a indústria da construção do Reino Unido
No nível de edifícios
University of Michigan REPPE (1999a) Indicadores de sustentabilidade de edifícios
Green Building Challenge (GBC)
COLE;LARSSON (2000)
TODD;JOHN (2001)
Indicadores de sustentabilidade ambiental são utilizados para comparar edifícios em diferentes países.
Em continuidade, a CIB W82 criou o projeto Construction Related Sustainability Indicators
– CRISP (1999-2001) para o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade para o
setor de construção, numa cooperação entre Japão, Malásia, Canadá e Estados Unidos e a
EC CRISP Network, que congrega 17 países europeus 47. Um objetivo inicial era, entre
outros, desenvolver uma estrutura de indicadores organizados com base no modelo DSR e
em categorias/etapas processuais em cinco níveis de abrangência crescente: edifício, urbano,
regional, nacional e global48.
Os objetivos do Projeto CRISP são (CIB W82, 1999):
§ Definir e validar indicadores (quantitativos e qualitativos) de sustentabilidade relacionados ao setor de construção, incluindo aspectos ambientais, econômicos, sociais, culturais e institucionais. Os indicadores são práticos e serão validados em casos-piloto.
§ Implementar os indicadores para (1) mensuração da sustentabilidade de edifícios e do ambiente construído, e dos diferentes atores envolvidos em sua criação e manutenção em nível nacional; e (2) comparação da sustentabilidade de edifícios, regiões e nações.
46 Apesar de não desenvolvida à luz da sustentabilidade, uma iniciativa de relevo para o setor de construção são os
Construction Industry Key Performance Indicators (CI KPIs, http://www.dti.gov.uk/construction/kpi/)46
, criados no âmbito do Construction Best Practice Programme do UK Department of Trade and Industry. Os CI KPIs são conjuntos de dados de referência, contra os quais pode-se comparar o desempenho de um projeto ou empresa de construção do Reino Unido.
47 http://crisp.cstb.fr/presentation.htm
48 http://cic.vtt.fi/eco/cibw82/crisp.htm
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 137
Pretende-se que estes indicadores considerem todo o processo de produção do edifício, que
começa no início do projeto e termina no fim do ciclo de vida da facilidade, incluindo
demolição e eventual tratamento posterior. A missão do projeto é desenvolver uma estrutura
comum em nível internacional, mas eventualmente atribuir pesos diferentes aos indicadores
em cada país. A estrutura de indicadores será compatível com um cenário futuro projetado,
para permitir a evolução dos indicadores e de seu conteúdo ao longo do tempo.
O trabalho continuou após este evento com a formação da European Thematic Network on
Construction and City Related Indicators (EC CRISP Network), liderada pelo CSTB
(França) e pelo VTT49 Building Technology (Finlândia). O projeto está hospedado no Site
http://www.crisp.cstb.fr, que apresenta o estado atual da base de dados que classifica
sistemas e indicadores em um formulário-padrão50. Os resultados ainda não foram
disponibilizados para consulta, o que, neste momento, impede análise aprofundada das
etapas e da metodologia utilizada.
A segunda iniciativa estruturada de desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade para
o setor de construção foi conduzida pela Construction Industry Research and Information
Association - CIRIA (2001), que realizou uma ampla consulta ao setor de construção no
Reino Unido. A partir da discussão de quatro elementos do desenvolvimento sustentável51,
emergiram 10 temas-chaves para a construção sustentável (Tabela 6).
Apesar destes temas serem propostos para o Reino Unido, é instrutivo considerar a forma de
organização dos indicadores propostos pela CIRIA. Dentro dos temas e sub-temas, há
indicadores estratégicos e indicadores operacionais. Os indicadores estratégicos medem os
sistemas e processos internos da empresa, para melhorar seu desempenho, sendo, por
natureza, genéricos e relevantes para a maior parte das empresas de construção. A
informação necessária está normalmente disponível em nível corporativo e requer menor
esforço de compilação. Já os indicadores operacionais, medem o desempenho da empresa
na produção e entrega de construções mais sustentáveis. O desempenho da empresa em
49 VTT - Technical Research Centre of Finland.
50 http://crisp.cstb.fr/database.asp
51 Identificados anteriormente na estratégia do governo (UNITED KINGDOM GOVERNMENT, 1999) e na agenda setorial
(DETR, 2000) do Reino Unido para a sustentabilidade, como: (1) proteção efetiva do ambiente; (2) uso prudente de recursos naturais; (3) progresso social, que reconheça as necessidades de para todos; e (4) manutenção de níveis elevados e estáveis de emprego e crescimento econômico.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 138
projetos individuais pode ser agregado para indicar o desempenho global da empresa quanto
a um item específico.
Tabela 6 - Temas-chaves para a construção sustentável no Reino Unido (CIRIA, 2001).
Temas Ambientais Sub-temas • Evitar poluição Mitigação e gestão de poluição nos canteiros
Planejamento de transporte
• Proteção e melhoria da biodiversidade Criação de habitat e melhoria ambiental Otimização de brownfields Projeto e construção ambientalmente responsáveis
• Melhoria de eficiência energética Projeto para custos ao longo do ciclo de vida Uso de materiais locais com baixa energia incorporada
• Uso eficiente de recursos Minimização e gestão de resíduos Reuso de estruturas existentes Projeto e construção seca Conservação de água Uso de produtos reciclados ou de fontes sustentáveis
Temas Sociais Sub-temas • Respeito à equipe de funcionários Provisão de treinamento efetivo e avaliações de funcionários
Igualdade de termos e condições Provisão de oportunidades iguais a todos Saúde, segurança e provisão de ambiente de trabalho adequado Manutenção da moral e satisfação dos funcionários Participação na tomada de decisões
• Relacionamento com comunidades locais Minimização de perturbação local Construção de canais efetivos de comunicação Contribuição para a economia local Entrega de edifícios e estruturas que melhoram o ambiente local
• Estabelecimento de parcerias Construção de relacionamento de longo prazo com clientes Construção de relacionamento de longo prazo com fornecedores Cidadania corporativa Entrega de edifícios e estruturas que aumentem a satisfação, o bem-estar e o valor para clientes e usuários Contribuição para o desenvolvimento sustentável globalmente
Temas Econômicos Sub-temas • Aumento de produtividade e lucro Melhoria de produtividade
Padrão de crescimento consistente
• Melhoria no projeto (produto oferecido) Satisfação do cliente Minimização de defeitos Tempo para conclusão mais curto e previsível Projetos de menor custo, com maior previsibilidade de custos
• Monitoramento e relato de desempenho x metas
Relato da empresa Benchmarking de desempenho
5.1.6 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS
Existem diferenças fundamentais entre o conceito puro de indicadores de sustentabilidade e
os indicadores utilizados - ou passíveis de utilização neste momento - em sistemas de
avaliação de edifícios.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 139
Os métodos de avaliação ambiental de edifícios disponíveis tipicamente não abordam os
aspectos sociais e econômicos da sustentabilidade e são dirigidos a edifícios individuais. Já
a discussão de indicadores de sustentabilidade (particularmente indicadores sociais e
econômicos) relaciona-se a medidas mais gerais da sociedade, como redução de pobreza,
analfabetismo, PIB etc, que não são facilmente relacionadas à escala organizacional ou de
um edifício (COLE, 2002; TODD;JOHN, 2001).
Apesar dos edifícios serem bens de longa vida útil, se comparados a outros bens de
consumo, a maioria dos fenômenos naturais e culturais significativos mostram longas
tendências que não são nem mesmo percebidas no curto prazo, e a escala temporal até que
ocorra um realinhamento significativo em direção a um mundo sustentáve l será certamente
medida em gerações (COLE, 2002). O desempenho ambiental de edifícios é relativo,
avaliado em relação a desempenho “típico”, seja explicita- ou implicitamente. Ao longo do
tempo, edifícios individuais, assim como as práticas de vanguarda e práticas típicas
melhoram e, conseqüentemente, a pontuação de desempenho é válida apenas no ponto
particular no tempo em que foi realizada a avaliação.
Finalmente, cresce a tendência dos métodos de avaliação de edifícios utilizarem um
processo de agregação das medidas de desempenho para sumarizar o desempenho global do
edifício. Este não é o caso dos indicadores de sustentabilidade, que são normalmente
mantidos como entidades discretas. (COLE, 2002).
Tomando a definição de HOLMBERG et al. (1991), indicadores de sustentabilidade
(ambiental) são medidas que relacionam a distância entre o estado atual (do ambiente) e o
seu estado sustentável. Para se falar em indicadores de sustentabilidade, este patamar
sustentável deve, portanto, ser conhecido ou razoavelmente estimado. Relacionar medidas
de desempenho de edifícios a indicadores mais amplos de progresso em direção à
sustentabilidade permanece como um dos principais desafios a serem enfrentados, mas
seguramente mais simples do que definir precisamente o estado sustentável, é obter dados
para gerar indicadores de desempenho em relação a metas de sustentabilidade, ainda que
persistam as dificuldades de acesso a dados acurados e contínuos, necessários à formulação
e manutenção dos indicadores.
Por todas estas dificuldades, os métodos existentes de avaliação de edifícios adotam, na
verdade, esta segunda linha, e reportam-se a metas de sustentabilidade (ambiental), definidas
teorica- ou empiricamente. Indicadores empíricos têm sido adotados e posteriormente
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 140
validados ou excluídos com base nas experiências práticas de implementação nos casos
avaliados com cada sistema.
A discussão sobre indicadores de sustentabilidade de edifícios foi intensificada a partir de
1999, quando a Universidade de Michigan realizou um workshop52 para discussão de
indicadores de sustentabilidade de edifícios (REPPE, 1999a), obstáculos para a sua
implementação (REPPE, 1999b) e estratégias (REPPE, 1999c). Em 2001 foi constituído um
Grupo de Trabalho 53 no GBC com o objetivo desenvolver uma lista preliminar de
indicadores de sustentabilidade, entendidos como medidas absolutas destinadas a embasar a
comparação internacional de edifícios. Na ocasião, o GT concluiu que não possuía
conhecimento suficiente sobre níveis de metas que o permitisse trabalhar com indicadores
de sustentabilidade, preferindo adotar a terminologia indicadores de desempenho
ambiental54 (TODD;JOHN, 2001). Na reunião do GBC em Madrid (março de 2003) houve
uma mudança importante de abordagem, e foram iniciados estudos para consideração dos
efeitos econômicos e sociais relacionados à construção e operação dos edifícios avaliados
nas próximas versões da GBTool.
Um avanço promissor neste campo é o trabalho do ISO/TC59/SC355 na preparação de um
conjunto de normas sobre Sustentabilidade de edifícios e ativos construídos56, que inclui um
texto específico sobre princípios para indicação de sustentabilidade de um edifício ou grupo
de edifícios (ISO AWI 15392) (ISO, 2003a). Com o uso desta norma, pretende-se que as
avaliações de sustentabilidade de edifícios sejam feitas segundo uma estrutura comum e uma
coleção principal de indicadores (Tabela 7), definidos na ISO AWI 21932 (2002c).
A influência econômica do edifício é expressa com base em fluxos monetários gerados
durante o seu ciclo de vida, como investimentos (em terreno, projetos, manufatura de
produtos, construção...); custos operacionais (consumo de energia e de água, gestão de
52 National Sustainable Buildings Workshop.
53 O Grupo de Trabalho em Indicadores de Sustentabilidade do GBC inclui a autora deste trabalho.
54 Na versão da GBTool utilizada para as avaliações apresentadas na SB’02, esta terminologia foi substituída por
indicadores de sustentabilidade ambiental. 55
ISO Technical Committee 59 (Building construction), Subcommittee SC 3 (Sustainability in building construction). 56
Até o momento, estão sendo preparados os seguintes textos (circulação restrita): ISO TC59/SC3/N503 (ISO CD 21932, 2002a) – Terminology. ISO TC59/SC3/N499 (ISO CD 21930, 2002b) – Environmental declaration of building products. ISO TC59/SC3/N469 (ISO AWI 21932, 2002c) – Sustainability indicators. ISO TC59/SC3/N459 (ISO AWI 15392, 2003a) – General Principles. ISO TC59/SC3/N501 (ISO CD 21931, 2003b) – Framework for assessment of environmental performance of buildings .
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 141
resíduos...); custos com manutenção e reparo; e com desconstrução e destinação de resíduos
de demolição. Na ISO AWI 21932 (ISO TC59/SC3, 2002c), os indicadores econômicos
relacionam-se a fluxos monetários durante o ciclo de vida do edifício, basicamente custo ou
retorno para proprietários, ocupantes e usuários. Uma abordagem sustentável enfatiza o
custo no longo prazo (análise de custos ao longo do ciclo de vida) em vez de lucratividade
no curto prazo. Neste sentido, o projeto de norma sugere que o emprego corrente de técnicas
de análise de viabilidade econômica que priorizem a situação presente como os métodos de
descontos (como o cálculo de valor presente) e de período de retorno (payback) seja
reconsiderado.
Tabela 7 - Lista mínima de indicadores de sustentabilidade de edifícios, sugerida na ISO
AWI 21932 (ISO TC59/SC3, 2002c).
Indicadores de sustentabilidade
Indicadores ambientais Uso de matérias-primas naturais;
Consumo de energia
Liberação de emissões danosas ao ambiente
Indicadores sociais Acessibilidade (transporte público, ciclistas, pedestres)
Vida útil
Ambiente interno
Uso sem barreiras (barrier-free)
Indicadores econômicos Custos ao longo do ciclo de vida
Os indicadores ambientais referenciam-se basicamente às categorias de impactos listadas na
ISO 14.042 (ISO, 2000): uso de recursos (solo, água, energia e matérias-primas), potencial
de aquecimento global, acidificação, eutroficação, formação de foto-oxidantes, dano à
camada de ozônio, eco-toxicidade, contaminação do solo, saúde e biodiversidade. Estes
indicadores são, por sua vez, relacionados na ISO CD 21931 (ISO, 2003b), que aponta uma
lista mínima de itens a serem contemplados no desenvolvimento de métodos de avaliação
ambiental de edifícios (Tabela 8).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 142
Tabela 8 - Estrutura de itens a avaliar proposta pela ISO CD 21931 (ISO, 2003b).
Categorias obrigatórias57 Sub-categorias
Conforto térmico
Conforto acústico
Iluminação
Ambiente interno
Qualidade do ar
Energia para operação
Operação eficiente
Carga térmica
Uso de energia natural
Energia
Eficiência dos sistemas prediais
Consumo de água
Produtividade no uso de recursos
Recursos e materiais
Evitar uso de poluentes
Poluição Impactos no entorno
Carga na infra-estrutura local
Finalmente, os indicadores sociais são tratados na ISO AWI 21932 (ISO TC59/SC3, 2002c)
em termos de saúde e produtividade (riscos à saúde e clima interno); segurança do usuário,
igualdade (acessibilidade) e herança cultural (qualidade arquitetônica; flexibilidade; vida
útil do edifício e adequabilidade ao entorno). Muitos destes aspectos sociais são usualmente
tratados em nível da comunidade. A norma tentará relacioná- los ao nível dos edifícios e
grupos de edifícios.
5.2 CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO (“COMO AVALIAR?”)
A definição da importância relativa entre os diferentes aspectos avaliados é um dos pontos
mais críticos em uma avaliação de edifícios, seja ela em termos ambientais ou de
sustentabilidade. Aplicar um critério de ponderação é fundamental para que o método de
avaliação deixe transparecer as prioridades locais, além de agilizar o entendimento dos
perfis de saída da avaliação, pois a pontuação pode ser distribuída dentro de um número
limitado e gerenciável de itens a avaliar, organizados segundo uma hierarquia pré-definida.
A avaliação puramente econômica de um edifício conta com medidas de viabilidade bastante
difundidas, como relação custo-benefício58, valor presente líquido, período de retorno
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 143
(payback59), taxa de retorno60, análise de custos ao longo do ciclo de vida61. Todos estes
métodos traduzem os custos e os benefícios de um determinado investimento em uma
medida única de viabilidade econômica do projeto, expressa em termos monetários
(NORRIS;MARSHALL, 1995). Em avaliações de sustentabilidade, porém, os atributos
econômicos são analisados juntamente com atributos de desempenho ambiental e social do
edifício, cuja expressão em termos monetários nem sempre é fácil ou mesmo possível62. De
toda forma, a definição da importância relativa neste nível hierárquico pode ser orientada
pela percepção de prioridades e pela estratégia de ação definida para um contexto específico.
Já a priorização de itens dentro de um mesmo nível hierárquico é mais difícil. Entre os
aspectos ambientais, particularmente, não há um método consensualmente estabelecido para
atribuir pesos, apesar da noção comum de que eles devam ser estabelecidos de acordo com
evidência científica do impacto no médio e longo prazo sobre a saúde humana ou dos
ecossistemas.
A definição de ponderações em uma avaliação da sustentabilidade de edifícios centra-se,
portanto, na busca de um método de ponderação que ofereça solução para dois problemas
distintos: primeiro, comparação entre itens medidos por unidades diferentes (ex.: consumo
de recursos x cargas ambientais) e, segundo, comparação entre itens monetários e não
monetários (desempenho econômico x social x ambiental).
5.2.1 EMPREGO DE PROCESSO DE ANÁLISE HIERÁRQUICA (AHP63) PARA DERIVAÇÃO DE PESOS
O chamado processo de análise hierárquica (AHP) pertence ao grupo dos métodos aditivos
simples, que por sua vez, são uma das classes de técnicas de análise de decisão multi-
57 A ISO CD 21931 (ISO, 2003b) traz ainda uma lista de categorias opcionais que inclui: qualidade dos serviços ; qualidade
do ambiente externo; e impactos ambientais adicionais no entorno.
58 ASTM E- 964/93 (1998) - Standard Practice for Measuring Benefit-to-Cost and Savings -to-Investment Ratios for Buildings
and Building Systems. 59
ASTM E1121(1998) - Standard Practice for Measuring Payback for Investments in Buildings and Building Systems.
60 ASTM E1057 (1999) - Standard Practice for Measuring Internal Rate of Return and Adjusted Internal Rate of Return for
Investments in Buildings and Building Systems. 61
ASTM E-917 (1999) - Standard Practice for Measuring Life-Cycle Costs of Buildings and Building Systems.
62 Uma lista completa de atributos para análise de edifícios e seus sub-sistemas foi desenvolvida pelo sub-comitê ASTM
sobre desempenho global de edifícios (E06.25 - Whole-building Performance). 63 AHP - Analytic Hierarchy Process.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 144
atributos (MADA64). As técnicas MADA aplicam-se a problemas em que o agente de
decisão precisa ordenar ou escolher (uma dentre) um número finito de alternativas, que são
mensuradas por dois ou mais atributos relevantes, sejam eles monetários ou não. Descrições
dos métodos principais podem ser encontradas na vasta literatura disponível sobre o tema,
com destaque para as sínteses feitas por HWANG;YOON (1981) e CHEN;HWANG (1992).
O Journal of Multi-criteria Decision Analysis (John Wiley & Sons, Ltd) é uma fonte-chave
para atualização e consulta sobre desenvolvimentos mais recentes.
Existem quatro características comuns a todos os métodos MADA (NORRIS, MARSHALL,
1995):
1. Análise de um conjunto finito e geralmente pequeno de alternativas discretas e pré-determinadas;
2. Compensação entre atributos;
3. Comparação de atributos não mensuráveis pela mesma unidade; e
4. Caracterização do problema através de matrizes de decisão65, que indicam o conjunto de alternativas e o conjunto de atributos a considerar.
A matriz de decisão é composta por uma linha correspondente a cada alternativa e a coluna
correspondente a cada atributo sendo considerado. Desse modo, um problema com m
alternativas caracterizadas por n atributos é descrito por uma matriz X, m x n (Eq. 1).
x11
(informação sobre Alternativa
1 em relação ao Atributo 1)
x1n
(informação sobre Alternativa
1 em relação ao Atributo n)
X = x ij
(informação sobre Alternativa
i em relação ao Atributo j)
= [x ij]
xm1
(informação sobre Alternativa
m em relação ao Atributo 1)
xmn
(informação sobre Alternativa
m em relação ao Atributo n)
Eq. 1
64 MADA é o acrônimo da expressão em inglês Multiattribute decision analysis. Nota de terminologia: MCA é o acrônimo de
multicriteria analysis. Uma forma de MCA é a MADA (multiattribute decision analysis), também conhecida como MCDA (multicriteria decision analysis). Neste contexto, os termos atributo e critério são sinônimos e intercambiáveis. Tanto o AHP como a ponderação aditiva simples são técnicas de MADA (ou MCDA).
65 Também se utiliza o termo matriz de comparação.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 145
Entre os métodos MADA estão os métodos aditivos simples, que facilitam a classificação e
escolha dentre alternativas através do desenvolvimento de uma pontuação para cada uma
delas. A lógica dos métodos aditivos simples consiste em quatro princípios:
§ pontuações cardinais numéricas, que caracterizam a preferência global por cada alternativa. A pontuação de preferência Di
66, para cada uma das m alternativas (i=1,..., m) pode então ser utilizada para ordenar alternativas, identificar um grupo de alternativas preferidas ou selecionar uma alternativa única de maior preferência.
§ pesos cardinais de atributos: para todas as alternativas, a importância relativa dos atributos é definida como constante e descrita através de pesos cardinais (wj), que o agente de decisão atribui a n atributos (j=1,..., n). Os pesos são geralmente normalizados (Σpesos = 1)
§ contribuições à preferência (desejabilidade): o desempenho de cada alternativa com relação a cada atributo (pontuação do atributo, xij) deve ser numérica é comparável para todos os atributos. A contribuição à preferência é dada pela soma das contribuições de cada atributo à preferência global por uma alternativa, ou seja Di = xij . wj (para i =1,..., m e j=1,..., n).
§ aditividade: as contribuições individuais dos atributos à preferência global por uma alternativa são consideradas como aditivas, isto é: a pontuação global da alternativa (Di) é definida como a soma das contribuições individuais por atributo (Eq. 2).
Di = ∑=
n
j 1
xij . wj (para i =1,..., m e j=1,..., n) Eq. 2
O Processo de Análise Hierárquica (AHP) transcende a ponderação aditiva simples em três
características importantes (1) a descrição hierárquica do problema com o objetivo de
manter o número de comparações pareadas necessárias dentro de um limite gerenciável; e
(2) a incorporação direta do procedimento de comparação em pares juntamente com (3)
uma abordagem pré-especificada para conversão dos resultados das comparações em pesos
para os atributos considerados (método do vetor eigen principal) e uso dos resultados
obtidos em um teste heurístico da consistência das comparações pareadas efetuadas
(NORRIS, MARSHALL, 1995).
O AHP foi originalmente desenvolvido e aplicado por SAATY (1980). Trata-se de uma
ferramenta analítica totalmente compensatória, aplicável a problemas de decisão multi-
atributos que possam ser formulados como uma árvore de decisão67, onde cada nível
hierárquico envolve diversos tipos de atributos. Com base em princípios matemáticos
66 A notação Di vem do termo original em inglês “desirability” (desejabilidade).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 146
simples, o AHP habilita os agentes de decisão a analisar aspectos rigorosa e metodicamente
através de comparação, para realizar o ordenamento, varredura68 e/ou seleção de alternativas.
Sumarizando, constrói-se uma hierarquia dos elementos de decisão e então utilizar matrizes
de comparação para comparar cada par possível em cada grupo, isto é: comparar atributos,
em termos de sua importância relativa, e depois comparar alternativas em termos de sua
preferência relativa em relação a cada atributo. O agente de decisão expressa a sua
preferência aproximada através de intervalos de julgamento e especifica uma faixa de
números para indicar a importância relativa de dois fatores por vez. As comparações
sucessivas fornecem o peso de cada elemento dentro do grupo (ou nível hierárquico) e
também uma relação de consistência. O resultado é uma definição clara de prioridades do
ponto de vista de um indivíduo ou grupo (NORRIS, MARSHALL, 1995; HÄMÄLÄINEN,
et al., 2002; MMD-ENG, 2002).
Diante da ausência de uma base objetiva para ponderação de parâmetros de sustentabilidade,
o AHP é aqui sugerido para determinação da ponderação entre os temas e categorias a
avaliar, pois:
§ tanto o texto de trabalho da ISO AWI 21932 - Indicadores de Sustentabilidade (ISO TC59/SC3, 2002c), quanto o Manual do usuário da GBTool (COLE; LARSSON, 2002) recomendam a adoção de técnicas de análise de decisão multi-atributos;
§ é um dos cinco cinco métodos (ou classes de métodos) MADA apontados por NORRIS, MARSHALL (1995) como adequados para a análise de problemas relacionados a edifícios e seus sub-sistemas69;
§ é reconhecido pela ASTM, através de (1) sua adoção pelos sub-comitês ASTM E06.05 (Whole-building Performance) e ASTM E06.81 (Building Economics) em trabalho conjunto consolidado sobre decisões relacionadas a atributos de edifícios; (2) da norma ASTM E 1765-9570, sobre a aplicação do AHP à análise de decisão multi-atributos de investimentos relacionados a edifícios e sistemas de edifícios; e (3) do software de apoio à referida norma (CHAPMAN et al., 1998); e
§ nos estudos de casos realizados neste trabalho (Capítulo 4), a ferramenta AHP desenvolvida mostrou-se como um facilitador para a derivação sistemática de pesos
67 Também se utiliza o termo árvore de valor ou árvore hierárquica.
68 Distinção entre possibilidades aceitáveis e não aceitáveis.
69 São eles: métodos de ponderação aditiva (soma ponderada), produto ponderado, NCIC (Non-traditional Capital
Investment Criteria), TOPSIS e distância do alvo. Para uma lista abrangente dos métodos (ou classes de métodos) MADA considerados aplicáveis a problemas reais, agrupados de acordo com suas características principais, consultar NORRIS, MARSHALL (1995).
70 ASTM E 1765-95 - Standard Practice for Applying Analytic Hierarchy Process (AHP) to Multiattribute Decision Analysis of
Investments Related to Buildings and Building Systems .
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 147
entre os temas de desempenho da GBTool, indicando que um procedimento semelhante pode ser utilizado positivamente no desenvolvimento de um método nacional.
Um AHP completo é composto por três etapas:
1. Definição da hierarquia de atributos, compreende a definição do objetivo, a identificação dos atributos importantes, e a identificação de alternativas possíveis (Figura 6).
2. Determinação da importância relativa (peso) de cada atributo, através de comparação pareada em pares de elementos (atributos ou sub-atributos) começando pelo nível mais baixo da hierarquia. Compreende a construção das matrizes de comparação que sumarizam o desempenho relativo entre atributos e desempenho de cada alternativa em relação a cada atributo.
3. Determinação da pontuação global (contribuição à preferência) de cada alternativa, com base nos pesos dos atributos e sub-atributos obtidos em (2) para ordenar as alternativas ou selecionar uma delas.
5.2.1.1 DEFINIÇÃO DA HIERARQUIA DE ATRIBUTOS
A construção da hierarquia de atributos representa a percepção do(s) agente(s) de decisão
quanto aos aspectos (atributos e alternativas) considerados. Estruturar um problema
hierarquicamente significa dividí- lo em uma série de níveis de atributos, de forma que cada
atributo seja membro de um pequeno grupo de atributos no mesmo nível, todos eles
relacionados a um atributo único no nível imediatamente superior. O problema de decisão
pode ser, então, descrito graficamente na forma de uma hierarquia de atributos, em que, de
um lado, esteja a decisão a ser tomada (objetivo) e, do outro, as alternativas a classificar ou
dentre as quais deve-se eleger uma preferida (Figura 6).
Uma vez determinados os níveis hierárquicos, deve-se estabelecer, para cada grupo de
atributos (de sub-atributos e assim sucessivamente), pesos normalizados (Σpesos = 1) que
indicam as preferências relativas do agente de decisão, naquele nível hierárquico. No
exemplo da Figura 6, quatro matrizes de comparação seriam necessárias para determinação
dos pesos, uma para cada grupo envolto pelas linhas tracejadas.
Teoricamente, não há limite para o número de níveis ou quantidade de atributos que podem
ser considerados em um AHP. Existe, no entanto, um limite prático ditado pela capacidade
de alguns softwares de apoio existentes no mercado, de forma que, em problemas
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 148
complexos, é possível ter até sete níveis na hierarquia, e até 9 sub-atributos em cada grupo
de atributos.
Figura 6 – Construção de hierarquia de atributos.
5.2.1.2 DETERMINAÇÃO DE IMPORTÂNCIA RELATIVA
Os agentes de decisão normalmente têm dificuldade para atribuir precisamente pesos
cardinais para uma série de atributos simultaneamente. A complexidade na explicitação
destas preferências vem do fato de a mente humana ter dificuldade de comparar mais de
duas coisas ao mesmo tempo. No entanto, é possível realizar facilmente comparações em
pares, até que todas as alternativas possíveis sejam consideradas (Figura 7).
Atributo 1-n
Atributo 1-n
Atributo 1-n
objetivo (decisão) Atributo 2
Atributo 1
Atributo 3
sub-atributo 1
sub-atributo 2
sub-atributo 1
sub-atributo 2
sub-atributo 3
sub-atributo 1
sub-atributo 2
alternativa 1
alternativa 2
alternativa 3
alternativa 4
alternativa n
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 149
Figura 7 – Exemplo de comparação em pares: conjunto de três alternativas.
Por esta razão, a atribuição de pesos é realizada através de comparações pareadas sucessivas,
que fornecem um conjunto de pesos consistente e normalizado.
Identidade , reciprocidade e consistência de matrizes de comparação
O problema de decisão no AHP é como comparar a importância relativa dos atributos de
modo sistemático e quantitativo. Matematicamente, o objetivo é determinar os pesos não-
negativos wi dos atributos ai para i variando de 1 a n, onde n é o número de atributos. Se os
pesos w=(w1,..., wn) fossem conhecidos, a importância relativa do atributo ai comparado a aj
seria dada pela relação wi/wj (HAURIE, 2001).
Na comparação empírica de n atributos apenas contra o primeiro deles (a1), por exemplo, as
relações entre pesos seriam wi/w1 para i = 1 a n. Estes valores definem o peso w em relação
a um fator global, sendo possível representar o vetor w por um vetor normalizado, por
exemplo, fazendo a soma dos pesos igual a 1 (Eq. 3):
w ii
∑ = 1
Eq. 3
Combinando todos os n possíveis vetores-colunas pareados em uma matriz como a mostrada
na Eq. 4, chega-se ao ponto de partida da análise de SAATY (1980).
A
w w w w w w w ww ww w
w w w w
n
n n n
=
1 1 1 2 1 3 1
2 1
3 1
1
/ / / .. . // .. ./ .. .: .. ./ .. . /
Eq. 4
A abordagem AHP assume que, por definição, a matriz de comparação atende a três
propriedades especiais:
(1) identidade: pelo princípio de identidade, todos os todos os elementos na diagonal da
matriz são iguais a 1, pois se um atributo é sempre igualmente importante a si mesmo, a
comparação de um atributo contra si mesmo fornece relação entre pesos igual a 1 (wi/wi=1,
..., wn/wn=1). Este princípio reduz a quantidade de respostas necessárias para apenas
n(n-1)/2, sendo n o número de atributos.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 150
(2) reciprocidade: pelo princípio de reciprocidade, se o Atributo A é julgado como 2 vezes
tão importante quanto o Atributo B, então o Atributo B é 1/2 vez tão importante quanto o
Atributo A. Por este princ ípio, cada elemento abaixo da diagonal é igual ao inverso do
elemento correspondente acima da diagonal.
Os elementos da matriz A têm, portanto, a propriedade especial (Eq. 5).
aij = 1/aji, para todos os i e j Eq. 5
Neste caso, por teorema de álgebra linear, w é o vetor eigen da matriz A, com valor eigen
igual a n (Eq. 6):
Aw=nw Eq. 6
Com este procedimento específico, o AHP formaliza a conversão de um problema de
atribuição de pesos a atributos em um problema mais palpável de realizar uma série de
comparações entre pares de atributos concorrentes. Esta série de comparações em pares é
sumarizada em matrizes de comparação, que são matrizes quadradas (número de linhas
igual ao número de colunas) contendo as relações entre os elementos comparados (sub-
atributos, atributos ou alternativas), na forma geral mostrada na Tabela 9.
(3) consistência (transitividade cardinal perfeita): por consistência entende-se que, para
quaisquer três Atributos A, B e C, se A é julgado como x vezes mais importante que B, e B é
considerado como y vezes mais importante que B, então A deve ser xy vezes mais importante
que C. Em outras palavras, as colunas da matriz de comparação são múltiplos escalares
entre si, de forma que as colunas normalizadas (i.e.: onde cada célula é dividida pela soma
da coluna) são idênticas, e qualquer uma delas pode ser tomada para representar os valores
relativos das alternativas, como mostrado no exemplo da Tabela 10 e Tabela 11.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 151
Tabela 9 – Forma geral de matriz de comparação em pares.
Atributo 1 Atributo 2 Atributo 3 ... Atributo n
Atributo 1 1
importância do atributo 1 em relação
ao atributo 2
importância do atributo 1 em relação
ao atributo 3
...
importância do atributo 1 em relação
ao atributo n
Atributo 2
importância do atributo 2 em relação
ao atributo 1
1 ... ...
importância do atributo 2 em relação
ao atributo n
Atributo 3
importância do atributo 3 em relação
ao atributo 1
importância do atributo 3 em relação
ao atributo 2
1 ... ...
... ... ... ... 1 ...
Atributo n
importância do atributo n em relação
ao atributo 1
importância do atributo n em relação
ao atributo 2
importância do atributo n em relação
ao atributo 3
... 1
Tabela 10 - Matriz consistente de comparação em pares de sub-atributos dentro de um Atributo A.
Atributo A Sub-atributo 1 Sub-atributo 2 Sub-atributo 3
Sub- atributo 1 1 1/3 2
Sub- atributo 2 3 1 6
Sub- atributo 3 1/2 1/6 1
Os pesos relativos dos três sub-atributos, com base no Atributo A considerado, são obtidos
através da normalização das colunas, de forma que a mesma matriz acima pode ser indicada
como na Tabela 11.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 152
Tabela 11 - Matriz da Tabela 1 após normalização das colunas.
Atributo A Sub-atributo 1 Sub-atributo 2 Sub-atributo 3 Σ linhas Pesos
Sub- atributo 1 0.222 0.222 0.222 0,666 0,222
Sub- atributo 2 0.667 0.667 0.667 2,000 0,667
Sub- atributo 3 0.111 0.111 0.111 0,333 0,111
Σ matriz 3 1
As colunas normalizadas são idênticas, o que indica que as comparações realizadas na
matriz da Tabela 10 foram perfeitamente consistentes e que a importância relativa entre os
três sub-atributos, com base no Atributo A, poderia ter sido extraída diretamente a partir dos
valores normalizados da primeira coluna (sub-atributo 1 = 0,222; sub- atributo 2 = 0,667; e
sub- atributo 3 = 0,111), ou somando-se os valores em cada linha e dividindo pelo total da
matriz, como demonstrado pela coluna “Pesos” acrescentada à matriz original.
Notar que, se as comparações são feitas em pares e se transitividade cardinal perfeita
(consistência) é assumida, torna-se redundante comparar (A,C), uma vez feitas as
comparações (A,B) e (B,C). Mais ainda: em uma situação de consistência, apenas a
primeira linha (ou coluna) da matriz de comparação, precisa ser completada pelo agente
de decisão: os demais elementos da matriz poderiam ser facilmente calculados.
Inconsistência de matrizes de comparação
Alguns métodos utilizam a construção de matrizes de comparação a partir de n(n-1)/2
comparações pareadas independentes, que permitem que o agente de decisão faça
julgamentos não perfeitamente consistentes. Isto é permitido para (1) aumentar o número de
oportunidades para o agente de decisão expressar suas preferências cardinais; e (2) tentar
reproduzir a dificuldade prática do agente de decisão em ser perfeitamente consistente nos
julgamentos, especialmente quando são realizadas muitas comparações pareadas. Esta
possibilidade mostra-se útil pois, em qualquer processo de julgamento subjetivo há sempre
alguma margem de incerteza.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 153
A inconsistência dos julgamentos revela-se matematicamente na forma de matrizes com
colunas normalizadas não idênticas (Tabela 12 e Tabela 13), para as quais a Eq. 6 nem
sempre será satisfeita.
Tabela 12 – Exemplo de matriz não consistente.
Atributo A Sub-atributo 1 Sub-atributo 2 Sub-atributo 3
Sub- atributo 1 1 1/3 2
Sub- atributo 2 3 1 4
Sub- atributo 3 1/2 1/4 1
Tabela 13 – Matriz da Tabela 12 (matriz não consistente) após normalização das colunas.
Atributo A Sub-atributo 1 Sub-atributo 2 Sub-atributo 3 Σ linhas Pesos
Sub- atributo 1 0,222 0,211 0,286 3,333 0,255
Sub- atributo 2 0,667 0,632 0,571 8 0,611
Sub- atributo 3 0,111 0,158 0,143 1,75 0,134
Σ matriz 3 1
SAATY (1990) propôs que, nestes casos, seja derivado um vetor de pesos que tende a
compensar os erros nos pesos implícitos em cada coluna (ou linha) da matriz71, isto é:
1. o vetor de pesos w seja encontrado como o vetor eigen na forma da Eq. 7.
71 O AHP usa o método do vetor-eigen para converter a matriz de comparações pareadas em um vetor de pesos
normalizados (Eq. 7), e um teste de consistência com base no valor eigen correspondente(Eq. 8). Qualquer matriz quadrada M com n linhas e n colunas tem a ela associados n “vetores eigen” ei. (não necessariamente iguais) que satisfazem a seguinte equação: ?i e i = M e i , onde ?i é o valor eigen associado ao vetor eigen e i. O vetor eigen principal é o vetor e* associado ao valor eigen com maior valor absoluto ?max. ?max e* = M e*. Primeiro, encontra-se a solução e* para a matriz M igual à matriz de comparação desejada e, depois, normaliza-se os elementos do vetor final de pesos (w) para que sua soma seja igual a 1. Uma explicação mais detalhada do método do vetor eigen pode ser encontrada em NORRIS;MARSHALL (1995) e no trabalho de SAATY (1990), entre outros.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 154
Aw=?max w
onde
n é o valor eigen em situação perfeitamente consistente,
?max é o valor eigen máximo de A e ?max = n.
Eq. 7
2. Uma relação de consistência (CR) seja definida a partir do desvio do valor eigen
máximo (?max) em relação a n (valor eigen em situação perfeitamente consistente)
(Eq. 8).
CR = CI/ACI
onde
o índice de consistência CI é definido por CI = (?max-n)/(n-1); e
ACI é um número encontrado fazendo a média de CI em relação a um grande número de matrizes A aleatórias.
Eq. 8
Uma relação de consistência CR<0,1 é normalmente considerada como aceitável, por ser
uma situação próxima à situação ?max = n , em que a matriz A de comparação pareada é
totalmente consistente. Por esta razão, é freqüente a aplicação de um cut-off de consistência
igual a 0,1; isto é: são retidos apenas os dados empíricos que tenham relação de consistência
menor que 0,1 (HAURIE, 2001).
5.2.1.3 ESCALA DE IMPORTÂNCIA RELATIVA (ESCALA DE VALOR)
Como nos demais métodos aditivos, os julgamentos feitos no AHP são cardinais, em vez de
simplesmente ordinais, isto é: para cada par de atributos, o agente de decisão especifica não
só qual atributo considera mais importante, como também, quanto mais importante ele é
considerado em relação ao atributo concorrente.
Na abordagem clássica de SAATY, utiliza-se nas comparações pareadas uma escala linear
1,2,3....,9 para quantificar quão mais importante é um atributo em relação a outro. O valor
1, por exemplo, significa importância igual, enquanto o valor 9 significa importância muito
maior. Caso o atributo seja menos importante que o atributo concorrente, utiliza-se então o
inverso das preferências (1,1/2,1/3,...,1/9).
A opção arbitrária por uma escala linear e por um determinado valor máximo é
simplesmente um reflexo do problema geral de quantificar preferências em modelos de
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 155
decisão multi-atributos. É bastante razoável utilizar uma escala de avaliação positiva e
limitada, i.e. não permitir preferências infinitas, de modo que todos os elementos na matriz
A sejam finitos e positivos. No entanto, o uso de uma escala linear na abordagem AHP cria
imediatamente uma inconsistência (HAURIE, 2001).
Considerando, por exemplo, a situação com três atributos diferentes e uma escala com
valores possíveis 1/3, 1/2, 1, 2, 3. Supondo que um avaliador qualquer atribua valores em
uma seqüência crescente de forma a gerar a matriz A abaixo,
=
1232/112
3/12/11
A
Eq. 9
os vetores-colunas da matriz não serão proporcionais como eram os da matriz
perfeitamente consistente mostrada na Eq. 4. Isto pode acontecer ainda que tenham sido
fornecidas respostas consistentes em cada uma das comparações pareadas com base nos
atributos a1, a2 e a3. A adoção de um valor multiplicativo para a determinação dos intervalos
da escala de importância relativa (ex:1/4, 1/2, 1, 2, 4) resolve esta inconsistência (HAURIE,
2001)72.
5.2.1.4 DETERMINAÇÃO DA PONTUAÇÃO GLOBAL DE ALTERNATIVAS
Com a série completa de comparações sistemáticas e sucessivas de pares de elementos, com
relação ao atributo imediatamente acima deles na hierarquia, deduz-se os pesos relativos de
todos os elementos avaliados. A soma dos pesos dos elementos em cada nível hierárquico é
sempre igual a 1 (salvo diferenças de arredondamento). Uma vez obtidos os pesos em cada
72 Segundo este autor, a única escala que sempre evitará inconsistência é uma escala de avaliação multiplicativa que
tenha a forma geral mostrada na equação abaixo:
exp(J logb)
sendo:
J variando de 0 a J; e
b>1
Esta escala começa em 1 (importância igual) e termina no expoente da preferência máxima (J logb). Uma escala
consistente foi então definida por apenas dois parâmetros independentes: o número de preferências diferentes e a
preferência máxima.
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 156
nível hierárquico, a etapa final é a combinação dos pesos calculados nos diferentes níveis da
hierarquia para obtenção da pontuação global de cada alternativa.
Mantendo o exemplo da Figura 6, poderíamos ter uma matriz de decisão global na forma da
mostrada na tabela abaixo. A pontuação de cada alternativa seria obtida pelo somatório dos
produtos dos pontos atingidos pela alternativa no sub-atributo (Pij) pelo peso do sub-atributo
(wj) e pelo peso do atributo (Wk) (Eq. 10 e Tabela 14).
Palt = Σ Pij . wj
. Wk
Para i variando de 1 a n , j variando de 1 a m e k variando de 1 a o e Σw1 = 1 e ΣWk=1
Eq. 10
Tabela 14 – Exemplo de organização hipotético para a matriz para comparação de alternativas com base nos atributos e sub- atributos definidos na Figura 6.73
Atributo 1 W1
Atributo 2 W2
Atributo 3 Wo
Sub1
w1
Sub2
w2
Sub1
w3
Sub2
w4
Sub3
w5
Sub1
w6
Sub2
wm
Pontuação global
Palt
Alternativa 1 P1,1 P1,2 P1,3 P1,4 P1,5 P1,6 P1,m (P1,1 . w1
. W1+...+P1,m . wm
. Wo)
Alternativa 2 P2,1 P2,2 P2,3 P2,4 P2,5 P2,6 P2,m (P2,1 . w1
. W1+...+P2,m . wm
. Wo)
Alternativa 3 P3,1 P3,2 P3,3 P3,4 P3,5 P3,6 P3,m (P3,1 . w1
. W1+...+P3,m . wm
. Wo)
Alternativa 4 P4,1 P4,2 P4,3 P4,4 P4,5 P4,6 P4,m (P4,1 . w1
. W1+...+P4,m . wm
. Wo)
Alternativa n Pn,1 Pn,2 Pn,3 Pn,4 Pn,5 Pn,6 Pn,m (Pn,1 . w1
. W1+...+Pn,m . wm
. Wo)
para i variando de 1 a n , j variando de 1 a m e k variando de 1 a o
5.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO
5.3.1 SOBRE A DEFINIÇÃO DA ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO
Indicadores são procurados para mostrar tendências nacionais e internacionais de
desenvolvimento social, econômico e ambiental e monitorar atentamente o progresso em
relação padrões sustentáveis de vida. Indicadores de desempenho são também utilizados no
contexto de métodos para avaliação ambiental de edifícios para mostrar melhoria em – e
73 Para se obter os pesos representados nesta tabela, 4 matrizes de comparação – não mostradas aqui - deveriam ser
construídas previamente (comparação entre os sub-atributos 1 e 2 do Atributo 1; entre os sub- atributos 1, 2 e 3 do Atributo 2; entre os sub-atributos 1 e 2 do Atributo 3; e, finalmente, entre os Atributos 1, 2 e 3).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 157
permitir comparações entre – edifícios individuais. Em ambas as aplicações, indicadores
fornecem aos seus usuários a retroalimentação necessária ao fazer benchmark de
desempenho e ilustrar a taxa e extensão do progresso, auxiliando na conscientização dos
problemas ambientais e seus reflexos sociais e econômicos (ou vice-versa), e nivelando uma
base para comparação entre tomada de decisões e planejamento estratégico. A busca por
indicadores levou conseqüentemente ao estudo da gama de estruturas ana líticas
desenvolvida para a sua organização ao longo das duas últimas décadas.
A maior parte das métricas identificadas na revisão das iniciativas mundiais de
desenvolvimento de indicadores concentrava-se na dimensão ambiental e era mais
apropriada para medir a saúde e a sustentabilidade de ecossistemas, comunidades ou
componentes ambientais específicos, como água ou ar. Muitas destas métricas não podem
ser aplicadas a edifícios ou aos seus efeitos, uma vez que eles não permite distinguir a
parcela de contribuição relativa dos edifícios ou do ambiente construído à saúde ou à
sustentabilidade de um dado ecossistema, comunidade ou componente ambiental de
interesse.
Reconhece-se, neste trabalho, a dificuldade em relacionar informações obtidas na escala do
edifício com o progresso do setor ou da nação em quaisquer das dimensões da
sustentabilidade. Defende-se, porém, a validade de se extrair indicadores relevantes para os
edifícios que, ainda que não possam ser imediatamente agregados para formar uma medida
global da sociedade, indiquem o caminho para (1) cooperação no cumprimento de metas
setoriais e nacionais e (2) a produção de um ambiente construído pautada por atitudes mais
responsáveis, com base na reflexão sobre seus efeitos no longo prazo.
Por outro lado, a avaliação integrada de itens ambientais, sociais e econômicos encontra
instrumentos na esfera das nações, como os indicadores da UN CSD; dos setores
econômicos, como os indicadores da CIRIA, para a construção civil do Reino Unido; e das
organizações, como as diretrizes de relato de sustentabilidade corporativa da GRI.
Propõe-se que a estrutura de avaliação seja construída com base nestes instrumentos; na
proposição de uma agenda pra construção sustentável no Brasil, organizada a partir da
estrutura temática utilizada pela UN CSD; e na análise dos métodos e projetos de normas
ISO relacionados à avaliação ambiental e de sustentabilidade de edifícios. A esta estrutura
de avaliação, foi relacionada uma lista de indicadores exaustiva (ver Capítulo 6 e Apêndice
7).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 158
Antes de esgotar o assunto, agenda setorial aqui proposta pretende estimular uma discussão
ainda pouco desenvolvida. Em termos gerais, as agências governamentais definem políticas
e a estrutura legislativa e fiscal em que as atividades de construção geram habitações, locais
de trabalho, equipamentos públicos e sistemas de transporte, mas a implementação de
estratégias é possível apenas através da adesão massiva do setor. Nestes dois pontos, apesar
de já serem notáveis as mudanças, o cenário brasileiro ainda está distante de exibir uma
estrutura de ação para a sustentabilidade bem definida e organizada, como a vista no Reino
Unido, por exemplo, caracterizada exatamente por uma ação governamental forte, que gerou
uma série de documentos orientativos e estratégias específicas para o setor74.
Ainda há um grande caminho a percorrer para superar problemas de habitação, infra-
estrutura e serviços urbanos no Brasil. O cumprimento de metas sociais depende em grande
medida de vontade política, mas também de uma maior aproximação do setor de construção
aos agentes sociais interessados. Adicionalmente, a busca de soluções inovadoras introduz
problemas técnicos relacionados ao desenvolvimento de alternativas tecnológicas para
atender às necessidades básicas de grande parcela da população, que aliem baixo custo a
baixo impacto ambiental. Não se espera que todas as ações e mudanças apontadas ocorram
imediatamente, mas todas elas estão ao alcance do setor.
5.3.2 SOBRE O USO DE AHP PARA DEFINIR O CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO
Um método de avaliação envolve a análise de um grande número de itens. A GBTool, por
exemplo, avalia cerca de 100 itens, e eles referem-se apenas à avaliação ambiental do
edifício. Este número pode ser muito maior no caso de avaliações incluindo aspectos sociais
e econômicos. Para agilizar o entendimento dos perfis de saída da avaliação, torna-se
necessário definir uma hierarquia, e distribuir a pontuação dentro de um número limitado e
gerenciável de itens a avaliar.
Neste contexto, ao menos três aspectos sugerem a utilização do AHP: (1) a necessidade de
estabelecer uma hierarquia e identificar a importância relativa de itens concorrentes e
comparáveis (ordenamento), porém de naturezas diversas (quantitativa e qualitativa); (2) a
ausência de dados ou métodos para estabelecer quantitativamente esta importância relativa;
74 Sendo os principais deles a agenda governamental para sustentabilidade, intitulada A better quality of life (UK
GOVERNMENT, 1999) e a agenda setorial (Building a better quality of life, DETR, 2000), que, por sua vez, considerou o Relatório Egan (EGAN, 1998), sobre o aumento da eficiência do setor de construção britânico e a consulta Opportunities for change – consultation paper on a UK strategy for sustainable construction (DETR, 1998).
Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 159
e (3) a necessidade de realizar julgamentos de valor (subjetivos), porém de maneira
transparente e sistemática.
O AHP é um método bem estabelecido e testado de análise multi-atributos, que permite
incluir na mesma plataforma de decisão atributos conflitantes, monetários ou não. O método
apresenta algumas limitações intensamente discutidas em literatura específica75. Apesar de
não ter aceitação universal, a combinação de flexibilidade e facilidade de uso oferecida pelo
AHP contribuiu para a sua aplicação em uma ampla gama de problemas práticos de análise
multi-atributos, em áreas que vão desde finanças, avaliação de desempenho de funcionários,
classificação da qualidade de vida urbana, até planejamento de uso do solo.
Sugere-se, portanto, a sua utilização para registrar e manter a rastreabilidade do processo de
obtenção de pesos para os temas e categorias de desempenho em avaliação de edifícios, seja
pelo emprego de softwares existentes no mercado, como o ExpertChoice®, ou de ferramentas
simples de apoio, como a desenvolvida nesta pesquisa. Independentemente da ferramenta
utilizada, deve-se eliminar as inconsistências de julgamento, observando-se o princípio da
transitividade; e aquelas induzidas pela própria escala de importância relativa, adotando-se
uma escala com intervalos multiplicativos.
O próximo Capítulo apresenta sucintamente o conceito de avaliação inicialmente idealizado
e submetido para consulta às partes interessadas na construção civil do estado de São Paulo,
assim como as modificações que dela resultaram.
75 Especialmente o fenômeno de inversão de preferências (rank reversal), que é a alteração na ordem de preferência
quando uma alternativa é adicionada ou retirada do grupo analisado. O próprio SAATY defende seu método alegando que a inversão de preferências não é uma falha do método, pois pode ocorrer em situações reais de tomadas de decisão (NORRIS;MARSHALL, 1995).
6 MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS
6.1 INTRODUÇÃO
A discussão quanto a que foco dar às avaliações de edifícios (avaliação ambiental ou
avaliação de sustentabilidade) é vigorosa e com bons argumentos de ambos os lados (COLE;
1999; KÖHLER, 1999; COOPER, 1999). O principal argumento para a inexistência de
avaliação de sustentabilidade de edifícios é a dificuldade em relacionar o progresso quanto a
sustentabilidade do setor ou da nação com a escala do edifício, onde faria mais sentido se
falar em avaliação ambiental (COLE; 1999).
No entanto, este é um argumento frágil, pois é igualmente difícil relacionar o desempenho
ambiental do edifício ao progresso em relação à sustentabilidade ambiental. A argumentação
feita neste trabalho considera que a avaliação do desempenho ambiental do edifício é uma
parte de um problema complexo, que pode ser mais ou menos significativa de acordo com o
contexto específico da avaliação. A produção de edifícios tem desdobramentos sociais e
econômicos claramente importantes, particularmente em países em desenvolvimento, que
devem ser consideradas.
O modelo de avaliação parte da premissa que construção sustentável significa atingir o
desempenho requerido para edifício com o menor prejuízo ecológico possível, enquanto se
promove melhoria social, cultural e econômica em nível local, regional e global. Propõe-se,
então, avaliar não só o desempenho ambiental do edifício, mas, na extensão possível, a sua
contribuição para um ambiente construído mais sustentável, através de incorporação de
aspectos sócio-econômicos que possam ser relacionados à escala da produção e uso do
edifício.
6.2 SOBRE A INCLUSÃO DA AVALIAÇÃO DE GESTÃO DO PROCESSO E DOS AGENTES ENVOLVIDOS
Na agenda setorial discutida no Capítulo 5, a dimensão institucional relaciona-se à
existência e ao nível de implementação de estratégias de sustentabilidade. Propõe-se aqui
incluir a avaliação dos agentes envolvidos no processo para criar a cultura e o movimento
consistente das práticas de mercado em direção a um patamar mais sustentável; e para
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 161
fazer a ligação, na escala do empreendimento, à dimensão institucional da agenda setorial,
através de indicadores de comprometimento que informem: (1) se há estratégia para
aumentar a sustentabilidade do empreendimento; (2) se ela esta implementada; e (3) o grau
de efetividade.
A adoção de práticas mais sustentáveis ao longo do ciclo de vida de edifícios é, antes de
tudo, uma questão de cultura e educação dos agentes envolvidos, incluindo usuários finais,
para que a consideração da sustentabilidade - e de seus benefícios – torne-se um dos
objetivos do empreendimento. Os clientes controlam a localização do empreendimento e o
que será construído. Clientes e empreendedores sensibilizados por preocupações ambientais
são a peça mais importante em termos de direcionamento físico do desenvolvimento e
alteração urbana e de conservação de biodiversidade e ecologia local; e podem ser uma
influência positiva na proteção, mitigação e melhoria de biodiversidade em sítios com algum
valor ecológico. Mais ainda: clientes e empreendedores criam a demanda e definem as
características dos novos empreendimentos, o desempenho esperado e quanto estão
dispostos a investir neles. Como mencionado no Capítulo 1, as maiores barreiras para se
fazer mais pela sustentabilidade dos edifícios são provavelmente de ordem comercial: se o
cliente não incluir sustentabilidade como prioridade, as possibilidades de ação pró-ativa de
projetistas e construtores quanto a sustentabilidade tornam-se limitadas e pouco prováveis.
As margens de lucro são limitadas na construção civil, e existe um receio generalizado do
mercado de envolver-se em ações que possam reduzi- las ainda mais.
Os projetistas influenciam a sustentabilidade do empreendimento ao tomar decisões quanto
à forma e a implantação do edifício, influenciando o grau em que o sítio original será
afetado ou que novos habitats possam ser criados. As decisões arquitetônicas têm ainda
grande impacto econômico e social, pela qualidade dos espaços criados e seu efeito na
saúde, conforto, satisfação e produtividade dos usuários. Os projetistas brasileiros ainda não
estão atentos aos aspectos ambientais da construção, ou às possibilidades de prover boa
qualidade do ambiente interno com baixo emprego de capital natural e financeiro. Como os
clientes, os projetistas tendem a pensar e atuar com base em empreendimentos individuais,
isto é: em um determinado projeto, em que aspectos ambientais se mostrem importantes,
eles tentam considerá- los adequadamente, desde que não haja implicações comerciais
onerosas nem objeções do cliente.
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 162
Os construtores são os agentes mais visíveis no processo e, conseqüentemente, aqueles
normalmente culpados por prejuízo ou destruição ambiental. Na realidade, porém, salvo se
forem também os empreendedores, os construtores cumprem obrigações contratuais
definidas previamente por clientes e projetistas. Assim, quando o contrato de construção é
feito, já é normalmente tarde demais para se fazer alterações significativas do processo que
possam torná- lo mais sustentável. Por outro lado, como os construtores efetivamente
constroem o projeto, eles têm (diferentemente dos processos de planejamento, projeto e
gestão da operação do edifício) o poder de influenciar a maneira como o processo de
construção afeta não só o sitio original, mas a comunidade local, em termos ambientais,
econômicos e sociais. Adicionalmente, a etapa de construção encerra parte considerável do
impacto socia is e econômicos de todo o ciclo do empreendimento. A implementação de
políticas para sustentabilidade e de instrumentos de informação tem, portanto, no grupo de
construtores um dos maiores potenciais de benefício dentre os agentes envolvidos em todo o
ciclo, que provavelmente só encontra paralelo entre os projetistas1.
Finalmente, o desempenho do edifício em uso resulta da combinação do desempenho
potencial, esperado a partir das decisões de projeto e construção, e de padrões de
comportamento dos usuários, que podem diferir – positiva ou negativamente - das
expectativas assumidas nos defaults de projeto. O longo período de uso potencializa a
interferência dos usuários e gestores do edifício, mas em um momento em que há pouco o
que se fazer para obter melhoria significativa; na verdade, normalmente espera-se mais que
o usuário e o planejamento da gestão contribuam para manutenção do desempenho esperado
em projeto do que possam realmente vir a melhorá- lo.
6.3 DESCRIÇÃO SUCINTA DA PROPOSTA INICIAL DE AVALIAÇÃO
Como um primeiro passo, optou-se por iniciar a avaliação dos agentes pela avaliação da
empresa construtora. Esforços semelhantes para envolver os demais agentes envolvidos na
produção do empreendimento, principalmente os projetistas, seriam desenvolvidos
oportunamente. Parte dos itens avaliados refere-se à responsabilidade social corporativa,
mas a maioria deles relaciona-se à competitividade e permanência no mercado, num
mecanismo que tende a criar pressões para a busca de metas cada vez mais avançadas.
1 Ver SILVA et al. (2000b).
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 163
No modelo inicialmente idealizado, os indicadores foram organizados segundo uma
estrutura temática (Figura 12), considerada como pragmática e capaz de evidenciar a
efetividade e necessidade de melhoria de políticas e estratégias, aumentando o potencial de
planejamento, intervenção e gestão. Procurou-se manter como pano de fundo a reflexão
quanto a (1) prioridades destacadas na agenda setorial apresentada no Capítulo 5; (2) síntese
da discussão internacional em indicadores de sustentabilidade de edifícios, de empresas e
do setor de construção; e (3) as estruturas de métodos existentes para avaliação ambiental
de edifícios.
Em cada dimensão avaliada, os indicadores foram estruturados segundo a hierarquia :
temas>categorias>indicadores. Os indicadores ambientais foram agrupados numa
combinação de abordagem por meios2, LCA e, implicitamente, pressão-resposta (DSR3), em
que o uso de recursos e cargas ambientais são organizados segundo os componentes
ambientais principais. Os indicadores sociais foram relacionados às partes interessadas
afetadas: operários (durante a execução), usuários (durante o uso), clientes, e sociedade em
geral (durante todo o ciclo)4. Os indicadores econômicos destacavam as informações
relativas aos custos previstos para o empreendimento ao longo de seu ciclo de vida; aos
investimentos feitos para aumentar a sustentabilidade; e aos benefícios deles resultantes.
Esta estrutura analítica era flexível o suficiente para ser amplamente utilizada e interpretada
ao longo do espectro de empresas e empreendimentos de construção, reconhecendo a sua
diversidade e, ao mesmo tempo, fornecendo uma base comum de definições, princípios e
indicadores. A pontuação dos itens seria atribuída dentro da escala linear de desempenho
mostrada na Figura 2.
2 A abordagem por meios organiza os temas ambientais a partir da perspectiva dos componentes ambientais principais (ar,
solo, água...). A abordagem pressão-resposta concentra-se nos impactos das atividades humanas no ambiente e sua transformação subseqüente.
3 DSR - Estrutura de organização de indicadores segundo força indutora-estado-resposta (Driving force-State-Response)
4 Divergindo, portanto, da organização sugerida pela ISO AWI 21932 (ISO TC59/SC3/N469). 2002c - Sustainability
indicators, que não considera a etapa de construção (os indicadores sociais são organizados em termos de saúde e produtividade (do usuário), segurança (do usuário), acessibilidade (do usuário) e herança cultural (sociedade).
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 164
Figura 1 - Estrutura temática com blocos de avaliação do edifício e da empresa
construtora.
Uso de recursos Energia, água, solo (e ecologia local), materiais (e resíduos)
Cargas ambientais Proatividade egestão ambiental/qualidade
Impactos sobre os operários (execução) Saúde, segurança, treinamento e ambiente de trabalho
Impacto sobre os usuários Qualidade ambiente interno Qualidade dos serviços (amenidades e acessibilidade)
Impacto sobre a sociedade Relacionamento com a comunidade
Análise de custos no ciclo de vida (LCC*) Investimento em sustentabilidade Benefício financeiro (sustentabilidade)
Aumento de produtividade usuários Velocidade de venda e valorização do imóvel Imagem corporativa etc
Indicadores edifício
ambientais
sociais
econômicos
quantitativos e qualitativos
Sustentabilidade como prioridade corporativa Adoção de práticas de liderança Construção/operação sustentável do portfolio Monitoramento e relato do progresso
Eco-eficiência da empresa Uso de recursos Cargas ambientais
Impactos sobre os funcionários/operários Saúde, segurança, treinamento e ambiente de trabalho
Impacto sobre a sociedade Relacionamento com a comunidade
Aumento de produtividade (empresa) Investimentos e benefícios sustentabilidade Melhoria do produto oferecido
Categorias Temas
Indicadores empresa
ambientais
sociais
econômicos
quantitativos e qualitativos
comprometimento
*LCC – life-cycle cost analysis
DF DF R
S/R S/R S/R
S S S
R R R R
DF
S S
R R DF
DSR
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 165
Figura 2 – Escala linear de avaliação de desempenho.
Os valores extremos da escala foram fixados em -2 e +5 para assegurar consistência com a
escala do GBC, de onde propunha-se adaptar parte do módulo de avaliação ambiental do
edifício. Os intervalos da escala representavam:
-2 – desempenho inferior ao desempenho de referência (benchmark). O valor negativo poderia ocorrer por exemplo, quando, diante da ausência de normas, o benchmark fosse definido a partir de práticas típicas.
Zero – desempenho de referência (benchmark), com descrição clara do critério para seleção do valor do benchmark.
+1 a +4 – níveis intermediários de desempenho, em que a nota +1 representava uma pequena melhora em relação ao benchmark definido; e a nota +3 representava uma melhora significativa em relação ao benchmark;
+5 – meta de desempenho consideravelmente avançada em relação à prática atual, definida de forma que possa ser potencialmente alcançada através das tecnologias e práticas existentes, desconsiderando, porém, a magnitude do investimento necessário.
As informações qualitativas que não pudessem ser diretamente quantificadas seriam
avaliadas através de descrições verbais associadas aos intervalos da escala de desempenho
(Figura 3).
Valor do indicador
item avaliado
0 (benchmark)
-2
+5
-2
Desempenho máximo
Esc
ala
de d
esem
penh
o
pontuação item
Desempenho insuficiente
Desempenho de referência
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 166
Pró-atividade empresa - Auditoria ambiental de projetos
+5 Sistema de auditoria da companhia em conformidade com ISO 14001, com revisões regulares e auditoria independente, vinculados a revisão do plano de ação
+4 Todos os projetos são auditados e relatados. Resultados retro-alimentam clientes e cadeia de fornecedores
+3 Principais projetos auditados para avaliar desempenho com base em metas definidas com clientes. Resultados relatados à alta administração da empresa
+2
+1 Auditorias ocasionais de projetos quanto a aspectos ambientais e regulatórios, sem quantificação de custos e impactos e sem acompanhamento subseqüente
0 Não há auditorias de desempenho
-1
-2
Figura 3 - Exemplo de definição de escala de desempenho para aspecto qualitativo.
A pontuação obtida no nível hierárquico mais baixo seria agregada sucessivamente até se
obter uma nota para o edifício e outra para a construtora. A declaração explícita do critério
de ponderação e dos intervalos da escala de desempenho alinhava-se à exigência da ISO CD
21931 de possibilitar rastreamento de resultados em relação aos dados que alimentaram a
avaliação.
A avaliação seria complementada por um sistema de classificação de desempenho (Figura
4). De um lado, as faixas correspondentes aos níveis de classificação de desempenho eram
desenhadas para enfatizar a pontuação obtida pelo edifício. Por outro lado, os dois níveis
mais altos de classificação de desempenho (níveis A e B) seriam atingidos apenas se a
empresa de construção pudesse demonstrar os níveis mínimos de comprometimento com a
sustentabilidade por eles exigidos.
Esta estratégia visava estimular a conscientização para a sustentabilidade em nível
estratégico - em vez da pulverização isolada de edifícios certificados – sem, com isso,
impedir o reconhecimento das práticas de sustentabilidade empregadas em um determinado
projeto.
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 167
Figura 4 - Fluxograma do processo de avaliação e classificação de desempenho quanto a sustentabilidade.
Os resultados dos itens dentro das categorias seriam então agregados por ponderação, para
se obter a pontuação da categoria. Por sua vez, as pontuações das categorias seriam
agregadas para formar um índice de desempenho. Nos dois casos,os pesos seriam
determinados por consulta a um painel de especialistas e partes interessadas da construção
civil, utilizando auxiliados por uma ferramenta de processo de análise hierárquica (AHP)
semelhante à desenvolvida para o estudo exploratório, descrito no Capítulo 4.
Reconhecendo-se a vantagem de comunicação e comparação direta oferecida pelos índices
únicos, mas lembrando que um mesmo número pode descrever um amplo espectro de
desempenho de edifícios, os resultados seriam apresentados tanto na forma de um perfil de
desempenho, quanto dos índices obtidos pelo edifício e pela empresa avaliados. A Figura 5
ilustra um formato possível de saída de resultados, incluindo os perfis de desempenho nos
níveis hierárquicos mais altos e a classificação do desempenho de um caso hipotético.
Gráficos de colunas ou radar fariam o detalhamento da pontuação nos níveis hierárquicos
inferiores.
Atende pontuação mínima?
Classifica (A,B,C ou D)
Não classifica
econômico
ambiental
social
não
sim comprometimento
ambiental
social
econômico
Avalia empresa
Avalia edifício
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 168
Figura 5 - Comunicação gráfica de resultados da avaliação, congregando perfis de desempenho e desempenho global do edifício e da empresa construtora, posicionados em relação às classes de desempenho previstas e práticas típicas hipotéticas (como ilustração).
Este conceito geral e uma lista preliminar de indicadores foram submetidos a consulta às
partes interessadas na construção civil do estado de São Paulo. Por ser um momento de
grande sensibilidade das construtoras em relação a questões de certificação, em reunião de
Empresa
Comprometimento
Dimensão ambiental
Dimensão econômica
Dimensão social
Edifício
Dimensão ambiental
Dimensão econômica
Dimensão social
2,7
2,1
0 +5
Classificação de desempenho
0 +5
Ed
ifíc
io
Empresa 0 5
5
D
C
Desempenho mínimo (> 40% edifício)
Caso hipotético
A B
Prática típica
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 169
preparação para o workshop optou-se estrategicamente por manter o foco no
empreendimento e mesclar as avaliações da construtora e do edifício (Figura 12). A lista de
indicadores apresentada no Apêndice 7 já incorpora esta modificação. As próximas sessões
tratam da realização desta consulta e das modificações que resultaram no modelo
simplificado e na estratégia proposta para implementação.
6.4 REALIZAÇÃO DE CONSULTA ÀS PARTES INTERESSADAS
Uma consulta às partes interessadas na construção civil no Estado de São Paulo ocorreu no
dia 17 de junho de 2003, na forma do II Workshop Construção Sustentável, promovido
conjuntamente pelo DAC/UNICAMP; pelo PCC.USP e pelo Sinduscon-SP. Os participantes
foram selecionados de forma a constituir um grupo representativo das partes interessadas na
construção civil, inc luindo a administração municipal e agência ambiental estadual, o
segmento imobiliário, fabricantes e fornecedores, construtores, projetistas, agências de
financiamento, entidades profissionais, instituições certificadoras, e academia e institutos de
pesquisa. Trinta e sete pessoas efetivamente participaram da etapa de julgamento e análise.
6.4.1 DINÂMICA UTILIZADA NA CONSULTA
Com base na estrutura de avaliação apresentada anteriormente neste Capítulo, foram
fornecidos aos participantes (1) uma lista exaustiva de indicadores (Apêndice 7), (2) um
conjunto de matrizes de comparação para derivação de pesos para os temas e categorias
através de AHP (Apêndice 8); e (3) uma planilha de percepção de relevância, onde os
votantes indicaram os itens essenciais, relevantes ou pouco importantes dentro do módulo
de avaliação ambiental do edifício (Apêndice 9).
Após palestras de nivelamento no tema, os trabalhos foram iniciados pelo preenchimento da
matriz de percepção de relevância, que seguia um padrão utilizado em outros países, para
permitir comparação das prioridades percebidas em diferentes contextos.
A seguir, os participantes da consulta foram divididos em três grupos de trabalho: materiais
e desperdício; qualidade do ambiente interno e uso de água e de energia; e gestão. A cada
GT foram designadas duas tarefas: (1) análise da viabilidade de emprego dos indicadores
propostos e, quando oportuno, sugestão de outras métricas com base em indicadores já
implementados nas empresas; (2) realização dos julgamentos de importância relativa com
base nas matrizes de comparação fornecidas.
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 170
Não foi possível que nenhum dos grupos de trabalho chegasse à discussão de metas de
desempenho, e um novo workshop será realizado em agosto de 2003. As contribuições
concentraram-se, então, em ajustes de terminologia e, principalmente, na manifestação das
partes interessadas quanto à viabilidade de realizar as medidas sugeridas e de serem
avaliadas através delas.
6.4.2 RESULTADOS OBTIDOS
6.4.2.1 QUANTO À LISTA PRELIMINAR DE INDICADORES
A consulta às partes interessadas não demandou alterações da estrutura de avaliação, que foi
considerada abrangente e correta, mas do status de pontuação de determinados indicadores.
Em linhas gerais, as principais contribuições em relação à lista preliminar de indicadores
podem ser sumarizadas como:
Grupo de materiais e desperdício
• Consenso quanto à impossibilidade de emprego de dados de LCA, incluindo energia incorporada par avaliar o uso de materiais. Foram mantidos os itens de avaliação do uso responsável dos materiais, como uso de materiais locais, recicláveis, renováveis e com incorporação de resíduos;
• A mensuração de perdas foi considerada difícil e cara. Nesta tipologia de edifício, as perdas não são significativas e este item foi considerado complexo, e sem solução para implementação no momento. O mais fácil seria medir a massa de resíduos gerados, mas não necessariamente seria o melhor indicador, pois os resíduos referem-se a soma das perdas e desperdício 5. Com a segregação do material perdido, existe dificuldade para estabelecer uma unidade única para mensuração de perdas, que é agravada pelo fato de alguns sub-empreiteiros venderem serviços (sistemas fechados) e serem responsáveis pelos próprios resíduos e perdas;
• Incluir banimento do uso de determinados produtos, como: asbestos, isolantes (e componentes contendo isolantes) que liberem CFC durante a produção; madeiras na lista de espécies ameaçadas descritas na Portaria IBAMA 37N (IBAMA,1992); e
• Medir resíduos em massa.
Grupo de uso de água e energia, e conforto ambiental
• O grupo concentrou-se no preenchimento das matrizes de julgamento, de forma que os indicadores foram analisados apenas até a sessão de qualidade do ambiente interno (não analisada). De modo geral, foram feitas alterações de terminologia e
5 Perda física é a diferença entre a quantidade (massa ou volume) de material prevista no projeto idealizado e a
efetivamente consumida; inclui perdas diretas, que saem da obra na forma de entulho, e indiretas, entendidas como aqueles desnecessariamente incorporados aos serviços. Desperdício físico é a parcela das perdas totais que poderia ser evitada de maneira economicamente viável (AGOPYAN et al., 1998)
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 171
remanejamento de itens difíceis de se obter para esta tipologia, mas incluídos para bônus para estimular a consideração/adoção, particularmente os referentes à reutilização de água (cinza e da chuva); e
• Substituição do emprego do termo “energia primária” (que inclui as perdas de transmissão e impactos correspondentes) por “energia secundária” (na ponta de consumo, prontamente disponível por leitura do medidor).
Grupo de gestão
• Sugestão de alterações no status de itens a avaliar, com eliminação de poucos itens e, principalmente, encaminhamento de itens para pontuação extra (bônus), com base em critérios de viabilidade de mensuração; disponibilidade (atual ou no curto prazo) dos dados necessários; e valor da informação que seria agregada para a empresa avaliada;
• Sugestão de separação de itens a avaliar segundo (1) as etapas pertinentes do empreendimento e (2) níveis evolutivos, conforme o grau de dificuldade em atender aos requisitos avaliados.
6.4.2.2 QUANTO AOS PESOS OBTIDOS E AO EMPREGO DE AHP NO PROCESSO
As matrizes de julgamento de todos os votantes foram tabuladas e realizados testes de
consistência utilizando o software ExpertChoice. Julgamentos incompletos ou com
inconsistência superior a 0,16 foram descartados do cálculo das médias da amostra.
Não houve diferença significativa entre os resultados obtidos na consulta pública para os
temas no nível hierárquico mais elevado (Figura 6). Um dos resultados mais interessantes da
análise dos julgamentos realizados foi o reconhecimento da importância dos aspectos sociais
(17%) e do comprometimento e pró-atividade da empresa construtora (18%). O desempenho
ambiental (21%) foi equilibradamente valorizado com o desempenho econômico (22%) e, as
práticas de gestão adotadas durante o processo (23%).
O detalhamento dos pesos resultantes dos julgamentos dos participantes da consulta é
mostrado na Tabela 1. Estes valores demonstram que todos os itens propostos para avaliação
foram considerados relevantes7.
6 O critério de corte adotado foi inconsistência (CR) >0,1, como definido no Capítulo 5.
7 A situação contrária seria indicada pela proliferação de pesos inferiores a 10%, em julgamentos envolvendo poucas
comparações. Na amostra coletada, pesos menores ou próximos de 10% ocorreram apenas nos julgamentos envolvendo muitas comparações (8 e 10 pares).
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 172
23%21%
17%
22%18%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
G. Gestão do processo A. Desempenho ambiental S. Desempenho social E. Desempenho econômico B. Comprometimento eproatividade
Figura 6 – Pesos obtidos em consulta pública consulta pública realizada em 17 de junho de 2003 (nível hierárquico mais elevado).
Tabela 1 – Pesos obtidos em consulta pública realizada em 17 de junho de 2003.
Temas e categorias Pesos G. Gestão do processo 23%
G.1 Integração de gestão ambiental ao planejamento do processo 56%
G1.1. Implantação de práticas de controle de qualidade e melhoria ambiental do
projeto 26%
G1.2. Implantação de práticas de gestão ambiental no canteiro 17%
G1.3. Implantação de práticas de gestão resíduos de uso 18%
G1.4. Sistema de gestão de uso de água implantado 21%
G1.5. Sistema de gestão de uso de energia implantado 18%
G.2 Integração de práticas de controle de qualidade ao processo 44%
G2.1 Controle de qualidade do projeto 33%
G2.2. Controle de qualidade no canteiro 22%
G2.3. Planejamento da operação e manutenção do edifício 25%
G2.4. Ajuste de desempenho pré-entrega 20%
A. Desempenho ambiental 21%
A1 Consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do edifício 52%
A1.1. Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade locais 20%
A1.2. Uso de energia ao longo do ciclo de vida 15%
A1.3. Consumo de água e gestão efluentes ao longo do ciclo de vida 21%
A1.4. Consumo de materiais de construção 14%
A1.5. Responsabilidade no uso de materiais de construção 15%
A1.6. Perdas registradas nos serviços principais 14%
A 2 Cargas ambientais geradas ao longo do ciclo de vida do edifício , por ano do ciclo de vida 48%
A2.1. Emissão de substâncias causadoras de Efeito Estufa (GHGs) 13%
A2.2. Emissão de substâncias que provocam Dano à Camada de Ozônio (ODS) 13%
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 173
Temas e categorias Pesos A2.3. Emissão causadora de acidificação 10%
A2.4. Emissão formadora de foto-oxidantes (formação de ozônio fotoquímico) 11%
A2.5. Emissão com potencial de eutroficação 11%
A2.6. Emissão de substâncias carcinogênicas (dano à saúde humana) 18%
A2.7. Resíduos sólidos 12%
A2.8. Efluentes 12%
S. Desempenho social 17%
S1. Impactos sobre os operários 30%
S1.1. Situação empregatícia 28%
S1.2. Satisfação dos funcionários 33%
S1.3. Saúde ocupacional, segurança e local de trabalho 39%
S2. Impactos sobre os usuários do edifício 33%
S2.1. Qualidade do ambiente interno 41%
S2.2. Qualidade do ambiente externo 26%
S2.3. Qualidade dos serviços 32%
S3. Impactos sobre a sociedade 35%
S3.1. Relacionamento com a comunidade local 33%
S3.2.Relacionamento com clientes e usuários finais 40%
S3.3. Relacionamento com fornecedores 26%
E. Desempenho econômico 22%
E1. Produtividade 31%
E2. Melhoria no produto oferecido 35%
E2.1. Processo de projeto/construção 50%
E2.2. Aumento da satisfação, bem -estar e valor para usuários finais e vizinhança 50%
E3. Investimento, agregação de valor e benefícios recebidos 34%
E3.1. Valor agregado e retorno de capital 38%
E3.2. Investimentos diretos e indiretos 28%
E 3.3. Benefícios resultantes de investimento em sustentabilidade 34%
B. Comprometimento e proatividade 18%
BC1. Sustentabilidade como prioridade corporativa 23%
BC1.1. A empresa possui um sistema de gestão ambiental implantado? 43%
BC1.7. A empresa publica um relatório anual de sustentabilidade verificado por parte independente? 26%
BC1.8. A empresa identificou indicadores próprios de desempenho em relação a sustentabilidade? 31%
BC2. Proatividade em sustentabilidade 20%
BC2.1. A empresa investe na melhoria do seu desempenho em relação a sustentabilidade? 10%
BC2.2. Aplicação de conceitos de construção e operação sustentável no portfolio da empresa 9%
BC2.3. A empresa conduz sistematicamente o acompanhamento ambiental do ciclo de vida 10%
BC2.4. A empresa definiu uma política sustentável de compras e de uso responsável de materiais de construção 10%
BC2.5. A empresa desenvolveu e implementou um Plano de Gestão de Resíduos 11%
BC2.6. A empresa implementa sistemas para compartilhar boas práticas entre departamentos, fornecedores, projetistas, canteiros de obras e projetos? 10%
BC2.7. A empresa implementa um programa interno de educação e treinamento 11%
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 174
Temas e categorias Pesos de empregados para sustentabilidade?
BC2.8. A empresa definiu e implementa um sistema de gestão da sustentabilidade da cadeia de fornecedores? 9%
BC2.9. Proatividade no preenchimento de lacunas identificadas para a implementação de medidas sustentáveis 9%
BC2.10. Proatividade em proteção de biodiversidade e em medidas para evitar poluição 11%
BS1. Valorização e investimento em recursos humanos 21%
BS1.1. Treinamento técnico/profissional de pessoal (projeto, construção e operação) 30%
BS1.2. Treinamento ambiental de pessoal (projeto, construção e operação) 25%
BS1.3. A empresa estabeleceu e mantém procedimentos para a identificação das necessidades de treinamento 26%
BS1.4. A empresa possui programa para reduzir a rotatividade de operários? 20%
BS2. Contribuição para a construção de comunidades estáveis 19%
BS2.1 A empresa definiu e publicou padrões de responsabilidade social 15%
BS2.2 A empresa está ativamente envolvida em projetos locais de regeneração da comunidade? 17%
BS2.3 A empresa busca localmente seus suprimentos e serviços sempre que possível 17%
BS2.4. A empresa é participante de programa de recrutamento de mão-de-obra? 16%
BS2.5. A empresa adota esquema estruturado de capacitação e treinamento permanentes de RH? 19%
BS2.6. A empresa possui programa para melhorar a empregabilidade de (ex)funcionários 15%
BS3. Relacionamento com a sociedade 17%
BS3.1. Benefício indireto à comunidade 31%
BS3.2. Estabelecimento de parcerias para exercício de cidadania corporativa 35%
BS3.3 Estabelecimento de parcerias com a comunidade no entorno imediato 34%
Os participantes do processo de julgamento tiveram dificuldades para a realização dos
julgamentos. Isto era esperado diante da grande multi-disciplinaridade e conhecimento
pouco profundo dos temas, e, principalmente, da complexidade intrínseca de fazer distinções
dentro de um conjunto de temas relevantes.
Convém ressaltar que o papel do AHP na derivação dos pesos não é tornar a decisão mais
fácil, mas sim esclarecer o problema de decisão e documentar o processo através do qual se
chegou aos valores obtidos. Do ponto de vista metodológico, o uso do AHP é, portanto,
apropriado e reprodutível, pois o processo de consulta pode ser repetido para que
ponderações sejam derivadas para diferentes contextos e situações no setor de construção.
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 175
6.4.2.3 QUANTO À PERCEPÇÃO DE RELEVÂNCIA DOS ITENS NO MÓDULO AMBIENTAL DE
AVALIAÇÃO
A Tabela 2 mostra os resultados da pesquisa de percepção de relevância dos itens
padronizados apresentados aos participantes da consulta. Conforme o número de votos
“essenciais”, em relação ao total de votantes, os itens foram separados em faixas delimitadas
por 25%, 50% e 75% dos votos totais. De forma geral, a votação foi equilibrada: não houve
itens no quartil acima de 75%, e apenas os itens utilização da água da chuva e
desconstrução/desmontagem situaram-se no quartil abaixo de 25%. , um resultado que
sinaliza que eles poderiam constar como bônus ou, eventualmente, ser eliminados do
módulo de avaliação ambiental de edifícios de escritórios brasileiros.
Tabela 2 - Itens apresentados em planilha padronizadas para classificação da relevância na composição do módulo de avaliação ambiental do edifício. Os itens estão aqui ordenados de acordo com a porcentagem de votos na categoria “essencial”.
Percepção de relevância
Item essencial relevante dispensável sem
opinião Dispositivos/sistemas economizadores de água 70,9% 29,1% 0,0% 0,0%
Impacto dos materiais de construção na saúde humana 65,5% 30,9% 1,8% 1,8%
Controle de ruído 63,6% 36,4% 0,0% 0,0%
Gestão /disposição de resíduos 63,6% 34,5% 0,0% 1,8%
Custos das medidas ambientalmente responsáveis 56,4% 38,2% 1,8% 3,6%
Manutenção e simplicidade de reparo 56,4% 41,8% 0,0% 1,8%
50% Estrutura/orientação do edifício 50,9% 45,5% 1,8% 1,8%
Pavimentação do solo/infiltração 49,1% 43,6% 3,6% 3,6%
Uso de energia renovável 43,6% 49,1% 1,8% 5,5%
Isolamento térmico 41,8% 41,8% 16,4% 0,0%
Qualidade ambiental dos materiais de construção 41,8% 56,4% 1,8% 0,0%
Sistema de condicionamento artificial 38,2% 49,1% 9,1% 3,6%
Reutilização de materiais e componentes 36,4% 49,1% 14,5% 0,0%
Integração urbana 36,4% 52,7% 9,1% 1,8%
Previsão de vida útil 34,5% 60,0% 3,6% 1,8%
Composição dos materiais de construção 34,5% 54,5% 3,6% 7,3%
Adaptabilidade do layout/flexibilidade de uso 34,5% 49,1% 10,9% 5,5% Custo fabril de materiais de construção 30,9% 50,9% 5,5% 12,7%
Uso de materiais reciclados 30,9% 58,2% 9,1% 1,8%
25%
Vegetação no edifício e arredores 30,9% 56,4% 7,3% 5,5%
Informação para desconstrução/desmontagem 16,4% 43,6% 29,1% 10,9%
Utilização de água da chuva 12,7% 65,5% 16,4% 5,5%
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 176
Estes dados são apresentados graficamente na (Figura 7) para facilitar a comparação com
resultados obtidos em pesquisa equivalente na Alemanha (Figura 8). Ressalta-se que, de um
país a outro, muda o ordenamento dos itens segundo sua relevância, num reflexo dos
problemas encontrados e prioridades determinadas para cada contexto específico. No Brasil,
particularmente em São Paulo, a conservação de água, redução de resíduos e o controle de
ruído são primordiais. O peso do custo das soluções foi naturalmente muito mais enfatizado,
e atribuiu-se importância elevada quanto aos efeitos dos materiais de construção na saúde
humana. No julgamento feito na Alemanha, prevaleceram os itens impostos pelo clima frio
(isolamento e condicionamento artificial), pela ação governamental para melhoria da matriz
energética e pelos efeitos dos materiais de construção no ambiente externo, além da saúde
humana.
A Figura 9 ilustra como as agendas ambientais variam entre os dois países, seja por razões
essencialmente climáticas, pela existência de legislação mais restritiva ou pela
conscientização do setor e dos usuários de edifícios. Os círculos na Figura 9 indicam a
diferença na percepção de relevância para cada item comparado (para diferenças acima de
10%). As maiores diferenças de percepção referem-se a itens relacionados ao clima
(isolamento térmico (~40%), e sistema de condicionamento artificial (~50%)); a utilização
de água da chuva (~50%), a qualidade ambiental dos materiais de construção (~40%); ao
uso de energia renovável (~20%) e à previsão de vida útil (20%). Os demais itens podem ser
considerados como igualmente relevantes nos dois países.
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 177
Figura 7 – Resultados de consulta de percepção de relevância de itens a compor o módulo de avaliação ambiental de edifícios no Brasil. Os itens aparecem em ordem do número de votantes que os considerou “essenciais”. A coluna de números à esquerda indicam a ordem de relevância obtida em pesquisa equivalente na Alemanha.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Dispositivos/sistemas economizadores de água
Impacto dos materiais de construção na saúde humana
Controle de ruído
Gestão /disposição de resíduos
Custos das medidas ambientalmente responsáveis
Manutenção e simplicidade de reparo
Estrutura/orientação do edifício
Pavimentação do solo/infiltração
Uso de energia renovável
Isolamento térmico
Qualidade ambiental dos materiais de construção
Sistema de condicionamento artificial
Reutilização de materiais e componentes
Integração urbana
Previsão de vida útil
Composição dos materiais de construção
Adaptabilidade do layout/flexibilidade de uso
Custo fabril de materiais de construção
Uso de materiais reciclados
Vegetação no edifício e arredores
Informação para descontrução/desmontagem
Utilização de água da chuva
essencialrelevantedispensávelsem opinião
>50%
>25%
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 178
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Isolamento térmicoSistema de condicionamento artificial
Qualidade ambiental dos materiais de construção
Impacto dos materiais de construção na saúde humana
Uso de energia renovável
Dispositivos/sistemas economizadores de água
Estrutura/orientação do edifícioUtilização de água da chuva
Custos das medidas ambientalmente responsáveis
Controle de ruído
Manutenção e simplicidade de reparo
Previsão de vida útilComposição dos materiais de construção
Gestão /disposição de resíduos
Pavimentação do solo/infiltração
Adaptabilidade do layout/flexibilidade de uso
Custo fabril de materiais de construção
Uso de materiais recicladosReutilização de materiais e componentes
Vegetação no edifício e arredores
Integração urbana
Informação para descontrução/desmontagem
essencialrelevantedispensávelsem opinião
Figura 8 – Percepção de relevância de itens a compor um sistema de avaliação ambiental de edifícios, segundo pesquisa equivalente realizada na Alemanha (dados de BLUM et al. apud OECD (2003).
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 179
Figura 9 – Comparação de pesquisas de percepção de relevância realizadas na Alemanha (dados de BLUM et al. apud OECD (2003) e no Brasil. Os círculos indicam a diferença porcentual (leitura no eixo horizontal), quando estas forem superiores a 10%.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Isolamento térmico - AL BR
Sistema de condicionamento artificial - AL BR
Qualidade ambiental dos materiais de construção - AL BR
Impacto dos materiais de construção na saúde humana - AL BR
Uso de energia renovável - AL BR
Dispositivos/sistemas economizadores de água - AL BR
Estrutura/orientação do edifício - AL BR
Utilização de água da chuva - AL BR
Custos das medidas ambientalmente responsáveis - AL BRControle de ruído - AL
BRManutenção e simplicidade de reparo - AL
BRPrevisão de vida útil - AL
BRComposição dos materiais de construção - AL
BRGestão /disposição de resíduos - AL
BRPavimentação do solo/infiltração - AL
BRAdaptabilidade do layout/flexibilidade de uso - AL
BRCusto fabril de materiais de construção - AL
BRUso de materiais reciclados - AL
BRReutilização de materiais e componentes - AL
BRVegetação no edifício e arredores - AL
BR
Integração urbana - AL BR
Informação para descontrução/desmontagem - AL BR
essencialrelevantedispensávelsem opinião
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 180
6.5 MODELO MODIFICADO APÓS A CONSULTA (SIMPLIFICADO)
O modelo de avaliação proposto com base nas diretrizes apresentadas neste trabalho e na
consulta às partes interessadas está sumarizado na Tabela 3. A coluna “pontos críticos”
identifica barreiras a serem superadas para atingir condições ideais de implementação.
O modelo proposto é pautado por dez princípios básicos:
1. Adesão voluntária: entra no processo quem deseja fazer melhor, estimulado por vantagens potenciais como: acesso facilitado a financiamentos; melhoria da imagem/reconhecimento pelo mercado; acessos a novos mercados ou fortalecimento do nicho atual; perspectiva de negócios no médio e longo prazo;
2. Reconhecimento das melhores práticas, com premiação de quem faz melhor;
3. Foco no empreendimento, compreendendo a avaliação tanto do edifício (produto) quanto dos agentes envolvidos (processo);
4. Auto-avaliação, para incentivar o uso do método e internalização dos conceitos na prática cotidiana. No caso de desejo de classificação, a auto-avaliação deverá ser acrescida de evidência de desempenho, a ser revisada por avaliadores credenciados;
5. Avaliação por etapas do ciclo do empreendimento, com identificação de pontos críticos com desempenho a ser melhorado. O critério de elegibilidade para classificação de desempenho é a obtenção de ao menos 50% dos pontos possíveis em cada fase;
6. Aplicação de ponderação apenas no nível hierárquico mais alto (desempenho ambiental x social x econômico x gestão);
7. Mescla de pontos por desempenho e pontos prescritivos, utilizados onde a avaliação de desempenho não é possível neste momento;
8. Pontuação evolutiva e estratégia de implementação gradual: diante da dificuldade de implementação imediata de um sistema de avaliação detalhado, optou-se por uma implementação gradual, com base no cenário imediato e em projeção futura. Desta forma, prevê-se a (1) migração de um método híbrido para um método totalmente orientado a desempenho e que utilize a análise de ciclo de vida na avaliação do uso de recursos e cargas ambientais envolvidos; e (2) evolução do nível de exigência (bônus tornam-se créditos, que se tornam pré-requisitos) para o refinamento e melhoria contínuos do sistema de avaliação, enquanto se mantém a aderência com a realidade de mercado.
9. Utilização de níveis de classificação de desempenho: o modelo de avaliação idealizado é complementado por um sistema de classificação de desempenho composto por três níveis: A, B e C.
10. Revisão periódica do sistema de avaliação, anualmente nos primeiros 5 anos; depois, a cada 2 anos; e revisão anual da classificação do edifício, com base na revisão do da avaliação da etapa de operação (módulo específico a ser desenvolvido).
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 181
Tabela 3 - Modelo de avaliação proposto para edifícios brasileiros.
Diretrizes Implementação
Aspectos metodológicos
Cenário imediato Cenário futuro (projeção 5 anos)
Pontos críticos
Escopo da avaliação
Sustentabilidade (aspectos ambientais, sociais e econômicos)
Aplicação Classificação de desempenho
Foco no empreendimento Limites do sistema
Edifício e agentes (principalmente construtora), considerando as etapas de planejamento, projeto, construção e gestão
Limites do sistema envolvendo todos os atores e etapas do ciclo do empreendimento
Sensibilização dos agentes
envolvidos no ciclo do
empreendimento
O q
ue a
valia
r?
Estrutura de avaliação
§ Aspectos ambientais
§ Aspectos sociais
§ Aspectos econômicos
§ Gestão e comprometimento com sustentabilidade
Abordagem adotada: Itens a avaliar e respectivos indicadores definidos com base em agenda setorial , diretrizes da UN CSD, da GRI e da CIRIA; análise dos métodos de avaliação existentes e consulta às partes interessadas
Sistema de pontuação
Híbrido: critérios orientados a dispositivos + orientação a desempenho onde possível
Pontuação evolutiva (Preq+Créditos+Bônus)
Orientado a desempenho (ideal)
Falta de dados, de normas e de cultura de avaliar por desempenho
Necessidade de sensibilização (o método tem papel educativo importante)
Uso de LCA Não. Metas empíricas para uso de materiais, água e energia.
Sim, onde aplicável Inventário de ciclo de vida de materiais principais, fornecimento de água e energia
Necessita pesquisa adicional.
Explícita, com pesos declarados
Com
o av
alia
r?
Ponderação
apenas no nível hierárquico mais alto (ambiental x social x econômico x gestão).
em vários níveis hierárquicos
Definição do critério de ponderação
Abordagem adotada: emprego de processo de análise hierárquica (AHP)
Escala de desempenho
Metas empíricas, a serem posteriormente validadas e periodicamente revistas, definem escala de desempenho a partir de referências da prática típica e da prática de excelência
Necessita coleta de dados para caracterização do desempenho de referência e definição de metas.
Abordagem proposta: estudo piloto, com um ano de duração
Critério a ser revisado periodicamente
Critério de elegibilidade: >50% dos pontos em cada etapa Q
uant
o at
ingi
r?
Pontuação mínima
Classifica a partir de 50% do total de pontos ponderados
A revisão das metas necessita coleta de dados
Abordagem proposta: estudo piloto, com um ano de duração
Com
o co
mun
icar
o
resu
ltado
obt
ido?
Comunicação de resultados
Comunicação numérica:
3 classes de desempenho e índices de sustentabilidade (1 a 5), em função da pontuação
1 a 5 as, em função dos bônus
Comunicação gráfica:
Discos de sustentabilidade (perfis de desempenho)
A linha de pensamento que orientou a discussão dos sistemas existentes (Capítulo 3) e a
proposição de diretrizes (Capítulo 5) foi mantida na descrição do método a seguir,
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 182
estruturada de forma a responder às questões metodológicas “o que avaliar?”, “como
avaliar?”, “quanto atingir?”.
6.5.1 O QUE AVALIAR?
6.5.1.1 USO PREVISTO
Este modelo de avaliação destina-se a avaliar e classificar o desempenho potencial de
edifícios de escritórios, ao longo de seu ciclo de vida, em relação a metas de
sustentabilidade (trecho sombreado da Figura 10), com base em informações de gestão do
processo, do projeto, e do monitoramento do processo de construção e de um período
determinado da etapa de uso. Não é objetivo deste trabalho desenhar uma ferramenta para
orientar desenvolvimento de projeto ou gestão da operação segundo princípios de
sustentabilidade. A estrutura de itens a avaliar é, no entanto, suficientemente abrangente
para ser conservada no desenvolvimento posterior de ferramentas específicas para aplicação
nestas etapas, como previsto para a continuidade da pesquisa (Capítulo 7). Neste ínterim,
tanto projetistas quanto gestores poderem utilizar os itens avaliados e as metas propostas
como apoio para tomada de decisões.
Estágio do ciclo de vida do edifício Grupos de usuários e beneficiários Planejamento
Estudo preliminar Projeto detalhado
Construção Uso, operação e
manutenção
Clientes/Proprietários Empreendedores/Investidores Projetistas Fornecedores Construtores
Orientação de projeto para sustentabilidade Comparação de alternativas de projeto Avaliação em relação às metas estabelecidas Comunicação entre clientes e projetistas
Clientes/Proprietários Empreendedores/Investidores Projetistas Fornecedores Construtores Agentes imobiliários
Classificação do desempenho (quanto a sustentabilidade) de um edifício construído Comunicação entre as partes interessadas em investir no edifício
Clientes/Proprietários Agentes imobiliários Gerentes de operação (facilidades) Ocupantes
Orientação de uso/gestão operação para sustentabilidade Comunicação entre as partes interessadas na operação do edifício
Uso
pre
vist
o p
ara
o m
étod
o d
e av
alia
ção
Figura 10 -Posicionamento do modelo proposto (trecho sombreado) em relação aos usuários potenciais e aplicações de métodos de avaliação (modificado de ISO, 2003b).
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 183
A avaliação de edifícios não concluídos poderá ser realizada em fases, na medida em que as
informações necessárias tornarem-se disponíveis. Neste caso, uma primeira avaliação será
feita com base nas informações referentes ao planejamento inicial do empreendimento; que
serão oportunamente complementadas por informações do projeto executivo - incluindo
especificações, memoriais e cadernos técnicos, e, se for o caso, resultados de simulações de
consumo de água e de energia; pelo monitoramento das atividades de construção; e pela
ratificação (ou não) dos dados simulados quando confrontados a dados reais do edifício em
uso.
6.5.1.2 ESCOPO DA AVALIAÇÃO E LIMITES DO SISTEMA
Por premissa do escopo desta pesquisa de doutoramento, o modelo proposto refere-se a
edifícios de escritórios. A limitação do tempo de uso de edifício (entre 1 e 3 anos, com
ocupação acima de 80%) é feita para assumir que o desempenho estimado na avaliação não
tenha sido afetado por eventual perda de eficiência ao longo do tempo, e permitir o uso de
dados do consumo de água e energia coletados das contas emitidas pelas concessionárias de
fornecimento de água e energia.
Propõe-se avaliar não só o desempenho ambiental do edifício, mas a sua contribuição para
um ambiente construído mais sustentável, através da consideração de aspectos sócio-
econômicos que possam ser relacionados à escala do edifício, e sua produção e operação. Os
limites do sistema (Figura 11) foram definidos para manter o foco no empreendimento, de
modo a (1) enfatizar as etapas de construção e uso inicial de edifícios de escritórios; alguns
aspectos de planejamento e projeto são também considerados, porém não no mesmo nível de
detalhamento; e (2) incluir a avaliação dos agentes envolvidos no ciclo do empreendimento,
iniciando pela empresa construtora.
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 184
Figura 11 -Limite do sistema no modelo de avaliação proposto.
6.5.1.3 ESTRUTURA DA AVALIAÇÃO
A análise dos métodos existentes apontou as categorias essenciais do módulo de avaliação
de desempenho ambiental. O módulo de avaliação de desempenho social foi organizado
conforme os impactos sobre as partes interessadas: clientes/investidores/empreendedores,
fornecedores, operários, usuários do edifício e a sociedade em geral. O módulo de avaliação
de desempenho econômico, por sua vez, procura identificar os fluxos monetários
relacionados a custos de produção, de operação e de implementação de medidas para
aumentar a sustentabilidade do empreendimento, assim como os benefícios financeiros a
elas associados. Um módulo de Gestão do Processo permeia os três módulos anteriores.
Ciclo do empreendimento
Limites do sistema
Gestor Investidor/Incorporador
Fo
rnec
edo
res
Fim da vida Planejamento
Construtora
Edifício de escritórios
Construção Projeto Uso/Operação
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 185
Figura 12 - Estrutura temática para organização dos indicadores (quantitativos e qualitativos) propostos.
6.5.2 COMO AVALIAR?
O sistema de pontuação adotado é caracterizado por:
• mescla de itens prescritivos (dispositivos e estratégias) e de desempenho. A maior parte dos pontos é prescritiva. Onde cabível, foi utilizada uma escala de pontuação definida com base em requisitos de métodos existentes e nos resultados do estudo exploratório; nos casos em que não havia metas claras disponíveis, adotou-se uma escala percentual com cinco intervalos iguais;
Gestão do processo
Integração de gestão ambiental ao planejamento do processo Integração de práticas de controle de qualidade ao processo
Comprometimento e proatividade (bônus)
Sustentabilidade como prioridade corporativa Proatividade em sustentabilidade Valorização e investimento em recursos humanos Contribuição para construção de comunidades estáveis Relacionamento com a sociedade
sociais
econômicos
ambientais
Indicadores empreendimento
Uso de recursos energia, água, uso do solo e alteração da ecologia local, materiais
Cargas ambientais resíduos de construção/demolição e efluentes
Impactos sobre os operários satisfação operários saúde, segurança e ambiente de trabalho
Impacto sobre os usuários Qualidade ambiente interno Qualidade do ambiente externo (amenidades e acessibilidade, contexto de transporte) Qualidade dos serviços (manutenção do desempenho, flexibilidade e adaptabilidade, controlabilidade dos sistemas e impactos nos sítios adjacentes)
Impacto sobre a sociedade Relacionamento com a comunidade, clientes e usuários finais e fornecedores
Produtividade no canteiro Melhoria do produto oferecido/custos ciclo vida investimentos, agregação de valor e benefícios
Categorias Temas
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 186
• pontuação evolutiva, no formato "pré-requisitos + créditos + bônus" (Figura 13), para que revisões regulares possam incluir novos itens a avaliar e converter gradativamente os bônus em créditos e créditos em pré-requisitos, permitindo o a atualização contínua de requisitos e metas de desempenho.
Créditos de incentivo à adoção de boas práticas (como o uso de simuladores como ferramenta de projeto) e de práticas inovadoras de projeto, construção e gestão; assim como itens que expressem um alto comprometimento com a sustentabilidade ou sejam considerados difíceis de serem alcançados, ou que necessitem de tempo para serem incorporados às práticas de mercado foram inseridos como bônus. Desta forma, mantém-se o caráter orientativo do método e encoraja-se a adoção das práticas nos empreendimentos que assim o permitam, sem prejudicar aqueles sujeitos a maiores limitações.
O total de pontos pode ser personalizado para refletir as oportunidades e limitações de cada empreendimento. Isto é feito assinalando-se os itens não aplicáveis ao empreendimento em questão, que são, então, excluídos da soma de pontos possíveis. A designação não aplicável refere-se apenas a itens não pertinentes ao caso avaliado (como por exemplo perturbação em habitats e biodiversidade em um sítio com baixo ou nenhum valor ecológico), e não a itens que apresentem custo elevado para implementação ou falta de dados para embasar a avaliação.
Figura 13 – Formato de pontuação evolutivo.
• avaliação por etapas do ciclo do empreendimento: a divisão dos itens de avaliação nas etapas do ciclo do empreendimento é um elemento facilitador, pois quem insere as informações é realmente quem as detém em cada fase, além de permitir a comparação de resultados globais ou por etapas específicas.
Pré-requisitos
Créditos
Bônus Atu
aliz
ação
co
ntí
nu
a (p
resc
riti
va +
des
emp
enh
o)
Banimento de materiais/substâncias reconhecidamente danosos
Qualidade da implantação Eficiência no uso de recursos Saúde e segurança no trabalho Qualidade do ambiente interno Impacto sobre comunidades locais Melhoria no produto oferecido Custo/benefício sustentabilidade Gestão ambiental e da qualidade
Soluções inovadoras Proatividade ambiental Proatividade social Gestão e comprometimento
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 187
Adicionalmente, a avaliação independente de etapas específicas pode ser preferida em situações onde um resultado negativo em uma fase possa desmotivar a realização de esforços nas etapas seguintes ou empalidecer bons desempenhos anteriores.
• aplicação de ponderação apenas no nível hierárquico mais alto: Na versão para implementação no curto prazo, a ponderação foi mantida apenas no nível hierárquico mais alto (ambiental x social x econômico x gestão). Devido às alterações resultantes da revisão dos indicadores, os pesos deverão ser derivados a partir de nova consulta às partes interessadas. Aplicar ponderação nos níveis inferiores é um requinte de detalhamento que não se alinha com a necessidade de simplificação apontada na consulta às partes interessadas. Com a absorção do método pelo mercado, desenvolvimentos futuros poderão retomar a ponderação em todos os níveis, repetindo o processo de consulta, com base nos indicadores que forem validados praticamente.
6.5.3 QUANTO DEVERÁ SER ATINGIDO?
O modelo de avaliação é complementado por um sistema de classificação de desempenho,
composto por três níveis:
• >90% dos pontos totais possíveis - Nível A • 71-90% dos pontos totais possíveis - Nível B • 50-70% dos pontos totais possíveis - Nível C
A classificação de desempenho será sempre atribuída com base no desempenho ao longo de
todo o ciclo de vida, isto é: com base no total de pontos obtido. O atendimento do
desempenho mínimo em cada etapa (>50%) será o critério eliminatório. Os pontos de bônus
serão contabilizados à parte, pela adição de até 5 estrelas à classe de desempenho obtida,
segundo a escala na Tabela 4.
Tabela 4 - Escala para atribuição de estrelas, conforme pontuação de bônus obtida.
Faixas de pontos de bônus >80%
61-80% 41-60% 21-40% 1-20%
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 188
Analogamente, índices de sustentabilidade, entre 1 e 5, são atribuídos conforme a pontuação
individualmente obtida em cada tema avaliado e a pontuação global (ponderada) e, segundo
a escala indicada na Tabela 5.
Tabela 5 - Escala para atribuição de Índices de Sustentabilidade , conforme pontuação obtida.
Faixas de pontos Índices de Sustentabilidade (IS)
Classes de desempenho
>90% 5 Classe A
81-90% 4
71-80% 3
Classe B
61-70% 2
50-60% 1
Classe C
6.5.3.1 COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS
Os resultados da avaliação serão expressos como mostrado na Figura 14. Discos de
sustentabilidade posicionam o empreendimento avaliado (perfis de sustentabilidade) em
relação ao critério de elegibilidade para classificação. A linha branca detalha o perfil de
sustentabilidade do edifício em relação a todos os temas e sub-temas avaliados. O polígono
vermelho representa o desempenho obtido para os quatro temas principais: se o critério de
elegibilidade for atendido (>50% dos pontos em cada etapa), os vértices do polígono estarão
fora ou, no máximo, sobre as arestas do quadrado amarelo no centro do disco. A pontuação
total ponderada então relacionará o empreendimento a uma das três classes de desempenho
previstas.
Na parte superior da Figura 14, discos de sustentabilidade destacam o perfil de desempenho
(esquerda) e o desempenho por tema (direita). Na parte inferior, da esquerda para a direita, é
feita a indicação de: (1) classe de desempenho (“C”); (2) pontuação de bônus (2 estrelas
indicam obtenção entre 21 e 40% dos pontos de bônus); (3) pontuação global ponderada
(“55%”); (4) índice de sustentabilidade global (“1”), em função da pontuação ponderada;
(5) índices de sustentabilidade por tema (“1”,“2”,“1” e “2”), em função da pontuação
obtida em cada um deles antes da ponderação (“50%”;“62%”;“57%”;“67%”); (6) pesos
utilizados (“26%”;“21%”;“26%”;“27%”) para a obtenção da pontuação global .
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 189
Figura 14 - Formato de saída gráfica de resultados de uma avaliação hipotética.
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 190
6.5.4 PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO
Pretende-se que a avaliação seja feita em duas etapas:
1) auto-avaliação: preenchimento dos formulários de avaliação pelos interessados (projetistas, empreendedores, construtores, gestores/administradores de condomínio...); e
2) revisão da auto-avaliação (caso se deseje a classificação do desempenho), feita por avaliadores credenciados e homologação dos resultados, com base em documentação e evidências de desempenho anexadas.
Imagina-se que o sistema de avaliação será gerenciado por uma parte isenta e sem fins
lucrativos. A auto-avaliação é aqui encorajada por ser extremamente positiva enquanto
instrumento de aprendizagem e auxílio à tomada de decisões. Como é feita pelos próprios
interessados, a auto-avaliação será gratuita ou, no máximo, demandará uma taxa mínima de
manutenção. Já o direito de publicar os resultados será necessariamente condicionado à
revisão por avaliadores credenciados, e inevitavelmente envolverá algum custo, pois será
provavelmente a única fonte de recursos para a manutenção do sistema em funcionamento.
6.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO
Neste trabalho, avançou-se até a Etapa 2 (definição de como avaliar, incluindo resultado de
consulta pública) das diretrizes propostas no Capítulo 5.
A realização da consulta às partes interessadas na construção civil do Estado de São Paulo
levou a algumas conclusões fundamentais:
• A estrutura de avaliação proposta é suficientemente abrangente, e pode ser mantida nos desenvolvimentos posteriores do método.
Ressaltou-se o despreparo do mercado em conduzir avaliações detalhadas e que, no curto prazo, é necessário iniciar com um modelo simplificado de avaliação.
O mercado ou não dispõe de dados para avaliar grande parte dos indicadores de sustentabilidade propostos inicialmente ou necessita de tempo para preparar-se para ser avaliado em relação a alguns deles. Os indicadores enquadrados no primeiro caso foram incluídos como itens não pontuados, para iniciar o acúmulo de dados que permitirá a sua avaliação no futuro. Aqueles que se enquadram no segundo caso, foram remanejados para o status de pontos extra (bônus). Desta forma, potencializa-se o caráter motivador e educativo do método de avaliação pela combinação de itens prescritivos e pontuação evolutiva, com bônus indicando o caminho para melhoria;
• A divisão dos indicadores em etapas do ciclo de empreendimento (planejamento, projeto, execução e uso/operação do edifício) é uma medida didática, que evidencia
Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 191
responsabilidades e estimula o planejamento do empreendimento a partir de uma reflexão no longo prazo.
• A consulta pública forneceu uma primeira idéia de pesos, que foi considerada juntamente com a percepção de relevância dos itens a compor o método, e a sugestão de status de pontuação aderente à realidade do mercado.
Os limites do sistema foram definidos para abranger a etapa de construção e uso do edifício.
Iniciou-se a avaliação dos agentes do processo pela empresa construtora, mas cada agente do
processo tem papel fundamental no aumento da sustentabilidade da produção de edifícios.
Cabe aos clientes e incorporadores criar a demanda por empreendimentos mais sustentáveis;
aos investidores, valorizar e criar oportunidades de financiamento; aos projetistas, adotar
estratégias que resultem em projetos mais sustentáveis ambientalmente e que ofereçam
melhor qualidade de vida aos ocupantes; e aos fornecedores, investir em tecnologias de
produção mais limpas e relações de trabalho mais justas. Abordagens posteriores para
ampliação incremental destes limites para englobar mais agentes e etapas do ciclo do
empreendimento são, portanto, encorajadas.
A sugestão originalmente feita na consulta pública foi fazer uma divisão dos indicadores,
nas etapas pertinentes do ciclo do empreendimento, com o intuito de deixar claro quem
deveria prover cada informação. Na consulta ficou claro, porém, que o próprio mercado
sentia falta de ferramentas de orientação para as outras etapas, principalmente para a etapa
de projeto.
Iniciou-se o desenvolvimento da interface de avaliação simplesmente pela distribuição
cronológica dos indicadores, em etapas de planejamento, projeto, construção e
uso/operação. A interface ainda está em construção. Em seu estado atual (Apêndice 10), ela
já vai além dos indicadores da lista revisada após a consulta pública (assinalados pelos
mesmos índices utilizados no Apêndice 7) e acrescenta uma série de outros para as etapas de
planejamento e projeto, mas o detalhamento que realmente caracterizará uma ferramenta de
avaliação da sustentabilidade do projeto será objeto de continuidade do trabalho.
7 CONCLUSÕES E CONTINUIDADE DA PESQUISA
A tentativa mais vigorosa de internacionalização de um método de avaliação foi feita com o
BREEAM. Mais recente, o LEED é aplicável em todo o território dos Estados Unidos,
porém são raros os casos de aplicação externa. Atualmente, porém, tanto o LEED quanto o
BREEAM evitam avaliar edifícios fora de seus países de origem. A prática demonstrou que
a dificuldade de adequação aos locais de avaliação ia além da retirada ou adição de aspectos
a avaliar e que os resultados das adaptações revelavam-se, na verdade, como novos sistemas,
muito diferentes dos métodos originais.
O GBC investiu em um caminho diferente: criar uma ferramenta que fosse suficientemente
flexível e pudesse ser utilizada em diversos países. Aí está o papel fundamental dos
benchmarks, que contextualizam a avaliação e definem a escala de desempenho. E aí está
também o seu grande calcanhar de Aquiles, pois falhas na definição dos benchmarks alteram
diretamente o resultado da avaliação, e podem mesmo invalidá-la. Seria excelente se fosse
possível utilizar, no Brasil, uma ferramenta tão completa quanto a GBTool, mas exatamente
por sua abrangência e complexidade, ela está longe de ser um instrumento para uso
corriqueiro. Mais apropriado é utilizar a GBTool em seu propósito original, e desenvolver
um método local a partir do embasamento teórico-científico que ela oferece.
Este trabalho defende a idéia de que a qualidade de um método de avaliação de edifícios é
determinada por quatro princípios essenciais:
• Para ser tecnicamente consistente, um método de avaliação deve ser adaptado a dados nacionais relevantes;
• Para ser viável praticamente, um método de avaliação deve ser adaptado ao mercado, às práticas de construção e às tradições locais;
• Para ser absorvido e difundir-se rapidamente, um método de avaliação deve ser desenvolvido em parceria com as principais partes interessadas: investidores, empreendedores/construtores e projetistas;
• Para ser apropriado ao contexto nacional, os itens avaliados no método devem ser ponderados para refletir prioridades e interesses nacionais.
Todos eles são definidos localmente. E todos eles são, portanto, contrariados pela
importação de métodos. Que fique claro que o problema não é a qualidade dos métodos
Capítulo 7 – Conclusões e continuidade da pesquisa 193
existentes. Pelo contrário, em seus contextos de origem, eles são apropriados e vêm
experimentando alto grau de sucesso, mas não são adequados para aplicação no Brasil,
porque:
• o que estes métodos avaliam é insuficiente: todos eles detêm-se na avaliação ambiental, e os itens ambientais avaliados não necessariamente refletem a agenda brasileira.
• a forma como estes métodos avaliam é inapropriada para o Brasil, porque:
o para prover resultados aderentes ao contexto de avaliação é necessário definir localmente um critério de ponderação; e
o não há dados nacionais de LCA, e é inconsistente avaliar impactos de materiais brasileiros com base em dados estrangeiros.
• o quanto deve ser atingido em cada método é definido pela sinergia de fatores como tecnologias e produtos disponíveis em cada mercado, práticas construtivas, normas vigentes, que, juntos, delineiam níveis de referência e metas que mudam de um contexto a outro.
É fundamental, portanto, desenvolver um método à luz das prioridades, condições e
limitações brasileiras. Deve-se necessariamente passar, no Brasil, por um processo de
amadurecimento semelhante àquele por que passaram os países de origem dos métodos
existentes para avaliação ambiental de edifícios, com o desafio maior de ampliar o escopo
tradicional de avaliação ambiental para avaliação de sustentabilidade de edifícios.
A pesquisa para desenvolver um método de avaliação e classificação de desempenho quanto
a sustentabilidade é pioneira tanto no país quanto no exterior, e acrescenta aspectos únicos
na abordagem do tema. Primeiro, porque não há uma metodologia publicada neste sentido.
Segundo, porque todos os métodos de avaliação de edifícios centram-se na dimensão
ambiental da sustentabilidade; a discussão sobre a avaliação da sustentabilidade de edifícios
só agora começa a ganhar força no exterior. Terceiro, porque estas iniciativas não incluem a
avaliação dos agentes do processo.
O desenvolvimento do método foi iniciado neste trabalho, com base nas diretrizes e na base
metodológica propostas, e em consulta às partes interessadas da construção civil no Estado
de São Paulo. Propõe-se avaliar não só o desempenho ambiental do edifício, mas a sua
contribuição para um ambiente construído mais sustentável, através da consideração de
aspectos sócio-econômicos que possam ser relacionados à escala do edifício, e sua produção
e operação.
Capítulo 7 – Conclusões e continuidade da pesquisa 194
Os limites do sistema foram definidos para manter o foco no empreendimento, de modo a
(1) enfatizar as etapas de construção e uso inicial de edifícios de escritórios; alguns aspectos
de planejamento e projeto são também considerados, porém não no mesmo nível de
detalhamento; e (2) incluir a avaliação dos agentes envolvidos no ciclo do empreendimento.
A opção por iniciar a avaliação dos agentes envolvidos no processo pela avaliação da
empresa construtora foi um primeiro passo no sentido de criar a cultura e o movimento
consistente das práticas de mercado em direção a um patamar mais sustentável, mas cada
agente do processo tem papel fundamental no aumento da sustentabilidade do ambiente
construído. Cabe aos clientes e incorporadores criar a demanda por empreendimentos mais
sustentáveis; aos investidores, valorizar e criar oportunidades de financiamento; aos
projetistas, adotar estratégias que resultem em projetos mais sustentáveis ambientalmente e
que ofereçam melhor qualidade de vida aos ocupantes; e aos fornecedores, investir em
tecnologias de produção mais limpas e relações de trabalho mais justas. Abordagens
posteriores para ampliação incremental destes limites para englobar mais agentes e etapas do
ciclo do empreendimento são, portanto, encorajadas.
A estrutura de avaliação proposta foi construída a partir da estrutura temática utilizada pela
UN CSD e de instrumentos de avaliação de sustentabilidade de nações, setores econômicos
e organizações; na proposição de uma agenda para a construção sustentável no Brasil, e na
análise dos métodos e projetos de normas ISO relacionados à avaliação ambiental e de
sustentabilidade de edifícios.
A análise dos métodos existentes apontou as categorias essenciais do módulo de avaliação
de desempenho ambiental. O módulo de avaliação de desempenho social foi organizado
conforme os impactos sobre as partes interessadas: clientes/investidores/empreendedores,
fornecedores, operários, usuários do edifício e a sociedade em geral. O módulo de avaliação
de desempenho econômico, por sua vez, procura identificar os fluxos monetários
relacionados a custos de produção, de operação e de implementação de medidas para
aumentar a sua sustentabilidade, assim como os benefícios financeiros a elas associados. Um
módulo de Gestão do Processo permeia os três módulos anteriores.
O processo de análise hierárquica foi utilizado para registrar e manter a rastreabilidade do
processo de obtenção de pesos para os temas e categorias de desempenho em avaliação de
edifícios.
Capítulo 7 – Conclusões e continuidade da pesquisa 195
O presente possível A consulta às partes interessadas da construção civil do Estado de São Paulo levou a
algumas conclusões fundamentais:
• A estrutura de avaliação proposta é suficientemente abrangente, e pode ser mantida nos desenvolvimentos posteriores do método. Ressaltou-se, porém, o despreparo do mercado em conduzir avaliações detalhadas e que, no curto prazo, é necessário iniciar com um modelo simplificado de avaliação.
O mercado ou não dispõe de dados para avaliar grande parte dos indicadores de sustentabilidade propostos inicialmente ou necessita de tempo para preparar-se para ser avaliado em relação a alguns deles. Os indicadores enquadrados no primeiro caso foram incluídos como itens não pontuados, para iniciar o acúmulo de dados que permitirá a sua avaliação no futuro. Aqueles que se enquadram no segundo caso, foram remanejados para o status de pontos extra (bônus). Desta forma, potencializa-se o caráter motivador e educativo do método de avaliação pela combinação de itens prescritivos e pontuação evolutiva, com bônus indicando o caminho para melhoria;
• A divisão dos indicadores em etapas do ciclo de empreendimento (planejamento, projeto, execução e uso/operação do edifício) é uma medida didática, que evidencia responsabilidades e estimula o planejamento do empreendimento a partir de uma reflexão no longo prazo.
• A consulta pública forneceu uma primeira idéia de pesos, que foi considerada juntamente com a percepção de relevância dos itens a compor o método, e a sugestão de status de pontuação aderente à realidade do mercado.
Estas contribuições foram incorporadas no desenvolvimento do modelo proposto, que é
pautado por dez conceitos básicos:
1. Adesão voluntária: entra no processo quem deseja fazer melhor;
2. Premiação de quem faz melhor;
3. Foco no empreendimento;
4. Auto-avaliação, a ser revisada por avaliadores credenciados;
5. Avaliação por etapas;
6. Ponderação aplicada apenas no nível hierárquico mais alto;
7. Mescla de pontos prescritivos e por desempenho;
8. Pontuação evolutiva e estratégia de implementação gradual;
9. Utilização de níveis de classificação de desempenho; e
10. Revisão periódica do sistema de avaliação e da classificação do edifício.
Capítulo 7 – Conclusões e continuidade da pesquisa 196
Diante da dificuldade de implementação imediata de um sistema de avaliação detalhado,
optou-se por uma implementação gradual, com base no cenário imediato e em projeção
futura. Desta forma, prevê-se a (1) migração de um método híbrido para um método
totalmente orientado a desempenho e que utilize a análise de ciclo de vida na avaliação do
uso de recursos e cargas ambientais envolvidos; e (2) evolução do nível de exigência (bônus
tornam-se créditos, que se tornam pré-requisitos), para o refinamento e melhoria contínuos
do sistema de avaliação, enquanto se mantém a aderência com a realidade de mercado.
O futuro O interesse pelo tema no país foi definitivamente despertado. Um novo workshop será
realizado em agosto de 2003, para dar continuidade à discussão e envolvimento das partes
interessadas no desenvolvimento e teste do modelo de avaliação. Um estudo-piloto com
duração de um ano será iniciado no segundo semestre deste ano, e será decisivo para a
validação prática do procedimento de avaliação e para o acúmulo de dados para caracterizar
as práticas típicas e mais orientadas à sustentabilidade.
Vislumbra-se, neste momento, algumas necessidades e perspectivas para continuidade da
pesquisa:
• Acúmulo de dados que balizem a definição de metas, desempenho mínimo e referências de desempenho; a ser iniciado com a realização do estudo piloto.
• Construção de inventários de ciclo de vida. A aplicação direta de LCA em avaliação de edifícios no Brasil, mostra-se, neste momento, complexa, impraticável e insuficiente, devido à carência de inventários de ciclo de vida de materiais de construção brasileiros. Esta é também uma necessidade para aumentar a confiabilidade dos dados obtidos para edifícios brasileiros no processo Green Building Challenge. Os trabalhos sobre análise de ciclo de vida estão em seus primeiros passos no Brasil, e utilizam diferentes metodologias para coleta e tratamento dos dados, o que impede a comparação de resultados ou a agregação de diferentes materiais em uma só base de dados. É fundamental que os procedimentos sejam uniformizados, utilizando-se uma base comum de critérios e, preferencialmente, uma mesma plataforma de avaliação, como a holandesa SimaPro.
• Detalhamento de módulos específicos para avaliação de projeto e de uso e gestão da operação. Na consulta ao mercado, ficou patente a falta de ferramentas de orientação para estas etapas, principalmente para a etapa de projeto. Como resposta, iniciou-se o desenvolvimento de uma interface de avaliação. A interface ainda está em construção e vai além dos indicadores da lista revisada após a consulta pública, acrescentando uma série de outros para as etapas de planejamento e projeto. O detalhamento que realmente
Capítulo 7 – Conclusões e continuidade da pesquisa 197
caracterizará uma ferramenta de avaliação da sustentabilidade do projeto será objeto de continuidade do trabalho.
• Desenvolvimento e implementação de estratégia para inserção do tema no processo cotidiano de planejamento, projeto, execução e gestão da operação de edifícios;
• Análise dos benefícios financeiros e oportunidades de negócios trazidos pela construção sustentável e coleta de dados quanto aos avanços do setor. A aplicação de quaisquer análises ao longo do ciclo de vida, inclusive a de custos, é limitada pela separação entre os agentes (empreendedor, usuário final...) que caracteriza a produção e o uso de edifícios. A maioria das práticas avaliadas oferece benefícios a custo baixo ou nulo, mas são necessários números nacionais que tornem isto evidente;
• Implementação da interface de avaliação on-line e desenvolvimento contínuo de ferramentas de informação de profissionais sobre construção sustentável. O desenvolvimento da interface on-line foi iniciado em pesquisa paralela, juntamente com uma biblioteca de estratégias e tecnologias para aumentar a sustentabilidade de empreendimentos. Mais recentemente, o responsável pelo Green Globes, uma ferramenta on-line para avaliação ambiental desenvolvida no Canadá, iniciou os contatos para formalização de cooperação com a autora da pesquisa;
• Adaptação do modelo a outras tipologias de edifícios.
Espera-se que este trabalho seja uma bússola, que ajude a orientar a direção dos desenvolvimentos futuros, antes de ser o mapa exato da estrada.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGOPYAN, V. (coordenador); SOUZA, U.E.L.; PALIARI, J.C.; ANDRADE, A.C. Alternativas para a redução do desperdício de materiais nos canteiros de obras. Relatório Final. São Paulo: EPUSP, 5v. 1998.
AHO, I. 2002. Environmental Classification of Properties. Motiva Oy. Helsinki, Finland. Communication at Green Building Challenge International Framework Committee meeting, Warsaw, October 2001.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS - ASTM. Standard Practice for Applying Analytic Hierarchy Process (AHP) to Multiattribute Decision Analysis of Investments Related to Buildings and Building Systems. ASTM E-1765. West Conshohocken, PA, USA. 1995.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS - ASTM. Standard Practice for Measuring Benefit-to-Cost and Savings-to-Investment Ratios for Buildings and Building Systems. ASTM E- 964/93 (1998). West Conshohocken, PA, USA. 1998.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS - ASTM. Standard Practice for Measuring Payback for Investments in Buildings and Building Systems. ASTM E-1121. 1998.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS - ASTM. Standard Practice for Measuring Life-Cycle Costs of Buildings and Building Systems. ASTM E-917. West Conshohocken, PA, USA. 1999.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS - ASTM. Standard Practice for Measuring Internal Rate of Return and Adjusted Internal Rate of Return for Investments in Buildings and Building Systems. ASTM E-1057. 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Iluminância de Interiores. Especificação. NBR 5413. Rio de Janeiro, ABNT. 1992.
BALDWIN, R.; BARTLETT, P.B.; LEACH, S.J.; ATTENBOROUGH, M. P.; DOGGART, J. V. BREEAM/Existing offices. Version 4/93. An environmental assessment for existing office buildings. BRE Report. Garston, CRC. 1993.
BALDWIN, R.; LEACH, S.J.; DOGGART, J. V.; ATTENBOROUGH, M. P. BREEAM 1/90: an environmental assessment for new office designs. BRE Report. Garston, CRC. 1990.
BALDWIN, R.; YATES, A.; HOWARD, N.; RAO, S. BREEAM 98 for offices: an environmental assessment method for office buildings. BRE Report. Garston, CRC. 1998. 36 pp.
BARTELMUS, P. Towards a Framework for Indicators of Sustainable Development. DESIPA Working Paper Series No.7. 1994.
BAUMANN, H.; RYDBERG, T. Life Cycle Assessment – A comparison of three methods for impact analysis and evaluation. Journal of Cleaner Production, n.1, v.2, 1994, p. 13-20.
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 199
BEETSTRA, F. Building related environmental diagnoses. HERON, n.3, v.41, 1996, p. 35-39.
BOURDEAU, L.; HUOVILA, P.; LANTING, R.; GILHAM, A. (editors). A comparison of visions from various countries. CIB Report Publication 225. CIB Working Commission W82 "Future Studies in Construction”. May 1998. 119 pp.
BRITISH STANDARDS INSTITUTION. Specification for environmental management systems. BS 7750. 1994. 24 pp.
BRUNTLAND, G. H. (editor). Our Common Future: The World Commission on Environment and Development. Oxford: Oxford University Press. 398 pp. 1987.
BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT (BRE); CAMBRIDGE ARCHITECTURAL RESEARCH (CAR); ECLIPSE RESEARCH CONSULTANTS. Managing Sustainable Construction – MaSC. Profiting from Sustainability. CRC Ltd., London: 2002. 16 pp.
CARMODY, J. et al. Minnesota Sustainable Design Guide, version 1.0. Minneapolis, MN: University of Minnesota, Hennepin County, the Minnesota Office of Environmental Assistance, and Hellmuth, Obata & Kassabaum Architects. 2000. 109 pp.
CARVALHO, J. Aplicação de análise de ciclo de vida a produtos de construção: estudo de caso: comparação entre diferentes tipos de cimento Portland. EPUSP, São Paulo, 2002. (Dissertação de Mestrado)
CENTRE OF ENVIRONMENTAL TECHNOLOGY, LTD. HK-BEAM (New Offices): an environmental assessment for new office designs. Version 1/96r. Hong Kong, CET, 1999a. 43 pp.
CENTRE OF ENVIRONMENTAL TECHNOLOGY, LTD. HK-BEAM (New Offices): an environmental assessment for existing office buildings. Version 2/96r. Hong Kong, CET, 1999b. 57 pp.
CENTRE OF ENVIRONMENTAL TECHNOLOGY, LTD. HK-BEAM (New Offices): an environmental assessment for new residential buildings. Version 3/99. Hong Kong, CET, 1999c. 62 pp.
CHAPMAN, R. E.; MARSHALL, H. E. (eds.), FORMAN, E. H (software developer). User's Guide to AHP/Expert Choice© for ASTM Building Evaluation. Manual 29 Software to Support ASTM E 1765: Standard Practice for Applying Analytical Hierarchy Process (AHP) to Multiattribute Decision Analysis of Investments Related to Buildings and Building Systems. 1998. 630 pp.
CHATAGNON, N., NIBEL, S., ACHARD, G. ESCALE: A method of assessing a building's environmental performance at the design stage. In: International Conference on the Performance Assessment of Buildings - Green Building Challenge'98. Proceedings. Vancouver, Canada, 26-28 October 1998, Ed. Minister of Supply and Services Canada, vol. 2, pp. 195-202. 1998.
CHEN, S.;HWANG, C. Fuzzy Multiple Attribute Decision Making. Lecture Notes in Economics and Mathematical Systems. Springer-Verlag, Berlin/Heidelberg/New York. 1992.
COHEN, R.; STANDEVEN, M.; BORDASS, W.; LEAMAN, A. Assessing building performance in use 1: the Probe process. Building Research and Information, v. 29, n. 2, Mar 2001, p. 85-102.
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 200
COLE, R. J. Sustainable Building: Indicators of progress. Sustainable Building, n 4, p17. 2002.
COLE, R.J. Building environmental assessment methods: clarifying intentions. Building Research and Information, v. 27, n. 4/5, July-October 1999, p. 230-246.
COLE, R.J. Building Environmental Performance Assessment Criteria. THE IEA BCS Annex 31 – Energy Related Environmental Impact of Buildings: Survey on Existing Results and Ongoing work. 2 pp. s.d.
COLE, R.J. Emerging Trends in Building Environmental Assessment Methods. BRIA Jan:Feb, 1998.
COLE, R.J., ROUSSEAU, D., THEAKER, I.T. Building Environmental Performance Assessment Criteria: Version 1 - Office Buildings. The BEPAC Foundation, Vancouver, December 1993.
COLE, R.J.; LARSSON, N. GBTool User Manual. Otawa: Green Building Challenge. 2002. 68 pp.
COLE, R.J.; LARSSON, N. Green Building Challenge'98. In: Second International Conference Buildings and the Environment. Proceedings. Paris. June, 1997. p. 19-29.
COLE, R.J.; LARSSON, N. Green building challenge: lessons learned from GBC’98 and GBC2000. In: Sustainable Buildings 2000. Proceedings. Maastricht, NOVEM/CIB/GBC, October 22-25, 2000. p. 213-215.
COMISSÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA DA CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (CEE/CBIC); FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV). Macrossetor da construção 2001. Belo Horizonte, 2001.
CONSTRUCTION INDUSTRY RESEARCH AND INFORMATION ASSOCIATION - CIRIA. Sustainable construction: company indicators. CIRIA Report C563 (CIRIA´s project RP609). London: CIRIA/WS Atkins Consultants, 2001.
COOPER, I. Which focus for building assessment methods – environmental performance or sustainability? Building Research and Information, v. 27, n. 4/5, July-October 1999, p. 321- 331.
CRAWLEY, D.; AHO, I. Building environmental assessment methods: applications and development trends. Building Research and Information, v. 27, n. 4/5, July-October 1999, p. 300-308.
CRISP NETWORK. Construction-related sustainability indicators. CRISP Newsletter, n.1., July 2001. 6pp.
DEPARTMENT FOR POLICY COORDINATION AND SUSTAINABLE DEVELOPMENT – DPCSD. UN DSD Development Watch. Report Extract. DPCSD/United Nations Division for Sustainable Development. s.d. (Site Internet http://www.nssd.net/references/SDInd/UNDSD.html, consultado em julho de 2002, sem data de atualização).
DEPARTMENT OF THE ENVIRONMENT, TRANSPORT AND THE REGIONS: LONDON – DETR. Building a better quality of life: a strategy for more sustainable construction. April 2000. 33 pp.
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 201
DEPARTMENT OF THE ENVIRONMENT, TRANSPORT AND THE REGIONS: LONDON – DETR. Opportunities for change – consultation paper on a UK strategy for sustainable construction. 1998.
DICKIE, I.; HOWARD, N. Assessing environmental impacts of construction: industry consensus, BREEAM and UK ecopoints. BRE Digest 446. BRE Centre for Sustainable Construction. 12 pp. 2000.
DOGGART, J.; BALDWIN, R. BREEAM International: regional similarities and differences of an international strategy for environmental assessment of buildings. In: Second International Conference Buildings and the Environment. Proceedings. Paris. June, 1997. p. 83- 90.
DRAKE, P. R. Using the Analytical Hierarchy Process in Engineering Education. International Journal of Engineering Education, vol. 14, no. 3, p. 191-196, 1998.
EGAN, J. Rethinking Construction. London: UK Department of Trade & Industry, Construction Task Force. July 1998.
ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY - EPA/US DEPARTMENT OF ENERGY - DOE. Energy Star Label for Buildings. Technical description. May 17, 1999. 11pp.
ESD Ltd. PROBE. Post occupancy review of buildings and their engineering. 6 pp. s.d. Wiltshire, UK. (brochure)
EUROPEAN ENVIRONMENT AGENCY – EEA. Environmental indicators: typology and overview. Technical report No 25. Copenhagen, 1999. 19 pp.
EUROPEAN UNION STATISTICAL OFFICE- EUROSTAT. Energy and environment indicators - 1985 - 2000. EUROSTAT, Luxembourg, 2002.
EUROPEAN UNION STATISTICAL OFFICE- EUROSTAT. Environmental pressure indicators for the EU - 1985 - 1998. EUROSTAT, Luxembourg, 2001. 2 ed.
EUROPEAN UNION STATISTICAL OFFICE- EUROSTAT. Towards Environmental Pressure Indicators. EUROSTAT, Luxembourg, 1999.
GEISSLER, S. 2002. Comprehensive Renovations. Austrian Institute for Applied Ecology. April 2002. (comunicação pessoal)
GLAUMANN, M. Eco-effect. Environmental assessment of built environment (miljövärdering av bebyggelse). KTH/HiG, Gävle.1999.
GLAUMANN, M.; VON PLATEN, F. 2002. Building Environmental Strategies in Nordic Countries – examined from the Swedish perspective. In: International Research Workshop: The Cross Cultural Transfer of Environmental Building Information. Proceedings. University of British Columbia. Vancouver, March 14-16th 2002.
GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI). Sustainability Reporting Guidelines on economic, environmental and social performance. June 2000. 53 pp.
GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI). Sustainability Reporting Guidelines. 2002. 104 pp.
GUINÉE, J.B; HAES, H.A.U.; HUPPES, G. Quantitative life cycle assessment of products: goal definition and inventory. Journal of Cleaner Production, v.1, n.1, p. 3-13. 1993.
HÄKKINEN, HUOVILA, P.; BOURDEAU, L.; NIBEL, S. Crisp Network on Construction and City related sustainability indicators: structuring of indicators and status of work. In:
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 202
Sustainable Building 2002. Proceedings. iiSBE/CIB/Biggforsk: Oslo, Norway. 23-25 September 2002. (Published in CD-Rom)
HÄMÄLÄINEN, R.P.; MUSTAJOKI, J.; MÄNTYSAARI, J.; KETTUNEN, E., MARTTUNEN M.; LINDSTEDT, M.; SALO, A.; GUSTAFSSON, J.; GUSTAFSSON, T. Decision making, systems thinking and decision support: methods for the approximate specification of preferences. Systems Analysis Laboratory – SAL, Helsinki University of Technology. (Site Internet WEB-HIPRE http://www.hut.fi/Units/SAL/Research/index2.html, atualizado em 25/03/02. Consultado em 16/06/02)
HARRIS, D.J. A quantitative approach to the assessment of the environmental impact of building materials. Building and Environment 34, 1999, p. 751-758.
HAURIE, A. The Analytical Hierarchy Process. Genève: Université de Genève/Centre universitaire d'écologie humaine et des sciences de l'environnement. Topic 1.3 - Multi-criterion decision-making, Lecture 1.3.1. 2001. (Site Internet http://ecolu-info.unige.ch/~haurie/mutate/Mutate_final/Lectures/Lect_1_3_1/Lect_1_3_1.htm, atualizado em 21/09/01).
HOBBS, S. et al. Sustainable use of construction materials. In: Sustainable use of construction materials. Proceedings. Building Research Establishment - BRE, 1996.
HOLMBERG, J., BASS, S.; TIMBERLAKE, L. Defending the Future: A Guide to Sustainable Development , IIED/Earthscan, London. 1991.
HOWARD, N. Environmental assessment methods in the UK. 2001. (Comunicação durante a reunião do GBC em Santiago do Chile, abril 2001).
HUOVILA, P.; SAARIVUO, J. AHO, I. The Finnish Environmental Assessment and Classification System (PromisE): Current State and First Experiences. In: Sustainable Building 2002. Proceedings. iiSBE/CIB/Biggforsk: Oslo, Norway. 23-25 September 2002. (Published in CD-Rom)
HWANG, C.; YOON, K. Multiple Attribute Decision Making. Lecture Notes in Economics and Mathematical Systems. Springer-Verlag, Berlin/Heidelberg/New York. 1981.
INDUSTRY AND ENVIRONMENT. Construction and the environment: fact and figures. Paris: UNEPIE, v.29, n.2, April-June 1996. p. 2-8.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Indicadores de desenvolvimento sustentável Brasil 2002. Rio de Janeiro: IBGE. 2002. 191 pp.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA. Portaria IBAMA Nº 37-N, de 3 de abril de 1992. 1992.
INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL. O que as empresas podem fazer pela educação? Manual. São Paulo: Instituto Ethos. 2002. 64 pp.
INTERNATIONAL COUNCIL FOR RESEARCH AND INNOVATION IN BUILDING AND CONSTRUCTION - CIB. Construction-related sustainability indicators: setting targets and monitoring performance in the built environment. CIB Working Commission W82 "Future Studies in Construction”. 2pp. (disponível para download a partir do Site http://cic.vtt.fi/eco/w82/w82_indicators.pdf, consultado em dezembro de 1999).
INTERNATIONAL COUNCIL FOR RESEARCH AND INNOVATION IN BUILDING AND CONSTRUCTION (Ed.). Agenda 21 on Sustainable Construction. CIB Report Publication 237. Rotterdam: CIB, July 1999.
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 203
INTERNATIONAL COUNCIL FOR RESEARCH AND INNOVATION IN BUILDING AND CONSTRUCTION (Ed.). Agenda 21 para a construção sustentável. Tradução do Relatório CIB – Publicação 237./tradução de I. Gonçalves; T. Whitaker; ed. de G. Weinstock, D.M. Weinstock. – São Paulo: s.d., 2000. 131 pp.
INTERNATIONAL COUNCIL FOR RESEARCH AND INNOVATION IN BUILDING AND CONSTRUCTION – CIB; CENTRE SCIENTIFIQUE ET TECHNIQUE DU BATIMENT- CSTB (Eds.). 2nd International Conference: Building and the Environment. Proceedings, vol. 1. Paris, CIB/CSTB, 1997.
INTERNATIONAL COUNCIL FOR RESEARCH AND INNOVATION IN BUILDING AND CONSTRUCTION - CIB; UNITED NATIONS PROGRAMME, INTERNATIONAL ENVIRONMENTAL TECHNOLOGY CENTRE – UNEP-IETC (Eds.). Agenda 21 for Sustainable Construction in Developing Countries: a discussion document. BOUTEK Report no. Bou/E0204. Pretoria : CIB/UNEP-IETC. 2002.
INTERNATIONAL INSTITUTE FOR ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT - IIED. Human Settlements Programme. Reconciling the ‘Green’ and ‘Brown’ agendas for urban environmental improvement. Briefing Paper Series on Urban Environmental Improvement and Poverty Reduction. Briefing Paper 6. IIED, London, 2001.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION - ISO. Environmental Management – Life Cycle Assessment: principles and framework. Draft International Standard 14.040. 1996.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION – ISO. Environmental management – Life cycle assessment – Principles and framework. ISO 14.040. 1997.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION – ISO. Environmental management – Life cycle assessment – Goal and scope definition and inventory analysis. ISO 14.041.1998.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION – ISO. Environmental management – Life cycle assessment – Life cycle impact assessment. ISO 14.042. 2000.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION – ISO. Environmental management – Life cycle assessment – Life cycle interpretation. ISO 14.043. 2000.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. TC 59 (BUILDING CONSTRUCTION)/SUBCOMMITTEE SC3 (FUNCTIONAL/USER REQUIREMENTS AND PERFORMANCE IN BUILDING CONSTRUCTION). Buildings and constructed assets – Sustainability in Building – Terminology. ISO CD 21932 (ISO TC59/SC3/N503). 2002a. (Committee draft de circulação restrita)
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. TC 59 (BUILDING CONSTRUCTION)/SUBCOMMITTEE SC3 (FUNCTIONAL/USER REQUIREMENTS AND PERFORMANCE IN BUILDING CONSTRUCTION). Buildings and constructed assets – Sustainability in Building – Environmental declaration of building products. ISO CD 21930 (ISO TC59/SC3/N499). 2002b. (Committee draft de circulação restrita)
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. TC 59 (BUILDING CONSTRUCTION)/SUBCOMMITTEE SC3 (FUNCTIONAL/USER REQUIREMENTS AND PERFORMANCE IN BUILDING CONSTRUCTION). Buildings and constructed assets – Sustainability in Building - Sustainability indicators. ISO AWI 21932 (ISO TC59/SC3/N469). 2002c. (Approved Work Item de circulação restrita)
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 204
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. TC 59 (BUILDING CONSTRUCTION)/SUBCOMMITTEE SC3 (FUNCTIONAL/USER REQUIREMENTS AND PERFORMANCE IN BUILDING CONSTRUCTION). Buildings and constructed assets – Sustainability in Building – General Principles. ISO AWI 15392 (ISO TC59/SC3/N459). 2003a. (Approved Work Item de circulação restrita)
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. TC 59 (BUILDING CONSTRUCTION)/SUBCOMMITTEE SC3 (FUNCTIONAL/USER REQUIREMENTS AND PERFORMANCE IN BUILDING CONSTRUCTION). Buildings and constructed assets – Sustainability in Building – Framework for assessment of environmental performance of buildings. ISO CD 21931 (ISO TC59/SC3/N501). 2003b. (Committee draft de circulação restrita)
INVESTORS IN PEOPLE UK. Investors in People. 2002. (Site Internet http://www.iipuk.co.uk/investorsinpeople/whatisinvestorsinpeople/default.htm, atualizadoem 07 novembro 2002).
JAPAN SUSTAINABILITY BUILDING CONSORTIUM – JSBC (ed.). Comprehensive assessment system for building environmental efficiency – CASBEE. 2002. 14pp.
JAQUES, R. Cradle to the grave – LCA tools for sustainable development. In: 32nd Annual Conference of the Australia and New Zealand Architectural Science Association. Proceedings. Wellington: BRANZ. 1998. 6 pp.
JÖNSSON, Å. Quantitative methods: is it feasible to address indoor climate issues in LCA? Environmental Impact Assessment Review, volume 20, p. 241-259, 2000.
JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: contribuição à metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, EPUSP. 2000. 102 pp. (Tese de Livre Docência)
JOHN, V.M.; AGOPYAN, V.A.; ABIKO, A.K.; PRADO, R.T.A.; GONÇALVES, O.M.; SOUZA, U.E. (2000). Agenda 21 for the Brazilian construction industry - a proposal. In: Construction and Environment: from theory into practice. 23-24 November 2000. Proceedings. São Paulo, CIB/PCC.USP, 2000. (publicado em CD-Rom)
JOHN, V.M.; SILVA, V.G.; AGOPYAN, V. Agenda 21: uma proposta de discussão para o construbusiness brasileiro. In: II Encontro nacional e I Encontro Latino americano sobre edificações e comunidades sustentáveis. Anais. ANTAC/UFRGS, Canela-RS, 24-27 de abril de 2001, p.91.98.
KÖHLER, N. The relevance of Green Building challenge: an observer’s perspective. Building Research and Information, v. 27, n. 4/5, July-October 1999, p. 309- 320.
LAMBERTS, R.; WESTPHAL, F. Energy efficiency in buildings in Brazil. In: Construction and Environment: from theory into practice. 23-24 November 2000. Proceedings. São Paulo, CIB/PCC.USP, 2000. (publicado em CD-Rom)
LIPPIATT, B. BEES 1.0 - Building for Environmental and Economic Sustainability - Technical Manual and User Guide. Gaithersbourgh: NIST 1998. 84 pp.
LÜTZKENDORF, T. 2002. Universität Karlsruhe (TH) - Fakultät für Wirtschaftswissenschaften Stiftungslehr stuhl Ökonomie und Ökologie des Wohnungsbaus. (comunicação pessoal).
MALMQVIST, T. Environmental management in real estate companies. In: Oikos PhD summer academy 2002. “Sustainability, Corporations and Institutional Arrangements”. Proceedings. University of St. Gallen, St. Gallen, Switzerland. p. 2-14. 2002.
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 205
MCGRANAHAN, G.; SATTERTHWAITE, D. Environmental health or ecological sustainability: reconciling the Brown and Green agendas in urban development. In: Sustainable Cities in Developing Countrie s (C. Pugh (editor), Earthscan, London. 2000.
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA - MCT. Protocolo de Quioto. Versão editada e traduzida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores da república Federativa do Brasil. 29 pp. s.d. (aberto para assinatura em 16 de marco de 1998)
MMD-ENG. Department of Engineering, Institute for Manufacturing, University of Cambridge. 2002. (Site Internet http://www-mmd.eng.cam.ac.uk/people/ahr/dstools/choosing/ahp.htm, consultado em 14mai02).
NATIONAL RESOURCES CANADA – NRCan; CANMET ENERGY TECHNOLOGY CENTRE (Ed.). Green Building Challenge'98: an international conference on the Performance Assessment of Buildings. Proceedings. NRCan/CANMET, Vancouver, 1998.
NATIONAL STRATEGIES FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT - NSSD. Sustainable Development: Concepts and Approaches. 2003 (Site Internet http://www.nssd.net/references/SustDev.htm, atualizadoem 10 de março de 2003).
NIBEL S., CHATAGNON N., ACHARD G. ESCALE, assesment method of buildings environmental performance. In: Sustainable Building 2000 - international conference. Proceedings. Maastricht - October 2000.
NORRIS, G.A.; MARSHALL, H.E. Multiattribute decision analysis method for evaluating buildings and building systems. NISTIR 5663. National Institute of Standards and Technology – NIST, Gaithersburg. 77 pp. 1995.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. Environmentally sustainable buildings: challenges and policies. Paris, France. 2003. 195 pp.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. OECD Council Recommendation on Environmental Indicators and Information. 1991.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. OECD Core set of indicators for environmental performance reviews. a synthesis report by the Group on the State of the Environment. Environment Monographs n. 83. 1993. 39 pp.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT – OECD. Developing OECD Agri-Environmental Indicators. July 30, 1996. Paris, France. (Mimeograph)
PETTERSEN, T.D. Ecoprofile. In: Certificazione energetico ambientale degli edifici e politiche per la promozione dell’edilizia sostenible: esperienze internazionale e prospetive italiane. Oral Presentation. Environment Park, GBC 2002; iiSBE, Torino, April 10 – 11, 2002.
PINTO, T.P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. São Paulo, EPUSP, 1999. (Tese de Doutorado)
POST, N. M. How green developers get investors’ attention. Engineering News Record, 29 Apr 2002, p 58.
PRÉ CONSULTANTS BV. Impact assessment. 2001. (Site Internet www.pré.nl, acessado em 31 de julho de 2001).
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 206
PRÉ CONSULTANTS; DUIJF CONSULTANCY BV The EcoIndicator 95. NOHReport 9523. 1996.
PRIOR, J.J. (ed). BREEAM/New offices. Version 1/93. An environmental assessment for new office designs. BRE Report. Garston, CRC. 1993.
PROCEL. Orientações gerais para conservação de energia elétrica em prédios públicos. Eletrobrás/PROCEL.1 ed. Abril 2001. 34 pp.
REES, W.E. Ecological footprints and appropriated carrying capacity: what urban economics leaves out. Environment and Urbanization, 4(2), 1992, p. 120-130.
REES, W.E. The built environment and the ecosphere: a global perspective. Building Research and Information, v. 27, n. 4/5, July-October 1999. p. 206-220.
REPPE, P. (editor). Environmentally Sustainable Non-Residential Buildings: sustainability Indicators. In: National Sustainable Buildings Workshop, Part I, October 8-9, 1999. Proceedings. Center For Sustainable Buildings Report No. CSS99-08. University of Michigan, Ann Arbor – Michigan. November, 1999a. 12 pp.
REPPE, P. (editor). Environmentally Sustainable Non-Residential Buildings: sustainability obstacles. In: National Sustainable Buildings Workshop, Part II, October 8-9, 1999. Proceedings. Center For Sustainable Buildings Report No. CSS99-09. University of Michigan, Ann Arbor – Michigan. November, 1999b. 8 pp.
REPPE, P. (editor). Environmentally Sustainable Non-Residential Buildings: Implementation Strategies. In: National Sustainable Buildings Workshop, Part III, October 8-9, 1999. Proceedings. Center For Sustainable Buildings Report No. CSS99-10. University of Michigan, Ann Arbor – Michigan. November, 1999c. 10 pp.
ROODMAN, D.M.; LENSSEN, N. A building revolution: how ecology and health concerns are transforming construction. Worldwatch Paper 124. Washington: Worldwatch Institute, 1995.
SAATY, T.L. Multicriteria Decision Making: the Analytic Hierarchy Process. AHP Series Vol. 1, RWS Publications, Pittsburgh, PA. 1990.
SAATY, T.L. The Analytic Hierarchy Process. New York: McGraw Hill, 1980.
SAM RESEARCH INC (s.d.). Corporate Sustainability Assessment Questionnaire. (Disponível para download no Site Internet http://www.sustainability-indexes.com/assessment/questionnaire.html, sem data de atualização).
SCHMIDHEINY, S. Changing Course - a global business perspective on development and the environment. Geneva: World Business Council for Sustainable Development (WBCSD)/MIT Press. June 1992.
SHEN, T. Industrial Pollution Prevention. 1995. p. 143 – 161.
SIGNOR, R. Análise de regressão do consume de energia elétrica frente a variáveis arquitetônicas para edifícios comerciais climatizados em 14 capitais brasileiras. Florianópolis, UFSC. 1999. 122 pp. (Dissertação de Mestrado)
SIGURJÓNSSON, J.; FOSSDAL, S.; DINESEN, J.; AHO, I.; GLAUMANN, M. Environmental indicators for the construction and property sector. In: Sustainable Building 2002. Proceedings. iiSBE/CIB/Biggforsk: Oslo, Norway. 23-25 September 2002. (Published in CD-Rom)
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 207
SILVA, V. G. Avaliação do desempenho ambiental de edifícios. Revista Qualidade na Construção, n. 25, p.14-22, agosto 2000.
SILVA, V.G. Environmental assessment of buildings: towards an appropriate approach to Brazilian environmental Agenda. Final Report for the International Training Programme on Sustainable Building and Urban Design (SBUD). Rotterdam, The Institute for Housing and Urban Studies – IHS. November. 2001.
SILVA, V.G.; SILVA, M.G. Análise do ciclo de vida aplicada ao setor de construção civil: revisão da abordagem e estado atual. In: VIII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído – ENTAC’2000, vol 1. Anais. Salvador: ANTAC, 2000. p. 09-16.
SILVA, V.G.; SILVA, M.G.; JOHN, V.M.; AGOPYAN, V. Environmental assessment of buildings: towards an appropriate approach to Brazilian environmental Agenda. In: Sustainable Building 2002. Proceedings. iiSBE/CIB/Biggforsk: Oslo, Norway. 23-25 September 2002. (Published in CD-Rom)
SILVA, V.G.; SILVA, M.G.; JOHN, V.M; AGOPYAN, V. Perspectives for development of environmental assessment of buildings in Brazil. In: Sustainable Buildings 2000/GRC2000 Section. Proceedings. Maastricht, NOVEM/CIB/GBC, October 22-25, 2000a. (publicado em CD-Rom)
SILVA, V.G.; SILVA, M.G.; JOHN, V.M; AGOPYAN, V. The role of architectural decision-making process in environmentally responsible buildings. In: Construction and Environment: from theory into practice. 23-24 November 2000. Proceedings. São Paulo, CIB/PCC.USP, 2000b. (publicado em CD-Rom)
SILVA, V.G.; SILVA, M.G.; SCHILLER, S.; GOIJBERG, N.; TREVIÑO, C.U. Sustainable building: perspectives for regional implementation in Latin America. s.d. (Paper submitted and awaiting response from the scientific committee of International Conference on Smart & Sustainable Built Environment - SASBE 2003).
SJÖSTRÖM, C. Durability and sustainable use of building materials. In: Sustainable use of materials. J.W.Llewellyn & H.Davies Ed.. London, BRE/RILEM, 1992.
SKOPEK, J. 2002. ECD Energy and Environment Canada. 2002. (Site Internet http://www.breeamcanada.ca)
SOCIETY FOR TOXICOLOGY AND CHEMISTRY – SETAC (eds: CONSOLI, F. et al.). Guidelines for Life-Cycle Assessment: a code of practice”. In: Workshop held in Sesimbra, Portugal, March 31 – April 3, 1993. Proceedings. SETAC, 1993. 69 pp.
SOCIETY FOR TOXICOLOGY AND CHEMISTRY – SETAC (eds: FAVA, J. et al.). A technical framework for Life-Cycle Assessments. Washington, D.C. SETAC, 1991. 134 pp.
THE AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING AND AIR-CONDITIONING ENGINEERS - ASHRAE. Ventilation for Acceptable Indoor Air Quality. ASHRAE Standard 62. 2001. THE INTERNATIONAL BANK FOR RECONSTRUCTION AND DEVELOPMENT (THE WORLD BANK). Beyond Economic Growth. Washington, D.C.: The World Bank, 2000b.
THE INTERNATIONAL BANK FOR RECONSTRUCTION AND DEVELOPMENT (THE WORLD BANK). Expanding the measure of wealth. Indicators of environmentally sustainable development. (Work in progress for public discussion) Environmentally
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 208
Sustainable Development Studies and Monographs Series, Number 17. The World Bank, Washington, D.C. June 1997. 122pp.
TODD, J.A.; JOHN, C. Draft List of Potential Indicators of “Sustainability” or Environmental Performance for Discussion by GBC International Framework Committee Indicators Work Group. September 18, 2001 (documento de circulação restrita)
TODD, J.A.; LINDSAY, G. Comparative assessment of GBC2000 and LEED: lessons learned for international and national systems. In: Sustainable Buildings 2000. Proceedings. Maastricht, NOVEM/CIB/GBC, October 22-25, 2000. pp. 210-212.
TRUSTY, W. B.; HORST, S. Integrating LCA Tools in Green Building Rating Systems. In: Austin Papers: Best of the 2002 International Green Building Conference. Proceedings. Environmental Building News (eds.) USGBC: Austin, 12-15 November 2003. p.53-57.
UNITED NATIONS DIVISION FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT/ DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS - DESA. UN Working List of Indicators of Sustainable Development. 1996. (a lista está disponível no site Internet http://www.un.org/esa/sustdev/indisd/english/worklist.htm, sem data de atualização).
UNITED NATIONS DIVISION FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT/ DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS - DESA. Work Programme on Indicators of Sustainable Development of the Commission on Sustainable Development, Division for Sustainable Development, April 1999a.
UNITED NATIONS DIVISION FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT/ DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS - DESA. CSD Theme Framework and Indicators of Sustainability. Final Draft. PriceWaterhouseCoopers for Division for Sustainable Development, November 18, 1999b.
UNITED NATIONS DIVISION FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT/ DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS - DESA. Indicators of sustainable Development: Framework and methodologies. Background Paper n.3. DESA/DSD/2001/3. April 2001. 294 pp.
UNITED NATIONS DIVISION FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT - UNDSD. Indicators of Sustainable Development: Framework and Methodologies. October 1996. (Site Internet http://www.un.org/esa/sustdev/indisd/english/english.htm, atualizado em 19/03/99)
UNITED NATIONS HUMAN SETTLEMENTS PROGRAMME – UN-HABITAT. The Habitat Agenda (Agenda Habitat II). Istanbul: UN-HABITAT, 1996.
UNITED NATIONS STATISTICAL DIVISION - UNSTAT. A Framework for the Development of Environment Statistics. 1984.
UNITED NATIONS STATISTICAL DIVISION - UNSTAT. Activities of the Environment Statistics Section of the United Nations Statistics Division. 2002b (Site Internet http://unstats.un.org/UNSTAT/ENVIRONMENT/activities.htm, atualizado em 03/ 2002b).
UNITED NATIONS STATISTICAL DIVISION - UNSTAT. List of environmental and related socio-economic indicators. (Site Internet http://unstats.un.org/UNSTAT/ENVIRONMENT/indicators.htm, atualizado em 2002a).
UNITED NATIONS. Earth Summit Agenda 21. United Nations Conference on Environment and Development – UNCED. Rio de Janeiro. June 1992. (versão em português: Agenda 21 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992 - Rio de Janeiro. Brasília: Senado Federal, 1996. 585 pp.)
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 209
UNITED NATIONS. Montreal Protocol on substances that deplete the ozone layer. 42 pp. (Opened for signature) 16 September 1987.
UNITED NATIONS. Vienna Convention for the Protection of the Ozone Layer. Vienna. (Opened for signature) 22 March 1985.
US GREEN BUILDING COUNCIL - USGBC. LEED Green Building Rating System 1.0. San Francisco, Janeiro 1999. 37 pp. (Pilot version)
US GREEN BUILDING COUNCIL - USGBC. LEED Green Building Rating System 2.0. San Francisco, March 2000. 25 pp.
US GREEN BUILDING COUNCIL - USGBC. LEED Green Building Rating System 2.0. 2001. (Site Internet www.usgbc.org, consultado em 09/06/01)
US GREEN BUILDING COUNCIL - USGBC. LEED for Existing Buildings: The LEED Green Building Rating System for Improving Building Performance through Upgrades and Operations. Version 2.0. USGBC, Leadership in Energy and Environmental Design. August 17, 2001 (Unballoted Draft)
VALE, R. VALE, B. FAY R. 2001. NABERS. The National Australian Buildings Environmental Rating System. 14 December 2001 (Draft Final Version).
VERFAILLIE, H.A.; BIDWELL, R. Measuring eco-efficiency: a guide to reporting company performance. World Business Council for Sustainable Development. 2000. 38 pp.
WACKERNAGEL, M; REES, W. Our ecological footprint: reducing human impact on the Earth. The new catalyst bioregional series, v.9. New Society Publishers, Gabriola Island, B.C., Canada. 160 pp. 1995.
ZIMMERMANN, A.; AHO, I. BORDASS, B.; GEISSLER, S.; JAANISTE, R. Proposed Framework for Environmental Assessment of Existing Buildings. In: Sustainable Building 2002. Proceedings. iiSBE/CIB/Biggforsk: Oslo, Norway. 23-25 September 2002. (Published in CD-Rom).
Referências bibliográficas adicionais nos Apêndices (CD-Rom) BAKKES, J. A.; VAN DEN BORN, G.J.; HELDER, J.C.; SWART, R.J.; HOPE, C.W.; PARKER, J.D.E. An Overview of Environmental Indicators: State of the art and perspectives. RIVM/UNEP. UNEP/EATR.94-01. 1994.
ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY - EPA. A Conceptual Framework to Support the Development and Use of Environmental Information. Environmental Statistics and Information Division. Office of Policy, Planning and Evaluation. EPA 230-R-94-012. USEPA, Washington D.C., 1994.
HAMMOND, A. L. et al. A systematic approach to measuring and reporting on environmental policy performance in the context of sustainable development. World Resources Institute (WRI), Washington D.C., 1994. 50 pp.
INTER-GOVERNMENTAL WORKING GROUP ON THE ADVANCEMENT OF ENVIRONMENT STATISTICS. Report of the Fourth meeting of the Inter-Governmental Working Group on the Advancement of Environment Statistics. 1995. (a lista de indicadores está disponível no site Internet http://unstats.un.org/UNSTAT/ENVIRONMENT/indicators.htm, atualizadoem 2002)
Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 210
INTERNATIONAL INSTITUTE FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT - IISD/ CONSULTATIVE GROUP ON SUSTAINABLE DEVELOPMENT INDICATORS - CGSDI (s.d.) The Dashboard of Sustainability. (Site Internet http://iisd1.iisd.ca/cgsdi/dashboard.htm, consultado em julho de 2002, sem data de atualização).
MEADOWS, D. Indicators and information systems for sustainable development. A report to The Balaton Group. The Sustainability Institute, 1998.
MOLDAN, B.; BILLHARZ, S. (editors). Sustainability Indicators: Report of the project on Indicators of Sustainable Development. SCOPE 58. John Wiley & Sons, Chichester and New York, 1997. 415 pp.
NATIONAL STRATEGIES FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT - NSSD. Pressure State Response Frameworks. s.d. (Site Internet http://www.nssd.net/references/SDInd/PSR.html. sem data de atualização).
O'CONNOR, J.C. Environmental performance monitoring indicators. In: Monitoring Progress on Sustainable Development. In: A User-Oriented Workshop, 22-23 Sept., The World Bank, Washington D.C. 1994.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. Using the Pressure-State-Response model to develop indicators of sustainability. OECD Framework for environmental indicators. OECD Environment Directorate – State of the Environment Division, Paris. 11pp. s.d.
SEGNESTAM, L. Environmental Performance Indicators: a second edition note (on the Performance Monitoring Indicators Handbook, 1996). Environment Department Paper n. 71. Environmental Economics Series. The International Bank for Reconstruction and Development (World Bank), Washington, D.C. October 1999. 52 p.
THE INTERNATIONAL BANK FOR RECONSTRUCTION AND DEVELOPMENT (THE WORLD BANK). Monitoring Environmental Progress: A Report on Work in Progress. Washington, D.C.: The World Bank, October 1995. 96 pp.
THOMAS, C.; TENNANT, T.; ROLLS, J. The GHG Indicator: UNEP Guidelines for Calculating Greenhouse Gas Emissions for Businesses and Non-Commercial Organisations. UNEP Financial Services Initiatives. June 2000.
U.S. INTERAGENCY WORKING GROUP ON SUSTAINABLE DEVELOPMENT INDICATORS. Sustainable Development in the United States: An Experimental Set of Indicators. SDI Group Report. Washington, D.C., September 2001.
UNITED KINGDOM GOVERNMENT. A better quality of life: A strategy for sustainable development for the UK. Cm 4345. The Stationery Office, London. 1999.
UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME - UNDP. Human Development Report . 1990.
UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME - UNEP. World Environment Outlook: Brainstorming Session. ENEP/EAMR. 94-5. Env. Assessm. Prog., Nairobi. 18 pp. 1994.
VINOGRAD, M. Environmental indicators for Latin American and the Caribbean: toward land use sustainability. World Resources Institute (WRI), Washington D.C., 1995. 84 pp.
Apêndice 1 - Normalização de alguns métodos de avaliação ambiental existentes 1
APÊNDICE 1
NORMALIZAÇÃO (RECATEGORIZAÇÃO DOS ITENS AVALIADOS) DOS SISTEMAS BREEAM, HKBEAM, LEEDTM, MSDG, GBTOOL E CASBEE.
Categorias
Qualidade da implantação BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE
BREEAM transporte (120) + uso do solo (32) + ecologia terreno (96) + (stormwater/runoff para rede pública (14))
262/1062 (24,67%)
2/59 (3,39%)
14/69 (20,29%)
17/100 (17%)
(8,75%)
25/220 1,1
(pond) (3,03%)
HKBEAM transporte (2)
LEEDTM transporte (4)+ uso do solo (3) + ecologia (2) + poluição luminosa (1) + gestão stormwater (2) + paisagismo (2)
MSDG transporte (2) + uso do solo (3) + biodiversidade e ecologia (3) + gestão site water (5) + projeto implantação ambientalmente responsável (2) + plantas nativas (2)
GBTool (ponderado)
transporte (0% - ainda não operacional) + uso do solo (2,2%) + ecologia (2,8%) + redução impactos ambientais no terreno e propriedades adjacentes (2,5%) + gestão stormwater (1,25%)
CASBEE (ponderado)
manutenção e criação de ecossistemas (5/220*0,45*0,15); Paisagem (5/220*0,35*0,15); Características locais e culturais (5/220*0,2*0,15); Efeito de ilhas de calor (5/220*0,25*0,2); Carga em infra-estrutura local (5/220*0,1*0,2)
Gestão do uso de água BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE
BREEAM consumo água (18) + medição individual (6) + detecção de vazamentos (6) + válvulas de fechamento (shut off) (6) + procedimentos manutenção (6) + monitoramento (6)
48/1062 (4,52%)
2/59 (3,39%)
05/69 (7,25%)
5/100 (5%)
(4%)
10/220 3,3 (pond) (9,08%)
HKBEAM conservação (2)
LEEDTM paisagismo (2)+ conservação (1)+ reutilização inovadora (2)
MSDG reuso águas cinza (gray water) (2) + tratamento biológico de resíduos (1) +
Capítulo 5 - Estruturando um sistema de avaliação de sustentabilidade de edifícios: o que avaliar? 2
conservação no edifício (1) e na torre de resfriamento (1)
GBTool (ponderado)
consumo de água potável (4%)
CASBEE (ponderado)
conservação de água (5/220**0,4*0,3), uso de greywater e/ou água da chuva (5/220**0,6*0,3)
Gestão do uso de energia BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE
BREEAM medição individualizada (submetering) (16) + política de uso de energia (8) + auditoria de uso de energia (8) + disseminação de resultados (8) + monitoramento de CO2 (24) + consumo inferior ao benchmark (8) + programação de operação e manutenção (16)
88/1062 (8,29%)
21/59 (35,59%)
15/69 (21,74%)
26/100 (26%)
(4%)
30/220 3,5 (pond) (9,63%)
HKBEAM consumo de energia (13) + redução pico de demanda (3) + banimento substâncias ODP (5)
LEEDTM otimização desempenho (10) + energia renovável (4) + redução substâncias ODP (HVAC e halons) (1)
MSDG posicionamento e configuração do edifício (2) + desempenho térmico envelope (2) + integração de iluminação natural (2) + sistemas eficientes de iluminação artificial (2) + maximizar desempenho sistemas mecânicos (2) + equipamentos e dispositivos eficientes (1) + fontes alternativas de energia (3) + redução uso energia (12)
GBTool (ponderado)
energia incorporada nos materiais (2%) + consumo de energia durante operação (2%)
CASBEE (ponderado)
carga térmica do edifício (5/220*0,3*0,5); Uso de energia natural (10/220*0,2*0,5); Eficiência dos sistemas prediais (5/220*0,3*0,5); Operação eficiente (10/220*0,2*0,5)
Gestão de materiais e (redução de) resíduos BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE
BREEAM não uso de asbestos (8) + atender a Green Guide Specifications (32) + madeira certificada (16) + reuso edifício (16) +uso agregado reciclado (8) + informação sobre presença de materiais perigosos (8) + espaço dedicado à armazenagem e coleta de recicláveis (8) + política de reciclagem (8)
104/1062 (9,79%)
11/59 (18,6%)
13/69 (18,84%)
26/100 (26%)
(12%)
30/220 7,65 (pond) (21,05%)
HKBEAM uso de madeira (3) + instalações/facilidades para reciclagem (1) + uso reciclados (4) + efluentes líquidos (descarga de água de construção residual (1) + acesso veicular para coleta de resíduos para disposição (2)
LEEDTM reuso edifício (3) + reuso materiais (2) + conteúdo reciclado (2) + materiais locais (2) + e rapidamente renováveis (1) + madeira certificada (1) + gestão RCD (2)
Capítulo 5 - Estruturando um sistema de avaliação de sustentabilidade de edifícios: o que avaliar? 3
MSDG baixo impacto (3) + materiais reutilizados e/ou remanufaturados (2) + produtos com conteúdo reciclado (1) + renováveis (1) + locais (1) + baixa emissão de VOC (3) + duráveis (1) + recicláveis (2) + reuso edifício (3) + projeto para reduzir uso de materiais (2) + projeto para desmontagem/demolição (2) + gestão de resíduos (reuso e reciclagem de resíduo de demolição; redução e reciclagem de resíduos de construção, embalagem e produzidos pelos usuários; redução e disposição adequada de resíduos perigosos) – (5)
GBTool (ponderado)
reuso edifício (1,6%) + envio de materiais existentes para reciclagem off site (1,4%) + reuso de material vindos off site (1,3%) + madeira certificada (1,3%) + materiais com conteúdo reciclável (1,3%) + efluentes líquidos (água residual sanitária) – 1,25%) + manuseio adequado de materiais perigosos resultantes de RCD (1,25%) + gestão de resíduos sólidos (2,5%)
CASBEE (ponderado)
materiais ambientalmente saudáveis (30/220*0,85*0,3)
Cargas ambientais/Prevenção de Poluição BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE
BREEAM substâncias com potencial de dano à camada de ozônio - ODP (70), NOx (70) + emissão de CO2 pelo uso de energia para operação(120)
260/1062 (24,48%)
2/59 (3,39%)
(0%)
(0%)
(16,25%
)
15/220 0,45 (pond) (1,24%)
HKBEAM ruído durante construção (1) + ruído proveniente do edifício (1)
LEEDTM
MSDG
GBTool (ponderado)
GHG (CO2) incorporado nos materiais (3,125%) + emissões produzidas pela operação do edifício: GHG (CO2) (3,125%) + substâncias ODP (3,75%) + acidificantes (2,5%) + fotooxidantes (3,75%) + com potencial eutroficante (0% - ainda não operacional)
CASBEE (ponderado)
edifício gerando: poluição do ar (5/220*0,25*0,2); Ruído e odores (10/220*0,1*0,2)
Gestão ambiental (do processo) BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE
BREEAM verificação de conformidade de desempenho pré-entrega (commissioning) (30) + política ambiental da companhia (30) e política ambiental de compras (30) + sistema de gestão ambiental (30) + manual de operação do edifício (30)
150/1062 (14,12%)
5/59 (8,47%)
07/69 (10,14%) -
(0%)
(10%)
0/220 (0%)
HKBEAM verificação de conformidade de desempenho pré-entrega (commissioning) (3) + operação e manutenção (2)
LEEDTM inovação e processo de projeto (5) + verificação de conformidade de desempenho pré-entrega (commissioning) (1) + Mensuração & verificação de
Capítulo 5 - Estruturando um sistema de avaliação de sustentabilidade de edifícios: o que avaliar? 4
desempenho (1)
MSDG
GBTool (ponderado)
planejamento do processo de construção (3,5%) + ajuste de desempenho (Performance Tuning - commissioning) (3,5%) + planejamento da operação do edifício (3%)
CASBEE (ponderado)
Gestão da qualidade do ambiente interno BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE
BREEAM prevenção legionella em sistemas prediais (12) e torres de resfriamento (6) + IAQ e ventilação (24) + conforto luminoso (24) e acesso a vistas (6) + conforto térmico (6) + conforto acústico (6) + programação de manutenção (30) + inspeção de segurança de sistema domésticos de água quente (dhws) (6) + pesquisa de satisfação usuários (12)
132/1062 (12,43%)
16/59 (27,12%)
13/69 (18,84%)
24/100 (24%)
(23%)
65/220 8,125
(pond) (22,35%)
HKBEAM contaminação biológica + legionella de torres de resfriamento (2) + equipamento de medição e monitoramento (3) + IAQ (5) + VOCs e materiais perigosos (2) + conforto luminoso (2) + conforto acústico (2) (Nota: de conforto térmico só aparece ventilação, dentro de IAQ!)
LEEDTM monitoramento CO2 (1) + ventilação (1) + plano IAQ durante a construção (2) + VOC (4) + poluentes químicos (1) + conforto térmico (2) + luz natural e acesso a vistas (2)
MSDG ambiente limpo e saudável (3) + controle de umidade (3) + ventilação para controle de poluentes e conforto térmico (6) + conforto térmico (3) + iluminação eficiente (3) e acesso a vistas (3) + conforto acústico (3)
GBTool (ponderado)
IAQ e ventilação (6%) + conforto térmico (5%) + iluminação natural e artificial (5%) + conforto acústico (Noise and Acoustics) (3%) + poluição eletromagnética (1%) + privacidade e acesso a luz do sol e vistas (3%)
CASBEE (ponderado)
ruído e acústica (15/220*0,15*0,5); Conforto térmico (15/220*0,35*0,5); Iluminação (20/220*0,25*0,5); Qualidade do ar (15/220*0,25*0,5)
Qualidade dos serviços BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE
BREEAM controlabilidade luz, temp e janelas (18) 18/1062 (1,7%)
(0%)
02/69 (2,9%)
2/100 (2%)
(12%)
45/220 2,22 (pond) (33,62%)
HKBEAM
LEEDTM controlabilidade (2)
Capítulo 5 - Estruturando um sistema de avaliação de sustentabilidade de edifícios: o que avaliar? 5
MSDG projeto para adaptabilidade (2)
GBTool (ponderado)
flexibilidade e adaptabilidade (3,75%) + controlabilidade dos sistemas (3,75%) + manutenção do desempenho (3%) + qualidade dos serviços (amenities) e desenvolvimento no terreno (0,75%) + impacto na qualidade dos serviços do terreno e propriedades adjacentes (0,75%)
CASBEE (ponderado)
serviceability (funcionalidade, aconchego) (10/220*0,4*0,35); Durabilidade (10/220*0,25*0,35); Flexibilidade e adaptabilidade (15/220*0,35*0,35) + Acesso a ventilação (5/220*0,2*0,2); Acesso a iluminação (5/220*0,1*0,2)
Desempenho Econômico BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE
BREEAM (0%)
(0%)
(0%)
(0%)
(10%)
(0%)
HKBEAM
LEEDTM
MSDG
GBTool (ponderado)
Desempenho econômico (10%)
CASBEE (ponderado)
Total de pontos (ou %) disponível 1062 pts 59 pts 69 pts 100% 100% 220 pts (pond 36,35)
APÊNDICE 2
PRINCIPAIS INICIATIVAS INTERNACIONAIS DE DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE (ESFERA DAS NAÇÕES).
Organização/ iniciativa
Publicação/data Foco/objetivo Estrutura analítica específica
Human Development Report
United Nations Development Programme - UNDP,1990
Índice de Desenvolvimento Humano combina indicadores de longevidade, educação e padrão de vida (índice social), para monitorar Progresso ou declínio no desenvolvimento humano.
World Resources Institute (WRI)
HAMMOND et al., 1994
VINOGRAD, 1995 Indicadores ambientais (biodiversidade, indicadores georeferenciados e fluxos de materiais)
Ecological Footprint
WACKERNAGEL;REES, 1995 Indicador de sustentabilidade Relacionar área produtiva e água necessárias para manter padrões de consumo urbano
OECD Core set of environmental indicators
OECD, 1993 ~50 indicadores ambientais para medir progresso ambiental
PSR x indicadores sócio-econômicos, setoriais e de contexto
Outros indicadores ambientais da OECD
Indicadores ambientais
§ setoriais
derivados de contabilidade ambiental Integrar questões ambientais e políticas setoriais
Integrar a tomada de decisão ambiental e econômica
Relatar o estado do ambiente
State-response (PSR, DSR...)
United Nations Environment Programme
BAKKES et al. , 1994
THOMAS;TENNANT;ROLLS, 2000
Indicadores ambientais
Environment Statistics Section of the United Nations Statistics Division
UNSD/IWGAES1 (1995) Indicadores de desenvolvimento
sustentável FDES x Agenda 21
World Bank environmental indicators
World Bank, 1995 Indicadores ambientais/sociais
Indicadores vinculados a metas de sustentabilidade (indicadores de desempenho)
Conceito de riqueza das nações inclui capitais humano, produzido pelo homem, natural e social
PSR x critérios sociais, econômicos e institucionais
CSD Working List of Indicators of Sustainable Development
United Nations Department of Economic and Social Affairs - UNDSD/DESA, 1996
(Programa de Trabalho em Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – 1995 a 2000)
134 indicadores de desenvolvimento sustentável + f ichas metodológicas, para tornar indicadores de desenvolvimento sustentável acessíveis aos agentes de decisão em nível nacional
DSR x capítulos da Agenda 21
1 Inter-governmental Working Group on the Advancement of Environment Statistics.
Apêndice 2 – Principais iniciativas internacionais de desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade 2
Organização/ iniciativa
Publicação/data Foco/objetivo Estrutura analítica específica
Scientific Committee on Problems of the Environment (SCOPE)
MOLDAN;BILLHARZ, 1997 Indicadores de desenvolvimento sustentável
Expanding the measure of wealth. Indicators of environmentally sustainable development.
World Bank, 1997 Indicadores ambientais/sociais
Novas estimativas de riqueza nacional
Análise detalhada de mudanças em subsídios com conseqüências ambientais
Progresso no conceito de capital social
Expandir o conjunto de indicadores do World Development Indicators
Continuidade do trabalho em contabilidade de recursos e indicadores de sustentabilidade.
The Balaton Group
MEADOWS, 1998 Indicadores de desenvolvimento sustentável
CSD Theme Indicator Framework
United Nations Department of Economic and Social Affairs - UNDSD/DESA, 1999
57 indicadores de desenvolvimento sustentável, arranjados em 15 temas e 38 sub-temas, para tornar Indicadores de desenvolvimento sustentável acessíveis aos agentes de decisão em nível nacional
Estrutura Temática (indicadores segundo quatro dimensões principais: aspectos econômicos, ambientais, sociais e institucionais)
World Bank Environmental Performance indicators
SEGNESTAM, 1999
monitorar e avaliar os efeitos ambientais (desempenho) de atividades apoiadas pelo World Bank
input-output-impact x temas ambientais representativos para o World Bank
European Environment Agency
EEA, 1999 Indicadores ambientais DPSIR
Towards Environmental Pressure Indicators
Eurostat, 1999 Indicadores ambientais
60 indicadores ambientais ( pressão humana sobre o ambiente ). Descrição abrangente das atividades humanas mais importantes que tem efeito negativo s obre o ambiente.
DPSIR
Sustainable Development in the United States, An Experimental Set of Indicators (report)
SDI Group2 (1998; 2001) indicadores de desenvolvimento
sustentável para os Estados Unidos
(www.sdi.gov)
Dashboard of Sustainability
JRC3/CGISD
4 do IISD
5, 2001 Apresentação gráfica de indicadores de
desenvolvimento sustentável
Environmental pressure indicators for the EU - 1985-1998
Eurostat, 2001 Indicadores ambientais
48 indicadores cobrindo as mais importantes pressões humanas sobre o ambiente, mostrando tendências e a contribuição dos
DPSIR
2 Interagency Working Group on Sustainable Development Indicators.
3 Joint Research Centre (http://earthwatch.unep.net/indicators/index.html#European Commission, Joint Research)
4 Consultative Group on Sustainable Development Indicators (http://iisd1.iisd.ca/cgsdi/)
5 International Institute for Sustainable Development.
Apêndice 2 – Principais iniciativas internacionais de desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade 3
Organização/ iniciativa
Publicação/data Foco/objetivo Estrutura analítica específica
diferentes setores da economia nestas pressões.
Energy and environment indicators
Eurostat, 2002 Mais de 80 indicadores ambientais (relacionados a energia) res pondem à demanda da do Conselho de Energia da união Européia feita em 1999.
Dados agregados, calculados para os 15 países da União Européia, com séries de dados até 2000.
DPSIR
Key ‘headline’ indicators of sustainable development
UK GOVERNMENT, 1999 Indicadores de desenvolvimento sustentável para o Reino Unido
15 indicadores -chave de desenvolvimento sustentável
+ 147 indicadores nacionais (core set)
+29 indicadores locais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKKES, J. A.; VAN DEN BORN, G.J.; HELDER, J.C.; SWART, R.J.; HOPE, C.W.; PARKER, J.D.E. An Overview of Environmental Indicators: State of the art and perspectives. RIVM/UNEP. UNEP/EATR.94-01. 1994.
EUROPEAN ENVIRONMENT AGENCY – EEA (1999). Environmental indicators: typology and overview. Technical report No 25. Copenhagen, 1999. 19 pp.
EUROPEAN UNION STATISTICAL OFFICE- EUROSTAT. Energy and environment indicators - 1985 - 2000. EUROSTAT, Luxembourg, 2002.
EUROPEAN UNION STATISTICAL OFFICE- EUROSTAT. Environmental pressure indicators for the EU - 1985 - 1998. EUROSTAT, Luxembourg, 2001. 2 ed.
EUROPEAN UNION STATISTICAL OFFICE- EUROSTAT. Towards Environmental Pressure Indicators. EUROSTAT, Luxembourg, 1999.
HAMMOND, A. L. et al. A systematic approach to measuring and reporting on environmental policy performance in the context of sustainable development. World Resources Institute (WRI), Washington D.C., 1994. 50 pp.
INTER-GOVERNMENTAL WORKING GROUP ON THE ADVANCEMENT OF ENVIRONMENT STATISTICS. Report of the Fourth meeting of the Inter-Governmental Working Group on the Advancement of Environment Statistics. 1995. (a lista de indicadores está disponível no site Internet http://unstats.un.org/unsd/ENVIRONMENT/indicators.htm, última atualização em 2002)
INTERNATIONAL INSTITUTE FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT - IISD/ CONSULTATIVE GROUP ON SUSTAINABLE DEVELOPMENT INDICATORS - CGSDI (s.d.) The Dashboard of Sustainability. (Site Internet http://iisd1.iisd.ca/cgsdi/dashboard.htm, consultado em julho de 2002, sem data de atualização).
MEADOWS, D. (1998). Indicators and information systems for sustainable development. A report to The Balaton Group. The Sustainability Institute, 1998.
Apêndice 2 – Principais iniciativas internacionais de desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade 4
MOLDAN, B.; BILLHARZ, S. (editors). Sustainability Indicators: Report of the project on Indicators of Sustainable Development. SCOPE 58. John Wiley & Sons, Chichester and New York, 1997. 415 pp.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. OECD Core set of indicators for environmental performance reviews. A synthesis report by the Group on the State of the Environment. Environment Monographs n. 83. 1993. 39 pp.
SEGNESTAM, L. Environmental Performance Indicators: a second edition note (on the Performance Monitoring Indicators Handbook, 1996). Environment Department Paper n. 71. Environmental Economics Series. The World Bank, Washington, D.C. October 1999. 52 p.
THE WORLD BANK. Expanding the measure of wealth. Indicators of environmentally sustainable development. (Work in progress for public discussion) Environmentally Sustainable Development Studies and Monographs Series, Number 17. The World Bank, Washington, D.C. June 1997. 122pp.
THE WORLD BANK. Monitoring Environmental Progress: A Report on Work In Progress. ESD - Environmentally Sustainable Development. The World Bank, Washington, D.C. 1995. 82 p.
THOMAS, C.; TENNANT, T.; ROLLS, J. The GHG Indicator: UNEP Guidelines for Calculating Greenhouse Gas Emissions for Businesses and Non-Commercial Organisations. UNEP Financial Services Initiatives. June 2000.
U.S. INTERAGENCY WORKING GROUP ON SUSTAINABLE DEVELOPMENT INDICATORS. Sustainable Development in the United States: An Experimental Set of Indicators. SDI Group Report. Washington, D.C., September 2001.
UNITED KINDOM GOVERNMENT A better quality of life: A strategy for sustainable development for the UK. Cm 4345. The Stationery Office, London. 1999.
UNITED NATIONS DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS - UNDSD/DESA . CSD Working List of Indicators of Sustainable Development. 1996. (a lista está disponível no site Internet http://www.un.org/esa/sustdev/indisd/english/worklist.htm, sem data de atualização).
UNITED NATIONS DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS. UN CSD Theme Framework and Indicators of Sustainability. Final Draft. PriceWaterhouseCoopers for Division for Sustainable Development, November 18, 1999.
UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME - UNDP. Human Development Report . 1990.
VINOGRAD, M. Environmental indicators for Latin American and the Caribbean: toward land use sustainability. World Resources Institute (WRI), Washington D.C., 1995. 84 pp.
WACKERNAGEL, M; REES, W. Our ecological footprint: reducing human impact on the Earth. The new catalyst bioregional series, v.9. New Society Publishers, Gabriola Island, B.C., Canada. 160 pp. 1995.
APÊNDICE 3
ESTRUTURA DA UN WORKING LIST OF INDICATORS OF SUSTAINABLE DEVELOPMENT, (A PARTIR DE UNDSD/DESA, 1996)
Capítulos da Agenda 21 Indicadores DRIVING FORCE
Indicadores STATE
Indicadores RESPONSE
Categoria: Aspectos Sociais
Capítulo 3: Combate à pobreza
Capítulo 5: Dinâmica demográfica e sustentabilidade
Capítulo 36: Promoção da educação, conscientização pública e treinamento
Capítulo 6: Proteção e promoção da saúde humana
Capítulo 7: Promoção do desenvolvimento sustentável de assentamentos humanos
Categoria: Aspectos Econômicos
Capítulo 2: Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável em países e políticas domésticas relacionadas
Capítulo 4: Alteração de padrões de consumo
Capítulo 33: Recursos e mecanismos financeiros
Capítulo 34: Transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e capacitação
Categoria: Aspectos Ambientais
Capítulo 18: Proteção da qualidade e suprimento de recursos de água doce
Capítulo 17: Proteção dos oceanos, mares e areas costeiras
Capítulo 10: Abordagem integrada do planejamento e gerenciamento de recursos de solo
Capitulo 12: Gerenciamento de ecossistemas frágeis: combate à desertificação e seca
Capítulo 13: Gerenciamento de ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável de áreas montanhosas
Capítulo 14: Promoção de agricultura e desenvolvimento rural sustentáveis
Capítulo 11 : Combate ao desmatamento
Capítulo 15: Conservação de diversidade biológica
Apêndice 3 – UN Working List of Indicators of Sustainable Development 2
Capitulo 16: Gerenciamento ambientalmente saudável de biotecnologia
Capítulo 9: Proteção da atmosfera
Capítulo 21: Gerenciamento ambientalmente saudável de resíduos sólidos e aspectos relacionados a esgoto
Capítulo 19: Gerenciamento ambientalmente saudável de substâncias químicas tóxicas
Capítulo 20: Gerenciamento ambientalmente saudável de resíduos perigosos
Capítulo 22: Gerenciamento seguro e ambientalmente saudável de resíduos radioativos
Categoria: Aspectos Institucionais
Capítulo 8: Integração de aspectos ambientais e de desenvolvimento na tomada de decisão
Capítulo 35: Ciência para desenvolvimento sustentável
Capítulo 37: Mecanismos nacionais e cooperação internacional para capacitação em países em desenvolvimento
Capítulo 38: Arranjos institucionais internacionais
Capítulo 39: Instrumentos e mecanismos legais internacionais
Capítulo 40: Informação para tomada de cedisão
Capítulo 23-32: Fortalecimento do papel dos agentes/grupos principais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNITED NATIONS DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS - UNDSD/DESA . CSD Working List of Indicators of Sustainable Development. 1996. (a lista está disponível no site Internet http://www.un.org/esa/sustdev/indisd/english/worklist.htm, sem data de atualização).
APÊNDICE 4
CSD THEME INDICATOR FRAMEWORK (UNDSD, 2001).
Aspectos Sociais
Tema Sub-tema Indicador
Percentagem da população vivendo abaixo da linha da pobreza
Índice Gini - expressão de desigualdade na distribuição (=concentração) de renda
Pobreza (3)
Taxa de desemprego
Igualdade
Igualdade de gênero (24) Relação entre salário médio de homens e de mulheres
Estado nutricional Estado nutricional de crianças
Taxa de mortalidade abaixo de 5 anos de idade Mortalidade
Expectativa de vida
Condições sanitárias Percentagem da população com facilidades adequadas para disposição de esgoto
Água potável População com acesso a água potável
Porcentagem da população com acesso a facilidade de atendimento médico básico
Imunização contra doenças infecciosas infantis
Saúde (6)
Atendimento médico
Taxa de prevalência de contraceptivos (porcentagem de mulheres em idade reprodutiva que utiliza algum método contraceptivo)
Crianças alcançando a 5a série do primeiro grau Nível de escolaridade
Nível de adultos alcançando a educação secundária
Educação (36)
Alfabetização Taxa de alfabetização de adultos
Habitação (7) Condições de vida Área construída por pessoa
Segurança Criminalidade (36, 24) Número de crimes registrados por cada 100.000 habitantes
Taxa de crescimento populacional População (5) Mudança de população
População de assentamentos urbanos formais e informais
Aspectos Ambientais
Tema Sub-tema Indicador Mudança climática Emissão de gases causadores de efeito estufa
Dano à camada de ozônio Consumo de substâncias nocivas à camada de ozônio
Atmosfera (9)
Qualidade do ar Concentração ambiental de poluentes do ar em zonas urbanas
Área arável e de pecuária permanente
Uso de fertilizantes
Solo (10) Agricultura (14)
Uso de pesticidas agrícolas
Apêndice 4 – United Nations CSD Theme Indicator Framework 2
Área de florestas, em percentagem de área de solo
Florestas (11)
Intensidade de exploração madeireira
Desertificação (12) Solo afetado por desertificação
Urbanização (7) Área de assentamentos urbanos formais e informais
Concentração de algas em águas costeiras Zona costeira
Percentagem da população total vivendo em áreas costeiras
Oceanos, mares e costas (17)
Pesca Quantidade de pesca anual das principais espécies
Quantidade de água Redução anual de água superficial e subterrânea, em percentagem da água total disponível
Demanda bioquímica por oxigênio em corpos d´água
Água doce (18)
Qualidade da água
Concentração de coliformes fecais em água doce
Área de ecosistemas -chaves selecionados Ecosistemas
Área protegida em % da area total
Biodiversidade (15)
Espécies Abundância de espécies -chaves selecionadas
Aspectos Econômicos
Tema Sub-tema Indicador PIB per capita Desempenho econômico
Parcela de investimento em % PIB
Comércio Balança comercial em mercadorias e serviços
Relação débito externo/PIB
Estrutura econômica (2)
Status financeiro (33)
Total de auxílios oficiais para o desenvolvimento (ODA) dado ou recebido, em porcentagem do PIB
Consumo de materiais Intensidade de uso de materiais
Consumo anual de energia per capita
Parcela de consumo de recursos de energia renovável
Uso de energia
Intensidade de uso de energia
Geração de resíduos industriais e de resíduos sólidos municipais
Geração de resíduos perigosos
Geração de resíduos radioativos
Geração e gestão de resíduos (19-22)
Reciclagem e reuso de resíduos
Padrões de consumo e produção (4)
Transporte Distância percorrida per capita por modo de transporte
Aspectos Institucionais
Tema Sub-tema Indicador Implementação estratégica de desenvolvimento sustentável (8)
Estratégia nacional para o desenvolvimento sustentável
Estrutura institucional (38, 39)
Cooperação internacional Implementação de acordos internacionais ratificados
Capacidade institucional (37)
Acesso a informação (40) Número de assinantes de Internet em cada 1.000 habitantes
Apêndice 4 – United Nations CSD Theme Indicator Framework 3
Infraestrutura de informação (40)
Linhas telefônicas em cada 1.000 habitantes
Ciência e Tecnologia (35) Gastos em P&D, em % do PIB
Preparo para reagir a desastres
Perdas humanas e econômicas devido a desastres naturais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNITED NATIONS DIVISION OF SUSTAINABLE DEVELOPMENT - UNDSD. Indicators of sustainable Development: Framework and methodologies. Background Paper n.3. DESA/DSD/2001/3. April 2001. 294 pp. (também disponível no site Internet http://www.un.org/esa/sustdev/indisd/isdms2001/table_4.htm, atualizado em 06/09/2001)
APÊNDICE 5
O MODELO PRESSÃO-ESTADO-RESPOSTA - PSR (OECD, 1991)
O modelo pressão-estado-resposta (Pressure-State-Response) ou PSR (Figura 1) é uma
adaptação feita no âmbito da OECD (1991; 1993) do modelo stress-response proposto em
1979 por Tony Friend e David Rapport para analisar as interações entre pressões ambientais,
o estado do ambiente e respostas ambientais.
O modelo PSR baseia-se no conceito de causalidade, isto é: as atividades humanas exercem
pressões sobre o ambiente (como emissões poluentes e alteração no uso do solo) que
induzem alterações no estado do ambiente, isto é: mudam a quantidade e a qualidade dos
recursos naturais. Diante destas mudanças, a sociedade responde às alterações nas pressões
ou no estado do ambiente através de políticas ambientais, econômicas e setoriais, de
programas para evitar, reduzir ou mitigar pressões ou danos ambientais e de mudanças de
conscientização e comportamento (OECD, s.d.).
Figura 1 – Modelo Pressão-Estado-Resposta - PSR (OECD, s.d.).
Da perspectiva de políticas públicas, os indicadores de pressão são normalmente
considerados como o ponto de partida para lidar como aspectos ambientais, e, do ponto de
vista de indicadores, são normalmente os mais facilmente disponíveis para análise, uma vez
Pressão
Pressões indiretas
Atividades Humanas § energia § transporte § indústria § agricultura
§ outros
Estado do ambiente e de recursos naturais
Condições e tendências § ar, água § solo § fauna § rec. naturais § saúde humana § condições de vida
Agentes econômicos e ambientais § administrações § famílias § corporações § nacional
§ internacional
Estado Resposta
informação
decisões/ações
(respostas sociedade)
Pressões Diretas
geração poluentes/resíduos
recursos
informação
decisões/ações
(respostas sociedade)
Apêndice 5 – O modelo pressão-estado-resposta - PSR 2
que podem ser derivados de base de dados sócio-econômicas, ambientais e outras bases de
monitoramento.
Estado refere-se à condição do ambiente resultante das pressões, como por exemplo: os
níveis de poluição do ar, desmatamento ou degradação do solo. O estado do ambiente, por
sua vez, afeta a saúde e o bem-estar humanos, assim como o tecido sócio-econômico da
sociedade. Por exemplo: o aumento na degradação do solo levará a um ou a uma
combinação de: redução na produção de alimentos, aumento de importação de alimentos,
aumento no uso de fertilizantes, desnutrição etc. Estes indicadores devem ser projetados
para responder às pressões e, ao mesmo tempo, facilitar a ação corretiva.
O componente de respostas relaciona as ações da sociedade para mitigar ou evitar impactos
ambientais negativos, corrigir danos existentes ou conservar recursos naturais. Estas
respostas podem incluir ação regulamentadora, investimento ambiental ou em pesquisa,
opinião pública ou preferência de consumo responsável, alterações em estratégias de gestão,
geração de informação ambiental etc. As respostas devem ser projetadas para atuar sobre as
pressões identificadas, mas podem também modificar os indicadores de estado (NSSD, s.d.).
O modelo PSR é largamente aceito e utilizado para estudo de problemas ambientais.
Conforme o objetivo e a necessidade da aplicação, o modelo PSR pode ser ajustado para
proporcionar uma análise mais abrangente ou detalhar um ponto específico. As suas
atualizações e modificações posteriores surgiram da dificuldade de diferenciar entre
indicadores de pressão e indicadores de estado; e principalmente, da necessidade de
expandir a estrutura original para descrever e acomodar as múltiplas dimensões do
desenvolvimento sustentável. Apenas para citar algumas propostas de modificação do
modelo PSR, a EPA (1994) propôs ampliar a estrutura para incluir os efeitos das alterações
do estado do ambiente (pressure-state-response/effects). O United Nations Environment
Programme - UNEP (1994) discutiu o desenvolvimento de um modelo pressure-state-
impact-response (PSIR) e O'Connor (1994) modificou o modelo PSR para desenvolver uma
“matriz de sustentabilidade”.
A experiência da OECD no desenvolvimento de indicadores, particularmente a estrutura
PSR, influenciou ou foi de alguma maneira adaptada em diversos trabalhos similares
subseqüentes.
Apêndice 5 – O modelo pressão-estado-resposta - PSR 3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY - EPA. A Conceptual Framework to Support the Development and Use of Env ironmental Information. Environmental Statistics and Information Division. Office of Policy, Planning and Evaluation. EPA 230-R-94-012. USEPA, Washington D.C., 1994.
NATIONAL STRATEGIES FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT - NSSD. Pressure State Response Frameworks. s.d. (Site Internet http://www.nssd.net/references/SDInd/PSR.html. sem data de atualização).
O'CONNOR, J.C. Environmental performance monitoring indicators. In: Monitoring Progress on Sustainable Development. In: A User-Oriented Workshop, 22-23 Sept., The World Bank, Washington D.C. 1994.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. OECD Core set of indicators for environmental performance reviews. a synthesis report by the Group on the State of the Environment. Environment Monographs n. 83. 1993. 39 pp.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. OECD Council Recommendation on Environmental Indicators and Information. 1991.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. Using the Pressure-State-Response model to develop indicators of sustainability. OECD Framework for environmental indicators. OECD Environment Directorate – State of the Environment Division, Paris. 11pp. s.d.
UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME - UNEP. 1994. World Environment Outlook: Brainstorming Session. ENEP/EAMR. 94-5. Env. Assessm. Prog., Nairobi. 18 pp.
APÊNDICE 6
ESTRUTURAS ANALÍTICAS FDES1 E FISD, UTILIZADAS PELA UNITED NATIONS STATISTICAL DIVISION - UNSTAT.
A Framework for the Development of Environmental Statistics (FDES) (UNSTAT, 1984) é
uma matriz que organiza horizontalmente as categorias de info rmação (atividades sócio-
econômicas; impactos e efeitos; respostas; inventários, estoques e condições anteriores) e
verticalmente os grupos de indicadores. Neste caso, foram seguidos os temas da Agenda 21
(aspectos sociais e demográficos; recursos naturais, assentamentos humanos e desastres
naturais).
Tabela 1 – Framework for the Development of Environmental Statistics (FDES).
Categorias de informação FDES
Componentes ambientais
A. Atividades sócio-
econômicas, eventos
B. Impactos e efeitos
C. Respostas aos impactos
D. Inventários, estoques, contexto
1. Flora 2. Fauna 3. Atmosfera 4. Água
Água doce Água do mar
5. Solo a) camada superficial b) abaixo da superfície
6. Assentamentos humanos
A Framework for Indicators of Sustainable Development (FISD) combina os temas da
Agenda 21 da ONU com a FDES, reconhecida internacionalmente. A FISD foi utilizada
como um primeiro passo de organização de indicadores de sustentabilidade, que
oportunamente evoluiria para conter uma lista padrão de indicadores.
1 http://unstats.un.org/unsd/ENVIRONMENT/indicators.htm, consultado em julho de 2002, atualizado em 2002.
Apêndice 6 – Estruturas FDES e FISD 2
Tabela 2 – Framework for Indicators of Sustainable Development (FISD).
Categorias de informação FISD Temas da Agenda 21 A. Atividades
sócio-econômicas,
eventos
B. Impactos e efeitos
C. Respostas aos impactos
D. Inventários, estoques, contexto
Aspectos econômicos
Aspectos Sociais/demográficos
Ar/clima
Solo
Água
Outros recursos naturais
Resíduos
Assentamentos humanos e desastres naturais
Apoio institucional
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNITED NATIONS STATISTICAL DIVISION - UNSTAT. A Framework for the Development of Environment Statistics. 1984.
BARTELMUS, P. Quantitative aspects of sustainable development. In: “Statistics for Environmental Policy” Course, Chapter 2: Quantitative Aspects of Sustainable Development. The Munich Centre for Advanced Training, Munich, p. 6-16, 1997.
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 1/19
APÊNDICE 7
LISTA DE INDICADORES (REVISADA APÓS CONSULTA PÚBLICA)
A lista de indicadores apresentada a seguir resulta da revisão feita na lista preliminar submetida à consulta às partes interessadas. As porcentagens indicam os fatores de ponderação obtidos na consulta. Para alguns itens, há sugestão de pontuação na coluna de unidades (“Unid”).
G. Gestão do processo 23%
Escala do impacto
Partes interessadas
IG1. – Consideração de aspectos de gestão ambiental e sustentabilidade no planejamento do processo 56%
Unid Meta
26% OK OK OK OK
OK
IG1.1. Implantação de práticas de melhoria ambiental do projeto
• Seleção de profissionais habilitados em questões de sustentabilidade de projeto, construção e operação
• Avaliação ambiental integrada ao processo de projeto Bônus – Previsão de orçamento para a realização de simulação do desempenho energético do edifício (planejamento)
Bônus – Realização de simulação de desempenho energético para otimizar projeto (projeto) Bônus – Uso inovador de estratégias de projeto e tecnologias para sustentabilidade, em resposta a necessidades regionais
específicas, projetos e sítios especiais; inovações e tópicos emergentes de projeto para a sustentabilidade (projeto). Nota: sugestão de rever os indicadores: não há indicadores de qualidade de projeto!
s/n (1pt)
s/n (1pt)
s/n (1pt) s/n (1pt)
17% OK
OK
OK
IG 1.2. Implantação de práticas de gestão ambiental no canteiro, incluindo:
IG1.2.1 A etapa de construção está observando os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental - SGA?
• Práticas de controle ambiental implementadas para:
• controle de poluição para o ar: controle de recepção, armazenamento e manuseio de materiais
• controle de poluição sonora
• controle de poluição de corpos d´água e sobrecarga da infraestrutura de águas pluviais
• gestão de RCD IG1.2.2. Supervisão planejada no canteiro para assegurar conformidade Bônus - Diretrizes referentes a práticas de controle dos impactos da construção em sítios com valor ecológico especificadas
nos documentos de construção e acima dos exigidos pela legislação
s/n (1pt) s/n (1pt) s/n (1pt)
s/n (1pt)
s/n (1pt) s/n (1pt)
18%
OK
IG 1.3. Sistema de gestão de resíduos de uso implantado (atribuição da administração do condomínio), incluindo orientação no manual do usuário/áreas comuns para elaboração de :
• política de gestão de resíduos de uso (minimização e destinação adequada) endossada pela administração do edifício e
s/n (1pt)
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 2/19
OK OK
OK OK
disponível para todos os usuários
• ações para sensibilização de usuários para a minimização de resíduos de uso e separação para reciclagem
• procedimentos operacionais para a coleta e reciclagem de resíduos de uso (material de consumo de escritório, cobrindo papel, tonners e cartuchos de impressora e plásticos).
• condução de auditoria trimestral da geração de resíduos no uso do edifício
• disseminação trimestral de informações sobre minimização e separação de resíduos de uso
s/n (1pt)
s/n (1pt)
s/n (1pt) s/n (1pt)
21%
OK OK
OK
OK OK
IG 1.4. Sistema de gestão de uso de água implantado, incluindo orientação no manual do usuário/áreas comuns para elaboração de :
• política de conservação de água endossada pela administração do edifício e disponível para todos os usuários
• ações para sensibilização de usuários para a conservação de água
• monitoramento semanal em relação a dados históricos, com disseminação trimestral de informações sobre uso e economia de água
• condução de auditoria externa anual do uso de água do edifício
• estabelecimento e implementação de procedimentos de manutenção cobrindo todos os sistemas e equipamentos consumidores de água. Manter registros completos de manutenção.
s/n (1pt)
s/n (1pt)
s/n (1pt)
s/n (1pt) s/n (1pt)
18%
OK
OK OK
OK
OK
IG 1.5. Sistema de gestão de uso de energia implantado, incluindo orientação no manual do usuário/áreas comuns para elaboração de :
• política de conservação de energia endossada pela administração do edifício e disponível para todos os usuários
• ações para sensibilização de usuários para a conservação de energia
• monitoramento mensal em relação a dados históricos, com disseminação trimestral de informações sobre uso e economia de energia
• condução de auditoria externa anual do uso de energia do edifício
• estabelecimento e implementação de procedimentos de manutenção cobrindo todos os sistemas e equipamentos consumidores de energia. Manter registros completos de manutenção.
s/n (1pt)
s/n (1pt)
s/n (1pt)
s/n (1pt)
IG2. Integração de práticas de controle de qualidade ao processo 44% Unid Meta 33% OK
IG2.1. Controle de qualidade no projeto
IG2.1.1 Coordenação dos projetos
s/n (1pt)
22% OK
OK
IG2.2 Controle de qualidade na execução IG2.2.1 A etapa de construção está observando os requisitos de um Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ?
• Práticas de controle de qualidade implementadas
IG2.2.2 Supervisão planejada para assegurar conformidade
s/n (2pt) s/n (1pt)
25%
OK OK
IG 2.3. Planejamento da operação e manutenção do edifício
PReq - Provisão de desenhos as-built completos e manual do usuário documentado
• Treinamento do pessoal de manutenção e operação
• Estabelecimento de programa de manutenção preventiva dos sistemas e equipamentos consumidores de água e energia,
s/n (1pt)
s/n (1pt)
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 3/19
OK
incluindo checagem regular de controles, filtros e limpeza. Manter registros completos de manutenção
• Provisão de facilidades adequadas para as atividades de manutenção (acesso para inspeção e manutenção de elementos críticos, previsão de shafts , áreas técnicas e sala de controle, entre outros )
s/n (1pt)
20% OK OK
IG 2.4. Ajuste de desempenho de sistemas prediais pré-ocupação
• Realização de teste de sistemas de condicionamento e ventilação artificial
• Desenvolvimento de protocolos de verificação de conformidade de desempenho pré-entrega por profissional habilitado
s/n (1pt)
s/n (1pt)
A. Indicadores ambientais (vida útil edifício = 50 anos) 21%
Escala do impacto
Partes interessadas
IA1. Consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do edifício, por ano do ciclo de vida 52%
Unid Meta
20% OK OK OK OK
OK
IA 1.1. Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade locais IA 1.1.1 Área total de solo ocupado + afetado pelo edifício e atividades relacionadas IA 1.1.2 Área não construída, em relação à área non edificandi prescrita pela legislação local IA 1.1.3. Em sítios desenvolvidos anteriormente, área de (restauração) plantio de vegetação nativa ou adaptada, em relação à
área não construída IA 1.1.4. Em sítios não desenvolvidos anteriormente, área de perturbação (incluindo movimentos de terra e limpeza de
vegetação), em relação à área do terreno IA 1.1.5. % de área não afetada pelo empreendimento (projeção do edifício, vias de acesso e estacionamento), em que a
biodiversidade e a ecologia originais (% de árvores com diâmetro de tronco acima de 100 mm, cercas-vivas, lagoas, córregos etc) foram mantidas e adequadamente protegidas durante a construção
m2 m2 %
%
%
15%
OK
OK
OK
IA 1.2. Uso de energia durante o uso e operação do edifício
IA 1.2.2. Energia não renovável utilizada na construção do edifício (indicada no medidor), por m2 construído
IA 1.2.3. Energia não renovável utilizada na operação do edifício (indicada no medidor), por m2 construído
IA 1.2.4. Energia utilizada na operação do edifício proveniente de fontes renováveis integradas ou diretamente conectadas ao edifício (% consumo)
GJ/m2 *ano
GJ/m2 *ano
%
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 4/19
21% OK OK OK
OK
OK
OK
IA 1.3. Consumo de água e gestão de efluentes ao longo do ciclo de vida (Ver Preq) IA 1.3.1 Consumo de água na fase de canteiro, por m2 construído IA 1.3.2 Consumo de água na operação do edifício (exceto irrigação) IA 1.3.3. Consumo de água para irrigação
IA 1.3.4. Volume de água da chuva captada e utilizada para irrigação Bônus: no estado atual de conhecimento no país o reuso de água, principalmente água cinza, ainda é um aspecto complicado, mas há
vários estudos em desenvolvimento Bônus - Volume de água da chuva/água cinza captada, tratada e reutilizada na fase de canteiro (lavagem) Bônus - Volume de água da chuva/água cinza captada, tratada e reutilizada na operação do edifício (usos secundários, exceto
irrigação)
m3/m2 m3/m2 *ano m3/m2 *ano
% consumo irrigação
% consumo canteiro
% consumo operação
14%
OK
IA 1.4. Consumo de materiais de construção (discriminar segundo materiais principais: concreto; vidro; alvenaria;argamassa;alumínio) IA 1.4.1 Consumo de materiais por unidade de área útil construída (área de carpete)
kg/m2 ou m3/m2
15%
OK
OK
OK
OK
OK
OK
OK
OK
OK
OK
OK
IA 1.5. Responsabilidade no uso de materiais de construção (ver PReq) PReq - Não utilização de sistemas de combate a incêndio a base de Halon
IA 1.5.1 - Não utilização de asbestos
IA 1.5.2 - Não utilização de isolantes (ou componentes que contenham isolantes) que liberem CFCs durante a produção
IA 1.5.3 - Não utilização de refrigerantes a base de CFC no sistema de condicionamento artificial
IA 1.5.4 - Não utilização de madeiras constantes na lista de espécies ameaçadas (Portaria IBAMA 37N de 1992)
IA 1.5.5 Uso de materiais locais (<150 km) (% volume materiais totais e %custo total materiais)
• alternativa: Ton-Km de materiais principais = ton material x distância percorrida IA 1.5.6 Uso de materiais rapidamente renováveis (% volume materiais totais)
IA 1.5.7 Parcela dos elementos-chave* em madeira obtidos de fontes bem manejadas (certificadas) ou em condições de reutilização * madeira compensada e painéis compensados, esquadrias, piso, acabamentos, e construção temporária não
alugada tais como escoras e fôrmas para concreto, bandejões e barreiras de pedestres)
IA 1.5.8 Uso de materiais reutilizáveis, recicláveis ou biodegradáveis, para conservar energia incorporada e reduzir consumo de recursos naturais (% volume materiais totais).
IA 1.5.9 Uso de materiais e produtos com conteúdo reciclado (% volume materiais totais)
IA 1.5.10 Seleção de materiais usados internamente (revestimentos, isolamento, colas, adesivos e solventes, pinturas, impermeabilizantes) com base em emissão de compostos orgânicos voláteis (VOCs) e partículas respiráveis
Bônus - Reutilização de materiais e componentes em condições adequadas, para reduzir consumo de recursos naturais e energia incorporada (% volume materiais totais).
s/n (1pt)
s/n (1pt)
s/n (1pt)
s/n (1pt)
%vol e %$
ton.Km
% %
%
%
s/n (1pt)
s/n (1pt) e %
14% IA 1.6. Perdas registradas nos serviços principais (difícil mensuração no momento)
IA 2. Cargas ambientais geradas ao longo do ciclo de vida do edifício, por ano do ciclo de vida 48% Unid Meta
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 5/19
13% IA 2.1. Emissão de substâncias causadoras de Efeito Estufa (GHGs) (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA) kg CO2 eq/m2 *ano
13% IA 2.2. Emissão de substâncias que provocam Dano à Camada de Ozônio (ODS) (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA)
Nota: Item 2.2 substituído por verificação de uso de isolantes cuja produção libere CFC, refrigerantes a base de CFC e PReq de não usar sistemas de combate a incêndio a base de Halon na sessão “Materiais”
g CFC-11 eq/m2 *ano
10% IA 2.3. Emissão causadora de acidificação (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA) Nota: Substituir itens 2.1 e 2.3 por verificação de uso de boilers e geradores a base de combustíveis fósseis...
kg. SO2 eq/m2 *ano
11% IA 2.4. Emissão formadora de foto-oxidantes (formação de ozônio fotoquímico (smog)) (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA)
g etileno eq/m2 *ano
11% IA 2.5. Emissão com potencial de eutroficação (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA) Kg fosfato eq/m2 *ano
18% IA 2.6. Emissão de substâncias carcinogênicas (dano à saúde humana) (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA) teq benzeno/ m2 *ano
12%
OK OK
OK
OK
OK
OK
IA 2.7. Resíduos sólidos IA 2.7.1. % massa do material removido na limpeza do terreno que recebeu disposição adequada IA 2.7.2. % massa dos resíduos gerados por demolição (inclui desconstrução do canteiro) que foram reciclados, recuperados
para reutilização e/ou encaminhados para reciclagem ou reutilização externa
IA 2.7.3. Resíduos de construção gerados, por unidade de área útil construída e como parcela da massa de materiais
adquiridos IA 2.7.4. % massa dos RCD (fora madeira) que foram reutilizados ou reciclados dentro do próprio canteiro IA 2.7.5. % massa dos RCD (fora madeira) que foram encaminhados para reciclagem ou reutilização externa (inclui
embalagens) IA 2.7.6. % massa de madeira recuperada dos RCD para reutilização futura ou encaminhada para reutilização externa
% %
m3/m2 e % mat adq %
% %
OK OK OK
IA 2.7.4 Resíduos de uso do edifício (papel, vidro, plástico e metais) por unidade de área útil construída (anualizado) por ocupante (anualizado)
• % massa de resíduos de uso separados e encaminhados para reciclagem externa
kg/m2 * ano kg/ocup * ano
%
12% OK
OK
OK OK
IA 2.8. Efluentes IA 2.8.1 Dispositivos para tratamento de água residual do processo de construção (água res idual de concretagem, água siltosa
etc) no próprio sítio, antes de ser encaminhada à rede pública IA 2.8.2 Dispositivos para retenção, absorção ou dispos ição de água da chuva no próprio terreno
Bônus: difícil de obter para esta tipologia, mas pode ser estímulo à consideração/adoção Bônus - Dispositivos para tratamento de água da chuva no próprio terreno antes de ser lançada na rede pública Bônus - Dispositivos para tratamento de resíduos sanitários (água negra) no próprio terreno antes de ser lançada na rede
pública
s/n (1pt)
s/n (1pt) s/n (1pt) s/n (1pt)
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 6/19
S. Indicadores sociais 17%
Escala do impacto
Partes interessadas
S1. Impactos sobre os operários 30%
Unid Meta
28% OK não
pontua
IS1.1. Situação empregatícia IS1.1.1. Empregados formais/total
%
Não pontuar
OK, Não
pontua
IS1.1.2. Gastos com benefícios empregados formais (em % folha de pagamento empregados formais) %
33% OK OK
OK
IS1.2. Satisfação dos funcionários IS1.2.1. Implementação de prática para avaliação da satisfação de funcionários IS1.2.2. Satisfação média dos funcionários, estimada a partir de porcentagem satisfeita com relação a:
§ pontualidade no pagamento § pacote de salários e benefícios § saúde e segurança e qualidade do local de trabalho § igualdade de oportunidades e valorização de RH § relacionamento no longo prazo
IS1.2.3. Programa para melhoria contínua da satisfação dos funcionários
5pts s/n (1pt) (1pt) %satisfeitos %satisfeitos %satisfeitos %satisfeitos %satisfeitos s/n (1pt) (1pt)
>80% >80% >80% >80% >80%
39%
OK
OK
IS1.3. Saúde ocupacional, segurança e local de trabalho IS1.3.1. A empresa possui mecanismos para garantir que as condições de trabalho atendam ou excedam as exigências
de legislação trabalhista (quanto a infra-estrutura, limpeza, condições de trabalho, alimentação e descanso; e prevenção de acidentes e doenças do trabalho )?
• No canteiro?
• Na cadeia de fornecedores? (parte da política de homologação de fornecedores)
3pts
s/n (-1 a 1pt)
s/n (1pt)
OK IS1.3.2. Ocorrência de acidentes fatais e não fatais (incluindo trabalhadores sub-contratados), resultando em horas de trabalho perdidas
Acidentes não-fatais Acidentes fatais
Nota: no momento, o que há disponível em algumas empresas são dados de acidentes/número de funcionários
(qtd/1.000 hs trab) (qtd/1.000 hs trab)
0 0
OK IS1.3.4. Plano de Ação Emergencial, com equipamento e treinamento de funcionários sobre como proceder em caso de incidentes de emergência no local de trabalho
s/n (1pt)
S2. Impactos sobre os usuários do edifício (Qualidade do ambiente interno, qualidade dos serviços e qualidade do ambiente externo) 33% Unid Meta
41% IS2.1. Qualidade do ambiente interno
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 7/19
IS 2.1.1 Qualidade do ar e ventilação
IS 2.1.1.1 Controle de umidade
• Umidade adequada para controle de microorganismos dentro do edifício
• Spray em torres de refrigeração, água parada em ramais de distribuição de sistemas de condicionamento e ventilação artificial etc
* PReq - Controle de microorganismos na água (Legionella) § manter temperatura >50oC nos ramais de distribuição e >60oC, nos dispositivos de acumulação. § controle de temperatura da água em reservatório
IS 2.1.1.2 Controle de poluentes
• Controle de fibras minerais
• Níveis de emissões de VOC em espaços internos
• Migração de poluentes do ar entre ocupações primária e secundária (especialmente áreas de reprografia, fumantes e armazenagem de resíduos)
• Localização de pontos de tomada de ar externo para sistemas de condicionamento e ventilação artificial
• Desempenho de filtros dos sistemas de condicionamento e ventilação artificial
IS 2.1.1.3 Ventilação e renovação de ar (nas áreas de ocupação primária)
• Taxa de renovação de ar (áreas condicionadas artificialmente)
• Eficiência da ventilação natural
§ Em áreas ventiladas naturalmente com ventilação unilateral
§ Em áreas ventiladas naturalmente com ventilação cruzada
IS 2.1.2. Conforto higrotérmico (nas áreas de ocupação primária)
IS 2.1.2.1 Humidade relativa nas áreas de ocupação primária
• Desvio em relação ao benchmark de UR durante aquecimento
• Desvio em relação ao benchmark de UR durante refrigeraç ão
IS 2.1.2.2 Velocidade do ar nas áreas de ocupação primária (no nível das zonas de ocupação - ~1,70m piso)
IS 2.1.2.3 Temperatura do ar ambiente nas áreas de ocupação primária
IS 2.1.2.4 Temperatura radiante média
IS 2.1.2.5 Temperatura efetiva (integra temperatura e umidade)
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 8/19
IS 2.1.2.6 Homogeneidade de condicionamento artificial
• Assimetria radiante vertical
• Assimetria radiante horizontal
• Gradiente vertical de temperatura (faixa entre 0,10m e 1,70m)
• Diferença entre temperatura do ar e do piso (para temperatura do piso entre 19 e 29 oC)
oC oC oC oC
<10 oC
< 5 oC
< 4 oC
< 5 oC
IS 2.1.3. Conforto luminoso (nas áreas de ocupação primária)
IS 2.1.3.1 Iluminação natural nas áreas de ocupação primária
§ Etapa de projeto: % de postos de trabalho a uma certa distância da janela
§ Etapa de uso: fator de luz do dia a uma certa distância de janela (Ehi/Ehe)
% ?%
>75% a menos de 7 m da janela %
IS 2.1.3.2 Ofuscamento potencial nas áreas de ocupação primária Índice de ofuscamento. Não há consenso (vários modelos)
IS 2.1.3.3 Iluminação ambiente nas áreas de ocupação primária
§ Desvio do nível de iluminação ambiente em relação aos níveis recomendados (500 lux, NBR)
§ Homogeneidade de iluminação
o Coeficiente de uniformidade
o Fator e/h, onde e é a distância entre duas luminárias e h, a distância vertical entre a luminária e o plano de trabalho
§ Qualidade da iluminação
o Temperatura de cor (para escritórios, não se recomenda baixas temperaturas de cor)
o Índice de renderização de cores (IRC)
§ Minimização da área das zonas de controle de sistemas de iluminação
% % Adimensional oK Adimensional
m2
0% 80<IRC<100 (para boa percepção cromática) 12m2 ou a cada 4 postos de trabalho
IS 2.1.4. Conforto acústico
IS 2.1.4.1 Atenuação sonora através do envelope do edifício IS 2.1.4.2 Atenuação sonora entre áreas de ocupação primária IS 2.1.4.3 Ruído de equipamentos prediais nas áreas de ocupação primária
Leq=45dB(A) (NBR)
IS 2.1.5. Acesso visual ao exterior
IS 2.1.5.1 Acesso visual ao exterior a partir de áreas de ocupação primária
• % área de ocupação primária com acesso visual ao exterior
%área
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 9/19
26% IS2.2. Qualidade do ambiente externo (dentro dos limites do terreno)
OK
IS 2.2.1 Acessibilidade e democratização do espaço construído
IS 2.2.1.1 Eliminação de barreiras físicas ao acesso e trânsito de pessoas com deficiência física ou dificuldades de locomoção no edifício e suas áreas externas
OK
OK
OK
IS 2.2.2 Humanização das áreas externas (dentro dos limites do terreno)
IS 2.2.2.1 Facilidades para sombreamento, lazer para usuários (escala qualitativa)
IS 2.2.2.2 Área verde (%área terreno e %área não construída)
IS 2.2.2.3 Implantação em função de climatologia (sol e vento) (escala qualitativa)
%
OK
OK
OK
IS 2.2.3 Contexto de transporte e acesso veicular de serviço
IS 2.2.3.1 Facilidades para pedestres
IS 2.2.3.2 Acesso a redes de transporte público ou medidas alternativas de transporte (em termos de freqüência e distância) (inserido na etapa de planejamento!)
IS 2.2.3.4 Acesso de serviço para veículos de entregas e coleta de resíduos
Freqüência (1pt) Distância (1pt) s/n (1pt) 1pt
32% IS2.3. Qualidade dos serviços
IS 2.3.1. Capacidade de manutenção do desempenho
IS 2.3.1.1 Seleção de materiais conforme o meio, e proteção de materiais contra agentes agressivos
IS 2.3.1.2 Potencial de manter desempenho dos sistemas prediais
§ Acesso a sistemas técnicos centrais, para manutenção e substituição
§ Acesso a sistemas técnicos distribuídos, para manutenção e substituição
§ Acesso a materiais e componentes de construção para manutenção e substituição
IS 2.3.1.3 Monitoramento de desempenho
§ Monitoramento de parâmetros de desempenho de sistemas-chave
§ Previsão de sistema de detecção de vazamentos cobrindo as principais fontes de água e gás
§ Previsão de medidas para reduzir vazamento de refrigerantes de sistema de ar condicionado (se aplicável)
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 10/19
IS 2.3.2. Flexibilidade e adaptabilidade
IS 2.3.2.1 Facilidade de adaptação dos sistemas prediais a alterações dos requisitos dos usuários e evoluções tecnológicas
§ Facilidade de adaptação de sistemas de condicionamento e ventilação artificial
§ Facilidade de adaptação de sistemas de iluminação
§ Facilidade de instalação ou alteração de sistemas de telecomunicações
§ Facilidade de ligação futura a sistemas de energia renovável
§ Facilidade de ampliação
IS 2.3.2.2 Adequabilidade do layout da estrutura e divisões internas a alterações futuras
IS 2.3.2.3 Adequabilidade do pé-direito a alterações futuras
IS 2.3.2.4 Adequabilidade da capacidade de carga das lajes para outros usos
IS 2.3.2.5 Fim de vida com baixo impacto ambiental (providências para desmontabilidade e descontrução seletiva)
IS 2.3.3 Controlabilidade dos sistemas prediais
IS 2.3.3.1 Capacidade de operação parcial dos sistemas técnicos do edifício
IS 2.3.3.2 Capacidade de controlar aquecimento e refrigeração excessivos nas áreas de ocupação primária
IS 2.3.3.3 Nível de automação predial apropriado à complexidade dos sistemas
IS 2.3.3.4 Controlabilidade dos sistemas pelos usuários
• Área das zonas de controle de iluminação
• Área das zonas de controle de equipamento HVAC
• Área de janelas operáveis/área total de janelas
IS 2.3.4 Impacto em propriedades adjacentes e vizinhança imediata
IS 2.3.4.1 Impactos ambientais no terreno e propriedades adjacentes § Refletância de superfícies horizontais do edifício e área pavimentadas do terreno § Impacto do processo de construção em erosão do solo no terreno e sítios adjacentes § Impacto do paisagismo em erosão do solo e sítios adjacentes, no controle de uso de água em irrigação;
redução de ilhas de calor; redução de toxicidade no terreno (controle de pestes) e em projeto passivo
IS 2.3.4.2 Interferência negativa em acesso a sol e vento e no potencial de geração de energia solar
IS 2.3.4.3 Ruído do edifício afetando propriedades adjacentes
IS 2.3.4.4 Ruído durante a construção do edifício afetando propriedades adjacentes
IS 2.3.4.5 Número de reclamações ou notificações formais (ambientais ou por incômodo - ruído, acidentes, trânsito etc) recebidas devido a atividades de construção
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 11/19
S3. Impactos sobre a sociedade 35% Unid Meta 33% IS 3.1. Relacionamento com a comunidade local
OK IS 3.1.1. Plano implementado para consulta da comunidade, incluindo número de reuniões e forma de comunicação s/n (1pt)
OK IS 3.1.2. Plano implementado para diálogo entre as partes interessadas, incluindo número de reuniões e forma de comunicação
s/n (1pt)
OK IS 3.1.3. Canteiro operou segundo padrões de gerenciamento de canteiro, segurança e consciência ambiental visando minimizar a perturbação à vizinhança imediata
s/n (2pt)
OK IS 3.1.4. Número de ações judiciais bem-sucedidas, movidas contra a empresa ou empregados por incidentes ou práticas relacionadas ao trabalho
(qtd)/ano
OK IS 3.1.5. Número de reclamações ou notificações formais (ambientais ou por incômodo) recebidas devido a atividades de construção
qtd)ano
OK IS 3.1.6 Empregos gerados (construção e operação) do edifício? Contratação de mão de obra local (%) Qtd/ano $/ano
OK IS 3.1.7 Oportunidades de negócios gerados pela construção e operação do edifício? Ex. coleta seletiva, abastecimento etc... Qtd/ano $/ano
OK IS 3.1.8 Jardins e espaços abertos à comunidade ou outras benfeitorias locais m2 jardim/m2 const $benfeitoria/m2 const
40% IS 3.2. Relacionamento com clientes e usuários finais
OK IS 3.2.1 Implementação de prática para avaliação da satisfação de clientes e usuários finais s/n (1pt) OK IS 3.2.2 Satisfação média dos usuários finais, estimada a partir de %satisfeitos quanto a:
§ Pontualidade na entrega § Qualidade do produto § Qualidade do ambiente interno § Qualidade do ambiente externo (dentro dos limites do terreno) § Atendimento pós-entrega § Custo anual de manutenção/operação
%satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita
85% 85% 85% 85% 85% 85%
OK IS 3.2.3 Satisfação média dos clientes (%satisfeita, para meta 85% satisfeitos), quanto a: § Pontualidade na entrega § Qualidade do produto § Retorno do investimento § Valor agregado
§ Comunicação eficiente § Relacionamento no longo prazo
%satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita
85% 85% 85% 85% 85%
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 12/19
IS 3.2.4 Programa para melhoria contínua da satisfação dos clientes e usuários finais
26%
OK
IS 3.3. Relacionamento com fornecedores
OK IS 3.3.1. Satisfação média dos fornecedores, estimada a partir de porcentagem satisfeita com relação a: § pontualidade no pagamento § relação de trabalho § tratamento justo e igual entre fornecedores § comunicação eficiente § relacionamento no longo prazo
%satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita
80% satisfeitos 80% satisfeitos 80% satisfeitos 80% satisfeitos 80% satisfeitos
E. Indicadores econômicos 22%
Escala do impacto
Partes interessadas
E1. Produtividade no canteiro 31%
Unid Meta
OK
OK OK
IE1.1. Horas.homem/m2
IE1.2. Horas de retrabalho ou gastas em correção de defeitos pré-entrega (em % total de horas trabalhadas) IE1.3. Custo de retificação de defeitos pré-entrega (em % custo total obra)
HH/m2
% %
E2. Melhoria no produto oferecido 35% Unid Meta 50% IE2.1. Processo de projeto/construção
OK
OK
OK
OK
IE 2.1.1. Redução de prazos, com maior previsibilidade
• Tempo de conclusão do projeto/planejado
• Tempo de conclusão de construção/planejado
IE 2.1.2. Redução de custos ao longo do ciclo de vida, com maior previsibilidade
• Custo de construção § Custo real/planejado
• Custo de operação § Custo real/planejado
• Custo de manutenção § Custo real/planejado
%
% $/m2
%
$/m2 ano % $/m2 ano %
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 13/19
OK
OK
IE 2.1.3. Minimização de defeitos IE2.1.3.1. No. de ocorrências de defeitos/problemas de qualidade na entrega
§ Tipo A (falha estrutural) § Tipo B (revestimentos e trincas)
§ Tipo C (revestimentos e trincas) § Tipo D (rejunte e pequenos defeitos)
IE2.1.3.2. No. de ocorrências de defeitos/problemas de qualidade ao final do período de retificação de defeitos (responsabilidade 5 anos)
§ Tipo A (falha estrutural) § Tipo B (revestimentos e trincas) § Tipo C (revestimentos e trincas)
§ Tipo D (rejunte e pequenos defeitos)
(qtd) (qtd) (qtd)
(qtd) (qtd)
(qtd) (qtd)
(qtd)
50% IE 2.2. Aumento da satisfação, bem-estar e valor para usuários finais e vizinhança
OK
OK OK
Não pontua
IE2.2.1. Satisfação média dos usuários finais, estimada por
• Número de reclamações por unidade de valor agregado
IE2.2.2. Satisfação média da vizinhança imediata, estimada por
• Número de reclamações por unidade de valor agregado
• Número de ações judiciais bem-sucedidas, movidas contra a empresa1 por unidade de valor agregado
(interface com IS 3.2.2 Satisfação média dos usuários finais e IS 3.2.3 Satisfação média dos clientes)
(qtd)/$)
(qtd)/$) (qtd)/$)
E3. Investimento, agregação de valor e benefícios da sustentabilidade 34% Unid Meta 38% IE 3.1. Valor agregado e retorno de capital
OK
OK OK OK
Não pontua
IE 3.1.1 Custo de produção, em m 2 “sustentável”/m2 convencional
IE 3.1.2 Valor de venda m2 “sustentável”/m2 convencional IE3.1.3 Valor agregado2 /unidade de valor de vendas IE3.1.4 Retorno médio do capital empregado
%
% $/$ . ano %/ano
1 Esta métrica é uma medida de comportamento anti-social da empresa.
2 Valor agregado ($/m2) = vendas ($/m2) – custo de mercadorias, matérias primas e serviços comprados ($/m2).
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 14/19
28% IE3.2. Investimentos diretos e indiretos
OK OK OK
OK OK OK não
Pontua
IE3.2.1. % aumento do custo aceita como investimento em sustentabilidade IE3.2.2. % valor de materiais, produtos e serviços que fortalecem economia local (% total adquirido) IE3.2.3. % salários correspondente a recursos humanos locais (% total adquirido)
IE3.2.4. Relação empregos indiretos3/diretos IE3.2.5. Investimento em treinamento para empregados diretos (% da folha de pagamento (salários + benefícios)) IE3.2.6. Investimento físico na comunidade e/ou na vizinhança imediata: equipamento urbano, jardins públicos e outros
mecanismos de compensação (em % custo obra )4
(interface com IS 3.1. Relacionamento com a comunidade local)
% %
% % %
5%
34% IE 3.3. Benefícios resultantes de investimento em sustentabilidade
Ok Ok
Não pontua
IE3.3.1 Subsídios e benefícios fiscais recebidos (% custo obra) IE 3.3.2 Benefícios intangíveis, como aumento vida útil, redução nas contas de água e energia, ganho de produtividade,
redução de absenteísmo, redução de custos para destinação adequada de resíduos, benefício à imagem da empresa/edifício (%custo vida útil)
% %
% custo obra %custo v. útil
5%
BC. Comprometimento e proatividade 18%
Escala do impacto
Partes interessadas
BC1. Sustentabilidade como prioridade corporativa 23%
Unid Meta
43% BC1.1. A empresa possui um sistema de gestão ambiental implantado? (5 pts OU Itens a, b, c, d, e)
OK a) A empresa estabeleceu uma política de sustentabilidade corporativa, declarada por escrito e amplamente acessível, que inclui a declaração clara dos objetivos corporativos e a atribuição de responsabilidades quanto à sustentabilidade?
s/n (1pt)
OK b) A empresa estabeleceu metas específicas de sustentabilidade, a serem revisadas anualmente ; ex: • metas ambientais
o para redução no consumo de água
o para economia de energia o para minimização de resíduos
s/n (1pt)
3 Pessoal terceirizado, sub-contratado e outros empregos que desapareceriam uma vez cessadas as atividades , podendo incluir trabalhadores em transporte, comerciários , professores, etc.
4 Este indicador é uma medida do investimento na comunidade.
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 15/19
o recuperação de embalagens o coleta seletiva nos escritórios e nos canteiros • metas sociais e econômicas:
o fazer consulta pública a comunidade sobre todos (ou n% do total) os projetos acima de determinada área o reduzir número de reclamações de clientes
o reduzir número de reclamações de funcionários o reduzir número de reclamações da comunidade/vizinhança imediata o reduzir desperdício e retrabalho
OK c) A empresa implementou estas metas na forma de um plano de ação para sustentabilidade? s/n (1pt)
OK d) A empresa possui um processo interno de auditoria de sustentabilidade? s/n (1pt)
OK e) A empresa comunica seu desempenho em relação à sustentabilidade de forma estruturada a todas as partes interessadas, de acordo com diretrizes reconhecidas de relato ambiental ou de sustentabilidade?
s/n (1pt)
26%
OK
BC1.2. A empresa publica um relatório anual de sustentabilidade verificado por parte independente? s/n (1pt)
31%
OK
OK
BC1.3. A empresa identificou indicadores próprios de desempenho em relação a sustentabilidade?
BC1.3.1. A empresa conhece o estado atual de suas atividades em relação a estes indicadores (diagnóstico)?
BC1.3.2. A empresa faz benchmark regular do seu desempenho em relação às melhores práticas do setor?
s/n (1pt) s/n (1pt) s/n (1pt)
BC2. Proatividade em sustentabilidade 20% Unid Meta 10%
OK BC2.1. A empresa investe na melhoria do seu desempenho em relação a sustentabilidade?
BC 2.1.1. Orçamento de P&D dirigido pra melhoria do desempenho da empresa em relação à sustentabilidade BC 2.1.2. Número de tecnologias/práticas sustentáveis introduzidas para melhorar o desempenho da empresa em relação à
sustentabilidade
s/n (1pt) %vendas
(qtd)
9% OK
BC2.2. Aplicação de conceitos de construção e operação sustentável no portfolio da empresa BC 2.2.1. A empresa investiu em uso racional de materiais/redução de RCD?
• Investimento feito
• Redução de uso de materiais em relação ao período anterior ao investimento (indicar tempo decorrido)
• Redução de RCD em relação ao período anterior ao investimento (indicar tempo decorrido)
s/n (1pt) $
(m3/ano) e ($/ano) (m3/ano) e ($/ano)
não BC 2.2.2. A empresa investiu em uso racional de energia?
• Investimento feito em sensibilização de usuários
• Investimento feito em equipamento de monitoramento do uso de energia
• Investimento feito em dispositivos energeticamente eficientes
• Economia obtida em relação ao período anterior ao investimento (indicar tempo decorrido)
s/n (1pt) $
$ $ (m3/ano) e ($/ano)
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 16/19
não BC 2.2.3. A empresa investiu em uso racional de água?
• Investimento feito em sensibilização de usuários
• Investimento feito em equipamento de monitoramento do uso de água
• Investimento feito em dispositivos economizadores de água
• Economia obtida em relação ao período anterior ao investimento (indicar tempo decorrido)
s/n (1pt) $ $ $
(m3/ano) e ($/ano)
não BC 2.2.4. A empresa investiu em qualidade do ambiente interno?
• Investimento feito em equipamento de monitoramento da qualidade do ar interno
• Aumento de produtividade (indicado pela redução de horas para realização dos s erviços) e satisfação dos funcionários (indicada pesquisas de satisfação)
s/n (1pt)
$ hs/hs referência %satisfeitos
>90%
10% OK
BC2.3. A empresa conduz sistematicamente o acompanhamento ambiental do ciclo de vida de seus produtos, processos e serviços?
• % dos projetos para os quais a análise de custos ao longo do ciclo de vida foi utilizada na seleção do método de construção e materiais.
• % dos projetos para os quais a análise do ciclo de vida (LCA) foi utilizada na seleção do método de construção e materiais.
• % projetos para os quais padrões de desempenho ambiental foram formalmente acordados com o cliente
% %
%
>5% (1pt) >5% (1pt)
10% OK
BC2.4. A empresa definiu uma política sustentável de compras e de uso responsável de materiais de construção que:
• dá preferência pela especificação de materiais/produtos ambientalmente responsáveis
• estimula o uso de materiais naturais locais para construção e paisagismo?
• estimula o uso de madeira proveniente de fontes sustentáveis?
• estimula a substituição do amianto por materiais alternativos?
• estimula a seleção de materiais de acabamento interno com base na emissão de voláteis
• estimula princípios de projeto e construção seca
s/n (1 pt)
11% OK
BC2.5. A empresa desenvolveu e implementou um Plano de Gestão de Re síduos, que contempla:
• quantificação de metas de reciclagem, em massa dos materiais.
• disseminação de informações a usuários sobre minimização de geração de resíduos e sobre separação para reciclagem
• procedimentos para lidar com resíduos perigosos
s/n (1 pt)
10% OK
BC2.6. A empresa implementa sistemas para compartilhar boas práticas entre departamentos, fornecedores, projetistas, canteiros de obras e projetos?
s/n (1pt)
11% OK
BC2.7. A empresa implementa um programa interno de educação e treinamento de empregados para sustentabilidade?
s/n (1pt)
9% OK
BC2.8. A empresa definiu e implementa um sistema de gestão da sustentabilidade da cadeia de fornecedores de materiais, serviços e equipamentos, definindo um conjunto de critérios de sustentabilidade para homologação de contratos de fornecimento, monitorados periodicamente, que inclui:
• sistema de gestão ambiental implantado
s/n (1pt)
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 17/19
• atuação com responsabilidade social corporativa
• política de valorização de recursos humanos
• postura de respeito aos direitos humanos e do trabalhador
9% OK
BC2.9. Proatividade no preenchimento de lacunas identificadas para a implementação de medidas sustentáveis , ex.:
• relacionamento com fornecedores para redução de embalagens
• formação de cadeia de coleta seletiva (no canteiro e nos escritórios) – reciclagem – reuso no setor ou em outros setores
• clube de minimização de resíduos ou de um esquema de intercâmbio de resíduos?
• programa “verde” de compras ou um grupo de compras cooperativo?
s/n (2pt)
11% OK
OK
BC2.10. Proatividade em proteção de biodiversidade e em medidas para evitar poluição
• A empresa possui políticas implementadas para proteção de habitat e melhoria da ecologia local
• De seleção de área (ex. favorecendo o preenchimento de vazios urbanos e a recuperação de áreas degradadas?)
• De projeto e construção?
• A empresa implementou um plano “verde” de transporte/comutação dos funcionários para reduzir o uso de automóveis?
s/n (1pt)
s/n (1pt)
BS1. Valorização e investimento em recursos humanos 21% Unid Meta 29% OK
BS1.1. Treinamento técnico/profissional de pessoal próprio e terceirizado
Projeto
Construção
operação e manutenção
s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)
s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)
s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)
25%
OK
BS1.2. Treinamento ambiental de pessoal próprio e terceirizado
Projeto
Construção
Operação
s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)
s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)
s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)
26% OK
BS1.3. A empresa estabeleceu e mantém procedimentos para a identificação das necessidades de treinamento s/n (1pt)
20% OK
BS1.4. A empresa possui programa para reduzir a rotatividade de operários? s/n (1pt)
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 18/19
BS2. Contribuição para a construção de comunidades estáveis 19% Unid Meta 15%
OK
BS 2.1 A empresa definiu e publicou padrões de responsabilidade social para suas operações, incluindo políticas para gerenciar impactos em comunidades afetadas por suas atividades?
Ex.: política de compromisso de prover empregos, treinamento (técnico, profissional e ambiental) e oportunidades de negócios, e de ajudar iniciativas que aumentem a vitalidade da comunidade
s/n (1pt)
17%
OK
BS 2.2 A empresa está ativamente envolvida em projetos locais de regeneração da comunidade? s/n (1pt)
17%
OK
BS 2.3 A empresa busca localmente seus suprimentos e serviços sempre que possível s/n (1pt)
16%
OK
BS 2.4. A empresa é participante de programa de recrutamento de mão-de-obra? s/n (1pt)
19%
OK
BS 2.5. A empresa adota esquema estruturado de capacitação e treinamento permanentes de RH? s/n (1pt)
15% OK
BS 2.6. A empresa possui programa para melhorar a empregabilidade de (ex)funcionários, com foco em educação ou treinamento? s/n (1pt)
BS3. Relacionamento com a sociedade 17% Unid Meta 31% OK OK
OK
BS3.1. Benefício indireto à comunidade5 ($/unidade de valor agregado), envolvendo, por exemplo:
• programa corporativo de doações à comunidade (monetárias ou equipamentos, ex: computadores para escolas; equipamentos para escolas técnicas etc) e patrocínios
• programas de estágios profissionais; bolsas educacionais e oportunidades de emprego
• parcerias com escolas para facilitar programas educacionais
$/$
35% OK
BS3.2. Estabelecimento de parcerias (relacionadas ou não às atividades da empresa) para exercício de cidadania corporativa s/n (1pt)
34% OK
BS3.3 Estabelecimento de parcerias com a comunidade no entorno imediato $investimento/ano
5 Um benefício social resultante da presença de uma unidade produtiva bem sucedida é a disseminação de habilidades e know -how que são utilizadas na comunidade para criar riqueza e melhorar a
qualidade de vida. Estes benefícios são de difícil quantificação, mas podem ser estimados.
Valor pode ser estimado considerando-se o quanto o item considerado custa para a empresa versus o quanto a sociedade estaria disposta a pagar por ele. Estas estimativas de valor NÃO devem incluir benefícios diretos , já considerados nos indicadores de Investimentos Indiretos.
Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 19/19
Os critérios utilizados para a seleção preliminar dos indicadores foram basicamente referentes a relevância, solidez analítica (simplicidade, capacidade
de agregar informações e validade); e mensurabilidade (facilidade, custos e prazo implementação), detalhados na Tabela 1.
Tabela 1 - Critérios de seleção de indicadores que compuseram a lista pre liminar submetida a consulta pública.
Critérios gerais de seleção Comentário
Relevância no contexto brasileiro
Simplicidade A informação apresentada é de fácil compreensão pela audiência-alvo?
Capacidade de agregar informações O indicador é sobre um as pecto geral de sustentabilidade amplo ou extremamente específico?
A lista de indicadores potenciais de sustentabilidade pode tornar-se infindável. Por razões práticas, são preferíveis indicadores que agreguem informação sobre itens amplos.
Validade O indicador é um reflexo real dos fatos? Os dados foram coletados segundo procedimentos científicos? O indicador é verificável e reprodutível?
É necessário rigor metodológico para dar credibilidade aos dados.
Facilidade de mensuração Há método claramente definido (nacional ou internacional) para mensuração? Este método é de fácil implementação?
Disponibilidade de dados a um custo razoável Há dados de boa qualidade disponíveis a um custo razoável, ou é viável iniciar um processo de monitoramento que os disponibilizará no futuro?
A obtenção de informação custa recursos, ou pelo menos tempo e esforço de muitos voluntários.
Viabilidade para utilização no curto prazo
Um ciclo completo de desenvolvimento de indicadores compreende basicamente quatro atividades: (1) Derivação e seleção preliminar de indicadores
(conteúdo); (2) Seleção ou desenvolvimento de estrutura analítica; (3) Implementação e validação dos indicadores propostos através de estudos de
casos; e (4) Benchmarking dos valores dos indicadores e metas de desempenho. As limitações de tempo e escopo desta pesquisa não permitiam que
todas estas etapas fossem contempladas em um único trabalho. Esta pesquisa ocupou-se, então, das atividades 1 e 2. As atividades de implementação e
validação e de benchmarking dos valores dos indicadores e metas caberão a trabalhos futuros.
Posição profissional atual
alto médio baixo
ramal
ramal
Cadastro de votantes
Grau de conhecimento do assunto
Telefone contato
Nome
Temas Principais
Comentáriosdigite seus comentários aqui
Planilha Completa Resultados Ajuda
Formação
Fax
Planilha Parcial
e-mail contato
Data de preenchimento
ATENÇÃO!Para ver as instruções depreenchimento, exiba oAssistente do Office oupouse o mouse sobre asmarcas vermelhas nascélulas!
421
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
5,00
S. Desempenho social
E. Desempenho econômico
Dados do Usuário Resultados
Total geral
Mais importante
Importância relativa entre Temas Principais
A. D
esem
penh
o am
bien
tal
G. Gestão do processo
G. G
estã
o do
pro
cess
o
Escala de importância relativa
E. D
esem
penh
o ec
onôm
ico
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Igual Menos importante Muito menos importante
Intro
S. D
esem
penh
o so
cial
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
B. C
ompr
omet
imen
to e
pr
oativ
idad
e
A. Desempenho ambiental
B. Comprometimento e proatividade
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
2,00
Instruções de preenchimento
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
Dados do Usuário
G.2 Integração de práticas de controle de qualidade ao processo
Total geral
Mais importante
Gestão do Processo
G.2
Inte
graç
ão d
e pr
átic
as d
e co
ntro
le d
e qu
alid
ade
ao p
roce
sso
G.1 Integração de gestão ambiental ao planejamento do processo
G.1
Inte
graç
ão d
e ge
stão
am
bien
tal
ao p
lane
jam
ento
do
proc
essoEscala de importância relativa
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Igual Menos importante Muito menos importante
b. A importância relativa é calculada automaticamente.
a. Os campos em branco e em cinza são preenchidos automaticamente
Resultados
421
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
5,00
Igual Menos importante Muito menos importante
Intro
G1.
3 Si
stem
a de
ges
tão
de
resí
duos
de
uso
impl
anta
do
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
G1.
5 Si
stem
a de
ges
tão
de u
so d
e en
ergi
a im
plan
tado
G1.2 Implantação de práticas de gestão ambiental no canteiro
G1.5 Sistema de gestão de uso de energia implantado
G1. Integração de gestão ambiental ao planejamento do processo
G1.
2 Im
plan
taçã
o de
prá
ticas
de
gest
ão a
mbi
enta
l no
cant
eiro
G1.1 Implantação de práticas de controle de qualidade e melhoria ambiental do projeto
G1.
1 Im
plan
taçã
o de
prá
ticas
de
cont
role
de
qual
idad
e e
mel
horia
am
bien
tal d
o pr
ojet
o
Escala de importância relativa
G1.
4 Si
stem
a de
ges
tão
de u
so d
e ág
ua im
plan
tado
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
G1.3 Sistema de gestão de resíduos de uso implantado
G1.4 Sistema de gestão de uso de água implantado
Dados do Usuário Resultados
Total geral
Mais importante
421
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
4,00
Planilha Completa
Total geral
Mais importante Igual Menos importante Muito menos importante
G2.Integração de práticas de controle de qualidade ao processo
G2.
2 Co
ntro
le d
e qu
alid
ade
no
cant
eiro
G2.1 Controle de qualidade do projeto
G2.
1 Co
ntro
le d
e qu
alid
ade
do
proj
eto
Escala de importância relativa
G2.
4. A
just
e de
des
empe
nho
pré-
entre
ga
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Intro
G2.
3 Pl
anej
amen
to d
a op
eraç
ão e
m
anut
ençã
o do
edi
fício
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Planilha Parcial
G2.2 Controle de qualidade no canteiro
G2.3 Planejamento da operação e manutenção do edifício
G2.4. Ajuste de desempenho pré-entrega
Dados do Usuário
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
2,00
Igual Menos importante Muito menos importante
b. A importância relativa é calculada automaticamente.
a. Os campos em branco e em cinza são preenchidos automaticamente
Resultados
Desempenho ambiental
A 2
Carg
as a
mbi
enta
is g
erad
as a
o lo
ngo
do c
iclo
de
vida
do
edifí
cio
, po
r ano
do
cicl
o de
vid
a
A1 Consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do edifício
A1 C
onsu
mo
de re
curs
os a
o lo
ngo
do c
iclo
de
vida
do
edifí
cio Escala de importância relativa
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Instruções de preenchimento
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
Dados do Usuário
A 2 Cargas ambientais geradas ao longo do ciclo de vida do edifício , por ano do ciclo de vida
Total geral
Mais importante
421
1/21/4
1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%
1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%
1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%
6,00 100% Total geral
Mais importante
Intro
A1.4
. Con
sum
o de
mat
eria
is d
e co
nstru
ção
Muito mais importante
Dados do Usuário Resultados
A1.3. Consumo de água e gestão efluentes ao longo do ciclo de vida
A1.6. Perdas registradas nos serviços principais
A1. Consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do edifício
A1.3
. Con
sum
o de
águ
a e
gest
ão
eflu
ente
s ao
long
o do
cic
lo d
e vi
da
A1.1. Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade locais
A1.1
. Uso
do
solo
e a
ltera
ção
da
ecol
ogia
e b
iodi
vers
idad
e lo
cais
Escala de importância relativa
A1.5
. Res
pons
abili
dade
no
uso
de
mat
eria
is d
e co
nstru
ção
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
A1.4. Consumo de materiais de construção
A1.5. Responsabilidade no uso de materiais de construção
A1.2. Uso de Energia (primária) ao longo do ciclo de vida
A1.2
. Uso
de
Ener
gia
(prim
ária
) ao
long
o do
cic
lo d
e vi
da
Igual Menos importante Muito menos importante
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
A1.6
. Per
das
regi
stra
das
nos
serv
iços
prin
cipa
is
421
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
8,00
A2.4. Emissão formadora de foto-oxidantes (formação de ozônio fotoquímico)
A2.5. Emissão com potencial de eutroficação
A2.2. Emissão de substâncias que provocam Dano à Camada de Ozônio (ODS)
A2.2
. Em
issã
o de
sub
stân
cias
que
pr
ovoc
am D
ano
à Ca
mad
a de
O
zôni
o (O
DS)
Igual Menos importante Muito menos importante
A2. Cargas ambientais geradas ao longo do ciclo de vida do edifício
A2.3
. Em
issã
o ca
usad
ora
de
acid
ifica
ção
A2.1. Emissão de substâncias causadoras de Efeito Estufa (GHGs)
A2.1
. Em
issã
o de
sub
stân
cias
ca
usad
oras
de
Efei
to E
stuf
a (G
HGs)
Escala de importância relativa
A2.5
. Em
issã
o co
m p
oten
cial
de
eutro
ficaç
ão
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Total geral
Mais importante
A2.6. Emissão de substâncias carcinogênicas (dano à saúde humana)
A2.7. Resíduos sólidos
A2.3. Emissão causadora de acidificação
A2.8. Efluentes
Intro
A2.4
. Em
issã
o fo
rmad
ora
de fo
to-
oxid
ante
s (fo
rmaç
ão d
e oz
ônio
fo
toqu
ímic
o)
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
A2.6
. Em
issã
o de
sub
stân
cias
ca
rcin
ogên
icas
(dan
o à
saúd
e hu
man
a)
A2.7
. Res
íduo
s só
lidos
Dados do Usuário Resultados
A2.8
. Eflu
ente
s
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
3,00 Total geral
Mais importante
b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.
Intro
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Dados do Usuário Resultados
S3. Impactos sobre a sociedade
Desempenho social
S3. I
mpa
ctos
sob
re a
soc
ieda
de
S1. Impactos sobre os funcionários
S1. I
mpa
ctos
sob
re o
s fu
ncio
nário
s
Escala de importância relativa
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Instruções de preenchimento
S2. Impactos sobre os usuários do edifício
S2. I
mpa
ctos
sob
re o
s us
uário
s do
ed
ifíci
o
Igual Menos importante Muito menos importante
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
3,00
Instruções de preenchimento
S1.2. Satisfação dos funcionários
S1.2
. Sat
isfa
ção
dos
func
ioná
rios
Igual Menos importante Muito menos importante
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
S1. Impactos sobre os funcionários
S1.3
. Saú
de o
cupa
cion
al,
segu
ranç
a e
loca
l de
traba
lho
S1.1. Situação empregatícia
S1.1
. Situ
ação
em
preg
atíc
ia Escala de importância relativa
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Total geral
Mais importante
b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.
Intro
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Dados do Usuário Resultados
S1.3. Saúde ocupacional, segurança e local de trabalho
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
3,00 Total geral
Mais importante
b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.
Intro
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Dados do Usuário Resultados
S2.3. Qualidade dos serviços
S2. Impactos sobre os usuários do edifício
S2.3
. Qua
lidad
e do
s se
rviç
os
S2.1. Qualidade do ambiente interno
S2.1
. Qua
lidad
e do
am
bien
te
inte
rno
Escala de importância relativa
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Instruções de preenchimento
S2.2. Qualidade do ambiente externo
S2.2
. Qua
lidad
e do
am
bien
te
exte
rno
Igual Menos importante Muito menos importante
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
3,00
Instruções de preenchimento
S3.2.Relacionamento com clientes e usuários finais
S3.2
.Rel
acio
nam
ento
com
clie
ntes
e
usuá
rios
finai
s Igual Menos importante Muito menos importante
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
S3. Impactos sobre a sociedade
S3.3
. Rel
acio
nam
ento
com
fo
rnec
edor
es
S3.1. Relacionamento com a comunidade local
S3.1
. Rel
acio
nam
ento
com
a
com
unid
ade
loca
l
Escala de importância relativa
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Total geral
Mais importante
b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.
Intro
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Dados do Usuário Resultados
S3.3. Relacionamento com fornecedores
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
3,00 Total geral
Mais importante
b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.
Intro
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Dados do Usuário Resultados
E3. Investimento, agregação de valor e benefícios recebidos
E. Desempenho econômico
E3. I
nves
timen
to, a
greg
ação
de
valo
r e b
enef
ício
s re
cebi
dos
E1. Produtividade
E1. P
rodu
tivid
ade
Escala de importância relativa
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Instruções de preenchimento
E2. Melhoria no produto oferecido
E2. M
elho
ria n
o pr
odut
o of
erec
ido
Igual Menos importante Muito menos importante
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
2,00
Instruções de preenchimento
E2.1. Processo de projeto/construção
E2.1
. Pro
cess
o de
pr
ojet
o/co
nstru
ção
Igual Menos importante Muito menos importante
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
E2. Melhoria no produto oferecido
E2.2
. Aum
ento
da
satis
façã
o, b
em-
esta
r e v
alor
par
a us
uário
s fin
ais
e vi
zinh
ança
Escala de importância relativa
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Total geral
Mais importante
b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.
Intro
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Dados do Usuário Resultados
E2.2. Aumento da satisfação, bem-estar e valor para usuários finais e vizinhança
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
3,00 Total geral
Mais importante
b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.
Intro
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Dados do Usuário Resultados
E 3.3. Benefícios resultantes de investimento em sustentabilidade
E3. Investimento, agregação de valor e benefícios recebidos
E 3.
3. B
enef
ício
s re
sulta
ntes
de
inve
stim
ento
em
sus
tent
abili
dade
E3.1. Valor agregado e retorno de capital
E3.1
. Val
or a
greg
ado
e re
torn
o de
ca
pita
l
Escala de importância relativa
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Instruções de preenchimento
E3.2. Investimentos diretos e indiretos
E3.2
. Inv
estim
ento
s di
reto
s e
indi
reto
s
Igual Menos importante Muito menos importante
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
421
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
5,00
BS1. Valorização e investimento em recursos humanos
BS2. Contribuição para a construção de comunidades estáveis
Dados do Usuário Resultados
Total geral
Mais importante
B. Comprometimento e proatividade (bônus)
BC2.
Pro
ativ
idad
e em
su
sten
tabi
lidad
e
BC1. Sustentabilidade como prioridade corporativa
BC1.
Sus
tent
abili
dade
com
o pr
iorid
ade
corp
orat
iva
Escala de importância relativa
BS2.
Con
tribu
ição
par
a a
cons
truçã
o de
com
unid
ades
es
táve
is
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Igual Menos importante Muito menos importante
Intro
BS1.
Val
oriz
ação
e in
vest
imen
to
em re
curs
os h
uman
os
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
BS3.
Rel
acio
nam
ento
com
a
soci
edad
e
BC2. Proatividade em sustentabilidade
BS3. Relacionamento com a sociedade
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
3,00
Dados do Usuário
BC1.
8. A
em
pres
a id
entif
icou
in
dica
dore
s pr
óprio
s de
de
sem
penh
o em
rela
ção
a
BC1.8. A empresa identificou indicadores próprios de desempenho em relação a sustentabilidade?
Instruções de preenchimento
BC1.1. A empresa possui um sistema de gestão ambiental implantado?
BC1.7. A empresa publica um relatório anual de sustentabilidade verificado por parte independente?
BC1. Sustentabilidade como prioridade corporativa
Escala de importância relativa
BC1.
7. A
em
pres
a pu
blic
a um
re
lató
rio a
nual
de
sust
enta
bilid
ade
verif
icad
o po
r par
te in
depe
nden
te?
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Igual Menos importante Muito menos importante
Resultados
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
Total geral
Mais importante
b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.
Intro
BC1.
1. A
em
pres
a po
ssui
um
si
stem
a de
ges
tão
ambi
enta
l im
plan
tado
?
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
421
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
10,00
Igual Menos importante Muito menos importante
Intro
BC2.
3. A
em
pres
a co
nduz
si
stem
atic
amen
te o
ac
ompa
nham
ento
am
bien
tal d
o
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
BC2.
10. P
roat
ivid
ade
em p
rote
ção
de b
iodi
vers
idad
e e
em m
edid
as
para
evi
tar p
olui
ção
BC2.2. Aplicação de conceitos de construção e operação sustentável no portfolio da empresa
BC2.5. A empresa desenvolveu e iimplementou um Plano de Gestão de Resíduos
BC2. Proatividade em sustentabilidade
BC2.
2. A
plic
ação
de
conc
eito
s de
co
nstru
ção
e op
eraç
ão s
uste
ntáv
el
no p
ortfo
lio d
a em
pres
a
BC2.1. A empresa investe na melhoria do seu desempenho em relação a sustentabilidade?
BC2.
1. A
em
pres
a in
vest
e na
m
elho
ria d
o se
u de
sem
penh
o em
re
laçã
o a
sust
enta
bilid
ade?Escala de importância relativa
BC2.
4. A
em
pres
a de
finiu
um
a po
lític
a su
sten
táve
l de
com
pras
e
de u
so re
spon
sáve
l de
mat
eria
is d
e
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
BC2.3. A empresa conduz sistematicamente o acompanhamento ambiental do ciclo de vida
BC2.4. A empresa definiu uma política sustentável de compras e de uso responsável de materiais de construção
Dados do Usuário Resultados
Total geral
Mais importante
BC2.
8. A
em
pres
a de
finiu
e
impl
emen
ta u
m s
iste
ma
de g
estã
o da
sus
tent
abili
dade
da
cade
ia d
e BC
2.9.
Pro
ativ
idad
e no
pr
eenc
him
ento
de
lacu
nas
iden
tific
adas
par
a a
impl
emen
taçã
o
BC2.10. Proatividade em proteção de biodiversidade e em medidas para evitar poluição
BC2.
5. A
em
pres
a de
senv
olve
u e
iimpl
emen
tou
um P
lano
de
Ges
tão
de R
esíd
uos
BC2.
6. A
em
pres
a im
plem
enta
si
stem
as p
ara
com
parti
lhar
boa
s pr
átic
as e
ntre
dep
arta
men
tos,
BC
2.7.
A e
mpr
esa
impl
emen
ta u
m
prog
ram
a in
tern
o de
edu
caçã
o e
trein
amen
to d
e em
preg
ados
par
a
BC2.6. A empresa implementa sistemas para compartilhar boas práticas entre departamentos, fornecedores, projetistas, canteiros de obras e projetos?
BC2.7. A empresa implementa um programa interno de educação e treinamento de empregados para sustentabilidade?
BC2.8. A empresa definiu e implementa um sistema de gestão da sustentabilidade da cadeia de fornecedores?
BC2.9. Proatividade no preenchimento de lacunas identificadas para a implementação de medidas sustentáveis
421
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,001,00 1,00
4,00
BS1.3. A empresa estabeleceu e mantém procedimentos para a identificação das necessidades de treinamento
BS1.4. A empresa possui programa para reduzir a rotatividade de operários?
Dados do Usuário
BS1.
3. A
em
pres
a es
tabe
lece
u e
man
tém
pro
cedi
men
tos
para
a
iden
tific
ação
das
nec
essi
dade
s de
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
Planilha Parcial
BS1.2. Treinamento ambiental de pessoal (projeto, construção e operação)
BS1. Valorização e investimento em recursos humanos
BS1.
2. T
rein
amen
to a
mbi
enta
l de
pess
oal (
proj
eto,
con
stru
ção
e op
eraç
ão)
BS1.1. Treinamento técnico/profissional de pessoal (projeto, construção e operação)
BS1.
1. T
rein
amen
to
técn
ico/
prof
issi
onal
de
pess
oal
(pro
jeto
, con
stru
ção
e op
eraç
ão)
Escala de importância relativa
BS1.
4. A
em
pres
a po
ssui
pro
gram
a pa
ra re
duzi
r a ro
tativ
idad
e de
op
erár
ios?
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Planilha Completa
Total geral
Mais importante Igual Menos importante Muito menos importante
Intro
421
1/21/4
1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%
1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%
1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%
6,00 100%
BS2.4. A empresa é participante de programa de recrutamento de mão-de-obra?
BS2.5. A empresa adota esquema estruturado de capacitação e treinamento permanentes de RH?
BS2.2 A empresa está ativamente envolvida em projetos locais de regeneração da comunidade?
BS2.
2 A
empr
esa
está
ativ
amen
te
envo
lvid
a em
pro
jeto
s lo
cais
de
rege
nera
ção
da c
omun
idad
e?
Igual Menos importante Muito menos importante
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
BS2.
6. A
em
pres
a po
ssui
pro
gram
a pa
ra m
elho
rar a
em
preg
abili
dade
de
(ex)
func
ioná
rios
BS2. Contribuição para a construção de comunidades estáveis
BS2.
3 A
empr
esa
busc
a lo
calm
ente
se
us s
uprim
ento
s e
serv
iços
se
mpr
e qu
e po
ssív
el
BS2.1 A empresa definiu e publicou padrões de responsabilidade social
BS2.
1 A
empr
esa
defin
iu e
pu
blic
ou p
adrõ
es d
e re
spon
sabi
lidad
e so
cial
Escala de importância relativa
BS2.
5. A
em
pres
a ad
ota
esqu
ema
estru
tura
do d
e ca
paci
taçã
o e
trein
amen
to p
erm
anen
tes
de R
H?
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Resultados
BS2.3 A empresa busca localmente seus suprimentos e serviços sempre que possível
BS2.6. A empresa possui programa para melhorar a empregabilidade de (ex)funcionários
Total geral
Mais importante
Intro
BS2.
4. A
em
pres
a é
parti
cipa
nte
de
prog
ram
a de
recr
utam
ento
de
mão
-de
-obr
a?
Muito mais importante
Dados do Usuário
4 1. Preencha o cadastro de usuário.
21
1/21/4
1,00 1,001,00 1,00
1,00 1,00
3,00
Mais importante
b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.
Intro
BS3.
1. B
enef
ício
indi
reto
à
com
unid
ade
To
tal d
a lin
ha
(Tl)
BS3. Relacionamento com a sociedade
Escala de importância relativa
BS3.
2. E
stab
elec
imen
to d
e pa
rcer
ias
para
exe
rcíc
io d
e ci
dada
nia
corp
orat
iva
Impo
rtânc
ia re
lativ
a (%
)
Muito mais importante
Igual Menos importante Muito menos importante
Dados do Usuário
BS3.
3 Es
tabe
leci
men
to d
e pa
rcer
ias
com
a c
omun
idad
e no
en
torn
o im
edia
to
BS3.3 Estabelecimento de parcerias com a comunidade no entorno imediato
Instruções de preenchimento
BS3.1. Benefício indireto à comunidade
BS3.2. Estabelecimento de parcerias para exercício de cidadania corporativa
Resultados
2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.
Total geral
Anexo 6 - Planilha de percepção de relevância de possíveis itens a compor o módulo de avaliação ambiental de edifícios
Apêndice 9
Planilha de percepção de relevância de possíveis itens a compor o módulo de avaliação ambiental de edifícios
Percepção das partes interessadas na construção civil brasileira sobre os itens essenciais em um método de avaliação ambiental de edifícios
essencial relevante dispensável sem opinião1 Isolamento térmico2 Sistema de condicionamento artificial3 Qualidade ambiental dos materiais de construção4 Impacto dos materiais de construção na saúde humana5 Uso de energia renovável6 Dispositivos/sistemas economizadores de água7 Estrutura/orientação do edifício8 Utilização de água da chuva9 Custos das medidas ambientalmente responsáveis
10 Controle de ruído11 Manutenção e simplicidade de reparo12 Previsão de vida útil13 Composição dos materiais de construção14 Gestão /disposição de resíduos15 Pavimentação do solo/infiltração16 Adaptabilidade do layout/flexibilidade de uso17 Custo fabril de materiais de construção (financeiro e nível de industrialização)18 Uso de materiais reciclados19 Reutilização de materiais e componentes20 Vegetação no edifício e arredores21 Integração urbana22 Informação para descontrução/desmontagem
Total votos 22
Esta ferramenta é composta por três partes:Etapa 1 Instruções (esta página)Etapa 2 Formulário de auto-avaliação, dividido em etapas do ciclo de vida do edifício:
Parte 1 Planejamento do empreendimento (completado apenas uma vez)Parte 2 Projeto (completado trimestralmente, caso se deseje utilizar a ferramenta para monitorar progresso).Parte 3 Construção (completado trimestralmente, caso se deseje utilizar a ferramenta para monitorar progresso).Parte 4 Operação (completado trimestralmente, caso se deseje utilizar a ferramenta para monitorar progresso).
Etapa 3 Pontuação e posicionamento em relação a desempenho de referência
Caso se pretenda a publicação de resultados, a avaliação deverá ser adicionada das evidências de desempenho e verificada por avaliadores credenciados.
Os temas avaliados são apresentados conforme o segunte código de cores:
temas ambientais, em fichas verdes temas sociais, em fichas azuistemas econômicos, em fichas amarelastemas de gestão, em fichas cinzapontos de bônus, nos quatro temas
ex: ex:
Avaliação da sustentabilidade de empreendimentos: edifícios de escritórios
Este é um formulário para autoavaliação, a ser preenchido pelo gerente ou responsável pela etapa correspondente do empreendimento.
10
Algumas caixas contêm comentários (triângulo vermelho no canto superior direito). Pousar o mouse sobre a caixa exibirá informação adicional ou ajuda.
As caixas laranja contêm valores trazidos de outros formulários ou fórmulas calculadas automaticamente
O preenchimento do formulário requer a digitação de "1" ou tick , na versão impressa (caixas brancas), de uma porcentagem (caixas azuis) ou de um número (caixas rosa), como mostram os exemplos ao lado. 1 10%
O total de pontos pode ser personalizado para refletir as oportunidades e limitações de cada empreendimento. Isto é feitoassinalando-se os itens não aplicáveis ao empreendimento em questão, que são, então, excluídos da soma de pontos possíveis. A designação não aplicável refere-se apenas a itens não pertinentes ao caso avaliado (como por exemplo perturbação em habitats e biodiversidade em um sítio com baixo ou nenhum valor ecológico), e não a itens que apresentem custo elevado para implementação ou falta de dados para embasar a avaliação.
O modelo de avaliação é complementado por um sistema de classificação de desempenho, composto por três classes: A, B e C.A classificação de desempenho será sempre atribuída com base no desempenho ao longo de todo o ciclo de vida , isto é: com base no total de pontos obtido. O atendimento do desempenho mínimo em cada etapa (>50%) será o critério eliminatório. Analogamente, Índices de Sustentabilidade (IS), entre 1 e 5, são atribuídos conforme a pontuação individualmente obtida em cada tema avaliado (antes da ponderação) e a pontuação global (ponderada) e, segundo a escala indicada abaixo:
IS Classes5 A4321
A pontuação será calculada automaticamente clicando na aba "Pontuação" ou no no botão correspondente na base da tela, mas o resultado fará sentido apenas depois que todo o formulário for preenchido.
O atendimento de bônus é contabilizado separadamente, pela atribuição de 1 a 5 estrelas, como mostrado abaixo:
Há indicadores assinalados como "não pontua", ou pontuação zero. Estes indicadores são destinados a permitir o acúmulo de dados que tornará possível que, no futuro, sejam também avaliados.
Discos de sustentabilidade posicionam o empreendimento avaliado (perfis de sustentabilidade) em relação ao critério de elegibilidade para classificação.
B
Faixas de pontos de bônus>80%
61-80%
41-60%
21-40%
C
1-20%
Faixas de pontos de bônus>90%
81-90%71-80%61-70%50-60%
Operação Vai para Pontuação Imprime Formulário Limpa FormulárioProjeto ConstruçãoPlanejamento
Empresa de projeto
Empresa de construção
Nome do contato
Endereço
Telefone Fax e-mail
Status do empreendimento Planej. produção
Concepção Quantitativos
Viabilidade Anteprojeto Orçamento
Proposta inicial Estudo Preliminar Projeto legal Licitação Execução Uso
Este campo deve ser revisado à medida em que o empreendimento se desenvolva!
Etapa 1: Planejamento do empreendimento (Pl)Este formulário é preenchido apenas uma vez ao longo do processo.
PlA1
Uso do solo
0 1 2 3
0 1 2 3
Não Sim Não Sim
0 1 0 1
vgs
vgs
vgs
vgs
vgs
vgs vgs vgs
Nome do empreendimento
Indicar estado atual do empreendimento digitando "1" nos campos correspondentes a todos os estágios completados.
Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade locais
Que tipo de sítio melhor descreve a localização do projeto (digite '1' nos campos aplicáveis)
Rural Vazio urbanoConurbação urbana
Brown fieldReutilização/ renovação
Periferia urbana
Área contaminada
1
Green field
Localização do terreno (digite '1' nos campos aplicáveis)
O acesso a transporte público (a partir do empreendimento) é bom? (digite '1' nos campos aplicáveis)
A curta distância (10 min a pé) de transporte público freqüente (intervalos < 15 min)
Projeto Executivo
Viagem curta de ônibus (< 20 min) até um nó de rede principal de transporte público
-1 0 1 2 1 0
Não Sim
Não aplicável
0 1 2 00
PlS5
Outros
1 1
PlG1Planej. produção
Concepção Quantitativos
Viabilidade Anteprojeto Orçamento
Proposta inicial Estudo Preliminar Projeto legal Projeto Executivo Licitação Execução Uso
1 1 1 1 1 1
Não aplicável
Destruição de habitat existente, sem criação de novos
Plantas, árvores e espécies sensíveis são protegidas
Área de habitat criado é muito maior que habitat destruído
Diálogo entre as partes interessadas, incluindo número de reuniões e forma de comunicação
Ecologia local (proteção de habitats e espécies)
Impactos sobre a sociedade
Estão em curso ações específicas para proteger/melhorar a ecologica local (habitat e espécies)?
Qual o impacto do empreendimento sobre habitats e espécies?
Consideração de aspectos de sustentabilidade e gestão ambiental ao planejamento
Em quais estágios do desenvolvimento do empreendimento foram considerados aspectos de sustentabilidade (indicar todos os aplicáveis)?
IS3.1Quanto ao relacionamento com a comunidade local implementou-se planos para:
Área de habitat criado é menor que habitat destruído
Consulta da comunidade, incluindo número de reuniões e forma de comunicação
Sim, através de plano disponível para verificação pública
Sem impacto em habitats
Cliente Outros
1 1 1 1
IG1.1
Coordenação dos projetos Outros
1 1
Bônus
Outros
1
FIM da Etapa 1
Planejamento 0 pts em 27 0 %
Designação de item de orçamento/inclusão no briefing do projeto para realização de simulação do desempenho energético do edifício
Seleção de profissionais habilitados em questões de sustentabilidade de projeto, construção e operação
Construtor
Implantação de práticas de melhoria ambiental do projeto
Quais práticas de gestão ambiental e controle de qualidade foram implantadas no planejamento?
Caso um SGA ou SGQ seja um requisito para o empreendimento, qual(is) agente(s) deve(m) atendê-lo? (indicar todos os aplicáveis)
Sistemas de Gestão
Projetista Fornecedores
Uso e Operação Pontuação Imprime Formulário Limpa FormulárioProjeto ConstruçãoInstruções
Dados vindos do formulário "Planejamento"
Empresa de projeto
Empresa de construção
Nome do contato
Endereço
Telefone Fax e-mail
Status do empreendimento Planej. produção
Concepção Quantitativos
Viabilidade Anteprojeto Orçamento
Proposta inicial Estudo Preliminar Projeto legal Licitação Execução Uso
Este campo deve ser revisado no formulário "Planejamento" à medida em que o empreendimento se desenvolva!
Etapa 2: Projeto (P)Em princípio, este formulário é preenchido apenas uma vez ao longo do processo (conclusão do projeto executivo), mas pode ser revisado ao final de cada etapa de projeto para monitorar progresso.
PA1
Uso do solo m2
IA1.1.1 não pontua
m2
não pontua
Área do terreno (m2) Área construída (m2) m2 terreno/m2 construído
>2,0 m2 /m2 2,0 -1,0 m2 /m2 0,9-0,5 m2 /m2 0,4-0,1 m2 /m2 <0,1 m2 /m2
Ocupação prevista usuários
0 1 2 3 4
>50 m2/pessoa 50-40 m2/pessoa 39-20 m2/pessoa 29-10 m2/pessoa <10 m2/pessoa
0 1 2 3 4
vgs
vgs
vgs vgs
Projeto Executivo
1
vgs
vgs
vgs
vgs
IA1.1.2
Área construída/usuário (prevista)
Eficiência no uso do solo (m2 terreno /m2
construído)
Nome do empreendimento
Área não construída, em relação à área non edificandi prescrita pela legislação local
Indicar estado atual do empreendimento digitando "1" nos campos correspondentes a todos os estágios completados.
Área total de solo ocupado + afetado pelo edifício e atividades relacionadas
Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade
>40 % 31-40% 21-30% 10-20% <10% legislação %
empreendimento %
0 1 2 3 4
Ecologia local
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
0 1 2 3 4 5
IA1.1.4
>80 % 61-80 % 61-80% 41-60% 21-40% <20 %
0 1 2 3 4 5
IA1.1.5
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
0 1 2 3 4 5
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
0 1 2 3 4 5
PA2
Isolamento adequado Outros
1 1 1 1 1
Não Sim Qual?
comparar com dados de uso/operação!
0 1
Não Sim Qual?
comparar com dados de uso/operação!
0 1
kWh/m2/mês
%
IA2.8
Dispositivos energeticamente eficientes para condicionamento
Soluções energeticamente eficientes para ventilação
Uso de fontes renováveis
Área impermeável/área total do terreno
Área de paisagismo com espécies locais/área verde total (melhoria de biodiversidade e redução de necessidade de irrigação)
Quais medidas de economia de energia foram incorporadas ao projeto?
Foi definida uma meta de projeto quanto a uso de energia renovável?
Foi definida uma meta de projeto quanto a consumo de energia?
IA1.1.3Em sítios desenvolvidos anteriormente, área de (restauração) plantio de vegetação nativa ou adaptada, em relação à área não construída
Em sítios não desenvolvidos anteriormente, qual a área de perturbação (incluindo movimentos de terra e limpeza de vegetação)
% de área não afetada pelo empreendimento (projeção do edifício, vias de acesso e estacionamento), em que a biodiversidade e a ecologia originais (árvores com diâmetro de tronco acima de 100 mm, cercas-vivas, lagoas, córregos etc) foram mantidas e adequadamente protegidas durante a construção
Dispositivos eficientes para iluminação
Energia
PA3
Outros
1 1 1 1
Não Sim Qual?
comparar com dados de uso/operação!
0 1
Outros
1 1
Outros
1 1 1 1 1
PA4
Asbestos Outros
1 1 1 Preq
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Estrutura
IA1.5.5 locais (<150 km) 0 1 2 3 4 5
IA1.5.6 rapidamente renováveis <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
IA1.5.7 madeira certificada Vedações
IA1.5.8 reutilizáveis, recicláveis, biodegradáveis 0 1 2 3 4 5
IA1.5.9 conteúdo reciclado <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Piso
0 1 2 3 4 5
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Cobertura
0 1 2 3 4 5
Bônus
Retenção por criação de áreas alagáveis
Sistemas de drenagem mais sustentáveis
Medição setorizada / individualizada
Mecanismos de detecção de vazamentos
Procedimentos regulares (max cd. 6 meses) para identificar e reparar vazamentos
Retenção: reservatório enterrado (<500m2 área impermeável)
Quais medidas de economia de água foram incorporadas no projeto?
Água
Dispositivos eficientes/ economizadores
Previsão de coleta e tratamento de água da chuva para uso em irrigação
Materiais
Quais medidas de gestão de água de chuva foram incorporadas no projeto?
Madeiras constantes na lista de espécies ameaçadas (Portaria IBAMA 37N de 1992)
Isolantes (ou componentes que contenham isolantes) que liberem CFCs durante a produção
Refrigerantes a base de CFC no sistema de condicionamento artificial
% (em massa) materiais especificados com base no "melhor valor", que inclui consideração do seu impacto ambiental
Infiltração: uso de pavimentos permeáveis
Não utilização de materiais cujo emprego é reconhecidamente prejudicial ao ambiente
Foi definida uma meta de projeto quanto a consumo de água?
Filtragem/tratamento no próprio sítio: bioswales
Filtragem/tratamento no próprio sítio: massas de vegetação em torno de corpos dágua
Bônus
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Estrutura Estrutura
0 1 2 3 4 5
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Vedações Vedações
0 1 2 3 4 5
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Piso Piso
0 1 2 3 4 5
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Cobertura Cobertura
0 1 2 3 4 5
PA5 Resíduos de uso
1
Outros
1 1 1 1 1
Resíduos de uso
Não Sim Qual?
comparar com dados de construção!
0 1
RCD
Não Sim Qual?
comparar com dados de uso/operação!
0 1
Bônus
1
PS2Qualidade do ambiente interno
Não Piso Forro Pintura Isolamento Outros
0 1 1 1 1
Especificação de materiais e componentes reutilizados
Integração com e entre fornecedores para minimização de cortes e resíduos
Uso de princípios de lean design
IA1.5.10
Impactos sobre usuários
Resíduos
Quais medidas para redução e controle de resíduos foram incorporadas no projeto?
Seleção de materiais usados internamente (pisos, forros, pintura, isolamento, colas, adesivos e
Foi definida uma meta de projeto para redução de resíduos?
Previsão de área para segregação
Reutilização de materiais e componentes em condições adequadas
RCD
Uso de padronização Uso de modulação Uso de pré-fabricação
Projeto para minimização de resíduos
Projeto para desmontagem com minimização de resíduos
Colas e adesivos Impermeabilizantes Solventes
1 1 1
1 1 1 1 1 1 1
em construção
Não Sim
0 1
Consideração de facilidade de manutenção e limpeza
Isolamento de fontes poluentes
Ventilação próxima à fonte
Qualidade do ar interno
Previsão de área/postos de trabalho para funcionários operacionais do edifício
Previsão de área de fumantes aberta ou com ventilação adequada e isolada do restante do edifício.
Limpeza/purificação do ar
Ventilação eficiente (espaço como um todo)
Controle de ventilação pelos usuários
IA1.5.10solventes, impermeabilizantes) com base em emissão de VOCs e partículas respiráveis
IS 2.2.3.4 Não Sim
0 1
Não Sim
IS 2.2.3.1 Facilidades para pedestres adequadas
0 1
IS 2.2.1.1 Não Sim
0 1
IS 2.2.2.1 Não Sim
0 1
Área verde <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
%área verde/área náo construída
%área verde/total terreno
0 1 2 3 4 5IS 2.2.2.3 Não Sim
0 1
PE2 Melhoria no produto oferecido
IE2.1
IE 2.1.1. Redução de prazos, com maior previsibilidade %
Tempo de conclusão do projeto/planejado não pontua
IE 2.1.2.
R$/m2
Custo/m2 construído (orçamento previsto) não pontua! Base para comparação com custos reais
IA1.5.5 Uso de materiais locais <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
% custo total materiais
0 1 2 3 4 5
PG1
Outros
1 1
Consideração de aspectos de gestão ambiental e sustentabilidade no planejamento
Quais alternativas práticas de controle de qualidade e melhoria ambiental foram implantadas no projeto?
IG1.1
Avaliação ambiental integrada ao processo de projeto
Implantação adequada em função de climatologia (sol e vento)
Redução de custos ao longo do ciclo de vida, com maior previsibilidade
Seleção de profissionais habilitados em questões de sustentabilidade de projeto, construção e operação
Facilidades adequadas para sombreamento, lazer para usuários
Acesso de serviço adequado para veículos de entregas e coleta de resíduos
IS 2.2.2.2
Eliminação de barreiras físicas (acessibilidade) no edifício e suas áreas externas
Processo de projeto/construção
Qualidade do ambiente externo
PG2
Outros
IG2.3.
1
Bônus
OutrosIG1.1
1 1
FIM da Etapa 2
Projeto 0 pts em 99 0 %
Integração de práticas de controle de qualidade ao processo
Planejamento da operação e manutenção do edifício
Uso inovador de estratégias de projeto e tecnologias em resposta a necessidades específicas
Realização de simulação de desempenho energético para otimizar projeto
Implantação de práticas de melhoria ambiental do projeto
Facilidades adequadas para as atividades de manutenção
Uso e Operação Pontuação obtida Imprime Formulário Limpa FormulárioPlanejamento ConstruçãoInstruções
Dados vindos do formulário "Planejamento"
Empresa de projeto
Empresa de construção
Nome do contato
Endereço
Telefone Fax e-mail
Status do empreendimento Planej. produção
Concepção Quantitativos
Viabilidade Anteprojeto Orçamento
Proposta inicial Estudo Preliminar Projeto legal Licitação Execução Uso
Este campo deve ser revisado no formulário "Planejamento" à medida em que o empreendimento se desenvolva!
Etapa 3: ConstruçãoPara monitoramento de progresso, recomenda-se que este formulário seja revisado em intervalos trismestrais
CA1
Outros
1 1 1 1 1 1
Não Sim Qual? Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menor
0 1 -1 0 1
IA 1.2.2. ? kWh/m2 ? kWh/m2 ? kWh/m2 ? kWh/m2 ? kWh/m2 ? kWh/m2
0 1 2 3 4 5
CA2
Outros
1 1 1 1 1
Não Sim Qual? Maior Igual Menor
0 1 0 global
vgs
vgs
vgs
vgs
Foi definida uma meta de consumo de água para a etapa de construção?
no último trimestre
Em relação à meta, o consumo foi
Água
Foi definida uma meta de consumo de energia para a etapa de construção?
Medição setorizada / individualizada
Treinamento e conscientização da equipe
Procedimentos regulares (max cd. 6 meses) para identificar e reparar vazamentos
Treinamento e conscientização da equipe
1
Nome do empreendimento
Indicar estado atual do empreendimento digitando "1" nos campos correspondentes a todos os estágios completados.
vgs
vgs vgs
Projeto Executivo
vgs
no último trimestre
Uso de equipamentos eficientes (uso de combustível e emissões)
Uso de fontes renováveis
Monitoramento de uso de energia
global
Quais medidas de economia de energia foram incorporadas no planejamento da do canteiro e etapa de construção?
Dispositivos energeticamente eficientes para ventilação e condicionamento
Energia não renovável utilizada na construção do edifício (indicada no medidor), por m2
construído
Energia
Monitoramento de consumo de água
Dispositivos energeticamente eficientes para iluminação
Dispositivos economizadores
Quais medidas de economia de água foram incorporadas no planejamento da do canteiro e etapa de construção?
-1 0 1
IA 1.3.1 ? m3/m2 ? m3/m2 ? m3/m2 ? m3/m2 ? m3/m2 ? m3/m2
0 1 2 3 4 5
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
0 1 2 3 4 5
CA3
Agregados - (%) - (%) - (%)
1 (>20%) 1 (>20%) 1 (>20%)
Alvenaria - (%) - (%) - (%)
1 (>20%) 1 (>20%) 1 (>20%)
Madeira - (%) - (%) - (%) - (%)
1 (>20%) 1 (>20%) 1 (>20%) 1 (>20%)
Outros - (%) - (%) - (%)
1 (>20%) 1 (>20%) 1 (>20%)
Aço (teor reciclado) Alumínio (teor reciclado)
Metais - (%) - (%)
1 (>20%) 1 (>20%)
cimento agregados alvenaria madeira vidros metais
kg/m2 kg/m2 kg/m2 kg/m2 kg/m2 kg/m2
não pontua
Consumo de materiais por unidade de área útil construída (área de carpete)
IA 1.4.1
Detalhamento dos materiais utilizados (digite "1" para todos os aplicáveis e, as porcentagens, em massa, na caixa adjacente)
Volume de água da chuva/água cinza captada, tratada e reutilizada na fase de canteiro, em % consumo mensal do canteiro
Produtos novos de madeira são provenientes de fontes de manejo sustentável (e %, caso conhecida)
Materiais reutilizados/reciclados vindos do próprio canteiro
Materiais reutilizados/reciclados vindos de fontes locais (raio de 150 km)
Novos materiais (virgens) vindos de fontes locais (raio de 150 km)
Materiais
Consumo mensal de água na fase de canteiro, por m2 construído
CA4
Outros
1 1 1 1 1
Não Sim Qual? Em relação à meta, a massa de RCD foi Maior Igual Menor
kg/m2contruçãono último trimestre
0 1 global
-1 0 121-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
0 1 2 3 4 5
<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
0 1 2 3 4 5
> ?? Kg ?? Kg ?? Kg ?? Kg ?? Kg < ?? Kg
IA 2.7.3.
0 1 2 3 4 5
< ?? % ?? % ?? % ?? % ?? % > ?? %
IA 2.7.4.
0 1 2 3 4 5
< ?? % ?? % ?? % ?? % ?? % > ?? %
IA 2.7.5.
0 1 2 3 4 5
< ?? % ?? % ?? % ?? % ?? % > ?? %
IA 2.7.6.
0 1 2 3 4 5
21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Bônus
Outros
IA 2.8.1 IA 2.8.1 ca5
1 1 1
Integração de fornecedores para minimização
Dispositivos para tratamento de resíduos sanitários (água negra) no próprio terreno antes de ser lançada na rede pública
% massa do material removido na limpeza do terreno que recebeu disposição adequada
Água residual de concretagem
Filtragem de água siltosa (silt fences)
Dispositivos para tratamento de água de chuva ou residual do processo de construção no próprio sítio antes de ser encaminhada à rede pública
IA 2.7.1.
IA 2.7.2.
Quais medidas para redução e controle de resíduos foram incorporadas no planejamento do canteiro e etapa de construção?
% massa dos resíduos gerados por demolição (inclui desconstrução do canteiro) que foram reciclados, recuperados para reutilização e/ou encaminhados para reciclagem ou reutilização externa
Resíduos
% massa de madeira recuperada dos RCD para reutilização futura ou encaminhada para reutilização externa
Resíduos de construção gerados, por unidade de área útil construída e como parcela da massa de materiais adquiridos
Foi definida uma meta de redução de residuos para a etapa de construção?
Facilidades para segregação
Facilidades para reciclagem
Planejamento e estratégias para minimização Facilidades para reuso
% massa dos RCD (fora madeira) que foram reutilizados ou reciclados dentro do próprio canteiro
% massa dos RCD (fora madeira) que foram encaminhados para reciclagem ou reutilização externa (inclui embalagens)
21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
CA6
> 50km 31-50km 11-30km 0-10km
% % % %
>50%, 0pt >50%, 1pt >50%, 2pt >50%, 3pt
% %
<50%, 1pt <50%, 1pt21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
CS1 Impactos sobre operáriosIS1.1.
IS1.1.1. Empregados formais/total % não pontua
% não pontua
Diminuiu
-1 0 121-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Não Sim Qual? Não Sim Qual?
0 1 0 121-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Não Sim
0 121-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Básica 1 2 3 4 5 Significativamente melhor que a prática típica
0 1 2 3 4
AumentouFA (último trimestre)
Indicar alteração em relação ao trimestre anterior (digite "1" onde aplicável)
Indicar a taxa de freqüência de acidentes [FA] no canteiro (no acidentes/10000 hs trabalhadas)
Quais as distâncias previstas que os operários viajarão diariamente até o sítio? (% aproximada)
na cadeia de fornecedores
Manteve-se
no canteiro
Saúde, Segurança e local trabalho
Rodovia (<150 km)Rodovia (>150 km)
FA (acumulada)
Como os componentes principais serão trazidos até o sítio? (indique a % aproximadas para cada situação)
Situação empregatícia
A empresa possui mecanismos para garantir que as condições de trabalho atendam ou excedam as exigências de legislação trabalhista e preveniracidentes e doenças do trabalho?
Transporte
Qualidade das facilidades para operários no canteiro
Plano de Ação Emergencial, com equipamento e treinamento de funcionários sobre como proceder em caso de incidentes de emergência no local de trabalho
Gastos com benefícios empregados formais (em % folha de pagamento empregados formais)
IS1.1.2.
IS1.3.1.
IS1.3.4.
IS1.3.2.
IS1.2.1. Não Sim
0 121-40%IS1.2.2.
pontualidade no pagamento <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
pacote de salários e benefícios
saúde e segurança e local de trabalho 0 1 2 3 4 5
igualdade oportunidades e valorização de RH
relacionamento no longo prazo 21-40%
Não Sim
0 121-40%
Bônus Treinamento
BS1 A empresa fornece/financia treinamento para funcionários (indique todos os alicáveis)? Outros
BS1.1 BS1.1 BS1.2 BS1.2 BS1.3 BS1.4
1 1 1 1 1 1 121-40%
CS3 Impactos sobre clientes e usuários finais 21-40%
IS3.2 Satisfação clientes
IS132.1. Não Sim
0 1
Cliente=usuário final?
Não Sim
Não se aplica
Pontualidade na entrega
Qualidade do produto <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Retorno do investimento
Valor agregado 0 1 2 3 4 5
Comunicação eficiente
Relacionamento no longo prazo
Não Sim
0 1
A empresa possui programa para reduzir a rotatividade de operários?
Treinamento ambiental para pessoal contratado
IS3.2.3.
Satisfação média dos funcionários, estimada a partir de porcentagem satisfeita com:
Implementação de prática para avaliação da satisfação de clientes
Satisfação média dos clientes (quando não forem os usuários finais, avaliados no item IS 3.2.2 , form Uso e operação ), estimada a partir de porcentagem satisfeita com:
Programa para melhoria contínua, com base na pesquisa de satisfação dos funcionários
Implementação de prática para avaliação da satisfação de funcionários
Há procedimentos para a identificação das necessidades de treinamento
Treinamento profissional para pessoal contratado
Treinamento ambiental para pessoal próprio
Satisfação operários
Programa para melhoria contínua, com base na pesquisa de satisfação de clientes
IS1.2.3.
IS3.2.4.
Treinamento profissional para pessoal próprio
21-40%
CS4 Relacionamento com fornecedores 21-40%
IS3.3.1
pontualidade no pagamento
relação de trabalho <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
tratamento justo e igual entre fornecedores
comunicação eficiente 0 1 2 3 4 5
relacionamento no longo prazo
21-40%
CS5
IS3.1.3
0 1 2 3 5
Aumentou Igual Diminuiu
-1 0 1
Aumentou Igual Diminuiu
-1 0 1
IS 3.1.6. Outros
IS 3.1.7. IS3.1.6 IS3.1.7 IS3.1.8
IS 3.1.8. >75%, 1pt 1 1 1 1 1
Bônus
BS2
Responsabilidade social corporativa BS2.1 BS 2.2 BS2.3
Fortalecimento de economia local 1 1 1
Valorização de RH
BS2.5 BS2.6
1 1
A empresa possui programa para desenvolvimento humano e melhoria da empregabilidade de (ex)funcionários, com foco em educação ou treinamento
A empresa tem programa permanente para capacitação e treinamento de RH
IS 3.1.5.
Satisfação média dos fornecedores, estimada a partir de porcentagem satisfeita com:
Número de ações judiciais bem-sucedidas, movidas contra a empresa ou empregados por incidentes ou práticas relacionadas ao trabalho
Número de reclamações ou notificações formais (ambientais ou por incômodo) recebidas quanto a qualquer assunto relacionado às atividades de construção
A empresa adota padrões de responsabilidade social que incluem políticas para gerenciar impactos em comunidades afetadas por suas atividades
Contribuição para a construção de comunidades estáveis
Relacionamento com a comunidade local
Quais das seguintes situações melhor descreve o relacionamento do emprendimento com residentes locais e grupos comunitários?
A empresa busca localmente seus suprimentos e serviços sempre que possível
A empresa está envolvida em projetos locais de regeneração da comunidade
O canteiro segue padrões de gerenciamento, segurança e consciência ambiental visando minimizar a perturbação à vizinhança imediata
Provendo assistência a outros projetos locais
Gerando oportunidades de negócios
Utilizando facilidades locais
Reclamações no último trimestre
Jardins e espaços abertos à comunidade ou outras benfeitorias locais
Em relação ao último trimestre:
Através de doações a instituições de caridade locais
Tentamos envolvê-los ativamente em cada etapa do empreendimento
Número total de açõesAções no último trimestre
Número total de reclamações
Dizemos o que estamos fazendo
Em relação ao último trimestre:
Respondemos quando há reclamações
IS 3.1.4.
Não há
De que forma o empreendimento contribui positivamente para a comunidade local?
Recrutamento de mão-de-obra local (%)
CE1 Produtividade no canteiroE1
IE1.1. Horas.homem/m2 hh/m2 não pontua
IE1.2. % não pontua
IE1.3. % não pontua
CE2E2
IE2.1 Processo de projeto/construção Global Previsto (orçamento)
IE2.1.2 R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2
-1 0 1 -1 0 1
-1 0 1 -1 0 1
IE 2.1.3. Minimização de defeitos
Número Pior Igual Melhor Número Pior Igual Melhor
Tipo A (falha estrutural) grave grave
Tipo B (revestimentos e trincas)
Tipo C (revestimentos e trincas)
Tipo D (rejunte e pequenos defeitos) leve leve
IE2.1.3.1 -1 0 1 IE2.1.3.2 -1 0 1
IE 2.2.
qtd/$ não pontua
IE 2.2.2
qtd/$ não pontua
Número de ações judiciais bem-sucedidas, movidas contra a empresa por clientes e usuários, por unidade de valor agregado
Melhoria no produto oferecido
Horas de retrabalho ou gastas em correção de defeitos pré-entrega (em % total de horas trabalhadas)
Aumento da satisfação, bem-estar e valor para usuários e vizinhança
No ato da entrega média da empresa
No trimestre anterior
média da empresaApós período de retificação defeitos
Custo de retificação de defeitos pré-entrega (em % custo total obra)
Do ponto de vista do construtor: qual é o desempenho do empreendimento em relação ao retorno estimado (lucro)?
IE 2.2.2 Número de reclamações de vizinhos, por unidade de valor agregado
Do ponto de vista do cliente: qual é o desempenho do empreendimento em relação ao orçamento previsto (custo/m2 contrução)?
CE3IE3
IE 3.1. Valor agregado e retorno de capital
IE 3.3.1
% não pontua
% não pontua
% não pontua
IE3.1.1 Valor agregado/unidade de valor de vendas % não pontua
IE3.1.2 Retorno médio do capital empregado % não pontua
IE3.2. Investimentos diretos e indiretos
% não pontua
% não pontua
IE3.2.4. Relação empregos indiretos/diretos % não pontua
% não pontua
% não pontua
IE 3.3.
% não pontua
IE 3.3.2. Benefícios intangíveis, em %custo vida útil % não pontua
IE3.2.5.
IE3.2.3.
% valor de materiais, produtos e serviços que fortalecem economia local (% total adquirido)
(interface com BS 1. Treinamento)
(interface com IS 3.1. Relacionamento com a comunidade local)
IE3.2.1.
Investimento em treinamento para empregados diretos (% da folha de pagamento (salários + benefícios))
Custo de produção, em m2 “sustentável”/m2
convencional
Valor de venda m2 “sustentável”/m2
convencional
% aumento do custo aceita como investimento em sustentabilidade
Investimento, agregação de valor e benefícios da sustentabilidade
IE 3.3.2
Benefícios resultantes de investimento em sustentabilidade
Subsídios e benefícios fiscais recebidos (% custo obra)
IE3.3.1.
IE3.2.6.
% salários correspondente a recursos humanos locais (% total adquirido)
IE3.2.2.
Investimento físico na comunidade e/ou na vizinhança imediata: equipamento urbano, jardins públicos e outros mecanismos de compensação (em % custo obra )
CG1
Outros
IG1.2.2.
0 1 2 1
Outros
1 1 1 1
Outros
1 1 1 1 1
Aumentou Igual Diminuiu
poluição do ar (inclui poeira)
poluição da água
contaminação do solo
soc reclamações quanto a ruído
-1 0 1
CG2
IG2.2.2.
0 1 2 1
1 1
Integração de práticas de controle de qualidade ao processo
Indicar alteração em relação ao trimestre anterior
SGA não certificadoSGA certificado (ISO 14001)
Gestão de RCD
Contaminação do solo
Controle de poluição de corpos d´água e sobrecarga da infraestrutura de águas pluviais
Ruído (dB)
A etapa de construção está observando os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental - SGA?
IG2.4
IG2.2.1.
IG1.2.1Práticas de gestão ambiental durante a execução
A etapa de construção está observando os requisitos de um Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ?
Consideração de aspectos de gestão ambiental e sustentabilidade no planejamento
IG1.2.1.
Desenvolvimento de protocolos de verificação de conformidade de desempenho pré-entrega por profissional habilitado
Realização de teste pré-entrega de sistemas de condicionamento e ventilação artificial
Ajuste de desempenho de sistemas prediais pré-ocupação
Está previsto o monitoramento de poluição? - Indicar todos os aplicáveis
Número total de incidentes
Sem SGQ
Incidentes
Sem SGA
Controle de poluição sonora
SGQ não certificadoSGQ certificado (ISO 9001)
Ruído (perturbação)Poluição da água
Supervisão planejada no canteiro para assegurar conformidade
Supervisão planejada no canteiro para assegurar conformidade
Número de incidentes no trimestre anterior
Controle de poluição para o ar: recepção, armazenamento e manuseio de materiais
Polutição do ar (inclui poeira)
Bônus
Não Sim
0 1
Bônus
BC1.
Sim Outros
OU5 1 1 1 1 1
Não
0
Outros
BC1.2 BC1.3; BC1.3.1 BC1.3.2
1 1 1
Outros
BC2.1 BC2.2 BC2.3
1 1 1
Outros
BC2.4 BC2.4 BC2.5
1 1 1
Outros
BC2.6 BC2.7. BC2.8
1 1 1
A empresa definiu metas específicas de sustentabilidade, a serem revisadas anualmente
A empresa implementou estas metas na forma de um plano de ação para sustentabilidade
A empresa possui um processo interno de auditoria de sustentabilidade
A empresa comunica seu desempenho em relação à sustentabilidade a todas as partes interessadas
Há uma política para sustentabilidade, com objetivos e atribuição de responsabilidades
Comprometimento e proatividadeSustentabilidade como prioridade corporativa
Diretrizes referentes a práticas de controle dos impactos da construção em sítios com valor ecológico especificadas nos documentos de construção e acima dos exigidos pela legislação
A empresa definiu uma política sustentável de compras e de uso responsável de materiais de construção
A empresa definiu uma política sustentável de compras e de uso responsável de materiais de construção
A empresa desenvolveu e implementou um Plano de Gestão de Resíduos
A empresa investe na melhoria do seu desempenho em relação a sustentabilidade
A empresa aplica conceitos de construção e operação sustentável em suas instalações
A empresa conduz sistematicamente o acompanhamento ambiental do ciclo de vida de seus produtos, processos e serviços
A empresa possui um sistema de gestão ambiental implantado?
BC1.1.
BC2. Proatividade em sustentabilidade
A empresa publica um relatório anual de sustentabilidade verificado por parte independente
A empresa identificou indicadores próprios de desempenho em relação a sustentabilidade, e conhece seu estado atual em relação a eles
A empresa faz benchmarking regular do seu desempenho em relação às melhores práticas do setorRelato e benchmarking de desempenho
A empresa implementa um programa interno de educação e treinamento de empregados para sustentabilidade
A empresa definiu e implementa um sistema de gestão da sustentabilidade da cadeia de fornecedores
A empresa implementa sistemas para compartilhar boas práticas entre departamentos, fornecedores, projetistas, canteiros de obras e projetos
1 1 1 1
Outros
1 1
BS3. Relacionamento com a sociedade
Outros
BS3.2. BS3.3.
1 1
Outros
1 1 1
FIM da Etapa 3
Construção 0 pts em 160 0 %
Participação em programa “verde” de compras ou grupo de compras cooperativo
BC2.9. Proatividade no preenchimento de lacunas identificadas para a implementação de medidas sustentáveis
Interação com fornecedores para redução de embalagens
Formação de cadeia de coleta seletiva - reciclagem – reuso
Clube de minimização de intercâmbio de resíduos
BC2.10. Proatividade em proteção de biodiversidade e em medidas para evitar poluição
Estabelecimento de parcerias (relacionadas ou não às atividades da empresa) para exercício de cidadania corporativa
Programa corporativo de doações à comunidade (monetárias, equipamentos e patrocínio) BS3.1.
Política de seleção de área, construção para proteção de habitat e melhoria da ecologia local
Parcerias com escolas para facilitar programas educacionais
Benefício indireto à comunidade, envolvendo, por exemplo:
Plano “verde” de transporte/comutação dos funcionários, para reduzir uso de automóveis
Estabelecimento de parcerias com a comunidade no entorno imediato
Programas de estágios profissionais; bolsas educacionais e oportunidades de emprego
Uso e Operação Pontuação Imprime Formulário Limpa FormulárioProjeto ConstruçãoInstruções
Dados vindos do formulário "Planejamento"
Empresa de projeto
Empresa de construção
Nome do contato
Endereço
Telefone Fax e-mail
Status do empreendimento Planej. produção
Concepção Quantitativos
Viabilidade Anteprojeto Orçamento
Proposta inicial Estudo Preliminar Projeto legal Licitação Execução Uso
Este campo deve ser revisado no formulário "Planejamento" à medida em que o empreendimento se desenvolva!
Etapa 4: Uso e operação do edifício (O)Para monitoramento de progresso, recomenda-se que este formulário seja revisado em intervalos trismestrais
O0 Área construída (m2)
0,00
>50 m2/pessoa 50-40 m2/pessoa 39-20 m2/pessoa 29-10 m2/pessoa <10 m2/pessoa Ocupação prevista em projeto
#DIV/0! m2/pessoa não pontua
0 1 2 3 4
OA1 consumo mensal kWh/m2 pessoas kWh/ocup*m2
consumo anual kWh/m2 m2 kWh/m2 *ano
Não Sim Qual? Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menorno último trimestre
global
-1 0 1
Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menorno último trimestre
0 1
global
-1 0 1
Não Sim Qual? Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menorno último trimestre
0 1 global
consumo/área
Foi definida uma meta de consumo de energia para a etapa de operação
Foi definida uma meta de consumo de energia renovável para a etapa de operação %
kWh/m2 *ocup*ano
vgs
vgs
vgs
vgs
vgs
vgs
Energia consumo/ocupante
kWh/m2 *ano
no. ocupantes
área útil do edifício
Nome do empreendimento
vgs
Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade
Área construída/usuário (real)
vgs
Projeto Executivo
Indicar estado atual do empreendimento digitando "1" nos campos correspondentes a todos os estágios completados.
1
-1 0 1
0 1 2 3 4
0% 1-5% 5-10% 11-15% 16-20% 21-25%
0 1 2 3 4 5
Consumo anual de energia não renovável utilizada na operação do edifício (indicada no medidor), por m2 área útil ("area de carpete")
IA 1.2.3.
IA 1.2.4% do consumo anual de energia para operação vindo de fontes renováveis
>200 kWh/m2/ano 200 - 150 kWh/m2/ano 149 - 100 kWh/m2/ano 99-50 kWh/m2/ano <50 kWh/m2/ano
OA2
Não Sim Qual? Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menorno último trimestre
global
-1 0 1
Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menorno último trimestre
0 1
global
-1 0 1
consumo mensal m3pessoas l/ocup/dia
consumo anual (m3) m3 m2m3/m2/ano
IA 1.3.2
OU
0 1 2 3 4
IA 1.3.3 Consumo anual de água para irrigação 1
0 1 2 3 4
Bônus <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
IA 1.3.4
0 1 2 3 4 5
OA3<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
IA 2.7.4
0 1 2 3 4 5
kg/ocup * ano não pontua
kg/m2 * ano não pontua
Foi definida uma meta de consumo de água para a etapa de operação? m3/m2 *ano
m3/m2 *ocup*ano
Não se aplica (não há medição setorizada)>?? m3/m2 jardim
Consumo anual de água para uso e operação do edifício (exceto irrigação), por m2 construído
Água
% massa de resíduos de uso separados e encaminhados para reciclagem externa
Resíduos de uso do edifício (papel, vidro, plástico e metais) por unidade de área útil construída
80-56 l/ocup/dia
Resíduos de uso
>?? m3/m2 jardim >?? m3/m2 jardim>?? m3/m2 jardim
40 -31 m3/ocup/ano
no. ocupantes
área útil do edifício
30 -21 m3/ocup/ano
Parcela do consumo mensal de água para irrigação resultante de coleta e tratamento de água de chuva
>?? m3/m2 jardim
50 -41 m3/ocup/ano
>?? m3/m2/mês
<55 l/ocup/dia
consumo/ocupante
consumo/área
<20 m3/ocup/ano
>?? m3/m2/mês >?? m3/m2/mês >?? m3/m2/mês >?? m3/m2/mês
>50 m3/ocup/ano
>135 l/ocup/dia 135-111 l/ocup/dia 110-81 l/ocup/dia
OS3 Impactos sobre clientes e usuários finais
em construção!Qualidade do ambiente interno
IS2.1.1.1 Controle de umidade1 1
1 1
IS2.1.3 Ventilação e renovação de ar
IS2.1.2.1
%
IS2.1.2.2
m/s
IS2.1.2.3
ºC
IS2.1.2.4 Temperatura radiante média ºC
Desvio em relação ao benchmark de UR durante aquecimento
Umidade adequada para controle de microorganismos dentro do edifício
Emissões de VOC em espaços internos (nível medido)
Taxa de renovação de ar em áreas condicionadas artificialmente
Humidade relativa nas áreas de ocupação primária
Velocidade do ar nas áreas de ocupação primária (no nível das zonas de ocupação - ~1,70m piso)
Temperatura do ar ambiente nas áreas de ocupação primária
Eficiência da ventilação em áreas primárias ocupadas ventiladas naturalmente com ventilação unilateral
Eficiência da ventilação em áreas primárias ocupadas ventiladas naturalmente com ventilação cruzada
IS2.1.2 Controle de poluentes
Controle de spray em torres de refrigeração e de água parada em ramais de distribuição de sistemas HVAC etc
Desempenho de filtros dos sistemas HVAC
Desvio em relação ao benchmark de UR durante refrigeração
IS2.1.2.6 Homogeneidade de condicionamento artificial
Assimetria radiante vertical ºC
Assimetria radiante horizontal ºC
ºC
ºC
IS2.1.3.1
IS2.1.3.2
IS2.1.3.3
IS2.1.3.3
IS2.1.4 Conforto acústico
Iluminação natural nas áreas de ocupação primária (fator de luz do dia a uma certa distância de janela)
Ofuscamento potencial nas áreas de ocupação primária
Gradiente vertical de temperatura (faixa entre 0,10m e 1,70m)
Diferença entre temperatura do ar e do piso (para temperatura do piso entre 19 e 29 o C)
Atenuação sonora entre áreas de ocupação primária
Desvio do nível de iluminação ambiente em relação aos níveis recomendados
Ruído de equipamentos prediais nas áreas de ocupação primária
Homogeneidade de iluminação (coeficiente de uniformidade)
Atenuação sonora através do envelope do edifício
IS2.3. Qualidade dos serviços
IS 2.3.1. Capacidade de manutenção do desempenho
IS 2.3.1.1 Seleção de materiais conforme o meio, e proteção de materiais contra agentes agressivos
IS 2.3.1.2 Potencial de manter desempenho dos sistemas prediais
§ Acesso a sistemas técnicos centrais, para manutenção e substituição
§ Acesso a sistemas técnicos distribuídos, para manutenção e substituição
§ Acesso a materiais e componentes de construção para manutenção e substituição
IS 2.3.1.3 Monitoramento de desempenho
§ Monitoramento de parâmetros de desempenho de sistemas-chave
§ Previsão de sistema de detecção de vazamentos cobrindo as principais fontes de água e gás
§ Previsão de medidas para reduzir vazamento de refrigerantes de sistema de ar condicionado (se aplicável)
IS 2.3.2. Flexibilidade e adaptabilidade
IS 2.3.2.1 Facilidade de adaptação dos sistemas prediais a alterações dos requisitos dos usuários e evoluções tecnológicas
§ Facilidade de adaptação de sistemas de condicionamento e ventilação artificial
§ Facilidade de adaptação de sistemas de iluminação
§ Facilidade de instalação ou alteração de sistemas de telecomunicações
§ Facilidade de ligação futura a sistemas de energia renovável
§ Facilidade de ampliação
IS 2.3.2.2 Adequabilidade do layout da estrutura e divisões internas a alterações futuras
IS 2.3.2.3 Adequabilidade do pé-direito a alterações futuras
IS 2.3.2.4 Adequabilidade da capacidade de carga das lajes para outros usos
IS 2.3.2.5 Fim de vida com baixo impacto ambiental (providências para desmontabilidade e descontrução seletiva)
IS 2.3.3 Controlabilidade dos sistemas prediais
IS 2.3.3.1 Capacidade de operação parcial dos sistemas técnicos do edifício
IS 2.3.3.2 Capacidade de controlar aquecimento e refrigeração excessivos nas áreas de ocupação primária
IS 2.3.3.3 Nível de automação predial apropriado à complexidade dos sistemas
IS 2.3.3.4 Controlabilidade dos sistemas pelos usuários
• Área das zonas de controle de iluminação
• Área das zonas de controle de equipamento HVAC
• Área de janelas operáveis/área total de janelas
IS 2.3.4 Impacto em propriedades adjacentes e vizinhança imediata
IS 2.3.4.1 Impactos ambientais no terreno e propriedades adjacentes
§ Refletância de superfícies horizontais do edifício e área pavimentadas do terreno
§ Impacto do processo de construção em erosão do solo no terreno e sítios adjacentes
§ Impacto do paisagismo em erosão do solo e sítios adjacentes, no controle de uso de água em irrigação; redução de ilhas de calor; redução de toxicidade no terreno (controle de pestes) e em projeto passivo
IS 2.3.4.2 Interferência negativa em acesso a sol e vento e no potencial de geração de energia solar
IS 2.3.4.3 Ruído do edifício afetando propriedades adjacentes
IS 2.3.4.4 Ruído durante a construção do edifício afetando propriedades adjacentes
IS 2.3.4.5 Número de reclamações ou notificações formais (ambientais ou por incômodo - ruído, acidentes, trânsito etc) recebidas devido a atividades de construção
IS132.1. Não Sim
0 1
Usuário final=cliente?
Não Sim
Não se aplica
Pontualidade na entrega
Qualidade do produto <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %
Qualidade do ambiente interno
Qualidade do ambiente externo 0 1 2 3 4 5
Atendimento pós-entrega
Custo anual de manutenção/operação
Não Sim
0 1
OE2 Melhoria no produto oferecido
IE2.1 Processo de projeto/construção Global No trimestre anterior Previsto
R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2
-1 0 1 -1 0 1
Global No trimestre anterior Previsto
R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2
-1 0 1 -1 0 1
IE 2.2.
qtd/$ não pontua
Programa para melhoria contínua da satisfação, com base na pesquisa de satisfação dos usuários finais
IS3.2.2. Satisfação média dos usuários finais (quando diferentes dos clientes, avaliados no item IS3.2.3, form Construção ), estimada a partir de porcentagem satisfeita com:
Implementação de prática para avaliação da satisfação de usuários (mecanismos de retroalimentação, como APO)
IE2.1.2 Custo de operação real/planejado
IE2.1.2
IS3.2Satisfação usuários finais
Custo de manutenção real/planejado
IS3.2.4.
Aumento da satisfação, bem-estar e valor para usuários e vizinhança
IE 2.2.1 Número de reclamações de usuários finais e clientes, por unidade de valor agregado
interface com IS 3.2.2 Satisfação média dos usuários finais e IS 3.2.3 Satisfação média dos clientes
OG1
IG1.
Outros
1 1 1 1 1
Outros
1 1 1 1 1 1
Outros
1 1 1 1 1 1
OG2IG2.
Outros
IG2.3. IG2.3.
1 1
FIM da avaliação
Uso e Operação 0 pts em 65 0 %
Procedimentos de manutenção cobrem todos os sistemas e equipamentos
Conscientização trimestral sobre uso e economia de energia
Disseminação trimestral de informações sobre minimização e
Procedimentos de manutenção cobrem todos os sistemas e equipamentos
Condução de auditoria trimestral da geração de resíduos de uso
Disseminação trimestral de informações sobre uso e economia de água
Sensibilização de usuários para a conservação de energia
Sensibilização de usuários para a conservação de água
Sensibilização de usuários para a minimização de resíduos de uso e separação para reciclagem
Procedimentos para coleta e reciclagem de resíduos de uso
Monitoramento mensal em relação a dados históricos
Condução de auditoria externa anual do uso de energia no edifício
Política de gestão de resíduos de uso disponível para todos os usuários
Política de conservação de energia disponível para os usuários
IG1.3Sistema de gestão de resíduos de uso está implantado e inclui
IG2.3.
Política de conservação de energia disponível para os usuários
Integração de práticas de controle de qualidade ao processo
Sistema de gestão de uso de água está implantado e inclui
IG1.4
Treinamento do pessoal de manutenção e operação
Sistema de gestão de uso de energia está implantado e inclui
IG1.5
Consideração de aspectos de gestão ambiental e sustentabilidade no planejamento do processo
Planejamento da operação e manutenção do edifício
Programa de manutenção preventiva dos sistemas e equipamentos consumidores de água e energia
Monitoramento semanal em relação a dados históricos
Condução de auditoria externa anual do uso de água no edifício
Uso e Operação Pontuação Imprime Formulário Limpa FormulárioProjeto ConstruçãoInstruções
1 2 1 2
Am
bie
nta
l
So
cial
Eco
nô
mic
o
Ges
tão
50% 62% 57% 67%
26% 21% 26% 27%55%
#REF!Pontos
Pesos
Índice global de Sustentabilidade
1
Classe
C Uso e Operação Pontuação Imprime Formulário Limpa FormulárioProjeto ConstruçãoInstruções
Top Related