Avaliação da dor no idoso
e no idoso com demência
Enfª Marcia Morete
- A dor é um problema muito comum entre os
idosos, sendo que a dor persistente (p. ex., a dor
crônica) afeta mais de 50% dos idosos vivendo no
ambiente da comunidade, e mais de 80% dos
residentes em clínicas de repouso para idosos
(Ferrell et al. 1995, Helme & Gibson 2001).
- Pessoas de mais idade têm maior probabilidade
de sofrer de dor crônica dos que as mais jovens.
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- Nas pessoas idosas, a dor tende a ser constante, de
intensidade moderada a intensa, durando por vários anos,
com múltiplos focos e decorrente de múltiplos fatores
(Brattberg et al. 1996).
- 45,8% das pessoas idosas internadas em hospitais
relatam sentir dor; 19% relatam dor de moderada a
extremamente intensa; 12,9% estão insatisfeitas com a
forma como vêm controlando a dor (Desbiens et al. 1997).
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•A alta prevalência de dor em idosos está associada a desordens
crônicas, particularmente doenças musculoesqueléticas como
artrites e osteoporose. Além disso, o aumento na incidência de
câncer, a necessidade de procedimentos cirúrgicos, as úlceras de
pressão e as doenças cardiovasculares contribuem para o
aumento das queixas álgicas nesse grupo etário(3-4).
3. Herr KA, Mobily T, Kohout FJ, Wagenaar D. Evaluation of the faces pain scale for use with elderly. Clin J Pain 1998 jan; 14:29-38. 4. Kedziera PL Easing elders’ pain. Holist Nurs Pract 2001,jan; 15(2):4-16.
DOR NO IDOSO
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•Dor em indivíduos idosos é um sério problema de saúde
pública, que necessita ser diagnosticado, mensurado, avaliado e
devidamente tratado pelos profissionais de saúde, minimizando
a morbidade e melhorando a qualidade de vida. Requer
estratégia para avaliação precisa e tratamento adequado,
porém, instrumentos de avaliação e mensuração raramente são
usados para monitorar tal experiência(2).
2. Gold DT, Roberto KA. Correlates and consequences of chronic pain in older adults. Geriatr Nurs 2000 sept-oct; 21(5):270-3.
DOR NO IDOSO
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COMO PODEMOS
ENTÃO AVALIAR A
DOR?????
A DOR NO IDOSO ......
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DESAFIO
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• INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO EM IDOSO: são os mesmos usados nas demais populações;
• No Brasil carece de validação de escalas exclusivas para essa população;
• Observou-se que a presença de comorbidades, que competem pela atenção dos cuidadores, e a
tendência dos profissionais em desprezar ou desvalorizar o relato de dor são fatores que
interferem na mensuração e avaliação da dor.
• Muitos pacientes assumem papel passivo no cuidado à saúde, tanto pela inexperiência e
desconhecimento de seus direitos, como pela interferência de valores culturais. Parecem não
querer preocupar os profissionais da saúde, assumindo que ela é parte normal da idade avançada.
Instrumentos de Mensuração da dor
Diários de dor
Escalas unidimensionais
Escalas multidimensionais
Instrumentos de
Mensuração da Dor
Unidimensionais
Escalas de intensidade da dor
• Escala Verbal Numéricas
• Escala Analógica visual
• Escala de cores
• Escalas de Categorias de Palavras
Instrumentos de
Mensuração da Dor
Escala Visual Analógica
Instrumentos de Mensuração da
Dor
Escala Visual Numérica (EVN)
Instrumentos de Mensuração da Dor
Instrumentos de Mensuração da Dor
Métodos Multidimensionais
Questionário para Dor McGill
• 78 descritores
• Componentes sensorial, afetivo e avaliativo
• Intensidade da dor
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Os resultados mostraram que o Br-MPQ foi de fácil aplicação nessa amostra. O presente estudo demonstrou que o Br-MPQ pode ser mais adequado para avaliar a dor crônica em idosos, uma vez que a percepção desse sintoma está mais relacionada aos aspectos sensoriais, afetivos e cognitivo-avaliativos e não
somente à intensidade.
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E O IDOSO DEMENCIADO......
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GRANDE DESAFIO
DOR NO IDOSO: estudos...
• Pacientes com comprometimento cognitivo em pós operatório de cirurgia do quadril receberam significativamente menos opioides do que pacientes com cognição preservada apesar relatando a intensidade da dor semelhante.
• (Feldt et al, 1998) (Morrison & Siu, 2000)
PODE PACIENTES COM COMPROMETIMENTO COGNITIVO RELATAR SUA DOR?
• Residentes com déficit cognitivo podem deixar de relatar a dor, mas o seu auto – relato deve ser valorizado (Parmelee et al., 1993)
• 83% dos residentes com déficit cognitivo tem condições de utilizar pelo menos um tipo de escala de dor (Ferrell et al.,1995)
• 73% dos pacientes com déficit cognitivo moderado em pós-operatórios foram capazes de completar uma escala de 4 pontos de descritor verbal (Feldt et al., 1998)
AVALIANDO A DOR DE IDOSOS COM DEFICIT COGNITIVO
• Doloplus: Bernard Wary in 1992/93 • Checklist for Nonverbal Pain Indicators
(CNPI)(Feldt, 2000) • NOPAIN (Snow et al, 2004) • Pain Assessment Scale for Seniors with Severe
Dementia (PACSLAC) (Fuchs-Lacelle & Hadjistavropoulos, 2004)
• PAINAD (Warden et al, 2003)
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O PACSLAC-P é um instrumento simples e adaptado para a cultura do Brasil, o que torna possível avaliar situações de dor
em idosos que não conseguem expressá-la
Escala PACSLAC: (Pain Assessment Checklist for Seniors With Limited Ability to Comunicate)
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ESCALA DOLOPLUS – VERSÃO EM PORTUGUÊS
Items* 0 1 2
Respiração
independente de
vocalização
Normal Eventual dificuldade na
respiração. Período curto de
hiperventilação.
Respiração ruidosa com
dificuldade.
Período longo de hiperventilação.
Respirações Cheyne-Stokes.
Vocalização
Negativa
Nenhuma Queixas ou gemidos
eventual. Fala em baixo
volume com qualidade
negativa ou desaprovativa.
Chama repetidamente de forma
perturbada.
Queixas ou gemidos altos.
Gritos e choro.
Expressão Facial Sorri ou
inexpressivo
Triste. Assustado.
Sobrancelhas franzidas.
Caretas.
Linguagem
Corporal
Relaxado Tenso. Agitado e aflito.
Inquieto.
Rígida. Punhos cerrados. Joelhos
fletidos. Resistencia a
aproximação ou afastamento.
Agressivo.
Consolo Sem necessidade
de consolo
Distraído ou tranqüilizado
pela voz ou toque.
Impossível de ser consolado,
distraído ou tranquilizado.
PNAID – B: tradução e adaptação cultural para português do Brasil
Morete et al, 2013
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OBRIGADA!!
Conheça um pouco mais acessando
o site www.dor.org.br
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