UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO PEDAGÓGICAS
DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
Jorge José da Silveira
Orientador Prof. Mestre Robson Materko
Rio de Janeiro Dez / 2001
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO PEDAGÓGICAS
DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
Apresentação da monografia a Universidade Cândido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência Superior Por: Jorge José da Silveira Rio de Janeiro Dez / 2001
“Neste lugar de encontro, não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos: há homens que em comunhão buscam saber mais” (Paulo Freire)
AGRADECIMENTOS
A Deus, a amigos, professores, colegas de turma e a todos que de uma forma ou de outra contribuíram para a realização deste trabalho. Em especial a Adilia, minha espôsa, pela sua compreensão e ajuda e as minhas filhas Ana Paula e Renata pela força.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos os profissionais de Educação que trabalham com amor e com a alma e que pensam sempre em mudar para melhor a avaliação e o ensino, já que são indissociáveis e pressupostos básicos para o sentido da vida.
RESUMO
A finalidade da monografia é mostrar a importância de uma avaliação
mediadora capaz de tornar o ensino-aprendizagem um ato de vontade, amor e
prazer.
Trabalhar em prol da educação é a meta de todos os mestres. É uma decisão
pessoal propormos caminhos para melhoria da avaliação nas escolas.
O questionamento sobre o tema avaliação é unânime tanto para professores
como para alunos de diferentes níveis de ensino. Todos concordam com a sua
necessidade, mas ao mesmo tempo sobre sua complexidade.
Para que haja parâmetros que incentivem e motivem o processo de
crescimento e desenvolvimento pessoal e uma melhoria da instrução torna-se
condicionamento básico uma avaliação eficiente e eficaz.
A observação das diferenças individuais se fazem presentes e necessárias, é
preciso averiguar a extensão que cada indivíduo atinge o objetivo estabelecido
tendo por parâmetro o próprio indivíduo.
É através da avaliação no sistema escolar que o professor e a escola
verificarão se os objetivos do ensino e do sistema foram alcançados. A
avaliação tem que ser dinâmica, contínua, integrada, progressiva, voltada para
o aluno, abrangente, cooperativa e versátil.
A metodologia usada é dedutiva com abordagem descritiva e o tipo de
pesquisa é qualitativa.
SUMÁRIO
Introdução................................................................................................... 8
Avaliação da Aprendizagem escolar.......................................................... 10
Avaliação: “Os exames”............................................................................. 12
A prática avaliativa..................................................................................... 14
Uma visão construtiva do erro................................................................... 16
Uma prática em construção....................................................................... 18
Avaliação mediadora nos ensinos do 2º e 3º graus................................... 19
Instrumentos de verificação........................................................................ 21
Plano de ação............................................................................................. 23
Quem “ensina” também estuda? .............................................................. 25
Conclusão................................................................................................... 27
Referências Bibliográficas ......................................................................... 29
Anexos
INTRODUÇÃO
Existem vários textos ligados a avaliação, os que estão interessados
em como se faz e não se importam com as conseqüências, ou seja, você faz
as questões certas, fáceis, difíceis ou médias; escolhe se as perguntas serão
de múltipla escolha ou de escolha simples, se serão perguntas do tipo abertas
ou fechadas. Outros que se importam com as conseqüências da avaliação, já
que acham que é ela uma das causas de repetência, de evasão, de gastos
inúteis. E outros que acham que a avaliação serve apenas para classificar os
alunos. O que acontece é que os professores dão nota, não avaliam de
verdade, desejam sempre que pessoas diferentes atinjam níveis diferentes, o
que torna insustentável a idéia de medir individualmente cada aluno de uma
mesma turma.
A avaliação é um julgamento sobre uma realidade com uso de
critérios preestabelecidos.
“Sempre que se fizer uma avaliação, estarão presentes três elementos:
h a realidade (ou prática julgada); h os padrões de referência, donde nascem os critérios de julgamentos; h o juízo.
Surgem, a partir desta caracterização, algumas questões que normalmente são deixadas de lado pelas escolas: hquem julga? h por que julga?
h o que deve ser julgado? h que abrangência devem ter os julgamentos?
h para que uma realidade ou uma prática deve ser julgadas? h quem deve explicitar os critérios de julgamento? h em que se fundamentam esses critérios?” (Danilo Gandin,1999,p. 169)
A avaliação escolar é sempre uma preocupação dos educadores, uma
tarefa árdua e complexa porque o que se resume é um julgamento de valor.
A auto-avaliação é fundamental, professor deve ter a consciência que o
estímulo e a humildade deve estar dentro de si e que o sucesso ou fracasso
de um aluno está no processo de ensino-aprendizagem.
A educação é um processo complexo. Com Paulo Freire, insistimos que
“ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, os homens se educam
entre si, mediatizados pelo mundo”
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
A avaliação está presente em qualquer atividade que vise classificar ou
aprovar alguém, seja na escola, ou em curso de qualquer natureza, que tem
no final um único objetivo que é escolher o primeiro lugar ou os melhores.
A avaliação é uma tarefa necessária e permanente em qualquer
trabalho docente que vise o acompanhamento ou o rendimento.
Como será feito essa avaliação? Que critérios serão usados? Qual o
método mais eficaz?
O aluno tem que ser estimulado ao processo de pesquisa, leitura, que
busque interesse ou ficará decorando o conteúdo? Esse conteúdo é o certo?
A cada dia o educando deve refletir se o que ele faz está claro. A
avaliação não pode ser usado para medir o conhecimento de um assunto
específico, não pode ser uma ação mecânica tem que ser bem definida pois irá
ser atribuída qualidade, iremos buscar competências, acreditar no seu
potencial e dar-lhe motivação e liberdade para ele aprender e nunca
desvalorizá-lo.
A avaliação oferece um suporte da construção da aprendizagem bem-
sucedida, é um termômetro do seu trabalho, serve como parâmetro para sua
auto-avaliação.
A avaliação escolar é o elemento que permite mediar os envolvidos no
contexto educacional. Revelará se o conteúdo foi atingido pelo aluno, é preciso
ter feedback constantes, pois através da avaliação que se vê o conhecimento
foi adquirido ao longo do curso.
A avaliação tem que ser vista como um estímulo para o progresso ou
um indicador de que, não tendo ocorrido a aprendizagem, novas estratégias
dever ser utilizadas.
Numa etapa, a avaliação prognóstica, onde deveremos detectar se o
aluno se encontra na classe correspondente ou se o seu conhecimento está
adequado ao nível em que irá freqüentar, ou seja, se ele tem pré-requisitos
para a etapa que irá cursar.
“Nem tudo pode ser medido, mas tudo pode ser avaliado” (Ilza Martins,1995, p. 9)
A educação está relacionada às dimensões biológicas, psicológicas,
sociais e espirituais, e que estas não coabitam isoladamente, e sim de forma
integrada, além de se manifestarem num fluxo global, somativo. A
aprendizagem se processa por uma interação do indivíduo que aprende com o
objetivo a ser conhecido, o que ocorre pela ação do sujeito frente ao objeto.
AVALIAÇÃO: “OS EXAMES”
No ensino do primeiro grau a maioria dos alunos não está ainda
pensando em se preparar para algum exame, basta que ele chegue a sétima
ou oitava série ou “passe” para o segundo grau que tudo ficará direcionado
para o tradicional vestibular. Todas as atividades serão voltadas para o
treinamento de como resolver uma prova, só terão a preocupação de saber
quais conteúdos serão cobrados no vestibular, como treinar para se obter a
resposta rápida através de “macetes”; a prática é resolver provas anteriores, a
partir daí, vemos toda prática pedagógica polarizada pelas provas e exames.
O nosso sistema de ensino só visa estatísticas que contenham
abandono/matrícula, aprovação/reprovação, não se importam em saber quais
os conteúdos que são passados nem como são avaliados. O mais comum nas
escolas é a preocupação voltada apenas na aprovação. Pais, alunos e
especialistas tem sempre as atenções voltadas somente para a aprovação.
Todos querem o avanço nas séries, quando se inicia o ano letivo todos querem
saber como será para passar, ou seja, quanto terei que obter de média para a
aprovação, como será a forma de cobrança do aprendizado.
Para os pais, não é importante o caminho para a obtenção da nota, nem
como foi obtido, eles querem que na famosa reunião de resultados o seu filho
não tenha “problemas” e que ele não tenha que conversar com o professor.
Segundo Luckesi os professores utilizam as provas como instrumentos
de ameaça e tortura prévia dos alunos, protestando ser um elemento
motivador da aprendizagem.
Sempre associam a falta de estímulo e a indisciplina a fator a ser levado
no nível de cobrança na hora da prova.
“O estudante deverá se dedicar aos estudos não porque os conteúdos sejam importantes, significativos e prazerosos de serem aprendidos, mas sim porque estão ameaçados por uma prova. O medo os levará a estudar” (Luckesi, 2000, p. 19)
A PRÁTICA AVALIATIVA
Por que o aluno não aprende?
Essa pergunta pode ter uma infinidade de respostas, possíveis e
lógicas, visto que a sala de aula é um universo de realidades diferentes, são
indivíduos oriundos de diversas classes, diferentes formações, tendo cada um
a sua experiência.
Quando os alunos participam das aulas, realizam as tarefas, ficam
atentos às explicações e alcançam bons resultados de aprendizagem é uma
situação confortável. Quando temos alunos que não participam, não realizam
tarefas, são desatentos e não alcançam os resultados continua sendo
confortável. Porém quando há situação que foge a regra, ou seja, aluno atendo
não alcançando os resultados então vem a pergunta: de quem é a culpa?
Tradicionalmente a culpa é do aluno ou do professor, então é encaminhado a
níveis mais elevados, diretor, psicólogos, especialistas.
Ao ser mencionada a culpa com quem ficará a responsabilidade?
Segundo Hoffmann “as enunciadas culpas sobre tais fracassos podem
significar um dos maiores entraves à discussão entre os professores sobre sua
prática avaliativa nas escolas e universidades”. Sentindo-se responsáveis não
há diálogo entre os educadores a esse respeito, não há trocas ou sugestões
dentre eles.
Discutir o fracasso, significa atribuir a incompetência do professor em
transmitir o assunto com eficiência ou ao aluno por sua desatenção ou
incapacidade sobre o assunto como lhe foi apresentado.
“Dado o envolvimento afetivo que o professor acaba tendo com sua prática profissional, é inevitável que o fracasso de seus alunos acabe por atingi-lo em sua auto-imagem, colocando em questão sua própria competência. Na medida em que não se consegue articular este fato à falta de assistência técnica, à instabilidade funcional, aos baixos salários, à ausência de recursos didáticos, e à própria má qualidade de sua formação, ele tem apenas as alternativas, ou de assumir também o fracasso, ou de buscar entre os indicadores mais imediatos os supostamente responsáveis. E o que mais diretamente ganha visibilidade para ele é a situação de carência dos alunos com os quais se defronta a cada dia em sala de aula” (Mello, 1985, p. 95)
Dentre as mais variadas respostas sobre por que um aluno não
aprende se justifica pela falta de interesse dos alunos em relação ao conteúdo
ou pela metodologia inadequada do professor, sendo assim a culpa fica
dividida.
Existem muitas questões que podem ser analisadas como, por
exemplo, carência, questões sócio-afetivas, relacionamento, questões
familiares. Cabe ressaltar que dos fatores fundamentais e ausentes nas
escolas que é a relação dialógica necessária ao processo de construção do
conhecimento.
“hO aluno não tem oportunidade de expressar suas idéias ao professor! Ou seja, o aluno não aprende porque não tem a oportunidade de revelar o que pensa, discutir suas idéias, elucidar suas dúvidas! E somente uma resposta aponta a necessidade de se repensar a formação dos professores:
hO professor apresenta falta de conhecimento quanto a questões de aprendizagem. O que nos levaria a pensar se muitas vezes não se diz que o aluno aprendeu porque não compreendemos, de fato, o que significa aprendizagem em termos da complexidade dessa questão.” (Hoffmann, 1993, p. 47)
UMA VISÃO CONSTRUTIVA DO ERRO
Muitos professores, em diversos graus de ensino não permitem que os
educandos tenham suas próprias idéias e opiniões, não deixando que usem
contra-argumentação, fazendo-se valer da sua opinião, não deixando que o
educando expresse sua condição de desenvolvimento.
Os educandos ao invés de elaborar instrumentos de avaliação,
deveriam realizar sessões de estudos a partir de testes e tarefas realizadas
pelos alunos em diversas ocasiões, analisar questões elaboradas pelo
professor versus as respostas oferecidas por seus alunos e suas posturas de
correção diante de tais respostas.
O professor deve usar a subjetividade ao processo de elaboração de
questões de tarefas. No momento em que o professor formula uma questão
ele revela uma intenção pedagógica e uma relação com o educando, o que
implica em subjetividades
As questões elaboradas revelam o entendimento do professor sobre
os assuntos, sua compreensão sobre as possibilidades dos alunos, sua visão
de conhecimento.
A subjetividade é inerente também à interpretação da questão pelo
aluno. Não há como fugir, muito menos, da interpretação do professor no
momento da correção. Certas pesquisas demonstram a variabilidade de
escores obtidos quando mais de um professor corrige uma mesma questão
dissertativa de um aluno ou sua redação.
Na visão tradicional da avaliação, a classificação do aluno se dá a
partir do processo corretivo. Ou seja, decorrente da contagem de acertos e
erros em tarefas, atribui-se notas, classificando-os em aprovados ou
reprovador em cada período letivo. Numa concepção mediadora de avaliação,
a subjetividade inerente à elaboração de tarefas avaliativas não é um
problema, mas um elemento a trabalhar positivamente.
O momento da correção passa a existir como um momento de reflexão
sobre as hipóteses que vieram sendo construídas pelo aluno e não para
considerá-las como definitivamente certas ou erradas
As tarefas, na escola, deveriam ter o caráter problematizador e
dialógico, momentos de troca de idéias entre educadores e educandos na
busca de um conhecimento gradativamente aprofundado.
UMA PRÁTICA EM CONSTRUÇÃO
hOportunizar aos alunos muitos momentos de expressar suas idéias.
As tarefas são elementos essenciais para observação das hipóteses
construídas pelo alunos para observação das hipóteses construídas pelos
alunos ao longo do processo. Onde professores estabelecem o diálogo com os
educandos debruçando-se sobre sua produção de conhecimento para ver a
dimensão do seu entendimento.
“Antes tratava-se de saber bem (o professor), para transmitir ou avaliar certo. Agora trata-se de saber bem para discutir com o aluno, para localizar na história da ciência o ponto correspondente ao seu pensamento, para fazer perguntas “inteligentes”, para formular hipóteses, para sistematizar quando necessário.” (Macedo, 1993, p. 30)
hOportunizar discussão entre os alunos a partir de situações
desencadeadoras.
Na teoria construtivistas é essencial a interação entre iguais para o
desenvolvimento do conhecimento lógico-matemático. A discussão se
desenvolve num clima de igualdade e estabelece relações entre suas idéias e
a de outros.
Através de jogos, debates a partir de textos, os estudantes refletem
sobre seus argumentos iniciais, buscam contra-argumentos, formulam
conceitos, encaminham-se efetivamente à aprendizagem.
“Práticas seculares e rotineiras na escola não se transformam como num passe de mágica. Os estudos realizados mostram a necessidade de muita discussão entre os professores e sua relação com os alunos. É preciso refletir sobre o significado do que se vem fazendo e a partir daí para a construção de uma prática que se adeque a cada realidade.” (Hoffmann, 1993, p. 86)
AVALIAÇÃO MEDIADORA NOS ENSINOS DO 2º E 3º GRAUS
Em diversos livros dedicados a apresentar a prática da avaliação, na
maioria das vezes, é voltada a prática do ensino de 1º grau. O que se tem
atualmente é uma resistência muito grande à discussão da prática tradicional
de que os alunos do 2º grau e principalmente o do 3º grau tratam esse
assunto.
Sempre existe o descrédito quanto a avaliação descaracterizar-se, um
dia, de forma de classificação.
A forma tradicional está enraizada, não só porque todos vem na vida
acadêmica tendo esse tipo de avaliação, mas também pelos professores
insistirem nesta prática, que foi vivida por ele enquanto estudante e passa a
ser modelo seguido por ele quando professor.
O modelo dos cursos de formação é o que vem a ser seguido pelos
professores que exercem o magistério em escolas e universidades.
Além de, na formação didática de alguns professores, as poucas
disciplinas na área de educação, ao final do curso, e até a falta de discussão
na que se refere à avaliação.
Se o professor concebe a aprendizagem como algo externo ao sujeito,
ação que o meio exerce sobre o sujeito, caberá ao professor organizar os
estímulos com os quais o aluno entrará em contato para aprender. Assim, se o
professor oferecer explicações claras, textos explicativos consistentes e
organizar o ambiente pedagógico, o aluno terá as condições consideradas
ideais para aprender. O que não ocorrerá, caso ele não sofrer adequadamente
a ação dos estímulos.
“Observa-se nessa visão, um compromisso do educador, alienado de uma relação de aproximação com o pensar do aluno: o professor “dá” sua aula, o aluno “pega” as explicações, cumpre as tarefas.” (Hoffmann, 2000, P.142)
A hipótese anunciada veicula-se a uma prática avaliativa de
observação e registro de dados.
Segundo Jussara Hoffmann, uma postura diferenciada em avaliação
exigiria compreender que a aprendizagem pressupõe experiências vividas
pelos sujeitos o que torna os elementos da ação educativa, únicos e
individuais em seus entendimentos e desentendimentos apesar de sofrerem
um mesmo processo educativo.
A avaliação tem que opor-se sempre ao modelo do transmitir –
verificar – registrar e evoluir no sentido de uma ação reflexiva do educador em
termo de contribuir, elucidar, favorecer a troca de idéias entre e com os alunos,
ter a sua aula como transmissão de saber e superação do saber transmitido a
uma produção do saber enriquecido, construído a partir da compreensão dos
fenômenos estudados. Ação, movimento, provocação, na tentativa de
reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e
aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando idéias,
reorganizando-as.
INSTRUMENTOS DE VERIFICAÇÃO
Reavaliar o processo de avaliação é um fato de maior urgência. Chega
ser desumano a forma como é feita a avaliação, como ela contem contradições
do que se propõe, como ela mostra o fracasso da sua prática.
Como podemos verificar o desenvolvimento do aluno apenas fazendo
questionamento do que ele precisou decorar para que no dia da prova ele
mostre sua capacidade.
Temos que tornar claro para todos que a prática da avaliação tem que
ser sempre qualitativa e não quantitativa.
Segue tipos de provas como exemplo do que é feito:
Prova escrita dissertativa
Tipo de prova em que é pedido um conjunto de informações que serão
respondidas com suas próprias palavra. Esse tipo de questão deve ser
apresentada de maneira clara e tem que ser verificado a habilidade do aluno
de pensar e de se expressar buscando abranger o tema de forma clara.
Prova com certo ou errado
Prova que tem por finalidade ver se o tema está completamente
decorado, pois o objetivo nesse tipo de pergunta é de tentar confundir o aluno,
em geral, com pequenos detalhes.
Prova de preenchimento de lacuna
Tipo de prova em que o aluno tem que decorar, linha por linha do
mesmo jeito que foi passado, caso contrário o aluno não tem como responder.
Como exemplo:
A ............................, é composta de: .................... e ...................... de
forma a compor uma ........................... que será usado em ...........................
Prova de correspondência
São colocadas duas colunas com termos, frases, palavras em que se
completem a relação de significado.
PLANO DE AÇÃO
Segundo Sérgio Franco, o professor é um educador, e não um
doutrinador.
Para que seja feita um avaliação é preciso que seja interpretada a
realidade para que se possa lidar com os alunos. É preciso ter técnicas e
métodos que nos auxiliem na direção de uma pedagogia libertadora. As
interações organizadas pelo professor serão feitas com o meio físico e com os
colegas, pois a verdadeira construção do saber se dá coletivamente.
A ação transformadora, se fundamentará na realidade interna e
externa do aluno, o plano de ação exposto abaixo contém alguns pontos
segundo a autora Ilza Martins Sant´Anna
h O que vamos avaliar?
- conhecimento adquirido
- as descobertas
- relacionamento
- capacidade de tomar decisões
- hábitos de trabalho, higiene, responsabilidade
- cooperação que manifestaram
- participação de tiveram
- criatividade
h Como?
Através de:
- diagnóstico
- acompanhamento
- conclusões
Realizadas por meio de:
- observações
- inquirições
- registros
- testes
- trabalhos
- pesquisas
- contratos extraclasses
Quando?
- Permanentemente. No início do ano, diariamente e no final do
ano.
Com quem?
- Com todos os envolvidos no processo de transformação:
Aluno, professor, pais etc.
“Selecionar valores, construir seu mundo, confirmar suas escolhas e realizações é papel do agente da educação, o aluno. Educar para a liberdade é função do professor; educar-se para ser livre é função do aluno, e isso só se concretiza na interação aluno x professor, aluno x aluno, aluno x conhecimento.” (Ilza Martins, 1995, p. 132)
QUEM “ENSINA” TAMBÉM ESTUDA?
O estudo é em geral reservado aos alunos das escolas, temos sempre
a necessidade de saber se o aluno está estudando muito ou não está
estudando nada. Os professores são rotulados como aqueles que ensinam e,
portanto, o tema do estudo não parece ser apropriado a eles.
Como os professores estudaram quando estavam na faculdade? Será
que ele teve uma relação de crítica com o conhecimento? O professor tem sua
formação, em geral, para ser uma espécie de transmissor de informação aos
seus alunos.
“É fundamental, portanto, que o professor se redescubra como um intelectual, como um verdadeiro sujeito social que pensa criticamente tanto a sociedade e a educação, quanto a sua prática pedagógica. (Danilo Gandin, 1999, p. 129).
O professor não é um sujeito acabado, responsável pelo crescimento
cognitivo dos seus alunos, o espaço de sala de aula é fonte de estudos para o
professor.
O professor tem que ter uma postura reflexiva, tem que estar sempre
aberto a aprender, tem que usar o espaço do ensino como um processo de
aprendizagem. O professor não pode renunciar o seu papel fundamental no
processo de construção do conhecimento.
Não se forma sujeitos, se o professor não é, ele próprio, sujeito. Como
diz Paulo Freire: “Estudar é uma forma de reinventar, de recriar, de reescrever
– tarefa do sujeito e não do objeto” (Freire, 1984, p. 10)
Para o professor auxiliar a formar alunos sujeitos do seu processo de
aprendizagem, precisa, ele mesmo, assumir a postura de sujeito. O estudo é o
ofício do professor são inseparáveis. Não há como ser um bom professor sem
estudar.
CONCLUSÃO
Nos dias de hoje onde todos buscam e lutam por melhorias e
transformações que levem todos a evoluções, tanto na áreas humanas,
profissionais, sociais etc, não podemos deixar de levar em conta que a
avaliação tem que ser revista com a máxima urgência e que isto não venha
isolado do projeto educacional, e que ela venha sempre ser constituída como
uma prática de valor construtivo.
O aluno não pode ser um expectador privilegiado de carteira, apenas
ouvindo o que o professor tem a falar e se o que está falando é o certo, ele
tem que assumir um papel ativo no processo de ensino-aprendizagem,
levando para a sua sala de aula experiências, questionamentos, discussão e
sempre propondo mudanças positivas.
Professores, alunos, pais e todos os profissionais ligados à educação
devem lutar para que essa visão não fique com os ranços do passado onde
avaliar era uma arma usada para destruir e que a avaliação passe a ser um
instrumento de qualificação.
O aluno tem que ser ajudado a encontrar saídas para as suas
dificuldades e a sua realidade tem que ser discutida de forma singular.
O professor tem que ser um estimulador, um analista dos fatos para
buscar objetivos, um ativista de propostas que estimulem cada vez mais o
aluno à pesquisar e ser um vivenciador de fato.
A ação conjunta dos responsáveis de educação deve verificar que as
mudanças têm que ocorrer em todos os sentidos, entre eles a prática
pedagógica e o currículo. Reformulações são precisas, não podemos ficar
presos a coisas que todos sabem que não tem importância nenhuma, como
por exemplo saber quais os afluentes da margem esquerda do rio Amazonas
quando subimos o rio, ou quais os povos de civilizações com milhares de anos
atrás formavam algum império, se o nível dele é apenas o primeiro grau, não
se importando se no futuro ele será um Geógrafo ou um Historiador.
Face ao exposto conclui-se que a educação é um processo de
crescimento, desenvolvimento de potencialidades, o professor tem que ser um
agente ativo deste processo não mais permitindo que isto deixe de acontecer,
respeitando sempre a singularidade do aluno e suas reais situações. Sendo
que o mais importante é transformar a escola num lugar dinâmico e de prazer.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Direito Educacional / Maria Teresinha de Jesus Castilhos, Amélia Escotto do
Amaral Ribeiro, - Rio de Janeiro: Wak, 2000.
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LUCKESI, Cipriano Carlos - Avaliação da Aprendizagem Escolar: Estudos e
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grau: Uma análise sociológica - Campinas SP: Papirus, 1992.
MACEDO, Lino de - Método clínico de Piaget e a avaliação escolar. Série
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São Paulo: FDE, 1993.
MELLO, Guiomar Namo de - Magistério de 1º grau: da competência técnica
ao compromisso político / Guiomar Namo de Mello – São Paulo: Cortez,
1985.
PERRENOUD, Philippe - Avaliação: da excelência à regulação das
aprendizagens – entre duas lógicas / Philippe Perrenoud; Trad. Patrícia
Chittoni Ramos, - Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
SANT´ANNA, Ilza Martins - Por que avaliar? Como avaliar?: Critérios e
instrumentos / Ilza Martins Sant´Anna, - Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
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