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Èsù Elebo
EBO
Para melhor compreensão do porque da necessidade deoferendas aos deuses vamos aqui discorrer sobre o mito dacriação de Èsù, princípio dinâmico e princípio da existênciaindividualizada.A anlise de Èsù se imp!e como imprescindível paracompreensão da ação ritual e do sistema comototalidade. Princípio dinâmico e de expansão de tudo o queexiste, sem ele todos os elementos do sistema e seu devir
"cariam imobilizados, a vida não se desenvolveria. #e$undo aspr%prias palavras de Ifá, &cada um tem seu pr%prio Èsù e seupr%prio Olórun, em seu corpo' ou &cada ser humano temseu Èsùindividual, cada cidade, cada casa (linha$em), cadaentidade, cada coisa e cada ser tem seu pr%prio Èsù', e mais, &se al$u*m não tivesse seu Èsù em seu corpo, não poderiaexistir, não saberia que estava vivo, porque * compuls%rio quecada um tenha seu Èsù individual'. +m virtude da maneira
como Èsù foi criado porOlódùmarè, ele deve resolver tudo oque possa aparecer e isso faz parte de seu trabalho e de suasobri$aç!es. ada pessoa tem seu pr%prioÈsù- e ele devedesempenhar o seu papel, de tal modo que aude a pessoapara que ela adquira um bom nome e o poder de desenvolver/se.Olódùmarè fez Èsù como se fosse um medicamento de poder sobrenatural próprio para cada
pessoa. Isto quer dizer que cada pessoa tem à mão seu próprio remédio de poder sobrenatural
podendo utilizá-lo para tudo o que desejar. Èsù exerce as mesmas funções para todosos ebora. ó os seres !umanos não podem "er seu Èsù particular. #s ebora$ osòrìsà e todos
os Irúnmalè podem "er-se a si próprios% acompan!ados de seu Èsù % fato que l!es permite
executar tudo o que tem necessidade% de acordo com as maneiras espec&ficas e os de"eres de
seu Èsù . 0os ritos de oferendas ambos comem untos- o nome decada Èsù acompanhante * conhecido, invocado e cultuado unto ao òrìsà, como elemento indestrutívelmente li$ado aele. A hist%ria conta que nas remotasori$ens,Olódùmarè e Òrìsànlá estavam começando a criar o
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ser humano. Assim criaram Èsù, que "cou mais forte, maisdifícil que seus criadores.Olódùmarè enviou Èsù para vivercom Òrìsànlá- este colocou/o 1 entrada de sua morada e oenviava como seu representante para efetuar todos os
trabalhos necessrios. 2oi então queÒrùnmìlà deseoso de terum "lho, foi pedir um a Òrìsànlá. +ste lhe diz que ainda nãotinha acabado o trabalho de criar seres e que deveria voltarum mês mais tarde. Òrùnmìlà insistiu, impacientou/sequerendo a qualquer preço levar um "lho consi$o. 3r4s1nlrepetiu que ainda não tinha nenhum.+ntão per$untou5 6ue * aquele que vi 1 entrada de sua casa7 8aquele mesmo que ele quer.Òrìsànlá lhe explicou que aquele
não era precisamente al$u*m que pudesse ser criado emimado no 1i9*. :as Òrùnmìlà insistiu tantoque Òrìsànlá acabou por aquiescer. Òrùnmìlà deveriacolocar suas mãos em Èsù e , de volta ao àiyé, manterrelaç!es com sua mulherYebìírú, que conceberia um "lho.;oze meses mais tarde, ela deu 1 luz um "lho homem e,porque Òsàlà dissera que a criança seria Alábára, senhor dopoder, Òrùnmìlà decidiu chama/la !lébara- assim desde
que, Òrùnmìlà pronunciou seu nome, a criança,Èsù mesmo,respondeu e disse5Iyá, ìyá mãe% mãeNg o je eku eu quero comer preás A mãe respondeu5 Omo naa jeè fil!o% come% come,Omo naa jeè fil!o% come% comeOmo l’okùn 'm fil!o é como contas de coral "ermel!o% Omo ni de 'm fil!o é como cobreOmo ni jìngìndìnrìngìn 'm fil!o é como ale(ria inestin(u&"el% um se yì, mu s’òrun 'ma !onra apresentá"el% que nos ra eni representará depois da morte.
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+ntão Òrùnmìlà trouxe todos os pres que pode encontrar. 0odia se$uinte a cena se reproduziu5 !o r’omo na )isto que conse(ui ter um fil!o
ji logba aso o que acorda e usa duzentas "estimentasdiferentes%Omo máa *il!o% continue a comer 0o quarto dia, disse que queria comer carne. #ua mãe cantoucomo de hbito e seu pai trouxe/lhe todos os animaisquadr
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necessrio envia/los a executar os trabalhos que ele lhesordenasse fazer, como se fossem seus verdadeiros "lhos. ?s@asse$urou/lhe que seria ele mesmo quem responderia por meiodos >an$í (pedaços de laterita) cada vez que o chamasse.
$rùnmìlà per(untou-l!e sobre a mãe que !a"ia sido de"orada% e ele de"ol"eu sua mãe ao pai eacrescentou/ $rùnmìlà ki o maa k'si oun
"i ó ba fee ba b$b$ à#$n n%an"i eran a&i eye'i òun (e &i àiyé)è òun ó máà ràn án ló#ó
lá&i bà *adà fún là&i $#$ à#$n Om$ aràiyé. $rùnmìlà de"eria c!ama-lo#e ele queria recuperar a todos eada um dos animais e das aves6ue ele tinha comido sobre a terra+le (?s@) os assistiria paraeavê/los das mãos da humanidade.
;essa hist%ria rica em informaç!es, queremos destacar arelação que o ì&an estabelece entre o povoamento ou onascimento de descendentes, com a voracidade a$ressiva dorec*m/nascido e a devolução ulterior de tudo o que foiengolido B devido ao pacto. Particularmente a restituição damãe/símbolo, Yébìírú, 9* C bi C ir
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de ?s@ !leb$ , oproprietrio, o que controla, o que re$ulao eb$, a oferenda ritual.Por ser a
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a$iriam. Palavras para que possam agir , devem ser pronunciadas. +ntre
os iorubas, os $fò são frases curtas nas quais muito freqDentemente o
verbo que de"ne a ação esperada, o verbo atuante, * uma das sílabas do
nome da planta ou do in$rediente empre$ado. omo exemplo vamos
usar um trabalho feito para encontrar onde "car, &ed$. +le indica aoferenda a ser feita e a encantação apropriada5 um pilão ($dó) * usado
para encontrar onde acampar (dó)- folhas de &è&è para encontrar onde
descansar (&è)- folhas bébé para encontrar onde morar
(bé). 2reqDentemente, o verbo atuante de uma preparação * o mesmo
para todas as folhas nela empre$adas, e a mesma sílaba * encontrada
em cada um dos nomes. 8 o caso, por exemplo, de uma receita para
tratar lepra ($òùn è&è) em que a sílaba *a * encontrada nos nomes
das folhas i%í *u*a, $*arun e òrú*a, e na encantação, que tamb*m * amesma para as três5 ba mi *a àrùn è&è, &aude/me a matar a lepra'.
F verbo atuante da f%rmula propiciat%ria tamb*m pode ser encontrado
em mais de uma sílaba do nome da planta. 6uando *èrèún * usada
em trabalhos para se obter boa sorte #úre $ríre, o elo * criado a partir
de *èrè, com o $fò *èrèún *e rere #á, &pErE$
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O2#È "345È $u O/"È A012343 O56 (o$bE/dono/da/casinha/de/
dinheiro)
;eve/se pilar e#é *èrèún e imí $(ó *u*a (enxofre vermelho),misturar com sabão da costa e lavar/se com o preparado, dizendo o $fò5
súr' .’aj' .
Ada ìrììrì *7a(é.
Oro a.’aj' má ye o6ùn1
)èrèún ní í *e irúm$lè l7á&7òde òrun #7áyé.
)èrèún #á l$ rèé *e a(é &èmi #á l7á&7òde òrun.
+le/que/corre para chamar riquezas
+le que apressa furiosamente para chamar riquezas
2ala, chame riquezas sem falhar
8 )èrèún que chama irúnm$lè do al*m para a terra
èrègún% a(ora "á e c!ame min!a riqueza do além.
ONI78
Onil' era a fil!a mais recatada e discreta deOlódùmarè.)i"ia trancada em casa do pai e quase nin(uém a "ia$ quase nem se sabia de sua exist,ncia.
uando os orixás seus irmãos se reuniam no palácio do (rande pai para as (randes audi,ncias
em que Olódùmarè comunicava suas decis!es, Onil' fazia um buraco noc!ão e se escondia% pois sabia que as reuniões sempre termina"am em festa%com muita m4sica e dança ao ritmo dos atabaques.
#nilé não se sentia bem no meio dos outros. 'm dia o (rande deus mandou os seus arautos
a"isarem/ !a"eria uma (rande reunião no palácio e os orixás de"iam comparecer ricamente
"estidos% pois ele iria distribuir entre os fil!os as riquezas do mundo e depois !a"eria muita
comida% m4sica e dança.
or todo os lu(ares os mensa(eiros (ritaram esta ordem e todos se prepararam com esmero para
o (rande acontecimento. 6uando che$ou por "m o $rande dia, cada
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orix diri$iu/se ao palcio na maior ostentação, cada um maisbelamente vestido que o outro,pois este era o desejo de Olódùmarè. Iyam$(àc!e(ou "estida com a espuma do mar%os braços ornados de pulseiras de al(as marin!as% a cabeça cin(ida por um diadema de corais e
pérolas% o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola.Osòósì escol!eu uma t4nica de ramos macios% enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos
animais.
Osaniyn vestiu/se com um manto de folhas perfumadas.$gún preferiu uma couraça de aço brilhante, enfeitada comtenras folhas de palmeira.$sún escol!eu cobrir-se de ouro% trazendo nos cabelos as á(uas "erdes dos rios.
9s roupas de $súmar' mostravam todas as cores, trazendo nas mãos
os pin$os frescos da chuva.Oya escol!eu para "estir-se um sibilante "ento e adornou os cabelos com raios que col!eu da
tempestade.
9angó não fez por menos e cobriu/se com o trovão.$salà trazia o corpo envolto em "bras alvíssimas de al$odão e atesta ostentando uma nobre pena vermelha de papa$aio.+ assim por diante.
:ão !ou"e quem não usasse toda a criati"idade para apresentar-se ao (rande pai com a roupa
mais bonita.
:unca se "ira antes tanta ostentação% tanta beleza% tanto luxo.
;ada orixá que c!e(a"a ao palácio deOlódùmarè pro"oca"a um clamor de admiração%que se ou"ia por todas as terras existentes.
#s $risás encantaram o mundo com suas "estes.
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apresentar perante o pai, eles mesmos tinham feito a divisãodo mundo.+ntão Iyamojà "cava com o mar,$sún com o ouro e os rios.
9 $sòósì deu as matas e todos os seus bic!os%reser"ando as fol!as para $saniyn.
>eu a Oya o raio e a 9angó o trovão.*ez :salà dono de tudo que * branco e puro, de tudo que * oprincípio, deu/lhe a criação.>estinou a $sumar' o arco/íris e a chuva. 9 $gún deu o ferro e tudo o que se faz com ele, inclusive a$uerra.
+ assim por diante.>eu a cada òrisà um pedaço do mundo% uma parte da natureza% um (o"erno particular.
>i"idiu de acordo com o (osto de cada um. + disse que a partir de então cada um seria o dono e
(o"ernador daquela parte da natureza.
9ssim% sempre que um !umano ti"esse al(uma necessidade relacionada com uma daquelas
partes da natureza% de"eria pa(ar uma prenda aoòrisà que a possuísse. Pa$ariaem oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse dapredileção do òrisà.
#s òr&sàs% que tudo ou"iram em sil,ncio% começaram a (ritar e a dançar de ale(ria%
fazendo um (rande alarido na corte.
Olódùmarè pediu silêncio, ainda não havia terminado.>isse que falta"a ainda a mais importante das atribuições.
ue era preciso dar a um dos fil!os o (o"erno da =erra% o mundo no qual os !umanos "i"iam e
onde produziam as comidas% bebidas e tudo o mais que de"eriam ofertar aos òr&sàs.
>isse que da"a a =erra a quem se "estia da própria =erra.
uem seria? per(unta"am-se todos?
@ Onil' @% respondeu Olódùmarè.@ Onil' ?@ todos se espantaram.
;omo% se ela nem sequer "iera à (rande reunião?
:en!um dos presentes a "ira até então.
:en!um sequer notara sua aus,ncia.
@ois Onil' est entre n%sJ, disse Olódùmarè e mandou que todos ol!assem nofundo da co"a% onde se abri(a"a% "estida de terra% a discreta e recatada fil!a.
9li esta"a Onil' % em sua roupa de terra.
Onil' % a que também foi c!amada de Ilè% a casa% o planeta.
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Olódùmarè disse que cada um que habitava a Kerra pa$assetributo a Onil' %pois ela era a mãe de todos% o abri(o% a casa.
9 !umanidade não sobre"i"eria sem Onil' .
9final% onde fica"a cada uma das riquezas queOlódùmarè partilhara com"lhos òr&sàs?@=udo está na =erra@% disse Olódùmarè.2# mar e os rios% o ferro e o ouro5%
#s animais e as plantas% tudo@ % continuou$ até mesmo o ar e o "ento% a c!u"a e o arco-&ris% tudo
existe porque a =erra existe% assim como as coisas criadas para controlar os !omens e os outros
seres "i"os que !abitam o planeta% como a "ida% a sa4de% a doença e mesmo a morte.
ois então% que cada um pa(asse tributo aOnil' %
foi a sentença final de Olódùmarè.Onil' % òrisà da Kerra, receberia mais presentes que os outros, poisdeveria ter oferendas dos vivos e dos mortos, pois na Kerratamb*m repousam os corpos dos que não vivem.Onil' % também c!amada iy' % a =erra% de"eria ser propiciada sempre% para que o mundo dos
!umanos nunca fosse destru&do.
=odos os presentes aplaudiram as pala"ras deOlódùmarè.=odos os òrisàs aclamaram Onil' .
=odos os !umanos propiciaram a mãe =erra.
+ então Olódùmarè retirou/se do mundo para sempre e deixou o$overno de tudo por conta de seus "lhos òrisàs.
Ancestralidade
:a ;ultura Aeje-:a(B %a "ida não se finda com a morte. +)ún*a% é o nome dado ao processo di"ino de exist,ncia 4nica/ 9 continuidade da "ida.
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Oludumar' % # upremo >eus Corubá no momento do nascimento oferece aos!omens um conjunto de forças sa(radas que possibilita a "ida.ão elas/ 3/ # corpo f&sico "indo da Dama.
49È : +lementos do or(anismo !umano.
O;N / ;oração f&sico e espiritual E Fr(ão que centraliza o poder de "ida e sede da inteli(,ncia%do pensamento e da ação.
O / # >estino e o camin!o a ser percorrido.
?9È : 2orça que movimenta a vida.:3"9+/ Guardião de cada exist,ncia !umana.
=odos estes aspectos não morremH )oltam as suas ori(ens% isto é% ao Orun% pois pertencem
aOlorun e só ele pode liberá-las. +stas forças di"inas animaram os antepassados% os ancestrais%
as ra&zes mães do asè orisà% ao partirem do iye% e "oltam ao iye para animar seus
descendentes e disc&pulos. 9 ancestralidade confirma a imortalidade% pois a "ida continua no #run
como ancestrais. >oOrun a ancestralidade a tudo assiste. :o culto de Orisà% ancestrais si(nifica
9queles que um dia ti"eram a ener(ia de "ida no iye e que cuja ener(ia de "ida é repassada às
no"as (erações% (arantindo a continuidade da "ida e do culto aos deuses africanosJ% como
conclusão a "ida presente depende da "ida passada de nossos ancestrais.
O @A75O =O9 42AN2AN9
9tra"és do culto aos ancestrais% os 4gun ou4gungun é poss&"elreconstruir ori(ens% etnias% memória. +ssa memória% enraizada namultiplicidade da !erança ne(ro-africana% expande com força total% umet!os que passando a di"ersidade de suas expressões manifestas E
:a(B% Aeje% 9n(ola% ;an(o% etc. E permite re"elar estruturas% "alores%normas% denominadores comuns onde a questão da ancestralidadem&tica e !istórica% marca a exist,ncia de uma forte comunalidade. 8 namemória e no culto aos antepassados que essa comunalidade seafirma I>IJ
+(un(un ou +(un% esp&rito ancestral de pessoa importante%!omena(eado no 8ul&$ a$s !unun% esse culto é feito em casas separadasdas casas de Orisa. No Brasil o culto principal à 4gungun é praticado na Il!adeI&a*arí9a no +stado da "a:ia mas existem casas em outros +stados.
http://www.orixas.com.br/wiki/Culto_aos_Egungunhttp://www.orixas.com.br/wiki/Culto_aos_Egungunhttp://www.orixas.com.br/wiki/Orix%C3%83%C2%A1http://www.orixas.com.br/wiki/Orix%C3%83%C2%A1http://www.orixas.com.br/wiki/Brasilhttp://www.orixas.com.br/w/index.php?title=Itapar%C3%ADca&action=edithttp://www.orixas.com.br/w/index.php?title=Itapar%C3%ADca&action=edithttp://www.orixas.com.br/wiki/Bahiahttp://www.orixas.com.br/wiki/Culto_aos_Egungunhttp://www.orixas.com.br/wiki/Orix%C3%83%C2%A1http://www.orixas.com.br/wiki/Brasilhttp://www.orixas.com.br/w/index.php?title=Itapar%C3%ADca&action=edithttp://www.orixas.com.br/wiki/Bahia
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#s na(Bs% então% cultuam os esp&ritos dos @mais "el!os@ de di"ersasformas% de acordo com a !ierarquia que ti"eram dentro da comunidadee com a sua atuação em prol da preser"ação e da transmissão dos"alores culturais. + só os esp&ritos especialmente preparados para
serem in"ocados e materializados é que recebem o nome +(un%+(un(un% Labá +(un ou simplesmente Labá paiJ% sendo objeto desseculto todo especial.orque o objeti"o principal do culto dos 4gun é tornar "is&"el o esp&ritodos ancestrais% a(indo como uma ponte% um "e&culo% um elo entre os"i"os e seus antepassados. + ao mesmo tempo em que mantém acontinuidade entre a "ida e a morte% o culto mantém estrito controle dasrelações entre os "i"os e mortos% estabelecendo uma distinção bem
clara entre os dois mundos/ o dos "i"os e o dos mortos os dois n&"eisda exist,nciaJ#s 4gungun se materializam% aparecendo para os descendentes e fiéisde uma forma espetacular% em meio a (randes cerimBnias e festas% com"estes muito ricas e coloridas% com s&mbolos caracter&sticos quepermitem estabelecer sua !ierarquia#s #abá(4gun ou 4gun(gbá os ancestrais mais anti(osJ sedestacam por estar cobertos de b4zios% espel!os e contas e por um
conjunto de tiras de pano bordadas e enfeitadas que é c!amado 9balá%além de uma espécie de a"ental c!amado #an)B% e por emitirem uma"oz caracter&stica% (utural ou muito fina. #s .araká são 4gun mais
jo"ens/ não t,m balá nem#an)B e nem uma forma definida$ e sãoainda mudos e sem identidade re"elada% pois ainda não se sabe quemforam em "ida.
9credita-se% então% que sob as tiras de pano encontra-se um ancestralcon!ecido ou% se ele não é recon!ec&"el% qualquer coisa associada à
morte. :este 4ltimo caso% o 4gungunrepresenta ancestrais coleti"osque simbolizam conceitos morais e são os mais respeitados e temidosentre todos os 4gungun% $uardiãs que são da *tica e dadisciplina moral do $rupo.:o s&mbolo @4gungun@ está expresso todo o mistério da transformaçãode um ser deste mundo num ser do além% de sua con"ocação e de suapresença no 9iM, o mundo dos "i"osJ. +sse mistério *CJ constitui oaspecto mais importante do culto.
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IIB(ID' / # Lerço Keli(ioso dos %orubas% deOdùdu*à a 9àngó
IlB(ID' a ori(em do eus compassivo, que olha por todos com bondadee miseric%rdia.
Olódùmarè o ser superior dos yorubas% que "i"e num uni"erso paralelo ao
nosso% con!ecido como $rún% por isso +le é também con!ecido como +jàlórún
e Olórun @en!or ou Kei do Or4n@% que atra"és dos $rìsàs por +le criados,resolve incumbir um dos $rìsà DunDun do brancoJ% $r&nsànlá % o (rande$rìsàJ o primeiro a ser criado% também c!amado de $rìsà(nlá e de Obà)álá,
de criar e (o"ernar o futuro +iy' / a =erra% do nosso uni"erso con!ecido.
+le l!e entre(a o +.ò(I*á a sacola da exist,nciaJ o qual contém todas as
coisas necessárias para a criação% e é aclamado como láàbáláàse% @en!or
que tem o poder de su(erir e realizar@. ;omo a tradição manda"a% para
todos% antes de iniciar a "ia(em ele foi consultar o oráculo de IDá % com
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$rúnmìlà% outro $rìsà DunDun% e este l!e orientou a fazer al(uns
sacrif&cios a di"indade Èsù % mas se ele já era or(ul!oso e prepotente%
mais ainda ficou% se recusou e nada fez% mas foi a"isado que infort4nios
poderiam ocorrer.
$rìsànlá % de posse do +.ò(I*á % põe-se a camin!ar pelo $rún% para c!e(ar à
@porta do espaço@% até então um "azio% que "iria a ser o +iy' . +le é o
$rìsà que usa um cajado ritual con!ecida comoò.ásóró% durante o camin!o%
com muita sede% ele se defronta com o igi(ò.' ár"ore do dend,zeiroJ e com
o seu ò.ásóró% perfura o caule da ár"ore da qual começa a @jorrar o emu @
"in!o de palmaJ% e põe-se a beber% a tal ponto% que cai totalmente
embria(ado no pé da palmeira e dorme profundamente. # infort4nio começa
acontecer.
Odùdu*à#utro $rìsà DunDun% o se(undo criado por Olódùmarè% por conceito
@irmão mais no"o@ de $rìsànlá % ficou enciumado% porque Olódùmarè tin!a
entre(ado a $rìsànlá o +.ò(I*á % e o esta"a se(uindo pelos camin!os do
$rún% esperando que ele cometesse al(um deslize% o que de fato aconteceu.
Odùdu*à% encontrando-o naquele estado% apodera-se do +.ò(I*á e le"a-o até
Olódùmarè% narrando o acontecido% e% por este fato% Olódùmarè dele(a a
Odùdu*à o poder de criar o +iy' e por punição incumbe a $rìsànlá de
somente criar e modelar os corpos dos seres !umanos no $rún% sob sua
super"isão e o pro&be terminantemente de nunca mais beber o emu .
Odùdu*à então% cumpre a tradição e faz as obri(ações% para se tornar o pro(enitor
dos %orubas% do
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6uando Olóurante todo este tempo% Odùdu*à que já esta"a casado com "yá Olóòkun%
di"indade feminina% responsá"el e dona dos mares% tem dois fil!os% o
primo(,nito% a di"indade $gún e uma fil!a de nome "sèd'lè. # tempo passa%
e Odùdu*à% que era uma di"indade ne(ra% porém albina% incumbe seu fil!o
$gún de ir para a aldeia de $gò)ún% "izin!a deID' % conter uma rebelião.
$gún% di"indade ne(ra% senhor do ferro, parte para sua missão erealiza ointento, trazendo consi$o 7akanje% fil!a do rebelde "encido. #ra% 7akanjeera espólio de Odùduwà% o :òni de lD' % portanto intocá"el% mas 7akanje era
muito bela e extremamente sensual e $gún não resistiu aos seus encantos e
com ela te"e "árias noites de amor% durante sua "ia(em de "olta. ;!e(ando
a lD' % ele entre(a os espólios da conquista% inclusi"e 7akanje% a seu pai
Odùdu*à% que também não resistiu aos lindos encantos da mortal 7akanje e
por ela se apaixona e acabaram por casar-se.$gún nada tin!a contado a seu
pai dos fatos ocorridos e lo(o após o casamento7akanje está (rá"ida%
desta (ra"idez nasce um fil!o de nome Od'de.
ó que o destino foi fat&dico% Od'de nasceu metade ne(ro% como a pele de
$gún e metade branco% como a pele do albinoOdùdu*à% re"elando assim% a
traição de $gún para com a confiança do seu pai% esta situação (erou muita
discussão entre Odùdu*à e $gún% mas a principal foi @quem tin!a razão@%
ou% quem teria mais @(enes@ no fil!o em comum%Od'de% e cada um se
posiciona"a com a se(uinte frase / @a min!a pala"ra triunfou@ ou @a min!a
pala"ra é a correta@% que a(lutinada é$rànm&yàn e foi assim que ele
passou a ser c!amado e con!ecido.
;om 7akanje% uma das muitas esposas deOdùdu*à% ou com outras% te"e ou já
tin!a mais seis fil!os% outros dizem dezesseis% uns% um n4mero maior
ainda% enfim% al(uns dos fil!os destas esposas% (eraram as lin!a(ens dos
Obas %orubanos% uns foram os precursores de sete das principais tribos% ou
mais% que deram ori(em à ci"ilização dosyorubas% e reli(iosamente
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falando% todos os po"os do mundo. #s fil!os% netos ou bisnetos de Odùdu*à%
os deuses% semideuses ePou !eróis% formaram a base da nação Moruba%
portanto OlóDin Odùdu*à +jàlàiy' é aclamado como @# atriarca dos
Corubas@.
Obà)álá G$rìsànláH %que também já esta"a no +iy' com sua comiti"a% mas
de"ido a (rande ri"alidade com Odùdu*à% foi expulso de IlB(ID' e funda a
cidade de "gbò e se torna o primeiro Obà "gbòc!amado também de #àbá "gbò%
pai dos ìgbòs. :uma sociedade pol&(ama%$rìsànlá é um caso raro de
mono(amia% pois a di"indade %emo*o foi sua 4nica esposa e não ti"eram
fil!os.
$rànm&yàn 9pós (randes "itórias% $rànm&yàn torna-se o braço direito de seu pai em
IlB(IDB% pois seus outros irmãos foram po"oar re(iões distantes% menos
ObàlùDan $gbógbódirin. Odùdu#à ordena então que $rànm&yàn conquiste terrasao norte de ID' % mas $rànm&yàn não conse(ue cumprir a tarefa e sai
derrotado e% com "er(on!a de encarar seu pai% não "olta mais a ID' % com
isso funda uma no"a cidade e l!e dá o nome deOyó% tornando-se o primeiro
Oba láàDin Oyó. Tentando subir uma colina o seu cavalo deslizou, todos gritaram
“Ó yó” que signica ele deslizou. Òrànmíyànconstruiu aí acidade com o nome de Òyòsignicando lugar escorregadioJ.'ma outra citação sobre o nome da cidade de $yó revelaque Òóyó Or$mu%$, umoutro l!o deOdùdú#à muitodoente" tomou caldo quente feito de uma erva $$y$" o que l!evaleu o título de Ol$y$ e que ele conservou e que foi dado #cidade em que era rei" Oy$.asado com >$rèmi, uma bela mortal, nativa de Òfà , que se
tornou maistarde uma heroína em Il=+Ifé, na qual tem um "lho, que recebeo nome de
A(a%á. Ap%s al$um tempo, Òrànmíyàn investe em novasconquistas e volta a$uerrear contra a 0ação dos 'a*as, onde havia sido derrotado,mas destavez conse$ue uma $rande vit%ria sobre !lém*e, na *poca reidos 'a*as. Porsua derrota, !lém*e entre$a/lhe sua "lha'$r$sí , para que se
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case comele. etornando a Oyó, Òrànmíyàn casa/se com '$r$sí e comela tem um"lho, chamado de Olufínràn que viria a ser
denominado 9àngó, um mortal%nascido de uma mãe mortal e um pai semideus% portanto com ascendentesdi"inos por parte de pai.
9pós este per&odo com in4meras "itórias% a cidade de Oyó torna-se um
poderoso império% $rànm&yàn% presti(iado e redimido de sua "er(on!a% "olta
para IlB(ID' % deixando em seu lu(ar% em Oyó% o pr&ncipe coroado% seu fil!o
jaká % que torna-se o se(undo láàDin Oyó.
+m uma de suas conquistas% a da cidade de#enin% anterior a fundação de
Oyó% $rànm&yàn termina com a dinastia deOgìso% o então rei% expulsando-o
e assumindo o trono% tornando-se o primeiroObab&n&n% e inicia sua
dinastia tendo um fil!o% c!amado È*'kà% com uma mul!er do local. 9ntes de
deixar a cidade% ele torna È*'kà como seu sucessor no trono do #enin.
9tual cidade na :i(éria% anti(o Keino do Lenin% não confundir com a
3e.úbli0a do #enin% anti(o pa&s c!amado=aom' .J
>urante sua lon(a aus,ncia em IlB(ID', ObàlùDon $gbógbódirin %seu irmão
mais "el!o% se tornou o se(undo :òni de ID' % após o reinado de Odùdu*à.
uando ObàlùDon morreu% e nin(uém sabia do paradeiro de $rànm&yàn% o po"o
de ID' aclamou ObàlùDon láy'more como sucessor direto de seu pai.
uando $rànm&yàn c!e(a em ID' % ObàlùDon láy'more já reina"a como o
terceiro :òni de ID' % mas com um fraco reinado. +nfurecido com o po"o de
ID' que !a"iam aclamado láy'more% e que o tin!am c!amado para combater
poss&"eis inimi(os% o poderoso (uerreiro colérico% comete "arias
atrocidades e só para% quando uma anciã $rita desesperada que eleestdestruindo seus Jpr%prios "lhosJ, o seu povo. AtLnito, ele "ncano chãoseu asà escudoJ que imediatamente se transforma em uma enorme laje depedra %num lu(ar !oje c!amado de @")a lásà@ %e decide ir embora e nunca
mais "oltar à ID' .
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uando ruma"a para fora dos arredores de ID' %em !ò.á % foi interceptado
pelo po"o que o sauda"am como :òni de ID' e suplica"am por sua "olta. +le
então satisfeito e en"aidecido %atende ao po"o e finca no c!ão seu ò.á
seu bastão de (uerreiroJ transformando-o em um monólito de (ranito/$.á $rànm&yànJ selando assim o acordo com o po"o e "olta em uma
procissão triunfante ao palácio de ID' .
abendo disso% ObàlùDon láy'more abandona o palácio e se exila na cidade
de "lárá . $rànm&yàn ascende ao trono e se torna o QR :òni de ID' até sua
morte. ObàlùDon láy'more% retorna do ex&lio e reassume como o SR :òni de
ID' e reina desta "ez% com sucesso até a sua morte.
jaká # láàDin Oyó% o Oba jaká % meio irmão de9àngó% era muito pacifico%apático e não realiza"a um bom (o"erno.
9àngó% que cresceu nas terras dos 5a.as Nu.eJ% local de ori(em de
5oros& % sua mãe% e mais tarde se instalou na cidade de ;òso% mesmo
rejeitado pelo po"o por ser "iolento e incontrolá"el% mas sendo tir7nico%
se aclamou como Oba ;òso.
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enforcando-se numa ár"ore c!amada de àyòn GàyànH na cidade de ;òso. ;om o
fato consumado% =adá jaká "olta à Oyó e reassume o trono% retira então o
de #ayánni e passa a usar o de láàDin% tornando-se então o quarto
láàDin Oyó. 9pós sua morte% assume o trono seu fil!o ganju % neto de
$rànm&yàn e sobrin!o de 9àngó% tornando-se o quinto láàDin Oyó.;om ganju % termina o primeiro per&odo da formação dos po"os yoruba e apósseu reinado se dá inicio ao se(undo per&odo% o dos reis !istóricos. )imos
/ @De ID' até Oyó% de Odùdu*à a ganju % passando por 9àngó.@
9àngó# que notamos nesse primeiro per&odo Morubano% é que na realidade% o que
se fala de 9àngó% e a sua !istória nos ;andomblés do Lrasil% e de outros
acima descritos% é incorreto% le"ando os fiéis a crer em fatos irreais.Inicialmente% a"eri(uamos que Odùdu*à é um$rìsà DunDun masculino e 4nico%
é o pai do po"o yorubano e não uma simples @qualidade@ de $rìsànlá ou
seja% são di"indades totalmente distintas% inclusi"e% não se suporta"am%
pelos fatos "istos$ e que também "yá Olóòkun% é um $rìsà feminino e a >ona
do
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e seu animal preferido para sacrif&cio é também o mesmo dos egún% dos
mortos comum% o carneiro$ existem também outras min4cias% que aqui não cabe
mencionar.
:os ;andomblés% citam jaká e ganju como sendo @qualidades@ de 9àngó% quea(ora sabemos isto não é poss&"el% pois% jaká é seu meio irmão e ganju seu reinado foi longo
e próspero, teve a faculdade de domesticar animais selvagens e répteis venenosos; tinha em
casa um Leopardo mansoJ% é fil!o de =adá jaká % portanto seu sobrin!o% notóriamente pessoas
mortais e completamente distintas% que fazem parte da fam&lia de 9àngó% mas não ti"eram a
!onra de tornarem-se $rìsà% mas são ancestrais ilustres. =ambém no Lrasil% faz-se uma cerimBnia
c!amada de @@oroa de =adá @ ou @ dB
#aiyani @. que a coroa é le"ada ritualmente em uma c!arola durante as festas do ciclo
de9àngó c!amada de #anni ou lyamasse% que representa a mãe de 9àngó. #ra% sabemos quequem usou este ade foi% jaká % apelidado de=adá % de quem 9àngó l!e roubou o trono% e que a
mãe de 9àngó foi 5oros& % fil!a de 4l'm.e% rei dos 5a.a% e que ela não tem nen!uma import7ncia
teoló(ica% somente !istórica% por ter sido mãe de um láàDin.
Sociedade Ogboni
Resumo/ K+'
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F :useu de Arqueolo$ia e +tnolo$ia da Gniversidade de #ão Paulo possui
um importante, e in*dito, conunto de obetos de metal fundido usados
pela associação $g%óniN dos iorubas,O 0i$*ria. +ssa associação * uma
instituição político/reli$iosa tradicional, estreitamente relacionada ao
culto a &l'(JKerraJ ou Jterrit%rioJ, na forma de uma poderosa divindadefeminina). As peças dos $g%óni são, em maioria, antropom%r"cas, e,
freqDentemente referidas nas publicaç!es como JbronzesJ.
Kodas as esculturas dessa associação podem ser, $enericamente,
chamadas de edan, mas adotamos a de"nição simpli"cada apresentada
por :orton/Qilliams (NRST5 SR), se$undo quem o obeto edan J(U)
consiste essencialmente de duas ima$ens de latão (ou bronze) B uma de
um homem nu, a outra de uma mulher nua B unidos por uma corrente, e
cada uma montada num espeto curto de ferro (raramente debronze)J.V Assim, consideramos edan os obetos apresentados na Kabela
=.W ;evemos ainda acrescentar que, como o seu sinLnimo, (lóló, edan *
um substantivo feminino (cf. XaHal NRRW5 VN/V e :orton/Qilliams NRST5
SR), e que se trata, conceitualmente, de um obeto unitrio, ainda que
formado por duas estatuetas.S
As demais esculturas da associação $g%óni têm características
semelhantes, mas não apresentam corrente, nem o pino de ferro. +m vez
disso, têm uma base plana, p*s $randes ou pernas aoelhadas, o que assustenta na vertical, razão pela qual, presumivelmente, são usadas em
altar, sendo al$umas delas, por vezes, chamadas de onil) oua*ag%o. F
obeto de que tratamos neste arti$o se distin$ue dessas outras
esculturas (g%óni, principalmente, porque cada membro possui o seu- *
um obeto sa$rado que pode ser visto por não iniciados- e, pode ser
retirado do santurio onde ocorrem as reuni!es dos membros $g%óni B
o il)d+.Y 8 tamb*m, se$undo a biblio$ra"a consultada, o obeto que *
empre$ado para os usos mais diversi"cados dessa associação. Porconse$uinte, ele se tornou seu emblema.
F obetivo deste arti$o * apresentar uma caracterização dos edan do
acervo do :A+, sistematizando dados documentais, hist%ricos e
etno$r"cos correspondentes e os obtidos atrav*s da anlise formal,
funcional e simb%lica. ;ividimos este arti$o em três partes5 N. ;iscussão
biblio$r"ca- O. +studo etno/morfol%$ico dos obetos B que est
subdividido em quatro itens constitutivos5 hist%rico das peças-
classi"cação funcional- anlise estilística- anlise icono$r"ca- e, .
onclusão.
http://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela1.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela1.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela1.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela1.html
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!. "iscusso #i#lio$r%&ca
!.! "a associaço Òbóni
F territ%rio iorubano * composto por vrios reinos, onde os direitos sobre
o uso da terra são patrilineares. F termo 9oruba foi difundido a partir do
s*culo Z=Z para desi$nar os povos que, al*m da mesma lín$ua, tinham a
mesma cultura e tradiç!es ori$inrias de &l),&f', onde, se$undo os mitos,
o primeiro rei iorub, -ddu/#, estabeleceu/se, vindo do leste.
9pesar disso% essas cidades nunca ti"eramuma centralização pol&tica e esses po"os nãose c!ama"am entre si por um 4nico nome.9quino Lrasil% os escra"os de ori(em iorubá forammais con!ecidos por nag e em ;ubapor lucumi . 9pós a partil!a colonial da Tfrica;on(resso de Lerlim de 0UUQ-USJ% essespo"os ficaram di"ididos e !oje estão localizadosem cinco pa&ses/ a maioria no sudoeste da
:i(éria% uma parte na Kep4blica opular doLenim ex->aoméJ e al(uns (rupos no =o(o%em Gana e erra Deoa cf. )er(er 0VU0/ 00-01$ 9déW3Mà 0VVV/ 0X-SYJ. )eja o mapa ilustrati"o.
Mapa – Parte do território iorubá Adaptado de !er"er #$$%&
9 associação Ògbóni %[ também c!amada deÒs!gbó% é% como já mencionamos% uma instituição
com funções reli(iosas% judiciais e pol&ticas. +la é uma espécie de assembléia de anciãos da
cidade% unidos ritualmente% que re(em um importante culto estruturado a partir da cosmo(onia dosiorubás E o culto a "l#% que% às "ezes% é tida como mais poderosa do que os orixás% e até mãe de
todas as deidades iorubanas cf.
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f*rtil. Fs sacerdotes$g%óni, no se$redo de suas reuni!es, teriam
continuado a praticar sua f*, cuidar da ordem e estabilidade social e da
manutenção dos velhos costumes. Por isso, conforme o autor, Jos novos
reis viram/se obri$ados a prestar homena$em aos oniles, ou ]donos da
terra^J.
0otamos a semelhança desses dados com os colhidos e publicados por
:orton/Qilliams (NRST5 SV), que se$undo a tradição, J a Kerra (U)
existiu antes das divindades e o culto $g%óni antes da realeza. A Kerra *
a mãe a quem os mortos retornam. A Kerra e os ancestrais, não as
divindades (orixs), são as fontes da lei moralJ.R
F texto mais anti$o a que tivemos acesso sobre a associação $g%óni *
do oronel +llis, que data de N[RV. 0essa obra, ele aponta doisaspectos dessa associação que foram questão de controv*rsia durante
todo o s*culo ZZ e sobre os quais, at* hoe, não h consenso entre os
africanistas5 a denominação de Jsociedade secretaJ e a ambivalência de
sua competência que compreende, ao mesmo tempo, assuntos reli$iosos
e seculares.
+llis (N[RV5 cap. _, O` ) vê a $g%óni como uma instituição tirânica5
Jacredita/se popularmente que os membros possuam um se$redo doqual deriva seu poder, mas o
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desenvolvimento da sociedade tribalJ, e tamb*m de ;ennett, que su$ere
Jum aspecto senatorialJ para essa associação, o qual prote$eria o
interesse p
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os rituais. #ão chamadas 3rel4 e representam os interesses das mulheres
da cidade nas reuni!es (:orton/Qilliams NRST5 SW/YT). F título
de 3rel4 aparece no \rasil atribuído 1 diri$ente da associação feminina
uEl*d* que tamb*m existiu na \ahia at* os anos NRT (arneiro NRSY5
SV).NV
;e acordo com XaHal (NRRW5 Y), pode/se dizer, em síntese, que a
associação $g%óni cultua o Jespírito da KerraJ, &l', para asse$urar a
sobrevivência humana, a paz, a felicidade, a estabilidade social da
comunidade, a prosperidade e a lon$evidade. =sso dissolve,
de"nitivamente, a impressão peorativa com que ela foi descrita pela
anti$a etno$ra"a.
A maior parte de nossas informaç!es vieram de Peter :orton/Qilliams,que fez pesquisas na cidade de $yó, 0i$*ria, em NRV[, e as publicou em
NRST. 2oi quem primeiro descreveu a associação $g%óni com maiores
detalhes, delineando seu papel político e descrevendo rituais e crenças
reli$iosas que sustentam a sua função no poder secular. ;estacam/se,
por*m, outros autores de referência cua leitura foi de $rande
importância para nosso trabalho5 ;ennis Qilliams, que, entre NRSO e
NRS, fez entrevistas com membros$g%óni e com
os 59edan/aiye (artesãos especializados em edan), estudando osobetos em campo e em coleç!es, tais quais as da Gniversidade de
=badan e do :useu 0i$eriano de Xa$os- X.+. oache, que pesquisou
durante os anos de NRS[ e NRSR na rea rural de =ebu/Fde, 0i$*ria- e,
"nalmente, \abatunde XaHal, que pesquisou durante os anos de NRSS e
NRRN em diversas cidades da 0i$*ria, utilizando a tradição oral para
interpretar quest!es polêmicas como o si$ni"cado do lado esquerdo e o
$ênero de &l' (cf. item O.V).
0o :A+, al$uns folhetos em que se reproduzem informaç!es sobre as
peças da coleção (g%óniapresentam dados da pesquisa inicial de
:arianno arneiro da unha.NW
!.' "a confecço e utiliaço o edan òbóni
5 mat)ria,prima e a linguagem est)tica
A escultura (g%óni se diferencia da escultura feita para os orixs.Primeiramente, h diferença no material usualmente empre$ado.
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+nquanto as estatuetas de orixs, ou de outras entidades dos iorubs,
seriam feitas de "bras, ferro ou madeira /NSmateriais facilmente
de$radveis /, a $rande maioria das estatuetas $g%óni * feita com li$as
de cobre B um material relativamente mais durvel (Qilliams NRSV5
NSN).NY
#e$undo +lbein dos #antos (NRR5 R/VN), o cobre e suas li$as são
portadores de ax*N[ e esse metal faz parte do $rupo do Jsan$ue
vermelhoJ do reino mineral. :esmo que a pertinência etnol%$ica ou
vernacular dessa classi"cação sea refutada por _er$er (NR[O5 [), não *
de todo improcedente a suposição de que a essas li$as sea atribuído,
assim como por $rande parte da humanidade, pelos iorubs, um
si$ni"cado maior, por causa da cor, do brilho e at* da tecnolo$ia
demandada não apenas para a extração e manipulação de min*rios, mastamb*m pela so"sticação da t*cnica de elaboração artística do metal.
Qilliams (NRSV5 NR) caracteriza a est*tica do edancomo icLnica, linear B
Jproeção não escultural de um desenho em ceraJ, hiertica e
arquetípica. =sto porque se trata de "$uras humanas aparentemente
tridimensionais, pelo volume, mas detalhadas, via/de/re$ra, apenas de
frente, reforçando sua imobilidade corporal mas feitas de serenas
express!es características (cf. destaque da 2oto O). #e$undo ele, essas
características contrastam com a abstrata, arquitetLnica, descritiva ehumanística "$uração dos orixs. +sse autor ainda a"rma que essas
diferenças são devidas a distintas funç!es5 enquanto as formas est*ticas
das estatuetas usadas no culto dos orixs apenas Jsimbolizam o
espíritoJ, a arte (g%óni * sacralizada e adorada como se fosse o
Jenv%lucro do espíritoJ.
- artesão e sua o%ra
F escultor de edan * chamado 59edan/aiye, que poderia ser traduzido,se$undo Qilliams, como Jaquele que traz o edan ao #iy)J B o mundo
material. eralmente ocupada por um ancião, essa pro"ssão * evitada
pelos ovens pois est associada 1 impotência e 1 perda de "lhos. Al*m
disso, acredita/se que homens viris podem alterar a forma sa$rada da
ima$em. =sso não * tolerado, pois ela deve ser fundida com todos os
atributos que a torne um ícone.
A confecção de um edan * relatada por Qilliams (NRSV5 NV/NVW). +la
exi$e uma evocação contínua de um orix auxiliar.NR 2reqDentemente,
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acredita/se que esse escultor adquire poderes superiores e, por isso, as
pessoas comuns o temem. A sucessão dessa arte * $eralmente de pai
para "lho, mas * o 5p'n# quem, em
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novoedan. F obi * lançado novamente pelo artesão para se certi"car que
o obeto est pronto para ser levado para a casa do iniciado. #e a
resposta * favorvel, novo sacrifício * feito sobre as ima$ens unto com
pimentas. Gm pouco mais tarde, elas são masti$adas pelo 59edan/aiye,
que JfalaJ com o obeto fundido por interm*dio do obi. 0o pLr/do/sol,"nalmente, ele * embrulhado em outro pano branco, unto com o seu
molde, para ser levado ao santurio. X, * lavado pelo 5p'n#. F -l4/o, o
o"ciante principal do culto, declara, então, que o edan est pronto. em
sua casa, o iniciado enterra o molde num lu$ar secreto escolhido, onde
o edan passar o resto de sua vida (a descrição se refere aos edan de
uso pessoal B cf. item O.O). :as, embora deixado nesse lu$ar, o edan *
removido para prop%sitos ritualísticos, exclusivamente. 8 lavado
periodicamente com suco de lima e al$umas ervas para conter aoxidação do metal e ser limpo do san$ue sacri"cial.
5 escultura e seu uso
omo dissemos anteriormente, as esculturas (g%ónitêm m
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29/99
tão fortemente que deixa uma cicatriz escura no pulso esquerdo, o sinal
da iniciação.
b) F mesmo rito anterior, relatado por Qilliams (NRSV5 NVW).
0o il)d+, um banho * preparado para o iniciado numa bacia com $ua na
qual * imersa uma escultura edanrec*m fundida, previamente puri"cada
por san$ue de pombo e ervas medicinais. A cabeça, mãos, p*s e $enitais
do iniciado são lavados pelo -l4/o. ;epois ele * enrolado num pano
branco da cintura para baixo. F -l4/o invoca bênçãos para o
in$ressante, que passa o resto do dia evocando força e pureza. :ais
tarde, &l' * consultada, por meio do obi, para saber se os ritos foram
apropriados e se o iniciado foi aceito. #e o rito não for apropriado, mas oiniciado for aceito, * necessrio fazer outro ritual mais elaborado, com
sacrifícios mais numerosos. 6uando o rito * apropriado e o candidato *
aceito por &l', faz/se uma reunião 1 tarde onde todos os membros do
culto dançam, especialmente o iniciado, que dança freneticamente e
invoca virtudes para si. A bacia do banho em que ele foi puri"cado
continua no il)d+coberta por um pano branco, em que "ca a parte do seu
dote 1 associação $g%óni. Fs ritos de oração e puri"cação continuam por
dezesseis dias, depois dos quais o iniciado * considerado um membrosênior, um-log%oni.
c) ito de eleição de o"ciante do culto se$undo :orton/Qilliams (NRST5
SR).
6uando um membro $g%óni * eleito para uma função de o"ciante do
culto, o edan * posto em suas mãos pelo 5p'n# na presença dos
iniciados reunidos. +nquanto ele se$ura a escultura, * dito que apesar deele a$ora possuir o título, nunca poder contar o que acontece no il)d+.
d) \ri$as entre cidadãos com derramamento de san$ue B rito relatado
por :orton/Qilliams (NRST5 SS).
0a cultura iorub o derramamento de san$ue humano no chão *
sacríle$o, a menos que se trate de san$ue sacri"cial. 6uando duas
pessoas bri$am e al$u*m * ferido, derramando san$ue no chão, mesmoque a ferida não sea $rave, considera/se ter havido a profanação de &l'.
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+ssa informação che$a diretamente ao conhecimento do chefe udicial
da$g%óni, o 5p'n#, pelo povo ou mesmo pelo o%a B tão $rave *
considerada a situação. =mediatamente ele manda um mensa$eiro levar
um edan, o qual * colocado ao lado do san$ue derramado.
F 5p'n#convoca os outros o"ciais $g%óni e anciãos para se reuniremno il)d+, onde os adversrios são trazidos. F 5p'n# ouve a disputa e faz
um ul$amento tentando reconciliar as partes. Ambos pa$am uma multa
e providenciam animais para o sacrifício. F san$ue * vertido sobre
o edan. #e "car evidente que uma das partes est mentindo e a disputa
não puder ser satisfatoriamente reparada, uma provação * imposta5
o edan * colocado em uma bacia de $ua (em al$umas outras
localidades * adicionado tamb*m um punhado de terra). Fs disputantes
são obri$ados a bebê/la. Kem/se que o infrator (ou culpado) morrerdentro de dois dias.
e) 6uando da ofensa entre cidadãos, outro rito relatado por :orton/
Qilliams (NRST5 SS).
Al$u*m que tenha sido seriamente ofendido por outra pessoa e que não
queira estar envolvido numa disputa lon$a, cansativa e que envolva
outras pessoas, e at* feitiçaria, pode apelar para a associação $g%óni.#e o assunto * trivial, o 5p'n# manda os disputantes procurarem seus
chefes comunitrios ou os chefes de linha$em. #e o problema *
realmente s*rio, ele envia seu edan, convocando ambas as partes
ao il)d+. F malfeitor precisa fazer um pesado pa$amento em dinheiro e
animais para o sacrifício. Gma esculturaedan * trazida para fora e os
animais são sacri"cados sobre ela.
f) 6uando da disputa entre os iniciados -log%oni, ainda se$undo :orton/Qilliams (NRST5 SS/SY).
Gm -log%oni pode acusar outro de roubo ou de perse$uir sua esposa.
+m $yó, na reunião $g%óni que se se$ue 1 acusação, uma
escultura edan * trazida para fora do il)d+ e posta no chão. F acusado *
questionado sobre a acusação. #e ele concordar que * verdadeira,
o 5p'n# tentar restaurar as boas relaç!es. #e ele ne$ar a acusação,
precisa declarar na frente do edan5 J#e eu for inocente, eu não sofrereinenhum dano. #e eu "z o que eles estão dizendo, morrerei em dois diasJ.
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F 5p'n# balança um sino de bronze consa$rado e todos os presentes
$ritam J 5:);J. 0a re$ião +$bado dos iorubs, as partes são postas para
beber a $ua em que a estatueta * imersa.
$) :orton/Qilliams (NRST5 SS) tamb*m se refere a rituais quando ocorreabuso de poder.
A associação $g%óni tamb*m pode mandar uma escultura edan para
outros homens nobres da cidade, que ul$ue estar ultrapassando os
limites de seus direitos e privil*$ios. F edan, colocado na porta da casa
desses homens, impede que al$u*m cruze o portão principal, sendo um
marco de ver$onha, que sinaliza a atitude inconveniente do morador.
F edans% pode ser removido quando o culpado reconhecer sua falta coma $g%óni e "zer o pa$amento de uma pesada multa, que consiste em
animais para serem sacri"cados sobre as ima$ens.
h) Qilliams (NRSV5 NVS) refere/se a um rito funerrio
dos -log%oni usando o edan.
A escultura edan tamb*m desempenha um papel importante nos ritos
morturios dos membros da associação. F corpo * entre$ue ao o"cianteque preside a volta do JespíritoJ do defunto para o J
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em dois um obi- com a ponta do edan ele apanha um pedaço e o oferece
para ela, pe$ando o outro para si mesmo. Fs dois comem cada qual a
sua parte, sendo, assim, considerados unidos ritualmente como as duas
"$uras que comp!em a escultura edan, e * dito para ela que se o trair
certamente morrer ou "car louca.. Estuo etno*morfol+$ico os o#,etos
'.! -ist+rico as esculturas edan a coleço $b$ni o AE*
/S0ON
9 primeira peça dessa coleção *oto ]J foi comprada em 0VY] da Galeria e(M de :o"a CorW%
especializada em arte africana. +ssa (aleria% na pessoa de Dadislas e(M% mante"e
correspond,ncia com o r.
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associação $g%óni fornecessem subsídios te%ricos para se atin$ir os
obetivos desse trabalho.
0otamos que a maioria das esculturas (YY), * formada por casais
(pares masculino/feminino, no caso das peças de corpo todo, e pares que
não exibem os sexos, como são as esculturas s% com a cabeça). +ssespares estão, na maioria das vezes (SR), li$ados por corrente. :esmo as
estatuetas que não possuem corrente têm ar$olas, su$erindo a união de
uma ima$em 1 outra por uma corrente provavelmente perdida (exceção
apenas do edan [). =sso ocorre porque a presença e li$ação do masculino
e do feminino têm si$ni"cado reli$ioso.
#e$undo as informaç!es que :orton/Qilliams (NRST5 SR/YO) obteve, a
Kerra, assim como sua contraparte, o Jc*uJ (-lorun), não * representadapor nenhum símbolo na arte iorub, entretanto ela * personi"cada
no edan. As ima$ens, se$undo ele, representam um -log%oni e
uma 3rel4 servindo ao seu mist*rio, 5/o.OY Qilliams (NRSV5 NVO) a"rma
que Jo par, masculino e feminino simboliza a união do c*u e da terra na
qual a existência humana * baseadaJ.O[
0ão sabemos se * correto dizer que &l' sea a contraparte de -lorun,
como inferem os dois autores. +lbein dos #antos (NRR5 WS) a"rma que J*
comum referir/se 1 terra como #iy) subentendendo/se que&l', a terra,não compreende a totalidade do #iy) e que ao falar/se de (run, não se
trata apenas do c*u, mas de todo o espaço sobrenaturalJ.
omo escreve a mesma autora, a tradução de -lorunpor Jc*uJ pode
levar a en$anos. #abemos que #iy) e(run são os dois planos da
existência. F #iy) * o mundo material, concreto (a terra, as $uas e,
inclusive, o c*u, que se chama snmI). F (run * uma concepção
abstrata, * o mundo espiritual, transcendente, e não pode ser localizadoem nenhuma parte do #iy) , pois ele J* um mundo paralelo ao mundo
real que coexiste com todos os conte
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uma esp*cie de JAdão e +vaJ dos iorubs. Por*m, XaHal refuta essa
interpretação e concorda com a explicação de :orton/Qilliams (NRST5
SR) de que nenhuma "$ura representa um indivíduo especí"co, mas o
masculino se refere ao papel do -l4/o, como sacerdote/chefe
dos $g%óni, e a feminina representa o papel das3rel4. XaHal aindaacrescenta que o edan precisa estar em par para ser e"caz no culto.
#e$undo as palavras de um ancião $g%óni entrevistado por ele, J(U) o
masculino vai unto com o femininoJ, ORressaltando que a perpetuação do
ciclo da existência depende da união dos sexos- e Jo bem vai unto com o
malJ,T si$ni"cando que o cosmos iorub * um delicado e inseparvel
balanço entre o bem e o mal. F feminino na cultura iorub indica
positividade, complacência- o masculino indica ne$atividade, ri$idez. F
fato de o conunto todo (as duas ima$ens li$adas pela corrente)simbolizar &l', e não apenas a "$ura feminina, não quer dizer que essa
divindade sea andr%$ina, mas sim que * uma divindade completa- ela *,
ao mesmo tempo, J(U) "rme e delicada, boa e m, $enerosa e peri$osa.
(U) +la * quem d a vida e quem recebe o morto, a ]:ãe de Kodos^ e
ainda a criadora da feitiçariaJN (XaHal NRRW5 VW/VS).
A$ora que discutimos as interpretaç!es relativas 1 unicidade da
escultura edan, veamos o que os autores escrevem a respeito das
esculturas que se apresentam s% com a cabeça e as que possuem ocorpo inteiro. F $rupo de edan que estamos analisando possui WV das
peças com corpo completo e VS delas com a representação apenas da
cabeça.
:orton/Qilliams (NRST5 SR) relata que cada il)d+ tem pelo menos
dois edan que "cam sob responsabilidade do 5p'n#. Gm * maior que o
outro e mais bem detalhado na execução. +le nunca sai do il)d+. Fs
outros podem ser simpli"cados a um par de cabeças diretamente sobreos pinos de ferro (sem o corpo) e li$adas por uma corrente. #ão eles que
seus mensa$eiros carre$am. +ssas peças são as
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Qilliams (NRSV5 NVS) tamb*m relata o uso de edancomo amuleto.
#e$undo ele, esse edan * semelhante aos outros, apesar de ser mais
r pois" a centel!a
divina no !umano. -ri ) que rece%e de 1eus ?-lorun@ o destino" por
ocasião do nascimento da pessoaJ.
A partir dessa anlise biblio$r"ca, e considerando nosso material
empírico, deduzimos que existem pelo menos três classes funcionais
para as esculturasedan. #uas características são a$rupadas na Kabela =_.
A classi"cação se baseou na forma e tamanho do obeto. Por*m, o que
de"ne a classe de edan * o uso que fazem dele, mais que seu tamanho
ou forma. 8 possível que ima$ens simples e pequenas seam usadas
dentro do il)d+ e que ima$ens $randes e elaboradas seam usadas noscultos fora dele. F tamanho da peça, por si s%, não expressa o menor ou
maior poder da escultura, mas pode ser o reexo do poderio político/
econLmico do reino iorub a que pertence. ;esta forma, nos * impossível
precisar que tipo de uso as peças edan do :A+ tiveram, pois a
documentação das mesmas não tem nenhuma indicação sobre isso. +ssa
classi"cação, portanto, serve como um instrumento de representação e
ilustração das diversas formas, possibilidades de usos e crenças que a
escultura edan possui.
http://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela4.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela4.html
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'() Análise estil*stica
A partir da observação das peças, dos desenhos e das foto$ra"as,
construímos modelos para os elementos presentes nas estatuetas. +les
estão a$rupados na Kabela _. 0a Kabela _=, condensamos os dados databela anterior, apresentando um mapa $eral de todos os tipos de
elementos presentes. Xembramos que, por serem modelos, podem sofrer
al$umas variaç!es de tamanho e de acabamento, de acordo com a peça.
Fs desenhos dos modelos foram tomados das vistas que dão melhor
visualização dos elementos característicos recorrentes. 0a maioria dos
casos, o desenho foi tomado de frente da "$ura humana. 6uando
usamos outras vistas, elas vão mencionadas na pr%pria tabela. Fs
desenhos da Kabela _ foram elaboradas em traço di$ital por Ademiribeiro unior, a partir das foto$ra"as tomadas por Qa$ner #ouza e #ilva,
destacando elementos si$ni"cativos resultantes da anlise estilística (cf.
0ota W).
A partir do exame das Kabelas _ e _=, podemos apontar al$umas
observaç!es que caracterizam as esculturas analisadas5
a) as correntes são todas de li$as de cobre. A literatura consultada
con"rma que essas li$as são as mais usadas, mas re$istra tamb*m que,
raramente, al$uns edan apresentam corrente de ferro (Qilliams NRSV5NWY/NST)-
b) a ar$ola, usada para unir a ima$em 1 corrente, * lisa e "ca
posicionada no topo da cabeça, num plano perpendicular ao plano da
face (exceção apenas dosedan R e NT, que possuem ar$olas na nuca, e
do edanO, que possui a ar$ola num plano paralelo ao plano da face)-
c) exceto o edan N, todas as esculturas apresentam al$um adorno nacabeça, considerando/se tamb*m, como adorno, a forma de um cabelo
artisticamente penteado (como * o caso dos edan [, R e NT). +sses
adornos possuem formas que su$erem um movimento para o alto. =sso
pode ser observado no formato cLnico das coroas dos edan N, O, , V, W,
S, [ e R- no formato helicoidal das coroas presentes nas "$uras
doedan R- no formato cuneano do cabelo das "$uras doedan [- e, no
formato cLnico e trançado do cabelo da "$ura do edan R. ;estacamos
que o cabelo da peça R * muito semelhante a um tipo de escultura de
altar dos $g%óni, encimada com pontas como dois chifres. :orton/
http://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela5.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela6.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela5.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela5.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela6.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela5.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela6.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela5.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela5.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela6.html
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Qilliams (NRST5 YT, prancha ==a), apresenta um exemplar do :useu
0i$eriano, que tem cerca de YS cm de altura, e *
chamada onil) ou a*ag%o B isto para apontar, aqui, um exemplo de
recorrência de elementos das estatuetas de altar nos edanpropriamente
ditos-
d) os elementos "sionLmicos (olhos, nariz, boca e orelhas) estão
presentes em todas as estatuetas (com exceção da orelha, que, quando
presente, muitas vezes est voltada para trs, não sendo vista,
normalmente, de face). =sso ocorre por causa da importância que a
cabeça tem em relação 1s outras partes do corpo (cf. item O.O), mas
tamb*m pela valorização da parte frontal da maioria delas-
e) todas as "$uras das esculturas possuem olhos $randes e o $lobo
ocular proetado para fora. =sso * uma característica muito marcante da
"$uração humana na arte (g%óni-
f) todas as "$uras possuem a boca aberta. =sso pode ser uma referência
1 palavra. 0as tradiç!es africanas a palavra falada tem, al*m de um
valor moral fundamental, um carter sa$rado vinculado 1 sua ori$em
divina e 1s forças ocultas depositadas nela. Al*m disso, a fala teria opoder de colocar em movimento forças que estão contidas dentro do
homem, sendo, assim, a materialização ou exteriorização das vibraç!es
dessas forças. Por ter um valor tão si$ni"cativo e importante, a palavra
não * usada desnecessariamente e sem prudência (ampât* \â NR[O)-
$) a barba * um elemento que simboliza a sabedoria e a lon$evidade. ;e
fato, os sacerdotes (g%óni são anciãos $randes conhecedores da cultura
iorub, pois são iniciados no o$o de =f e $randes depositrios datradição oral. A barba não * um bom parâmetro para a identi"cação do
$ênero das "$uras porque as femininas tamb*m podem ser esculpidas
com esse elemento (cf. edan O)-
h) todas as "$uras femininas, que apresentam a "$uração humana
completa, possuem seios, e têm as mãos estendidas em $esto de
oferecimento (cf. item O.V)-
i) quanto ao $estual e aos obetos, observamos as características abaixo5
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/ quando as "$uras do edan não estão fazendo o $esto
típico $g%óni (mão esquerda sobre a direita) ou se$urando os seios, no
caso das femininas, elas portam al$uns obetos nas mãos-
/ as "$uras masculinas se$uram dois tipos de o%*etos- um * relacionadoao $ênero masculino B um facão ou um porrete B que "ca na
mão direita (o lado direito * masculino para os iorubs)- o outro tipo *
relacionado ao $ênero feminino B uma cabaça com alça ou uma esp*cie
de bornal /, que "ca na mãoesquerda (lado tido como feminino)-
/ as "$uras femininas, por outro lado, se$uramapenas um o%*eto, que *
sempre relacionado ao $ênero feminino (bacia, colher ou dois bast!es)-
) as marcas corporais ou escari"caç!es podem ser sinais iniciticos
(como os dois símbolos da lua crescente) ou marcas de identidade *tnica
(como os riscos no rosto)-
l) os adereços da cintura ocorrem tanto nas esculturas que detalham
apenas a cabeça quanto nas que se apresentam de corpo inteiro-
m) a va$ina $eralmente * sutil (um vinco no baixo/ventre) ou pode nemser evidenciada, enquanto o pênis aparece em todas as "$uras
masculinas de corpo todo, e * exa$eradamente $rande-
n) as "$uras do edan quase sempre estão sentadas (exceto o edan [, no
qual as "$uras estão em p*). A posição sentada * associada em vrios
lu$ares da Mfrica ao chefe, por isso, * tamb*m uma insí$nia de poder e
autoridade B uma postura freqDentemente associada ao rei-
o) a maioria das estatuetas possui pinos de ferro. +nquanto W "$uras
(OO num total de O ima$ens) possuem pinos de li$as de cobre, N[
"$uras (Y[ ) possuem pinos de ferro. :orton/Qilliams, na sua de"nição
estrita de edan, menciona que tamb*m hedan com pino de JbronzeJ,
ainda que raramente (cf. 0ota V)- e, "nalmente
p) observamos que muitos dos elementos do edanpossuem formas
inspiradas no ima$inrio $g%óni que iremos examinar a se$uir. Antespor*m, enfatizamos aqueles que merecem destaque5
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/ os quatro tipos de nariz encontrados nas ima$ens tendem a ter a base
trian$ular, provavelmente inspirados na simbolo$ia importante, como
veremos, que o n
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relacionado ao feminino, mas sim ao sa$rado, e por conseqDência, aos
assuntos potencialmente peri$osos.
XaHal discorda dessa acepção, recorrendo 1 tradição oral, sobretudo aos
versos do =f, para a"rmar que &l'* uma divindade feminina e que o ladoesquerdo, (s+, representa o escondido, o suave, o poder espiritual
feminino, enquanto o lado direito, (tun, representa a força física
masculina, a ri$idez (cf. um confronto entre essas duas concepç!es em
#alum NRRR5 NS[/NYT). Por isso, a mão esquerda * metaforicamente
conhecida entre os iorubs como a Jmão da paz J ou a Jmão do
segredoJ.O om esses novos dados, ele conclui que, na
icono$ra"a (g%óni, o lado esquerdo representa o feminino e o laço entre
mãe e "lho B e entre os J"lhos da mesma mãeJ (-mo By
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;e acordo com os autores consultados, a união do masculino e do
feminino na ima$em do edansimboliza a formação do JterceiroJ. #eria
como aquele $erado pela complementaridade de partes, aquele que se
se$ue B a pro$enitura, ou o devir, reiterando os laços entre passado,
presente e futuro. +ssa tríade se estabelece quando um -log%oni * vistocom as duas "$uras humanas no peito, usando o edan pendurado no
pescoço, como mostra a renomada foto de Qilliam 2a$$ (\lier NRRY5RY, f.
Y[).
F terceiro elemento * &l', o mist*rio, o pr%prio se$redo compartilhado
(:orton/Qilliams NRST5 Y) B que tem raízes ancestrais. Para XaHal
(NRRW5 VV), Jo n
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cabeça da "$ura, têm denotada forma de meia lua. Futra interpretação
vem dos informantes de XaHal, se$undo a qual esse símbolo *-s, a lua
crescente, associado 1 inovação e a re$eneração. +le * conhecido pelas
mulheres iorubs, que se baseiam na fase crescente e min$uante da lua
como calendrio menstrual. Fra, as JfeiticeirasJ não deixam de sera$entes dinâmicos e transformadores, havendo consonância no
cruzamento da ar$umentação dos dois autores citados.
+ncontramos esse símbolo em vrios elementos dos obetos5 nas
escari"caç!es na testa das ima$ens (edan NN e NO), na posição dos
braços femininos se$urando os seios (edan W e S), nas orelhas que "cam
na parte posterior da cabeça (edan V, W, S, [), no formato do cabelo
(edan [), e nas barbas de al$umas peças (edan N, W e NN). +le podeaparecer de forma dupla como as marcas na testa do edan NO. +xemplos
do aparecimento da forma da lua crescente nos edan vêem/se
destacados na Kabela =Z.
3spiral" círculos conc=ntricos e forma cDnica
Fs informantes de XaHal (NRRW5 VY/V[) deram duas diferentes, por*m
relacionadas, interpretaç!es sobre a espiral e os círculos concêntricos
que aparecem nas estatuetas. A primeira delas diz que esse símbolorepresenta o $iro (ranyinranyin) da forma cLnica de um caramuo
((9(tó), que * brinquedo de criança, e est associado com o
crescimento, movimento dinâmico e, por extensão, com o poder
transformador de +xu B o mensa$eiro divino e intermedirio
entre &l'e edan. A outra versão diz que esses motivos $r"cos si$ni"cam
o poder expansivo de Flocun B a divindade do mar e da abundância. A
$ua e a terra são dois aspectos do mesmo fenLmeno cultuado pela
associação Eu'l'd) como By< Fl
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entidade. F cabelo do edan NT * tamb*m muito parecido com a cabeleira
de +xu da estaturia em madeira.
-%*etos sim%ólicos
Fs obetos sustentados pelas "$uras humanas de umedan simbolizamaspectos importantes das crenças(g%óni e são como que pequenas
r*plicas dos obetos utilizados nos rituais da associação. #e$ue abaixo
consideraç!es sobre eles.
a) A col!er representa a renovação e o reabastecimento. 8 um símbolo
$eralmente vinculado 1 "$ura feminina (como no edan [), pois remete 1s
mulheres 3rel4 que, entre outras tarefas, preparam a comida servida
no il)d+ (XaHal NRRW5 VY).
b) Fs %astGes, ou cetros cerimoniais, são símbolos de poder e autoridade
dentro dos cultos reli$iosos iorubs. F edan R carre$a um par desses
bast!es, que pode ser uma auto/referência ao edan (uma ima$em
do edan se$urando outro edan). c) A bacia * usada pelo -l4/o para lavar
o iniciado (Qilliams NRSY5 NVW), $anhando nova si$ni"cação, pois *
tamb*m essencial nas tarefas udiciais (:orton/Qilliams NRST5 SS).
eralmente * se$urada pela "$ura feminina, como noedan NN.
d) F facão * um símbolo associado ao masculino e, por isso, * se$urado
pela mão direita (o lado direito * o lado masculino). #imboliza o sacrifício
e tamb*m * uma referência 1s penalidades aplicadas a qualquer um que
revele se$redos ou quebre acordos relativos 1 associação.
e) F porrete tamb*m * um símbolo associado ao masculino, como o
facão. 8 se$urado pela mão direita da "$ura masculina. +sses doisobetos estão associados 1 morte, que * relacionada ao masculino na
cultura iorub. A morte, ou &94, est profundamente li$ada 1 terra e 1
$ênese humana (+lbein dos #antos NRR5 NTS/NTY).
f) F %ornal B esse elemento que tamb*m pode denotar a forma de uma
Jcabaça com alçaJ B est, nas peças que constituem nosso corpus de
pesquisa, sempre no lado esquerdo do corpo de todas as guras
masculinas. Parece contradit%rio, lembrando que, para os $g%óni o ladofeminino * o esquerdo, e, ademais, esse elemento alude 1 contenção de
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al$o poderoso ou valioso, que não pode ser visto nem revelado,
mantendo/se escondido e inacessível, mas presente. Xembremos que a
cabaça * associada, $enericamente na Mfrica, ao
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todos os edan de corpo inteiro são feitos nus. Kodos os edan do acervo
do :A+, examinados por n%s, estão em conformidade com essa
re$ularidade.
2. 3oncluso
Apontamos a se$uir observaç!es que, ao "m deste arti$o, nos parecem
relevantes, tanto do ponto de vista te%rico, quanto metodol%$ico.
a) he$amos ao "nal, com uma síntese biblio$r"ca sobre um assunto
pouco explorado, de fontes escassas e em lín$ua estran$eira, de pouco
acesso entre n%s, e, praticamente inexistente em portu$uês.
onsideramos que nosso estudo possa vir a contribuir não apenas paraos estudos de coleção, mas para os de natureza hist%rica e s%cio/
antrop%lo$ica, bem como 1s pesquisas sobre o 0e$ro no \rasil.W
b) F estudo, obeto deste arti$o, permitiu/nos delimitar um $rupo de
peças do acervo de ori$em africana do :A+/G#P, quanti"cado, que forma
uma coleção museol%$ica em si mesma, permitindo su$erir denomin/la
coleção (g%óni do 753. 0essa coleção inserem/se, al*m dos edan aqui
apresentados, as estatuetas Jsem pinoJ e Jsem correnteJ, al*m de
al$umas outras peças avulsas (bast!es, recipientes, %ias). +las serãotratadas em uma publicação pr%xima.
c) Futro resultado que nos parece importante destacar nesta conclusão *
a constatação, pela anlise morfol%$ica, da presença ou representação
no acervo do :A+ das três classes funcionais das
esculturasedan reportadas na etno$ra"a dos principais autores sobre a
mat*ria.
d) om o estudo efetuado, temos, a$ora, embasamento para de"nir o
$rupo de esculturas edanda coleção (g%óni do :A+5
/ são peças iorubs da associação $g%óni, que che$aram da Mfrica na
d*cada de NRYT e, provavelmente, são do s*culo ZZ-
/ são obetos de li$as de cobre feitos pela chamada Jt*cnica da cera
perdidaJ e compostos por um par de ima$ens baseadas na gura
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!umana. +ssas ima$ens possuem pinos metlicos na parte inferior e são
li$adas por uma corrente na parte superior-
/ as ima$ens simbolizam um casal humano nu. Al$uns pares possuem
somente a cabeça. 6uando representam a "$ura de corpo inteiro, *comum ver/se nelas a sinalização do gesto (g%óni (mão esquerda sobre
a direita). 6uando não, elas sustentam nas mãos obetos determinados.
A "$ura masculina se$ura dois obetos B um li$ado ao $ênero masculino,
que "ca do lado direito, e outro li$ado ao feminino, que "ca do lado
esquerdo. Por outro lado, a "$ura feminina se$ura apenas um obeto do
universo feminino com as duas mãos- e,
/ nessas esculturas, h uma profusão de símbolos materializados pordiversos recursos de representação da "$ura humana. #ão perceptíveis
pelas marcas corporais, nas silhuetas de postura, nos obetos/insí$nias
inte$rantes, assim como, nos elementos constitutivos (como olhos, mãos
ou pernas). +ntre os símbolos encontrados estão os relativos ao n
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KIL+IK# AK.% 9$ 9D'
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>+::+==% K.+.
0V01 =!e Ògbóni and ot!er secret societM in:i(eria. *ournal of the 'frican +ociet % 01/ 01-]V.
>K+Z9D% N.A.
0VUV 9rt and +t!os of Ijebu. N.A. >re\al$ A. emberton$ K. 9biodun +ds.J -oruba/ :ine ;enturies
of 9frican 9rt and =!ou(!t. :o"a CorW% =!e ;enter of 9frican 9rt/ 00Y-0QS.+DL+I: ># 9:=#% A.
0VVX .s /0g e a &orte. ão aulo/ )ozes.
+DDI% 9.L.
0UVQ The -oruba1+pea2ing 3eoples of the +lave 4oast of 5est 'frica. \\\.sacred-texts.com%
][[X.
2F\+0=G#, X.
NRN L!e voice of 'frica. )ol. I. Dondres/ Nutc!inson ;o.
N9
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NRRO +splendor e decadência do culto de =9ami Fsoron$a entre os
=orubas5 J:inha :ãe 2eiticeiraJ. P. _er$er. 5rtigos5 Komo =. #ão Paulo,
orrupio5 W/RN.
NRRW 1ieu: dN5frique5 culte des orishas et vodouns 1 l^ancienne cLte des
esclaves en Afrique et 1 \ahia, la \aie de Kous les #aints au \resil. Paris5evue 0oire.
OTTT Fotas so%re o 0ulto aos -ri:
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() f. item O.O., em que trataremos dos problemas de material e t*cnica.
QJ @HJconsists essentiall of t9o brass or bronze images, the one of a na2ed man, the other of
a na2ed 9oman, lin2ed together b a chain, and each mounted on a short iron rarel, brass
[email protected] 9 partir de a(ora% nos referiremos a cadaedan estudado pelo n4mero que apresenta nesta
tabela. =odas as foto(rafias deste arti(o foram tomadas por Za(ner ouza e il"a
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(NV) :aria or),
para Prof. ;r. Glpiano \ezerra de :eneses (diretor do :A+)- erti"cado
da aleria #e$9 emitido em OYgTRgYO- arta :A+ B . TTgYO, deNgNNgYO, para Xadislas #e$9- ecibo de T[gNOgYO, assinado por
http://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela6.htmlhttp://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/003/tabela6.html
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Antonietta \orba :uniz de #ouza- arta :A+ Ff. n` VSgYO, de OTgNNgYO,
para o eitor da G#P, Prof. ;r. :i$uel eale- arta de OOgNNgYO, de
Xadislas #e$9 para o :A+- arta :A+ B TWgYO, de OgNNgYO para
Xadislas #e$9 (todos esses documentos estão na pasta suspensa
Jompras B A2J do #etor de ;ocumentação do :A+).
(O) f. elação da coleção pertencente a os* :arianno arneiro da
unha, posta em dep%sito no :A+ em a$osto de NRYS (pasta J;ep%sitos
B A2J)- elação da coleção de .:... posta em dep%sito no :A+ em
unho de NRYY (pasta J;ep%sitos B A2J)- "chas catalo$r"cas das peças-
Xivro de Kombo do acervo.
(OV) ;ados da entrevista concedida pela Profa. ;ra. :aria :anuela Xi$etiarneiro da unha a #uel9 :oraes ervolo e Patrícia aaini em
T[gTOgNRRT, re$istrada em "ta cassete.
(OW) f. arta de TgT[g[N, de :aria :anuela Xi$eti arneiro da unha
para a Profa. ;ra. ilda eale #tarz9nsi, ;iretora do :A+ (pasta
J;ep%sitos B A2J)- elação da coleção doada por :aria :anuela Xi$eti
arneiro da unha ao :A+ (pasta J;oação B A2J).
]1J ;f. :ota 0Y.
(OY) JL!e 3art! is not represented %y any sym%ol in Ioru%a art" alt!oug!
it is personied. L!is corresponds to an a%sence of representation of its
counterpart" t!e s9y -lorunJ.
(O[) JL!e pair" male and female" sym%olizing t!e union of Keaven and
3art! on /!ic! !uman e:istence is %asedJ.
(OR) J(U)La9o" ta%o" '*+/#p( 7ale and female go toget!erTJ.
(T) J(U)Li%i" tire" '*i/#p( Eood and evil go toget!erT J.
(N) J(U)s!e is %ot! rm and tender" good and evil" generous and
dangerous.UT H!e is t!e giver of life and receiver of t!e dead" t!e
V7ot!er of 5llV and yet t!e originator of /itc!craft J.
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(O) Jo/ó #l
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avana./ F tema Arar%*E:e*9on ser o "o condutor que nos levar 1
ori$em $eo$r"ca dos Arar, localizados no ;aomê. +ste nome * a forma
francesa de "an;ome no "entre da serpenteJ.
#e$undo a lenda, o palcio foi construído no ventre de um rei chamado
;an, quem foi destronado depois e o nome "an;ome se aplicou à cidade!istórica deAbone5% referido ao pa&s dos tempos do tráfico ne(reiro até 0VYS.
Fs $rupos arar%s, trazidos a uba na etapa escravista lo$raram
sobreviver principalmente em municípios da província de atanas (a
NTO m da capital) zona onde se aprecia com maior pureza o
le$ado arar%tendo expoentes como :aximiliano Bar+, i$uelina Bar+7
Emiliano
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Fs fon foram os fundadores dos reinos tradicionais deAllana7 A#one=7
0orto No>o e Sa>i nas zonas meridional e central do atual \enin.
ontinua vi$ente a polêmica ao redor dos vocbulos Arres7 Arre7
Arer7 Arra?, impostos pelos europeus como variantes diferentes e
atribuem a diversas localidades do atual \enin as denominaç!esdo @uan Arera, pequeno A?lia e capital do eino de Arra.
#ão contados os trabalhos que tentam romper as barreiras que separam
os estudos culturais na Mfrica e aqueles que se realizam na Am*rica. 8
preciso contribuir ao estabelecimento de pontes, proporcionar reex!es
comuns e su$erir hip%teses com o obetivo de aprofundar cada vez mais
a anlise das culturas africanas.
0o exame da tradição lin$Dística podem de"nir/se três centros de
interesse fundamental5 o m$ico, o mito e a lenda da vida e a morte. 0o
que se refere 1 reli$iosidade cinco aspectos bsicos se enunciam5 ;eus e
as demais deidades, o homem $en*rico, os animais, obetos, fenLmenos
naturais e a ma$ia.
0a cultura e:e*fon em uba existe um ser supremo
denominado Se$#olisa ou "aase$so, cuo outro nome de %:u,quase nunca se utiliza. 0a teo$onia 2on, se atribuem diversas funç!es
mediadoras a um $rupo de divindades que são os deuses da natureza,
como a"rma :etraux.
#e$undo dados obtidos do testemunho de :i$uelina \ar% *spedes
(O[gTRgNRRO) as festas reli$iosas em uba de ori$em africana se iniciam
depois de consultar o primeiro _odum (divindade ou deidade) para que
dê a sua aprovação. +ste primeiro _odum se$undo uventino ubru$ou9
* ,ura$o em arar% eEle$#a em =oru#%.
0a mitolo$ia 9on Ele$#a – -una=o em a;i/ cumpre uma função de
primeira ordem, em todo o sistema reli$ioso, pois * mensa$eiro dos
deuses e expressa a vontade destes, * tamb*m a deidade do
destino,-una=o * honrado ao princípio de cada cerimLnia e recebe as
primeiras oferendas.
+ntre os fon esta deidade se coloca no portal da casa familiar, em formade um monte de terra com o membro viril de metal ou de madeira,
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muitas vezes exa$erada. +m uba aparece sincretizado com #ão Pedro,
#ão oque ou #anto :enino de Atocha. +m Perico (:atanzas), lhe *
atribuído o nome de Afra- em ovellanos (:atanzas) se usa o nome
de 8ura,o, isto poderia explicar/se porque na mitolo$ia iorub ambos
conformam a deidade E;u6Ele"ba.E;u equi"aleria a A7ra e Ele"ba a =ura9o% a deidade que abre o camin!o e de"e enc!er-se de
comida antes que o resto dos deuses possa comer. 9s cerimBnias de )odum de Lenin se
desen"ol"em em meio a muito colorido% mas não se pode asse(urar que cada deidade ten!a as
suas cores preferidas como no caso de ;uba onde existe um simbolismo no "estuário.
Ao che$ar a outro meio $eo$r"co, a mudança que se opera nos
atributos, o vesturio e as funç!es favoreceram a aparição de novos
relatos ao redor da ori$em das deidades a tal ponto que as anti$as
lendas foram esquecidas pelos descendentes africanos em uba, cuaspoucas exceç!es são as casas/templo centenrias.
Kamb*m essas lendas se conservam quase sem variaç!es em outras
reas do territ%rio cubano, por exemplo em A$ramonte, :atanzas, Perico
e ovellanos. 0o iorub, as conservam a #ociedade F risto, em Palmira,
#anta \rbara e #ão oque, assim como o abildo dos on$os na mesma
Palmira, província de ienfue$os (zona central de uba) que se$undo
contam era de ori$em arar%.
F conceito do homem $en*rico na reli$ião arar%, en$loba dois tipos de
pessoas5 o homem (comum e não comum) e os ancestrais, ambos são
obetos de culto, i$ual que entre os a,a*fon de \enin. ;entro do
primeiro tipo entram os chamados A#iu, os êmeos e os An!es. +ntre
os iorubs e os eHe/fon da 0i$*ria e ;ida ome9, respectivamente, se
pratica um culto aos $êmeos que conta com suportes míticos associados
aos seus pante!es tutelares.
+m uba s% na pequena cidade de A$ramonte os $êmeos se inte$ram
ao panteão arar% e são chamados de O,o,o (-o;o em LeninJ. #s (,meos são
"enerados em Lenin mas isto não quer dizer que pertençam a al(uns dos tr,s panteões
fundamentais destas re(iões% os -o;os podem ser assinalados por .a Ifá em iorubáJ a pessoas
que sejam Ono% (,meos.
;e acordo com uma velha crença, são seres que procediam de uma selva
chamada
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sup!e, entre os $rupos arar, foram re$istrados nomes de deidades
consideradas autLnomas, mas na verdade são $êmeos na mitolo$ia 2on,
tais são os casos de "aa pata% a deidade da "ar&ola.
#e$undo eiovits, %:u era ao mesmo tempo homem e mulher ebastante tempo transcorreu de que a parte feminina concebesse
$êmeos, o macho foi chamado de "aa
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habitantes do ;aomê. +m tempos difíceis de sua existência al$uns
recorrem ao 2a e os seus derivados. Futros aos Abius que vivem em
$rupos, em certas matas chamadas Aniu un, em 2on ]a mata dos
Abiu^.
;entro deste refutito? @an"stoJ. elo "isto em ;uba% ao i(ual que em Lenin principalmente na tradição
arará% o culto que se rende aos defundos crianças% jo"ens e até pessoas menores de 1[ anos% não
tem a mesma import7ncia que o culto aos defuntos anciãos.
0o caso particular de Neso;:e se rende culto a todos os mortos da fam&lia real% sem
exceção. :o entanto% os utito que podem classificar-se como mortos ordinários que depois
inte(ram as sociedades secretas o culto é seleti"o. :em todos os mortos são considerados
ordinários% se(undo os crentes% re(ressam desde a sua "ida no mais além% possuem al(uns
membros da fam&lia e prote(em a outros% tanto o culto dos mortos entre os Cesu;:e% como o
dos utitospodem considerar-se cultos aos ancestrais.
+ntre os arar em uba se aprecia bastante confusão em relação com
este aspecto. #e$undo eiovits o culto aos antepassados constitui o
ponto fundamental da or$anização social no ;aomê, para que um clã ou
família exista e se perpetue, a veneração dos seus ancestrais deve serestritamente cumprida.
Gm elemento importante deste culto * que estabelece que as cerimLnias
f
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:ichaelle Ascencio considera o culto aos mortos como a f%rmula ritual
que empre$am os membros de uma linha$em para manter a união entre
os vivos e mortos e atrair/se a proteção dos que ]foram embora^. F
culto * reforçado pela ciência em quase todas as culturas de que os
antepassados ocupam um lu$ar interm*dio entre os vivos e os deuses.
Futro aspecto importante da reli$iosidade arar * o culto aos animais
bastante difundido na Mfrica, mas diferente e não li$ada ao totemismo.
0 a maioria dos casos as suas raízes são mais diretas e imediatas5 o
temor supersticioso das feras selva$ens estimula em al$uns casos a
reli$iosidade- * indiscutível que nos cultos zooltricos do ;aomê o culto
1 serpente * o mais importante.
A principal entidade que se encontra no ;aomê se chama elidi- outro
culto * dedicado 1 deidade ;an (A #erpente), princípio do movimento e
da vida, qualidades de tudo o exível, sinuoso e
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resultado das mi$raç!es, êxodos, pere$rinaç!es, etc. entre diferentes
tribos.
0umerosas deidades, procedentes de terras iorubs, foram incorporadas
aos templos fon. +m =fê/F9%/Kapu, se conhecia como Frix e em \enincomo _odum- assim aconteceu com ebioso que che$ou desde o país
iorub como Zan$L- :Hu como Fl%rum- Xisa/:aHo comoFbatal/Fdudua- Afaf (ou sea pai do 2a) como Frumil e seusacerd%cio (\ooono AHog \abalaHo).+ntre os descendentes arar se pode precisar quanto elementos
fundamentais da identidade5 a *tica, a hospitalidade, a lin$ua$em e a
arte. A *tica se reete sobretudo na educação formal e o respeito aos
maiores, quanto 1s crianças a proibição de participar em conversas demaiores e sentar/se entre eles, a obri$ação de permanecer afastado no
quintal.
6uando che$a um visitante maior ou inclusive um familiar * obri$at%rio
beiar o chão para cumpriment/lo, beiar/lhe a mão e pedir a bênção. +m
\enin entre os fon de Abo9e e lu$ares vizinhos quando che$a um
di$nitrio, um príncipe ou rei, o an"trião "ca de oelhos e leva a testa ao
chão at* que a autoridade tradicional lhe ordenar que se levante.
=$ualmente acontece com os bailes de osta de :ar"m e em $eral entre
os habitantes do #aara para os que o cumprimento * um ato obri$at%rio
e solene que exi$e dos an"tri!es o cumprimento de uma s*rie de
normas. #e entre os arar, o visitante recebe $ua quando este a pede,
entre os fon, o recebimento do visitante vai imediatamente
acompanhado de $ua fresca e pode que lhe sea oferecido tamb*m
sbedehan (a$uardente de milho) se$undo testemunho de :. \ar% oucomo em \enin, o sobadi (a
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