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BOVINICULTURA DE CARNE EM PORTUGAL
António Moitinho Rodrigues ([email protected])
Sumário
1. Produção de carne
2. Sistemas intensivo VS sistema extensivo
3. Curvas de crescimento e GPD; CC
4. Raças de carne
5. Raças bovinas autóctones
6. Sistemas de produção
7. Produtos tradicionais qualificados
7. Conclusões / perspectivas futuras
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Sistemas de produção intensivo vs extensivo
Definição I1: intensivo quando se fornecem condições para que os
animais possam expressar, sob a forma de produto, todo o seu
potencial genético
Definição E1: extensivo quando não se fornecem as condições
necessárias aos animais para que possam manifestar, sob a forma de
produto, todo o seu potencial genético.
Factores limitantes: alimentação; controlo sanitário; condições de
conforto térmico e outros; instalações
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Definição I2: intensivo/muito intensivo
utilização intensiva do capital
elevado grau de construções rurais
grande intensidade no maneio dos animais
grande utilização de informação técnica/científica
mercados locais muito activos (com poder de compra)
encabeçamentos de 3 a 30 CN/ha
utilização de raças especializadas
Definição E2: extensivo quando
pastoreio é feito em grandes áreas de terra
encabeçamentos de 0,15 a 0,6 CN/ha
rebanhos de elevada dimensão (500 – 3000 animais)
praticado em climas difíceis
Imagens de Sistemas EXTENSIVOS de Produção Animal
Alimentação, Qualidade e Segurança Alimentar – ESACB, 12 a 16-09-2005
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Imagens de Sistemas INTENSIVOS de Produção Bovina
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Crescimento compensatório
Raças vocação carne
Charolês
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Limousine
Blond Aquitaine
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BBB
Alimentos composto Pouca forragem (Sil. Mil.) GPD > 1,5 kg/d Rend. > 55%
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No Norte e no Centro
No Sul
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Nos Açores
Características dos bovinos autóctones (13)
Raça Tipo PV (kg)
GPD (kg/d)
IC (kgMS/kgPV)
Rend (%)
Minhota, Mirandesa, Marinhoa, Alentejana,
Bovina Preta
Grandes
M 800-1000 F 500-600
1,1-1,3
4,8-6,2
60
Mertolenga, Garvonesa, Ramo Grande
Médias M 650-700 F 400-500
0,8-1,0 7,0-8,0 58
Barrosã, Maronesa, Arouquesa, Brava
Pequenas M 600-700 F 350-450
0,7-0,9 6,7-8,5 57
Cachena Muito pequenas
M 400 F 280
- - -
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total de vacas em Portugal 726 000 (INE, 2009)
58,5% são aleitantes (va)
(nos Açores 80,2% são VL)
excluindo os Açores – 66,3% são aleitantes)
das 425 000 va, só 17% são vacas autóctones inscritas no LG/RZ
As outras são vacas cruzadas com raças de carne
http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_boui=71446497&PUBLICACOESmodo=2
Caracterização dos sistemas de produção bovina em Portugal
Norte/Centro
Solos
Centro Sul/Sul
Muito relevo
Média fertilidade e productividade
Média erosão hídrica
Baixa % de
matéria orgânica
-Graníticos e xistosos
-solos arenosos
- baixo pH
Essencialmente plano
Baixa
fertilidade e produtividade
Elevada erosão
hídrica (monocultura cerealífera)
Muito baixa % de matéria orgânica
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Clima – Norte / Centro
Mediterrânico
- Com influência Atlântica e Continental
Temperatura média annual
15C
Pluviosidade média anual
> 800 mm Gerês (> 2000 mm)
Geadas
- Elevada incidência - Durante 8 meses
- Lameiros* (70 dias)
Clima – Centro Sul / Sul
Mediterrânico
- Com influência Continental
Temperatura média annual
> 15C
Pluviosidade média annual
< 800 mm Barrancos (400 mm)
Geadas
- Baixa a média em função da proximidade
do oceano
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Características Norte/Centro Norte Sul
Propriedade 3 ha 300 ha
Efectivo bovino 3 75
Tipo de agricultura Diversificada/Familiar Empresarial
Aptidão dos bovinos Carne/Trabalho Carne
Tipo de pastoreio Principalmente
“lameiros”
Principalmente
“montados”
Caracterização dos sistemas de produção de bovinos em extensivo
Lameiros – terreno alagado e com lama com pastagens permanentes naturais (gramíneas e leguminosas) existentes nas encostas das montanhas, sujeitas à rega de “lima”
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Montado Sistema de produção agrosilvopastoril com extracto arbóreo Quercus spp.,
extracto arbostivo Cistus spp., extracto erbácio de espécies de resementaira anual.
Quercus ilex e Quercus suber
bolota e lande madura Outubro/Novembro
bolota/
árvore (Kg)
Árvores/ha
bolota/ha (Kg)
Penco Martín, 1995
20
40-50
900 (250-1000)
Benito Hernándes et al., 1997
14,8
35,3
522,4
Características Norte/Centro Norte Sul
Propriedade 3 ha 300 ha
Efectivo bovino 3 75Tipo de agricultura Diversificada/Familiar Empresarial
Aptidão dos bovinos Carne/Trabalho Carne
Tipo de pastoreio Principalmente “lameiros”
“Vezeira” Principalmente “montados”
Época de parto Todo o ano Verão e Inverno
Idade ao abate (desmame) 6 – 10 meses 18 – 26 meses
Touro Postos de cobrição (IA) Touro no efectivo
Caracterização dos sistemas de produção de bovinos em extensivo
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Caracterização dos sistemas de produção de bovinos em extensivo
Características Norte/Centro Norte Sul
Pastagem Irrigada + Secadal Sequeiro
Suplementos
alimentares Feno (lameiros), palha
cereal, ferrejos, milho,
batatas, nabos, fruta
Palha cereal, feno,
restolho, grãos cereal,
bolota, rama da poda
(montado)
qualidade / quantidade
muito variável ao longo do ano
Linha mãe (conceito)
- Principais características
- fêmea pouco exigente (tamanho adequado)
- bom comportamento maternal
- índice de maturidade ideal (idade à puberdade)
- reprodução regular (reduzido anestro pós-parto)
- sem dificuldade de partos
- boa capacidade leiteira (vitelo pesado ao desmame)
- máxima ingestão de forragens
- longevidade
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Linha pai (conceito)
- touro da mesma raça
- núcleos de selecção e multiplicação
- núcleos comerciais (F1-cruzamento industrial para abate)
(Charolês; Limousine; BBB)
- touro de raça exótica
Fase mãe (conceito)
- corresponde à produção do vitelo até ao desmame
Fase filho (conceito)
- corresponde à produção do vitelo após o desmame
Objectivo fase mãe: produzir o máximo de peso de vitelo
desmamado em relação ao peso da vaca
produzir o maior número de unidades biológicas (vitelos)
por área de pastoreio
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IDRHa, 2006
Carnes Bovinas
Produto Raça
Carne Barrosã Barrosã
Carne Mirandesa Mirandesa
Carne Maronesa Maronesa
Carne Arouquesa Arouquesa
Carne Marinhoa Marinhoa
CARNALENTEJANA Alentejana
Carne Mertolenga Mertolenga
Carne Cachena da
PenedaCachena
Carne da Charneca Bovina Preta
33%
14%
16%
13%
Carnes bovinas DOP (9)
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Carnes IGP e ETG (4)
Classificação Produto Raça
IGP Vitela de Lafões Arouquesa, Mirandesa ou
cruzados destas
IGP Carne dos Açores Frísia; outras
IGP Carne de Bovino
Cruzado dos Lameiros
do Barroso
Cruzados de Barrosão
ETG Carne de Bovino
Tradicional do
Montado
Cruzados ou autóctones
8%
7%
Conclusões
Importante manter núcleos de selecção e multiplicação
Linha mãe deverá ser raças autóctones (ou cruzados)
13 raças autóctones
(um património genético que interessa preservar)
Sistemas de produção de bovinos
(grandes diferenças entre Norte/Centro e Sul)
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Perspectivas futuras (intensivo)
Questões ambientais
Tratamento dos efluentes
Preservação dos espaços envolventes
O bem-estar animal
Variação do preço da carne e matérias primas
Perspectivas futuras (extensivo)
Espaço Rural
Preservação das raças autóctones
Turismo
Contrariar a desertificação do interior
Dependência das ajudas (CE e nacionais)
Dependência da produção de forragens
Variação do preço da carne
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