8/17/2019 Analise Multivariada de Fatores de Risco Para o Baixo Peso Ao Nascer
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ANÁLIS E MU LT IV ARIAD A D E FAT O RES D E RISCO PA R A O BAIX O
PESO
AO NAS CER EM
NASCIDOS
VIVOS DO
MU NICÍ P IO
DE
SÃO
PAULO,
SP
(BRASIL)
Maria He lena D 'Aquino Benic io*
C a r lo s Augus to Mon te i r o*
José Maria Pacheco
de Souza**
Eucl ides Aires
de Cas t i lho***
I s i ld inha
Marques dos Re is
L a m o n i c a *
BENICIO,
M . H . D ' A .
et a l . A ná l i se m u l t i v a r i a d a d e f a t o r e s d e
r i s co p a r a
o
ba ixo peso
ao n a s c e r e m
n a s c i d o s v ivos
do m u n i c í p i o de São
P au l o ,
SP ( B r a s i l ) . Rev. Saúde
pú bl
.,
S. P a u l o ,
19 :311-20, 1985.
R E S U M O :
Em casuíst ica de 20.850 nascidos vivos não gemela res ocor r idos em
31
m a t e r n i d a d e s
do
Munic íp io
de São
Paulo ,
SP,
Brasil (par te
da
casu ís t ica to ta l
do
E s tudo An t r opomé t r i c o do Recém-nasc ido Bras i le i ro) , p rocurou-se
iden t i f i car
f a t o r e s
de r isco para
o
baixo peso
ao
nascer (peso
<
2.500
g ),
tendo s ido es t ipulados
a
pr ior i ,
pa r a e s tudo , o s
f a t o r e s
escola r idade mate rna , e s tado mar i ta l , idade mate rna ,
p a r i dade ,
peso
p ré-ges tac ional ,
tabagismo na grav idez e a ss is tênc ia p ré - n a t a l . A pa r t i r
de
aná l i se mul t iva r iada pe la técn ica
d e
mode los
log- l ineares ,
f o r a m
iden t i f i cados
qua t ro fa tores de r i sco
signif ica t ivos:
ausência d e assistência pré-na ta l ,
peso
pré -
ges tac ional
< 5 0
kg , tabagismo
n a ge s t ação e
id ade ma te r n a
< 2 0
anos .
O
r i sco re la t ivo assoc iado a ausênc ia de pré -na ta l fo i de 2 ,2 nas mães de e sco la r idade
i n f e r i o r ao g inás io comple to e de 3 ,4 nas de e sco la r idade igua l ou super ior àque le
nível.
Os
r iscos associados
às
ca rac te r í s t icas ma te rnas
de
peso, tabagismo
e
id ade
f o r a m respec t ivamente 1 ,9 , 1 ,7 e 1 ,4 e independentes da e sco la r idade mate rna . Con-
s ide rando-se a lém da magni tude dos r i scos de tec tados a f r eqüênc ia com que os f a tores
de
r isco
se
ap r e sen t a r am
na
popu la ç ão , c ons t a tou - s e
que o
peso pré -ges tac iona l
insuf i -
c ien te , o tabagism o na ges tação e a ausênc ia de a ss is tênc ia pré -na ta l , pa r t icu la rm ente
em mães de ba ixa esco la r idade , são fa tore s
c u j o
cont ro le exe rce r ia impor tan te
decréscim o na incidênc ia de recém-nascidos de baixo peso. Assim sen do, ta is fa to res
deve r i am
se r c u id adosamen te c ons id e r ados em p rog r amas d e i n t e r venç ão .
U N I T E R M O S :
Ba ixo peso ao nasc e r . Aná l i se m ul t iva r i ada . Idade ma te rn a . Peso
pré-ges tac iona l .
Tab ag i smo . Ass i s tê nc i a p r é -na t a l .
* D o
D e p a r t a m e n t o
de
N u t r i ção
da
F a c u l d a d e
de
S a ú d e
Públ i ca
da
Un ive r s ida de
de São P au l o —
Av. Dr.
A r n a l d o ,
715 — 01255 — São
Pa u lo ,
SP — B r a s i l .
D o
D e p a r t a m e n t o
de
Ep ide mio log ia
da
F a c u l d a d e
de
Sa úde
P ú b l i c a
d a
Un ive r s ida de
de São
Pa u lo .
Do
D e p a r t a m e n t o
de Me d ic in a
P r ev en t i v a
da F a c u l d a d e de Medic ina da U n i v e r s i d a d e de São
P a u l o
Av. Dr. Arn a ldo , 455 —
01246
— São
P au l o ,
SP —
Bras i l .
I N T R O D U Ç Ã O
À
condição
de
baixo peso
ao
nasce r
(peso de nasc imen to
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2/10
u m r e cém-nasc ido sob rev ive r a o pe r íodo
neo -na t a l
e
mesmo
a t o d o o
res tan te pr i -
m e i r o a n o d e v ida
6 , 1 0 , 1 7 , 1 8
.
A i n c i d ê n c i a de r e cém-nasc ido s de
baixo peso é r e l a t iv amen te be m conhe -
c ida
em
países desenvolv idos , onde abran-
ge 5 a 8% dos nasc i dos -v ivos
1 5
. É m e -
n o s
c o n h e c i d a n o s pa íses n ão de senvo l -
v ido s ,
para os qua is se d ispõe de es tu -
do s d e modo ge r a l r e a l i z ados apena s em
d e t e r m i n a d a s f r a çõ e s d a popu l ação , o n d e
podem se r v e r i f i c ad a s i n c i d ê n c i a s de 13
a
43%
15
.
A
O r g a n i z a ç ã o M u n d i a l
d e
Saúde e s t ima
e m ,
r e s p e c t i v a m e n t e ,
7 %
e 1 8 % a s inc id ênc i a s méd ia s que ca -
r a c t e r i z a m o s pa í s e s d e senvo lv ido s e em
d e s e n v o l v i m e n t o
2 7
.
A
d e t e r m i n a ç ã o
d a
cond ição
de
ba ixo
peso ao n a s c e r é p roce s so r e conhec id a -
men te complexo
q u e
a t e n d e
a
m o d e l o
m u l t i c a u s a l e envo lve
d i f e r en t e s
f a t o r e s
de
r i sco .
Em
países desenvolv idos , es tu -
do s
r ea l i z ados
em
ca su í s t i c a s ap rop r i a -
das e u t i l i z a n d o a d e q u a d a s t é c n i c a s
m u l -
t i v a r i a d a s de aná l i s e t êm apon tado d i -
ve r s a s
c o n d i ç õ e s m a t e r n a s — r e l a c iona -
da s
a
aspec tos sóc io-econômicos , h is tó -
r ia reprodut iva , ca rac te r í s t icas an t ropo-
mét r i c a s , háb i to d e f u m a r e a s s i s t ênc i a
p r é - n a t a l
—
c o m o f a t o r e s
q u e
e l eva r i am
s i gn i f i c a t i v amen t e
a
p r o b a b i l i d a d e
de
baixo peso a o
n a s c e r
3 , 4 , 7 , 9 , 1 3 , 2 0 , 2 2 , 2 4 , 2 5
.
Em nos so me io , bem como d e m o d o
g e r a l
n o s
demais pa íses
n ão
de senvo lv i -
dos, d ispõe-se de escassos es tudos sobre
f a t o r e s
de risco de ba ixo peso ao n a s c e r
e ,
a i n d a a s s i m , f r e q ü e n t e m e n t e r e a l i z a -
do s em ca su í s t i c a s n ão s u f i c i e n t e m e n t e
g r a n d e s
que pe rm i t am a i nve s t i g ação s i -
m u l t â n e a
de f a t o r e s e a ap l i c ação d e ade -
quada s t é cn i c a s mu l t iv a r i ada s d e aná l i s e .
O
ob j e t ivo
d o
p re sen t e e s tudo
é o de
i den t i f i ca r , po r me io d e aná l i s e mu l t iv a -
r i a d a , f a t o r e s d e r i sco s i gn i f i c a t i v amen t e
assoc iados
ao
ba ixo
peso ao
na sce r
em
u m a ca su í s t i c a
d e
m a i s
d e
20 .000 na s -
c ido s v ivos , ocor r idos em 1978 , em 31
m a t e r n i d a d e s d o m u n i c í p io d e São Pau lo ,
p r iv i l e g i an do - s e
o
e x a m e
de
va r i áve i scu j a
assoc iação
c o m
peso
a o
na sce r
já
t e n h a
s i do d o c u m e n t a d a n a l i t e r a t u r a e
q u e pos sam en se j a r a çõe s
d e
p revenção
e /ou con t ro le a n íve l de se rv iços de
a s s i s t ên c i a
à s a ú d e .
M A T E R I A L E M É T O D O S
A
p re sen t e i nve s t i g ação
fo i
r e a l i z ada
a pa r t i r da ca su í s t i c a t o t a l de 30.834
m ã e s
e
r e spec t ivo s r e cém-nasc ido s v ivo s
n ão
geme la r e s i n c lu ído s
n o
E s t u d o
A n -
t r o p o m é t r i c o d o Recém-Nasc ido Bra s i -
l e i ro r e a l i z ado n o munic íp io de São
P a u l o
e m
1 9 7 8 * . Ta i s n a sc imen to s fo r am
p r o v e n i e n t e s
de pa r to s oco r r ido s em 31
h o s p i t a i s - m a t e r n i d a d e s q u e p a r t i c i p a r a m
d o
r e f e r i d o e s t u d o e n ã o c o n s t i t u e m ,
n e s t a
med ida , uma amos t r a p robab i l í s t i c a
de na sc ido s v ivo s
d o
mun ic íp io .
E m p u -
b l i c a ção a n t e r i o r
1
pôde - s e d e m o n s t r a r ,
e n t r e t a n t o ,
q u e o
c a r á t e r v o l u n t á r i o
d a
pa r t i c ipação do s ho sp i t a i s não o r ig inou
ma io re s pecu l i a r id ade s na c a su í s t i c a e s -
t u d a d a .
E m
r e l a ção
a
t r ê s i m p o r t a n t e s
v a r i áv e i s m a t e r n a s — i d a d e , a l t u r a e
peso
— a casu ís t ica apresen tou d is t r i -
b u i ç ã o p r a t i c a m e n t e s u p e r p o s t a à q u e l a
e spe rada pa r a o m u n i c í p i o c o m o u m
t o d o .
P a r a
e s t a i nve s t i g ação , f o r am con -
s i d e r a d o s a p e n a s o s r e cém-nasc ido s q u e
a p r e s e n t a r a m i n f o r m a ç õ e s c o m p l e t a s
pa -
ra t o d a s a s va r i áve i s pe squ i s ada s , o u
se j a , 2 0 . 8 5 0 r e c é m - n a s c i d o s o u 6 7 % d a
c a su í s t i c a t o t a l . N a mesma pub l i c ação
j á m e n c i o n a d a
1
, d emons t rou - s e q u e o
c o n j u n t o
d e
r ecém-nasc ido s
n ão
inc lu í -
do s n a p re sen t e i nve s t i g ação a cu sou f r e -
q ü ê n c i a s de f a to r e s d e r i s co e i n c id ênc i a
de baixo peso
ao
na sce r s eme lhan te s
às
obse rvada s pa r a
a
ca su í s t i c a
e fe t iva -
m e n t e
i n v e s t i g a d a .
E s t u do co o r den ado pe l o P r o f . F e r n an do J o s é
d e N ó b r e g a
c o m o
apo i o
da
So c i edade B r a -
s i l e i r a
d e
P e d i a t r i a .
(E m
pu b l i c açã o
n o
J o r -
na l de
Ped i a t r i a . )
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3/10
A cole ta de
dados
do
Estudo
Ant ro -
pométr ico
do Recém-Nasc ido
Brasile iro
fo i fei ta
de
m o do p a d ro n i z a do
a
par t i r
de en trev is tas a puérperas complementa -
das por in formações t ransc r i tas de seus
pron tuá r ios , envolvendo a par t ic ipação
de
médicos -berçar is tas
e de
ou t ro s fun -
c ionár ios espec ia lmente des ignados pe la
direção de cada berçár io .
Além da condição de peso ao nascer ,
a
presen te inves t igação inc lu iu
o
es tudo
das
seguin tes var iáve is mate rnas : esco-
l a r idade , es tado mari ta l , idade , par idade ,
peso pré -ges tac iona l , tabag ismo
e
assis-
tência pré-nata l (es ta últ ima
definida
co -
m o o recebimento de pe lo menos t rês
consultas) . A partir destas variáveis fo-
ram es t ipu lados os seguin tes fa to res de
r isco para o baixo peso ao nascer : es-
co la r idade
infer ior
ao pr imeiro grau com-
pleto (que se rá indicado doravante co -
m o
baixa escolaridade ) , mães sem
companhe iro , idade
< 20
anos ,
pri-
mipar idade ,
peso
8/17/2019 Analise Multivariada de Fatores de Risco Para o Baixo Peso Ao Nascer
4/10
e combinações
de
f a t o r e s
de
risco
e
peso
ao
n a s c e r .
Ta l
mode l o , apesa r
de
pr iva-
do dos
pa ráme t ros r e fe ren t e s
às 120
as soc i ações desca r t adas , ap re sen t ou u m
bo m a j u s t e m é d i o e m r e l a ç ã o à s f r e q ü ê n -
c ias observadas
a
par t i r
do
c r u z a m e n t o
s imu l t âneo de t odas as var i ávei s es tu-
d a d a s : []
2
RM V
de
118,73
com 120 g r a u s
de l i be rdade (p = 0,52) .
A s
es t imat ivas
dos
pa râme t ros r e fe -
r en t e s
às
se te associações en t re fa tores
de
r i sco
e
peso
ao
n a s c e r
q ue
cont r ibuí -
r a m s i g n i f i c a t iv a m e n t e p a r a o
a j u s t e
d o
m o d e l o
são
apre sen t adas
na Tabe la 1 . A
pa r t i r
d a l i , ve r i f i cou - se que o mo de l o e s -
co l h i do desca r t ou a associação s imp les
en t r e p r imipa r i dade
e peso ao
n a s c e r
bem como t odas
as associações
en t r e
i n t e r açõe s
de
f a t o r e s
d e
r i sco
e
peso
ao
n a s c e r ,
com a
ún i ca exceção
da
i n t e r a -
ção ausênc i a de p r é -na t a l -ba ixa escola-
r i dade .
É
i m p o r t a n t e a s s i n a l a r
que o a j u s t e
ob t i do pe l o mode l o e sco l h i do não di fe-
r iu do
a ju s t e ob t i do
po r
mode l os ime-
d i a t amen t e ma i s compl exos em que e s -
t avam p r e s e n t e s o s p a r â m e t r o s r e f e r e n t e s
à s a s soc i ações desca r t adas .
Po r
o u t r o
la -
do , t en t a t i vas de s impl i f i cações ad i c i o -
na i s
d o
mode l o e sco l h i do r e su l t a r am
sempre em dec ré sc imo
s ign i f i ca t ivo
do
a jus t e , n ão
s e n d o , p o r t a n t o ,
e f e t i v adas .
U m a ú l t ima obse rvação q u e deve a in-
da
se r
fe i ta
em re l ação ao mode l o
esco-
l h ido
é que dois do s se t e pa râme t ros
qu e
a p a r e c e m
n a
Tabela
l não
c h e g a m
a
alca nça r s ign i f i cad o es t a t í s t ico a n íve l de
[] =5 , n ão carac ter i zando, nes t a m e -
d ida , a s soc i ações
s ign i f i ca t ivas
c o m o
peso
ao
n a s c e r .
N o
caso
d o
p a r â m e t r o
r e l a t ivo a
mães
sem
c o m p a n h e i r o ,
a
p e r m a n ê n c i a
do
m e s m o
n o
m o d e l o
se
deve , e f e t i v a m e n t e ,
à d iminu i ção s i gn i -
f i ca t iva d e
a ju s t e p rovocada
pela su a
r e t i r a d a .
N o
caso
d o
p a r â m e t r o r e l a t i v o
a
ba ixa e sco l a r i dade , a p e r m a n ê n c i a do
mesmo se deve ao dec ré sc imo de
a jus te
que a
r e t i r a d a
d o
p a r â m e t r o r e f e r e n t e
à
i n t e r a ç ã o ausên c i a de p ré -na t a l -ba ixa e s -
c o l a r i d a d e p r o v o c a r i a
(o
m o d e l o s e n d o
h i e rá rqu i co ex i ge a a s soc i ação s imples
q u a n d o o u t r a m a i s
complexa
está
p re sen t e ) .
Estimativa
de riscos relativos
E m s u a
p r i m e i r a l i n h a ,
a
Tabela
2
a p r e s e n t a
a d i s t r i bu i ção da va r i áve l peso
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5/10
ao nascer (baixo peso-não baixo peso)
a ju s t ada
pe lo modelo para a s i tuação em
q u e n e n h u m d o s fa t o re s de r isco consi-
derados es t ivesse presen te .
Nas
seis l inhas
subseqüen t e s d a mesma Tabe l a , são apre-
s en t adas a s d i s t r ibu i ções a j u s t adas pa r a
a
presença ind iv idua l
e
exclusiva
de ca -
da um dos f a to r e s de r i s co cons ide r ados
pe lo mode lo ,
bem
c o mo
a
e s t ima t iva
do
r i sco re la t ivo de ba ixo peso fornec ida
pela razão de p rodu to s c ruzados ( odds
rat io ) . Evidenc ia-se
que a s
e s t ima t iva s
mai s
e levadas
de
risco
são
e n c o n t r a d a s
para
ausênc ia de
p ré -na ta l , 3,4,
e
pa ra
peso
<
50
k g , 1,9.
Est imativas menores, porém ainda sig-
nif icat ivas,
são
e n c o n t r a d a s p a r a t aba-
gismo , 1 ,7,
e
para idade
< 20
anos ,
1,4.
As
e s t ima t iva s
de
r i sco para
os
dois
r e s t an t e s
fa to res , ba ixa esco la r idade
e
mães
sem
companhe i ro , e s t i ve r am
em
t o rno de 1 ,3 e não chega ram a a l cança r
s ign i f icado
es ta t í s t ico .
Ainda na Tabela 2 , é a p r e s e n t a d a a
distr ibuição
da
variável peso
ao
nascer
a jus tada pelo modelo para a presença
exclusiva da in te ração ausênc ia de pré-
na ta l -ba ixa esco la r idade , ver i f icando-se
que
nes ta s i tuação
a
e s t ima t iva
de
r i sco
de
ba ixo peso é de 2,2.
Na
me d i d a
em que o
mode lo
é
mu l t i -
plicat ivo
2
e não cogi tou de out ras in te -
rações além da ausência de pré-nata l -
baixa
escola r idade ,
as
e s t ima t iva s
de
r isco para todas
as
dem ais combinações
de f a to r e s
de
r isco podem
ser
conhec ida s
pe la s imples mul t ip l icação
das
razões
de
produ to s c ruzados r e f e r en t e s à p r e sença
indiv idua l
de cada f a to r . Ass im, por
exemplo , se es t ivessem presentes s imul ta -
neam en te t abag i smo ,
peso
< 5 0 k g
e idade < 20 anos , o r i sco es t imado
de baixo peso ser ia de l,947x1,675 x
1,406 = 4 ,585 . Nes ta s i tuação espec í f ica ,
a inc idênc i a mín ima de recém-nasc idos
de baixo peso de 3 ,18% (incidência obti-
da a pa r t i r d a s f r eq üên c i a s a j u s t a das pe lo
modelo para a ausênc ia comple ta de fa -
tores de r i sco) tender ia a se aproximar
de
15%.
8/17/2019 Analise Multivariada de Fatores de Risco Para o Baixo Peso Ao Nascer
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D I S C U S S Ã O
Em nasc idos -v ivos não gemela res do
municíp io
de São Paulo , procurou-se
i dent i f i car f a t o r e s
de
risco para baixo
peso ao nascer e quan t i f i ca r riscos re la-
t ivos
assoc iados à presença dos mesmos ,
t endo
s ido es tipulados a priori para es-
t ud o
o s
fa to re s baixa esco la r idade
m a-
te rna , mães sem companhe iro ,
idade
< 20 anos , peso prévio à grav idez
< 50 kg , tabagismo na gestação e
ausência de ass is tência
pré-na ta l .
Por meio de aná l ise m u l t iva r i ada apro-
pr iada
pa ra iden t i f i c a r
os
e fe i tos próprios
de
cada fa t o r sobre o peso ao nascer,
observou-se
que
três deles
não
chegaram
a exercer in f luênc ia significat iva sobre
a
inc idênc ia
de
baixo peso: baixa escola-
r idade ,
mães
sem companhe i ro e
pr imipar idade . Os res tantes quatro fa-
tores ,
em
dife ren tes g raus , e levaram s ign i-
f i ca t i vamen t e
a
inc idênc ia daque la condi-
ção: idade
< 20 anos , 1 ,4
vezes,
peso
<
50kg , 1 ,9 vezes, tabagismo , 1 ,7
vezes
e ausência de pré-natal , 2,2 ve-
zes
nas mães de baixa escolaridade e
3,4
vezes
n as
mães
de alta escolaridade .
A in f luênc ia não significat iva da va-
r iável esco la r idade , en tendida es ta como
uma aproximação do es t ra to soc ia l ma-
te rno , deve se r in te rpre tada com cau te la ,
uma vez que na
análise
fo r am
inc lu í-
das ou tras var iáve is independentes , como
assistência
pré-natal e peso pré-gestacio-
na l , que , teor icamente , podem represen-
ta r importan tes v ias de expressão da de-
te rminação sócio-econômica
de
peso
ao
nascer. Em
re lação
a
este aspecto, cum-
pre
m e n c io n a r
que
todos
o s
q u a t r o f a t o -
res de r isco s ign if ica t ivam ente assoc iados
ao baixo peso mostram associação de
m esm o
sentid o com a baixa escolari-
dade , des tacando-se em par t icu la r os
fa to res ausência de pré-natal e idade
< 20 anos , cu jas f reqüênc ia s n a baixa
esco la r idade excederam, respec tivamen-
te , em cerca de q ua tro vezes e duas vezes
as
f reqüênc ia s encon t rada s na
alta
es-
co la r idade (13,7%
x
3 ,1%,
no
pr imeiro
caso,
e
13,1%
x 7,5%, no
s egundo
ca-
so) . Também é importan te no ta r que , na
ausência
do
con t ro le
de
outras var iáve is ,
fo i
e f e t i v a m e n t e
significativa a
associa-
ção en tre ba ixa esco la ridade e baixo
peso ao nascer (p <
0,001)
a t r ibu indo-
se ,
en tão , àque la condição r isco re la t ivo
próx imo
a 1,6.
A inf luênc ia não s ign if ica t iva da ou tra
var iáve l que , de ce r t a fo rma , t ambém
expressa condições sócio-econômicas ma-
t e rnas — o es tado mari ta l — deve igual-
m en t e
se r in te rpre tada com cau te la , pe la
m e s m a razão já aventada no caso da es -
co la r idade . Para es tado mari ta l , também
observou-se que todos os fa to res de r isco
significat ivos fo ram ma is f r eqüen te s n a
ca t egor i a
sócio-econômica desfavorável,
destacando-se, desta vez, os fa tores au-
sência
de
pré-na ta l
e
tabagismo
cu ja s
f reqüênc ias em mães sem com panhe iro
excede ram, respec t ivamente , em cerca de
três vezes
e uma e
meia vezes
as
f r e q ü ê n -
cias
encon t rada s em m ã es com compa-
nhe iros (25 ,7% x 8 , 9 % , no primeiro
caso,
e
50,5%
x 3 4 , 3 % , no
segundo
caso) . Po r ou t ro l ado , o exame da rela-
ção estado marita l-peso ao nascer, na
ausênc ia do contro le de ou tras var iáve is ,
ind icou
ser a
condição mãe s
sem
com-
panhe i ro f a t o r s ign if ica t ivam ente asso-
c iado a baixo peso ao nascer
(p
8/17/2019 Analise Multivariada de Fatores de Risco Para o Baixo Peso Ao Nascer
7/10
va r i áve i s e s co l a r i dade e e s t ado ma r i t a l
q u e s e j a m i n d e p e n d e n t e s d a s d e m a i s v a -
r i áve i s e s t u dada s . I g u a lmen t e n ão s e r i a
vá l i do co n c lu i r
que a
i n f l u ê n c i a
socio-
económica sobre
o
peso
a o
n a s c e r
s e d ê
e x c l u s i v a m e n t e a t r a v é s
d e
a s s i s t ê n c i a p r e -
n a t a l ,
t a b a g i s m o
e
i d a d e
e peso
m a t e r -
n o s , u ma vez q u e a s va r i áve i s e s co l a r i -
d a d e
e e s t ado ma r i t a l s ão s imp le s ap ro -
x imaçõ e s d i spo n íve i s
d o
e s t r a t o s o c i a l
d a
m ã e e l i m i t a d o s i n d i c a d o r e s d o c o n j u n t o
d e
co n d içõ e s ambien t a i s c apaze s
de i n -
f l u e n c i a r
o
peso
a o n a s c e r .
A r ev i s ão de o u t r o s e s t u do s de an á -
l i se m u l t i v a r i a d a ,
q u e
t e n h a m p r o c u r a d o
i d e n t i f i c a r
n a e s co l a r i dade e n o e s t ado
m a r i t a l
d a m ã e
f a t o r e s
de r i sco pa ra o
ba ixo peso
a o
n a s c e r ,
n ão
apo n t a r e su l -
t a d o s
e m u m a
ú n i c a d i r e ç ão .
Os
e s t u d o s
de Qu ick e
c o l .
2 2
e d e W i e n e r e M i l t o n
2 5
,
po r exemplo , não
i d e n t i f i c a m
n a q u e l a s
co n d içõ e s f a t o r e s
d e
r i sco
p a r a o
ba ixo
peso
ao
n a s c e r .
J á o s
e s t u d o s
de
B ro s s
e Shap i ro
3
e de Eisne r e co l .
9
a p o n t a m
em
d i r e ç ão o po s t a .
O d i f e r e n t e
s ign i f i -
c a d o q u e
v a r i á v e i s
c o m o
e s c o l a r i d a d e
e
e s t a d o m a r i t a l p o d e m a s s u m i r
e m d i f e -
r e n t e s co n t ex to s s o c i a i s , s o mado à s i n e -
v i t áve i s d i f e r e n ç a s m e t o d o l ó g i c a s q u a n t o
à d e f i n i ç ã o d e
c a t e g o r i a s
de
r i s co ,
de va -
r i áve i s
so b co n t r o l e e de t é cn i c a s de
aná l i s e ,
t o r n a m d e m a s i a d a m e n t e c o m p l e -
xa s
a s
c o m p a r a ç õ e s
d o s
r e su l t ado s o b t i -
dos por
aq u e l e s e s t u do s
c o m o s
nossos
r e s u l t a d o s .
A i n f l u ê n c i a n ão s i g n i f i c a t i v a da va -
r i áv e l
p a r i d a d e
m e r e c e
i n t e r p r e t a ç ã o d i -
ve r s a da e f e t u ada
p a r a
e s c o l a r i d a d e e
es tado mar i ta l , po is , nes te caso , a s de -
m a i s
va r i áve i s i n depen den t e s
i n c l u í d a s
n a
aná l i s e n ão p o d e m s e r
e n t e n d i d a s
c o m o
vias
de exp r e s s ão do s e f e i t o s da va r i áve l
sobre
o
peso
a o
n a s c e r . Obse rvan do - s e
a
r e l a ç ão
p r i m i p a r i d a d e - b a i x o
peso
ao
n a s c e r ,
n a
au s ên c i a
de
c o n t r o l e
d e o u -
t r a s va r i áve i s , ve r i f i c a - s e a s so c i a ção e s t a -
t í s t i c a
e n t r e
a s
d u a s c o n d i ç õ e s
( p <
0 ,005) ,
p o r é m d e
f r a c a i n t e n s i d a d e ( r i sc o r e l a t i v o
i n f e r i o r
a 1,2) . Ta l assoc iação n ão subs is -
t e na a n á l i se m u l t i v a r i a d a , b a s i c a m e n t e
em
deco r r ên c i a , n e s t e c a so ,
d o
c o n t r o l e
d a
i d a d e m a t e r n a , v a r i á v e l
d a
q u a l
a
p a r i d a d e d e p e n d e d i r e t a m e n t e
( 2 0 , 5 %
d a s
m ã e s p r i m í p a r a s
tê m
m e n o s
de 20
a n o s , e n q u a n t o a p e n a s 5 , 7 % d a s m u l t í -
p a r a s e s t ão n aq u e l a
f a i x a
e t á r i a ) . Ne s t a
m e d i d a p o d e - s e e f e t i v a m e n t e
i d e n t i f i c a r
c o m o
e spú r i a a a s so c i a ção apa r en t e e n -
t r e p r i m i p a r i d a d e e
ba ixo peso
a o
n a s c e r .
A i d e n t i f i c a ç ã o n a
c a s u í s t ic a e s t u d a d a
d o s f a t o r e s i d a d e
j o v e m , peso pré-
g e s t a c i o n a l i n s u f i c i e n t e , t a b a g i s m o
n a
g e s t a ção
e
i n a d e q u a d a a s s i s t ê n c ia p re -
n a t a l c o m o
s i g n i f i c a t i v o s f a t o r e s
d e
r is-
c o
pa r a
o
ba ixo
peso
ao
n a s c e r c o n f i r m a
o s a ch ado s de d ive r so s e s t u do s de an á l i -
s e m u l t i v a r i a d a r e a l i z a d o s e m
pa íses
de -
s en vo lv ido s
e j á
r e f e r i d o s
n a
i n t r o d u ç ã o
des te
a r t i g o
8 , 4 , 7 , 9 , 1 8 , 2 0 , 2 2 , 2 4 , 2 5
.
O re la t ivo a l to r i sco d e i n a d e q u a d a
a s s i s t ênc i a
p r é - n a t a l ,
i d e n t i f i c a d o
n o
p r e s e n t e e s t u d o ,
j á
h av i a s i do ev iden c i a -
do po r
E i s n e r
e
co l .
9
q u e
e n c o n t r a r a m
n a
p o p u l a ç ã o a m e r i c a n a r is c o s d e m a g n i -
t u d e v a r i a n d o e n t r e
2,0 e
4,0.
A
m e s m a
i nves t i gação i d e n t i f i c o u r i s c o s m e n o r e s
p a r a
o
f a t o r
i d a d e
j o v e m , v a r i a n d o
en t r e 1 ,3 e 1 ,6 e , p o r t a n t o , p r ó x i m o s ao
r i sco
po r n ó s
e n c o n t r a d o .
U m
g r a n d e n ú m e r o
d e
e s t u do s
te m
a b o r d a d o o pape l d o t a b a g i s m o n o a u -
m e n t o d o
r i sco
d e
ba ixo pe so
ao
n a s c e r .
M e y e r
1 9
,
r e v i s a n d o
t a i s
e s t u do s , c o n s t a -
t o u q u e a p r e s en ça do t aba g i s m o u su a l -
m e n t e
d u p l i c a
a i n c i d ê n c i a d e
r e c é m -
n a s c ido s de ba ixo pe so —
f a t o
p r ó x i m o
a o
e n c o n t r a d o
po r
n o s s a i n v e s t i g a ç ã o .
N ã o
e n c o n t r a m o s
n a l i t e r a t u r a
e s t i m a -
t ivas a j u s t a d a s de r i sco d e ba ixo peso
ao n a s c e r p a r a peso
p r é - g e s t a c i o n a l
in -
su f i c i en t e q u e p e r m i t i s s e m c o m p a r a ç õ e s
co m n o s so s a ch ado s . E m e s tu do po s t e -
r i o r
2 1
q u e
r e a l i z a m o s
e m o i t o m a t e r n i -
8/17/2019 Analise Multivariada de Fatores de Risco Para o Baixo Peso Ao Nascer
8/10
dades do
município
de São Paulo e que
a t endem
especia lmente ges tantes de bai-
xo nível
sóc io-econômico, po r
meio
da
mesma técnica
de
anál i se mul t ivar iada
de
mode los
log-lineares ,
iden t i f i camos ,
para peso
pré-ges tac iona l
infer ior a
45 kg ,
risco
de
1,86.
Do pon to de vista da saúde públ ica ,
o
conhec imen to
do
risco relat ivo
que um
dado
fa t o r
de te rmina pa ra
um a
condi-
ção
mórb ida
é
impor t an te e l emen to pa ra
a
or ientação
de
suas ações.
Porém,
ain-
da
de melhor val ia , nes te caso, é o co-
nhec imen to do
risco atribuível
do
refe-
r ido
f a t o r na
população,
ou
se ja ,
a
proporção
de
casos
da
doença
que po-
der ia
se r
a t r ibu ída ,
n a
população
em
ques tão, à p resença do fa t o r de r i sco,
ou , a l ternat ivamente ,
o decrésc imo
pro-
porc iona l n a incidência da doença que
poder-se- ia esperar
se a
população
não
mais
est ivesse exposta
ao
fa to r
1 6
.
Tal ín-
dice, ev iden temen te , s e r á t an to ma io r
quan t o m a i o r
o
r i sco re la t ivo determina-
do
pelo
fa t o r e
quan t o m a i o r
a f reqüênc ia
do fa t o r na população. É ca lculado, de
b
(r-1)
f o r m a bas tante s imples ,
po r
,
b (r-1)+
l
onde
b é a
f r eqüênc ia
do
f a t o r
de
risco
na
popu lação e
r
seu risco
relat ivo
1 6
.
Observando
a
Tabela
3
têm-se
os fa-
tores de r i sco para o baixo peso ao nas-
ce r
id en t i f i c ados
na casu í s t i ca e s tudada
s e g u n d o o
r i sco
a t r ibuível
associado
a
c a d a
u m
de le s .
Pode-se notar o pape l p reponderan teque
o
peso
pré-gestacional insuficiente
e o
tabag ismo ,
e em menor e sca l a t am-
bém a ausência de ass is tência pré-nata l ,
a s sumem na
de te rminação
do
baixo peso
ao nasce r .
Estes ú l t imos resul tados recomendam
o ap ro fundamento da aná l i s e sobre a
viabi l idade e as perspect ivas do cont role
em nosso meio
dos três
fa to res
de risco
me n c i o n a d o s
e sobre as medidas mais
opor tunas que deve r i am se r t omadas ao
nível
da pol í t ica e dos programas de
s aúde
pública.
Desde logo,
en t r e t an to ,
é
poss ível antever que uma es t ra tégia de
expansão e melhor ia de qual idade dos
p r og r am as
de
ass is tência pré-nata l pode-
r ia ser uma bem sucedida resposta de
cur to p razo .
Ta l
estratégia deveria per-
mit i r cobr i r a re la t iva pequena
propor -
ção de
ges t an te s a inda
n ão
a t end i d a s
po r
p r og r am as
de
ass is tência pré-nata l
no
munic ípio , sobretudo aquelas de p ior
nível sócio-econômico,
onde a
cober tura
da ass is tência é mais precár ia . S imul ta-
n e a me n t e
dever ia dotar
a
ass is tência pré-
n a t a l
de conteúdo progra mát ico apro-
pr iado para
fazer
f r en t e
ao
con t ro l e
do s
8/17/2019 Analise Multivariada de Fatores de Risco Para o Baixo Peso Ao Nascer
9/10
problemas mais re levantes na de termi-
nação imedia ta do ba ixo peso ao nascer ,
o que deve r i a i nc lu i r , ev iden t emen t e , a
de tecção
e o
deses t ímulo
ao
t abag i smo
na gestação
e a
cor reção
de
even tua i s
déficits nu t r i c i ona i s p r e sen te s
ao
início
ou d u r a n t e a ges tação.
A G R A D E C I M E N T O
Ao Prof .
Fe rnando José
de
Nóbrega ,
por ter cedido o s dados or ig ina i s do
Es tudo Ant ropomét r i co do Recém-nas-
cido Bras i le i ro , para rea l ização do pre-
sen te t r aba lho .
BENÍCIO, M.H .D 'A . e t a l. [Multivariate analysis o f risks f a c t o r s fo r l ow birthweight in
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in the
city
of S . Paulo, SP (Brazil)]. R e v .
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S. Paulo,
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1985.
ABSTRACT :
A n
i nve s t i ga t i on ,
a s
p a r t
o f a
na t i ona l s t udy
o n
an th r opome t r i c
charac te r i s t i c s of l iveb i r ths , was ca r r i ed out on 20 ,850 s ingle l iveb i r ths born in 31
ma t e rn i t y hospi t a l s
in S .
Paulo , Braz i l , in to r i sk fac tors
fo r l ow
bir th weight (weight
less than 2,501 gr.) .
Th e
fo l l owing f a c t o r s we re s t ud i ed : m a t e rn a l s choo li ng , m a r i t a l
s t a t u s , m a t e rna l age , pa r i t y , p r ep r egnancy we igh t , s m ok ing du r i ng p r egnancy and p r e -
na t a l c a r e . Th rough m u l t i v a r i a t e ana l y s e s u s i ng l og l i ne a r models, fou r s i gn i f i c a t i v e
r i s k f a c t o r s f o r l ow b i r t h we igh t we re
iden t i f i ed :
no p r ena t a l care , p r e p r e g n a n c y
weight < 50 k g , s m o k i n g d u r i n g p r e g n a n c y and m a t e rna l age < 20 years . The
relat ive r isk
fo r
no p r ena t a l
care was 3 .4 in
mothers wi th
8 o r
more years
o f
school ing and 2 .2 in moth ers wi th l es s s choo l ing . The r i sk s as soc ia ted wi th prepre gn an cy
weigh t ,
smoking and m ate rn a l age were , respec t ive ly , 1 .9 , 1 .7 and 1 .4 and were fou nd
t o b e i ndependen t o f m a t e rna l s choo l i ng . C ons i de r i ng s im u l t aneous l y r i s k s , m agn i t ude
an d
f r equency
of the
r i sk fac tors
in the
popu l a t i on ,
it is
evident that prepregnancy
we igh t , s m ok ing du r i ng p r egnancy a n d p r e n a t a l c a r e p a r t i c u l a r l y fo r m o the r s w i t h
low soc io-economic l eve l , a re fac tors whose cont ro l wo uld resul t in cons iderab le de-
c rease in low b i r th weight inc idence and , for tha t reason, they should be
c a r e f u l l y
cons idered by h e a l th i n t e r v e n t i o n p r o g r a m s .
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Recebido para publicação
em
22/01/2985
Aprovado para
publicação
em
21/05/1985