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Análise de metodologia de modelagem – Bentley Architecture
Rodolfo Jambas Guilherme – 13/12/2011 Architect / Application Engineer Phone + 55 11 2823-2678 Mobile + 55 11 9158-7103 Fax + 55 11 2823-2676 E-mail: [email protected]
Este documento tem como finalidade analisar a metodologia empregada pela Aluna
Fernanda Invernise na aplicação do Software Bentley Architecure em seu estudo
intitulado “ESTUDO DA APLICABILIDADE DE UM CAD PARAMÉTRICO NA PRÁTICA
E NO ENSINO DA ARQUITETURA NO BRASIL - BENTLEY RCHITECTURE” sob
orientação do Professor Marcelo Eduardo Giacaglia.
Metodologia empregada:
Leitura do material e análise do modelo 3D enviado (arquivo .dgn);
Análise do Material Didático do Bentley Architecure desenvolvido pela aluna e
da metodologia empregada para a execução do exercício – Casa Popular;
Sugestões por parte do Engenheiro de Aplicações Rodolfo Guilherme para os
problemas encontrados no desenvolvimento do trabalho.
1) Análises e sugestões para os problemas encontrados nos
processos de desenvolvimento do exercício Casa Popular.
A análise do material encaminhado para a Bentley Brasil partiu da leitura da
documentação e também da avaliação modelo 3D, ambos encaminhado pelos
responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho. O foco principal da equipe foi avaliar
a metodologia utilizada pela aluna para o desenvolvimento do exercício (casa popular),
a fim de verificar se as ferramentas e os processos de modelagens disponibilizadas
pelo Bentley Architecture foram utilizados de maneira coerente.
Neste documento, focamos nos resultados obtidos pela aluna, onde estão descritas as
dificuldades encontradas na utilização do Bentley Architecture. Deste modo, todos os
itens deste capítulo foram avaliados, e sugestões de usos de outras ferramentas e
processos modelagem foram descritas, de modo a auxiliar o desenvolvimento deste ou
de outros exercícios utilizando o Bentley Architecture com maior facilidade e eficiência.
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2) Sugestões de modelagem em função das dúvidas da aluna
Fernanda Invernise (capitulo – Resultados)
a) “De um modo geral, ficou claro que é necessário um conhecimento muito mais
aprofundado para a perfeita utilização do software Bentley Architecture de acordo com padrões e normas brasileiras, chegando até mesmo no nível de programação para alterar alguns parâmetros que vêm adaptados para outros países” (pagina 12)
Em aplicações BIM é comum, por conta da quantidade de parâmetros e propriedades
que possam caracterizar os objetos digitais que representam os elementos da
construção, que os usuários acreditem na necessidade de aplicar programação para
adequar as configurações nativas do software à suas necessidades, como por
exemplo, para uma norma nacional específica.
No Bentley Architecture, apesar das propriedades dos elementos da construção
(paredes, pisos, vigas janelas, etc.) estar armazenados em arquivos .xml, .xsd toda a
edição ou criação de novas propriedades é feita internamente na aplicação através do
DataGroup Catalog, e nos manuais da Bentley é desaconselhado que tais edições ou
acréscimos sejam feitas externamente. Quanto à representação gráfica, de modo a
atender Normas de representação, estas também são desenvolvidas internamente
através da configuração da simbologia nas “Family & Parts”1 Drawing Symbology
(figura 00).
Também é possível desenvolver internamente “Seeds”2 que possam conter
configurações de Level, estilos de cotas e textos, carimbos e margens e unidades de
medidas por exemplo.
Deste modo, para atender a estas adaptações nenhum tipo de programação c++ ou
vba é necessária, apenas edições desenvolvidas internamente no Bentley
Architecture, no entanto, é necessário entender o funcionamento de toda a estrutura
de informações dentro do Bentley Architecture, e um conhecimento mais aprofundado
além de apenas o uso das ferramentas de modelagem torna-se necessário.
Geralmente, toda esta configuração é desenvolvida antes de se iniciar a modelagem
do projeto.
1 Parts, é uma definição usada para descrever as caracteristas de representatação de um item do Bentley
Architecture. Uma part pode ser aplicada a qualquer forma sólida e ele inclui informaçoes como nome, uma descrição
(tipo de construção, parede, laje, telhado, móveis), o material (tijolo, betão, vidro), os atributos (nível, peso, cor), as
propriedades de padronização, os atributos de dimensionamento, e componente informações (fórmula para obter as
especificações de custos e relatórios)
2 Seed é um arquivo. dgn que pode funcionar como um Template para novos arquivos contém
definições de levels, cores, espessuras, bordas de folhas, carimbos, unidades de medidas, etc..
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Figura 00 – “Dataset Explorer – Drawing Symbology” - Representação gráfica dos
elementos (vinculados a “Family & Parts”)
b) “Contudo, no programa não havia uma opção construtiva para fundações e as sapatas tiveram de ser realizadas como descrito por GSA (2007b): criou-se um elemento genérico, a partir da ferramenta Walls e atribuiu-se a ele as características apropriadas do objeto, informando que ele era uma base de concreto de função estrutural” (pagina 12)
No Bentley Architecture, não existe opções especificas para funções estruturais, estas
estão disponíveis no Bentley Structural Modeler. No entanto temos algumas opções
mais simples como colunas, vigas, lajes ou formas livres. Esta ultima poderia ser
utilizada para o desenvolvimento da geometria das fundações, sua representação
técnica e quantitativos estariam vinculados a uma Family & Part (ativada na barra
horizontal superior) ativado antes da modelagem (figura 01). Suas propriedades
poderiam ser adicionadas posteriormente com o vinculo da geometria nas informações
do DataGroup Catalog através da adição de uma instancia (figura 02). Neste caso
seria necessário existir tais informações catalogadas no DataGroup Catalog (neste
caso foi criado um item no DataGroup Catalog chamado Fundações, onde as
propriedades estruturais foram adicionadas).
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Figura 01 – Sapata – Modelagem com a ferramenta “Free Form”
Figura 02 – Sapata – Adição de propriedades com a opção “Add Instance Data”
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c) “Os levels do programa são um pouco misteriosos ainda. Existe momentos em que o próprio programa classifica a qual level pertence um determinado elemento, mas, em outros, ele não o faz. Para o projetista desatento, os objetos podem começar a ficar em levels errados, o que atrapalhará também a quantificação, futuramente. (pagina 12)
Para quantificar, o Bentley Architecture utiliza o que chamamos de “components”3 que
podem ser criados para quantificações específicas como, numero de tijolo, área,
comprimento linear, etc. No entanto, para sua precisão será necessário definir as
unidades de medidas que serão utilizadas no ato de sua criação, ou posteriormente,
preços para uma lista final de valores, etc. (figura 03). Posteriormente, estes
“Components” são vinculados às "Family & Parts” na opção de Report Components
onde é possível adicionar uma formula auxiliar a quantificação dos elementos
modelados (figura 04).
Considerando estes aspectos, os “Levels” não se apresentam como caracterizadores
do processo de quantificação, portanto, não seria um fator que poderia atrapalhar esta
atividade. No entanto, sempre podem ocorrer erros. Os arquivos, antes de
quantificados, devem ser verificados com o comando “Verify Parts and Family”4 para
que os erros de assinalamento de propriedades sejam corrigidos.
Figura 03 – “Components” – Utilizados para propiciar uma unidade de
quantificação
3 Components são elementos que determinam a unidade de quantificação e um preço utilizados para
gerar quantitativos. Eles devem ser vinculados a uma Part junto com uma fórmula 4 A ferramenta “Verify Parts and Family” verifica se as “Parts” associadas aos elementos
modelados de fato existem no conjunto de dados do arquivo.
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Figura 04 – Vinculo de “Components a Parts” – Permite que os elementos
modelados sejam quantificados de acordo com as opções do usuário (emprego
de fórmulas)
d) “Para o desenho da cinta de amarração, foi necessária a utilização da ferramenta Beam, o que não seria um problema, caso fosse possível determinar sua função estrutural para diferenciá-las das vigas normais. Outra questão das vigas é que não consegui determinar um material para que ela fosse feita. A seção foi criada sem problemas. Há ainda o fato de vigas não se conectarem automaticamente, como acontece com as paredes, o que implica em o projetista desenhar manualmente esses encontros. Isso pode causar imprecisões no desenho.” (pagina 12)
Para a modelagem de cintas de amarração, poderíamos seguir por dois caminhos.
Poderíamos utilizar “Generic Forms – Linear Form” para modelar as cintas com uma
“Family & Parts” ativa (para vincular as representações e quantitativos) e
posteriormente adicionar uma instancia do “DataGroup Catalog” com as propriedades
(especificações) deste elemento (figura 05). A vantagem do uso de “Linear Form” é a
possibilidade de adicionar as informações do “DataGroup Catalog” que podem conter
as propriedades estruturais (como descrito para as fundações), alem da auto conexão
entre os elementos modelados (como as paredes) permitindo também o uso da
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ferramenta de “Wall Clean Up “para edição das conexões entre eles, isso pouparia
muito tempo evitando ajustes manuais.
Outra maneira é utilizar uma parede composta, no entanto, é preciso esta seja criada
antes da modelagem (figura 06). Assim, quando as paredes externas fossem
modeladas estas já viriam com a cinta de amarração pronta (figura 07).
Figura 05 – Cintas de amarração – Uso da ferramenta “Linear Form”
Figura 06 – Parede composta com cinta de amarração – “Compound Parts -
Walls”
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Figura 07 – “Compound Wall” – Modelagem da parede composta com cinta de
amarração.
e) “O piso e o contrapiso foram criados com a ferramenta slab e foi possível a alteração de suas especificações, ou seja, família e parte, alterando também o seu material. Contudo, quando exportado para IFC, algumas partes do piso e do contrapiso foram lidas apenas como objetos e não como floors ou até coverings.” (pagina 12)
No Bentley Architecture o mapeamento para IFC é personalizável, ou seja, é possível
que o usuário faça seu próprio mapeamento. Este mapeamento é feito em função das
“Family & Parts”, assim, se criarmos novas “Family & Parts” como- Alvenaria, por
exemplo, esta deverá ser mapeada em IFC com seu correspondente – Wall e assim
para todos os elementos criados, de modo que seja exportada corretamente. (figura
08)
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Figura 08 – Mapeamento de informações no IFC
f) “A colocação de esquadrias também não foi problemática, contudo há aqui mais uma vez a necessidade de criação de uma biblioteca com elementos existentes na indústria brasileira, visto que as opções oferecidas pelo software são limitadas a modelos de um fabricante, como é possível ver nas opções antes de adicionar uma porta ou uma janela ao modelo. A identificação das portas e janelas também se dá manualmente, ao invés do que seria esperado de o próprio software atribuir a mesma nomenclatura para portas e janelas de mesmas características.” (pagina 12)
Infelizmente o problema de bibliotecas de elementos BIM “topicalizadas” é algo que
abrange praticamente todas as aplicações BIM que existem atualmente. No entanto,
no Bentley Architecture existe a possibilidade de personalizar as bibliotecas existes e
também criar novas bibliotecas através do “Compound Cell Manager”, ou também do
“Parametric Cell Studio”, ambos existem internamente no Bentley Architecture, é
possível também através ter acesso de dentro da aplicação ao “3D Warehouse”
(repositório de objetos do Google sketchup) e utilizar os elementos lá disponíveis para
no Bentley Architecure.
Quanto à identificação de portas e janelas através de símbolos, ao utilizar elementos
nativos da aplicação, estas identificações já estão presentes, no entanto, ela só é
apresentada junto a porta ou a janela em 2D no “Model Sheet” ou no “Model Drawing”
caso esteja habilitada na opção “Architectural Rules” (figura 09). É possível também
adicionar novas regras e ícones de identificação personalizados5 para que apareçam
5 Existe um material especifico que abrange a criação destas regras de arquitetura (Architectural Rules) para
identificação de elementos em plantas e cortes.
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de maneira automatizada, no entanto, elas só estarão presentes em 2D no “Model
Drawing “ou “Model Sheets” após uma secção ser definida.
Figura 09 – Atributos de Vistas/ Architecture Rules– Regras para apresentação
de ícones de identificação em portas, janelas e outros elementos.
g) “A cobertura foi a parte mais complicada, visto que realmente não existem elementos capazes de projetar um telhado com uma estrutura básica utilizada aqui no Brasil, constituída de ripas, caibros e terças. Para o software, o telhado aparece somente como uma superfície, sem ao menos espessura, em que não se escolhe também qual será o material utilizado. Em relação ao oitão, foi necessário modelar a peça e atribuir a ela as especificações corretas, como indicado por GSA (2007b).” (pagina 12)
No Bentley Architecture, nas ferramentas de “Structures – Truss Builde”r é possível
criar uma estrutura de telhado já com a cobertura (superfície de telhas, por exemplo),
existe uma série de configurações que podem ser personalizadas de modo a atender
algumas configurações de telhado com sua estrutura modelada (figura 10). No
entanto, em alguns casos, será necessário desenvolve-lo manualmente devido as
limitações de opções oferecidas pela ferramenta.
Outra ferramenta bastante utilizada é o “Roof Builder”, o qual transforma uma
superfície comum nas águas do telhado independente da geometria criada (figura 11).
Esta ferramenta cria superfícies planas de acordo com a configuração da geometria e
da inclinação que foi indicada nas configurações. Posteriormente poderão ser
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adicionadas espessuras com a ferramenta de “Extrude Shape to Slab Form” (figura
12) e também a representação técnica e materiais adicionando uma “Family & Parts -
Apply Parts” e propriedades através de uma instancia do “DataGroup Catalog”. No
entanto, para este telhado, a estrutura deverá ser modelada (podemos utilizar Beams
ou Generic Forms) e acertada manualmente, atribuindo às especificações necessárias
posteriormente.
Figura 10 – Telhado de duas águas com estrutura e superfícies – Ferramenta –
“Truss Builder”
Figura 11– Telhados com mais de duas águas – Ferramenta – “Roof Builder”
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Figura 12– Adicionar espessuras em telhados criados com “Roof Builder” –
Ferramenta - “extrude shape to slab form”
h) “Os forros, apesar da existência da ferramenta ceiling, foram realizados com a ferramenta slab, visto que a primeira não reconhecia os limites corretos dos ambientes. Foram atribuídas as especifi cações corretas e, no IFC, eles passaram a ser vistos como coverings.” (pagina 12)
A ferramenta “Ceiling” cria um elemento de forro através de “Flood”, assim ela trabalha
com os limites da alvenaria modelada. Neste caso, aparentemente os limites não
ficaram corretos, pois a ferramenta “Ceiling” utilizou os limites impostos pelo Baldrame,
o que gerou um offset de 10 cm para em todo entorno do forro (figura 13). Neste caso,
o baldrame deveria estar em outra “Family & Part”, para que a ferramenta encontrasse
os limites corretos do ambiente impostos pelas paredes apenas. Os pisos também
podem ser criados da mesma maneira.
Outra ferramenta capaz de criar forros (esta mais comum de ser utilizada para forros
de plástico ou madeira, por exemplo) é a “Ceilings Plans – Ceiling”, no entanto ela só
funciona se existir um “Space” modelado (figura 14).
Quanto ao IFC, no mesmo caso dos pisos “No Bentley Architecture o mapeamento
para IFC é personalizável, ou seja, é possível que o usuário faça seu próprio
mapeamento. Este mapeamento é feito em função das “Family & Parts”, assim se
criarmos novas “Family & Parts” como- Alvenaria, por exemplo, esta deverá ser
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mapeada em IFC com seu correspondente – Wall e assim para todos os elementos
criados, para que seja exportada corretamente (figura 08).
Figura 13 – Problema em gerar o forro – A cinta está na mesma configuração da
parede, assim a ferramenta a identifica como limite do ambiente.
Figura 14 – Ferramenta “Ceilings” – Adicionar forros vinculados a “Spaces”
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i) “A quantificação foi realizada, apesar da detecção de alguns erros, contudo
não atribuiu a unidade escolhida à tabela, tendo sido todos os cálculos
efetuados em feet/inches” (pagina 12)
Para quantitativos, apesar de a aluna ter feito de forma correta a configuração das
unidades de medidas para metro no momento da extração final de quantitativos. Os
componentes (responsáveis pelos quantitativos) estavam configurados com outra
unidade de medida, pois a aluna utilizou as “Family & Parts” nativas do Bentley
Architeture. Deste modo, para evitar tal erro, os “Components” adicionados as “Family
& Parts” utilizadas deveriam ter suas unidades de medida ajustados (figura 04).
j) “Na forma de apresentação, não existem bordas, nem ícones de indicação de elevação e corte, ou título de desenhos, de acordo com a norma brasileira, tendo sido necessário o desenho da borda que queríamos aplicar. Apesar disso, “o modo de criação da prancha é simples, intuitivo e eficiente.” (pagina
12) Todas as opções de Bordas e carimbos deverão ser feitas pelo usuário e atachadas
como referencias nas folhas de desenhos. Pode ser desenhada em um “Model
Designer” comum sendo referenciada posteriormente ou utilizada como um “Seed
“com estas configurações, ou seja, com as bordas já atachadas, e toda a vez que um
novo arquivo seja criado, ele já vem com as opções de borda (como um template).
Quanto aos ícones de indicação de cortes, elevações, apesar de em um “Model Sheet
ou Model Drawing” existir uma ferramenta que apresenta inúmeras opções para
representações destes ícones, em alguns casos novos ícones (podemos utilizar
células) deverão ser criados pelo usuário para atender normas técnicas específicas de
representação (figura15).
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Figura 15 – Ferramentas de anotação disponíveis no “Sheet model”
k) “No nosso caso, serão utilizadas Families e Parts já existentes no diretório do software, contudo o mais correto a se fazer seria criar o nosso próprio banco de dados. Esse é um processo demorado, que tem sido realizado no Brasil por grandes empresas, como Gafisa, Cyrella, Método, entre outras. O ideal seria que esse banco de dados nacional fosse aberto, compartilhado e fornecido pela própria Bentley, contudo, como isso não acontece, devemos optar pela criação de um próprio, o qual pode até mesmo ser transferido de um computador para outro, se necessário, por se constituir de um arquivo de extensão XML.” (pagina 22)
A criação de “Family & Parts”, não é complexa, no entanto, exige ao usuário um
entendimento maior da estrutura de informações utilizada no Bentley Architecture.
Possivelmente, para capacitá-lo para esta atividade, o profissional responsável por
esta personalização deverá ter uma carga horária maior de treinamento do que um
usuário que irá apenas modelar o projeto. Quanto ao banco de dados fornecido pela
Bentley, creio que isso possa ser inviável visto que uma parede, por exemplo, pode ter
um número infinito de propriedades, camadas, acabamentos, representação técnica
que pode variar de acordo com país, cidade, empresa ou tipo de construção.
l) “Começaremos pela colocação de portas e janelas genéricas, para depois definirmos quais serão realmente utilizadas. A intenção inicial deveria ser fazer somente os vãos, contudo o Bentley Architecture não possui essa opção, como outros oferecem.” (pagina 66)
Como o Bentley Architecture trabalha junto com o Microstation, existem opções de Open nas ferramentas de manipulação geométrica 3D que podem ser utilizadas para
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aplicar apenas aberturas. É necessário, portanto um “Shape” desenhado para que sirva como referencias para a abertura. (figura 16).
Figura 16 – Criação de aberturas sem a necessidade de esquadrias - Ferramenta
“Cut Solids by Curves”
m) “Em relação ao software Bentley Architecture, mais especificamente, é necessária a sua adaptação de acordo com as normas brasileiras de representação de projetos, principalmente, assim como a existência de ferramentas que possibilitem a criação de todos elementos que são tipicamente utilizados na construção civil nacional, para que o programa possa ganhar mercado. Além de que a customização do programa e criação de novos elementos exige um nível mais aprofundado de conhecimento computacional; caso o programa fosse simplificado em alguns aspectos, ele talvez fosse mais aceito e utilizado.” (pagina 13)
Não somente no Bentley Architecture, mas em praticamente todas as ferramentas, CAD ou BIM, existe a necessidade de personalização das configurações da ferramenta para atender regras, normas ou diretrizes de representações existentes em diferentes países ou escritórios de engenharia/ arquitetura. No Bentley Architecture
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existem ferramentas que permitem a customização das propriedades dos elementos, representação técnica e também a edição ou criação de novos elementos da construção, paramétricos ou não de modo que atenda a tais exigências. No entanto, a necessidade de um treinamento mais aprofundado para este tipo de adaptação torna-se necessária, mas o conhecimento de programação computacional não é pré-requisito para que o usuário possa desenvolver tais atividades adequadamente.
3) Considerações Finais
O resultado do trabalho desenvolvido pela aluna Fernanda Invernise de Moraes,
avaliando a modelagem 3D do protótipo e considerando que a aluna não teve
treinamento aprofundado no Bentley Architecture, está muito bom.
A aluna conseguiu desenvolver o modelo 3D utilizando os conceitos de “Floor
Manager,” gerou as representações técnicas (corte, plantas, vistas) utilizando as
ferramentas adequadas e um quantitativo de materiais. No entanto, por conta de
algumas configurações incorretas, os quantitativos não saíram com as unidades de
medidas esperadas, e as representações técnicas em discordância com a norma de
representação técnica nacional.
Alguns itens modelados (como as cintas de amarração ou as fundações) poderiam ser
desenvolvidos com outras ferramentas disponíveis no software (já listadas nos itens
acima) facilitando a modelagem e poupando tempo.
A utilização de “Family & Parts” personalizados melhoraria muito o resultado final do
trabalho desenvolvido, uma vez que são elementos de extrema importância no Bentley
Architecture, pois controlam a representação gráfica dos elementos modelados e os
quantitativos gerados. Deste modo, o uso adequado de “Family & Parts” permitiria à
aluna cumprir um dos Objetivos descritos no trabalho “... representação dos elementos
do projeto, segundo as normas técnicas brasileiras” além de gerar lista de materiais
com valores, preços já adicionados com as unidades de medidas previstas.
Outro objetivo que poderia ter sido atingido seria de “... criação de representações de elementos construtivos, componentes e peças usadas na indústria da construção nacional” caso as ferramentas do Bentley Architecture disponíveis para este fim tivessem sido exploraras em sua plenitude.
Em relação ao IFC, seu mapeamento também não foi abordado através do uso das
“Family & Parts”, assim, não foram atribuídos /mapeados no momento de gerar o
arquivo IFC seus respectivos representantes já descritos em IFC com as Familys &
Parts utilizadas, prejudicando a exportação IFC do modelo. Assim, alguns elementos
foram classificados como objects e não com suas respectivas características.
No entanto, tais equívocos de modelagem e processos poderiam ter sido evitados
caso a aluna tivesse um treinamento de Bentley Architecture focado nestes aspectos
da ferramenta.
Finalmente eu gostaria de parabenizar o professor Marcelo Eduardo Giacaglia pela
iniciativa do projeto e também pela parte teórica sobre os conceitos BIM, e a aluna
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Fernanda Invernise de Moraes pelo desenvolvimento do modelo com a ferramenta
Bentley Architecture, que apesar das dificuldades encontradas durante todo o
processo (não é fácil explorar e utilizar um software BIM, por conta das inúmeras
informações que um modelo BIM pode apresentar), o resultado final foi excelente,
tanto o modelo BIM gerado quanto a metodologia apresentada de forma a auxiliar
novos usuários a utilizar o Bentley Architecture. Acredito que será possível que novos
alunos utilizem o material desenvolvido pela aluna para desenvolverem novos projetos
utilizando o Bentley Architecture, no entanto, a fim de atender os objetivos propostos
na pesquisa, algumas sugestões abordadas nesta analise, como o uso de Family &
Parts precisariam ser utilizados nos próximos trabalhos.
4) Anexo 02 – O que foi realizado com o software
Utilizando a seqüência de definições apresentadas pela aluna Fernanda Invernise para
a modelagem dos elementos de construção utilizados no exercício “Casa Popular”,
seguem abaixo sugestões6 de ferramentas, processos de modelagem e mapeamento
IFC para o aprimoramento do uso do software Bentley Arcitecture em novos
exercícios.
1. Elementos da edificação
1.1 Fundação
1.1.1. Sapata Corrida de concreto
Sugestão para modelagem Bentley Architecture
Utilizar a ferramenta “Free Form” Criar uma Family & Part – Family- Fundações e Part
– Sapata. Criar também um item no DataGroup Catalog (fundações) com propriedades
específicas (estruturais) e aplicar aos elementos modelados. Em IFC mapear a Part –
Sapata em ifcFooting.
1.1.2. Baldrame em alvenaria estrutural
Sugestão para modelagem Bentley Architecture
Utilizar a ferramenta “Linear Form” ou “compound walls” Utilizar a Family - Fundações
e criar uma Part – Baldrame. Utilizar o item fundações do DataGroup Catalog com
propriedades específicas (estruturais) e aplicar aos elementos modelados. Em IFC
mapear a Part – Baldrame em ifcFooting.
1.2. Estrutura
1.2.1. Alvenaria estrutural de tijolos
Sugestão para modelagem Bentley Architecture
6 Apenas foram abordados os itens considerados relevantes, ou seja, os que poderiam ter uma melhor
alternativa de modelagem e mapeamento IFC.
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Utilizar a ferramenta “Wall” feito corretamente pela usuária no “DataGroup Catalog”.
No entanto seria necessário criar uma “Family & Part” específica para esta parede de
modo a controlar as opções para quantitativos e representação técnica. Family –
alvenaria estrutural – Part – Tijolo Solo Cimento 20x10x5. Em IFC mapear a Part –
Tijolo solo cimento 20x10x5 em ifcWall.
1.2.2. --------------------------------------------------
1.2.3. Cintas de amarração e vigas de concreto moldados in-loco
Sugestão para modelagem Bentley Architecture
Utilizar a ferramenta “Linear Form” e “beam” Criar uma Family & Part – Family-
Estrutura e Part – Cinta de amarração e outra para Vigas. Criar também um item no
DataGroup Catalog (estrutura) com propriedades específicas (estruturais) e aplicar aos
elementos modelados. Em IFC mapear a Part – Cinta de amarração e Vigas em
ifcBeam.
1.2.4. Lajes e vigas treliçadas, fundidas às cintas e vigas.
Sugestão para modelagem Bentley Architecture
Utilizar a ferramenta “Floors and Celilings” Utilizar a Family & Part – Family- Estrutura
e criar as Part – Laje. Utilizar o DataGroup Catalog (estrutura) com propriedades
específicas (estruturais) e aplicar aos elementos modelados. Em IFC mapear as Parts
– Laje em ifcSlab
1.3. Cobertura
1.3.1. Telhas duas águas
Sugestão para modelagem Bentley Architecture
Utilizar a ferramenta “Truss Builder ou Roof Builder” Criar uma Family & Part – Family-
Cobertura e criar as Part – Cobertura de Telhas. Criar um item DataGroup Catalog
(Cobertura) com propriedades específicas (verificar as propriedades necessárias) e
aplicar aos elementos modelados. Em IFC mapear a Part – Cobertura de telhas em
ifcRoof.
1.3.2. Terças apoiadas diretamente sobre tijolo
Sugestão para modelagem Bentley Architecture
Utilizar a ferramenta “Truss Builder ou Beam” Utilizar Family & Part – Family- Estrutura
e criar as Part – Terças. Utilizar o item DataGroup Catalog (estrutura) com
propriedades específicas (estrururais) e aplicar aos elementos modelados. Em IFC
mapear a Part – Terças em ifcBeam. Oitões deverão ser desenvolvidos com Wall, mas
é possível aplicar Family & Parts específicas. Family Wall e Part Oitão, . Mapear com
ifcWall.
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1.4. Forros
Sugestão para modelagem Bentley Architecture
Utilizar a ferramenta “Ceiling” Criar Family & Part – Family- Forro e criar as Part –
Forro. Criar um item DataGroup Catalog (forro) com propriedades específicas
(verificar as propriedades necessárias) e aplicar aos elementos modelados. Em IFC
mapear a Part – Forro em ifcsSlab.
1.5. ------------------------------------------------
1.6. Revestimentos e acabamentos
1.6.1. Contrapisos em concreto
Sugestão para modelagem Bentley Architecture
Utilizar a ferramenta “Slab” Criar Family & Part – Family- Revestimentos e criar as Part
– Contrapiso. Criar um item DataGroup Catalog (revestimento) com propriedades
específicas (verificar as propriedades necessárias) e aplicar aos elementos
modelados. Em IFC mapear a Part - Contrapiso em ifcsSlab.
1.6.2. Pisos em revestimentos cerâmicos
Sugestão para modelagem Bentley Architecture
Utilizar a ferramenta “Slab” Criar Family & Part – Family- Revestimentos e criar as Part
– Piso xxx. Criar um item DataGroup Catalog (revestimento) com propriedades
específicas (verificar as propriedades necessárias) e aplicar aos elementos
modelados. Em IFC mapear a Part - Pisoxxx em ifcsSlab.
.
.
.
4.2. Plantas, cortes e fachadas
Possível a adequação à representação padrão de acordo com as normas brasileiras
através da utilização de Familys & Parts específicas com os ajustes na representação
nativa do software
4.7. Lista preliminar de materiais
Possível através da utilização de Familys & Parts específicas vinculadas a
Components de quantificação.
5.3. Estimativa de custo
Possível através da utilização de Familys & Parts específicas vinculadas a
Components de quantificação com unidades de preços definidas.
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