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Análise de Conjuntura Setor sucroalcooleiro.
Evelyn Caroline dos Santos
Francielli Cristina Araújo
Gabriela Menossi Vendite
Gescica Caires
Jessica Carina Marcari
Turma: 6º B
Jaboticabal
2012
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1. Analise Conjuntural
1.1. Economia Global
Atualmente o cenário econômico global apresenta incertezas com relação a sua
estabilidade, a crise que assola a Zona do Euro é um desencadeamento da crise de 2006
iniciada nos EUA mais conhecida como subprime, onde alguns bancos americanos que
adotaram esse sistema ofereciam empréstimos hipotecários e créditos à clientes que não
possuíam comprovação de renda e eram negativados. Com a queda da taxa de juros houve
uma busca crescente de oferta de crédito, a partir disso, as taxas de juros aumentaram
diminuindo a procura e desvalorizando os imóveis, os clientes não conseguiam renegociar as
dividas e a inadimplência aumentou, isso acarretou uma quebra dos bancos afetando outros
segmentos do mercado financeiro tanto americano quanto global.
A crise do setor imobiliário se agravou em 2008, quando os prejuízos das instituições
bancárias chegaram a milhões de dólares e algumas decretaram falência, nesse momento os
bancos menos afetados começaram a comprar esses bancos, o governo americano e alguns
países da União Europeia começaram a injetar dinheiro para que os bancos não quebrassem.
A sociedade criticou essa politica de ajuda e a Casa Branca decidiu não mais interferir,
ocorreu nesse momento a quebra de um dos maiores bancos dos Estados unidos o Lehman
Brothers. Após esse episódio a crise agravou ainda mais, pois os juros aumentaram e não
havia investimentos por parte das empresas, o consumo diminuiu agravando o desemprego.
A crise não afetou somente o Estado americano mais toda a economia mundial, já
que os Estados Unidos deixou de importar de outros países. A crise se expandiu agravando a
situação de grandes países principalmente da Zona do Euro.
Na União Europeia a Eurozona é composta por dezessete países dos vinte e sete
participantes, sendo eles Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslováquia, Espanha, França, Finlândia,
Portugal, Grécia, Itália, Irlanda entre outros, esses países possuem uma única moeda (Euro),
e adotam medidas econômicas que devem ser seguidas por todos. Porém a Grécia não
seguiu, gastou mais do que devia nas últimas décadas, deixando o país totalmente
vulnerável e precisando de ajuda de outras economias. De acordo com uma matéria
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publicada no site economia.terra ela prejudicou a recuperação da Europa da crise financeira
global de 2008 e 2009 consequentemente encolhendo a produção da Zona do Euro em
2012. A crise que assola a Europa afeta diretamente o Brasil, pois há uma queda na
demanda exportando menos para o bloco europeu e indiretamente outros países como a
China, por exemplo, já que é um parceiro importante. Ela também causa conflitos sociais e
guerras civis, pois a população revolta-‐se contra medidas tomadas pelo governo na tentativa
de salvar a economia.
De acordo com Artigo publicado pela Macroplan a zona do euro registrou taxa de
desemprego recorde no último mês de fevereiro, com 10,8% de desempregados, segundo
dados do Eurostat, ano passado o índice era de 9,5%. Só nos países que adotam a moeda
única, 17,1 milhões estão sem emprego, um total que sobe para 24,5 milhões de homens e
mulheres em idade ativa sem trabalho se considerados os 27 países da União Europeia. As
cifras são recordes em 25 anos.
1.2. Economia Brasileira
Segundo uma matéria publicada no site A Redação mesmo com fundamentos
econômicos sólidos, o Brasil não está imune à crise. As linhas de crédito para importação e
exportação brasileiras, em bancos europeus, diminuíram e estão mais caras. Nossos
exportadores já buscam financiamentos nos bancos americanos e asiáticos, que têm muita
liquidez, mas passaram a exigir mais garantias, porque sabem que as vendas das empresas
para o exterior vão recuar com a desaceleração da economia dos países desenvolvidos.
Segundo Paulo Nogueira Batista Junior, diretor executivo do FMI, em matéria
publicada no Jornal Valor o nível da atividade da Indústria esta fraco, mais ele acha que a
economia brasileira esta possivelmente mais preparada do que em fins de 2008, com alguns
amortecedores importantes como situação fiscal boa, compulsórios bancários altos, bancos
públicos aumentando a oferta de crédito, etc.
Algumas medidas foram tomadas pelo governo, de acordo com o Ministro da
Fazenda o intuito é de estimular a economia brasileira. As medidas incluem a redução das
alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidentes sobre o crédito para
pessoa física; das alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializados (IPI) na venda de
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veículos e a redução das taxas de juros do Programa de Sustentação de Investimento (PSI) e
Programas Habitacionais, como Minha Casa Minha Vida. As medidas contribuirão para
melhorar a oferta de crédito na economia brasileira, permitirão que o setor de veículos
retome o bom desempenho verificado nos últimos anos e estimularão os investimentos do
setor produtivo. Todas as medidas têm prazo final pré estabelecidos.
O ministro Guido Mantega explicou que as medidas tomadas no setor
automobilístico fazem parte do conjunto de iniciativas tomadas pelo governo em 2012,
como a desoneração da folha de vários setores e ações sobre o câmbio. O setor
automobilístico é muito importante para a economia brasileira. Ele representa mais de 20%
do PIB industrial e é um dos setores que faz mais investimentos no país. O Brasil, segundo
ele, se tornou o 3º maior mercado automobilístico do mundo, ficando atrás apenas da China
e dos EUA. Desde a redução do IPI anunciada em 21 de maio passado as vendas saíram de
patamares negativos, na comparação com 2011, para os melhores junho e julho da historia.
Se forem atingidos 400 mil veículos vendidos em único mês, nós teremos a indústria
reagindo favoravelmente com a diminuição de importações de automóveis.
Após a redução dos impostos alguns aspectos podem ser percebidos, de acordo com
o Jornal Folha de São Paulo, ao menos 6.300 empregos foram criados pelas empresas que
produzem fogões, geladeiras e carro desde que o corte dos impostos entrou em vigor. No
setor de linha branca 3.800 empregos foram abertos desde dezembro quando o corte do IPI
foi concedido para lavadoras, geladeiras e fogões. Nos automóveis os fabricantes
registraram 2.500 empregos criados dede junho.
Outro impacto de importante relevância é o aumento da taxa de exportação de
alguns produtos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a medida serve para
estimular a produção nacional e ainda que haverá um monitoramento do governo em
relação aos preços destes produtos no mercado interno para que não ocorra a inflação.
Segundo o secretario executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, de 2008 para 2009, as exportações brasileiras caíram
23%, durante a primeira parte da atual crise. Agora, estamos com um nível de exportações
bem melhor que estávamos na época. O secretário ainda declarou que o governo irá se
esforçar para manter, em 2012, o mesmo patamar das exportações verificado em 2011, de
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US$ 257 bilhões, e que poderá rever a meta atual para o ano de US$ 264 bilhões, dado que
essa poderá não ser cumprida.
1.3. PIB Brasileiro
Segundo o Ministério da Fazenda, mais importante que a expansão observada no PIB
em 2011 é sua qualidade. O investimento vem crescendo mais do que o consumo das
famílias e do Governo, o que indica ampliação da capacidade produtiva para além da
ampliação da demanda, ao longo dos próximos anos. De acordo com dados do IBGE na
comparação com o primeiro trimestre do ano, o destaque positivo foi a Agropecuária, que
teve crescimento de 4,9% no volume do valor adicionado. Nos Serviços houve aumento de
0,7%, enquanto que a Indústria registrou queda de 2,5%. O Produto Interno Bruto (PIB)
apresentou variação positiva de 0,4% na comparação do segundo trimestre de 2012 contra o
primeiro trimestre do ano, levando-‐se em consideração a série com ajuste sazonal. Na
comparação com igual período de 2011, houve crescimento do PIB de 0,5%. No acumulado
dos quatro trimestres terminados no segundo trimestre de 2012, o PIB registrou expansão
de 1,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Já no resultado para o
primeiro semestre de 2012, o PIB apresentou aumento de 0,6% em relação a igual período
de 2011. Veja tabela abaixo Segundo o Presidente do Banco Central, a demanda doméstica
continuou sendo o principal suporte da economia, com o consumo das famílias sendo
estimulado pela expansão moderada do crédito, pela geração de empregos e de renda.
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1.4. Mercado Sucroalcooleiro
De acordo com artigo publicado pelo BNDES o Principal produtor e exportador de açúcar
e álcool do mundo, é o Brasil que tem o menor custo de produção entre os principais
competidores do mercado internacional, além de liderar o conhecimento da biotecnologia
da cana, junto com a Austrália e a África do Sul.
Investimentos contínuos em tecnologia e inovação principalmente na lavoura e
processamento da cana-‐de-‐açúcar e no meio ambiente são fatores que têm impactos
positivos para as indústrias, segundo matéria publicada no site Canal Bioenergia, o etanol
produzido a partir da cana-‐de-‐açúcar começa a romper restrições impostas pelos países mais
desenvolvidos e a ser reconhecido pela sua eficiência e sustentabilidade. No mercado
internacional do açúcar o Brasil é o grande player, com reconhecidas vantagens
competitivas, por sua capacidade produtiva e por possuir uma indústria que também é
“flex”, ou seja, capaz de alterar rapidamente o seu mix de produção etanol/açúcar quando
as condições de mercado assim exigem.
O setor sucroalcooleiro brasileiro é o maior produtor de etanol de cana-‐de-‐açúcar do
mundo, sendo o Brasil o único país a possuir uma ampla frota de veículos biocombustíveis,
contribuindo para que o seu consumo supere o da gasolina em veículos leves. Segundo a
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Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA, 2010), 86% dos
veículos leves vendidos no Brasil, atualmente, têm motor flex fuel. CNA Brasil 2012. Para
atender essa demanda prevista a oferta de etanol e gasolina terá que aumentar.
O Brasil tem grande destaque nesse setor, pois conta, atualmente, com
aproximadamente 320 unidades produtoras de açúcar e álcool. Isso representa uma
capacidade instalada para o processamento de mais de 430 milhões de toneladas de cana, o
que pode resultar na produção de até 18 bilhões de litros e 29 milhões de toneladas de
açúcar. Na atual safra deverão ser processadas aproximadamente 390 milhões de toneladas
de cana, atingindo 27,5 milhões de toneladas de açúcar e 16,7 bilhões de litros de álcool, de
acordo com dados divulgados pelo site biodisielbr. Com relação ao desempenho das usinas,
de acordo com um estudo feito por Fábio Vogelaar Carlucci dentro do Programa de Pós-‐
Graduação em Economia na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de
Ribeirão Preto, o estudo aponta que usinas de cana-‐de-‐açúcar instaladas no Estado de São
Paulo, com moagem acima de 2,5 milhões de toneladas por safra, são as mais eficientes do
Brasil [...] Quanto ao porte das agroindústrias, o estudo sugere que as grandes usinas são
proporcionalmente mais eficientes que agroindústrias pequenas e de médio porte. Dentre as
11 melhores usinas, cinco são consideradas de grande porte. Um número relevante segundo
o estudo, uma vez que as indústrias de maior porte representam menos de 20% do total de
usinas no país.
Levando em consideração a exportação do açúcar, podemos analisar que a maioria do
açúcar produzido no Brasil atende o mercado externo, de acordo com o site brasil.gov, O
açúcar foi o grande responsável pelo recorde brasileiro de US$ 76,4 bilhões nas exportações
do agronegócio em 2010. Pelo segundo ano consecutivo, as receitas de vendas
internacionais do produto tiveram crescimento superior a 50%. Veja gráfico divulgado pela
ÚNICA, comparação das exportações mundiais.
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Já o etanol não apresenta os mesmos resultados já que ele não possui ainda grande
aceitação no mercado externo, para Géraldine Kutas, assessora sênior da presidência da
União da Indústria de Cana-‐de-‐Açúcar, Os programas de biocombustíveis praticados pela
maioria dos países são direcionados para o mercado doméstico, o que não contribui para se
ter um mercado global para o etanol. Veja gráfico divulgado pela ÚNICA comparando a
exportação mundial do etanol.
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1.5. Etanol e Petróleo
Outro setor que terá consequências negativas devido a Crise do Euro, de acordo com
o artigo publicado pela FGV, a oferta de biocombustíveis nos países da União Européia e
Estados Unidos terá por efeito uma redução da demanda de gasolina e diesel, implicando
modificações na configuração das refinarias de petróleo.
A Petrobrás, a maior refinaria de petróleo do Brasil, que recentemente descobriu o
Pré Sal a 7.000 metros de profundidades do mar após a camada de sal com um total de 100
bilhões de barris de óleo, segundo o site Isi Engenharia está investindo fortemente em
empresas produtoras de etanol, o que poderá valorizar o etanol no mercado externo, pois a
gasolina misturada com o álcool é um grande atrativo ambiental e econômico.
O etanol e o biodiesel são combustíveis produzidos fora da refinaria e destinados,
principalmente, ao setor de transportes. Considerando o mercado de derivados de petróleo,
o consumo de etanol é relevante no Brasil, onde corresponde a 14% do total, e nos Estados
Unidos, com 8%, é utilizado como oxigenante na gasolina e como combustível nos veículos
flex. Nos Estados Unidos, a participação do etanol no mercado de combustíveis deve
aumentar com o mandato para comercialização de 136 bilhões de litros até 2022. Os
excedentes de gasolina estão sendo exportados, substituído pelo etanol com a introdução
dos veículos flex fuel.
Em contrapartida uma matéria publicada na Isto é, em entrevista com Daniel
Bachner, presidente da multinacional americana Syngenta, o controle de preços da gasolina
no Brasil limita o reajuste do etanol que é livre. Como o combustível derivado da cana-‐de-‐
açúcar não pode valer mais do que 70% da gasolina, existe um estrangulamento das
margens, os impostos prejudicam demais o setor, onde existe uma discussão constante com
o governo, esse controle afeta o mercado interno.
1.6. Empregos
Segundo matéria publicada no Jornal A Cidade de Ribeirão Preto, falta mão-‐de-‐obra para
safra de cana de açúcar, os trabalhadores estão migrando das lavouras para trabalharem na
área de construção civil. De acordo com levantamento do Departamento de Economia Rural
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da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp),
em Jaboticabal (SP), o avanço da colheita mecânica nas lavouras paulistas eliminou em
média, 37,7 mil empregos.
Segundo o estudo, em 2007, ano em que o governo e o setor sucroalcooleiro firmaram o
pacto para o fim da queima da palha, a média de empregados era de 178.194 trabalhadores
não qualificados. Essa média anual de empregados caiu para 140.460 em 2010, a redução
ocorreu claramente pelo avanço da mecanização.
Em contrapartida, o número de outros empregados no setor sucroalcooleiro, que inclui
os qualificados que trabalham nas lavouras, os da indústria de açúcar e álcool e até os de
escritórios, sobe ano a ano desde 2007. Nos últimos quatro anos, 32.160 empregos nessa
faixa foram criados, em média. O total de empregados saltou de 137.793 para 169.953, em
média, entre 2007 e 2010, de acordo com o levantamento da Unesp.
Mesmo tendo aberto mais vagas do que outros setores industriais, a contribuição das
lavouras de cana-‐de-‐açúcar para o emprego industrial já foi muito maior. No primeiro
trimestre de 2011, a expansão de vagas foi de 17,2% e, nos três primeiros meses de 2010,
chegou a 31,6%. Segundo levantamento da entidade, a fatia de janeiro a março deste ano é
a menor já registrada para o período desde 2007, quando esse cálculo começou a ser feito,
dados de divulgados pelo Estadão.
1.7. Meio Ambiente
Para que seja feito um cultivo adequado da cana-‐de-‐açúcar as condições climáticas
devem ser favoráveis. De acordo com a Embrapa as condições climáticas predominantes no
Estado de São Paulo são consideradas excelentes para a produção de cana-‐de-‐açúcar,
permitindo o crescimento vigoroso da planta durante a primavera e o verão, e oferecendo
condições adequadas para a maturação e a colheita, durante o outono e o inverno. Porém
alguns transtornos causados pelo meio ambiente, como excesso ou escassez de chuva, frio
(geada) que queima a cana podem ter impactos significativos que prejudiquem o cultivo da
cana.
Levando em consideração que atualmente que o Brasil é o maior produtor de cana de
açúcar do mundo, foi implantado um projeto com protocolo agroambiental conforme a Lei
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Estadual Nº 11.241/02, que proíbe a queima da palha da cana de açúcar ate 2014 em áreas
mecanizáveis e 2017 em áreas não mecanizáveis. Porém, as empresas estão investindo em
novos equipamentos para a coleta de cana crua, segunda a secretaria do meio ambiente
60% da cana de açúcar já é colhida crua em São Paulo e assim reduz a emissão de gases na
atmosfera. Desde o início do Protocolo, deixou-‐se de queimar uma área acumulada de 4,5
milhões de hectares, evitando a emissão de 16,7 milhões de toneladas de poluentes
(monóxido de carbono, hidrocarbonetos e material particulado) e mais de 2,7 milhões de
toneladas de CO2eq.
Outro aspecto que esta em discussão é o sistema de limpeza da cana de açúcar,
Segundo a Secretaria do meio ambiente na década de 90, consumia 5m³ por tonelada de
cana, e hoje é cerca de 1,5m³ por tonelada, porem tende a diminuir para 1m³ por tonelada
através das novas tecnologias implantadas no mercado onde já esta sendo utilizados por
algumas empresas o sistema da limpeza seco, onde o consumo de água é de 0%.
1.8. Derivados da Cana-‐de-‐Açúcar.
1.8.1. Açúcar
A estimativa de produção, consumo e exportação (veja no gráfico abaixo) de açúcar
obtidos pela SGE e AGE divulgadas pelo IBGE, é de um crescimento de 2,4% no período de
2011/2012 a 2021/2022. A taxa deve conduzir a uma produção de 48,6 milhões de
toneladas. Essa produção corresponde a um acréscimo de 9,9 milhões de toneladas em
relação ao observado em 2011/2012. As taxa de exportação é de 3,6% ao ano, consumo
interno é de 1,2% ao ano.
Gráfico 1.0 Produção, Consumo e Exportação de Açúcar.
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Fonte: AGE/Mapa e SGE/Embrapa
O açúcar tem 60% da sua produção voltado para o mercado externo, de acordo com
os dados divulgados pela Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais os
maiores importadores do açúcar brasileiro ficam por conta da Rússia que é o maior
importador individual, com 3,49 milhões de toneladas, a Índia com 2,32 milhões, a China
com 1,25 milhão, a Nigéria com 980 mil, a Malásia com 880 mil e a Venezuela com 840 mil
toneladas. Houve também um aumento de 34,5% de exportação para os países Árabes no
ano de 2010, os principais compradores são Irã e Emirados Árabes.
De acordo com Ministério da Fazenda, o Brasil é responsável por mais da metade do
açúcar comercializado no mundo, o país deve alcançar taxa média de aumento da produção
de 3,25%, até 2018/19, e colher 47,34 milhões de toneladas do produto, o que corresponde
a um acréscimo de 14,6 milhões de toneladas em relação ao período 2007/2008. Para as
exportações, o volume previsto para 2019 é de 32,6 milhões de toneladas.
1.8.2. Etanol
Em 1975 o Governo criou o Programa Nacional do Álcool para aumentar a produção de
etanol e consequentemente a substituição da gasolina, isso ocorreu devido a crise mundial
do petróleo que detinham preços muito elevados e grande peso nas importações brasileiras.
Foram oferecidos incentivos fiscais, empréstimos com taxas abaixo de mercado para
produtores de cana-‐de-‐açúcar também para empresas automobilísticas que desenvolvessem
carro a álcool. Com a redução do preço do petróleo a diferença entre o álcool e a gasolina
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não era tão favorável para os consumidores. Com o mercado interno menos lucrativo, os
usineiros passaram a exportar a produção de açúcar, fatos que contribuíram para que os
fabricantes de automóveis voltassem a priorizar carros à gasolina.
Com uma nova crise do petróleo em 2003, impulsionou novamente a fabricação de
carros a álcool, porém com um diferencial por desenvolverem motores flex que podem ser
abastecidos tanto com álcool quanto gasolina.
A crescente preocupação com o aquecimento global e a busca por alternativas
sustentáveis faz com que os biocombustíveis renováveis sejam uma alternativa de solução
ecológica e sustentável para alguns problemas de emissão de poluentes derivados do
petróleo. A presidenta Dilma Rousseff afirmou no Palácio do Planalto, durante cerimônia de
outorga do selo de boas práticas às indústrias da cana-‐de-‐açúcar, que a produção de etanol
no Brasil cumpre a proposta da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, que é crescer, proteger e incluir, pois de acordo com o site Brasil.gov
em relação ao meio ambiente, o etanol reduz as emissões de gases de efeito estufa em cerca
de 90% e a poluição atmosférica nos centros urbanos. Além disso, produção tem baixo
consumo de fertilizantes e defensivos e apresenta níveis relativamente baixos de perdas do
solo. Esse prêmio que o Brasil e as Indústrias receberam torna o etanol mais reconhecido e
respeitado mundialmente.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Fazenda o etanol, produzido no
Brasil, a partir da cana-‐de-‐açúcar, também conta com projeções positivas para os próximos
anos, devidas principalmente, ao crescimento do consumo interno. A produção projetada
para 2019 é de 58,8 bilhões de litros, mais que o dobro da registrada em 2008. O consumo
interno está projetado em 50 bilhões de litros e as exportações em 8,8 bilhões.
Em contrapartida a oferta de etanol pode ser menor do que a da safra anterior de acordo
com uma matéria publicada pela Empresa Brasil de Telecomunicações. Na estimativa
divulgada hoje, a Unica estima que a safra 2011/2012 será 4,21% menor que a safra passada,
atingindo 533,50 milhões de toneladas. A entidade também prevê que a produção de etanol
deve chegar a 22,54 bilhões de litros nesta safra, 11,19% menor que os 25,38 bilhões de
litros da safra anterior.
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1.8.3. Energia
Esta produção é chamada bioeletricidade, que é feito a partir da biomassa (bagaço e
palha da cana de açúcar) utilizada para produção de etanol. Essa prática permite a utilização
desses derivados para geração de energia limpa e renovável.
O bagaço e a palha são enviados para as caldeiras, as caldeiras por sua vez gera o vapor
que é utilizado para produzir três diferentes formas de energia. A energia térmica é
empregada para aquecimento no processo produtivo do açúcar e do etanol, além de ser
transformada em energia mecânica. A energia mecânica movimenta as máquinas e
equipamentos de extração e preparação do caldo, além das turbinas de geração de energia.
Transformando-‐se assim em energia elétrica. A energia elétrica, ou a bioeletricidade da
cana, é usada para o consumo próprio da usina e o excedente é vendido para o sistema
elétrico nacional.
De acordo com o site bioeletricidade.com a produção da bioeletricidade comprova que,
na indústria da cana-‐de-‐açúcar, tudo se transforma. E nada se desperdiça. Uma tonelada de
bagaço pode gerar mais de 300kwh para a rede elétrica. Uma tonelada de palha pode gerar
500kwh. O consumo médio de uma residência brasileira foi de 150kwh em 2010.
Portanto, com apenas um hectare de cana, a bioeletricidade pode abastecer oito
residências durante um ano inteiro, no Brasil, 80% da bioeletricidade vem dos canaviais os
outros 20% são restos da madeira, carvão vegetal, casca de arroz e capim elefante. Hoje,
menos de 30% das usinas de cana estão conectadas à rede elétrica como geradoras de
energia. Para ter uma ideia do nosso potencial, em 2020, a bioeletricidade produzida será
equivalente à energia gerada por três usinas. A boa notícia é que essa produção é sem
desperdício e sem emissões de gases de efeito estufa.
1.9. Cenários
1.9.1. Cenário Pessimista.
Com base nos aspectos estudados do cenário externo, alisando a desaceleração da
economia em escala global devido à crise do euro, podemos considerar que pode haver uma
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diminuição da exportação do açúcar que tem a grande maioria vendida para o mercado
externo. As empresas do setor sucroalcooleiro também podem encontrar problemas na
comercialização no etanol no mercado interno devido às políticas adotas pelo governo na
precificação do produto, mesmo com o aumento da venda de carros flex a comercialização
do etanol pode ter impactos negativos, já que com a crise a exportação da gasolina também
pode diminuir para outros países fazendo com o que o preço da gasolina diminua e
consequentemente o do etanol, pois ele não pode custar mais do que 70% do preço da
gasolina.
Outras questões como a proibição das queimas e a mecanização da lavoura faz que
as empresas tenham gastos maiores para inovação e tecnologia.
No mercado atual, a demanda pelo açúcar tende a aumentar diante da perspectiva
de investimentos em áreas e tecnologias nas empresas, porém, os substitutos do açúcar
como a beterraba e o milho, podem ocupar lugar nas áreas de produtores agrícolas caso não
seja mais rentável à eles a produção de cana de açúcar, abrindo espaço então para a
concorrência.
1.9.2. Cenário Otimista
O principal aspecto positivo analisado no setor é o aumento das vendas de carros flex
no Brasil devido à baixa de IPI, aumentando consequentemente a comercialização do etanol.
Aspectos que podem ser consequências positivas são para o meio ambiente, já que o
aumento com a preocupação devido o agravamento do aquecimento global é um assunto
discutido por todas as economias ,o etanol é considerado um combustível renovável, por
isso existe uma grande expectativa que a sua comercialização mundial cresça ainda mais.
1.9.3. Cenário mais provável
A exportação do açúcar diminuirá pelo fato da Europa estar tentando se
recuperar da crise que afetou sua economia, assim como seus investimentos em
novas empresas no Brasil.
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A demanda por etanol tende a aumentar devido o apelo do governo através de
meios de comunicação para o consumo do etanol, que está em desvantagem
comparada à gasolina, o governo apela ao consumo justificando e aprovando que
etanol é energia renovável e antipoluente, sendo então vantagem para as empresas
sucroalcooleiras.
Em conclusão, pode ser que haja então maior procura por etanol ao invés de
açúcar, alterando então o foco de produção, com isso as empresas sofrerão forte
concorrência por áreas para que possam expandir suas lavouras para atender a
demanda, ficando cada vez mais difícil agradar os produtores agrícolas para que
possam permanecer fiéis a empresa contratada.
2. Referências
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<http://www.aredacao.com.br/coluna.php?coluna=3563>. Acesso em 07 set. 2012
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Disponível em <http://www.bcb.gov.br/pt-‐br/Paginas/presidente-‐do-‐banco-‐centralcomenta-‐
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BLOG DO PLANALTO. Produção de etanol no Brasil cumpre proposta da Rio+20, afirma
Dilma. Disponível em <http://blog.planalto.gov.br/producao-‐de-‐etanol-‐no-‐brasil-‐
cumpreproposta-‐da-‐rio20-‐afirma-‐dilma/>. Acesso em 08 set. 2012.
BOL.UOL. Usina São Martinho amplia terminal ferroviário. Disponível em
<http://noticias.bol.uol.com.br/economia/2012/05/29/sao-‐martinho-‐amplia-‐terminal-‐
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17
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<http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/energia/matriz-‐energetica/biocombustiveis>.
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crise. . Disponível em
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Acesso em 08 set. 2012.
BRASIL.GOV.BR. Açúcar é destaque nas exportações em 2010 com crescimento de 52,3%.
Disponível em <http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/01/12/acucar-‐e-‐destaque-‐
nas-‐exportacoes-‐em-‐2010-‐com-‐crescimento-‐de-‐52-‐3>. Acesso em 27 nov. 2012
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