Amebas parasitas e Amebas de vida livre
Profa. Dra. Alcione Vendramin GattiDisciplina de Parasitologia – 2º. Ano Medicina
AMEBAS
- Protozoários – Filo Sarcomastigophora. -Sub filo Sacordina – característica principal: pseudópodes.
Movimentação eObtenção de alimentos
- Em geral amebas se alimentam de bactérias, algas e
outros protozoários.
- Alimento capturado por fagocitose / emissão dos pseud...
- Reproducão assexuada – divisão celular mitótica.
- Há espécies parasitas.
AMEBAS ENCONTRADAS NO HOMEM
- 8 espécies: -Cavidade bucal (E. gengivalis – Gron, 1849)
-Intestino grosso: Dientamoeba fragilis (Jepps & Dobell, 1918)Endolimax nana (Wenyon & O’Connion, 1917)Iodamoeba butschlii (Von Prowasek, 1912) E. hartmanni (Von Prowasek, 1912) E. coli (Grassi, 1879)
E. dispar (Brumpt, 1925)E. histolytica (Shaudinn, 1903) parasitas
CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS Entamoeba histolytica
- 10 % da população mundial infectada por E. dispar
ou E. histolytica (480 milhões de pessoas no mundo).
- escala global - 3a. causa de morte entre as doenças
parasitárias.
- ~ 50 milhões de casos invasivos / ano no mundo.
- prevalência países em desenvolvimento.
- 90 % dos infectados eliminam cistos 12 meses.
GÊNERO ENTAMOEBA
- núcleo esférico ou arredondado e vesiculoso;
- cromatina periférica de pequenos grânulos peri-
justapostos com distribuição regular na parte interna da
membrana nuclear – roda de carroça;
- cariossoma pequeno central ou excêntrico .
AMEBAS
trofozoíto de E.histolytica (forma minuta)trofozoíto de E.histolytica
(forma magna)
trofozoíto de Entamoeba coli
trofozoítos de Entamoeba hartmanni
trofozoítos de Endolimax nana
Trofozoíto pré-cisto cisto
corpo cromatóidevacúolo digestivo com hemácia
núcleo
ectoplasma
Entamoeba histolyticaFORMAS DE VIDA
Cistos de Entamoeba histolytica
Trofozoíto de Entamoeba histolytica
Eritrócitos ingeridos, indicando a invasão de tecidos;
Característica não observada no caso da E.dispar.
hemácia
HABITAT:luz do intestino grosso, nos tecidos do intestino, rins, fígado, pulmão, etc.
- são essencialmente anaeróbios (crescem em atmosfera até 5% O2).
- LOCOMOÇÃO: pseudópodes.
- ALIMENTAÇÃO: - Fagocitose ( partículas sólidas hemácias, bactérias, restos de células).- Pinocitose: (ingestão de partículas líquidas).
- REPRODUÇÃO : binária.
BIOLOGIA – E. histolytica
Entamoeba histolytica – agente etiológicode importante problema de saúde pública
que leva ao óbito anualmente cerca de 100.000 pessoas no mundo.
Ciclo Vital da Entamoeba histolytica
organismo humano
Meio Externo
ingestão
cisto maduro
desencistamento
divisão binária
cólon
invade mucosacirculação
extra-intestinal
volta ao lúmen
trofozoíto
desintegra-se
cisto binucleado
fezes
lúmen
cistos nas fezes
encistamento
INFECTIVIDADE E VIRULÊNCIA – E. histolytica
Teorias para o entendimento da patogenia de E.histolytica.
1. Teoria Unicista (Dobell, 1919): parasita obrigatório detecidos.
2. Teoria Dualista (Brumpt, 1949): ora patogênico e/ou nãopatogênico.
3. Teoria Pluralista (atual): cepas com diferentes graus devirulência.
INFECTIVIDADE E VIRULÊNCIA – E. histolytica
Teorias para o entendimento da patogenia de E.histolytica.
1. Teoria Unicista (Dobell, 1919): parasita obrigatório detecidos.
2. Teoria Dualista (Brumpt, 1949): ora patogênico e/ou nãopatogênico.
3. Teoria Pluralista (atual): cepas com diferentes graus devirulência.
Patogenia – E histolyticaPatogenia – E histolyticaINVASÃO: forte adesão entre as células e a ameba, sendo mediada por lectinas de superfície da ameba;INVASÃO: forte adesão entre as células e a ameba, sendo mediada por lectinas de superfície da ameba;
circulação
trofozoítotrofozoíto
lectinaslectinas
adesão a mucosa intestinal
adesão a mucosa intestinal
destruição tecidual com ulcerações
destruição tecidual com ulcerações
órgãosórgãos
circulação
PATOGENIA E VIRULÊNCIA DE E. histolyticaPATOGENIA E VIRULÊNCIA DE E. histolytica
Amebas inexplicável variabilidade quanto ao potencialpatogênico e diferença de virulência.
Amebas inexplicável variabilidade quanto ao potencialpatogênico e diferença de virulência.
FORMA INVASIVA: quebra do equilíbrio P-H em favor do parasito.FORMA INVASIVA: quebra do equilíbrio P-H em favor do parasito.
FATORES LIGADOS AO HOSPEDEIRO: sexo, raça, localizaçãogeográfica, idade, resposta imune, estado nutricional, dieta...FATORES LIGADOS AO HOSPEDEIRO: sexo, raça, localizaçãogeográfica, idade, resposta imune, estado nutricional, dieta...
AMBIENTE DO PARASITA: flora bacteriana associada.AMBIENTE DO PARASITA: flora bacteriana associada.
QUADRO CLÍNICO – E. histolyticaQUADRO CLÍNICO – E. histolytica
- varia da diarréia aguda e fulminante de cárater mucóide ou
sanguinolento acompanhada de febre e calafrios.
- forma branda caracterizada por desconforto abdominal leve
ou moderado com sangue ou muco nas fezes.
- Casos graves – as formas trofozoíticas se disseminam através da
corrente sanguínea (podendo levar a óbito).
- varia da diarréia aguda e fulminante de cárater mucóide ou
sanguinolento acompanhada de febre e calafrios.
- forma branda caracterizada por desconforto abdominal leve
ou moderado com sangue ou muco nas fezes.
- Casos graves – as formas trofozoíticas se disseminam através da
corrente sanguínea (podendo levar a óbito).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS – E. histolyticaMANIFESTAÇÕES CLÍNICAS – E. histolytica
- difícil classificação ; proposta OMS:
- Formas assintomáticas
- Formas sintomáticas
-AMEBÍASE INTESTINAL a) disentérica
b) colite não disentérica (E. dispar)
c) ameboma
d) apendicite amebiana
Complicações: perfuração do intestino, peritonite, hemorragia,
colite pós-disentérica, estenose.
- AMEBÍASE EXTRA INTESTINAL
- E.histolytica induz respostas celular e humoral porém não
indicativa de imunidade efetiva após a infecção.
- Mecanismos envolvidos pouco conhecidos.
- Casos assintomáticos: ausência de Ac no soro.
- Casos sintomáticos:
. presença de IgA, IgE, IgM e IgG.
. coproanticorpos (IgA e IgG)
- E.histolytica induz respostas celular e humoral porém não
indicativa de imunidade efetiva após a infecção.
- Mecanismos envolvidos pouco conhecidos.
- Casos assintomáticos: ausência de Ac no soro.
- Casos sintomáticos:
. presença de IgA, IgE, IgM e IgG.
. coproanticorpos (IgA e IgG)
IMUNIDADE – E. histolyticaIMUNIDADE – E. histolytica
Amebíase Intestinal: ulcerações pequenas da mucosa
Mucosa cecal ulcerada pela ação da hialuronidase produzida pelos trofozoítos
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
• DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
a) Parasitológico das fezes:- exame a fresco- técnicas de concentração - Hematoxilina férrica
Exame de fezes:
- material deve ser coletado e acondicionado adequadamente- ausência de urina, água ou fezes coletadas no solo, para
evitar a contaminação com amebas de vida livre- aspecto e consistência das fezes, presença de muco ou
sangue
Amostras Formadas
Amostras Pastosas
cistos
trofozoítos
Amostras Semiformadas
Amostras Semiformadas
Amostras
Líquidas
Amostras
Líquidas
b) Imunológico:-ELISA, imunofluorescência indireta, hemaglutinaçãoindireta,imunoeletroforese, imunodifusão.
c) Outros:- Retossigmóidoscopia: visualização de úlceras- Casos extra intestinais: raio X, ultra-sonografia e
tomografia
b) Imunológico:-ELISA, imunofluorescência indireta, hemaglutinaçãoindireta,imunoeletroforese, imunodifusão.
c) Outros:- Retossigmóidoscopia: visualização de úlceras- Casos extra intestinais: raio X, ultra-sonografia e
tomografia
DIAGNÓSTICODIAGNÓSTICO
Retossigmóidoscopia
- presença de úlce-ceras e exsudato purulento .
forma não ulcerada, a observação de exsudato purulento é menos freqüente
Amebíase Intestinal
TRATAMENTOSão divididos em 3 grupos:
1. Amebicidas que atuam diretamente na luz intestinal - derivados da quinoleína, antibióticos,teclosan ou falmonox(dicloroacetamínicos)
2. Amebicidas tissulares - cloridato de emetina, cloridato de diidroemetina (IM – muito tóxicas)cloroquina (fígado)
3. Amebicidas que atuam tanto na luz como nos tecidos -tetraciclinas, clorotetraciclina, oxitetraciclinasderivados imidazólicos.
Mais eficientes e mais usados: metronidazol, ornidazol, tinidazol, nitroimidazol, senidazol e tinidazol
- Detecção e tratamento dos casos assintomáticos;
- Exame dos manipuladores de alimentos;
- Educação sanitária – orientação da população em geral;
-Combate as moscas, que freqüentam lixos e dejetos humanos;
-Proteção aos alimentos e higienização;
-Verduras; 15’ em solução 3 gotas de iodo em 1 litro de água;
- Saneamento.
- Detecção e tratamento dos casos assintomáticos;
- Exame dos manipuladores de alimentos;
- Educação sanitária – orientação da população em geral;
-Combate as moscas, que freqüentam lixos e dejetos humanos;
-Proteção aos alimentos e higienização;
-Verduras; 15’ em solução 3 gotas de iodo em 1 litro de água;
- Saneamento.
PROFILAXIAPROFILAXIA
Não há ações específicas da Vigilância epidemiológica e nemnotificação.
a) GERAIS: impedir a contaminação fecal de água e alimentos –saneamento e controle de indivíduos contaminados.
b) ESPECÍFICAS:- higiene ;- vegetais em imersão para eliminar cistos;- evitar práticas sexuais anal-oral;- exame coproscópico dos membros da família e outros
contatos.
Não há ações específicas da Vigilância epidemiológica e nemnotificação.
a) GERAIS: impedir a contaminação fecal de água e alimentos –saneamento e controle de indivíduos contaminados.
b) ESPECÍFICAS:- higiene ;- vegetais em imersão para eliminar cistos;- evitar práticas sexuais anal-oral;- exame coproscópico dos membros da família e outros
contatos.
MEDIDAS DE CONTROLEMEDIDAS DE CONTROLE
b) ESPECÍFICAS (continuação):
- Inquéritos coproscópicos em ambientes coletivos (creche,quartel...).
- Fiscalização dos prestadores de serviço na área de alimentos.
c) ISOLAMENTO: em pacientes internados - precauções.Afastar pessoas infectadas de atividades de manipulação dealimentos.
b) ESPECÍFICAS (continuação):
- Inquéritos coproscópicos em ambientes coletivos (creche,quartel...).
- Fiscalização dos prestadores de serviço na área de alimentos.
c) ISOLAMENTO: em pacientes internados - precauções.Afastar pessoas infectadas de atividades de manipulação dealimentos.
MEDIDAS DE CONTROLEMEDIDAS DE CONTROLE
Referências para estudo:
AMATO NETO, V. Parasitologia: uma abordagem clínica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Guanabara Koogan, 2012.NEVES, D. P. Parasitologia humana. 13. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2016.REY, L. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.VERONESI, R.; FOCCACIA, R. Tratado de Infectologia. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2015.REY, L. Parasitologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
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