LOCAL HEMATOLÓGICO NEUROLÓGICO UROLÓGICO RESPIRATÓRIO
BOTHROPS
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CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES:
• AUSÊNCIA DE
EDEMA OU
EDEMA DISCRETO
• EDEMA PRONUNCIADO
• HEMORRAGIA
• EQUIMOSES
• DOR
• TEMPO DE COAGULAÇÃO
NORMAL
OU POUCO ALTERADO
• TEMPO DE COAGULAÇÃO
ALTERADO
• HEMORRAGIAS
• FACIES MIASTÊNICA
• CEGUEIRA
• OFTALMOPLEGIA
(PÁLPEBRAS CAÍDAS)
• AUSENTES
• OLIGÚRIA
• ANÚRIA
• HEMATÚRIA
MIOGLOBINÚRIA
(URINA DE COR ESCURA)
• HEMATÚRIA EVENTUAL
• INSUFICIÊNCIA
RESPIRATÓRIA
• AUSENTE NAS
PRIMEIRAS HORAS
• EDEMA PRONUNCIADO
• HEMORRAGIA
• EQUIMOSES
• DOR
• TEMPO DE COAGULAÇÃO
ALTERADO
• HEMORRAGIAS
• AUSENTES • HEMATÚRIA EVENTUAL• AUSENTE NAS
PRIMEIRAS HORAS
boletim informativo
acidentes ofídicos em animaisDepartamento Técnico Venco Saúde Animal
Figura 1: Cascavel – Crotalus durissus | Fonte: Fotos Bernarde, 2009; Figura 2: Surucucu – Lachesis muta |
Fonte: Fotos Sanjay Veiga, 2009; Figura 3: Bothrops jararaca - Fonte: http://zoologia.comunidades.net/index.
php?pagina=125893 0390_10; Figura 4: Micrurus ibiboboca | Fonte: foto M. R. Duarte. Tabela 1: Caracterização de acidentes causados pelos 3 principais gêneros de serpentes.
Os acidentes ofídicos em animais de produção ou de com-
panhia representam um problema em todo o mundo, normalmente
estando mais relacionados às proximidades rurais, sendo menos
comuns em ambientes urbanos, mas com provável subnotificação em
ambos os casos.
As mais de 2.500 espécies de serpentes existentes podem ser
divididas em dois grupos básicos: as peçonhentas, que são aquelas que
possuem a capacidade de inocular seu veneno, e as não peçonhentas.
Dentro do grupo das peçonhentas fazem parte quatro gêneros que com-
preendem inúmeras subespécies, são eles: os gêneros Bothrops e Micrurus
encontrados em todo o território nacional, e os gêneros Crotalus, que nor-
malmente se distribui pelas regiões Sul e Sudeste, e Lachesis, mais comum
na região Amazônica (AZEVEDO-MARQUES et al., 2003).
Dentre esses 4 gêneros, as maiores causadoras de acidentes
são as pertencentes aos grupos Bothrops e Crotalus sendo que, de forma
geral, aqueles causados por esse último grupo correspondem aos casos
mais graves. Esses gêneros, com exceção do Micrurus, possuem fosseta
loreal e dentes inoculadores bem desenvolvidos, o que favorece a
maior incidência de acidentes por Bothrops, Crotalus e Lachesis (PINHO;
PEREIRA, 2001).
A ocorrência de acidentes está relacionada ao clima e à ativi-
dade mais intensa em trabalhos rurais, sendo que os bovinos e os equinos
tendem a ser mais acometidos nos membros e abdômen, enquanto
cães e gatos são mais atacados na região do focinho (FUNASA, 2001),
apresentando diversas manifestações e um quadro clínico que pode se
diferenciar a depender do gênero causador do acidente e das caracte-
rísticas da peçonha.
O veneno pode sofrer variações em sua composição de
acordo com o gênero, espécie, idade do animal e hábitos das serpentes,
podendo apresentar uma ação proteolítica, coagulante ou hemorrágica
em maior ou menor grau, levando assim a diferentes quadros clínicos na
vítima, conforme tabela abaixo:
TRATAMENTO
O tratamento específico para acidente ofídico é
fundamentalmente feito com a administração de soro antiofídico, o mais
precocemente possível, e que tenha indicação para o gênero causador
do acidente. Como na maioria dos casos, a identificação não é possível,
pode se fazer uso de um soro polivalente.
Além do tratamento específico com soro, as medidas gerais
incluem procedimentos para tratar as alterações locais, como limpeza
do local de inoculação, analgésicos, debridação de tecido necrótico,
antibioticoterapia (se houver foco de infecção), fluidoterapia, soro
antitetânico e demais medicações que o veterinário julgar pertinentes
(PINHEIRO; PEREIRA, 2001).
Figura 5: Master Soro Plus – Soro antiofídico polivalente, Venco Saúde Animal
O soro disponível no mercado brasileiro que possui ação
contra acidentes causados pelos 3 gêneros principais de serpentes
(Bothrops, Crotalus e Lachesis) é o Master Soro Plus, da Venco Saúde
Animal, que possui em sua formulação imunoglobulinas de origem
equina que neutralizam 100 mg de veneno de Bothrops jararaca, 100
mg de veneno de Lachesis muta e 30 mg de veneno de Crotalus duris-
sus terrifi cus.
O soro deve ser administrado ao animal o quanto antes, na posologia
recomendada (que pode ser alterada a critério do Médico Veterinário)
de 1 frasco ou mais para casos leves ou 3 frascos ou mais para os casos
graves que, normalmente, são aqueles causados pelo gênero Crotalus.
MASTER SORO PLUS - RELATO DE CASO
Relato 1 - Cão Adulo SRD
Foi atendido na Unidade Hospitalar de Animais de Companhia da
PUC-PR, um cão adulto, com suspeita de acidente ofídico por Jararaca.
Ao exame físico, animal apresentava-se taquicárdico, com aumento de
sons pulmonares com crepitação, lesão ulcerada com sangue próxima
ao prepúcio, edema subcutâneo na região abdominal e hematoma
abdominal. Como exames complementares foram solicitadas análi-
ses hematológicas e bioquímicas. Como parte da terapia, o paciente
recebeu de imediato, a fl uidoterapia com solução de Ringer Lactato,
antibioticoterapia com Metronidazol e Amoxicilina + Clavulanato, Pro-
metazina, Furosemida e 2 frascos do soro antiofídico Master Soro Plus
da Venco, além de limpeza da ferida e demais medicações instituídas ao
longo do internamento.
Relato 2 - Égua Adulta Campolina
Foi relatado em Santo Amaro da Purifi cação, um caso de ofi dismo em
uma égua da raça Campolina, de 5 anos de idade, onde foi diagnosticado
acidente ofídico ocasionado por serpente do gênero Bothrops. O animal
apresentava picada na face palmar da quartela do membro anterior
esquerdo, edema generalizado da coroa do casco ao antebraço e peito,
sangramento e petéquias na mucosa vaginal e gengivorragia moderada.
Como terapia imediata foi realizada a aplicação de soro antiofídico poli-
valente Master Soro Plus da Venco Saúde Animal na dose de 300 mg,
via IV lenta; soro antitetânico em dose única, via intramuscular; corti-
costeróide, diurético e fl uidoterapia. O animal, após intensas terapias, se
reestabeleceu totalmente após 7 dias e recebeu alta com signifi cativa
melhora (SIQUEIRA, 2010).
Relato 3 - Cão Adulto
Um cão de 3 anos de idade foi atendido no Hospital Veterinário com
membranas pálidas, descarga nasal, miastenia, ptosis bilateral, nistágmo
e decúbito lateral, com histórico de acidente por serpente do gênero
Crotalus. Os resultados dos exames complementares demostraram um
consumo de fatores de coagulação associado a um estado hiperfi brinolí-
tico, que foi completamente revertido pela terapia com a administração
de 5 frascos do soro antiofídico Master Soro Plus da Venco, demons-
trando a efi cácia de sua utilização (WILMSEN, 2016).
CONCLUSÃO
Os soros são parte fundamental do tratamento de acidentes ofídicos
e se utilizados rapidamente possuem uma excelente capacidade de
neutralização das toxinas, oferecendo uma melhor evolução ao quadro
clínico do animal, conforme demonstrado nos três relatos existentes em
literatura.
0800 400 [email protected]
fb.com/vencosaudeanimal
REFERÊNCIAS1. AZEVEDO-MARQUES, M. M.; CUPO, P.; HERING, S. E. Acidentes por animais peçonhentos: serpentes peçonhentas. Medicina, Ribeirão Preto, 36: 480 – 489, abril/dezembro 2003.2. GONZÁLEZ, F.H.D.; SILVA, S.C. Patologia clínica veterinária: Texto introdutório. Porto Alegre: Gráfi ca da UFRGS, 2008. 358 p.3. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos. Ministério da Saúde. FUNASA. 2 ed. Brasília. p.120, 2001.4. LANGER, E.C.C. Acidente ofídico: Revisão bibliográfi ca e relato de caso. Traba-lho de Conclusão de Curso (TCC), Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2015. 5. PINHO, F.M.O.; PEREIRA, I.D. Ofi dismo. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 47, n. 1, p. 24-29, Mar. 2001 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000100026&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 04 de outubro de 2017. 6. SERAFIM, H., PECCININI-SEALE, D.M. & BATISTIC, R.F. Karyotypic studies of two Brazilian species of the genus Micrurus (Ophidia: Elapidae). Biota Neotrop. Jan/Apr 2007 vol. 7, no. 1. 7. SIQUEIRA, C.C. Acidente botrópico em equino no recôncavo baiano: relato de caso. Anais do IV Simpósio da Associação Brasileira de Médicos Veterinários de Equídeos - ABRAVEQ. Ciência Veterinária nos Trópicos, v. 13, Suplemento 2, Se-tembro, 2010.8. WILMSEN, M.O.; MONOBE, M.M.; SANTOS, B.; RIBEIRO, J.A.; OLIVEIRA, G.A.; TAKAHIRA, R.K. Crotalus durissus snake bite: pre and post treatment thromboelas-tometric changes – case report, 2016.
Figura 6A: Foto da lesão no dia 10 de abril de 2015, data em que o animal foi recebido para tratamento. Figura 6B:
Foto da cicatrização da lesão após tratamento no dia 29 de abril de 2015, após recuperação e alta do animal.
A B
Em relação ao tratamento adotado nesse caso, o mesmo corrobora
com outros autores, pois conta com a aplicação do soro antiofídico e
todo o suporte necessário para regressão das manifestações clínicas
(LANGER, 2015).
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