A inserção da tecnologia por meio de blog e webquest, em sala de aula, para o ensino de Geografia
Marlene Mendes¹
Eloiza Cristiane Torres²
RESUMO
Este trabalho pretende mostrar a importância da inserção das novas tecnologias em sala de aula como forma de adaptar-se as avanços da sociedade em que está inserida e, principalmente, aproximar-se mais do mundo do aluno e tornar o ensino da geografia mais eficaz. Vivemos uma época de incertezas causadas, em parte, pelas rápidas mudanças que ocorrem na sociedade e que se refletem por todas as instituições a ela relacionadas. A escola e a educação sentem no seu cotidiano estas incertezas e tem que lidar com elas, de forma a superá-las, em prol do seu desafio maior: formar cidadãos aptos a construírem uma vida digna e um mundo mais humanizado.
Palavras-chave: Internet, blog, Webquest e Geografia.
ABSTRACT
This study aims to show the importance of integrating new technology in the
classroom as a way to adapt to the progress of society in which they live and, above
all, closer to the world of the student and make the teaching of geography more
effectively. We live in an era of uncertainty, caused in part by the rapid changes
occurring in society and reflected by all the institutions related to it. The school and
education experience in their daily lives and these uncertainties have to deal with
them in order to overcome them, in favor of a greater challenge: to train citizens
capable of building a decent life and a more humane future.
Keys Word: Internet, blog, Webquest and geography.
Professora da rede estadual no Colégio Estadual Talita Bresolin, em Califórnia, PR. E-mail: [email protected]
²Professora Doutora do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Londrina, PR. E-mail
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INTRODUÇÃO
Este trabalho é resultado do Programa de Desenvolvimento Educacional -
PDE, ofertado pelo Governo do PR, possibilitando a Formação Continuada de seus
professores, com afastamento de 100% no primeiro ano e 25% no segundo ano,
período em que o professor volta às Academias e se atualiza teoricamente,
apropriando-se das inovações educacionais, objetivando suprir possíveis falhas no
sistema público de ensino e, tornar o professor mais apto para trabalhar com a
realidade que encontra nas escolas públicas. No primeiro ano de afastamento, com
a ajuda dos professores Orientadores das IES, escolheu-se o tema para o Projeto a
ser “construído” e implementado na Escola de origem no segundo ano.
Iniciou-se o PDE-2008, com orientações e palestras em Faxinal do Céu, no
município de Pinhão – Pr, onde tivemos o prazer de assistir várias palestras, entre
elas uma com o Prof. Dr. José Manuel Moran, onde o mesmo falava sobre a
utilização da tecnologia na educação com uma propriedade e prazer contagiante. A
partir daí, elaborou-se o pré-projeto onde a idéia era de trabalhar com as novas
tecnologias de informação e comunicação (Tics) que foi enviado à UEL
(Universidade Estadual de Londrina). A Profª Drª Eloiza Cristiane Torres, leu o
projeto e aceitou será a orientadora.
Como acontece com todas as mudanças, principalmente no que se refere à
educação, há aqueles, mesmo entre professores, que se colocam a favor e aqueles
que se colocam contra, cada um usando argumentos aparentemente válidos em
defesa do seu ponto de vista. Fica muito evidente que a maioria dos professores da
rede pública do Paraná é da geração pré-tecnológica e mantêm-se, quando não
contrários a ela – ainda naquela idéia pré concebida de que a mesma veio para
substituir o seu trabalho _ apáticos, avessos e arredios. Claro, trabalhar de forma
diferente do usual dá trabalho, muda aquela comodidade de anos, tira a
tranqüilidade e a certeza de que “o conteúdo é este e a aula foi dada”. Mas será que
“dar a aula” equivale a propiciar conhecimento ao aluno? Será que o aluno,
bombardeado diariamente pelos diversos tipos de tecnologias – mesmo que não
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tenha acesso a computador e internet – não tem necessidade e direito de uma forma
de aprender mais condizente com essa nova forma de ver o mundo? Foi pensando
nisso que me propus a elaborar o projeto intitulado: Construindo Home Page como
recurso pedagógico no ensino da Geografia. Após o término do trabalho, no período
da construção do material didático a ser implementado no segundo ano, viu-se que
criar uma Home Page era um pouco pretensioso, então, ainda com a ajuda da
orientadora, adaptou-se o trabalho para: Construção de blog e uso de webquest
como recurso pedagógico no ensino de Geografia.
A implementação do projeto foi executada no Colégio Estadual Talita Bresolin
– Ensino Fundamental e Médio, situado no Município de Califórnia, Paraná - BR. A
turma escolhida aleatoriamente, foi uma 2ª série do Ensino Médio. O perfil sócio-
econômico da turma é o de classe média, e a maioria dos alunos não possui
computador em casa. Dessa forma usamos o Laboratório Paraná Digital, para
acesso e execução do trabalho pretendido.
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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 CATEGORIAS DE ANÁLISE DA GEOGRAFIA
A Geografia ocupa, no currículo escolar, um lugar privilegiado na formação da
cidadania participativa e crítica. Ela ajuda os alunos a pensar a realidade e a atuar
sobre ela do ponto de vista da espacialidade, dimensão cada vez mais valorizada
pela ciência geográfica, dada à complexidade do mundo atual (Cavalcanti, 1999). O
presente projeto pretende implementar a formação da cidadania do aluno, inserindo
a tecnologia como ferramenta auxiliar no ensino de Geografia. A questão da
espacialidade tem muito a ganhar com o uso da tecnologia, pois ajuda os alunos a
se apropriarem de conceitos como: lugar, paisagem, região e território com mais
propriedade.
Ajudando na construção destes conceitos, básicos para o ensino da
Geografia, a tecnologia é um agente de mudanças capaz de revolucionar a
educação, pois possui ferramentas que podem trabalhar a serviço da mesma. Ao
falarmos em introduzir as Novas Tecnologias na Educação não podemos deixar de
lembrar que as mesmas já estão ficando obsoletas, e a educação brasileira, como
reflexo da própria sociedade, não a introduziu no seu cotidiano na proporção e
dimensão que necessitava, ficando à margem das inovações que a mesma trouxe
para outros setores socioculturais. Ainda assim, fazemos parte da chamada
sociedade do conhecimento e da tecnologia, o que faz necessário repensar o papel
da escola quanto às formas de construção da aprendizagem. A Escola deve propor,
com a ajuda da tecnologia, uma forma de ensinar que desenvolva nos alunos a
capacidade para lidar com as características da sociedade atual, que enfatize a
autonomia em busca de novas compreensões e produção própria de idéias e ações
criativas.
Segundo Moran (2000, p.44-46) é muito importante estabelecer uma relação
na prática com os alunos, conhecê-los melhor, descobrir seus interesses, sua
formação e suas perspectivas futuras. O sucesso pedagógico do professor está na
preocupação para com os alunos, na forma de se relacionar com eles, com uma
visão pedagógica inovadora, que pressupõe a participação dos estudantes. Então,
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não basta somente a inserção da tecnologia na prática diária para que a educação
se transforme e seus problemas estejam resolvidos, é preciso o desempenho de
todos os envolvidos nesse processo em busca de uma aprendizagem significativa.
O professor deve possibilitar ao aluno ações que o levem a encontrar sentido
e funcionalidade naquilo que estuda. Deve levá-lo a observar e interpretar o entorno
natural e humano, atiçado em sua curiosidade para compreender de que forma as
relações entre os fatos se processam e como interagem. O aluno deve se envolver
com o processo de aprendizagem e isso é mais fácil quando ele contextualiza o que
aprende com aspectos de seu próprio cotidiano. Moran enfatiza esta co-participação
do aluno durante todo o processo de ensino-aprendizagem. É importante motivá-los
a aprender, a avançar, a participar do processo de aulas-pesquisa, do uso de
tecnologias, entre ela a Internet.
Moran sugere a criação de uma página na Internet que possibilite o professor
e alunos um espaço, além do presencial, de encontro, de referência virtual. Embora
essa seja uma possibilidade ainda distante da realidade brasileira, em virtude da
grande desigualdade social, principalmente nas escolas públicas de Ensino Básico.
Agora, com os laboratórios de informática, professores e alunos podem entrar em
contato com essa realidade de forma mais consistente. O papel da Escola deve ser,
também, de mostrar aos alunos que as tecnologias podem levar a novas formas de
aprender, além do que, para a maioria dos alunos das nossas escola, o laboratório
de informática será uma forma de se preparar para a vida.
Aprender implica desconstruir uma informação verificando as suas relações,
seu contexto e significados, comparando, testando e produzindo sentido. Aprender
acorre quando aquilo que está sendo ensinado faz sentido, é concreto, fazendo
parte de uma construção social, mostrada na teoria de Vygotsky (l989, p.18, apud
Gutierrez), onde ele afirma que “o verdadeiro curso do desenvolvimento do
pensamento não vai do individual para o socializado, mas do social para o
individual”. No diálogo com o outro e posteriormente consigo mesmo originam-se as
primeiras manifestações da lógica. Um processo de reconstruir internamente uma
atividade externa que Vygotsky (1984, apud Gutierrez) chama de internalização.
Fundamentado em Marx, vê a consciência como originada na atividade prática,
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construída na interação dos seres humanos com o ambiente. A utilização da
Internet, por exemplo, desde que bem orientada, permitiria ao aluno esse diálogo
com o outro, consigo mesmo e, posteriormente, essa internalização.
Assim, faz-se necessário que professores reaprendam a ensinar, utilizando-se
agora de ferramentas tecnológicas, e transforme sua prática diária retornando ao
aprender, ao transformar-se, ao ensinar e transformar. Ensinar é um processo
dinâmico que deve adaptar-se ao contexto no qual está inserido, às transformações
globais, tecnológicas e, conseqüentemente, comportamentais. A Escola deve estar
sempre em busca de um conhecimento concreto, contextual e histórico, que faça
sentido para aqueles que estão em busca de formas de construir sua aprendizagem
e através dela, tornar-se um ser mais pensante, mais crítico, podendo ocupar mais
facilmente seu lugar na sociedade. Além de criarem desafios educacionais,
científicos e culturais, as novas tecnologias estão possibilitando o desenvolvimento
de um indivíduo diferente quanto aos seus hábitos, percepções, atitudes, gostos e
processos mentais, ou seja, uma nova cultura, apoiada nos recursos audiovisuais.
Esta nova cultura no mundo da educação pressupõe mudanças de
comportamento, concepções e métodos de ensino. Vieira (2001) apud Pazini diz:
“... É preciso repensar os instrumentos de ensino para que, integrando a educação global do indivíduo, possibilite sua participação como cidadão consciente das questões que envolvem seu espaço”.
Se a construção de sociedades verdadeiramente democráticas não pode
prescindir do direito de acesso ao conhecimento, a Escola, enquanto instituição da
sociedade tecnológica, “precisa lidar com a ciência na constituição dos campos de
conhecimento em que trabalha” (VIEIRA, 2001 apud Pazini), através de um ensino
produtivo que veja o conhecimento como um instrumento a serviço da compreensão
da realidade e de intervenção sobre ela.
Professores devem estar dispostos a renovar sua prática pedagógica,
dispostos a sair do ”conforto” de uma forma de ensinar que já não se enquadra nos
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padrões socioculturais nos quais os alunos estão inseridos e que, também não os
satisfazem como profissionais comprometidos com a educação, que mesmo tendo
pleno domínio dos conteúdos de suas respectivas disciplinas, acham-se atados a
uma prática que parece surtir pouco resultado e, por isso mesmo, está se tornando
extremamente cansativa e estafante. Mas, usar a tecnologia sem mudar a prática,
sem possibilitar ao aluno formas de construir, ele próprio, seu conhecimento, é
mascarar a forma tradicional de ensinar.
Professores devem primar por uma escola que colabore para formar homens
preparados para exercer seu papel como cidadãos plenos, portanto, o primeiro
passo é abandonar o medo do novo, do desconhecido, é ousar, buscando formas de
ajudar o aluno a construir um conhecimento que faça sentido para ele e que, por
isso mesmo, deixe de ser uma tarefa tão árdua. Para tanto devem se apropriar das
ferramentas que a tecnologia coloca a disposição e passar a usar computadores
conectados a Internet, apresentações multimídia, vídeo conferências, etc., como
aliados, já que a geração que freqüenta nossas escolas é completamente atraída
por elas e adaptam-se facilmente ao seu uso.
1.2 O COMPUTADOR, A INTERNET E A ESCOLA
Os computadores podem e devem ser usados para ensinar. A quantidade de
programas educacionais e as diferentes modalidades de uso do computador
mostram que esta tecnologia pode ser bastante útil no processo de ensino-
aprendizagem. A análise desses programas mostra que, num primeiro momento,
eles podem ser caracterizados como simplesmente uma versão computadorizada
dos atuais métodos de ensino. A história do desenvolvimento do software
educacional mostra que os primeiros programas nesta área são versões
computadorizadas do que acontece na sala de aula. Entretanto, isto é um processo
normal que acontece com a introdução de qualquer tecnologia na sociedade
(Valente 1993). O papel do professor é de dar um sentido ao uso da tecnologia,
produzir conhecimento com base em um labirinto de possibilidades.
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O computador veio para ficar e transformar nossas vidas e, direta ou
indiretamente, vai fazendo parte da forma contemporânea de ser e de viver. É uma
ferramenta que oferece inúmeras possibilidades, principalmente através da internet,
de interligar povos, conhecimentos, informações e, portanto, situar aquele que o
acessa em contato virtual e em tempo real com o mundo. A Escola deve, então, se
preparar para utilizá-lo na sua prática diária, não como disciplina curricular, como
bem lembra Valente (2002), mas como uma ferramenta de cunho didático que venha
enriquecer a relação professor-aluno e continua, indagando:
“... Sem o conhecimento técnico será possível implantar soluções
pedagógicas e vice versa; sem o pedagógico os recursos disponíveis serão
adequadamente utilizados?”
Embora as sofisticações tecnologias sejam ainda maiores, existem dois
aspectos que devem ser observados na implantação destas tecnologias na
educação. Primeiro, o domínio do técnico e do pedagógico não deve acontecer de
modo estanque, um separado do outro. É irrealista pensar em primeiro ser um
especialista em informática ou em mídia digital para depois tirar proveito desse
conhecimento nas atividades pedagógicas. O melhor é quando os conhecimentos
técnicos e pedagógicos crescem juntos, simultaneamente, um demandando novas
idéias do outro. O domínio das técnicas acontece por necessidade e exigência do
pedagógico e as novas possibilidades técnicas criam novas aberturas para o
pedagógico constituindo uma verdadeira espiral de aprendizagem ascendente na
sua complexidade técnica e pedagógica.
O segundo aspecto diz respeito à especificidade de cada tecnologia com
relação às aplicações pedagógicas.
“... O educador deve conhecer o que cada uma destas facilidades tecnológicas tem a oferecer e como podem ser exploradas em diferentes situações educacionais. Neste aspecto, a experiência pedagógica do professor é fundamental. Conhecendo as técnicas de informática para a realização dessas atividades e sabendo o que significa construir conhecimento, o professor deve indagar se o uso do computador está ou não contribuindo para a construção de novos conhecimentos (Valente 1999a)”.
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O temor de alguns educadores de que o computador venha a substituí-los
não tem fundamento. O processo ensino-aprendizagem necessita da presença do
professor, do direcionamento que esse possibilita e da relação humana que ocorre e
que desenvolve o lado afetivo e os valores de cada aluno. Também não se deve
esperar que o uso do computador, por si só, seja capaz de transformar a educação e
concorrer para que os problemas da mesma sejam sanados. O seu uso, como o de
qualquer outra ferramenta, depende da habilidade do professor, de seu empenho em
ver o aluno apaixonar-se pela disciplina que leciona, tanto quanto ele próprio, porque
a compreende e, a partir dela, amplia sua visão de mundo. Dentre as possibilidades
que o computador oferece está a Internet, que permite à educação o uso de texto,
sons, imagens e vídeo que, bem explorados, podem facilitar a contextualização do
conteúdo selecionado, especialmente em Geografia, onde imagens mostram o
espaço com suas diferenças naturais e humanas. Permite ainda, que professores e
alunos acessem informações e conhecimentos gerados em quaisquer partes do
mundo; e que também socializem seus conhecimentos, seus progressos, motivando-
os com uma nova forma de aprender.
Segundo Zapata Ros (2004, apud Oliveira e Costa), há três grandes razões
para que se considere hoje a utilização didática da Internet:
1 Ela muda fortemente as formas docentes de atuar, fazendo que surjam novas modalidades de “aula”;
2 Ela altera drasticamente a metodologia, propiciando formas independentes ─ mas colaborativas ─ de trabalho;
3 Ela cria novas metodologias, no estudo das quais podemos que estamos apenas começando um longo caminho de pesquisas e discussões.
De acordo com Teixeira, em seu artigo sobre o uso da Internet na Educação,
esta pode contribuir com o Ensino de forma totalmente diferente de outras
ferramentas no que se refere a:
• Capacidade de desenvolver raciocínios mais complexos: os alunos encontram problemas reais, muitas vezes através de suas fontes originais,
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sem simplificações, e se envolvem contribuindo para sua resolução. Existem recursos multimídia para visualizações e simulações.
• Maior senso crítico: os alunos percebem que existem diferentes pontos de vista para os mesmos assuntos, que nem tudo o que se publica é correto. Estabelecem critérios para aceitação de fatos divulgados. Comparam suas produções com as de outros antes de as publicarem.
• Capacidade de comunicação: os alunos participam ativamente de projetos em que têm de se expressar, defender suas idéias, consultar especialistas, entender outras culturas e se fazer entender.
• Visão menos compartimentada do conhecimento: os alunos navegam pelo hiperespaço, onde o conhecimento não é separado por disciplinas. Os vários projetos publicados na rede oferecem um incentivo à interdisciplinaridade.
• Formação facilmente integrada ao mercado de trabalho: jovens que aprenderam a utilizar a Internet poderão utilizar melhor os recursos dessa ferramenta cada vez mais indispensável para a realização de tarefas profissionais.
Ainda citando Zapata Ros, apud Costa e Oliveira, autor que estuda a
importância da Internet para a aprendizagem:
“... Internet es um entorno que presuponde uma naturaleza social específica, la de individuos, grupos, etc., comunicados a través de la red y com su mediación, y también entraña um processo a través del cual los aprendices crean uma zona virtual de desarrollo próximo: la red aumenta lo que el alumno es capaz de aprender com el concurso de los demás “( 1998, p.31).
“... A Internet é algo que está a nossa volta e que pressupõe uma natureza específica, a dos indivíduos, grupos, etc., comunicados através da rede com sua mediação e que também envolve um processo através do qual os aprendizes criam uma zona virtual de desenvolvimento próximo: a rede aumenta o que o aluno é capaz de aprender com o concurso dos demais. (tradução nossa)”.
O uso da internet coloca nas mãos dos alunos a mais rápida e atualizada
biblioteca do mundo, no entanto, o resultado de sua utilização como ferramenta
pedagógica vai depender da forma como for explorado, do objetivo que o professor
se propuser a alcançar. Seu potencial revertido em favor da ação educativa, não só
com pesquisas, mas também com visitas a museus, observação do planeta como
um todo ou de partes específicas dele, em sites próprios, que mostram até as
formas de relevo de algumas regiões que seriam impossíveis de serem visitadas
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pelos alunos, tornam-na uma grande aliada do professor na tarefa de revolucionar
nosso modo de ensinar.
Para que isso se efetive, é necessário que os professores se preparem se
fundamentem instrumental e teoricamente, despertando seu próprio interesse e dos
alunos. Se capacitem para um trabalho inovador, que fuja da ida aos laboratórios de
informática para simples abertura de páginas, que serão copiadas de forma
automática, e sim que estas sirvam como meio para despertar a criatividade, o
interesse pela leitura e a escrita e que contribua para a melhoria da todo o processo
de ensino-aprendizagem.
Como qualquer outra ferramenta, o computador e a Internet exigem cuidados
e objetividade no seu uso, pois sem um plano pré-estabelecido ele em nada
colaborará para que a prática se enriqueça e o aluno venha a usá-lo em beneficio de
seu crescimento e não apenas como uma forma de se passar o tempo da aula, sem
concorrer para a pesquisa, a investigação, e um pensar mais elaborado. A utilização
desta tecnologia deve voltar-se para uma nova forma de ensinar que leve os alunos
a utilizar-se dos computadores para aprender, mas de uma forma ativa e crítica, que
os prepare para tornarem se cidadãos livres e autônomos, sujeitos do seu processo
educacional. Para Moran é necessário aprender a usar a Internet, para que, não se
transforme em mais uma forma de colagem de textos:
... A distância hoje não é principalmente a geográfica, mas a econômica (ricos e pobres), a cultural (acesso efetivo a educação...), a ideológica (diferentes formas de pensar e sentir) e a tecnológica (acesso e domínio ou não das tecnologias de comunicação). Uma das expressões claras de democratização digital se manifesta na possibilidade de acesso à Internet e em dominar o instrumental teórico para explorar todas as suas potencialidades (MORAN, 1997).
O professor fica como mediador entre o aluno e a oportunização do mesmo
em usar o computador e, acessando a Internet, sentir-se parte de um todo,
interligado ao mundo e construtor de sua história. Isso exige da educação
transformações radicais, reavaliando teorias e reinventando estratégias e práticas
que coloquem a tecnologia como colaboradora, adaptando-a a suas exigências e
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necessidades e não o contrário. O professor deve estar atento para que, ao se ligar
em rede, o aluno não se disperse do trabalho proposto Moran, em seu artigo: Como
usar a tecnologia na escola (2007), comenta:
“... A matéria prima da aprendizagem é a informação organizada, significativa: a informação transformada em conhecimento. A escola pesquisa a informação pronta, já consolidada e a informação em movimento, em transformação, que vai surgindo da interação, de novos fatos, experiências, práticas, contextos”. E acrescenta: “As tecnologias nos ajudam a encontrar o que está consolidado e a organizar o que está confuso, caótico, disperso. Por isso é tão importante dominar ferramentas de busca da informação e saber interpretar o que se escolhe, adaptá-lo ao contexto pessoal e regional e situar cada informação dentro do universo de referências pessoais”.
Para dar conta de tantas mudanças, o professor precisa ter, ele próprio, uma
redefinição do seu papel atual como educador: terá que tornar-se um misto de tutor
presencial, programador, facilitador ou mediador de uma aprendizagem, agora
permeada por materiais multididáticos, ou um pesquisador que com seus alunos,
constrói o conhecimento? Essa complexidade de seu papel exige uma formação
continuada totalmente nova, que dê a ele embasamento para fundamentar-se e
instrumentalizar-se, de forma a acompanhar as mudanças e, mais que isso,
participar efetivamente delas, em prol de uma escola pública de qualidade.
Este trabalho procura oportunizar aos professores a utilização de
computadores e o uso da Internet, como uma nova forma de ajudar os alunos a
construir seu conhecimento, e principalmente, junto com eles e a partir de conteúdos
específicos de geografia; criar blogs e trabalhar neles com webquets.
1.2.1 Blog
Weblog ou simplesmente blog são palavras que já fazem parte do nosso
cotidiano e das nossas escolas através dos professores ou de alguns alunos mais
entusiastas e mais familiarizados com o uso da Internet. O blog possibilita um
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conjunto de práticas educativas que oportuniza uma grande diversidade de
abordagens.
A tecnologia favorece a aproximação entre professores e alunos. Através de
recursos disponíveis na Web é possível criar verdadeiras comunidades virtuais e
permitir que a construção do conhecimento se dê de forma prazerosa, natural e
divertida. Uma das possibilidades é a utilização da ferramenta blog na prática
pedagógica, este recurso pode ser um diferencial e auxiliar significativamente no
desenvolvimento da escrita, na relação interpessoal e ainda, no resgate de valores
por vezes esquecidos de serem trabalhados pelo professor.
Segundo STAA (2006),
“... O blog é um site cujo dono usa para fazer registros diários, que podem ser comentados por pessoas em geral ou grupos específicos que utilizam a Internet. Em comparação com um site comum, oferece muito mais possibilidades de interação, pois cada post (texto publicado) pode ser comentado”.
Criar um blog é muito fácil e rápido, não exige conhecimentos profundos de
informática, nem instalação de programas para a publicação e atualização, além de
ser possível encontrar na Web inúmeros serviços gratuitos que permitem a
publicação dessa nova maneira de se publicar registros e compartilhar ideias.
1.2.2 Webquest
O conceito foi criado em 1995 por Bernie Dodge, professor da San Diego
State University, na Califórnia (EUA) tendo como proposta metodológica o uso da
Internet de forma criativa. A Webquest é uma atividade investigativa onde as
informações com as quais os alunos interagem provêm da internet.
A grande vantagem do Webquest é dar um outro enfoque à questão da
pesquisa na Internet. Os alunos entram na rede buscando temas definidos, com
tarefas específicas. E, constrói o seu próprio conhecimento a partir do momento em
que manipula o computador utilizando o ambiente virtual de aprendizagem..
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Segundo Moran “resolver um Webquest é um processo de aprendizagem
interessante, porque envolve pesquisa e leitura; interação e colaboração e criação
de um novo produto a partir do material e idéias obtidas”.
Ainda segundo Moran: “A webquest propicia a socialização da informação:
por estar disponível na Internet, pode ser utilizada, compartilhada e até reelaborada
por alunos e professores de diferentes partes do mundo. O problema da pesquisa
não está na Internet, mas na maior importância que a escola dá ao conteúdo
programático do que à pesquisa como eixo fundamental da aprendizagem”.
Para elaborar uma webquest, o professor deve apresentar a temática de
maneira envolvente, para que os alunos fiquem instigados a realizar a pesquisa. Em
seguida, ele se encarrega de formular perguntas que os alunos terão que responder,
mostra a forma como irá avaliá-los e pede a conclusão do trabalho, tudo na forma de
tópicos. As atividades podem ser feitas em softwares como Microsoft Word e
Microsoft PowerPoint, ou educacionais de autoria, como o Visual Class. Pode-se
também, editar a webquest diretamente em um blog (diários na internet).
A estrutura de uma webquest é composta de:
• Introdução - Determina a atividade.
• Tarefa - Informa o software e o produto a serem utilizados.
• Processo - Define a forma na qual a informação deverá ser organizada (livro,
vídeos, etc.).
• Fonte de informação ou recurso - Sugere os recursos: endereços de sites, páginas
da Web.
• Avaliação - Esclarece como o aluno será avaliado.
• Conclusão - Resume os assuntos explorados na webquest e os objetivos
supostamente atingidos.
• Créditos - Informa as fontes de onde são retiradas as informações para montar a
webquest, quando página da Web coloca-se o link, quando material físico coloca-se
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a referência bibliográfica. É também o espaço de agradecimento às pessoas ou
instituições que tenham colaborado na elaboração.
Nos endereços abaixo encontramos alguns recursos de uma webquest e
como elaborar uma:
http://webquest.sp.senac.br/textos/como/#publique-a-webquest
http://www.webeduc.mec.gov.br/webquest
Para Piaget, o processo de construção do conhecimento acontece da
seguinte maneira, o sujeito aprende por meio de processos que desencadeiam
situações de desequilíbrio das estruturas cognitivas, ou seja, é necessário que
passe por um processo de assimilação desses novos elementos, reajustando esses
artifícios possibilitando então o processo de acomodação. Nesse sentido, “a
assimilação consiste em atividade transformadora exercida sobre o objeto e a
acomodação em atividade transformadora do sujeito sobre si mesmo, para atender
aos desafios provindo do objeto”. (Becker, 2001, p. 84 - apud Maira T. L. Penteado e
Gisele D. Fernandes).
2 METODOLOGIA – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Antes: Diagnosticou-se, em sala de aula, o conhecimento prévio dos alunos sobre
biomas. O interesse da turma pelo tema chamou a atenção.
Durante: A turma foi dividida em grupos de dois, e cada uma das duplas ficou
encarregada de pesquisar o tema para, posteriormente, elaborar as atividades
pedidas na webquest.
Depois:Houve um avanço significativo no que se refere à assimilação do conteúdo
por parte dos alunos, percebida em discussões posteriores.
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3 ASPECTOS PEDAGÓGICOS
Um aspecto pedagógico que enriquece o trabalho com webquest é a
possibilidade de seu uso por diversas clientelas, com realidades diferentes, mas que
podem construir seu conhecimento usando novas tecnologias e solucionando tarefas
de forma criativa.
O trabalho com webquest baseia-se na convicção de que aprendemos mais e
melhor com os outros do que sozinhos. Este tipo de trabalho, portanto, promove a
aprendizagem cooperativa, colocando pessoas em contato com pessoas,
estimulando o aluno a transformar ativamente a informação e incentivando a
criatividade. Nele, professores e alunos podem observar melhor como ocorre a
percepção da informação e os processos de apropriação, construção e aplicação do
conhecimento.
Outro aspecto importante é que oportuniza o trabalho de autoria do professor,
propiciando uma nova forma de ensinar e aprender, favorecendo o
compartilhamento dos saberes pedagógicos, pois é uma ferramenta aberta à
cooperação e intercâmbio docente de acesso livre e gratuito.
O primeiro Blog Blogando com a Geografia
(http://geografianotalita.blogspot.com) foi criado nos encontros com a Orientadora,
na UEL, como teste para posterior trabalho de implementação. A partir disso fomos
apresentados às diversas possibilidades de trabalho como o de Webquest editada
diretamente dentro do blog. Nesse tipo de trabalho o aluno é levado a fazer suas
atividades de forma mais ampla, uma vez que terá que pesquisar em vários sites e
elaborar a resposta que lhe parecer mais coerente.
Blogando com a Geografia Este é um espaço para que os "amantes" da Geografia possam trocar informações,
postar curiosidades, novidades, sugestões para aulas mais dinâmicas.
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SEGUNDA-FEIRA, 11 DE MAIO DE 2009
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SEXTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 2008.
GEOGRAFIA
Nada como um poema de Shakespeare para iniciar um bate papo que prioriza a Geografia. De acordo com a Prof.ª Drª Lana S. Cavalcanti, em seu livro Geografia, Escola e Construção de Conhecimentos: "Entre o homem e o lugar existe uma dialética, um constante movimento: se o espaço contribui para a formação do ser humano, este, por sua vez, com sua intervenção, com seus gestos, com seu trabalho, com suas atividades, transforma constantemente o espaço”. Assim, quanto mais tivermos conhecimento de nós mesmos, quanto mais aguçarmos nossa sensibilidade, também mais criteriosa vai ser nossa intervenção no espaço que nos cerca.
Postado por Marlene Mendes às 02:33 0 comentários
O MENESTREL
(William Shakespeare)
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se levam anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la... E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam... Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa... por isso sempre devemos deixar as pessoas que
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amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa aonde já chegou, mas para onde está indo... mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão... e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens... Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém... Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.
Postado por Marlene Mendes às
TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2008.
Vamos blogar com Geografia?
Postado por Marlene Mendes às 14:47
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4 IMPLEMENTAÇÃO
De volta à escola, no presente ano letivo, fomos à implementação do Projeto
construído no ano anterior, com a finalidade de melhorar a qualidade do ensino
público e possibilitar ao aluno a construção de um conhecimento efetivo, capaz de
levá-lo a reflexões sobre o seu papel como pessoa e cidadão.
O trabalho em sala de aula, da forma tradicional, com aulas expositivas, tem se
mostrado cada vez menos eficaz menos atraente para o aluno, menos capaz de
levá-lo a se interessar pelo que está sendo ensinado e, portanto, a se apropriar de
um conhecimento que venha fazer diferença na sua própria vida e também para o
grupo social no qual está inserido. Assim, procurando utilizar o conhecimento prévio
do aluno e de seu grupo, a implementação do trabalho com blog e Webquest foi
orientada de forma a enriquecer esse conhecimento através da pesquisa, onde ele
aprenda a selecionar, a não se contentar com a primeira informação, a fazer
comparações, a perceber que a internet pode e deve ser utilizada para aprender.
• De início aplicou-se um questionário para verificação da opinião dos alunos sobre
o uso da informática na educação e do acesso dos mesmos a computadores e
internet. Como resultado constatou-se que, numa turma com 31 alunos, apenas
12 têm computador em casa e destes, apenas 09 acessam a internet. No
entanto, 22 deles já usaram ou usam internet fora de casa, geralmente para
lazer. Indagados se gostariam que seus professores usassem mais o laboratório
de informática durante as aulas, apenas 02 disseram que não (destes, um disse
preferir “aulas normais” e outro que só valeria a pena para usar a internet).
• Na sequência os alunos conheceram alguns blogs e webquest – através de
imagens - e foram orientados sobre a forma como iriam trabalhar. Ficaram
bastante ansiosos com a ida ao laboratório, mas... aí começaram os empecilhos :
os computadores do laboratório Paraná Digital, no primeiro momento, não
possibilitavam acesso a blogs. Antes que fossem postas em prática formas
alternativas de continuar o trabalho, o problema foi solucionado e pode-se
acessar normalmente o blog.
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• Primeira ida ao laboratório e outro percalço: os alunos já haviam sido
cadastrados, mas não sabiam suas respectivas senhas.
• Enfim, munidos de senhas e em grupos de dois, puderam acessar o blog e a
webquest para conhecerem o tipo de trabalho que fariam.
• Outro momento de descobertas: alguns alunos pareciam não estar gostando
daquele momento, pareciam apáticos e alheios.
• Elaboração e aplicação de novo questionário para tentar descobrir o que não
estava dando certo para alguns. Três alunos não tinham nenhuma noção de
computação e isso os tornava “diferentes” da turma, intimidando-os. Foram
orientados a freqüentar o laboratório em horário alternativo e com a ajuda do
responsável, adquirir noções básicas de computação.
• Novamente no laboratório puderam dar prosseguimento ao trabalho onde
acessaram o endereço eletrônico da webquest já elaborada para iniciarem a
elaboração dos trabalhos.
Biomas terrestres
Os seres vivos não se encontram distribuídos homogeneamente sobre a Terra, mas vivem estreitamente ligados aos fatores ambientais, ocupando amplas regiões chamadas biomas. Os climas regionais podem ser descritos em função dos diversos tipos de biomas que existem no planeta. Estes se caracterizam por uma combinação de temperatura, umidade, vegetação e fauna associadas a uma determinada área.
SEGUNDA-FEIRA, 11 DE MAIO DE 2009
Introdução
Esta webquest é dirigida aos alunos da 2ª série do Ensino Médio, da disciplina de Geografia. Com a realização deste trabalho pretende-se alcançar três objetivos principais:
• Familiarizar os alunos com o uso de computadores e internet como
auxiliares na e da aprendizagem;
• Compreender, através da pesquisa, como são os diversos biomas
terrestres e,
• Trabalhar em equipe.
Postado por Marlene Mendes às 17:39 0 comentários
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Tarefas
A pesquisa deverá ser entregue digitada e, posteriormente, será debatida em
sala de aula. Portanto, os dois membros do grupo devem estar preparados para
perguntas pré-elaboradas pelo professor e que vão direcionar o debate e possibilitar
a verificação da apropriação ou não do conteúdo.
Postado por Marlene Mendes às 17:37 0 comentários
Processo
Divididos em grupos de dois, vocês terão uma semana para pesquisar e responder:
- O que são biomas terrestres?- Em que se diferenciam biomas de ecossistemas?
- Quais são os principais biomas terrestres?- Em qual bioma se enquadra nosso Estado?
- Mostrar, através de mapa, como se distribuem os biomas pelo planeta e também no Brasil.
Na segunda semana elaborarão um quadro com os principais biomas
terrestres e suas características: vegetação, clima (temperatura, umidade e
precipitações), tipo de solos predominantes e o grau de diversidade. Na última aula
de geografia da segunda semana o trabalho deverá ser entregue e começarão os
debates orientados em sala.
Postado por Marlene Mendes às 17:34 0 comentários
Recursos
Nos endereços abaixo vocês podem diferenciar biomas de ecossistemas e
também encontrar mapas da distribuição dos biomas terrestres. Algumas páginas de
web que serão úteis e nas quais encontrarão informações para realizar a tarefa são:
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal
http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=5480&iLingua=1
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http://ciencia.hsw.uol.com.br/biomas2.htm
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/campos/biomas-terrestres.php
Aqui vocês podem pesquisar sobre biomas brasileiros:
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-taiga/biomas-terrestres.phphttp://ciencias3c.cvg.com.pt/biomas.htm
http://www.sapo.salvador.ba.gov.br/arq/biomas_arquivos/frame.htm
http://www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/biomas.htm
http://www.brazadv.com/brasil/biomas.htm
Podem também ser usados livros, revistas, jornais e outras fontes de pesquisa a que tenham acesso.
Postado por Marlene Mendes às 17:18 0 comentários
Avaliação
Os trabalhos serão avaliados conforme instrução que segue:
Trabalho escrito: 50% do valor mensal para trabalhos, sendo:
- conteúdo : 60% da nota total do trabalho
- ortografia e gramática: 10% ( ausência de erros ortográficos e gramaticais)
- mapas e fotografias: 20%( de acordo com o texto e de fácil entendimento)
- apresentação: 10% ( capricho, organização, cuidados que mostrem a
compreensão de como elaborar a pesquisa e apresentá-la ao professor)
Postado por Marlene Mendes às 17:15 0 comentários
Conclusão
Concluído esse trabalho pretende-se que os alunos tenham adquirido conhecimentos que lhes permitam ver o nosso planeta como um conjunto de biomas em interação constante, onde o ser humano é parte integrante e que todas as suas ações repercutem no ambiente e na qualidade de vida dos seres vivos. Os alunos, concluída a pesquisa, poderão propor sugestões para melhorar a webquest e discutir as dificuldades que encontraram para a realização do trabalho, bem como expor suas opiniões sobre as vantagens e/ou desvantagens desse tipo de trabalho.
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Postado por Marlene Mendes às 17:13 0 comentários
Créditos
Informar as fontes que foram utilizadas para elaboração do trabalho.
Postado por Marlene Mendes às 15:45 0 comentários
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• Durante todo o trabalho, os alunos foram utilizando os seus conhecimentos
prévios sobre o tema proposto e trocando entre eles os saberes básicos de cada
um do grupo, numa tentativa de construção coletiva sobre o tema. Isso
possibilitou o enriquecimento na elaboração e apresentação dos trabalhos.
• O trabalho foi sendo construído por eles, sempre tendo a possibilidade de entrar
em contato o professor, na própria escola ou através de email. Foi o momento
mais gratificante: participar da construção do trabalho com os alunos, intermediar
as discussões, as novas idéias, verificar que os alunos se percebem capazes de
superar desafios e irem à busca do conhecimento.
• Terminada a pesquisa enviaram o trabalho, conforme orientação, por email e na
aula seguinte houve mesa redonda para troca de informações sobre o conteúdo,
discussão sobre as dificuldades na elaboração do trabalho usando webquest e
pode-se verificar maior espontaneidade na exposição de idéias, na proposição de
novos trabalhos e no interesse da maioria dos alunos.
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CONSIDERAÇÕES
Durante esse primeiro momento de pesquisa e de apresentação das novas
possibilidades de aprendizagem através do uso do laboratório de informática,
observou-se que os alunos querem e necessitam de inovações, que têm noção de
que a relação na sala de aula é muito massacrante para os padrões atuais e que
gostariam de mudar isso. Mas fica claro, também, que precisam do papel mediador
do professor para se apropriarem de novas formas de adquirir conhecimento,
reconhecendo nele o orientador dos trabalhos e aquele capaz de ensinar através de
formas novas de aprender. O professor precisa ter claro seu posicionamento frente
às ferramentas tecnológicas a favor da educação, é isso que vai direcionar a forma e
a profundidade com que seus alunos vão construir o conhecimento.
Com a evolução da tecnologia e a disponibilidade que as escolas têm de
acessá-la no seu cotidiano, esta deve ser usada para criar formas de ensinar e de
aprender mais contextualizada, onde imagens, textos e sons mostrem os ambientes
geográficos criados e modificados a cada instante pelo trabalho e interferência do
homem.
Ao iniciar o trabalho procurou-se mostrar aos alunos que o uso de webquest
no ensino de Geografia devia ser entendido como uma forma de se apropriar do que
a tecnologia dispõe de melhor e, através de pesquisas bem feitas, aliadas a boa
vontade em aprender, que pode levar a mudança na forma de compreender a
realidade que lhes cercam. Isso torna possível mudar a percepção de conceitos
sobre lugar, território, paisagem e região, que são categorias de análise da
Geografia e que fazem pensar a realidade e a atuar nela do ponto de vista da
espacialidade, dimensão cada vez mais valorizada pela ciência geográfica dada a
complexidade do mundo atual. (Cavalcanti, 1999).
O uso de Webquest abre um leque de possibilidade que faz com que os
conceitos estanques das aulas expositivas tenham uma nova dimensão: a da
construção da aprendizagem que considerarão formas mais contextualizadas,
pontuadas de imagens, de pontos de vista diversos, que pode muito mais facilmente
promover uma aprendizagem cooperativa e, pelo seu aspecto pedagógico, dinâmico,
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amplo, informativo e investigativo, estimular a elaboração do pensamento com maior
embasamento, com continualidade, mudando sua visão de mundo à medida que
esse pensamento o coloca no papel de cidadão participativo.
Mas não se pode considerar que essa ferramenta tecnológica, ou qualquer
outra, por si, traga melhoras para a forma de ensinar e aprender. O ensino e a
aprendizagem devem partir da vontade do professor em ensinar e da vontade do
aluno em aprender. Isso, aliado a um planejamento coerente, podem fazer a
diferença, pode inserir a escola nas mudanças que se processam ao redor dela. O
uso dos computadores e da internet e o trabalho com blogs e webquest, além de
tudo, cria entre professores e alunos um novo vínculo, importante para que todo o
processo da aprendizagem realmente aconteça.
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REFERÊNCIAS
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