Campina Grande, REALIZE Editora, 2012
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A CONTRIBUIO DO ENSINO DE HISTRIA NA APRENDIZAGEM E NA
FORMAO SOCIAL DO ALUNO.
Andria de Sousa e Silva
(Acadmica do curso de Pedagogia- UFPI)
Sueli Lima Santos
(Acadmica do curso de pedagogia- UFPI)
RESUMO
O presente texto tem por finalidade debater as influncias do Ensino de Histria na aprendizagem e
sua contribuio na construo da identidade social do aluno, tendo como base as informaes
fornecidas pelos PCNS (Parmetros Curriculares Nacionais) da disciplina de Histria e Geografia,
sendo que o mesmo fornece subsdios fundamentais aos educadores do ensino fundamental no
processo de ensino- aprendizagem, alm de propor que as escolas pblicas cumpram seu papel na
formao pessoal e social do indivduo. Para ampliar nossas informaes realizamos uma pesquisa de
campo com observaes e entrevistas semi-estruturadas que foram relevantes ao nosso estudo de caso,
contudo, foi possvel perceber que o Ensino de Historia na maioria das vezes est centrado em uma
aprendizagem mecnica e linear, sem uma reflexo a cerca das informaes construdas. Objetivamos,
assim, analisar nesse artigo a importncia do ensino de Histria na construo do conhecimento de
homem e de mundo, levando em considerao os valores sociais, tnicos, polticos e culturais.
Partindo dessa ideia, compreendemos que o contexto social da educao, envolve os fatores
cognitivos, afetivos e sociais, sendo esses essenciais para uma sociedade que busca construir a
identidade scio-cultural do sujeito, enquanto ser histrico. Ressaltando, ainda a complexidade da
educao na aquisio do conhecimento, principalmente no que se refere ao Ensino de Histria, no
qual enfatiza aes passadas, presentes e futuras que esto intrinsecamente relacionadas ao homem.
Diante dos aspectos abordados vimos que o Ensino historia tem muito a contribuir na formao social
do aluno, desde que seja trabalhado de forma adequada ao contexto dos educandos.
Palavras- chave: aprendizagem, identidade social, aluno, Ensino de Histria.
1. INTRODUO
Diante da complexidade do Ensino de Histria e da sua importncia no currculo
escolar optamos por estudar A Contribuio do Ensino de Histria na Aprendizagem e na
Formao Social do Aluno, com a finalidade de conhecer e refletir sobre como est sendo
trabalhado o Ensino de Histria na escola e se existe uma relao com a realidade social do
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educando. Partindo dessa reflexo buscaremos informaes a respeito, para que possamos de
alguma forma contribuir significativamente no assunto mencionado.
Concordamos com Nemi (2009), que no de hoje que o ensino de histria nas
escolas, assim como a geografia so vistas como matrias decorativas, em que os alunos
reproduzem mecanicamente os contedos repassados pelos professores. Com isso tentaremos
indagar alguns conceitos que envolvem o ensino e a aprendizagem de histria com o intuito
de compreender essa prtica do ensino na instituio escolar, porque existem professores que
atuam na educao sempre com as mesmas metodologias, ou seja, ficam acomodados.
Entende- se que a educao o fator primordial na formao do indivduo na sociedade, e
essa muitas vezes no atende as necessidades de todos os indivduos, pois ela acaba sendo
privilgio das classes dominantes.
Diante desses questionamentos temos como objetivo conhecer a realidade
sociocultural do espao escolar e de que forma os educadores atuam em meio a essa
diversidade que reflete na educao. Com base nos autores como Saviani (1997), Pimenta
(2006), Ribeiro (2001), Procuraremos tambm compreender qual o papel da escola em relao
formao educacional do aluno se ela valoriza o contexto social do mesmo, trabalhando as
diferenas das mais diversas maneiras para que possa envolver todos nas atividades propostas.
Com isso, buscaremos observar se a escola est realmente contribuindo para uma formao
social significativa, independente da classe social como questes tnicas, religiosas, polticas
e culturais, porque o espao escolar deve formar cidados no apenas como mo- de- obra,
mas sim como um ser pensante, capaz de desenvolver suas habilidades.
Nossas indagaes tiveram como base um estudo de caso realizado em uma escola
pblica de Parnaba-PI, na qual conhecemos sua estrutura fsica, setor administrativo e
pedaggico, funcionrios, a metodologia de ensino de uma das professoras em relao
disciplina de histria. O contato com essa instituio nos possibilitou mais informaes a
respeito do nosso tema, em que realizamos entrevistas semi-estruturadas e observaes, alm
de estudarmos algumas bibliografias relacionadas a essa temtica como Freire (2010), Nemi
(2009), Demo (2009), possibilitando- nos um conhecimento mais amplo a fim de que
possamos fazer uma relao do assunto abordado tendo um embasamento terico que nos
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auxiliou nesse estudo, nos permitindo fazer reflexes pedaggicas que respondam
concretamente as nossas indagaes.
Na maioria das escolas o Ensino de Histria compreendido como o estudo do
passado como o surgimento da escrita, os primeiros meios de comunicao, o modo de vida
dos homens grafos e outros. No entanto, no devemos esquecer que o contexto histrico est
sempre em transformao e que o homem o ser pensante que interage constantemente com
seu tempo e espao. Concordando com Ribeiro (2001), o professor como mediador do
conhecimento pode trabalhar partindo de um confronto entre o particular e o geral, o prximo
e o distante, contribuindo para uma atividade docente que valorize primeiramente a realidade
concreta, para posteriormente envolver as situaes abstratas.
Debater sobre o ensino de Histria compreender sua contribuio na vida social do
indivduo levando em considerao suas caractersticas prprias, sabe-se que o ambiente
escolar um micro sistema da sociedade que envolve uma diversidade bastante complexa de
pensamentos, costumes e ideais diversos, porm a escola tambm deve respeitar e valorizar a
singularidade de cada ser humano, pois cada pessoa tem habilidades e capacidades diferentes
e so essas diferenas que formam nossa sociedade com os mais diversos valores sociais. A
respeito dessa temtica levantamos os seguintes questionamentos sobre o Ensino de Histria
nas escolas. Qual a contribuio da histria para a realidade social dos alunos? Existe uma
relao entre o antigo e o atual? A escola envolve a comunidade, valorizando suas
caractersticas sociais, culturais, econmicas e polticas?
Com isso, analisamos detidamente do geral ao particular nossas indagaes na
tentativa de respond-las ao longo do nosso discurso que foi concretizado atravs de
pesquisas, leituras, observaes, etc. Compreendemos tambm, que estudar a histria nos
remete um estudo da nossa prpria realidade social, uma vez que a histria no se refere
somente a acontecimentos passados, pois toda ao humana tem um valor histrico que pode
e deve ser conhecido, valorizado e transmitido as futuras geraes.
Quando nos referimos ao Ensino de Histria, percebemos que a escola deve atuar em
parceria com a comunidade, famlia, educadores e principalmente com os alunos, porque eles
so os mais interessados. Como afirma Hengemuhle (2010), Trazer nos projetos pedaggicos
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das instituies uma reflexo coletiva sobre como o ser humano aprende e a partir de que ele
se motiva parece- nos fundamental se queremos gerir uma escola para pessoas e no para
cadeiras e carteiras. Logo, a educao deve ser voltada para os alunos, atendendo as suas
singularidades, por isso as instituies devem elaborar seus projetos pedaggicos segundo a
realidade e cultura do pblico a ser atendido, caso contrrio os discentes no sentiram
estmulo em frequentar a escola, da no ter mais sentido a existncia do espao escolar.
2. A EDUCAO E ALGUNS ASPECTOS HISTRICOS
De acordo com Aranha (2006), os estudos sobre a Histria da educao enfrentam as
mesmas dificuldades metodolgicas do Ensino de Histria. Cabe afirmar que desde o sculo
XX a educao era tradicional, sendo o professor o centro, isto o detentor do conhecimento,
logo esses conhecimentos eram repassados de maneira passiva aos alunos, Ser que desse
modo a escola estava formando cidados crticos capazes de refletir sobre seus atos? Diante
das anlises vimos que as pessoas estavam apenas reproduzindo o que lhes eram ensinados de
forma mecnica.
Portanto, observando a educao no sculo XXI afirmamos que no h muita
distino, porque o setor educacional mantm um aspecto regressivo, pois o capital influencia
na formao de pessoas capacitando os melhores e separando a classe dominante da menos
favorecida de modo que a classe oprimida no consegue usufruir dos mesmos direitos como o
ingresso no ensino superior, sendo que o maior nmero de vagas ocupado pelas pessoas que
possui poder aquisitivo elevado. Com isso, Freire (1979) nos remete a uma reflexo que
Uma sociedade justa d oportunidade s massas para que tenham opes e no a opo que a
elite tem, mas a prpria opo das massas. Pautada nessa afirmao, compreendemos que o
acesso a educao deve ser um direito de todos, embora as oportunidades sejam distintas a
cada classe social, mas que os mesmos possam ocupar seu espao.
Dessa maneira, a escola tem no apenas a funo de preparar os cidados para o
mercado competitivo do trabalho, mas formar pessoas para a cidadania, ensinando os valores
que permeiam na sociedade, sobre tudo quando se pensa em igualdade e justia social, o
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professor tambm importantssimo nesse processo, por isso como um mediador de saberes
ele precisa ter compromisso com sua profisso, trabalhar em conjunto com os demais
educadores, para que se concretize de fato uma educao de qualidade, que avalie o aluno
como ser pensante, sem desprezar seus conhecimentos prvios.
Entretanto no devemos nos esquecer de refletir sobre as contribuies das tendncias
pedaggicas na educao, a tradicional como j mencionamos anteriormente o professor era o
centro, enquanto que na escola nova a relao professor-aluno era mais interativa, ou seja,
havia um dialogo entre ambos, pois nessa tendncia o professor deixa de ser o centro e passa a
ser o mediador do conhecimento. J na Tecnicista, a escola estava mais voltada para
qualificao profissional, onde os alunos eram preparados para atuarem no mercado de
trabalho. Desse modo podemos dizer que a educao hoje embora de forma atualizada, ainda
apresenta caractersticas dessas tendncias. Segundo Saviani:
Compreendida a natureza da educao ns podemos avanar em direo
compreenso de sua especificidade. Com efeito, se a educao, pertencendo ao
mbito do trabalhado nomaterial, tem a ver com idias, conceitos, valores,
smbolos, hbitos, atitudes, habilidades, tais elementos, entretanto, no lhe
interessam em si mesmos como algo exterior ao homem. (1997, p. 17).
Quando o autor fala da especificidade da educao trata-se de compreend-la como
um elemento de formao individual e social do sujeito, sendo que a escola deve contribuir
para uma educao capaz de valorizar o contexto social do individuo levando em
considerao a sua experincia de vida, pois cada pessoa possui seu prprio currculo, ou seja,
o conhecimento que cada ser traz consigo, sendo esse fundamental na construo da
identidade e autonomia do cidado.
Outro ponto a ser discutido como os professores lidam com os alunos em sala de
aula, logo fundamental a conscientizao de que no por est na posio de educador, que
o mesmo deva desvalorizar aqueles que ainda se encontram na condio de educando.
Concordando com Freire (1979): O educador no pode se colocar na posio do ser superior
que ensina um grupo de ignorantes, mas sim na posio humilde daquele que comunica um
saber relativo a outros que possuem outro saber relativo.
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Partindo dessa afirmao, cabe dizer que o ato de ensinar est relacionado com o
conhecimento do outro, pois no h conhecimento acabado ele est em constante
transformao, logo na troca de informaes que o conhecimento construindo, portanto
todos so aprendizes seja professor ou aluno ambos esto aptos a ensinar e aprender. Quando
falamos de educao no nos referimos apenas prtica de ensino escolar porque a educao
est presente em todos os ambientes sejam eles formais ou informais, com isso devemos saber
que para uma boa educao necessrio uma motivao e isso nem sempre encontramos nas
salas de aula, seja por parte do professor ou do aluno.
3. A CONSTRUO DA IDENTIDADE SOCIAL DO ALUNO
A educao por meio de seu carter formador consegue de certa forma dominar a
sociedade, que est cada vez mais exigindo da populao qualificao, mas para que esses
objetivos sejam alcanados fundamental que todos tenham acesso a essa educao e aqueles
que j tm esse acesso no fique na mera reproduo desses conhecimentos. Desse modo
torna- se necessrio que os profissionais, principalmente os professores dem continuidade a
sua formao para que esses possam contribuir significativamente na formao do educando.
Da leitura dos artigos e relatrios, verifica- se que se privilegia uma
perspectiva construtivista na aprendizagem da didctica, o que remete
para o papel do professor concebido no como mero transmissor do
saber, mas como facilitador e gestor das aprendizagens e mobilizador
dos recursos. Esta concepo exige dos alunos uma participao activa
na construo do seu conhecimento, o que tem levantado algumas
reaces iniciais. (ALARCO, 2006, p. 176).
A autora faz referncia prtica pedaggica do educador transformador, que adota
uma metodologia construtivista em sala de aula possibilitando aos alunos uma interao
dialgica, favorecendo um ensino aprendizagem mais dinmico e inovador. Espera-se que o
professor seja capaz de atribuir aos discentes um carter crtico e reflexivo a partir do seu
papel individual e social.
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Ressaltamos que para que acontea de fato uma aprendizagem satisfatria do Ensino
de Histria devemos privilegiar o ser humano e sua complexidade como um aspecto relevante
no processo educacional. Conforme Cato (1995) [...] a garantia da humanizao histrica,
que no se verifica seno na comunidade, pois na histria o ser humano no se pode realizar
sozinho, mas s se realiza como membro da comunidade, trazendo para a comunidade,
especialmente para os mais jovens, as geraes futuras, a contribuio de sua prpria
humanizao. Sob esse ngulo, afirmamos que o conhecimento histrico adquirido por
todo e qualquer tempo ou espao que existam pessoas interagindo.
Quando falamos da prtica de ensino sempre imaginamos o professor como aquele
capaz de promover ao aluno uma aprendizagem significativa, e quando se trata do professor
de histria sua funo torna- se bastante relevante na construo do conhecimento histrico
para que a partir desse conhecimento o mesmo faa uma reflexo do seu contexto, sendo
capaz de distinguir acontecimentos de aes passadas que contribuem ou influenciam no
presente de forma concreta. O professor de histria deve compreender que o tempo vivido do
aluno parte da sua prpria histria de vida, sendo que atravs desse aspecto o aluno deve
ampliar seus conhecimentos. Como afirma Alves:
Em oposio ao conhecimento- verdade encontrado e, portanto,
cristalizado, afirmamos o conhecimento como formas diferentes de
apreenso do real por sujeitos diferentes, como verdades buscadas e,
portanto, em movimento. (2008, p. 76).
Sob o prisma dessa reflexo, entende- se que a aquisio do conhecimento adquirida
de formas distintas que variam no tempo e espao, no qual o sujeito vai se apropriando das
informaes, e consequentemente construindo o seu modo de ser, pensar e agir enquanto ser
social.
Geralmente na escola a histria vista como acontecimentos passados que tiveram
como marco histrico datas, heris, cidades, pases, sendo esses na maioria das vezes o foco
central do ensino, onde so valorizadas aes passadas e que em determinados momentos o
aluno no vem a ser questionado, porque os professores ficam presos aos contedos dos
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livros, deixando de lado o conhecimento de mundo do aluno ao invs de trabalhar assuntos
que envolvam sua realidade, relacionando-a com contextos passados.
A formao do professor reflete muito no conhecimento do aluno, pois quando esse
um educador atualizado ele de certa forma tem maior capacidade de oferecer uma educao
mais adequada aos seus alunos, ensinar historia nos remete a uma reflexo das nossas prprias
aes cotidianas sejam elas coletivas e individuais. Levando em considerao as ideias de
Demo sobre o conceito de histria:
O que acontece na histria historicamente condicionado, e por isso
no se produz o totalmente novo que no tivesse condicionamento
histrico, pois j seria um ato de criao, do nada, introduzindo na
historia condies no histricas. (2009, p. 90).
A partir dessa reflexo percebemos que a realidade do ensino de histria valoriza
muitas questes passadas como nicos e verdadeiros acontecimentos histricos, deixando
muitas vezes de construir o conhecimento concreto a partir do que j existe sem desvalorizar
as informaes historicamente construdas. Contudo cabe afirmar que alguns professores
acabam no utilizando desse conhecimento da forma adequada, isto no possibilitam ao
aluno uma viso de mundo prpria do seu contexto.
O professor deve trabalhar de acordo com a realidade social do aluno, levando em
considerao o espao onde a criana vive sua cultura local, seus costumes, o tempo vivido e
construdo, enfatizando os diversos tipos de profisses, moradias, costumes, cultura e
economia atuais e antigas relacionando suas semelhanas e diferenas, alm de mostrar suas
transformaes ao longo do tempo e como suas caractersticas se fazem presentes atualmente
em meio a tantas mudanas que o mundo globalizado e capitalista acaba influenciando ou
interferindo na sociedade direta ou indiretamente.
Antes da existncia humana, existe a sociedade e a Histria sendo que ao entrarmos
em contato com o mundo passamos a receber diversas instrues que so construdas ao longo
do tempo. medida que o sujeito se desenvolve como ser no meio social ele passa a interagir
consigo, com o outro e com o mundo onde capaz de intervir no espao em que vive levando
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em considerao as diferentes pocas e locais, sendo que o aluno deve perceber as
modificaes constantes no tempo e espao identificando suas semelhanas e distines. De
acordo com Nemi:
O conhecimento construdo a partir da internalizao dos conceitos
aprendidos culturalmente por intermdio da interao com o outro.
Por isso, a escola deve criar situaes de aprendizagem em que as
crianas troquem experincias e, em seguida, com a coordenao do
professor, sistematizem as trocas realizadas. (2009, p. 41).
Valorizando esse aspecto, reforamos a importncia da mediao do professor como
agente transformador do saber, que em conjunto com o aluno possa ampliar o conhecimento,
seja ele informal ou formal no meio interno e externo do ambiente escolar. Quando a escola
tem a capacidade de estabelecer uma relao entre o tempo vivido e historicamente
construdo, desse modo bem provvel que o aluno compreenda o valor cultural, social e
tnico, como valores essenciais a vida humana. Partindo dessa reflexo o professor pode
promover ao aluno um conhecimento que vise apropriao do seu papel como ser social,
apto a criar, expor e construir seus conceitos de mundo, interpretando cada situao histrico
do seu meio.
No mundo em que vivemos, torna-se cada vez mais comum a transformao da ao
humana diante da sociedade, em relao s mudanas e necessidades enfrentadas pelo homem
na luta pela sobrevivncia de uma vida melhor, que se aproxima ao patamar social da classe
dominante. Segundo Nemi (2009), a trajetria dos homens na histria produziu diversas
formas de vida e transformou-as medida que conhecimentos foram aprimorados e que
surgiram novas dificuldades a serem enfrentadas. Essas alteraes, no entanto, nem sempre
levaram a um progresso efetivo e a uma sociedade mais justa para todos.
Partindo da ideia de que a Histria reflete tambm na formao do sujeito, ele vai
progredindo em relao aos conhecimentos que aos poucos vo sendo modificados,
possibilitando-os a transformarem sua vida, porm essas mudanas nem sempre influenciam
em uma igualdade social justa e que favorea a sociedade coletivamente.
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4. A HISTRIA NA VISO DOS PCNS (PARMETROS CURRICULARES
NACIONIAIS)
Com base nas informaes dos PCNS, os professores podem adquirir um conceito bem
amplo da historicidade da histria, dentre os objetivos gerais do Ensino Fundamental
destacamos um, que resume como deve ser trabalhado o ensino de Histria e Geografia pelos
educadores. Dentre os objetivos escolhemos o seguinte:
Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimnio sociocultural brasileiro, bem
como aspecto socioculturais de outros povos e naes, posicionando-se contra
qualquer discriminao baseada em diferenas culturais de classe social, de
crenas, de sexo, de etnia ou outras caractersticas individuais e sociais. (PCN,
1998, s/ p.).
Existem vrias maneiras de compreender a histria, comeando pela a noo de identidade
local, regional, nacional e internacional, onde o indivduo passa a interagir com o seu meio
social. Sabendo da necessidade desse conhecimento que professores e alunos em uma
relao dialtica podem construir um saber ser e saber fazer, relevante para uma identidade
social historicamente construda diante de aspectos semelhantes e distintos dos diversos
conceitos atribudos a sua realidade.
Assim, alunos e docentes atravs das anlises dos contedos podem elaborar um saber
que valorize as diferenas sociais, tnicas, polticas e culturais da sociedade em geral sem
discriminar qualquer indivduo respeitando o modo de ser, pensar e agir de forma individual e
coletivamente. Concordamos com Demo (2009) quando ele menciona que [...] Ligamos
dialtica a historicidade da realidade social, o que implica compreend-la como metodologia
prpria das cincias sociais.
Ao entendermos que a dialtica o ato de valorizar o dilogo, atribumos que a
histria de determinado grupo ao ser estudado faz parte da cincia que valoriza ou reflete atos
do prprio convvio social daqueles indivduos que fazem parte da mesma populao. Uma
vez que compreendemos a Histria como um dirio vivido por cada um de acordo com sua
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realidade, pode-se dizer que a dialtica se faz presente em qualquer contexto no qual o
indivduo esteja inserido.
Diante da riqueza de informaes encontradas nos PCNS, difcil entender por que a
maioria dos professores no faz uso do mesmo na sala de aula, da fazemos alguns
questionamentos: Ser pela falta de acesso? a falta de conhecimento sobre esse documento?
Ou simplesmente o receio de trabalh-los? Sabemos que os PCNS foram elaborados para
uma realidade que no a do Nordeste, muito menos do Piau, mas cabe aos professores ter
conhecimento desse recurso didtico e adequ-lo a realidade de sua escola com o intuito de
ampliar o conhecimento da Histria do Brasil em relao a sua diversidade cultural, tnica e
social.
Os PCNS foram elaborados e enviados para quase todas as escolas pblicas do Brasil
com o objetivo de orientar os educadores em sua prtica pedaggica fornecendo subsdios
relevantes para que possam ser includos no currculo escolar, mas nem sempre os professores
tm acesso ou caso tenha no faz uso dos mesmos, no sabemos o motivo exato o fato que
quase sempre no so utilizados, seja por comodismo ou ausncia de conhecimento.
5. CONSIDERAES FINAIS
Diante dos estudos realizados, cabe relatar que na realidade escolar o ensino de
Histria ainda permanece como uma disciplina decorativa que pouco enfatiza o meio social
no qual o educando pertence, sem relacionar esses contedos com o espao em que vive e
demonstrando a relao de fatos presentes, passados e futuros incentivando aos alunos a
capacidade de refletir criticamente, tornando-os capazes de intervir em aes cotidianas.
Entretanto, a Histria em que vivemos refere-se ao homem como agente transformador de
uma sociedade mutvel, onde o sujeito passa a apropriar-se das instrues sociais de uma
determinada cultura histrica.
Em uma instituio escolar o ensino de Histria deve ser explorado de uma maneira
simples e objetiva, pois o educador pode basear-se nas atividades propostas nos PCNS
adaptando-as na sua realidade escolar, porque muitos docentes fazem uso do material didtico
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adotado pelas escolas, mas costumam falar que os livros tm poucas informaes e fora da
realidade dos alunos. Porm, vimos que alguns livros so bons, apresentam contedos que
podem ser trabalhados de uma maneira criativa, sendo reelaborado para o pblico de acordo
com sua especificidade.
As aulas de Histria em seus aspectos gerais e especficos tm uma grande
contribuio na formao humana, principalmente quando a escola apresenta na sua proposta
pedaggica um ensino inovador que valorize o conhecimento prvio do aluno, embora que
seja um conhecimento informal que pela mediao do professor esse saber tenha um
progresso em relao a sua ampliao. Portanto, vimos que o ensino de Histria nas escolas
pblicas vem sendo uma prtica simplesmente de decorar contedos que sero cobrados nas
avaliaes bimestrais sem ter uma relao de apropriao pelo aluno, porque muitas vezes os
assuntos no so contextualizados.
O aluno no pode ser apenas um receptor de informaes, seus conhecimentos prvios
devem ser levados em considerao, pois o papel da educao formar cidados crtico-
reflexivos possibilitando sua interao na sociedade. Logo, o docente deve buscar uma
aproximao com o aluno permitindo que ocorra dilogo entre ambos com o intuito de que
haja troca de informaes, porque no existe saber acabado, ningum sabe de tudo nem
mesmo o professor, alm disso, o conhecimento contnuo e relativo.
O processo educativo esta relacionado aos conhecimentos individuais e coletivos,
levando em considerao a realidade social do aluno na construo de um ensino
aprendizagem qualitativa, a fim de proporcionar aos mesmos uma utilizao desses
conhecimentos no seu cotidiano. Atividade docente requer do professor compromisso e
reflexo de sua prtica, onde o mesmo faa uma relao entre conhecimento e realidade
social do aluno, sabemos que a escola o principal ambiente de ensino sendo o professor o
facilitador no processo educativo.
Portanto, fundamental que a interao entre professor e aluno seja agradvel e com
respeito mtuo, facilitando assim o desenvolvimento cognitivo das crianas respeitando o
conhecimento que elas apresentam, fazendo com que os mesmos se sintam motivados a
aprenderem de uma maneira dinmica e prazerosa. Sabemos que a educao ocorre de forma
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conjunta, ou seja, escola, famlia, sociedade, pais, alunos e professores, todos devem
contribuir na construo desse bem to essencial ao ser humano. Educar requer compromisso
e responsabilidade, para que o verdadeiro objetivo seja alcanado, o de prover conhecimento,
partindo de um saber social e historicamente construdo.
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