Download - 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Transcript
Page 1: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais

Departamento de Administração

ADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA

Elaine Martins Ferreira. [email protected]

Page 2: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

1

Programa da disciplina

Ementa:

Conceitos e fundamentos da administração financeira quanto à administraçãodo capital de g

iro, administração de caixa, administração de duplicatas a receber e de fluxo de caixa.

OBJETIVO GERAL:

Oferecer os conhecimentos básicos de Administração Financeira,abordando as variáveis int

ernas e externas que influenciam o fluxo de fundos,o risco e a expectativa de retorno das e

mpresas. Operacionalizar os conceitosatravés da utilização de técnicas quantitativas que su

bsidiem o processo decisório.

Conteúdo programático

Administração de capital de giro

Administração de caixa

Fluxo de caixa

Administração de duplicatas a receber

Análise do ponto de equilíbrio

Análise do grau de alavancagem

Administração financeira de estoques

Estrutura de capital

Fontes de financiamento

Métodos Didáticos

Aulas expositivas dos aspectos teóricos e conceituais, calcadas em exemplos

deaplicabilidade prática, pesquisas em jornais e revistas, exercícios e estudo de caso.

Recursos Áudios Visuais.

Critérios de avaliação

1a. Avaliação - 20 pontos.

2a. Avaliação - 20 pontos.

3a. Avaliação - 30 pontos.

Trabalhos e Exercícios - 15 pontos.

Trabalho Interdisciplinar - 15 pontos

Page 3: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

2

DEFINIÇÕES E CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1. A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA MEADOS DE 1900

A importância e o início de um estudo sistemático da Administração Financeira teve

início por volta de 1900, com os movimentos de consolidação das empresas nos EUA, decorrente do final de construção das grandes ferrovias naquele país, ocorrido por volta de 1880.

Problemas de estrutura de capital foram notados a partir do financiamento destas

aquisições. O pagamento de dividendos e juros a partir do desvio de ativos líquidos provocou um surto de falências naquela ocasião. WESTON (1977) cita conclusões bastante interessantes sobre o estudo de DEWING (1930).

Estas firmas faliriam porque seus lucros eram ineficientes para a carga que tinham que suportar. Se essa carga era notadamente pesada em razão de elevadas despesas fixas e pagamento de dividendos, a falência tinha ainda maiores probabilidades de ocorrer. A causa direta da falência foi quase sempre o desvio de ativos líquidos para saldar o pagamento de dividendos e juros. imediatamente sob esse aspecto, como causa da falência, estava a ausência de julgamento dos empresários quanto à colocação de “bonds” (debêntures) em uma empresa industrial não experimentada e à falta de conservadorismo das administrações no que diz respeito ao pagamento de dividendos sem levar em consideração os princípios básicos de finanças. Todas as empresas analisadas pagaram juros e dividendos em épocas de lucros crescentes…

A estrutura de capital (PL + ELP) foi de grande importância nesta fase. Quanto à

escolha da estrutura de capital, DEWING destaca:

É principalmente devido as flutuações do comércio que uma boa política financeira prefere o uso de ações ao invés de dividendos. A força dos “trusts” reside, em parte, no fato de que a maioria deles se desenvolveu sem o emprego do “bond”. Toda vez que um administrador sobrecarregasse uma empresa de compromissos financeiros fixos, tornava-se dever do administrador seguinte levar adiante a situação da melhor maneira possível. Um não pagamento de juros ou dividendos era desastroso para o crédito de uma sociedade anônima, bem como para o preço de mercado de seus títulos e para suas relações comerciais.

As empresas em melhor situação financeira eram as que lançavam mão de ações ao

invés de “bonds”, e portanto possuíam menores encargos financeiros fixos, tornando-as menos vulneráveis as flutuações de mercado.

Page 4: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

3

A DÉCADA DE 1920 Nesta época houve uma explosão de novas empresas, destacando-se o

desenvolvimento das indústrias de rádio, química, automobilística e siderurgia. Surgiu também a publicidade em escala nacional e os métodos de distribuição foram aperfeiçoados. Fusões foram realizadas para ocupar as linhas de comercialização. As margens de lucros eram grandes, mas por volta de 1920-21, houve fortes quedas nos preços, o que reforçou a ênfase nas questões de liquidez.

De 1923 a 1929, as margens de lucros aumentaram significativamente. Inicia-se a

prática de utilização dos orçamentos em algumas empresas. Os estudiosos continuaram considerando importante que as empresas valorizassem a liquidez e a constituição de uma sólida estrutura de capital.

DÉCADA DE 1930

A recessão econômica de 1929 não teve precedentes, se considerarmos sua duração

e severidade. Houve um grande número de falências e liquidações de empresas. O público começou a exigir seus depósitos nos bancos comerciais, que por sua vez cancelaram os empréstimos às empresas. Seguiram-se liquidações dos estoques, com conseqüente queda de preços. Com isto, a realização dos estoques não proporcionavam os fundos suficientes para o atendimento dos compromissos financeiros. Pela Segunda vez na mesma década, fica demonstrada a importância do elemento liquidez.

A redução no ritmo da atividade econômica (o PIB teve queda de 50%) teve como

conseqüência uma série de prejuízos. As falhas de más estruturas financeiras foram mais uma vez evidenciadas. Minimizar o risco passa a ser uma prática para as empresas que sobreviveram à crise dos anos 30. O dramático fracasso do sistema econômico e empresarial identificou as grandes empresas, notadamente os “trusts” e cartéis, como grandes responsáveis pela crise. Liquidez reduzida, alto grau de alavancagem (endividamento excessivo) e redução de competitividade foram apontados como responsáveis pelo fracasso da empresa privada para funcionar na ausência de uma atuação mais ativa do governo. A legislação do “New Deal” modificou o cenário legal e institucional em que atuava a empresa privada. A partir de então, um conjunto cada vez maior de leis, regulamentos e controles governamentais passa a constituir o cenário de atuação da atividade empresarial JONH MAYARD KEYNES (Teoria geral dos Juros, da Moeda e do Emprego) foi um dos economistas que, àquela ocasião, desenvolveu ampla teoria defendendo uma maior participação do estado na atividade econômica, especialmente a nível de controle fiscal e monetário.

A DÉCADA DE 1940

A década de 1940 foi dominada pela 2ª Guerra Mundial. Toda atividade estava

subordinada e dirigida para o esforço de guerra, colocando as decisões privadas e individuais em plano secundário. A maioria das empresas converteu seus parques industriais para atender à indústria de guerra, obtendo financiamento do Governo. A liquidez aumentou muito para as empresas como um todo. Entretanto, havia uma grande apreensão quanto a capacidade de financiar o processo de reconversão das indústrias para o tempo de paz. Deve-se ressaltar o desenvolvimento de novas tecnologias nesta época, extremamente importante para o desenvolvimento de novos produtos após a guerra (domínio do átomo, química, remédios, comunicações, transportes, etc.).

Page 5: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

4

No período imediatamente posterior ao fim da guerra, as empresas priorizaram a

expansão de sua capacidade produtiva e aumento do capital circulante líquido (capital de giro) para atender a contida demanda interna por bens de consumo duráveis, sem comprometer a estabilidade econômica, optando por estruturas financeiras que fossem capazes de ajustar-se e suportar as pressões do pós-guerra.

A DÉCADA DE 1950

O início da década de 50 foi um período de rápida expansão econômica, estando

presente o receio de uma recessão pós-guerra, pois houve uma grande acumulação de estoques no início do processo de reconversão das empresas.

Custos crescentes com mão de obra levaram a sua substituição por bens de capital.

As empresas passaram a dar grande relevância à liquidez e instrumentos que permitissem prever necessidades de caixa a médio e longo prazo (fluxos e orçamentos de caixa). Instrumentos externos de análise perderam importância. Análise dos valores a receber, controle de estoques e de compras receberam grande destaque.

DÉCADA DE 1960

Por volta da década de 50, as oportunidades de lucros das indústrias maduras já

começaram a se reduzir. O maior ritmo de pesquisa e desenvolvimento propiciou a abertura de novas empresas, com rápido crescimento para as que dedicavam a ramos tecnologicamente inovadores. As limitadas oportunidades de lucros nas indústrias tradicionais proporcionaram um estimulo à teoria do orçamento de capital. Uma cuidadosa avaliação das aplicações de recursos tornou-se importante devido à relativa escassez de recursos e ao limitado campo de oportunidades. A redução da margem de rentabilidade e o aumento dos custos dos recursos estimularam a análise do custo de capital para determinar o custo de novos investimentos. Iniciaram-se considerações sobre como aumentar os lucros sem considerar aumentos nas vendas (atuação sobre custos).

Inicia-se o desenvolvimento de computadores, o que virá alterar significativamente

nos anos seguintes o processo e gerenciamento do trabalho. A partir da utilização em larga escala processamento de dados, interliga-se a empresa através de geração de informações de uso comum.

Outro fator importante foi a internacionalização da economia e o reconhecimento da

iteração das decisões empresariais com as economias internas e internacionais. Nesse período o campo das finanças sofrem as maiores transformações:

São reduzidas as margens de lucro em certas áreas, enquanto surgem e se desenvolvem rapidamente em outras;

A tecnologia moderna revoluciona instrumentos e conceitos; A função financeira é interpretada como interdependente de todas as outras

(marketing, produção, pesquisa e desenvolvimento, etc.).

2. OPORTUNIDADES DE CARREIRA 2.1. NA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE EMPRESAS

Cargo Função

Analista Financeiro

Responsável principalmente pela preparação e análise dos

Page 6: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

5

planos financeiros e orçamentários da empresa. Outras responsabilidades incluem previsão financeira de desempenho baseada em índices e trabalho em conjunto com a Contabilidade.

Analista/Gerente de Orçamentos

Responsável pela avaliação e recomendação de propostas de investimentos em ativos. Pode envolver-se em aspectos financeiros quando da implementação dos investimentos aprovados.

Gerente de Projetos Financeiros

Em grandes empresas obtêm financiamentos para investimentos em ativos. Coordena consultores, banqueiros de investimento e assessores jurídicos.

Gerente de caixa

Responsável por manter e controlar os saldos diários de caixa da empresa. Freqüentemente gerencia os procedimentos de cobrança, os investimentos de curto prazo, as transferências e desembolsos, e coordena os empréstimos de curto prazo, assim como o relacionamento da empresa com bancos.

Analista/Gerente de crédito

Administra a política de crédito da empresa por meio da análise e avaliação das solicitações de crédito. Concede créditos e monitora a cobrança das contas a receber.

Administrador de fundos de pensão

Em grandes empresas é responsável pela coordenação dos ativos e passivos do fundo de pensão dos empregados. Desempenha tanto as atividades de administração de investimentos, quanto contrata ou supervisiona o desempenho dessas atividades, no caso de serem realizadas por terceiros.

2.2. EM SERVIÇOS FINANCEIROS

Área Oportunidade

Bancos e instituições correlatas

Os analistas de crédito avaliam e fazem recomendações relativas a concessões de empréstimos a empresas, para aquisição de imóveis e/ou para consumo. Os gerentes de bancos de varejo administram agências e supervisionam os programas oferecidos pelo banco a seus clientes. O fiduciário administra fundos fiduciários para os estados, fundações e empresas. Outros oferecem serviços financeiros como planejamento das finanças pessoais, investimentos, bens imóveis e seguros.

Planejamento das finanças pessoais

Os consultores financeiros, trabalhando independentemente ou como empregados, prestam aconselhamento a indivíduos com respeito a todos os aspectos da administração de suas finanças pessoais - orçamento, impostos, investimentos, bens imóveis, seguros, aposentadoria e planejamento de espólio - além de auxiliarem-nos a desenvolver planos financeiros abrangentes

Page 7: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

6

que satisfaçam seus objetivos.

Investimentos

Os corretores de títulos, ou executivos de conta, assistem seus clientes na escolha, compra e venda de títulos. Os analistas de títulos, geralmente estudam as ações e obrigações de indústrias específicas e assessoram as empresas corretoras e seus clientes, administradores de fundos de investimentos e companhias seguradoras. Os administradores de carteiras estruturam e administram carteiras de títulos para empresas e indivíduos. Os banqueiros de investimento prestam assessoramento aos emitentes e atuam como intermediários entre estes e os compradores das novas ações e obrigações lançadas.

Bens imóveis

Os agentes corretores relacionam propriedades comerciais e residenciais para venda ou aluguel, buscam compradores e locatários para as propriedades oferecidas, mostram e negociam a venda ou locação dessas propriedades. Os avaliadores estimam o valor de mercado de todo tipo de propriedade. Os financiadores de bens imóveis analisam e fazem recomendações/tomam decisões com relação às solicitações de empresários. Os banqueiros de crédito hipotecário procuram e preparam o financiamento para projetos de bens imóveis. Os administradores de imóveis lidam com as operações do dia-a-dia, para que seus proprietários obtenham o máximo retorno.

Seguros Os prepostos e corretores de seguros entrevistam clientes potenciais, desenvolvem programas de seguros que atendam às suas necessidades, vendem-lhes apólices, cobram prêmios prestam completa assistência no processo de liquidação de sinistros. Os subscritores selecionam e avaliam o risco que sua empresa irá segurar, fixando os prêmios correspondentes.

3. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E CONTABILIDADE

Muitos consideram a função financeira e contábil dentro da empresa como sendo a

mesma. Embora haja uma relação estreita ente elas, a função contábil pode ser melhor visualizada como um insumo indispensável à Adm. Financeira. Há uma diferença básica de perspectiva entre a Adm. Financeira e a Contabilidade: enquanto a primeira enfatiza a tomada de decisão, a segunda tem como objetivo de trabalho o tratamento dos fundos.

Tratamento dos fundos: A função básica do contador é desenvolver e fornecer dados

para avaliar o desempenho da empresa, apurar sua situação financeira, bem como atender as exigência legais e tributárias. Neste sentido são elaboradas normas e princípios padronizados de atuação (os chamados “princípios contábeis”) que determinam o método contábil e dos quais o contador não pode se desviar. O regime de competência determina que as receitas devem ser reconhecidas por ocasião da venda e as despesas somente quando incorridas.

O Administrador Financeiro preocupa-se em manter a solvência da empresa e tem

toda a flexibilidade para trabalhar as informações da maneira que lhe convier, sem obrigação de atender aos “princípios contábeis”. Assim interessa-lhe receitas e despesas quando estas representam entradas e saídas de caixa. O regime de caixa é, pois, a base para tomada de decisão do administrador financeiro. Esta diferença é muito significativa, pois sabemos que uma empresa pode apresentar uma boa situação econômica (balanço) e uma situação financeira difícil, com indisponibilidade de recursos para saldar suas dívidas, por exemplo.

Page 8: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

7

Os dados contábeis não descrevem naturalmente a situação financeira de uma empresa, embora sejam indispensáveis. O Administrador Financeiro precisa olhar além das demonstrações financeiras para perceber sua real situação de caixa. Para isto, ele utilizará um fluxo de caixa, que poderá lhe oferecer estas informações tanto a curto prazo, quanto a projeção para médio e longo prazo, a fim de evitar a insolvência da empresa.

Tomada de decisão: O Administrador Financeiro, a partir das informações fornecidas

pelo Contador, analista, desenvolve os dados adicionais e toma as decisões pertinentes. O papel do Contador prover dados consistentes que sejam desenvolvidos e interpretados com facilidade e confiabilidade. Eles são um insumo fundamental ao processo de tomada da decisão financeira. Isto não significa que o contador não tome decisões, nem que o administrador financeiro não colete dados: estamos nos referindo à ênfase básica do trabalho de cada um destes profissionais.

Page 9: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

8

4. ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS PARA O ESTUDO DA ADM. FINANCEIRA

Lucro e rentabilidade: Os lucros são um conceito orientado para os proprietários. Referem-se ao volume e a fração da renda que é canalizada para aqueles que fornecem o capital para as atividades empresariais. Os lucros relacionam-se com a criação da maior riqueza possível para os proprietários e com a concomitante distribuição dessa riqueza entre eles ou sua inversão na empresa em seu próprio proveito.

A rentabilidade é um conceito operacional relacionado com a produção ou criação de

novas riquezas. Reflete a utilização mais eficiente dos recursos econômicos de uma sociedade, promovendo a maximização da riqueza econômica da sociedade. (SOLOMON, 1977)

As melhores alternativas de investimento são as que proporcionam retorno mais cedo. Quanto maior o risco de um negócio, maior será a expectativa de retorno. No aspecto econômico as empresas se dividem em três setores: o setor primário onde

estão aquelas empresas relacionadas diretamente com o cultivo e exploração do solo, setor secundário representado pelas empresas de transformação, ou industriais e o setor terciário com as empresas comerciais e de prestação de serviços.

Quanto ao aspecto administrativo temos:

As empresas estatais que se subdivide em: Autarquias - empresas autônomas, criadas por lei, com personalidade jurídica,

patrimônio e receitas próprias, para executar atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Ex.: Universidades Federais, INSS.

Empresas públicas - dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com

patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para exploração de atividade econômica. Ex.: CEF, ECT.

Sociedades de economia mista - dotadas de personalidade jurídica de direito privado,

criadas por lei para exploração da atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações, com direito a voto pertençam em sua maioria a União e entidade da Administração Indireta. Ex.: Petrobrás, Banco do Brasil.

As empresas privadas são aquelas cujo capital e administração provêm inteiramente do

setor privado. Seus objetivos, estrutura e política de funcionamento são definidos pelo empresariado privado, sendo que a influência do Estado se concentra basicamente nos aspectos legais de funcionamento.

Sobre o aspecto jurídico as empresas dividem-se em:

Empresa individual que é aquela cujo capital pertence a uma só pessoa. e as empresas societárias, cujo capital é constituído por duas ou mais pessoas. Os tipos

mais comuns são as Sociedades por cotas de responsabilidade limitada (Ltda.) e as Sociedades Anônimas (S.A.) que pode ou não ter seu capital aberto com seus valores mobiliários (ações) negociados no mercado secundário e são regidas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). As S.A. possui um número ilimitado de sócios e atua como captadora de recursos oferecidos pelas poupanças da população, canalizando

Page 10: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

9

estes recursos para suas atividades produtivas remunerando os investidores com dividendos sobre os lucros.

O processo de fusão de empresas é a operação pela qual se unem duas ou mais

sociedades, que formarão nova sociedade que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. Para que ocorra é necessário que haja a baixa das sociedades envolvidas na operação, a partir da qual surgirá uma nova empresa.

Incorporação: é a absorção de uma ou mais sociedade por outra, que lhes sucede em

todos os direitos e obrigações. Ocorre a transferência do ativo e passivo da incorporada para a incorporadora.

Cisão: operação pela qual uma empresa transfere parte ou totalidade de seu capital

(patrimônio) para uma ou mais sociedades. O processo de cisão pode ser parcial, quando a sociedade original continua existindo.

Consórcio: Ocorre quando empresas, sob o mesmo controle ou não, decidem unir-se

temporariamente para executar determinado empreendimento. Não há a perda de personalidade jurídica e um contrato entre as consorciadas define os direitos e obrigações de ambas.

Coligadas: são coligadas aquelas empresas que têm 10% ou mais de seu capital social

em poder de outra, sem que esta outra empresa detenha o controle acionário. Controladas: Aquelas que têm 51% ou mais de suas ações ordinárias em poder de outra

sociedade. Holding: representa uma sociedade de controle em razão de ter adquirido parte

relevante do capital votante de outras sociedades. Constitui uma personalidade jurídica independente das outras empresas do grupo e na maioria das vezes não produz bens ou serviços específicos. Com administração descentralizada, cabe a holding definir políticas, objetivos e metas de cada uma das afiliadas. A maioria dos grandes grupos nacionais está estruturado sob a forma de holdings.

Page 11: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

10

5 – REGIME DE CAIXA E REGIME DE COMPETÊNCIA Antes da definição de capital de giro, é necessário abordar a questão do regime de

caixa. O Processo de gestão de capital de giro, bem como o da tesouraria de uma empresa, está ancorado no regime de caixa. Horngren (1985) define regime de caixa:

“O processo de determinação do lucro e da posição financeira está relacionado com o regime de competência, distinto de regime de caixa. No regime de competência, o impacto dos acontecimentos sobre o ativo e o passivo é conhecido nos exercícios em que os serviços são prestados ou utilizados, e não quando se recebe ou se paga. Quer dizer, a receita é reconhecida quando obtida e as despesas são reconhecidas quando nelas se incorre, e não quando se paga ou recebe em dinheiro.”

A título de exemplo, ilustraremos os dois regimes (caixa e competência) com as

seguintes transações de uma empresa no mês de março de 2.00X. t1) aquisição de estoques: R$80.000,00 a vista; t2) saldo de disponibilidades: R$120.000,00; t3) venda de produtos mantidos em estoque para recebimento em 30 dias: R$90.000,00; t4) pagamento de compras diversas: R$20.000,00; t5) recebimento de venda a prazo realizada no mês de fevereiro de 2.00X: R$45.000,00; t6) compra de materiais diversos para pagamento em 30 dias: R$34.000,O0.

Ficariam então representadas da seguinte forma as transações (t), em regime de

caixa e de competência:

Transação

Regime

Competência Caixa

Março/200X Abril/200X Março/200X Abril/200X

T1) estoque

T2) disponibilidade

T3) venda

T4) compras

T5) recebimento

T6) compra

Saldo

Page 12: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

11

6. BALANÇO PATRIMONIAL Segundo o art. 78 da Lei n° 6.404/76, o balanço patrimonial de uma empresa é

dividido da seguinte forma:

ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Permanente Resultado de Exercícios Futuros

Patrimônio Líquido

O ativo circulante engloba todos os bens e direitos realizáveis em até um ano. O exercício social de uma empresa é obrigatoriamente de um ano, exceto em casos raros específicos previstos no parágrafo único do art. 175 da Lei n°6.404/76.

Em algumas atividades como estaleiros, criação e engorda de animais, o ciclo

operacional supera o prazo de um ano. Nesses casos, o ativo e passivo circulantes podem assumir prazo igual a esse ciclo. Ativo Circulante

São as disponibilidades e bens e direitos de uma empresa conversíveis no curso do

exercício social (um ano), em moeda corrente. Realizável a Longo Prazo

São os direitos realizáveis após o término do exercício social, um ano.

Ativo Permanente

São os bens e direitos de natureza permanente, não destinados a negociações ou

aplicações de recursos, o com o objetivo de: registrar participações permanentes, investimentos, em outras empresas; sustentar a operação da empresa, através de seu imobilizado; registrar gastos não apropriados a resultados que irão beneficiar exercícios futuros, ou

seja, gastos com atividades que gerarão receitas nos próximos exercícios sociais. Passivo Circulante

São todas as obrigações ou dívidas de uma empresa exigíveis no curso do exercício

social (um ano). Passivo Permanente

São todas as obrigações ou dívidas de uma empresa exigíveis após o curso do

exercício social (um ano). Resultado de Exercícios Futuros

São as receitas faturadas antecipadamente, de competência de exercícios futuros,

deduzidas as despesas incorridas ou a incorrer.

Page 13: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

12

Patrimônio Líquido São os recursos dos acionistas com as devidas reservas e modificações geradas

através de lucro ou prejuízo.

7. CAPITAL DE GIRO E ITENS CIRCULANTES

ATIVO

PASSIVO

Circulante Circulante

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Permanente Resultado de Exercícios Futuros

Patrimônio Líquido

Os principais componentes do ativo do ativo circulante são:

Disponibilidades: recursos na forma de dinheiro que a empresa possui, tais como: depósitos em conta corrente; e aplicações financeiras de liquidez imediata ou de curtíssimo prazo. São as sobras

de caixa aplicadas visando a proteção contra a inflação ou baixa rentabilidade. No atual estágio de desenvolvimento do sistema bancário brasileiro, dificilmente a

empresa manterá dinheiro físico em caixa, com exceção de pequenas quantias irrelevantes para gastos imediatos e pequenos, tais como: táxi, pequenas compras, etc.

Dependendo da amplitude do ciclo operacional e financeiro, a empresa necessita de

determinado volume de disponibilidades para sustentar os descasamentos entre os prazos médios de recebimento nas vendas e os de pagamento a fornecedores.

Na medida em que o mercado financeiro remunera as aplicações com juros reais altos

nas aplicações a curto prazo, a rentabilidade destas aplicações pode provocar alguns impactos em relação a capital de giro tendo em vista o custo de oportunidade. Capital de giro próprio: as empresas tendem a comparar o retorno real oferecido pelo

mercado financeiro (rmf) versus o retorno auferido pelo lucro gerado por sua operação (rop). Se o rmf for superior ao rop, a empresa tenderá a diminuir o seu nível de atividade para concentrar a maior quantidade possível de recursos nas aplicações financeiras caso contrário, os investimentos em capital de giro estarão sendo direcionados à atividade operacional.

Apesar de o mercado financeiro poder proporcionar maior rentabilidade do que a

movimentação operacional dos ativos, a empresa deve mensurar com todas as áreas de sua administração os possíveis impactos, em termos de custo de oportunidade, decorrentes de:

perda de mercado provocada pela diminuição da atividade operacional; exploração e desenvolvimento de aplicação de recursos;

Page 14: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

13

acompanhamento quanto a riscos legais e tributários (fiscais) decorrente das aplicações.

Horngren (1985) define custo de oportunidade como:

“custo de oportunidade é a contribuição máxima disponível de que se abre mão utilizando-se recursos limitados para um determinado fim. Representa uma alternativa abandonada, de modo que o custo é diferente do tipo comumente encontrado de custo no sentido de não ser o custo de desembolso normalmente encontrado e discutido pelos contadores e administradores. Um custo de desembolso implica, mais cedo ou mais tarde num dispêndio de caixa, isto é, a idéia de custo de desembolso serve de base para as avaliações típicas de ativo baseadas em custo histórico.”

Capital de giro de terceiros: gastos excessivos com a obtenção de capital de giro,

provocado pelas taxas de juros, que precisam ser repassadas para o preço do produto. No Brasil, não é raro encontrar empresas onde o custo do capital de giro se equipara ou ultrapassa os custos diretos (matéria prima, embalagem, mão de obra, etc.).

Capital de giro negativo tem sido a causa de grande número de falências e

concordatas. Além da questão de juros, é de extrema complexidade administrar os riscos do processo de indexação das receitas, passivo e custos.

8. CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO, NULO E DE TERCEIROS

Quando relacionamos itens circulantes do balanço patrimonial (ativo e passivo),

podemos identificar três situações possíveis de capital de giro.

Capital de giro NULO

ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante

É a relação em que o ativo circulante é igual ao passivo circulante, ou seja, os

haveres, bens ou direitos conversíveis no prazo de até um ano são iguais às dividas ou obrigações exigíveis no mesmo prazo. Capital de giro PRÓPRIO

ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante

Page 15: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

14

É a relação em que o ativo circulante é maior do que o passivo circulante, ou seja, os haveres, bens ou direitos conversíveis no prazo de até um ano são maiores do que as dividas ou obrigações exigíveis no mesmo prazo.

Capital de giro de TERCEIROS

ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante

É a relação em que o ativo circulante é menor do que o passivo circulante, ou seja, os

haveres, bens ou direitos conversíveis no prazo de até um ano são menores do que as dívidas ou obrigações exigíveis no mesmo prazo.

Page 16: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

15

MÓDULO I - ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO 1. Conceitos

Abrange a Administração das contas circulantes da empresa, incluindo ativos e

passivos circulantes. A Administração do capital de giro é um dos aspectos mais importantes da Administração Financeira. Uma empresa precisa manter um nível satisfatório de capital giro. Os ativos circulantes devem ser suficientemente consideráveis de forma a cobrir seus passivos circulantes, garantindo uma boa margem de segurança.

O objetivo da administração de capital de giro é administrar cada um dos ativos

circulantes de forma que um nível aceitável de capital circulante líquido seja mantido. O Administrador Financeiro preocupa-se em manter a solvência da empresa e tem

toda flexibilidade para trabalhar as informações da forma que melhor lhe convier, sem se preocupar com normas contábeis. Assim, interessa-lhe receitas e despesas quando estas representam entradas e saídas de caixa. O REGIME DE CAIXA é, pois, a base para tomada de decisão do Adm. Financeiro. Esta diferença é muito significativa, pois sabemos que uma empresa pode apresentar uma boa situação econômica (balanço) e uma situação financeira difícil, com indisponibilidade de recursos para saldar suas dívidas, por exemplo.

O diagrama a seguir ilustra como pode ser o ciclo econômico e financeiro de uma empresa.

Os dados contábeis não descrevem inteiramente a situação financeira de uma

empresa, embora sejam indispensáveis. O Adm. Financeiro precisa olhar além das demonstrações financeiras para perceber sua ideal situação de caixa. Para isto, ele utilizará um FLUXO DE CAIXA, que poderá lhe oferecer estas informações tanto a curto prazo, quanto a projeção para médio e longo prazo, a fim de evitar a insolvência da empresa.

A definição mais comum de CCL (CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO) é a diferença entre

os ativos circulantes e os passivos circulantes. Se os ativos circulantes excedem os passivos circulantes, a empresa tem CCL. A maioria das empresas precisam manter um certo volume de CCL, mas a quantidade exata depende de uma série de fatores (tamanho, setor, disponibilidade de recursos de terceiros para financiar necessidades, previsibilidade das entradas, etc.).

Embora nem todos os Circulantes possam ser convertidos em caixa no momento

desejado, supõe-se que quanto maior for este volume, maior a facilidade de se converter alguns em fontes líquidas de recursos. Não se pode esquecer, contudo, que quanto maior a participação dos estoques no Circulante, menor a liquidez real (seca) da empresa, dado o

Compras Vendas

Ciclo Econômico Prazo de Recebimento

de Duplicatas

Prazo de Crédito

Dos Fornecedores

Ciclo Financeiro

Saída

de Caixa

Ciclo Financeiro de uma empresa (exemplo)

Page 17: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

16

tempo necessário para venda destes estoques, geração de duplicatas a receber e seu recebimento.

O capital de giro é, pois, o volume de recursos necessários para manter a empresa

em funcionamento até que se complete um ciclo de caixa. É necessário um certo volume de CCL, já que nem todas as entradas e saídas de

caixa são perfeitamente sincronizadas. As saídas de caixa resultantes do pagamento de obrigações correntes são relativamente previsíveis. Em geral, quando se incorre em uma obrigação, fica-se sabendo quando as contas vencem. A mesma previsibilidade é característica dos títulos a pagar e das despesas provisionadas, que possuem datas estabelecidas de pagamento. O que é difícil de prever são as entradas de caixa, pois não se sabe quando os ativos circulantes, exceto caixa, se tornarão líquidos. Quanto mais previsíveis forem estas entradas de caixa, menos CCL se requer. As empresas com entradas de caixa mais incertas precisam manter níveis de ativos circulantes maiores pala cobrir as obrigações correntes.

2. Suposições Básicas A análise do CCL através das informações seguintes somente é válida se verificados

alguns pressupostos básicos. A não observância dos mesmos para generalizações, pode levar a muitos equívocos. Os pressupostos básicos são enumerados a seguir: 2.1. Natureza da empresa

O tipo de empresa a qual a teoria seguinte se aplica é do tipo industrial. Para análise

de empresas comerciais ou de serviços, são necessárias adaptações.

2.2. Capacidade de gerar lucros Espera-se que uma empresa industrial possa ganhar mais com seus ativos

permanentes do que com os circulantes. Embora no Brasil este pressuposto não se verifique nos momentos econômicos recentes, tal fato deve-se a problemas estruturais. Se as empresas industriais puderem gerar maiores retornos com investimentos decorrentes de

Caixa

Produtos

acabados

Contas a

receber

Estoques

de matéria prima

Recebimento

dos clientes

Compra de

matéria prima

Produção Vendas

(a prazo)

Ciclo de Caixa

Page 18: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

17

aplicações do Circulante do que com os seus Permanentes, isto é um sinal evidente de que graves problemas podem ocorrer a médio e longo prazo, tais como a obsolescência de seu parque industrial, a perda de competitividade de seus produtos frente a empresas estrangeiras, o desincentivo para desenvolvimento de novos produtos, etc. 2.3. Custo dos financiamentos

A empresa pode obter os recursos de que necessita através: (a) de seus passivos

circulantes - recursos a curto prazo ou (b) recursos a longo prazo - exigível a longo prazo e patrimônio liquido. Estamos supondo que a obtenção de recursos a curto prazo tenha um custo menor para a empresa do que os recursos a longo prazo.

Mais uma vez, verificamos que esta afirmativa precisa ser analisada com cautela: no Brasil, não tem sido comum a oferta de recursos a longo prazo, por parte dos bancos comerciais, em face do risco e da instabilidade econômica. Os recursos a longo prazo, quando existentes, são oferecidos por bancos de fomento (BDMG, BNDES) e devido a seu caráter de incentivar projetos de expansão, possuem custos menores do que os recursos a curto prazo, oferecidos pelos bancos comerciais. Portanto não podemos dizer que, no Brasil, os empréstimos a curto prazo são mais onerosos que os de longo prazo; se houvesse disponibilidade de recursos a longo prazo nos bancos comerciais, seu custo certamente seria maior que os de curto prazo. Assim, não podemos comparar custos de longo prazo (oferecidos por bancos de fomento) com os custos dos empréstimos a curto prazo (oferecidos pelos bancos comerciais). 3 NATUREZA DA RELAÇÃO ENTRE RISCO E RETORNO

POSSIBILIDADES => AUMENTO DA RELAÇÃO AC/AT

REDUÇÃO DA RELAÇÃO AC/AT

RISCO

DIMINUI

AUMENTA

EXPECTATIVA DE RETORNO

DIMINUI

AUMENTA

POSSIBILIDADES => AUMENTO DA RELAÇÃO PC/AT

REDUÇÃO DA RELAÇÃO PC/AT

RISCO

AUMENTA

DIMINUI

EXPECTATIVA DE RETORNO

AUMENTA

DIMINUI

Vejamos esta relação através de um exemplo simples: Suponhamos a seguinte estrutura para o balanço da CIA ABC

Page 19: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

18

EXEMPLO 1

ATIVOS CIRCULANTES PASSIVOS CIRCULANTES

Aplicação no mercado aberto 500 Fornecedores 600

Caixa 900 Salário a pagar 500

Estoques 1.300 Empréstimos Bancários 200

Impostos 300

Total do ATIVO CIRCULANTE 2.700 Total do PASSIVO CIRCULANTE 1.600

ATIVO PERMANENTE 4.300 EXIGÍVEL LONGO PRAZO 2.400

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.000

TOTAL ATIVO 7.000 TOTAL PASSIVO 7.000

Para a estrutura acima, calcule: CCL (AC – PC) ....................................................... Liquidez corrente (AC/PC) ...................................... Liquidez seca (AC – estoque / PC) ......................... AC/AT .....................................................................

(Esta medida nos diz o percentual dos ativos circulantes em relação aos Ativos Totais). Se a empresa ganha 6% sobre os seus AC e se seu LO é de $600, calcule lucratividade de se manter esta estrutura de Ativos. ................................................................................

A rentabilidade mínima do Ativo Circulante deve ser a de uma aplicação financeira de risco

mínimo;

A rentabilidade do Ativo Permanente pode ser dada pela relação LO/AP

EXEMPLO 2

Considerando que a CIA ABC levantou a existência de recursos excedentes em seu

Ativo Circulante, decidiu transferir 500 do AC para o AP, para aquisição de uma nova máquina: AC ............... PC 1.600 AP ............... ELP 2.400 AT 7.000 PL 3.000 PT 7.000 Calcule novamente: CCL .................. LC ..................... AC/AT ................ Lucratividade desta nova estrutura de ativo .....................

Page 20: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

19

QUADRO RESUMO DOS VALORES ENCONTRADOS

EFEITOS DE UMA DIMINUIÇÃO DO AC/AT

ITEM VALOR INICIAL VALOR APÓS REDUÇÃO DO AC

CCL

LUCRATIVIDADE

AC/AT

RISCO

Assim podemos concluir que: EFEITO DE UM AUMENTO: A MEDIDA QUE A RELAÇÃO AC/AT AUMENTA O RISCO: A EXPECTATIVA DE RETORNO: EFEITOS DE UMA DIMINUIÇÃO: A MEDIDA QUE A RELAÇÃO AC/AT DIMINUI O RISCO: A EXPECTATIVA DE RETORNO: Para analisarmos os efeitos que aumentos ou diminuições no PASSIVO CIRCULANTE produzem, utilizaremos o EXEMPLO 1. CALCULE: CCL .................. PC/AT ...............

(Esta medida nos indica o volume de recursos do AT comprometido com as exigibilidades do PC) CONSIDERAÇÕES

O custo da estrutura de Passivo é mais difícil de ser calculado por um observador

externo, que não dispõe de dados sobre os custos de captação a curto e longo prazo da empresa. Consideraremos então: Custo do PC: constitui uma média dos diversos custos de captação a curto Custo do ELP: Custo dos financiamentos a LP captados pela empresa

Page 21: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

20

Custo do PL: Taxa mínima que pode ser obtida pelos acionistas em alternativas de investimento oferecidas pelo mercado. Consideraremos, para efeito didático, o retorno oferecido pela poupança, a despeita de considerarmos que ele não remunera o risco de empreender.

Supondo que o custo de se manter este PC seja de 5%, o custo de captação a longo

prazo seja de 13% e do Pat. Liquido seja de 6%, calcule o custo total desta estrutura de passivo. ..........................

Suponhamos agora que a empresa transferiu, parte de seu endividamento a longo

prazo para o curto prazo, uma vez que se aproxima a data de pagamento da captação. Transfira então 600, do ELP para o PC AC 2.700 PC AP 4.300 PEL AT 7.000 PL 3.000 PT 7.000 Calcule: CCL ........................... PC/AT ........................ Custo da nova estrutura de passivo ...................

QUADRO RESUMO DOS VALORES ENCONTRADOS

EFEITOS DE UM AUMENTO NA RELAÇÃO PC/AT

ITEM VALOR INICIAL VALOR APÓS AUMENTO DO PC

CCL

LUCRATIVIDADE

CUSTO

LUCRATIVIDADE LÍQUIDA

RISCO

Assim, podemos concluir que: Efeitos de um aumento: a medida em que a relação PC/AT aumenta: O RISCO: A EXPECTATIVA DE RETORNO:

Page 22: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

21

Efeitos de uma diminuição: a medida que a relação PC/AT diminui: O RISCO A EXPECTATIVA DE RETORNO: Efeito conjunto Os efeitos de aumento/diminuição na relação AC/AT e do aumento/diminuição PC/AT

ocorrem simultaneamente, não há como prever antecipadamente quais são os efeitos que irão ocorrer. Nestes casos, são necessários cálculos para se mensurar os resultados.

EXERCÍCIO PROPOSTO Considere a estrutura do exemplo 1 Analise os efeitos globais, considerando simultaneamente uma transferência de 600

do AC para o AP e de 500 do PC para o ELP. Os ganhos previstos para AC são 6%; o retorno do AP foi calculado por você. Os custos do PC e ELP e PL são, respectivamente, 5%, 13% e 6%,

Page 23: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

22

MODULO II - ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA

1. INTRODUÇÃO

A administração do caixa (caixa e bancos) é uma das áreas-chave da administração

do capital de giro, já que representa os ativos mais líquidos da empresa, o que possibilita recursos disponíveis para cobrir desembolsos, evitando crises de liquidez na empresa. O caixa é o denominador comum para o qual convergem todos os outros ativos (duplicatas a receber, estoques).

As estratégias básicas que devem ser empregadas pela empresa na administração de

seu caixa são: 1. Retardar, tanto quanto possível, o pagamento das duplicatas a pagar, sem prejudicar o conceito de crédito da empresa; 2. Girar os estoques com a maior rapidez possível; 3. Receber o mais cedo possível as duplicatas a receber sem, contudo perder vendas futuras, devido a técnicas muito rígidas de cobrança. 2. CICLO DE CAIXA E GIRO DE CAIXA

O CICLO DE CAIXA de uma empresa é definido como o período de tempo que vai do

ponto em que a empresa faz um desembolso para adquirir matéria prima, até o ponto em que é recebido o dinheiro da venda do produto acabado, feito com e aquelas matérias primas.

O GIRO DE CAIXA refere-se ao número de vezes por ano, que o caixa da empresa se

renova. Estes conceitos ficarão mais claros a partir do exemplo seguinte: A empresa KLM

paga suas duplicatas, em média, com 35 dias e recebe de seus clientes com 70 dias. Passam-se 85 dias entre o momento em que a matéria prima é comprada até a época em que o produto acabado é vendido. Calcule o ciclo de caixa e o giro de caixa desta empresa. Observe o diagrama seguinte:

Pagto de Duplicatas

a Pagar

50

Tempo (dias)

Cobrança de Duplicatas

a receber

0 30 155

Idade Média

dos estoques

PME = 85 dias

Prazo Média

de Cobrança

PMC = 70 dias

Prazo Média

de pagamento

PMP = 35 dias

Ciclo de Caixa = 120 dias (155-35)

Compra de Matéria

Prima a prazo

Venda de produtos

acabados a prazo

Desembolso Recebimento

- Giro de Caixa da empresa KLM -

Page 24: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

23

O ciclo de caixa pode ser calculado a partir da seguinte fórmula: Onde: IME = idade média dos estoques PMC = período médio de cobrança (ou de recebimento) PMP = período médio de pagamento Assim, para a empresa KLM, teríamos:

CC = ............................................. GC = ......................................... ANALISE:

............................................................................................................................................... ...............................................................................................................................................

Na maioria das vezes, a empresa possui diversos fornecedores e clientes, do quais

compra e aos quais vende com prazos diferentes, dependendo das negociações especificas que são realizadas. Nesse caso, deveremos trabalhar com médias aritméticas (simples ou ponderadas).

A média aritmética simples (x/n) será utilizada quando o peso das compras ou vendas

for basicamente o mesmo no total de compras ou vendas da empresa. Por exemplo:

A empresa possui 08 fornecedores, dos quais compra regularmente, e que concedem à empresa; Fornecedor A: 10 dias de prazo fornecedor B: 20 dias de prazo Fornecedor C: somente à vista Fornecedor D: 30 dias de prazo Fornecedor E: 15 dias de prazo Fornecedor F: 35 dias de prazo Fornecedor G: somente à vista Fornecedor H: 08 dias de prazo Todos os fornecedores têm o mesmo peso no volume total de compras da empresa. Qual é o prazo médio de pagamento desta empresa? Teremos então: 10+20+0+30+15+35+0+8 = 15 dias de prazo (média)

8 Suponhamos agora as vendas de uma empresa que possui: 20% das vendas a vista,

45% com 30 dias e 35% com 45 dias. O volume total de vendas da empresa é de $30.000/mês. Qual é seu prazo médio de recebimento? Observe que nesse caso, cada categoria de clientes possui um peso diferente no total das vendas da empresa. Utilizaremos então a média ponderada (wx / w)

20% x 30.000 = 6.000 à vista 45% x 30.000 = 13.500 com 30 dias 35% x 30.000 = 10.500 com 45 dias 6.000 x 0 + 13.500 x 30 + 10.500 x 45 = 29 dias de prazo (média)

30.000 3. CAIXA MÍNIMO OPERACIONAL

Para manter um saldo de caixa, necessariamente a empresa deixará de aproveitar

diversas oportunidades de investir em outros ativos. Por isso, o objetivo é sempre manter um mínimo de recursos em disponibilidade, a fim de que a empresa possa saldar suas

CC = PME + PMC - PMP

Page 25: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

24

dívidas, sem, contudo perder oportunidades de realizar imobilizações e outros investimentos. Veremos a seguir uma das formas de se determinar quanto uma empresa deveria manter em caixa. Existem outras técnicas, como veremos especificamente em fluxo de caixa. Qualquer técnica, contudo, precisa ser adaptada para a realidade da empresa em questão.

O caixa mínimo operacional (CMO) é o valor a ser mantido em caixa, a cada giro de caixa. Pode ser obtido a partir de estimativas acerca de seu desembolso anual estimado. Esta técnica somente é possível se a empresa utilizar instrumentos orçamentários e fluxo de caixa, de tal forma que lhe seja possível estimar quanto (em moeda estável) pretende desembolsar em um determinado ano.

CMO = DESEMBOLSOS ANUAIS PREVISTOS GIRO DE CAIXA

Em nosso exemplo anterior, suponhamos que a KLM estima desembolsos anuais de

$12.000, o caixa mínimo operacional a ser mantido pela empresa será: 12.000/3 = $4.000. Ou seja, a cada ciclo de caixa (120 dias), a empresa deverá manter um caixa mínimo

de $4.000. Contudo, temos que ser cuidadosos com esta análise, pois muitas empresas têm entradas e saídas de caixa não lineares, isto é, não se dão de forma equânime ao longo do ano.

Page 26: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

25

4. CUSTO DE OPORTUNIDADE O conceito de custo de oportunidade é um dos mais importantes em finanças e indica

o valor a ser considerado em qualquer investimento como o custo que se tem por estar usando aquela alternativa, ao invés de outra, de mesmo risco, oferecida pelo mercado.

Em nossa análise, caso a KLM não mantivesse $4.000 como caixa mínimo, poderia

utilizar estes recursos em outra alternativa, que lhe traria retornos, na caso estimados em 10%. Assim, podemos considerar que o custo de oportunidade da KLM para manter seu CMO é de $400. Na prática, podemos tornar os rendimentos reais de aplicações financeiras para estimar esta taxa.

Como se percebe, a empresa deve minimizar seu CMO (que tem custos tanto mais

elevados quanto maiores forem os retornos oferecidos por outras alternativas de investimento), sem colocar em risco sua liquidez. 5. ESTRATÉGIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA 5.1. Retardar, tanto quanto possível, o pagamento das duplicatas

Estime os efeitos sobre o CC, GC, CMO e custo de oportunidade se a KLM aumentar em 10 dias o prazo de pagamento a seus fornecedores. 5.2. Aumentar o giro dos estoques

O giro de estoques pode ser aumentado através de:

um maior giro das matérias primas – menor período de estocagem e menor número de itens estocados;

diminuição no ciclo de produção - através de técnicas de planejamento e controle da produção;

aumento no giro de produtos acabados - redução nos períodos de estocagem de produtos acabados, através de aperfeiçoamento de previsões de demanda.

Estime os efeitos sobre o CC, GC, CMO e custo de oportunidade se a KLM reduzir em

15 dias a idade média de seus estoques. 5.3. Acelerar o processo de recebimento

A empresa investe dinheiro em duplicatas a receber da mesma forma que o faz em

relação a estoques: se estes recursos fossem liberados, poderiam ser investidos em outros ativos. Duplicatas a receber são um custo para a empresa, já que a concessão de crédito normalmente é uma estratégia de vendas necessária para fazer face à concorrência. As condições de crédito geralmente são fixadas em função do setor em que a empresa opera, do tipo de produto e clientela, do momento econômico e da disponibilidade de recursos para financiar a venda a crédito. As políticas de crédito são os critérios da empresa para determinar a quem, em que circunstâncias e em que valor o crédito será concedido. As políticas de cobrança determinam o esforço a ser despendido pela empresa para receber prontamente seus créditos. Mudanças nas condições e políticas de crédito e de cobrança podem ser usadas como recursos para diminuir o período médio de cobrança.

Estime os efeitos sobre o CC, GC, CMO e custo de oportunidade se a KLM reduzir em

20 dias seu período médio de cobrança.

Page 27: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

26

5.4. Combinação das estratégias de administração de caixa Como pudemos comprovar, aumento nos prazos de pagamento a fornecedores,

aumento do giro dos estoques e redução nos prazos de recebimento de duplicatas têm efeitos favoráveis sobre o cicio e giro de caixa, e consequentemente sobre o CMO e o custo de oportunidade.

O ideal é que se possa combinar e implantar mais de uma alternativa ao mesmo

tempo, ou todas elas. Contudo, várias limitações práticas inibem esta ação integrada. Para aumentar o prazo de pagamento das duplicatas sem prejudicar o conceito de crédito da empresa, é necessário negociar com os fornecedores, que provavelmente estarão buscando alternativas para reduzir estes prazos e nem sempre concordarão com os aumentos propostos. Para reduzir a idade média dos estoques (estoque de matérias primas + estoque de produtos em elaboração + estoque de produto acabado), uma série de ações relacionadas à área de produção devem ser implementadas, além do que muitos produtos demandam normalmente um tempo longo em seu processo produtivo. Para reduzir o prazo de recebimento das duplicatas, a empresa deve analisar especialmente o prazo concedido pelos concorrentes, pois poderia vir a perder vendas se adotasse uma política muito mais rígida. Adicionalmente, seus clientes estarão pressionando para obterem aumentos nos prazos, da mesma forma que ela própria em relação a seus fornecedores.

Estime os efeitos sobre o CC, GC, CMO e custo de oportunidade se a KLM aumentar

em 10 dias o prazo de pagamento a seus fornecedores, reduzir em 15 dias a idade média de seus estoques e reduzir em 20 dias seu período médio de cobrança. 6. TÍTULOS NEGOCIÁVEIS

Títulos negociáveis são instrumentos a curto prazo, aplicações financeiras que a

empresa pode facilmente converter em caixa. Há três motivos básicos para manter a liquidez, e portanto deter títulos negociáveis, que representam garantia de liquidez:

• MOTIVO TRANSAÇÃO: títulos negociáveis, que serão convertidos em caixa para se

fazer algum pagamento previsto, são mantidos com finalidade transacional. Muitas empresas que precisam fazer pagamentos em futuro próximo, já têm antecipadamente estes recursos, e os investe até a data do vencimento das obrigações de modo a obter retornos.

• MOTIVO PRECAUÇÃO: títulos negociáveis mantidos por precaução são um

anteparo, um reforço ao caixa da empresa. Estes títulos precisam de grande liquidez, já que pode ser necessário realizá-los a qualquer momento. São importantes, pois protegem a empresa da possibilidade de não possuir recursos para demandas inesperadas.

• MOTIVO ESPECULAÇÃO: títulos negociáveis - são mantidos por razões

especulativas quando a empresa não encontra, no momento, melhores alternativas para aplicar aqueles recursos. Embora não devesse ser a razão mais comum para manutenção de ativos, o motivo especulação encontra no Brasil um forte apelo: Tal fato deve-se a listorções de ordem econômica, que privilegiam as atividades especulativas em detrimento das operacionais. O mais adequado seria que a empresa dispusesse de alternativas de investimentos para eventuais sobras de caixa, recorrendo ao mercado financeiro apenas por um período mais curto de tempo, até a realização de tais operações.

Page 28: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

27

ESTUDO DE CASO

A MODULAR ESTRATÉGIA PARA ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA

Em Janeiro de 1997, Ana Barroso foi nomeada diretora financeira da MODULAR. Ela

decidiu que poderia orientar-se melhor se examinasse cada área das operações financeiras da empresa a curto prazo para depois analisar as políticas financeiras de longo prazo.

A MODULAR está localizada ao sul de São Paulo e se especializa numa linha de

mobília conhecida por Mood Magic. De alta qualidade e desenho contemporâneo, a mobília destina-se a atrair clientes que queiram algo exclusivo para sua casa ou apartamento. A maioria das mobílias Mood Magic é feita sob encomenda especial, já que existe uma enorme variedade de estofados adornos e cores. A linha de produtos é distribuída mediante contratos de distribuição exclusiva com varejistas bem estabelecidos.

O processo de fabricação da MODULAR praticamente elimina o uso de madeira. O

metal cromado fornece a infra-estrutura básica. A empresa entrou no mercado em 1980. Ela vende seus produtos como itens para interiores e exteriores sob a marca Futuro. A mobília Futuro dá ênfase ao conforto, durabilidade e praticidade, e é distribuída por meio de atacadistas que podem vendê-la a qualquer cliente. A Linha Futuro tem sido muito bem sucedida gerando um retorno líquido de 26% nos últimos 4 anos. A empresa antecipa algumas adições à linha Futuro e também algumas mudanças no estoque promocional, num esforço para expandir as aplicações de sua mobília.

Ana, ao estudar a estratégia da administração de caixa da empresa, sente que o

caminho a seguir deve priorizar: 1. retardar o pagamento de contas a pagar tanto quanto possível, sem prejudicar o conceito de crédito adquirido ao longo do tempo, bem como aproveitar descontos financeiros favoráveis; 2. repor estoque tão rápido quanto possível, evitando faltas de itens que possam resultar em parada na linha de produção ou em perdas de vendas; 3. cobrar as contas a receber tão rápido quanto possível, sem perder vendas futuras por meio de técnicas severas de cobrança. Caso os descontos financeiros sejam economicamente justificáveis, poderão ser usados para atingir este objetivo.

Para determinar os efeitos dessas estratégias, Ana precisa primeiro estabelecer os

ciclos de caixa e giro de caixa. Em suas investigações, a diretora descobriu que a MODULAR compra a sua matéria

prima com condições de credito “líquido, 30 dias”. A empresa está operando em níveis de produção que não possibilitam descontos pôr volume. A maioria dos fornecedores não concedem descontos para pagamento à vista. Uma análise cronológica das contas a pagar da MODULAR mostrou que a empresa tem pago suas duplicatas, em média com 40 dias. Ana consultou as médias do setor e descobriu que para a indústria moveleira, a média é de 35 dias. Verificou ainda este índice para seis outras empresas de São Paulo e encontrou uma média de 43 dias.

A seguir Ana estudou o ciclo de produção e as políticas de estoque e verificou que a

MODULAR não costuma ter em estoque mais matérias primas ou produtos acabados do que o necessário. Seu processo de produção requer que as matérias primas estejam disponíveis quando as encomendas são recebidas. Já que a maior parte da mobília Mood Magic é constituída de encomendas, qualquer atraso demasiado pode acarretar perda da

Page 29: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

28

encomenda. A maioria dos tens mais padronizados é fabricada com base nas previsões de vendas e estimativas dos clientes quanto às cores e modelos que terão maior aceitação.

Ana determinou o período médio de cada categoria de estoque. O período médio de

estoque de matérias primas era de 37 dias; o estoque de produtos em processamento, ou ciclo de produção era de 10 dias. O período médio do estoque de produtos acabados era de 40 dias. Ela não pode determinar as médias da indústria, mas o Jornal da Associação Comercial informava que a maioria de seus membros tinha um Cicio de produção de 12 dias. O mesmo estudo assinalava que o período médio do estoque de matéria prima era de 30 dias de produto acabado, 37 dias. As seis empresas situadas em São Paulo tendiam a confirmar estes dados, com uma exceção: o período médio do estoque de matérias primas para elas era de 28 dias.

A MODULAR vendia a seus clientes com a condição “liquida, 60 dias”, seguindo a

tendência geral de conceder tais condições de credito para a venda de mobiliários. Ana descobriu que, pela análise cronológica de contas a receber, o período médio de cobrança atual para a empresa era de 73 dias. Verificando as médias do setor e do Estado, constatou que existia o mesmo período de cobrança quando as condições de crédito eram as mesmas. Quando eram oferecidos descontos financeiros, Ana acreditava que se a MODULAR viesse a oferecer “3% de desconto, 10 dias; líquido, 60 dias”, o período médio de cobrança poderia ser reduzido em pelo menos 20%.

A MODULAR gastava aproximadamente $432.000 por ano nas operações, excluídos

investimentos de capital, que chegavam a $37.500 anuais. A diretoria estimara estes valores para o ano de 1995. Sua preocupação era se certificar que a administração de caixa da empresa era o mais eficiente possível. Ela sabia que a empresa tinha um custo de oportunidade de 7% sobre cada $1 investido ineficientemente. Por isto, estava preocupada com o custo de qualquer excesso de caixa causado pela ineficiência nas operações da MODULAR. QUESTÕES 1. Quais são o ciclo de caixa, o giro de caixa e as necessidades mínimas de caixa para a MODULAR? 2. Se Ana pudesse otimizar as operações da MODULAR conforme os melhores padrões de que puder dispor, quais seriam o ciclo de caixa, o giro de caixa e as necessidades mínimas de caixa, sob estas condições mais eficientes? 3. Em termos de necessidades de saldos de caixa, qual é o custo da ineficiência operacional da MODULAR?

Page 30: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

29

MÓDULO III - FLUXO DE CAIXA 1. INTRODUÇÃO

Em economias inflacionárias, com altas taxas de juros, a sobrevivência da empresa

muitas vezes depende cada vez mais do grau de eficiência da gestão financeira. É imperioso que todo e qualquer dinheiro a receber ou a pagar seja bem empregado, sem perda de tempo. Se os fluxos de caixa são otimizados, deduz-se automaticamente, a necessidade do capital de giro. Esse, portanto, é um exercício vital para as empresas brasileiras, cujos custos Financeiros são significativamente elevados.

O fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro planejar,

organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período.

Uma vez programadas as necessidades financeiras e determinadas as fontes de

recursos que serão captadas, resta ao administrador financeiro a tarefa de distribuí-los de forma racional e adequada, pelos diversos itens do ativo da empresa.

Toda a administração do ativo é importante, pois se deve ter em mente os objetivos

simultâneos da administração financeira: liquidez e rentabilidade. Para que seja possível um pronto pagamento das obrigações a curto prazo, é necessário manter um saldo adequado de caixa, proceder as cobranças dos valores a receber, dimensionar convenientemente os estoques e avaliar os demais tens do ativo para se tenha autofinanciamento do ciclo operacional da empresa. Contudo, uma reserva excessiva de caixa é um desperdício; tais recursos poderiam ser aplicados, com maior proveito em outros itens do ativo. Igualmente, só se poderá um elevado giro de valores a receber e estoques mediante políticas adequadas à concessão de crédito, táticas agressivas e funcionais na cobrança de duplicatas e um racional dimensionamento dos estoques da empresa.

Assim, alto giro de valores a receber e estoques, resulta na melhor liquidez da

empresa que poderá, através das vendas, projetar um maior lucro e adequadas aplicações em itens do ativo.

Certas políticas gerais que são adotadas por algumas empresas, podem afetar o nível

desejado de caixa, de valores a receber e de estoques. Além disso, o administrador financeiro é responsável pelo estabelecimento de políticas que influenciam o volume de ingressos no caixa e na acumulação de valores a receber, da mesma forma, os desembolsos de numerários, de resgate dos valores a pagar e da reposição de estoques em níveis compatíveis com a atividade operacional da empresa.

Acresce-se que o administrador financeiro deve, periodicamente, conferir e avaliar os

resultados de sua política, para que possa efetuar as correções que se façam necessárias, bem como empregar medidas saneadoras e corretivas sobre os pontos de estrangulamento detectados.

Nestes termos, o capital investido na empresa pode apresentar-se de muitas formas e

segue um processo cíclico, cujo final é o fluxo monetário, também denominado financeiro. A administração financeira encontra-se presente em qualquer atividade com aumento sem fim lucrativo. Constitui-se a gerência do conjunto de operações destinadas à formação de

recursos financeiros necessários ao pagamento dos fatores de produção ou de serviços e sua distribuição, assim como das obrigações decorrentes das transações comerciais e de crédito da empresa.

Page 31: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

30

Tendo em vista estas colocações, é fundamental que o administrador financeiro saiba gerir corretamente os recursos financeiros alocados na massa patrimonial ativa da empresa. Estas preocupações encontram-se presentes em qualquer tipo de organização indústria, comércio ou prestação de serviços, independentemente do porte: micro, pequena, média ou grande empresa.

2. CONCEITOS

“Fluxo de caixa é o instrumento que relaciona o conjunto de ingressos e desembolsos

de recursos financeiros pela empresa em determinado período” “Fluxo de caixa é o instrumento utilizado pelo administrador financeiro como objetivo

de apurar os somatórios de ingressos e desembolsas financeiros da empresa, em determinado momento, prognosticando assim se haverá excedentes ou escassez de caixa, em função do nível desejado de caixa pela empresa”.

“Instrumento de programação financeira, que corresponde às estimativas de entradas

e saídas de caixa em certo período de tempo projetado”.

3. OBJETIVOS O fluxo de caixa tem como objetivo básico a projeção das entradas e saídas de

recursos financeiros para determinado período, visando prognosticar a necessidade de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis para a empresa.

Outros objetivos são relacionados a seguir:

Facilitar a análise e o cálculo na seleção das linhas de crédito a serem obtidas junto às

instituições financeiras; programar os ingressos e desembolsas de caixa, de forma criteriosa, permitindo

determinar o período em que deverá ocorrer carência de recursos e o montante, havendo tempo suficiente para as medidas necessárias;

permitir o planejamento dos desembolsos de acordo com as disponibilidades de caixa, evitando-se o acúmulo de compromissos vultosos em épocas de pouco encaixe;

determinar quanto de recursos próprios a empresa dispõe em dado período, e aplicá-los da forma mais rentável possível, bem como analisar os recursos de terceiros que satisfaçam as necessidades da empresa;

proporcionar o intercâmbio dos diversos departamentos da empresa com a área financeira;

desenvolver o uso eficiente e racional do disponível; financiar as necessidades sazonais ou cíclicas da empresa; providenciar recursos para atender aos projetos de implantação, expansão,

modernização ou relocalização industrial e/ou comercial. fixar o nível de caixa, em termos de capital de giro; auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para que possa julgar a

conveniência em aplicar nestes itens ou não; verificar a possibilidade de aplicar possíveis excedentes de caixa; estudar um programa de empréstimos e financiamentos; projetar um plano efetivo de resgate de débitos; integrar as atividades da empresa, facilitando os controles financeiros.

Page 32: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

31

4. CAUSAS DE FALTA DE RECURSOS NA EMPRESA 4.1. Internas

Entre as causas que poderão ocasionar uma escassez de recursos financeiros na

empresa, relacionam-se a seguir as principais. expansão descontrolada das vendas, implicando em maior volume de compras e de

custos pela empresa; insuficiência de capital próprio e utilização do capital de terceiros em proporção

excessiva, aumentando o grau de endividamento da empresa; ampliação exagerada dos prazos de vendas pela empresa; necessidade de compras de vulto; exigindo maiores disponibilidades de caixa;

diferenças acentuadas na velocidade dos ciclos de recebimento e pagamento; baixa velocidade na rotação dos estoques; ociosidade da capacidade instalada, seja por limitações do mercado seja por

insuficiência de capital de giro; distribuição de lucros além da disponibilidade de caixa; altos custos financeiros em função de mau planejamento e controle de caixa. 4.2. Externas declínio das vendas; inadimplência; elevação do nível de preços; concorrência; alteração nas alíquotas de impostos; inflação; expansão ou retração do mercado. 5. EQUILÍBRIO FINANCEIRO

As empresas equilibradas financeiramente apresentam as seguintes características.

Permanente equilíbrio entre ingressos e desembolsos do caixa; Capital próprio tende a aumentar, em relação a capital de terceiros; A rentabilidade do capital próprio é satisfatória; Menor necessidade de capital de giro; Tendência para aumentar a rotatividade dos estoques; Não há imobilizações excessivas de capital; Não há falta de produtos prontos para atendimento das vendas. O diagrama a seguir ilustra a falta de recursos na empresa, bem como alternativas para se alcançar o equilíbrio financeiro.

Page 33: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

32

CAUSAS

a) Excesso de

investimento em

estoques ou em itens de

baixa rotação.

b) Prazo médio de

recebimento é maior

que o prazo médio de

pagamento.

c) Excesso de

imobilização.

d) Inflação monetária.

ALIVIAR EVITAR ELIMINAR

DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO

SINTOMAS

a) Insuficiência crônica

de caixa.

b) Captação sistemática

de recursos através de

empréstimos.

c) Sensação de quebra

repentina.

CONSEQUÊNCIAS

a) Vulnerabilidade ante

flutuações de mercado.

b) Atraso nos

pagamentos de divida.

c) Concordata.

d) Falência.

MEDIDAS DE SANEAMENTO FINANCEIRO

a) Aumento do capital próprio através da entrada de novos sócios ou do reinvestimento dos lucros;

b) Redução do ritmo das atividades operacionais;

c) Adequação do nível de operações ao nível de recursos ociosos;

d) Desimobilização de recursos ociosos;

e) Planejamento e controle financeiro.

EQUILÍBRIO FINANCEIRO

SIC + I – D = SFC

Page 34: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

33

6. REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Apoio da cúpula diretiva da empresa; Organização da estrutura funcional da empresa com definição clara dos níveis de

responsabilidade de cada área; Integração dos diversos setores e/ou departamentos da empresa ao sistema de fluxo de

caixa; Definição do sistema de informações (formulários, prazos, responsáveis, etc.); Treinamento do pessoal envolvido para implantar o fluxo de caixa na empresa; Comprometimento dos responsáveis das diversas áreas no sentido de alcançar os

objetivos e metas propostos no fluxo de caixa; Utilização do fluxo de caixa para avaliar com antecedência os efeitos de decisões

financeiras na vida da empresa; 7. VANTAGENS DO FLUXO DE ÇAIXA Demonstra ao administrador financeiro o momento adequado para as retiradas de caixa,

sem acarretar problemas financeiros para a empresa; Permite o uso dos recursos de maneira racional, sem comprometer a liquidez da

empresa; Permite a elaboração de planos de financiamento, bem como da projeção dos períodos

de amortização; Auxilia verificar os períodos em que a empresa terá excedentes de caixa, além de

estimar os valores dos saldos de caixa e os períodos em que eles ocorrerão; Possibilita a escolha de investimentos dos recursos financeiros, bem como das linhas de

crédito necessárias ao financiamento dos déficits de caixa; Possibilita o planejamento integrado das atividades da empresa; Facilita o processo decisório; Possibilita a visualização dos pontos fortes e vulneráveis da empresa, permitindo a

implantação de medidas corretivas; Permite o estabelecimento de objetivos e metas a serem atingidos, bem como fornece

parâmetros financeiros concretos para avaliação. 8. LIMITAÇÕES DO FLUXO DE CAIXA

As estimativas contidas no fluxo de caixa têm como base a projeção das vendas, que se

for mal elaborada compromete todo o resultado. A implantação do fluxo de caixa poderá sofrer restrições por segmentos na empresa, o

que demanda um trabalho de conscientização no momento da implantação. Os primeiros resultados podem não atender às expectativas dos proprietários, pois até

que se elabore o sistema de forma a atender às especificidades da empresa podem ocorrer erros. Ademais, os resultados não são sempre exatos, na medida em que eventos não programados (tanto ingressos quanto desembolsos) podem acontecer, comprometendo as previsões elaboradas. A não compreensão destas limitações podem ilustrar e comprometer a implantação do instrumento.

Instrumentos de planejamento somente são válidos se houver o acompanhamento e análises posteriores, comparando-se o projetado x realizado, a fim de que medidas corretivas possam ser implantadas.

Flutuações de mercado podem comprometer as projeções feitas> comprometendo os resultados estimados no fluxo de caixa.

Page 35: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

34

9. TIPOS DE INGRESSOS E DESEMBOLSOS DE CAIXA O planejamento dos ingressos de caixa é o ponto mais complexo do fluxo de caixa,

pois depende da realização de pagamentos a serem efetuados por outrem sobre os quais a empresa não tem controle total.

Quanto aos desembolsos, sua estimativa é facilitada pelo fato de que a empresa

normalmente planeja as saídas de caixa de acordo com 6 vencimentos das obrigações. As saídas de caixa podem ser regulares, razoavelmente regulares ou irregulares. As saídas regulares são aquelas que estão vinculadas diretamente à atividade operacional da empresa, e incidem de forma periódica. As saídas razoavelmente regulares (ou intermitentes) são aquelas que aparecem e desaparecem em um determinado período de tempo. As saídas irregulares ocorrem poucas vezes e estão vinculadas a disponibilidade de caixa e a planos de expansão, modernização ou relocalização da empresa. O diagrama a seguir sintetiza os principais ingressos e desembolsos de caixa:

Principais ingressos e desembolsos de caixa

Fluxo de caixa:

1. Ingressos 1.1 Fonte Internas a) venda à vista

b) cobrança de valores a receber

c) venda de itens do ativo permanente

d) lucros reinvestidos

e) receitas financeiras

f) aluguéis recebidos, etc.

1.2 Fontes Externas a) desconto de títulos

b) empréstimo bancários

c) governo

d) acionistas

e) empréstimo de coligadas / controladas

2. Desembolsos 2.1 Regulares a) aquisição de estoques

b) pagamentos de salários

c) despesas administrativas

d) despesas com vendas

2.2 Razoavelmente regulares

a) principal / juros pagos a instit. Financ.

b) despesas tributárias

c) resgate de títulos

d) retirada de sócios

e) pagamento de dividendos

2.3 Irregulares a) ampliação da empresa

b) modernização

c) novas instalações

d) relocalização da empresa

10. CONCLUSÃO

O fluxo de caixa é um dos instrumentos mais eficientes de que dispõe o administrador

financeiro, do qual poderá dispor para planejar, controlar, dirigir e avaliar as atividades operacionais da empresa.

Page 36: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

35

Através de sua implantação, objetivos e metas poderão ser avaliados através de

dados concretos, buscando-se as razões das defasagens e implementando medidas que evitem a repetição dos mesmos problemas no futuro. O dimensionamento do capital de giro a ser mantido fica bastante facilitado com a utilização do fluxo de caixa, pois possibilita a manutenção de recursos mínimos no caixa da empresa, liberando a utilização dos excedentes em outras atividades mais rentáveis para a empresa.

FLUXO DE CAIXA - TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO 1. PREVISÃO DE VENDAS

O insumo básico qualquer fluxo de caixa é a previsão de vendas, normalmente

fornecida ao administrador financeiro pelo departamento de marketing. Com base nesta projeção, se poderá prever quando as vendas serão recebidas, bem como os gastos relacionados com a produção, estoques, distribuição, nível de imobilizado desejado, o montante de financiamento necessário e as possibilidades de sua obtenção.

A previsão de vendas pode estar baseada numa análise de dados externos ou

internos. 1.1. Previsões Externas: é baseada nas relações que podem ser observadas entre as vendas da empresa e certos indicadores econômicos, como por exemplo a evolução do PIB, a renda pessoal disponível, o crescimento da população, etc. Estas previsões se justificam na medida em que estimativas da atividade econômica permitem prever as vendas futuras da empresa. 1.2. Previsões Internas: geralmente são baseadas na elaboração de previsões de vendas da empresa. Normalmente a equipe de vendas é solicitada a estimar as vendas para um determinado período, que são posteriormente ajustadas pela direção da empresa.

As empresas geralmente usam dados da previsão interna e externa para compor a

previsão final de vendas. Os dados internos propiciam uma visão clara das expectativas de vendas, enquanto os dados externos oferecem uma maneira de ajustar estas expectativas, levando em consideração fatores econômicos gerais. Muitas empresas que vendem bens de primeira necessidade não são muito afetadas por fatores econômicos, ao passo que as vendas de outras empresas variam bastante com estas mudanças. Muitas vezes, a natureza do produto afeta a escolha dos métodos de previsão adotadas.

Page 37: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

36

2. FORMATO DO FLUXO DE CAIXA Como se viu, a estrutura básica de um fluxo de caixa pode ser sintetizada como

apresentamos abaixo, embora se possa variar infinitamente as formas gerais de estruturá-lo: (+) RECEBIMENTOS (-) PAGAMENTOS = FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA (+) SALDO INICIAL DE CAIXA = SALDO FINAL DE CAIXA (+ / -) FINANCIAMENTO NECESSÁRIO OU APLICAÇÃO DE EXCEDENTES = SALDO DE CAIXA C/ FINANCIAMENTO Através do exemplo seguinte, a metodologia de elaboração do fluxo de caixa ficará

clara: A CIA ABC está desenvolvendo um fluxo de caixa para Outubro, Novembro e

Dezembro. As vendas forma de $100 em Agosto e $200 em Setembro. Foram previstas vendas de $400 $300 e $200 para Outubro, Novembro e Dezembro, respectivamente. 20% das vendas são recebidas à vista, 50% com 30 dias e 30% com 60 dias. Em Dezembro, a empresa receberá dividendos de uma coligada no valor de $30.

As compras da empresa representam normalmente 70% das vendas, sendo que 10%

é pago à vista, 70% com 30 dias e os restantes 20% com 60 dias. Outros desembolsos são os seguintes: - Dividendos: $20 em Outubro - Aluguéis: $5 mensalmente - Salários: representam 10% das vendas de cada mês, mais uma parcela fixa de $8. - Impostos: $25 em Dezembro - Juros $10 em Dezembro - Aquisição de equipamentos: uma nova máquina no valor de $130 será comprada e

paga em Novembro. - Amortização: será feita amortização de empréstimo, no valor de $20 em Dezembro. - O saldo de caixa para início de Outubro é de $50 e a empresa deseja manter um

saldo mínimo de caixa de $25.

MODULO IV - ADMINISTRAÇÃO DE DUPLICATAS A RECEBER

1. INTRODUÇÃO

As Duplicatas a Receber (DR) de uma empresa representam a concessão de crédito

feita a seus clientes. A fim de conservar os clientes atuais e atrair outros, a maioria das empresas acha necessário oferecer crédito. As DR e os estoques são os principais ativos circulantes mantidos pela maioria das empresas. Embora haja diferenças quanto ao volume a ser mantido nestas duas contas, o administrador financeiro deve tentar minimizar os investimentos, ao mesmo tempo em que mantém um nível adequado de serviços.

Neste tópico discutiremos três aspectos importantes de duplicatas a receber: Políticas

de crédito (padrões de crédito e análise de crédito). Condições de crédito (descontos

Page 38: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

37

financeiros) e Políticas de cobrança. Iremos analisar as influências que alterações na administração das DR exercem sobre a lucratividade esperada da empresa. 2. POLÍTICAS DE CRÉDITO

A política de crédito de uma empresa fornece os parâmetros para se determinar se

deve ser concedido crédito a um cliente e em que valor. A empresa deve preocupar-se não somente com o estabelecimento de padrões de crédito, mas também com a aplicação correta desses padrões a tomada de decisões de crédito. É preciso desenvolver fontes adequadas de informações sobre crédito e métodos de análise de crédito. Cada um desses aspectos é importante para administração eficaz das DR. 2.1. Padrões de crédito

Os padrões de crédito da empresa definem os critérios mínimos para concessão de

crédito a um cliente. Certas questões, como classificação de crédito, referências de crédito, períodos médios de pagamento e determinados índices financeiros fornecem uma base quantitativa para o estabelecimento e cumprimento dos padrões de crédito. Contudo, devemos analisar principalmente os impactos que alterações nos padrões de crédito exercem sobre a lucratividade da empresa.

Quando uma empresa torna seus padrões de crédito mais rígidos ou mais flexíveis

deve esperar alterações em seu volume de vendas, investimento médio em duplicatas a receber e perda com incobráveis. Volume de vendas: Se a empresa flexibiliza seus padrões de crédito, deve esperar

aumento em suas vendas. Contudo, os efeitos sobre o lucro operacional somente poderão ser avaliados após análise dos efeitos sobre os investimentos médios em DR e a perda com incobráveis.

Investimento médio em duplicatas a receber: Há um custo referente a manutenção de

DR. Quanto mais duplicatas a receber houver, maior será o custo de mantê-las. Se a empresa flexibilizar seus padrões de crédito, o nível médio de DR deve crescer, ao passo que padrões de crédito mais rígidos significam redução nos investimentos médios em DR.

Alterações no nível de DR relativos a mudanças nos padrões de crédito provêm de

dois fatores: mudanças nas vendas e mudança na política de cobrança. Maiores vendas resultam em um maior saldo médio de DR. Quando as condições de crédito são flexibilizadas, concede-se crédito a clientes menos confiáveis, que provavelmente retardarão o pagamento de suas contas. Quando os padrões de crédito são mais rígidos, a concessão de crédito será limitada aos clientes mais confiáveis, e a expectativa é que as DR sejam pagas com maior pontualidade.

Perda com incobráveis: A probabilidade de perda com incobráveis aumenta quando os

padrões de crédito são flexibilizados e diminui quando estes se tornam mais rigorosos. Pode-se esperar as seguintes alterações quando os padrões de crédito são

flexibilizados:

DIREÇÃO DA VARIAÇÃO

EFEITO SOBRE O LUCRO

VOLUME DE VENDAS AUMENTA +

PERÍODO MÉDIO COBRANÇA AUMENTA -

PERDA COM INCOBRÁVEIS AUMENTA -

Page 39: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

38

EXEMPLO: A CIA XYZ vende seu produto a $12. As vendas, todas a crédito, são estimadas em 72.000 unidades. O custo variável por unidade é $8, e o custo médio unitário, $10. A empresa está analisando a possibilidade de flexibilizar seus padrões de crédito e espera um aumento de 5% nas vendas. O atual período médio de cobrança deve passar dos atuais 30 para 45 dias. Espera também um aumento nos incobráveis de 1 para 2%. O retorno exigido pela empresa para qualquer investimento é de 15%.

Para solução deste e de outros exercícios, utilizaremos a seguinte metodologia: A) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ADICIONAL: Indica o aumento esperado no LAJIR (lucro antes de juros e imposto de renda) da empresa após a introdução do plano. Pode ser obtida através da fórmula:

Número de unidades vendidas adicionalmente X margem de contribuição unitária

sendo que a margem de contribuição unitária é dada por (PV - CV) B) CUSTO DO INVESTIMENTO MARGINAL EM DR: diferença entre duplicata antes e após a introdução de padrões de crédito mais flexíveis. Investimento médio em DR = Custo das vendas anuais

Giro das duplicatas a receber Giro das duplicatas a receber = 360

período médio de cobrança

Investimento marginal em DR = Investimento médio em DR com o plano proposto investimento médio em DR com o plano atual Custo do investimento marginal em DR X Custo de Oportunidade C) CUSTO DOS INCOBRÁVEIS MARGINAL: custo incobráveis com o plano proposto - custo incobráveis com plano atual. D) TOMADA DE DECISÃO:

(=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ADICIONAL (-) CUSTO DO INVEST. MARGINAL EM DR (-) CUSTO DOS INCOBRÁVEIS MARGINAL (=) LUCRO/PREJUÍZO COM IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO

2.2. Análise de crédito Uma vez que a empresa tenha estabelecido seus padrões de crédito, precisa

desenvolver procedimentos para avaliar os solicitantes de crédito. Muitas vezes, a empresa não apenas irá determinar a credibilidade de um cliente, mas também estimar o montante máximo de crédito que o cliente pode receber. Feito isso, a empresa pode estabelecer uma linha de crédito, determinando o montante máximo que o cliente pode dever à empresa em qualquer momento. Estabelecem-se linhas de crédito para eliminar a necessidade de verificar o crédito de um cliente, sempre que uma compra a crédito for feita.

Os dois passos básicos no processo de investigação para se conceder crédito são: (1)

obter informações de crédito e (2) analisar as informações a fim de se tomar as decisões de crédito. (1) Obtenção de informações de crédito: Quando a empresa é contratada por um cliente que solicita crédito, o departamento de crédito normalmente começa o processo de avaliação

Page 40: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

39

exigindo uma série de informações e referência financeiras e de crédito. Posteriormente, a empresa irá checar a veracidade destas informações, bem como complementá-la através de outras fontes, que podem ser: Demonstrações financeiras: Importante instrumento, que permite à empresa analisar

informações sobre o desempenho passado do solicitante de crédito, tais como liquidez, rentabilidade, endividamento, situação patrimonial, giros diversos, etc. Embora demonstrativos contábeis não mostrem informações específicas sobre padrões de pagamento da empresa, uma visão global da situação financeira pode indicar a natureza de sua administração global.

Serviços de informações de crédito: Alguns setores podem dispor de informações

confiáveis, oferecidas aos associados. O comércio mineiro, por exemplo, dispõe de informações fornecidas pelo CDL (Clube de Diretores Lojistas), que auxiliam na análise de créditos.

Intercâmbio de crédito: muitas empresas trocam informações importantes sobre o

desempenho de seus clientes. Neste caso, é necessária cautela no sentido de passar informações que podem ser consideradas sigilosas. Fornecedores são comumente solicitados a prestar informações sobre seus clientes. Neste sistema, deve haver reciprocidade e veracidade entre as informações trocadas pelos participantes.

Bancos: Comumente, os bancos onde os solicitantes de crédito mantêm negócios são

uma fonte de informações para a empresa que analisa uma solicitação de crédito. Contudo, em função do sigilo a que estão submetidos, os bancos não fornecem dados muito precisos.

Índices ou esquemas para avaliação de crédito apropriados para os padrões de

crédito de uma empresa não estão definidos “a priori”: precisam ser desenvolvidos. Não existem procedimentos estabelecidos, e a empresa precisa ajustar os modelos às suas necessidades. Um dos insumos básicos à decisão final de conceder ou não crédito a um cliente é o julgamento subjetivo que o analista financeiro faz. A experiência lhe permite perceber aspectos não quantitativos da qualidade das operações de uma empresa. O analista ajustará o seu conhecimento sobre a empresa solicitante de crédito às referências obtidas com o modelo de análise adotado, a fim de determinar sua capacidade de crédito. Com base em sua interpretação subjetiva, tomará a decisão final referente à concessão do crédito solicitado pelo cliente e o valor deste crédito. Muitas vezes, essas decisões não são tomadas por um único indivíduo, mas por um comitê de crédito. 3. CONDIÇÕES DE CRÉDITO

As Condições de crédito de uma empresa especificam as condições de reembolso

exigido de todos os clientes a crédito. Abrangem três aspectos: (a) desconto financeiro; (b) período do desconto e (c) período de crédito.

Uma das formas utilizadas para enunciar as condições de crédito é a seguinte: 2/10,

líquido 30. Isto indica que o cliente terá um desconto de 2% se pagar até o 10° dia após o início do período de crédito; ou então pagará o valor sem desconto com 30 dias. 3.1. Desconto Financeiro

Quando uma empresa começa a oferecer ou eleva um desconto financeiro, podem-se

esperar as seguintes variações ou efeitos sobre o lucro:

Page 41: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

40

DIREÇÃO DA VARIAÇÃO

EFEITO SOBRE O LUCRO

VOLUME DE VENDAS AUMENTA +

PERÍODO MÉDIO COBRANÇA DIMINUI +

PERDA COM INCOBRÁVEIS DIMINUI +

LUCRO POR UNIDADE DIMINUI -

EXEMPLO: Suponha que a CIA XYZ pretende implantar a seguinte condição de

crédito: 2/10, liq.30. (PV=12, CV=8, CF=2 Q=72.000 unids - dados do exercício anterior). A empresa espera que, com o desconto financeiro, 60% de suas vendas passem a ser feitas a crédito. O período médio de cobrança deve cair para 15 dias. Espera queda nos incobráveis de 1 para 0,5%. A resolução deste exercício segue a metodologia apresentada anteriormente. Deve-se acrescentar à análise a informação relativa ao custo do desconto financeiro, que pode ser obtido através do raciocínio seguinte: N° de unidades totais vendidas X preço de venda X% do desconto financeiro oferecido X% de clientes que utilizarão o desconto para pagamento antecipado. 3.2. Período de desconto financeiro

O efeito líquido de alterações no período do desconto financeiro é bastante difícil de

analisar. Quando o período do desconto financeiro for aumentado, as seguintes alterações poderiam ser esperadas:

DIREÇÃO DA VARIAÇÃO

EFEITO SOBRE O LUCRO

VOLUME DE VENDAS AUMENTA +

PERÍODO MÉDIO COBRANÇA DIMINUI/AUMENTA +/-

PERDA COM INCOBRÁVEIS DIMINUI +

LUCRO POR UNIDADE DIMINUI -

O período médio de cobrança diminui quando há um número maior de clientes que

antes não aproveitavam o desconto e agora passam a fazê-lo; neste caso o efeito global sobre o lucro será positivo.

O período médio de cobrança pode aumentar quando a empresa estiver oferecendo

descontos pouco convidativos para pagamentos antecipados, e um maior número de clientes (que antes efetuavam seus pagamentos mais cedo para se beneficiar dos descontos) passar a pagar no período normal. 3.3. Períodos de crédito

Quando a empresa aumenta o período de crédito, pode-se esperar os seguintes

efeitos sobre o lucro;

DIREÇÃO DA VARIAÇÃO

EFEITO SOBRE O LUCRO

VOLUME DE VENDAS AUMENTA +

PERÍODO MÉDIO COBRANÇA AUMENTA -

PERDA COM INCOBRÁVEIS AUMENTA -

Page 42: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

41

Todas estas análises, contudo, precisam ser adaptadas à realidade da empresa onde serão aplicadas. Por exemplo: A perda com incobráveis poderá não se alterar quando a empresa aumentar seu período de crédito, desde que os critérios utilizados para a concessão no tenham sido alterados. Assim, é necessário analisar as diversas variáveis envolvidas para que se determine as implicações que alterações na administração das DR exercerão sobre a lucratividade global da empresa. 4. POLÍTICAS DE COBRANÇA

As políticas de cobrança da empresa são os procedimentos adotados para se receber

as duplicatas na data do vencimento. A eficiência das políticas de cobrança podem ser avaliadas parcialmente, observando-se o nível dos inadimplentes. Esse nível depende não só das políticas de cobrança, mas também das políticas de crédito nas quais se baseou a concessão de crédito.

Quando a empresa intensifica seus esforços de cobrança, as seguintes alterações

podem ser esperadas:

DIREÇÃO DA VARIAÇÃO EFEITO SOBRE O LUCRO

VOLUME DE VENDAS NÃO SE ALTERA/DIMINUI 0 OU -

PERÍODO MÉDIO COBRANÇA DIMINUI +

PERDA COM INCOBRÁVEIS DIMINUI +

LUCRO POR UNIDADE AUMENTA -

Page 43: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

42

MÓDULO V - ANÁLISE DE PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM

1. INTRODUÇÃO

Planejamento financeiro envolve a projeção de vendas, receitas e ativos relacionados

a plano ou ações executivas, baseados em estratégias de marketing e de produção e, após isto, a decisão de como se atender às necessidades de financiamento de tais ações ou planos. Este planejamento deve avaliar planos e identificar mudanças nas operações que venham a representar aumento real na capacidade da empresa em gerar riquezas para seus acionistas e proprietários.

Por sua vez, o controle financeiro se coloca na fase de implementação e lida com

processos de ajustamentos requeridos para assegurar que planos sejam seguidos ou, mesmo, para modificar planos correntes devido a mudanças no ambiente econômico.

Assim é que categorias de análise como custos fixos, custos variáveis, volume de

vendas e lucros devem ser analisados em conjunto quando da elaboração de planos empresariais e, da mesma forma, após sua implementação, à luz de possíveis mudanças no ambiente (p.ex.: novas práticas concorrenciais das outras empresas do setor). Neste sentido, a técnica do Ponto de Equilíbrio (PE) permite, razoavelmente, (re)direcionar a ação executiva incorporando mudanças nas variáveis já apontadas.

Resumidamente, esta análise nos permite:

determinar o nível de atividade que precisa ser mantido para cobertura de todos os

custos fixos operacionais. avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas.

A ação executiva deve incorporar uma análise mais sucinta do risco envolvido em

decisões relativas a aumentos ou reduções no nível de atividades da empresa e, aqui, torna-se necessário ir além da determinação do PE e utilizar as técnicas da alavancagem (operacional e financeira). Neste texto trataremos resumidamente destas técnicas, realçando o composto de risco e retorno em que se envolvem as empresas e, ademais, incorporando a hipótese mais realista de “não-linearidade” nas funções de custos e de receitas das empresas. 2. ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

Como já ressaltamos, este instrumento se constitui numa técnica analítica para

estudar as relações entre custos fixos, custos variáveis volume de vendas e lucros, buscando, em especial, levantar o nível das operações necessárias para cobertura dos custos fixos operacionais.

Para entender a análise do PE, recorreremos ao detalhamento de um Demonstrativo

de Resultados, até a categoria do lucro antes dos juros e do imposto de renda (LAJIR); fazendo incluir, também, uma forma algébrica do mesmo: Demonstrativo de Resultados

(+) Receita de Vendas (-) Custo das Mercadorias Vendidas (-) Despesas Operacionais Fixas = LAJIR

Page 44: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

43

onde, p = preço por unidade vendida x = quantidade vendida, em unidade v = custo variável unitário f = custo operacional fixo Assim, o LAJIR será dado por: LAJIR = Receitas - CMV - Custos Operacionais Fixos Ou, LAJIR = p * X – V * X – F E se o PE é aquele nível de vendas ao qual a empresa cumpriria suas obrigações

fixas, ou seja, onde o LAJIR se iguala a zero, segue-se que: LAJIR = 0 = p * X – V * X – F Desenvolvendo, X = F p - v Portanto, o nível de atividade X será o ponto de equilíbrio para a empresa. Neste

ponto, ela estará apenas cobrindo dos custos fixos; sem obtenção de lucros. Exemplo: Suponha uma empresa com custos fixos de $ 2.500, preço de venda de seu

produto único a R$ 10 por unidade e custos variável unitário a $ 5. Qual seu ponto de Equilíbrio?

X = 2500 X = 500 unidades 10 - 5

adicionalmente, temos os casos das empresas que vendem muitos produtos a preços igualmente variados. Nestes casos, a solução possível será a de empregarmos uma analise de PE baseada em valores monetários, alterando a equação (1) para:

D = F 1-TV S (2)

onde se trabalha com a margem de contribuição (1 - TV/S) e, ainda, D = nível de vendas representativa do Ponto de Equilíbrio, TV = custos variáveis totais, S = total de receitas. Exemplo: Para uma empresa com custos fixos de $100.000, vendas totais de $800.000 e custos variáveis de $600.000, qual o PE em termos de vendas? D = 100.000 D = $400.000 1 - 600.000

800.000 Portanto ao nível de vendas de $400.000 seu LAJIR será igual a zero, sendo aí seu

Ponto de Equilíbrio. 2.1. Ponto de equilíbrio de caixa (PEC)

Sabemos que a contabilidade considera que os custos de uma empresa originam-se

do regime de competência e não do regime de caixa e que, assim, a análise do ponto de

Page 45: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

44

equilíbrio incorpora o equívoco de supor que os encaixes e desembolsos efetivos correspondem a custos e receitas. Embora este tipo de problema possa se relacionar a contas a pagar ou a receber, o tem principal a que se refere normalmente é a depreciação, a qual não faz incorrer em desembolso. Logo, a equação do PEC será apenas resultado de ligeira modificação na Equação (1), ou:

X = F - N p - v (3)

Onde, X = nível de atividades, em unidades, a ser alcançado, correspondente ao Ponto do Equilíbrio de Caixa, N = encargos sem desembolso. Exemplo: Do primeiro problema, suponha que a empresa tenha incluído $1.500 em seus custos operacionais fixos por conta de depreciação. Qual será seu PEC? X = 2500 - 1500 ==> X’ = 200 unidades

10 - 5 2.2. Exposição gráfica do ponto de equilíbrio

O gráfico abaixo nos mostra tanto o ponto de Equilíbrio como o Ponto de Equilíbrio de

Caixa, lançando mão dos exemplos já utilizados:

Representação gráfica de Ponto de Equilíbrio

PE Receitas

Despesas

Variáveis

Despesas

Fixas

Page 46: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

45

2.3. Relação entre variáveis no cálculo “PE” O quadro abaixo relaciona o efeito sobre o PE derivado de aumentos nas variáveis de

preço, custos fixo e variável:

AUMENTO NA VARIÁVEL EFEITO SOBRE O PE

CUSTO OPERACIONAL AUMENTA

PREÇO DE VENDA DIMINUI

CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO AUMENTA

3. LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

Muito embora a análise do Ponto de Equilíbrio seja amplamente usado pelas

empresas até pelo motivo de ser um modelo “intuitivo”, ela apresenta deficiências graves que devem ser tomadas seriamente em consideração pelos administradores.

3.1 A suposição da linearidade

A função de receita da forma como grafada na Fig. 1, baseia-se na hipótese de que o

preço por unidade é constante ao preço de $10, independentemente do volume de vendas e de produção.

Claro, aí está incorporada a hipótese de um mercado absolutamente concorrencial,

onde os produtores produziriam as quantidades que quisessem desde que obedecessem ao preço de mercado. Porém, é isto possível? Por exemplo, se a demanda estivesse baixa, não poderia a empresa reduzir os preços para obter acréscimos na receita total? Ou de modo contrário, se a demanda fosse alta, não seria este o momento para elevações de preços e, portanto de receitas?

Por tudo isto, a hipótese de constância nos preços de venda, que decorre da

desconsideração das elasticidades preço-demanda e de renda dos consumidores, leva naturalmente a uma situação insustentável de linearidade na função de receita.

No que tange à função de custo, também cabe perguntar se é realista se esperar que

o custo variável unitário seja constante para todo e qualquer nível de produção e/ou de venda. Por exemplo, a baixos níveis de produção, o custo por unidade poderia ser alto por causa da mão-de-obra não estar produzindo o bastante para aprender a produzir eficientemente ou porque a empresa não estaria obtendo vantagens comerciais devido à compra de pequenos lotes de suprimentos.

Da mesma forma, se a empresa estivesse produzindo além de um volume razoável,

dado sua mão-de-obra e equipamentos, os custos variáveis unitários se elevariam por conta da estafa do pessoal, super-utilização dos equipamentos, emprego de operários e de vendedores ainda não qualificados e por pagamentos de horas-extras.

Estas considerações sugerem que a curva de custo total (que é dada pela

multiplicação do custo variável unitário pela quantidade produzida e/ou vendida) não seja linear. Ela se elevaria a taxas declinantes, onde existissem economias de escala (economias estas que ocorrem por se produzir mais a partir de uma mesma base produtiva e/ou de vendas) e, após, se elevaria a taxas crescentes, onde imperassem deseconomias de escala.

Page 47: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

46

Se é assim, a curva de custo é não-linear e a empresa experimentaria perdas a baixos níveis de produção/venda; ganharia lucros sobre uma faixa de atividade e, a seguir, sofreria perdas no caso de vendas anormalmente altas. 3.2. Aplicações para produtos múltiplos

Como aplicar a análise do Ponto de Equilíbrio a situações onde as empresas

produzam vários produtos? Se formos analisar cada um deles em separado, a análise estará incorrendo em vieses por vezes críticos. Como já apontamos, a utilização de uma análise baseada em valores monetários (ver Ponto 2) pode auxiliar neste sentido desde que o composto de produtos da empresa demonstre razoável estabilidade na repartição do faturamento ao longo do tempo.

Resta disto tudo, que o administrador será levado em suas decisões a se basear em

critérios que julguem os mais apropriados a cada situação especifica, dentre os quais, p.ex., o de ratear o custo fixo pelo faturamento esperado de cada tem na linha de produtos da empresa.

Outra solução reside no uso de modelos matemáticos sofisticados para levantamento

de pontos de equilíbrio, porém não os discutiremos aqui. 3.3. Classificações de custo

Existem casos onde não seja possível a divisão exata dos custos em fixos e variáveis

para uma análise correta de ponto de equilíbrio. De forma sucinta, podemos identificar 3 categorias: a) Custos Fixos: custos tomados em função do tempo, não das vendas, e que são geralmente contratuais, exigindo o pagamento de montantes por períodos certos. O aluguel é um exemplo. b) Custos Variáveis: variam diretamente com as vendas ou com a produção: Custos de fábrica e de entrega são, em geral, variáveis. c) Custos Semi-variáveis: são parcialmente fixos e variáveis, um bom exemplo é dado pelas comissões de vendedores as quais podem se fixar até uma faixa de vendas e aumentar a partir daí. Logo, tal esquema teria características de custos fixos e variáveis.

Page 48: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

47

3.3.1 Exposição de tipos de custos

3.4 Natureza de Curto Prazo

Este é outra das limitações da analise, pois existem despesas como a propaganda ou

pesquisa e desenvolvimento, que podem gerar benefícios para o período posteriores e que, no entanto, seriam inteiramente incorporados no período presente para fins de cálculo de Ponto de Equilíbrio. Enfim, se o os benefícios totais não são esperados no período da despesa, a analise resta questionável.

3.5 Exposição Gráfica das funções com as críticas acima

4. ALAVANCAGEM Para um físico, alavancagem implica no uso de uma alavanca para elevar um objeto

pesado a com uma força pequena. Na terminologia de negócios, um alto grau de alavancagem implica em que pequena mudança em vendas resultará numa larga mudança no lucro.

Neste ponto, estudaremos o fenômeno da alavancagem com vista a medir a sensibilidade do lucro (ou seja, o risco) face a ações empreendidas pela empresa, pelo fato desta lançar mão de recursos com custos fixos (operacionais e financeiros) na sua necessária busca de retornos. Devemos enfatizar que a consideração da relação risco e retorno é da mais alta importância na vida profissional do administrador e que o estudo da alavancagem oferece meios excepcionais para seu entendimento, na medida em que se constitui numa medida dos riscos incorridos pelas empresas. Ademais, procederemos a análise em separado das alavancagens operacional e financeira de forma a melhor elucidar a questão no seu todo.

$

Ponto de Equil.

Custo Total

Custos Fixos

Vendas (unidade)

Vendas (unidade)

Custo

Semivariável

$ Tipos de Custos

Custo Variável

Custos Fixos

Fig. 2

Receita de Vendas

Fig. 3

Page 49: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

48

4.1 Alavancagem Operacional Resulta da existência de custos operacionais fixos no fluxo de lucros independem do

volume de vendas, devendo ser cobertos não importando o último. Pode ser definida como a capacidade de se usar custos fixos para efeitos das variações em vendas sobre o LAJIR.

Já para a mensuração dos graus de influência dos custos fixos sobre o utilizamos do

Grau de Alavancagem Operacional (GAO), o qual definimos como: GAO = Variação Percentual no LAJIR

Variação Percentual em Vendas ou algebricamente (de acordo as variáveis no Ponto 2.), GAO = X * (p - v) X * (p - v) - F

Exemplo: Dados X = 1000 unidades, p = $10 por unid., v = $5 por unid. e, F = $2.500; qual empresa e qual o significado desta medida? GAO = 1.000 * (10 - 5) GAO = 2,0

1.000 * (10 - 5) - 2.500 Significado da medida: ela nos diz que um acréscimo ou decréscimo de X% no fluxo

de receitas acarretará um acréscimo ou decréscimo de (2 * X%) no LAJIR. Tanto é assim, que podemos confirmar tal conclusão no exemplo seguinte:

Exemplo: do problema anterior, suponha acréscimo e decréscimo de 10% nas vendas

verifique as novas dimensões do LAJIR.

VENDAS 900 UNIDS 1.000 UNIDS 1.100 UNIDS

PREÇO DE VENDA 10 10 10

RECEITA VENDA 9.000 10.000 11.000

(-) CMV 4.500 5.000 5.500

(-) CF 2.500 2.500 2.500

LAJIR 2.00 2.500 3.000

Portanto, no caso de acréscimo de 10% em vendas, teríamos elevação de 20% no

LAJIR. No caso de decréscimo de 10% nas vendas, o LAJIR se reduziria também em 20%. Podemos deduzir daí, o risco em que se envolvem as empresas face ao ambiente

econômico, onde acréscimos ou decréscimos nas vendas significarão até o sucesso ou o fracasso dos empreendimentos. Claro, quanto maior o GAO, tanto maior o risco a que se expõe a empresa e tanto maiores suas pretensões de lucro.

Page 50: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

49

Complementarmente, cabe realçar o caráter do GAO como medida do risco do negócio, pois ele mostra a sensibilidade do LAJIR face a variações nas vendas, pelo emprego de recursos com custos fixos. 4.2 Alavancagem Financeira

Resulta da presença de encargos financeiros no fluxo de lucros da empresa e não

variam com o LAJIR, devendo ser pagos não impor a o montante deste último. Juros sobre empréstimos e dividendos preferenciais são exemplos de tais encargos financeiros. Pode ser definida como a capacidade da empresa de usar encargos financeiros fixos para maximizar os efeitos de variações no LAJIR sobre o lucro final da empresa.

Como medida do grau de influência dos encargos financeiros fixos sobre o lucro,

utilizamos do Grau de Alavancagem Financeira (GAF), que definimos como:

GAF = Variação Percentual no Lucro Variação Percentual em LAJIR

ou, algebricamente, como: GAF = LAJIR_________

LAJIR - J - DP * (1/(1 - t) onde cabe definir que: DP = os dividendos preferenciais, pagos sobre as ações preferenciais (por exemplo, os papéis como VARIG PP, Petrobrás PP, etc.) as quais não dão direito a voto nas resoluções do Conselho de Administração das empresas, porém, têm a primazia no recebimento de dividendos, J = juros sobre empréstimos de capitais de terceiros, t = alíquota do imposto de renda.

Exemplo: Qual o GAF para uma empresa com os dados de LAJIR de $2.500, juros de

$1.000, dividendos preferenciais de $500 e alíquota do IR de 40%t Qual o significado desta medida?

GAF= 2.500 GAF = 3,75

2.500 - 1.000 - 500 * (1/(1 - 0,40) Significado da medida: ela nos diz que um acréscimo ou decréscimo de X% no LAJIR

acarretará um acréscimo ou decréscimo de (3,75 * X%) no lucro final da empresa. Já a constatação desta afirmação, veremos no sub-item seguinte ao tratarmos da alavancagem combinada.

Complementarmente, cabe realçar o caráter do GAF como medida do risco financeiro da empresa, pois ele mostra a sensibilidade do lucro face a variações no LAJIR, a partir do uso de recursos financeiros com obrigações lixas. 4.3 Alavancagem Combinada

Reflete o efeito combinado das alavancagens operacional e financeira, demonstrando

o efeito amplificado que ocorre sobre o lucro a partir de variação nas vendas, o que nos revela ainda mais os riscos das ações empresariais na busca de retornos positivos.

Adicionalmente, o Grau de Alavancagem Combinada é dado por:

Page 51: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

50

GAC = GAO x GAF Para melhor entendermos estas últimas observações, utilizamos um exercício que

incorpora os exemplos dos Pontos 5.1 e 5.2: Demonstrativo de Resultado

VENDAS 900 UNIDS 1.000 UNIDS 1.100 UNIDS

PREÇO DE VENDA 10 10 10

RECEITA VENDA 9.000 10.000 11.000

(-) CMV 4.500 5.000 5.500

(-) CF 2.500 2.500 2.500

= LAJIR 2.000 2.500 3.000

(-) JUROS 1.000 1.000 1.000

= LAJIR 1.000 1.500 2.000

(-) IR 400 600 800

(-) DIVID. PREF. 500 500 500

= LUCRO 100 400 700

Vejamos: temos que o Grau de Alavancagem Combinada é de 7,5 (2,0 * 3,75) e,

portanto, o acréscimo de 10% nas vendas deve ser correspondido por acréscimo de 75% no lucro. É isto se confirma pelo lucro de $700 (2ª coluna) face aos $400 (1ª coluna), que atinge tal percentual de crescimento ($700 / $400 = 1,75).

Da mesma forma, a redução no volume de vendas em 10% é correspondida por

queda de 75% no lucro; de $400 para $100. 5. CONCLUSÃO

Vimos, através do estudo da alavancagem, os riscos a que se expõe a empresa face

ambiente econômico. Assim é que se com o uso ampliado de recursos com custos fixos ela tem possibilidades de alcançar retornos apreciáveis, por outro lado, ela se expõe a riscos igualmente ampliados de fracasso.

Portanto cabe enfatizar que a ação empresarial se dá num contexto de risco e retorno,

onde a busca de maior lucratividade pela empresa se faz acompanhar por uma maior exposição a riscos (por vezes, de falência). E tal situação se complica ainda mais quando se sabe que em setores de atividades onde existam possibilidades de ganhos de economia de escala e (por ex.: a indústria do cimento), a decisão de crescer (portanto, de se investir mais) é obrigatória.

MÓDULO VI - ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES Os estoques, ou bens em mãos são ativos circulantes necessários que possibilitam o

funcionamento do processo de produção e vendas com um mínimo de distúrbio e, como as duplicatas a receber, representam um investimento significativo por parte da maioria das empresas.

Page 52: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

51

1. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS ESTOQUES Dois aspectos dos estoques exigem alguma elaboração. Um refere-se aos tipos de

estoque; o outro relaciona-se aos diferentes pontos de vista quanto ao nível adequado de estoques. 1.1. Tipos de estoque

Os tipos básicos de estoque são matérias-primas, produtos em elaboração e produtos

acabados. Os estoques de matérias-primas consistem de tens adquiridos pela empresa - geralmente materiais básicos como parafusos, plásticos, aço, rebites - para uso na elaboração de seus produtos. Nos casos em que a empresa fabrica produtos bastante complexos com inúmeros componentes, o estoque de matérias-primas pode consistir de itens já processados, que foram comprados de outras empresas ou transferido de outra divisão da mesma empresa. O estoque de produtos em elaboração engloba todos os itens que estão passando pelo processo de produção. Eles são, em geral, produtos parcialmente acabados e podem ser vistos como matérias-primas em relação aos sub-processos dentro da mesma fábrica. Estão sempre em algum estágio intermediário de acabamento, O estoque de produtos acabados consiste de itens que foram produzidos, mas ainda não vendidos. 1.2. Diferentes pontos de vista em relação ao nível de estoques

Os executivos de diferentes áreas de uma mesma empresa têm diferentes pontos de

vista com relação ao nível ideal de estoques. Cada um visualiza os níveis de estoques em função de seus objetivos. A disposição geral do administrador financeiro é no sentido de manter os estoques em níveis mais baixos, assegurando-se que o dinheiro da empresas não esteja sendo investido inadequadamente em excesso de recursos. Por sua vez, o gerente de marketing gostaria que houvesse grandes estoques de cada um dos produtos acabados, afim de que todos os pedidos fossem atendidos rapidamente, eliminando a necessidade de atrasar ou devolver pedidos por falta de estoques.

A principal responsabilidade do gerente de produção é assegurar que o plano de

produção seja implementado corretamente e resulte no nível desejado de produtos acabados, com boa qualidade e com custos baixos. Para cumprir seu papel esse gerente manteria altos estoques de matérias primas para evitar atrasos no processo produtivo e seria favorável a elevados estoques de produtos acabados, elaborados em grande lotes, a fim de reduzir os custos unitários de produção.

A preocupação fundamental do gerente de compras é com o estoque de matérias-

primas, sendo sua responsabilidade assegurar o atendimento das necessidades da área industrial, em quantidades certas, nos prazos desejados e a preços favoráveis. Na ausência de controle adequado, o gerente de compras pode adquirir quantidades superiores às suas necessidades reais de produção, a fim de obter descontos ou por ter previsto uma elevação nos preços ou na escassez de certos materiais, 2. TÉCNICAS PARA ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES 2.1. O SISTEMA ABC

Uma empresa que usa o sistema ABC classifica seus estoques em três grupos: A, B e

C. O grupo A inclui aqueles itens que requerem maior investimento. Numa distribuição típica, esse grupo consiste em 20% dos itens totais e representa 80% do valor do investimento total em estoques. O grupo B consiste dos itens que representam um maior

Page 53: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

52

investimento depois do A, ou seja, é um intermediário entre os grupos A e C. O grupo consiste em geral, de um grande número de itens cujo investimento é relativamente pequeno.

A divisão dos estoques em itens A, B e C permite que a empresa determine o nível e os tipos de procedimentos necessários ao controle do estoque. O controle dos itens A deve ser mais intensivo devido elevado investimento envolvido. Ademais, seria recomendável o uso de registros permanentes, que permitam a monitoração diária dos níveis de estoque desses itens. Os itens B são freqüentemente controlados por meio de verificações periódicas de seus níveis - possivelmente semanais. Já os itens C poderiam ser controlados por meio de procedimentos rudimentares, tais como a linha de aviso para reposição, feita dentro de recipientes onde os produtos estejam armazenados. O modelo de lote econômico de compra (LEC), constitui-se no procedimento adequado para o controle dos itens A e B.

2.2. O MODELO DE LOTE ECONÔMICO DE COMPRA (LEC)

Um dos instrumentos sofisticados mais comumente citados para se determinar a

quantidade ótima de compra de um item de estoque é o modelo do lote econômico de compra (LEC), o qual leva em conta os vários custos operacionais e financeiros envolvidos, com o fim de determinar a quantidade do pedido que minimiza os custos totais de estocagem. 2.2.1. Custos básicos

Excluindo o custo efetivo da mercadoria, os custos relacionados com o estoque

podem ser divididos em três grupos gerais: custo de emissão de pedidos, custos de manutenção do estoque e custo total. Cada um deles possui certos componentes e características básicas.

Custos de emissão de pedidos: incluem os custos fixos administrativos de se efetuar e receber um pedido – o custo de preencher um pedido de compra, de processar os papéis necessários e de receber um pedido e verificá-lo, confrontando-o com a fatura. Esses custos são normalmente definidos em termos monetários por pedido.

Custos de manutenção de estoque: são os custos variáveis unitários da manutenção de

um item em estoque durante um período determinado. Esses custos são geralmente definidos em termos monetários por unidade, por período e incluem componentes como custo de armazenagem, custos de seguro, custos de deterioração e obsolescência e, sobretudo, o custo de oportunidade ou financeiro, de se empatar dinheiro. Uma regra prática muito citada é que a manutenção de um item em estoque por um ano representa um custo entre 20 e 30% do custo (valor) do item.

Custo total: é definido como a soma dos custos de pedir e de manter os estoques. O

custo total é importante no modelo do LEC, pois o objetivo deste é determinar a quantidade do pedido que o minimiza.

2.2.2. Abordagem gráfica do LEC

Page 54: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

53

O objetivo explícito do modelo LEC é encontrar a quantidade de compra que minimiza

o custo total do estoque. O lote econômico de compra pode ser encontrado graficamente, traçando-se as quantidades do pedido sobre o eixo X e os custos sobre o eixo Y.

2.2.3. Abordagem matemática do LEC

Pode-se desenvolver uma fórmula para a determinação do LEC de uma empresa,

para um dado item de estoque. Sendo, S = a demanda, em unidades por período O = o custo de pedir, por pedido C = o custo de manter estoque, por unidade por período Q = a quantidade do pedido, em unidades a equação do custo total pode ser formulada. O primeiro passo no desenvolvimento da equação do custo total é obter uma expressão para a função do custo de pedir e a função do custo de manter estoque. O custo de pedir pode ser expresso como produto do número de pedidos pelo Custo por pedido Já que o número de pedidos é igual à demanda durante o período, dividida pela quantidade do pedido (isto é, S/Q), o custo de pedir pode ser expresso por:

Custo de pedir = O x S/Q

O custo de manter estoque é definido como o estoque médio multiplicado pelo custo

de manter uma unidade por período. O estoque médio é definido como a quantidade do pedido dividida por 2 (Q/2), já que se supõe que estoque seja reduzida a uma taxa constante. Assim, o custo de manter estoque pode ser expresso por: Custo de manter estoque C x Q/2

Custo de emissão

de pedidos

LEC

QUANTIDADE

CUSTO ($)

1000 500

1200

600

0

Custo de

m

a

n

u

t

e

n

ç

ã

o

Custo total

Page 55: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

54

A análise destas duas equações mostra que se a quantidade, do pedido Q aumentar,

o custo de pedir diminuirá, enquanto que o custo de manter estoque aumentará proporcionalmente.

A equação do custo total é obtida, combinando-se as expressões para o custo de

pedir e o custo de manter estoque, de modo que: Custo total = (O x S/O) + (C x Q/2)

Já que o LEC é definido como a quantidade de compra que minimiza a função do

custo total, a equação precisa ser solucionada para o LEC. Disso resulta a seguinte fórmula: LEC = Exemplo: Suponha que a RCP, uma fabricante de equipamentos eletrônicos de teste, utilize

1.600 unidades de um item por ano. Seu custo de pedir é de $50 por pedido e o custo de manter cada unidade em estoque é de $1 por ano. Substituindo os valores para S = 1.600, O = $50 e C = $1, na equação obtém-se o LEC de 400 unidades. Se a empresa emitir pedidos de 400 unidades, estará minimizando seu custo total de estoque.

3. O PONTO DE REENCOMENDA

Tendo calculado o LEC, a empresa precisa determinar quando emitirá os pedidos. Na

prática, o ponto de reencomenda deve levar em conta o tempo necessário para emitir e receber os pedidos. Supondo uma taxa constante de demanda para o estoque, o ponto de reencomenda pode ser determinado pela seguinte equação: Ponto de reencomenda = tempo para reposição (em dias) x demanda diária

Exemplo: Se uma empresa souber que são necessários dez dias para emitir e receber um

pedido e se usar cinco unidades diariamente, o ponto de reencomenda será cinqüenta unidades (10 dias x 5 unidades por dia). Assim, logo que o nível de estoque da empresa atingir 50 unidades, será emitido um pedido correspondente ao LEC. Se forem corretas as estimativas referentes ao tempo para reposição e da demanda diária de insumos, os itens serão recebidos, exatamente quando o nível do estoque chegar a zero. Em razão das dificuldades em se fazer tais previsões, as empresas mantêm estoques de segurança, os quais podem ser utilizados quando os movimentos reais superam as expectativas. 4. ESTOQUES COMO UM INVESTIMENTO

O estoque é um investimento, no sentido de que exige o comprometimento de

recursos que a empresa poderia aplicar em outras alternativas rentáveis. Em geral, quanto maior forem os saldos médios dos estoques, maiores a quantia investida e os custos envolvidos e vice-versa. O administrador financeiro, ao avaliar as alterações planejadas nos níveis de estoques, deve considerá-las do ponto de vista de custo versus beneficio.

Exemplo:

2 x S x O

C

Page 56: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

55

A Ultimato Manufacturing está pretendendo aumentar os lotes de produção, de modo a reduzir os altos custos de preparação de máquinas utilizadas na elaboração de seu produto único, qual seja, guindastes industriais. A redução total anual nos custos de preparação que poderia ser obtida foi estimada em $20.000. Como resultado dos maiores lotes de produção, espera-se que o investimento médio em estoques aumente de $200.000 para $300.000. Caso a empresa possa ganhar 25% ao ano em investimentos de igual risco, o custo anual sobre os $100.000 adicionais de estoque ($300.000 - $200.000) será de $25.000 ($100.000 X 0,25).

Comparando-se este custo anual de $25.000 com a economia de $20.000, vê-se que a proposta deve ser rejeitada, na medida em que resulta numa perda anual de $5.000. 5. RELAÇÃO ENTRE ESTOQUES E DUPLICATAS A RECEBER

O nível e a administração dos estoques e duplicatas a receber estão intimamente

relacionados. Geralmente, no caso de empresas industriais, quando um item é vendido, passa-se do estoque para duplicatas a receber e, finalmente, para o caixa. Devido a intima relação entre esses ativos circulantes, não se deve considerar independentes as funções de administrar estoques e duplicatas a receber. Por exemplo, a decisão de conceder crédito a um cliente poderá resultar num maior nível de vendas, que só podem ser garantidas com níveis mais elevados de estoques e de duplicatas a receber. As condições de crédito concedidas também afetarão os investimentos em estoques e em duplicatas a receber, uma vez que maiores períodos de crédito possibilitarão que a empresa transfira itens de estoque para duplicatas a receber. Geralmente há uma vantagem em tal estratégia, pois o custo de manter um item no estoque é maior que o custo de manter uma duplicata a receber. Isso ocorre porque o custo de manter estoque inclui, além do retorno exigido sobre os fundos investidos, os custos de armazenagem, seguro e outros associados à manutenção de bens físicos. Essa relação é exemplificada a seguir.

As MilIs industries, fabricantes de tubos de PVC, estimam que o custo anual de

manter $1,00 de mercadoria em estoque por um período de um ano é $0,25, ao passo que o custo anual de manter $1,00 de duplicatas a receber é de $0,15. A empresa atualmente mantém estoques médios de $300.000 e um investimento médio em duplicatas a receber de $200.000 e acredita que se alterar suas condições de crédito, possa levar os clientes a comprar, em média maiores quantidades, conseqüentemente reduzindo seu estoque médio para $150.000 e aumentando seu investimento médio em duplicatas a receber para $350.000. As novas condições de crédito não deverão gerar mais negócios; porém, provocarão uma alteração nos padrões de compra e de pagamento. É vantagem para a empresa alterar suas condições de crédito?

Atual Proposta

Variável Custo / retorno

(1)

Investimento médio

(2)

Custo

(3)

Investimento médio

(4)

Custo

(5) Estoque Médio

25% $300.000 $75.000 $150.000 $37.500

Invest.médio em DR

15% $200.000 $30.000 $350.000 $52.500

Totais $500.000 $105.000 $500.000 $90.000

Podemos notar que, ao transformar $150.000 de estoques em duplicatas e receber, as MilIs Industries podem baixar o custo de manter estoques e duplicatas a receber, de $150.000 para $90.000 - uma adição de $15.000 ($105.000 - $90.000) aos lucros. Este lucro é conseguido sem alterar o nível do investimento médio em estoques e duplicatas a receber

Page 57: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

56

do seu total de $500.000. Antes atribui-se o lucro a uma modificação no mix desses ativos circulantes, de modo que a maior parte deles seja mantida na forma de duplicatas a receber, que custam menos que manter estoques.

Essas relações entre estoques e duplicatas a receber são afetadas por decisões

tomadas em todas as áreas da empresa financeira, de marketing, produção e de compras. O administrador financeiro deve considerar as interações entre essas duas contas, quando implementar estratégias e tomar decisões relacionadas ao processo de produção-venda. É especialmente importante reconhecer tal interação quando se tomam decisões de crédito, pois os níveis de estoques exigidos, tanto quanto os existentes, serão diretamente afetados.

EXERCÍCIOS - ADMINISTRAÇÃO DE DUPLICATAS A RECEBER 1. Conceitue, com suas palavras, os termos:

Margem de contribuição adicional Saldo Investimento médio em DR Investimento marginal em DR Custo do investimento marginal em DR

2. Quais são os efeitos esperados de uma redução no desconto financeiro de uma empresa sobre o volume de vendas, período médio de cobrança, perda com incobráveis e lucro por unidade? Exercícios 1) A Companhia WWP atualmente possui um período médio de cobrança de 45 dias e vendas anuais a crédito de $3 milhões. Suponha um ano de 360 dias. a) Qual é o saldo médio de duplicatas a receber? b) Se o custo médio de cada produto é 60% das vendas, qual é o investimento médio em duplicatas a receber? c) Se o custo de oportunidade de idêntico risco de se investir em duplicatas a receber é 12%, qual é o custo total de oportunidade do investimento em DR? 2) A Companhia E.A. atualmente realiza vendas a credito de $900 por ano com um período médio de cobrança de 60 dias. Suponha que o preço do produto da E.A. seja $150 por unidade, os custos variáveis $65 e o custo médio, $85 por unidade, ao nível atual de vendas. A empresa está estudando alterar sua política de crédito. Isto resultará num acréscimo de 20% nas vendas e um igual aumento de 20% no período médio de cobrança. O custo de oportunidade de idêntico risco em seu investimento em duplicatas a receber é de 14%. a) Quais são os custos fixos com e sem a mudança de política? b) Calcule a margem de contribuição adicional pelas novas vendas que a empresa obterá, se mudar sua política de crédito. c) Que investimento marginal em duplicatas a receber resultará?

d) Calcule o custo do investimento marginal em duplicatas a receber?

Page 58: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

57

e) A empresa deve alterar sua política de crédito? Que outra informação auxiliaria sua análise? 3) A Companhia N.H.M. Acha que seus custos de crédito são elevados demais. Elevando seus padrões de crédito, os incobráveis cairão de 5% para 2%. Contudo, as vendas cairão de $110.000 para $97.000 por ano. Se o custo variável total for de 50% da receita de venda atual, os custos fixos forem $13.000 e o investimento médio em duplicatas a receber não mudar: a) Que custo sofrerá a empresa com uma menor margem de contribuição? b) A empresa deve elevar seus padrões de crédito? Explique sua resposta. 4) A Companhia P.P. atualmente vende só a crédito e não oferece qualquer desconto financeiro. A empresa está estudando um desconto financeiro de 2% para pagamento à vista. O atual período médio de cobrança é 60 dias, as vendas são 45.000 unidades, o preço de venda unitário é $45, o custo variável unitário é $36, e o custo médio por unidade é $40 ao volume atual de vendas. A empresa espera que a alteração nas condições de crédito resulte num aumento de vendas para 53.000 unidades, 70% das vendas aproveitarão os descontos, e o período médio de cobrança cairá para 30 dias. A inadimplência é de 1% atualmente e não se espera alteração neste percentual. Se a taxa requerida de retorno sobre investimentos igualmente arriscados é de 25%, o desconto proposto deve ser oferecido? 5) Uma empresa está estudando uma mudança na política de crédito que elevaria os incobráveis de 2% para 4% das vendas. Atualmente as vendas são de 53.000 unidades, o preço de venda unitário é $22, o custo variável unitário é $9, o custo médio por unidade é $11, e o período médio de cobrança, 30 dias. Em conseqüência da alteração na política de duplicatas a receber, prevê-se que as vendas cresçam para 62.000 unidades. Não se espera alteração no PMC. O custo de oportunidade é de 12%. a) Após realizar toda a análise, você recomendaria a flexibilização nos padrões de crédito da empresa? 6) A companhia E.A. está pensando em estender seu período médio de cobrança. Atualmente, a empresa vende com condições de credito de 1/10 líquido 30, e o período médio real de cobrança é de 20 dias. Cerca de 60% dos clientes tem aproveitado o desconto; atualmente, a empresa fatura $450.000 pelas vendas, tem $354.000 de custos variáveis e $45.000 de custos fixos. O novo prazo a ser oferecido é “líquido 60”. Espera-se que a mudança nas condições de credito eleve as vendas para $530.000. Os incobráveis crescerão de 1% das vendas para 1,5%. A empresa exige uma taxa de retorno sobre investimento de idêntico risco de 20%. a) Que nível de lucratividade adicional sobre as vendas será conseguido com a mudança? b) Que mudanças nos incobráveis e no custo de financiar o investimento nas duplicatas a receber a empresa enfrentará? c) Você recomenda esta alteração na política? Por quê?

7) A Companhia Rapp está querendo avaliar se deve afrouxar os esforços de cobrança. A empresa faz reparos em 65.000 tapetes por ano a um preço de $35 cada. As perdas com

Page 59: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

58

incobráveis são 1% das vendas e os gastos com cobrança são $60.000. O período médio de cobrança é 40 dias, o custo médio por unidade é $31 ao atual nível de vendas, e o custo variável unitário é $27. Afrouxando os esforços de cobrança, a Rapp espera economizar $40.000 por ano nos gastos com cobrança. Os incobráveis crescerão para 2% das vendas, e o período médio de cobrança para 58 dias. As vendas aumentarão em 1.000 reparos por ano. Se a empresa exigir uma taxa de retorno sobre investimentos de mesmo risco de 24%, que recomendação você daria?

8) A Cia. GERAL está analisando a possibilidade de conceder um desconto financeiro de 2/10 liquido 40. Atualmente as vendas a crédito da empresa são de $840.000, o custo variável $490.000 e os custos fixos $175.000. O período médio de cobrança é de 40 dias, e a perda com incobráveis, 2%. Com a implantação do desconto financeiro, a empresa espera que as vendas aumentem 6%, a perda com incobráveis seja reduzida para 1%, e que 60% dos clientes aproveitem o desconto oferecido. O período médio de cobrança deverá se reduzir para 20 dias. Se a empresa exige uma taxa de retorno de 15% sobre quaisquer investimentos, você recomendaria a adoção desta medida?

9) Uma empresa, definindo sua política de crédito para o próximo período, efetuou as seguintes projeções: VENDAS: $35.000 por ano, sendo 40% à vista e 60% a prazo; CUSTOS VARIÁVEIS: 40% das vendas totais CUSTOS FIXOS: $1.800

A empresa concede desconto de 4% sobre as vendas à vista e o período médio de

cobrança é de 30 dias. As despesas com cobrança correspondem a 8% das vendas a prazo. Analisando uma nova proposta, a direção da empresa está considerando a possibilidade de incrementar o desconto financeiro nas vendas à vista para 8%. Com isso, espera-se um incremento de 5% no total das vendas, passando as vendas à vista a representar 60% do total. O período médio de recebimento deverá se reduzir para 20 dias. Os custos de cobrança deverão se reduzir para 6% das vendas a prazo. Contudo, os incobráveis, que hoje são de 2% deverão crescer para 3%, pois a empresa não pretende ser muito rígida na concessão do crédito. O custo de oportunidade é de 20%. Após cuidadosa análise, você recomendaria a adoção dessa medida?

LEIA AS AFIRMATIVAS E CLASSIFIQUE-AS COMO V OU F SE FALSAS SUBLINHE A(S) PALAVRA(S) QUE FIZERAM VOCÊ IDENTIFICAR A(S) INCORREÇÃO(ÕES). CORRIJA A FRASE. 1. ( ) O cálculo da margem de contribuição adicional permite a mensuração dos ganhos adicionais de uma empresa quando sua Receita de vendas se altera. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 2. ( ) O investimento médio em duplicatas a receber nos diz quanto a empresa tem a seus clientes, a cada giro das DR. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. ( ) Quando o investimento médio em duplicatas a receber se reduz de uma situação para outra, sobre a diferença podemos calcular custo de oportunidade. ______________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 60: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

59

4. ( ) Provisão para incobráveis não deve considerar as vendas a vista; descontos Financeiros devem considerar o percentual de cliente que dele irão se beneficiar; despesas de cobrança não são relevantes para se calcular a viabilidade de uma política de credito. ______________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 61: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

60

EXERCÍCIOS - ADMIMSTRAÇÃO DE CAIXA QUESTÕES 1 - Quais são os objetivos do Administrador Financeiro na administração de caixa? 2 - Quais são as estratégias básicas de administração de caixa? 3 - Conceitue ciclo de caixa. Como se relacionam o ciclo de o giro de caixa? 4 - O que ocorre ao ciclo de caixa quando a empresa:

(a) reduz a idade média dos estoques (b) aumenta o prazo de pagamento a seus fornecedores (c) reduz o prazo de cobrança de suas duplicatas (d) implanta as três medidas ao mesmo tempo

5 - Discorra sobre as três razões básicas para manutenção de títulos negociáveis. 6 - Por que a manutenção de títulos negociáveis pelo motivo especulação durante um longo período pode levar uma empresa à obsolescência de seu parque industrial? Como esta situação tem sido experimentada pelas empresas brasileiras? EXERCÍCIOS 1. A empresa Delta está implementando estratégias para administrar seu caixa de forma mais eficiente. As duplicatas são cobradas com 65 dias os estoques têm uma idade média de 60 dias e as duplicatas a pagar são quitadas com aproximadamente 32 dias. A empresa estima seus desembolsos operacionais anuais em $42.000. a) Calcule o CC, o GC e o CMO b) Calcule o supondo que a empresa tem oportunidades de investimento, de igual risco, a taxas de 13%. 2. A Cia. BBC tem giro de estoque de 12 vezes, um período médio de cobrança de 40 dias e período médio de pagamento de 48 dias. Os desembolsos anuais estão estimados em $3.200. O custo de oportunidade para manter caixa é de 11%. a) Calcule o CC, GC, CMO e o custo de oportunidade. 3. Uma empresa cobra suas duplicatas, em média, com 85 dias. Os estoques têm uma idade média de 70 dias e as duplicatas são quitadas com 40 dias. a) Calcule o CC e o GC atuais. b) Que modificações ocorrerão no ciclo de caixa e no giro de caixa se:

b1) O período médio de cobrança muda para 70 dias; b2) A idade média dos estoques se reduz para 60 dias; b3) O período médio de pagamento aumenta para 50 dias; b4) Todas as alterações ocorrem simultaneamente;

4. A empresa X paga suas duplicatas no 20° dia após a compra. O período médio de cobrança é de 28 dias, a idade média dos estoques é de 43 dias. Os desembolsos anuais estão estimados em $25.000. A empresa está analisando a possibilidade de retardar em 10 dias o pagamento a seus fornecedores. Se a empresa puder obter 13% de retorno em outro investimento, que economia pode ser obtida com este plano?

Page 62: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

61

5. A Cia. ABC tem giro de estoque de 12, giro de duplicatas a pagar de 6 e de duplicatas a receber de 8. Atualmente seus desembolsos estão por volta de $5.000 e ela pode obter 13% de retorno em investimentos de igual risco. a) Calcule o CC, GC e o CMO para esta situação. b) Se a empresa aumentar em 20% o giro de estoques e recebimento e diminuir em 10% o giro de pagamentos, calcule o CC, o GC e o CMO. c) Calcule o valor da ineficiência operacional e o custo, desta ineficiência para a Cia. ABC. 6. Uma empresa cobra suas duplicatas em média após 50 dias. Os estoques têm um giro médio de 3,6 vezes a cada ano e as duplicatas são quitadas após 40 dias de sua emissão. a) Calcule o CC e o GC. b) Explique a variação no ciclo de caixa, caso o período médio de cobrança diminua para 45 dias, os estoques girem 7,2 vezes ao ano e as duplicatas passem a ser pagas 60 dias após emitidas. 7. A Cia. TP mantém um giro de 12 vezes em suas duplicatas a receber e 24 vezes em suas duplicatas a pagar. As suas matérias primas permanecem estocadas por 40 dias, os produtos acabados demandam 50 dias para serem vendidos e a empresa gasta 45 dias para fabricação. Pede-se: a) Calcule o CC e o GC. b) A empresa vem procurando dinamizar suas vendas através de uma elevação nos seus prazos de recebimento. Uma avaliação rigorosa demonstrou que o prazo de estocagem de matérias primas pode ser reduzido em 10 dias, e o de estocagem de produtos acabados em 15 dias. Mantendo-se inalterado o ciclo de caixa atual encontrado da letra a, qual o prazo de recebimento adicional poderá ser dado aos clientes da TP? 8. A Cia. WHO tem um giro de estoque de 12 vezes, giro de duplicatas a pagar de 6 e de duplicatas a receber de 8 vezes. Atualmente seus desembolsos anuais estão, por volta de $8.000 e ela pode obter 15% de retorno em investimentos de igual risco. Calcule: a) CC, GC e CMO. b) A empresa pretende otimizar seu ciclo de caixa. Para isto, o administrador financeiro propõe: b1) a redução de 20%, em número de dias, da variável onde esta medida for a mais indicada. b2) um aumento de 10% em número de dias, da variável onde esta medida for a mais indicada. Calcule o CC, o GC, o CMO, o valor da ineficiência operacional e o custo desta ineficiência para a Cia. WHO. LEIA AS AFIRMATIVAS ABAIXO COM BASTANTE ATENÇÃO. CLASSIFIQUE-AS COMO VERDADEIRAS OU FALSAS. SE A AFIRMATIVA FOR FALSA: SUBLINHE A(S) PALAVRA(S) OU FRASE(S) QUE FIZERAM VOCÊ IDENTIFICAR A(S) INCORREÇÃO(ÕES) E CORRIJA A FRASE, TORNANDO-A VERDADEIRA.

Page 63: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

62

1. ( ) O cálculo do ciclo de caixa de uma empresa permite estimar seu giro de caixa e o capital de giro necessário para manter suas atividades operacionais. Mesmo que os desembolsos tomados como referência para estas projeções sejam extremamente sazonais este fato não compromete a utilização do CMO como estimativa média de desembolsos a cada giro de caixa. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 2. ( ) As estratégias básicas para administrar o caixa, de uma empresa são: aumentar o giro dos estoques e dos pagamentos e diminuir o giro de recebimento das DR. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. ( ) Empresas com desequilíbrio financeiro geralmente apresentam alguns, vários ou todos os problemas relacionados a seguir: excesso de investimentos no permanente, endividamento elevado, prazos de recebimentos menores de prazos de pagamentos e baixo giro de estoques. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 4. As afirmativas abaixo relativas à adm. das disponibilidades de uma empresa são todas verdadeiras, exceto: (justifique) a) Quanto maior o volume de recursos mantidos em disponibilidade por uma empresa industrial, maior seu CCL, menor sua rentabilidade e menor também seu risco de insolvência. b) Quanto menor for o ciclo de caixa de uma empresa, menor o capital de giro necessário para manter suas atividades operacionais. c) Como estratégias básicas para diminuição do nível de caixa, podemos citar uma redução no período médio de recebimento, aumento no período médio de pagamento e menor giro dos estoques. Outras questões: 1) A WPM é uma empresa de médio porte que fabrica plásticos para embalagens. Seu atual gerente financeiro, João Carlos, está analisando o ciclo de caixa da empresa com o objetivo de implantar uma nova estratégia, fundamental para adequar a empresa às novas exigências do mercado.

A situação atual é a seguinte: a empresa fabrica basicamente 3 produtos. A duração

de seu processo produtivo é sintetizada no quadro abaixo:

Estoque de matéria prima Prazo de processamento Estoque de produto acabados

3 dias 2 dias 2 dias

A empresa compra de 4 fornecedores diferentes, que oferecem a ela, em média:

Fornecedor A Fornecedor B Fornecedor C Fornecedor D

30 dias 45 dias 60 dias 69 dias

Page 64: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

63

As vendas da empresa, no valor de $48.000/mês, ocorrem basicamente em 5 segmentos diferenciados, conforme quadro abaixo e que possuem importância diferenciada no valor de vendas da empresa.

Segmentos Prazo concedido % do Segmento em Relação

às Vendas Totais

Atacadistas 40 dias 40%

Varejistas 30 dias 20%

Supermercados 20 dias 20%

Venda direta a estabelec. Comerciais

8 dias 10%

Prefeituras (Embalagens para lixo)

60 dias 10%

Os Desembolsos Mensais da empresa para gastos operacionais são da ordem de

$33.000 e a taxa mínima de retorno atualmente utilizada pela empresa para analisar quaisquer investimentos é de 13%.

O que vem preocupando a direção financeira da empresa é a entrada concorrentes,

que vêm oferecendo melhores condições de pagamento às empresas vê-se, pois, forçada a se adequar a essa nova situação. João Carlos analisando a seguinte alternativa:

Aumentar o giro de estoques da empresa em 15% Manter os prazos atuais com os fornecedores Oferecer aos clientes os seguintes prazos (mantendo o mesmo percentual em relação

às vendas atuais, mas buscando aumentar o volume de vendas para $53.000):

Atacadista 50 dias 40%

Varejista 35 dias 20%

Supermercado 30 dias 20%

Venda direta 10 dias 10%

Prefeitura 75 dias 10%

Ao aumentar os prazos de recebimento, a empresa espera conseguir aumentar as vendas de $48.000 para $53.000. Sua margem de lucro líquida é de 20%. Vale a pena implementar a estratégia proposta pelo gerente financeiro? Qual será o saldo final dessa estratégia? Passe suas respostas para o quadro abaixo:

SITUAÇÃO ATUAL

Ciclo de Caixa: Giro de Caixa: CMO: Custo/Ganho de Oportunidade: (Explicite se foi ganho ou custo)

SITUAÇÃO PROPOSTA

Ciclo de Caixa: Giro de Caixa: CMO: Custo/Ganho de Oportunidade: (Explicite se foi ganho ou custo)

Page 65: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

64

Vale a pena implementar a estratégia proposta pelo gerente financeiro? Transcreva o raciocínio matemático realizado para embasar sua resposta: Saldo final da operação: 2) Visando conhecer a real necessidade de caixa da sua empresa, o gerente financeiro coletou as seguintes informações:

Ciclo produtivo produto A: - produção: 20 dias - estoques matérias-primas: 10 dias - estoque de produ. Acabados: 15 dias

Ciclo produtivo Produto B: - produção: 30 dias - estoques matérias-primas: 19 dias - estoque de prod. Acabados: 12 dias

Ciclo produtivo Produto - produção: 10 dias - estoques matérias-primas: 21 dias - estoque de prod. Acabados: 13 dias

Nos meses de vendas intensas, os estoques de produtos acabados desaparecem e observa-se uma redução de 5 dias, em média, nos prazos de estocagem de matérias-primas.

As vendas são feitas, na maior parte, a prazo, conforme quadro abaixo:

Clientes Prazo médio % nas vendas

Atacadistas 60 dias 30%

Varejistas 45 dias 30%

Pequenos comerciantes 30 dias 25%

Vendas diretas no local À vista 15%

Valores mensais de vendas e custos:

Mês Vendas em $ Custos em $

Janeiro 100.000,00 70.000,00

Fevereiro 97.000,00 69.000,00

Março 65.000,00 45.000,00

Abril 63.000,00 43.000,00

Maio 64.000,00 43.000,00

Junho 60.000,00 42.000,00

Julho 59.000,00 42.000,00

Agosto 62.000,00 43.000,00

Setembro 65.000,00 45.000,00

Outubro 66.000,00 50.000,00

Novembro 95.000,00 69.000,00

Dezembro 110.000,00 77.000,00

As compras são centralizadas em 5 fornecedores, sendo pagas com:

A B C D E

30 dias 38 dias 42 dias 26 dias 32 dias

Page 66: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

65

Qual a necessidade de caixa desta empresa? Calcule e comente.

EXERCÍCIOS - FLUXO DE CAIXA 1) Leia as afirmativas abaixo com bastante atenção, classifique-as como verdadeiras ou falsas. Se a afirmativa for falsa: 1° - sublinhe a(s) palavra(s) ou frase(s) que fizeram você identificar a(s) incorreção(ões); 2° - corrija a frase, tornando-a verdadeira. a) ( ) A situação recessiva vivida por nosso país nos últimos anos tem contribuído para agravar a situação de caixa das empresas, pois as vendas têm declinado, a carga tributária é elevada e os aumentos nos custos nem sempre podem ser repassados para os preços.

b) ( ) O fluxo de caixa, quando implantado, costuma causar alguns problemas. Seus resultados sempre são exatos e ele também não possibilita comparações entre o previsto e o realizado, pois a rapidez com que tudo acontece no dia-a-dia dificulta a elaboração de mecanismos de controle. Algumas pessoas tenderão a criticar excessivamente o instrumento, pois as informações que lhes eram demandadas a todo instante agora estão disponíveis numa única planilha. ______________________________________________________________________________________________________________________________________

2 - Muitas empresas passam por problemas de desequilíbrio financeiro. Esta situação pode ser atribuída a fatores internos e externos. Sobre esta questão: a) analise as afirmativas abaixo e selecione a alternativa correta. b) sublinhe em cada afirmativa as palavras que fizeram você identificar incorreções. a) Para minimizar problemas de desequilíbrio financeiro, medidas saneadoras sempre úteis são: propor a intensificação do ritmo das atividades operacionais e a contenção de custos e despesas. b) Uma insuficiência crônica de caixa pode ter como causa um excesso de investimentos em estoques, um prazo de recebimento das duplicatas maior que o prazo médio de pagamento aos fornecedores, um excesso de imobilizações e a inflação. c) Como causas de situações de desequilíbrio financeiro podemos citar declínio nas vendas e diminuição, respectivamente, do nível de preços, da concorrência e das alíquotas dos impostos. d) Como conseqüências geradas por uma situação de desequilíbrio financeiro, podemos mencionar o risco de falência e concordata, invulnerabilidade ante flutuações de mercado e atrasos nos pagamentos das dívidas. 3 - Classifique os tens abaixo, utilizando os seguintes códigos: A - Ingressos regulares B - Ingressos eventuais C - Desembolsos regulares D - Desembolsos normalmente não regulares ______ Recebimento de aluguéis ______ Fornecedores ______ Venda de itens do ativo permanente ______ Salários ______ Pagamento de dividendos

Page 67: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

66

______ Impostos ______ Pagamento de juros sobre empréstimos a longo prazo ______ Recebimento de dividendos ______ Despesas administrativas ______ Empréstimos a coligadas/controladas ______ Despesas com programas de ampliação, modernização, expansão ______ Contraprestações referentes a compra de imobilizado através de contrato de arrendamento mercantil (leasing) ______ Recebimento de vendas à vista e à prazo 1. A CIA AT vendeu $58.000 em Março e $66.000 em Abril. As vendas previstas para Maio, Junho e Julho são e $74.000, $82.000 e $93.000, respectivamente. A empresa tem um saldo de caixa de $5.000 em 10 de maio e deseja manter um caixa mínimo de $5.000. Fornecidos os dados abaixo, elabore o fluxo de caixa para maio, junho e julho. a) 20% das vendas são à vista, 60% com 30 dias e 20% com 60 dias; b) A empresa recebe outras receitas de $3.000 por mês; e) As compras, pagas à vista, devem ser de $52.000, $73.000 e $81.000 p/ Maio, Junho, Julho; d) Paga aluguel de $3.000 por mês; e) Salários correspondem a 10% das vendas do mês anterior; f) Pagará dividendos de $3.000 em Junho; g) Pagará principal e juros no valor de $4.000 em Junho; h) Programou para Julho a compra de um equipamento no valor de $6.000; i) imposto de renda no valor de $6.000 é devido em Junho. As aplicações quando possível renderão 5% ao mês. Os financiamentos custarão 10% ao mês. 2 - Apresenta-se a seguir as vendas e compras para uma empresa, no período de Setembro e Outubro e suas previsões para novembro a abril.

Mês Vendas Compras

Setembro $210.000 $128.000

Outubro $258.000 $155.000

Novembro $168.000 $143.000

Dezembro $165.000 $105.000

Janeiro $153.000 $ 78.000

Fevereiro $183.000 $128.000

Março $218.000 $136.000

Abril $258.000 $ 93.000

a) A empresa vende 20% à vista, 40% com 30 dias e 40% com 60 dias; b) Outros recebimentos esperados são: $12.000 em dezembro, fevereiro e abril e $15.000 em novembro e Março; c) As compras são pagas: 10% à vista, 50% com 30 dias e 40% com 60 dias; d) Ordenados e salários correspondem a 20% das vendas do mês anterior; e) Aluguel: $20.000 por mês; f) De Janeiro a Abril a empresa pagará juros mensais de $10.000. Em Abril, incidirá também o pagamento do principal, no valor de $30.000; g) Dividendos de $10.000 serão pagos em Janeiro e Abril; h) Imposto de renda: $80.000 em Abril; i) Investimentos de capital para aquisição de equipamentos: $25.000 em Dezembro;

Page 68: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

67

j) O saldo inicial de caixa em novembro é de $22.000, e o saldo mínimo que a empresa deseja manter é de $15.000; As aplicações quando possível renderão 5% ao mês. Os financiamentos custarão 10% ao mês. 3- Dadas as informações abaixo, prepare um fluxo de caixa para a empresa CENTRAL para os 6 primeiros meses de 2002: a) Vendas são realizadas numa base e 25% à vista e 75% a prazo; b) Das vendas a prazo, 60% são para 30 dias, 30% para 60 dias e 10% para 90 dias; c) As vendas reais e estimadas são:

Outubro 2001: $327 Novembro 2001: $353 Dezembro 2001: $418

Janeiro 2002: $118 Fevereiro 2002: $217 Março 2002: $243

Abril 2002: $357 Maio 2002: $216 Junho 2002: $276

Julho 2002: $333

d) As compras de mercadorias representam 80% do valor das vendas previstas para o seguinte, e devem ser pagas numa base de 50% à vista e 50% com 30 dias; e) Os salários são discriminados a seguir, e serão pagos no mês seguinte ao de sua incidência:

Dezembro 2001: $30 Janeiro 2002: $30 Fevereiro 2002: $40

Março 2002: $50 Abril 2002: $50 Maio 2002: $40

Junho 2002: $35

f) aluguel mensal: $2 g) imposto de renda: $50 em Abril h) Pagamento mensal de juros de $7,5 i) investimento de $430 em Junho j) saldo final de caixa: $100 em Dezembro de 2001, e que se considera também como o saldo mínimo de caixa.

As aplicações quando possível renderão 5% ao mês. Os financiamentos custarão 10% ao mês. 4 - A empresa Expander S/A está preparando seu fluxo de caixa para o período de ABRIL a JUNHO de 2002. O gerente financeiro obteve as seguintes informações:

ABRIL MAIO JUNHO JULHO

Venda de Mercadoria 35.000 28.000 33.000 19.000

Compra de Mercadoria 10.000 6.500 11.000 6.000

Salários e encargos 8.000 8.000 10.000 10.000

Compra de imobilizado 4.000 2.400 2.500 1.500

Material de consumo 3.000 1.600 1.500 900

Juros 1.300 1.800 1.700 1.700

Venda de Imobilizado 3.000 2.000

Aluguéis a pagar 3.000 3.000 3.000 3.000

Desp. Administrativas 1.800 1.900 2.000 2.500

Rec. Financeiras 4.600 6.000 6.000 7.000

Desp. Financeiras 17% do valor das vendas, pagas no mês seguinte ao de sua incidência

Page 69: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

68

OUTRAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES: a) As vendas de Janeiro, Fevereiro e Março foram, respectivamente, de $36.000, $38.000 e $40.000; A política de vendas da empresa é a seguinte: 20% à vista O SALDO DEVEDOR das vendas será recebido nas condições abaixo. 30% com 30 dias 50% com 60 dias 20% com 90 dias b) Os salários e encargos são pagos no mês seguinte ao de sua incidência. O salário de Março foi de $6.000. c) As mercadorias compradas são pagas: 20% no mês de aquisição. O SALDO em 4 parcelas iguais, fora o mês. As compras de Jan., Fev. e Mar. foram de $5.000, $8.000 e $7.000. d) A empresa paga comissão aos seus vendedores. Estas despesas correspondem a 8% da venda do mês, pagas no mês seguinte. e) A empresa pretende firmar um contrato de arrendamento mercantil (leasing) de um caminhão, a partir de Maio. As contraprestações incidirão, já a partir deste mês, no valor de $4.200; f) A empresa receberá dividendos de uma coligada no valor de $5.000 em Abril; g) Haverá aumento de capital na empresa em Junho. Cada um dos 3 sócios irá integralizar novas cotas no valor de $3.000; h) O saldo inicial de caixa em 01/04/02 está previsto para $1.500; i) A empresa pretende manter um caixa mínimo de $15.000 durante todo o período;

As aplicações quando possível renderão 5% ao mês. Os financiamentos custarão 10% ao mês.

Pede-se: o fluxo de caixa para os meses de abril a julho de 2002. Sugira aplicações

para o excedente de caixa se for o caso. 5 - A empresa Alfa está preparando seu fluxo de caixa para o mês de Janeiro. As informações consideradas são as seguintes:

1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana

Venda de Mercadorias 33.000 51.000 85.000 81.000

Compra de Mercadorias 10.000 13.500 26.000 32.300

a) A política de vendas é a seguinte:

- 25% à vista - o saldo devedor será parcelado em 4 parcelas semanais e sucessivas - as vendas de Dezembro foram respectivamente de $52.000, $61.000, $55.000 e

$83.000 a cada semana. b) Os salários são de $44.000, pagos na primeira semana do mês;

Page 70: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

69

c As mercadorias são pagas: - 50% à vista 50% uma semana após a compra - não houve compras em fins de Dezembro

d) A empresa paga aluguel, no valor de $12.000 na 2ª semana; e) Haverá compra de material de consumo na 4ª semana, no valor de $9.500; f) Na 3º semana será recebido um valor de $12.300 correspondentes a venda de uma máquina antiga; g) Os sócios fazem retirada pró-labore na última semana do mês. Cada um dos 3 sócios retira $8.200; h) A empresa fará empréstimo a uma coligada, no valor de $16.700 na 3ª semana; i) A empresa está firmando um contrato de arrendamento mercantil (leasing) cujas contraprestações no valor de $11.600 irão incidir já neste mês, sempre na 2ª semana; j) A empresa receberá dividendos de uma coligada, no valor de $20.000 na 3ª semana; k) Os sócios irão integralizar parte do capital social empresa, no valor de $20.000 na 3ª semana; l) O saldo final de caixa em Dezembro é de $18.000 m) O caixa mínimo mensal é de $18.000 n) As aplicações quando possível renderão 5% ao mês. Os financiamentos custarão 10% ao mês.

Pede-se o fluxo de caixa para o mês de janeiro. Sugira uma alternativa para aplicação do excedente de caixa (se houver) ou uma

fonte de financiamento para déficits de caixa (se for o caso). A Cia. ABC está desenvolvendo um fluxo de caixa para o 2° semestre de 1.999 e,

para tal, está considerando os seguintes fatores: a) a média mensal de vendas previstas para o 1° semestre/99 é de 100.000, sem IPI e com ICMS. Está previsto um crescimento mensal de 2% a partir de julho, inclusive; b) as vendas são de 30% à vista, 40% com 30 dias e 30% com 60 dias; c) as compras, pagas com 30 dias, com ICMS incluso, representam 50% das vendas do mês (sem IPI); d) a alíquota de IPI na compra é de 5% e na venda de 10%; e) a alíquota de ICMS na compra é de 12% e na venda de 18%; f) os recolhimentos de IPI e ICMS ocorrem no inicio do mês seguinte; g) os percentuais de PIS e COFINS sobra vendas são de 0,65% e 2%, respectivamente, sendo recolhidos 37 dias após o final do mês; (sobre vendas sem IPI e com ICMS) h) a empresa paga comissões de 2,5% sobre as vendas a seus empregados, na folha do mês subseqüente; i) a folha mensal de salário é de $20.000 sendo paga através de um adiantamento de 40% no dia 20 de cada mês o restante no início do mês seguinte, estando previsto um reajuste de 5% em agosto. O 13° salário é pago em duas parcelas (50% em novembro e 50% em dezembro). No seu cálculo considere a média das comissões devidas nos meses de julho a dezembro;

Page 71: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

70

j) os encargos sociais incidentes sobre a folha de pagamento e comissões são de 28,40% para o INSS e de 8% para o FGTS, recolhidos no inicio do mês seguinte (ao do pagamento da folha). Os incidentes sobre o 13° salário são recolhidos em janeiro; k) a empresa paga um financiamento de máquinas, contratado em setembro ano a rior valor de 10.000 em 24 parcelas mensais com juros de 1,5% ao mês l) a empresa paga em prestações trimestrais, um financiamento de 30.000 em 3 anos a juros de 4% ao trimestre, tendo sido a 1ª parcela paga em janeiro deste ano; m) a empresa está prevendo a compra, à vista de veículos no valor de 20.000 em outubro; n) a empresa pagará serviços de Consultoria em duas parcelas (setembro e novembro) no valor de 5.000 cada uma; o) a empresa paga mensalmente aluguéis no valor de 2.000; p) a empresa receberá em julho, dividendos no valor de 20.000; 1 - Monte o Fluxo de Caixa do 2° semestre/99, considerando que a empresa possui um saldo inicial de caixa de 10.000 que deverá ser mantido como caixa mínimo mensal. 2 - Aplique as sobras de caixa considerando uma taxa média para aplicação de 2% ao mês e, em caso de necessidade, contraia empréstimos a 2,5% ao mês. EXERCÍCIOS - CAPITAL DE GIRO QUESTÕES 1) Qual é a definição clássica de CCL? 2) Por que a administração do capital de giro de uma empresa é considerada um dos itens mais relevantes no trabalho do administrador financeiro? 3) Elabore o conceito de risco, do ponto de vista financeiro. 4) Como estão relacionados a liquidez, a insolvência e o risco? 5) Por que um aumento na relação AC/AT irá diminuir tanto o risco quanto a expectativa de retorno da empresa? 6) Como variações na relação PC/AT afetam a lucratividade e o Risco da empresa? PESQUISA 1) QUAL E A POLÍTICA DE ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO ADOTADA EM “SUA” EMPRESA?

Considere pelo menos as seguintes questões: Há recursos ociosos no circulante? A empresa investe basicamente no Permanente?

Como isto se relaciona com o atendimento de seu negócio? A empresa capta recursos a longo, curto prazo ou ambos? Em quê são investidos estes recursos? Quais são os custos dos recursos captados? Curto prazo é mais ou menos oneroso que longo prazo? Qual a importância atribuída pelo responsável pela administração do capital de giro na empresa a este tem? A empresa tem tido dificuldades para saldar seus compromissos a curto prazo?

Page 72: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

71

Houve momentos em que tal fato ocorreu? Por quê? O que foi feito ou tem sido feito para contornar estes problemas? PROBLEMAS 1. A CIA BBC apresenta a seguinte estrutura:

AC = 9.000 PC = 5.000 AP = 20.000 ELP + PL = 24.000 ELP = 40% TOTAL = 29.000 TOTAL = 29.000

A. Considerando que a empresa pode obter 12% sobre seus Ativos Circulantes e que seu LO é de $4.000, e que teria custos de 14% sobre seus Passivos Circulantes, que captou recursos a longo prazo a 17% e que a expectativa de retorno de seus acionistas é de no mínimo 6%, calcule: 1) CCL, LC, AC/AT, Lucratividade da estrutura de ativos 2) PC/AT, Custo da Estrutura de Passivo 3) Lucratividade líquida B. Suponha a transferência de 8.000 do AC para o AP Refaça os cálculos. Analise o que ocorreu em relação ao risco e a expectativa de retorno da empresa. C. Suponha a transferência de 5.000 do ELP para o PC. Refaça os cálculos. Analise o que ocorreu em relação ao risco e a expectativa de retorno da empresa. 2. A Cia. Beta apresentou a seguinte estrutura no ano 19X0:

AC = 38.000 PC = 18.000 AP = 90.000 ELP = 30.000 PL = 80.000 TOTAL = 128.000 TOTAL = 128.000

A empresa espera um retorno de 6% sobre Ativos Circulantes; seu LO é de $14.000;

seus custos esperados são de 10% e 15% sobre Passivos Circulantes e Recursos a Longo Prazo; o custo estimado do PL é de 9%. A.1. Calcule o CCL, LC, AC/AT e Lucratividade desta estrutura de ativos. A.2. Calcule o índice PC/AT, o custo desta estrutura de passivo e a lucratividade líquida desta estrutura B. Supondo que a empresa deseja reduzir o seu CCL em 20.000 e que possa fazê-lo: a) reduzindo os Ativos Circulantes b) aumentando o Passivo Circulante. Analise as duas alternativas e decida-se pela melhor opção. 3. A Empresa Delta apresentou os seguintes resultados para o exercido de 19X0:

AC 20.813 PC 11.605

AP 227.618 ELP 58.576

AT 248.431 PL 178.250

TOTAL 248.431

Page 73: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

72

Estoques: não há; Resultado do exercício de 19x0: prejuízo de $53.151 Custo estimado para o pc: 5% Custo dos financiamentos a longo prazo (estimado): 9% A) Calcule o CCL, a LC, a relação AC/AT e PC/AT, a lucratividade estimada para a estrutura de ativos, o custo estimado da estrutura de passivo e a lucratividade líquida esperada para a estrutura atual. Transfira seus resultados para um quadro resumo. B) Supondo que a empresa decida transferir 10.000 do AC para o AP, realizando investimentos a fim de modernizar seus equipamentos e tentar reverter sua situação de ineficiência operacional atual. Refaça os cálculos e transfira os resultados para um quadro. Responda agora às seguintes questões: a) Qual seu parecer sobre a situação ATUAL da empresa, sob o aspecto de solvência e lucratividade? b) Quais os reflexos que a transferência de recursos do AC para o AP trouxe para a empresa sob o aspecto de risco e expectativa de retorno? Explique também as razões. c) O resultado é coerente com a teoria clássica de CCL? Por quê? d) A transferência de recursos entre os grupos, tanto do lado do ativo quanto do lado do passivo, poderia reverter a atual situação de ineficiência operacional da empresa? O que poderia ser feito? e) Cite fatores que podem fazer com que uma empresa possua liquidez, mas apresente resultado insatisfatório. 4. A CSN, empresa que produz alimentos, está avaliando sua situação de capital de giro e os reflexos que algumas situações em análise podem trazer para o risco e a expectativa de retorno da empresa. Considere os seguintes dados:

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Caixa 12.300 Fornecedores 13.600

Aplicações 9.800 Salários a pagar 4.700

Duplic.Receber 7.250 Empréstimos 12.800

Estoques 15.400 Dividendos 4.700

Total 44.750 Total 35.800

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

37.300

ATIVO PERMANENTE 97.500 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social 67.000

Reservas 2.150

Total PL 69.150

ATIVO TOTAL 142.250 PASSIVO TOTAL 142.250

DADOS OPERACIONAIS Custo do PC: 7% Lucro Operacional: 22.425 Empréstimo externo captado a 15%

Page 74: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

73

a) Calcule: CCL, liquidez corrente e seca, AC/AT, PC/AT, lucratividade da estrutura de ativos, custo da estrutura de passivos e lucratividade da estrutura ATUAL da empresa. Transcreva seus valores para um quadro resumo. b) A empresa necessita adquirir uma nova máquina, que custa 8.000. Refaça seus cálculos para a situação gerada após esta aquisição. Transcreva seus valores para um quadro resumo. c) Parte da dívida a curto prazo da empresa (7.300) será renegociada com os bancos credores e transferida para longo prazo. A taxa de juros tomada como referência é a mesma para esta categoria de captação. Refaça seus cálculos para a situação gerada após esta transferência. Transcreva novamente, seus valores para o quadro resumo. AS SITUAÇÕES B E C SÃO INDEPENDENTES, E EM CADA UMA DELAS VOCÊ DEVERÁ SE REPORTAR A SITUAÇÃO ATUAL DA EMPRESA Responda agora as seguintes questões: 1) Análise da situação da empresa após aquisição de ativos em relação à situação atual: O CCL da empresa .............................., A liquidez seca, que indica .............................. também .............................. , e estes indicadores demonstram que houve um(a) .............................. em relação ao risco de insolvência da empresa. A participação dos AC em relação aos AT .............................. , o que indica claramente a transferência de recursos do .............................. para .............................. . A lucratividade da estrutura de ativos .............................. porque ......................................................................................... Não houve alteração do custo do passivo porque .......................................................................................... Contudo, a lucratividade líquida .............................. porque ........................................ ................................................................................................................................................................................................................................................................................ 2) Análise da situação da empresa após renegociação da dívida em relação à situação atual: O CCL da empresa .............................., a liquidez corrente que indica .............................. também .............................., e estes indicadores demonstram que houve um(a) .............................. em relação ao risco de insolvência da empresa. A participação dos PC em relação aos AT ..............................o que indica claramente a transferência de recursos do .............................. para .............................. o custo da estrutura de passivos .............................. porque ......................................................... ........................................................................................................................................ Não houve alteração na lucratividade do ativo porque ................................................. ....................................................... Contudo, a lucratividade líquida ............................ porque ........................................................................................................................... LEIA AS AFIRMATIVAS ABAIXO COM BASTANTE ATENÇÃO. CLASSIFIQUE-AS COMO VERDADEIRAS OU FALSAS SE A AFIRMATIVA FOR FALSA. SUBLINHE A(S) PALAVRA(S) OU FRASE(S) QUE FIZERAM VOCÊ IDENTIFTCAR A(S) INCORREÇÃO(ÕES). CORRIJA A FRASE, TORNANDO-A VERDADEIRA 1 .( ) O Administrador Financeiro toma decisões com base no regime de caixa, isto é, considera primordialmente as efetivas entradas e saídas de dinheiro na empresa. O Contador, por ter que atender as exigências legais, registra os fatos com base no reconhecimento das receitas por ocasião das vendas, e das despesas quando de sua

Page 75: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

74

ocorrência. Uma análise da empresa realizada exclusivamente com base no principio de competência pode trazer sérias distorções para o processo decisório. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 2. ( ) O ciclo financeiro de uma empresa vai do momento em que as matérias primas são compradas até o momento em que o produto acabado é vendido. O ciclo econômico vai do momento em que as matérias primas são pagas até o momento em que é recebido o dinheiro decorrente da venda do produto acabado. 3. ( ) As empresas possuem objetivos econômicos, sociais, de crescimento e independência. O lucro, contudo, é o principal objetivo da empresa moderna. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 4. ( ) Cisão é uma operação pela qual uma empresa transfere parte ou totalidade de seu patrimônio líquido para outras empresas. O consórcio altera a natureza jurídica das empresas envolvidas, pois elas irão executar juntas determinado empreendimento. São coligadas empresas que possuem 10% ou mais de seu capital em poder de outra sem que esta outra empresa detenha o controle acionário. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 5. ( ) O capital circulante líquido ou capital de giro de uma empresa é dado pela diferença entre Ativos e Passivos Circulantes. O AC engloba itens com diferentes graus de liquidez e o PC contem exibilidades vencíveis em momentos diferentes. Por isso, é necessário ter cautela na analise. OBSERVE A FIGURA ABAIXO. AS QUESTÕES 6 A 10 DEVERÃO SER RESPONDIDAS COM BASE NA ANÁLISE DESTA FIGURA.

AC PC

AP

ELP

PL

6. ( ) A posição do AP desta empresa difere significativamente da esperada para uma empresa industrial. 7. ( ) O CCL da empresa é positivo. 8. ( ) Se esta empresa transferir recursos do AC para o AP, seu risco irá diminuir sensivelmente e sua expectativa de retorno será maior. 9. ( ) se esta empresa transferir recursos do ELP para o PC, seu risco irá se reduzir sensivelmente.

Page 76: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

75

10. ( ) Se forem realizadas alterações simultâneas no Ativo e no Passivo, não seremos capazes de prever antecipadamente os reflexos destas alterações sobre o risco e a expectativa de retomo desta empresa.

Outras questões 1) Uma das grandes lições da crise de 29, válida até os dias atuais, é a de que uma empresa pode ir à falência, mesmo tendo alta liquidez (na ocasião, representada por elevados estoques). O que explica este fato? 2) Na década de 50, foram desenvolvidos os fluxos de caixa, com conseqüente redução na ênfase da tomada de decisão com base nos balanços das empresas. Cite razões que expliquem por quê a tomada de decisão com base exclusivamente em demonstrativos contáveis não é satisfatória. 3) Para avaliar a viabilidade de seus investimentos externos, foram desenvolvidas nesta ocasião (década de 50) as técnicas de ............................................................ para auxiliar as empresas no processo de tomada de decisão. 4) Dificuldades econômicas, inflação elevada, queda nas vendas e baixo retorno sobre os investimentos produtivos, juros altos, incerteza quanto à possibilidade de recuperação da economia a curto prazo. Com este cenário, analise a possibilidade seguinte: Uma empresa decide continuar investindo normalmente em seu processo produtivo. Cite abaixo conseqüências positivas e negativas desta estratégia: ______________________________________________________________________________________________________________________________________ Estabilidade econômica, inflação baixa, juros altos, queda na demanda, busca por competitividade interna e externa, elevados níveis de concorrência, perspectivas de crescimento a longo prazo, mas lucratividade baixa a curto prazo. Com esse cenário, analise a possibilidade seguinte:

Uma empresa precisa continuar investindo normalmente em seu processo produtivo, a fim de modernizar seu parque industrial. Cite dificuldades que ela irá enfrentar e uma razão determinante para que ela invista nesse processo.

Page 77: 663982_apostila Administracao Financeira 2.2013

Administração Financeira – 2/2010

76

Bibliografia: SANVICENTE, Antônio Zorato. Administração Financeira. São Paulo, Atlas, 1977. Dl AUGUSTINI, Carlos Alberto. Capital de Giro: análise das alternativas, fontes de financiamento. São Paulo, Atlas, 1996. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo, Harbra, 1997. Apostila: Administração de Capital de Giro. Professor Antônio Dias Pereira Filho. Cepead/UFMG. - Apostila: Administração Financeira. Professora Janete Lara de Oliveira Bertucci. Puc Minas. - Apostila: Administração Financeira. Professor Haroldo Guimarães Brasil. Ibmec.

- ROSS, Stephen A; WESTERFIELD, Randolph W.. Administração Financeira. 2ª. São

Paulo: Atlas. 2002.

- SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas. 5. ed. São

Paulo: Atlas, 2001. 485p. ISBN 8522428255

Complementar

- ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas. 2003.

- ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços : um enfoque

econômico-financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 320p. ISBN

8522431108

- ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do

capital de giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. 200p. ISBN 8522415811

- LEITE, Helio de Paula. Introdução a administração financeira. 2. ed.

São Paulo: Atlas, 1994. 470p. ISBN 8522411360

- WESTON, J. Fred; BRIGHAM, Eugene F.. Fundamentos de Administração Financeira.

10ª. São Paulo: Makron. 2000.