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    CALVINISMO eARMINIANISMO

    EVANGLICOC o m p a r a d o s q u a n t o

    ELEIO, r e p r o v a o ,

    j u s t i f i c a o e

    D O U TR IN A S c o r r e l a t a s

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    Hoje, enquanto redijo esta nota, faz precisamente 113 anos que

    faleceu o Dr. Girardeau (23.06.1898). O Dr. John Lafayette Girardeau

    (1825-1898), ministro presbiteriano norte americano, de ascendnciahuguenote (seus ancestrais fugiram da Frana depois da revogao do

    dito de Nantes [23 de outubro de 1685], quando os calvinistas

    voltaram a ser perseguidos) ainda que um tanto esquecido em nossos

    dias, exerceu poderosa influncia quer como pastor, prestando, inclu

    sive, intensa assistncia espiritual, moral e social aos negros da Carolina

    do Sul, capelo no 23 Regimento de Voluntrios da Carolina do Sul

    (Exrcito Confederado) durante a Guerra Civil Americana

    (1861-1865), Moderador da Presbyterian Church in the United States

    (PCUS) (1874), quer como professor e telogo (Professor de Teologia

    Sistemtica no Columbia Theological Seminary (fundado em 1828)

    (1876-1895), onde tambm estudara.

    A obra que o privilegiado leitor tem em mos, conforme o autor

    mesmo explica, foi resultado de estudos feitos aos sbados na Primeira

    Igreja Presbiteriana de Columbia, apresentando a viso calvinista em

    contraposio perspectiva arminiana, especialmente Wesleyana, a

    respeito de diversas doutrinas notadamente concernente Eleio e a

    Reprovao e Soteriologia, especialmente no que concerne doutrina

    da Justificao.

    Hermisten Maia Pereira da Costa

    pr im c ia s

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    CALVINISMO. E

    ARMINIANISMO EVANGLICO

    C o m p a r a d o s q u a n t o

    E l e i o , Re p r o v a o , J u s t i f i c a o

    E

    D o u t r i n a s C o r r e l a t a s

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    CALVINISMOE

    ARMINIANISMO EVANGLICO

    C o m p a r a d o s q u a n t o

    I e i o , Re p r o v a o , J u s t i f i c a o

    D o u t r i n a s C o r r e l a t a s

    A u t o r i a

    J o h n La f a y e t t e G i r a r d e a u

    , T r a d u o

    V a l t e r G r a c i a n o M a r t in s

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    Calvinismo e Arm inianismo Evanglico: comparados quanto eleio, reprovao, justificao e doutrinas correlatas 2011 Editora Primcias Ltda. Publicado originalmente em ingls com ottulo Calvinism and Evangelical Arminianism: compared as to election, reprobation, justification,and related doctrinesper The Baker & Taylor CO., New York, 1890. Todos os direitos soreservados.

    proibida a reproduo total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio sem aautorizao prvia e por escrito do autor. A violao dos Direitos Autorais (Lei n.610/98) crimeestabelecido pelo artigo 48 do Cdigo Penal.

    1 edio em portugus - 20113.000 exemplares

    Produo Editorial

    TraduoValter Graciano Martins

    Rev isoDivino Jos Pinto

    . EditoraoEline Alves Martins Pereira

    Capa

    Magno Paganelli ^

    G434c Girardeau, John Lafayette.Calvinismo e Arminianismo evanglico : comparados quanto eleio,

    reprovao, justificao e doutrinas correlatas / John Lafayette Girardeau ; traduoValter Graciano Martins. - Goinia : Primcias, 2011.

    352 p.

    1. Calvinismo. 2. Arminianismo. 3. Doutrina religiosa.I. Martins, Valter Graciano. IL Ttulo.

    CDU: 284.2:284.91

    444-2011

    Editora Primcias Ltda.Rua 23, 450 Qd. 23 L t.46 / Centro - Goinia-GO

    Fone: 62 3224-9051

    E-mail: [email protected]

    Editor:Jos Marques de Almeida

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    S u m r i o

    Apresentao edio brasileira.................................................................... ..................... 7Prefcio............................................................................................................................... 11Prefcio edio brasileira..................................................................................................13

    PARTE 1Observaes introdutrias..................................................................................................23Seo 1 Doutrina da eleio expressa e provada............................................... 27

    2 Doutrina da reprovao expressa e provada.......................................1153 Respondidas objees provenientes dos atributos morais de

    Deus ................................................... ;........................................127Observaes preliminares............................................................. 127

    Objeo proveniente dajustiadivina..........................................131Objeo proveniente da bondadedivina................................... 182Objeo proveniente da sabedoriadivina...................................211Objeo proveniente averacidadedivina..................................216

    4 Respondidas objees provenientes da agncia moral dohomem......................................................................................... 251

    PARTE2

    Observaes transitrias.................................................................................................. 263Seo 1 Declarada a doutrina calvinista da justificao.................................265

    2 A fefle da justificao........................................................................ 2693 A naturezadajustificao...................................................................3034 A condioda justificao ........................... ......................................327

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    A p r e s e n t a o e d i o b r a s i l e i r a

    A traduo deste livro merece uma retrospectiva histrica, porquanto, em minha viso pessoal, ele belo, estimulante e profundamente instrutivo. Sua erudio e perfeita. Por isso mesmo, deixo expressa e impressa abaixo minhaemocionante experincia na aquisio desta obra que bem pode ser denominada de relquia.

    No dia 29 de outubro do ano em curso, conduzindo minha esposa Cremildaa Patrocnio, Minas Gerais, mais precisamente ao Instituto Bblico EduardoLane, no desfrute da boa companhia, no mesmo veculo, do Rev. Celso Soaresde Oliveira e sua esposa, D. Jnia, experimentei uma de minhas mais preciosase inesquecveis vivncias. A Confederao Nacional do Trabalho Feminino sefez representar junto quela instituio numa visita oficial e fi^atemal, liderada

    por sua eminente presidente nacional Ana Maria Prado e sua secretria EuniceSouza da Silva. Minha esposa, na qualidade de Presidente da Sinodal BrasilCentral, tinha de estar presente, e eu aproveitei o gancho para aplacar um

    pouco a saudade que nutro de minha querida casa de profeta, quando se avizinha meio sculo em que pela primeira vez pisei o solo daquela sacra instituio.E de fato fomos recebidos principescamente por seu Diretor, Rev. Dr. Roberto

    Brasileiro, tambm mui eminente Presidente do Supremo Concilio da IPB, portodos os professores, administradores, alunos e funcionrios. No entanto, nemde longe eu podia presumir que aquela casa houvesse se preparado altura afim de receber o grupo de lderes mximas do Trabalho Feminino da IPB, e euno bolo. Estava ali de carona, e me portei timidamente, como de minhanatureza e formao, porm algo mui grande estava a minha espera.

    Alm de ser bem conhecido do Diretor, Rev. Dr. Roberto Brasileiro h

    meio sculo atrs, quando ele era ainda garoto e eu, mocinho, adentrei aquelacasa dominado por uma forte emoo que to bem caracteriza minha personalidade. Em meio ao impacto dessa forte emoo que aviva as lembranas deuma histria j to remota, fui surpreendido pelo carinho dos alunos e professores, sem saber que j era sobejamente conhecido e admirado ali. Alm doabrao de seu querido diretor, vieram ao meu encontro os professores, comdemonstraes de muito apreo, entre sorrisos e saudaes firatemas, expressan

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    do a alegria de me conhecerem pessoalmente. Acostumado discriminaonegativa por onde passo, aquele gesto me causou espanto e at mesmo estranheza. Dentre eles, dois se destacaram de um modo to vivo, que me deixaram

    profundamente constrangido: Rev. Gilson Altino da Fonseca e Rev. SalvadorMoiss da Fonseca. O primeiro gastou seu precioso tempo me mostrando asinstalaes do CEIBEL, do qual o diretor, me fazendo ver o quanto aquelehomem se esmera em prol da boa cultura teolgica dos cristos brasileiros. Osegundo me levou a visitar as classes, pondo-me diante dos alunos que j tinham de antemo preparadas suas perguntas espera de minhas respostas,

    pois ah aprendem que existe um perene ibelino que veio a ser um homem damxima importncia para a boa formao e fortalecimento da f reformada em

    nossa ptria. Durante nossa rpida estada ali, estive cercado de pessoas quequeriam tirar fotos e saber mais alguma coisa a meu respeito e a respeito doque fao na implantao de Joo Calvino e de suas obras em solo brasileiro.Principalmente estes dois ministros do evangelho, consagrados e amigos, merevelaram uma amizade muito rara hoje no seio do colegiado pastoral. O tratamento que recebo dos companheiros de ministrio, em geral, por onde passo, completamente outro. s vezes acontece de nem mesmo ser recebido. Com

    certeza, vou guardar perenemente em minha memria e escritor os gestos emextremo nobres daqueles companheiros de hdes pastorais.

    Meu nobre colega Rev. Salvador planejara privar-se, ele e sua queridaesposa, comigo e minha esposa, levando-nos a sua casa para um lanche deamorosa fraternidade. Sua esposa, encantadoramente, agiu para conosco comose framos pessoas importantes, nos preparando um saboroso lanche. Meucolega levou-me ao seu gabinete pastoral, onde fica sua vasta biblioteca, e me

    fez ver o quanto gratificante conhecer um homem de Deus, cordial e organizado, que revela uma meta definida no domnio e emprego de uma invejvelcultura. Portanto, nominalmente, j o conhecia, atravs de meus filhos Sstenese Wnia, que outrora foram seus alunos, como sendo um homem intelectual emuitssimo estudioso. Ali me deparei com algo que suplantou muito minhasinformaes a seu respeito. Como que j bem planejado, foi a uma estante e

    puxou um livro de aspecto muito antigo. Ele o ps em minhas mos, dizendo:Guardei este livro para voc. E meu presente neste sagrado momento. Darum livro que se pode descartar como j de uso desnecessrio algo que qualquer um pode fazer sem grande perda. Dar, porm, um livro que mui preciosoe til ao proprietrio algo completamente diferente e raro de se ver. Aqueleamvel colega no me deu um de seus livros em duplicata, ou de pouco valor

    para seus estudos. Senti que aquele livro era-lhe de grande valor prtico eestimativo, porquanto estava todo sublinhado. Olhei o ttulo e li: Calvinism andEvangelical Arminianism.Nunca vira antes. Mas a ltima expresso que saiu

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    de seus lbios que ficou gravada indelevelmente em minha mente: Quemsabe voc o traduza um dia para ns! Esta frase formou uma incessantecantilena em meu esprito. Latejava dia e noite. Acordava de manh com elafustigando minha alma.

    Todo aquele cenrio me era mui solene e significativo. J de caminho paracasa, aquele livro enchia minha mente. Tendo Rev. Celso cooperando no volante, comecei a examin-lo e a 1er o que era de mais importante e pertinente nomomento. Pude notar que aquele enfoque era singular. J traduzi e j li muitoslivros que tratam da soteriologia sacra, porm nunca havia visto e lido um livroespecfico sobre o assunto, ainda mais que confronte as duas grandes alas doCristianismo: calvinismo e arminianismo. Ao chegarmos em casa j estava

    delineada em minha mente a sagrada tarefa de verter aquele livro para nossoidioma, ainda mais sendo ele j do domnio pblico, porquanto sua edio remonta ao final do sculo dezenove, mais precisamente 1890.

    Minha disposio em traduzi-lo certamente no inclui lucro financeiro, pois,em termos monetrios, nada lucro com este trabalho, e nem sei se um dia oterei nas mos, editado por alguma editora; tampouco penso em ser recompensado por um prmio ou por encmios de leitores, pois isso seria, de minha parte,

    mesquinho; nem fii simplesmente movido pelo apelo que emanou dos sinceroslbios do querido colega Rev. Salvador, pois isso seria simplesmente uma devoluo do livro na forma de um texto traduzido visando sua leitura, porquanto,como erudito que , ele nem carece de nenhuma traduo para 1er qualquerlivro. Em minha mente amante da cultura dos sacerdotes cristos via leigos eministros, de pouca condio de 1er um livro em sua forma original, compendiandouma apostila, assimilando o contedo to fantstico desta obra soteriolgica.Sua beleza e profundidade podero somar cultura teolgica a particulares e aalunos de seminrios em sua formao para o sagrado ministrio. Pois aqueleque 1er atentamente este livro sentir o mesmo espanto que senti medida queavanava na traduo.

    Deixo expresso ainda a grande e amorosa contribuio do Rev. Rosalvo S.Maciel, eminente pastor da Igreja Presbiteriana do Setor Bueno, Goinia, Igre

    ja que abriu-me suas portas para que eu pudesse oferecer-ie minha modestacontribuio no ensino da Palavra. Este colega, ao ouvir de minhas intenes,

    animou-me com suas costumeiras palavras de experiente pastor de almas e deestudioso erudito da divina Palavra.

    Notifico ainda que nunca fiz uma traduo to rpida como esta. O originalcontm 566 pginas, e traduzi estas pginas em menos de dois meses: 31 deoutubro a 22 de dezembro, e ainda fiz a reviso final de modo meticuloso luzdo original. Havia sofreguido em minha alma durante todo o tempo de incansvel-labor. Como costumeiro em todas as minhas tradues, durante todo o

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    tempo antevejo os leitores compendiando a obra e se deleitando e se beneficiando com sua leitura e se enriquecendo no s de conhecimento intelectual,mas tambm e sobretudo de edificao espiritual.

    Ento resolvi em minha alma dedicar esta traduo, antes de tudo ao Rev.Salvador Moiss da Fonseca e ao Rev. Gilson Altino da Fonseca, com suasrespectivas esposas; em seguida, tambm ao Instituto Bblico Eduardo Lane,minha primeira escola de teologia, e ao seu respectivo Presbitrio. Dedico-aainda ao meu amado colega Rev. Rosalvo S. Maciel, Igreja Presbiteriana doSetor Bueno, ao Snodo Brasil Central, ao Seminrio Presbiteriano Brasil Central e ao meu Presbitrio Sudoeste de Goinia, desejoso que muitos se aventurem a pesquisar esta obra e a fazer dela uma fonte de eirriquecimento intelec

    tual e espiritual.Este livro s publicado em razo do incansvel empenho do Rev. Jos

    Marques que, ao meu lado, assumiu toda a responsabilidade de ver este precioso livro nas mos do povo evanglico. A ele minha gratido. Ele e eu sabemos que este livro causar profundo impacto no corao do leitor sincero. Osirmos arminianos se sentiro ofendidos conosco; os irmos calvinistas vo seregozijar; os que ainda no tem uma posio definida podero analisar bem o

    contedo e, quem sabe, tomar sua posio conosco. Nosso intuito no criarpolmica inixutfera, e sim dirimir dvidas e palmilhar os passos dos hesitantes.

    Deixo expresso e impresso meuprofiindo sentimento, j conhecido de muitos, de ainda ver a Igreja de nosso Soberano Salvador, Jesus Cristo profundamente empenhada no conhecimento da s doutrina, numa poca em que viceja

    por toda parte uma religio equivocada, pragmtica, sinergista, que h muitoperdeu de vista aquela Religio da Verdade, ensinada e praticada pelos Patriar

    cas, pelos Profetas, pelos Apstolos (genunos!) e, sobretudo, por nosso SenhorJesus Cristo. Religio sem fantasia, religio de compromisso com a verdaderevelada, que tem por meta suprema a glria do nico Deus Trino, que temsido, e ser para todo o sempre o mesmo Deus etemo, infinito, soberano eimutvel, cuja Igreja tambm imutvel em sua realidade etema que emana deseu divino Senhor. Que a mesma Igreja, em sua spera peregrinao nestemundo, continue orando e cantando: Vem, Senhor Jesus!

    Goinia, 30 de dezembro de 2010Valter Graciano Martins

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    P r e f c i o

    Durante a ocupao temporria do plpito da Primeira Igreja Presbiteriana destacidade, h poucos anos atrs, alguns dentre os jovens membros daquela igreja mesolicitaram a instmir uma classe bblica, nas noites de sbado, nas doutrinas dis

    tintivas da f calvinista. Um grande nmero se inscreveu, e o entendimento foi queos membros da classe tivessem a liberdade de livre interrogatrio dirigido ao professor. Inesperadamente, desde o princpio, luna grande congregao mista com

    pareceu, e a liberdade de formular perguntas foi usada pelos de fora, transparecendoque 0desgnio era suscitar dificuldades em vez de buscar-se luz, e converter oexerccio em polmica. Para evitar este resultado, e tratar as objees de umamaneira mais lgica do que era possvel em meio a rplicas improvisadas a espa

    lhar o fogo de inquiries confusas, o resultado foi o surgimento de preleesescritas. No obstante esta mudana, a assistncia e interesse no sofreram diminuio, mas, ao contrrio, aumentou - fato que parecia militar contra a comumopinio de que 4iscusses doutrinais provariam ser secas e inaceitveis a umauditrio misto. As prelees, que eram preparadas no sem exaustivo labor, sugeriram a produo de um tratado formal sobre o tema que ora ocupava todo otempo disponvel, a saber, Eleio e Reprovao,com especial referncia teologia evanglica arminiana. Isto foi feito, e adicionou-se uma discusso da doutrina

    da justifcao, em relao quela teologia.Outra razo que conduziu preparao desta obra foi a convico de que h

    espao para ela. Um eminente escritor observou que algum que solicita a atenodo pblico pela publicao de um livro deve ter algo para dizer o que no foi ditoantes. Esta opinio, sem dvida, requer qualificao; porm se aplica, em certamedida, no presente caso. O terreno coberto pela controvrsia entre calvinistas earminianos evanglicos no foi completamente ocupado. O livro de John Owen,

    Display of Arminianism, e obras similares do perodo puritano, pr-datou osurgimento do arminianismo evanglico. Jonathans Edwards foi contemporneode Joo Wesley. A principal comparao feita do calvinismo e arminianismo tevereferncia primordialmente ao sistema remonstrante, como desenvolvido porEpiscopius e Curcellseus, Grotius e Limborch. O mesmo procede, em certa medida, no tocante ao ltimo em sua comparao ao que Cunningham diz do calvinismoe arminianismo em seu Historical Theology. O tratamento comparativo docalvinismo e do modemo arminianismo evanglico, contido em obras de teologia

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    sistemtica compostas em tempos recentes, embora talentosas, so necessariamente sucintas e um tanto pobres. Obras tais como as de Green, Annan e Fairchilddificilmente professam ser estritamente analticas ou exaustivas de qualquer tpico. God Sovereign and Man Free, do Dr N. L. Rice, embora uma discusso

    valiosa, sucinta e deixa muito a ser dito com respeito questo que ele compendia.Portanto, parece haver espao para discusso ulterior concemente aos mritosrelativos do calvinismo e arminianismo evanglico, e espera-se que a presentetentativa no seja considerada arrogante sobre a base de ser suprflua.

    Ainda outro incentivo primordial produo deste volume foi fornecido peloescmio frequentemente resultante das fontes arminianas de que o calvinismoest moribundo, e a zombeteira insinuao de obras recentes a teologia siste

    mtica do Dr. Miner Rajnnond, por exemplo - de que poucas pessoas de sensohoje pretendem manter algims de seus dogmas peculiares e monstmosos. Umahonesta indignao justifica a reprovao de alegaes to desprezveis; e, pormais inadequada seja a pretensa defesa da venervel teologia assim subestimada, inspirada pela proftmda convico de que o sistema conhecido como calvinismoexpressa a f dos mrtires, confessores e reformados, f na qual a maioria doverdadeiro povo de Deus tem vivido e morrido; essa a verdade de Deus; e essa,em vez de moribunda, to imortal quanto aquela Palavra Inspirada que vive e

    permanece para sempre. Se os oponentes a julgam moribunda, e imaginam quepodem ultimar sua cobiada dissoluo, descobriro que sua suposta cmeramorturia uma arena de vigorosa disputa, e seu imaginrio leito de morte, um

    baluarte que nem eles nem os poderes do infemo podem tomar de assalto.

    A obra no pretende cobrir todo o campo da controvrsia de que ela trata,discutir articuladamente todos os pontos de vista distintivos dos sistemas comparados. Seu propsito trazer a lume seus princpios radicais e controladores, em

    si mesmos em suas conexes necessrias, confront-los uns com os outros esujeit-los a um minucioso exame.

    Tentei escrever num esprito sereno e desapaixonado, consistente com oamor sincero e fraterno para com o povo de Deus de cujos pontos de vista eudifiro; e, ao submeter os resultados de longa reflexo, incorporada neste volume,

    para o juzo dos leitores cndidos, peo que nutram uma semelhante calma econsiderao desapaixonada.

    A obra humildemente dedicada Aquele cuja verdade ela professa vindicar,com orao para que Ele Se digne de us-la para Sua glria e o bem de Sua Igreja.Especialmente, serei grato se Lhe aprouver us-la para reprimir, ao menos emalgum grau, a tendncia ora manifesta da parte de alguns calvinistas professos deseriamente modificar as doutrinas dos smbolos calvinistas.

    Columbia, S. C., 18 de janeiro de 1890.

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    P r e f c i o E d i o B r a s i l e i r a

    o Rev. Valter Graciano Martins tem contribudo intensamente com a teologiaevanglica brasileira h algumas dcadas, quer com obras de sua lavra, quer

    com competentes e abnegadas tradues, dentre as tantas, destaco a pioneirados comentrios de Joo Calvino (Exposio de 2 Corntios, So Paulo:Paracletos, 1995) e, recentemente, a obra de Franois Turretini (Compndiode Teologia Apologtica,So Paulo: Cultura Crist, 3 Vols., 2010),^ tambmindita em lngua portuguesa.

    Agora nos surpreende mais uma vez com esta traduo, para a qual opblico evanglico de lngua portuguesa desejoso de boa teologia deve estar

    atento e agradecido a Deus pelo autor, tradutor da obra e editor.Hoje, enquanto redijo esta nota, faz precisamente 113 anos que faleceu o

    Dr. Girardeau (23.06.1898). O Dr. John Lafayette Girardeau (1825-1898), ministro presbiteriano norte americano, de ascendncia huguenote (seus ancestrais fugiram da Frana depois da revogao do dito de Nantes [23 de outubrode 1685], quando os calvinistas voltaram a ser perseguidos) ainda que um tantoesquecido em nossos dias, exerceu poderosa influncia quer como pastor, pres

    tando, inclusive, intensa assistncia espiritual, moral e social aos negros daCarolina do Sul, capelo no 23 Regimento de voluntrios da Carolina do Sul(Exrcito Confederado) durante a Guerra Civil Americana (1861-1865), Moderador da Presbyterian Church in the United States (PCUS) (1874), quercomo professor e telogo (Professor de Teologia Sistemtica no ColumbiaTheological Seminary (fundado em 1828)^ (1876-1895), onde tambm estudara.

    Girardeau tornou-se amado e admirado por sua piedade, abnegao,

    filantropia e erudio. As suas obras e artigos so extensos, perfazendo campos distintos tais como sobre o uso de instrumentos do culto,^ filosofia enotadamente, teologia. Como pregador era brilhante, sendo considerado, talvezno sem razo, o Spurgeon da Amrica. Juntamente com outros dois telo-

    1. Esta, na realidade, s vindo a pblico no fmal de maio deste ano.2. Este nome, contudo, s foi oficializado em 1925.3.Instrumental Music in the Public Worship o f the Church,Richmond, VA; Whittet and Shepperson,

    Printers, 1001 Main Street, 1888.

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    gos pouco conhecidos no Brasil, James H. Thomwell (1812-1862),de quemrecebeu significativa influncia e seu amigo, tambm de origem huguenote,Robert L. Dabney (182G-1898), considerado um dos maiores telogos do Suldos Estados Unidos do sculo XIX.

    A obra que o privilegiado leitor tem em mos, conforme o autor mesmoexplica, foi resultado de estudos feitos aos sbados na Primeira IgrejaPresbiteriana de Colmbia, apresentando a viso calvinista em contraposio

    perspectiva arminiana, especialmente wesleyana, a respeito de diversas doutrinas notadamente concemente Eleio e a Reprovao e Soteriologia,especialmente no que concerne doutrina da Justificao.

    O livro tem uma abordagem apologtica. O seu estilo polido, porm, denso. Sua argumentao bblica e como filsofo que era, com rigor lgico.

    A obra pubhcada em 1890, ao estilo de Calvino (Comentrio de Romanos),faz uma reviso bibliogrfica, indicando o porqu de sua publicao, mostrandoestar familiarizado com obras semelhantes, justificando a necessidade de seuaparecimento. -

    Ciente de que entre os calvinistas h abordagens distintas concementes

    aos decretos de Deus, assume de modo claro o seu quadro de referncia; Calvinoe as principais Confisses Reformadas. Entendendo serem eles infralapsarianos:

    Nesta discusso se adotar o ponto de vista infralapsariano dos decretos divinos, sob a convico de que caracterstico do sistema de doutrina declarado erh todas as confisses calvinistas, que falam de

    finitivamente sobre a questo, e mantido pela grande maioria dos telogos calvinistas

    A frente: Este o ponto de vista de Calvino; e isso prova que ele teriasido infralapsariano

    Aqui, ao mencionar Joo Calvino (1509-1564), sem de nenhum modo desmerecer o seu frabalho, o autor d um salto um pouco mais amplo do que asevidncias lhe permitiriam. Contudo, no fez isso sozinho. A questo um pouco mais delicada. Vejamos.

    Antes da Reforma, estes termos {supralapsarianismo e infralapsaria-nismo)tinham uma aplicao diferente da que passou a ter aps a Reforma, eque perdura at os nossos dias. Esta diferena de conceituao, que comfrequncia passa despercebida, certamente contribui para acrescentar maisincompreenses quanto ao assunto.

    4. John B. Adger, ed. Collected Writings o fJames Henley Thomwell,Richmond, VA.; PresbyterianCommittee of Publication, 4 Vols. 1870 [?].

    5. Robert L. Dabney,Lectures in Systematic Theology,Grand Rapids, MI.: Baker, 1985 (reprinted).

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    No perodo anterior Reforma, a problemtica principal consistia em saberse a queda de Ado, fazia parte ou no do decreto eterno de Deus. OsSupralapsrios respondiam afirmativamente; osInfralapsriosdiziam que aqueda fazia parte do conhecimento prvio de Deus, mas no do Seu decreto.

    Durante a Reforma, Lutero (1483-1546), Zwnglio (1484-1531) e Calvino(1509-1564), estavam acordes quanto ao fato de que Deus de alguma maneirainclura o pecado no Seu Decreto, todavia, Ele no era o autor do pecado.Deste modo, o pecado passou a ser encarado como que fazendo parte do ""decreto permissivo de Deus.

    Aps a Reforma, as duas palavras passaram a se referir ordem lgicado Decreto de Deus, sendo Theodoro Beza (1519-1605) - sucessor de Calvinoem Genebra o primeiro a desenvolver o assunto dentro desta perspectiva.

    A. O Supralapsarianismo:

    A palavra supralapsarianismo, provm de dois termos latinos: ""Supra"(acima de, antes de, anteriormente) e ""Lapsus'" (queda, erro, engano). O Supralapsarianismo entende que o decreto da eleio foi logicamente anterior aodecreto da criao. Assim, dentro desta perspectiva, temos a seguinte ordem

    do Decreto de Deus:1) Eleger alguns homens que seriam criados para a vida, e condenar outros

    para a destruio.2) Criar toda a humanidade: Os eleitos e os reprovados.3) Permitir a Queda: a queda dependeria da escolha voluntria do homem.

    6. Vejam-se: L. Berkhof, Teologia Sistemtica,Campinas, SR: Luz para o Caminho, 1990, p. 119;

    Fred H. Klooster, Supralapsarismo: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopdia Histrico-Teolgica daIgreja Crist,So Paulo: Vida Nova, 1990, Vol. III, p. 424-425; Supra lapsum: In: Richard A. Muller,Dictionary o fLatin and Greek Theological Terms,4 ed. Grand Rapids, Michigan; Baker Book House,1993, p. 292.

    7. Fred H. Klooster, Supralapsarismo: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopdia Histrico-Teolgicada Igreja Crist,Vol. Ill, p. 424-425.

    8. A.A. Hodge (1823-1886), observou corretamente que:Desde que cremos que o Decreto de Deus uma s inteno etema, no pode haver ordem de

    sucesso nos seus propsitos, nem a) no tempo, como se um propsito realmente precedesse a

    outro, nem b) na deliberao distinta, ou opo, da parte de Deus. O todo um s propsito. Mas, determinando a existncia do sistema inteiro. Deus compreendeu naturalmente todas aspartes do sistema, determinadas por Ele em suas diversas sucesses e relaes. (...) Por isso aquesto quanto Ordem dos Decretos no questo quanto ordem dos atos de Deus decretando, mas questo quanto verdadeira relao que sustentam entre si as diversas partes dosistema decretado. Isto , que relao estabeleceu o nico propsito eterno de Deus entre Criao, Predestinao e Redeno? Que ensinam as Escrituras a respeito do propsito de Deus em dar Seu Filho, e a respeito dojim e motivo da eleio? (Esboos de Theologia, Lisboa: Barata &Sanches, 1895, XI.41. p. 210. Veja-se, tambm: J. Calvino, As Institutas,IIL21.5).9. Em alguns momentos da Histria, a posio Supralapsria, foi identificada com a afirmao de

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    4) Prover um Redentor para os eleitos.5) Enviar o Esprito Santo para aplicar a Redeno obtida por Cristo, no

    corao dos eleitos.

    Esta posio, sempre foi defendida por inmeros e respeitveis telogosReformados. Entre eles, citamos, primeiramente, o prprio J. Calvino (1509-1564)(?); T. Beza (1519-1605); Jacobus Trigland (1583-1654); William Twisse

    que Deus decretou o pecado. Notemos que esta era a posio de Calvino nas Institutos. (Veja-se;AsInstituas, III.21-24, especialmente, 111.23.1,5,8s); contudo, neste decreto, no se elimina a responsabilidade humana (Veja-se; As Institutas,III.23.3). As, nenhum calvinista nega o fato de que o

    pecado de alguma forma fazia parte do decreto de Deus (Veja-se; B.B. Warfield, O Plano da Salvao,Leiria; Edies Vida Nova, 1958, p. 132, nota 81). Strong, comentando o pensamento de Calvino,observou corretamente que, A relao de Deus para com a origem do pecado no eficiente, mas

    permissiva" (A.H. Strong, Systematic Theology, 11 ed. Philadelphia; The Judson Press, 1947, p.778). Paul Tillich (1886-1965), por exemplo, revela o seu conceito a respeito do Supralapsarianismo, conforme a viso apresentada acima; "Todo telogo que suficientemente corajoso

    para enfrentar a dupla verdade de que nada pode acontecer a Deus acidentalmente e que o estadoda existncia um estado cado deve aceitar o ponto de coincidncia entre o fim da criao e o comeo da queda. (...) Os calvinistas supralapsrios, que afirmavam que Ado caiu por decreto divino, tiveram a coragem de enfrentar esta situao.... {Teologia Sistemtica, So Paulo; EdiesPaulinas/Editora Sinodal, 1984, p. 215), Da mesma forma escreve outro luterano; O luterano Jenson

    observou que nenhum pensamento cristo, nem mesmo um pensamento remtmente cristo,pode evitar uma doutrina da predes tina o (Robert W. Jenson, O Esprito Santo; In; Cari E.Braaten; Robert W. Jenson, eds.Dogmtica Crist,So Leopoldo, RS.; Sinodal, 1995, Vol. II, p. 148).Curiosamente, Strong {Systematic Theology, p. 778. [Edio brasileira. Vol. II, p. 469-470]) mesmoelogiando o amadurecimento do pensamento de Calvino, faz uma citao truncada do seu comentrio a respeito de IJo 2.2, sustentando que Calvino, nos seus ltimos dias de vida, aceitava aexpiao universal. A interpretao de Strong neste ponto, parece-me totalmente equivocada.(Veja-se; Calvins Commentaries,Grand Rapids, Michigan; Baker Book House, 1981, Vol. 22, in. loc.

    p. 172-173. Compare a interpretao de Strong com a de Francis Turretini (1623-1687) a respeitodo mesmo comentrio de Calvino. (F. Turretin, Institutes o f Elenctic Theology, Phillipsburg, NewJersey; Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1994, Vol. 2, p. 474-475. (Edio brasileira.Vol. II, p. 570-571).

    No texto citado, Calvino de fato, toma como vlida a frmula Agostiniana (?). Suficiente paratodos, eficiente para os eleitos (Sufficienter pro omnibus, efficienter pro electis), contudo ele noa considera adequada para interpretar o texto de 1Jo 2.2. (Quanto viso Calvinista que se tomou

    padro entre os Reformados a respeito da Expiao Limitada [= Expiao Definida ou Expiao Particular], Vejam-se, especialmente: Cnones de Dort(-1618-1619), Captulo II, Confisso deWestminster (1647), Captulos, III.6; VIII.1,5,8.; John Owen (1616-1683), Por Quem Cristo Morreu?,So Paulo; Publicaes Evanglicas Selecionadas, 1986, 87p.; F. Tvima, Institutes o fElenctic

    Theology, Vol. 2, p. 458ss.; William Cunningham, Historical Theology, London: The Banner ofTruth Trust, (c. 1862), Reprinted 1969, Vol. 2, p. 323-370; Loraine Boettoer, La Predestinacin,Grand Rapids, Michigan: Subcomision Literatura Cristiana, 1932, p. 128-137; L. Berkhof, Teologia Sistemtica,p. 393-400; Leandro Antonio de Lima, Calvino ensinou a Expiao Limitada?: In;Fides Reformata, Vol. IX, n 1 (2004), p. 77-99.

    10. digna de nota a observao de Charles Hodge (1797-1878) de que posteriormente Calvinoescreveu textos que indicavam uma posio iniralapsria. O fato, que a viso de Calvino a respeitodo assunto alvo de disputa, no sendo de modo algum fcil classific-lo dentro de uma ou de outraviso. (Vejam-se: Charles Hodge, Systematic Theology,Grand Rapids, Michigan; Eerdmans, 1986,Vol. II, p. 316; George P. Fisher,History o f Christian Doctrine,New York: Charles Scribners Sons,

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    (1575-1646) - que presidiu aAssembleia de Westminster; Franciseus Gomarus(1563-1641) - oponente de Jacobus Arminius (1560-1609), tendo participadodo Snodo de Dort (1618-1619); G. Voetius (1588-1676); Pedro Martir (15001562); H. Zanchi (1516-1590); Z. Ursinus (1534-1583) -u m dos elaboradoresdo Catecismo de Heidelberg (1563); F. Burmann (1632-1679); H. Witsius(1636-1708) e Herman Hoeksema (1886-1965)."

    B. O Infralapsariansmo ou Sublapsaransmo:

    Estes nomes tambm provm de dois termos latinos: Tnfra ou Sub(abaixo de, sob) e Lapsus (queda, erro, engano). O Infralapsariansmo entende que o decreto da eleio foi logicamente posterior ao decreto per

    missivo da queda.Dentro desta perspectiva, temos a seguinte ordem lgica do Decreto de

    Deus:

    1) Criar a Humanidade.2) Permitir a Queda: A queda dependeria da escolha voluntria do homem.3) Eleger para a salvao alguns homens, e deixar os demais em seu esta

    do de condenao.

    4) Prover um Redentor para os eleitos.

    1906, p. 300ss.; James O. Buswell,A Systematic Theology o f the Christian Religion,Grand Rapids,Michigan: Zondervan-Publishing House, 1962, Vol. Ill, p. 135-136). Creio que as duas posiesesto presentes em Calvino: A supralapsria se evidencia melhor ib45 Instituas, quando Calvinodefine a Doutrina da Predestinao, dizendo: Chamamos predestinao ao e temo decreto de Deus

    pelo qual houve em si [por] determinado qu acerca de cada homem quisesse acontecer. Pois, noso criados todos em igual condio; pelo contrrio, a uns preordenada a vida etema, a outros a e tem a danao. Portanto, como criado fo i cada qual para um ou outro [desses dois] fins, assim[o] dizemos predestinados ou para a vida, ou para a morte (As Institutas, III.21.5). Nas mesma

    Institutos encontramos tambm sua posio In&alapsria (As Institutas, II.12.7). No ConsensusGenevesis,(1551), redigido por Calvino, h uma apresentao clara e abrangente da doutrina da Ceiado Senhor e da Predestinao no qual, ele se mostra infralapsariano. Este documento foi elaborado,objetivando refiitar as crticas de seus opositores referentes doutrina da Predestinao, bem como,estabelecer a unidade das Igrejas Reformadas na Sua no que se refere doutrina da Predestinao edos Sacramentos. Esta Confisso foi apresentada em Genebra (1552), sendo assinada por todos os

    pastores da cidade. Infelizmente, SchafF, no traz o texto desta Confisso. (Vejam-se: P. Schaff, TheCreeds o f Christendom, 6 ed. (Revised and Enlarged), Grand Rapids, Michigan: Baker Book House,

    (1931), Vol. I, p. 471, 474-477; Vol. Ill, p. 232; Consensus Genevesis: In: R Schaff, ed.A ReligiousEncyclopaedia: or Dictionary ofBiblical, Historical, Doctrinal and Practical Theology,New York:Funk & Wagnalls Company, 1891 (Third Edition revised and Enlarged), Vol. I, p. 544; William G.T.Shedd,A History o fChristian Doctrine,New York: Charles Scribners Sons, 1891, Vol. II. p. 468-469).Do mesmo modo, encontramos a posio infralapsria na Confisso Gaulesa (1559), escrita porCalvino (1509-1564) e seu discpulo Antoine de la Roche Chandieu (De Chandieu) (1534-1591),

    provavelmente com a ajuda de T. Beza (1519-1605) e Pierre Viret (1511-1571). Veja-se: Art 12. (Cf.R Schaff, The Creeds o f Christendom, Vol. I, 490-498; III, p. 366-367.

    11. Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics, 3 ed. Grand Rapids, Michigan: Reformed FreePublishing Association, 1976, p. 164.

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    5) Enviar o Esprito Santo para aplicar no corao dos eleitos, por intermdio da Palavra, a Redeno obtida por Cristo.

    D mesma forma, esta concepo sempre encontrou um grande nmero

    de defensores entre os Reformados e, tambm, deve ser dito, que todas asConfisses Reformadas sustentam esta posio. Entre os telogos que partilham do conceito Infralapsrio, destacamos; A. Rivet (1573-1651); F. Turretini(1623-1687);'^ J.H. Heidegger (1633-1698); A. Walaeus (1573-1639), PetrusVon Mastricht (1630-1706); Charles Hodge, (1797-1878); A.A. Hodge (18231886); B.B. Warfield (1851-1921); A.B. Teixeira (1873-1975); Samuel Falco(1904-1965); L. Boettner (1901-1990); G.C. Berkouwer (1903-1996); A.A.Hoekema (1913-1988).

    Entre as Confisses Reformadas, destacamos:

    - Confisso Gaulesa (1559), Art. 12-- Confisso Escocesa (1560), Cap. VIII.- Confisso Belga (1561), Art. 16.- Catecismo de Heidelberg (1563), Pergunta 54.- A Segunda Confisso Helvtica (1566), Caps. 10 e 17.- Cnones de Dort, (1618-1619), I, 7-10. ^- Confisso de Westminster (1647), Cap. III.- Breve Catecismo de Westminster (1647), Pergs. 19 e 20.

    Charles Hodge (1797-1878), comentando esta posio, diz:

    Que este ponto consistente em si mesmo e harmonioso. Como todosos decretos de Deus so um s compreensvel propsito, no se pode admitir nenhum ponto de vista sobre a relao dos detalhes que tal

    desgnio abarca, que no admita sua plena reduo unidade. Em todo grande mecanismo, qualquer que seja o nmero ou complexida-

    12. L.S. Chafer (1871-1952)-fu ndado r do Seminrio Teolgico de Dallas em 1924-, estabelecendo uma diferena entre a posio Infralapsrioe a Sublapsria, observou de modo pertinenteque os Inlralapsrios apresentam a ordem do Decreto conforme a indicada acima e, os Sublapsrios,fazem uma inverso entre os elementos trs e quatro. (L.S. Chafer, Teologia Sistemtica, Dalton,Gergia: Publicaciones Espanolas, 1974, Tomo I, p. 996-998; da mesma forma, A.H. Strong, SystematicTheology,p. 779 (Edio brasileira. Vol. 2, p. 471-472). Isto de fato acontece com A.B. Teixeira, que

    segue a ordem Sublapsria {Dogmtica Evanglico,2 ed. So Paulo: Pendo Real, 1976, p. 229).A mesma distino feita na obra de Millard J. Erickson, Conciso Dicionrio de Teologia Crist,Riode Janeiro: JUERP, 1991, Infralopsarionismo e Sublapsarionismo, p. 89 e 156; do mesmomodo, P. Schaff, ed.A Religious Encyclopaedia: or Dictionary o fBiblical, Historical, Doctrinal andPractical Theology, in loc. Entretanto, Charles Hodge, {Systematic Theology, VoL II, p. 319-321),Robert L. Dabney (1820-1898),(Lec?Mrei in Systematic Theology, p. 232-233) e Philip Schaff{History o f the Christian Churih, Peabody, Massachusetts, Hendrickson Publishers, 1996, Vol. VIII,

    p. 552), no estabelecem nenhuma distino.13. Francis Turretin, Institutes o f Elenctic Theology, Nevi^ Jersey: Presbyterian and Reformed

    Publishing Company, 1992, Vol. 1, p. 428-429 (Edio brasileira, p. 544-545).

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    de de suas partes, deve haver uma unidade de desgnio. Cada parte est relacionada com outras partes, e a percepo de tal relao necessria para uma conveniente compreenso do todo. Alm do mais,como os decretos de Deus so eternos e imutveis, nenhuma viso de Seu plano de operao que suponha a Deus propondo-se primeirouma coisa e depois outra, pode ajustar-se natureza de tais decretos.E, como Deus absolutamente soberano e independente, todos Seus

    propsitos ho de ser decididos desde Seu interior ou de acordo como desgnio de sua prpria vontade. No pode supor-se que sejam contingentes ou manter-se em suspenso ante a ao de Suas criaturas, ou ante qualquer coisa fora dEle mesmo. O sistema infralapsrio, como

    o sustentam a maior parte dos agostinianos, cumpre todas estas condies; todos os detalhes particulares formam um todo compreensivo;tudo se segue em uma ordem que no supe cmbio algum de desgnio; e tudo depende da vontade de Deus infinitamente sbia, santa e

    justa. O fim ltimo a glria de Deus. Para este fim cria o mundo,permite a queda, dentre os homens cados elege alguns para a vidaeterna, e deixa o resto justa recompensa de seus pecados. A quem

    Ele elege, Ele chama, justifica, e glorifica; esta a cadeia de ouro cujos elos no podem ser separados ou mudados. Esta a forma emque o esquema da redeno estava na mente do Apstolo ao ensinar-nos em Romanos 8.29,30.^'^

    Neste momento, julgamos oportuno realar os pontos que o infra" e osupratm em comum:

    1) Deus no o autor do pecado.

    2) As Escrituras so a nica fonte do nosso conhecimento a respeito dodecreto de Deus.

    3) Que 0pecado e punio no so meramente o objeto da prescincia deDeus, porm de Seu decreto (permissivo) e predeterminao.

    4) Que a f no a causa do decreto da eleio, nem o pecado a causa dodecreto de reprovao.

    William Cunningham (1805-1861),'^ HermanBavinck (1854-1921),Louis

    Berkhof(1873-1957),'^ eHerman Hoeksema (1886-1965),' destacaram o fato

    14. Charles Hodge, Systematic Theology, II, p. 320.15. William Cunningham, The Reformers and the Theology o f the Reformation,Edinburgh: Banner,

    1979 (Reprinted), p. 362ss.16. Herman Bavinok, The Doctrine o f God, 2 ed. Grand Rapids, Michigan: Wm. Eerdmans

    Publishing Co., 1955, p. 385ss.17. L. Berkhof, Teologia Sistemtica, p. 198.18. Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics, p. 164.

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    de que entre os telogos Reformados, no tm havido problema na sustentaode qualquer uma das duas posies, sendo ambas possveis dentro da TeologiaBblico-Reformada.

    Concluindo nossas anotaes sobre este assunto, temos que concordar comRobert. L. Dabney (1820-1898), quando diz que esta questo {Supra eInfra') nunca deveria ter sido levantadaP De fato. Todavia, enquantoestudantes de teologia e interessados neste tema abordado pelo autor, devemosestar familiarizados com os problemas que marcaram a sua histria e tiveram etm repercusso na vida da Igreja. Tomemos como estmulo e sincera humildade^' a observao de Berkhof: Com relao ao estudo deste tema pro

    fundo, devemos ver que o nosso entendimento limitado, e dar-nos contade que captamos somente fragmentos da verdade}^

    19. R.L. Dabney,Lectures in Systematic Theology,p. 233. Turretin mesmo admitindo isso, reconhece a necessidade de tal tratamento devido obstinao de nossos adversrios (F. Turretin,

    Institutes o f Elenctic Theology,VoL 1, p. 417 (Edio brasileira. Vol. 1, p. 531).20. Para um estudo complementar sobre o assunto, consulte, entre tantos outros: L. Berkhof,

    Teologia Sistemtica, p. 119-126; Loraine Boettner, Predestination: In: E.F. Harrison, Editor.Diccionario de Teologia, Grand Rapids, Michigan; T.E.L.L. 1985, p. 418-420; C. Hodge, Systematic

    Theology, II, p. 316-321; H. Hoeksema, Re formed Dogmatics, p. 161-165; Alfredo B. Teixeira,Dogmtica Evanglica, p. 226-232; F.H. Klooster, Supralapsarismo; In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopdia Histrico-Teolgica da Igreja Crist,Vol. m , p. 424-425; R.V. Schnucker, Infralapsarismo:In; Walter A. Elwell, ed. Enciclopdia Histrico-Teolgica da Igreja Crist,Vol. II, p. 332-333; A.H.Strong, Systematic Theology, p. 777-779; Lewis S. Chafer, Teologia Sistematica,Vol. I, p. 994-998;WiUiam G.T. Shedd,Dogmatic Theology, Ted. Nashville; Thomas Nelson Publishers, 1980, Vol. I,

    p. 441-443; R.L. Dabney, Lectures in Systematic Theology, p. 232-234; Herman Bavinck, TheDoctrine o f God, p. 382-394; A.A. Hodge, Esboos de Theologia, Cap. XI, p. 210-213; SamuelFalco, Predestinao, So Paulo; Casa Editora Presbiteriana, 1981, p. 146-150; G.M. Bromiley,Predestination: In; G.W. Bromiley, General Editor, The International Standard Bible Encyclopedia,Grand Rapids, Michigan; William B. Eerdmans Publishing Company, 1986, Vol. Ill, p. 945-951 ; B.B.Warfield, O Plano da Salvao,especialmente, p. lOlss.; J.J. Van Oosterzee, Christian Dogmatics,T ed. London: Hodder and Stoughton, 1878, especialmente, p. 452ss; Sublapsarians: In; JohnMClintock & James Strong, Cyclopaedia o f Biblical, Theological, and Ecclesiastical Literature,New York; Harper & Brpthers PuWishers, 1894, Vol. 10, p. 2-3; Morton H. Smith, SystematicTheology, Greenville, South Carolhia: Greenville Seminary Press, 1994, Vol. 1, p. 173-177; R.C.Sproul, Eleitos de Deus,So Paulo; Cultura Crist, 1998, especialmente, p. 123ss. Para uma viso

    panormica da relevncia desta doutrina na Teologia Protestante, dentro de uma abordagem maisitnica , conforme se prope o autor, veja-se: Harry Buis,Historie Protestantism and Predestination,

    Eugene: Oregon: Wipf & Stock Publishers, 2007,142p. Para uma apresentao sumria a respeito darelevncia da doutrina da eleio entre os batistas, veja-se; Robert B. Selph, Os Batistas e a Doutrinada Eleio,2 ed. So Jos dos Campos, SP.; Fiel, 1995, 155p.

    21. Lutero, falando sobre a Predestinao, disse; Duas coisas obrigam pregao da predestinao. A primeira a humilhao do nosso orgulho e o reconhecimento da graa de Deus;e a segunda a natureza daf Crist em si mesma (Martin Luther, De Servo Arbitrio. In: E. GordonRupp & Philip S. Watson, eds. Luther and Erasmus: Free Will and Salvation, Philadelphia; TheWestminster Press, 1969, p. 137).

    22. L. Berkhof, Teologia Sistemtica,Campinas, SP.; Luz para o Caminho, 1990, p. 125. "Aprendamos, pois, a evitar as inquiries concernentes a nosso Senhor, exceto at onde Ele nos revelou

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    Deste modo, temos na obra de Girardeau um trabalho bblico, sbrio, denso,com profunda agudez lgica,contextualizando, dentro da melhor tradioReformada, o seu tema. Creio que a sua leitura contribuir em muito para onosso aprofimdamento do estudo destas doutrinas dentro da perspectiva Reformada.

    Meu desejo e orao que o estudo deste assunto contribua para umaviso pastoraP'* mais comprometida e um desejo de maior santidade diante deDeus,^^ que se manifesta em reverente gratido e adorao.^

    Boa e edificante leitura a todos. Deus os abenoe.

    Maring, 23 de junho de 2011.Hermisten Maia Pereira da Costa

    atravs da Escritura. Do contrrio, entraremos num labirinto do qual o escape no nos ser f c il (Joo Calvino, Romanos, 2 ed. So Paulo; Parakletos, 2D01, (Rm 11.33), p. 426-427/ A

    predestinao divina se constitui realmente num labirinto do qual a mente humana completamente incapaz de desembaraar-se. Mas a curiosidade humana to insistente que, quanto mais

    perigoso um assunto, tanto mais ousadamente ela se precipita para ele. Dai, quando a predestinaose acha em discusso, visto que o indivduo no pode conter-se dentro de determinados limites, imediatamente, pois, mergulha nas profundezas do oceano de sua impetuosidade (J. Calvino,Exposio de Romanos, So Paulo: Paracletos, 1997, (Rm 9.14), p. 329-330). Veja-se tambm; JooCalvino, As Institutas da Religio Crist: edio especial com notas para estudo e pesquisa, SoPaulo; Cultura Crist, 2006, Vol. 3, (IIL8.1), p. 38.

    23. A lgica dirigida pelo esprito de submisso a Deus, sempre ser til; caso contrrio, esqueamo-la. No entanto, devemos ter em que mente que no podemos prender Deus na priso da lgica humana (Anthony Hoekema. Salvos pela Graa, So Paulo; Cultura Crist, 1997, p. 86).

    24. verdade que a eleio em si mesma secreta. um propsito to profundo e oculto quediante dele somente podemos nos maravilhar. A despeito disso, Deus no-lo revela, na medida emque necessrio, conhecendo ele ser isso para nosso beneficio e salvao (Joo Calvino, Sermesem Efsios,Braslia, DR: Monergismo, 2009, p. 81).

    25. O propsito de nossa eleio consiste em que sejamos santos e irrepreensveis aos olhos de Deus" (Joo Calvino, Exposio de Hebreus, So Paulo: Paracletos, (Hb 10.7), p. 259).

    26. Nenhuma doutrina mais til e proveitosa quando utilizada deforma adequada e sbria, ouseja, como Paulo fa z aqui, ao apresentar a considerao da infinita munificncia de Deus eestimular-nos a render graas. Essa a legitima fonte da qual devemos extrair nosso conhecimentoda misericrdia divina (Joo Calvino, Efsios,So Paulo; Paracletos, 1998, (Ef 1.4), p. 26-27).

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    PARTE

    O b s e r v a e s i n t r o d u t r i a s

    Apredestinao, nas Escrituras e nos tratados teolgicos, tem dois sentidos -um amplo ou geral, o outro limitado ou especial. No sentido amplo ou geral, elasignifica os decretos de Deus, culminando ou eficientemente, ou permissivamente em todos os seres, atos e eventos. O universo, inteligente e no inteligente, seu objeto. E o plano em concordncia com o qual Deus cria e governatodos os seres finitos e todas as propriedades e aes. No sentido limitado ouespecial, ela significa os decretos de Deus, culminando nos destinos dos seres

    inteligentes e morais - anjos e homens. Num sentido ainda mais restrito, elasignifica os decretos de Deus, culminando nos destinos dos homens. Nesteltimo sentido, considerado como um decreto genrico incluindo sob ela a eleio e reprovao como decretos especficos: a primeira predestinando algunsseres humanos, sem levar em conta seu mrito, para a salvao, visando glorificao da soberana graa de Deus; a segunda preordenando alguns sereshumanos, por seu pecado, para a destruio, visando glorificao da justiaretributiva de Deus.

    O desgnio da primeira parte desta discusso a exposio e defesa dasdoutrinas calvinistas da eleio e reprovao; levando em conta a refernciaespecial s objees formuladas contra elas pela teologia evanglica arminiana,a qual ser posta prova e intimada a responder pelas dificuldades inerentes asi. Este exame especial daquela teologia est fundamentado sobre duas bases:

    primeira, porque se prope fundar suas provas diretamente sobre as Escrituras,e por essa conta a mais formidvel, como o mais ousado assaltante doesquema calvinista; segunda, porque h uma demanda em nossos prprios tempos

    por uma cuidadosa considerao das doutrinas evanglicas arminianas, comodiferindo, em algum aspecto, daquelas dos remonstrantes, e como tendo agorasuficiente oportunidade de se desenvolver num sistema teolgico coerente e

    peculiar, recomendando os sufrgios de uma grande seo da Igreja de Cristo.A presente escola arminiana coincide precisamente com a doutrina com queoutrora algum que articulasse sua teologia em oposio ao Snodo de Dort

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    poderia considerar como um ofcio suprfluo sujeitar seus pontos de vista a umexame particular. O sistema de Wesley e Watson, porm, no idntico ao deEpiscopus e Limborch; e os tratados polmicos dos sculos 17 e 18 no sototalmente adaptados a enfrentar as atuais fases da teologia arminiana.

    Em adio a estas consideraes, merece observar que, no tempo da controvrsia remonstrante, os defensores do calvinismo se digladiaram entre osmtodos supralapsarianos e infralapsarianos de conceber os decretos divinos.Francis Junius, por exemplo, em sua discusso com Tiago Armnio, sobre a

    predestinao, tentou vindicar ambos estes modos de visualizar os decretoscomo reduzveis unidade da mesma doutrina. Isto o colocou na desvantagemque foi observada pelos atilados olhos de seu sutil antagonista e empregada

    contra ele no sem considervel efeito. E, enquanto o Snodo de Dort erainfralapsariano, assim sucedeu que os principais oponentes dos remonsfranteseram supralapsarianos confessos; como, por exemplo, Gomarus, Voetius, Twissee Perkins. O resultado natural foi que o tipo de doutrina que os telogosarminianos se sentiram chamados a atacar era o infralapsariano. At hoje, asobjees alegadas por Armnio contra a doutrina calvinista dos decretos so

    principalmente dirigidas confra as teorias supralapsarianas e necessitarianas.

    Mas preciso ter em mente que as doutrinas do calvinismo tm sido mais oumenos lanadas no molde do infralapsarianismo. Elas tm tido um desenvolvimento definido, segundo aquele tipo, nos formulrios simblicos da Igreja Reformada e nas obras de telogos representativos. Isto livra o calvinista do em

    barao resultante da tentativa de defender pontos de vista diferentes e incongruentes dos decretos divinos e lhes d a vantagem de apelarem para os padres calvinistas, como sendo ou implcita ou expUcitamente infralapsariano emsuas declaraes.

    Amide, se tem feito aos apologistas calvinistas dos ltimos tempos a acusao de haverem modificado os aspectos mais severos de seu sistema sob a

    presso da confrovrsia. Isto constitui um equvoco. Ela surgiu da persistentedeterminao dos escritores arminianos de tomar o supralapsarianismo e onecessitarianismo como calvinismo simblico. Quando, pois, os verdadeirosexpoentes do calvinismo defendem seu sistema a partir de outro ponto de vista,so acusados de comprometerem o sistema calvinista. Mas, seguramente, asconfisses calvinistas e os pontos de vista da vasta maioria dos doutorescalvinistas devem ser construdos, por adversrios imparciais, como representantes do sistema. O calvinista que frata as doufrinas wesleyanas arminianascomo idnticas s remonstrantes, porventura no seria exposto a um erro crasso e ofensiva injustia?

    No se pretende implicar que os arminianos sempre representaram corretamente a posio dos supralapsarianos. Ao confrrio, a afirmao dos ltimos.

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    de que Deus destina os homens punio por seu pecado, raramente tmtido a devida considerao da parte dos escritores arminianos. Isto s faz aculpa de injustia na conduta da controvrsia todo o cinzelador, visto que no sos pontos de vista supralapsarianos, mas tambm seus equivocados pontos devista, so atribudos pela massa dos polemistas arminianos aos calvinistasinfralapsarianos.

    Nesta discusso se adotar o ponto de vista infralapsariano dos decretosdivinos, sob a convico de que caracterstico do sistema de doutrina declarado em todas as confisses calvinistas, que falam definitivamente sobre a questo, e mantido pela grande maioria dos telogos calvinistas.

    O tratamento do tema ser distribudo nas seguintes sees: primeira, adoutrina da eleio, expressa e provada; segunda, a doutrina da reprovao,expressa e provada; terceira, respondidas as objees a estas doutrinas, derivadas dos atributos morais de Deus; quarta, respondidas as objees derivadasda agncia moral do homem.

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    S e o 1

    D o u t r i n a d a e l e i o e x p r e s s a e p r o v a d a

    A fim de garantir clareza e prevenir incompreenso com respeito aos resultados envolvidos, fomecer-se-o afirmaes da doutrina da eleio pelas proeminentes confisses calvinistas, e tambm represeiitaes daquela doutrina dasfontes evanglicas arminianas de elevada autoridade. A doutrina calvinista serento analisada em seus elementos constituintes, suas provas bblicas exibidase se discutiro as questes entre calvinistas e arminianos evanglicos com res

    peito queles pontos.

    A afirmao da doutrina da eleio pela Confisso Westminster comosegue;

    Pelo decreto de Deus e para a manifestao de sua glria, alguns homensso predestinados para a vida etema.

    Esses homens assim predestinados so particular e imutavelmente designados; seu nmero to certo e definido, que no pode ser nem aumentado

    nem diminudo.Segundo seu etemo e imutvel propsito, e segundo o santo conselho e

    beneplcito de sua vontade, antes que o mimdo fosse criado. Deus escolheu em Cristo, para a glria etema, os homens que so predestinados paraa vida; para o louvor de sua gloriosa graa, ele os escolheu de sua mera elivre graa e amor, e no por previso de f, ou de boas obras e perseverana nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse,

    como condio ou causa.Assim como Deus destinou os eleitos para a glria, assim tambm, peloetemo propsito de sua vontade, preordenou todos os meios conducentes aesse fim; os que, portanto, so eleitos, achando-se cados em Ado, soremidos por Cristo, so eficazmente chamados para a f em Cristo, por seuEsprito que opera no tempo devido, so justificados, adotados, santificadose guardados por seu poder, por meio da f salvadora. Alm dos eleitos no

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    h nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo.

    Segundo o inescrutvel conselho de sua prpria vontade, pela qual ele con

    cede ou recusa misericrdia, como lhe apraz, para a glria de seu soberanopoder sobre suas criaturas, para louvor de sua gloriosa justia, o resto doshomens foi Deus servido no contemplar e orden-los para a desonra e ira

    por causa de seus pecados.'

    O Catecismo Maior Westminster reza assim:

    Deus no deixa todos os homens perecerem no estado de pecado e mis

    ria, em que caram pela violao do primeiro pacto, comumente chamado opacto das obras, mas, simplesmente por seu amor e misericrdia, livra oseleitos desse estado, e os introduz num estado de salvao, pelo segundo

    pacto, comumente chamado o pacto da graa.

    O pacto da graa foi feito com Cristo, como o segundo Ado; e, nele, comtodos os eleitos, como sua semente.^

    O Breve Catecismo Westminster:

    Tendo Deus, unicamente por sua boa vontade, desde toda a etemidade,eleito alguns para a vida etema, entrou com eles em um pacto de graa,

    para os livrar do estado de pecado e misria, e os trazer a um estado desalvao, por meio de um Redentor.^

    O que segue parte da declarao do Snodo de Dort:

    Em Deus no est, de forma alguma, a causa ou culpa dessa incredulidade. O homem tem essa culpa, assim como a de todos os demais pecados.Mas a f em Jesus Cristo e tambm a salvao por meio dele so donsgratuitos de Deus.

    Deus nesta vida concede a f a alguns enquanto no concede a outros.Isto procede do etemo decreto de Deus.

    Esta eleio o imutvel propsito de Deus, pelo qual ele, antes da funda

    o do mundo, escolheu um nmero grande e definido de pessoas para asalvao, por pura graa. Estas so escolhidas de acordo com o soberanoe bom propsito de sua vontade, dentre todo o gnero humano, decado, porsua prpria culpa, de sua integridade original para o pecado e a perdio.

    1. Captulo 3.2. Questes 30, 31.3. Questo 20.

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    Os eleitos no so melhores ou mais dignos que os outros, mas envolvidosna mesma misria. So escolhidos, porm em Cristo, a quem Deus constituiu, desde a etemidade. Mediador e Cabea de todos os eleitos e fundamento da salvao. E, para salv-los por Cristo, Deus decidiu d-los a ele eefetivamente cham-los e atra-los a sua comunho por meio de sua Palavra e de seu Esprito. Em outras palavras, ele decidiu dar-lhes verdadeiraf em Cristo, justific-los, santific-los e, depois, tendo-se guardado poderosamente na comunho de seu Filho, finalmente glorific-los. Deus fezisto para a demonstrao de sua misericrdia e para o louvor da riqueza desua gloriosa graa.

    Esta eleio no baseada em f prevista, em obedincia de f, santidadeou qualquer boa qualidade ou disposio, que seria uma causa ou condio

    previamente requerida ao homem para ser escolhido. Ao contrrio, estaeleio para a f, a santidade etc. Eleio, portanto, que a fonte detodos os bens da salvao e, finalmente, a prpria vida etema como seumto. .

    A verdadeira causa desta eleio graciosa to-somente o bom propsitode Deus. Este bom propsito no consiste no fato de que dentre todas as

    condies possveis Deus haja escolhido certas qualidades ou aes doshomens como condio para a salvao. Mas este bom propsito consisteno fato de Deus haver adotado certas pessoas dentre a multido inteira de

    pecadores para ser sua propriedade.

    Como Deus supremamente sbio, imutvel, onisciente e todo-poderoso,assim sua eleio no pode ser cancelada e depois renovada, nem alteradaou anulada; nem mesmo podem os eleitos ser rejeitados ou o nmero deles

    ser diminudo.'*

    A Segunda Confisso Helvtica reza assim:

    Deus, desde o princpio, livremente e de sua mera graa, sem qualquerrespeito pelos homens, predestinou ou elegeu os santos, a quem salvariaem Cristo.^

    A Confisso Francesa:Cremos que desta cormpo e condenao universais, pelas quais pornatureza todos os homens esto dominados. Deus libertou e preserva alguns, os quais, por seu etemo e imutvel conselho, de sua prpria bondade

    4. Cnones de Dort, Artigos 5-11.5. Captulo 10, HalVs Harm.

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    e merc, sem qxialquer respeito por suas obras, escolheu em Cristo Jesus.... Pois alguns no so melhores que outros, at aquele tempo em que oSenhor fizer diferena, segundo aquele imutvel conselho que ele decretouem Cristo Jesus antes da criao do mundo; tampouco era algum capaz,

    por sua prpria fora, de ter acesso, por si mesmo, quele bem, visto que,de nossa prpria natureza, no podemos ter sequer um movimento, afetoou pensamento certo at que Deus, graciosamente, nos antecipe, e nosforme para a retido.

    A Confisso Belga reza:

    Cremos que Deus, depois que toda a prognie de Ado foi lanada deponta cabea na perdio e destruio, por intermdio da culpa do primeirohomem, tem declarado e se mostrado ser aquele que de fato tanto misericordioso como justo; misericordioso por libertar e salvar da condenao eda morte aqueles a quem, em seu etemo conselho, de seu prprio beneplcito, escolheu em Jesus Cristo, nosso Senhor, sem levar em conta, absolutamente, suas obras.''

    A Forma Sua de Acordo {Formula Consensus Helveticd)xeza:Antes que os fundamentos do mundo fossem lanados, Deus, em CristoJesus, nosso Senhor, formou um propsito etemo, no qual, do mero bene

    plcito de sua vontade, sem qualquer previso do mrito de obras ou de f,para o louvor de sua gloriosa graa, elegeu um nmero certo e definido dehomens, na mesma massa de cormpo e jazendo num sangue comum, eassim corrompida em pecado, para ser, no tempo, conduzida salvao

    atravs de Cristo, o nico Fiador e Mediador, e, pelo mrito do mesmo, pelamui poderosa influncia regeneradora do Esprito Santo, para ser eficazmente chamada, regenerada e dotada com f e arrependimento. E assimde fato Deus determinou engrandecer sua glria, que decretou, antes detudo, criar o homem em integridade, ento permitir sua queda e, finalmente,apiedar-se de alguns dentre os cados, e assim eleger os mesmos.*

    A estas afirmaes da doutrina podem-se agregar as das Igrejas Episcopais britnicas, pela razo de que so, sobre este ponto, explicitamentecalvinistas.

    O Artigo 17 da Igreja da Inglaterra como segue:

    6. Art. 12, Hall. -7. Art. 16, Hall.8. Can. IV., Niemeyer, p. 731.

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    Predestinao para a vida o etemo propsito de Deus, pelo qual (antesque os fundamentos do mundo fossem lanados) ele tem constantementedecretado por seu conselho, para ns secreto, livrar da maldio e condenao aqueles a quem escolhera em Cristo dentre o gnero humano e ostrazer, por meio de Cristo, salvao etema, como vasos feitos para honra.Por isso so dotados com to excelente benefcio de Deus, so chamadossegundo o propsito de Deus, pela operao de seu Esprito no devido tem

    po; pela graa obedecem ao chamado; so feitos filhos de Deus por adoo; so feitos imagem de seu unignito Filho, Jesus Cristo; andam piamente nas boas obras; e, por fim, pela merc de Deus, detm a felicidadeetema.

    O terceiro artigo da Igreja da Irlanda contm estas palavras: Pelo mesmoconselho etemo. Deus predestinou alguns para a vida e reprovou outros para amorte; de ambos estes h um nmero definido, conhecido somente de Deus,que no pode ser aumentado nem diminudo.

    Predestinao para a vida o etemo propsito de Deus pelo qual, antesque os fundamentos do mundo fossem lanados, ele tem constantemente de

    cretado em seu conselho secreto libertar da maldio e condenao aqueles aquem escolhera em Cristo dentre a humanidade e conduzi-los por Cristo salvao etema, como vasos feitos para honra.'

    A causa quejnoveu Deus a predestinar para a vida no a previso de f,ou arrependimento, ou boas obras, ou qualquer outra coisa que porventura esteja na pessoa predestinada, mas to-somente o beneplcito de Deus mesmo."Pois todas as coisas, sendo ordenadas para a manifestao de sua glria, e suaglria sendo manifesta tanto nas obras de sua merc quanto em sua justia,

    pareceu bem sua sabedoria celestial escolher certo nmero, para o qual eleestenderia sua imerecida merc, deixando os demais como espetculos de sua

    justia.

    Os que so predestinados para a vida so chamados segundo o propsitode Deus (seu Esprito operando no devido tempo), e pela graa obedecem aochamado, so graciosamente justificados, so feitos filhos de Deus por adoo,so feitos a imagem de seu unignito Filho, Jesus Cristo, andam piamente nas

    boas obras e, por fim, pela merc de Deus, detm a felicidade etema.

    Havendo assim dado suficientemente a doutrina do calvinismo com respeito eleio, prossigo fomecendo a do arminianismo evanglico. Na ausncia

    9. Idntico aos Artigos de Lambeth.10. Igual ao Artigo ingls.11. Igual ao Artigo de Lamberth.12. Quase idntico ao Artigo ingls.

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    de quaisquer artigos simblicos nos quais os pontos de vista dos arminianosevanglicos no tocante doutrina da eleio se acham incorporados,'^ deve-sefazer referncia s afirmaes dos que so aceitos por eles como telogosrepresentativos.

    Joo Wesley assim fala:

    A Escritura nos ensina claramente o que a predestinao: a preor-denao divina dos crentes obedientes para a salvao, no de fora, massegundo sua prescincia de todas as suas obras desde a fimdao domundo. ... Podemos considerar isto um pouco mais. Deus, desde a fundao do mundo, conheceu de antemo todo o crer ou o no crer dos homens.

    E, de acordo com esta sua prescincia, ele escolheu ou elegeu todos oscrentes obedientes, como tais, para a salvao.

    Deus chamou a Abrao pai de muitas naes, embora no o fosse naquele tempo. Chamou Cristo o Cordeiro morto desde a fundao do mundo, ainda que no fosse morto at que fosse homem na came. Mesmoassim, ele chamou os homens eleitos desde a fundao do mundo, aindaque no fossem eleitos at que fossem homens na came. Todavia, tado

    assim diante de Deus que, conhecendo todas as coisas desde a etemidade,chamou as coisas que existem quando ainda no existiam.

    Por amor clareza, como Cristo foi chamado o Cordeiro morto desde afundao do mundo, e, no entanto, no morto at alguns milhares de anosdepois, at o dia de sua morte, assim tambm os homens so chamadoseleitos desde a fundao do mundo, e todavia no eleitos, quem sabe, atalguns milhares de anos depois, at o dia de sua converso a Deus.

    Se os eleitos so escolhidos atravs da santificao do Esprito, ento noforam escolhidos antes que fossem santificados pelo Esprito. Mas noforam santificados antes que tivessem existncia. claro, pois, que noforam escolhidos desde a fundao do mundo. Deus, porm, chama ascoisas que no existem como se 0 fossem. .

    Se os santos so escolhidos para a salvao, pelo crer na verdade... noforam escolhidos antes que cressem; muito menos antes que tivessem exis

    tncia. Portanto, fica claro que no foram eleitos at que cressem, emboraDeus chame as coisas que no existem como se existissem.

    Fica claro que o ato de eleger no tempo,ainda que conhecido de Deusde antemo; que, segundo sua prescincia, s vezes fala das coisas queno so como se o fossem. E assim se remove a grande pedra de tropeo

    13. Nos 35 artigos da Igreja Metodista Episcopal nos Estados Unidos, omite-se o tpico da eleio.

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    sobre a eleio, para que os homens faam firmes sua vocao e eleio.

    Em outro lugar, Wesley diz: Porventura a Escritura no fala da eleio?...

    por isso voc no pode negar que haja tal coisa chamada eleio.E se existe,o que voc quer dizer com isso?

    Eu Uio direi com toda clareza e simplicidade. Comumente eu creio quesignifica uma destas duas coisas: primeira, uma designao divina de algunshomens particulares para alguma obra particular no mundo. E creio que estaeleio no apenas pessoal, mas absoluta e incondicional.

    Creio que a eleiosignifica, em segundo lugar, uma designao divina de

    alguns homens para a felicidade etema. Creio, porm, que esta eleio condicional, bem como a reprovao que se lhe ope. Creio que o decreto etemoconcemente a ambas expresso nestas palavras; Aquele que cr ser salvo;aquele que no cr ser condenado. E este decreto, sem dvida. Deus nomudar e o homem no pode resistir. De acordo com isto, todos os verdadeiroscrentes so na Escritura chamados eleitos.

    Deus chama os verdadeiros crentes eleitos desde a fundao do mundo,

    embora no fossem realmente eleitos ou crentes at muitos sculos depois, emsuas diversas geraes. Ento s ocorreu que fossem realmente eleitos quandoforam feitos filhos de Deus pela f.

    Creio nesta eleio to firmemente como creio ser a Escritura de Deus.Porm no posso crer em eleio incondicional; no s porque no possoencontr-la na Escritura, mas tambm (para renunciar todas as demais consideraes) porque necessariamente implica reprovao incondicional. Encon

    tre-se qualquer eleio que no implique reprovao, e de bom grado concordarei com ela. Com reprovao, porm, nunca posso concordar, muito emboraeu creia que a Escritura de Deus, como sendo completamente irreconcilivelcom todo o escopo do Antigo e do Novo Testamentos.'^

    O que voc quer dizer pela palavra eleio?Quero dizer isto; Deus decretou, desde o princpio, eleger ou escolher (em Cristo) todos os que cressem

    para a salvao. '

    Graa irresistvel e perseverana infalvel so a consequncia natural do

    14. Estes extratos so extrados do tratado de Wesley intitulado The Scripture Doctrine concerningPredestination, Election and Reprobation.Worics, vol. ix., pp. 421, 422, Nova York, Ed., 1827. Ele incorporado nos Tracts Doctinal,publicados por ordem da Conferncia Geral da Igreja MetodistaEpiscopal.

    15. Works, vol. 9, pp. 381, 382, Nova York, 1827: Predestination Calmly Considered,uma partedos Tracts Doctrinalj mencionados.

    16. Ibid., p. 435: Dialogue, etc.

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    primeiro - o decreto incondicional. De modo que, com efeito, as trs questesredundam em uma s: A predestinao absoluta ou condicional? Os arminianoscreem que condicional.'^

    Richard Watson distribui assim o tema da eleio: De uma eleio divina,ou escolha e separao dos demais, temos estes trs tipos mencionados nasEscrituras. (1) A eleio de indivduos para realizarem algum servio particular e especial. (2) A eleio que encontramos na Escritura a eleio de naes ou agremiaes de pessoas para privilgios religiosos eminentes, e a fimde realizarem, por sua iluminao superior, os misericordiosos propsitos deDeus, beneficiando outras naes ou agremiaes de pessoas. (3) A eleio

    pessoal; ou eleio de indivduos para que sejam filhos de Deus e herdeiros da

    vida etema.'Com respeito ao ltimo aspecto da eleio mencionado - aquele que est

    em disputa -, ele diz: O que a eleio pessoal, encontramos explanada emduas passagens claras da Escritura. E explanada negativamente por nosso Senhor, onde ele diz a seus discpulos: Eu vos escolhi do mundo; explanada

    positivamente por Pedro, quando dirige sua Primeira Epstola aos eleitos, segundo a prescincia de Deus o Pai, pela santificao do Esprito, para obedin

    cia e asperso do sangue de Jesus. Ser eleito, portanto, -ser separado domundo e ser santificado pelo Esprito e pelo sangue de Cristo.

    Segue-se, pois, que a eleio no s um ato de Deus feito no tempo,mas tambm subsequente administrao dos meios de salvao. A vocao vai adiante da eleio; a publicao da doutrina do Esprito, e a expiao, chamada por Pedro a asperso do sangue de Cristo, antes dasantificao, por meio da qual se tomam os eleitos de Deus. A doutrina da

    eleio etema assim trazida ao seu verdadeiro significado. Eleio factualno pode ser etema; porque, desde a etemidade, os eleitos no foram realmente escolhidos do mundo, e desde a etemidade no poderiam ser santificados

    para obedincia. As frases eleio etema e decreto etemo da eleio, tofrequentes nos lbios dos calvinistas, podem, portanto, em sentido comum, significar apenas umpropsito etemo de eleger; ou um propsito formado naeternidadede eleger ou escolher do mundo, e santificar no tempo,pelo Esp

    rito e o sangue de Jesus. Eis uma doutrina contra a qual ningum contender;mas quando lhe enxertamos outra, que Deus, desde a etemidade, escolheu emCristo, para a salvao, certo nmero de homens, "certam quorundamhominum multitudinem- no em previso de f e obedincia de f, santidade,ou qualquer oufra boa qualidade ou disposio (como causa ou condio antes

    11. Ibid.,p. 475: Whal is an Anninian? Answered.18. Theol. Institutes, vol. ii., pp. 307, 308, 337, Nova York, 1840.

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    requerida no homem a ser escolhido); e sim para f e obedincia de f, santidade etc., non ex prcevisa fide, fideique obedientia, sanctitate, aut alia aliquabona qualitate et dispositioneetc. (Julgamento do Snodo de Dort), se apresenta sob um diferente aspecto e requer um apelo para a Palavra de Deus.

    Sem definio adicional de seu prprio ponto de vista, Watson prossegueargumentando contra a doutrina calvinista.

    O Dr. Ralston adota a trplice distribuio da eleio feita por Watson - deindivduos para ofcio, de comvmidades para privilgios religiosos, de indivduos

    para a vida etema. Com respeito ao ltimo tipo, ele diz: Que a eleio destetipo pessoal e individual amide aludida nas Escrituras, admitido por

    arminianos tanto quanto por calvinistas; mas a grande questo em disputa serelaciona com o sentido em que o tema deve ser entendido. Os calvinistasdizem que esta eleio desde a etemidade; isto os arminianos negam, excetona medida em que a prescincia ou propsito de Deus em eleger esteja embutido na eleio.^

    At aqui temos seu ponto de vista quanto origem temporal da eleio.Quanto sua condicionalidade, ele diz assim: Antes que a eleio em questo

    possa existir, deve haver uma diferena real nos objetos ou pessoas concemen-tes s quais se faz a escolha. Mesmo uma criatura inteligente no pode fazernenhuma escolha onde no existe diferena pressuposta; e porventura podemos presumir que o Deus infinito agir de uma maneira que seria justamenteconsiderada ceg e irracional no homem? O pensamento inadmissvel. SeDeus seleciona, ou escolhe alguns homens para a vida etema, e rejeita outros,como todos admitem ser um fato, deve haver uma boa e suficiente razo paraesta eleio.

    Ora, qual seria esta razo? Ele responde: Portanto, chegamos conclusode que, por mais que os ensinos do calvinismo sejam diferentes, se um homem eleito para a vida etema, e outro consignado para a perdio, isso no oresultado de uma parcialidade arbitrria, caprichosa e irracional, mas concordacom a razo, a equidade e ajustia, e uma gloriosa demonstrao da harmoniosa perfeio de Deus. E porque um bom e o outro, mau; um justo e ooutro, injusto; um crente e o outro, incrdulo; ou um obediente e o outro,

    rebelde. Estas so as distines que a razo, a justia e a Escritura reconhecem; e podemos descansar seguros de que estas so as nicas distines queDeus considera ao eleger seu povo para a glria, e sentenciar os perversos

    para a perdio.

    19. Ihid., vol. ii., p. 338.20. Elements of Divinity, p. 289, Nashville, Tenn., 1882. Esta obra est editada pelo Dr. T. O.

    Stimmers, e publicada pela Southern Methodist Publishing House.21. Ibid., pp. 291, 292, 193. '

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    O Dr. Miner Raymond, Professor em Garrett Biblical Institute, Illinois, emsua teologia sistemtica concorda com a trplice distribuio da eleio j indicada,

    porm difere dos escritores que foram citados com respeito ao fim para o qualindivduos so salvificamente eleitos. Para eles, esse fim a vida etema; e paraele, uma salvao contingente. Segundo eles, a eleio, sendo condicional

    previso de perseverana na f e santidade at o fim da vida, termina numagarantida felicidade no cu; segundo ele, a eleio, sendo condicional previso e simplesmente a uma perseverana contingente na f e santidade, terminaapenas numa salvao contingente. A eleio no para a vida etema, e sim

    para a contingente herana da vida etema. Ouamos ele mesmo falando:

    Um terceiro uso dos termos eleitos, elegidos, chamados, escolhidos, e

    outros termos de teor semelhante, se encontra nas Escrituras. Muitos sochamados, mas poucos escolhidos. Eleitos segundo a prescincia de DeusPai, pela santificao do Esprito, para a obedincia e asperso do sangue deJesus. Aqui, evidentemente, a escolha apsa vocao - isto , um atofeito no tempo. A eleio por meio de e atravs da santificao do Esprito;isto , uma eleio, uma escolha dentre o mundo, uma separao do mundo,mediante a regenerao, converso, novo nascimento; numa palavra, quando

    Deus justifica um pecador, regenera sua natureza, o adota conKvfilho de Deus,0faz herdeiro da vida etema, ento e ali, o separa do mundo - o elege para serfilho e herdeiro da vida etema. O pecador, por meio desta eleio, se tomasanto, uma pessoa eleita, e amide assim chamada nas Escrituras.

    Esta eleio quase'universalmente expressa como condicionada ao arrependimento para com Deus e f em nosso Senhor Jesus Cristo; e se, emquaisquer passagens, a condio no especificamente mencionada, clara

    mente implcita. Se, em qualquer sentido, esta eleio etema, ela o somenteno propsito do Ser divino de eleger; e, como a prpria eleio condicionada f, segue-se que o propsito eterno de eleger estava baseado nessa f

    prevista.

    Os homens podem desprezar o Esprito da graa pelo qual tm sido santificados. At que a provao termine, o destino final uma contingncia. Nenhuma das duas etemidades opostas possvel, e a questo decidida nunca

    por qualquer coisa extema ao prprio homem, mas por sua prpria livre escolha, ajudadopela graa de Deus.^^

    necessrio agregar que este escritor faz da regenerao uma obra,conjuntamente operada pela agncia divina e humana, e mantm que, na ordemdos pensamentos, o arrependimento precede a f e esta precede a regenerao. A questo sendo esta: Quais so as condies da salvao? Eis sua res-

    22. Vol. ii-, pp. 420, 423.

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    posta - e ela merece especial nota como indicativa dos desenvolvimentos dateologia evanglica arminiana: Que a salvao est condicionada ao arrependimento do homem, e cooperao da f, est implcito em todos os mandamentos, preceitos, exortaes, admoestaes, splicas, promessas e persuases da Palavra de Deus; e tais passagens, como a seguinte, equivalem a mnaafirmao direta de que o homem determina a questo de sua salvao: O quecr ser salvo; o que, porm, no cr ser condenado

    Pode-se indagar por que Fletcher no foi intimado como testemunha. Arazo que a definio que ele d de eleio, como pertinente salvaoindividual, parece ser algo um tanto peculiar a ele mesmo. Ele a representacomo sendo de duas espcies: uma, eleio para a salvao inicial, comunicando uma redeno temporria - a qual incondicional; a outra, eleio para asalvao etema - a qual condicionada ao arrependimento do crente at ofinal do dia da salvao inicial Cremos, diz ele, que Jesus Cristo morreu portoda a raa humana, primeiramente com a inteno de granjear absoluta eincondicionalmente uma redeno temporria, ou uma salvao inicial por todos os homens universalmente; e, em segundo lugar, para granjear uma redeno particular, ou uma salvao etema condicionalmente por todos os homens,

    porm absolutamente por todos os que morrem em sua infncia, e por todos osadultos que o obedecem e so fiis at a morte. A declarao excntrica eum tanto confirsa, porm concorda substancialmente com aquelas que foramfomecidas. -

    Uma vez fornecidas as declaraes das doutrinas calvinistas e dosarminianos evanglicos sobre a eleio, abre-se uma via para uma anlise dadoutrina calvinista em seus elementos componentes, e a exibio das provas

    bblicas sobre as quais so fundados.Ela pode ser reduzida nos seguintes elementos: primeiro, seu autor ou cau

    sa eficiente; segundo, seu objeto, em geral; terceiro, seus objetos, em particular; quarto, seu fim ou causa final; quinto, sua origem; sexto, o amor que elaenvolve; e, stimo, sua base ou razo. Adota-se esta ordem de declarao no

    por ela ser considerada a mais lgica, mas porque desejvel considerar porltimo os aspectos do tema em questo ao calvinista e arminiano evanglico

    que principalmente travam debate.Antes que estes pontos sejam considerados, oportuno concluir que nesta

    discusso no h notificao de uma ordem de tempo,como existente na relao mtua dos decretos divinos. A inteno que um esteja em ordem paracom o outro, neste sentido: que um seja pressuposto pelo outro. O decreto, porexemplo, de permitir a queda est na ordem ou pressuposto pelo decreto de

    23. Ibid., pp. 358, 359.

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    prover redeno para os pecadores. Negar tal ordem como esta, s porqueparece conflitar com a simplicidade e imutabilidade de um Ser Infinito, eqivalerejeitar toda a diferena e distino entre os atos de Deus, e reduzir todas assuas perfeies imidade absoluta de sua essncia; e isso seria subverter adoutrina da prpria Trindade. Somos obrigados a conceber uma ordem de pensamento ou natureza como existente nos decretos divinos. O que os doutores, diz o Diretor Edwards, pretendem por anterioreposteriorna atividadedos decretos de Deus no que um venha antes do outro na ordem de tempo,

    pois todos so desde a etemidade; mas que devemos conceber a viso ouconsiderao de um decreto vir antes do outro, conquanto Deus decreta umacoisa em razo da considerao para com o outro decreto que ele fez; de modo

    que um decreto deve ser concebido em como, em algum sentido, ele a basedo outro, ou que Deus decreta imi por causa do outro; ou que no teria decretado um, no houvera decretado o outro. '*Ento segue um argumento no qualEdwards endossa poderosamente este ponto de vista. Enquanto, observa oDr. Thomwell sobre o mesmo tema, devido simplicidade e etemidade danatureza divina, no se pode conceber em Deus uma sucesso de tempo, nem,consequentemente, decretos vrios e sucessivos, contudo podemos com razo

    falar de seus decretos como anteriores ou posteriores^ em. questo denatureza.^^

    A questo, nota o mesmo escritor em outro lugar, concemente ordemdos decretos divinos envolve algo mais que uma questo de mtodo lgico. Narealidade, uma questo da mxima significncia moral. A ordem de uma coisamui frequentemente determina sua justia e equidade. Convico e propensoso partes do mesmo processo, porm algo mais que uma questo de arranjo,

    se um homem ser indeciso antes de ser convencido. Correspondendo a esta ordem nos decretos, devemos