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Historiografia da
Antiguidade Clssica
Concepo de Histria no Sculo XIX
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Conhecimento histrico e
Antiguidade Clssica
a habilidade do historiador consiste em retirar
dos documentos o que convm e nada aacrescentar... A leitura dos documentos de
nada serviria se fosse feita com idias pr-concebidas (Fustel de Coulanges apud
LEGOFF, 1992: 96)
aquilo que realmente aconteceu (Leopold vonRanke apud FINLEY, 1994: 64)
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Antigidade
Theodor Mommsen Histria de Roma (Rmische Geschichte)
Fustel de CoulangesA Cidade Antiga (La Cit antique)
Edward GibbonA Histria do Declnio e Queda do Imprio
Romano (The History of the Decline and theFall of Roman Empire)
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Sculo XXAnnalesabrangnciade fontes
Fernand Braudel (Memrias doMediterrneo)
Roger Colingwood (Roman Britain,, Roman
Inscriptions of Britain) Jean Pierre Vernant
Pierre Vidal-Naquet
Franois Hartog Moses Isaac Finley
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Concepo de Fonte
Sculo XIX e Sculo XX
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Etimologia Fons (latim)fonte de alguma coisa, origem.
Metfora para fazer aluso capacidade de
jorrar informaes histricas do documento aser estudado pelo historiador (FUNARI,2005)
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Sculo XIX
Documentos escritos - sinnimos de Histria
O historiador o cientista que extrair ahistria condensada, escondida, nos
documentos. Erudio
Conhecimento aprofundado da linguagemutilizada nos documentos permite a execuode uma slida crtica interna.
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Sculo XX
Hermenutica contempornea No se deve confundir o PASSADO
(acontecimentos ou fatos intangveis) com o
RELATO DO PASSADO (representao ounarrativa do fato ou acontecimento)
As razes da explicao histrica encontram-se, sempre, no presente, nas sociedades e
culturas de determinados perodos, nas quaisse insere o HISTORIADOR.
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A histria faz-se com documentos escritos,sem dvida. Quando estes existem. Mas podefazer-se, deve fazer-se sem documentosescritos, quando no existem. Com tudo oque a habilidade do historiador lhe permite
utilizar para fabricar o seu mel, na falta dasflores habituais. (...) Numa palavra, com tudoo que, pertencendo ao homem, depende dohomem, serve o homem, exprime o homem,
demonstra a presena, apresena, aactividade, os gostos e as maneiras de ser dohomem.
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Tipologia de fontes para a
Histria Antiga Fontes escritas
Leis e registros de instituies polticas
Narrativas
Biografias
Poesias Peas teatrais
Romances e fbulas
Memrias
Epstolas
Enciclopdias Textos filosficos e morais
Manuais e tratados
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Possibilidades de acesso
Edies bilngesBelles Lettres e Loeb Classical
Anlise com crtica textual (estabelecimento dos textos apartir dos manuscritos originais)
Localizao de erros dos copistas, interpolaesposteriores, estabelecimento de genealogias das cpiasdisponveis, crtica de provenincia, fixao de datas,identificao de origem, busca de fontes (externa)
Identifica e apresenta a linguagem empregada, costumes
sociais citados, sinceridade, exatido e determinao dos fatos especficos citados no documento
Crtica filolgica: morfologia, sintaxe, diacronia e sincroniaestudadas
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http://www.lesbelleslettres.com/livre/?GCOI=22510100542230&fa=detailshttp://www.amazon.com/gp/reader/0674993292/ref=sib_dp_pt8/11/2019 01-08-2011 - Historiografia Da Antiguidade Clssica
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Internet
http://www.perseus.tufts.edu/cache/perscoll_Greco-Roman.html8/11/2019 01-08-2011 - Historiografia Da Antiguidade Clssica
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(FUNARI, 2002:216)
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IMP NERO CAESAR AVGVSTVSDIVICLAVDIF GERMANICI CAESARiS
TIBCAESARISAVGPRODIVIAVGABPONTIFMAXTRIBPOTESTXIIIMPXCOSIIIIPP
PSVLPICIOSCRIBONIORVFOLEGAVGPRoPRLEGXV PRIMIG
IMP NERO CSAR AUGUSTO
FILHO DO DIVINO CLAUDIO . NETO DE GERMANICUS CSAR . NETO[POR ADOO] DE TIBRIO CSAR AUGUSTO . LTIMO BISNETO DO
DIVINO AUGUSTO. PONTIFEX MXIMO. TITULAR DO PODERTRIBUNCIO PELA DCIMA SEGUNDA VEZ. ACLAMADO CHEFE
VITORIOSO DEZ VEZES . CONSUL QUATRO VEZES . PAI DA PTRIA.
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Problemas e Abordagens
A Antigidade e a Histria CulturalAvanos significativos na produo
historiogrfica a partir da dcada de 70
(interdisciplinaridade e subjetividade)Abordagens com mltiplas fundamentaes
tericas (psicologia, lingstica, numismtica,artes, religio, sociologia, antropologia, etc)
Utilizao ilimitada de fontes histricas Possibilidade de ampla reviso e
(re)construo historiogrfica
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Teorias, mtodos e tcnicas?
O mtodo no pode se limitar indagao daautenticidade das fontes e, no mximo, descobertada ordem dos eventos que se do primeira vista deforma confusa. preciso que ele tambm componha
seqncias de ordem possveis na realidade,conduza a hipteses provveis e as v reformulandono decorrer do processo inteiro. Por meio dele, osujeito organiza ativamente a sua experincia
intelectual, em constante intercmbio entre opropriamente emprico e o teorizador(GRESPANin PINSKY, 2005:295)
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Mtodos e tcnicas de anlise
Todos os documentos (escritos ou no) so discursos Possuem a necessidade de atribuio
definio de autoria (individual ou coletiva, material ouintelectual)
de pblico a que se destina (individual ou coletivo, homogneo ouheterogneo)
Apresentam estruturas superficiais e profundas
Superfcieseqncia explcita de elementos constitutivos(aspectos visveisorganizao da linguagem)
Profundidademediado pelo raciocnio do observador,identificao dos interesses e dos objetivos do autor e do pblico.A reconstituio destes interesses subjetiva, varia segundo ospontos de vista, interesses e conhecimento do analista.
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Abordagem de documentos
textuais ou no textuais Buscar ferramentas interpretativas de acordo com a
origem da documentao
Estudar informaes j registradas sobre a sociedadeanalisada
Estudar indcios materiais e os textos em conjunto Atentar para as diferenas e contradies entre as vrias
fontes
Atentar para os indcios de conflitos e tenses sociais
presentes nas fontes Autor deve ser estudado em suas caractersticas
individuais e coletivas
Pblico pode ser determinado pela forma e pelo contedodo texto
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Objeto arqueolgico
Estudo pormenorizado da constituio material:
composio fsica (cermica, vidro, madeira, pedra,etc)
Estrutura superficial do objeto: funcionalidade
(encobrem uma estrutura profunda deintencionalidade)
Pblico (consumidor ou usurio) deve ser estudado
Fichamento do contedo e da forma do objeto demaneira detalhada
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Concluso
acrtica a partir das mudanas que ocorreram, eque ainda ocorrem, na posio da Histria sobreo documento se d por tarefa primeira, nem tantointerpret-lo, nem tanto determinar se ele diz a
verdade e qual o seu valor expressivo, mas simtrabalh-lo no interior e elabor-lo: ela o organiza,recorta-o, distribui-o, ordena-o, reparte-o emnveis, estabelece sries, distingue o que
pertinente do que no , delimita elementos,define unidades, descreve relaes (Foucault,1972, p. 13).
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Concluso
Uma interpretao histrica umcomplexo de respostas a perguntas. Osindcios no propem qualquer
pergunta. o prprio historiador que ofaz, e ele hoje possui um arsenaladequado de conceitos para o
estabelecimento de hipteses emodelos explicativos (FINLEY,1994:10)
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Caractersitcas especficas da
Antigidade Cada poca constri, mentalmente, sua prpria representao
do passado, sua prpria Roma e sua prpria Atenas (Duby,1980)
Apenas a leitura de primeira mo fundamenta a viso crtica.
Alargamento do universo de temas e abordagens sobre aAntigidade
O leitor-historiador deve ser incentivado a tratar tanto deassuntos comuns como de questes pouco usuais, aconfrontar opinies divergentes sobre o mesmo documento
e formar sua prpria interpretao. No se deve reforar os modelos e os paradigmas vigentes
mas encorajar a proliferao crtica de interpretaes.
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Concepo de discurso
O discurso no a lngua, nem texto, nem a fala,mas que necessita de elementos lingsticospara ter uma existncia material.
O discurso implica uma exterioridade lngua,
encontra-se no social e envolve questes denatureza no estritamente lingstica. Aspectos sociais e ideolgicos impregnados nas
palavras quando elas so pronunciadas.
O discurso foi conceituado como a lngua postaem funcionamento por sujeitos a que produzemsentidos numa dada sociedade
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Contextetualizao histrica
Contexto situao histrico-social de um texto,
envolvendo no somente as instituies
humanas, como ainda outros textos quesejam produzidos em volta e com ele serelacionem
moldura de um texto
elementos tanto da realidade do autor quantodo receptor e a anlise destes elementosajuda a determinar o sentido
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Interpretao de texto
Processo de Interpretao do texto
Saber que h um autor, um sujeito com
determinada identidade social e histrica
Situar o discurso como compartilhando destaidentidade.
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A Ordem de Discursos
Ordem de discursos um conjunto ou srie de tipos dediscursos, definido social ou temporalmente, a partir de umaorigem comum.
Discursos produzidos num mesmo contexto de uma instituioou comunidade, para circulao interna ou externa e queinteragem no apenas entre eles, mas tambm com textos deoutras ordens discursivas, (intertextualidade).
IMPORTANTE:
contextualizar os discursos como elementos relacionados emredes sociais e determinados socialmente por regras e rituais,bem como modificveis na medida em que lidampermanentemente com outros textos que chegam ao emissor e oinfluenciam na produo de seus prprios discursos.
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Concorrncias Discursivas
Espao de interao discursiva no qual discursos dediferentes emissores se dirigem ao mesmo pblicoreceptor: diferentes marcas de cerveja apelando ao mesmo
segmento de mercado (homens entre 20-45 anos,classes A/B, solteiros).
Ocorre quando cada um destes discursos tenta"ganhar" o receptor, "anulando" os demais oudesarticulando seus argumentos ou credibilidade em
seu prprio favor. O modo de interpelar o receptor definir as
caractersticas do seu discurso (posicionamentocompetitivo) e determinar seu xito ou insucesso.
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Os sujeitos falam de um lugar social
Este lugar no discurso governado por regras annimas que definemo que pode e deve ser dito. Somente nesse lugar constituinte o discurso vai ter um dado efeito de
sentido. Os discursos se movem em direo a outros. Nunca est s, sempre
est atravessado por vozes que o antecederam e que mantm com eleconstante duelo, ora o legitimando, ora o confrontando. A formao de um discurso est baseada nesse princpio constitutivoo
dialogismo. Os discursos vm ao mundo povoado por outros discursos, com os
quais dialogam. Esses discursos podem estar dispersos pelo tempo epelo espao, mas se unem por que so atravessadas por uma mesmaregra de apario: uma mesma escolha temtica, mesmos conceitos, objetos, modalidades ou
um acontecimento. Por isso que o discurso uma unidade na disperso.
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A linguagem e o Sentido
A linguagem o lugar de conflitos econfrontos, pois ela s pode ser apanhada noprocesso de interao social.
No h nela um repouso confortante dosentido estabilizado.
No se pode dizer o que quer quando se
ocupa um determinado lugar social, pois esteexige o emprego de certas representaes ea excluso de outras.
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Bibliografia
BEARD, Mary e HENDERSON, John. Antigidade Clssica. Uma brevssima introduo.trad. Marcus Penchel. Rio: Jorge Zahar, 1998.
BRANDO, Maria Helena Nagamine. Introduo a anlise do discurso. ed. 2. Campinas, SP:Editora da Unicamp, 1993.
ECO, Umberto. Interpretao e Superinterpretao. So Paulo, Martins Fontes, 1998.
FINLEY, Moses I. Histria Antiga: testemunhos e modelos. trad. Valter L. Siqueira. SoPaulo: Martins Fontes, 1994.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. So Paulo: Loyola, 1998. FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Arqueologia. So Paulo: tica, 1988. (Princpios, 145).
_________________________. Anlise documental e o estudo da Antiguidade Clssica.Campinas, UNICAMP, 1995. Primeira Verso, 58.
_________________________. Letras e coisas: ensaios sobre a cultura romana. Campinas:Editora da UNICAMP, 2002.
LE GOFF, Jaques. Antigo/Moderno. Trad. Irene Ferreira. In: Histria e Memria. 2. ed.
Campinas: Editora da Unicamp, 1992. p. 167-202. _______________. Documento/Monumento. Trad. Irene Ferreira. In: Histria e Memria. 2a.
Ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1992.
PINSKY, Carla (org.) Fontes Histricas. Campinas: Contexto, 2005.
VIDAL-NAQUET, P. Os gregos, os historiadores, a democracia. O grande desvio. SoPaulo: Cia das Letras, 2002.
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