Zul Liger
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Sumário
Introdução _______________________________________________________________ 2
Hans Zulliger __________________________________________________________ 2
Fundamentos Teóricos ___________________________________________________ 3
Z-Test, um teste ou uma técnica? ___________________________________________ 4
Parte II _________________________________________________________________ 5
A técnica de Administração _________________________________________________ 5
Materiais ______________________________________________________________ 5
Ambiente _____________________________________________________________ 6
Posição do examinador / examinando _______________________________________ 6
Contato Inicial _________________________________________________________ 6
Instruções _____________________________________________________________ 7
recomendações _________________________________________________________ 8
Fases do exame _________________________________________________________ 9
Parte III ________________________________________________________________ 12
Classificação e Interpretação das respostas ____________________________________ 12
Resposta _____________________________________________________________ 12
Localização ___________________________________________________________ 12
Determinantes _________________________________________________________ 18
Dicas ________________________________________________________________ 28
Parte IV ________________________________________________________________ 29
Conteúdos ______________________________________________________________ 29
Tabulação dos dados ____________________________________________________ 32
Parte V ________________________________________________________________ 33
Interpretação da Lâminas __________________________________________________ 33
Parte VI _________________________________________ Erro! Indicador não definido.
Parte VI _________________________________________ Erro! Indicador não definido.
Síntese para Análise _______________________________ Erro! Indicador não definido.
Parte VIII _______________________________________________________________ 7
Referências ______________________________________________________________ 7
Parte IX ________________________________________________________________ 19
Anexos ________________________________________________________________ 19
Anexo 1: Folha de aplicação coletiva _______________________________________ 19
Anexo 2: Folha de inquérito ______________________________________________ 20
Anexo 3: Folha de Cálculo. ______________________________________________ 21
PARTE I
INTRODUÇÃO
HANS ZULLIGER
Psicólogo e filósofo suiço, Hans Zulliger nasceu em 1893 e faleceu em
1965; trabalhou como professor do ensino secundário e dedicou-se à psicanálise
influenciado pelo pastor e Psicanalista Oskar Pfister. Foi amigo pessoal de
Hermann Rorschach e colaborou nos experimentos com manchas de tinta feitas
ao acaso na avaliação da personalidade.
Após a morte de Rorschach, o primeiro trabalho baseado em manchas de
tinta feito por Zulliger ocorreu em 1932, investigando a criatividade e a integração
humana “Der Rorschache Testversuch im Dienste der Erziehungsberatung” (Teste
de Rorschach na Assistência Educacional).
Durante a 2ª Guerra Mundial, em 1942, Zulliger atuava como psicólogo do
exército suíço, selecionando em curto espaço de tempo grande número de
indivíduos para diferentes funções dentro do exército. Para isso, primeiramente fez
uso da Técnica de Rorschach porém, devido ao tempo reduzido e ao número
elevado de aspirantes, sentiu necessidade de criar um teste que fosse adequado
para examinar grupos de 30 a 60 sujeitos. A idéia de Zulliger para ter este tempo
reduzido era projetar para um grande número de pessoas as lâminas, mas ele não
queria alterar os procedimentos do criador e por isso criou uma nova técnica.
As experiências com este novo teste começaram no início de 1942 com a
criação de 6 novas manchas de tinta aplicadas a 600 pessoas; posteriormente
reduziu para 4 manchas em 400 sujeitos e concluiu o trabalho com um conjunto de
3 manchas aplicadas em 800 pessoas. Fez a aplicação paralela deste conjunto
com o Rorschach na mesma amostra. Assim, surgiu a técnica Zulliger Diapositive-
Test (1948) para aplicação coletiva e, assim como rorschach, pode ser de
aplicação individual.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
O teste Zulliger é uma prova projetiva de associação de formas à partir de
manchas de tintas, seguindo os princípios de Rorschach e de seus predecessores
Binet, Henry, Ribakov e Whipple. Segundo Pietrowski, os fundamentos do Z-Test
estão na Psicanálise e na Gestalt. Esta técnica fundamenta-se na percepção
humana e, segundo os gestaltistas, todos os padrões de estímulos suscitam uma
reação. Essas reações seriam o resultado do processo perceptual que ocorre
sempre de uma maneira espontânea que, dentro da população “normal”, é
praticamente imadiata. Segundo Koffka, o indivíduo que percebe trás para a
situação várias expectativas que auxiliam a dirigir a maneira pela qual os
estímulos são percebidos e organizados.
Trata-se de um teste projetivo uma vez que visa exteriorizar a reação
subjetiva do sujeito ante o estímulo percebido. É igualmente um teste de
percepção, tendo em vista os processos mentais responsáveis pelas respostas do
sujeito.
Segundo Rorschach, a interpretação de manchas de tinta situa-se dentro do campo da percepção e da apercepção. Entretanto, quase todas as pessoas consideram esta prova como de imaginação. Este conceito está tão generalizado que é preciso contar com este prejuízo nas nossas experiências; no entanto, a interpretação de formas indeterminadas não tem, diretamente, nada a ver com a função da fantasia. Na realidade, o que acontece é que a pessoa rica em fantasia reage de forma diferente do que a de imginação pobre, mas se incentivarmos o examinando para que deixe voar sua imaginação ou, pelo contrário, não o estimularmos neste sentido, a vivência não sofre mudança alguma significativa (Freitas, 1996, p.11-12)
Assim, o autor afirma que o teste é capaz de expressar a estrutura da
personalidade do sujeito analisado, através da sistematização dos fatores
fornecidos pelo teste. Por se tratar de manchas de tinta, o estímulo não tem uma
forma definida e são ambíguos, exigindo que o sujeito mobilize as experiências
mais adequadas para representar e estruturar aquilo que está diante de si. É um
trabalho mental de “como” construirá essas imagens – e, através disso, verifica-se
a dinâmica da personalidade. Assim, é possível que o examinador perceba os
recursos subjetivos do sujeito, emoções, sua maneira de encarar a vida, elaborar
seus problemas e de manifestar impulsos e sentimentos.
O Z-Test é aplicável em adultos, adolescentes e crianças; individual ou
coletivamente.
Z-TEST, UM TESTE OU UMA TÉCNICA?
O Z-Test trata-se, como já vimos, de um instrumento de avaliação da
personalidade que tem como base o psicodiagnóstico de Rorschach. O próprio
Hermann Rorschach não visava, de forma alguma, construir um teste com
estímulos padrão para obtenção de respostas esteriotipadamente padronizadas.
Ele deixa claro “tratar-se de uma técnica que mobiliza o processo perceptivo-
associativo, a imaginação, outros elementos dinâmicos do psiquismo individual e
um instrumento adequado à avaliação psicodiagnóstica da personalidade” (Vaz,
1998, p. 18)
As manchas não estruturadas levantam informações que vêm associadas a
situações internas do sujeito; e o Z-Test possibilita transformar estas informações
(aspectos funcionais e dinâmicos da personalidade) em categorias que poderão
ser quantificadas e interpretadas. Assim, “o Z-Test é uma técnica, um método no
sentido amplo, e não uma unidade estímulo padrão para obtenção de respostas
padrão” (Vaz, 1998, p. 19).
PARTE II
A TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO
MATERIAIS
FORMA COLETIVA
Conjunto de 3 dispositivos em bom estado de conservação.
Uma tela clara ou mesmo a parede de uma sala que não tenha manchas
nem textura com 1,5m x 1,2m. É importante que, independente da superfície de
projeção, se mantenha as dimensões da imagem.
Um projetor de dispositivos.
Um cronômetro.
Folhas de aplicação padronizadas – contendo nome, sexo, idade, instrução,
atividade que exerce e as instruções do teste (anexo 1).
Folhas para mapeamento das localizações (anexo 2).
Canetas esferográficas em quantidade suficiente para todos os sujeitos.
Recomenda-se ter canetas coloridas para facilitar o mapeamento das respostas
quando em grande número.
FORMA INDIVIDUAL
Jogo de 3 lâminas.
Um cronômetro.
Folhas em branco para o registro do examinador.
Folhas para mapeamento das localizações.
Canetas esferográficas, de preferência coloridas.
AMBIENTE
Para a aplicação coletiva, é importante que a sala não seja nem muito larga
nem longa para que todos os examinandos tenham uma boa visão da imagem
projetada (o número de pessoas por aplicação não deve ser superior a 35). Deve-
se ter cuidado com ruídos, circulação inadequada do ar e temperatura muito
elevada. Se a aplicação for durante o dia, é importante que a sala tenha cortinas
para garantir uma boa visualização da imagem projetada. As mesas devem ser
confortáveis e não muito próximas umas das outras para que os examinandos não
sejam influenciados pelas respostas dos outros. Os interruptores de luz devem ser
independentes, ou seja, o examinador deve poder alternar as luzes ascendo-as
uma de cada vez.
Para a aplicação individual, é importante, assim como na coletiva, que a
sala seja confortável, de preferência com iluminação natural, livre de ruídos e
outros fatores como elevadas temperaturas e má circulação do ar.
POSIÇÃO DO EXAMINADOR / EXAMINANDO
Na aplicação individual recomenda-se que o examinador e o examinando
estejam frente a frente, sem que a mesa esteja entre eles, para que se possa
perceber todas as reações do examinando.
CONTATO INICIAL
Tanto na aplicação coletiva quanto na individual o examinador deve
procurar gerar um clima de descontração para que os examinandos fiquem à
vontade e possam ser espontâneas nas verbalizações do teste. É importante que
se questione as condições físicas do examinando como: sono, alimentação, uso
de drogas ou medicação, problemas oftalmológicos, ou outras queixas como dor,
dificuldade de concentração, etc. O examinador deve informar sobre os objetivos
do teste e a forma como será realizado.
INSTRUÇÕES
FORMA COLETIVA
(com a iluminação normal da sala)
Distribuir as folhas de aplicação (anexo 1) para as respostas do teste e
dizer:
“Coloque o nome de vocês bem no alto da página. Eu vou projetar nesta
tela três figuras feitas ao acaso, uma de cada vez. Vocês vão olhar para estas
figuras e procurar imaginar o que poderiam ser, o que elas parecem, o que dão
idéia, o que lembram; vocês não vão descrever as figuras, nem dizer como elas
foram feitas.
As pessoas vêem coisas diferentes, por isso não há respostas certas ou
erradas, nem boas ou más; tudo que você imaginar é válido. Vocês poderão
interpretar a figura como um todo ou em partes.
Para descrever o que viu, vocês devem contornar escrever na folha: NO
PEDAÇO TAL, EU VEJO ISSO ASSIM, E ASSIM E ... Você deve numerar as
respostas conforme você as viu. Quando vocês não virem mais nada esperem a
projeção da próxima figura. E assim por diante”.
(Com a luz apagada)
“Vou projetar na tela durante 30s a figura. Então acenderei as luzes e a
figura permanecerá na tela por mais cinco minutos, que é o tempo que vocês terão
para examiná-la”.
(Relembrar as instruções de como deve ser o registro das respostas)
“Esse procedimento será repetido em todas as lâminas”.
INÍCIO DA APLICAÇÃO
(...)
Quando todos terminarem...
“Agora distribuirei as folhas com as três imagens projetadas (anexo 2)
anteriormente e vocês vão localizar o que viram contornando a área e numerando
conforme a ordem das respostas. Vocês terão que justificar o que tinha nas figuras
que fez vocês perceberem o que descreveram. Não esqueçam de numerar
também as justificativas conforme a numeração anterior. O tempo para realizar
esta tarefa é livre o quando você terminar terá de esperar até que todos os outros
terminem”.
FORMA INDIVIDUAL
“Vou mostrar-lhe três cartões, um de cada vez, nos quais encontram-se
figuras feitas ao acaso. Você vai procurar imaginar o que poderiam ser, o que
parecem, lembram ou dão idéia e me dizer. Tanto faz imaginar coisas no todo ou
em partes da figura. As pessoas vêem coisas diferentes e por isso não há
respostas certas ou erradas, nem boas ou más; tudo que você imaginar é válido;
estarei marcando as respostas somente para um controle meu. O número de
respostas também varia de pessoa para pessoa. Marcarei o tempo, mas não
precisa se preocupar com ele por que o tempo de realização é livre. Assim que
você não tiver mais nenhuma resposta, por favor coloque o cartão em cima da
mesa com a figura para baixo que eu lhe darei o seguinte. Fiz-me clara (o)? Você
tem alguma dúvida?”
RECOMENDAÇÕES
Durante a aplicação coletiva o examinador e o auxiliar dever evitar de
circular na sala pois perturba o trabalho dos examinandos e pode aumentar o nível
de ansiedade os mesmos.
Durante a aplicação individual o examinador deve tentar registrar as
respostas do sujeito o mais completo possível; além disso, devemos anotar os
tempos de reação (TR) e finais (TT), lâmina após lâmina; bem como a posição das
figuras em que as respostas são dadas. Recomenda-se, para isso, a seguinte
simbologia:
- posição de entrega da lâmina
> - virada para a direita do examinando
< - virada para a esquerda do examinando
- de cabeça para baixo
- girar ansioso
Comentários do sujeito, bem como reações e expressões significativas
devem ser indicadas entre parênteses para que sejam diferenciadas das
respostas.
É comum os examinandos perguntarem “para que serve o teste?” Segundo
Vaz, uma resposta que geralmente satisfaz a curiosidade é que se trata de um
teste, que em conjunto com os demais, serve para avaliar as condições de
personalidade.
FASES DO EXAME
São basicamente duas: (1) a fase de administração (fase de associação
livre) e, (2) a fase do inquérito, podendo-se complementar o exame com
investigações opcionais, tal como a seleção de lâminas.
FASE DA ASSOCIAÇÃO LIVRE
Nesta etapa o sujeito verbaliza (no caso da aplicação individual) ou escreve
(aplicação coletiva) o que as pranchas sugerem a ele; o objetivo nesta fase é o de
obter uma amostra do comportamento do sujeito. O examinador deverá registrar
verbalizações e respostas não-verbais do sujeito, intervindo o mínimo possível (ao
nível conscientemente, pelo menos). Nesta fase, quem fala é o sujeito e ele deve
assumir o controle e o manejo da situação. Caso o sujeito pergunte: pode virar?
Consentir brevemente dizendo: a vontade ou como quiser.
Se começar a contar uma história, o examinador deve corrigi-lo repetindo
as instruções: “Não é para contar uma história. Gostaria que você me dissesse o
que está vendo nessa figura. Se o sujeito apanha a figura e diz: “É uma mancha
de tinta”, concordamos com ele sim, é uma mancha, o que você vê nela? Caso o
sujeito logo na primeira lâmina dê uma única resposta de baixa qualidade,
devolver-lhe perguntando: “Pode olhar um pouco melhor. O que mais vê
aí?”(anotar estimulação na Folha de Respostas).
Autores como Zdunic (1999), sugerem que em protocolos com respostas
restritas (menos de 10 verbalizações), o examinador deve pedir que o sujeito veja
novamente as lâminas para que ele possa dar mais respostas, explicando a ele
que “no há dado suficientes respuestas” (Zdunic, 1999, p.20). O mesmo autor
também sugere que o examinador interrompa o sujeito que der mais de 6
respostas na lâmina I, explicando a ele que as respostas já são suficientes e que
ele já pode passar para a próxima lâmina.
FASE DO INQUÉRITO
Depois que o sujeito passou pela fase de associação livre nas três
pranchas, é indispensável que seja feito o inquérito. Recolhendo a terceira figura,
dizemos ao sujeito: “Agora que você já respondeu a todas as figuras, vamos
repassar as suas respostas juntos e tentar localizá-las nesta folha de localização
das respostas (ou, porque eu quero estar seguro que estou vendo exatamente o
que você viu).
A função principal do inquérito é obter informações do sujeito com respeito
à maneira como ele viu cada percepto e esclarecer os vários aspectos de cada
resposta necessários para a classificação: a localização na mancha, o
determinante empregado e o conteúdo. Precisamos ser esclarecidos se o
indivíduo viu o que viu pela percepção de forma, cor, movimento, contraste claro-
escuro, etc. Entretanto, devemos evitar induzir diretamente o sujeito a dizer as
coisas que viu, pois estaríamos sugerindo completamente. A habilidade na
condução de um inquérito exige preparo e experiência.
Durante esta fase, o examinador deve deixar à disposição as lâminas para
que o sujeito possa consultá-las oferecendo a ele uma oportunidade de juntar
elaborações espontâneas às suas respostas ou ainda, possibilitar a ele que dê
novas respostas (pessoas inibidas ou cautelosas normalmente só se soltam aos
poucos). Estas respostas devem ser registradas pelo examinador indicando-se
Adicional, para que sejam posteriormente somadas à parte ou seguindo a
numeração a partir das respostas dadas.
Perguntas e comentários normalmente feitos durante o inquérito:
Descreva um pouco mais...(toda a resposta ou a expressão núcleo da
dúvida na verbalização, em que o examinador tem dúvida quanto ao Conteúdo ou
Determinante)
O que lhe deu a impressão de... ?
O que lhe fez lembrar um (a)...nesta figura?
Alguma coisa lhe chama a atenção nisso...?
O que levou você a ver...?
O que lhe deu essa impressão de .... (repete a resposta do sujeito)?
Onde exatamente você viu essa resposta?
Determinados adjetivos utilizados pelo sujeito devem ser pesquisados. Ex.:
máscara horrorosa (o que te deu impressão de horrorosa?). Quando são vistos
monstros, com forma humana ou animal indefinida sempre é bom pedir algo do
tipo comente um pouco mais este monstro... o que te deu esta impressão? – pois
o sujeito poderá oferecer indícios sugestivos que irão permitir a discriminação
mais precisa de (H) ou (A).
PESQUISAS COMPLEMENTARES
A Seleção de Lâminas é um procedimento simples, rápido e que acrescenta
dados importantes. Deve-se expor todas as lâminas sobre a mesa diante do
sujeito e pedir que escolha a que ele mais gostou e a que ele menos gostou.
PARTE III
CLASSIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DAS RESPOSTAS
A classificação é a parte fundamental do Z-Test, porém, faz-se importante
destacar, que não há um único sistema de classificação para codificação das
respostas quanto a localizações, determinantes, conteúdos e fenômenos
especiais. Essa codificação varia de sistema para sistema, porém apesar das
diferenças, isso não implica em discrepâncias na interpretação e no diagnóstico.
RESPOSTA
Esta é a primeira e mais importante categoria na classificação. Resposta –
R - é um conteúdo verbalizado, é uma idéia que o examinando expressa a partir
da mancha apresentada a ele. Cada resposta é classificada quanto à área da
mancha onde a pessoa localizou – localização; quanto ao que levou a ver tal
conteúdo – determinantes; o que ela viu – conteúdo e quanto a outros
elementos mais difíceis de serem quantificados – fenômenos especiais.
As respostas nos permitem analisar desempenho e capacidade de
produção do probando e normalmente variam em torno de 10 respostas por teste.
Um número de respostas elevado é indicativo de obsessividade, conseqüência
direta da facilidade e do prazer em se expressar e da necessidade de quantidade.
Por outro lado, índices abaixo do esperado sinalizam defensividade, repressão ou
até déficts intelectuais; aparece em pessoas inquietas, inibidas, que não querem
se comprometer.
LOCALIZAÇÃO
São obtidas através do registro na Folha de Localização e refere-se ao local
da figura onde foram dadas as respostas. Expressa a esfera intelectual, o modo
como a pessoa percebe racionalmente a realidade e como distribui sua atenção
ao meio.
RESPOSTAS GLOBAIS – G (20-30%)
PERCEPÇÃO DE CONJUNTO E SENSO DE ORGANIZAÇÃO
São as respostas localizadas na área total da mancha ou as que o sujeito
tira somente pequenas extremidades; o examinando a interpreta como um todo.
As respostas globais podem ser:
Global Primária – Gp: é uma resposta formada por uma só idéia; a
verbalização é precisa, objetiva e exprime idéia de forma. Não há análise das
partes nem relacionamento entre elas. Podem ser produzidas por pessoas de
diferentes níveis intelectuais e indicam certa capacidade de abstração e síntese,
embora possa ser limitada pela falta de imaginação. Pessoas com capacidade de
organização, planejamento e pensamento em nível concreto apresentam Gp. Tem
a capacidade de reconhecer imediatamente as situações e apreender o significado
essencial dos fatos através da síntese dos mesmos.
Global Cortada – Gcort: são aquelas que o examinando usa pelo menos
dois terços da mancha sem, contudo, globalizar, e que tal resposta não esteja
incluída na razão crítica de detalhe comum (D). Ex.: Pr. I – “Um morcego” (porém
o examinando não inclui as bordas da mancha.
Indicam inibição do pensamento e de senso crítico e, segundo Alcock 1957
apud Vaz, 1998, ocorre em pessoas “de inteligência superior, cultas e críticas” (p.
60).
Global Elaborada ou Combinatória – Gcomb: resposta que inicia a partir
de um detalhe da mancha, onde o examinando segue coordenando o pensamento
na organização de uma resposta de boa qualidade, bem trabalhada, que termina
por abranger toda a mancha. Os elementos são combinados e organizados em um
conceito mais amplo que engloba os anteriores. Geralmente incluem elementos
cinéticos, cromáticos ou de claro-escuro, além de serem freqüentemente originais.
Ex: Pr. III – “de um lado (área escura à direita) uma bailarina, do outro lado outra
bailarina (aponta para a área escura à esquerda) estão dançando num palco todo
iluminado de lâmpadas vermelhas”. A classificação dessa resposta é DG na
coluna de localização e Elaboração na de Fenômenos Especiais.
Aponta indivíduos que possuem raciocínio abstrato, com capacidade de
generalizar, abstrair e prever uma experiência à partir dos aspectos abstratos das
circunstâncias anteriores, ou seja, segue as regras da boa lógica. As globais
elaboradas indicam níveis superiores de inteligência e não aparecem em
protocolos infantis bem como em quadros depressivos.
Global Confabulada – Gconf ou DG: ocorre quando a resposta é dada a
partir de um detalhe da mancha e o sujeito engloba o restante finalizando com
uma global; é caracterizada também por fantasia e divagação verbal (o sujeito
segue como que montando uma “estória”). Resulta de uma observação superficial
enriquecida pela imaginação. Ex.: L.I : Um caranguejo (Inq: por causa das garras
dele, então o resto da figura é o que falta ao caranguejo). Não são incomuns em
crianças antes dos dez anos e em adultos com quadros psiquiátricos.
Denotam pessoas com insuficiência do juízo lógico com personalidade
imatura, fantasiosa com fuga da realidade. Pessoas superficiais e pretensiosas
também apresentam esse tipo de resposta.
“Quando aparecem vários DG num protocolo onde a ressonância íntima é
extratensiva, teremos indícios de tendências a roubo. Conforme o grau de
impulsividade a ela aliada, as tendências serão ativas ou latentes” (Material não
publicado).
Global Contaminada – Gcont: a resposta começa em um detalhe da
mancha e vai transitando entre outros sem um encadeamento lógico, tornando-se
absurda e incoerente. Indicam desagregação do pensamento lógico e apenas uma
resposta no protocolo já é indicativo de doença mental - personalidade com
estruturação psicótica; hipótese de transtorno esquizofrênico. Pessoas “normais”
não apresentam esse tipo de resposta.
Um índice de respostas globais abaixo da média conduz à hipótese “de
pessoa pouco inteligente, com capacidade de síntese prejudicada e com falta de
visão de conjunto da realidade” (Vaz, 1998, p. 60) bem como baixa capacidade de
planejamento e organização. Índices dentro da média indicam capacidade de
síntese, abstração e generalização com inteligência do tipo abstrata-teórica. Caso
as respostas globais estejam acima da média, pode ser indicativo de fuga, fantasia
e/ou visão infantil da realidade.
É importante analisar as respostas globais em conjunto com as S, M e
outros determinantes.
RESPOSTA DE DETALHE – D (50-70%)
DISCERNIMENTO E SENSO DE OBJETIVIDADE
Compreende a maioria das respostas no protocolo e são aquelas que não
se enquadram na classificação global e estão na razão crítica de 1/25, ou seja, 1
em cada 25 pessoas apresenta respostas nesta mesma localização. Elas não
precisam ser necessariamente as mesmas verbalizações, porém, devem ser
localizadas na mesma área.
As respostas de detalhe estão discriminadas nos Atlas que são
confeccionados para as populações específicas; por exemplo: na disciplina
uitilizaremos o Atlas proposto por Cícero Vaz, que fez a pesquisa em mais de
1300 pessoas do Rio Grande do Sul. Este material é o que mais se aproxima da
realidade da população de Santa Catarina atualmente.
Denotam o modo do sujeito perceber as coisas, os objetos, as pessoas
como são na realidade; expressam a tendência de resolver com sentido prático as
situações concretas; são a expressão da realidade objetiva.
Índices abaixo da média demonstram prejuízo quanto à capacidade de
percepção objetiva da realidade, dificuldades de encarar o óbvio, improdutividade
com dificuldades de se adaptar a atividades pré-estabelecidas. Quando a
somatória encontra-se dentro da média, estamos diante pessoas que percebem a
realidade como ela é, com adequada percepção do óbvio. Caso o índice esteja
acima da média, é um indício de demasiada preocupação com minúcias,
rigorosidade e exigência no modo de perceber o mundo, em detrimento do real e
da visão de conjunto. Apresenta inteligência prática voltada para atividades
concretas.
Assim como as globais, as respostas de detalhe devem ser analisadas em
conjunto com outros dados.
RESPOSTA DE DETALHE INCOMUM – Dd (5-15%)
CAPACIDADE DE ANÁLISE E SENSO DE OBSERVAÇÃO
São aquelas respostas que compreendem as áreas da figura abaixo de
1:25 ocorrências na população; e podem ou não estar apontadas no Atlas (isso
ocorre devido a raridade de ocorrência de respostas em determinadas áreas).
As respostas de detalhe incomum se subdividem em:
Detalhe diminuto – dd: respostas em áreas muito pequenas da mancha;
normalmente são localizadas nas extremidades. Sugere preocupação acentuada
com meticulosidades na percepção e análise das coisas, tendendo a
obsessividade.
Detalhe externo – de: também chamado detalhes marginais; usa-se as
orlas dos borrões, geralmente vistas como perfis ou contornos geográficos.
Quando numerosas indicam inibição neurótica, tendência a se manter na periferia
dos problemas receando encará-los de frente. Associa-se a algum tipo de fuga da
realidade, ou por inibição ou por insegurança. Ocorre em pessoas que não são
capazes de discutir e encarar seus problemas.
Detalhe Interno – di: quando o examinando seleciona uma parte interna da
mancha e verbaliza a resposta. Normalmente, nestes casos, o sujeito detém-se as
minúcias na análise do percepto. Relaciona-se a tendências introspectivas da
pessoa, preocupação com o próprio corpo – indicador de psicossomatização.
Detalhe inibitório – DO: caracteriza-se pela percepção de partes do corpo
humano nas figuras onde normalmente se vê o conteúdo humano por inteiro. Sinal
de ansiedade situacional ou bloqueio emocional, mobilização dos sentimentos de
insegurança e/ou tensão.
Detalhe raro – dr: resposta dada numa área pequena ou relativamente
grande e que não se enquadra ou não se caracteriza tal como os detalhes
anteriores. É o que mais aparece nesta categoria e, conseqüentemente, é o que
assume maior relevância quantitativa.
Quando o índice de Dd se encontra dentro da média, denota capacidade de
análise com senso de observação mínimo e necessário no tratamento com coisas
e com as demais pessoas. Se o índice estiver muito acima da média, é indicativo
de pessoa extremamente detalhista e minuciosa, tendendo à obsessividade. Se,
por outro lado, o índice for baixo, tendendo a zero, é sinal de desatenção à
pequenos detalhes.
ESPAÇO EM BRANCO – S (5-15%, OU 1-2 RESPOSTAS)
INDICADOR DE ANSIEDADE SITUACIONAL
São aquelas respostas que o sujeito ou aponta somente o espaço em
branco como localização de determinada resposta, ou engloba e incorpora o
espaço em branco nas respostas G, D ou Dd. Nestes casos, a cotação poderia ser
GS, DS e DdS, ou ainda SG, SD ou SDd. A ênfase sobre o branco, segundo Vaz,
1998, “pode ser um sinal de que esta área está lhe mobilizando o sistema
emocional e perturbando possivelmente o curso do pensamento na elaboração
das respostas” (p.65-66).
A incidência de S>2 indica nível de ansiedade situacional elevado do
examinando com tendências a orientar sua inteligência para críticas excessivas;
pode indicar ainda oposicionismo sistemático já que o sujeito não interpreta as
manchas, mas sim as não-manchas. Nestes casos, faz-se importante analisar
estes dados juntamente com o tipo de vivência do sujeito (intratensivo,
extratensivo ou coartado) bem como com o resultado da fórmula do controle geral.
A ausência de S pode indicar rigidez, defesa do tipo paranóide ou ainda negação.
DETERMINANTES
Os determinantes constituem a base da interpretação diagnóstica de um
protocolo. Eles são obtidos através da resposta: “o que levou o examinando a dar
esta ou aquela resposta?” e podem ser de forma (F), cor cromática (C), cor
acromática (C’), movimento humano (M), movimento animal (FM), movimento
inanimado (Fm), sombreado radiológico (Fk), sombreado perspectiva (FK) e
sombreado textura (Fc).
A análise destes determinantes nos permite perceber não apenas a
maneira como são captados os perceptos, mas a mobilização dos conteúdos
internos do examinando, ou seja, “são a expressão da memória viva das
experiências passadas e projetadas pelo examinando sobre as manchas. São a
expressão do modo como o examinando estabelece a relação entre o mundo
externo através das manchas e o seu mundo interno” (Vaz, 1998, p.33).
Pode-se dizer que, enquanto a análise das localizações expressam o
funcionamento da inteligência, os determinantes expressam seus traços e
características da personalidade; refletem os traços psicológicos (elementos mais
estáveis da conduta elaborada ao longo do estágio de desenvolvimento dos
indivíduos) com repercussões, é claro, sobre as condições de apreensão atuais.
DETERMINANTE DE FORMA – F (50-70%)
CONTROLE GERAL SOBRE IMPULSOS E REAÇÕES AFETIVO-EMOCIONAIS
Caracteriza-se como um determinante de forma aquelas respostas cuja
verbalização tenha sido expressada somente pelo formato, sem nenhuma
combinação como cor, movimento, etc; o examinando justifica sua verbalização
somente pela forma. Ex.: Prancha I: “vejo um morcego”. Inquérito: “vejo um
morcego pelo formato, a maneira como está desenhado é parecido: as asas, as
garrinhas, as antenas...”
As respostas de forma podem ser subdividas em:
Forma de boa qualidade - F+ (75-80%): são codificadas F+ as respostas
que são dadas simplesmente pela forma, com gestalt fechada e adequada à
mancha. Expressam o funcionamento do pensamento lógico e, quando dentro da
média, denotam funcionamento adequado em seu aspecto de precisão, coerência
e organização, bem como maturidade do ego (expressa no controle de repressão
ou expressão dos impulsos afetivos); julgamento objetivo dos fatos, estabilidade
da atenção e adequação dos afetos. Quando abaixo do esperado indicam baixo
potencial de inteligência com interferência de fatores afetivos, deficiência na
atenção e no autocontrole, bem como elevada subjetividade na percepção da
realidade. Por outro lado, se o índice de F+ estiver acima da média, indica que o
probando tem percepção muito objetiva, na qual não coloca nada pessoal ou mais
criativo. Sugere autodomínio, rigidez com perda da autonomia, individualidade, e
espontaneidade.
Forma de má qualidade – F- (abaixo de 20%): caracteriza-se quando
apresenta forma confusa e vaga (examinando apresenta dificuldades para
descrever e objetivar o conteúdo) ou quando a resposta de forma aparece
combinada a fenômenos especiais comprometedores (contaminação,
confabulação, auto-referência, referência, etc.). Neste caso, a resposta pode até
ser adequada àquela área, mas quando aparece associada a estes fenômenos
cota-se F-. Quando a verbalização expressa forma abstrata sem nenhum outro
determinante combinado, a classificação da resposta também será F-. Índices
elevados de F- denotam falta de controle dos impulsos com subjetivismo no
julgamento, elevada ansiedade ou deficiência intelectual (dependendo de outros
fatores do protocolo).
Forma duvidosa – F+: classifica-se quando o conteúdo não está bem claro
para o examinando na maneira de perceber e expressar o conteúdo. Talvez a
resposta seja comum à área que ele está localizando, porém o probando tira a
precisão formal do que está vendo e fica com dúvida quanto a resposta. Quando
muito freqüentes no protocolo expressa pessoa com perturbação afetiva e
emocional, sem se tratar de psicose; ocorre mais em neurose de ansiedade e de
histeria.
DETERMINANTE DE MOVIMENTO HUMANO – M (1-2 RESPOSTAS)
EXPRESSA CRIATIVIDADE, ESPONTANEIDADE E EMPATIA
São aqueles conteúdos que expressam pessoas em movimento, em ação.
Ex.: Prancha III: “Vejo duas pessoas conversando”; “Vejo duas pessoas sentadas
e cozinhando”. É importante lembrar que postura no Zulliger, assim como no
Rorschach, é cotado como movimento humano.
O movimento humano pode ser:
Movimento humano de boa performance – M+: quando a verbalização é
a respeito de seres humanos inteiros em ação. Indicam boas condições
intelectuais e imaginação criadora.
Movimento humano de má qualidade – M-: quando a resposta é referente
a partes de humanos em ação (p. ex.:Prancha I: “dedo apontando para o céu”);
quando humanos descaracterizados realizam uma ação (p. ex.: Prancha III: “2
monstros tramando contra uma bruxa”); ou ainda quando conteúdos humanos
estão em ação porém acompanhados de fenômenos especiais como
contaminação, confabulação, idéia de auto-referência, idéia de referência e
reposta de posição. São verbalizadas por pessoas inibidas, tensas, ansiosas e de
relacionamento interpessoal receoso.
Movimento humano duvidoso – M+: ocorre quando a figura humana é
vista por inteiro, porém o examinando está em dúvida se o percepto está em
movimento ou não; ou ainda, quando não consegue definir se a figura é humana
ou humana descaracterizada.
Quando num protocolo o número de M for elevado, pode indicar inteligência
altamente criativa ou propensão a reações ou defesas do tipo maníaco. Quando
muito aumentada, indício de atitudes de afastamento do mundo exterior que pode
chegar ao autismo. Por outro lado, a ausência de M ocorre freqüentemente em
pessoas ansiosas, tensas, inibidas, depressivas ou pouco inteligentes com
dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Um índice médio sugere
criatividade, espontaneidade e empatia.
É importante analisar a proporção G:M (ideal 2:1) que nos permitirá analisar
as aspirações do sujeito. Se a proporção for maior para o global, as aspirações
estão sendo conduzidas a nível de fantasia; se esta proporção estiver invertida, é
sinal que a pessoa tem potencialidades porém não as explora adequadamente.
DETERMINANTE DE MOVIMENTO ANIMAL – FM (10-15%)
IMPULSOS E DINAMISNO
São respostas de animais em movimento (Ex. Prancha II: “2 peixes
nadando”, “2 touros de batendo”) ou em postura com modificação da tensão
muscular (Ex.: “Prancha III “2 gorilas em pé pegando algo”). As respostas FM
representam as camadas mais instintivas e profundas, é a vivência de
experiências ou fantasias mais infantis ou primárias e, por isso, crianças tendem a
expressar mais respostas FM que adultos.
FM, quando elevado, pode significar imaturidade e infantilismo; a ausência
de FM ou índice abaixo do esperado indica que o examinando não tem senso de
iniciativa, de competição e representa pessoas mais acomodadas. Quando FM >
M representa que o plano instintivo domina o plano intelectual; indicativo de
imaturidade afetiva, de tendência à ação ou fantasias menos integradas à
realidade social objetiva, egocentrismo, narcisismo. Quando esta proporção for
ideal, ou seja 1M: 2FM indicam vivacidade, energia flutuante a ser canalizada em
alguma direção e forma lúdica de lidar com os problemas.
DETERMINANTE DE MOVIMENTO INANIMADO – Fm (Fm ≥ mF + m)
São aquelas em que o conteúdo visto em movimento, (independente da
figura ser animal ou humana) é movido por forças físicas, mecânicas, químicas ou
abstratas impedindo qualquer movimento voluntário. Ex.: Prancha II: “na parte
branca, um homem caindo em queda livre de um avião”. Caracteriza-se também
por objetos se movimentando, p. ex.: Prancha III “na parte central, um avião
invisível voando”; ou ainda quando o movimento está sendo contido por alguma
força, p. ex.: Prancha II: “2 touros tentando se bater mas eles estão presos pelo
rabo”.
As respostas de movimento inanimado podem ser:
Fm (v.p.1= 0,5): quando o que está em movimento tem uma forma definida
(como no exemplo anterior).
mF (v.p.= 1,0): quando o que está em movimento é expressado pelo
examinador com dúvida ou incerteza, ou sem uma forma definida. P. Ex.: Prancha
I: “parece ser uma mancha de tinta escorrendo”.
m (v.p.= 1,5): quando o percepto não indica forma alguma. P. Ex.: Prancha
II: “na parte marrom 2 nuvens carregadas se encontrando”.
As respostas de movimento inanimado representam a carga instintiva da
personalidade, sentimentos de frustração, imaturidade, emoções hostis e
incontroláveis e desejo de afirmar-se. Representam os conflitos internos que o
examinando tem dificuldade para controlar: conflitos entre o esquema de valores
sócio-culturais internos da pessoa e as transformações que lhe são apresentadas
pelo mundo externo.
Quando Fm ≥ mF + m, significa que a pessoa está conseguindo conviver
com a situação conflitiva e resolvê-la; se esta proporção está invertida, é sinal de
que a pessoa não está conseguindo superar o conflito intrapsíquico.
DETERMINANTE DE COR CROMÁTICA – C (FC ≥ CF + C)
CONDIÇÕES AFETIVO-EMOCIONAIS
São as respostas que o examinando utilizou a cor para definir o que está
verbalizando. P. Ex.: Prancha III: “vejo uma borboleta”. Inquérito: “Vejo uma
borboleta destas coloridas”.
As respostas de cor são subdivididas em:
1 V.p.= valor ponderado, utilizado para o cálculo na fórmula Fm ≥ mF + m. Estes valores são
utilizados também para o cálculo nas fórmulas de C, C’, K, k, c.
Cor com forma precisa e bem definida – FC (v.p.= 0,5): quando o
examinando expressa um conteúdo com forma definida e integra a ele também a
cor cromática, o exemplo anterior caracteriza bem este tipo de resposta.
Cor com forma imprecisa – CF (v.p.= 1,0): ocorre nos casos em que a cor
foi o determinante principal para a verbalização da resposta. P Ex.: Prancha II:
“Vejo 2 árvores por causa dos verdinhos dos lados”. O examinando só pôde
caracterizar que eram árvores pela cor, senão não fecharia gestalt.
CF também é cotado nos casos em que a resposta tenha cor e seja
associada a conteúdos gasosos, líquidos ou difusos, que para o examinando está
adquirindo alguma forma. P. Ex.: Prancha II: “uma nuvem no total branco que é o
céu”. Inquérito: “dando a idéia nas pontas (áreas verdes) de folhagem com muitas
cores, cores muito variadas” (Vaz, 1998). Utiliza-se também CF para conteúdos
com forma definida que estejam associados a sangue. P. Ex.: Prancha III “na parte
central, duas orelhas grudadas e ensangüentadas”. Este tipo de resposta que
contém sangue, demonstra tendência a descontrole das reações emocionais.
Quando o examinando verbaliza numa área colorida “mancha de tinta ou
mancha colorida”, interpreta-se que ele, de alguma maneira, tenta dar forma ao
percepto.
Cor pura – C (v.p.= 1,5): são aquelas respostas onde somente a cor foi
determinante. P. Ex.: Prancha II: “vejo muitas cores bonitas”. A presença de cor
pura num protocolo é sempre motivo de atenção, pois pode caracterizar reações
emocionais intensas ou seja, escapes agressivos.
Os índices esperados são FC ≥ CF + C que indicam pessoas capazes de
liberar seus sentimentos, afetos e emoções de forma adequada e madura com
capacidade de estabelecer bons relacionamentos interpessoais. Quando este
índice apresenta-se de forma inversa, estamos frente a uma pessoa que, ao ser
mobilizada afetiva e emocionalmente, tem controles emocionais frágeis e sofre
dificuldades em reagir adequadamente quanto à adaptação no relacionamento
interpessoal. A ausência de respostas cromáticas indicam pessoas indiferentes ,
que não se envolvem emocionalmente, deprimidas ou com pouca receptividade
para valores afetivos; indícios de frieza meticulosa e formalismo. Segundo Freitas,
muitas respostas cromáticas e baixo percentual de F “são características de
descuidados, instáveis, superficialmente apressados, excitáveis e alegres”
(Freitas, 1996, p.71).
Existem ainda outros determinantes cromáticos, tais como:
Cor arbitrária – F/C e C/F: o examinando atribui a uma determinada área
da mancha um significado dado pela cor, inferindo através desta uma forma que
não necessariamente se relaciona com a cor específica, mas que é plausível.
Envolve processos de laboratório e fotografia, como por exemplo: prancha II “dois
rins”. Inquérito: “é a radiografia colorida dos rins”. O examinando referiu o colorido
não pela cor natural do tecido dos rins, mas pela cor que convencionalmente se
apresenta o rim (Vaz, 1998).
Cor forçada – F-C e C-F: o examinando atribui à mancha uma cor que ela
não tem; ou ainda quando o sujeito percebe um conteúdo que na realidade tem
uma cor e ele o verbaliza com expressão cromática não compatível a cor da
mancha. Ex.: prancha II “2 nuvenzinhas verdes”. Tanto a cor forçada, quanto a
arbitrária podem ser indícios de labilidade afetiva, relacionamento interpessoal
cauteloso e tímido.
Cor descrita – Cdesc: o examinando simplesmente descreve as cores das
lâminas. P. Ex.: Prancha II: “cor vermelha, tem umas partes mais claras, outras
mais escuras...” Pode caracterizar desordem intelectual, pessoas com
necessidade de apoio ou com sentimentos de impotência.
Cor nomeada – Cn: o examinando somente nomeia as cores dos
dispositivos. P. Ex.: prancha II: “verde, vermelho e marrom”. Pode ocorrer em
deficientes mentais, ou ainda em pessoas com baixo poder intelectual ou
epiléticas.
Cor simbólica – Csimb: a cor expressa algo para o examinando. P. Ex.:
prancha III: “este vermelho me lembra o amor... ainda mais que está no meio de
duas pessoas”. A presença deste tipo de resposta é indicativo de que o sujeito
está tentando sublimar suas pulsões agressivas.
DETERMINANTE DE COR ACROMÁTICA – FC’(FC’ ≥ C’F + C’)
TENDÊNCIA A AFASTAR-SE DOS ESTÍMULOS QUE POSSAM MOBILIZAR AS EMOÇÕES
E SENTIMENTOS.
São aquelas respostas onde o preto, escuro ou cinza foram determinantes
para a resposta. Assim como as respostas de cor cromática, as acromáticas
subdividem-se em:
FC’ ou Fclob (v.p.= 0,5): onde o percepto apresenta forma definida, porém
o escuro foi determinante para que o examinando pudesse percebê-lo. P. Ex.:
Prancha I: “um besouro”. Inquérito: “vi um besouro pelo formato, mas também por
que é escuro como um de verdade”.
C’F ou clobF (v.p.= 1,0): são aquelas respostas que o examinando se
refere à área acromática do percepto. P.Ex.: prancha III: “vejo duas coisas
parecidas com pessoas... parecem que estão de vestido preto...”
C’ ou clob (v.p.= 1,5): verbalizações sem nenhuma forma definida onde o
examinando se refere ao acromático do percepto. P. Ex.: prancha I: “vejo cores
pretas... partes meio cinzas...”
Segundo Vaz, “as cores acromáticas FC’, C’F e C’ expressam depressão
como traço de personalidade e não apenas reações depressivas transitórias (tipo
depressão situacional)” (Vaz, 1998, p. 78).
Quando FC’ ≥ C’F + C’ é sinal de que a pessoa está em condições normais.
Porém, quando esta proporção está invertida e se houver presença de C’, indica
tratar-se de depressão crônica.
DETERMINANTE DE SOMBREADO RADIOLÓGICO – Fk (Fk ≥ kF + k)
ANSIEDADE E ADAPTAÇÃO RACIONAL
São respostas referentes a radiografias, mapas geográficos, slides, fotos,
filmes ou cartões de transparência. É a extensão tridimensional projetada em um
plano bidimensional.
Este determinante é subdividido em:
Fk (v.p.= 0,5): são aqueles conteúdos onde o mapa, radiografia, foto, etc,
tem uma forma definida, um conteúdo específico. P. Ex.: Prancha I:”é a radiografia
de um pulmão”. É sinal de que a pessoa, quando enfrenta uma situação de
tensão, fica ansiosa e recorre à intelectualização para se defender.
kF (v.p.= 1,0): são aquelas verbalizações onde a forma não é bem definida.
P. Ex.: Prancha I: “radiografia”. Inquérito: “lembra vagamente a radiografia de dois
pulmões”. O sujeito tenta controlar a ansiedade porém de forma precária.
k (v.p.= 1,5): são aquelas respostas que o examinando não é capaz de
determinar a forma. P. Ex.: Prancha I: “uma radiografia”. Respostas de sombreado
radiológico puro denotam falta de controle sobre a ansiedade e condições para
suportar conflitos.
Respostas de sombreado radiológico revelam sentimentos desagradáveis
da pessoa vividos intensamente diante de situações novas e desconhecidas que
deverão ser superadas por ela.
Quando a proporção apresenta-se na forma ideal (Fk ≥ kF + k), sinaliza que
o indivíduo procura meios de adaptação ou ajustamento quando enfrenta uma
situação que lhe causa ansiedade, normalmente recorre à intelectualização. Caso
contrário, demonstra que o sujeito não tem esta capacidade.
DETERMINANTE DE SOMBREADO DE PERSPECTIVA – FK (FK ≥ KF + K)
ANSIEDADE E ADAPTAÇÃO AFETIVA
São imagens que envolvem percepção tridimensional, que dão idéia de
perspectiva, de profundidade. Normalmente neste tipo de resposta o examinando
utiliza expressões do tipo: “lá embaixo”, “bem longe”, “visto de cima”...
Se subdivide em:
FK (v.p.= 0,5): quando apresenta sombreado, porém com forma definida.
P. Ex.: Prancha II: “nesta parte branca vejo a entrada de uma caverna”. A pessoa
é capaz de elaborar o sofrimento causado diante de uma situação de tensão.
KF (v.p.= 1,0): quando se trata de um conteúdo visto em perspectiva que
assume alguma forma. P. Ex.: Prancha III “[colocou a prancha sobre a cabeça]
parece duas nuvens no céu tomando a forma de pessoas”.
K (v.p.= 1,5): quando o examinando não atribui nenhuma forma ao
percepto. P. Ex.: Prancha I: “uma nuvem enorme”. Caracteriza ansiedade livre
flutuante, ou seja, incapacidade de suportar o mínimo de estímulo ansiogênico.
Respostas de sombreado de perspectiva expressam a capacidade de
adaptação afetiva, ansiosa, cautelosa para melhor suportar o sofrimento e evitar a
depressão. Quando FK ≥ KF + K, expressa capacidade do examinando de
elaborar bem a ansiedade.
DETERMINANTE DE TEXTURA – Fc (Fc ≥ cF + c)
CONTATO HUMANO E INTERAÇÃO SOCIAL
São respostas que contenham alguma percepção tátil como: suave, macio,
fofo, áspero, rugoso, etc. Pêlos e cabelos também são classificados como textura.
Muitas vezes o examinando toca a lâmina para ver se sente a textura.
São subdividas em:
Fc (v.p.= 0,5): quando o conteúdo com textura tem forma definida. P. Ex.:
Prancha III: “duas pessoas com cabelos compridos”.
cF (v.p.= 1,0): quando o conteúdo apresenta textura porém com forma
vaga. P. Ex.: Prancha II: “coisas meio gosmentas”. Inquérito: “nesta parte marrom
parece quando um bicho sai do ovo ou casulo que tem aquela gosma”.
c (v.p.= 1,5): o conteúdo é verbalizado sem forma, o examinando expressa
somente a textura. P. Ex.: prancha I: “pêlos”. Inquérito: “pêlos somente”.
Respostas de textura expressam a necessidade do examinando quanto ao
contato social. É um indicativo de deslocamento dos afetos e emoções para
atividades e contatos sociais. Quando aparece na proporção ideal ( Fc ≥ cF + c) é
sinal de atitude adequada, com devida percepção de limites na busca de afeto em
outras pessoas.
DICAS
Muitas vezes, numa mesma resposta aparecem vários determinantes.
Deve-se analisar todos, porém eles devem obedecer uma ordem:
M > C > c > F > FM > m > C’ > K > k
PARTE IV
CONTEÚDOS
O conteúdo é a terceira categoria de classificação das respostas do teste,
referindo-se ao que foi verbalizado, percebido, ao que o sujeito viu. Relaciona-se
com comunicação e como o sujeito se relaciona com a esfera intelectual. Para a
classificação dos conteúdos utilizam-se as seguintes categorias, ou grupos:
H – Humano: quando a figura humana é vista como pessoa autêntica,
inteira. Os conteúdos humanos em geral assinalam interesses por pessoas de
forma geral; os conteúdos H, especificamente, representam uma percepção
realista dos outros e de si mesmo.
(H) – Humano descaracterizado: conteúdo com características não
autênticas de pessoa, ou seja, com conotações sobrenaturais, espirituais,
mitológicas, legendárias, antropomórficas e extraterrestres. Implica uma
percepção dos demais e de si excessivamente deformada por fantasias.
Hd – Detalhe humano: parte (membros externos) de figura humana.
Assinala uma percepção parcial das pessoas e de si mesmo.
(Hd) – Detalhe humano descaracterizado: detalhe humano com as
características indicadas em (H). Neste caso há uma visão do ser humano muito
pouco realista.
Quando os conteúdos humanos são pouco freqüentes no protocolo há
indicativos de dificuldades nas relações interpessoais; por outro lado, se aparecem
conteúdos humanos associados a movimentos de cooperação2, provavelmente os
comportamentos nas relações interpessoais estão relacionados a amabilidade e
cooperação.
A – Animal: animal visto por inteiro. São os conteúdos normalmente mais
freqüentes num protocolo dando uma idéia da amplitude de interesses. As
2 Respostas de movimento onde aparecem dois ou mais objetos ou pessoas numa interação claramente
cooperativa, por exemplo: Prancha III: “duas pessoas levantando uma panela”.
respostas de conteúdo animal são calculadas considerando as respostas A e Ad e
esperam-se porcentagens entre 35 - 50%.
Conteúdos animais com ocorrências superiores a 50% num protocolo
retrata interesses restritos, esteriotipia do pensamento, pouca flexibilidade e pouca
capacidade de adaptação. Porém, se estes interesses coincidem com as
atividades desempenhadas, podemos perceber extrema dedicação. Caso as
ocorrências sejam inferiores a 35% são indícios de diversidade de interesses, com
comportamentos pouco comprometidos com as atividades desenvolvidas a longo
tempo.
Ad – Detalhe animal: parte (membros externos) de figura animal.
(A) – Animal descaracterizado: animal com característica de pessoa,
sobrenatural ou mitológica.
(Ad) – Detalhe animal descaracterizado: detalhe animal com conotação
humana, antropomórfica, mitológica ou extraterrestre.
Obj – Objeto: objeto para uso geral. Normalmente, segundo Vaz (1998)
aparece em protocolos de pessoas que trabalham em atividades que envolvem o
manuseio de equipamentos. Por exemplo, telefonistas, médicos, auxiliares de
enfermagem... A média fica em torno de aproximadamente 5% dos conteúdos.
Hobj – Objeto humano: de uso pessoal.
Aobj – Objeto animal: uso animal (por exemplo: coleira).
Objesp – Objeto espacial: construto feito para voar.
Abstr – Abstrato: conteúdos de natureza abstrata.
Al – Alimento: substância ou produto alimentar. Este conteúdo é, segundo
Zdunic (1999), raro de aparecer e caracteriza comportamentos de dependência.
At – Anatômico: órgão interno do corpo humano ou animal, ossos ou
conteúdos radiológicos. Esses conteúdos, quando muito freqüentes, assinalam
uma maior preocupação com questões corporais do que o esperado. Indícios de
transtornos psicossomáticos com componentes hipocondríacos.
Pl – Planta: flora.
Nat – Natureza: astros, minérios, metais.
Água – Água: este conteúdo deve ser classificado como categoria
específica pelo significado interpretativo como sinal de conflito.
Arte – Arte: elaboração ou criação artística.
Nuv – Nuvem.
Geo – Geografia: conteúdo visto em mapa geográfico.
Arq – Arquitetura.
Mec – Mecânico: natureza mecânica.
Sangue – Sangue. Este conteúdo pode ser indício de dificuldades no
manejo de aspectos agressivos.
Sex – Sexo: parte ou órgão com função sexual. Quando muito freqüente,
sugerem comportamentos sociais pouco prudentes.
Fogo – Fogo.
Másc – Máscara.
Expl – Explosão: qualquer contéudo visto em explosão.
Cena – Cena: conteúdos humanos ou animais em ação dentro de cenário
ou pano de fundo.
Alguns autores como Zdunic sugerem outros conteúdos, tais como:
Cg – roupas: conteúdos relacionados a vestimentas. Revelam
preocupação em manter uma imagem externa que seja bem percebida pelos
demais, bem como facilidade para o descontrole emocional. Aparece mais
freqüentemente em mulheres.
RESPOSTAS POPULARES
As respostas populares ou banais significam as condições pessoais do
sujeito perceber o que a média dos indivíduos do seu grupo de referência percebe;
seria a habilidade, as condições que a pessoa tem de perceber as coisas, as
situações, a realidade de como elas são, em consonância com as do grupo a que
pertence. São indícios de como o comportamento da pessoa se ajusta ou se
adapta na prática com a situação do dia a dia: como ela se percebe, como tenta
resolver suas tarefas e como se organiza no contexto geral. Os critérios para a
classificação das respostas populares considera aquelas que, dentro de um grupo
de 100 sujeitos, aparece em 33 deles. Cícero Emídio Vaz (1998), em sua pesquisa
com 1.341 sujeitos do estado do Rio Grande do Sul, apontou algumas respostas
populares que estão listadas em seu livro juntamente com o Atlas de localização
das mesmas.
TABULAÇÃO DOS DADOS
Para a classificação das respostas, os resultados são transcritos numa
folha de cálculo para melhor visualização (Anexo 3).
PARTE V
INTERPRETAÇÃO DA LÂMINAS
A fase de interpretação visa analisar os significados das respostas obtidas
no Z-Teste e o que expressam da personalidade do sujeito. Para isso, é
indispensável, como afirma Vaz (2002), uma abordagem quantitativo-dinâmica,
por parte do psicólogo, para a compreensão e a avaliação adequada da
personalidade. O profissional deve estar, também, bem familiarizado com a
técnica.
Na interpretação das variáveis, o número de respostas dadas no Z-Teste
indica o nível de capacidade de produção (intelectual) e associação do sujeito,
assim como seu desempenho e realização. Um número grande de respostas pode
representar uma facilidade em exteriorizar-se, em empenhar-se no trabalho, ou
até uma obsessividade enquanto que um baixo número representa falta de
motivação, desinteresse, dificuldade intelectual, defensividade, depressão,
bloqueio emocional ou, ainda, desconfiança com relação ao teste. Entretanto, é
necessário levar em conta o tipo de ocupação profissional e o nível de instrução e
cultural do sujeito ao interpretar o número de respostas.
Considerando o número de respostas por diapositivo, o diapositivo I indica a
capacidade de adaptação inicial do sujeito diante de novas situações, o II, que
contém estímulos coloridos e espaços em branco, mobiliza o sistema afetivo-
emocional e o diapositivo III representa a capacidade de relacionamento
interpessoal, a criatividade e a empatia.
A categoria das localizações estão relacionadas com a maneira como a
pessoa percebe e observa racionalmente a realidade, os aspectos do meio
externo, como a pessoa utiliza sua inteligência.
As respostas G ( percentual esperado: 20 a 30%) referem-se à percepção
de síntese, de conjunto, de abstração e capacidade de planejamento, de
apreensão dos aspectos mais amplos das situações. Entre as respostas globais,
as respostas DG elaboradas indicam a capacidade de planejamento e senso de
organização; as Gcort relacionam-se à inibição do pensamento e do senso crítico
e as G confabuladas indicam uso não adequado da fantasia e fuga à realidade
enquanto as contaminadas referem-se à desagregação do pensamento,
observadas geralmente em transtornos esquizofrênicos. De maneira geral, um
número elevado de respostas globais demonstra visão fantasiosa e infantil – ou
fuga – da realidade; e um número inferior à média sugere pessoa pouco
inteligente, visão de conjunto e capacidade de síntese precárias. Quando a G é
associada a espaço em branco indica sentimentos de tensão em relação ao meio
externo. Quando o índice de Global é associado ao Movimento humano indica o
nível de aspirações na vida do sujeito, sendo adequada a proporção de 2 G para 1
M.
As respostas D (percentual esperado: 20 a 30%) relacionam-se com a visão
objetiva da realidade, com a inteligência voltada para o concreto. Indicam o modo
como o sujeito percebe as coisas, a realidade, senso de objetividade e
discernimento. Diz respeito à inteligência prática e observação concreta. Quando o
percentual de D é inferior à média quer dizer que o sujeito apresenta prejuízo na
capacidade de percepção objetiva da realidade, evitação e inadaptação à
realidade. E quando D é superior à média sinaliza preocupação excessiva com
detalhes, pessoa rigorosa e exigente.
As respostas Dd (percentual esperado: 15%) indicam a capacidade de
análise, observação e bom senso. Referem-se à percepção que o examinando
tem das partes de um todo. Um índice elevado de Dd indica pessoa cuidadosa e
minuciosa e pode supor um apego à coisas insignificantes.
O espaço em branco é interpretado como oposicionismo dirigido à própria
pessoa ou ao externo (quando o índice é superior a 2; o percentual esperado é
8%), ansiedade situacional, expressando sentimentos de desprazer, insegurança,
tensão diante de dificuldades. A ênfase no branco pode ser sinal de perturbações
no curso do pensamento enquanto o sujeito elabora a resposta e indica que o
sistema emocional pode estar sendo mobilizado. Porém, a ausência de S pode
indicar rigidez, defesa paranóide ou até negação.
As categorias dos determinantes refletem o que o indivíduo tem como base
de sua personalidade, os traços e as características mais estáveis da sua
personalidade. São os determinantes que indicam quais os fatores psicológicos
que estão presentes na elaboração da resposta.
A forma (total de F%: 30 a 50%) é o elemento estruturador e ordenador,
sendo interpretado como a expressão lógica e racional da percepção, expressão
do controle da pessoa sobre seus instintos e reações impulsivas. Quando o
percentual está acima da média esperada indica controle demasiado e repressão
dos afetos e emoções, com prejuízo da espontaneidade, impessoalidade, rigidez.
Quando o percentual é inferior sugere uma desconsideração do meio externo,
individualidade em excesso, pobreza intelectual e baixo senso de
responsabilidade. O somatório de F+, F- e F+/- demonstra as condições
intelectuais para a percepção das coisas com objetividade, sem a interferência
prejudicial das emoções.
As respostas de Movimento humano significam a criatividade,
espontaneidade, empatia e capacidade de integração. Revelam potencial interno,
as vivências e experiências. O índice elevado de M (acima de 3) indica inteligência
altamente criativa, pessoas voltadas para a reflexão interna ou propensão à
defesas maníacas. Já a ausência de M sugere pessoas ansiosas, tensas, inibidas
ou introversivas, pouco inteligentes ou depressivas.
As respostas de movimento animal referem-se ao que há de mais primário
e arcaico na estrutura de personalidade, representando instintos e impulsos.
Demonstram algo desejável, mas irrealizável. A verbalização de conteúdos
animais em ação, como afirma Vaz (2002), é uma característica da infância.
Quando Fm é maior que M supõe auto-controle e auto-afirmação insuficientes,
imaturidade e infantilismo. Já a ausência de Fm num protocolo indica falta de
senso de iniciativa e competição.
O movimento inanimado representa os conflitos internos, entendidos como
hostis e incontroláveis, da pessoa e as dificuldades nesse aspecto.
As respostas de cor mobilizam o mundo interno da pessoa e causam-lhe
reações tanto de aproximação como de afastamento. As respostas de cor podem
ser do tipo FC – predomínio da forma sobre a cor - , que indicam sujeitos com
afetividade controlada, maduros e autênticos (média: 1 a 2 FC); CF – a cor
prepondera – , que sinalizam sujeitos com afetividade lábil, imaturidade,
sugestionabilidade e irritabilidade; C – cor pura – que expressa tendência a reação
emocional intensa. O índice de FC >_ CF+C, quando FC é maior que CF + C quer
dizer que o examinando é capaz de liberar seus sentimentos de forma adequada e
madura e assim estabelecer um bom relacionamento interpessoal.
A textura é interpretada, no Z-Teste, como a necessidade de contato
humano e social, ligados à percepção tátil. Representa as trocas afetivas entre o
mundo interno e o externo. As pessoas que são capazes de atitudes adequadas
quanto à expressão das condições afetivas apresentam Fc proporcionalmente
igual ou maior que cF+c. A textura compreende o deslocamento dos afetos para
atividades e contatos, indicando a capacidade para interação social.
As respostas de cor acromática indicam uma tendência à depressão, à
evitação de estímulos que possam mobilizar reações emocionais para o externo.
Se surgem C’ em excesso indica que o sujeito não se coloca frente a uma
situação nova de maneira aberta. A proporção esperada é de FC’ ser maior ou
igual a C’F+C’.
O determinante sombreado radiológico sugere ansiedade e adaptação
racional. Fk indica intelectualização, devido à ansiedade frente à alguma situação
de tensão, onde a pessoa não envolve sentimento nem afeto. K indica uma
tendência à falta de condições em suportar situações que poderiam causar
ansiedade, o sujeito não suporta frustrações. KF revela que o sujeito tenta
controlar a ansiedade, mas de forma não adequada. A adaptação racional é
menos saudável que a afetiva.
O sombreado de perspectiva e profundidade demonstra um aumento no
nível de ansiedade situacional, ou seja, a pessoa, diante de situação de tensão, se
mobiliza emocionalmente e sofre, ainda que tenha condições de enfrentá-la,
elaborá-la (introspecção e vivência dos sentimentos) e de auto-criticar-se.
As respostas relacionadas aos conteúdos informam sobre a variedade de
interesses do sujeito e são menos estáveis. Pessoas que são flexíveis no modo de
perceber ou avaliar as coisas e situações emitem três ou mais categorias de
conteúdo. Menos de três categorias de conteúdo são expressas por pessoas
inflexíveis e de conduta estereotipada. As categorias H e Hd significam
capacidade de relacionamento (percentual esperado: entre 15 e 25%). (H) e (Hd)
referem-se a relacionamento interpessoal cauteloso e controlador. Os conteúdos
animais, comuns em crianças, demonstram a ligação emocional que o sujeito
mantém com o ambiente; são menos esperados em adultos. Quando acima da
média indicam estereotipia de pensamento e pouca capacidade de adaptação. Os
conteúdos anatômicos revelam uma supervalorização da inteligência (superior a
14%). As respostas de objeto correspondem a pensamento concreto, objetivo
tendendo a valorações objetivas. Em adultos indicam infantilidade ou limitação.
Assim como as respostas de conteúdo natureza, as de objeto aproximam-se do
pensamento animista infantil. As respostas sexuais são mais raras, quando
aparece mais de uma indicam que as necessidades sexuais têm papel
preponderante na vida do sujeito.
As respostas populares ou banais (freqüência esperada: 20 a 35%)são
interpretadas como o ajustamento do pensamento ao da coletividade, como a
pessoa se ajusta e se adapta no dia-a-dia, como a habilidade que o sujeito tem em
perceber as coisas como elas são; indica a capacidade de assimilar normas e
valores do ambiente. Quando o percentual é inferior ao esperado revela pessoa
que tem dificuldade em captar o óbvio e lidar com os fatos cotidianos.
Desempenho – R
Percepção racional de conjunto e senso de organização – G
Discernimento e senso de objetividade – D
Senso de observação e capacidade de análise – Dd
Controle geral sobre impulsos e reações afetivo-emocionais – F
Funcionamento do pensamento lógico – F+
Criatividade, espontaneidade e empatia – M
Dinamismo – FM
Condições afetivo-emocionais – FC ≥ CF+C
Atitude oposicional: Ansiedade oposicional - respostas BL e (bl)
Relacionamentos Interpessoais – H
Imaturidade – A
Adaptabilidade a padrões e normas sociais – (v)
Observar:
T.R.I
Respostas Radiológicas
Perspectiva
CHOQUES – PATOLOGIAS
Choque Clob
Choque M (ou choque K)
Choque cor
Fenômenos especiais.
2
DESEMPENHO
R<7
Defensividade e medo de se expor
7 > R > 15 Capacidade de produção e realização adequada
R > 15
Obsessividade: quer expressar tudo e tende a dispersão
+ (F+) + ( FC > C + CF) = obsessividade adequada à profissão: senso de
cuidado, espírito empreendedor.
PERCEPÇÃO RACIONAL DE CONJUNTO E SENSO DE ORGANIZAÇÃO
G < 13% Falta de visão de conjunto da realidde, capacidade de síntese prejudicada e baixa
capacidade de planejamento e organização
13 < G <
35% Boa capacidade de intergração e síntese; de perceber o todo de forma racional
G > 35% Fanatsia demais, foge da realidade abstraindo
G + Bl G + Bl + (M < C)
Ansiedade e tensão frente as vivências Oposicionismo ao meio em que se insere
OBJETIVIDADE E BOM SENSO
D < 40%
Dificuldade em perceber a realidade objetivamente, não encarando o óbvio e
inadaptação à realidade.
+ G=0 + DdBl : Obsessividade comprometedora e possibilidade de desagregação
do pensamento.
D=0 + G > 35%: falta de bom senso, pouca objetividade e imaturidade.
+ G>35%: Capacidade intelectual limitada ou algum transtorno emocional.
40 < D < 60%
Praticidade e objetividade no modo como percebe o mundo, percebe as coisas
como são na realidade (bom senso). Capacidade de resolver os problemas práticos
do dia a dia.
D > 60%
Rigorosidade, exigência no modo de perceber o mundo em detrimento do real e
da visão de conjunto. Inteligência prática, voltada para atividades concretas.
3
SENSO DE OBSERVAÇÃO E CAPACIDADE DE ANÁLISE
Dd < 6% Pouca capacidade de perceber detalhes.
6 < Dd <
16%
Capacidade de perceber detalhes menos parentes da situação, senso de observação
aguçado.
Dd > 16%
Senso de observação muito apurado, minusioso e cuidadoso com pequenos detalhes.
Ambição material; pode estar relacionado á insegurança ou ausência de sentido
prático em pessoas inteligentes.
DO > 2 respostas Baixo poder de elaboração frente à situações de ansiedade e tensão =
bloqueio emocional.
ANSIEDADE OPOSICIONISTA OU CRITICISMO
Bl < 2
1 < Bl < 2 Ansiedade situacional a níveis normais.
Bl > 2
Bl > 2 +
(CF + C) >
FC + F% <
50%
Propensão a críticas mordazes e a reações emocionais descontroladas.
Bl = 0
Rigidez, defesa do tipo paranóide ou negação
Bl = 3 +
(Bl) - Inteligência mais elaborada
4
CAPACIDADE DO INDIVÍDUO SE MANTER OBJETIVO E REALISTA FRENTE ÀS
SITUAÇÕES
F < 50%
Descontrole emocional, espontaneidade e reação pessoal. Desconsideração pelo
meio externo e pela realidade, utilizando excessivamente sua individualidade.
Intenso envolvimento subjetivo, repelindo os estímulos ambientais.
Se associado a contaminação, confabulação, referência e perseveração investigar
possibilidade de degradação do pensamento (psicótico).
Se acompanhado de movimento, cor cromática e sombreado, de boa qualidade há
possibilidade de se tratar de pessoa com pouco interesse em manter relações
impesoais e que pode ser espontânea, criativa e sensível na sua relação com o
mundo.
50 < F < 70%
Senso lógico, controle racional adaptativo; capacidade de perceber a realidade com
objetividade, sem interferência prejudicial ou distorcida das emoções. Demosntra
controle dos impulsos e adequada adaptação à realidade externa.
F > 70%
Indica controle demasiado, repressão dos afetos e emoções, não deixando o
emocional interferir em suas atividades. Pessoa rígida, severa e exigente, que
apresenta contato superficial com a realidade, medo de se revelar, pouca
imaginação, impessoalidade com prejuízo na espontaneidade. É dirigido pelos
aspectos externos.
FUNCIONAMENTO DO PENSAMENTO LÓGICO
F + < 75%
Pensamento pouco objetivo, processo intelectual sofrendo interferências dos
afetos. Deficiência na atenção e auto-controle. Subjetivismo na percepção dos
fatos, ocasionando dificuldade para agir de modo adequado ao meio, fazendo
julgamentos críticos inadequados. Em virtude da distorção da percepção. Baixa
qualidade de produção
75 < F+ < 80%
Julgamento objetivo dos fatos, estabilidade da atenção e adequação dos afetos.
Sujeito que sabe quando deve reprimir ou expressar seus impulsos afetivos.
Revela adequação e maturidade de ego.
F + > 80%
Controle rígido do pensamento, não aceitando erros. Percepção objetiva e tenaz
da realidade, não colocando conteúdos seus em tal percepção. Apresenta
obstinação na realização das tarefas, auto domínio, rigidez, com perda da
autonomia e individualidade. Boa qualidade de produção.
F - < 75%
75 < F- <
80%
F - > 80%
5
CRIATIVIDADE, ESPONTANEIDADE E EMPATIA
M <
75 < M <
80%
M >
6
7
PARTE VI
REFERÊNCIAS
Freitas, A M. L. (1996) Teste de Zulliger: aplicação. São Paulo: Casa do psicólogo.
Vaz, C. E. (1998) Z-Test: Técnica de Zulliger: forma coletiva. São Paulo: Casa do
Psicólogo.
Zdunic, A L. (1999) El test de Zulliger en la evaluación de personal. Aportes del
Sistema Comprehensivo de Exner. Buenos Aires, Barcelona, México: Paidós.
8
CASOS CLÍNICOS DE EXEMPLO
EXERCÍCIO DE INTERPRETAÇÃO DO ZULLIGER
EXERCÍCIO 01
RESPOSTAS
Pr-R Respostas Loc. Det. Cont. P
I-1 Inicialmente parece mesmo um besouro. É lembra
um besouro. (Cabecinha, perninha, garrinha,
anteninha)
G F+ A P
I-2 Tem aqui o desenho de uma folha. Posso manipular?
(No centro. É o contorno, essa forma)
G F+ Pl
II-3 Aqui parece um pulmão com as vértebras (Não só o
contorno como a própria cor. O contraste das cores,
as vértebras brancas são como nas radiografias [?]
Na radiografia tem o contraste mas aqui é como é na
realidade, imagino que o pulmão seja dessa cor.)
Ds FC, Fk At
II-4 Aqui lembra um olho estilizado, de perfil. deixa eu
ver..deixa eu manipular...o que mais ressalta é isso,
de resto nada. (Isso, a pupila com o fundo branco e
os cílios, o branquinho do olho. São dois olhos)
DS F+ Hd
III-5 Essas garras lembram sirizinho, um escorpião. É um
siri por que escorpião tem garras atrás. Siri ou
carangueijo. (Nessa parte, o formato, esta garrinha
na frente).
D F+ A
III-6 Aqui no máximo um insetosinho (O contorno desse
insetosinho, borboletinha, corpinho e asas.).
D F+ A P
9
10
SUMÁRIO ESTRUTURAL
Agrupamento I: Tríade Cognitiva
Processamento Índice de Economia %G : %D : %Dd 33% : 33% : 0% N
Abertura à Experiência % F 83% Elevado
Índice de Aspiração G : M 2 : 0 G > M G > M
Mediação Respostas Populares %P 33% N
Forma Convencional %F+ 100% N
Forma Distorcida %F- 0% N
Distorção do Espaço Branco S e F- - N
Ideação Tipo de Vivência (Erlebnistypus) EB 0 : 0,5 Extratensiva
Intelectualização Abstrato e Arte. 0 N
Ideação não deliberada FM + m 0 N
Pensamento lógico e coerente Conf. Cont. DO e
outros
0 N
Agrupamento II: Afeto, Auto-percepção e Percepção Interpessoal
Afeto Modulação do afeto: Proporção
Forma-Cor
FC : CF + C 1 : 0 1 N
Proporção de Constrição SomaC' 0 N
Tendência a Autonomia: Respostas
Espaço
%S 33% Aumentado
Tendência a negação: Projeção de
cor
F-C e C-F 0 N
Carga de Estresse Emocional:
Proporção de Sombreados
SomaSH 1 N
Tendência a afeto disfórico
ambivalente
Cor-Sh 1 FC + Fk
Auto-percepção Noção Identidade Estável H : (H) + Hd + (Hd) 0 : 1 -1 N
Autocrítica SomaK 0 N
Anatomia e Raio-x At e Somak 1 Medianmente
Aumentado
Percepção interpessoal Comida Al 0 N
Isolamento Nuv, Geo, Nat 0 N
Interesse interpessoal H : (H) + Hd + (Hd) 0 : 1 -1 Medianamente
diminuído
Concepção Real/Imaginada H+Hd + A + Ad:
(H)+(Hd) + (A) +
(Ad)
4 : 0 4 N
Concepção Integral/Parcial H+(H)+A+(A) : Hd
+ (Hd) + Ad + (Ad) 3 : 1 2 Medianamente
tendendo à parcial
Contato interpessoal Somac 0 N
11
Seção Principal - Estilos de Personalidade, Controle, Tolerância ao Estresse Tipo de Vivência (Erlebnistypus) EB 0 : 0,5
Experiência Efetiva EA 0,5
Experiência Base eb 0 : 1
Estimulação Sentida es 1
Nota D: Manejo do Estresse EA - es - 0,5 N
12
SÍNTESE
S. respondeu ao teste de Zulliger com o objetivo de levantar as características de
personalidade e seus recursos e deficiências quanto ao ajustamento psicológico geral.
O processamento cognitivo está relacionado a quais informações as pessoas selecionam e
prestam mais atenção, como e em quais tipos de idéias elas traduzem estas informações que
mediam o contato com a realidade e como usam estas informações na elaboração de novas
idéias. O teste sugere que S. prefere prestar mais atenção as informações fáceis e óbvias de
sua experiência o que indica um estilo mais econômico no processamento das informações
(%G , %D). O teste também sugere que ela evita apreensões mais complexas das
informações fugindo para detalhes não tão importantes que são mais infrequentes de serem
percebidos pelos outros (%Dd).
Provavelmente um dos pontos mais importantes quanto ao processamento cognitivo
relaciona-se à mediação. O teste sugere que S. traduz suas experiências em idéias diferentes
das habituais, idéias individuais, não convencionais, mais idiossincráticas (%P, %F+, %F-).
Estas traduções representam idéias distorcidas da realidade e podem provocar problemas de
ajustamento decorrentes do fato de que o mundo representacional a partir do qual S.
formula seus comportamentos não ser tão fiel à realidade. Este ponto merece maior atenção
em futuras avaliações e intervenções.
Quanto à ideação embora os dados para a definição do tipo de vivência sejam muito
escassos o teste sugere que provavelmente S. é mais aberta aos sentimentos e emoções em
sua atividade ideacional relacionada a resolução de problemas (EB 0 : 1). O teste sugere
que S. provavelmente vive uma tensão interna gerada por necessidades insatisfeitas que
forçam gratificação e interferem na ideação dificultando a capacidade de controle do foco
da atenção (FM). Também há indicadores de um sentimento de incômodo, perda de
controle, relacionados a vivência de situações estressantes. Em resumo o teste sugere que S.
vive uma atividade mental de alerta pronta para entrar em ação.
Quanto a vivência afetiva S parece tender a dar vazão aos sentimentos e exprimi-los de
maneira mais espontânea e relaxada (CF). Como já se colocou acima há indicações de
afetos negativos e estados de irritação (FM, Fc, FK).
Em relação a auto-precepção teste sugere uma preocupação acentuada com o
funcionamento corporal (At). Em relação à percepção interpessoal embora S. apresente
necessidade de contato (cF) ela parece possuir pouco interesse em pessoas, talvez sendo
mais isolada e emocionalmente afastada (H e Hd).
Em síntese os aspectos mais significativos relacionados ao ajustamento encontrados na
avaliação de S são referentes à mediação e ao controle os quais merecem maior atenção em
investigações e intervenções posteriores.
13
Estudo de Caso 02
Nome: L.R.M.
Idade: 26 anos. Sexo: Feminino
Instrução: 3º grau incompleto
Atividade: Estudante
Variáveis do Z-Teste Marcar Variáveis do
Z- Teste
Assinalar se
a proporção for
>1 <1 =
Total de Respostas 14 Proporção = M/FM X
R no Cartão/Diapositivo I 3 Proporção =M/C X
R no Cartão/Diapositivo II 6 Proporção =FC/ (C+CF) X
R no Cartão/Diapositivo III 5 Proporção = Fc/(c+cF) X
Diapositivo/cartão Rejeitado ---- Proporção = FK/(K+KF) X
Percentual de G (G/Rx100) 21% Proporção = Fk/(k+kF) X
Percentual de D (D/Rx100) 50% Proporção
=FC’/(C’+C’F)
X
Percentual de Dd (Dd/Rx100) 29% Proporção =Fm/(m+mK) X
Incidência de S (espaço em
Branco)
2
Percentual F= (F + F +
F./Rx100)
7%
Fenômenos Especiais Diapositivos
Percentual F+= (F+/Fx100) 0%
Percentual F- = (F-/Fx100) 100% I II III
Percentual F. = (F./ Fx100) 0% Confabulação
Percentual M =(M +M +
M/Rx100)
36% Idéia de Referência
Percentual M+ = (M+/Rx100) 80% Idéia de Auto-referência
Percentual M- = (M-/Rx100) 20% Confabulação
Percentual M. = (M./Rx100) 0 Contaminação
Percentual H+Hd
=((H+Hd)/Rx100)
29% Resposta de Posicão
Percentual A+Ad=
((A+Ad)/Rx100)
50% Outros
Percentual Abstrato=
(Abstr/Rx100)
0 Acentuação da simetria X X X
Percentual Outros Conteúdos: 21% Perseveração (tema) X
(conteúdo)
Consciência de
Interpretação
X
Análise do Protocolo
14
O número de respostas registradas pelo examinando foi ligeiramente superior ao
esperado (14), excedendo em 7% os valores compreendidos no intervalo esperado, o que
pode ser melhor compreendido frente ao padrão de localização característico do protocolo.
A análise do padrão de localização destas respostas permitiu verificar que os percentuais
relacionados às categorias Globais e de Detalhe Comum mantiveram-se dentro do
esperado, enquanto o percentual de respostas de Detalhe Incomum mostrou-se bastante
aumentado. Sendo o padrão de localização indicativo do modo como o sujeito apreende a
realidade, ou seja, dos filtros perceptivos utilizados nessa apreensão, esta acentuação dos
detalhes Incomuns indica grande meticulosidade, evidenciada no detalhamento das
respostas. Tal característica tanto indica uma tendência ao criticismo e à obsessividade
(associados ao aumento do numero de respostas) quanto sustenta uma boa capacidade de
análise e observação por parte do examinando.
Ao apresentar um percentual rebaixado de respostas com ênfase sobre a forma (7%
do total de R), resultante do único determinante F (-) do protocolo, o examinando indica
que seu pensamento lógico sofre interferência de processos de ordem afetivo- emocionais.
Em outras palavras, pode-se afirmar que o potencial intelectivo, racional e lógico
empregado na percepção da realidade, se verifica alterado, por fatores afetivos,
possivelmente um estado depressivo ou constritivo, visto que a presença de uma resposta
Global com elaboração elimina a hipótese de restrição da capacidade intelectual.
A relação entre o número de respostas de movimento humano (M) e o somatório de
respostas de cor, sinaliza o tipo vivencial introversivo caracterizado por pessoas que
“vivem mais para dentro do que para fora”; que ao atribuir cinestesia a perceptos inertes
“constróem” algo que não lhes foi dado a partir de seu mundo interno. Outro aspecto
importante sobre o tipo introversivo diz respeito à tendência a preocupar-se com suas
próprias idéias, ao ensimesmamento. Tal tendência associada à obsessividade e à relativa
limitação das condições de percepção da realidade, acentuam o isolamento emocional na
15
medida em que o examinando sustenta seus processos psíquicos em elementos menos
compartilhados por seus pares.
A presença de FK no protocolo de certo modo justifica o estado introspectivo na
medida em que é o recurso adaptativo de que se utiliza o examinado para vivenciar seus
sentimentos e elaborar uma autocrítica que o permita superar um estado de tensão.
O índice de realização apresentado pelo examinando (3G/5M) evidencia uma das
conseqüências do ensimesmamento, pois é característico de pessoas que têm capacidades
mas não exploram suas potencialidades, e assim que não têm evidenciadas no “mundo real”
o resultado de sua intensa atividade intelectual.
As respostas relacionadas à cor (FC, CF) tiveram ocorrência dentro do esperado,
permitindo verificar que o modo de relacionar-se com os demais não chegou a ser afetado
pela alteração da percepção. O examinando apresenta tanto condições de relacionar-se de
forma madura, com capacidade de receber e retribuir adequadamente os afetos, assim como
é capaz de liberar certas emoções com maior intensidade.
Aspectos também importantes no protocolo referem-se aos percentuais
relacionados aos conteúdos. Tendo apresentado conteúdos humano (29%) e
animais(50%) conforme o esperado, chamaram a atenção os demais conteúdos, em especial
os relacionados a máscaras e anatomia. A referência a máscara associada ao isolamento
emocional, sinaliza a necessidade do sujeito de representar um papel que o distancie de
suas reais características, de manter uma imagem para evitar expor-se pessoalmente. Já os
conteúdos anatômicos estão relacionados à supervalorização da inteligência.
Entre os fenômenos especiais verificados, deve-se ressaltar a acentuação da
simetria, a qual caracteriza a busca empreendida pelo examinando no sentido de encontrar
elementos concretos da realidade que venham conferir precisão e racionalidade aos seus
argumentos. Ou seja, caracteriza a busca no mundo externo pela segurança que lhe falta
internamente.
Síntese
16
O sujeito apresenta características do tipo vivencial introversivo, especialmente o
ensimesmamento, a atenção voltada para suas próprias idéias. Tal característica associada a
um modo de apreensão da realidade acentuadamente meticuloso e às limitações
momentâneas nas condições de percepção frustra ainda mais a viabilidade prática destas
idéias e intensificam o isolamento emocional.
Índices, Argumentos e Interpretações
Localização: modo de apreensão da realidade( avaliação dos processos cognitivos)
- R (capacidade de produção): dentro do esperado
- G (capacidade de síntese e planejamento): dentro do esperado
- D (uso da inteligência voltado para a realidade): dentro do esperado
- Dd (Capacidade de análise, observação, sinal de exatidão, esmero, busca de
confiabilidade nas coisas pequenas): aumentada
- G(3)<M(5): indica que o sujeito não está explorando adequadamente suas reais
possibilidades (com aspirações muito aquém de suas capacidades)
- S ( resistência ativa dirigida a própria pessoa - no caso do introversivo – sinal de
insegurança, tensão ante as dificuldades circunstanciais ou ansiedade situacional ):
duas incidências. Associado a %F esperada pode indicar que o indivíduo está tentando
controlar a insegurança e o sentimento de incapacidade frente a um novo obstáculo.
Determinantes: base da personalidade (traços e características). Elementos dinâmicos
mais estáveis da personalidade.
- %F (expressão lógica, racional e intelectual; controle geral da pessoa sobre seus
dinamismos psíquicos, instintos e reações afetivo-emocionais): diminuída. Excluída a
associação do baixo percentual de F com a deficiência mental, este fato pode ser
interpretado como indicativo de uma orientação inadequada do potencial intelectivo,
racional e lógico do examinando frente à percepção da realidade.
- %F- (precisão, coerência e organização do pensamento lógico):
- %M (expressão do mundo interno da pessoa, da espontaneidade e do seu poder de
adaptação ao mundo externo):29% (pouco aumentado). “...propensão a defesas do tipo
maníaco”.(p.73)
- Gcomb.: As respostas classificadas como Gcomb. indicam níveis superiores de
inteligência, não sendo comuns em protocolos infantis ou depressivos.
- Relação G:M = 3:5 (sinal de que a pessoa têm capacidades mas não explora suas
potencialidades)
- %FM (relacionado a instintos e impulsos – características mais primárias da
personalidade – e, segundo Vaz (2002), é indicativa do grau de iniciativa e capacidade
de competição): 4.
- ∑m (indicativo de conflito e tensão entre o sistema de valores do mundo interno e o do
mundo externo ): ausente.
17
- ∑C (expressiva da mobilização do sistema afetivo-emocional por estímulos do mundo
externo): 1,5
- FC (indicam capacidade de receber e retribuir adequadamente o afeto): 21%
- CF(indicativo de precário controle emocional e tendência à excitabilidade emocional):
presente dentro do esperado(1).
- C ( indicativo de reações emocionais livres e intensas): ausente
- Fc, cF e c (forma tátil de expressão das condições afetivas da pessoa, indicativa de
deslocamento dos afetos e emoções para atividades sociais e de capacidade de interação
social). Segundo Vaz (2002) as respostas de textura estariam associadas à necessidade
de afeto, de toque, de contato, e quando integradas à forma indicam que o sujeito
reconhece a necessidade de ser aceito e receber afeto. É possível que tal necessidade
seja satisfeita por meio da acentuação das atividades sociais.
- FC’, C’F e C’ (tendência a evitar estímulos que possam mobilizar reações emocionais e
sentimentos para o mundo externo):
- Fk, kF e k (sentimentos desagradáveis experimentados pela pessoa frente a situações
novas e desconhecidas que devem ser superadas- ansiedade): ausente.
- FK, KF e K ( ansiedade e adaptação afetiva).
Conteúdos:
- Humanos (H+Hd):
- Animais (A+Ad)
- Anat. : conteúdos classificados como anatômicos são indicativos de que o examinando
trata-se de uma pessoa que supervaloriza a inteligência.
- Masc.: os conteúdos classificados como máscaras indicam a necessidade experimentada
pelo sujeito de representar um papel, manter uma imagem para evitar expor-se
pessoalmente.
- Obj.: em se tratando de um capacete de criança com uma “lança” na ponta, pode-se
supor que a relação coma agressividade
Fenômenos Especiais:
- Consciência de Interpretação: O uso de expressões como “assemelha-se”, “similar”,
indicam uma tentativa por parte do examinando no sentido de regular o processo
interpretativo das manchas com a mediação da racionalidade, o que reduz
necessariamente o grau de espontaneidade das respostas.
- Acentuação da Simetria: quando o examinando faz repetidas referências à simetria
presente nos perceptos é possível sugerir que esteja buscando em fatos concretos ,
evidentes e compartilhados, a segurança que não encontra interiormente.
- Perseveração:
Observações adicionais:
- Entre as 14 respostas, 3 podem ser classificadas como populares, o resulta em 21%,
ficando um pouco abaixo dos 25% esperados, segundo Vaz.
18
19
PARTE VII
ANEXOS
ANEXO 1: FOLHA DE APLICAÇÃO COLETIVA
Nome: Data da Aplicação: / /’
Idade: Sexo:
Grau de Instrução: Profissão:
Procure escrever o que a figura projetada na tela lhe sugere e lembra. O que vier a
ser sugerido ou lembrado na figura, pode se situar no total da figura ou em partes. O nome
do que está sendo lembrado você escreve bem à esquerda, nesta folha, conforme pode ver;
em seguida procure comentar e explicar um pouco mais, a fim de que fique claro para o (a)
psicólogo (a) que vai ler, o que você ta querendo dizer. Favor não escrever na última coluna
à direita.
O que sugere: nome do que
está sendo sugerido e lembrado
Comentário: comente ou
descreva o que está sendo
lembrado e sugerido.Seu
comentário ajudará o (a)
psicólogo (a) a entender bem o
que você está querendo dizer.
Não escreva
nesta margem
20
ANEXO 2: FOLHA DE INQUÉRITO
21
ANEXO 3: FOLHA DE CÁLCULO.
Sujeito:
Data de Nascimento:
Escolaridade:
Estado Civil:
Pranchas
G
D
D
d
D
bl
D
o
F
+
F
-
F+
/-
M F
M
m F
C
C
F
C
Fclo
b
clob
F
Clo
b
P R
I
II
III
Total
Qualidade G G:M %F
Qualidade D M:FM %F+
Índice de percepção M:C %P Vivência H:Hd %H Choques A:Ad %A