Zul Liger

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Sumário Introdução _______________________________________________________________ 2 Hans Zulliger __________________________________________________________ 2 Fundamentos Teóricos ___________________________________________________ 3 Z-Test, um teste ou uma técnica? ___________________________________________ 4 Parte II _________________________________________________________________ 5 A técnica de Administração _________________________________________________ 5 Materiais ______________________________________________________________ 5 Ambiente _____________________________________________________________ 6 Posição do examinador / examinando _______________________________________ 6 Contato Inicial _________________________________________________________ 6 Instruções _____________________________________________________________ 7 recomendações _________________________________________________________ 8 Fases do exame _________________________________________________________ 9 Parte III ________________________________________________________________ 12 Classificação e Interpretação das respostas ____________________________________ 12 Resposta _____________________________________________________________ 12 Localização ___________________________________________________________ 12 Determinantes _________________________________________________________ 18 Dicas ________________________________________________________________ 28 Parte IV ________________________________________________________________ 29 Conteúdos ______________________________________________________________ 29 Tabulação dos dados____________________________________________________ 32 Parte V ________________________________________________________________ 33 Interpretação da Lâminas __________________________________________________ 33 Parte VI _________________________________________ Erro! Indicador não definido. Parte VI _________________________________________ Erro! Indicador não definido. Síntese para Análise _______________________________ Erro! Indicador não definido. Parte VIII _______________________________________________________________ 7 Referências ______________________________________________________________ 7 Parte IX ________________________________________________________________ 19 Anexos ________________________________________________________________ 19 Anexo 1: Folha de aplicação coletiva _______________________________________ 19 Anexo 2: Folha de inquérito ______________________________________________ 20 Anexo 3: Folha de Cálculo. ______________________________________________ 21

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Sumário

Introdução _______________________________________________________________ 2

Hans Zulliger __________________________________________________________ 2

Fundamentos Teóricos ___________________________________________________ 3

Z-Test, um teste ou uma técnica? ___________________________________________ 4

Parte II _________________________________________________________________ 5

A técnica de Administração _________________________________________________ 5

Materiais ______________________________________________________________ 5

Ambiente _____________________________________________________________ 6

Posição do examinador / examinando _______________________________________ 6

Contato Inicial _________________________________________________________ 6

Instruções _____________________________________________________________ 7

recomendações _________________________________________________________ 8

Fases do exame _________________________________________________________ 9

Parte III ________________________________________________________________ 12

Classificação e Interpretação das respostas ____________________________________ 12

Resposta _____________________________________________________________ 12

Localização ___________________________________________________________ 12

Determinantes _________________________________________________________ 18

Dicas ________________________________________________________________ 28

Parte IV ________________________________________________________________ 29

Conteúdos ______________________________________________________________ 29

Tabulação dos dados ____________________________________________________ 32

Parte V ________________________________________________________________ 33

Interpretação da Lâminas __________________________________________________ 33

Parte VI _________________________________________ Erro! Indicador não definido.

Parte VI _________________________________________ Erro! Indicador não definido.

Síntese para Análise _______________________________ Erro! Indicador não definido.

Parte VIII _______________________________________________________________ 7

Referências ______________________________________________________________ 7

Parte IX ________________________________________________________________ 19

Anexos ________________________________________________________________ 19

Anexo 1: Folha de aplicação coletiva _______________________________________ 19

Anexo 2: Folha de inquérito ______________________________________________ 20

Anexo 3: Folha de Cálculo. ______________________________________________ 21

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PARTE I

INTRODUÇÃO

HANS ZULLIGER

Psicólogo e filósofo suiço, Hans Zulliger nasceu em 1893 e faleceu em

1965; trabalhou como professor do ensino secundário e dedicou-se à psicanálise

influenciado pelo pastor e Psicanalista Oskar Pfister. Foi amigo pessoal de

Hermann Rorschach e colaborou nos experimentos com manchas de tinta feitas

ao acaso na avaliação da personalidade.

Após a morte de Rorschach, o primeiro trabalho baseado em manchas de

tinta feito por Zulliger ocorreu em 1932, investigando a criatividade e a integração

humana “Der Rorschache Testversuch im Dienste der Erziehungsberatung” (Teste

de Rorschach na Assistência Educacional).

Durante a 2ª Guerra Mundial, em 1942, Zulliger atuava como psicólogo do

exército suíço, selecionando em curto espaço de tempo grande número de

indivíduos para diferentes funções dentro do exército. Para isso, primeiramente fez

uso da Técnica de Rorschach porém, devido ao tempo reduzido e ao número

elevado de aspirantes, sentiu necessidade de criar um teste que fosse adequado

para examinar grupos de 30 a 60 sujeitos. A idéia de Zulliger para ter este tempo

reduzido era projetar para um grande número de pessoas as lâminas, mas ele não

queria alterar os procedimentos do criador e por isso criou uma nova técnica.

As experiências com este novo teste começaram no início de 1942 com a

criação de 6 novas manchas de tinta aplicadas a 600 pessoas; posteriormente

reduziu para 4 manchas em 400 sujeitos e concluiu o trabalho com um conjunto de

3 manchas aplicadas em 800 pessoas. Fez a aplicação paralela deste conjunto

com o Rorschach na mesma amostra. Assim, surgiu a técnica Zulliger Diapositive-

Test (1948) para aplicação coletiva e, assim como rorschach, pode ser de

aplicação individual.

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FUNDAMENTOS TEÓRICOS

O teste Zulliger é uma prova projetiva de associação de formas à partir de

manchas de tintas, seguindo os princípios de Rorschach e de seus predecessores

Binet, Henry, Ribakov e Whipple. Segundo Pietrowski, os fundamentos do Z-Test

estão na Psicanálise e na Gestalt. Esta técnica fundamenta-se na percepção

humana e, segundo os gestaltistas, todos os padrões de estímulos suscitam uma

reação. Essas reações seriam o resultado do processo perceptual que ocorre

sempre de uma maneira espontânea que, dentro da população “normal”, é

praticamente imadiata. Segundo Koffka, o indivíduo que percebe trás para a

situação várias expectativas que auxiliam a dirigir a maneira pela qual os

estímulos são percebidos e organizados.

Trata-se de um teste projetivo uma vez que visa exteriorizar a reação

subjetiva do sujeito ante o estímulo percebido. É igualmente um teste de

percepção, tendo em vista os processos mentais responsáveis pelas respostas do

sujeito.

Segundo Rorschach, a interpretação de manchas de tinta situa-se dentro do campo da percepção e da apercepção. Entretanto, quase todas as pessoas consideram esta prova como de imaginação. Este conceito está tão generalizado que é preciso contar com este prejuízo nas nossas experiências; no entanto, a interpretação de formas indeterminadas não tem, diretamente, nada a ver com a função da fantasia. Na realidade, o que acontece é que a pessoa rica em fantasia reage de forma diferente do que a de imginação pobre, mas se incentivarmos o examinando para que deixe voar sua imaginação ou, pelo contrário, não o estimularmos neste sentido, a vivência não sofre mudança alguma significativa (Freitas, 1996, p.11-12)

Assim, o autor afirma que o teste é capaz de expressar a estrutura da

personalidade do sujeito analisado, através da sistematização dos fatores

fornecidos pelo teste. Por se tratar de manchas de tinta, o estímulo não tem uma

forma definida e são ambíguos, exigindo que o sujeito mobilize as experiências

mais adequadas para representar e estruturar aquilo que está diante de si. É um

trabalho mental de “como” construirá essas imagens – e, através disso, verifica-se

a dinâmica da personalidade. Assim, é possível que o examinador perceba os

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recursos subjetivos do sujeito, emoções, sua maneira de encarar a vida, elaborar

seus problemas e de manifestar impulsos e sentimentos.

O Z-Test é aplicável em adultos, adolescentes e crianças; individual ou

coletivamente.

Z-TEST, UM TESTE OU UMA TÉCNICA?

O Z-Test trata-se, como já vimos, de um instrumento de avaliação da

personalidade que tem como base o psicodiagnóstico de Rorschach. O próprio

Hermann Rorschach não visava, de forma alguma, construir um teste com

estímulos padrão para obtenção de respostas esteriotipadamente padronizadas.

Ele deixa claro “tratar-se de uma técnica que mobiliza o processo perceptivo-

associativo, a imaginação, outros elementos dinâmicos do psiquismo individual e

um instrumento adequado à avaliação psicodiagnóstica da personalidade” (Vaz,

1998, p. 18)

As manchas não estruturadas levantam informações que vêm associadas a

situações internas do sujeito; e o Z-Test possibilita transformar estas informações

(aspectos funcionais e dinâmicos da personalidade) em categorias que poderão

ser quantificadas e interpretadas. Assim, “o Z-Test é uma técnica, um método no

sentido amplo, e não uma unidade estímulo padrão para obtenção de respostas

padrão” (Vaz, 1998, p. 19).

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PARTE II

A TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO

MATERIAIS

FORMA COLETIVA

Conjunto de 3 dispositivos em bom estado de conservação.

Uma tela clara ou mesmo a parede de uma sala que não tenha manchas

nem textura com 1,5m x 1,2m. É importante que, independente da superfície de

projeção, se mantenha as dimensões da imagem.

Um projetor de dispositivos.

Um cronômetro.

Folhas de aplicação padronizadas – contendo nome, sexo, idade, instrução,

atividade que exerce e as instruções do teste (anexo 1).

Folhas para mapeamento das localizações (anexo 2).

Canetas esferográficas em quantidade suficiente para todos os sujeitos.

Recomenda-se ter canetas coloridas para facilitar o mapeamento das respostas

quando em grande número.

FORMA INDIVIDUAL

Jogo de 3 lâminas.

Um cronômetro.

Folhas em branco para o registro do examinador.

Folhas para mapeamento das localizações.

Canetas esferográficas, de preferência coloridas.

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AMBIENTE

Para a aplicação coletiva, é importante que a sala não seja nem muito larga

nem longa para que todos os examinandos tenham uma boa visão da imagem

projetada (o número de pessoas por aplicação não deve ser superior a 35). Deve-

se ter cuidado com ruídos, circulação inadequada do ar e temperatura muito

elevada. Se a aplicação for durante o dia, é importante que a sala tenha cortinas

para garantir uma boa visualização da imagem projetada. As mesas devem ser

confortáveis e não muito próximas umas das outras para que os examinandos não

sejam influenciados pelas respostas dos outros. Os interruptores de luz devem ser

independentes, ou seja, o examinador deve poder alternar as luzes ascendo-as

uma de cada vez.

Para a aplicação individual, é importante, assim como na coletiva, que a

sala seja confortável, de preferência com iluminação natural, livre de ruídos e

outros fatores como elevadas temperaturas e má circulação do ar.

POSIÇÃO DO EXAMINADOR / EXAMINANDO

Na aplicação individual recomenda-se que o examinador e o examinando

estejam frente a frente, sem que a mesa esteja entre eles, para que se possa

perceber todas as reações do examinando.

CONTATO INICIAL

Tanto na aplicação coletiva quanto na individual o examinador deve

procurar gerar um clima de descontração para que os examinandos fiquem à

vontade e possam ser espontâneas nas verbalizações do teste. É importante que

se questione as condições físicas do examinando como: sono, alimentação, uso

de drogas ou medicação, problemas oftalmológicos, ou outras queixas como dor,

dificuldade de concentração, etc. O examinador deve informar sobre os objetivos

do teste e a forma como será realizado.

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INSTRUÇÕES

FORMA COLETIVA

(com a iluminação normal da sala)

Distribuir as folhas de aplicação (anexo 1) para as respostas do teste e

dizer:

“Coloque o nome de vocês bem no alto da página. Eu vou projetar nesta

tela três figuras feitas ao acaso, uma de cada vez. Vocês vão olhar para estas

figuras e procurar imaginar o que poderiam ser, o que elas parecem, o que dão

idéia, o que lembram; vocês não vão descrever as figuras, nem dizer como elas

foram feitas.

As pessoas vêem coisas diferentes, por isso não há respostas certas ou

erradas, nem boas ou más; tudo que você imaginar é válido. Vocês poderão

interpretar a figura como um todo ou em partes.

Para descrever o que viu, vocês devem contornar escrever na folha: NO

PEDAÇO TAL, EU VEJO ISSO ASSIM, E ASSIM E ... Você deve numerar as

respostas conforme você as viu. Quando vocês não virem mais nada esperem a

projeção da próxima figura. E assim por diante”.

(Com a luz apagada)

“Vou projetar na tela durante 30s a figura. Então acenderei as luzes e a

figura permanecerá na tela por mais cinco minutos, que é o tempo que vocês terão

para examiná-la”.

(Relembrar as instruções de como deve ser o registro das respostas)

“Esse procedimento será repetido em todas as lâminas”.

INÍCIO DA APLICAÇÃO

(...)

Quando todos terminarem...

“Agora distribuirei as folhas com as três imagens projetadas (anexo 2)

anteriormente e vocês vão localizar o que viram contornando a área e numerando

conforme a ordem das respostas. Vocês terão que justificar o que tinha nas figuras

que fez vocês perceberem o que descreveram. Não esqueçam de numerar

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também as justificativas conforme a numeração anterior. O tempo para realizar

esta tarefa é livre o quando você terminar terá de esperar até que todos os outros

terminem”.

FORMA INDIVIDUAL

“Vou mostrar-lhe três cartões, um de cada vez, nos quais encontram-se

figuras feitas ao acaso. Você vai procurar imaginar o que poderiam ser, o que

parecem, lembram ou dão idéia e me dizer. Tanto faz imaginar coisas no todo ou

em partes da figura. As pessoas vêem coisas diferentes e por isso não há

respostas certas ou erradas, nem boas ou más; tudo que você imaginar é válido;

estarei marcando as respostas somente para um controle meu. O número de

respostas também varia de pessoa para pessoa. Marcarei o tempo, mas não

precisa se preocupar com ele por que o tempo de realização é livre. Assim que

você não tiver mais nenhuma resposta, por favor coloque o cartão em cima da

mesa com a figura para baixo que eu lhe darei o seguinte. Fiz-me clara (o)? Você

tem alguma dúvida?”

RECOMENDAÇÕES

Durante a aplicação coletiva o examinador e o auxiliar dever evitar de

circular na sala pois perturba o trabalho dos examinandos e pode aumentar o nível

de ansiedade os mesmos.

Durante a aplicação individual o examinador deve tentar registrar as

respostas do sujeito o mais completo possível; além disso, devemos anotar os

tempos de reação (TR) e finais (TT), lâmina após lâmina; bem como a posição das

figuras em que as respostas são dadas. Recomenda-se, para isso, a seguinte

simbologia:

- posição de entrega da lâmina

> - virada para a direita do examinando

< - virada para a esquerda do examinando

- de cabeça para baixo

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- girar ansioso

Comentários do sujeito, bem como reações e expressões significativas

devem ser indicadas entre parênteses para que sejam diferenciadas das

respostas.

É comum os examinandos perguntarem “para que serve o teste?” Segundo

Vaz, uma resposta que geralmente satisfaz a curiosidade é que se trata de um

teste, que em conjunto com os demais, serve para avaliar as condições de

personalidade.

FASES DO EXAME

São basicamente duas: (1) a fase de administração (fase de associação

livre) e, (2) a fase do inquérito, podendo-se complementar o exame com

investigações opcionais, tal como a seleção de lâminas.

FASE DA ASSOCIAÇÃO LIVRE

Nesta etapa o sujeito verbaliza (no caso da aplicação individual) ou escreve

(aplicação coletiva) o que as pranchas sugerem a ele; o objetivo nesta fase é o de

obter uma amostra do comportamento do sujeito. O examinador deverá registrar

verbalizações e respostas não-verbais do sujeito, intervindo o mínimo possível (ao

nível conscientemente, pelo menos). Nesta fase, quem fala é o sujeito e ele deve

assumir o controle e o manejo da situação. Caso o sujeito pergunte: pode virar?

Consentir brevemente dizendo: a vontade ou como quiser.

Se começar a contar uma história, o examinador deve corrigi-lo repetindo

as instruções: “Não é para contar uma história. Gostaria que você me dissesse o

que está vendo nessa figura. Se o sujeito apanha a figura e diz: “É uma mancha

de tinta”, concordamos com ele sim, é uma mancha, o que você vê nela? Caso o

sujeito logo na primeira lâmina dê uma única resposta de baixa qualidade,

devolver-lhe perguntando: “Pode olhar um pouco melhor. O que mais vê

aí?”(anotar estimulação na Folha de Respostas).

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Autores como Zdunic (1999), sugerem que em protocolos com respostas

restritas (menos de 10 verbalizações), o examinador deve pedir que o sujeito veja

novamente as lâminas para que ele possa dar mais respostas, explicando a ele

que “no há dado suficientes respuestas” (Zdunic, 1999, p.20). O mesmo autor

também sugere que o examinador interrompa o sujeito que der mais de 6

respostas na lâmina I, explicando a ele que as respostas já são suficientes e que

ele já pode passar para a próxima lâmina.

FASE DO INQUÉRITO

Depois que o sujeito passou pela fase de associação livre nas três

pranchas, é indispensável que seja feito o inquérito. Recolhendo a terceira figura,

dizemos ao sujeito: “Agora que você já respondeu a todas as figuras, vamos

repassar as suas respostas juntos e tentar localizá-las nesta folha de localização

das respostas (ou, porque eu quero estar seguro que estou vendo exatamente o

que você viu).

A função principal do inquérito é obter informações do sujeito com respeito

à maneira como ele viu cada percepto e esclarecer os vários aspectos de cada

resposta necessários para a classificação: a localização na mancha, o

determinante empregado e o conteúdo. Precisamos ser esclarecidos se o

indivíduo viu o que viu pela percepção de forma, cor, movimento, contraste claro-

escuro, etc. Entretanto, devemos evitar induzir diretamente o sujeito a dizer as

coisas que viu, pois estaríamos sugerindo completamente. A habilidade na

condução de um inquérito exige preparo e experiência.

Durante esta fase, o examinador deve deixar à disposição as lâminas para

que o sujeito possa consultá-las oferecendo a ele uma oportunidade de juntar

elaborações espontâneas às suas respostas ou ainda, possibilitar a ele que dê

novas respostas (pessoas inibidas ou cautelosas normalmente só se soltam aos

poucos). Estas respostas devem ser registradas pelo examinador indicando-se

Adicional, para que sejam posteriormente somadas à parte ou seguindo a

numeração a partir das respostas dadas.

Perguntas e comentários normalmente feitos durante o inquérito:

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Descreva um pouco mais...(toda a resposta ou a expressão núcleo da

dúvida na verbalização, em que o examinador tem dúvida quanto ao Conteúdo ou

Determinante)

O que lhe deu a impressão de... ?

O que lhe fez lembrar um (a)...nesta figura?

Alguma coisa lhe chama a atenção nisso...?

O que levou você a ver...?

O que lhe deu essa impressão de .... (repete a resposta do sujeito)?

Onde exatamente você viu essa resposta?

Determinados adjetivos utilizados pelo sujeito devem ser pesquisados. Ex.:

máscara horrorosa (o que te deu impressão de horrorosa?). Quando são vistos

monstros, com forma humana ou animal indefinida sempre é bom pedir algo do

tipo comente um pouco mais este monstro... o que te deu esta impressão? – pois

o sujeito poderá oferecer indícios sugestivos que irão permitir a discriminação

mais precisa de (H) ou (A).

PESQUISAS COMPLEMENTARES

A Seleção de Lâminas é um procedimento simples, rápido e que acrescenta

dados importantes. Deve-se expor todas as lâminas sobre a mesa diante do

sujeito e pedir que escolha a que ele mais gostou e a que ele menos gostou.

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PARTE III

CLASSIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DAS RESPOSTAS

A classificação é a parte fundamental do Z-Test, porém, faz-se importante

destacar, que não há um único sistema de classificação para codificação das

respostas quanto a localizações, determinantes, conteúdos e fenômenos

especiais. Essa codificação varia de sistema para sistema, porém apesar das

diferenças, isso não implica em discrepâncias na interpretação e no diagnóstico.

RESPOSTA

Esta é a primeira e mais importante categoria na classificação. Resposta –

R - é um conteúdo verbalizado, é uma idéia que o examinando expressa a partir

da mancha apresentada a ele. Cada resposta é classificada quanto à área da

mancha onde a pessoa localizou – localização; quanto ao que levou a ver tal

conteúdo – determinantes; o que ela viu – conteúdo e quanto a outros

elementos mais difíceis de serem quantificados – fenômenos especiais.

As respostas nos permitem analisar desempenho e capacidade de

produção do probando e normalmente variam em torno de 10 respostas por teste.

Um número de respostas elevado é indicativo de obsessividade, conseqüência

direta da facilidade e do prazer em se expressar e da necessidade de quantidade.

Por outro lado, índices abaixo do esperado sinalizam defensividade, repressão ou

até déficts intelectuais; aparece em pessoas inquietas, inibidas, que não querem

se comprometer.

LOCALIZAÇÃO

São obtidas através do registro na Folha de Localização e refere-se ao local

da figura onde foram dadas as respostas. Expressa a esfera intelectual, o modo

como a pessoa percebe racionalmente a realidade e como distribui sua atenção

ao meio.

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RESPOSTAS GLOBAIS – G (20-30%)

PERCEPÇÃO DE CONJUNTO E SENSO DE ORGANIZAÇÃO

São as respostas localizadas na área total da mancha ou as que o sujeito

tira somente pequenas extremidades; o examinando a interpreta como um todo.

As respostas globais podem ser:

Global Primária – Gp: é uma resposta formada por uma só idéia; a

verbalização é precisa, objetiva e exprime idéia de forma. Não há análise das

partes nem relacionamento entre elas. Podem ser produzidas por pessoas de

diferentes níveis intelectuais e indicam certa capacidade de abstração e síntese,

embora possa ser limitada pela falta de imaginação. Pessoas com capacidade de

organização, planejamento e pensamento em nível concreto apresentam Gp. Tem

a capacidade de reconhecer imediatamente as situações e apreender o significado

essencial dos fatos através da síntese dos mesmos.

Global Cortada – Gcort: são aquelas que o examinando usa pelo menos

dois terços da mancha sem, contudo, globalizar, e que tal resposta não esteja

incluída na razão crítica de detalhe comum (D). Ex.: Pr. I – “Um morcego” (porém

o examinando não inclui as bordas da mancha.

Indicam inibição do pensamento e de senso crítico e, segundo Alcock 1957

apud Vaz, 1998, ocorre em pessoas “de inteligência superior, cultas e críticas” (p.

60).

Global Elaborada ou Combinatória – Gcomb: resposta que inicia a partir

de um detalhe da mancha, onde o examinando segue coordenando o pensamento

na organização de uma resposta de boa qualidade, bem trabalhada, que termina

por abranger toda a mancha. Os elementos são combinados e organizados em um

conceito mais amplo que engloba os anteriores. Geralmente incluem elementos

cinéticos, cromáticos ou de claro-escuro, além de serem freqüentemente originais.

Ex: Pr. III – “de um lado (área escura à direita) uma bailarina, do outro lado outra

bailarina (aponta para a área escura à esquerda) estão dançando num palco todo

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iluminado de lâmpadas vermelhas”. A classificação dessa resposta é DG na

coluna de localização e Elaboração na de Fenômenos Especiais.

Aponta indivíduos que possuem raciocínio abstrato, com capacidade de

generalizar, abstrair e prever uma experiência à partir dos aspectos abstratos das

circunstâncias anteriores, ou seja, segue as regras da boa lógica. As globais

elaboradas indicam níveis superiores de inteligência e não aparecem em

protocolos infantis bem como em quadros depressivos.

Global Confabulada – Gconf ou DG: ocorre quando a resposta é dada a

partir de um detalhe da mancha e o sujeito engloba o restante finalizando com

uma global; é caracterizada também por fantasia e divagação verbal (o sujeito

segue como que montando uma “estória”). Resulta de uma observação superficial

enriquecida pela imaginação. Ex.: L.I : Um caranguejo (Inq: por causa das garras

dele, então o resto da figura é o que falta ao caranguejo). Não são incomuns em

crianças antes dos dez anos e em adultos com quadros psiquiátricos.

Denotam pessoas com insuficiência do juízo lógico com personalidade

imatura, fantasiosa com fuga da realidade. Pessoas superficiais e pretensiosas

também apresentam esse tipo de resposta.

“Quando aparecem vários DG num protocolo onde a ressonância íntima é

extratensiva, teremos indícios de tendências a roubo. Conforme o grau de

impulsividade a ela aliada, as tendências serão ativas ou latentes” (Material não

publicado).

Global Contaminada – Gcont: a resposta começa em um detalhe da

mancha e vai transitando entre outros sem um encadeamento lógico, tornando-se

absurda e incoerente. Indicam desagregação do pensamento lógico e apenas uma

resposta no protocolo já é indicativo de doença mental - personalidade com

estruturação psicótica; hipótese de transtorno esquizofrênico. Pessoas “normais”

não apresentam esse tipo de resposta.

Um índice de respostas globais abaixo da média conduz à hipótese “de

pessoa pouco inteligente, com capacidade de síntese prejudicada e com falta de

visão de conjunto da realidade” (Vaz, 1998, p. 60) bem como baixa capacidade de

planejamento e organização. Índices dentro da média indicam capacidade de

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síntese, abstração e generalização com inteligência do tipo abstrata-teórica. Caso

as respostas globais estejam acima da média, pode ser indicativo de fuga, fantasia

e/ou visão infantil da realidade.

É importante analisar as respostas globais em conjunto com as S, M e

outros determinantes.

RESPOSTA DE DETALHE – D (50-70%)

DISCERNIMENTO E SENSO DE OBJETIVIDADE

Compreende a maioria das respostas no protocolo e são aquelas que não

se enquadram na classificação global e estão na razão crítica de 1/25, ou seja, 1

em cada 25 pessoas apresenta respostas nesta mesma localização. Elas não

precisam ser necessariamente as mesmas verbalizações, porém, devem ser

localizadas na mesma área.

As respostas de detalhe estão discriminadas nos Atlas que são

confeccionados para as populações específicas; por exemplo: na disciplina

uitilizaremos o Atlas proposto por Cícero Vaz, que fez a pesquisa em mais de

1300 pessoas do Rio Grande do Sul. Este material é o que mais se aproxima da

realidade da população de Santa Catarina atualmente.

Denotam o modo do sujeito perceber as coisas, os objetos, as pessoas

como são na realidade; expressam a tendência de resolver com sentido prático as

situações concretas; são a expressão da realidade objetiva.

Índices abaixo da média demonstram prejuízo quanto à capacidade de

percepção objetiva da realidade, dificuldades de encarar o óbvio, improdutividade

com dificuldades de se adaptar a atividades pré-estabelecidas. Quando a

somatória encontra-se dentro da média, estamos diante pessoas que percebem a

realidade como ela é, com adequada percepção do óbvio. Caso o índice esteja

acima da média, é um indício de demasiada preocupação com minúcias,

rigorosidade e exigência no modo de perceber o mundo, em detrimento do real e

da visão de conjunto. Apresenta inteligência prática voltada para atividades

concretas.

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Assim como as globais, as respostas de detalhe devem ser analisadas em

conjunto com outros dados.

RESPOSTA DE DETALHE INCOMUM – Dd (5-15%)

CAPACIDADE DE ANÁLISE E SENSO DE OBSERVAÇÃO

São aquelas respostas que compreendem as áreas da figura abaixo de

1:25 ocorrências na população; e podem ou não estar apontadas no Atlas (isso

ocorre devido a raridade de ocorrência de respostas em determinadas áreas).

As respostas de detalhe incomum se subdividem em:

Detalhe diminuto – dd: respostas em áreas muito pequenas da mancha;

normalmente são localizadas nas extremidades. Sugere preocupação acentuada

com meticulosidades na percepção e análise das coisas, tendendo a

obsessividade.

Detalhe externo – de: também chamado detalhes marginais; usa-se as

orlas dos borrões, geralmente vistas como perfis ou contornos geográficos.

Quando numerosas indicam inibição neurótica, tendência a se manter na periferia

dos problemas receando encará-los de frente. Associa-se a algum tipo de fuga da

realidade, ou por inibição ou por insegurança. Ocorre em pessoas que não são

capazes de discutir e encarar seus problemas.

Detalhe Interno – di: quando o examinando seleciona uma parte interna da

mancha e verbaliza a resposta. Normalmente, nestes casos, o sujeito detém-se as

minúcias na análise do percepto. Relaciona-se a tendências introspectivas da

pessoa, preocupação com o próprio corpo – indicador de psicossomatização.

Detalhe inibitório – DO: caracteriza-se pela percepção de partes do corpo

humano nas figuras onde normalmente se vê o conteúdo humano por inteiro. Sinal

de ansiedade situacional ou bloqueio emocional, mobilização dos sentimentos de

insegurança e/ou tensão.

Detalhe raro – dr: resposta dada numa área pequena ou relativamente

grande e que não se enquadra ou não se caracteriza tal como os detalhes

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anteriores. É o que mais aparece nesta categoria e, conseqüentemente, é o que

assume maior relevância quantitativa.

Quando o índice de Dd se encontra dentro da média, denota capacidade de

análise com senso de observação mínimo e necessário no tratamento com coisas

e com as demais pessoas. Se o índice estiver muito acima da média, é indicativo

de pessoa extremamente detalhista e minuciosa, tendendo à obsessividade. Se,

por outro lado, o índice for baixo, tendendo a zero, é sinal de desatenção à

pequenos detalhes.

ESPAÇO EM BRANCO – S (5-15%, OU 1-2 RESPOSTAS)

INDICADOR DE ANSIEDADE SITUACIONAL

São aquelas respostas que o sujeito ou aponta somente o espaço em

branco como localização de determinada resposta, ou engloba e incorpora o

espaço em branco nas respostas G, D ou Dd. Nestes casos, a cotação poderia ser

GS, DS e DdS, ou ainda SG, SD ou SDd. A ênfase sobre o branco, segundo Vaz,

1998, “pode ser um sinal de que esta área está lhe mobilizando o sistema

emocional e perturbando possivelmente o curso do pensamento na elaboração

das respostas” (p.65-66).

A incidência de S>2 indica nível de ansiedade situacional elevado do

examinando com tendências a orientar sua inteligência para críticas excessivas;

pode indicar ainda oposicionismo sistemático já que o sujeito não interpreta as

manchas, mas sim as não-manchas. Nestes casos, faz-se importante analisar

estes dados juntamente com o tipo de vivência do sujeito (intratensivo,

extratensivo ou coartado) bem como com o resultado da fórmula do controle geral.

A ausência de S pode indicar rigidez, defesa do tipo paranóide ou ainda negação.

Page 18: Zul Liger

DETERMINANTES

Os determinantes constituem a base da interpretação diagnóstica de um

protocolo. Eles são obtidos através da resposta: “o que levou o examinando a dar

esta ou aquela resposta?” e podem ser de forma (F), cor cromática (C), cor

acromática (C’), movimento humano (M), movimento animal (FM), movimento

inanimado (Fm), sombreado radiológico (Fk), sombreado perspectiva (FK) e

sombreado textura (Fc).

A análise destes determinantes nos permite perceber não apenas a

maneira como são captados os perceptos, mas a mobilização dos conteúdos

internos do examinando, ou seja, “são a expressão da memória viva das

experiências passadas e projetadas pelo examinando sobre as manchas. São a

expressão do modo como o examinando estabelece a relação entre o mundo

externo através das manchas e o seu mundo interno” (Vaz, 1998, p.33).

Pode-se dizer que, enquanto a análise das localizações expressam o

funcionamento da inteligência, os determinantes expressam seus traços e

características da personalidade; refletem os traços psicológicos (elementos mais

estáveis da conduta elaborada ao longo do estágio de desenvolvimento dos

indivíduos) com repercussões, é claro, sobre as condições de apreensão atuais.

DETERMINANTE DE FORMA – F (50-70%)

CONTROLE GERAL SOBRE IMPULSOS E REAÇÕES AFETIVO-EMOCIONAIS

Caracteriza-se como um determinante de forma aquelas respostas cuja

verbalização tenha sido expressada somente pelo formato, sem nenhuma

combinação como cor, movimento, etc; o examinando justifica sua verbalização

somente pela forma. Ex.: Prancha I: “vejo um morcego”. Inquérito: “vejo um

morcego pelo formato, a maneira como está desenhado é parecido: as asas, as

garrinhas, as antenas...”

As respostas de forma podem ser subdividas em:

Page 19: Zul Liger

Forma de boa qualidade - F+ (75-80%): são codificadas F+ as respostas

que são dadas simplesmente pela forma, com gestalt fechada e adequada à

mancha. Expressam o funcionamento do pensamento lógico e, quando dentro da

média, denotam funcionamento adequado em seu aspecto de precisão, coerência

e organização, bem como maturidade do ego (expressa no controle de repressão

ou expressão dos impulsos afetivos); julgamento objetivo dos fatos, estabilidade

da atenção e adequação dos afetos. Quando abaixo do esperado indicam baixo

potencial de inteligência com interferência de fatores afetivos, deficiência na

atenção e no autocontrole, bem como elevada subjetividade na percepção da

realidade. Por outro lado, se o índice de F+ estiver acima da média, indica que o

probando tem percepção muito objetiva, na qual não coloca nada pessoal ou mais

criativo. Sugere autodomínio, rigidez com perda da autonomia, individualidade, e

espontaneidade.

Forma de má qualidade – F- (abaixo de 20%): caracteriza-se quando

apresenta forma confusa e vaga (examinando apresenta dificuldades para

descrever e objetivar o conteúdo) ou quando a resposta de forma aparece

combinada a fenômenos especiais comprometedores (contaminação,

confabulação, auto-referência, referência, etc.). Neste caso, a resposta pode até

ser adequada àquela área, mas quando aparece associada a estes fenômenos

cota-se F-. Quando a verbalização expressa forma abstrata sem nenhum outro

determinante combinado, a classificação da resposta também será F-. Índices

elevados de F- denotam falta de controle dos impulsos com subjetivismo no

julgamento, elevada ansiedade ou deficiência intelectual (dependendo de outros

fatores do protocolo).

Forma duvidosa – F+: classifica-se quando o conteúdo não está bem claro

para o examinando na maneira de perceber e expressar o conteúdo. Talvez a

resposta seja comum à área que ele está localizando, porém o probando tira a

precisão formal do que está vendo e fica com dúvida quanto a resposta. Quando

muito freqüentes no protocolo expressa pessoa com perturbação afetiva e

emocional, sem se tratar de psicose; ocorre mais em neurose de ansiedade e de

histeria.

Page 20: Zul Liger

DETERMINANTE DE MOVIMENTO HUMANO – M (1-2 RESPOSTAS)

EXPRESSA CRIATIVIDADE, ESPONTANEIDADE E EMPATIA

São aqueles conteúdos que expressam pessoas em movimento, em ação.

Ex.: Prancha III: “Vejo duas pessoas conversando”; “Vejo duas pessoas sentadas

e cozinhando”. É importante lembrar que postura no Zulliger, assim como no

Rorschach, é cotado como movimento humano.

O movimento humano pode ser:

Movimento humano de boa performance – M+: quando a verbalização é

a respeito de seres humanos inteiros em ação. Indicam boas condições

intelectuais e imaginação criadora.

Movimento humano de má qualidade – M-: quando a resposta é referente

a partes de humanos em ação (p. ex.:Prancha I: “dedo apontando para o céu”);

quando humanos descaracterizados realizam uma ação (p. ex.: Prancha III: “2

monstros tramando contra uma bruxa”); ou ainda quando conteúdos humanos

estão em ação porém acompanhados de fenômenos especiais como

contaminação, confabulação, idéia de auto-referência, idéia de referência e

reposta de posição. São verbalizadas por pessoas inibidas, tensas, ansiosas e de

relacionamento interpessoal receoso.

Movimento humano duvidoso – M+: ocorre quando a figura humana é

vista por inteiro, porém o examinando está em dúvida se o percepto está em

movimento ou não; ou ainda, quando não consegue definir se a figura é humana

ou humana descaracterizada.

Quando num protocolo o número de M for elevado, pode indicar inteligência

altamente criativa ou propensão a reações ou defesas do tipo maníaco. Quando

muito aumentada, indício de atitudes de afastamento do mundo exterior que pode

chegar ao autismo. Por outro lado, a ausência de M ocorre freqüentemente em

pessoas ansiosas, tensas, inibidas, depressivas ou pouco inteligentes com

dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Um índice médio sugere

criatividade, espontaneidade e empatia.

Page 21: Zul Liger

É importante analisar a proporção G:M (ideal 2:1) que nos permitirá analisar

as aspirações do sujeito. Se a proporção for maior para o global, as aspirações

estão sendo conduzidas a nível de fantasia; se esta proporção estiver invertida, é

sinal que a pessoa tem potencialidades porém não as explora adequadamente.

DETERMINANTE DE MOVIMENTO ANIMAL – FM (10-15%)

IMPULSOS E DINAMISNO

São respostas de animais em movimento (Ex. Prancha II: “2 peixes

nadando”, “2 touros de batendo”) ou em postura com modificação da tensão

muscular (Ex.: “Prancha III “2 gorilas em pé pegando algo”). As respostas FM

representam as camadas mais instintivas e profundas, é a vivência de

experiências ou fantasias mais infantis ou primárias e, por isso, crianças tendem a

expressar mais respostas FM que adultos.

FM, quando elevado, pode significar imaturidade e infantilismo; a ausência

de FM ou índice abaixo do esperado indica que o examinando não tem senso de

iniciativa, de competição e representa pessoas mais acomodadas. Quando FM >

M representa que o plano instintivo domina o plano intelectual; indicativo de

imaturidade afetiva, de tendência à ação ou fantasias menos integradas à

realidade social objetiva, egocentrismo, narcisismo. Quando esta proporção for

ideal, ou seja 1M: 2FM indicam vivacidade, energia flutuante a ser canalizada em

alguma direção e forma lúdica de lidar com os problemas.

DETERMINANTE DE MOVIMENTO INANIMADO – Fm (Fm ≥ mF + m)

São aquelas em que o conteúdo visto em movimento, (independente da

figura ser animal ou humana) é movido por forças físicas, mecânicas, químicas ou

abstratas impedindo qualquer movimento voluntário. Ex.: Prancha II: “na parte

branca, um homem caindo em queda livre de um avião”. Caracteriza-se também

por objetos se movimentando, p. ex.: Prancha III “na parte central, um avião

invisível voando”; ou ainda quando o movimento está sendo contido por alguma

Page 22: Zul Liger

força, p. ex.: Prancha II: “2 touros tentando se bater mas eles estão presos pelo

rabo”.

As respostas de movimento inanimado podem ser:

Fm (v.p.1= 0,5): quando o que está em movimento tem uma forma definida

(como no exemplo anterior).

mF (v.p.= 1,0): quando o que está em movimento é expressado pelo

examinador com dúvida ou incerteza, ou sem uma forma definida. P. Ex.: Prancha

I: “parece ser uma mancha de tinta escorrendo”.

m (v.p.= 1,5): quando o percepto não indica forma alguma. P. Ex.: Prancha

II: “na parte marrom 2 nuvens carregadas se encontrando”.

As respostas de movimento inanimado representam a carga instintiva da

personalidade, sentimentos de frustração, imaturidade, emoções hostis e

incontroláveis e desejo de afirmar-se. Representam os conflitos internos que o

examinando tem dificuldade para controlar: conflitos entre o esquema de valores

sócio-culturais internos da pessoa e as transformações que lhe são apresentadas

pelo mundo externo.

Quando Fm ≥ mF + m, significa que a pessoa está conseguindo conviver

com a situação conflitiva e resolvê-la; se esta proporção está invertida, é sinal de

que a pessoa não está conseguindo superar o conflito intrapsíquico.

DETERMINANTE DE COR CROMÁTICA – C (FC ≥ CF + C)

CONDIÇÕES AFETIVO-EMOCIONAIS

São as respostas que o examinando utilizou a cor para definir o que está

verbalizando. P. Ex.: Prancha III: “vejo uma borboleta”. Inquérito: “Vejo uma

borboleta destas coloridas”.

As respostas de cor são subdivididas em:

1 V.p.= valor ponderado, utilizado para o cálculo na fórmula Fm ≥ mF + m. Estes valores são

utilizados também para o cálculo nas fórmulas de C, C’, K, k, c.

Page 23: Zul Liger

Cor com forma precisa e bem definida – FC (v.p.= 0,5): quando o

examinando expressa um conteúdo com forma definida e integra a ele também a

cor cromática, o exemplo anterior caracteriza bem este tipo de resposta.

Cor com forma imprecisa – CF (v.p.= 1,0): ocorre nos casos em que a cor

foi o determinante principal para a verbalização da resposta. P Ex.: Prancha II:

“Vejo 2 árvores por causa dos verdinhos dos lados”. O examinando só pôde

caracterizar que eram árvores pela cor, senão não fecharia gestalt.

CF também é cotado nos casos em que a resposta tenha cor e seja

associada a conteúdos gasosos, líquidos ou difusos, que para o examinando está

adquirindo alguma forma. P. Ex.: Prancha II: “uma nuvem no total branco que é o

céu”. Inquérito: “dando a idéia nas pontas (áreas verdes) de folhagem com muitas

cores, cores muito variadas” (Vaz, 1998). Utiliza-se também CF para conteúdos

com forma definida que estejam associados a sangue. P. Ex.: Prancha III “na parte

central, duas orelhas grudadas e ensangüentadas”. Este tipo de resposta que

contém sangue, demonstra tendência a descontrole das reações emocionais.

Quando o examinando verbaliza numa área colorida “mancha de tinta ou

mancha colorida”, interpreta-se que ele, de alguma maneira, tenta dar forma ao

percepto.

Cor pura – C (v.p.= 1,5): são aquelas respostas onde somente a cor foi

determinante. P. Ex.: Prancha II: “vejo muitas cores bonitas”. A presença de cor

pura num protocolo é sempre motivo de atenção, pois pode caracterizar reações

emocionais intensas ou seja, escapes agressivos.

Os índices esperados são FC ≥ CF + C que indicam pessoas capazes de

liberar seus sentimentos, afetos e emoções de forma adequada e madura com

capacidade de estabelecer bons relacionamentos interpessoais. Quando este

índice apresenta-se de forma inversa, estamos frente a uma pessoa que, ao ser

mobilizada afetiva e emocionalmente, tem controles emocionais frágeis e sofre

dificuldades em reagir adequadamente quanto à adaptação no relacionamento

interpessoal. A ausência de respostas cromáticas indicam pessoas indiferentes ,

que não se envolvem emocionalmente, deprimidas ou com pouca receptividade

para valores afetivos; indícios de frieza meticulosa e formalismo. Segundo Freitas,

Page 24: Zul Liger

muitas respostas cromáticas e baixo percentual de F “são características de

descuidados, instáveis, superficialmente apressados, excitáveis e alegres”

(Freitas, 1996, p.71).

Existem ainda outros determinantes cromáticos, tais como:

Cor arbitrária – F/C e C/F: o examinando atribui a uma determinada área

da mancha um significado dado pela cor, inferindo através desta uma forma que

não necessariamente se relaciona com a cor específica, mas que é plausível.

Envolve processos de laboratório e fotografia, como por exemplo: prancha II “dois

rins”. Inquérito: “é a radiografia colorida dos rins”. O examinando referiu o colorido

não pela cor natural do tecido dos rins, mas pela cor que convencionalmente se

apresenta o rim (Vaz, 1998).

Cor forçada – F-C e C-F: o examinando atribui à mancha uma cor que ela

não tem; ou ainda quando o sujeito percebe um conteúdo que na realidade tem

uma cor e ele o verbaliza com expressão cromática não compatível a cor da

mancha. Ex.: prancha II “2 nuvenzinhas verdes”. Tanto a cor forçada, quanto a

arbitrária podem ser indícios de labilidade afetiva, relacionamento interpessoal

cauteloso e tímido.

Cor descrita – Cdesc: o examinando simplesmente descreve as cores das

lâminas. P. Ex.: Prancha II: “cor vermelha, tem umas partes mais claras, outras

mais escuras...” Pode caracterizar desordem intelectual, pessoas com

necessidade de apoio ou com sentimentos de impotência.

Cor nomeada – Cn: o examinando somente nomeia as cores dos

dispositivos. P. Ex.: prancha II: “verde, vermelho e marrom”. Pode ocorrer em

deficientes mentais, ou ainda em pessoas com baixo poder intelectual ou

epiléticas.

Cor simbólica – Csimb: a cor expressa algo para o examinando. P. Ex.:

prancha III: “este vermelho me lembra o amor... ainda mais que está no meio de

duas pessoas”. A presença deste tipo de resposta é indicativo de que o sujeito

está tentando sublimar suas pulsões agressivas.

Page 25: Zul Liger

DETERMINANTE DE COR ACROMÁTICA – FC’(FC’ ≥ C’F + C’)

TENDÊNCIA A AFASTAR-SE DOS ESTÍMULOS QUE POSSAM MOBILIZAR AS EMOÇÕES

E SENTIMENTOS.

São aquelas respostas onde o preto, escuro ou cinza foram determinantes

para a resposta. Assim como as respostas de cor cromática, as acromáticas

subdividem-se em:

FC’ ou Fclob (v.p.= 0,5): onde o percepto apresenta forma definida, porém

o escuro foi determinante para que o examinando pudesse percebê-lo. P. Ex.:

Prancha I: “um besouro”. Inquérito: “vi um besouro pelo formato, mas também por

que é escuro como um de verdade”.

C’F ou clobF (v.p.= 1,0): são aquelas respostas que o examinando se

refere à área acromática do percepto. P.Ex.: prancha III: “vejo duas coisas

parecidas com pessoas... parecem que estão de vestido preto...”

C’ ou clob (v.p.= 1,5): verbalizações sem nenhuma forma definida onde o

examinando se refere ao acromático do percepto. P. Ex.: prancha I: “vejo cores

pretas... partes meio cinzas...”

Segundo Vaz, “as cores acromáticas FC’, C’F e C’ expressam depressão

como traço de personalidade e não apenas reações depressivas transitórias (tipo

depressão situacional)” (Vaz, 1998, p. 78).

Quando FC’ ≥ C’F + C’ é sinal de que a pessoa está em condições normais.

Porém, quando esta proporção está invertida e se houver presença de C’, indica

tratar-se de depressão crônica.

DETERMINANTE DE SOMBREADO RADIOLÓGICO – Fk (Fk ≥ kF + k)

ANSIEDADE E ADAPTAÇÃO RACIONAL

São respostas referentes a radiografias, mapas geográficos, slides, fotos,

filmes ou cartões de transparência. É a extensão tridimensional projetada em um

plano bidimensional.

Este determinante é subdividido em:

Page 26: Zul Liger

Fk (v.p.= 0,5): são aqueles conteúdos onde o mapa, radiografia, foto, etc,

tem uma forma definida, um conteúdo específico. P. Ex.: Prancha I:”é a radiografia

de um pulmão”. É sinal de que a pessoa, quando enfrenta uma situação de

tensão, fica ansiosa e recorre à intelectualização para se defender.

kF (v.p.= 1,0): são aquelas verbalizações onde a forma não é bem definida.

P. Ex.: Prancha I: “radiografia”. Inquérito: “lembra vagamente a radiografia de dois

pulmões”. O sujeito tenta controlar a ansiedade porém de forma precária.

k (v.p.= 1,5): são aquelas respostas que o examinando não é capaz de

determinar a forma. P. Ex.: Prancha I: “uma radiografia”. Respostas de sombreado

radiológico puro denotam falta de controle sobre a ansiedade e condições para

suportar conflitos.

Respostas de sombreado radiológico revelam sentimentos desagradáveis

da pessoa vividos intensamente diante de situações novas e desconhecidas que

deverão ser superadas por ela.

Quando a proporção apresenta-se na forma ideal (Fk ≥ kF + k), sinaliza que

o indivíduo procura meios de adaptação ou ajustamento quando enfrenta uma

situação que lhe causa ansiedade, normalmente recorre à intelectualização. Caso

contrário, demonstra que o sujeito não tem esta capacidade.

DETERMINANTE DE SOMBREADO DE PERSPECTIVA – FK (FK ≥ KF + K)

ANSIEDADE E ADAPTAÇÃO AFETIVA

São imagens que envolvem percepção tridimensional, que dão idéia de

perspectiva, de profundidade. Normalmente neste tipo de resposta o examinando

utiliza expressões do tipo: “lá embaixo”, “bem longe”, “visto de cima”...

Se subdivide em:

FK (v.p.= 0,5): quando apresenta sombreado, porém com forma definida.

P. Ex.: Prancha II: “nesta parte branca vejo a entrada de uma caverna”. A pessoa

é capaz de elaborar o sofrimento causado diante de uma situação de tensão.

Page 27: Zul Liger

KF (v.p.= 1,0): quando se trata de um conteúdo visto em perspectiva que

assume alguma forma. P. Ex.: Prancha III “[colocou a prancha sobre a cabeça]

parece duas nuvens no céu tomando a forma de pessoas”.

K (v.p.= 1,5): quando o examinando não atribui nenhuma forma ao

percepto. P. Ex.: Prancha I: “uma nuvem enorme”. Caracteriza ansiedade livre

flutuante, ou seja, incapacidade de suportar o mínimo de estímulo ansiogênico.

Respostas de sombreado de perspectiva expressam a capacidade de

adaptação afetiva, ansiosa, cautelosa para melhor suportar o sofrimento e evitar a

depressão. Quando FK ≥ KF + K, expressa capacidade do examinando de

elaborar bem a ansiedade.

DETERMINANTE DE TEXTURA – Fc (Fc ≥ cF + c)

CONTATO HUMANO E INTERAÇÃO SOCIAL

São respostas que contenham alguma percepção tátil como: suave, macio,

fofo, áspero, rugoso, etc. Pêlos e cabelos também são classificados como textura.

Muitas vezes o examinando toca a lâmina para ver se sente a textura.

São subdividas em:

Fc (v.p.= 0,5): quando o conteúdo com textura tem forma definida. P. Ex.:

Prancha III: “duas pessoas com cabelos compridos”.

cF (v.p.= 1,0): quando o conteúdo apresenta textura porém com forma

vaga. P. Ex.: Prancha II: “coisas meio gosmentas”. Inquérito: “nesta parte marrom

parece quando um bicho sai do ovo ou casulo que tem aquela gosma”.

c (v.p.= 1,5): o conteúdo é verbalizado sem forma, o examinando expressa

somente a textura. P. Ex.: prancha I: “pêlos”. Inquérito: “pêlos somente”.

Respostas de textura expressam a necessidade do examinando quanto ao

contato social. É um indicativo de deslocamento dos afetos e emoções para

atividades e contatos sociais. Quando aparece na proporção ideal ( Fc ≥ cF + c) é

sinal de atitude adequada, com devida percepção de limites na busca de afeto em

outras pessoas.

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DICAS

Muitas vezes, numa mesma resposta aparecem vários determinantes.

Deve-se analisar todos, porém eles devem obedecer uma ordem:

M > C > c > F > FM > m > C’ > K > k

Page 29: Zul Liger

PARTE IV

CONTEÚDOS

O conteúdo é a terceira categoria de classificação das respostas do teste,

referindo-se ao que foi verbalizado, percebido, ao que o sujeito viu. Relaciona-se

com comunicação e como o sujeito se relaciona com a esfera intelectual. Para a

classificação dos conteúdos utilizam-se as seguintes categorias, ou grupos:

H – Humano: quando a figura humana é vista como pessoa autêntica,

inteira. Os conteúdos humanos em geral assinalam interesses por pessoas de

forma geral; os conteúdos H, especificamente, representam uma percepção

realista dos outros e de si mesmo.

(H) – Humano descaracterizado: conteúdo com características não

autênticas de pessoa, ou seja, com conotações sobrenaturais, espirituais,

mitológicas, legendárias, antropomórficas e extraterrestres. Implica uma

percepção dos demais e de si excessivamente deformada por fantasias.

Hd – Detalhe humano: parte (membros externos) de figura humana.

Assinala uma percepção parcial das pessoas e de si mesmo.

(Hd) – Detalhe humano descaracterizado: detalhe humano com as

características indicadas em (H). Neste caso há uma visão do ser humano muito

pouco realista.

Quando os conteúdos humanos são pouco freqüentes no protocolo há

indicativos de dificuldades nas relações interpessoais; por outro lado, se aparecem

conteúdos humanos associados a movimentos de cooperação2, provavelmente os

comportamentos nas relações interpessoais estão relacionados a amabilidade e

cooperação.

A – Animal: animal visto por inteiro. São os conteúdos normalmente mais

freqüentes num protocolo dando uma idéia da amplitude de interesses. As

2 Respostas de movimento onde aparecem dois ou mais objetos ou pessoas numa interação claramente

cooperativa, por exemplo: Prancha III: “duas pessoas levantando uma panela”.

Page 30: Zul Liger

respostas de conteúdo animal são calculadas considerando as respostas A e Ad e

esperam-se porcentagens entre 35 - 50%.

Conteúdos animais com ocorrências superiores a 50% num protocolo

retrata interesses restritos, esteriotipia do pensamento, pouca flexibilidade e pouca

capacidade de adaptação. Porém, se estes interesses coincidem com as

atividades desempenhadas, podemos perceber extrema dedicação. Caso as

ocorrências sejam inferiores a 35% são indícios de diversidade de interesses, com

comportamentos pouco comprometidos com as atividades desenvolvidas a longo

tempo.

Ad – Detalhe animal: parte (membros externos) de figura animal.

(A) – Animal descaracterizado: animal com característica de pessoa,

sobrenatural ou mitológica.

(Ad) – Detalhe animal descaracterizado: detalhe animal com conotação

humana, antropomórfica, mitológica ou extraterrestre.

Obj – Objeto: objeto para uso geral. Normalmente, segundo Vaz (1998)

aparece em protocolos de pessoas que trabalham em atividades que envolvem o

manuseio de equipamentos. Por exemplo, telefonistas, médicos, auxiliares de

enfermagem... A média fica em torno de aproximadamente 5% dos conteúdos.

Hobj – Objeto humano: de uso pessoal.

Aobj – Objeto animal: uso animal (por exemplo: coleira).

Objesp – Objeto espacial: construto feito para voar.

Abstr – Abstrato: conteúdos de natureza abstrata.

Al – Alimento: substância ou produto alimentar. Este conteúdo é, segundo

Zdunic (1999), raro de aparecer e caracteriza comportamentos de dependência.

At – Anatômico: órgão interno do corpo humano ou animal, ossos ou

conteúdos radiológicos. Esses conteúdos, quando muito freqüentes, assinalam

uma maior preocupação com questões corporais do que o esperado. Indícios de

transtornos psicossomáticos com componentes hipocondríacos.

Pl – Planta: flora.

Nat – Natureza: astros, minérios, metais.

Page 31: Zul Liger

Água – Água: este conteúdo deve ser classificado como categoria

específica pelo significado interpretativo como sinal de conflito.

Arte – Arte: elaboração ou criação artística.

Nuv – Nuvem.

Geo – Geografia: conteúdo visto em mapa geográfico.

Arq – Arquitetura.

Mec – Mecânico: natureza mecânica.

Sangue – Sangue. Este conteúdo pode ser indício de dificuldades no

manejo de aspectos agressivos.

Sex – Sexo: parte ou órgão com função sexual. Quando muito freqüente,

sugerem comportamentos sociais pouco prudentes.

Fogo – Fogo.

Másc – Máscara.

Expl – Explosão: qualquer contéudo visto em explosão.

Cena – Cena: conteúdos humanos ou animais em ação dentro de cenário

ou pano de fundo.

Alguns autores como Zdunic sugerem outros conteúdos, tais como:

Cg – roupas: conteúdos relacionados a vestimentas. Revelam

preocupação em manter uma imagem externa que seja bem percebida pelos

demais, bem como facilidade para o descontrole emocional. Aparece mais

freqüentemente em mulheres.

RESPOSTAS POPULARES

As respostas populares ou banais significam as condições pessoais do

sujeito perceber o que a média dos indivíduos do seu grupo de referência percebe;

seria a habilidade, as condições que a pessoa tem de perceber as coisas, as

situações, a realidade de como elas são, em consonância com as do grupo a que

pertence. São indícios de como o comportamento da pessoa se ajusta ou se

adapta na prática com a situação do dia a dia: como ela se percebe, como tenta

resolver suas tarefas e como se organiza no contexto geral. Os critérios para a

Page 32: Zul Liger

classificação das respostas populares considera aquelas que, dentro de um grupo

de 100 sujeitos, aparece em 33 deles. Cícero Emídio Vaz (1998), em sua pesquisa

com 1.341 sujeitos do estado do Rio Grande do Sul, apontou algumas respostas

populares que estão listadas em seu livro juntamente com o Atlas de localização

das mesmas.

TABULAÇÃO DOS DADOS

Para a classificação das respostas, os resultados são transcritos numa

folha de cálculo para melhor visualização (Anexo 3).

Page 33: Zul Liger

PARTE V

INTERPRETAÇÃO DA LÂMINAS

A fase de interpretação visa analisar os significados das respostas obtidas

no Z-Teste e o que expressam da personalidade do sujeito. Para isso, é

indispensável, como afirma Vaz (2002), uma abordagem quantitativo-dinâmica,

por parte do psicólogo, para a compreensão e a avaliação adequada da

personalidade. O profissional deve estar, também, bem familiarizado com a

técnica.

Na interpretação das variáveis, o número de respostas dadas no Z-Teste

indica o nível de capacidade de produção (intelectual) e associação do sujeito,

assim como seu desempenho e realização. Um número grande de respostas pode

representar uma facilidade em exteriorizar-se, em empenhar-se no trabalho, ou

até uma obsessividade enquanto que um baixo número representa falta de

motivação, desinteresse, dificuldade intelectual, defensividade, depressão,

bloqueio emocional ou, ainda, desconfiança com relação ao teste. Entretanto, é

necessário levar em conta o tipo de ocupação profissional e o nível de instrução e

cultural do sujeito ao interpretar o número de respostas.

Considerando o número de respostas por diapositivo, o diapositivo I indica a

capacidade de adaptação inicial do sujeito diante de novas situações, o II, que

contém estímulos coloridos e espaços em branco, mobiliza o sistema afetivo-

emocional e o diapositivo III representa a capacidade de relacionamento

interpessoal, a criatividade e a empatia.

A categoria das localizações estão relacionadas com a maneira como a

pessoa percebe e observa racionalmente a realidade, os aspectos do meio

externo, como a pessoa utiliza sua inteligência.

As respostas G ( percentual esperado: 20 a 30%) referem-se à percepção

de síntese, de conjunto, de abstração e capacidade de planejamento, de

apreensão dos aspectos mais amplos das situações. Entre as respostas globais,

as respostas DG elaboradas indicam a capacidade de planejamento e senso de

Page 34: Zul Liger

organização; as Gcort relacionam-se à inibição do pensamento e do senso crítico

e as G confabuladas indicam uso não adequado da fantasia e fuga à realidade

enquanto as contaminadas referem-se à desagregação do pensamento,

observadas geralmente em transtornos esquizofrênicos. De maneira geral, um

número elevado de respostas globais demonstra visão fantasiosa e infantil – ou

fuga – da realidade; e um número inferior à média sugere pessoa pouco

inteligente, visão de conjunto e capacidade de síntese precárias. Quando a G é

associada a espaço em branco indica sentimentos de tensão em relação ao meio

externo. Quando o índice de Global é associado ao Movimento humano indica o

nível de aspirações na vida do sujeito, sendo adequada a proporção de 2 G para 1

M.

As respostas D (percentual esperado: 20 a 30%) relacionam-se com a visão

objetiva da realidade, com a inteligência voltada para o concreto. Indicam o modo

como o sujeito percebe as coisas, a realidade, senso de objetividade e

discernimento. Diz respeito à inteligência prática e observação concreta. Quando o

percentual de D é inferior à média quer dizer que o sujeito apresenta prejuízo na

capacidade de percepção objetiva da realidade, evitação e inadaptação à

realidade. E quando D é superior à média sinaliza preocupação excessiva com

detalhes, pessoa rigorosa e exigente.

As respostas Dd (percentual esperado: 15%) indicam a capacidade de

análise, observação e bom senso. Referem-se à percepção que o examinando

tem das partes de um todo. Um índice elevado de Dd indica pessoa cuidadosa e

minuciosa e pode supor um apego à coisas insignificantes.

O espaço em branco é interpretado como oposicionismo dirigido à própria

pessoa ou ao externo (quando o índice é superior a 2; o percentual esperado é

8%), ansiedade situacional, expressando sentimentos de desprazer, insegurança,

tensão diante de dificuldades. A ênfase no branco pode ser sinal de perturbações

no curso do pensamento enquanto o sujeito elabora a resposta e indica que o

sistema emocional pode estar sendo mobilizado. Porém, a ausência de S pode

indicar rigidez, defesa paranóide ou até negação.

Page 35: Zul Liger

As categorias dos determinantes refletem o que o indivíduo tem como base

de sua personalidade, os traços e as características mais estáveis da sua

personalidade. São os determinantes que indicam quais os fatores psicológicos

que estão presentes na elaboração da resposta.

A forma (total de F%: 30 a 50%) é o elemento estruturador e ordenador,

sendo interpretado como a expressão lógica e racional da percepção, expressão

do controle da pessoa sobre seus instintos e reações impulsivas. Quando o

percentual está acima da média esperada indica controle demasiado e repressão

dos afetos e emoções, com prejuízo da espontaneidade, impessoalidade, rigidez.

Quando o percentual é inferior sugere uma desconsideração do meio externo,

individualidade em excesso, pobreza intelectual e baixo senso de

responsabilidade. O somatório de F+, F- e F+/- demonstra as condições

intelectuais para a percepção das coisas com objetividade, sem a interferência

prejudicial das emoções.

As respostas de Movimento humano significam a criatividade,

espontaneidade, empatia e capacidade de integração. Revelam potencial interno,

as vivências e experiências. O índice elevado de M (acima de 3) indica inteligência

altamente criativa, pessoas voltadas para a reflexão interna ou propensão à

defesas maníacas. Já a ausência de M sugere pessoas ansiosas, tensas, inibidas

ou introversivas, pouco inteligentes ou depressivas.

As respostas de movimento animal referem-se ao que há de mais primário

e arcaico na estrutura de personalidade, representando instintos e impulsos.

Demonstram algo desejável, mas irrealizável. A verbalização de conteúdos

animais em ação, como afirma Vaz (2002), é uma característica da infância.

Quando Fm é maior que M supõe auto-controle e auto-afirmação insuficientes,

imaturidade e infantilismo. Já a ausência de Fm num protocolo indica falta de

senso de iniciativa e competição.

O movimento inanimado representa os conflitos internos, entendidos como

hostis e incontroláveis, da pessoa e as dificuldades nesse aspecto.

As respostas de cor mobilizam o mundo interno da pessoa e causam-lhe

reações tanto de aproximação como de afastamento. As respostas de cor podem

Page 36: Zul Liger

ser do tipo FC – predomínio da forma sobre a cor - , que indicam sujeitos com

afetividade controlada, maduros e autênticos (média: 1 a 2 FC); CF – a cor

prepondera – , que sinalizam sujeitos com afetividade lábil, imaturidade,

sugestionabilidade e irritabilidade; C – cor pura – que expressa tendência a reação

emocional intensa. O índice de FC >_ CF+C, quando FC é maior que CF + C quer

dizer que o examinando é capaz de liberar seus sentimentos de forma adequada e

madura e assim estabelecer um bom relacionamento interpessoal.

A textura é interpretada, no Z-Teste, como a necessidade de contato

humano e social, ligados à percepção tátil. Representa as trocas afetivas entre o

mundo interno e o externo. As pessoas que são capazes de atitudes adequadas

quanto à expressão das condições afetivas apresentam Fc proporcionalmente

igual ou maior que cF+c. A textura compreende o deslocamento dos afetos para

atividades e contatos, indicando a capacidade para interação social.

As respostas de cor acromática indicam uma tendência à depressão, à

evitação de estímulos que possam mobilizar reações emocionais para o externo.

Se surgem C’ em excesso indica que o sujeito não se coloca frente a uma

situação nova de maneira aberta. A proporção esperada é de FC’ ser maior ou

igual a C’F+C’.

O determinante sombreado radiológico sugere ansiedade e adaptação

racional. Fk indica intelectualização, devido à ansiedade frente à alguma situação

de tensão, onde a pessoa não envolve sentimento nem afeto. K indica uma

tendência à falta de condições em suportar situações que poderiam causar

ansiedade, o sujeito não suporta frustrações. KF revela que o sujeito tenta

controlar a ansiedade, mas de forma não adequada. A adaptação racional é

menos saudável que a afetiva.

O sombreado de perspectiva e profundidade demonstra um aumento no

nível de ansiedade situacional, ou seja, a pessoa, diante de situação de tensão, se

mobiliza emocionalmente e sofre, ainda que tenha condições de enfrentá-la,

elaborá-la (introspecção e vivência dos sentimentos) e de auto-criticar-se.

As respostas relacionadas aos conteúdos informam sobre a variedade de

interesses do sujeito e são menos estáveis. Pessoas que são flexíveis no modo de

Page 37: Zul Liger

perceber ou avaliar as coisas e situações emitem três ou mais categorias de

conteúdo. Menos de três categorias de conteúdo são expressas por pessoas

inflexíveis e de conduta estereotipada. As categorias H e Hd significam

capacidade de relacionamento (percentual esperado: entre 15 e 25%). (H) e (Hd)

referem-se a relacionamento interpessoal cauteloso e controlador. Os conteúdos

animais, comuns em crianças, demonstram a ligação emocional que o sujeito

mantém com o ambiente; são menos esperados em adultos. Quando acima da

média indicam estereotipia de pensamento e pouca capacidade de adaptação. Os

conteúdos anatômicos revelam uma supervalorização da inteligência (superior a

14%). As respostas de objeto correspondem a pensamento concreto, objetivo

tendendo a valorações objetivas. Em adultos indicam infantilidade ou limitação.

Assim como as respostas de conteúdo natureza, as de objeto aproximam-se do

pensamento animista infantil. As respostas sexuais são mais raras, quando

aparece mais de uma indicam que as necessidades sexuais têm papel

preponderante na vida do sujeito.

As respostas populares ou banais (freqüência esperada: 20 a 35%)são

interpretadas como o ajustamento do pensamento ao da coletividade, como a

pessoa se ajusta e se adapta no dia-a-dia, como a habilidade que o sujeito tem em

perceber as coisas como elas são; indica a capacidade de assimilar normas e

valores do ambiente. Quando o percentual é inferior ao esperado revela pessoa

que tem dificuldade em captar o óbvio e lidar com os fatos cotidianos.

Page 38: Zul Liger

Desempenho – R

Percepção racional de conjunto e senso de organização – G

Discernimento e senso de objetividade – D

Senso de observação e capacidade de análise – Dd

Controle geral sobre impulsos e reações afetivo-emocionais – F

Funcionamento do pensamento lógico – F+

Criatividade, espontaneidade e empatia – M

Dinamismo – FM

Condições afetivo-emocionais – FC ≥ CF+C

Atitude oposicional: Ansiedade oposicional - respostas BL e (bl)

Relacionamentos Interpessoais – H

Imaturidade – A

Adaptabilidade a padrões e normas sociais – (v)

Observar:

T.R.I

Respostas Radiológicas

Perspectiva

CHOQUES – PATOLOGIAS

Choque Clob

Choque M (ou choque K)

Choque cor

Fenômenos especiais.

Page 39: Zul Liger
Page 40: Zul Liger

2

DESEMPENHO

R<7

Defensividade e medo de se expor

7 > R > 15 Capacidade de produção e realização adequada

R > 15

Obsessividade: quer expressar tudo e tende a dispersão

+ (F+) + ( FC > C + CF) = obsessividade adequada à profissão: senso de

cuidado, espírito empreendedor.

PERCEPÇÃO RACIONAL DE CONJUNTO E SENSO DE ORGANIZAÇÃO

G < 13% Falta de visão de conjunto da realidde, capacidade de síntese prejudicada e baixa

capacidade de planejamento e organização

13 < G <

35% Boa capacidade de intergração e síntese; de perceber o todo de forma racional

G > 35% Fanatsia demais, foge da realidade abstraindo

G + Bl G + Bl + (M < C)

Ansiedade e tensão frente as vivências Oposicionismo ao meio em que se insere

OBJETIVIDADE E BOM SENSO

D < 40%

Dificuldade em perceber a realidade objetivamente, não encarando o óbvio e

inadaptação à realidade.

+ G=0 + DdBl : Obsessividade comprometedora e possibilidade de desagregação

do pensamento.

D=0 + G > 35%: falta de bom senso, pouca objetividade e imaturidade.

+ G>35%: Capacidade intelectual limitada ou algum transtorno emocional.

40 < D < 60%

Praticidade e objetividade no modo como percebe o mundo, percebe as coisas

como são na realidade (bom senso). Capacidade de resolver os problemas práticos

do dia a dia.

D > 60%

Rigorosidade, exigência no modo de perceber o mundo em detrimento do real e

da visão de conjunto. Inteligência prática, voltada para atividades concretas.

Page 41: Zul Liger

3

SENSO DE OBSERVAÇÃO E CAPACIDADE DE ANÁLISE

Dd < 6% Pouca capacidade de perceber detalhes.

6 < Dd <

16%

Capacidade de perceber detalhes menos parentes da situação, senso de observação

aguçado.

Dd > 16%

Senso de observação muito apurado, minusioso e cuidadoso com pequenos detalhes.

Ambição material; pode estar relacionado á insegurança ou ausência de sentido

prático em pessoas inteligentes.

DO > 2 respostas Baixo poder de elaboração frente à situações de ansiedade e tensão =

bloqueio emocional.

ANSIEDADE OPOSICIONISTA OU CRITICISMO

Bl < 2

1 < Bl < 2 Ansiedade situacional a níveis normais.

Bl > 2

Bl > 2 +

(CF + C) >

FC + F% <

50%

Propensão a críticas mordazes e a reações emocionais descontroladas.

Bl = 0

Rigidez, defesa do tipo paranóide ou negação

Bl = 3 +

(Bl) - Inteligência mais elaborada

Page 42: Zul Liger

4

CAPACIDADE DO INDIVÍDUO SE MANTER OBJETIVO E REALISTA FRENTE ÀS

SITUAÇÕES

F < 50%

Descontrole emocional, espontaneidade e reação pessoal. Desconsideração pelo

meio externo e pela realidade, utilizando excessivamente sua individualidade.

Intenso envolvimento subjetivo, repelindo os estímulos ambientais.

Se associado a contaminação, confabulação, referência e perseveração investigar

possibilidade de degradação do pensamento (psicótico).

Se acompanhado de movimento, cor cromática e sombreado, de boa qualidade há

possibilidade de se tratar de pessoa com pouco interesse em manter relações

impesoais e que pode ser espontânea, criativa e sensível na sua relação com o

mundo.

50 < F < 70%

Senso lógico, controle racional adaptativo; capacidade de perceber a realidade com

objetividade, sem interferência prejudicial ou distorcida das emoções. Demosntra

controle dos impulsos e adequada adaptação à realidade externa.

F > 70%

Indica controle demasiado, repressão dos afetos e emoções, não deixando o

emocional interferir em suas atividades. Pessoa rígida, severa e exigente, que

apresenta contato superficial com a realidade, medo de se revelar, pouca

imaginação, impessoalidade com prejuízo na espontaneidade. É dirigido pelos

aspectos externos.

FUNCIONAMENTO DO PENSAMENTO LÓGICO

F + < 75%

Pensamento pouco objetivo, processo intelectual sofrendo interferências dos

afetos. Deficiência na atenção e auto-controle. Subjetivismo na percepção dos

fatos, ocasionando dificuldade para agir de modo adequado ao meio, fazendo

julgamentos críticos inadequados. Em virtude da distorção da percepção. Baixa

qualidade de produção

75 < F+ < 80%

Julgamento objetivo dos fatos, estabilidade da atenção e adequação dos afetos.

Sujeito que sabe quando deve reprimir ou expressar seus impulsos afetivos.

Revela adequação e maturidade de ego.

F + > 80%

Controle rígido do pensamento, não aceitando erros. Percepção objetiva e tenaz

da realidade, não colocando conteúdos seus em tal percepção. Apresenta

obstinação na realização das tarefas, auto domínio, rigidez, com perda da

autonomia e individualidade. Boa qualidade de produção.

F - < 75%

75 < F- <

80%

F - > 80%

Page 43: Zul Liger

5

CRIATIVIDADE, ESPONTANEIDADE E EMPATIA

M <

75 < M <

80%

M >

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6

Page 45: Zul Liger

7

PARTE VI

REFERÊNCIAS

Freitas, A M. L. (1996) Teste de Zulliger: aplicação. São Paulo: Casa do psicólogo.

Vaz, C. E. (1998) Z-Test: Técnica de Zulliger: forma coletiva. São Paulo: Casa do

Psicólogo.

Zdunic, A L. (1999) El test de Zulliger en la evaluación de personal. Aportes del

Sistema Comprehensivo de Exner. Buenos Aires, Barcelona, México: Paidós.

Page 46: Zul Liger

8

CASOS CLÍNICOS DE EXEMPLO

EXERCÍCIO DE INTERPRETAÇÃO DO ZULLIGER

EXERCÍCIO 01

RESPOSTAS

Pr-R Respostas Loc. Det. Cont. P

I-1 Inicialmente parece mesmo um besouro. É lembra

um besouro. (Cabecinha, perninha, garrinha,

anteninha)

G F+ A P

I-2 Tem aqui o desenho de uma folha. Posso manipular?

(No centro. É o contorno, essa forma)

G F+ Pl

II-3 Aqui parece um pulmão com as vértebras (Não só o

contorno como a própria cor. O contraste das cores,

as vértebras brancas são como nas radiografias [?]

Na radiografia tem o contraste mas aqui é como é na

realidade, imagino que o pulmão seja dessa cor.)

Ds FC, Fk At

II-4 Aqui lembra um olho estilizado, de perfil. deixa eu

ver..deixa eu manipular...o que mais ressalta é isso,

de resto nada. (Isso, a pupila com o fundo branco e

os cílios, o branquinho do olho. São dois olhos)

DS F+ Hd

III-5 Essas garras lembram sirizinho, um escorpião. É um

siri por que escorpião tem garras atrás. Siri ou

carangueijo. (Nessa parte, o formato, esta garrinha

na frente).

D F+ A

III-6 Aqui no máximo um insetosinho (O contorno desse

insetosinho, borboletinha, corpinho e asas.).

D F+ A P

Page 47: Zul Liger

9

Page 48: Zul Liger

10

SUMÁRIO ESTRUTURAL

Agrupamento I: Tríade Cognitiva

Processamento Índice de Economia %G : %D : %Dd 33% : 33% : 0% N

Abertura à Experiência % F 83% Elevado

Índice de Aspiração G : M 2 : 0 G > M G > M

Mediação Respostas Populares %P 33% N

Forma Convencional %F+ 100% N

Forma Distorcida %F- 0% N

Distorção do Espaço Branco S e F- - N

Ideação Tipo de Vivência (Erlebnistypus) EB 0 : 0,5 Extratensiva

Intelectualização Abstrato e Arte. 0 N

Ideação não deliberada FM + m 0 N

Pensamento lógico e coerente Conf. Cont. DO e

outros

0 N

Agrupamento II: Afeto, Auto-percepção e Percepção Interpessoal

Afeto Modulação do afeto: Proporção

Forma-Cor

FC : CF + C 1 : 0 1 N

Proporção de Constrição SomaC' 0 N

Tendência a Autonomia: Respostas

Espaço

%S 33% Aumentado

Tendência a negação: Projeção de

cor

F-C e C-F 0 N

Carga de Estresse Emocional:

Proporção de Sombreados

SomaSH 1 N

Tendência a afeto disfórico

ambivalente

Cor-Sh 1 FC + Fk

Auto-percepção Noção Identidade Estável H : (H) + Hd + (Hd) 0 : 1 -1 N

Autocrítica SomaK 0 N

Anatomia e Raio-x At e Somak 1 Medianmente

Aumentado

Percepção interpessoal Comida Al 0 N

Isolamento Nuv, Geo, Nat 0 N

Interesse interpessoal H : (H) + Hd + (Hd) 0 : 1 -1 Medianamente

diminuído

Concepção Real/Imaginada H+Hd + A + Ad:

(H)+(Hd) + (A) +

(Ad)

4 : 0 4 N

Concepção Integral/Parcial H+(H)+A+(A) : Hd

+ (Hd) + Ad + (Ad) 3 : 1 2 Medianamente

tendendo à parcial

Contato interpessoal Somac 0 N

Page 49: Zul Liger

11

Seção Principal - Estilos de Personalidade, Controle, Tolerância ao Estresse Tipo de Vivência (Erlebnistypus) EB 0 : 0,5

Experiência Efetiva EA 0,5

Experiência Base eb 0 : 1

Estimulação Sentida es 1

Nota D: Manejo do Estresse EA - es - 0,5 N

Page 50: Zul Liger

12

SÍNTESE

S. respondeu ao teste de Zulliger com o objetivo de levantar as características de

personalidade e seus recursos e deficiências quanto ao ajustamento psicológico geral.

O processamento cognitivo está relacionado a quais informações as pessoas selecionam e

prestam mais atenção, como e em quais tipos de idéias elas traduzem estas informações que

mediam o contato com a realidade e como usam estas informações na elaboração de novas

idéias. O teste sugere que S. prefere prestar mais atenção as informações fáceis e óbvias de

sua experiência o que indica um estilo mais econômico no processamento das informações

(%G , %D). O teste também sugere que ela evita apreensões mais complexas das

informações fugindo para detalhes não tão importantes que são mais infrequentes de serem

percebidos pelos outros (%Dd).

Provavelmente um dos pontos mais importantes quanto ao processamento cognitivo

relaciona-se à mediação. O teste sugere que S. traduz suas experiências em idéias diferentes

das habituais, idéias individuais, não convencionais, mais idiossincráticas (%P, %F+, %F-).

Estas traduções representam idéias distorcidas da realidade e podem provocar problemas de

ajustamento decorrentes do fato de que o mundo representacional a partir do qual S.

formula seus comportamentos não ser tão fiel à realidade. Este ponto merece maior atenção

em futuras avaliações e intervenções.

Quanto à ideação embora os dados para a definição do tipo de vivência sejam muito

escassos o teste sugere que provavelmente S. é mais aberta aos sentimentos e emoções em

sua atividade ideacional relacionada a resolução de problemas (EB 0 : 1). O teste sugere

que S. provavelmente vive uma tensão interna gerada por necessidades insatisfeitas que

forçam gratificação e interferem na ideação dificultando a capacidade de controle do foco

da atenção (FM). Também há indicadores de um sentimento de incômodo, perda de

controle, relacionados a vivência de situações estressantes. Em resumo o teste sugere que S.

vive uma atividade mental de alerta pronta para entrar em ação.

Quanto a vivência afetiva S parece tender a dar vazão aos sentimentos e exprimi-los de

maneira mais espontânea e relaxada (CF). Como já se colocou acima há indicações de

afetos negativos e estados de irritação (FM, Fc, FK).

Em relação a auto-precepção teste sugere uma preocupação acentuada com o

funcionamento corporal (At). Em relação à percepção interpessoal embora S. apresente

necessidade de contato (cF) ela parece possuir pouco interesse em pessoas, talvez sendo

mais isolada e emocionalmente afastada (H e Hd).

Em síntese os aspectos mais significativos relacionados ao ajustamento encontrados na

avaliação de S são referentes à mediação e ao controle os quais merecem maior atenção em

investigações e intervenções posteriores.

Page 51: Zul Liger

13

Estudo de Caso 02

Nome: L.R.M.

Idade: 26 anos. Sexo: Feminino

Instrução: 3º grau incompleto

Atividade: Estudante

Variáveis do Z-Teste Marcar Variáveis do

Z- Teste

Assinalar se

a proporção for

>1 <1 =

Total de Respostas 14 Proporção = M/FM X

R no Cartão/Diapositivo I 3 Proporção =M/C X

R no Cartão/Diapositivo II 6 Proporção =FC/ (C+CF) X

R no Cartão/Diapositivo III 5 Proporção = Fc/(c+cF) X

Diapositivo/cartão Rejeitado ---- Proporção = FK/(K+KF) X

Percentual de G (G/Rx100) 21% Proporção = Fk/(k+kF) X

Percentual de D (D/Rx100) 50% Proporção

=FC’/(C’+C’F)

X

Percentual de Dd (Dd/Rx100) 29% Proporção =Fm/(m+mK) X

Incidência de S (espaço em

Branco)

2

Percentual F= (F + F +

F./Rx100)

7%

Fenômenos Especiais Diapositivos

Percentual F+= (F+/Fx100) 0%

Percentual F- = (F-/Fx100) 100% I II III

Percentual F. = (F./ Fx100) 0% Confabulação

Percentual M =(M +M +

M/Rx100)

36% Idéia de Referência

Percentual M+ = (M+/Rx100) 80% Idéia de Auto-referência

Percentual M- = (M-/Rx100) 20% Confabulação

Percentual M. = (M./Rx100) 0 Contaminação

Percentual H+Hd

=((H+Hd)/Rx100)

29% Resposta de Posicão

Percentual A+Ad=

((A+Ad)/Rx100)

50% Outros

Percentual Abstrato=

(Abstr/Rx100)

0 Acentuação da simetria X X X

Percentual Outros Conteúdos: 21% Perseveração (tema) X

(conteúdo)

Consciência de

Interpretação

X

Análise do Protocolo

Page 52: Zul Liger

14

O número de respostas registradas pelo examinando foi ligeiramente superior ao

esperado (14), excedendo em 7% os valores compreendidos no intervalo esperado, o que

pode ser melhor compreendido frente ao padrão de localização característico do protocolo.

A análise do padrão de localização destas respostas permitiu verificar que os percentuais

relacionados às categorias Globais e de Detalhe Comum mantiveram-se dentro do

esperado, enquanto o percentual de respostas de Detalhe Incomum mostrou-se bastante

aumentado. Sendo o padrão de localização indicativo do modo como o sujeito apreende a

realidade, ou seja, dos filtros perceptivos utilizados nessa apreensão, esta acentuação dos

detalhes Incomuns indica grande meticulosidade, evidenciada no detalhamento das

respostas. Tal característica tanto indica uma tendência ao criticismo e à obsessividade

(associados ao aumento do numero de respostas) quanto sustenta uma boa capacidade de

análise e observação por parte do examinando.

Ao apresentar um percentual rebaixado de respostas com ênfase sobre a forma (7%

do total de R), resultante do único determinante F (-) do protocolo, o examinando indica

que seu pensamento lógico sofre interferência de processos de ordem afetivo- emocionais.

Em outras palavras, pode-se afirmar que o potencial intelectivo, racional e lógico

empregado na percepção da realidade, se verifica alterado, por fatores afetivos,

possivelmente um estado depressivo ou constritivo, visto que a presença de uma resposta

Global com elaboração elimina a hipótese de restrição da capacidade intelectual.

A relação entre o número de respostas de movimento humano (M) e o somatório de

respostas de cor, sinaliza o tipo vivencial introversivo caracterizado por pessoas que

“vivem mais para dentro do que para fora”; que ao atribuir cinestesia a perceptos inertes

“constróem” algo que não lhes foi dado a partir de seu mundo interno. Outro aspecto

importante sobre o tipo introversivo diz respeito à tendência a preocupar-se com suas

próprias idéias, ao ensimesmamento. Tal tendência associada à obsessividade e à relativa

limitação das condições de percepção da realidade, acentuam o isolamento emocional na

Page 53: Zul Liger

15

medida em que o examinando sustenta seus processos psíquicos em elementos menos

compartilhados por seus pares.

A presença de FK no protocolo de certo modo justifica o estado introspectivo na

medida em que é o recurso adaptativo de que se utiliza o examinado para vivenciar seus

sentimentos e elaborar uma autocrítica que o permita superar um estado de tensão.

O índice de realização apresentado pelo examinando (3G/5M) evidencia uma das

conseqüências do ensimesmamento, pois é característico de pessoas que têm capacidades

mas não exploram suas potencialidades, e assim que não têm evidenciadas no “mundo real”

o resultado de sua intensa atividade intelectual.

As respostas relacionadas à cor (FC, CF) tiveram ocorrência dentro do esperado,

permitindo verificar que o modo de relacionar-se com os demais não chegou a ser afetado

pela alteração da percepção. O examinando apresenta tanto condições de relacionar-se de

forma madura, com capacidade de receber e retribuir adequadamente os afetos, assim como

é capaz de liberar certas emoções com maior intensidade.

Aspectos também importantes no protocolo referem-se aos percentuais

relacionados aos conteúdos. Tendo apresentado conteúdos humano (29%) e

animais(50%) conforme o esperado, chamaram a atenção os demais conteúdos, em especial

os relacionados a máscaras e anatomia. A referência a máscara associada ao isolamento

emocional, sinaliza a necessidade do sujeito de representar um papel que o distancie de

suas reais características, de manter uma imagem para evitar expor-se pessoalmente. Já os

conteúdos anatômicos estão relacionados à supervalorização da inteligência.

Entre os fenômenos especiais verificados, deve-se ressaltar a acentuação da

simetria, a qual caracteriza a busca empreendida pelo examinando no sentido de encontrar

elementos concretos da realidade que venham conferir precisão e racionalidade aos seus

argumentos. Ou seja, caracteriza a busca no mundo externo pela segurança que lhe falta

internamente.

Síntese

Page 54: Zul Liger

16

O sujeito apresenta características do tipo vivencial introversivo, especialmente o

ensimesmamento, a atenção voltada para suas próprias idéias. Tal característica associada a

um modo de apreensão da realidade acentuadamente meticuloso e às limitações

momentâneas nas condições de percepção frustra ainda mais a viabilidade prática destas

idéias e intensificam o isolamento emocional.

Índices, Argumentos e Interpretações

Localização: modo de apreensão da realidade( avaliação dos processos cognitivos)

- R (capacidade de produção): dentro do esperado

- G (capacidade de síntese e planejamento): dentro do esperado

- D (uso da inteligência voltado para a realidade): dentro do esperado

- Dd (Capacidade de análise, observação, sinal de exatidão, esmero, busca de

confiabilidade nas coisas pequenas): aumentada

- G(3)<M(5): indica que o sujeito não está explorando adequadamente suas reais

possibilidades (com aspirações muito aquém de suas capacidades)

- S ( resistência ativa dirigida a própria pessoa - no caso do introversivo – sinal de

insegurança, tensão ante as dificuldades circunstanciais ou ansiedade situacional ):

duas incidências. Associado a %F esperada pode indicar que o indivíduo está tentando

controlar a insegurança e o sentimento de incapacidade frente a um novo obstáculo.

Determinantes: base da personalidade (traços e características). Elementos dinâmicos

mais estáveis da personalidade.

- %F (expressão lógica, racional e intelectual; controle geral da pessoa sobre seus

dinamismos psíquicos, instintos e reações afetivo-emocionais): diminuída. Excluída a

associação do baixo percentual de F com a deficiência mental, este fato pode ser

interpretado como indicativo de uma orientação inadequada do potencial intelectivo,

racional e lógico do examinando frente à percepção da realidade.

- %F- (precisão, coerência e organização do pensamento lógico):

- %M (expressão do mundo interno da pessoa, da espontaneidade e do seu poder de

adaptação ao mundo externo):29% (pouco aumentado). “...propensão a defesas do tipo

maníaco”.(p.73)

- Gcomb.: As respostas classificadas como Gcomb. indicam níveis superiores de

inteligência, não sendo comuns em protocolos infantis ou depressivos.

- Relação G:M = 3:5 (sinal de que a pessoa têm capacidades mas não explora suas

potencialidades)

- %FM (relacionado a instintos e impulsos – características mais primárias da

personalidade – e, segundo Vaz (2002), é indicativa do grau de iniciativa e capacidade

de competição): 4.

- ∑m (indicativo de conflito e tensão entre o sistema de valores do mundo interno e o do

mundo externo ): ausente.

Page 55: Zul Liger

17

- ∑C (expressiva da mobilização do sistema afetivo-emocional por estímulos do mundo

externo): 1,5

- FC (indicam capacidade de receber e retribuir adequadamente o afeto): 21%

- CF(indicativo de precário controle emocional e tendência à excitabilidade emocional):

presente dentro do esperado(1).

- C ( indicativo de reações emocionais livres e intensas): ausente

- Fc, cF e c (forma tátil de expressão das condições afetivas da pessoa, indicativa de

deslocamento dos afetos e emoções para atividades sociais e de capacidade de interação

social). Segundo Vaz (2002) as respostas de textura estariam associadas à necessidade

de afeto, de toque, de contato, e quando integradas à forma indicam que o sujeito

reconhece a necessidade de ser aceito e receber afeto. É possível que tal necessidade

seja satisfeita por meio da acentuação das atividades sociais.

- FC’, C’F e C’ (tendência a evitar estímulos que possam mobilizar reações emocionais e

sentimentos para o mundo externo):

- Fk, kF e k (sentimentos desagradáveis experimentados pela pessoa frente a situações

novas e desconhecidas que devem ser superadas- ansiedade): ausente.

- FK, KF e K ( ansiedade e adaptação afetiva).

Conteúdos:

- Humanos (H+Hd):

- Animais (A+Ad)

- Anat. : conteúdos classificados como anatômicos são indicativos de que o examinando

trata-se de uma pessoa que supervaloriza a inteligência.

- Masc.: os conteúdos classificados como máscaras indicam a necessidade experimentada

pelo sujeito de representar um papel, manter uma imagem para evitar expor-se

pessoalmente.

- Obj.: em se tratando de um capacete de criança com uma “lança” na ponta, pode-se

supor que a relação coma agressividade

Fenômenos Especiais:

- Consciência de Interpretação: O uso de expressões como “assemelha-se”, “similar”,

indicam uma tentativa por parte do examinando no sentido de regular o processo

interpretativo das manchas com a mediação da racionalidade, o que reduz

necessariamente o grau de espontaneidade das respostas.

- Acentuação da Simetria: quando o examinando faz repetidas referências à simetria

presente nos perceptos é possível sugerir que esteja buscando em fatos concretos ,

evidentes e compartilhados, a segurança que não encontra interiormente.

- Perseveração:

Observações adicionais:

- Entre as 14 respostas, 3 podem ser classificadas como populares, o resulta em 21%,

ficando um pouco abaixo dos 25% esperados, segundo Vaz.

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18

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19

PARTE VII

ANEXOS

ANEXO 1: FOLHA DE APLICAÇÃO COLETIVA

Nome: Data da Aplicação: / /’

Idade: Sexo:

Grau de Instrução: Profissão:

Procure escrever o que a figura projetada na tela lhe sugere e lembra. O que vier a

ser sugerido ou lembrado na figura, pode se situar no total da figura ou em partes. O nome

do que está sendo lembrado você escreve bem à esquerda, nesta folha, conforme pode ver;

em seguida procure comentar e explicar um pouco mais, a fim de que fique claro para o (a)

psicólogo (a) que vai ler, o que você ta querendo dizer. Favor não escrever na última coluna

à direita.

O que sugere: nome do que

está sendo sugerido e lembrado

Comentário: comente ou

descreva o que está sendo

lembrado e sugerido.Seu

comentário ajudará o (a)

psicólogo (a) a entender bem o

que você está querendo dizer.

Não escreva

nesta margem

Page 58: Zul Liger

20

ANEXO 2: FOLHA DE INQUÉRITO

Page 59: Zul Liger

21

ANEXO 3: FOLHA DE CÁLCULO.

Sujeito:

Data de Nascimento:

Escolaridade:

Estado Civil:

Pranchas

G

D

D

d

D

bl

D

o

F

+

F

-

F+

/-

M F

M

m F

C

C

F

C

Fclo

b

clob

F

Clo

b

P R

I

II

III

Total

Qualidade G G:M %F

Qualidade D M:FM %F+

Índice de percepção M:C %P Vivência H:Hd %H Choques A:Ad %A