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ISSN 2176-9451 Dental Press J Orthod. 2010 Sept-Oct;15(5):1-208 Edição especial de aniversário v. 15, no. 5 Sept/Oct 2010

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Revista Dental Press Journal of Orthodontics

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ISSN 2176-9451Dental Press J Orthod. 2010 Sept-Oct;15(5):1-208

Edição especial de aniversário

v. 15, no. 5 Sept/Oct 2010

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Indexação: IBICT - CCN

Bases de dados:

LILACS - 1998BBO - 1998National Library of Medicine - 1999SciELO - 2005

O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é uma publicação bimestral da Dental Press International.Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá / PR - Fone/Fax: (0xx44) 3031-9818 - www.dentalpress.com.br - [email protected].

EDITOR CHEFEJorge Faber Brasília - DF

EDITORA ASSOCIADATelma Martins de Araujo UFBA - BA

EDITORA ADJUNTA(artigos online)Daniela Gamba Garib HRAC/FOB-USP - SP

EDITOR ADJUNTO(Odontologia baseada em evidências)David Normando UFPA - PA

EDITORA ADJUNTA(revisão língua inglesa)Flávia Artese UERJ - RJ

PUBLISHERLaurindo Z. Furquim UEM - PR

CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICOAdilson Luiz Ramos UEM - PRDanilo Furquim Siqueira UNICID - SPMaria F. Martins-Ortiz Consolaro ACOPEM - SP

CONSULTORES INTERNACIONAISAdriana C. da SilveiraUniv. de Illinois / Chicago - EUABjörn U. ZachrissonUniv. de Oslo / Oslo - NoruegaClarice Nishio Université de MontrealJesús Fernández SánchezUniv. de Madrid / Madri - EspanhaJosé Antônio Bósio Marquette Univ. / Milwaukee - EUAJúlia HarfinUniv. de Maimonides / Buenos Aires - ArgentinaLarry WhiteAAO / Dallas - EUAMarcos Augusto LenzaUniv. de Nebraska - EUAMaristela Sayuri Inoue AraiTokyo Medical and Dental UniversityRoberto JustusUniv. Tecn. do México / Cid. do Méx. - México

CONSULTORES NACIONAISOrtodontiaAdriano de Castro UCB - DFAna Carla R. Nahás Scocate UNICID - SPAna Maria Bolognese UFRJ - RJAntônio C. O. Ruellas UFRJ - RJArno Locks UFSC - SCAry dos Santos-Pinto FOAR/UNESP - SPBruno D'Aurea Furquim CLÍN. PARTIC. - PRCarla D'Agostini Derech UFSC - SCCarla Karina S. Carvalho ABO - DFCarlos A. Estevanel Tavares ABO - RSCarlos H. Guimarães Jr. ABO - DFCarlos Martins Coelho UFMA - MAEduardo C. Almada Santos FOA/UNESP - SPEduardo Silveira Ferreira UFRGS - RSEnio Tonani Mazzieiro PUC - MGFernando César Torres UMESP - SPGuilherme Janson FOB/USP - SPHaroldo R. Albuquerque Jr. UNIFOR - CEHugo Cesar P. M. Caracas UNB - DFJosé F. C. Henriques FOB/USP - SPJosé Nelson Mucha UFF - RJJosé Renato Prietsch UFRGS - RSJosé Vinicius B. Maciel PUCPR - PRJúlio de Araújo Gurgel FOB/USP - SPKarina Maria S. de Freitas Uningá - PRLeniana Santos Neves UFVJM - MGLeopoldino Capelozza Filho HRAC/USP - SPLuciane M. de Menezes PUC-RS - RSLuiz G. Gandini Jr. FOAR/UNESP - SPLuiz Sérgio Carreiro UEL - PRMarcelo Bichat P. de Arruda UFMS - MSMárcio R. de Almeida UNIMEP - SPMarco Antônio de O. Almeida UERJ - RJMarcos Alan V. Bittencourt UFBA - BAMaria C. Thomé Pacheco UFES - ESMarília Teixeira Costa UFG - GOMarinho Del Santo Jr. CLÍN. PARTIC. - SPMônica T. de Souza Araújo UFRJ - RJOrlando M. Tanaka PUCPR - PROswaldo V. Vilella UFF - RJPatrícia Medeiros Berto CLÍN. PARTIC. - DFPedro Paulo Gondim UFPE - PERenata C. F. R. de Castro UMESP - SPRicardo Machado Cruz UNIP - DFRicardo Moresca UFPR - PR

Robert W. Farinazzo Vitral UFJF - MGRoberto Rocha UFSC - SCRodrigo Hermont Cançado Uningá - PRSávio R. Lemos Prado UFPA - PAWeber José da Silva Ursi FOSJC/UNESP - SPWellington Pacheco PUC - MGOrtopedia DentofacialDayse Urias CLÍN. PARTIC. - PRKurt Faltin Jr. UNIP - SPCirurgia OrtognáticaEduardo Sant’Ana FOB/USP - SPLaudimar Alves de Oliveira UNIP - DFLiogi Iwaki Filho UEM - PRRogério Zambonato CLÍN. PARTIC. - DFWaldemar Daudt Polido ABO/RS - RSDentísticaMaria Fidela L. Navarro FOB/USP - SPDisfunção da ATMCarlos dos Reis P. Araújo FOB/USP - SPJosé Luiz Villaça Avoglio CTA - SPPaulo César Conti FOB/USP - SP

FonoaudiologiaEsther M. G. Bianchini CEFAC/FCMSC - SPImplantologiaCarlos E. Francischone FOB/USP - SPBiologia e Patologia BucalAlberto Consolaro FOB/USP - SPEdvaldo Antonio R. Rosa PUC - PRVictor Elias Arana-Chavez USP - SPPeriodontiaMaurício G. Araújo UEM - PRPróteseMarco Antonio Bottino UNESP - SPSidney Kina CLÍN. PARTIC. - PRRadiologiaRejane Faria Ribeiro-Rotta UFG - GO

COLABORADORES CIENTÍFICOSAdriana C. P. Sant’Ana FOB/USP - SPAna Carla J. Pereira UNICOR - MGLuiz Roberto Capella CRO - SPMário Taba Jr. FORP - USP

ISSN 2176-9451

Dental Press Journal of Orthodontics

O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é continuação da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (ISSN 1415-5419).

DIrETOrA: Teresa R. D'Aurea Furquim - ANALISTA DA INfOrMAçãO: Carlos Alexandre Venancio - PrODUTOr EDITOrIAL: Júnior Bianchi - DIAgrAMAçãO: Diego Ricardo Pinaffo - Fernando Truculo Evangelista - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Tatiane Comochena - rEvISãO/COPYDESK: Ronis Furquim Siqueira - TrATAMENTO DE IMAgENS: Andrés Sebastián JOrNALISMO: Renata Mastromauro - BIBLIOTECA: Marisa Helena Brito - NOrMALIZAçãO: Marlene G. Curty - BANCO DE DADOS: Adriana Azevedo Vasconcelos - E-COMMErCE: Soraia Pelloi - SUBMISSãO DE ArTIgOS: Roberta Baltazar de Oliveira - CUrSOS E EvENTOS: Ana Claudia da Silva - Rachel Furquim Scattolin - INTErNET: Edmar Baladeli - fINANCEIrO: Márcia Cristina Plonkóski Nogueira Maranha - Roseli Martins - gErENTE COMErCIAL: Rodrigo Baldassarre - COMErCIAL: Roseneide Martins Garcia - EXPEDIçãO: Diego Moraes - SECrETArIA: Ana Cláudia R. Limonta.

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6 Editorial

14 Calendário de Eventos / Events Calendar

15 Acontecimentos / News

18 O que há de novo na Odontologia / What’s new in Dentistry

23 Insight Ortodôntico / Orthodontic Insight

31 Entrevista com Lucia Helena Soares Cevidanes / Interview

S u m á r i o

Artigos Online / Online Articles

37 Análise do movimento inicial de molares superiores submetidos a forças extrabucais: estudo 3D

Analysis of initial movement of maxillary molars submitted to extraoral forces: a 3D study

Giovana Rembowski Casaccia, Janaína Cristina Gomes, Luciana Rougemont Squeff, Norman Duque Penedo, Carlos Nelson Elias, Jayme Pereira Gouvêa, Eduardo Franzotti Sant’Anna, Mônica Tirre de Souza Araújo, Antonio Carlos de Oliveira Ruellas

40 Imagens em 2D e 3D geradas pela TC Cone-Beam e radiografias convencionais: qual a mais confiável?

2D / 3D Cone-Beam CT images or conventional radiography: Which is more reliable?

Carolina Perez Couceiro, Oswaldo de Vasconcellos Vilella

42 Avaliação de doses referenciais obtidas com exames de tomografia computadorizada de feixe cônico adquiridos com diferentes tamanhos de voxel

Evaluation of referential dosages obtained by Cone-Beam Computed Tomography examinations acquired with different voxel sizes

Marianna Guanaes Gomes Torres, Paulo Sérgio Flores Campos, Nilson Pena Neto Segundo, Marlos Ribeiro, Marcus Navarro, Iêda Crusoé-Rebello

Artigos Inéditos / Original Articles

44 Medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente humana usando Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico: um estudo preliminar

Linear measurements of human permanent dental development stages using Cone-Beam Computed Tomography: A preliminary study

Carlos Estrela, José Valladares Neto, Mike Reis Bueno, Orlando Aguirre Guedes, Olavo Cesar Lyra Porto, Jesus Djalma Pécora

79 Deslocamentos esqueléticos associados à cirurgia de avanço mandibular: avaliação quantitativa tridimensional

Skeletal displacements following mandibular advancement surgery: 3D quantitative assessment

Alexandre Trindade Simões da Motta, Felipe de Assis Ribeiro Carvalho, Lúcia Helena Soares Cevidanes, Marco Antonio de Oliveira Almeida

ProtocoloTempo de varredura

(seg.)

Tamanho do voxel

(mm)kVp mAs

1 40 0,20 120 46,72

2 40 0,25 120 46,72

3 20 0,30 120 23,87

4 20 0,40 120 23,87

tabela 1 - Protocolos de aquisição da imagem do aparelho i-Cat.

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Sumário

89 Efeitos transversais da expansão rápida da maxila em pacientes com má oclusão de Classe II: avaliação por Tomografia Computadorizada Cone-Beam

Transverse effects of rapid maxillary expansion in Class II malocclusion patients: A Cone-Beam Computed Tomography study

Carolina Baratieri, Lincoln Issamu Nojima, Matheus Alves Jr., Margareth Maria Gomes de Souza, Matilde Gonçalves Nojima

98 Simulação 3D de movimento ortodôntico

3D simulation of orthodontic tooth movement

Norman Duque Penedo, Carlos Nelson Elias, Maria Christina Thomé Pacheco, Jayme Pereira de Gouvêa

109 Angulação dos caninos em indivíduos portadores de má oclusão de Classe I e de Classe III: análise comparativa através de um novo método utilizando imagens digitalizadas

Canine angulation in Class I and Class III individuals: A comparative analysis with a new method using digital images

Lucyana Ramos Azevedo, Tatiane Barbosa Torres, David Normando

118 Avaliação da inclinação dentária no tratamento compensatório do padrão II com tomografia computadorizada

Assessment of tooth inclination in the compensatory treatment of pattern II using computed tomography

Liana Fattori, Liliana Ávila Maltagliati Brangeli, Leopoldino Capelozza Filho

130 Avaliação tomográfica no tratamento com Herbst em adulto jovem

Computed Tomographic evaluation of a young adult treated with the Herbst appliance

Savana Maia, Dirceu Barnabé Raveli, Ary dos Santos-Pinto, Taísa Boamorte Raveli, Sandra Palno Gomez

137 Avaliação do crescimento condilar através de cintilografia óssea em pacientes com mordida cruzada posterior funcional

Assessment of condylar growth by skeletal scintigraphy in patients with posterior functional crossbite

Pepita Sampaio Cardoso Sekito, Myrela Cardoso Costa, Edson Boasquevisque, Jonas Capelli Junior

143 Reprodutibilidade das mensurações da espessura das tábuas ósseas na tomografia computadorizada Cone-Beam utilizando diferentes protocolos de aquisição de imagem

Reproducibility of bone plate thickness measurements with Cone-Beam Computed Tomography using different image acquisition protocols

Carolina Carmo de Menezes, Guilherme Janson, Camila da Silveira Massaro,

Lucas Cambiaghi, Daniela G. Garib

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Sumário

150 Avaliação do espaço aéreo faríngeo por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico

Assessment of pharyngeal airway space using Cone-Beam Computed Tomography

Sabrina dos Reis Zinsly, Luiz César de Moraes, Paula de Moura, Weber Ursi

159 Análise de dentição mista: tomografia versus predição e medida radiográfica

Mixed-dentition analysis: Tomography versus radiographic prediction and measurement

Letícia Guilherme Felício, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas, Ana Maria Bolognese, Eduardo Franzotti Sant’Anna, Mônica Tirre de Souza Araújo

166 Aparelho de avanço mandibular aumenta o volume da via aérea superior de pacientes com apneia do sono

Increase in upper airway volume in patients with obstructive sleep apnea using a mandibular advancement device

Luciana Baptista Pereira Abi-Ramia, Felipe Assis Ribeiro Carvalho, Claudia Torres Coscarelli, Marco Antonio de Oliveira Almeida

172 Alterações dimensionais do côndilo mandibular em indivíduos de 3 a 20 anos de idade usando tomografia computadorizada de feixe cônico: um estudo preliminar

Mandibular condyle dimensional changes in subjects from 3 to 20 years of age using Cone-Beam Computed Tomography: A preliminary study

José Valladares Neto, Carlos Estrela, Mike Reis Bueno, Orlando Aguirre Guedes, Olavo Cesar Lyra Porto, Jesus Djalma Pécora

182 Caso Clínico BBO / BBO Case Report

Má oclusão Classe III, com mordida cruzada posterior unilateral e assimetria facial

Class III malocclusion with unilateral posterior crossbite and facial asymmetry

Silvio Rosan de Oliveira

192 Tópico Especial / Special Article

Morfologia alveolar sob a perspectiva da tomografia computadorizada: definindo os limites biológicos para a movimentação dentária

Alveolar bone morphology under the perspective of the computed tomography: Defining the biological limits of tooth movement

Daniela Gamba Garib, Marília Sayako Yatabe, Terumi Okada Ozawa, Omar Gabriel da Silva Filho

206 Normas para publicação / Information for authors

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Dental Press J Orthod 6 2010 Sept-Oct;15(5):6-7

A evolução dos exames de imagem para a Ortodontia

E d i t o r i a l

Nos anos 70, a tecnologia eletrônica da explo-ração espacial aterrizou nos exames de imagem — notadamente nas tomografias computadoriza-das —, provocando uma revolução na capacidade diagnóstica. É interessante saber que, para viajarmos mais fundo no corpo humano, tivemos, antes, que viajar para o espaço.

Esse grande salto englobou rapidamente várias áreas e, à medida que os equipamentos se aprimo-ravam, novas aplicações eram criadas. Por exemplo, contrastes passaram a ser usados para evidenciar o trajeto dos vasos sanguíneos e, quando os escanea-mentos se tornaram rápidos o suficiente, foi possí-vel capturar a imagem congelada do coração para avaliar possíveis obstruções coronarianas.

Um importante passo tecnológico veio com o desenvolvimento dos tomógrafos de feixe cônico, mais conhecidos pela sigla em inglês CBCT (Cone-Beam Computed Tomography). Esse tomógrafo tem características importantes que o diferem de um tomógrafo convencional. O equipamento é mais compacto, produz poucos artefatos diante de objetos metálicos, e sua dose de radiação é cerca de 15 vezes menor que a de um tomógrafo convencional. Essas características o tornaram um equipamento excelente para a Odontologia, e seu uso de difundiu em todo o mundo.

A distância percorrida pela evolução dos exames de imagem foi marcante, e essa jornada abriu uma nova compreensão da Ortodontia. Assim, organiza-mos uma edição especial de aniversário apenas com artigos relacionados ao tema. Dra. Telma Martins de Araujo, editora associada do jornal, foi impres-cindível para que esse número se concretizasse. O objetivo dele é que a leitura se aproxime daquela encontrada em um livro: ao manusear apenas um número, os leitores poderão ter uma visão variada e profunda da utilização da imagem em Ortodontia.

Boa leitura.

Jorge [email protected]

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editorial

Dental Press J Orthod 7 2010 Sept-Oct;15(5):6-7

Editorial Especial - Omar gabriel

Em agosto, quando o professor Omar Gabriel da Silva Filho foi hospitalizado, fiz uma reflexão sobre a obra desse grande ortodontista que eu, pa-radoxalmente, embora conhecesse tão pouco, sentia que conhecia muito. A primeira coisa que me veio à mente foi o discurso belíssimo1 do escritor José Saramago ao receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1998. O texto resumia sua vida. Era intitulado “De como a personagem foi mestre e o autor seu aprendiz”. Ele retrata a invulgar capacidade de se aprender quando se é o mestre. Uma virtude muito recitada, mas que muito poucos, realmente, possuem. Virtude tatuada na vida do Prof. Omar.

Não fui aluno do Prof. Omar, embora em certo sentido me sinta dessa forma. Explico-me. Ao terminar minha formação ortodôntica na UFRJ, tinha alguns poucos ídolos. Um deles, Omar, era um professor que havia visto uma única vez e que me encantara por sua simplicidade, didática e espírito investigativo. À época, era um dos poucos pesquisadores brasileiros que conseguiam passar pelos filtros dos periódicos internacionais.

Ele sempre foi um perseguidor de protocolos. Hoje, com mais de 200 trabalhos publicados, esta-beleceu muitos que são utilizados internacional-mente. É interessante notar a precocidade dessa preocupação. A prática baseada em evidências anseia por criar protocolos e, quando a evidência científica não havia sido sequer batizada, ele já buscava os objetivos que atualmente ainda são vanguardistas.

Omar formou muitos ortodontistas, e todos com os quais conversei ao longo dos anos foram consonantes em manifestar a admiração pela sua incapacidade de dizer não, e pela forma res-peitosa e amiga que trata alunos, funcionários e pacientes. Nunca fala mal das pessoas e respeita as divergências.

Quando me informei com uma amiga, Dra. Patrícia Zambonato Freitas, sobre o estado de saúde dele, pouco antes de escrever essas palavras, ela me disse que era preocupante, mas estável. Os médicos estavam incertos sobre o diagnóstico e o prognóstico, o que alimenta nossas esperanças. E, entre as palavras de amizade devotada dela sobre seu professor, escaparam algumas que me chamaram a atenção. “Omar é um Anjo, que só faz o bem”, disse ela.

Torcemos para que os anjos segurem as mãos dele.

Jorge Faber

1. Saramago J. Nobel Lecture (Portuguese). Nobelprize.org. Official web site of the Nobel prize. [Acesso 27 set 2010]. Disponível em: http://nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1998/lecture-p.html.

RefeRências

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Dental Press J Orthod 14 2010 Sept-Oct;15(5):14

C a l E n d á r i o d E E v E n t o S

Congresso Internacional de Odontologia do Centenário da APCDData: 29 de janeiro a 1 de fevereiro de 2011local: expo Center Norte - São Paulo / SPInformações: www.apcd.org.br/centenario [email protected]

Ortodontia a Bordo 1º Meeting Internacional de Ortodontia com Braquetes AutoligadosData: 13 a 16 de março de 2011local: Navio Costa Serena (trajeto búzios, Ilhabela, Santos, Rio de Janeiro)Informações: (21) 2717-2901 / 7841-1927 www.ortodontiaabordo.com

Congresso AAO 2011Data: 13 a 17 de maio de 2011local: Chicago / eUaInformações: www.aaomembers.org/mtgs/2011-aaO-annual-Session.cfm

42º Encontro do Grupo Brasileiro de Professores de Ortodontia e OdontopediatriaData: 9 a 11 de junho de 2011local: tropical Hotel tambaú - João Pessoa / PbInformações: http://grupo.odo.br/site2010

20º Congresso Internacional de Odontologia do Rio de Janeiro – CIORJData: 20 a 23 de julho de 2011local: Centro de Convenções do Riocentro - Rio de Janeiro / RJInformações: (21) 2502-6237 e 2504-0002 [email protected]

Pré-curso - 24º COB (Congresso Odontológico de Bauru)Data: 20 de novembro de 2010local: teatro Universitário da FOb/USP - bauru / SPInformações: [email protected]

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Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial - BBO

Atualmente, é crescente a importância da qualidade em todas as áreas de atuação profis-sional. Essa preocupação, na área da Saúde, tem relação direta com a qualidade e a quantidade de treinamento, o grau de especialização e a ex-periência clínica no respectivo campo de atua-ção. Pensando nisso, a Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR) teve a iniciativa de criar o Board Brasileiro de Orto-dontia (BBO). A ideia de sua criação nasceu da necessidade de se estabelecer padrões de exce-lência clínica no exercício da especialidade.

Essa entidade tem por objetivo estimular a autoavaliação profissional e oferecer uma cer-tificação de excelência, por meio de exames específicos, a especialistas que demonstrarem qualidade em seus trabalhos clínicos. O exame do BBO consiste de duas fases:

FASE IDiagnóstico e planejamento de dois casos

clínicos escolhidos pelo Board.

FASE IIApresentação de dez casos clínicos trata-

dos, cujos resultados demonstrem a excelência clínica do candidato. Os casos deverão estar

a C o n t E C i m E n t o S

incluídos em critérios específicos, que tam-bém poderão ser encontrados no site www.bbo.org.br. Além disso, o canditato deverá dis-cutir os casos apresentados, por meio de en-trevista com examinadores do Board.

O primeiro exame do BBO foi realizado em 2004, e a sétima edição aconteceu em mar-ço deste ano, em Salvador/BA; quando foram aprovados, na Fase I, os seguintes profissionais:

» Carlos Henrique Monteiro B. Carvalho (Belo Horizonte/MG)» Dauro Douglas Oliveira (Belo Horizonte/MG)» Dione Maria Viana do Vale (Recife/PE)» Fernando Antonio Lima Habib (Salvador/BA)» Gustavo Mattos Barreto (Aracajú/SE)» Kátia Montanha de Andrade (Salvador/BA)» Lucianna Gomes de Oliveira (Salvador/BA)» Paulo Renato Dias (Assis/SP)» Marcelo de Castellucci e Barbosa (Salvador/BA)» Marcelo Marigo (Governador Valadares/MG)» Rivail Brandão A. B. Filho (Salvador/BA)

Concluíram, com êxito, as Fases I e II do último Exame do BBO, os ortodontistas ilus-trados na foto abaixo.

aldino Puppin Filho (eS), Gustavo Kreuzig bastos (RJ), Mayra Reis Seixas (ba), Márcio Costa Sobral (ba), Fernanda Catharino Menezes Franco (ba), luiz Fernando eto (MG) e Márlio Vinícius de Oliveira (MG).

Dental Press J Orthod 15 2010 Sept-Oct;15(5):15-7

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Dental Press J Orthod 18 2010 Sept-Oct;15(5):18-22

Moldagens digitais e manuseio de modelos digitais: o futuro da Odontologia

introduçãoNovas modalidades de moldagem digital já

estão disponíveis no mercado e, em breve, um dos mais desagradáveis momentos para o pacien-te nas clínicas odontológicas, a tomada de molda-gens, será substituído por escaneamentos intra-bucais digitais.

Tanto em Ortodontia quanto na área restaura-dora (Prótese e Dentística, em especial), o uso de modelos de gesso é fundamental, e prática diária nas clínicas dessas especialidades. A possibilidade de se digitalizar os modelos de gesso, ou mesmo de escanear os dentes diretamente da boca do paciente, sempre foi uma busca da Odontologia. Evitar desconforto, agilizar o trabalho, melhorar a comunicação entre colegas e com os laboratórios de prótese, e reduzir os espaços físicos necessários para o arquivamento desses modelos são algumas das alegadas vantagens dessa tecnologia.

Desde a introdução do primeiro scanner digital para realizar moldagens dentárias, engenheiros de desenvolvimento de produtos em várias empresas criaram scanners, para uso em clínicas, que são cada vez mais amigáveis para o usuário, produzin-do imagens e restaurações com precisão cada vez maior. O uso desses produtos representa uma mu-dança de paradigma na forma que as moldagens são realizadas.

O presente artigo abordará os aspectos téc-nicos e de aplicações das moldagens digitais em Odontologia, com ênfase na Ortodontia.

evolução dos sistemas digitais de moldagemA aquisição de uma cópia de um dente ou vá-

rios dentes preparados, de dentes íntegros adjacen-tes e antagonistas, e o estabelecimento de uma re-lação interoclusal correta, assim como a conversão dessa informação em réplicas precisas da dentição — sobre as quais restaurações indiretas possam ser realizadas —, são os objetivos principais do pro-cesso de moldagem na Odontologia Restauradora.

Em Ortodontia, e em suas associações com a Cirurgia Ortognática, o uso de modelos de gesso precisos é condição imprescindível para a realiza-ção de um diagnóstico e de um plano de trata-mento adequados, assim como para o acompanha-mento da evolução do tratamento.

As técnicas amplamente utilizadas atualmen-te para obter moldagens com elastômeros e criar modelos de gesso a partir delas estão em uso desde 19371. O primeiro material elastomérico especifi-camente produzido para uso em Odontologia foi o Impregum, um material do tipo poliéter intro-duzido pela empresa ESPE em 1965.

Muitos dentistas relutam em se envolver com no-vas tecnologias de moldagens porque simplesmente acreditam que os materiais e técnicas com elastôme-ros estão em uso há tanto tempo, e funcionam tão bem, que são insubstituíveis. Ou que as tecnologias 3D de scanners digitais são tão novas que ainda não estão prontas para o uso clínico. Na verdade, a mol-dagem com elastômeros, com seus problemas ine-rentes, tem sido usada em Odontologia por 72 anos!

o q u E h á d E n o v o n a o d o n t o l o g i a

Waldemar D. Polido*

* Doutor e Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela PUCRS. Residência em CTBMF na Universidade do Texas, Southwestern Medical Center at Dallas. Clínica Particular em Porto Alegre/RS.

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O que há de novo na Odontologia

Dental Press J Orthod 22 2010 Sept-Oct;15(5):18-22

A incorporação de um scanner digital na clí-nica diária não requer quaisquer procedimentos ou processos adicionais ao ortodontista ou à as-sistente ortodôntica. As consultas para a realiza-ção de documentação permanecem semelhantes em tempo e objetivo, embora com uma satisfação maior por parte do paciente.

Em termos de custo, o investimento inicial pode parecer maior, em um primeiro momento. Porém, analisando-se sob um ponto de vista co-mercial, a médio prazo o uso de moldagens digi-tais traz lucratividade ao consultório. A exemplo das radiografias digitais diretas intrabucais, a pos-sibilidade de se reduzir o custo operacional com materiais e de se visualizar em tempo real a quali-dade do procedimento diminui o índice de repeti-ção de atendimentos e, por consequência, o tempo do paciente na cadeira do dentista. E esse tempo é o maior custo em um consultório. Sem contar o fator do marketing agregado, pois o comentá-rio favorável de um paciente a respeito de uma moldagem digital, ao invés das desconfortáveis moldagens convencionais com alginatos ou outros materiais, traz um benefício imensurável.

A possibilidade de armazenar digitalmente as moldagens e com isso minimizar o uso de espa-ços nas clínicas, que podem ser aproveitados de outra forma, reduzindo custos ou transformando esse espaços de armazenamento em mais áreas de atendimento, é outro benefício agregado.

conclusãoAo eliminar do dia a dia dos consultórios os

problemas acima descritos, não temos dúvida de que as vantagens significativas da moldagem di-gital vão tornar essa forma de escaneamento in-trabucal um procedimento rotineiro na maioria dos consultórios nos próximos anos. Além disso, as moldagens digitais tendem a reduzir retornos e retratamentos, assim como aumentar a eficiên-cia do tratamento. Os pacientes se beneficiarão do maior conforto e da experiência muito mais posi-tiva de ir ao dentista. Através do uso de moldagens

digitais, os produtos fabricados em laboratórios de prótese tornam-se mais consistentes e requerem menor tempo de consultório para sua colocação.

Desde bem antes da Revolução Industrial, o homem tem fabricado milhões de produtos atra-vés de processos de manufatura de forma artesa-nal e análoga. Nos últimos 30 anos, muito desses produtos têm sido convertidos à fabricação digi-tal — de peças de automóveis a construções civis —, devido à consistência da qualidade e ao custo. Assim, não é surpresa que as soluções digitais es-tejam agora sendo integradas em muitos dos pro-cedimentos odontológicos.

Com a popularização dos sistemas digitais, e com o grande crescimento de duas áreas da Odon-tologia que potencialmente podem ter benefício no uso da tecnologia de moldagens e modelos digitais (a Ortodontia e a Implantodontia), sem dúvida podemos prever que, nos próximos anos, veremos uma verdadeira revolução digital nos consultórios odontológicos, trazendo benefícios aos pacientes em termos de planejamentos mais eficientes, redu-ção no desconforto e eficiência nos tratamentos.

1. Sears AW. Hydrocolloid impression technique for inlays and fixed bridges. Dent Dig. 1937;43:230-4.

2. Birnbaum N, Aaronson HB, Stevens C, Cohen B. 3D digital scanners: A high-tech approach to more accurate dental impressions. Inside Dentistry. 2009:5(4). Available from: http://www.insidedentistry.net.

3. Birnbaum N. The revolution in dental impressioning. Inside Dentistry. 2010;6(7). Available from: www.insidedentistry.net.

4. Leifert MF, Leifert MM, Efstratiadis SS, Cangialosi TJ. Comparison of space analysis evaluations with digital models and plaster dental casts. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;136(1):16e1-16e4.

5. Rheude B, Sadowsky PL, Ferriera A, Jacobson A. An evaluation of the use of digital study models in orthodontic diagnosis and treatment planning. Angle Orthod. 2005;75:300-4.

RefeRências

endereço para correspondênciaWaldemar D. PolidoE-mail: [email protected]

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i n S i g h t o r t o d ô n t i C o

Dental Press J Orthod 23 2010 Sept-Oct;15(5):23-30

Tracionamento ortodôntico: possíveis consequências nos caninos superiores e

dentes adjacentes

Parte 2: reabsorção cervical externa nos caninos tracionados

Alberto Consolaro*

Os profissionais que oferecem resistências e restringem a indicação do tracionamento ortodôn-tico, especialmente dos caninos superiores, citam frequentemente, como causas para tal, a:

1) Reabsorção Radicular Lateral nos incisivos laterais e nos pré-molares.

2) Reabsorção Cervical Externa nos caninos tracionados.

3) Anquilose Alveolodentária do canino envolvido.

4) Metamorfose Cálcica da Polpa e Necrose Pulpar Asséptica.

Essas consequências possíveis não decorrem primária e especificamente do tracionamento ortodôntico. Elas podem ser evitadas se deter-minados cuidados técnicos forem adotados, es-pecialmente “os 4 pontos cardeais da prevenção de problemas durante o tracionamento orto-dôntico”2. Para compreendermos quais são esses cuidados técnicos e como funcionam preventiva-mente frente às consequências possíveis do tra-cionamento ortodôntico, devemos nos embasar biologicamente, e esse é o objetivo dessa série de trabalhos sobre o tracionamento ortodôntico, es-pecialmente de caninos superiores.

O uso cada vez mais comum de exames imagi-nológicos — como a tomografia computadorizada e seus vários planos de cortes, e as decorrentes re-construções em imagens 3D, passíveis de observa-ção em praticamente todos os ângulos — permite que o profissional planeje o tracionamento orto-dôntico dos caninos superiores com maior preci-são e requinte. Esse avanço na obtenção de ima-gens em cortes e em 3D permite que o cirurgião possa abordar o canino, seu folículo pericoronário, sua região cervical e os dentes vizinhos a partir de um detalhado planejamento, diminuindo os riscos de consequências indesejadas. Em outras palavras, o avanço tecnológico na obtenção de imagens ampliará as oportunidades do tracionamento or-todôntico ser viabilizado com cada vez mais segu-rança e precisão clínica.

a região cervical do canino e o folículo pericoronário

O espaço radiolúcido ao redor das coroas dos dentes não irrompidos é preenchido pelo folícu-lo pericoronário, que está firmemente aderido na superfície da coroa pelo epitélio reduzido do órgão do esmalte (Fig. 1, 2). Esse fino e delicado

* Professor Titular em Patologia da FOB-USP e da Pós-Graduação da FORP-USP.

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tracionamento ortodôntico: possíveis consequências nos caninos superiores e dentes adjacentes (Parte 2)

Dental Press J Orthod 30 2010 Sept-Oct;15(5):23-30

1. Consolaro A. Caracterização microscópica de folículos pericoronários de dentes não irrompidos e parcialmente irrompidos. Sua relação com a idade. [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1987.

2. Consolaro A. O tracionamento ortodôntico representa um movimento dentário induzido! Os 4 pontos cardeais da prevenção de problemas durante o tracionamento ortodôntico. Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set; 9(4):105-10.

3. Consolaro A. Inflamação e reparo. Maringá: Dental Press; 2009.

4. Esberard R, Esberard RR, Esberard RM, Consolaro A, Pameijer CH. Effect of bleaching on the cemento-enamel junction. Am J Dent. 2007 Aug;20(4):245-9.

5. Francischone LA, Consolaro A. Clareação dentária externa: importância e tipos de proteção da junção amelocementária. Rev Clín Ortod Dental Press. 2005 out-nov;4(5):88-98.

6. Francischone LA, Consolaro A. Morphology of the cementoenamel junction of primary teeth. J Dent Child. 2008 Sep-Dec;75(3):252-9.

7. Otto RL. Early and unusual incisor resorption due to impacted maxillary canines. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Oct;124(4):446-9.

8. Neuvald L, Consolaro A. Cementoenamel junction: microscopic analysis and external cervical resorption. J Endod. 2000 Sep;26(9):503-8.

RefeRências

endereço para correspondênciaAlberto ConsolaroE-mail: [email protected]

a ser realizado: o levantamento de retalho gengival pode promover o acesso às áreas de reabsorção e seu preenchimento com material funcional, biológica e esteticamente favorável, com excelente prognósti-co. O uso da tomografia e das imagens 3D antes de iniciar o tracionamento ortodôntico pode contri-buir no planejamento desse, mas também elimina a possibilidade da preexistência de processos como a própria Reabsorção Cervical Externa, a anquilose alveolodentária e a reabsorção dentária por substi-tuição nos dentes a serem tracionados (Fig. 3, 4).

Em casos de anquilose alveolodentária, as ima-gens radiográficas apenas aparecem quando o osso contata com mais de 20% da superfície radicular. Antes desse índice, se o dente não irrompido, como o canino superior, não migra para sua posição mes-mo com espaço suficiente para isso, e nem se tracio-nado ortodonticamente, o diagnóstico de anquilose alveolodentária pode ser realizado, mesmo que sem imagens radiográficas. Com o uso rotineiro da to-mografia e das imagens 3D, pode ser que o diag-nóstico de anquilose alveolodentária possa ser feito com um percentual bem menor de comprometi-mento da superfície radicular.

consideração finalEntre as consequências possíveis do traciona-

mento de caninos superiores não irrompidos, se enquadra a reabsorção cervical externa. No plane-jamento e execução do tracionamento ortodônti-co de caninos superiores não irrompidos, deve-se:

a) Considerar a delicada estrutura da junção amelocementária, com seus “gaps” de dentina pre-sentes em todos os dentes, inclusive decíduos.

b) Evitar a manipulação instrumental cirúrgica desnecessária da região cervical.

c) Não derramar ou escoar produtos quími-cos, como os ácidos, por exemplo, utilizados na colagem dos dispositivos de tracionamento or-todôntico.

No tracionamento ortodôntico dos caninos su-periores não irrompidos — em algumas horas e dias após o procedimentos cirúrgicos —, o tecido

epitelial se regenera e os conjuntivos fibroso e ós-seo reparam-se. Restabelece-se, assim, a relação de normalidade, como o recobrimento epitelial do esmalte e dos dispositivos metálicos, a recons-trução do tecido conjuntivo fibroso e até a neo-formação óssea periférica. À medida que o dente movimenta-se em direção oclusal, os tecidos pe-ricoronários não são dilacerados ou “rasgados”. A remodelação tecidual normal atende à demanda funcional e vai se adequando a esse movimento dentário de extrusão.

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Dental Press J Orthod 31 2010 Sept-Oct;15(5):31-6

E n t r E v i S t a

Uma entrevista com Lucia Helena Soares Cevidanes• GraduadaemOdontologiapelaUniversidadeFederaldeGoiás,1989.

• MestreemOrtodontiapeloInstitutoMetodistadeEnsinoSuperior,1994.

• PhDemBiologiaOral,UniversityofNorthCarolinaatChapelHill,2003.

• ProfessoraAssistente,DepartamentodeOrtodontia,UniversityofNorthCarolinaatChapelHill.

• DiplomadapeloAmericanBoardofOrthodontics.

• RevisoradoAmericanJournalofOrthodonticsandDentofacialOrthopedics,AngleOrthodontist,JournalofDentalResearch,EuropeanJournalofOralSciences,WorldJournalofOrthodontics,OrthodonticsandCraniofacialResearch,InternationalJournalofOralMaxillofacialSurgery,eDentomaxillofacialRadiology.

• RecebeuoThomasM.GraberAwardofSpecialMeritpelaAmericanAssociationofOrthodontists,2004.

• Recebeu,em2006,oB.F.andHelenDewelAwardpelomelhorartigoclínicopublicadoem2005noAmericanJournalofOrthodonticsandDentofacialOrthopedics.

• RecebeuoTeachingAwarddaAmericanAssociationofOrthodonticsFoundationem2008e2009.

Foi com grande satisfação que recebi o convite para coordenar a entrevista com a professora Lucia Cevidanes, exem-

plo de humildade, coragem e determinação. Nascida em Caratinga, Minas Gerais, cursou Odontologia na Universidade

Federal de Goiás e mestrado em Ortodontia na UMESP, onde lecionou por 4 anos. Após estabelecer clínica privada

em Santo André/SP, decidiu buscar seu sonho de realizar um PhD no exterior, seguindo para um dos mais respeitados

centros de pesquisa em Ortodontia e Cirurgia Ortognática no mundo. A partir de uma amostra clínica reunida com per-

sistência no Brasil, lançou-se no universo do diagnóstico por imagens, o que resultaria em uma pesquisa premiada. Todo

trabalho e brilhantismo a levaram a conseguir a posição de Professora no Departamento de Ortodontia da UNC, onde

realiza algumas das pesquisas mais interessantes da literatura ortodôntica atual. Coordenadora de um grupo de pesquisa

envolvendo colaboradores americanos, europeus e brasileiros em experimentos utilizando diagnóstico tridimensional, a

professora divide seu tempo entre palestras em diferentes países, atividades docentes clínicas e teóricas no mestrado e na

graduação em Ortodontia, e a participação em um grupo interdisciplinar para o tratamento das anomalias craniofaciais;

e ainda mantém sua prática clínica em pacientes ortodônticos na instituição. Casada com Larry, também professor da

UNC na área de Psicologia, tem duas filhas, Teresa e Angelina, com quem gosta de passear pela Franklin Street, nos fins

de semana em Chapel Hill, e viajar de férias para visitar amigos em Connecticut ou a família na fazenda em Minas Gerais.

Alexandre Trindade Motta

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Cevidanes lHS

Dental Press J Orthod 35 2010 Sept-Oct;15(5):31-6

de Saúde nos Estados Unidos, que incorpora di-versas funcionalidades de diferentes modalidades de imagem, incluindo CBCT, tomografia espiral, ressonância magnética e ultrassom, assim como diversos procedimentos de análise para constru-ção de modelos 3D, superposição, visualização e quantificação para o diagnóstico e avaliação de resultados de tratamento.

Com a intensificação do uso dos exames de TC nas metodologias de pesquisas clínicas, podemos verificar a potencial introdução de erros que podem comprometer o resultado, principalmente em estudos “antes e depois”, pela dificuldade de reprodução do corte em exames sucessivos. Que cuidados você reco-mendaria aos pesquisadores para evitar erros de metodologia? Liliana Maltagliati

Concordo que esse é um risco sério que iremos enfrentar, principalmente pela falta de conheci-mento e treinamento adequado em análises 3D. Análises que não se baseiam em pontos anatômicos são matematicamente mais complexas e de difícil compreensão para os clínicos. Em novembro de 2009, realizou-se o segundo encontro de um grupo de professores americanos liderados pelos Drs. Mark Hans e Martin Palomo, da Case Western University,

1. Atkins D, Eccles M, Flottorp S, Guyatt GH, Henry D, Hill S, et al. Systems for grading the quality of evidence and the strength of recommendations I: Critical appraisal of existing approaches. BMC Health Serv Res. 2004 Dec 22;4(1):38.

2. Ahmad M, Hollender L, Anderson Q, Kartha K, Ohrbach R, Truelove EL, et al. Research diagnostic criteria for temporomandibular disorders (RDC/TMD): development of image analysis criteria and examiner reliability for image analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2009 Jun;107(6):844-60.

RefeRêNCiAs

no qual foi discutida a padronização de técnicas de sobreposição de imagens; e essas discussões irão prosseguir em novembro de 2010.

Em sua experiência acadêmica ao redor do mundo como pesquisadora e palestrante, quais as principais tendências e perspectivas futuras observadas na aplicação da tecnolo-gia 3D em Ortodontia? Alexandre Motta

A aplicação de imagens 3D para diagnóstico, planejamento de tratamento, simulação cirúrgica, avaliação de resultados de tratamento e biomecânica ortodôntica tem despertado grande interesse e levado ao desenvolvimento de pesquisas em todo o mundo.

Como ortodontista brasileira, desempenhan-do um brilhante papel de pesquisadora em um dos centros mais respeitados no país ber-ço da Ortodontia, como você definiria a Orto-dontia brasileira na atualidade? Daniela Garib

A Ortodontia brasileira vem se desenvolvendo e se mantendo atualizada e dinâmica, devido prin-cipalmente a esforços de excelentes pesquisadores. Tenho tido também o prazer e a oportunidade de manter contato e colaborar com professores e alunos de diversas instituições brasileiras no desen-volvimento de importantes pesquisas.

3. Cevidanes LH, Hajati AK, Paniagua B, Lim PF, Walker DG, Palconet G, et al. Quantification of condylar resorption in temporomandibular joint osteoarthritis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2010 Jul;110(1):110-7.

4. Swennen GR, Mollemans W, De Clercq C, Abeloos J, Lamoral P, Lippens F, et al. A cone-beam computed tomography triple scan procedure to obtain a three-dimensional augmented virtual skull model appropriate for orthognathic surgery planning. J Craniofac Surg. 2009 Mar;20(2):297-307.

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entrevista

Dental Press J Orthod 36 2010 Sept-Oct;15(5):31-6

Ary dos santos-Pinto

- Professor Adjunto do Departamento de Clínica Infantil–Ortodontia da faculdade de Odontologia de Araraquara (UNESP).

- Mestre e Doutor pela Universidade federal do rio de Janeiro (UfrJ).

- Pós-doutorado na Baylor Colege of Dentistry, Dallas/Texas, EUA.

- Professor Efetivo dos cursos de pós-graduação em Ciências Odontológicas–Ortodontia nos níveis de Mestrado e Doutorado (UNESP).

- Consultor científico do Dental Press Journal of Orthodontics e da revista Clínica de Ortodontia Dental Press.

Daniela Gamba Garib

- Professora Doutora de Ortodontia da faculdade de Odontologia de Bauru e do Hospital de reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo.

- Editora Adjunta do Dental Press Journal of Orthodontics.

- Mestre e Doutora em Ortodontia pela fOB-USP.- Pós-doutorado na Harvard School of Dental Medicine,

Boston, EUA.

Liliana Maltagliati

- Mestre e Doutora em Ortodontia pela fOB-USP.- Coordenadora do Curso de Especialização em

Ortodontia da ABCD–SP.- Coordenadora do Curso de Tratamento Ortodôntico

em Adultos do CETAO - SP.

Alexandre Trindade Motta

- Professor Adjunto de Ortodontia, Universidade federal fluminense (Uff).

- Doutor, Mestre e Especialista em Ortodontia, Universidade do Estado do rio de Janeiro (UErJ).

- Subcoordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da Uff.

- Membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Ortodontia (SBO).

- fellow-researcher, University of North Carolina at Chapel Hill (UNC).

Endereço para correspondênciaLucia Cevidanes - 201 Brauer HallSchool of Dentistry, UNC Chapel Hill - Orthodontics - CB #7450Chapel Hill, NC 27599-7450Email: [email protected]

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a r t i g o o n l i n E *

Dental Press J Orthod 37 2010 Sept-Oct;15(5):37-9

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Análise do movimento inicial de molares superiores submetidos a forças extrabucais: estudo 3Dgiovana rembowski Casaccia**, Janaína Cristina gomes***, Luciana rougemont Squeff****, Norman Duque Penedo*****, Carlos Nelson Elias******, Jayme Pereira gouvêa*******, Eduardo franzotti Sant’Anna********, Mônica Tirre de Souza Araújo********, Antonio Carlos de Oliveira ruellas********

Objetivo: analisar pelo método dos elementos finitos o deslocamento dos molares superiores frente a três diferentes inclinações do arco externo do aparelho extrabucal na tração do tipo cer-vical. Métodos: maxila, dentes montados em má oclusão de Classe II e aparelho foram modela-dos através de formulação variacional e seus valores reproduzidos em coordenadas X, Y e Z. Fo-ram realizadas simulações em microcomputador tipo PC, utilizando o programa ANSYS versão 8.1. Cada modelo de arco externo reproduziu linhas de força que passaram (1) acima (AcCR), (2) abaixo (AbCR) e (3) no centro de resistência (CR) do molar permanente superior de um mesmo modelo portador de má oclusão de Classe II. A avaliação restringiu-se ao movimento inicial dos molares frente à força extrabucal de 4 Newtons. Resultados: o movimento distal inicial dos molares, tendo como ponto de referência a mesial do tubo, foi maior na coroa do mo-delo AbCR (0,47x10-6), e maior na raiz do modelo AcCR (0,32x10-6), provocando inclinações da coroa para distal e mesial, respectivamente. No modelo CR, os pontos na coroa (0,15x10-6) e raiz (0,12x10-6) deslocaram-se para distal equilibradamente, resultando em movimento de translação. Em todos os modelos, numa vista oclusal, houve tendência de rotação distal inicial da coroa, porém no modelo CR esse movimento foi muito pequeno. No sentido vertical (Z), todos os modelos revelaram movimento extrusivo (AbCR= 0,18x10-6; CR= 0,62x10-6; AcCR= 0,72x10-6). Conclusão: a simulação computacional do uso de aparelho extrabucal com tração cervical revelou a ocorrência de movimento extrusivo e distal, podendo ser por inclinação distal de coroa, de raiz ou movimento de translação.

Resumo

Palavras-chave: Aparelhos de tração extrabucal. Análise de elemento finito. Movimentação dentária.

** Mestrado em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estudante de Doutorado em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

*** Mestrado em Ortodontia pela UFRJ. Professora adjunta da Universidade Vale do Rio Doce e Estudante de Doutorado em Ortodontia pela UFRJ. **** Mestrado em Ortodontia pela UFRJ. Professora de Ortodontia da Universidade Salgado de Oliveira - Niterói/RJ e Estudante de Doutorado em Orto-

dontia pela UFRJ. ***** Doutorado em Engenharia Metalúrgica/Bioengenharia pela Universidade Federal Fluminense. ****** Doutorado em Ciências dos Materiais/Implantes pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Professor adjunto do IME/RJ. Professor colaborador do

Curso de Ortodontia da UFRJ e Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. ******* Doutorado em Engenharia Mecânica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - atuação em Metalurgia de Transformação, com ênfase

em Conformação Mecânica. Professor Titular da Universidade Federal Fluminense (UFF). ******** Doutorado em Ortodontia pela UFRJ. Professor Adjunto da UFRJ.

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Dental Press J Orthod 39 2010 Sept-Oct;15(5):37-9

Casaccia GR, Gomes JC, Squeff lR, Penedo ND, elias CN, Gouvêa JP, Sant’anna eF, araújo MtS, Ruellas aCO

Questões aos autores

1) O que motivou os autores a encetar esse estudo?

Apesar do aspecto antiestético e da neces-sidade de cooperação, o aparelho extrabucal é um dispositivo convencional bastante utiliza-do, além de permitir diferentes aplicações de linhas de força. Sua utilização requer conheci-mentos básicos de biomecânica, pois as conse-quências nas estruturas dentária e esquelética podem ser alteradas dependendo dos vetores de força aplicados. A visualização desses efeitos colaterais foi relatada na literatura utilizando, normalmente, as superposições radiográficas de perfil; no entanto, existem limitações como isolar o movimento do molar sem que o cresci-mento das bases ósseas interfira na análise. Por essa razão, foi proposto analisar o movimento distal inicial do primeiro molar superior, fren-te a três diferentes angulações do arco externo do aparelho extrabucal, através de simulações computadorizadas, utilizando o método dos elementos finitos.

2) Qual a importância da metodologia dos elementos finitos em pesquisas em Orto-dontia?

Os trabalhos sobre mecânica aplicada que utilizam os elementos finitos apresentam suces-so. É possível, com esse método, avaliar com-ponentes biomecânicos como deslocamento, tensão, pressão, esforço e forças induzidas sobre várias estruturas que são utilizadas na Ortodon-tia. A precisão dos resultados com o método de elementos finitos depende do processamento do modelo de estudo; portanto, deve-se atentar às suas limitações.

3) Os autores sugerem futuros trabalhos uti-lizando essa mesma metodologia?

Sim, trabalhos que comparem os efeitos, principalmente adversos, do movimento den-tário com aparelhos extrabucais e intrabucais. Praticamente todas as mecânicas utilizadas para movimento ortodôntico podem ser simuladas, embora as avaliações com elementos finitos per-mitam apenas interpretar as respostas iniciais do efeito da mecânica aplicada.

Endereço para correspondênciaAntonio Carlos de Oliveira ruellasrua Expedicionários 437 apto 51, CentroCEP: 37.701-041 – Poços de Caldas / MgE-mail: [email protected]

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a r t i g o o n l i n E *

Dental Press J Orthod 40 2010 Sept-Oct;15(5):40-1

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Resumo do editor A tomografia computadorizada de feixe cônico

apresenta a vantagem de permitir a reconstrução na imagem da telerradiografia em norma lateral, para execução da cefalometria convencional em Ortodontia. O objetivo da presente pesquisa foi comparar a confiabilidade de identificação de dife-rentes pontos cefalométricos, visualizados sobre ra-diografias convencionais (Fig. 1) e sobre dois tipos

Imagens em 2D e 3D geradas pela TC Cone-Beam e radiografias convencionais: qual a mais confiável?

Carolina Perez Couceiro**, Oswaldo de vasconcellos vilella***

Objetivo: comparar a confiabilidade de identificação dos pontos visualizados sobre radiografias cefalométricas convencionais e sobre imagens geradas pela Tomografia Computadorizada Cone-Beam em 2D e 3D. Métodos: o material constou de imagens obtidas através do tomógrafo com-putadorizado Cone-Beam, em norma lateral, em 2D e 3D, impressas em papel fotográfico; e ra-diografias cefalométricas laterais, realizadas na mesma clínica radiológica e no mesmo dia, de dois pacientes pertencentes aos arquivos do Curso de Especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Dez alunos do Curso de Especialização em Ortodontia da UFF identificaram pontos de referência sobre papel de acetato transparen-te e foram feitas medições das seguintes variáveis cefalométricas: ANB, FMIA, IMPA, FMA, ân-gulo interincisal, 1–NA (mm) e 1–NB (mm). Em seguida, foram calculadas médias aritméticas, desvios-padrão e coeficientes de variância de cada variável para os dois pacientes. Resultados e Conclusão: os valores das medições realizadas a partir de imagens em 3D apresentaram menor dispersão, sugerindo que essas imagens são mais confiáveis quanto à identificação de alguns pontos cefalométricos. Entretanto, como as imagens em 3D impressas utilizadas no presente estudo não permitiram a visualização de pontos intracranianos, torna-se necessário que softwares específicos sejam elaborados para que esse tipo de exame possa se tornar rotineiro na clínica ortodôntica.

Resumo

Palavras-chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Radiografia. Ortodontia.

** Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). *** Doutor em Ciências (Radiologia), pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Professor da Disciplina de Ortodontia da FO-UFF.

de imagens geradas pela TC Cone-Beam (recons-trução 2D convencional e máxima intensidade de projeção, reproduzidas nas Figuras 2 e 3), por meio da análise da dispersão dos valores das mensurações realizadas sobre cada imagem estudada. As imagens geradas da TCCB foram impressas em papel foto-gráfico, e os traçados cefalométricos foram realiza-dos pelo modo manual por 10 examinadores, em dois tempos distintos.

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Dental Press J Orthod 41 2010 Sept-Oct;15(5):40-1

Couceiro CP, Vilella OV

Questões aos autores

1) Os examinadores relataram dificuldade na marcação dos pontos na imagem em 3D?

Não, os pontos cefalométricos foram facilmente identificados na imagem 3D e as linhas e ângulos fo-ram facilmente traçadas e medidos, respectivamente; sem muitas diferenças em relação ao traçado cefalo-métrico realizado comumente pelos examinadores com a imagem cefalométrica convencional.

2) Os examinadores sentiram muita diferença na identificação das estruturas comparando-se a imagem cefalométrica convencional e a recons-trução 2D gerada na TccB?

Os examinadores relataram maior dificuldade na

Da mesma forma, parece ter havido maior facilidade para identificar o bordo inferior da mandíbula. En-tretanto, as imagens em 3D não parecem ser tão con-fiáveis para a identificação dos longos eixos dos inci-sivos superiores e inferiores. É interessante ressaltar, ainda, que as imagens em 3D impressas, conforme utilizadas no presente estudo, não permitiram a vi-sualização de pontos intracranianos, muitas vezes es-senciais para a realização de análises cefalométricas. Nenhuma diferença foi ressaltada entre as imagens convencionais e a reconstrução 2D da tomografia computadorizada Cone-Beam.

Com a finalidade de avaliar a dispersão dos valores das variáveis cefalométricas, aplicou-se o coeficiente de variância. Os valores das medidas realizadas sobre as imagens obtidas a partir da TC Cone-Beam em 3D apresentaram menor dispersão em sete situações, sendo que esse resultado se repetiu, considerando-se os dados dos pacientes 1 e 2, somente para o ângulo FMA. Esse achado parece sugerir que as imagens tri-dimensionais são mais confiáveis para a identificação de alguns pontos cefalométricos de difícil percepção em imagens 2D, como os pontos pório (Po), orbitário (Or), subespinhal (A), supramental (B) e násio (N).

FIGURa 1 - Radiografia cefalométrica de perfil. FIGURa 2 - Imagem obtida através do tomó-grafo computadorizado Cone-beam, em norma lateral, em 2D.

FIGURa 3 - Imagem obtida através do tomó-grafo computadorizado Cone-beam, em norma lateral, em 3D.

identificação de pontos cefalométricos e na realiza-ção do traçado cefalométrico na reconstrução 2D gerada a partir da TCCB.

3) Os autores acham viável a utilização da re-construção da telerradiografia 2D gerada pela TccB para a realização da cefalometria?

Sim. Não só em 2D, mas também em 3D, desde que as análises cefalométricas sejam adaptadas para as imagens tridimensionais.

Endereço para correspondênciaCarolina Perez Couceirorua Senador vergueiro, 50/401 - flamengo CEP: 22.230-001 - rio de Janeiro / rJE-mail: [email protected]

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a r t i g o o n l i n E *

Dental Press J Orthod 42 2010 Sept-Oct;15(5):42-3

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Avaliação de doses referenciais obtidas com exames de tomografia computadorizada de feixe cônico adquiridos com diferentes tamanhos de voxel

Marianna guanaes gomes Torres**, Paulo Sérgio flores Campos***, Nilson Pena Neto Segundo****, Marlos ribeiro*****, Marcus Navarro******, Iêda Crusoé-rebello*******

Objetivo: o objetivo deste estudo reside na avaliação do produto dose-área (DAP) e das doses de entrada na pele (DEP), empregando protocolos com tamanho de voxel diferente, obtidos com o aparelho de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) i-CAT, a fim de determinar melhores parâmetros baseados nos princípios da radioproteção. Métodos: para medição do DEP foi utilizada uma câmara de ionização do tipo lápis, e para o DAP foi utilizado um aparelho PTW. Quatro protocolos foram testados, a saber: (1) 40 seg., voxel de 0,2mm e 46,72mAs; (2) 40 seg., voxel de 0,25mm e 46,72mAs; (3) 20 seg., voxel de 0,3mm e 23,87mAs; (4) 20 seg., voxel de 0,4mm e 23,87mAs. A quilovoltagem permaneceu constante (120KVp). Resultados: detectou-se diferença estatisticamente significativa (p<0,001) entre os quatro protocolos, para os dois métodos de avaliação da dose de radiação (DAP e DEP). Na avaliação do DAP, os protocolos 2 e 3 promove-ram uma diferença estatisticamente significativa, não sendo possível detectar qual dos protocolos na avaliação da DEP proporcionou esse resultado. Conclusão: DAP e DEP apresentam-se como métodos de avaliação para doses de radiação em tomografia computadorizada de feixe cônico, sendo necessários mais estudos para elucidar tal achado. O tamanho do voxel, isoladamente, não é capaz de interferir na dose de radiação em exames de TCFC (i-CAT). A dose de radiação para exa-mes de TCFC (i-CAT) está diretamente relacionada ao tempo de exposição e à miliamperagem.

Resumo

Palavras-chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Radiação. Voxel.

** Mestre em Odontologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia. *** Professor Associado da UFBA. **** Doutor em Radiologia Odontológica pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). ***** Aluno de iniciação científica - PET da Faculdade de Odontologia da UFBA. ****** Professor Adjunto do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). ******* Professor Adjunto da UFBA.

Resumo do editor A dimensão do voxel, a menor unidade de

imagem da tomografia computadorizada Cone-Beam, relaciona-se com a definição da imagem

tomográfica. A questão levantada pelos autores deste estudo foi se a dimensão do voxel influencia-ria na dose de radiação emitida durante o exame de TC. A medição do produto dose-área (DAP) e da

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torres MGG, Campos PSF, Pena N Neto Segundo, Ribeiro M, Navarro M, Crusoé-Rebello I

dose de entrada na pele (DEP), quando da obten-ção das imagens de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico usando o aparelho i-CAT (Imaging Sciences International, Hatfield, PA, EUA), foi rea-lizada segundo os protocolos especificados na Tabe-la 1. Em todos os protocolos, o campo de visão (co-limação) da varredura equivaleu a 6cm. Os exames foram repetidos quatro vezes para cada protocolo.

A mediana dos valores de DEP e DAP encontra-dos para os quatro protocolos avaliados é demons-trada na Tabela 2. Observou-se diferença estatis-ticamente significativa (p<0,001) entre os quatro protocolos, para os dois métodos de avaliação da dose de radiação. A dimensão do voxel, de maneira isolada, não influenciou a dose de radiação exposta. Quando os fatores de exposição (TE, KVp e mAs) são mantidos, a simples alteração do tamanho do voxel não influencia de maneira significativa a dose de radiação. No entanto, os protocolos atrelam o uso de voxels menores a tempos de exposição e miliamperagem maiores, o que invariavelmente provoca o aumento da dose de exposição.

tabela 1 - Protocolos de aquisição da imagem do aparelho i-Cat.

tabela 2 - Mediana dos valores de doses de radiação (DeP e DaP) para os quatro protocolos.

Endereço para correspondênciaMarianna guanaes gomes Torresrua Araújo Pinho, 62, CanelaCEP: 40.110-150 - Salvador / BAE-mail: [email protected]

Questões aos autores

1) Qual dos protocolos de aquisição de ima-gem testados apresentaria o melhor custo-benefício? Por quê?

Através desse e de outros trabalhos, o proto-colo com voxel de 0,3mm oferece boa resolução com dose de radiação reduzida e, por isso, melhor custo-benefício.

2) a dimensão do campo de visão (fOV, field of View) do exame de tomografia computa-dorizada cone-Beam influenciaria na dose de radiação emitida?

Sim. Principalmente no que se refere à gran-deza Pka (Produto Kerma Área), aumentando a probabilidade dos efeitos estocásticos. Porém, em nossa pesquisa, não houve influência, visto que usamos o mesmo FOV para todas as incidências e, consequentemente, todas as medidas. Mas, por exemplo, nas TCFC de FOV reduzido ou com ca-pacidade de aquisição apenas por sextantes, dimi-nui-se significativamente a dose recebida e, logo, têm indicações precisas.

3) existem dificuldades ou limitações na reali-zação de estudos de dosagem de radiação com a tomografia computadorizada cone-Beam?

Sim, os estudos ainda buscam uma grandeza dosimétrica e/ou uma metodologia que possi-bilite avaliar as exposições em Cone-Beam, vi-sando estimar os efeitos estocásticos e comparar as exposições com outras tecnologias, graças à sua aquisição volumétrica e à evolução de tais equipamentos.

Protocolo Tempo de varredura (seg.)

Tamanho do voxel (mm) KVp mAs

1 40 0,20 120 46,72

2 40 0,25 120 46,72

3 20 0,30 120 23,87

4 20 0,40 120 23,87

Protocolos Dose de Entrada na Pele - DEP (mGy)

Produto Dose Área - DAP (mGy/m2)

1 3,77 44,92

2 3,78 45,30

3 2,00 24,43

4 2,00 24,98

(p = 0,00083) (p = 0,000145)

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a r t i g o i n é d i t o

Dental Press J Orthod 44 2010 Sept-Oct;15(5):44-78

Medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente humana usando Tomografia Computadorizada de feixe Cônico: um estudo preliminar

Carlos Estrela*, José valladares Neto**, Mike reis Bueno***, Orlando Aguirre guedes****, Olavo Cesar Lyra Porto*****, Jesus Djalma Pécora******

Objetivo: determinar as medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição perma-nente humana, usando tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). Métodos: este estudo foi desenvolvido a partir de bancos de dados de clínicas radiológicas privadas, envolvendo 18 pacientes (13 do sexo masculino, 5 do sexo feminino, com idades variando entre 3 e 20 anos). As imagens das TCFC foram obtidas por meio do sistema i-CAT e medidas com uma função específica do programa desse mesmo sistema. Duzentos e trinta e oito dentes foram analisados, em diferentes estágios de desenvolvimento, nos planos coronal e sagital. O método foi baseado na delimitação e mensuração das distâncias entre pontos anatômicos correspondentes ao desen-volvimento das coroas e raízes dentárias. A partir dos valores obtidos, pôde-se desenvolver um modelo quantitativo para se avaliar os estágios inicial e final de desenvolvimento para todos os grupos dentários. Resultados e Conclusões: as medidas obtidas dos diferentes grupos dentários estão de acordo com as estimativas das investigações publicadas previamente. As imagens por TCFC dos diferentes estágios de desenvolvimento podem contribuir no diagnóstico, planeja-mento e resultado dos tratamentos em diversas especialidades odontológicas. As dimensões das coroas e das raízes dentárias podem ter importantes aplicações clínicas e em pesquisas, consti-tuindo uma técnica não invasiva que contribui com estudos in vivo. Entretanto, mais estudos são recomendados a fim de minimizar possíveis variáveis metodológicas.

Resumo

Palavras-chave: Desenvolvimento dentário. Rizogênese incompleta. Apicogênese. Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Tomografia computadorizada.

* Livre-Docente e Professor Titular de Endodontia, Universidade Federal de Goiás. ** Professor de Ortodontia, Universidade Federal de Goiás. *** Professor de Diagnóstico Bucal, Departamento de Diagnóstico Bucal, Universidade de Cuiabá. **** Pós-Graduando (Doutorado) em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Goiás. ***** Pós-Graduando (Mestrado) em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Goiás. ****** Livre-Docente e Professor Titular de Endodontia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto/SP.

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estrela C, Valladares Neto J, bueno MR, Guedes Oa, Porto OCl, Pécora JD

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iNTRODUÇÃOO conhecimento dos estágios de desenvol-

vimento da dentição permanente é essencial para um excelente manejo clínico em diversas especialidades odontológicas, uma vez que in-fluencia no diagnóstico, planejamento e resul-tado do tratamento.

Vários estudos16,19,20,21,24,26,27,28,34,35,38-41,44,46,47,49 avaliaram a mineralização e o desenvolvimen-to de dentes permanentes a partir de diferentes metodologias. Imagens radiográficas, apesar de corresponderem a um aspecto bidimensional de uma estrutura tridimensional, constituem o recurso mais utilizado para se determinar a mi-neralização e o estágio de desenvolvimento da dentição humana20,34,35,39,49. Um estudo clássico de Nolla35 avaliou, empregando radiografias bu-cais, os estágios de desenvolvimento dos dentes permanentes humanos. De acordo com o desen-volvimento, os diferentes estágios foram gradu-ados numa escala de 0 a 10.

Os avanços tecnológicos oferecem modali-dades de imagem que têm contribuído expressi-vamente com a radiologia odontológica, a partir de ferramentas auxiliares de diagnóstico, como: radiografia digital, métodos densitométricos, tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), ressonância magnética, ultrassonografia e técnicas nucleares8. Essas imagens detalhadas apresentam alta resolução das estruturas bucais e permitem a detecção precoce de alterações nas estruturas maxilofaciais.

Desde a introdução da tomografia compu-tadorizada2,17,37, tem sido observado que a sua aplicação clínica permitiu significativa revolu-ção na área da saúde1,4,7,10-15,19,22,25,29,30,31,42,43,45,48. Recentemente, várias áreas de pesquisa e clínica da Odontologia têm se beneficiado com o uso da TCFC3,6,8,18,32,42, que possibilitou a visualização de imagens tridimensionais, além do possível ma-nejo adicional por estratégias de navegação6. Seu potencial para aplicação clínica e a sua acurácia, comparados com os da radiografia periapical,

contribuem no planejamento do tratamento, diagnóstico, terapêutica e prognóstico de diferen-tes doenças1,4,6,7,10-15,19,25,26,29,30,31,42,43,45.

Outro aspecto importante sobre essa tecno-logia envolve a ferramenta de mensuração da TCFC, a qual permite determinar as distâncias lineares e os volumes de estruturas anatômi-cas4,22,45, planejamento pré-operatório de lesões maxilofaciais7, comprimento da raiz e do nível ósseo marginal durante o tratamento ortodônti-co30,43, técnicas de reconstrução1,29, alterações no nível ósseo após terapia regenerativa periodon-tal15, defeito periodontal19, lesões periapicais11,12

e reabsorções radiculares13.Entretanto, baseado no potencial de obtenção

de imagens de alta resolução e da viabilidade de novas modalidades emergentes de imagens tri-dimensionais, parece ser oportuno conhecer as medidas lineares da dentição permanente duran-te o desenvolvimento humano, particularmente nos primeiros 20 anos de idade. Assim, o objetivo desse estudo foi determinar as medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição per-manente humana usando a TCFC.

MATeRiAL e MÉTODOs Seleção da imagem

Este estudo foi desenvolvido, entre maio de 2007 e maio de 2010, a partir de bancos de da-dos de clínicas radiológicas odontológicas priva-das (CIRO, Goiânia/GO, Brasil; RIO, Brasília/DF, Brasil; CROIF, Cuiabá/MT, Brasil), envol-vendo 18 pacientes (n = 238 dentes), sendo 13 do sexo masculino e 5 do sexo feminino, com idades entre 3 e 20 anos. Os pacientes foram encaminhados para o serviço de radiologia por diferentes razões de diagnóstico. A amostra en-volvida não apresentava dentes com história de cárie dentária, tratamento ortodôntico ou dis-túrbio de desenvolvimento dentário.

Esse desenho de estudo foi aprovado pelo Co-mitê de Ética em Pesquisa Local (Universidade Federal de Goiás, Proc. #169/ 2008).

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estrela C, Valladares Neto J, bueno MR, Guedes Oa, Porto OCl, Pécora JD

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Linear measurements of human permanent dental development stages using Cone-Beam Computed Tomography: A preliminary study

Abstract

Objective: To determine the linear measurements of human permanent dentition development stages using Cone-Beam Computed Tomography. Methods: This study was based on databases of private radiology clinics involving 18 patients (13 male and 5 female, with age ranging from 3 to 20 years). Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) images were acquired with i-CAT system and measured with a specific function of the i-CAT software. Two hundred and thirty-eight teeth were analyzed in different development stages in the coronal and sagittal planes. The method was based on delimitation and measurement of the distance between anatomical landmarks corre-sponding to the development of the dental crowns and roots. These measurements allowed the development of a quantitative model to evaluate the initial and final development stages for all dental groups. Results and Conclu-sions: The measurements acquired from different dental groups are in agreement with estimates of investigations previously published. CBCT images of different development stages may contribute to diagnosis, planning and outcome of treatment in various dental specialties. The dimensions of dental crowns and roots may have important clinical and research applications, constituting a noninvasive technique which contributes to in vivo studies. How-ever, further studies are recommended to minimize methodological variables.

Keywords: Tooth development. Incomplete root formation. Apexogenesis. Cone-Beam Computed Tomography. Computed tomography.

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Vários estudos têm utilizado a ferramenta de mensuração da TCFC para determinar as dis-tâncias entre as estruturas anatômicas maxilofa-ciais1,4,7,19,25,29,30,31,45. A contribuição das mensurações tomográficas tem maior aplicação e confiança do que o método de imagem convencional5,11,12,13,15,45.

CONCLUSÕESDentro das limitações desse estudo preliminar,

conclui-se que as imagens de TCFC dos diferentes estágios de desenvolvimento podem contribuir com o diagnóstico, planejamento e resultados dos trata-mentos. As dimensões das coroas e raízes dentárias podem ter uma importante aplicabilidade clínica e de pesquisa. Entretanto, novos estudos são recomen-dados a fim de minimizar as variáveis metodológicas.

AgRADeCiMeNTOsEste estudo foi financiado, em parte, por in-

centivos financeiros do Conselho Nacional de De-senvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq 302875/2008-5 e CNPq 474642/2009 ao C.E.).

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Medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente humana usando tomografia Computadorizada de Feixe Cônico: um estudo preliminar

Dental Press J Orthod 78 2010 Sept-Oct;15(5):44-78

Endereço para correspondênciaCarlos Estrelarua C-245, Quadra 546, Lote 9, Jardim América CEP: 74.290-200 – goiânia / gOE-mail: [email protected]

Enviado em: julho de 2010Revisado e aceito: agosto de 2010

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a r t i g o i n é d i t o

Dental Press J Orthod 79 2010 Sept-Oct;15(5):79-88

Deslocamentos esqueléticos associados à cirurgia de avanço mandibular: avaliação quantitativa tridimensional

Alexandre Trindade Simões da Motta*, felipe de Assis ribeiro Carvalho**, Lúcia Helena Soares Cevidanes***, Marco Antonio de Oliveira Almeida****

Objetivo: avaliar através de imagens tridimensionais os deslocamentos dos ramos, côndilos e mento resultantes da cirurgia de avanço mandibular. Métodos: este estudo prospectivo utili-zou tomografias computadorizadas de feixe cônico das fases pré-cirúrgica e pós-cirúrgica de 27 indivíduos apresentando Classe II esquelética com padrão normocefálico ou braquicefálico. Uma técnica de superposição automatizada da base do crânio permitiu a avaliação de alterações esqueléticas em regiões anatômicas de interesse, e os deslocamentos foram visualizados e quan-tificados a partir da técnica dos mapas coloridos de superfícies. A estatística descritiva consistiu de valores médios, mínimo e máximo, e desvios-padrão. Mudanças maiores do que 2mm foram consideradas clinicamente relevantes e classificadas através de categorização dos valores. As ten-dências direcionais dos movimentos estruturais foram exibidas em valores positivos ou negati-vos. Coeficientes de correlação de Pearson foram aplicados com nível de significância de 95%, testando se deslocamentos em determinadas regiões foram associados com outras áreas. Resulta-dos: o mento apresentou deslocamento anteroinferior médio de 6,81±3,2mm, enquanto a por-ção inferior dos ramos apresentou movimento lateral com a cirurgia (esquerdo = 2,97±2,71mm; direito = 2,34±2,35mm). Outras regiões anatômicas mostraram deslocamento médio menor que 2mm, mas com evidente variabilidade individual. Correlações estatisticamente significa-tivas foram positivas e moderadas. Os côndilos, bordo posterior e porção superior dos ramos apresentaram correlação bilateral, enquanto as porções superior e inferior dos ramos mostraram correlação ipsilateral. Conclusão: o método 3D utilizado permitiu uma precisa visualização e quantificação dos resultados cirúrgicos, destacando-se o movimento anteroinferior do mento e o deslocamento lateral da porção inferior dos ramos mandibulares, mas com considerável variabi-lidade individual em todas as regiões anatômicas avaliadas.

Resumo

Palavras-chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Imagem tridimensional. Cirurgia assistida por computador. Simulação por computador. Ortodontia. Cirurgia bucal.

* Doutor, Mestre e Especialista em Ortodontia (Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ). Estágio de Doutorando Bolsa CAPES 382705-4 na Uni-versity of North Carolina at Chapel Hill (UNC). Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Federal Fluminense (UFF-Niterói).

** Mestre em Ortodontia (UERJ). Especialista em Ortodontia (UERJ) e Radiologia Oral (ABORJ). Doutorando em Ortodontia (UERJ) e Visiting Scholar (UNC). *** PhD em Biologia Oral (UNC). Professora do Departamento de Ortodontia (UNC/Chapel Hill). **** Pós-doutorado em Ortodontia (UNC). Professor Titular de Ortodontia (UERJ).

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Deslocamentos esqueléticos associados à cirurgia de avanço mandibular: avaliação quantitativa tridimensional

Dental Press J Orthod 80 2010 Sept-Oct;15(5):79-88

iNTRODUÇÃOA osteotomia bilateral sagital do ramo man-

dibular (BSSO) é frequentemente realizada nos casos de avanço cirúrgico da mandíbula. Apesar de sua popularidade, a instabilidade pós-cirúrgica decorrente de deslocamento do côndilo nos três planos do espaço (sagital, vertical e transverso), desviando-se de sua posição inicial na fossa gle-noide, continua uma importante área de estudo1.

Um deslocamento condilar superior e poste-rior pode ocorrer com a cirurgia, alteração que tem sido correlacionada à magnitude do avanço mandibular2-5. A associação entre deslocamento condilar e recidiva do tratamento tem sido descri-ta5,6, e o controle do segmento proximal foi consi-derado o aspecto mais importante na estabilidade dessa modalidade cirúrgica7.

O uso da tomografia computadorizada de fei-xe cônico (CBCT) na avaliação dos resultados do tratamento orto-cirúrgico tem o potencial de elu-cidar interações entre os componentes dentário, esquelético e de tecidos moles que contribuem para a resposta à terapia aplicada8. A utilização de ferramentas de superposição tridimensional (3D) permite a identificação e quantificação do deslo-camento e remodelação ósseos9,10.

Estudos prévios9,11-14 têm utilizado a técnica de superposição de modelos virtuais 3D na avaliação dos resultados e da estabilidade pós-cirúrgicos de pacientes Classe III, mas os casos de Classe II ain-da requerem estudos com observações das altera-ções ocorridas com a cirurgia.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar, de forma tridimensional, os deslocamentos dos côndilos, ramos (superior, inferior e posterior) e mento após a cirurgia de avanço mandibular, tes-tando correlações entre os mesmos.

MeTODOLOgiAPara este estudo prospectivo observacio-

nal, foram selecionados 27 pacientes (9 homens e 18 mulheres; idade média de 30,04±13,08 anos) submetidos a tratamento orto-cirúrgico

na University of North Carolina at Chapel Hill (UNC). Os pacientes receberam preparo orto-dôntico e cirurgia de avanço mandibular através de BSSO, complementada com mentoplastia em nove deles. Exames de CBCT foram realizados antes e após a cirurgia (imediatamente após a remoção do splint cirúrgico) com o tomógrafo NewTom 3G (Aperio Services LLC, Sarasota, FL, 34236). Dois pacientes tiveram pelo menos um exame realizado com o tomógrafo NewTom 9000 (Aperio Services LLC, Sarasota, FL), que possui um menor campo de visão; nesses, portanto, o mento não foi incluído na imagem.

Todos os indivíduos apresentavam discrepân-cias esqueléticas suficientemente severas para justificar a cirurgia ortognática, e aqueles com mordida aberta foram excluídos, de forma que todos apresentavam Classe II com padrão de crescimento normal ou horizontal. Fissuras la-biopalatais ou problemas resultantes de trauma ou condição degenerativa, como a artrite reuma-toide, foram fatores excludentes. Foi obtido um consentimento informado de todos os indivíduos que concordaram em ser submetidos aos exames tomográficos em diferentes fases do tratamento, e os protocolos experimentais foram aprovados pelo comitê de ética da instituição.

O protocolo radiológico envolveu uma tomada da cabeça de 36 segundos de duração, com um campo de visão de 230 x 230mm, com o paciente em oclusão cêntrica. As reconstruções tridimen-sionais foram realizadas a partir de imagens de CBCT com voxels de 0,5 x 0,5 x 0,5mm, utili-zando-se o software gratuito ITK-SNAP15 (http://www.itksnap.org/). Foram obtidos modelos 3D contendo a base do crânio (Fig. 1) e as estruturas anatômicas de interesse clínico a serem avaliadas no estudo: mento; côndilos esquerdo e direito; e porções posterior, superior e inferior dos ramos esquerdo e direito (Fig. 2).

Os modelos pré-cirúrgico e pós-cirúrgico fo-ram superpostos tendo como referência a base do crânio, estrutura não alterada pela cirurgia. Foi

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Motta atS, Carvalho FaR, Cevidanes lHS, almeida MaO

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A soma dos deslocamentos médios da porção inferior dos ramos dos lados esquerdo e direi-to foi de 5,28mm no presente trabalho, muito próximo ao estudo citado acima1, apesar das di-ferenças metodológicas de medição.

Exceto pelo mento e a porção inferior dos ra-mos, todas as outras regiões avaliadas mostraram deslocamentos médios inferiores a 2mm, mas com valores máximos variando além do limite clínico aceitável. Deslocamentos relevantes dos segmentos proximal e distal da mandíbula e o deslocamento posterior do côndilo induzido ci-rurgicamente parecem ser importantes fatores de risco para a reabsorção condilar pós-operatória. Apesar desses deslocamentos serem de difícil previsão durante a cirurgia, essa deve ser uma importante preocupação especialmente para os pacientes que apresentam alto risco ou histórico de reabsorção condilar30.

CONCLUsÃOA superposição de modelos tridimensionais de

superfície permitiu a visualização e quantificação dos resultados da cirurgia de avanço mandibular.

Em média, a cirurgia de avanço da mandí-bula resultou em deslocamentos clinicamente significativos (maiores que 2mm) no sentido anteroinferior no mento e no sentido lateral na porção inferior dos ramos mandibulares. Por ou-tro lado, foi observada considerável variabilida-de individual em todas as estruturas avaliadas, com mudanças variando além do limite clinica-mente aceitável.

Alterações bilaterais foram correlacionadas de forma significativa nos côndilos, bordos pos-teriores e porções superiores dos ramos, e des-locamentos ipsilaterais mostraram correlação entre as porções superior e inferior dos ramos, com tendência ao movimento lateral.

Skeletal displacements following mandibular advancement surgery: 3D quantitative assessment

Abstract

Objective: To evaluate changes in the position and remodeling of the mandibular rami, condyles and chin with mandibular advancement surgery through the superimposition of 3D Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) models. Methods: This prospective observational study used pre-surgery and post-surgery CBCT scans of 27 subjects presenting skeletal Class II with normal or horizontal growth pattern. An automatic technique of cranial base superimposition was used to assess positional and/or remodeling changes in anatomic regions of interest. Displacements were visually displayed and quantified by 3D color maps. Descriptive statistics consisted of mean values, standard deviations and minimum/maximum displacements. Changes greater than 2 mm were considered clinically relevant, and a categorization was done. Positive and negative displacements showed each region direc-tional tendency. To test if displacements in anatomic regions were associated with each other, Pearson correlation coefficients were used under a 95% significance level. Results: The chin moved anterior-inferiorly 6.81±3.2 mm on average and the inferior portion of the rami moved laterally (left: 2.97±2.71 mm; right: 2.34±2.35 mm). Other anatomic regions showed <2 mm mean displacements, but with evident individual variability. Significant statistical correlations were positive and moderate. The condyles, posterior border and superior portion of the rami showed a bilateral correlation, and the superior and inferior portion of the rami an ipsilateral correlation. Conclusion: This 3D method allowed clear visualization and quantification of surgery outcomes, with an anterior-inferior chin displace-ment and a lateral movement on the inferior portion of the rami, but with considerable individual variability in all the evaluated anatomic regions.

Keywords: Cone-Beam Computed Tomography. Image processing, Computer-assisted. Surgery, computer-assisted. Computer simulation. Orthodontics. Surgery, oral.

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Deslocamentos esqueléticos associados à cirurgia de avanço mandibular: avaliação quantitativa tridimensional

Dental Press J Orthod 88 2010 Sept-Oct;15(5):79-88

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Endereço para correspondênciaAlexandre Trindade MottaAv. das Américas, 3500 – Bloco 7/sala 220 CEP: 22.640-102 – Barra da Tijuca - rio de Janeiro / rJE-mail: [email protected]

Enviado em: janeiro de 2010Revisado e aceito: julho de 2010

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Efeitos transversais da expansão rápida da maxila em pacientes com má oclusão de Classe II: avalia-ção por Tomografia Computadorizada Cone-Beam

Carolina Baratieri*, Lincoln Issamu Nojima**, Matheus Alves Jr.***, Margareth Maria gomes de Souza****, Matilde gonçalves Nojima*****

Resumo

Objetivo: avaliar por meio de Tomografia Computadorizada Cone-Beam (TCCB) os efeitos trans-versais, imediatos e após o período de contenção, da expansão rápida da maxila (ERM) em pacien-tes com má oclusão de Classe II. Métodos: dezessete crianças (idade inicial média de 10,36 anos) com má oclusão de Classe II e deficiência transversal esquelética da maxila foram submetidas ao protocolo de ERM com aparelho expansor de Haas. TCCBs foram realizadas antes dos pro-cedimentos clínicos (T1), imediatamente após a estabilização do parafuso expansor (T2) e após completados 6 meses de contenção e removido o aparelho (T3). Com o software Dolphin, foram possíveis a manipulação das imagens e as mensurações. O teste t de Student pareado foi utilizado para identificar significância estatística (p<0,05) entre os intervalos T2 e T1, T3 e T2, e T3 e T1. Resultados: imediatamente após a ERM, ocorreu aumento significativo da largura maxilar basal, alveolar e dentária de 1,95mm, 4,30mm e 6,89mm, respectivamente, e inclinação vestibular dos primeiros molares direito (7,31º) e esquerdo (6,46º). Ao final do período de contenção, o aumento transversal foi mantido e a inclinação dentoalveolar retornou ao valor inicial. Conclusões: a ERM foi efetiva no aumento da dimensão transversa da maxila, tanto esquelético quanto dentário, sem causar inclinação dos molares de ancoragem em pacientes com má oclusão de Classe II.

Palavras-chave: Expansão rápida da maxila. Efeitos transversos. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Má oclusão de Classe II.

* Graduação em Odontologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela UFSC. Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutoranda em Ortodontia pela UFRJ.

** Mestre e Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professor adjunto do Departamento de Ortodontia da UFRJ. Coordenadora do programa de Pós-graduação em Odontologia da UFRJ.

*** Graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Mestre e Doutorando em Ortodontia pela UFRJ. **** Mestre e Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professora adjunta do Departamento de Ortodontia da UFRJ. Coordenadora do programa de Pós-graduação

em Ortodontia da UFRJ. ***** Mestre e Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professora adjunta do Departamento de Ortodontia da UFRJ.

iNTRODUÇÃOAs má oclusões de Classe II, divisão 1, estão

fortemente associadas a problemas transversais, apresentando largura maxilar significativamente reduzida quando comparada à de indivíduos com oclusão normal2,22,25,26. No entanto, seu diagnóstico

muitas vezes passa despercebido ao exame clínico, pois a deficiência transversal é camuflada pelo pró-prio padrão esquelético da Classe II. Assim, os den-tes superiores ocluem em região mais anterior da mandíbula, mais estreita, mostrando a maxila com desenvolvimento aparentemente normal no sentido

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efeitos transversais da expansão rápida da maxila em pacientes com má oclusão de Classe II: avaliação por tomografia Computadorizada Cone-beam

Dental Press J Orthod 96 2010 Sept-Oct;15(5):89-97

5,5mm e dentário (coroa) de 8,1mm. No entanto, o tempo de contenção foi inferior, sendo que algu-ma recidiva ainda poderia ser esperada.

A forte associação de deficiência transversal es-quelética da maxila em pacientes com má oclusão de Classe II, divisão 1, mesmo na ausência de mor-dida cruzada posterior, revela a importância da correção dessa discrepância evitando compensa-ções dentárias2,22,25,26. Os resultados deste trabalho mostraram que a expansão rápida da maxila com aparelho expansor de Haas em pacientes com má oclusão de Classe II, divisão 1, não alterou signi-ficativamente a inclinação dos molares superiores. A inclinação dentoalveolar, mesmo com as alte-rações durante o período de avaliação, ao final do período de contenção não se mostrou estatisti-camente diferente da inicial. Isso demonstra que o aumento na largura dentária provocado pela ERM promoveu movimento de translação efetivo dos dentes de ancoragem. Ballanti et al.3 também

obtiveram o mesmo resultado com o aparelho de Hyrax; enquanto, ao final do estudo de Garib et al.7, os molares encontravam-se com inclinação aumentada significativamente. O tempo de con-tenção de três meses pode não ter sido suficiente para os molares retornarem à inclinação inicial.

CONCLUsÃOOs pacientes com má oclusão de Classe II ava-

liados obtiveram aumento significativo da dimen-são transversa, tanto esquelético quanto dentário, sem causar alterações nos molares de ancoragem. O período de seis meses de contenção com apa-relho expansor de Haas permitiu manter o ganho transversal esquelético e o retorno da inclinação dentoalveolar inicial.

AgRADeCiMeNTOsOs autores agradecem ao apoio financeiro for-

necido pela CAPES e FAPERJ.

Transverse effects of rapid maxillary expansion in Class II malocclusion patients:A Cone-Beam Computed Tomography study

Abstract

Objective: The aim of this study was to evaluate by Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) transversal re-sponses, immediately and after the retention period, to rapid maxillary expansion (RME), in Class II malocclusion patients. Methods: Seventeen children (mean initial age of 10.36 years), with Class II malocclusion and skeletal constricted maxilla, underwent Haas´ protocol for RME. CBCT scans were taken before treatment (T1), at the end of the active expansion phase (T2) and after the retention period of six months (T3). The scans were managed in Dolphin software, where landmarks were marked and measured, on a coronal slice passing through the upper first molar. The paired Student´s t-test was used to identify significant differences (p<0.05) between T2 and T1, T3 and T2, and T3 and T1. Results: Immediately after RME, the mean increase in maxillary basal, alveolar and dental width was 1.95 mm, 4.30 mm and 6.89 mm, respectively. This was accompanied by buccal inclination of the right (7.31°) and left (6.46°) first molars. At the end of the retention period, the entire transverse dimension increased was main-tained and the dentoalveolar inclination resumed. Conclusions: The RME therapy was an effective procedure to increase transverse maxillary dimensions, at both skeletal and dentoalveolar levels, without causing inclination on anchorage molars in Class II malocclusion patients with skeletal constricted maxilla.

Keywords: Rapid maxillary expansion. Transverse effects. Cone-Beam Computed Tomography. Class II malocclusion.

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baratieri C, Nojima lI, alves M Jr., Souza MMG, Nojima MG

Dental Press J Orthod 97 2010 Sept-Oct;15(5):89-97

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Endereço para correspondênciaCarolina Baratierirua Anibal de Mendonça 16, ap. 109 CEP: 22.410-050 – rio de Janeiro / rJE-mail: [email protected]

Enviado em: junho de 2010Revisado e aceito: julho de 2010

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Dental Press J Orthod 98 2010 Sept-Oct;15(5):98-108

Simulação 3D de movimento ortodôntico

Norman Duque Penedo*, Carlos Nelson Elias**, Maria Christina Thomé Pacheco***, Jayme Pereira de gouvêa****

Objetivo: desenvolver e validar, através do Método dos Elementos Finitos (MEF), um mo-delo numérico tridimensional (3D) de um incisivo central superior para simular o mo-vimento dentário. Métodos: esse modelo contempla a unidade dentária, o osso alveolar e o ligamento periodontal. Permite a simulação dos diferentes movimentos dentários e a determinação dos centros de rotação e de resistência. Limita o movimento ao espaço perio-dontal, registrando a direção, quantificando o deslocamento dentário e as tensões iniciais no ligamento periodontal. Resultados: a análise dos deslocamentos dentários e das áreas que recebem tensões iniciais possibilita determinar os tipos de movimentos dentários. Com base nas forças ortodônticas, é possível quantificar a intensidade das tensões em cada região do dente, do ligamento periodontal ou do osso alveolar. Com base nas tensões axiais ao longo do ligamento periodontal e da tensão capilar, é possível predizer, teoricamente, as regiões em que deve ocorrer a remodelação óssea. Conclusão: o modelo foi validado pela determi-nação do módulo de elasticidade do ligamento periodontal de forma compatível com dados experimentais existentes na literatura. Os métodos utilizados na construção do modelo permitiram a criação de um modelo completo para uma arcada dentária, o qual possibilita realizar variadas simulações que envolvem a mecânica ortodôntica.

Resumo

Palavras-chave: Elementos finitos. Ligamento periodontal. Movimento dentário. Forças ortodônticas. Tensões axiais.

* Doutor em Engenharia Metalúrgica pela UFF (Universidade Federal Fluminense), campus Volta Redonda/RJ. ** Doutor em Ciência dos Materiais pelo IME (Instituto Militar de Engenharia). Professor de Biomateriais do IME, Rio de Janeiro. *** Doutora em Ortodontia pela UFRJ. Professora de Ortodontia da Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória. **** Doutor em Engenharia Mecânica pela PUC-RJ. Professor de Bioengenharia da UFF, campus Volta Redonda/RJ.

iNTRODUÇÃOA aplicação do método dos elementos finitos

(MEF) na Ortodontia possibilita investigar os as-pectos biomecânicos envolvidos em um tratamen-to ortodôntico14 e estimula o crescente interesse no conhecimento da movimentação dentária. O desenvolvimento de um modelo numérico permite quantificar e avaliar os efeitos das cargas ortodôn-ticas que são aplicadas para obter o movimento dentário inicial. Uma das principais características

do método dos elementos finitos é seu potencial de analisar estruturas complexas. Isso é possível quando o modelo numérico desenvolvido apre-senta comportamento equivalente ao da estrutu-ra que se quer analisar. No caso do movimento dentário, o modelo numérico deve responder de forma equivalente ao comportamento clínico do dente em movimentação, com relação às áreas de tensões e deslocamentos produzidos. Além disso, o MEF pode ser utilizado para determinar, através

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A B

Penedo ND, elias CN, Pacheco MCt, Gouvêa JP

Dental Press J Orthod 107 2010 Sept-Oct;15(5):98-108

modelo serviram como base para a criação de um modelo completo de uma arcada dentária, o que permite a realização de estudos envolvendo vários dispositivos ortodônticos.

CONCLUSÕES 1) Para possibilitar a quantificação dos parâme-

tros envolvidos nos estudos da mecânica ortodônti-ca, foi validado um modelo numérico tridimensio-nal de um incisivo central superior.

2) O valor de E=0,059MPa (0,059N/mm2), atribuído ao módulo de elasticidade das fibras do ligamento periodontal, permitiu a validação do mo-delo numérico.

3) As tensões axiais obtidas no modelo apresen-tam valores coerentes e auxiliam na definição de um valor apropriado para ser utilizado em simulações

computacionais, através do MEF. 4) A definição de um critério que utiliza a

comparação da tensão axial com a pressão capilar (0,0026N/mm2) permitiu predizer as áreas que poderão desencadear o início do processo de re-modelação óssea.

5) O modelo computacional possibilita a visu-alização e quantificação do movimento da raiz e da coroa dentária, além da localização do centro de rotação e do centro de resistência do dente, que é de primordial importância na determinação do tipo de movimento dentário.

6) Esse modelo possibilita a modificação dos parâmetros de carregamento (forças e momentos) e as condições de contorno, permitindo a constru-ção de uma arcada dentária completa para avaliar diferentes possibilidades da mecânica ortodôntica.

FIGURa 15 - Movimento de translação com aplicação de força no Cres: A) vetores resultantes; B) deslocamento resultante.

3D simulation of orthodontic tooth movement

Abstract

Objective: To develop and validate a three-dimensional (3D) numerical model of a maxillary central incisor to simulate tooth movement using the Finite Element Method (FEM). Methods: This model encompasses the tooth, alveolar bone and periodontal ligament. It allows the simulation of different tooth movements and the establishment of cen-ters of rotation and resistance. It limits the movement into the periodontal space, recording the direction, quantifying tooth displacement and initial stress in the periodontal ligament. Results: By assessing tooth displacements and the areas that receive initial stress it is possible to determine the different types of tooth movement. Orthodontic forces make it possible to quantify stress magnitude in each tooth area, in the periodontal ligament and in the alveolar bone. Based on the axial stress along the periodontal ligament and the stress in the capillary blood vessel (capillary blood stress) it is theoretically possible to predict the areas where bone remodeling is likely to occur. Conclusions: The model was validated by determining the modulus of elasticity of the periodontal ligament in a manner consistent with experimental data in the literature. The methods used in building the model enabled the creation of a complete model for a dental arch, which allows a number of simulations involving orthodontic mechanics.

Keywords: Finite elements. Periodontal ligament. Tooth movement. Orthodontic forces. Axial stress.

FxFy

FxFy

CrotCrot

0.003496 .010496 .017492 .024489 .031486

.006997 .013994 .020991 .027988 0.003496 .010496 .017492 .024489 .031486

.006997 .013994 .020991 .027988

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Simulação 3D de movimento ortodôntico

Dental Press J Orthod 108 2010 Sept-Oct;15(5):98-108

Endereço para correspondênciaMaria Christina Thomé PachecoPraça Philogomiro Lannes, 200 / 307CEP: 29.060-740 – vitória / ESE-mail: [email protected]

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Enviado em: agosto de 2008Revisado e aceito: outubro de 2008

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Dental Press J Orthod 109 2010 Sept-Oct;15(5):109-17

Angulação dos caninos em indivíduos portadores de má oclusão de Classe I e de Classe III: análise comparativa através de um novo método utilizando imagens digitalizadas*

Lucyana ramos Azevedo**, Tatiane Barbosa Torres**, David Normando***

Objetivo: determinar as angulações mesiodistais das coroas dos caninos em indivíduos por-tadores de má oclusão de Classe III, comparando-os a indivíduos Classe I. Métodos: foram empregadas medidas tomadas em fotografias digitalizadas de modelos de gesso e transportadas para um programa gráfico para leitura das medidas (Image Tool). Tais procedimentos foram repetidos para avaliação do erro do método casual (fórmula de Dahlberg) e para a análise da reprodutibilidade através da Correlação intraclasse. A amostra constituiu-se de 57 pacientes com dentição permanente completa e não tratados ortodonticamente, dividida em dois grupos, de acordo com a má oclusão apresentada: o grupo I foi constituído por 33 pacientes portadores de má oclusão de Classe I, sendo 16 do sexo masculino e 17 do feminino, com média de idades de 27 anos; o grupo II era representado por 24 pacientes portadores de má oclusão de Classe III, 20 do sexo masculino e 4 do feminino, com média de idades de 22 anos. Resultados: o erro casual mostrou-se com uma variação de 1,54 a 1,96 graus para a angulação dos caninos. A aná-lise estatística revelou que o método apresenta uma excelente reprodutibilidade (p<0,01). Os resultados obtidos na angulação da coroa dos caninos não mostraram diferença estatisticamente significativa entre os caninos superiores nos grupos Classe I e Classe III, embora esse dente mostrasse, em média, uma angulação 2 graus maior nos indivíduos Classe III. Entretanto, para os caninos inferiores, foi observada uma diferença estatisticamente significativa em ambos os lados (p=0,0009 e p=0,0074) entre os grupos Classe I e Classe III. Os pacientes Classe III apresen-taram uma menor angulação nos caninos inferiores em comparação aos pacientes Classe I, ten-dendo a acompanhar a compensação natural dos incisivos, descrita rotineiramente na literatura. Conclusão: os resultados permitem concluir que as compensações dentárias, frequentemente observadas na literatura para a região de incisivos, se estendem também à angulação dos caninos, principalmente no que se refere à arcada inferior.

Resumo

Palavras-chave: Angulação mesiodistal. Canino. Má oclusão de Classe III. Má oclusão de Classe I.

** Especialista em Ortodontia pela Associação Brasileira de Odontologia-Pará (ABO-PA). *** Professor da disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará. Coordenador do Curso de Especialização em

Ortodontia da ABO-PA. Doutorando em Ortodontia pela UERJ.

* Trabalho vencedor da categoria painel científico, durante o 4º Encontro Abzil de Ortodontia Individualizada Capelozza.

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azevedo lR, torres tb, Normando D

Dental Press J Orthod 117 2010 Sept-Oct;15(5):109-17

Canine angulation in Class I and Class III individuals: A comparative analysis with a new method using digital images

Abstract

Objectives: This study aimed to determine the mesiodistal angulation of canine crowns in individuals with Class III malocclusion in comparison with Class I individuals. Methods: Measurements were taken from digital photo-graphs of plaster models and imported into an imaging program (Image Tool). These procedures were repeated to assess random method error (Dahlberg’s formula), and analyze reproducibility by intraclass correlation. The sample consisted of 57 patients with complete permanent dentition, untreated orthodontically and divided into two groups according to their malocclusion: Group I consisted of 33 patients with Class I malocclusion, 16 males and 17 females, mean age 27 years; Group II comprised 24 patients with Class III malocclusion, 20 males and 4 females, mean age 22 years. Results: Random error for canine angulation ranged from 1.54 to 1.96 degrees. Statistical analysis showed that the method presented an excellent reproducibility (p<0.01). Results for canine crown angulation showed no statistically significant difference between maxillary canines in the Class I and Class III groups, although canine angulation exhibited, on average, 2 degrees greater angulation in Class III individuals. Mandibular canines, however, displayed a statistically significant difference on both sides between Class I and Class III groups (p = 0.0009 and p = 0.0074). Compared with Class I patients, angulation in Class III patients was lower in mandibular canines and tended to follow the natural course of dentoalveolar compensation, routinely described in the literature. Conclusion: The results suggest that dental compensation often found in literature involving the incisors region, also affects canine angulation, especially in the lower arch.

Keywords: Mesiodistal angulation. Canine. Class III malocclusion. Class I malocclusion.

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Endereço para correspondênciaDavid Normandorua Boaventura da Silva, 567, ap. 1201 CEP: 66.055-090 – Belém / PAE-mail: [email protected]

Enviado em: novembro de 2007Revisado e aceito: agosto de 2008

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Dental Press J Orthod 118 2010 Sept-Oct;15(5):118-29

Avaliação da inclinação dentária no tratamento compensatório do padrão II com tomografia computadorizada

Liana fattori*, Liliana Ávila Maltagliati Brangeli**, Leopoldino Capelozza filho***

Objetivo: avaliar as alterações nas inclinações dos dentes anteriores causadas pelo tratamen-to ortodôntico, utilizando-se aparelho Straight-Wire, prescrição II Capelozza, antes e após a fase de nivelamento com fios ortodônticos de aço de secção retangular. Métodos: foram selecionados 17 indivíduos adultos de padrão facial II, má oclusão Classe II, indicados para tratamento ortodôntico compensatório. As inclinações dos dentes anteriores foram avaliadas em três tempos clínicos, após o uso dos fios ortodônticos de diâmetros 0,020” (T1); 0,019” x 0,025” (T2) e 0,021” x 0,025” (T3), através de exames de tomografia computadorizada. Empregou-se a análise de variância de Friedman, com nível de significância de 5%, na com-paração entre os tempos. Resultados: observou-se que o fios retangulares empregados não foram capazes de produzir uma mudança significativa na mediana da inclinação dentária, exceto por uma discreta alteração nos incisivos laterais inferiores (p<0,05). Por outro lado, constatou-se que a variação das inclinações observadas era menor no fio retangular 0,021” x 0,025”, principalmente para os incisivos superiores (p<0,001). Conclusão: fios retangulares 0,021” x 0,025” produzem uma maior homogeneidade no grau de variação na inclinação dos incisivos superiores, embora sem mudança significativa na sua mediana.

Resumo

Palavras-chave: Tomografia computadorizada. Tratamento ortodôntico. Inclinação dentária.

* Mestre em Ortodontia pela UMESP. ** Mestre e Doutora em Ortodontia pela FOB-USP. Coordenadora de Especialização em Ortodontia da ABCD - SP. Professora Convidada do curso de Mes-

trado da USC - Bauru. *** Professor Doutor da FOB-USP. Membro do setor de Ortodontia do HRAC-USP. Coordenador dos cursos de Especialização e Mestrado em Ortodontia da

USC - Bauru.

iNTRODUÇÃOA técnica Straight-Wire tem por objetivo o po-

sicionamento ideal do dente ao final do tratamen-to, com diminuição da necessidade de dobras nos fios ortodônticos. Desde a sua introdução, vários autores sugeriram alterações nos valores iniciais da prescrição5. Dessas alterações surgiram prescri-ções únicas, na busca de uma que se adequasse a todos ou à grande maioria dos casos.

Nos anos imediatos, antes que essa técnica se tornasse a mais utilizada mundialmente, vá-rios autores emitiram opiniões considerando que a maioria dos ortodontistas aceitava essa técnica por não utilizarem arcos de grande calibre para a finalização de seus casos12,13. Entretanto, já era discutida a necessidade de, mesmo utilizando-se fios de calibre próximos ao tamanho da canaleta do braquete, fazer ajustes para compensar a folga

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avaliação da inclinação dentária no tratamento compensatório do padrão II com tomografia computadorizada

Dental Press J Orthod 128 2010 Sept-Oct;15(5):118-29

de maior calibre, 0,021” x 0,025”, em canaleta 0,022”. Assim como seria razoável supor que esse fio deveria ser mantido por mais tempo, permitin-do uma leitura mais efetiva11.

Quanto ao tratamento ortodôntico da amostra, devemos ressaltar que houve redução, quando não a completa correção, do trespasse horizontal des-ses indivíduos, mesmo sem a utilização de quais-quer recursos mecânicos adicionais, o que prova-velmente ocorreu de maneira compensatória, por meio de alterações nas suas inclinações.

A utilização de uma prescrição individualizada auxilia, criando ou mantendo as inclinações e an-gulações necessárias para que se obtenham os mo-vimentos planejados, que culminem com a com-pensação ortodôntica das más oclusões do padrão II, de modo a favorecer esses movimentos, e não se contrapor a eles.

Durante o planejamento de um caso ortodôn-tico, programa-se o posicionamento dos dentes nas inclinações ou direções desejadas, a fim de se obter uma relação interincisivos aceitável estética e funcionalmente. Para os indivíduos selecionados nessa pesquisa científica, espera-se que os incisivos inferiores permaneçam ou se tornem vestibulari-zados, ou seja, com valores de inclinação bastante positivos; e, para os superiores, que esses também

se apresentem vestibularizados, respeitando-se a estética dentária e facial, mas sem valores muito altos, sem que, contudo, se faça a leitura nominal da prescrição utilizada.

Pode-se, ainda, defender o uso da prescrição pelo valor empregado na angulação do canino inferior, que se apresenta aumentado. Essa an-gulação favorece a vestibularização dos incisivos inferiores. Cabe enfatizar, mais uma vez, que, na ausência de caninos inferiores vestibularizados, posição esperada na compensação do Padrão II, a prescrição auxiliaria no posicionamento ideal; por outro lado, na presença de valor angular aumenta-do, a prescrição o manteria.

CONCLUsÃOConforme a metodologia empregada e após os

resultados obtidos, parece lícito afirmar que:» As inclinações medianas encontradas nos

tempos T1, T2 e T3 se apresentaram semelhantes, com significância estatística apenas para os incisi-vos laterais inferiores.

» O emprego do fio 0,021” x 0,025” reduz a variação das inclinações, principalmente na região dos incisivos superiores, ocasionando um aumen-to do número de dentes com valores próximos à prescrição embutida no braquete.

Assessment of tooth inclination in the compensatory treatment of pattern II using computed tomography

Abstract

Objective: To evaluate changes in the inclination of anterior teeth caused by orthodontic treatment using a Straight-Wire appliance (Capelozza’s prescription II), before and after the leveling phase with rectangular stainless steel archwires. Methods: Seventeen adult subjects were selected who presented with facial pattern II, Class II malocclusion, referred for compensatory orthodontic treatment. Inclinations of anterior teeth were clinically as-sessed using CT scans at three different times, i.e., after the use of 0.020-in (T1), 0.019 X 0.025-in (T2) and 0.021 X 0.025-in (T3) archwires. Friedman’s analysis of variance was applied with 5% significance level to compare the three assessments (T1, T2 and T3). Results: It was noted that the rectangular wires were unable to produce any signifi-cant changes in inclination medians, except for a slight change in mandibular lateral incisors (p<0.05). On the other hand, variations in inclination were smaller when 0.021 X 0.025-in archwires were employed, particularly in maxillary incisors (P<0.001). Conclusion: The use of rectangular 0.021 X 0.025-in archwires produces more homogeneous variations in the inclination of maxillary incisors, but no significant median changes.

Keywords: Computed Tomography. Orthodontic treatment. Tooth inclination.

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Fattori l, brangeli laM, Capelozza l Filho

Dental Press J Orthod 129 2010 Sept-Oct;15(5):118-29

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Endereço para correspondênciaLiana fattorirua Primeiro de Maio, 188 cj.111 – CentroCEP: 09.015-030 – Santo André/SPE-mail: [email protected]; [email protected]

Enviado em: setembro de 2007Revisado e aceito: fevereiro de 2010

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a r t i g o i n é d i t o

Dental Press J Orthod 130 2010 Sept-Oct;15(5):130-6

Avaliação tomográfica no tratamento com Herbst em adulto jovem

Savana Maia*, Dirceu Barnabé raveli**, Ary dos Santos-Pinto**, Taísa Boamorte raveli***, Sandra Palno gomez***

Introdução: o aparelho de Herbst destaca-se por manter a mandíbula avançada de modo contínuo. Objetivo: analisar, durante 8 meses, o tratamento de um indivíduo com aparelho Herbst por meio de imagens da tomografia Cone-Beam, após o surto de crescimento pubertário (16 anos e 3 meses), portador de má oclusão de Classe II, divisão 1, associada a retrognatismo mandibular. Resultados: os resultados mostraram imagens tomográficas das ATMs que sugerem remodelação do côndilo, fossa glenoide e aumento da via aérea após o tratamento com esse aparelho. Conclusão: o aparelho de Herbst é uma boa opção no tratamento da má oclusão de Classe II em indivíduos adultos jovens, pois proporciona ao paciente a correção da má oclusão e melhora da estética do perfil.

Resumo

Palavras-chave: Articulação temporomandibular. Tomografia. Aparelhos ortopédicos.

* Mestre e Doutoranda em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. ** Professor Adjunto da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. *** Mestranda em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

iNTRODUÇÃOApesar da extensa diversidade de tratamentos

da má oclusão de Classe II, dúvidas ainda perma-necem com relação ao mecanismo de ação dos apa-relhos ortopédicos. A efetividade do tratamento da má oclusão de Classe II com o aparelho de Herbst vem sendo estudada por décadas. No entanto, ape-sar da evidente eficácia dessa conduta terapêutica, a possibilidade de manipular o potencial de cresci-mento mandibular além da quantidade determina-da geneticamente ainda alimenta o debate entre os defensores e opositores da ortopedia dentofacial1. Uma parte dos pesquisadores, apoiados na teoria da Matriz Funcional, acredita que os fatores am-bientais locais sejam os principais responsáveis pelo tamanho final do esqueleto craniofacial e, por con-seguinte, passível de certa regulação pela alteração

de seu padrão funcional1. A outra corrente advoga que o controle preponderante é genético e que as alterações observadas restringem-se ao componen-te dentoalveolar, não afetando o crescimento das bases ósseas. Há sugestão de que a utilização de aparelhos funcionais para estímulo do crescimento mandibular teria um impacto apenas temporário sobre o padrão dentofacial, prevalecendo no longo prazo a imposição do padrão morfogenético1,2.

A questão primordial dessa controvérsia ainda permanece: os aparelhos ortopédicos funcionais provocam alguma alteração significativa no cres-cimento mandibular? Embora a utilização desses aparelhos ultrapasse cem anos, ainda hoje pouco se sabe sobre como eles funcionam, quais sistemas tissulares são influenciados, qual a magnitude e a estabilidade desses efeitos1,2,3.

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avaliação tomográfica no tratamento com Herbst em adulto jovem

Dental Press J Orthod 136 2010 Sept-Oct;15(5):130-6

CONCLUsÃOOs exames de TC proporcionam um melhor

diagnóstico e planejamento do tratamento orto-dôntico, pois permitem a visualização do problema em três dimensões no espaço. Além disso, a CBCT permite a análise de estruturas como côndilo e fos-sa glenoide, possibilitando, assim, avaliar a remode-

lação nessa região após o tratamento com aparelhos ortopédicos. O tratamento com aparelho de Her-bst produz resultados satisfatórios e proporciona ao paciente a correção da má oclusão e melhora da es-tética do perfil. A avaliação tomográfica sugere re-modelação da região da ATM e côndilo, e aumento da via aérea após o tratamento com esse aparelho.

Computed Tomographic evaluation of a young adult treated with the Herbst appliance

Abstract

Introduction: The key feature of the Herbst appliance lies in keeping the mandible continuously advanced. Objective: To monitor and study the treatment of a patient wearing a Herbst appliance by means of Cone-Beam Computed To-mography (CBCT) images for 8 months after pubertal growth spurt. The subject was aged 16 years and 3 months and presented with a Class II, Division 1 malocclusion associated with mandibular retrognathia. Results: The CBCT images of the temporomandibular joints suggest that the treatment resulted in the remodeling of the condyle and glenoid fossa and widening of the airway. Conclusions: The Herbst appliance constitutes a good option for treating Class II malocclu-sion in young adults as it provides patients with malocclusion correction and improves their aesthetic profile.

Keywords: Temporomandibular joint. Computed Tomography. Orthopedic appliances.

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Enviado em: junho de 2010Revisado e aceito: agosto de 2010

Endereço para correspondênciaSavana MaiaAv. Djalma Batista, 1661, sala 702 – Chapada CEP: 69.050-010 – Manaus/AME-mail: [email protected]

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a r t i g o i n é d i t o

Dental Press J Orthod 137 2010 Sept-Oct;15(5):137-42

Avaliação do crescimento condilar através de cintilografia óssea em pacientes com mordida cruzada posterior funcional

Pepita Sampaio Cardoso Sekito*, Myrela Cardoso Costa**, Edson Boasquevisque***, Jonas Capelli Junior****

Objetivos: avaliar a atividade de crescimento condilar em 10 pacientes com mordida cruzada posterior funcional antes e após a correção, usando a cintilografia óssea mandibular. Métodos: os pacientes receberam injeção endovenosa de contraste radioativo (Technesium-99m, difosfato de metileno de sódio). Após duas horas, imagens cintilográficas planares foram realizadas por meio de uma câmera Gama. Imagens laterais da boca fechada, mostrando os côndilos direito e esquer-do, foram usadas. Uma imagem da quarta vértebra lombar também foi usada como referência. Resultados: diferenças estatisticamente significativas não foram encontradas nos valores da taxa de absorção, em ambos os lados, quando os períodos de pré-tratamento e pós-tratamento foram analisados separadamente e também quando os períodos de pré-tratamento e pós-tratamento foram analisados no mesmo lado. Não foram encontradas diferenças na atividade de crescimento condilar em pacientes com mordida cruzada posterior funcional.

Resumo

Palavras-chave: Mordida cruzada posterior funcional. Crescimento condilar. Cintilografia óssea.

* Professora Auxiliar de Ortodontia na FO-UNESA. ** Doutoranda em Ortodontia na FO-UERJ. *** Professor assistente na Escola de Ciências Médicas da UERJ. **** Professor Associado de Ortodontia na FO-UERJ.

iNTRODUÇÃONa Odontologia, particularmente na Orto-

dontia, sempre foi de fundamental importância a compreensão dos eventos relacionados com o crescimento e desenvolvimento craniofacial, principalmente no que diz respeito à predição de seu potencial futuro. À medida que o conheci-mento desses eventos melhora, é possível apri-morar o planejamento do tratamento, uma vez que a maioria das tentativas de evitar, interceptar ou corrigir as más oclusões ocorre durante a fase de crescimento ativo1-5.

A avaliação dinâmica do crescimento facial através de métodos convencionais é bastante li-mitada, pois se baseia no crescimento decorrido no passado (cefalogramas seriados) ou na avalia-ção da maturação geral do esqueleto (radiografia de mão e punho ou maturação das vértebras cer-vicais). Portanto, um método dinâmico especifi-camente para avaliar o crescimento craniofacial, como a cintilografia óssea, é de grande utilidade no diagnóstico e planejamento, principalmente em casos de deformidades craniofaciais ou de al-terações mandibulares6,7,8.

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Sekito PSC, Costa MC, boasquevisque e, Capelli J Junior

Dental Press J Orthod 141 2010 Sept-Oct;15(5):137-42

Os valores similares de captação condilar no pós-tratamento sugerem, em concordância com estudos anteriores, que a posição concêntrica dos côndilos pode representar um crescimento e desenvolvimento mais equilibrados dos côn-dilos quando a mordida cruzada posterior fun-cional é corrigida11-14.

A análise de dispersão da captação condilar sugere que no período pré-tratamento (Fig. 2) os valores de RC apresentaram maior diferença entre o lado cruzado e o não cruzado do que no pós-tratamento (Fig. 3), onde a menor dispersão sugere valores de RC mais próximos entre os dois lados condilares11-14.

Embora não tenha havido diferença estatis-ticamente significativa no presente estudo, uma tendência de diminuição na captação condilar foi observada, em ambos os lados, após a correção da mordida cruzada.

Alguns estudos sugerem que a posição condi-lar torna-se mais concêntrica após a correção da mordida cruzada11,12,13. Segundo esses autores, o lado do côndilo alterado pode ter mais estímulo de crescimento devido ao deslocamento condilar causado pela má oclusão. Uma vez que esse estí-mulo é eliminado através do tratamento, e uma maior concentricidade da posição dos côndilos é

obtida, um crescimento condilar menor e mais equilibrado pode ser alcançado11,12,13.

A variação nos valores de absorção no período pós-tratamento pode sugerir que os pacientes res-pondem de forma diferente ao tratamento, embora mantenham a mesma tendência. Reações diferentes para a correção da mordida cruzada também foram citadas, de acordo com suas características (o núme-ro de pacientes, as características individuais, o perí-odo de reavaliação) e a natureza do tratamento (o design do aparelho, o período de tratamento)16,17.

Esse estudo introduz um importante mecanis-mo de avaliação da influência do tratamento or-todôntico sobre o crescimento durante a correção da mordida cruzada. Futuras pesquisas poderão esclarecer as questões levantadas, à medida que se tornam mais específicas em suas estratégias de análise. Dessa forma, recursos como a cintilografia óssea podem ser utilizados para otimizar a rotina de diagnóstico na clínica ortodôntica.

CONCLUsÃONão foi observada diferença estatisticamente

significativa na atividade de crescimento condi-lar em indivíduos com mordida cruzada posterior funcional, quando os lados cruzado e não cruzado foram comparados antes e após o tratamento.

Assessment of condylar growth by skeletal scintigraphy in patients with posterior functional crossbite

Abstract

Objectives: This study evaluates the condylar growth activity in 10 patients with functional posterior crossbite before and after correction, using the mandibular bone skeletal scintigraphy. Methods: Patients received endovenous injec-tion of radioactive contrast (Technesium-99m labeling, sodium methylene diphosphate). After two hours, planar scin-tigraphic images were taken by means of a Gamma camera. Lateral images of the closed mouth, showing the right and left condyles, were used. An image of the 4th lumbar vertebra was also used as reference. Results: Statistically significant differences were not found in the uptake rate values, on both sides when pre-treatment and post-treatment periods were analyzed separately and also when pre-treatment and post-treatment periods were analyzed in the same side. No differences were found in the condylar growth activity, in patients with functional posterior crossbite.

Keywords: Functional posterior crossbite. Condilar growth. Skeletal scintigraphy.

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avaliação do crescimento condilar através de cintilografia óssea em pacientes com mordida cruzada posterior funcional

Dental Press J Orthod 142 2010 Sept-Oct;15(5):137-42

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Endereço para correspondênciaMyrela Cardoso CostaAv. Professor Magalhães Neto, 1450 sala 309CEP: 41.810-012 – Salvador/BAE-mail: [email protected]

Enviado em: junho de 2010Revisado e aceito: agosto de 2010

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a r t i g o i n é d i t o

Dental Press J Orthod 143 2010 Sept-Oct;15(5):143-9

reprodutibilidade das mensurações da espessura das tábuas ósseas na tomografia computadorizada Cone-Beam utilizando diferentes protocolos de aquisição de imagem

introdução: quanto menor a dimensão do voxel, maior a nitidez da imagem de tomografia com-putadorizada Cone-Beam (TCCB), porém, maior a dose de radiação emitida. Objetivos: avaliar e comparar a reprodutibilidade da mensuração da espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual em imagens de TCCB, utilizando diferentes protocolos de aquisição de imagem com variação da dimensão do voxel. Métodos: exames de TCCB foram tomados de 12 mandíbulas humanas secas, com dimensão do voxel de 0,2; 0,3 e 0,4mm, no aparelho i-CAT Cone-Beam 3-D Dental Imaging System. No software i-CAT Viewer, foi mensurada a espessura das tábuas ósseas vesti-bular e lingual, em um corte axial passando 12mm acima do forame mentoniano do lado direito. A reprodutibilidade intraexaminador foi avaliada por meio da aplicação do teste t pareado. Para a comparação interexaminadores, foi utilizado o teste t independente. Os resultados foram conside-rados com o nível de significância de 5%. Resultados: observou-se uma excelente reprodutibili-dade interexaminadores para os três protocolos avaliados. A reprodutibilidade intraexaminadores foi muito boa, com exceção de algumas regiões dos dentes anteriores, que mostraram diferenças estatisticamente significativas, independentemente da dimensão do voxel. Conclusão: a mensura-ção da espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual em imagens de TCCB mostrou boa precisão para exames obtidos com voxel de 0,2; 0,3 ou 0,4mm. A reprodutibilidade das mensurações na região anterior da mandíbula foi mais crítica do que na região posterior.

Resumo

Palavras-chave: Tomografia computadorizada de feixe cônico. Osso alveolar. Precisão.

* Mestranda do programa de Ciências Odontológicas Aplicadas, área de concentração Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP. ** Professor Titular de Ortodontia e Chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva, Faculdade de Odontologia de

Bauru, USP. *** Alunos de graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP. **** Professora Doutora de Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru e Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP.

iNTRODUÇÃONa Ortodontia, a realização de um correto e pre-

ciso diagnóstico, bem como um plano de tratamento, constitui ponto fundamental para o sucesso do tra-tamento ortodôntico. Com o advento da Tomografia

Computadorizada Cone-Beam (TCCB), os orto-dontistas são capazes de obter, em apenas um exa-me, todas as imagens bidimensionais (2D) que com-põem a documentação ortodôntica, com a mesma precisão das radiografias convencionais, somado à

Carolina Carmo de Menezes*, guilherme Janson**, Camila da Silveira Massaro***, Lucas Cambiaghi***, Daniela g. garib****

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Menezes CC, Janson G, Massaro CS, Cambiaghi l, Garib DG

Dental Press J Orthod 149 2010 Sept-Oct;15(5):143-9

reproducibility of bone plate thickness measurements with Cone-Beam Computed Tomography using different image acquisition protocols

Abstract

Introduction: A smaller voxel dimension leads to greater resolution of Cone-Beam Computed Tomography (CBCT), but a greater dosage of radiation is emitted. Objective: Assess and compare the reproducibility of buccal and lingual bone plate thickness measurements in CBCT images using different image acquisition protocols, with variations in the voxel dimension. Methods: CBCT exams were taken of 12 dried human mandibles with voxel dimensions of 0.2, 0.3 and 0.4 mm using the i-CAT Cone-Beam 3-D Dental Imaging System. The thickness of the buccal and lingual bone plates was measured, with the i-CAT Vision software, on an axial section passing 12 mm above the right mental foramen. Intra-examiner and inter-examiner reproducibility was assessed using the paired t-test and independent t-test, respectively, with the level of significance set at 5%. Results: Excellent inter-examiner reproducibility was observed for the three protocols analyzed. Intra-examiner reproducibility was very good, with the exception of some regions of the anterior teeth, which exhibited statistically significant differences regardless of the voxel dimensions. Conclusion: The measurement of buccal and lingual bone plate thickness on CBCT images demonstrated good precision for voxel dimensions of 0.2, 0.3 and 0.4 mm. The reproducibility of the measure-ments of the anterior region of the mandible was more critical than that of the posterior region.

Keywords: Cone-Beam Computed Tomography. Alveolar bone. Reproducibility.

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Endereço para correspondênciaDaniela g. garibAv. José Affonso Aiello 6-100 CEP: 17.018-520 – Bauru / SPE-mail: [email protected]

Enviado em: julho de 2010Revisado e aceito: agosto de 2010

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Dental Press J Orthod 150 2010 Sept-Oct;15(5):150-8

Avaliação do espaço aéreo faríngeo por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico

Sabrina dos reis Zinsly*, Luiz César de Moraes**, Paula de Moura***, Weber Ursi****

Introdução: a avaliação do espaço aéreo superior faz parte da rotina na elaboração do diagnós-tico e plano de tratamento ortodôntico. A radiografia cefalométrica em norma lateral tem sido usada rotineiramente na avaliação da permeabilidade do espaço aéreo, esbarrando na limitação de fornecer uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional. A Tomografia Com-putadorizada de Feixe Cônico (TCFC) tem entrado na realidade ortodôntica trazendo um arse-nal de informações concernentes ao espaço aéreo superior. Por fornecer uma imagem tridimen-sional, possibilita determinar de maneira precisa a área de maior estreitamento da faringe, que ofereceria maior resistência à passagem aérea. Objetivos: o propósito deste artigo é esclarecer o ortodontista quanto aos recursos disponíveis na TCFC para o diagnóstico de possíveis barreiras físicas que possam diminuir a permeabilidade das vias aéreas superiores.

Resumo

Palavras-chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Faringe. Espaço aéreo superior.

* Especialista em Ortodontia pela Profis/Bauru. Mestre em Biopatologia Bucal, área de Radiologia Odontológica, pela UNESP - São José dos Campos. ** Professor Titular de Radiologia Odontológica na UNESP. *** Especialista em Radiologia Odontológica. Mestre em Biopatolgia Bucal, área de Radiologia Odontológica pela UNESP. **** Mestre e Doutor em Ortodontia pela USP/Bauru. Livre-Docente na UNESP – São José dos Campos. Coordenador do Curso de Especialização em

Ortodontia da APCD São José dos Campos/SP.

iNTRODUÇÃOClínicos e pesquisadores envolvidos no tratamen-

to das deformidades dentofaciais têm buscado elu-cidar os fatores determinantes da morfologia facial. A relação entre os distúrbios do padrão respiratório e as alterações da morfologia facial tem sido exausti-vamente debatida na literatura1,2, sendo controversa. As opiniões conflitantes podem ser divididas em duas correntes: aquela que considera o padrão respiratório como um importante fator etiológico na produção da síndrome da face longa; e outra que acredita que ela seja expressão do padrão hereditário e o padrão res-piratório atuaria somente como um fator agravante. Prevalece, atualmente, a opinião de que a morfologia

esquelética seja resultante do crescimento determina-do geneticamente, sobreposto pela ação da sua matriz funcional, sendo que a ação do genótipo do tecido mole continuaria durante o crescimento.

Vários fatores podem ser associados à respiração bucal, dentre eles estão o estreitamento da passa-gem nasal, nasofaringe estreita ou obstruída, hiper-trofia de membranas nasais, cornetos aumentados, tonsilas faríngeas ou palatinas hipertróficas, desvios de septo nasal, atresia das cóanas e tumores no nariz ou nasofaringe.

Quando o tamanho do espaço nasofaríngeo apresenta-se diminuído — seja pela presença da adenoide ou pela estrutura anatômica estreita da

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Zinsly SR, Moraes lC, Moura P, Ursi W

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da cabeça. Tanto o palato mole como a língua são estruturas compostas por tecido mole, sem supor-te rígido, sendo consideravelmente afetadas pelas forças gravitacionais. Portanto, em tomografias e outros exames obtidos na posição supina, essas estruturas deslocam-se posteriormente em dire-ção à parede posterior da faringe, ocasionando alterações nas medidas dimensionais do espaço aéreo superior21,25,26,27. Dessa forma, os resultados obtidos nas tomografias realizadas com o paciente sentado não podem ser extrapolados ou mesmo comparados diretamente com aqueles obtidos com o indivíduo em posição supina, sendo que os últimos são preferencialmente indicados para indivíduos portadores de SAOS. Lohse et al.28 sugerem que, para avaliação de pacientes porta-dores de SAOS, seja realizada uma modificação da técnica de obtenção da TCFC removendo-se o posicionador do mento, de forma que o paciente possa adotar a posição natural da cabeça (PNC).

O tamanho e a morfologia do espaço aéreo va-riam durante a inspiração e a expiração11. O tempo de aquisição dos exames tomográficos gira em tor-no de 20 a 40 segundos, tempo muito longo para que o indivíduo possa controlar os movimentos

respiratórios. Espera-se que, em um futuro próxi-mo, o tempo de aquisição da TCFC seja menor, de maneira a evitar que a movimentação do pacien-te durante a aquisição (movimentos respiratórios, deglutição e movimentos involuntários) altere o resultado do exame.

CONCLUsÃOApesar de ainda não estarem disponíveis pa-

drões normativos para as informações que a TCFC propiciou, um grande número de trabalhos cientí-ficos tem sido realizado com esse intuito. Isso per-mite crer que, em breve, a TCFC poderá fornecer subsídios que norteiem o diagnóstico e planeja-mento ortodôntico, direcionando o clínico quanto aos efeitos no espaço aéreo do indivíduo provoca-dos pela mecanoterapia aplicada e as consequên-cias advindas dessa alteração.

FIGURa 9 - Imagens tomográficas obtidas com o programa do i-Cat, ilustrando o aumento do espaço aéreo com o uso de aparelho de avanço mandibular no tratamento de SaOS.

antes antes após após

Enviado em: junho de 2010Revisado e aceito: agosto de 2010

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avaliação do espaço aéreo faríngeo por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico

Dental Press J Orthod 158 2010 Sept-Oct;15(5):150-8

Assessment of pharyngeal airway space using Cone-Beam Computed Tomography

Abstract

Introduction: Evaluation of upper airway space is a routine procedure in orthodontic diagnosis and treatment planning. Although limited insofar as they provide two dimensional images of three-dimensional structures, lateral cephalometric radiographs have been used routinely to assess airway space permeability. Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) has contributed to orthodontics with information concerning the upper airway space. By produc-ing three-dimensional images CBCT allows professionals to accurately determine the most constricted area, where greater resistance to air passage occurs. Objectives: The purpose of this article is to enlighten orthodontists on the resources provided by CBCT in the diagnosis of possible physical barriers that can reduce upper airway permeability.

Keywords: Cone-Beam Computed Tomography. Pharynx. Upper airway space.

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Endereço para correspondênciaSabrina dos reis Zinslyrua Atibaia, 100 – Jd. Apolo CEP: 12.243-210 – São José dos Campos / SPE-mail: [email protected]

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a r t i g o i n é d i t o

Dental Press J Orthod 159 2010 Sept-Oct;15(5):159-65

Análise de dentição mista: tomografia versus predição e medida radiográfica

Letícia guilherme felício*, Antônio Carlos de Oliveira ruellas**, Ana Maria Bolognese***, Eduardo franzotti Sant’Anna****, Mônica Tirre de Souza Araújo****

Objetivo: o objetivo dos autores desse estudo foi comparar o método de análise de dentição mista que utiliza tomografia computadorizada de feixe cônico para avaliar os diâmetros dos dentes intraósseos com os métodos de Moyers, Tanaka-Johnston e radiografias oblíquas em 45º. Métodos: foram realizadas medidas, na arcada inferior, dos diâmetros mesiodistais dos incisivos permanentes irrompidos, nos modelos de gesso com auxílio de paquímetro digital e estimativa do tamanho de pré-molares e caninos permanentes ainda não irrompidos utilizando-se a tabe-la de Moyers e a fórmula de predição de Tanaka-Johnston. Nas radiografias oblíquas em 45º, caninos e pré-molares foram medidos utilizando-se o mesmo instrumento. Nas tomografias, as mesmas unidades dentárias foram aferidas por meio de ferramentas do programa Dolphin. Resultados: a análise estatística revelou elevada concordância entre o método tomográfico e o radiográfico, e baixa concordância entre o tomográfico e os demais avaliados. Conclusão: a to-mografia computadorizada de feixe cônico mostrou-se confiável para análise da dentição mista e apresenta algumas vantagens em relação aos métodos comparados: a observação e mensuração dos dentes intraósseos individualmente, com a possibilidade, contudo, de visualizá-los sob dife-rentes perspectivas e sem superposição de estruturas anatômicas.

Resumo

Palavras-chave: Dentição mista. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Radiografia em 45º. Modelos de gesso.

* Mestranda em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FO-UFRJ). ** Mestre e Doutor em Ortodontia pela FO-UFRJ. Professor Associado de Ortodontia da FO-UFRJ. *** Mestre e Doutora em Ortodontia pela FO-UFRJ. Pós-doutorado em Oral Biology pela North-Western University (EUA). Professora Titular de Ortodontia

da FO-UFRJ. **** Mestres e Doutores em Ortodontia pela FO-UFRJ. Professores Adjuntos de Ortodontia da FO-UFRJ.

iNTRODUÇÃOA maioria das más oclusões envolve problemas

relativos ao desequilíbrio entre o tamanho dos dentes e das bases ósseas1. Apesar disso, existe um pequeno período no desenvolvimento da denti-ção em que o apinhamento na arcada inferior é considerado aceitável. Quando o incisivo lateral permanente inferior irrompe na cavidade bucal,

existe, em média, a necessidade de 1,6mm de es-paço adicional para que todos os dentes anteriores se alinhem corretamente2,3. Em muitos casos, esse apinhamento é transitório e tende a dissolver-se espontaneamente, devido ao aumento da distância intercaninos, à migração dos caninos decíduos em direção aos espaços primatas e ao posicionamento mais labial dos incisivos permanentes em relação

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análise de dentição mista: tomografia versus predição e medida radiográfica

Dental Press J Orthod 164 2010 Sept-Oct;15(5):159-65

o examinador avança na pesquisa e tem a oportu-nidade de avaliar mais tomografias, menos variações entre os métodos são observadas, observação que também foi constatada por Rheude et al.17

A dose de radiação empregada na modalidade feixe cônico equivale, aproximadamente, a 1/6 da necessária para a obtenção de tomografias mé-dicas e é bastante similar à do conjunto de radio-grafias odontológicas empregadas para diagnósti-co e planejamento ortodônticos, com benefício, contudo, de prover informações mais abrangen-tes e confiáveis14,19,20,21,26-30. Sua aplicação ainda modesta se deve, principalmente, ao custo eleva-do dos programas computacionais que permitem a visualização e edição das imagens. Porém, a sua aquisição, em face do custo das radiografias odon-tológicas, é financeiramente atrativa, visto que o orçamento do exame tomográfico se equipara ao da documentação convencional ortodôntica14. Com os anos, a tendência é de que tais progra-mas tornem-se mais acessíveis. A disponibilidade dessa tecnologia estenderá, indubitavelmente, o uso e a aplicação de imagens em 3D no campo da Ortodontia clínica23.

Trabalhar com probabilidades que exijam exa-tidão torna-se difícil, pois a anatomia humana é dotada de variações. Diversos são os métodos que

estimam o valor do diâmetro mesiodistal de caninos e pré-molares por meio de tabelas, equações e radio-grafias. Obter, através desses, o valor mais próximo do real é um desafio, pois todos correm o risco de falhar. A avaliação da efetividade dos mesmos não é um exame para aprová-los ou reprová-los, mas um mecanismo para verificar como esses métodos são responsáveis por um diagnóstico seguro. Assim sendo, aliado aos métodos de predição deve existir o bom senso do profissional, a fim de que o diagnós-tico seja elaborado de forma eficaz7.

CONCLUsÃOA análise da dentição mista pelo método tomo-

gráfico é confiável e apresenta algumas vantagens em relação aos métodos avaliados. Ela considera variações individuais da anatomia dentária, facilita a identificação de pontos devido à não superposi-ção de estruturas e à possibilidade de movimentar a imagem tridimensionalmente, permitindo sua visu-alização sob diferentes ângulos.

AgRADeCiMeNTOÀ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado

do Rio de Janeiro (FAPERJ) pelo auxílio financeiro concedido para obtenção do software Dolphin, es-sencial à execução desse projeto.

Mixed-dentition analysis: Tomography versus radiographic prediction and measurement

Abstract

Objective: The aim of this study was to evaluate the method for mixed-dentition analysis using Cone-Beam Computed Tomography for assessing the diameter of intra-osseous teeth and compare the results with those obtained by Moyers, Tanaka-Johnston, and 45-degree oblique radiographs. Methods: Measurements of mesial-distal diameters of erupted lower permanent incisors were made on plaster cast models by using a digital calliper, whereas assessment of the size of non-erupted permanent pre-molars and canines was performed by using Moyer’s table and Tanaka-Johnston’s pre-diction formula. For 45-degree oblique radiographs, both canines and pre-molars were measured by using the same instrument. For tomographs, the same dental units were gauged by means of Dolphin software resources. Results: Sta-tistic analysis revealed high agreement between tomographic and radiographic methods, and low agreement between tomographs and other methods being evaluated. Conclusion: Cone-Beam Computed Tomography was accurate for mixed-dentition analysis in addition to presenting some advantages over compared measurement methods: observa-tion and measurement of intra-osseous teeth individually with the possibility, however, to view them from different prospects and without superimposition of anatomical structures.

Keywords: Mixed dentition. Cone-Beam Computed Tomography. 45-degree oblique radiograph. Plaster cast.

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Felício lG, Ruellas aCO, bolognese aM, Sant’anna eF, araújo MtS

Dental Press J Orthod 165 2010 Sept-Oct;15(5):159-65

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Endereço para correspondênciaAntônio Carlos de Oliveira ruellasAv. Professor rodolpho Paulo rocco, Cidade Universitária CEP: 21.941-590 – rio de Janeiro/rJE-mail: [email protected]

Enviado em: junho de 2010Revisado e aceito: agosto de 2010

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a r t i g o i n é d i t o

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Aparelho de avanço mandibular aumenta o volume da via aérea superior de pacientes com apneia do sono

Luciana Baptista Pereira Abi-ramia*, felipe Assis ribeiro Carvalho**, Claudia Torres Coscarelli***, Marco Antonio de Oliveira Almeida****

Introdução: o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento de pacientes portadores da sín-drome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) são essenciais, por se tratar de um distúrbio que pode causar alterações sistêmicas. A efetividade do tratamento da SAOS com aparelhos intra-bucais foi demonstrada através de estudos cefalométricos. Objetivo: o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do aparelho de avanço mandibular (Twin Block, TB) no volume das vias aéreas superiores, por meio de tomografia computadorizada Cone-Beam (CBCT). Dezesseis pacientes (6 homens e 10 mulheres) portadores de SAOS leve a moderada, idade média de 47,06 anos, utilizaram um aparelho de avanço mandibular e foram acompanhados por 7 meses, em média. Métodos: foram feitas duas CBCT, sendo uma sem e outra com o aparelho em posição. A seg-mentação e a obtenção dos volumes das vias aéreas superiores foram realizadas e utilizado o teste t de Student pareado para análise estatística, com 5% de significância. Resultados: houve aumento do volume da via aérea superior com TB quando comparado com o volume sem TB (p<0,05). Conclusão: pode-se concluir que o aumento de volume da via aérea superior observa-do foi associado ao aparelho de avanço mandibular.

Resumo

Palavras-chave: Síndrome da apneia obstrutiva do sono. Aparelho de avanço mandibular. Tomografia computadorizada de feixe cônico.

* Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FO-UERJ). ** Doutorando em Ortodontia na FO-UERJ. *** Especialista e Mestre em Radiologia pela São Leopoldo Mandic. **** Professor Titular da Disciplina de Ortodontia na FO-UERJ.

iNTRODUÇÃOCom o aumento das desordens respiratórias do

sono, como ronco, síndrome da resistência da via aérea superior (SRVAS) e síndrome da apneia obs-trutiva do sono (SAOS), houve a necessidade de melhores meios de diagnóstico e de tratamento para esses distúrbios4,11. O tratamento da SAOS é impor-tante11,15,21,25, uma vez que é considerada uma doença de alto grau de morbidade e caráter progressivo11,28.

A efetividade dos aparelhos de protrusão mandibular foi demonstrada em diversos estu-dos13,25. Embora a radiografia cefalométrica seja um método simples, amplamente utilizado na Odontologia e muito usado em estudos de ap-neia obstrutiva do sono2,3,4,5,10,13,25,26, tal método gera imagens bidimensionais de estruturas tridi-mensionais, o que limita a validade e reproduti-bilidade das medidas do espaço aéreo14,16,24.

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aparelho de avanço mandibular aumenta o volume da via aérea superior de pacientes com apneia do sono

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avanço esse capaz de obter bons índices de suces-so com a terapia e que pode ser suportado pela maior parte dos pacientes.

A comparação, usando CBCT, de pacientes saudáveis com pacientes portadores de SAOS de-monstrou que as dimensões anteroposteriores e a área orofaríngea mínima dos pacientes com SAOS foram significativamente menores em relação aos pacientes que não apresentavam a síndrome24.

Os estudos tridimensionais em pacientes com SAOS14,21,30 demonstram um aumento da via aé-rea superior, principalmente relacionado à região da orofaringe21 e velofaringe30. Porém, a maioria desses estudos21,30 se limitou a avaliar a via aérea a partir de medidas lineares, ou seja, utilizaram da-dos bidimensionais obtidos através de exames tri-dimensionais. Segundo Zhao, Liu, Gao30 e Kyung, Park, Pae21, o aumento da via aérea ocorre às cus-tas de um incremento do diâmetro transverso. Para Gale et al.14, há um aumento da área faríngea com aparelho de avanço mandibular, porém, com uma grande variabilidade individual.

Optou-se pela realização de duas tomografias CBCT no mesmo dia, após o período de acom-panhamento, devido à padronização da aquisição

da imagem, uma vez que cada paciente tem uma posição ideal diferente. Além disso, poderia haver modificações de IMC e da condição de saúde do paciente durante o acompanhamento, além de mudanças de clima; fatores que invibializariam as comparações entre os tecidos moles e os volumes das vias aéreas superiores em tempos diferentes.

Os estudos com tomografias computadoriza-das de feixe cônico e modelos tridimensionais relacionados à SAOS necessitam de mais inves-tigação para melhor padronização dos métodos de avaliação, e também uma melhor compreen-são dos mecanismos de ação dos aparelhos de avanço mandibular e seus resultados, a fim de que esses aparelhos possam ser estabelecidos como tratamento de escolha para os pacientes portadores da SAOS.

CONCLUSÕESCom base nos resultados apresentados das

comparações de volumes em mm3 das vias aéreas superiores de pacientes portadores de SAOS e tra-tados com aparelho de avanço mandibular, pode-se concluir que o Twin Block modificado alterou significativamente o volume da via aérea superior.

Increase in upper airway volume in patients with obstructive sleep apnea using a mandibular advancement device

Abstract

Introduction: Diagnosis, treatment and monitoring of patients with obstructive sleep apnea syndrome (OSAS) are crucial because this disorder can cause systemic changes. The effectiveness of OSAS treatment with intraoral devices has been demonstrated through cephalometric studies. Objective: The purpose of this study was to evalu-ate the effect of a mandibular advancement device (Twin Block, TB) on the volume of the upper airways by means of Cone-Beam Computed Tomography (CBCT). Sixteen patients (6 men and 10 women) with mild to moderate OSAS, mean age 47.06 years, wore a mandibular advancement device and were followed up for seven months on average. Methods: Two CBCT scans were obtained: one with and one without the device in place. Upper airway volumes were segmented and obtained using Student’s paired t-tests for statistical analysis with 5% significance level. Results: TB use increased the volume of the upper airways when compared with the volume attained without TB (p<0.05). Conclusion: It can be concluded that this increased upper airway volume is associated with the use of the TB mandibular advancement device.

Keywords: Obstructive sleep apnea syndrome. Mandibular advancement device. Cone-Beam Computed Tomography.

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abi-Ramia lbP, Carvalho FaR, Coscarelli Ct, almeida MaO

Dental Press J Orthod 171 2010 Sept-Oct;15(5):166-71

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Endereço para correspondênciaLuciana Baptista Pereira Abi-ramiarua franz Weissman, 530, bl. 02/ ap. 305 – Barra da TijucaCEP: 22.775-051– rio de Janeiro/rJE-mail: [email protected]

Enviado em: junho de 2010Revisado e aceito: agosto de 2010

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a r t i g o i n é d i t o

Dental Press J Orthod 172 2010 Sept-Oct;15(5):172-81

Alterações dimensionais do côndilo mandibular em indivíduos de 3 a 20 anos de idade usando tomografia computadorizada de feixe cônico: um estudo preliminar

José valladares Neto*, Carlos Estrela**, Mike reis Bueno***, Orlando Aguirre guedes****, Olavo Cesar Lyra Porto*****, Jesus Djalma Pécora******

introdução: o exame de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) oferece excelente representação dos tecidos duros da articulação temporomandibular (ATM). Objetivo: investigar as alterações morfológicas do côndilo mandibular, da infância à idade adulta, utilizando a TCFC. Métodos: um estudo transversal foi conduzido envolvendo 36 côndilos de 18 indivíduos com idades variando entre 3 e 20 anos. As imagens dos côndilos foram obtidas por meio do sistema i-CAT e medidas com uma ferramenta do programa específica para ATM, que permite cortes perpendiculares à cabeça do côndilo, com correção individual em função das diferenças angula-res de cada um. As maiores distâncias nas vistas lateral e frontal foram consideradas tanto para os côndilos do lado direto como para os do lado esquerdo. Resultados: a dimensão lateral do côndilo mandibular parece ser estabelecida de maneira precoce, sofrendo poucas alterações com o passar dos anos, enquanto a dimensão frontal tende a aumentar. Assimetrias entre o côndilo esquerdo e o direito foram comumente observadas; no entanto, tais diferenças não apresenta-ram significância estatística para as vistas lateral (P=0,815) e frontal (P=0,374). Conclusões: os côndilos apresentaram simetria com relação ao tamanho, sendo observado crescimento apenas na dimensão frontal Os resultados sugerem que a TCFC constitui-se numa ferramenta útil na mensuração e avaliação das dimensões condilares.

Resumo

Palavras-chave: Côndilo mandibular. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Morfologia. Articulação temporomandibular.

* Professor de Ortodontia, Universidade Federal de Goiás. ** Professor Titular de Endodontia, Universidade Federal de Goiás. *** Professor de Diagnóstico Bucal, Departamento de Diagnóstico Bucal, Universidade de Cuiabá. **** Pós-graduando (Doutorado) em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Goiás. ***** Pós-graduando (Mestrado) em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Goiás. ****** Professor Titular de Endodontia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto/SP.

iNTRODUÇÃOAlém da função articular, o côndilo mandibu-

lar (ou cabeça da mandíbula) atua como um local de crescimento adaptativo até mesmo sob carga

funcional suportada por sua cartilagem8. A morfolo-gia do côndilo mandibular é caracterizada por uma projeção óssea arredondada, com uma superfície su-perior oval e biconvexa no plano axial24. Tipicamente,

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A B

2123

19171513119

20191817161514131211109876543

10

8

6

4

2

020191817161514131211109876543

alterações dimensionais do côndilo mandibular em indivíduos de 3 a 20 anos de idade usando tomografia computadorizada de feixe cônico: um estudo preliminar

Dental Press J Orthod 180 2010 Sept-Oct;15(5):172-81

FIGURa 4 - Comportamento das dimensões (em mm) do côndilo mandibular em função da idade (dos 3 aos 20 anos): corte lateral (A) e corte frontal (B).

CONCLUsÃOA dimensão lateral do côndilo mandibular pare-

ce se definir precocemente, sofrendo poucas altera-ções com o passar dos anos; enquanto a dimensão frontal tende a aumentar. Assimetrias entre os côn-dilos esquerdo e direito são comuns, no entanto, tais diferenças não apresentam significância estatística. Dados preliminares sugerem que a TCFC é uma

ferramenta útil para mensurar e avaliar a morfologia condilar durante os estágios de crescimento.

AgRADeCiMeNTOsEste estudo foi financiado, em parte, por incen-

tivos financeiros do Conselho Nacional para o De-senvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq 302875/2008-5 e CNPq 474642/2009 ao C.E.).

Mandibular condyle dimensional changes in subjects from 3 to 20 years of age using Cone-Beam Computed Tomography: A preliminary study

Abstract

Introduction: Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) imaging provides an excellent representation of the temporomandibular joint bone tissues. Objective: The aim of this study was to investigate morphological changes of the mandibular condyle from childhood to adulthood using CBCT. Methods: A cross-sectional study was con-ducted in 36 condyles of 18 subjects from 3 to 20 years of age. Condyles were scanned with the i-CAT Cone-Beam 3D imaging system and linear dimensions were measured with a specific i-CAT software function for temporoman-dibular joint, which permitted slices perpendicular to the condylar head, with individual correction in function of angular differences for each condyle. The greatest distances in lateral and frontal sections were considered on both left and right mandibular condyles. Results: The linear dimension of the mandibular condyle on the lateral section varied little with growth and seemed to be established early, while the dimension of the frontal section increased. Small asymmetries between left and right condyles were common but without statistical significance for both lat-eral (P=0.815) and frontal (P=0.374) dimensions. Conclusions: The condyles were symmetric in size and only the frontal dimension enlarged during growth. These preliminary data suggest that CBCT is a useful tool to measure and evaluate the condylar dimensions.

Keywords: Mandibular condyle. Cone-Beam Computed Tomography. Morphology. Temporomandibular joint.

Med

idas

(mm

)

Med

idas

(mm

)

Corte Lateral Corte Frontal

Idade (anos)Idade (anos)

Côndilo Direto Côndilo DiretoCôndilo esquerdo Côndilo esquerdo

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Valladares Neto J, estrela C, bueno MR, Guedes Oa, Porto OCl, Pécora JD

Dental Press J Orthod 181 2010 Sept-Oct;15(5):172-81

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RefeRêNCiAs

Endereço para correspondênciaCarlos Estrelarua C-245, Quadra 546, Lote 9, Jardim AméricaCEP: 74.290-200 – goiânia / gOE-mail: [email protected]

Enviado em: julho de 2010Revisado e aceito: agosto de 2010

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Dental Press J Orthod 182 2010 Sept-Oct;15(5):182-91

C a S o C l í n i C o B B o *

Má oclusão Classe III, com mordida cruzada posterior unilateral e assimetria facial*

Silvio rosan de Oliveira**

Este artigo relata o tratamento ortodôntico realizado em uma paciente adulta, com 36 anos de idade, portadora de um padrão esquelético e dentário de Classe III, com mordida cruzada posterior unilateral esquerda e assimetria mandibular, além de uma diferença relativamente grande entre máxima intercuspidação habitual (MIH) e relação cêntrica (RC). O tratamento foi realizado com expansão dentária superior, contração dentária inferior e descruzamento anterior, eliminando a diferença entre MIH e RC. O resultado obtido foi pautado sobre um diagnóstico criterioso e um planejamento de compensação ortodôntica, sem intervenção cirúrgica nos ma-xilares, por solicitação da paciente. Este caso foi apresentado à Diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), representando a categoria 5, ou seja, má oclusão com problema transverso, apresentando pelo menos um quadrante em cruzamento, como parte dos requisitos para obtenção do título de Diplomado pelo BBO.

Resumo

Palavras-chave: Classe III de Angle. Mordida cruzada. Assimetria facial. Paciente adulto. Ortodontia corretiva.

** Especialista em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

* Relato de caso clínico, categoria 5, aprovado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

HisTÓRiA e eTiOLOgiAA paciente procurou o tratamento ortodônti-

co aos 36 anos de idade, com bom estado geral de saúde e sem história médica significativa. Sua queixa principal estava relacionada à mordida cru-zada anterior e posterior e à dor crônica na ar-ticulação temporomandibular do lado esquerdo. Apresentava higiene bucal boa, aspecto gengival normal em todos os dentes e algumas restaurações de amálgama insatisfatórias2. Não tinha realizado qualquer intervenção ortodôntica até aquele mo-mento. Consultada sobre a possibilidade de cirur-gia ortognática, a paciente relatou que não gostaria de realizar cirurgia para correção da má oclusão.

DiAgNÓsTiCOEm relação ao padrão dentário (Fig. 1, 2), era

portadora de uma má oclusão Classe III, subdivisão esquerda de Angle, discrepância dentoalveolar in-ferior nula, sobremordida de 3mm, sobressaliência de 2mm, apinhamento na região anterior superior, arcada superior em forma de “U” e contraída do lado direito, arcada inferior levemente expandida do lado direito, mordida cruzada posterior no lado esquerdo5, desvio da linha média inferior de 3mm para a esquerda e plano oclusal inferior inclinado.

Na análise facial, apresentava um perfil cônca-vo, com retrusão do lábio superior e desvio man-dibular para o lado esquerdo (Fig. 1).

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Oliveira SR

Dental Press J Orthod 191 2010 Sept-Oct;15(5):182-91

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Endereço para correspondênciaSilvio rosan de OliveiraAv. Plínio de Castro Prado n. 190 – Jardim MacedoCEP: 14.091-170 – ribeirão Preto / SPE-mail: [email protected]

Enviado em: julho de 2010Revisado e aceito: agosto de 2010

Class III malocclusion with unilateral posterior crossbite and facial asymmetry

Abstract

This article reports on the orthodontic treatment performed on a 36-year-old female patient with skeletal and dental Class III pattern, presenting with a left unilateral posterior crossbite and mandibular asymmetry, and a rela-tively significant difference between maximum intercuspation (MIC) and centric relation (CR). The treatment was performed with maxillary dental expansion, mandibular dental contraction and anterior crossbite correction, elimi-nating the difference between MIC and CR. Results were based on careful diagnosis and planning of orthodontic compensation without surgical intervention in the maxilla, at the request of the patient. This case was presented to the Brazilian Board of Orthodontics and Facial Orthopedics (BBO) as representative of Category 5, i.e., malocclu-sion with a transverse problem, presenting with a crossbite in at least one of the quadrants, as part of the require-ments for obtaining the BBO Certificate.

Keywords: Angle Class III. Crossbite. Facial asymmetry. Adult patient. Corrective Orthodontics.

mandibular e no diagnóstico da mordida cruza-da posterior, cuja unilateralidade era funcional5. Em RC, havia uma relação transversa de topo entre as arcadas.

As telerradiografias inicial e final (Fig. 4A e 9A) foram realizadas com diferentes aparelhos de RX e mudanças nos padrões de tomadas radiográ-ficas (observe a diferença da linha SN), limitando a análise das sobreposições dos traçados cefalo-métricos (Fig. 10). Mas são notórias as diferen-ças de inclinações axiais dos incisivos superiores e inferiores nas sobreposições parciais de maxila

e mandíbula (Fig. 10B) e também na relação dos incisivos na sobreposição total (Fig. 10A).

Na atualidade, após 18 meses de contenção, a paciente permanece em controle periódico, sem qualquer instabilidade oclusal. É ótima colabo-radora no uso do aparelho removível superior, assim como o foi durante todo o tratamento. Também não apresentou dores na ATM esquerda durante o período ativo e de contenção. Após a remoção da aparelhagem fixa, foi encaminhada para realizar a troca das restaurações em amálga-ma (Fig. 1) por resina composta (Fig. 6).

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t ó p i C o E S p E C i a l

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Morfologia alveolar sob a perspectiva da tomografia computadorizada: definindo os limites biológicos para a movimentação dentária

Daniela gamba garib*, Marília Sayako Yatabe**, Terumi Okada Ozawa***, Omar gabriel da Silva filho****

introdução: a tomografia computadorizada (TC) permite a visualização do osso alveolar que recobre os dentes por vestibular e lingual. Objetivo: o propósito deste estudo foi expor e discutir as implicações da morfologia do osso alveolar, visualizado por meio da TC, sobre o diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico. Métodos: foram descritas as evidências sobre a inter-relação entre características dentofaciais e a morfologia das tábuas ósseas vestibular e lingual, assim como evidências sobre a repercussão da movimentação ortodôntica sobre o nível e espessura dessas estruturas periodontais. Resultados: pacientes adultos podem apresentar deiscências ós-seas previamente ao tratamento ortodôntico, principalmente na região dos incisivos inferiores. Os pacientes com padrão de crescimento vertical parecem apresentar menor espessura das tábu-as ósseas vestibular e lingual no nível do ápice dos dentes permanentes, comparados a pacientes com padrão de crescimento horizontal. O movimento dentário vestibulolingual descentraliza os dentes do rebordo alveolar e ocasiona deiscências ósseas. Conclusão: a morfologia do rebordo alveolar constitui um fator limitante para a movimentação dentária e deve ser considerada, de forma individual, na realização do plano de tratamento ortodôntico.

Resumo

Palavras-chave: Tomografia computadorizada. Osso alveolar. Deiscência. Ortodontia.

* Professora Doutora de Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru e Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP. ** Aluna de pós-graduação lato sensu em Ortodontia, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo (USP). *** Ortodontista e Chefe do Setor Odontológico do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP. **** Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP. Coordenador do Curso de Ortodontia Preventiva e Interceptiva da PROFIS,

Bauru/SP.

iNTRODUÇÃOA tomografia computadorizada (TC) permite

à Odontologia vislumbrar o que as radiografias convencionais nunca mostraram: a espessura e o nível das tábuas ósseas que recobrem os dentes por vestibular e lingual. Previamente à introdução da tomografia computadorizada, não se visualiza-vam as tábuas ósseas vestibular e lingual, ocultadas

nas radiografias convencionais devido às sobrepo-sições de imagens e maquiadas clinicamente pelo recobrimento gengival.

A espessura do rebordo alveolar define os li-mites da movimentação ortodôntica, e desafiar essas fronteiras pode redundar em efeitos colate-rais iatrogênicos para o periodonto de sustentação e proteção. Os movimentos ortodônticos mais

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Garib DG, Yatabe MS, Ozawa tO, Silva OG Filho

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críticos incluem a expansão das arcadas dentárias e os movimentos de retração anterior7. Tais mecâ-nicas podem descentralizar os dentes do envelope de tecido ósseo de suporte, redundando em deis-cências, fenestrações ósseas e recessão gengival, a depender da morfologia inicial do periodonto, as-sim como da quantidade da movimentação.

Devido à sua elevada definição e sensibilidade, as imagens provenientes da tomografia computado-rizada helicoidal e Cone-Beam podem denunciar os locais com deiscências e fenestrações ósseas perio-dontais8,9,17,18. As deiscências ósseas podem ser con-ceituadas pelo aumento da distância entre a junção cemento-esmalte e a crista óssea alveolar vestibular ou lingual (Fig. 1). As fenestrações ósseas equiva-lem a uma interrupção na continuidade do osso al-veolar vestibular e lingual, que expõe uma pequena região radicular (Fig. 2). Anteriormente ao advento da tomografia computadorizada, esforços para defi-nir a repercussão da movimentação dentária sobre as tábuas ósseas vestibular e lingual concentraram-se em estudos em animais24,29 e estudos com radio-grafias convencionais21. Atualmente, avolumam-se os estudos com TC sobre a morfologia das tábuas ósseas vestibular e lingual previamente ao trata-mento ortodôntico12,25,30, assim como as avaliações das repercussões da movimentação dentária sobre o osso alveolar11,16,22,23. Essas constatações podem alterar planejamentos usuais, apontando os limites das possibilidades terapêuticas em Ortodontia.

A Ortodontia clássica considerava o apinhamen-to, a posição dos incisivos inferiores e o padrão de crescimento como o tripé que regia o diagnóstico e o plano de tratamento. A Ortodontia contemporâ-nea incluiu nessa lista a estética da face e do sorriso. A Ortodontia do futuro vai somar a esses quatro fatores a morfologia periodontal inicial do paciente. Com o passar do tempo, a Tomografia Computado-rizada Cone-Beam (TCCB), também chamada de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico, po-derá responder se é seguro movimentar um dente para uma região desdentada de osso atrésico. Elu-cidará a amplitude aceita para a compensação ou descompensação dentária em cada paciente indivi-dualmente. Adicionalmente, a morfologia da tábua óssea vestibular auxiliará o ortodontista a discernir entre os pacientes que poderiam e os que não de-veriam ser submetidos a mecânicas expansionistas. Conhecer amplamente os detalhes anatômicos dos pacientes e compreender os efeitos colaterais da movimentação dentária significa reconhecer nossos limites e praticar a Ortodontia com mais segurança.

MORfOLOgiA DAs TáBUAs ÓsseAs VesTiBULAR e LiNgUAL

Os cortes axiais de tomografia computadoriza-da providenciam um panorama geral da espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual (Fig. 3, 4).

Ao se analisar um corte axial da maxila, no nível do terço médio radicular, percebe-se que a

FIGURa 1 - Deiscência óssea. FIGURa 2 - Fenestração óssea.

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Morfologia alveolar sob a perspectiva da tomografia computadorizada: definindo os limites biológicos para a movimentação dentária

Dental Press J Orthod 204 2010 Sept-Oct;15(5):192-205

Isso quer dizer que a reconstrução tridimensional em TCCB mostra um baixo índice de falso-positi-vo e um significativo índice de falso-negativo para as deiscências ósseas. Em outras palavras, quando uma deiscência óssea está aparente na reconstru-ção 3D de TCCB significa que ela provavelmente existe. No entanto, nos locais onde não são identi-ficadas deiscências na reconstrução 3D, não signi-fica que elas inexistam.

Quando se deseja visualizar ou mensurar pe-quenas estruturas em imagens de TCCB, como as tábuas ósseas vestibular e lingual, o exame deve ser tomado seguindo alguns preceitos que conduzem à boa definição da imagem. A resolução espacial da imagem (menor distância para identificação de duas estruturas distintas) de TCCB não equivale exatamente à dimensão do voxel (menor unidade de imagem tomográfica)19. Algumas propriedades das imagens tomográficas — como a média de volume parcial, os artefatos e o ruído — podem interferir na resolução espacial da imagem19. Para obtenção de uma boa resolução espacial, o campo de visão da tomada radiográfica (FOV) e a dimen-são do voxel devem ser ambos o menor possível19.

Ainda, o paciente deve ser orientado a permane-cer totalmente imóvel durante a tomada, a fim de evitar artefatos de movimentação.

CONsiDeRAÇÕes fiNAis

Durante a última década, a Ortodontia am-pliou suas potencialidades de diagnóstico e capa-cidade de delinear um prognóstico mais realista com a introdução da Tomografia Computadori-zada Cone-Beam. A morfologia do periodonto de sustentação, flagrada nas imagens de tomografia computadorizada, pode alterar metas ortodônti-cas usuais. As repercussões da movimentação den-tária no osso alveolar, evidenciadas por meio da tomografia computadorizada, apontarão os limites da Ortodontia, definindo os procedimentos que poderiam, e os que não deveriam, ser implemen-tados em cada paciente individualmente.

AgRADeCiMeNTOsAgradecemos à Dra. Bruna Condi de Moraes

e ao seu orientador, Dr. Leopoldino Capelozza, pela gentil concessão da Figura 6 para ilustração desse artigo.

Alveolar bone morphology under the perspective of the computed tomography: Defining the biological limits of tooth movement

Abstract

Introduction: Computed tomography (CT) permits the visualization of the labial/buccal and lingual alveolar bone. Objectives: This study aimed at reporting and discussing the implications of alveolar bone morphology, visualized by means of CT, on the diagnosis and orthodontic treatment plan. Methods: Evidences of the interrelationship between dentofacial features and labial/buccal and lingual alveolar bone morphology, as well as the evidences of the effects of the orthodontic movement on the thickness and level of these periodontal structures were described. Results: Adult patients may present bone dehiscences previously to orthodontic treatment, mainly at the region of the mandibular incisors. Hyperdivergent patients seems to present a thinner thickness of the labial/buccal and lingual bone plates at the level of the root apex of permanent teeth, compared to hypodivergent patients. Buc-colingual tooth movement might decentralize teeth from the alveolar bone causing bone dehiscences. Conclusion: The alveolar bone morphology constitutes a limiting factor for the orthodontic movement and should be individu-ally considered in the orthodontic treatment planning.

Keywords: Computed tomography. Alveolar bone. Dehiscence. Orthodontics.

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Garib DG, Yatabe MS, Ozawa tO, Silva OG Filho

Dental Press J Orthod 205 2010 Sept-Oct;15(5):192-205

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Endereço para correspondênciaDaniela gamba garibAl. Octávio de Pinheiro Brisola 9-75CEP: 17.012-901 – Bauru/SPE-mail: [email protected]

Enviado em: junho de 2010Revisado e aceito: julho de 2010

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Dental Press J Orthod 206 2010 Sept-Oct;15(5):206-8

normaS dE aprESEntação dE originaiS

— O Dental Press Journal of Orthodontics publica arti-gos de investigação científica, revisões significativas, relatos de casos clínicos e de técnicas, comunicações breves e outros materiais relacionados à Ortodontia e Ortopedia Facial.

— O Dental Press Journal of Orthodontics utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para sub-meter novos trabalhos visite o site

www.dentalpressjournals.com.

— Outros tipos de correspondência poderão ser envia-dos para:

Dental Press International Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel. (44) 3031-9818 E-mail: [email protected]

— As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer respon-sabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve de-terminar se deve agir conforme as informações con-tidas nesta publicação. A Revista ou as empresas pa-trocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas.

— Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores e estão sujeitos a revisão editorial. Os autores devem seguir as orientações descritas adiante.

— Os trabalhos deverão, obrigatoriamente, ser escritos na língua inglesa.

ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DE MANUSCRITOS— Submeta os artigos através do site www.dental-

press.com.br/pubartigos. Organize sua apresentação como descrito a seguir:

1. Página de título— deve conter título em português e inglês, resumo e

abstract, palavras-chave e keywords. — coloque todas as informações relativas aos autores

em uma página separada, incluindo: nomes comple-tos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações insti-tucionais e cargos administrativos. Ainda, deve-se identificar o autor correspondente e incluir seu en-dereço, números de telefone e e-mail. Essa informa-ção não estará disponível para os revisores.

2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de

250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções:

INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉ-TODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores con-cluíram dos resultados, além das implicações clínicas.

— os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 pala-vras-chave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS.

3. Texto— o texto deve ser organizado nas seguintes seções:

Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discus-são, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras.

— os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abs-tract e referências.

— envie figuras e tabelas em arquivos separados (ver abaixo).

— também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo.

4. Figuras— as imagens digitais devem ser no formato JPG ou

TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução.

— as imagens devem ser enviadas em arquivos inde-pendentes.

— se uma figura já foi publicada anteriormente, sua le-genda deve dar todo o crédito à fonte original.

— confirmar se todas as figuras foram citadas no texto.

5. Gráficos e traçados cefalométricos— devem ser enviados os arquivos contendo as versões

originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção.

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Dental Press J Orthod 207 2010 Sept-Oct;15(5):206-8

normaS dE aprESEntação dE originaiS

— não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável).

— os desenhos enviados podem ser melhorados ou re-desenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.

6. Tabelas— as tabelas devem ser autoexplicativas e devem com-

plementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na

ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente,

inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original.

— apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo) e não como elemento gráfi-co (imagem não editável).

7. Declaração de Cessão de Direitos Autorais— todos os manuscritos devem ser acompanhados

da seguinte declaração escrita, assinada por to-dos os autores: “O(s) autor(es) abaixo assinado(s) transfere(m) todos os direitos autorais do manus-crito [inserir título do artigo aqui] para a Dental Press International, caso o trabalho seja publicado. O(s) autor(es) abaixo assinado(s) garante(m) que o artigo é original, não infringe qualquer direito au-toral ou outro direito de propriedade de terceiros, não está sendo analisado por outra revista e não foi publicado anteriormente, seja em mídia impressa ou eletrônica. Eu (nós) assino (assinamos) e acei-to (aceitamos) a responsabilidade de publicar este material.”

— digitalize esse termo de liberação de direitos auto-rais e o envie pelo site*, junto com o artigo.

8. Comitês de ética— Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pa-

receres de Comitês de Ética.

9. Referências— todos os artigos citados no texto devem constar na

lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no

texto.— com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as refe-

rências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração.

— as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na or-dem em que são citadas no texto.

— as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”.

— a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados ne-cessários à sua identificação.

— as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html).

— não devem ultrapassar o limite de 30.— utilize os exemplos a seguir:

Artigos com até seis autoresSterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal cli-nical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.

Artigos com mais de seis autoresDe Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32.

Capítulo de livroKina S. Preparos dentários com finalidade protéti-ca. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301.

Capítulo de livro com editorBreedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent preg-nancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001.

Dissertação, tese e trabalho de conclusão de cursoBeltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em labora-tórios por testes de tração, cisalhamento e torção. [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990.

Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Fa-ciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.

* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com

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Dental Press J Orthod 208 2010 Sept-Oct;15(5):206-8

1. O registro de ensaios clínicos

Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências

para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo pro-

jeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista

intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de

causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter

interferência sobre a saúde dos envolvidos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clí-

nicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados

e registrados antes de serem iniciados.

O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de

identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos

resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas cien-

tíficas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como

pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de

instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com

interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite

reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas,

observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas

nos assuntos.

Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revis-

tas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões inter-

nacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas

científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic

Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Ca-

ribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas

exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram in-

cluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de

registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área

da saúde.

Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Jour-

nal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que

exijam dos autores o número de registro no momento da submissão

de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos

Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos en-

dereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados,

os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios

estabelecidos pela OMS.

2. Portal para divulgação e registro dos ensaios

A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros

de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Se-

arch Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index.html), com

interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa,

nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clí-

nicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os

ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para

a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos corres-

pondente.

A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pe-

los produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede

recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical

Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores

dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e

controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros

primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical

Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (Internatio-

nal Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRC-

TN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possí-

vel, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para

os recomendados pela OMS.

A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem

ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação,

data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financia-

mento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinado-

res, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas,

título público do estudo, título científico, países de recrutamento, pro-

blemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e ex-

clusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário,

tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de

resultados primárias e secundárias.

Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três

categorias:

- Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e

contribuem para o Portal;

- Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas

enviam os dados para o Portal somente através de parceria com

um dos Registros Primários;

- Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria

do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics

O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia

as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial

da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International

Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.

org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm),

reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divul-

gação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso

aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS

para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão

aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham

recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios

Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE,

cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.

org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final

do resumo.

Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o

registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.

Atenciosamente,

Jorge Faber, CD, MS, Dr

Editor do Dental Press Journal of Orthodontics

ISSN 2176-9451

E-mail: [email protected]

ComuniCado aoS autorES E ConSultorES - rEgiStro dE EnSaioS ClíniCoS