VOZ OFF - DEZEMBRO 2011

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voz off - dezembro de 2011

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EDITORIAL

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Esta edição da VOZ-OFF marca o encer-ramento de mais um ano de publicações. É nossa missão fornecer às indústrias da mo-bilidade uma visão transversal e actualizada do sector, para que os decisores possam ad-quirir mais informação, consolidando o seu processo de decisão. Desta forma preten-demos contribuir para um aumento da com-petitividade do sector, através da análise de novas tecnologias, tendências de mercado, bem como estudos sectoriais.

O aumento de competitividade nas empre-sas pode ser conseguido por várias vias. A energia é um factor crítico para o aumento da produtividade, sobretudo considerando os custos previstos da factura energética para 2012. Este contexto adverso exige me-didas determinadas e inovadoras em toda a cadeia de produção, pois só desta forma é possível transformar a eficiência energé-tica num factor estratégico para a competi-tividade, reduzindo custos, aumentando a produtividade e ganhando o desafio da mini-mização dos impactes ambientais.

A execução destes objectivos implica, agora mais do que nunca, rigor, criatividade e ino-vação por parte dos decisores. É necessário fazer mais com menos investimento.

As indústrias da mobilidade são grandes uti-lizadoras de ar comprimido para as mais di-versas aplicações. Considerando que este é o processo de produção mais caro e com um reduzido grau de eficiência, não admira que seja também identificado por todos como um dos factores de agravamento da factura energética das empresas. Mas da percepção empírica aos factos vai um passo significa-tivo e a maioria das unidades industriais não tem dados que permitam avaliar o índice de desperdício e os custos associados.

É neste âmbito que, o CEIIA apoiou o Pro-jecto Auto.Ar, uma iniciativa da Gas Natural

GANHAR O DESAFIO DA COMPETTITIVIDADE

Fenosa, coordenada e implementada pela INTELI, que tem como objectivo a realização de auditorias gratuitas a 20 empresas do sector automóvel. Este projecto culminará com a realização de um curso de formação a 75 participantes e a elaboração de um plano adaptado a cada empresa, identificando as medidas necessárias para uma redução de 20 a 30 por cento da energia desperdiçada.

Ir mais longe com menos investimento. Um caminho estreito, apenas possível com o empenhamento de trabalhadores e decisores na mudança de comportamentos e abertura a um posicionamento estratégico.

O sistema MOBI.E em Portugal tem caracterís-ticas únicas que colocam o país como exem-plo de referência internacional na concepção e implementação de soluções de mobilidade eléctrica. Uma meta alcançável com o desen-volvimento de projectos globais, envolvendo a indústria, as empresas e as universidades.

No âmbito do Cluster da mobilidade o CEIIA e a ATEC realizaram, em Palmela, no parque industrial da VW Autoeuropa o evento “VW meets MOBI.E”, que juntou um grupo de for-necedores da indústria automóvel. O encon-tro teve o mérito de colocar novas questões em cima da mesa e de alargar perspectivas. Trabalhar em parceria, ganhar escala, apos-tar na inovação são reconhecidamente fac-tores de promoção de atractividade nacional e regional, com ganhos ao nível económico e social..

2012 demonstrará a capacidade de resiliên-cia das empresas, mas é também o ano da oportunidade para o cluster da mobilidade. Em vez de crise o léxico das empresas deverá sublinhar palavras como sinergias, eficiência, internacionalização.

É esta a proposta da equipa VOZ OFF para um Bom Ano.

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MENOS MWh AOS 100 NA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL

Ao longo de milénios a humanidade utilizou sobretudo a força das pessoas e dos animais na sua actividade produtiva. Hoje, no mundo desenvolvido, ambas são praticamente irre-levantes. A capacidade de dominar enormes quantidades de energia teve um impacto nunca antes sentido no bem-estar da hu-manidade, sendo o acesso a energia barata fundamental para a actividade económica contemporânea. Aqui reside o desafio.

A ENERGIA TEM CUSTOS

O tempo da energia barata apenas foi pos-sível num determinado contexto histórico. Entretanto, a população do planeta cresceu, mais países se desenvolveram e a energia requerida no quotidiano por cada um de nós tem também vindo a aumentar. Este modelo não é sustentável nem económica nem am-bientalmente se apoiado numa utilização in-tensiva de combustíveis fósseis.

Vejamos o caso de Portugal, um país que apresenta uma dependência energética do exterior superior a 80%, um valor que ain-da assim tem vindo a baixar devido aos in-vestimentos feitos em energias renováveis ao longo da última década. De acordo com os dados da Direcção Geral de Energia, em 2010 o saldo entre as exportações e as im-portações de energia apresentou um défice de 5.561 M€. Apesar da diminuição dos vo-lumes importados, o aumento do preço fez com que em 2010 se tivesse verificado uma subida do défice em 13,8% face ao valor de 2009 (que fora de 4.888 M€). O défice da en-

ergia é tão elevado que em 2010 representou 31,8% do défice da balança de mercadorias. Esta situação, comum a outros países e, natu-ralmente, às empresas, lançou um alerta para a mudança.

… E IMPACTOS AMBIENTAIS

Mas são também os impactos ambientais que têm levado a uma alteração do paradigma energético. A ameaça do aumento da tem-peratura do planeta tem levado ao desen-volvimento de políticas globais de redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa que, por sua vez, se têm traduzido em políti-cas de escala europeia e nacional. O aumen-to da penetração das energias renováveis e a promoção da eficiência energética têm es-tado na linha da frente dessas políticas.

Neste momento, e de acordo com o mais recente Inventário Nacional de Emissões da Agência Portuguesa do Ambiente, Portugal encontra-se bem posicionado para respeitar os objectivos a que se propôs no âmbito do Protocolo de Quioto. Mas a política dos 20-20-20 da União Europeia vem colocar metas mais ambiciosas para 2020.

E assim, quer devido à pressão sobre o preço da energia provocada tanto pelo aumento da procura global como pelos mecanismos de criação de preço para o carbono, quer por imperativos legais, a eficiência energéti-ca entrou no vocabulário corrente da gestão empresarial.

AUMENTAR A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL NACIONAL ATRAVÉS DA REDUÇÃO DA FACTURA ENERGÉTICA E DO IMPACTO AMBIENTAL SÃO OS DESÍGNIOS DO PROJECTO AUTO.AR. MAS ESTE É APENAS UM PRIMEIRO PASSO – ECONOMIA E AMBIENTE VÃO DE MÃO DADA NO OBJECTIVO DE AUMENTAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA.

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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA

A melhoria da eficiência energética pode ser alcançada de múltiplas formas, e se algumas exigem a realização de investimentos em novos equipamentos muitas outras reque-rem apenas alterações nos comportamentos. A gestão desempenha aqui um papel funda-mental.

Em primeiro lugar, importa desenvolver co-nhecimento interno para saber onde reside o potencial de poupança. Isto pode passar pela nomeação de uma pessoa responsável pela gestão de energia, pela medição e acompa-nhamento de consumos, pela detecção das áreas com maior potencial de poupança, ou pela realização de auditorias energéticas, o que permite quantificar ganhos e perdas, conhecer soluções, comparar alternativas.

Em segundo lugar, e sempre que sejam de-tectadas áreas de melhoria, é fundamen-tal garantir a sua implementação efectiva. No caso das soluções comportamentais o empenho da gestão pode fazer a diferença entre passar das boas intenções às boas práticas. No caso da realização de investi-mentos em equipamentos é importante ga-rantir que existem recursos para o fazer. E numa época em que o acesso ao crédito se tornou bastante apertado, em que a TIR de um investimento em eficiência energética compete com a TIR de outros investimentos ou mesmo com a impossibilidade de realizar qualquer investimento, o recurso às Empre-sas de Serviços de Energia surge como uma solução natural. As ESE (ou ESCO, em inglês, acrónimo de Energy Service Company) são

empresas que se encarregam pelo inves-timento em equipamentos mais eficientes e são remuneradas em função dos ganhos conseguidos na factura de energia.Por fim, importa considerar que os investi-mentos em eficiência energética fazem mais que apenas reduzir a factura energética – e proteger as empresas das oscilações dos preços da energia. Os investimentos em eficiência energética permitem rever processos e modernizar equipamentos, in-troduzem disrupções criativas nas empresas e criam competitividade a prazo, permitem uma nova política de comunicação com o mercado.

O PÓLO DE COMPETITIVIDADE

A actividade da INTELI e do CEIIA tem desde sempre procurado contribuir para o aumen-to da competitividade da indústria nacional – com um enfoque importante no sector au-tomóvel e na mobilidade. A sua actuação, em articulação com o PCT Mobilidade, chega agora ao domínio da energia. Este número da VOZ OFF tem assim como tema de capa a eficiência energética e dá destaque ao projecto AUTO.AR. Uma menor factura energética, com um efeito directo na competitividade, e um impacto ambiental in-ferior são os resultados esperados.

Porém, existe ainda um longo caminho por percorrer e este é apenas um primeiro pas-so.

Privilegie soluções de iluminação com lâmpadas fluorescentes

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Vinte empresas da indústria automóvel de-cidiram tirar as palavras eficiência energé-tica do papel e levá-las para o seu dia-a-dia.

As instalações do CEIIA foram o local esco-lhido para a sessão de arranque do projecto AUTO.AR – Eficiência Energética na Utilização do Ar Comprimido na Indústria Automóvel, promovido pela Gas Natural Fenosa e desen-volvido em parceria com a INTELI e o apoio do CEIIA. Este projecto resulta de uma can-didatura da Gas Natural Fenosa ao PPEC 2011-2012 (Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Electricidade), financiado pela ERSE, e tem como objectivo a utilização racional e eficiente do ar comprimido na in-dústria automóvel.

O ar comprimido representa uma das princi-pais parcelas da factura energética das uni-dades industriais e 20% dessa energia é des-perdiçada devido a fugas ou má utilização.

Com o projecto AUTO.AR as empresas têm a oportunidade de realizar sem custos uma auditoria ao funcionamento dos seus siste-mas de ar comprimido, através do levanta-mento das deficiências técnicas e da identi-ficação das más práticas. Será desenvolvido um relatório de boas práticas adaptado a cada uma das empresas auditadas.

O desafio foi lançado. É possível mudar filtros, trocar drenos, colocar novas tubagens, repa-rar fugas ou investir em equipamentos que permitem recuperar o calor desperdiçado com a utilização do ar comprimido e aplicá-lo noutros processos produtivos. No entanto, há

COLOCAR OS MITOS EM OFF E LIGAR A EFICIÊNCIA NO AR COMPRIMIDO

um primeiro passo essencial ao sucesso de qualquer plano de eficiência energética: mu-dar os comportamentos e introduzir nos mé-todos de trabalho procedimentos favoráveis à eficiência nas empresas

“Há muitos mitos na indústria. Muitas práti-cas que não se mudam porque alguém disse há 20 anos que era assim e até hoje ninguém questionou” afirmou José Lourenço direc-tor técnico da EWEN, empresa responsável pelas auditorias.

Romper com os mitos e as ideias feitas é a proposta e sublinhou ainda como exemplo a postura do Presidente Obama. “Nós adoptamos a mesma atitude. Quando alguém pergunta: desligar o ar comprimido, porquê? Eu respondo: Por que não?”

As empresas presentes na reunião de tra-balho constituem apenas uma parte da acção do AUTO.AR. Nos contactos desen-volvidos, «outras empresas já manifestaram a intenção de aderir a este plano e 75 pes-soas vão participar nos cursos de formação sobre eficiência energética na indústria au-tomóvel, o que significa que o universo de acção do projecto é muito mais abrangente. Adicionalmente, serão apresentados os prin-cipais casos de sucesso e distribuído um es-tudo de benchmarking a todas as empresas do sector automóvel, disseminando assim os conhecimentos adquiridos.”, sublinhou Gisela Mendes, da INTELI, a entidade que coordena a execução do projecto.

“QUANDO ALGUÉM PERGUNTA, DESLIGAR O AR COMPRIMIDO, PORQUÊ? EU RESPONDO: POR QUE NÃO?”

José Lourenço, EWEN

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EFICIÊNCIA PARA A COMPETITIVIDADE

O AUTO.AR tem como objectivo ajudar as empresas a reduzirem custos através de me-didas mais eficientes. “Poupar implica reduzir consumos ou comprar a energia mais barata” como afirmou Sandra Gancho da Gas Natu-ral Fenosa. No entanto, na actual conjuntura económica a redução de consumos é um fac-tor determinante para conseguir ganhos si-gnificativos.

Os resultados mensuráveis ao nível da eficiên-cia energética têm ainda impactos positivos a um nível estratégico.

“As indústrias, em especial as indústrias do sector automóvel, debatem-se todos os dias com a eficiência, porque sabem que esse é um factor importante para garantir a sua competitividade”, afirmou Alexandre Tei-xeira do CEIIA. O Centro de Excelência para a Inovação está apostado em fomentar o cluster da mobilidade, transformando-o num instrumento dedicado ao desenvolvimento e à competitividade das empresas. “É pos-sível com pequenas melhorias trazer grandes benefícios para as empresas”, sublinhou.

Esta é também a linha orientadora da Gas Natural Fenosa. Sandra Gancho fez um “ape-lo ao compromisso das empresas. O projecto AUTO.AR terá mais retorno se forem imple-mentadas algumas das medidas sugeridas

nos relatórios de auditoria. Não é necessário fazer um grande investimento. As auditorias são gratuitas. A experiência noutras empre-sas tem demonstrado que com a implemen-tação de 20% das medidas é possível redu-zir consumos e custos na ordem dos 80 por cento”.

A responsável da Gas Natural Fenosa deu maior ênfase ao papel da empresa enquanto comercializadora de energia. “Consideramos que os comercializadores de energia têm o dever de dar aos clientes produtos de valor acrescentado, que promovam a eficiência energética. Foi essa a génese do projecto AUTO.AR e esperamos que as empresas par-ticipem empenhadamente para poderem re-tirar benefícios da redução da factura ener-gética”.

AUDITORIAS NA AGENDA DAS EMPRESAS

Numa breve ronda à volta da mesa foi pos-sível concluir que das quinze empresas pre-sentes apenas duas já tinham feito uma au-ditoria aos sistemas de ar comprimido. Todas se debatem com o elevado consumo ener-gético que estes sistemas acarretam e foi generalizado o grande desafio associado à necessidade de contrariar o desperdício nas fugas do sistema.

Uma parte das empresas está em processo de reestruturação, em particular num sector que se encontra no caminho crítico para o sucesso de qualquer plano de eficiência, a manutenção.

No final da reunião os participantes reforça-ram a posição unânime de colocar o projecto AUTO.AR como uma prioridade nas respecti-vas agendas. Em paralelo com as auditorias, destacaram a importância dos cursos de for-mação, porque “através de conhecimentos e práticas simples aumentarão o grau de consciencialização e responsabilização de cada trabalhador na empresa”.

“A EXPERIÊNCIA NOUTRAS EMPRESAS TEM DEMONSTRADO QUE COM A IMPLE-MENTAÇÃO DE 20% DAS MEDIDAS É POS-SÍVEL REDUZIR CONSUMOS E CUSTOS NA ORDEM DOS 80%.”

Utilize equipamentos com a designação ENERGY STAR®

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CONTROLO DE FUGAS É PRIORITÁRIO

A eficiência energética é um tema recorrente no aumento da competitividade da indústria nacional, com óbvias vantagens para as em-presas e para o país.

Existindo em quase todas as instalações in-dustriais, os sistemas de ar comprimido (con-siderado uma utility) apresentam-se, regra geral, como uma área de enorme potencial de redução de consumos de energia, quer pelo aumento da eficiência de produção, quer, sobretudo, pela racionalização do lado da utilização.

80%

3%6%

11%

Nunca é demais lembrar que a produção de ar comprimido é um processo de reduzida eficiência, sendo a grande maioria da ener-gia eléctrica transformada em calor.

A eficiência da conversão da energia eléctri-ca para mecânica é de cerca de 10%, trans-formando o ar comprimido na energia mais cara que é utilizada na instalação, pelo que a sua utilização deve ser sempre ponderada atendendo a um conjunto de factores.

O AR COMPRIMIDO É A FORMA DE ENERGIA MAIS CARA NA INDÚSTRIA.

120%

100%

80%

60%

40%

20%

0%

SECADOR FILTROS ENERGIA ÚTILCALOR DE COMPRESSÃO

CENTRAL DE AR COMPRIMIDO -PERDAS ENERGÉTICAS

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Do lado da produção (e distribuição), deve ter-se em conta:

Correcto dimensionamento das centrais de produção de ar comprimido e rede distribuição;

Ponderação do custo da energia aquando da instalação de novos equipamentos (a energia tem um peso significativo no life cycle cost de um compressor de ar);

Instalação de software de gestão dos compressores (em centrais/instalações com múltiplos equipamentos);

Acompanhamento e correcção periódica das fugas de ar;

A REDUÇÃO DA PRESSÃO EM APENAS 0,5 BAR REDUZ O CONSUMO DE ENER-GIA ELÉCTRICA EM 4,8%, COM UM INVESTIMENTO QUASE NULO.

76%

12%

12%

Do lado da utilização, tal como já referido, de-vem ser questionadas todas as utilizações de ar comprimido, e substituídas sempre que tal seja tecnologicamente possível e economica-mente viável.

AVALIAÇÃO CONTÍNUA

Tal como em outras áreas, também no caso particular dos sistemas de produção e dis-tribuição de ar comprimido, a realização de auditoria periódicas (internas ou externas)

Desligue os aparelhos que entram em modo standby

revela-se da maior importância.

A experiência da EWEN como empresa au-ditora, no âmbito do SGCIE (sistema de gestão dos consumidores intensivos de en-ergia), tem-nos demonstrado repetidamente o enorme potencial de optimização dos con-sumos de energia nesta área. A título de ex-emplo, refira-se um caso recente, (auditado pela EWEN), no qual o consumo para fugas representa quase 90% do consumo de ener-gia eléctrica do compressor.

Este é um exemplo limite, mas que de- monstra a importância do controlo de fugas para a eficiência energética. Além disso, na maioria dos casos a resolução do problema das fugas não exige grande investimento em equipamentos. Uma manutenção aten-ta e periódica e uma intervenção eficaz na origem das fugas podem significar um ga-nho energético muito significativo, com re-percussões na redução da factura energé-tica da empresa.

A EWEN apresenta-se como empresa ESCO, disposta a assumir o risco técnico das soluções de redução dos consumos de ener-gia e/ou participando do investimento inicial (parcial ou mesmo totalmente) da medidas de racionalização dos consumos de ener-gia, sendo depois remunerada com base nas poupanças geradas pelo projecto.

As medidas de eficiência na área do ar com-primido apresentam, em geral, períodos de retorno muito atractivos.

Life cylcle cost para centrais de ar comprimido

Equipamentos e instalação

Manutenção

Energia

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A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EXIGE A PARTICIPAÇÃO DE TODOS

A utilização mais eficiente da energia é um problema complexo que requer soluções descentralizadas e muito participadas. A concepção e a execução de medidas exigem capacidade de iniciativa e de co-ordenação e, nessa matéria, a ERSE tem procurado assumir as suas responsabili-dades. Mas, este é um tema em que todos temos de ser protagonistas activos, inova-dores, inequivocamente comprometidos com a mudança de comportamentos.

A evolução na regulação e liberalização dos mercados da eletricidade e do gás natural tem levado a uma maior eficiência no lado da oferta de energia. No entanto, no que respeita ao lado da procura, continuam a existir inúmeras barreiras ao aumento da eficiência, nomeadamente quanto à par-ticipação das empresas de energia.

Importa reconhecer que a primeira forma de promover a eficiência no consumo de en-ergia elétrica é através da definição de tarifas que reflitam, por um lado, todos os custos do setor elétrico e por outro lado, internalizem todos os impactes ambientais e sociais causados pelas atividades desenvolvidas ao longo da cadeia de valor. Desta forma induz-se uma utilização racional da energia elétrica e dos recursos associados.

O reconhecimento da existência de diversas barreiras ou falhas de mercado que dificul-tam ou impedem a tomada de decisões eficientes pelos agentes económicos justifica a implementação de medidas de promoção da eficiência no consumo. Entre as várias bar-reiras de mercado à eficiência no consumo citam-se alguns exemplos: período de retor-no alargado do investimento e taxas de desconto individuais muito altas; diferença entre os preços de fornecimento e os custos marginais de curto prazo; externalidades ambi-entais não refletidas nos preços; falta de informação e elevados custos de transacção associados; desalinhamento de interesses entre os agentes ou restrições financeiras dos consumidores.

VITOR SANTOSPRESIDENTE DA ENTIDADE REGULADORA DOS SERVI-ÇOS ENERGÉTICOS (ERSE)

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O PPEC tem como objetivo a promoção de medidas que visam melhorar a eficiência no consumo de energia elétrica, através de ações empreendidas pelos comercializa-dores, operadores de redes, entidades de promoção e defesa dos interesses dos con-sumidores de energia elétrica, agências de energia, universidades e centros de inves-tigação, destinadas aos consumidores dos diferentes segmentos de mercado, isto é, à indústria e agricultura, ao comércio e serviços e ainda ao segmento residencial.

As medidas de eficiência contempladas no PPEC são medidas do tipo tangível, que devem promover a redução do consumo de energia elétrica ou a gestão de car-gas, de forma permanente e claramente verificáveis e mesuráveis. São igualmente importantes as medidas de informação e de divulgação que, embora não tenham impactos diretos mensuráveis, são indu-toras de comportamentos mais racionais e permitem a tomada de decisão mais consciente pelos consumidores no que diz respeito à adoção de soluções eficientes no consumo de energia elétrica.

OS RESULTADOS DO PPEC

As diversas edições do PPEC têm gerado poupanças de energia eléctrica significa-tivas. Em 2012 estas poupanças represen-tam cerca de 1,2% do consumo nacional de eletricidade o que corresponde a cerca de 40% da energia elétrica produzida por um grupo de ciclo combinado e ao consumo anual de 2,3 milhões de famílias.

Importa ainda reconhecer que a promoção de medidas de eficiência no consumo de energia elétrica contribui para valorizar as três dimensões que orientam a política energética europeia e dos seus estados membros, a saber: concorrência, seguran-ça de abastecimento e sustentabilidade.

A dimensão da concorrência é valorizada na medida em que a implementação de medidas de eficiência energética e de gestão da procura contribui, por um lado, para a existência de situações de excesso de oferta face à procura necessária, com reflexos ao nível da redução dos preços, e por outro lado, para o aumento da elasti-cidade procura-preço designadamente entre períodos horários, conduzindo a uma melhor utilização dos recursos do setor elétrico.

A segurança de abastecimento é reforçada considerando que as medidas de eficiên-cia no consumo reduzem a produção de energia elétrica pelas centrais térmicas de custos variáveis mais elevados, desig-nadamente as centrais a gás natural, situ-ação que origina menores importações de energia primária, e, consequentemente, minimiza a dependência energética de Portugal e da Europa de países terceiros.

Por último, a sustentabilidade é também valorizada uma vez que a redução ener-gia elétrica associada à implementação de medidas no consumo origina neces-sariamente menores valores na queima de combustíveis nas centrais térmicas de tecnologia marginal e consequentemente menores emissões de gases com efeito es-tufa (CO2).

Adotando esta última dimensão, compara-se na figura seguinte o custo incorrido pelo setor elétrico na redução de emissões de CO2 através de ações do lado da oferta

O ar condicionado deve estar regulado para 22ºC no Inverno e 24ºC no Verão

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e do lado da procura. Do lado da oferta destacam-se as intervenções ao nível do investimento em geração de eletricidade a partir de fontes energéticas renováveis como sejam a eólica ou a energia solar, apresentando-se na figura os sobrecus-tos líquidos das externalidades ambientais evitadas por estas tecnologias.

Estes valores são calculados tendo por base os preços administrativos garantidos que têm vindo a ser pagos à produção em re-gime especial e preços de energia elétrica no mercado organizado de 50€/MWh, valor utilizado também na valorização das medi-das do lado da procura. Do lado da procura destacam-se os benefícios sociais líquidos das quatro edições do PPEC. Verifica-se que a opção pela implementação de me-didas de eficiência no consumo de energia elétrica apresenta uma valia económica muito interessante na descarbonização do setor elétrico, situação que justifica a sua promoção no âmbito da regulação seto-rial exercida pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

MAIS BENEFÍCIOS PARA OS CONSUMIDORES E PARA O PAÍS

A análise de impactes das medidas candi-datas ao PPEC permite mostrar que o apoio a medidas de promoção da eficiência no consumo apresenta benefícios sociais cla-ramente superiores aos custos. O PPEC é um mecanismo de promoção da eficiência no consumo concebido no âmbito da regu-lação do sector elétrico, complementar de outros instrumentos económicos como o incentivo à produção de energia elétrica de origem renovável, enquadrado na políti-ca governamental para a energia no que respeita aos objetivos de redução de gases com efeito de estufa e de redução da de-pendência externa de fontes energéticas.

Considera-se que a adopção deste pro-grama de promoção da eficiência en-ergética contribui para a segurança do abastecimento de energia eléctrica, traz ganhos económicos significativos para o País, promove a defesa dos interesses dos consumidores de energia, introduzindo um novo paradigma de relacionamento com os cidadãos e aposta na sustentabilidade e responsabilidade social.

Este texto foi escrito segundo o novo acordo ortográfico

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Custo incremental associado à redução de emissões de CO2 no âmbito do sector eléctrico

10000

800

600

400

200

0

-200

-400

“CONSIDERA-SE QUE A ADOPÇÃO DESTE PROGRAMA...CONTRIBUI PARA A SEGURANÇA DO ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉCTRICA, TRAZ GANHOS ECONÓMICOS SIGNIFICATIVOS PARA O PAÍS, PROMOVE A DEFESA DOS INTERESSES DOS CONSUMIDORES DE ENERGIA...”

Verificar que se o equipamento não está ligado desnecessariamente

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QUAL O IMPACTO DA ENERGIA CONSUMIDA NA SUA EMPRESA?

Ao fim do mês a conta de electricidade não se atrasa. Mas qual o impacto desse consumo? A factura exibe a quantidade de electricidade, o seu custo e, ainda, infor-mação sobre a sua origem. E só.

A INTELI desenvolveu uma metodologia que permite saber mais, constituindo um ponto único de acesso a estatísticas dis-persas por várias fontes e cruzando essas mesmas estatísticas para obter respostas a algumas questões que todos queriam saber – mas a que muito poucos sabiam responder.

O IMPACTO DO AR COMPRIMIDO DE CADA EMPRESA

Este artigo aplica algumas dessas estatís-ticas aos dados sobre o projecto AUTO.AR. Apesar de restritos – porque os dados das empresas são pouco pormenorizados – os resultados são interessantes. Os grá-ficos laterais permitem visualizar uma dis-tribuição aproximada destas estatísticas por mês, assumindo um conjunto de pres-supostos.

Tomando como referência o inquérito realizado pela INTELI em 2008 a 15 em-presas do sector automóvel sabe-se que a factura anual de electricidade destas em-presas (a “empresa-tipo”) é, em média, de 12.000 MWh.

Em 2010, cerca de metade desta electri-cidade foi produzida com base em fontes renováveis (6.098 MWh). A outra metade teve origem térmica, o que de acordo com a metodologia INTELI representou a quei-ma de 592 ton de carvão e de 463 mil m3 de gás natural – e na emissão de 2.342 ton de CO2.

Se a metade produzida a partir de renováveis tivesse sido produzida exclusi-vamente em centrais a carvão, o país teria importado 2.300 ton a mais de carvão – ou 10.552 barris de petróleo.

O IMPACTO DO AUTO.AR NA CONTABILIDADE E NO AMBIENTE

O projecto AUTO.AR estima um potencial de poupança de 1.885 MWh/ano nas 20 empresas auditadas – ou 139.830€ a menos. Assim, o país importará menos 93 ton de carvão e 73.000 m3 de gás natural, e no to-tal serão emitidas menos 368 ton de CO2 – isto num só ano. Desta forma, a redução dos custos com a aquisição da energia para a produção de electricidade será de aproxi-madamente 6.800€ em carvão, 13.700€ em gás natural – e mais 5.400€ em licenças de emissão de CO2.

O conhecimento do perfil de consumos mensais permite às empresas visualizar as variações ocorridas nos vários indicadores de energia ao longo do ano.Fonte: Base de Indicadores INTELI; Índice de Produção Industrial (INE); Ano de referência: 2010

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Emissões anuais de CO2 e preço a pagar pelas licenças de emissão por empresa-tipo.Informação sobre as emissões de CO2 decorrentes do con-sumo de electricidade, bem como os custos associados às licenças de emissão.

Emissões de CO2 em Ton

Custos em CO2 Milhares €

1

0

3

2

5

4

7

6

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Importações de petróleo poupadas com a produção de electricidade de origem renovável face a um cenário alternativo baseado em fuelóleo. Quantificação do impacto de produzir electricidade a partir de energias renováveis – custo de produzir recorrendo a tecnologias alternativas.

Milhares €

Ton Carvão

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Distribuição mensal e origem da electricidade consumida por empresa-tipo. Visualização da origem da energia consumida, indicando a dependência em cada mês da importação de matérias-primas para a produção de electricidade.

Não renováveis

Renovaveis

Total renováveis

Analise regularmente a sua factura energética

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O FUTURO PREPARA-SE HOJE

António Pires, director Geral da Volkswagen Autoeuropa presidiu a sessão de encerramento deixando um alerta:«Portugal está numa encruzilhada de vo-cação. E do ponto de vista da indústria automóvel se quisermos participar acti-vamente no mercado mundial, temos de definir hoje o futuro». O responsável da Autoeuropa prevê para 2019/2020 uma indústria automóvel com características diferentes, atendendo “às necessidades, ambientais, sociais e económicas”, uma nova realidade que passará também pela mobilidade eléctrica.

Com base neste diagnóstico desafiou as empresas nacionais a incorporarem mais tecnologia e inovação nos seus produtos, designadamente com uma aposta nos materiais mais leves (fibra de vidro, car-bonos materiais compósitos) e nas tecno-logias associadas aos motores eléctricos e à eficiência das baterias.

“Aqui reside a oportunidade. Desenvolver hoje em Portugal essas competências”.

NOVAS OPORTUNIDADES

As intervenções de todos os oradores con-vergiram num ponto: o projecto da mobi-lidade eléctrica, pelas suas características únicas no mundo, abre novas oportuni-dades às empresas fornecedoras de bens e serviços e cria áreas de negócio de valor acrescentado.

“AUTO MEETS E-MOBILITY” FOI O PONTO DE PARTIDA PARA MAIS UMA ACÇÃO CON-JUNTA DO CEIIA COM A ATEC, QUE JUNTOU NA SEDE DESTA ASSOCIAÇÃO DE FOR-MAÇÃO E CONSULTODORIA UM GRUPO DE CEM PESSOAS LIGADAS AO CLUSTER DA MOBILIDADE EM PORTUGAL. ENTRE OS ORADORES ESTIVERAM A INTELI, NOVA BASE, CRITICAL SOFTWARE, SIEMENS, MCG, MOLDIT, ALÉM DOS ORGANIZADORES.”

Luís Reis, responsável pelo MOBI.E na INTELI, deu um passo em frente colocando para análise novos caminhos.“O automóvel do futuro é um carro conectado com as cidades e com o mundo através da Web. A mobilidade implica o desenvolvimento de plataformas avança-das com aplicação em toda a indústria au-tomóvel”. Além disso, sublinha, “estes sis-temas de informação inteligente permitem a colocação de serviços integrados, por exemplo, um carro no futuro estará pre-parado para falar com terceiros”, ou seja, “permitir a gestão da energia a bordo, ou o planeamento de rotas”.

Na perspectiva do consumidor final, tudo se resume em “fazer sistemas que tornem a vida mais simples e mais feliz para as pessoas”, como afirmou Rui Marques da NovaBase (empresa do consórcio MOBI.E).Helena Silva, directora geral do CEIIA (Cen-tro de Excelência e Inovação) um parceiro líder no desenvolvimento do Cluster da Mobilidade, colocou alta a fasquia dos ob-jectivos: “Posicionar Portugal como refe-rência na concepção e implementação de soluções de mobilidade”. Uma meta que só será alcançável “ se desenvolvermos pro-jectos globais, envolvendo a indústria, as empresas e as Universidades”.

Apesar dos constrangimentos económi-cos à escala global, por todos reconheci-dos, algumas empresas nacionais como a MCG, do sector do aço, estão a transformar os desafios em oportunidades, investindo na formação e diversificação das áreas

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de negócio. E também neste caso a mo-bilidade eléctrica assume um papel impor-tante como motor da transformação.

O encontro em Palmela teve o mérito de colocar novas questões em cima da mesa e de alargar perspectivas. No início da sessão, a responsável da ATEC deixou o mote ao identificar no projecto da mobili-dade eléctrica em Portugal um “ factor de atractividade nacional e regional. A região de Palmela tem potencialidades para o de-senvolvimento de um cluster de fornece-dores para a indústria automóvel” com ganhos ao nível económico e social com a fixação de postos de trabalho.

NA PERSPECTIVA DO CONSUMIDOR FINAL, TUDO SE RESUME EM “FAZER SISTEMAS QUE TORNEM A VIDA MAIS SIMPLES E FELIZ PARA AS PESSOAS”

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NOTICIASAUTO A Autoeuropa quer apostar no transporte fer-

roviário entre a Alemanha e Setúbal. A empresa do grupo Volkswagen (VW) recebeu no dia 25 de Novembro a primeira carga de componen-tes para a produção de automóveis, após uma viagem de mais de 50 horas entre Kassel e Palmela. Nesta incursão inicial transportaram-se oito caixas móveis de componentes, o que equivale a quase oito camiões.In Diário Económico, 29-11-2011

O grupo Fiat vai encerrar a fábrica da Sicilia, Itália. O último carro deverá sair da linha até o final deste mês. Esta é a segunda fábrica na Eu-ropa a fechar como consequência da crise. Re-centemente, a Opel anunciou o encerramento da unidade de Amberes, Bélgica. In Diário Económico, 25-11-2011

FIAT FECHA FÁBRICA EM ITÁLIA E DEIXA 1.600 TRABALHADORES DESEMPREGADOS

AUTOEUROPA PLANEIA REFORÇO DE LIGAÇÕES FERROVIÁRIAS

A actual crise económica trouxe novos utiliza-dores para as motorizadas da marca italiana Piaggio em Portugal. “Tem havido uma procura nos modelos das marcas Piaggio, Vespa, Gilera e Derbi, principalmente da categoria 125 cili-ndrada”, avança Sara Chen, responsável pela marca no mercado português. Ao contrário das vendas de carros de novos, que estão a cair mais de 23% face a 2010, a procura por motos com mais 50cm3 tem aumentado. “As pessoas procuram uma alternativa de mobilidade mais económica e ambiental».In Diário Económico, 23-11-2011

CRISE ECONÓMICA IMPULSIONA VENDAS DA PIAGGIO EM PORTUGAL

A fabricante de componentes para carros Del-phi, que tem uma fábrica na Guarda, admitiu que, após o plano de reestruturação para evi-tar a falência, está a procurar aquisições para expandir na Ásia, de acordo com o “Financial Times”.In Diário Económico, 23-11-2011

DELPHI ADMITE AQUISIÇÕESPARA EXPANDIR NEGÓCIOS E REFORÇAR PRESENÇA NA ÁSIA

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São boas notícias para a Autoeuropa que

volta a importar componentes por via fer-

roviária após vários anos de interregno.

Contudo, um factor de grande importância

para o sucesso desta medida é o aprovei-

tamento do transporte de regresso à Ale-

manha (com eventuais paragens em Es-

panha e França) de modo a reduzir os

custos totais. Para isso é essencial que esta

solução seja promovida junto das empre-

sas locais enquanto alternativa para colo-

car os produtos nestes países. No caso

da indústria automóvel em particular, é

necessário que as empresas da Região de

Palmela/Setúbal diversifiquem o seu port-

fólio de clientes e apostem na exportação.

Essa diversificação e aposta na exportação

também se aplica às empresas do Parque

Industrial da Autoeuropa.

Relativamente aos construtores, anteci-

pam-se tempos difíceis para os mais expos-

tos ao mercado europeu. É o caso da Opel

e da FIAT. Resta aproveitarem as sinergias

com outras marcas (exemplo entre a FIAT e

a Chrysler ou a Chevrolet com a Opel) de

modo a aumentar as exportações da Eu-

ropa para os restantes blocos económicos

que apresentam melhores perspectivas de

crescimento.

A japonesa Toyota Motor anunciou ontem a re-toma parcial da produção nas suas três fábri-cas na Tailândia, paralisadas desde 10 de Outu-bro devido às inundações naquele país.In OJE, 22-11-2011

TOYOTA ANUNCIA RETOMA PARCIAL NA TAILÂNDIA

A General Motors prevê que a crise da dívida na Europa vai afectar os resultados globais e dificultar a reestruturação da Opel. Em de-clarações à agência Efe, um porta-voz da GM disse não esperar melhorias nas contas no quar-to trimestre “devido às condições económicas na Europa e a nível mundial”. Sem adiantar detalhes admitiu que a situação económica na União Europeia dificulta o plano de reestru-turação da Opel.In Diário Económico, 21-11-2011

GENERAL MOTORS TEME QUE CRISE EUROPEIA AFECTE RECUPERAÇÃO DA OPEL

Comentário por António Monteiro, Inteli

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NOTICIASAERO

A região do Médio Oriente vai precisar de 1921 novos aviões, avaliados num montante global de 347 mil milhões de dólares (252 mil milhões de euros) durante os próximos 20 anos, o que representa o triplo da frota actual, indicou a Airbus em comunicado ontem divulgado.In OJE, 15-11-2011

MÉDIO ORIENTE PRECISA DE 2 MIL AVIÕES ATÉ 2030

A Boeing ganhou a sua maior encomenda de sempre, no valor de 20,5 mil milhões de euros, com o acordo para a venda de até 70 aviões 777 à Emirates Airlines, o modelo dominante da frota da companhia do Médio Oriente.In Jornal de Negócios, 14-11-2011

BOEING GANHA ENCOMENDA HISTÓRICA DA EMIRATES

O Ministério alemão da Economia vai comprar uma participação de 7,5% no grupo que é dono da Airbus, caso não encontrar investidores in-teressados em adquirir a participação detida pela fabricante Diamler.In Diário Económico, 11-11-2011

GOVERNO GERMÂNICO VAI COMPRAR UMA PARTICIPAÇÃO NA EADS

O cargueiro militar KC-390 da Embraer vai re-ceber um financiamento público até 87 milhões de euros para que parte do avião seja produzi-do em Portugal. O projecto será financiado por fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e fontes alternativas de finan-ciamento caso o QREN não seja suficiente ou não se aplique, segundo o despacho publicado ontem em Diário da República.In Económico Online, 10-11-2011

EMBRAER RECEBE ATÉ 87 MILHÕES PARA FAZER AS PEÇAS DO KC-390 EM PORTUGAL

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Agarrar as oportunidades

Num ambiente de crise global, de esperado

abrandamento da procura, de dificuldade de

financiamento junto da banca e de falência de

empresas, ainda se vislumbram oportunidades

de negócio na indústria aeronáutica.

Ao contrário da tendência geral, o mercado evi-

dencia alguma actividade e mudança e novos

mercados, fora do continente europeu e ameri-

cano, crescem de forma consistente. De facto,

num mercado inicialmente liderado pelos EUA,

as empresas europeias ganham terreno (Airbus

vrs Boeing) enquanto outros pólos fortes, como a

Embraer, investem na Europa.

Por outro lado, sendo uma indústria em constante

evolução, o sector aeronáutico enfrenta o desa-

fio de maior exigência e rapidez na concepção

elaboração de produtos e tecnologias que re-

spondam à necessidades dum mercado cada vez

mais competitivo.

Ora, as empresas de dimensões mais pequenas,

face às grandes construtoras, são imprescindíveis

para esta melhoria tecnológica dadas as suas

características de maior flexibilidade e especiali-

zação. Dando assim oportunidade a países, que

não tendo história/experiência na construção de

aeronaves, possam ser reconhecidos pelas suas

diferentes competências tecnológicas, pela sua

mão-de-obra qualificada e capacidade de for-

mação de redes eficientes de abastecimento de

componentes aeronáuticos. Ainda, neste con-

texto, a quota de mercado do médio oriente de-

monstra uma crescente procura de aeronaves,

com o aumento de tráfego de passageiros aliado

à tendência sólida de desenvolvimento urbano e

de turismo.

Em Portugal, desenvolvem-se projectos em

parceria com a Embraer, no âmbito da indústria

de componentes aeronáuticos, e estão assegura-

das as fontes de financiamento para os mesmos.

Comentário por Daniela Cruz, CEIIA

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NOTICIASMOBILIDADE

A Nissan aliou-se a empresas europeias líderes no fornecimento de equipamento e alimen-tação para veículos eléctricos para acelerar o desenvolvimento de carregadores rápidos mais pequenos e mais baratos para as baterias dos veículos eléctricos.In RTP Informação, Mundo Automóvel- 24-11-2011

NISSAN ACELERA INFRA-ESTRUTURA

Toyota quer marcar futuro da mobilidade A Toyota não escapa à febre de protótipos que contagia as marcas nipónicas a cada dois anos, por alturas do Salão de Tóquio (3 a 11 de Dezembro). O maior construtor japonês vai mostrar, em estreia absoluta, três visões da mobilidade futura. In Auto Foco, 24-11-2011

TOYOTA QUER MARCAR FUTURO DA MOBILIDADE

O programa é da autoria da Daimler, chama-se Car2go e consiste no conceito de partilha de carros. O construtor germânico anunciou que vai avançar em Dezembro para Viena com uma frota de 500 smart fortwo, que poderão ser reservados por um registo inicial ao serviço que custa 9,9€. O cliente paga 12,9€ por hora ou 39€ por dia.In Auto Foco, 24-11-2011

DAIMLER APOSTA NA PARTILHA

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Um carro que anda sozinho evitando obstácu-los ou que ajuda o condutor a reagir quando surge algo inesperado é já uma realidade na Universidade de Aveiro. O departamento de engenharia mecânica mostrou durante a Se-mana Aberta da Ciência e Tecnologia, o At-lascar, um veículo que incorpora sensores de movimento, térmicos, câmaras para captar im-agens e laser 3D. In Jornal de Notícias, 24-11-2011

AVEIRO CRIA CARRO QUE ANDA SOZINHO E EVITA ACIDENTES

O 1º. Concurso Anual Universitário Renault sub-jacente ao tema “veículo eléctrico” sob o mote «Building the Wheels of the Future», desafiou os finalistas universitários de todo o país (54 universidades participaram) a apresentarem projectos, com o objectivo de aproximar o mundo académico do mundo empresarial. O projecto vencedor “Plano de Comunicação para a Gama Renault Z.E” pertence ao ISCTE. O grupo de trabalho para além de ter ganho uma bolsa de estudo no valor de 6.000 euros, tem ainda a possibilidade de realizar um estágio de 3 meses na Renault Portugal.In Universia, 26-11-2011

RENAULT ANUNCIA VENCEDORES DE CONCURSO UNIVERSITÁRIO

Portugal na vanguarda

Grande precursora da mobilidade eléctrica a

nível mundial, a Nissan é também o principal mo-

tor para a generalização da norma CHAdeMO de

carregamento rápido a nível mundial. Tendo a

EFACEC como parceiro nacional de referência, os

novos carregadores são substancial mais peque-

nos (com preços abaixo dos 10.000 EUR contra

os cerca de 20.000 EUR acuais) e mais simples

mantendo apenas as componentes fundamen-

tais. Para Portugal serão cerca de 20 os carre-

gadores a disponibilizar pela Nissan. Para este

construtor nipónico o carregamento rápido está

identificado como um dos principais vectores

para o sucesso dos seus produtos. A nível inter-

nacional uma completa harmonização de fichas

não é esperada antes de 2017 deixando assim es-

paço para a imposição de standards de facto.

Se os construtores nipónicos persistem a inovar

no segmento eléctrico, já claramente a Daimler,

através do Smart, explora as novas lógicas da

mobilidade como um serviço, como é o caso do

carsharing, Esta forma de mobilidade partilhada

é particularmente atractiva para veículos eléc-

tricos, atendendo aos custos de utilização muito

inferiores, permitindo igualmente a maturação

tecnológica para servir de base aos desenvolvi-

mento dos veículos eléctricos da Daimler/Mer-

cedes do futuro e a exploração de novos modelos

de negócio.

O envolvimento das universidades Portuguesas

nos novos domínios da mobilidade sustentável

tem sido gradualmente um novo vector de inves-

tigação, desenvolvimento e inovação, gerando

oportunidades quer ao nível da vanguarda tec-

nológica quer na criação de modelos de negócio

e serviço inovadores para a mobilidade que se

espera virem a consolidar Portugal como refer-

ência internacional nesta área emergente.

Comentário por André Dias, INTELI

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10.11.11 VISITA DE CCDRN E DE DELEGAÇÕES SUECA E NORUEGUESAMaia, PortugalO CEIIA recebeu, no dia 10 de Novembro, a visita da Comissão de Coordenação e Desen-volvimento Regional do Norte, acompanhada de uma delegação de regiões suecas e norue-guesas que participam no programa “INTER-REG Sweden-Norway”. As delegações vieram ao norte do País para conhecer a experiência de cooperação na euro-região Galiza – Norte de Portugal e por isso, realizaram uma visita às instalações do Centro, onde tiveram a oportu-nidade de conhecer os projectos no âmbito da mobilidade eléctrica, a serem desenvolvidos e dinamizados pelo CEIIA.

EVENTOS

24.11.11 JORNADAS MUNICIPAIS DE EMPREENDEDORISMO E DINAMISMO EMPRESARIAL SABOR 2011Torre de Moncorvo, PortugalO CEIIA foi convidado como orador para as Jornadas Municipais de Torre de Moncorvo, nas quais elaborou uma prelecção acerca do papel da transferência de tecnologia no processo de inovação, e como ferramenta de suporte ao empreendedorismo.

N O V E M B R O 2 0 1 1

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EVENTOSD E Z E M B R O 2 0 1 1

20.12.11 COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO |Sessão anual COMPETEAlfândega do Porto, PortugalO COMPETE organiza no dia 20 de Dezembro, em articulação com o Ministério da Economia e Emprego, a sessão anual destinada a divulgar os resultados do Programa Operacional Fac-tores de Competitividade. Os responsáveis pela gestão do COMPETE organizaram um Fórum e uma exposição dedicados ao debate sobre a competitividade e a internacionalização, em torno dos polos de competitividade e clusters, que reunirá os contributos de especialistas e representantes do tecido socioeconómico. O administrador do CEIIA, Jaime Quesado par-ticipa no painel “ Pólos de Competitividade e Tecnologia & Clusters”, onde apresentará o bal-anço e as perspectivas do polo das indústrias de mobilidade. (Ver programa)

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Ficha técnicaEdição: PCT da Mobilidade (CEIIA e INTELI)Data: Dezembro, 2011Equipa VOZ OFF: Bernardo Sousa Ribeiro (CEIIA), Diana Reis (INTELI), Gualter Crisóstomo (INTELI), Helena Silva (CEIIA), Maria João Rocha (INTELI), Sónia Pereira (CEIIA)Colaboraram nesta edição: André Dias (INTELI), António Monteiro (INTELI), Daniela CRUZ (CEIIA), Gisela Mendes (INTELI), José Lourenço (EWEN), Miguel Pinto (INTELI), Vítor Santos (ERSE),Design: Inês Neves (CEIIA)Coordenação: CEIIA/INTELI