Voz da Verdade 14 Setembro 2014

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Diretor: P. Nuno Rosário Fernandes Ano 82 • Edição nº 4134 Domingo, 14 de setembro de 2014 Semanário • 0,40 www.vozdaverdade.org Reportagem Jovens que se querem projetar em Cristo É possivelmente o único movimento da Igreja que nasceu de um pedido feito por Nossa Senhora. A Juventude Mariana Vicentina celebrou, em Lisboa, o 30º aniversário, com a participação de cerca de 200 jovens. ver pág.02 Especial Formar para a formação do outro Bispos portugueses solidários com cristãos do Iraque Os bispos que constituem o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestaram, em Fátima, a sua solidariedade aos cristãos e minorias religiosas do Iraque, condenando as “atrocidades” do autoproclamado Estado Islâmico. “É uma situação ina- ceitável”, considerou aos jornalistas o secretário da CEP, padre Manuel Barbosa, apelando à oração e à solidarieda- de dos católicos, através da Cáritas ou da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, para além dos apelos “aos governantes e às entidades internacionais”. Neste contexto, o secretário da CEP recordou que todos os presidentes das Conferên- cias Episcopais da Europa escreveram uma carta a pedir uma intervenção da ONU para travar o conflito. Torres Vedras recebe Festival da Canção 2014 “Dia 27 de setembro é dia de música, de fé e de alegria na nossa Diocese!”. É desta forma que o Serviço da Juventu- de do Patriarcado de Lisboa anuncia a realização do XIX Festival Diocesano da Canção Cristã, que vai decorrer no Pavilhão Multiusos da ExpoTorres, em Torres Vedras, a partir das 21h00. O tema deste ano é ‘O que importa é a fé que se realiza pela caridade’ e vão estar a concurso 11 canções. O custo dos bilhetes é de 3 euros e podem ser adquiridos na bilheteira do pavilhão, no dia do festival, a partir das 18h00. As reservas de grupo devem ser encaminhadas para o email [email protected]. Informações: www.juventude.patriarcado-lisboa.pt A coordenadora do curso de Serviço Social da Universidade Católica, Inês Amaro, fala das novidades da licenciatura. ver pág.08 Gaeiras é a nova paróquia da diocese Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda de Gaeiras é a mais recente paróquia do Patriarcado de Lisboa, que foi criada no passado dia 8 de setembro, por decreto do Patriarca D. Manuel Clemente. ver pág.05 Lisboa

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Diretor: P. Nuno Rosário FernandesAno 82 • Edição nº 4134

Domingo, 14 de setembro de 2014Semanário • 0,40€

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gemJovens que se querem projetar em Cristo

É possivelmente o único movimento da Igreja que nasceu de um pedido feito por Nossa Senhora. A Juventude Mariana Vicentina celebrou, em Lisboa, o 30º aniversário, com a participação de cerca de 200 jovens. ver pág.02

EspecialFormar para a formação do outro

Bispos portugueses solidários com cristãos do IraqueOs bispos que constituem o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestaram, em Fátima, a sua solidariedade aos cristãos e minorias religiosas do Iraque, condenando as “atrocidades” do autoproclamado Estado Islâmico. “É uma situação ina-ceitável”, considerou aos jornalistas o secretário da CEP, padre Manuel Barbosa, apelando à oração e à solidarieda-de dos católicos, através da Cáritas ou da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, para além dos apelos “aos governantes e às entidades internacionais”. Neste contexto, o secretário da CEP recordou que todos os presidentes das Conferên-cias Episcopais da Europa escreveram uma carta a pedir uma intervenção da ONU para travar o conflito.

Torres Vedras recebeFestival da Canção 2014“Dia 27 de setembro é dia de música, de fé e de alegria na nossa Diocese!”. É desta forma que o Serviço da Juventu-de do Patriarcado de Lisboa anuncia a realização do XIX Festival Diocesano da Canção Cristã, que vai decorrer no Pavilhão Multiusos da ExpoTorres, em Torres Vedras, a partir das 21h00. O tema deste ano é ‘O que importa é a fé que se realiza pela caridade’ e vão estar a concurso 11 canções.O custo dos bilhetes é de 3 euros e podem ser adquiridos na bilheteira do pavilhão, no dia do festival, a partir das 18h00. As reservas de grupo devem ser encaminhadas para o email [email protected]ções: www.juventude.patriarcado-lisboa.pt

A coordenadora do curso de Serviço Social da Universidade Católica, Inês Amaro, fala das novidades da licenciatura.ver pág.08

Gaeiras é a nova paróquia da dioceseParóquia de Nossa Senhora da Ajuda de Gaeiras é a mais recente paróquia do Patriarcado de Lisboa, que foi criada no passado dia 8 de setembro, por decreto do Patriarca D. Manuel Clemente. ver pág.05

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“A JMV fez toda a diferença na minha vida”Com 28 anos, António Clemente foi eleito, no passado mês de agosto, presidente do Conselho Nacional da Juventude Mariana Vicentina. Conheceu a JMV na sua paróquia, Alferrarede, uma vez que este movimento tinha estado presente nesta comunidade. “Por vezes, os grupos têm fases em que param, os jovens mais velhos acabam por sair, não entram elementos novos e os grupos terminam. O grupo JMV da minha paróquia esteve parado cerca de dois anos, entre 1999 e 2001, altura em que fui crismado, juntamente com os meus colegas da catequese. Após o Crisma, não queríamos ficar por ali e sentíamos que tínhamos de ficar ligados à Igreja. A nossa paróquia, apesar de estar no interior, é uma paróquia urbana e não tinha grupo de jovens, apenas escuteiros, mas nós queríamos algo diferente e, após conversa com o pároco,

fomos falar com uma antiga jovem desse grupo JMV e reiniciámos o movimento em Alferrarede”, recorda TóZé, sublinhando que a JMV tinha começado na sua paróquia em 1993, com uma missão popular dos Padres Vicentinos e das Irmãs Vicentinas. “A JMV fez toda a diferença na minha vida! Porque a JMV tem um carisma mariano e um carisma vicentino e junta o ‘melhor de dois mundos’: Maria, e o exemplo do ‘sim’, do serviço, da oração, da simplicidade; e o exemplo de São Vicente de Paulo, de caridade, caridade organizada e de serviço aos pobres”, assume este jovem, realçando que a sua pertença ao movimento o fez “despertar para os outros”. “Maria aproximou-me do Filho, Jesus Cristo”, observa.Nos últimos três anos, antes de ser agora eleito presidente, António Clemente foi vogal da informação e comunicação do anterior Conselho Nacional da JMV. Criou o site do movi-mento e promoveu toda a comunicação interna e externa da JMV. “Este serviço permitiu-me conhecer os jovens JMV de todo o país e de outras partes do mundo!”, frisa. Sobre a sua eleição para presidente do Conselho Nacional da Juventude Mariana Vicentina, TóZé sublinha: “Disse ‘sim’, tal como Maria disse ‘sim’, com a certeza que Cristo me iria ajudar”.

o2/ ReportagemJuventude Mariana Vicentina

Jovens que dizem ‘sim’ como MariaPela primeira vez, a Diocese de Lisboa recebeu o Encontro Nacional da Juventude Mariana Vicentina (JMV), um movimento juvenil da Igreja que assinalou o 30º aniversário e que procura acompanhar os jovens cristãos no crescimento da fé, inspirado no ‘sim’ de Maria e na caridade de São Vicente de Paulo.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por JMV de Portugal

Durante 29 anos, o encontro nacional do movimento Juventude Mariana Vicenti-na foi realizado em Felgueiras. A festa do 30º aniversário, contudo, decorreu em Lis-boa, mais precisamente na comunidade da Achada, na paróquia de Mafra. “Dizíamos que o encontro nacional JMV rumou a sul, sem perder o norte e tendo Jesus Cristo como centro”, partilha ao Jornal VOZ DA VERDADE o novo presidente do Conse-lho Nacional da JMV, António Clemente, eleito precisamente durante este encontro que decorreu de 20 a 24 de agosto. Foram cerca de 200 os jovens JMV de todo o país que quiseram marcar presença na Achada. TóZé, como é conhecido no movimento, salienta a presença de antigos JMV’s, des-taca o acolhimento da comunidade cristã da Achada e faz um balanço muito posi-tivo do encontro nacional. “Acho que o en-contro correu muito bem! Foi um grande encontro nacional, digno da comemoração dos 30 anos da Juventude Mariana Vicen-tina”, refere este jovem de 28 anos, jurista de profissão, que pertence à JMV há 13 anos. O encontro teve como tema ‘Com(o) MARIA, Felizes os conVOCADOS!’ e, segundo TóZé, “foi dedicado ao ‘sim’ de Maria, à vocação de Maria, e à vocação de cada jovem JMV”. Neste sentido, por esses dias foi lançado o livro ‘Como filhos e fi-

lhas de Maria’, uma obra composta por 12 Rosários.Sobre o encontro nacional do próximo ano, em agosto de 2015, TóZé diz não ha-ver ainda decisão sobre o local, mas revela que o tema para este ano pastoral na JMV é ‘Projeta-te em Cristo’, “para que os jovens possam pensar na imagem d’Ele e de que forma é que se projetam para seguir cada vez melhor o Seu caminho”.

ApariçõesA Juventude Mariana Vicentina nasceu a pedido de Nossa Senhora. “Julgo que po-demos dizer que a JMV é um dos únicos, se não o único, movimento que nasceu de

um pedido de Maria. Nossa Senhora das Graças apareceu a 18 de julho de 1830, em Paris, a uma Irmã Filha da Caridade, San-ta Catarina Labouré, e pediu-lhe que fos-se criada uma confraria de jovens que lhe dedicasse especial louvor. Inicialmente, esta associação chamou-se Associação dos Fi-lhos e Filhas de Maria, foi aprovada pelo Vaticano em 1847 e, mais tarde, desem-bocou no que hoje é a Juventude Mariana Vicentina”, conta TóZé, ressalvando que “a religiosa francesa, por ser Filha da Carida-de, juntou ao carisma mariano o carisma vicentino”. A mensagem de 18 de julho de 1830 “está ligada também à aparição de 27 de novembro desse ano, em que Nossa Se-

nhora pediu que fosse cunhada a medalha milagrosa, que é atualmente a insígnia da JMV”, explica este responsável.O movimento juvenil, que tem o apoio dos Padres da Congregação da Missão (Padres Vicentinos) e das Irmãs Filhas da Carida-de, foi-se espalhando pelo mundo, estando nos dias de hoje em mais de 60 países, ten-do chegado a Portugal em 1984.

Três carismasA proposta do movimento Juventude Ma-riana Vicentina aos jovens assenta, espe-cialmente, em três carismas: eclesial, ma-riano e vicentino. “Em primeiro lugar, viver a fé em Igreja, daí o nosso carisma eclesial, que é associado também ao carisma laical porque vivemos a fé em Igreja, na nossa paróquia, no serviço à paróquia, enquan-to leigos comprometidos. Depois, o jovem JMV tem uma especial devoção a Nossa Senhora e quer seguir o seu exemplo de simplicidade, de humildade, de serviço. Daí o nosso carisma mariano. Em terceiro lu-gar, tem que ser um jovem preocupado com o pobre, com o pobre que precisa de pão ou com o pobre que precisa de uma pala-vra. É o nosso carisma vicentino. Temos de estar despertos para a sociedade, para aquilo que nos rodeia, e despertos para o próximo”, expõe o presidente do Conselho

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Domingo, 14 de setembro de 2014

A JMV é um caminho de felicidade!Aos 16 anos não imaginava o que a minha vida pudesse alterar com este caminho, mas ao longo do percurso de 13 anos sei hoje que a JMV mudou tudo: mudou o modo como vejo o mundo e como diariamente podemos ser instrumentos do projeto de Amor juntos dos que nos rodeiam e também dos que não conhecemos.Costumo dizer que da fase do “este sábado vou à JMV” passamos ao “eu sou JMV”: o que implica que na universidade, no trabalho, numa saída com os amigos, em casa,… em todos os minutos somos cristãos em palavras e gestos.

A vivência constante com o meu grupo na nossa paróquia/comunidade em todas as suas necessidades, as missões, as orações e as partilhas aumentou a fé e esta paixão que, embora hoje esteja mais na parte da coordenação e da formação na Associação, não impede que continue a crescer nos exemplos que encontro ao jeito de São Vicente de Paulo e de Maria, nossa Mãe. E estes exemplos tornaram a JMV na minha grande família em todo o sentido pleno, onde sou o que sou por todos aqueles que me cruzei e cruzo, nomeadamente Jesus!

Nome: Marta Araújo (na foto, em baixo à direita) | Paróquia/grupo: São João Evangelista - Lisboa | Idade: 29 anos | Anos de JMV: 13 anos

Reportagem /03

Contactos da Juventude Mariana VicentinaMorada: Avenida Marechal Craveiro Lopes, nº 10 1700-284 Lisboa Telefone: 217521430

JMV na internetSite: www.jmvpt.org Facebook: www.facebook.com/jmvportugal

Nacional da Juventude Mariana Vicentina, salientando ainda que o jovem JMV “tem de ter uma vocação missionária”. “Tal como São Vicente de Paulo, os jovens do nosso movimento querem levar Deus aos outros, querem sair da sua zona de conforto e levar Deus aos outros numa atitude missionária. Pode ser na sua paróquia, na sua diocese, no seu país ou no estrangeiro”, acrescenta TóZé, garantindo: “Nós podemos ser mis-sionários em todo o lado!”.

Missão, oração, formação e açãoOs campos de missão, para as férias de Natal, Páscoa e Verão dos jovens, são uma das atividades desenvolvidas pelos grupos JMV. “Propomos que durante uma semana os jovens façam missão em alguns locais: no Externato de São Vicente de Paulo, das Filhas da Caridade, com entrega de refei-ções aos sem-abrigo, no ATL e no Lar de Santa Quitéria; na Obra Social do Pousal, em parceria com a Santa Casa da Miseri-córdia; e na Casa de Saúde do Telhal”, con-ta TóZé.Ao longo do ano pastoral, as atividades desenvolvidas pelos grupos JMV “são bas-tante variadas, o que é positivo”, na opinião deste responsável. “A oração do Rosário é um dos ‘hábitos’, digamos, dos nossos gru-pos, pelo menos uma vez por mês. A for-mação é outra preocupação, com encontros semanais ou quinzenais, conforme os gru-pos, que são muito importantes porque os jovens terminam a catequese mas têm que continuar a crescer na Igreja. Depois te-mos atividades ligadas à caridade, com en-trega de alimentos a pessoas necessitadas, mas também visitas domiciliárias, a lares, centros de dia, instituições, sem-abrigo ou mesmo a ATL’s com crianças carenciadas”.Por estar dividido em três regiões – Região

Norte, até ao Douro, Região Centro, até ao Mondego, e Região Sul, a que pertence Lisboa –, a JMV organiza ainda dois a três encontros regionais por ano, bem como re-tiros quaresmais e vigílias marianas regio-nais.

Sete ‘grupos’ em Lisboa Embora trabalhe em Lisboa, António Cle-mente pertence à paróquia de Alferrarede, no Concelho de Abrantes, Diocese de Por-talegre - Castelo Branco, onde está todos os fins-de-semana com o seu grupo JMV. Os números dizem que a Juventude Ma-riana Vicentina tem atualmente cerca de 400 jovens, a partir dos 12 anos, que in-tegram 25 grupos em todo o país, chama-dos centros locais: 6 na Região Norte, 4 na Região Centro e 15 na Região Sul. Na Diocese de Lisboa existem 7 centros locais JMV, onde participam cerca de 135 jovens: Mafra, Achada e Sobreiro, os três da paró-quia de Mafra, e ainda Alcainça, São João Evangelista, Catujal e Olival Basto. “Há ainda alguns grupos de jovens que estão a ser formados mas que ainda não são cen-tros locais porque estão a dar os primei-ros passos, como na Charneca do Lumiar, em Lisboa”, explica TóZé. Neste sentido, aponta o presidente do Conselho Nacional da JMV, “os grupos surgem após uma mis-são popular vicentina ou quando um jovem

JMV muda de paróquia e procura criar ou-tro grupo, como aconteceu agora na Char-neca do Lumiar”.Os animadores dos grupos JMV são “jo-vens mais velhos, porque não é possível atualmente ter um Padre Vicentino ou uma Irmã Vicentina a acompanhar cada grupo”. “Esta é uma especificidade da JMV de Portugal. Como nós já nos debatemos com a crise de vocações há algum tempo, tivemos que ir por este caminho de os jo-vens mais velhos assumirem essa função. Noutros países ainda são os padres e as irmãs os animadores, mas a nível mundial a JMV de Portugal é um exemplo porque soube dar a volta a essa situação”, refere.

CrescerSobre os desafios do movimento Juventu-de Mariana Vicentina, TóZé aponta “a in-tensificação da formação dos jovens, quer espiritual, quer pessoal”, mas também “a missão, com os campos de missão e com a recuperação da missão ad gentes” e o desejo de “desafiar e apoiar os jovens adultos JMV a assumirem o papel de assessores leigos dos grupos”. “Desejamos consolidar o cres-cimento e a união que a JMV tem tido em Portugal, criando também novos grupos JMV, se o Espírito Santo desejar”, conclui o novo presidente do Conselho Nacional da Juventude Mariana Vicentina.

“Já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim” (Gal 2, 20)É com esta consciência que venho tri-lhando estes 14 anos de caminhada enquanto Jovem Mariano Vicentino. A minha aventura começou no dia 22 de Junho de 2000, aos 16 anos, quan-do me deixei encantar pelo Sim de Maria e pela caridade de São Vicente de Paulo. Desde então tudo mudou na minha vida e a monotonia nunca mais tomou conta do meu quotidia-no. Eu sou o Bruno Coelho, tenho 30 anos, trabalho na área de Marketing & Design e sou um católico e Vicentino a tempo inteiro. Ser JMV é parte de mim, ajuda-me a ver esta alegria do Evangelho muito para além das pala-vras, faz-me perceber que esta ‘coisa’ de sermos católicos é muito mais do que pensava – é ser capaz de sair da minha ‘bolha’, deixando-me tocar por aquilo que Deus quer de mim.Não precisamos correr o mundo para cumprir a nossa missão, pois muitas vezes ela está ao nosso lado. Basta que estejamos de coração aberto aos desafios que Cristo nos coloca no ca-minho. Ao longo destes 14 anos de JMV percebi que a Caridade é muito mais do que dar o pão que alimenta o corpo; é preciso ajudar os jovens a crescer na fé, a alimentar a alma!Quando me perguntam: então e a tua vida pessoal? Tu tens tempo para ti? A minha resposta é bem clara: a minha vida é isto, para que é que preciso de tempo para mim, quando me realizo a cada dia nesta entrega aos desa-fios que Deus me coloca? Como São Paulo, sei e sinto, a cada dia, que é Cristo que vive em mim.Sou jovem, sou grito e sou gente!

Nome: Bruno CoelhoParóquia/grupo: Seara de Cristo – JMV Achada Idade: 30 anosAnos de JMV: 14 anos

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o4/ Lisboa

OraçãoRezar pelo Sínodo daFamília, no LoretoA igreja italiana de Nossa Senhora do Lo-reto, em Lisboa, iniciou uma campanha de oração pelo próximo Sínodo dos Bispos sobre a Família e o Matrimónio, que vai decorrer em Roma, de 5 a 19 de outubro.Num folheto com uma Oração à Sagrada Família é explicado que a igreja do Loreto em Lisboa se associa “em oração”, com esta iniciativa, ao Santuário da Santa Casa do Loreto em Itália, “para o bom êxito do Sínodo dos Bispos”. “A Peniten-ciaria Apostólica concedeu a Indulgência Plenária a todos os que, nestes meses, se reunirem nestes lugares de culto e recita-rem a oração à Sagrada Família composta pelo Santo Padre” e ainda que se confesse, comungue e reze pelas intenções do Papa.Informações: 213423655

NomeaçãoTrês vigararias têm novos vigáriosAs vigararias Lisboa III, Loures-Odivelas e Sacavém têm novos vigários, para o quinquénio 2011-2016. Em decreto, o Patriarca de Lisboa nomeou o padre Valter Malaquias, novo pároco de Santos-o-Velho e de São Francisco de Paula, vigário da Vigararia III de Lisboa, devido à nomea-ção a nomeação do antigo vigário, D. José Traquina, para Bispo Auxiliar de Lisboa. Devido à transferência do padre Arturo Carrascal Mínguez, OSA, o padre Alexan-dre da Rocha Ferreira, MCCJ, pároco de Camarate e Apelação, foi nomeado vigário de Sacavém, e com a mudança do padre Ricardo dos Reis Raínho, O.Carm, para superior da sua Ordem, foi nomeado o pa-dre Rui Valério, SMM, pároco da Póvoa de Santo Adrião, vigário de Loures-Odivelas.

EpiscopadoRenovação pastoral da Igreja em reflexãoOs bispos portugueses vão debater a renovação pastoral da Igreja. O encontro, promovido pela Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, decorre em Fátima, a 4 de novembro, e é uma ocasião para os prelados partilharem “experiências e realizações que possam interessar a todos” e “promover ações conjuntas ou mesmo uma pastoral de conjunto”.Esta reunião, que decorre na Casa de Nossa Senhora das Dores, conta com a coordenação de D. António Moiteiro Ramos, Bispo de Aveiro, e de D. José Traquina, Bispo Auxiliar de Lisboa. No final do encontro será feita a síntese dos trabalhos e vai ter lugar uma comunicação do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente.

Curso LivreUCP propõe ‘As tradiçõesdo Êxodo no Antigo Israel’O Centro de Estudos de Religiões e Culturas da Faculdade de Teologia, da Universidade Católica Portuguesa (UCP), abriu as inscrições para o Curso Livre ‘As tradições do Êxodo no Antigo Israel’. “Pro-porcionar o intercâmbio científico sobre as tradições bíblicas do êxodo” e “analisar e aprofundar o estudo exegético-teológico de alguns episódios”, são os objetivos desta formação que vai decorrer nos dias 17, 18 e 19 de setembro, sempre entre as 18h30 e as 20h45. O Curso Livre, que decorre no Campus UCP de Lisboa, vai ter como formador o padre Leonardo Agostini Fernandes, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, no Brasil.Informações: 217214135 ou http://goo.gl/cfY3BD

Ação de formação‘Presença da Igreja no mundo da Saúde’, em FátimaA Coordenação Nacional das Capelanias e SAER (Serviço de Assistência Espiri-tual e Religiosa) promove uma ação de formação para capelães e assistentes es-pirituais, intitulada ‘A presença da Igreja no mundo da Saúde’. Esta formação, que conta com o apoio da Conferência Episcopal Portuguesa, decorre entre os dias 29 de setembro e 2 de outubro, no centro Domus Carmel, em Fátima.Do programa, o destaque vai para os temas ‘Pastoral da Saúde: perspetivas?’, ‘Espiritualidade que dá/tira saúde’, ‘A morte e o morrer – lugares e deslugares, eutanásia e encarniçamento terapêutico, cuidados paliativos, acompanhamento espiritual no luto’ ou ‘O serviço católico: capelania/comunidade, inter-religiosi-dade, ligação às paróquias, voluntariado pastoral’.Informações e inscrições: http://coordenacaosaer.admeus.net

Pastoral SocialCatólicos na política paraconstruir sociedade novaO presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Jorge Ortiga, conside-ra que os católicos têm de estar presentes no mundo da política e na praça pública para construir uma “sociedade nova”. “Há quem diga que a Igreja não pode fazer po-lítica e use este argumento para impedir que ela intervenha nos problemas reais das pessoas, mas ela nunca será fiel ao seu fundador se não for capaz de edificar Reino através de palavras e de diversas iniciativas e de colaborar com todas as forças do bem presentes na sociedade”, disse D. Jorge Ortiga, em Fátima, na abertura do 29º Encontro da Pastoral Social, que decorreu esta semana. O arcebispo referiu ainda que é necessário denunciar as “negações da humanidade” e fazer com que “as forças da discriminação e da opressão não impeçam a felicidade dos mais vulneráveis”.

Festa da Natividade de Nossa Senhora, em Mem Martins

D. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa, recordou, em Algueirão-Mem Martins-Mercês, que “só na comunhão” a Igreja pode “realizar ‘o sonho missionário de chegar a todos’”, a que se propõe “com o Sínodo Diocesano”.

“A comunhão é a primeira forma detestemunho e de evangelização”

Na Festa da Natividade de Nossa Senho-ra, em Mem Martins, no passado dia 7 de setembro, o Bispo Auxiliar lembrou o lo-cal onde se experimenta a comunhão. “A comunidade cristã reunida em nome de Jesus torna-se um espaço de fraternidade, onde todos se sentem irmãos, se ajudam mutuamente a crescer no amor para com Deus e de uns para com os outros. A pa-róquia é um espaço onde se experimenta e se visibiliza esta comunhão, a Igreja. Esta comunhão é a primeira forma de testemu-nho e de evangelização. Só na comunhão podemos realizar ‘o sonho missionário de chegar a todos’, que nos propomos com o Sínodo Diocesano”, garantiu.Durante a celebração da Missa, que foi seguida de procissão pelas ruas de Mem Martins, D. Joaquim Mendes sublinhou que, “por vezes, a beleza desta comunhão pode ser obscurecida pela ofensa, pela divisão”. “Quando isto acontece, Jesus diz-nos no Evangelho como proceder:

corrigir fraternalmente o irmão. A cor-reção fraterna deve brotar do amor pelo irmão e pela verdade e não pelo amor--próprio ferido”, apontou, pedindo à paróquia para “pensar a missão a partir da comunhão e da unidade que Jesus pede”.

‘História e Cultura Bíblica’O Módulo XVI da Formação Avançada do CERC – Centro de Estudos de Religiões e

Culturas, da UCP, tem como tema ‘Profetismo – Profetas – Profecia’ e decorre de 2 de outubro a 18 de dezembro (informações: 217214135 ou www.cerc.ft.lisboa.ucp.pt)

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Domingo, 14 de setembro de 2014

Almoço-Debate da Associação dos Juristas Católicos com Marcelo Rebelo de Sousa O primeiro almoço-debate da Associação de Juristas Católicos vai decorrer no dia 19 de setembro, sexta-feira, com Missa na igreja de São Nicolau, às 12h30, almoço, às 13h15, a intervenção ‘O que tem o jurista católico a dizer no diálogo social dos nossos dias?’, às 14h00, seguida de debate, terminando às 15h00 (inscrições: [email protected])

Música SacraEscola Diocesana inicia ano com celebraçãoA Escola Diocesana de Música Sacra (EDMS) vai iniciar as atividades com a Missa de abertura do ano letivo, no próximo dia 28 de setembro, às 19h00, na Basílica da Estrela, presidida por D. Joa-quim Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa.Neste ano letivo 2014/15, esta instituição formativa do Patriarcado de Lisboa pro-move dois cursos: o Curso de Música Sacra e o Curso de Órgão. “Ambos os cursos se destinam diretamente à formação litúr-gica e musical dos alunos, para apoiar as respetivas paróquias. O Coro dos Alunos da EDMS oferece uma formação prática dos mesmos nas diferentes celebrações em que participa”, refere um comunicado.As inscrições de novos alunos estão abertas no site da EDMS, acessível em http://edmslisboa.webnode.pt. Informações: 219862858 ou [email protected]

Nova paróquia

Vigararia da Amadora

Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda de Gaeiras. Esta é a mais recente paróquia do Patriarcado de Lisboa, que foi criada no passado dia 8 de setembro, por decreto do Patriarca D. Manuel Clemente, e que assim se desanexa da paróquia de Óbidos.

Ao longo de mais de três meses, as 15 paróquias que compõem a Vigararia da Amadora vão receber a Visita Pastoral. Entre 20 de setembro e 4 de janeiro de 2015, o Patriarca de Lisboa e os Bispos Auxiliares vão conhecer de perto a realidade desta zona da diocese.

Gaeiras é a mais recente paróquia da diocese

Visita Pastoral decorre entre setembro e janeiro

Damaia (23 a 28 de setembro), Alfragide e Buraca (30 de setembro a 5 de outubro), Venda Nova (7 a 12 de outubro), Brandoa e Casal de Cambra (21 a 26 de outubro), Alfornelos e Massamá (18 a 23 novem-bro), Reboleira e São Brás (25 a 30 de novembro), Falagueira e Amadora (2 a 8 de dezembro), Queluz e Monte Abraão (8 a 14 de dezembro) e Belas (16 a 21 de dezembro) são as 15 paróquias do Patriar-cado de Lisboa que nos próximos meses vão receber a Visita Pastoral do Patriar-ca D. Manuel Clemente e dos seus Bispos Auxiliares, D. Joaquim Mendes, D. Nuno Brás e D. José Traquina. Conhecer de per-to a realidade social e cristã que se vive nas comunidades e contactar com os cristãos são os objetivos de mais esta Visita Pasto-ral a uma vigararia da diocese.O início da visita está marcado para o dia

Nesse mesmo dia, D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar, presidiu à Eucaristia que assina-lou o início da nova paróquia que passa a integrar a Vigararia de Caldas da Rainha--Peniche. “Mais que o reconhecimento de algo já existente, gostaria antes que a ele-vação da comunidade das Gaeiras à quali-dade de Paróquia fosse assumida por todos como responsabilidade. A vida cristã nun-ca está parada. Ela é sempre o dinamismo do amor de Deus em nós: é a sua força, a sua ousadia, a capacidade que ele nos dá de irmos mais longe e de o aprofundar-mos em cada dia que passa”, salientou D. Nuno Brás. Para o Bispo Auxiliar de Lis-boa, “mais que manter aquilo que já existe, pede-se aos cristãos das Gaeiras que se dei-xem de tal modo entusiasmar pelo amor de Deus que possam contagiar a todos”.

População católicaNo decreto, o Patriarca de Lisboa expli-

20 de setembro, às 15h00, na Amadora, com um encontro com padres, diáconos e membros dos conselhos pastorais. O Encontro Vicarial com Agentes de Pas-toral Social decorre dia 24 de outubro, às 21h30, na Brandoa, enquanto o Encontro com Autarcas do Concelho da Amadora é a 5 de novembro, às 21h30, na Rebo-leira, e o Encontro Autarcas do Concelho de Sintra vai ter lugar a 7 de novembro, à mesma hora, em Massamá. Para o dia 9 de novembro, às 16h00, na Amado-ra, está marcado o Encontro Vicarial dos Jovens com o Patriarca de Lisboa, e a 5 de dezembro, às 21h30, em Alfornelos, o Encontro Vicarial de Catequistas. O en-cerramento da Visita Pastoral à Vigararia da Amadora vai decorrer já em 2015, no dia 4 de janeiro, com uma celebração em Queluz, a partir das 15h00.

ca a criação da paróquia de Gaeiras pelo desenvolvimento local e religioso. “Ele-vada a Freguesia pela lei 105/85 de 4 de Outubro, o lugar das Gaeiras da Paróquia de Santa Maria de Óbidos conheceu um notável desenvolvimento económico, so-cial e cultural que determinou a sua eleva-ção a Vila pela lei 52/2001 de 12 de Julho. Igualmente notável tem sido o seu desen-volvimento religioso que levou à constru-ção de uma nova e ampla Igreja dedicada no passado dia 9 de Setembro de 2013”. O documento recorda ainda que “a freguesia tem 2331 habitantes, segundo o censo de 2011 e é a mais populosa do Concelho de Óbidos”, sendo que “a sua população é, na grande maioria, católica”. “A vida cris-tã desenvolve-se à volta da celebração do Dia do Senhor em vários serviços ligados à Palavra de Deus – catequese (cerca de 90 catequizandos do 1º ao 10º ano), leitores (cerca de 20) – à Liturgia com um gru-

Lisboa /05

po coral de cerca de 30 membros e à ação sócio-caritativa. Muitas outras atividades como a catequese de adultos e os cursos de preparação para o batismo e casamen-to, desenrolam-se no âmbito da pastoral interparoquial de Óbidos. Tem uma equi-pa de pastoral e outra de assuntos econó-micos que podem ser embrião quer do Conselho de Pastoral Paroquial, quer do Conselho dos Assuntos Económicos”, su-gere o decreto.O espaço geográfico da nova Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda de Gaeiras cor-responde ao território da freguesia civil das Gaeiras e foi desmembrado do ter-ritório da Paróquia de Santa Maria de Óbidos. A agora paróquia de Gaeiras tem como pároco o padre Paulo Gerardo, pá-roco de Óbidos, e além da nova igreja de-dicada pelo Patriarca, em 9 de setembro de 2013, e que passa a ser a sede da paró-quia, possui ainda a antiga igreja.

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Domingo, 14 de setembro de 2014

Missão /07

www.fecongd.org

Missão /07www.fecongd.org

Desejo de conhecer CristoNasceu há 26 anos no Restelo. Os pais viviam em Agualva e foi aqui que cres-ceu. Licenciado em Economia, fez 10 anos de percurso catequético, tendo sido confirmado em 2005. Nesse mesmo ano, participou nas Jornadas Mundiais da Ju-ventude ( JMJ), integrado no Grupo de Jovens da Paróquia. Apesar de não saber o que o esperava, o encontro com o Papa foi de tal forma marcante, que o levou a querer participar ativamente na vida da sua comunidade cristã, motivado pelo desejo de conhecer Cristo.

Compromisso com a Igreja, local e universalA partir desta experiência, envolve-se na vida da Igreja, local e universal. Parti-cipa no Congresso Internacional para a Nova Evangelização (2005), em retiros anuais de Advento e de Quaresma, Fes-tivais da Canção (paroquiais e da viga-raria) e ajuda a organizar peregrinações a Taizé (2006 e 2007). Apesar de ain-da muito jovem, tinha apenas 19 anos, reconhece que a “vontade de estar dis-ponível para ajudar na igreja local foi-se manifestando e tornando cada vez mais presente no serviço aos outros, a fim de que todos possamos caminhar juntos para Jesus”. Seis anos mais tarde, teve novamente oportunidade de participar nas JMJ 2011, desta vez com a Família Claretiana, Congregação à qual está en-tregue a Paróquia de Agualva. “Foi um bom tempo para conhecer um pouco melhor o espírito e o trabalho de Antó-nio Maria Claret, assim como os frutos que chegaram até nós”, recorda.

A entrada nos Jovens Sem Fronteiras de Agualva“Foi verdadeiramente um ponto de vi-ragem na minha vida!” É assim que Pe-dro descreve a sua entrada no movimen-to juvenil Jovens Sem Fronteiras ( JSF). “Fazer parte dos JSF é uma Graça que

Pedro Pires

Tudo é bom porque vem de DeusPedro Pires participou em agosto na Semana Missionária de Voluntariado em Avelãs de Ambom, promovida pelos Jovens Sem Fronteiras, e hoje partilha com os nossos leitores o percurso que fez até aqui.

texto por Ana Patrícia Fonseca, FEC – Fundação Fé e Cooperação

Deus me concedeu e espero tê-la abra-çado com todo o meu serviço e amor!” Este é um grupo missionário que com-bina de forma especial a inserção paro-quial e o trabalho que lhe está afeto com a missão ad gentes. E rapidamente Pe-

dro adotou o lema do grupo na sua vida: “estar perto dos que estão longe, sem estar longe dos que estão perto”. Desde então tem assumido diversas funções e serviços. Confessa-nos que “em muitos momentos gosto de estar mais atrás, a

olhar pelos outros, para que todos juntos possamos caminhar até Deus. Acredito que Deus nos confiou este projeto e ca-be-nos levá-lo para a frente, conscientes de que é por Ele que o fazemos.”

Ponte missionária em Itoculo, MoçambiqueNo verão de 2013, Pedro propôs-se in-tegrar um projeto missionário de um mês, inserido numa comunidade espi-ritana, em Itoculo, Moçambique. Sob o lema “Escuta quem Te chama a servir”, embarcou “porque senti o chamamento de Deus a colocar-me disponível para partir nesse mês de 2013, ainda que não soubesse o local ou o grupo que me iria acompanhar. Sabia apenas que tudo se-ria bom porque vem de Deus.”Viver em Itoculo é uma experiência que guarda e que recorda todos os dias. A lín-gua diferente, os costumes, as tradições, os hábitos, os horários em comunidade foram os desafios mais fortes. “Muito havia a ser dito acerca desta Ponte Mis-sionária, mas o principal está presente no ser recebido, acolhido, ver Cristo em to-dos os locais que visitámos, nas comuni-dades ou aldeias, fossem comunidades de padres, irmãs ou uma pessoa que passava na rua e nos saudava com um “salama”, que em português significa ‘olá’.”

Peregrinar até FátimaAntes de partir em missão para Moçam-bique, Pedro cumpriu uma promessa de peregrinar até Fátima. “Acabei por en-contrar na Associação dos Caminhos de Fátima a concretização desta promes-sa. Descobri e descobri-me num enor-me desafio, houve momentos de oração importantes e conversas do grupo que fizeram de desconhecidos verdadeiros companheiros do caminho. Esta pere-grinação ao Santuário foi uma abertura para os mistérios da vida, o encanto de perceber como é que no desconhecido se faz luz e surge a Criação de Deus”.

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o8/ Especialwww.youtube.com/jornalw

Veja os vídeos da VOZ DA VERDADE no canal do YouTube da Voz da Verdade, em www.youtube.com/jornalw

Curso inovador de Serviço Social na Universidade Católica

“Recolocar no centro os valores essenciais”A licenciatura em Serviço Social da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa apresenta um novo programa curricular para o próximo ano letivo 2014-2015. Dimensão internacional e empreendedorismo, sem esquecer a formação mais “tradicional”, são os eixos traçados pela coordenadora da licenciatura, Inês Amaro, ao Jornal VOZ DA VERDADE.

texto e fotos por Filipe Teixeira

No ano letivo 1996/1997, a Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Ca-tólica Portuguesa (UCP) tornou-se na primeira universidade, em Portugal, a integrar a formação em Serviço Social. Hoje, com uma reconhecida preparação dos alunos que frequentam esta licencia-tura e com uma taxa de empregabilidade superior a 90%, este curso reveste-se “de novidade” para poder “oferecer um pro-grama curricular inovador”, respondendo às “exigências do mercado e às aspirações dos candidatos”, refere a coordenadora do curso, Inês Amaro. Falando do carácter de novidade que este programa curricular apresenta, esta docente lembra a história desta licenciatura. “Temos uma formação com 16 anos. O primeiro ano em que se lecionou Serviço Social na Católica foi como que uma ‘pedrada no charco’, tendo em conta o que já existia na escola públi-ca, porque integrou algumas dimensões que, até então, não eram habituais nesta formação, nomeadamente, a área do pla-neamento social, do pensar em termos de metas, objetivos e como desenvolver o pensamento estratégico. Tudo muito baseado numa metodologia de projeto. Hoje, vemos estas dimensões absorvidas pela grande parte das 20 licenciaturas em Serviço Social que existem em Portugal”, constata.Para esta docente universitária, a novidade do curso de Serviço Social da UCP não tem somente como objetivo “conquistar novos públicos” mas também “dotá-los de novas capacidades”, requeridas não só para o trabalho mais ‘tradicional’ em Portugal, mas também para as carreiras internacio-nais que são ambição de muitos alunos que frequentam o curso. “Sentimos, apesar de termos tido sempre bons indicadores de qualidade, que era necessário ‘romper’,

no sentido de encontrar uma forma de co-locar novidade na formação, mantendo os padrões de qualidade”, salienta.

InternacionalizarO novo plano curricular, em vigor a partir deste ano letivo 2014-2015, é assim o re-sultado de uma reflexão que foi elaborada nos últimos anos. Depois de um período de “consolidação das competências técni-cas”, surge agora a necessidade de respon-der às “mudanças do mercado de traba-lho”. Para Inês Amaro, este novo plano de estudos “tem como ‘bandeira’ o empreen-

dedorismo e a internacionalização”. “Tra-ta-se de dotar os estudantes de capacidade de inovação e gestão de equipamentos so-ciais, e de poderem desenvolver carreiras internacionais em grandes organizações mundiais, com quem buscaremos conso-lidar contactos”, revela.Para esta doutorada em Serviço Social, o importante fluxo migratório de licencia-dos nesta área para países como Inglater-ra não causa novidade. “O que acontece, por exemplo, com os enfermeiros recém--licenciados encontra paralelismo nos li-cenciados em Serviço Social”. A ‘fraca vi-

sibilidade’ apontada por Inês Amaro para este fenómeno pouco conhecido, não tem detido os licenciados em Serviço Social para saírem do país, procurando trabalho. “Desde 2003-2004 temos tido licenciados que têm Inglaterra como um dos destinos mais desejados, sobretudo para trabalhar na área infanto-juvenil. A preparação dos alunos e os seus currículos são muito apre-ciados pelos empregadores”, destaca Inês Amaro.

EmpreendedorismoA professora universitária aponta um “ter-reno muito fértil” para os profissionais da área de Serviço Social: o empreendedo-rismo e a inovação. Para Inês Amaro, in-cluem-se neste sector “todos aqueles que imaginam dar resposta a problemas so-ciais e que conseguem organizar-se para prestar essa resposta, criando o seu próprio emprego. Esta é uma área que continua em crescimento”, explica. Para fazer face a esta nova tendência, a faculdade pen-sou “ser necessário incluir uma formação que preparasse os estudantes, dotando-os de maior capacidade para empreenderem – criarem os seus próprios projetos, exe-cutarem-nos e serem capazes de ter um pensamento socialmente criativo, fora da-quilo que é a resposta habitual e tradicio-nal”, revela.

Componente práticaPara além da direção internacional e em-preendedora, apontada pelo novo progra-ma curricular do curso de Serviço Social da Universidade Católica, esta licenciatura, se-gundo a coordenadora, “não deixa de parte a formação mais ‘generalista’ ou ´tradicio-nal’ com uma forte componente prática – cerca de 900 horas de estágio”. “Também temos como objetivo dar maior visibilida-

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Domingo, 14 de setembro de 2014

Curso de Serviço Social da UCPTelefone: 217214293 Site: www.fch.lisboa.ucp.pt

Especial /09

de à paleta de formatos que um assistente social pode assumir”, refere. “Muitas vezes, quem está de fora tem uma imagem muito estereotipada do que é um assistente social. Hoje em dia, temos profissionais que fa-zem, por exemplo, assessoria nos tribunais – nomeadamente em questões ligadas à proteção de crianças e jovens, estão ao lado de mulheres que são vítimas de violência conjugal, a trabalhar com os mais carencia-dos, em escolas, bancos e outras empresas. Existe uma variedade de funções que um assistente social pode ter. Sendo certo que o seu denominador comum é trabalhar sem-pre em prol da promoção pessoal e da justi-ça social”, lembra Inês Amaro.

ValoresEm resposta ao que ainda há por fazer no campo social nos dias de hoje, Inês Amaro destaca, ao Jornal VOZ DA VERDADE, aquela que considera a necessidade mais premente para esta área. “É urgente ter a capacidade de se repensar e de se reinven-tar com criatividade para se pensar além das aparentes inevitabilidades, isto é, não aceitarmos que a realidade não pode ter outro rumo, se não aquele que está a to-mar, quando esse rumo conduz ao desem-prego, à pobreza, à desigualdade, em suma, à infelicidade”, considera.A coordenadora do curso de Serviço So-cial salienta a necessidade para se voltar ao essencial do problema e que tantas ve-zes é esquecido. “É importante termos a capacidade de voltar a colocar no centro aquilo que é o fundamental da nossa vida, ou seja, os valores que nós queremos que a norteiem. Quando a felicidade do ser hu-mano é cortada, em detrimento de outras prevalências, creio que há algo que está ao contrário”, considera.

Juventude com sentidoOs dados revelados recentemente pelo Eurostat revelam que o risco de pobre-za dos jovens portugueses, entre os 20 e 24 anos, atinge os 30%. Perante estes nú-

A coragem de FranciscoO pensamento para voltar a colocar os princípios norteadores no centro de tudo “vem no seguimento do que temos ouvido do Papa Francisco”, considera Inês Amaro. “É importante não cair no negativismo e naquilo que podemos chamar de niilismo, isto é, ter a ideia de que nada vai mudar”. Para contrariar esta ideia negativista, a coordenadora do curso de Serviço Social da UCP refere que o novo plano curricular do curso também pretende alertar os alunos para a necessidade de “cultivarem uma mensagem de esperança, de colocar no centro os valores substantivos para a humanidade, de perceber que as economias, riquezas e política devem funcio-nar em função do desenvolvimento humano na sua plenitude e não na satisfação do ser humano nas suas necessidades imediatas. Quando tudo se subjuga às leis de um mercado ou economia que funciona em nome de algo que nem sequer conhecemos, então o mundo parece um local sem sentido”, considera a coordenadora da licenciatura. Para Inês Amaro, o Papa Francisco “tem tido a coragem de avançar com uma mensagem que coloca em cima da mesa estas discussões de fundo que não são nada irrelevantes. Vai pondo o dedo na ferida nesta desordem em que a ordem mundial contemporânea se encontra”, considera.

meros, Inês Amaro considera que “existe alguma falta de esperança nos nossos jo-vens” e alerta para alguns fenómenos que são “perturbadores” e consequência dis-so. “Vamos vendo os jovens a reunirem--se às centenas, naquilo que apelidam de ‘meets’, algo que parece ter pouco sentido”, considera. Recentemente, o fenómeno do alistamento de jovens para combater junto do Estado Islâmico também é “um sinal perturbador para sociedade”, segundo a coordenadora da licenciatura em Servi-ço Social. “Com preocupação, vejo jovens portugueses e de outros países europeus a alistarem-se no Estado Islâmico com a pretensão de fazer uma luta jihadista. Creio que essa organização oferece uma mensagem de pertença, agregação e sen-tido muito fortes. Podemos ter uma visão critica sobre o que é dito, mas têm uma narrativa que oferece uma chave de in-terpretação do mundo, um sentido para a ação e para a existência. Há, nestes fenó-menos, qualquer coisa que nos deve fazer refletir”, considera Inês Amaro.

Formar para o outroPara a docente da Faculdade de Ciências

Humanas da UCP, a evangelização “como narrativa e não como contra-narrativa” é um facto precioso que pode “oferecer sen-tido para o mundo” e tem como destina-tário “o outro”. “A dimensão da formação oferecida é composta por ética, conheci-mento e sensibilidade social, por isso, não deve ser só uma transmissão de compe-tências. Deve ser também um momento de formação da formação do outro. Pre-tendemos trabalhar com os jovens, aju-dando-os a formarem-se como cidadãos, com um olhar sobre o mundo, com uma capacidade de pensar e refletir criticamen-te a sociedade contemporânea e de aber-tura ao outro. O sentido ético não pode nunca abandonar a ação dos profissionais nesta área do serviço social”, considera Inês Amaro.

Espaço de açãoPerante a sociedade atual, Inês Amaro considera que os jovens “não se devem de-mitir de reivindicar o seu espaço para que possam construir o seu próprio mundo”. “O que não é admissível é uma sociedade que não ofereça aos seus jovens esse espa-ço de ação. Seria muito importante dotá-

-los de capacidade para reivindicarem esse espaço de ação e criação. Temos um país, um território, muita gente, por isso, temos de ser capazes de construir este país. Para isso, é preciso termos gente, e gente com sangue novo e capacidade para se questio-nar e reinventar”, define esta docente. Nessa ‘reinvenção’ em tempos de cri-se vão-se destacando alguns “exemplos de solidariedade informal e entreajuda”. “Nesses momentos vem ao de cima a criatividade quando inventamos, natu-ralmente, novas formas de responder às necessidades”, considera. No entanto, a coordenadora do curso de Serviço So-cial alerta para “não se cair na ilusão de pensar que só com esta boa vontade ou voluntarismo vemos resolvida a questão da justiça social. No campo das políticas sociais, que não pertencem só ao Estado, existe um nível de política social muito importante que, embora mais distante do terreno, é um local onde os assisten-tes sociais também estão presentes”. Para esta docente, “é importante que os novos licenciados estejam também preparados para agilizar uma política social neste ní-vel”, considera.

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10/ Igreja no Mundo

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usa

Na semana passada, a Fundação AIS deci-diu enviar uma nova ajuda de emergência de 360 mil euros para a Síria. Esta verba, que se destina essencialmente a apoiar pro-jectos de carácter humanitário e pastoral, significa uma ajuda preciosa para os cristãos encurralados em Aleppo e em Homs, duas cidades esventradas pelas bombas onde as populações continuam encurraladas. Todos os que podem fogem da Síria. É raro o dia em que não há notícias de bombar-deamentos, de ataques, de mortes. É raro o dia em que não se conhecem novas atroci-dades cometidas por ambos os lados deste conflito fratricida. Mas nem todos os que puderam abandonaram a Síria. Annie De-merjian, da comunidade das Irmãs de Je-sus e Maria, o Padre jesuíta Ziad Hilal e o Padre Joseph Lajin são três rostos de paz no meio da guerra. A presença deles é sinal de que há sempre uma oportunidade para a paz. Os seus sorrisos são, seguramente, o te-souro mais precioso que alguém pode hoje encontrar na Síria. É com a ajuda da Fun-dação AIS que Annie, Ziad e Lajin fazem acontecer todos os dias pequenos milagres.

Uma morte lentaA Irmã Annie Demerjian diz que, após três anos infernais de guerra civil, “Alep-po vive sob a ameaça de uma morte lenta” e que esta ajuda de emergência vai aliviar um pouco as necessidades mais básicas da população. Esta antiga metrópole do norte da Síria é hoje uma ruína onde as pessoas tentam sobreviver, no dia-a-dia, apesar do colapso das infra-estruturas e dos combates permanentes. Falta água e electricidade, as-sim como a distribuição de alimentos como carne e fruta fresca. A Irmã Annie diz-se ao serviço de toda a população. “Temos de dar-lhes tudo o que precisam para sobre-viver.”

Prevenir o InvernoTambém em Homs a situação é trágica. Metade da sua população, calculada em cerca de 1,6 milhões de pessoas, já teve de

Síria: Gestos de paz no meio do caos

Morte lenta em AleppoQuase 200 mil mortos. Um total de 6,5 milhões de refugiados. Cidades em ruína. Notícias de atrocidades inimagináveis. Como é que se sobrevive num país em guerra civil onde falta tudo: água, electricidade, comida, medicamentos e roupa? A solidariedade é a resposta. Os Padres Ziad e Lajin e a Irmã Annie são rostos de esperança em tempos de cólera.

abandonar as suas casas, destruídas pelo conflito, estando agora refugiadas nou-tras zonas da cidade ou noutras regiões do país. O Padre jesuíta Ziad Hilal continua em Homs e conhece, como poucos, as ne-cessidades mais básicas desta martirizada população. Por isso, já identificou cerca de 3 mil famílias a quem quer fornecer um cabaz com produtos básicos de alimenta-

ção e higiene. Mas há mais umas 15 a 18 mil pessoas, profundamente empobreci-das, que precisam de ajuda imediata para conseguirem sobreviver aos rigores do próximo Inverno. Para eles, o Padre Ziad quer distribuir cobertores e roupas quen-tes. “Em Homs aumenta o número de pessoas que não têm dinheiro para com-prar produtos de higiene pessoal e manti-mentos porque não há trabalho”, explica o

Padre Ziad Hilal. Além disso, a inflacção galopante torna os preços impraticáveis. Como em Aleppo, também em Homs a Igreja ajuda todas as pessoas em necessi-dade, independentemente da religião, sexo ou, até, do seu eventual posicionamento na guerra civil. Grande parte da população cristã de Homs está actualmente refugia-da na região conhecida como o Vale dos Cristãos, junto da cidade de Marmarita.

Aprender a pazO apoio constante da Fundação AIS à Igreja na Síria também contempla o tra-balho pastoral. Sem essa ajuda, a paróquia greco-católica de St. Cyril, em Damasco, não podia continuar a proporcionar aulas de catequese às crianças, nem pagar salá-rios aos seus funcionários, nem comprar alguns presentes de Natal para os mais novos. “O centro catequético da paróquia é mais do que um centro religioso: é qua-se o único consolo para 500 crianças”, ex-plica o Padre Joseph Lajin. Ali, nas salas onde as crianças aprendem a catequese, o mais difícil é explicar que o amor tem de suplantar o ódio e que todos devemos ser construtores da paz. Num país em ruínas, onde todas as fa-mílias estão enlutadas, onde mais de 10 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária para sobreviverem no dia--a-dia, “não é fácil educar para a paz e o perdão, a aceitação dos outros e amar o inimigo”, diz o Padre Lajin. Não será fácil, mas desistir seria bem pior. Annie Demerjian, da comunidade das Irmãs de Jesus e Maria, o Padre jesuíta Ziad Hilal e o Padre Joseph Lajin são sinal de es-perança, de que a paz é sempre possível. Eles são, para a martirizada população sí-ria, três anjos da guarda.

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

www.fundacao-ais.pt | Tel. 217 544 000

“O centro catequético da paróquia é quase o único consolo para 500 crianças”, explica o P. Joseph Lajin.

Com a nossa ajuda, o P. Ziad Hilal vai fornecer produtos básicos de alimentação e higiene para 3 mil famílias em Homs.

Aleppo vive a ameaça de uma morte lenta e a nossa ajuda de emergência vai aliviar um pouco as necessidades mais básicas da população.

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Domingo, 14 de setembro de 2014

A uma janela de Roma /11com Aura MiguelJornalista da Rádio Renascença, à conversa com Diogo Paiva Brandão

A misericórdia foi tema da audiência-geral de quarta-feira. Na semana em que vai celebrar 20 casamentos, o Papa lembrou que os líderes religiosos devem ser “construtores da paz” e mostrou-se preocupado com o fim da trégua entre Kiev e os separatistas. Na Casa de Santa Marta, Francisco deixou mensagens fortes aos cristãos.

“As obras de misericórdia são essenciais para a vida cristã”

1. O Papa lembrou, na audiência-geral de quarta-feira, dia 10 de setembro, que segundo o Evangelho “o essencial é a mi-sericórdia”, recordando também o ensi-namento de Jesus para com os discípulos: “Sede misericordioso como o vosso Pai é misericordioso”. “Fiel a este ensinamento, a Igreja repete a mesma coisa aos seus fi-lhos: ‘Sede misericordiosos’ como é o Pai e como foi Jesus”. Desta forma, continuou o Santo Padre, a Igreja comporta-se como Jesus, pois não faz lições teóricas, sobre o amor ou sobre a misericórdia mas ensina com o exemplo. “A Igreja ensina a dar de comer e a dar de beber a quem tem fome e sede e a vestir quem está nu”. O Papa Francisco referiu o exemplo de tantos santos e santas e, sobretudo, o importan-te exemplo das famílias que partilham os alimentos que têm com aqueles que têm fome. “A Mãe Igreja ensina-nos a estar-mos próximos de quem está doente... A Mãe Igreja ensina-nos a estarmos próxi-mos de quem está na prisão... A Mãe Igre-ja ensina a estar junto de quem foi aban-donado e morre sozinho...”.Na saudação aos peregrinos de língua por-tuguesa, o Papa reforçou: ”Queridos ami-gos, as obras de misericórdia são essenciais para a nossa vida cristã. Olhai ao vosso re-dor, há sempre alguém que precisa de uma mão estendida, de um sorriso, de um gesto de amor. Quando somos generosos, nunca nos faltam as bênçãos de Deus”.

2. É a primeira vez que acontece neste pontificado: 20 casais italianos celebram matrimónio neste Domingo, dia 14, numa cerimónia presidida pelo Papa Francisco. Entre os noivos destacam-se Gabriela, que foi mãe ainda adolescente, e Guido, que teve um primeiro casamento declara-do nulo. Conheceram-se há cinco anos e resolveram casar pela Igreja. Qual não foi o seu espanto, quando o pároco os convi-dou para integrarem o grupo dos 20 casais que vão ser casados pelo Papa. Claro que nos bancos da frente vai estar sentada a fi-lha de Gabriela, já adulta.Um outro casal, Giulia e Flaviano, apesar do seu trabalho precário e sem dinheiro para festas ou copo de água, resolveram casar. Esperam ansiosos dizer o “sim” pe-rante Francisco e a paróquia destes noivos já se organizou para o banquete depois do casamento.Estas e outras histórias de vida vão ser abençoadas por Francisco neste Domin-go, a três semanas do início do Sínodo dos Bispos. De 5 a 19 de Outubro, em Roma, o sínodo será dedicado aos problemas que a família enfrenta no mundo contempo-râneo.

3. O Papa defende que chegou o mo-mento de os líderes religiosos cooperarem para resolver os conflitos e procurar a paz. “Chegou o momento em que os líderes das religiões devem cooperar com eficácia

para curar as feridas, resolver os conflitos e procurar a paz”, sublinhou numa mensa-gem enviada a um encontro inter-religio-so organizado pela Comunidade de Santo Egídio, na Bélgica. Segundo Francisco, “os líderes das religiões são convocados a serem homens e mulheres de paz” e são capazes de “promover a cultura do encon-tro e da paz quando as outras opções fra-cassam ou vacilam”.O Papa defendeu que todos os líderes reli-giosos “sejam construtores da paz” e as co-munidades religiosas “escolas de respeito e de diálogo” e “lugares onde se aprende a superar as tensões e a promover relações pacíficas entre os povos”. Francisco salien-tou que atualmente há muitos povos que precisam de “ser ajudados para encontrar o caminho da paz”. Recordando que nestes dias se assinalam os 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial, o Papa explicou que este aniver-sário “ensina que a guerra não é nunca um meio satisfatório para reparar as injusti-ças”. “Cada guerra, como afirmou o Papa Bento XV em 1917, é um massacre inútil. A guerra empurra os povos para uma espi-ral de violência que não se controla e que derruba tudo o que foi construído pelas gerações e prepara o caminho para injus-tiças e conflitos ainda pior”, acrescentou.

4. O Papa Francisco espera que o acordo de cessar-fogo na Ucrânia seja o início de

um esforço para a “paz verdadeira” na região, mas manifestou receio quanto às notícias recentes de novos ataques. “Nestes últimos dias, foram cumpridos passos significativos na busca de uma trégua nas regiões atingi-das pelo conflito na Ucrânia oriental. Apesar de ter ouvido notícias pouco reconfortantes, desejo que essas tréguas possam trazer alívio à população e contribuir nos esforços para uma paz verdadeira”, disse durante o An-gelus do passado Domingo, 7 de setembro. “Rezo para que, dentro da lógica do encon-tro, o diálogo começado possa continuar e obter o fruto esperado”.

5. O Papa Francisco considera que os cristãos incapazes de se reconhecerem como pecadores são “mornos” e que o en-contro com Jesus deve “mudar a vida”. “O lugar privilegiado para o encontro com Jesus Cristo são os próprios pecados. Se um cristão não é capaz de se sentir peca-dor, salvo pelo sangue de Cristo e por este crucifixo, é um cristão a meio caminho, é um cristão morno”, declarou, na homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta, no Vaticano.O Papa sustentou que as instituições ecle-siais “decadentes” têm na sua origem cristãos que “nunca encontraram Jesus Cristo”. “A força da Palavra de Deus está no encontro entre os meus pecados e o sangue de Cristo, que me salva. E quando não existe este en-contro, não há força no coração”, advertiu.

3.

4.

5.2.1.

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www.vozdaverdade.org

12/ FamíliaCaminhada pela Vida

Realiza-se em Lisboa, no próximo dia 4 de Outubro, a 5ª edição da Caminha-da pela Vida. Esta manifestação pública tem este ano o mote “Pelo Direito a

Nascer” e pretende dar um testemunho social que recorde o bem que é a vida e o nosso dever em protegê-la (www.caminhadapelavida.org)

AconteceuSetembro é tempo de regresso à escola mas também tempo de azáfama nos campos em que se faz a vindima e se termina a apanha da pera e da maçã. A este propósito, rece-bemos da zona pastoral do Oeste um belo testemunho que nos fala sobre como tam-bém pelo trabalho no campo se constrói a família. Como partilhava o amigo Jorge Cruz: “O amor e a paixão que o agricultor sente pela terra é algo de inexplicável e es-tranho. Se o filho se interessa, ou se mostra vontade para continuar a cuidar da explora-ção, é mostrado e afirmado pelo agricultor com orgulho e vaidade. Se se trabalha com a família no manejo da terra, é com espírito de festa que se trabalha. Se o que se faz é cansativo e monótono, se as pessoas são ru-des, no trabalho agrícola tudo é amenizado por estarem juntos, por se entreajudarem, por conviverem.”

Notícias do Oeste: A agricultura familiarFalar dos novos desafios da agricultura de hoje pressupõe compreender que as

Familiarmente

CATEQUESE DOMÉSTICA: Humanae VitaeEm 1968, o papa Paulo VI publicou a encíclica Humanae Vitae que aborda as questões relacionadas com a regula-ção da natalidade. Com uma viva cons-ciência sobre as mudanças verificadas na sociedade e o progresso científico que conduziu ao desenvolvimento de novos métodos de planeamento fami-liar, apresenta o ensinamento da Igreja sobre os desafios daí derivados que têm por fundamento uma visão inte-gral do ser humano.O papa enaltece a grandeza do amor conjugal, descrevendo-o como sendo plenamente humano (tanto espiritual como sensível), total (uma entrega in-condicional pelo outro), fiel, exclusivo e fecundo. No ato conjugal encon-tram-se presentes duas finalidades in-separáveis: o fim unitivo (o ato conju-gal une profundamente os esposos) e o fim procriativo (o ato conjugal tor-na-os aptos para a geração de novas vidas). É colaboração livre e responsá-vel dos esposos com Deus criador na

transmissão da vida humana. Conscientes desta cooperação, os ca-sais cristãos desempenharão o seu ministério com responsabilidade, atendendo ao próprio bem e dos fi-lhos (nascidos ou por nascer), bem como ao bem da sociedade, da famí-lia e da Igreja. Assim apresenta-nos o verdadeiro sentido de paternidade responsável, a atuação coerente dos esposos com a consciência dos seus deveres para com Deus, a sociedade e os próprios. Como tal, paternidade responsável implica a utilização da inteligência para compreender as leis biológicas que estão na base da con-ceção da vida humana, no domínio do instinto e das paixões pela razão e pela vontade, e também o discernimento do casal sobre se tem condições de fazer crescer uma família numerosa ou se enfrenta motivos graves que lhes confiram o dever de evitar um novo nascimento. Deste modo, coloca-se a questão so-

bre como exercer esta paternidade res-ponsável. A permanente abstinência não é resposta satisfatória, pois o ato conjugal como manifestação de afe-to e como salvaguarda da fidelidade mútua é um bem para o casal, mesmo perante a sua infecundidade. Também quaisquer tipos de métodos abortivo, interruptivo ou contracetivo artificial (cf. HV 14) não são lícitos pois contrá-rios à integralidade do ser humano e da plenitude do ato conjugal. Contu-do, a presença de ciclos biológicos de fertilidade e infertilidade na fisiologia da mulher oferecem uma via legítima para a regulação dos nascimentos ten-do em vista a prossecução da pater-nidade responsável (cf. HV 16). Como tal, a proposta da Igreja para o planea-mento familiar são os chamados méto-dos naturais de regulação da fertilida-de, os quais respeitam a integralidade da pessoa humana, a dignidade da relação sexual e se enquadram numa visão da conjugalidade aberta à vida.

empresas de grande sucesso estão quase sempre associadas a um conjunto de va-lores que ultrapassam o racional e a dis-ciplina do lucro pelo lucro.Ao contrário das instituições focadas ape-

nas numa economia de mercado, aquelas onde exista uma cultura organizacional, também chamada “cultura de empresa” que privilegie o carácter afetivo das re-lações entre empregados, clientes e for-

necedores, destacam-se pela motivação, entusiasmo e mobilização que permitem superar dificuldades e geram um nível de excelência dos resultados obtidos.Aconteceu no Oeste no passado mês de Junho uma mesa-redonda subordi-nada ao tema “A agricultura familiar e os novos desafios”, assinalando o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Este encontro foi promovido pela Fun-dação João XXIII – Casa do Oeste em Ribamar, Lourinhã e teve como pano de fundo a Festa da Família Rural, com o envolvimento dos movimentos da Ação Católica Rural.Um dos temas abordados foi “A Agri-cultura Familiar e a Sustentabilidade do Meio Rural”. A agricultura de base fami-liar para autoconsumo ou para comércio de proximidade é a forma agrícola predo-minante no setor de produção alimentar mundial.Na Europa, a agricultura familiar repre-senta 68% da produção. Em Portugal e na região Oeste, a agricultura familiar confunde-se com a agricultura nacional,

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Domingo, 14 de setembro de 2014

Família /13

Em Outubro próximo assinalamos 5 anos da rubrica Familiarmente no Jornal Voz da Verdade. Para o assinalar, gostaríamos de o celebrar com a sua família. Para isso lançamos um concurso em que vos convidamos a enviar-nos uma foto da sua famí-lia e um testemunho sobre como é ser família cristã. Publicaremos todos os textos e fotos em http://familia.patriarcado-lisboa.pt/ e será selecionado um para divul-gar na edição do Familiarmente de 12 de Outubro. Os textos não deverão exceder 1.500 caracteres e devem ser enviados para famí[email protected] até ao dia 27 de Setembro.

Concurso: “Familiarmente: há 5 anos com a sua família”

‘Filhos... de quem? O futuro que nos espera’No próximo dia 24 de Setembro, pelas 21h00, no auditório da Igreja de São João de Deus, será feita a apresentação do livro “Filhos... de quem? O futuro que nos espera”. Segundo o cardeal D. Saraiva Martins, o Pe. Stefano Tardani “mostra nesta obra que a perda das raízes cristãs degenera num caos muito perigoso não somente a vida pessoal e conjugal mas também as novas gerações e a ordem financeira internacional”. O livro será apresentado pelo autor e por D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa

“O sonho missionário de chegar a todas as famílias”No ano em que a Igreja universal e a nossa Igreja local percorre um caminho sinodal, a primeira missão do Sector da Pastoral da Família é envolver as famílias da nossa Diocese nesta caminhada, de modo a que se sintam parte integrante desta nova etapa evangelizadora. Neste percurso desejamos levar a alegria do Evangelho a todas as famílias e a todas as realidades familiares, ajudando-as a entenderem-se não só como destinatário, mas também como sujeito da ação pastoral. Neste sentido destacamos algumas das propostas do programa:

Outubro de 201417 a 19 | Jornada Nacional da Pastoral da Família, em Fátima

Novembro de 20148 | Formação para Agentes da Pastoral do Batismo15 | Módulo 1 da formação para Agentes da Pastoral Familiar: O que é Pastoral Familiar?29 e 30 | Retiro para casais grávidos

Janeiro de 201511 | Encontro anual com agentes de preparação para o Batismo

Fevereiro 20158 | Encontro anual com agentes de preparação para o Matrimónio21 a 22 | Retiro para casais (O Amor Humano no Plano Divino)

Março 20157 | Módulo 2 da formação para Agentes da Pastoral Familiar: O Magistério sobre a Família

Abril 201511 e 12 | Retiro para namorados (Da Castidade à Liberdade para o Dom)

Maio 20159 e 10 | Retiro para Famílias 11 a 17 | Semana da Vida 17 | Festa da Família (Jornada Diocesana da Família)

Junho 20156 | Módulo 3 da formação para Agentes da Pastoral Familiar: Exemplos de Pastoral Familiar

Setembro 201522 a 28 | Encontro Mundial da Famílias, em Filadélfia

uma vez que 96% das explorações agríco-las são familiares.A agricultura familiar e de pequena escala está intimamente ligada à segurança ali-mentar mundial. Este tipo de produção tem muito mais baixos impactos ambien-tais, preserva os alimentos tradicionais, respeita os ciclos naturais, além de con-tribuir para a proteção da biodiversida-de. Impulsiona as economias locais e re-gionais e é, ainda, uma forma de sustento económico complementar ou alternativo.Outro aspeto abordado foi a necessidade de apoios à agricultura familiar, na me-dida em que esta atividade merece o re-conhecimento da sua condição singular e específica, enquanto estrutura de produ-ção que se deve defender e dignificar pelo envolvimento de tantos, que estão liga-dos entre si por laços familiares, com uma necessária interdependência de meios de sustento. Ora neste enquadramento, os agricultores aguardam a regulamentação do novo Quadro de Apoio 2014/2020 que se espera venha a potenciar o finan-ciamento à organização de produtores e o aconselhamento agrícola. Nesta ótica, e face à dificuldade de in-formação e à importância do aconselha-

mento, a Fundação João XXIII propõe--se criar condições para uma orientação aos pequenos agricultores.A abordagem destes temas despertou a atenção dos participantes para a susten-tabilidade do meio rural, que passa es-sencialmente pelo equilíbrio das famí-lias envolvidas na atividade agrícola. Ou seja, passa pelo equilíbrio a nível emo-cional e financeiro. O grau de exigên-cia que é assumido por estes “agregados de produção agrícola familiar” assenta numa lógica que não se confina à con-dição financeira do lucro, mas emerge de uma lógica de exigência entre aque-les que mais se amam: os elementos da família envolvida. Assim, o despertar das novas gerações para a agricultura familiar acontece num enquadramento de grande entrega a esta causa, pois nada é mais construtivo do que o amor entre as gerações, nada liber-ta tamanhas energias como o amor fami-liar, nada transforma tanto como a cau-sa familiar e o objetivo do bem comum, nada arrisca tanto como o envolvimento de todo um núcleo familiar, nada é tão absorvente como o espírito criador entre pais e filhos, entre netos e avós.

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SUGESTÃO CULTURAL

A alegria de uma pertençaJesus, Igreja, Sacramentos, MissaEste pequeno livro recolhe quatro textos que o cardeal belga Godfried Danneels dirigiu aos seus diocesanos de Malines--Bruxelas. Eram as catequeses anuais do Pastor ao seu rebanho, esclarecendo e fun-damentando as verdades da fé mais exi-gentes. Neste volume são recolhidos qua-tro temas nucleares da fé católica: Jesus, a Igreja, os sacramentos e a Missa. “Trata-dos de forma simples, estes temas apare-cem aqui na sua beleza simultaneamente misteriosa e reveladora, suscitando em nós um desejo de mergulhar na fé e beber os seus tesouros. A inteligência do texto tra-duz em rasgos luminosos e clarividentes esses e outros temas de grande densidade e desperta-nos para a alegria de acreditar”, refere o padre Ricardo Neves no prefácio.‘A alegria de uma pertença - Jesus, Igreja, Sacramentos, Missa’ é publicado pela Edi-tora Lucerna.

SUGESTÃO DE CÂNTICOS PARA A LITURGIA - DOMINGO XXV DO TEMPO COMUM – A (21 de setembro)

CÂNTICO

Eu sou a salvação do meu povo

Eu darei ao meu povo a salvação

Para mim viver é Cristo

Eu Vos procuro, Senhor

Já não sou eu que vivo

Deus é bom pastor

Nós Vos louvamos

COMPOSITOR

C. Silva

A. Cartageno

A. Cartageno

F. Santos

C. Silva

M. Luís

M. Luís

FONTE

CEC II 118

CEC II 119

LHCIII 26

LHC 114

OC 140

CAC 391

CAC 319

USO LITÚRGICO

Entrada

Entrada

Apresentação Dons

Apresentação Dons

A. Dons / Comunhão

Comunhão / Pós Comunhão

Final / Pós ComunhãoDEPARTAMENTO DE LITURGIA DO PATRIARCADO

DE LISBOA SIGLAS | CAC – MANUEL LUÍS, Cânticos da Assembleia Cristã, Secretariado Nacional de Liturgia | CEC – Cânticos de Entrada e Comunhão, vol. I-II, Secretariado Nacional de Liturgia | LHC – Liturgia das Horas. Edição para Canto. Vol. I, Secretariado Nacional de Liturgia | LHC III – Liturgia das Horas. Edição para Canto. Vol. III, Secretariado Nacional de Liturgia | OC – CARLOS SILVA, Orar Cantando, Secretariado Nacional de Liturgia

À PROCURA DA PALAVRAEXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ Ano A“Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito”Jo 3, 16

No meio de nós“A tua cruz senhor é pouco funcional / Não fica bem em nenhum jardim da ci-dade / dizem os vereadores e é verdade”: começa assim Ruy Belo um dos seus magníficos poemas. E para lá da fun-cionalidade, a cruz de Jesus, entrela-çada com as nossas cruzes, é sempre motivo de interrogação e inquietação. “Porquê? Para quê?”, são perguntas que permanecem depois de termos tentado dar respostas (quantas vezes vazias ou ditas de “cor”, sem coração nenhum, da lista das respostas reli-giosamente correctas!) e evocam uma busca de sentido, senão a interroga-ção pelo próprio Deus. Este e outros poemas estão presentes numa antolo-gia organizada pelo P. José Tolentino Mendonça e por Pedro Mexia, a que deram o nome: “Verbo, Deus como in-terrogação na poesia portuguesa”. Tem sido um dos meus livros de oração nestes tempos!A festa da “exaltação da Santa Cruz”, cuja liturgia interrompe a cadência dos domingos, parece contraditó-

ria com uma mentalidade que busca desenfreadamente o bem-estar, mas convive ainda com resquíscios de modos de viver que exaltam a dor e o sofrimento. Quando olhamos para a cruz de Jesus vemos como mais importantes a dor, o sofrimento e a morte, ou o amor, a entrega, a identi-ficação de Deus com a nossa vida até ao fim? É o sofrimento que salva ou o amor total de Cristo que na cruz se faz pleno? Ficamos “com muita pena de Nosso Senhor que sofreu tanto por nós” ou a cruz aponta-nos a “viver como Jesus e com Ele este amor até ao fim”? De braços abertos, para acolher e abraçar, viveu Jesus todos os dias: por isso a vida cristã não é uma bus-ca de “quanto mais sofrimento melhor” mas abraçar a entrega quotidiana de resposta ao amor de Deus, de solida-riedade com todos, de trabalho pela paz e pela justiça, mesmo que isso implique sofrimentos que uma vida acomodada não traria.Amar a cruz seria doentio. Acredi-

tar que Deus gosta do sofrimento talvez uma heresia. Amar as pessoas comporta também cruz e sofrimen-tos? Sim, e infelizmente muitos deles somos nós que os inventamos! Custa dar a vida mas só essa dádiva nos faz plenamente felizes. A cruz lembra--nos que o triunfo nem sempre é ime-diato (três dias no sepulcro, não foi?), que não somos “super-heróis” (e mes-mo esses têm sempre um calcanhar de Aquiles!), mas somos chamados a “mais”. Mas tantas vezes nos acomo-damos a uma “vida menor”! Ruy Belo continuava assim o poema: “E além disso os nossos olhos cívicos / ficam-se nos corpos de que nos cercaste / Saudamo-nos por fora como bons cidadãos / Submete-mos os ombros ao teu peso / mas há tantos outros pesos pelo dia / E quando tu por acaso passas / retocado pelas nossas tristes mãos / através dos pobres hábitos diários / só desfraldamos colchas e pegamos / em pétalas para te saudar / Queríamos ver--te romper na tarde / e morrem-nos as pálpebras de sono”.

pelo P. Vítor Gonçalves

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Domingo, 14 de setembro de 2014

um trata de si e não tem que ver com os outros. Cada um tem a sua opinião. Cada um decide o que é bem e o que é mal. O consumismo mantém as pessoas entretidas e a economia garante o pão. Mas é evidente que isto não pode durar muito. Com a crise económica, com as crises pessoais e fami-liares a alastrarem-se, será que desta vez vamos acordar? Não é evidente que sem Deus não se pode compreender a vida? E não é claro que Deus está presente? Não são visíveis os testemunhos de pessoas, fa-mílias e comunidades que vivem com ale-gria a fé e que mostram como é possível viver hoje a experiência da fé? Estou certo que hoje como ontem, o coração humano está à espera de uma intervenção de Deus e deseja encontrar Jesus Cristo. Não é pre-ciso voltar às cavernas, basta abrir os olhos para a realidade e compreender os sinais de Deus. A modernidade pode ser evangelizá-vel; os modernos, com os seus computado-res e internet, com a facilidade de viajar e de conhecer outras culturas, não estão conde-nados à descrença.

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É comum – pelo menos na Europa – di-zer-se que no século XVI termina a Idade Média e começa a Idade Moderna. A modernidade surge, nessa época, por vá-rias razões, mas parece ter um mote: fazer o apelo ao poder absoluto da razão contra a religião. Hoje sabemos bem que é errado pensar que antes do século XVI não se dava importância à razão. A ciência e a filosofia medieval foram uma síntese impressionan-te entre fé e razão. Foram séculos onde se soube acolher a herança da filosofia grega e do direito romana e uni-la à fé cristã. No centro estava a Pessoa de Jesus Cristo, compreendido não como uma personagem do passado mas como o Senhor da História presente e futura, capaz de valorizar a razão e tudo o que é verdadeiramente humano. Nessa síntese estava inscrita a busca cons-tante da verdade, que se via unida à bon-dade e beleza. Afirmava-se a dignidade da pessoa criada à imagem e semelhança de Deus e a importância da comunidade como comunhão de pessoas. Podemos mesmo dizer que a ciência viu na Idade Média o seu primeiro grande desenvolvimento.A modernidade, porém, quis separar a fé da

razão, a natureza da graça, e, por isso, Deus do quotidiano. Os problemas da vida pas-saram a ser tratados como se a solução fosse toda nas mãos dos homens. Daqui surgiu um optimismo desenfreado. A vida deixava de depender de Deus, ou seja, do Mistério e passava a ser acessível à razão humana. Bastava aprofundar a investigação. Mas os medievais nunca pensaram que depender de Deus era contrário à liberdade! Aliás, sentiam que o que dependia de Deus era muito mais seguro, porque Deus é Om-nipotente e é amor. Foi quando, no século XIV, se achou que era preciso separar Deus do mundo – para se “salvar” Deus da In-carnação e evitar que Ele se “suje” com a humanidade – que se pensou que Ele de-veria ficar sossegado no Céu. Não se levou a sério que “Deus fez-Se carne” ( Jo 1,14), e como consequência Deus tornou-se um desconhecido.Foi assim que quando os homens consegui-ram proezas grandes, como as descobertas marítimas, também quiseram ter o destino de tudo nas mãos. Tudo parecia correr bem. A Revolução francesa pôs fim ao “poder” da Igreja que era visto como resquício do tem-

po medieval, e julgou-se finalmente poder adorar a razão e começar um tempo novo. O culminar deste optimismo aconteceu no século XIX com a revolução industrial. Chegou-se a pensar que o desenvolvimen-to tecnológico, levando ao aumento do conhecimento, poderia garantir uma nova moral universal sem Deus.As duas guerras mundiais – estamos a re-cordar este ano o início da Primeira Gran-de Guerra – foram um desastre. Os milhões de mortos, as cidades e aldeias destruídas, a memória da maldade que os homens po-dem fazer deveriam ter acordado as pessoas para o facto de que tentar construir o mun-do sem Deus não é possível. Mas o que aconteceu foi achar que era preciso ir ainda mais longe no esforço de desligar a vida da religião e afirmar uma liberdade absoluta. Os anos que se seguiram à Segunda Gran-de Guerra, pelo menos no mundo ociden-tal, terão sido de grande ebulição e viram um grande desenvolvimento económico e tecnológico, mas geraram mais confusão moral do que alguma vez esperaram. Deus já nem sequer tinha que ver com a realida-de como Criador e por isso deixava de ha-ver uma ordem natural para indicar o que é bem e o que é mal. A consequência está à vista com o indi-vidualismo a pontificar. É isto que acaba por caracterizar a pós-modernidade! Cada

A modernidade é evangelizávelpelo P. Duarte da Cunha,Secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa

Joaninha, não a deixam pisar o risco”.“Sabes, havia um senhor cujo nome não re-cordo agora que dizia: - “Se queres ver o teu filho feliz, dá-lhe um irmão, mas se o queres muito feliz dá-lhe muitos irmãos”.Àquela hora os miúdos já estavam deitados porque no dia seguinte começavam as au-las. A Sónia deu um pulo da cadeira, cheio de energia, e disse “São quase dez e meia e ainda tenho a roupa para pôr na máquina, isto é bom, é muito bom, mas amanhã é dia … Ah! A Joaninha já sabe que tu não podes ir amanhã à escola mas como vai o Alexan-dre e as gémeas ela sente-se a menina mais feliz que vai entrar naquela escola”.Que bem dizia aquele senhor que se cha-mava Fernando Ribeiro e Castro… - “Se queres ver o teu filho feliz dá-lhe um ir-mão, mas se o queres muito feliz dá-lhe muitos irmãos”.

A Joaninha é a quarta filha do Pedro e da Sónia. As gémeas estão com 11 anos e o Alexandre com 9. Sendo a mais nova, a Joaninha “herdou” dos irmãos os livros mas também a prática e a ligeireza no tratamen-to das coisas que a mãe dá ao forrar dos li-vros ou ao arranjo do material.A Sónia, por vezes em lamúria vai dizen-do: “Dei tanta atenção ao primeiro dia de aulas dos mais velhos e agora, tudo me pa-rece menos exigente… é da prática… ou já é o peso dos 35 anos…”. Porém, a avó Ana, ouvindo esta conversa e vendo o pou-co tempo que a filha tem para as inúmeras solicitações (do trabalho, dos 4 filhos, da casa, da doença das gémeas), pensou, “esta é a minha vez! de voltar a “cheirar” as bor-rachas ou o apara-lápis, o cheiro de novo na escola… que saudade…”.Quem não recorda o primeiro dia de aulas? Cada um terá o seu (irrepetível) com histó-rias, imprevistos, sensações, cheiros e sons que só o próprio recorda.

A avó Ana disse então à Joaninha (depois de ter conferenciado com a filha) “talvez seja melhor comprar uma mochila nova, deixando a que já tens para os haveres a na-tação”. E, foi assim a oportunidade de ir às compras com a neta.Naquela tarde, com o dinheiro bem con-tado, mas no meio da panóplia de canetas, lápis, cadernos, estojos, a Ana (avó) voltou aos 7 anos de idade, voltou aos 30 anos de idade (quando acompanhava os filhos) e olhava com redobrada atenção para a Joa-ninha que se sente uma “princesa” rodo-piando à sua volta.O avô Augusto, ao longe, por entre as prateleiras dos vinhos, repara no entusias-mo de avó e neta, e pergunta-se (também recordando o seu primeiro dia de escola) “de onde surge esta magia, este encanto?”, “Talvez seja a novidade, o saber, o início da responsabilidade, os quase 20 amigos que nesse dia entram na nossa vida…alguns (amigos) ainda hoje são os melhores…”.

Chegados a casa, o relato foi exaustivo por parte da avó e da neta. A avó contou e com-parou os preços das coisas, e a neta relatou todos os motivos que ilustram as capas dos cadernos e os estojos condizentes. Nin-guém as calava.Ao jantar, o Pedro ouvindo o relato, do re-latado, feito pelas gémeas em tom jocoso, recordava a Tatiana, sua colega de trabalho que tinha pedido para chegar mais tarde na hora do almoço pois tinha ido às compras para a escola, com o filho. “Uma cansei-ra, muita gente, sempre as mesmas coisas, miúdos insuportáveis, e eu com pressa para vir para o trabalho…”, tinha dito a Tatiana que só tem este filho a quem “dá tudo”.“O dinheiro não estica, e quem tem 4 fi-lhos faz muita ginástica, para que quando o fim do mês chega, as contas estejam “di-reitinhas”. Mas nem tudo se compra com dinheiro. Este ano não compramos livros para o Alexandre nem para a Joana. E os avós… são uma dádiva” – foi a resposta da Sónia.“Não sei se damos tudo aos nossos filhos. Acho que não. Mas, o que será dar-lhes tudo?” “As gémeas estão sempre a picar o Alexandre, mas são “verdadeiras mães” da

A Joaninha vai para a escolapor Isilda PegadoPresidente da Federação Portuguesa pela Vida

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Apoio à natalidade?D. Nuno Brás

NA TUA PALAVRAAGENDA SEMANAL [15 a 21 de setembro]

Finalmente o país parece ter acordado para o “Inverno demográfico” dramático que está a viver. Foi necessária a crise na-cional e a crise europeia e, com elas, a crise financeira que inevitavelmente conduzi-rá à falência a breve prazo da Segurança Social para os governantes portugueses chegarem à conclusão de que era urgen-te tomar medidas para o crescimento da natalidade. Que tenham algo de positivo todas estas crises, já que a voz de tantos, que há anos preanunciavam este estado de coisas, não foi escutada!No entanto, infelizmente, tenho sérias dú-vidas sobre as soluções que estão a ser apon-tadas. É que não serão suficientes uns euros a mais em subsídios para acabar com a falta de natalidade. Nem o problema é sobretudo de estatística. Quero dizer: a questão não é simplesmente o número de cidadãos que poderão daqui por 30 anos dar o seu con-tributo para a sustentabilidade do chamado “Estado Social”. Ou seja: a questão não é conseguirmos que, daqui por 30 anos pos-samos contar com mais um milhão de tra-balhadores a pagar os impostos: de pouco isso importa se desse esforço resultar uma sociedade completamente desordenada, es-crava do trabalho, do dinheiro e de tudo o que a isso anda habitualmente junto. Daqui por 30 anos não queremos estar na mesma situação de muitos países do chamado “3º mundo”: com biliões de habitantes a reali-zar trabalho escravo para que uns quantos

possam viver no luxo.A questão, com efeito, não deve ser colo-cada sobre quantos serão os pagadores de impostos daqui por 30 anos, mas que so-ciedade queremos para daqui a 30 anos. E, para esta questão, a resposta coincide com aquela que for dada a uma outra: que famí-lia queremos daqui por 30 anos? Porque não tenhamos dúvidas: a baixa dramática da na-talidade encontra sobretudo as suas razões nos modelos familiares que têm sido prote-gidos pelos sucessivos governos nacionais e europeus, pelo pensamento “politicamente correcto” espalhado pelos programas esco-lares em vigor, pelos interesses de minorias que ousam sobrepor a tudo o resto os seus interesses egoístas.Apesar dos avisos de há muito a esta parte feitos alto e bom som, só agora se procura resolver a baixa natalidade. Há muito que as questões acerca do modelo de família tam-bém têm sido levantadas alto e bom som. Esperemos que sejam tomadas a sério, sob pena de, daqui por uns anos, chegarmos à triste conclusão de que é tarde demais!

Voz da Verdade na internetwww.vozdaverdade.org

Segunda-feira, dia 1510h00 – Reunião da Comissão Episcopal do Laicado e Família, em Fátima – D. Joa-quim Mendes

Terça-feira, dia 1610h00 – Reunião da Vigararia da Amado-ra – D. Joaquim Mendes14h30 – Missa e Crisma no Estabeleci-mento Prisional de Sintra, por ocasião da Visita da Imagem de Nossa Senhora do Cabo – D. Joaquim Mendes16 a 18 – Congresso dos 500 anos Dio-cese do Funchal, no Funchal – Patriarca de Lisboa

Quarta-feira, dia 1710h00 – Reunião com o clero da Viga-raria de Mafra, na Encarnação – D. Nuno Brás

Quinta-feira, dia 1810h00 – Reunião da Vigararia de Cascais – D. Joaquim Mendes21h30 – Ultreia dos Cursos de Cristan-dade, na Amadora – D. Joaquim Mendes

Sexta-feira, dia 1910h00 – Reunião da Comissão Prepara-tória do Sínodo Diocesano – Patriarca de Lisboa e Bispos Auxiliares

Sábado, dia 2015h00 – Missa no início da Visita Pasto-ral à Vigararia de Amadora – preside Pa-triarca de Lisboa, concelebram os Bispos Auxiliares21h30 – Participação no ‘Terço Vivo’, na Baía de Cascais – D. Joaquim Mendes

Domingo, dia 2111h00 – Missa campal nas Festas da Se-nhora do Cabo Espichel, em Sintra – presi-de Patriarca de Lisboa11h00 – Missa nas Jornadas Missio-nárias 2014, no Santuário de Fátima – D. José Traquina11h30 – Tomada de posse do novo pároco de Linda-a-Velha, padre Diamantino Gon-çalves de Oliveira Rodrigues Faustino – D. Joaquim Mendes11h30 – Tomada de posse do novo pároco de Santa Iria da Azóia, padre Adrián Álva-rez Campo, na igreja da Portela – D. Nuno Brás19h00 – Tomada de posse do novo pároco de Paço de Arcos, padre José Luís Gonçal-ves da Costa – D. Joaquim Mendes

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