Vitor Higgs: 30 anos carreira, editorial - ClipQuick · de Vitor Carlos Figueiredo Higgs daSiiva...
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Transcript of Vitor Higgs: 30 anos carreira, editorial - ClipQuick · de Vitor Carlos Figueiredo Higgs daSiiva...
PROFESSORA ASSISTENTE NO INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR,
? O CURSO DE DESIGN E TECNOLOGIA DE ARTES GRÂFICASL
Vitor Higgs: 30 anosde carreira, nas lidesdo design editorial
ntes de enveredar
pelas lides do design
gráfico propriamente
dito, o percurso
de Vitor Carlos
Figueiredo Higgs
daSiiva (n. 19G3]
teve alguns desvios curiosos. Começou por
evidenciar dotes na matemática, área que
não seguiu para algum desgosto dos seus
pais, optando então, com 1? anos de idade,
por trabalhar em regime de part-time na
Reproscan, uma empresa vocacionada para a
área da pré-impressão, que era pertença de
um primo seu.
Ingressou na mesma altura na Escola
António Arroio, com a intenção de adquirir
valências nas áreas da fotografia e
do cinema. 0 gosto pela primeira das
preferências referidas advém também
do facto de ter convivido no contexto da
Reproscan com fotógrafos excepcionais
como Augusto Cabrita e António Homem
Cardoso, o que lhe conferiu algum know how
nesta especialidade, que ainda hoje exerce
em si grande fascínio. Concluiu na António
Arroio o curso Técnico de Meios Audiovisuais,
ao mesmo tempo que no contexto da
Reproscan se apaixonava pelo mundo das
artes gráficas, e pelas suas particularidades
técnicas: a fotomecãnica, a montagem e a
arte-finalização.Na Reproscan manteve-se oito anos, tendo
entretanto decidido que estava na hora de
escolher qual deveria ser efectivamente
o seu "métier". Duas possibilidades se
adivinhavam, frequentar a Escola de Belas-
Artes ou o lADE. Optou pela segunda, por
achar que esta praticava um tipo de ensino
com um carácter mais profissionalizante.
Concluiu a licenciatura em Design Visual no
lADE sempre a trabalhar na Reproscan, onde
conviveu também com grandes profissionais
como Sebastião Rodrigues.
Concluída a licenciatura em Design Visual,
é então que Vitor Higgs opta por uma vertente
mais criativa, o design gráfico. A frequência do
curso de Design Visual valer-lhe-ia também um
convite para leccionar no lADE, onde ensinou
durante 12 anos, as disciplinas de Lettcring ( I.°
ano), Introdução ao Design Visual (2.° ano] ,
Tecnologia da Reprodução Gráfica I (2.° ano]
e Design Visual I (3. IJ ano]. Sobre a actividade
docente dí? que esta é também uma forma de
aprendizagem.
É através dos contactos que estabelece
na Reproscan, nomedamente com Ribeiro
da Silva, responsável gráfico pela Bola
Magazine que chega ao jornal A Bola, onde
vai acabar por criar com o próprio Ribeiro
da Silva o Departamento de Design Gráfico
do jornal. Na criação deste gabinete conta
com a colaboração de alunos seus do lADL-,
e alguns das Belas-Artes que "resgata" para
trabalharem consigo. Na Bola, redesenha o
cabeçalho e reformula a parte gráfica, e neste
espaço trabalha durante oito anos. Assistindo
nestes anos à passagem da fotocomposicão/
maquetagem para a edição digital.
Oa Bola transita para o jornal 24Horas,que
chegaria à ribalta, por dar grande cobertura
a eventos recentes como o programa'
Big
Brother," o que lhe valeria tiragens na ordem
dos ?5 mil exemplares. No 24horas, que
havia sido estabelecido em Fevereiro de 1998
através de uma parceria entre a Prodiário SA,
e os detentores suíços da marca 24horas, fica
dois anos como designer infográfico editor.
Integrando o corpo de designers da revista
Visão, TV ?dias, Jornal Tal&Qual, e outras
publicações do grupo.
Com vontade de expenenciar actividades
diferentes da produção de páginas em
massa, investe na actividade da infografia.
que para si constitui um trabalho mais
minucioso que a produção seriada de
páginas. Considerando ainda que os
resultados finais sào mais satisfatórios
nesta actividade, e que a experiência de
trabalhar numa revista é substancialmente
diferenciada da de trabalhar num jornal.
Reconhecendo ainda na infografia um
papel pedagógico posto que pode ser
compreendida por todo o tipo de leitores.
Trabalha dois anos como designer
gráfico sénior na agência de publicidade
Bates Portugal/Design ao mesmo tempo
que dá igualmente aulas no Curso de
Design de Equipamento (1O. C,
11.° e
12.° ano), da Casa Pia. Inscreve-se no
doutoramento na Universidade de Sevilha,
na área das Ciências de Educação, mas
frequenta apenas o primeiro semestre e
põe de parte, pelo menos por agora, esta
aventura académica.
Faz novamente uma passagem de
dois anos pelo jornal A Bola, transitando
depois para a revista Sábado corno
editor de infografia, onde fica três anos.
Depois da Sábado volta novamente às
lides do design editorial como Director
gráfico-adjunto do Diário de Notícias (que
pertence ao Grupo Controlínveste], função
que exerce actualmente. 0 convite veio
da parte de Paulo Freitas, actual director
gráfico do Diário de Notícias.
Neste processo Vitor Higgs deixa de
ensinar no lADE, e tem finalmente tempo
para se dedicar com mais exclusividade
a outras esferas do design gráfico.
Trabalha durante seis anos para a
Direcção-Geral do Ordenamento do
Território e Desenvolvimento Urbano.
Para esta entidade desenvolve a imagem
integrada, publicações (colecções
e livros individuais), meios digitais,
congressos nacionais e internacionais
(stands e marketing promocional],
bem
como intervenções no espaço interior
do edifício (sinalética e decoração). Faz
ainda inúmeras outras colaborações como
designer freelancer. Estas actividades
permitiram-lhe libertar-se do meio
exclusivo das jornais e da sua monotonia.
0 Diário de Notícias, onde Vitor trabalha
presentemente, teve ao longo dos últimos 20
anos algumas reformulações gráficas, que
contaram com s mão inspirada de designers
como Mário Grada, Edson Athayde ou
Henrique Cayatte. Entre as transformações
estiveram a passagem do formato
broadsheet para um formato menor.
Entre o potencial das novas tecnologias
na paginação moderna de jornais,estão programas como c Milénio da
Protec, utilizado pelo Diário de Noticias,
que permite a todos os intervenientes
envolvidos no processo de fazer jornais
(jornalistas, fotógrafos e designers]
aceder imediatamente às páginas, e gerar
ou alterar conteúdos. Este é actualmente
um procedimento comum nas redacções
de jornais e revistas.
Fazer um jornal de cariz generalistacomo o Diário de Notícias - o Jornal
de Notícias, o Público e o Correio da
Manhã - é um processo complexo que
implica produzir diariamente entre 5B
a ?2 páginas. Tal só é possível porque
pelo menos 50% das páginas já estão
pré-definidas (pré-maquetadas), ou seja
já está delimitado o espaço no qual os
jornalistas podem escrever.
Com uma tiragem fixada na ordem dos
50 mil exemplares, o Diário de Notícias já
passou por pequenos redesigns desde que
Paulo Freitas e Vitor Higgs lá trabalham.
Algumas de ordem mais técnica, que têm
a ver com o formato de papel que a gráfica
com a qual trabalham imprime, c outras
de cariz mais criativo. Porém Vitor Higgs
não concorda que cada designer que chega
de novo ao gabinete gráfico deste jornal
proceda a alterações no visual do periódico,
por que tal pode degenerar em anarquia
gráfica. Considera, no entanto, que o
designer pode fazer a diferença no design
das diferentes páginas, na forma como
enquadra a fotografia, como manipula a
tipografia, como estrutura as aberturas de
secção, no potencial visual que confere às
páginas centrais, de ciência, ambiente e de
saúde, entre outras.
Vitor considera também que um bom
jornal vive de uma correcta integração
entre texto, imagem, ilustração e infografia.
Geralmente as melhores páginas resultam
de uma conjugação feliz de todos estes
ingredientes. Lamenta também que
quando se atribuem prémios de design
aos jornais, tal se faça a partir de páginasindividuais e não tendo em consideração
a totalidade da paginação, pois é esta
que marca 3 diferença. 0 seu lema é ser
fiel ao grafismo do jornal e atender às
necessidades e expectativas dos seus
leitores. Para Vitor Higgs o designer de
comunicação também tem de ser um
jornalista e uma reformulação gráfica a
serio tem que começar na parte editorial.
Para Vitor Higgs o designer de comunicaçãotambém tem de ser um jornalista e umareformulação gráfica a sério tem que começarna parte editorial.