Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos
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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA ENTRE PARCEIROS ÍNTIMOS:
UM ESTUDO COM JOVENS UNIVERSITÁRIOS
Karim Naomi Watanabe
São Paulo
2012
Karim Naomi Watanabe
Trabalho de Conclusão De
Curso como exigência para
Graduação em Psicologia
da Universidade
Presbiteriana Mackenzie.
Orientadora: Profª. Ms. Tânia Aldrighi
São Paulo
2012
Sumário
1.Introdução ............................................................................................................. p. 2
2.Teoria da comunicação humana ............................................................................ p. 3
3. Violência .............................................................................................................. p. 6
3.1 Definição de violência ....................................................................................... p. 6
3.2 A violência psicológica ..................................................................................... p. 7
4.Objetivo ................................................................................................................ p. 11
4.1Objetivo geral ..................................................................................................... p. 11
4.2 Objetivo específico ............................................................................................ p. 11
5.Método .................................................................................................................. p.11
5.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................ p. 12
5.2 Sujeito ................................................................................................................ p.12
5.3 Local .................................................................................................................. p.13
5.4 Instrumento ....................................................................................................... p. 13
5.5 Procedimento .................................................................................................... p.13
5.6 Cuidados éticos ................................................................................................. p. 14
5.7 Análise de dados ............................................................................................... p.14
6. Resultados ........................................................................................................... p. 14
7. Análise e discussão .............................................................................................. p. 18
8. Conclusão ............................................................................................................. p. 23
9. Organograma ....................................................................................................... p.24
10. Referencias ......................................................................................................... p.24
11. Anexos ................................................................................................................ p. 27
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1. Introdução
O presente trabalho tem como objetivo identificar qual a concepção de violência
psicológica entre parceiros íntimos para homens e mulheres, investigar se entendem esse tipo
de violência como um problema no relacionamento amoroso, as diferenças e semelhanças
acerca desse tempo em ambas as visões e possíveis conexões da violência psicológica com a
violência física.
O tema surgiu de uma curiosidade da autora em conhecer melhor sobre o assunto. Ao
fazer um levantamento bibliográfico notou-se uma baixa produção sobre a violência
psicológica, com maioria da produção recente, principalmente, após o ano de 2000.
A violência psicológica ocorre no meio intrafamiliar, o que dificulta a sua
identificação. É definida como qualquer ato verbal ou gestual que visa depreciar, aterrorizar
ou restringir a liberdade da vítima (BRASIL 2001 apud MINAYO 2005).
Segundo Anacleto, Njaine, Longo, Boing e Peres (2009) a violência entre parceiros
íntimos, diz a respeito sobre qualquer relação íntima que cause algum dano físico, psicológico
ou sexual, e é baseada na questão de gênero.
Sobre a violência psicológica entre parceiros íntimos, além de contribuir para a
desqualificação do outro também diz a respeito de uma relação de domínio de um dos
parceiros. Devido ao sofrimento psicológico vivido, esse tipo de violência pode levar ao
desenvolvimento de doenças como dores crônicas, síndrome do pânico até ao suicídio
(SILVA, COELHO, CAPONI, 2007).
Para entender melhor a violência, também se estudou como a resolução de conflitos é
conduzida através do processo de comunicação. Segundo Watzlawick (2007) existe cinco
axiomas fundamentais para a comunicação humana: a impossibilidade de não se comunicar,
toda comunicação tem um aspecto de conteúdo e de ordem, toda conduta está imersa numa
sequência, comunicação digital e comunicação analógica, e a comunicação pode ser simétrica
ou complementar. Em uma relação à dois quando alguns desses axiomas se cristalizam pode
dar margem à violência.
Com base nos pressupostos apresentados acima a pesquisa proposta é do tipo
exploratória e descritiva, utilizando-se do modelo misto. Para isso será usado um questionário
de perguntas semiabertas que será aplicado em 40 jovens universitário de 18 a 25 anos,
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divididos igualmente entre homens e mulheres. Após ser respondido o questionário, este será
lacrado, numerado de forma aleatória e será aberto na hora da análise dos dados.
Através de um levantamento bibliográfico notou-se uma baixa produção acadêmica
voltada para essa temática, sendo assim necessária mais publicações com o enfoque violência
psicológica. A importância do estudo está no fato de que a violência psicológica entre
parceiros íntimos pode passar despercebida em muitos casos e gerar doenças para a vítima
desde uma dor crônica até o suicídio, e deve ser vista como um assunto de saúde pública.
Devido a essa baixa produção e a magnitude de consequências que a violência psicológica
entre parceiros íntimos pode gerar, esse trabalho pretende identificar se as pessoas sabem o
que é a violência psicológica e se ela é um problema para os relacionamentos. Buscando-se
assim conhecer melhor as tendências no sistema de crenças e também explorá-las mais
profundamente.
2. Comunicação Humana
Quando se estuda a violência nas relações, uma das questões centrais que ajuda a
entender melhor como se dá esse fenômeno, é entender melhor como a resolução de conflitos
é conduzida via o processo de comunicação, pois é através da forma como essa resolução se
processa que pode dar margens para a violência psicológica. Para tanto esse capítulo será
abordar a teoria da comunicação humana.
Um dos autores de referência no entendimento do processo de comunicação nas
relações afetivas é Paul Watzalawick ao apresentar a teoria da comunicação humana em sua
obra Pragmática da Comunicação de 1973, em que apresenta o paradoxo na comunicação
humana.
Nesta proposta segundo Watzlawick (2007) o autor propõe cinco axiomas
fundamentais da comunicação humana. O primeiro que ele destaca é que não existe a
impossibilidade de não se comunicar, até mesmo quando ficamos em silêncio isto afeta o
outro e mesmo se este não responda ao nosso silêncio, isso é uma formar de se comunicar.
Segundo Watzlawick (2007) é possível observar a tentativa de não comunicar, em que
o indivíduo pode rejeitar a comunicação (fala para a outra pessoa que não está interessado na
conversa), desqualificar a comunicação (a pessoa sente-se obrigada a se comunicar, mas a faz
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de forma a evitar, através de respostas contraditórias, frases contraditórias, entre outros),
aceitar a comunicação ou utilizar um sintoma como comunicação (neste caso o indivíduo
finge algum contratempo como sono, surdez, embriaguez, entre outros, e desta forma finge
que gostaria de se comunicar, porém existe um outro fator que o impede).
Outro axioma importante é que na comunicação ao mesmo tempo em que ela transmite
alguma informação ela também revela um comportamento. Sendo assim, o autor divide as
mensagens em dois tipos: a de conteúdo e a da ordem. A mensagem de conteúdo se refere a
informação propriamente dita que a mensagem passa, já a ordem refere-se como a mensagem
foi entendida (op cit).
Entrelaçado à esse axioma, está outro axioma que é o da metacomunicação. Entende-
se como um processo no qual o transmissor irá passar a mensagem para o receptor, assim
como a maneira que este receptor deve interpretá-la (WATZLAVICK, 2007).
Para Watzlawick (2007) "o desacordo na comunicação pode surgir no nível de
conteúdo ou no nível de relação e as duas formas dependem uma da outras (pg. 75).” No caso
do nível de conteúdo esse desacordo ocorre quando uma afirmação dita por uma das partes é
contestada pela outra. Já no caso do desacordo no nível da relação este ocorre no campo da
metacomunicação, neste caso o outro tem a opção de responder de três formas perante a
afirmação: confirmar, rejeitar ou desconfirmar.
Para Watzlawick (2007) toda conduta está imersa em sequência de eventos. Ao se
pontuar uma sequência de eventos divergências podem ocorrer, quando ao menos uma das
partes não tem a mesma informação que o outro. Porém as pessoas tendem a supor que na
maioria das vezes o outro possui as mesmas informações, consequentemente, vão chegar na
mesma conclusão considerando só uma realidade tal qual vista a partir do ponto de vista dela
própria.
Segundo Watzlawick (2007) outro axioma é a comunicação analógica e a digital. A
comunicação analógica refere-se a toda e qualquer comunicação não verbal, abrangendo
assim qualquer tipo de manifestação que o organismo é capaz de produzir. Já a comunicação
digital refere-se aquilo que é propriamente dito.
"(...) se nos lembrarmos de que toda a comunicação tem um conteúdo e uma relação,
podemos esperar concluir que os dois modos de comunicação não só existem lado a lado
mas complementam-se em todas as mensagens. Também poderemos esperar concluir que o
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aspecto de conteúdo tem toda a probabilidade de ser transmitido digitalmente, ao passo que
o aspecto relacional será predominantemente analógico em sua natureza.”
(WATZLAWICK, p. 59, 2007)
Segundo Watzlawick (2007) a interação pode ser dividida em simétrica ou
complementar. No caso de relação simétrica, os comportamentos dos parceiros são refletidos
um no outro, tendo assim uma minimização das diferenças. Já na interação complementar o
comportamento de um parceiro complementa a do outro, tendo assim uma maximização das
diferenças. A classificação desse tipo de interação é sempre baseada na relação da reposta do
parceiro perante a comunicação do outro.
No caso das comunicações patológicas, elas se dão a partir de um círculo vicioso e as
partes não conseguem sair disso até o momento em que as pessoas consigam se
metacomunicar (op cit).
Ao se tratar de comunicação simétrica ou complementar não existe a questão de uma
boa ou má, mas é importante destacar o fato de que ao se tratar de relações saudáveis, ambas
devem estar presente. No caso de uma relação simétrica, "os parceiros são capazes de se
aceitarem mutuamente tais quais são, o que leva ao respeito recíproco e à confiança no
respeito do outro, e equivale à confirmação realista e mútua de seus respectivos eu (p. 96) ."
Quando esse tipo de relação se desintegra a rejeição é mais frequente do que a
desconfirmação do eu. Já no caso das relações complementares as desconfirmações do eu são
mais frequente do que a rejeição (WATZLAWICK, 2007).
Além dos axiomas apresentados, o autor introduz o conceito de duplo vínculo presente
na troca de mensagens, considerado um dos paradoxos comunicacionais. Este é definido
como uma mensagem que tem uma conotação afetiva que formam núcleos que impedem que
se desenvolvam de forma saudável tendo uma mensagem contraditória que gera conflitos (op
cit).
Em uma relação à dois não saudável alguns axiomas apresentam-se como
comunicação cristalizada na relação e uma tentativa de resolução do impasse dá margem à
violência. Por exemplo, o marido compra um presente para a esposa com a intenção de
agradá-la, ao chegar em casa e entrega-o para a sua esposa, ela entende como um pedido de
desculpa por algo de errado que ele fez e imediatamente começa a brigar com ele. Nessa
situação se faz presente o erro da tradução da comunicação analógica para a digital, ou seja, a
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esposa entendeu sob a visão dela o significado do presente que é diferente do significado para
o marido, e com esse erro gerou-se a discussão.
O duplo vínculo também pode estar presente nesse tipo de relacionamento, por
exemplo um casal no qual o marido agride a mulher e diz à ela que a ama, a mensagem que
ele transmite é que ele a ama mas mesmo assim eu te bato, gerando assim um relacionamento
de amor e ódio.
3.Violência
3.1 Definição de violência
A violência é um fenômeno mundial de cunho social e da saúde. É um problema
importante no campo da saúde, pois proporciona um aumento no número de mortalidade,
principalmente de crianças, mulheres e jovens. Afeta tanto a vítima quanto a família no plano
social, econômico e psicológico. É um tema que vem se destacando cada vez mais e os países
vem se propondo medidas para minimizar os danos e as causas (ORGANIZAÇÃO PAN-
AMERICANA DA SAÚDE, 2003).
A palavra violência é de origem latina, vem da palavra vis que significa força e se
refere tanto ao constrangimento quanto ao uso da superioridade física sobre o outro
(MINAYO, 2005). Segundo a OMS em seu relatório mundial sobre a violência e saúde,
definiu a violência como "uso da força física ou do poder real ou em ameaça, contra si
próprio, contra outra pessoa ou contra uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer
possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento
ou privação"(OMS, 2002 apud MINAYO, 2005, p. 5).
Nesse mesmo relatório foi definida a violência em quatro tipos: autoinfligida,
interpessoal, coletiva e estrutural. Além desta classificação, existem as respectivas
subdivisões, como no caso da violência interpessoal, classificada em dois âmbitos:
intrafamiliar e comunitária. A intrafamiliar ocorre entre os parceiros íntimos e membros da
família. Já a comunitária ocorre no meio social entre conhecidos e desconhecidos (MINAYO,
2005).
No caso da violência intrafamiliar, esta também se subdivide nos seguintes tipos:
negligência/abandono, física, sexual e psicológica. A negligência se refere a uma omissão ou
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recusa dos cuidados básicos para um desenvolvimento físico, emocional e social do indivíduo.
O abandono é a forma extrema da negligência (op cit).
A violência física refere-se a atos violentos com uso intencional da força física e tem
por objetivo ferir, lesar, provocar dor e sofrimento ou de destruir a pessoa (BRASIL 2001
apud MIANYO 2005).
A violência sexual é qualquer conduta que visa estimular ou forçar a vítima para
manter ou participar da relação sexual não desejada, através de ameaças, uso da força ou
intimidação (MINAYO,2005).
A violência psicológica se refere as agressões verbais ou gestuais que tem por objetivo
aterrorizar, depreciar, rejeitar, restringir a liberdade ou isolá-la do contexto social (BRASIL
2001 apud MIANYO 2005).
O presente estudo tem como foco compreender a violência psicológica, mais
precisamente entre parceiros íntimos. Foi delimitado estudar esse tipo de violência, pois além
de existir poucos estudos referente à realidade brasileira, violência psicológica é conhecida na
literatura como precursora de outro tipo de violência: a física.
Para tanto, na sequência abordar-se-á a violência psicológica desde a sua constituição,
as causas e consequências à saúde física e mental do indivíduo que a sofre.
2.2 A violência psicológica
Definir o que é uma relação saudável a partir do senso comum é dizer que seria é uma
relação que possui ausência de conflitos. Porém, segundo a definição apresentada por
estudiosos da dinâmica familiar, uma relação saudável deve levar em consideração: a
“frequência de interações positivas e negativas que os casais vivenciam diariamente
(GOTTMAN; NOTARIUS, 2000 apud MOSMANN; FALCKE, 2011), do processo dinâmico
do relacionamento caracterizado como construtivo ou destrutivo (BEACH; FINCHMAN,
2010; KATZ; MIHR, 2008 apud MOSMANN; FALCKE, 2011) e das estratégias de resolução
de conflitos que utilizam (DONG; LI, 2007; PAPP; GOEKE-MOREY;CUMMINGS, 2007
apud MOSMANN; FALCKE, 2011).” (MOSMANN, FLACKE, p.7, 2011)
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É importante os casais estarem atentos aos motivos mais frequentes que desencadeiam
o conflito mais recorrente. Segundo as pesquisas, ignorar os motivos do conflito não irá fazê-
los desaparecer, ao contrário, irá criar o efeito bumerangue. Ou seja, irá ter o acúmulo de
ressentimentos que irão surgir com mais intensidade a cada impasse (MARKMAN,
STANLEY, BLUMBERG, 2001 apud MOSMANN, FALCKE, 2011).
Segundo Moura, Gandolfi, Vasconcelos e Pratesi (2009) parceiros íntimos refere-se
ao envolvimento entre homens e mulheres, seja ele o marido (esposa), noivo(a), namorado(a),
ou qualquer outra denominação ou vínculo que remete a isso.
A partir do estudo apresentado no artigo de Mosmann e Falcke (2011) percebe-se que
a maioria dos casais não consideram que alguns tipos de desentendimentos podem ser
exemplos de violência, principalmente no que diz respeito tanto à violência psicológica
quanto física. Isso faz com que os casais sofram de microviolências, que são “agressões mais
sutis que preparam o terreno para o estabelecimento de agressões mais evidentes.”
(MOSMANN, FALCKE, 2011, p.12). Em longo prazo esse tipo de violência que é vivenciada
de forma natural na dinâmica do relacionamento conjugal, pode provocar impacto tanto na
conjugalidade quanto na saúde física e psicológica dos envolvidos.
No que diz respeito à violência entre parceiros é importante entender o “contexto da
violência, a identificação da história da violência, o padrão comunicacional estabelecidos, os
mitos e as crenças envolvidos e o significado que a violência tem para ambos os parceiros”
(ALDRIGHI, 2004, p. 107).
Segundo Heise (1998) apud Anacleto, Njaine, Longo, Boing e Peres (2009), “a
violência entre parceiros íntimos é modulada pela interação de fatores individuais,
situacionais e socioculturais” (p. 805). A autora propõe quatro círculos. O círculo mais interno
abrange as características biológicas, histórico pessoal, ou seja, as características individuais.
O círculo seguinte abrange ao contexto imediato ao qual ocorre a violência. O terceiro círculo
é relacionado às instituições e estruturas sociais da comunidade. E o último refere-se o meio
econômico, social e cultural.
A violência conjugal é presente em várias realidades no mundo, porém ela se
diferencia conforme as crenças que ajudam a manter a violência. Grande número de pesquisas
aponta a uma alta incidência de violência física nos jovens universitários (ALDRIGHI, 2004).
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A violência entre parceiros íntimos abrange uma relação íntima que cause algum dano
físico, psicológico ou sexual para algum dos cônjuges, atualmente é um dos grandes desafios
na área de direitos humanos e políticas públicas. A violência pode ser entendia como um
evento interativo, no qual o homem ou a mulher pode ser a vítima ou o autor. (ANACLETO
et al 2009).
A violência por parceiro íntimo é um tipo de violência baseada no gênero. Gênero é
um conceito “dinâmico, relacional e produto de socialização.” (p.945). Segundo relatório da
OMS, a violência por parceiro íntimo é a forma de violência mais praticada contra mulheres
em espaço privado. O resultado aponta entre 15% e 52% das mulheres experimentaram algum
tipo de violência feita pelo parceiro (MOURA et al,2009).
Antes de se falar sobre o gênero, a mulher não possuía nenhum tipo de apoio e/ou
auxílio. Historicamente era comum a violência ser propagada por gerações e a mulher sofrer
algum tipo de violência pelo seu cônjuge. Atualmente muitas das mulheres que sofrem da
violência psicológica não conseguem deixar seus parceiros, não por uma questão financeira,
pois muitas possuem uma renda devido ao trabalho, mas pelo fato de se encontrarem presas
“na armadilha do abuso psicológico produzida pelo companheiro.” (SOUZA, CASSAB, 2007,
p. 42).
A violência psicológica trata-se de uma violência silenciosa, pois geralmente ela
acontece no espaço intrafamiliar, a vítima geralmente tem a esperança de que não irá
acontecer novamente e que o agressor irá mudar, mas normalmente isso não acontece. As
difamações e os desrespeitos se tornam cada vez maiores e podem dar margem para outro tipo
de violência, como por exemplo a física (MINAYO apud FERREIRA, PIMENTEL, 2008).
A violência psicológica em alguns casos não é fácil de ser identificada, pois “podem
estar associadas a fenômenos emocionais frequentemente agravados por fatores tais como: o
álcool, a perda do emprego, problemas com os filhos, sofrimento ou morte de familiares e
outras situações de crise” (SILVA, COELHO, CAPONI, 2007, p. 97).
Segundo Hirigoyen apud Ferreira (2010), a violência psicológica pode estar presente
em outros tipos de violência, pois além dela interferir na saúde mental, ela também afeta a
integridade física, moral e social. A violência se desenvolve em um ciclo de quatro fases. Na
primeira fase de tensão se caracteriza pelo autor da agressão se tornar mais irritado devido às
suas preocupações e assume uma posição mais hostil e agressiva. Depois vem a fase de
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agressão no qual os gritos, insultos, ameaças, tapas e socos estão presentes. Na terceira fase
ele pede desculpa e coloca a culpa na mulher ou em problemas externos. E na última fase é a
reconciliação, na qual sua parceira acredita em sua mudança. Esse ciclo é voltado para
explicar a violência física, mas pode ser aplicado para entender como a violência psicológica
funciona.
Quando se diz respeito da violência psicológica nos parceiros íntimos, ela contribui
para uma relação de desqualificação do outro e para uma relação de domínio do parceiro. Em
seu estudo Levy e Gomes (2007) apontam que tanto homens e mulheres se especializaram na
violência psicológica e tendem a denegrir a imagem um do outro.
Segundo Silva et al (2007) muitos gestos na violência psicológica são sutis e as
pessoas não percebem a agressão. Com o passar do tempo as atitudes do agressor pode mudar
e as humilhações que antes eram presente só dentro de casa podem expandir-se para
humilhações públicas.
Segundo Souza e Cassab (2007) o meio mais utilizado para controlar a mulher através
da violência psicológica é quando o agressor fala para a parceira que é estúpida,
incompetente, ofedendo-a das piores maneiras possíveis. Consequentemente ela acredita nisso
e perde a sua autoestima e amor próprio, começa a achar-se a pior pessoa do mundo e seu
companheiro está sendo bondoso em ficar com ela.
Para as mulheres que sofrem dessa violência, as constantes ofensas e a tirania
cometida por seu parceiro se torna uma agressão emocional tão grave quanto a violência
física, pois mexe com a confiança em si mesma. O pior da violência psicológica para elas
“não é a violência em si, mas a tortura mental e a convivência com o medo e terror.” (Silva et
al, 2007, p. 99).
Através da literatura observou-se que quando se trata de violência psicológica este
assunto tem um enfoque maior para a mulher sendo a vítima, mas na violência psicológica
tanto a mulher como o homem podem ser perpetradores desse tipo de violência. Segundo
Aldrighi (2004) geralmente as pessoas tem a idéia da mulher como alguém passiva e
desprotegida, por isso é difícil assimilar que a mulher sendo violenta.
Esse tipo de violência causa por si só problemas de cunho emocional e físico. Devido
ao sofrimento psicológico, dores crônicas na cabeça, costas, pernas, entre outros lugares,
síndrome do pânico, tentativa de suicídio, transtornos alimentares podem surgir. Por isso esse
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tipo de violência deve ser entendida e analisada como um problema de saúde pública ( SILVA
et al, 2007).
Segunda Silva et tal (2007) a violência psicológica não atinge somente a vítima, mas
sim a todos que presenciam ou convivem com a situação. Os filhos que presenciam esse tipo
de violência podem reproduzi-la com amigos, irmãos e no futuro com seus parceiros íntimos
4. Objetivo
4.1 Objetivo geral
Identificar a concepção de violência psicológica nas relações de intimidade para homens e
mulheres.
4.2 Objetivo específico
- Identificar as semelhanças e diferenças entre homens e mulheres no sistema de crenças
acerca de atos considerados como violência psicológica.
- Identificar possíveis conexões entre a violência psicológica como precursora da violência
física.
- Identificar como homens e mulheres reconhecem a violência psicológica como um problema
grave no relacionamento afetivo.
5. Método
5.1 Tipo de pesquisa
Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva. Ao fazer um levantamento
bibliográfico notou-se escassez de pesquisas voltada para essa temática, com tema pouco
explorado para a realidade brasileira. Portanto, está em consonância com Gil (1996) ao definir
que a pesquisa exploratória visa aprimorar idéias ou descobrir novos conhecimentos. Também
é uma pesquisa descritiva, pois tem como objetivo identificar a concepção que as pessoas tem
da violência psicológica nos relacionamentos amorosos. Segundo Gil (1996) a pesquisa
descritiva tem como objetivo descrever um fenômeno ou uma população.
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Propõe-se o modelo misto, pois na pesquisa qualitativa existe uma evolução durante a
pesquisa que gera uma maior flexibilidade, aprofundamento e detalhamento dos dados do
fenômeno estudado. Procura através de “observações e análises abertas descobrir tendências e
os processos que explicam o como e o porquê das coisas.” (GRUBITS, NORIEGA, 2004, p.
87)
Segundo Grubits, Noriega (2004) na pesquisa quantitativa a descrição e a explicação
do fenômeno são apresentadas através da manipulação numérica, que é feita através de uma
amostra populacional. A pesquisa mista tende a se beneficiar do que há de melhor em cada
método. Portanto como a presente pesquisa buscará conhecer as tendências no sistema de
crenças, bem como explorá-las de forma mais ampla a partir da expressão mais livre acerca
do modo de pensar dos participantes sobre o fenômeno estudado, pode-se afirmar tratar
também de uma pesquisa do tipo qualitativo.
5.2 Sujeitos
Os colaboradores serão jovens universitários entre 18 a 25 anos que estão cursando
graduação presencial em qualquer área do conhecimento e que já estiveram ou estão em um
relacionamento amoroso há pelo menos 6 meses. A amostra será de 20 homens e 20 mulheres
pelo fato da temática da violência remeter à questão de gênero.
O critério idade encontra suporte nos dados apresentados pelo último censo do MEC
(2011) ao informar que a idade média dos universitários no Brasil é de 21 anos, e encontram-
se na faixa média de 19 a 23 anos.
Além disso, esse período corresponde à fase de jovem adulto proposta por Erikson
(1998). Segundo o autor nessa fase ocorre a definição da identidade e de ter as condições para
estabelecer intimidade com o outro.
5.3 Local
O local da realização do preenchimento do questionário será na Universidade
Presbiteriana Mackenzie.
5.4 Instrumentos
O instrumento utilizado é um questionário (Anexo 1) com perguntas semiabertas que
será respondido anonimamente somente identificando o sexo da pessoa. O questionário foi
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elaborado tendo como base o Conflict Tatics Scales 2 (CTS2). Segundo Moraes, Hasselmann
e Reichenheim (2002) o CTS2 é um instrumento usado para identificar a violência entre
parceiros íntimos, ele faz parte de um conjunto de outros instrumentos utilizados para
identificar a violência na família. As pergunta tiradas desse questionário são aquelas que têm
como foco investigar a violência psicológica. Outras foram formuladas pela autora com base
na fundamentação teórica utilizada neste trabalho visando poder investigar melhor os seus
objetivos.
O instrumento está composto de 3 partes: a primeira parte está relacionado as
características sociais do sujeito de pesquisa, a segunda parte são perguntas que dizem
respeito sobre o relacionamento entre parceiros na relação de namoro e a terceira parte é sobre
o que o sujeito de pesquisa pensa sobre alguns conflitos que podem estar presentes nas
relações de namoro.
5.5 Procedimentos
Após encaminhamento e aprovação da comissão de ética, iniciar-se-ão os contatos
para divulgação da pesquisa, por se constituir amostra de conveniência. Após assinatura do
termo de consentimento com a instituição, os candidatos que manifestarem interesse será
agendado um dia, horário e local para apresentação da pesquisa e possível coleta. No dia do
encontro o objetivo da pesquisa será explicado, o sujeito de pesquisa terá de dez a vinte
minutos para responder as perguntas, sendo apresentados num envelope com duas vias a carta
de apresentação e o termo de consentimento ao sujeito (anexo 2) e o questionário, e com a
anuência o sujeito responderá ao questionário, enquanto a pesquisadora aguardará até o
término. Os sujeitos serão orientados que ao término entreguem no envelope o questionário e
uma via do termo assinado. (Anexo 2).
Os envelopes serão abertos posteriormente pelo pesquisador, separados os termos
assinados, e posteriormente, identificados por um número de protocolo aleatório com vistas a
não identificar os questionários aos sujeitos. Na sequência os dados serão computados e
organizados para posterior análise dos dados.
5.6. Cuidados éticos
O trabalho será enviado ao comitê de ética para a avaliação e aprovação. Partindo do
pressuposto que em toda pesquisa existe um risco mínimo de desconforto para o sujeito
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colaborador, desde o começo da pesquisa será informado ao colaborador que se em algum
momento ele quiser desistir da pesquisa ele poderá fazer isso.
Caso o sujeito de pesquisa sinta-se desconfortável após ou durante o questionário, será
dado o contado da orientadora e também uma lista de locais que dão suporte psicológico
(Anexo 3)
Para proteger a identidade do colaborador no questionário constará somente o campo
de identificação do sexo do sujeito. Da mesma forma para proteger as respostas do
colaborador o questionário deverá ser respondido manualmente e logo após será lacrado pelo
próprio colaborador, o envelope será aberto somente pela autora da pesquisa no dia em que
será feita a análise de dados.
5.7 Análise dos dados
Por se tratar de um estudo quantitativo e qualitativo, a análise será do de análise de
frequência simples dos dados, anteriormente respondidas por homens e mulheres, de acordo
com os princípios da análise descritiva
Além disso, as questões abertas serão analisadas de acordo com o modelo de análise
de conteúdo, critério este decorrente de natureza e da questão, sejam os pressupostos de
análise de conteúdo provenientes de Minayo (2004).
6. Resultados
Antes de serem apresentados os dados cabe mencionar a experiência da coleta de
dados. Esta foi realizada entre os dias 18/02/2013 a 05/03/2013, a capitação da amostra
aconteceu de forma tranquila e de acordo com o proposto no cronograma. Nos dia dos
encontros os sujeitos de pesquisa se mostraram interessados e curiosos com o tema, sendo que
alguns chegaram a perguntar o que seria a violência psicológica ao final do encontro. Ao final
da participação na pesquisa o interesse pelo tema pode ser verificado pela manifestação a
partir de perguntas de esclarecimento sobre a violência psicológica.
Além disso, tiveram relatos de pessoas que estiveram em um relacionamento anterior
conturbado e indicaram ter passado por episódios de violência psicológica, por isso o
interesse pelo tema. Já outras pessoas comentaram que viram uma reportagem acerca do tema,
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o que despertou a curiosidade. Outro comentário foi que já discutiu com os pais sobre o tema
e a questão da humilhação às vezes está muito presente nos relacionamentos, mas que muitas
vezes acaba passando despercebido razão que justifica a importância do tema.
Na sequência apresentam-se os dados obtidos tanto de caracterização da amostra
quanto do problema de estudo proposto. Estes foram calculados por frequências simples e
porcentagem considerando para análise índice de significância p ≤ 0,05. No total participaram
da pesquisa 40 sujeitos, sendo dividido entre 20 homens e 20 mulheres. Possuem idade entre
18 a 25 anos, sendo que 20,0% encontram-se entre 18 a 20 anos, 67,0% entre 21 a 23 anos e
13,0% acima de 23 anos. Ao se tratar da religião 5,0% são evangélicos, 13,0% protestantes,
20,0% espíritas, 25,0% ateus e 37,0% católicos. Em relação a renda familiar 7,0% tem uma
renda entre 2 a 5 salários mínimos, 18,0% entre 5 a 10 salários mínimos, 67,0% entre 10 a 30
salários mínimos, 5,0% entre 30 a 50 salários mínimos e 3,0% acima de 50 salários mínimos.
Em relação a situação de namoro 67,5% estão namorando e responderam o questionário
baseado nesse namoro e 32,5% já namoraram e responderam o questionário baseado nesse
relacionamento anterior.
As perguntas sobre o relacionamento amoroso foram categorizadas em dois blocos.
Um bloco refere-se às situações específicas, subdividido entre relações de perpetração e de
sofrimento de violência. No outro bloco as perguntas abordam situações mais amplas, nas
mesmas categorias acima, ou seja, perpetração e sofrimento.
Nas respostas às perguntas sobre perpetuar atos específicos no relacionamento
amoroso, no geral 25,0% dos entrevistados já insultaram os(as) parceiros(as), 3,0% já
destruíram algo, 55,0% já foram embora no meio de uma discussão, 15,0% já ameaçou acertar
algo, 75,0% já gritou ou berrou e 82,0% já irritou o(a) parceiro(a).
Ao compararmos homens e mulheres, percebem-se algumas discrepâncias em alguns
itens. Em relação a destruir algo do(a) parceiro(a) nenhum homem respondeu ter praticado tal
ato, ao contrário das mulheres que 5,0% afirmaram já ter destruído algo do parceiro. Enquanto
45,0% dos homens disseram que já foram embora da discussão, 65,0% das mulheres admitem
tal fato. No que diz respeito a acertar algo no(a) parceiro(a), 30,0% das mulheres disseram
que sim já os homens nenhum respondeu ter praticado tal ato.
Nas perguntas relacionadas se já sofreu alguns dos atos específicos 31,0% já foram
insultados pelo parceiro(a), 8,0% já tiveram algo destruído pelo parceiro(a), 57,0% dos
16
parceiros(a) já foram embora no meio da discussão, 21,0% o(a) parceiro(a) ameaçou acertar
algo, 64,0% do(a) parceiro(a) gritou ou berrou e 82,0% do(a) parceiro(a) já irritou.
Quando compararmos homens e mulheres, no item se o(a) parceiro(a) já foi embora da
discussão 50,0% homens afirmam que sim enquanto que 70,0% das mulheres alegam tal fato.
Referente ao item se o(a) parceiro(a) já acertou algo 25,0% dos homens disseram que sim,
enquanto para as mulheres o resultado foi de 16,0%. Enquanto 80,0% dos homens dizem que
sua parceira já gritou ou berrou, 47,0% das mulheres afirmam que seu parceiro já fez isso.
Na questão relacionada à identificação de situações mais amplas , na categoria de ter
sofrido a agressão foram: 17,0% disseram que foi o insulto, 9,0% intimidação, 17,0%
constrangimento, 6,0% humilhação, 19,0% chantagem, 6,0% desqualificação, 8,0% ameaça e
4,0% ridicularização. Quando se diferencia homens de mulheres a tendência é a mesma, não
se diferenciando entre si.
Em relação à categoria de perpetração 14,0% responderam ser o insulto, 10,0%
intimidação, 17,0% constrangimento, 6,0% humilhação, 20,0% chantagem, 8,0%
desqualificação, 8,0% ameaça, 4,0% ridicularização.
Ao compararmos homens e mulheres no item do constrangimento enquanto 21,0% dos
homens afirmam tal fato, apenas 13,0% das mulheres assinalaram essa opção. Na questão da
ameaça 16,0% das mulheres disseram que já foram ameaçadas pelos parceiros, já os homens
não registraram nenhuma ameaça.
Nas questões abertas de cunho qualitativo todos responderam e justificaram as
respostas, sendo que no geral na primeira questão 83,0% afirmaram que algum ou alguns dos
atos apresentados no questionário poderiam ser entendidos como violência psicológica entre
parceiros no namoro, enquanto que 17,0% responderam que não.
Quando comparamos homens e mulheres na primeira questão, 75,0% dos homens
responderam que sim enquanto que 90,0% das mulheres afirmaram que algum ou alguns dos
atos apresentados no questionário poderiam ser entendidos como violência psicológica entre
parceiros no namoro.
Em relação à segunda questão no geral 97,0% acham que violência psicológica entre
casais é considerado um problema, enquanto que 3,0% disseram que não. Comparando
17
homens e mulheres nessa questão, 95,0% dos homens concordam com isso enquanto que
100,0% das mulheres responderam que sim.
As justificativas de ambas as questões foram categorizadas de acordo com o conteúdo.
A primeira questão era se pessoa considerava algum ou alguns dos atos apresentados no
questionário poderiam ser entendidos como violência psicológica entre parceiros no namoro.
No geral 40,0% das justificativas foram de cunho pessoal, 20,0% por agravar o
relacionamento, 17,5% foram respostas relativistas, 12,5% relacionadas ao respeito do outro,
7,5% como forma de controle, 5,0% como um jogo de poder, 2,5% como uma forma de
destruir a relação e 2,5% de negação.
Comparando as justificativas dos homens e das mulheres nesta questão, 30,0% da
justificativa tanto dos homens quanto das mulheres eram de cunho pessoal, 20,0% da
justificativa dos homens e das mulheres eram como forma de agravar o relacionamento,
20,0% dos homens responderam de forma relativista enquanto 15,0% das respostas das
mulheres teve esse conteúdo, 5,0% dos homens justificaram como forma de respeito ao outro
já a resposta das mulheres foi de 20,0%, 10,0% das respostas das mulheres foram como forma
de controle já os homens não responderam com tal conteúdo, 5,0% dos homens e das
mulheres responderam como um jogo de poder, 5,0% dos homens responderam como forma
destruir a relação já as mulheres não responderam com tal conteúdo e 5,0% dos homens
responderam como uma negação, já nas respostas das mulheres não apareceu esse tema.
Com relação à segunda questão dissertativa que perguntava se a pessoa considera a
violência psicológica entre casais um problema, no geral 32,5% justificaram como uma forma
de agravar o relacionamento, 12,5% responderam que podem gerar consequências, 10,0%
consideram a violência psicológica como uma forma de agressão, 10,0% foram relativistas,
7,5% como uma forma de poder, 7,5% justificaram que pode destruir a relação, 5,0% que
existe um limite, 5,0% que faz parte do relacionamento e 5,0% sobre o respeito ao outro.
Comparando as respostas dos homens e das mulheres, 20,0% dos homens
responderam que podem agravar o relacionamento já 45,0% mulheres responderam com esse
conteúdo, para 10,0% homens a justificativa foi de gerar consequências enquanto que 15,0%
das mulheres justificaram dessa forma, tanto 10,0% dos homens quanto das mulheres
justificaram como uma forma de agressão, 10,0% das respostas dos homens e das mulheres
foram de forma relativistas, 10,0% dos homens responderam como uma forma de poder já as
respostas das mulheres foi de 5,0%, 5,0% dos homens e das mulheres responderam que existe
18
um limite, o mesmo percentual foi encontrado em respostas de homens e mulheres quando a
justificativa foi que faz parte do relacionamento e sobre o respeito ao outro.
7 . Análise e Discussão
Primeiramente cabe ressaltar a qualidade da amostra obtida, pois do total de 40
participantes houve uma distribuição de forma homogênea entre homens e mulheres em uma
faixa etária dos 18 aos 25 anos, que era a população alvo da presente pesquisa. Esta
categorização corresponde às características da população universitária apresentada no último
censo universitário do MEC (2011), em que a maioria dos alunos que frequentam o ensino
superior encontra-se a faixa etária de 18 a 24 anos, de forma que se pode concluir que a
presente amostra representa o jovem universitário paulista em termos de faixa etária.
A única exceção em relação à amostra refere-se à proporção de homens e mulheres,
que no caso da presente pesquisa não há diferença de representação, ou seja, número igual
para homens e mulheres (20 de cada um), uma vez que a amostra foi de conveniência.
De acordo com o resultado do censo da educação superior de 2010, a proporção é um
pouco diferente, ou seja, 57,0% dos jovens universitários são mulheres e 43,0% são homens.
Tal fato dos dados, refere-se à amostra de conveniência, em que a pesquisa fala com o método
quanto a busca de participantes de homens e mulheres, mas encontra-se nenhuma dificuldade
para tal. Razão pela qual se justifica tal diferença e que não deixa de ser representado o jovem
universitário paulista.
Os participantes encontram-se distribuídos principalmente economicamente em uma
faixa de classe média a classe média alta, o que é esperado de estudantes de uma universidade
privada no Brasil. Segundo o MEC (2011) a maior parte de estudantes entre 18 a 24 anos
encontram-se a partir de uma classe média.
Primeiramente na nossa análise será considerado o resultado para quem perpetrou,
sofreu e para quem perpetrou e sofreu. Na categoria de perpetrador atos de gritar e irritar o
parceiro, a chantagem e o constrangimento, que são as mesmas para quem sofreu a agressão.
Desta forma verifica-se uma mutualidade entre o perpetuador e quem sofreu a agressão, ou
seja, a pessoa que sofre essas agressões também a devolve.
19
Os atos de gritar, irritar o parceiro, chantagem e constrangimento os resultados são
mais prevalentes (tanto para homens quanto para mulheres, 70% e 85%, aproximadamente).
Na categoria de sofrer o ato de irritar é o mais prevalente tanto para o homem quanto para a
mulher (85% e 80%). Já ir embora da discussão é mais prevalente para o grupo feminino
(70%) quando comparado com o masculino (50%), por outro lado o gritar ou berrar foi mais
prevalente para homens (80%) quando comparado com as mulheres.
O que se destaca em modalidade de agressão psicológica é o tipo de violência verbal,
mais frequente também na categoria de perpetuador quanto na de sofrer a violência. Além
disso, ressalta-se que para as mulheres há um reconhecimento maior de perpetrar agressão
verbal, enquanto que os homens se reconhecem como agredidos verbalmente. Enquanto para
as mulheres a agressão mais expressa que se diferenciam dos homens é a retirada da
discussão, como pode ser visto na tabela 1.
Segundo Souza e Cassab (2007) a forma mais comum da violência psicológica
provocada pelo homem é através da agressão verbal, na qual ele desqualifica a parceira, o que
pode ser observado nos dados da tabela 1. Porém esse dado não se refere somente aos
homens, mas tanto para homens e mulheres que perpetuam esse tipo de agressão.
Homem Mulher
Perpetrador
Ir embora da discussão 45% 65%
Gritar 70% 80%
Irritar 70% 90%
Sofreu
Ir embora da discussão 50% 70%
Gritar ou berrar 80% 47%
Irritar 85% 80% Tabela 1. Situações específicas da violência psicológica
Segundo Watzlawick (2007) as relações simétricas e complementares ocorrem nos
relacionamentos, porém quando há uma cristalização destas é que ocorre uma comunicação
patológica, na qual as partes ficam em um círculo vicioso. Ele também cita ao conceito do
duplo vínculo presente nas trocas de mensagens, que também é considerado um paradoxo
comunicacional.
Os dados mostram que as mulheres tendem a gritar e irritar mais os homens, e como
resposta os homens saem da discussão. Se esse é o modo de resolução de conflitos para a
grande maioria dos homens e mulheres, isso dá margem para a violência psicológica. Uma
20
vez que tanto a comunicação simétrica e complementar está desintegrada e existe mais uma
rejeição do outro do que uma relação onde eu consigo aceitar o outro e respeitá-lo.
Quando se compara homens e mulheres perpetuadores, ambos também gritam,
insultam, chantageiam e constrangem mais os parceiros. Já em relação aos homens e mulheres
que sofreram a violência, enquanto que os homens sofrem mais da agressão verbal, para as
mulheres são os parceiros que a irritam e vão embora da discussão. Isso demonstra que
enquanto as mulheres cometem mais a agressão verbal nos seus parceiros, os homens tem
como resposta irem embora no meio dessa discussão.
Outro resultado que merece destaque é o reconhecimento da agressão quanto a autoria,
ou seja, quem foi o responsável por ter provocado o ato. Na tabela 2, verifica-se a diferença
entre homens e mulheres para qualquer um dos atos.
Geral Homem Mulher
PROVOCADO PELO PARCEIRO
Insulto 17% 15% 16%
Intimidação 9% 6% 13%
Constrangimento 17% 19% 21%
Humilhação 6% 7% 8%
Chantagem 19% 17% 18%
Desqualificado 6% 7% 8%
Ameaça 8% 12% 12%
Ridicularizado 4% 2% 2%
N.d.a. 14% 10% 10%
PROVOCADO PELA PESSOA
Insulto 14% 15% 13%
Intimidação 10% 6% 13%
Constrangimento 17% 21% 13%
Humilhação 6% 3% 8%
Chantagem 20% 25% 15%
Desqualificado 8% 6% 11%
Ameaça 8% 0% 16%
Ridicularizado 4% 6% 3%
N.d.a. 13% 18% 8% Tabela 2. Situações abrangentes sobre a violência psicológica
Este resultado associado com os valores de perpetrador e sofrer apresentados acima
conduzem a identificar a mutualidade das agressões entre homens e mulheres. No estudo feito
por Levy e Gomes (2007) o resultado aponta que tanto os homens quanto as mulheres
21
praticam a violência psicológica, principalmente no que diz respeito a denegrir a imagem do
outro.
Segundo Aldrighi (2004) as pessoas relacionam a mulher como uma pessoa passiva e
desprotegida, por isso na literatura existe um grande número de pesquisas com o enfoque da
mulher como vítima da violência. Se as pessoas achavam que a mulher era representante do
sexo frágil e de que ela não tinha meios de se defender contra a violência cometida pelo seu
parceiro, através da presente pesquisa percebe-se uma situação de mutualidade entre homens e
mulheres, onde ambos perpetuam e sofrem a violência. Ou seja, a mulher sai de uma posição
mais omissa e passa a ser ativa na violência.
Notou-se que do item de destruir e acertar algo as mulheres são quem perpetuam esse
tipo de ação, com 5,0% e 30,0% respectivamente, sendo que nenhum dos homens refere-se ter
praticado tal ato. Sendo que ao compararmos homens e mulheres que sofreram a violência,
tanto homens e mulheres apontam que seus parceiros já destruíram algum objeto (10,0% e
5,0%) e já acertaram algo em seu parceiro (25,0% e 16,0%). O que conduz a pensar se tais
atos podem ser precursores da violência física futura nos relacionamentos afetivos.
Em relação às questões dissertativas, a primeira questão refere-se se as pessoas
consideravam algum ou alguns doas atos como violência psicológica a grande maioria e a
segunda questão é se elas consideram a violência psicológica entre casais um problema,
ambas as justificativas foram classificadas de acordo com o conteúdo, como já foi dito
anteriormente.
Na primeira questão 75,0% dos homens entendem que alguns dos atos citados no
questionário podem ser entendidos como violência psicológica, enquanto que 90,0% ds
mulheres entendem isso. Para Silva et al (2007) muitos gestos da violência psicológica podem
ser sutis, por isso muitas pessoas não a reconhecem.
As justificativas que relatavam experiência pessoais dos atos que foram citados foi a
grande maioria tanto nas respostas no geral (40,0%) como para os homens (30,0%) e
mulheres (30,0). Para Aldrighi (2004) é importante entender o contexto no qual a violência
aconteceu, o padrão comunicacional para que assim se possa entender melhor a violência
entre os parceiros íntimos. Talvez por isso a grande maioria das justificativas foi de cunho
pessoal, as pessoas quiseram explicar como funciona o relacionamento, em que circunstâncias
ocorreram, para que se pudesse entender melhor.
22
No conteúdo de respeito 5,0% dos homens justificaram com tal tema, já as mulheres
foram 20,0%. Enquanto 5,0% dos homens responderam como uma forma de conter a
violência psicológica para não destruir o relacionamento, nenhuma das mulheres
mencionaram tal temática. Quando a justificativa é uma forma de negação enquanto 5,0% dos
homens responderam de tal maneira nenhuma resposta das mulheres menciona esse conteúdo,
como pode ser visto na tabela 3.
Nota-se que violência psicológica pode ser entendida para os homens como uma forma
de destruir o relacionamento, da mesma forma que alguns negam que exista violência
psicológica. Para Mosmann e Falcke (2011) muitos casais não consideram alguns
desentendimentos como tipos de violência, principalmente no que se diz respeito à violência
psicológica e física, que pode gerar nos casais em longo prazo uma dinâmica natural.
Geral Homem Mulher
Questão 1
Pessoal 40% 30% 30%
Agravar 20% 20% 20%
Relativismo 17,50% 20% 15%
Respeito 12,5% 5% 20%
Controle 7,50% 10% 5%
Jogo de poder 5,00% 5% 5%
Destruir a relação 2,50% 5% 0%
Negação 2,50% 5% 0%
Questão 2
Agravar 32,50% 20% 45%
Consequência 12,50% 10% 15%
Agressão 10% 10% 10%
Relativismo 10% 10% 10%
Poder 7,50% 10% 5%
Destruir a relação 7,50% 10% 5%
Limite 5% 5% 5%
Faz parte do relacionamento 5% 5% 5%
Respeito 5% 5% 5% Tabela 3. Respostas das questões dissertativas
Em relação à segunda questão enquanto todas as mulheres reconhecem a violência
psicológica entre casais um problema, 95,0% dos reconhecem tal fato. A grande maioria das
justificativas tanto para homens (20,0%) quanto para mulheres (45,0%), relacionaram que a
violência psicológica pode agravar o relacionamento.
23
8. Conclusão
A presente pesquisa teve como objetivo identificar a concepção de violência psicológica nas
relações de intimidade para homens e mulheres e identificar possíveis conexões entre a
violência psicológica como precursora da violência física.
Com base na análise dos resultados obtidos, evidencia-se que tanto homens e mulheres
identificam atos que podem ser considerados como violência psicológica e que este pode,
muitas vezes, ser avaliado um problema no relacionamento afetivo-sexual.
Quando comparamos as perspectivas do perpetrador e de quem sofreu a violência, a
violência verbal é a modalidade de agressão psicológica mais presente entre os parceiros.
Ressalta-se o fato de que as mulheres se reconhecem mais como perpetradoras da agressão
verbal, enquanto que os homens se reconhecem como agredidos verbalmente.
Notou-se também que a uma mutualidade está presente entre os parceiros, ou seja,
homens e mulheres identificam-se como perpetradores e como quem sofre a violência, Desta
forma se antes a mulher era vista como um ser passivo e frágil, pode-se pensar uma mudança
de da pesquisa da mulheres no relacionamento, em que sai de uma posição mais passiva para
uma mais atuante. Tal fato remete a pensar que a situação é paradoxal, pois ao mesmo tempo
em que sai da posição passiva para agressiva, não só alimenta a relação permeada pela
violência, mas também potencializa o poder de dano. Isto se justifica pelas estatísticas que
apontam os danos físicos decorrentes das agressões são muito maiores para as mulheres, e que
não se pode esquecer, na maioria das vezes, das diferenças de constituição física entre homens
e mulheres.
Ainda, se considerar que a mutualidade de violência identificada é referida por
parceiros na relação de namoro, fase considerada como a da paixão e do amor pleno, como
também a que antecede a consolidação da relação de conjugalidade, cabe refletir sobre o
impacto ao longo do ciclo vital, principalmente, ao evoluir para uma relação de
conjugalidade em que os conflitos se intensifica.
Outro ponto de destaque refere-se ao ato de destruir e acertar algo no(a) parceiro(a)
que apresentou resultados significativos, o que conduz a pensar se tais atos podem ser
precursores da violência física nos relacionamentos afetivos-sexuais, ainda mais
considerando-se que na conjugalidade a fase da paixão não é mais o alicerce da relação.
24
É importante ressaltar o fato de que a violência psicológica entre parceiros íntimos
ocorre no meio intrafamiliar, o que dificulta a sua identificação e consequentemente a
prevenção. Isso pode gerar no relacionamento malefícios que podem se perpetuar não só
nesse relacionamento, mas em outros relacionamentos além de pode trazer consequências à
saúde física e mental de seus membros.
9. Cronograma
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Divulgação da pesquisa X X
Contato com os colaboradores X X
Aplicação do questionário X X
Análise do questionário X X
Elaborar os resultados X
Discussão dos resultados X X
Conclusão X X
Apresentação X
10. Referências
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universitários do Estado de São Paulo. Psicologia teoria e prática, v. 6, n.1, p. 105-120, São
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fatores associados à violência entre parceiros íntimos: um estudo de base populacional em
Lages, Santa Catarina, Brasil, 2007. Caderno Saúde Pública, v.25,n.4, p.800-808. Rio de
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-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Brasil, 2011. Disponível em:
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sao-maioria-entre-os-universitarios-revela-o-censo&catid=212&Itemid=86. Acesso em:
02/11/2012.
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Violências contra mulheres por parceiro íntimo em área urbana economicamente vulnerável,
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- WATZLAWICK, P.; BEAVIN, J. H.; JACKSON, D.D.; CABRAL,A. Pragmática da
comunicação humana: um estudo dos padrões, patologias e paradoxos da interação. São
Paulo: Cultrix, 2007. 263 p.
27
ANEXOS
ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO
Este questionário denominado de “Discutindo relacionamentos amorosos" tem a
finalidade de conhecer o que você pensa a respeito dos relacionamentos afetivos entre
parceiros íntimos, seus conflitos e formas de funcionamento. Para tanto, solicitamos que
responda as questões, de acordo com o que mais se aproxima de sua forma de pensar,
portanto não existem respostas certas ou erradas. Agradecemos a sua colaboração.
Parte I – Característica social
Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
Idade:____________________________
Renda familiar mensal: _______________________
Religião:___________________________
Namoro:
( ) nunca namorou
( ) namoro atualmente há mais de 6 meses
( ) namorei anteriormente com duração de mais de 6 meses
Parte II – Você e seu relacionamento de namoro
Esta parte corresponde às questões que dizem respeito ao relacionamento entre parceiros na
relação de namoro. Assinale a(s) alternativa(s) que responde aquilo que mais se aproxima da
sua forma de pensar e do que já foi vivenciado no seu relacionamento de namoro. Portanto
você deverá responder referente ao namoro atual com duração de mais de 6 meses ou de um
relacionamento anterior com duração de de 6 meses ou mais.
Você deverá responder as questões que se seguem a partir do relacionamento que você define
como o que mostrará as suas respostas. Portanto você responderá sobre:
( ) namoro atual ( ) namoro anterior
1. Alguma vez você já
28
a) Chamou seu(sua) companheiro(a) de gordo(a), feio(a), ou alguma coisa parecida?
( ) Sim ( ) Não
b) Destruí alguma coisa do seu(sua) companheiro(a) de propósito?
( ) Sim ( ) Não
c) Foi embora no meio de uma discussão?
( ) Sim ( ) Não
d) Falou que companheiro(a) é “ruim de cama”?
( ) Sim ( ) Não
e) Ameaçou acertar ou jogar algo no seu(sua) companheiro(a)?
( ) Sim ( ) Não
f) Gritei ou berrei com o meu(minha) parceiro(a)?
( ) Sim ( ) Não
g) Fiz algo para irritar o(a) meu(minha) parceiro(a)?
( ) Sim ( ) Não
2. Alguma vez seu(sua) parceiro(a)
a) Chamou seu(sua) companheiro(a) de gordo(a), feio(a), ou alguma coisa parecida?
( ) Sim ( ) Não
b) Destruí alguma coisa do seu(sua) companheiro(a) de propósito?
( ) Sim ( ) Não
c) Foi embora no meio de uma discussão?
( ) Sim ( ) Não
d) Falou que companheiro(a) é “ruim de cama”?
( ) Sim ( ) Não
e) Ameaçou acertar ou jogar algo no seu(sua) companheiro(a)?
( ) Sim ( ) Não
f) Gritei ou berrei com o meu(minha) parceiro(a)?
29
( ) Sim ( ) Não
g) Fiz algo para irritar o(a) meu(minha) parceiro(a)?
( ) Sim ( ) Não
3. Marque qual(is) ato(s) você vivenciou no seu relacionamento que foram provocados
pelo seu(sua) parceiro(a) no seu relacionamento amoroso. Você pode marcar mais de
uma alternativa
( ) Insulto ( ) Humilhação ( ) Ameaça
( ) Intimidação ( ) Chantagem ( ) Ridicularizada(o)
( ) Constrangimento ( ) Desqualificada(o) ( ) Nenhuma das
alternativas
4. Marque qual(is) ato(s) você vivenciou no seu relacionamento que foram provocados
por você no seu relacionamento amoroso. Você pode marcar mais de uma alternativa
( ) Insulto ( ) Humilhação ( ) Ameaça
( ) Intimidação ( ) Chantagem ( ) Ridicularizada(o)
( ) Constrangimento ( ) Desqualificada(o) ( ) Nenhuma das alternativas
Parte III – O que você entende
Nessa parte gostaríamos de conhecer o que você pensa a respeito de alguns conflitos e
problemas que podem estar presentes nas relações de namoro.
1. De tudo que você respondeu até agora, você considera que algum ou alguns dos atos
apresentados nas questões anteriores poderiam ser entendidos como violência
psicológica entre parceiros no namoro?
( ) Não ( ) Sim
Justifique:
________________________________________________________________________
30
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2. Você considera que a violência psicológica entre casais é um problema?
( ) Não ( ) Sim
Justifique:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
31
ANEXO 2
CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DE PESQUISA
Esta pesquisa tem como intuito identificar o que os jovens pensam sobre o relacionamento
afetivo com o parceiro no namoro, seus conflitos e dilemas. Os dados para o estudo serão
coletados por meio de uma aplicação de um questionário semiestruturado, que será
respondido no local estabelecido e depois será lacrado em um envelope. O material será
analisado posteriormente, garantido sigilo absoluto sobre as questões respondidas. Para tal
solicitamos sua autorização para a realização dos procedimentos previstos. O contato
interpessoal e a realização dos procedimentos oferecem riscos físicos e/ou psicológicos
mínimos aos participantes. As pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo
desistir a qualquer momento. Em eventual situação de desconforto, os participantes poderão
cessar sua colaboração sem consequências negativas. Todos os assuntos abordados serão
utilizados sem a identificação dos participantes e instituições envolvidas. Quaisquer dúvidas
que existirem agora ou a qualquer momento poderão ser esclarecidas, bastando entrar em
contato pelo telefone abaixo mencionado. Ressaltamos que se trata de pesquisa com
finalidade acadêmica, referida à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, que os
resultados da mesma serão divulgados em publicação e eventos científicos obedecendo ao
sigilo, sendo alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação de participantes,
instituições ou locais que permitam identificação. De acordo com estes termos, favor assinar
abaixo. Uma cópia deste documento ficará com o participante da pesquisa e outra com o(s)
pesquisador(es). Obrigado.
...................................................................... .............................................................
Pesquisadora: Karim Naomi Watanabe Orientadora: XXXXXXXX
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Telefone:
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)
____________________________________,sujeito de pesquisa, após a leitura da CARTA
DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA, ciente dos procedimentos propostos, não
restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que
o(a) senhor(a), a qualquer momento, poderá retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo
trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional.
São Paulo,....... de ..............................de..................
_________________________________________
Assinatura do sujeito
32
ANEXO 3 – LISTA DE LOCAIS DE APOIO PSICOLÓGICO
- Contato da orientadora: Tânia Aldrighi
E-mail: [email protected]
- Clínica Psicológica PUC
Rua Monte Alegre, 961 - Perdizes - São Paulo - SP
Fone: (11) 3670-8040 ou 3670-8041
Horário de atendimento: 2ª à 6ª feira das 9h às 20h
- Clínica Psicológica Instituto SEDES Sapientiae
Rua Ministro Godoi, 1484 – Perdizes – São Paulo – SP
Fone: (11) 3866-2735
Horário de atendimento: 2ª à 6ª das 7h às 21h, Sábado 8h às 12h
E-mail: [email protected]
33
ANEXO 4 – CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO
CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO
Esta pesquisa tem como intuito identificar o que os jovens pensam sobre o relacionamento
afetivo com o parceiro no namoro, seus conflitos e dilemas. Propõe-se a aplicação de um
questionário denominado “Discutindo relacionamento amorosos”, com perguntas objetivas e
abertas, a ser aplicado para jovens universitários, universitários entre 18 a 25 anos que estão
cursando graduação presencial em qualquer área do conhecimento e que já estiveram ou estão
em um relacionamento amoroso há pelo menos 6 meses. Para tanto, solicitamos a autorização
da instituição universitária para divulgação e coleta de dados junto aos jovens interessados em
contribuir com o estudo. A partir da anuência da instituição será combinada a forma de
divulgação e convite para a participação como sujeito voluntário de pesquisa em dia, horário e
local previamente definido e autorizado pela instituição. No dia do encontro o objetivo da
pesquisa será explicado, o sujeito da pesquisa terá de dez a vinte minutos para responder um
questionário semiestruturado sendo apresentado um envelope com duas vias da carta de
apresentação e o termo de consentimento ao sujeito, e com a anuência o sujeito responderá ao
questionário, enquanto a pesquisadora aguardará até o término. Os sujeitos serão orientados
que ao término entreguem no envelope o questionário e uma via do termo assinado. O contato
interpessoal e a realização dos procedimentos oferecem riscos físicos e/ou psicológicos
mínimos aos participantes e à instituição. As pessoas não serão obrigadas a participar da
pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de desconforto, os
participantes poderão cessar sua colaboração sem consequências negativas para si ou para a
instituição. Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos
colaboradores e instituições envolvidas. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer
momento poderão ser esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo
mencionado. Ressaltamos que se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referente a
Trabalho de Conclusão de Curso, que os resultados da mesma serão divulgados em
publicação e eventos científico, obedecendo ao sigilo, sendo alterados quaisquer dados que
possibilitem a identificação de participantes, instituições ou locais que permitam
identificação. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste documento
ficará com a instituição e outra com o(s) pesquisador(es). Obrigado.
...................................................................... .............................................................
Karim Naomi Watanabe Tânia Aldrigh
Telefone:
34
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)
____________________________________, representante da instituição, após a leitura da
Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando
quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que a
instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer momento, retirar seu
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da
pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada
por força do sigilo profissional.
São Paulo,....... de ..............................de..................
_________________________________________
Assinatura do representante da instituição