VIII Ciclo De Conferências em Economia Social 2018 futuro...metade do século XX, é sem margem de...
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VIII Ciclo De Conferências
em Economia Social 2018
Revelador de profundas transformações sociais associadas
à evolução científica, tecnológica, económica, social e
cultural.
Acompanha a construção de sociedades de bem-estar,
favoráveis ao desenvolvimento humano sustentado naconsolidação dos direitos humanos e sociais.
O aumento da esperança de vida, constante e
persistente, verificado sobretudo a partir da segundametade do século XX, é sem margem de dúvida, uma
conquista civilizacional.
Território de questionamento do próprio devir dasociedade e de cada um, sujeito do seu futuro,na procura de saber o impacto destastransformações no ciclo de vida, na gestão dasidades e na própria organização social.
Que futuro para o envelhecimento, enquanto destino colectivo?
Que soluções inovadoras poderão encontrar as instituições?
“A expansão do envelhecer não é um
problema. É sim uma das maiores
conquistas da humanidade. O que é
necessário é traçarem-se políticas
ajustadas para envelhecer são,
autónomo, activo e plenamente
integrado. A não se fazerem reformas
radicais, teremos em mãos uma
bomba relógio a explodir em qualquer
altura”. (ex, secretário geral das
Nações Unidas, Kofi Annan, 2002)
Uma de carácter mais positivo› Pessoa idosa como detentora de conhecimento
e experiência acumuladas ao longo de vários
anos e que chegou a uma fase da vida em que
lhe é possível organizar a sua vida de forma mais
livre de acordo com as suas preferências, em
pleno exercício da sua cidadania;
Outra de carácter mais negativo› A pessoa idosa é encarada como vulnerável
física, mental e socialmente e a quem é retirada
autonomia (agismo/idadismo)
Olhar para o fenómeno do envelhecimento como uma conquista civilizacional e para as pessoas mais velhas como:› uma mais-valia
› um potencial de conhecimento e experiência
› um grupo social extraordinariamente heterogéneo, com biografias, expectativas, necessidades e interesses diferentes.
Envelhecimento como um processo de desenvolvimento,
de aprendizagens e de possibilidades.
Envelhecimento como um processo de desenvolvimento,
de aprendizagens e de possibilidades.
Oportunidade de viver muitos anos com potencial qualidade de vida
Realizar novos projectos ou de dar continuidade a velhos projectos
De conviver com as gerações mais jovens e de conhecer os netos
Libertação do stress do trabalho
De usufruir de tempo livre –lazer, cultura, desporto, formação…
Os mais velhos no espaço das trocas familiares /
papel dos avós
Contributos para o quotidiano dos parentes
mais próximos: ajudas financeiras (mais ou menos substanciais)
apoio emocional
cuidados aos netos
provisão de alojamento
prestação de serviços
ajuda na realização de tarefas domésticas
transmissão de valores e de saberes
Oportunidade de relações intergeracionais
› Valorizar experiências e saberes das diferentes gerações
› Reconhecer a diversidade de interesses e de ritmos
› Atenuar tensões/conflitos intergeracionais e leva ao reconhecimento/construção de afinidades
› Deve ser incentivada de forma consistente e regular, evitando-se iniciativas pontuais e descontextualizadas.
Potenciar contributos dos mais velhos -
Aproveitamento de experiência e saberes
Nos contextos informais (família e redes informais)
Em projectos educativos intergeracionais
Nas empresas (consultadoria)
Através de projectos de voluntariado e do
associativismo
Colocando os seus recursos à disposição de outros
(exemplo: coabitação intergeracional)
Oportunidade de proliferação de áreas de negócio inovadoras, desmistificando a ideia da pessoa idosa como “peso” ou “custo” para os sistemas, mas como cliente de serviços e que, enquanto tal, gera dinamismo na economia e gera, direta e indiretamente, riqueza.
Exponencial aumento de ofertas na área dos cuidados às pessoas idosas
Os números expressivos, relativos à população idosa, indicam que investir num negócio direcionado para este público grisalho é uma aposta de e com futuro.
No geral, este é um nicho de mercadobastante atractivo pois as pessoas idosas são e serão cada vez em maior número, mas também cada vez mais informadas e mais exigentes, dando mais importância ao bem-estar e ao lazer, à atividade física e ao autocuidado.
Sector da prestação de cuidados
Turismo
Informática
Desporto e bem-estar
Estética
Vestuário, calçado
Alimentação
Educação
Saúde
Reabilitação
Ajudas técnicas/produtos de apoio.
(…)
Área da formação especializada em
Gerontologia e Geriatria, enquanto campo de
oportunidade de negócio em vários níveis de
formação distintos:
› formação para pessoal auxiliar, técnicos e dirigentes;
› formação de nível superior (licenciaturas, pós-
graduações, mestrados e doutoramentos);
› consultoria técnica, supervisão;
› investigação.
Criação de novos espaços profissionais (saúde,
lazer, desporto, educação, etc.)
Seja qual for a área a intervir, a pessoa
idosa deve ser valorizada como sujeito
ativo na construção do seu quotidiano e
do seu projecto de vida e como tal, as
suas necessidades, aspirações, interesses
e expectativas devem ser valorizadas e a
sua opinião ouvida e tomada em
consideração.
Como
fazê-lo?
Como
fazê-lo?
Não centrar-se sobre si próprio;
Abrir-se à comunidade criando mecanismos de interacçãocom esta;
Adoptar princípios orientadores, comuns a todos os que nela colaboram;
“Desmontar” as respostas sociais típicas
Rever legislação / normativos;
Necessidade de uma revitalização ideológica e política do exercício da solidariedade;
Intervenção territorializada / empoderadora e emacipatória(incentivo à participação activa);
Requalificação da intervenção social não apenas ao nível dos processos, mas sobretudo ao nível da qualificação dos recursos humanos;
Ter atenção ao perigo de misoneísmo e aos comportamentos
profissionais herméticos.18
Ter atenção ao risco de uma padronização excessiva da
intervenção profissional;
Manter uma atitude de vigilância permanente à produção
desta área (atitude auto formativa, formação ao longo da
vida);
Posicionamento face ao voluntariado – lugar e forma –
complementaridade e não substituição da intervenção
profissional
Centrar a intervenção social num sentido mais emancipatório
e menos paliativo;
Pensar novas respostas para novos públicos com novos perfis;
Posicionamento claro em relação a todas as formas de
violência institucional;
Atitude pró-activa e que actue nas causas dos problemas e
não (apenas) nas suas consequências.
Carla Ribeirinho
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Seja qual for a sua condição, a pessoa
idosa deve ser valorizada como sujeito
ativo na construção do seu quotidiano e
do seu projecto de vida e como tal, as
suas necessidades, aspirações, interesses
e expectativas devem ser valorizadas e a
sua opinião ouvida e tomada em
consideração.
Carla Ribeirinho
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Intervenção social
Justiça social
Bem-estar social
Equidade
Cidadania
Solidariedade
Direitos humanos
Democracia
Qualidade
O maior desafio que se coloca às instituições e aos profissionais é efectivamente o da inovaçãoe da qualificação do seu desempenho, alterando atitudes, comportamentos e modelos de actuação.
Tudo isto….
› Com formação contínua
› Com supervisão profissional
› Com trabalho interdisciplinar, em parceria/rede
› Com humanismo!Carla Ribeirinho
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Reconhecer o direito a um envelhecimento com
dignidade é uma questão de respeito pelos
direitos mais fundamentais do ser humano, e tal,
passa pela criação e dinamização de respostas
sociais e de saúde diversificadas, reforçando e
revitalizando a ação de diversos agentes que
possam satisfazer a imensa heterogeneidade da
população idosa – Estado, Mercado e Sociedade
Civil – ninguém se pode excluir deste desafio
inexorável das sociedades modernas.
Que a longevidade não seja vista
como peso e ameaça, mas como dom
e riqueza para o verdadeiro progresso
humano.
Necessidade de uma atitude de vigilância
permanente e crítica face às
transformações da sociedade e ao
agravamento dos factores de
desigualdade e exclusão para defender,
de forma intransigente, os direitos que
levaram séculos a conquistar e que a cada
dia que passa são alvo de ataque e feroz
devastação.
“A utopia está lá no horizonte. Aproximo-me dois passos, ela afasta-se dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Eduardo Galeano (jornalista e escritor uruguaio)
Grata pela vossa atenção!