Vida de Almeida Garrett_JOAOFARIA
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Vida de Almeida GarrettJoão Baptista da Silva Leitão, a que só depois acresceram os apelidos com
que senotabilizou (Almeida Garrett), nasce a 4 de Fevereiro de 1799 numa
casa da velha zona ribeirinha do Porto, não longe da alfândega onde o pai
possuía o cargo de selador-mor.
A 10 de Fevereiro é baptizado na igreja de Stº Ildefonso. Filho segundo, entre
cinco irmãos, de António Bernardo da Silva e de Ana Augusta de Almeida
Leitão, família burguesa ligada à actividade comercial e proprietária de terras
na região portuense e nas ilhas açorianas.
Em 1809 parte com a família para os Açores, antes que as tropas de
Soult entrassem no Porto.
Em 1821 vai para Coimbra e matricula-se no curso de Direito.
Em 1823, após a subida ao poder dos absolutistas, é obrigado a exilar-se em
Inglaterra onde inicia o estudo do romantismo, movimento artístico-literário
então já dominante na Europa.
Regressa em 1826 e passa a participar na vida política aplicando-se em
trabalhos políticos que fixaram as bases de doutrinação liberal por que irá
pautar toda a sua posterior carreira de «homem público».
No entanto em 1828 é obrigado a exilar-se novamente depois da contra-
revolução de D. Miguel. No entanto, o escritor encontra na circunstância
penosa do exílio uma oportunidade intelectualmente vantajosa. A permanência
em França e Inglaterra permitiu-lhe conhecer o movimento cultural europeu,
na sua dimensão artística e ideológica.
Em 1832, na Ilha Terceira, incorpora-se no exército liberal de D. Pedro IV
e participa no cerco do Porto. Exerceu funções diplomáticas em Londres,
em Paris e em Bruxelas. Após a Revolução de Setembro (1836) foi Inspector-
geral dos Teatros e fundou o Conservatório de Arte Dramática e o Teatro
Nacional.
Em 1851 regressa ao Parlamento, já sob a acalmia política da Regeneração.
Recebe nesta derradeira fase da vida alguns gestos oficiais de consagração: é
feito visconde, em 1851 e nomeado Par do Reino, no ano seguinte; chega
ainda a ocupar um cargo ministerial (Negócios Estrangeiros), de que seria
demitido pouco tempo depois.
Faleceu a 9 de Dezembro de 1854, vítima de cancro, em Lisboa, na sua casa
situada na actual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique, depois de
uma vida sentimental romanticamente atribulada: um casamento juvenil mal
sucedido, com Luísa Midosi; a morte precoce da segunda companheira,
Adelaide Pastor, que lhe deixa uma filha ilegítima; e por fim uma paixão
adúltera, com a Viscondessa da Luz, celebrada em versos escandalosos.
Cronologia das Principais Obras1820
Hymno Patriótico, Porto
1821
O Retrato de Vénus, Coimbra
1822
Catão, Lisboa
1825
Camões, Paris
1826
Bosquejo da História da Poesia e Língua Portuguesa (in Parnasso Lusitano),
Paris; Dona Branca, Paris
1828
Adozinda, Londres
1829
Da Educação, Londres; Lírica de João Mínimo, Londres
1830
Portugal na Balança da Europa, Londres
1838
Um Auto de Gil Vicente
1841
Mérope – Gil Vicente, Lisboa
1842
O Alfageme de Santarém, Lisboa
1843
Romanceiro e Cancioneiro Geral, Lisboa
1844
Frei Luís de Sousa, Lisboa
1845-1850
O Arco de Sant’Anna, 2 vols, Lisboa
1846
Viagens na Minha Terra, Lisboa
1853
Folhas Caídas, Lisboa